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INTRODUÇÃO BÍBLICA INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO BÍBLICA I. A ORIGEM SOBRENATURAL DA BÍBLIA A. O LIVRO DE DEUS A Bíblia é um livro incomparável. Diferencia-se dos demais livros por dois motivos: 1º - Deus é o seu próprio autor, apesar de ter sido escrita por homens. 2º - É a revelação escrita de Deus aos homens. B. TEMA CENTRAL O tema central da Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, é a redenção do homem através de Cristo Jesus. No momento que o homem pecou contra Deus no Éden, Ele ali mesmo providenciou a salvação do homem. (Gn 3.15). Nos livros do Antigo Testamento encontra-se a promessa dessa redenção e a revelação da promessa de Deus de Salvação do homem através de um redentor - Jesus Cristo. Todos os profetas trouxeram à nação de Israel e a todos os homens pecadores a promessa de Salvação. Os Salmos de Davi claramente falam de um Redentor que haveria de vir. No Novo Testamento inicia com o nascimento de Cristo - o Messias prometido. No Novo Testamento são realizadas as promessas feitas no Antigo Testamento. Quando Cristo morreu na cruz do Calvário e ressuscitou ao terceiro dia, consumou a obra da salvação do homem. Portanto, Jesus Cristo é o grande tema de toda a Bíblia. C. ESCRITORES E DURAÇÃO A Bíblia é um verdadeiro milagre. Levou cerca de 16 (dezesseis) séculos para ser escrita e cerca de 40 diferentes pessoas, de diferentes épocas, línguas, costumes, lugares, circunstâncias e posições a escreveram. Apesar de tudo isso, ela possui um só tema central e constitui uma revelação sem contradições. D. GENUINIDADE E AUTENTICIDADE Um livro genuíno é aquele que se acredita ter sido escrito realmente por aquele a quem se atribui a autoria. A Igreja Cristã em todos os seus registros afirma que foram os profetas e os apóstolos que escreveram a Bíblia. Um livro é considerado autêntico quando os fatos nele narrados se deram como realmente estão relatados. A História e as descobertas arqueológicas modernas atestam a veracidade dos fatos narrados na Bíblia. “Temos uma prova ocular de que a Bíblia existe. Ela foi escrita por alguém; se não foi por aqueles cujos nomes ela menciona, difícil se4 torna saber-se quem foi então. Não é provável que homens ímpios tivessem produzido um livro como a Bíblia, que os está condenando sempre .” (Rev. Amos Binney - Compêndio de Teologia - Ed. Nazarena. Pág. 24,25). CEFORTE 1

INTRODUÇÃO BÍBLICA

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INTRODUÇÃO BÍBLICA INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO BÍBLICA

I. A ORIGEM SOBRENATURAL DA BÍBLIAA. O LIVRO DE DEUS

A Bíblia é um livro incomparável. Diferencia-se dos demais livros por dois motivos:1º - Deus é o seu próprio autor, apesar de ter sido escrita por homens.2º - É a revelação escrita de Deus aos homens.

B. TEMA CENTRALO tema central da Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, é a redenção do homem através de Cristo

Jesus.No momento que o homem pecou contra Deus no Éden, Ele ali mesmo providenciou a salvação do

homem. (Gn 3.15).Nos livros do Antigo Testamento encontra-se a promessa dessa redenção e a revelação da

promessa de Deus de Salvação do homem através de um redentor - Jesus Cristo. Todos os profetas trouxeram à nação de Israel e a todos os homens pecadores a promessa de Salvação. Os Salmos de Davi claramente falam de um Redentor que haveria de vir.

No Novo Testamento inicia com o nascimento de Cristo - o Messias prometido. No Novo Testamento são realizadas as promessas feitas no Antigo Testamento.

Quando Cristo morreu na cruz do Calvário e ressuscitou ao terceiro dia, consumou a obra da salvação do homem. Portanto, Jesus Cristo é o grande tema de toda a Bíblia.

C. ESCRITORES E DURAÇÃOA Bíblia é um verdadeiro milagre. Levou cerca de 16 (dezesseis) séculos para ser escrita e cerca de

40 diferentes pessoas, de diferentes épocas, línguas, costumes, lugares, circunstâncias e posições a escreveram. Apesar de tudo isso, ela possui um só tema central e constitui uma revelação sem contradições.

D. GENUINIDADE E AUTENTICIDADE Um livro genuíno é aquele que se acredita ter sido escrito realmente por aquele a quem se atribui a

autoria. A Igreja Cristã em todos os seus registros afirma que foram os profetas e os apóstolos que escreveram a Bíblia.

Um livro é considerado autêntico quando os fatos nele narrados se deram como realmente estão relatados. A História e as descobertas arqueológicas modernas atestam a veracidade dos fatos narrados na Bíblia.

“Temos uma prova ocular de que a Bíblia existe. Ela foi escrita por alguém; se não foi por aqueles cujos nomes ela menciona, difícil se4 torna saber-se quem foi então.

Não é provável que homens ímpios tivessem produzido um livro como a Bíblia, que os está condenando sempre .” (Rev. Amos Binney - Compêndio de Teologia - Ed. Nazarena. Pág. 24,25).

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INTRODUÇÃO BÍBLICA REVELAÇÃO

II. REVELAÇÃORevelação é a ação de Deus, o criador, fazendo-se conhecido aos homens e comunicando-lhes os

seus propósitos, uma vez que o homem sozinho jamais poderia chegar a um conhecimento pleno e perfeito de Deus. Dn 12.8 e I Pe 1.10,11.

1. Revelação Geral:“É o descortino que Deus faz de si mesmo para todos os homens na natureza, na constituição da

mente e no progresso da história humana.” ( H. Orton Wilei e Paul Culbertson, Introdução à Teologia Cristã, Ed. Nazarena. Pág. 45.a) Revelação através da Natureza:

“Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos ...”(Sl 19.1-6). O Salmo 19 inteiro mostra atributos de Deus que podemos conhecer através da natureza. A natureza é mostrada na Bíblia como uma revelação prática de Deus. Quando se observa as maravilhas da natureza, o céu infinito e as leis que mantêm o universo em equilíbrio perfeito, percebe-se que eles estão cheios do Espírito Divino, revelando um certo conhecimento sobre a existência de Deus. Em Romanos 1.20, Paulo diz que nenhum homem pode dizer que não conhece nada sobre Deus, pois tanto “o atributo invisível de Deus, como seu eterno poder e assim também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebido por meio das coisas que foram criadas”. O mundo pagão pode chegar a um certo conhecimento sobre Deus através da natureza, porém só quando o homem é renovado pelo Espírito de Deus é que a revelação de Deus na natureza torna-se mais clara, mais completa e cheia de significado e bênçãos.

b) Revelação através da Consciência:Deus também se revela através da consciência do homem. Em Romanos 2.14-15, Paulo declara

que “os gentios não têm lei (a lei do Antigo Testamento), procedem por natureza de conformidade com a lei, não tendo lei, servem ele de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada nos seus corações, testemunhando-lhes também a consciência, e os seus pensamentos mutuamente acusando-se ou defendendo-se .”Dessa forma, percebe-se que o homem através da sua consciência possui a capacidade de estabelecer julgamentos morais de seus atos realizado, isto é possível porque Deus se revela a todos os homens nos conflitos de sua existência moral. Deus fala no mais recôndito da alma humana. Essa voz é o trabalho do Espírito Santo na consciência do homem, revelando, de alguma forma, “que o sentido de obrigação em fazer o bem e rejeitar o mal reflete a vontade de um Senhor a quem devemos em última análise prestar contas.”

c) Revelação Deus na História:Deus é o Senhor da História. Todos os acontecimentos através da história humana revelam que por

trás deles estão os planos de Deus. “Isto não quer dizer que a atividade volitiva dos homens em determinar o desenvolvimento histórico fique fora de consideração. Mas, em adição ao elemento humano, há a presença Diretora, a Vontade Autorizada por detrás de cenário humano.” (Wiley e Culbertson - Ibden).

2. Revelação Especial:A revelação especial demonstra como Deus se fez conhecido de forma mais completa e perfeita,

com clareza e plenitude através da Bíblia e da vida e obras de Jesus Cristo.

a) A Bíblia - a Palavra de Deus:A Bíblia contém e é a Palavra de Deus. Ela é a forma material da revelação escrita de Deus. “Ela

ocupa uma posição intermediária entre a revelação parcial de Deus na natureza e a revelação especial perfeita de Deus em Cristo - a Palavra pessoal” (Wiley e Culbertson - Ibden).

Deus não se revelou de uma só vez ao homem, esta revelação de si mesmo, de sua vontade e de seus propósitos foi gradativa e progressiva.

“Temos que observar, quanto à revelação especial, que Deus começou a se revelar “de muitas maneiras” (Hb 1.1.) através de todo o Antigo Testamento, até que, na plenitude dos tempos, mandou seu filho Jesus Cristo (Hb. 1.1).

Quando Cristo retornou ao céu e enviou o Espírito Santo, Deus revelou outras coisas que se encontram registradas no Novo Testamento. O último livro da Bíblia, o Apocalipse, encerra a revelação de Deus aos homens. (Ap 22.18,19)

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INTRODUÇÃO BÍBLICA REVELAÇÃO

Tudo que o homem precisa saber sobre Deus e seus propósitos estão revelados na Bíblia. Por isso já não há mais profetas e profecias como nos tempos do Antigo Testamento. A revelação de Deus completa-se nas páginas da Bíblia.

O Novo Testamento é uma extensão e complementação do Antigo Testamento. Tudo o que Deus começou a revelar desde os tempos do Antigo Testamento completou-se e cumpriu-se no Novo Testamento. A revelação foi gradativa e progressiva, inicia no Gênesis e termina no Apocalipse.” (George Hansen. Introdução à Bíblia. Pág. 31).

Deus foi revelando-se aos poucos, gradualmente. Por exemplo, a revelação sobre Jesus, o Salvador e Redentor. Em gênesis 3.15, há a primeira referência sobre a vinda do Salvador, indicando que ele iria derrotar Satanás e as forças do mal. Séculos mais tarde, Isaías transmite a revelação de Deus sobre a morte de Jesus Cristo (Is 53.4,11). Percebe-se que o nível de conhecimento vai aumentando gradativamente, até tornar completa com a morte e ressurreição de Jesus, prosseguindo até a sua manifestação gloriosa relatada em Apocalipse. À medida que o homem foi tornando mais maduro e progredindo no conhecimento de Deus, progressivamente Deus foi-se revelando um pouco mais, até completar-se em Jesus, que é a “expressão exata do seu ser.” (Hb1.1-4).

b) Jesus Cristo - a Revelação Perfeita de Deus:Jesus Cristo é o Verbo (Logos) de Deus que “se fez carne e habitou entre nós.” (Jo 1.1,14). Este é

o centro e a plenitude de toda revelação divina, Deus revelado na pessoa de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Há várias passagens a respeito deste assunto: I Tm 3.16 dia que “Deus manifestado em carne”; Is 40.5 “e a glória do Senhor será revelada”; Jo 1.18 “Ninguém jamais viu a Deus: o Deus unigênito, que está no seio do pai, é quem o revelou”; Jesus é a revelação última do Pai “Quem me vê a mim, vê o Pai” (Jo 14.9). A Bíblia é a Palavra de Deus escrita, Jesus é a palavra de Deus viva. Quando conhecemos a Jesus, conhecemos o Pai.

Como já nos referimos no início deste estudo: Jesus Cristo é o grande tema central da Bíblia. “Tomando Jesus como o centro da Bíblia, podemos resumir os 66 livros em cinco palavras referentes a Ele, assim:1º - Preparação - todo Antigo Testamento, pois trata da preparação para o advento de Cristo. São as promessa de Deus referentes ao Salvador, o Messias.2º - Manifestação - Os Evangelhos que tratam da manifestação de Cristo. Narram sua vida, do nascimento até a ascensão, mostrando suas pregações, obras e milagres.3º - Propagação - O livro de Atos que trata da propagação de Jesus. Através do Apóstolo e discípulos houve grande expansão do evangelho no mundo conhecido da época.4º - Explanação - As Epístolas, que são a explanação da doutrina de Cristo.5º - Consumação - O livro de Apocalipse que trata da consumação de todas as coisas preditas, por meio de Jesus Cristo.” (Dr. C.I. Scolfild).

Portanto, Jesus e a Bíblia se completam. Jesus, o verbo de Deus encarnado, é conhecido por meio da palavra escrita de Deus, que é a Bíblia.

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INTRODUÇÃO BÍBLICA INSPIRAÇÃO

III. INSPIRAÇÃOO termo “inspiração divina” deriva de uma palavra grega (QeopneustoV - Theopneustos) que

significa literalmente “o respirar de Deus” ou “o soprar de Deus”. Este sopro é a influência sobrenatural DO Espírito Santo de Deus sobre os escritores sagrados, razão pela qual os seus escritos têm perfeita validade e sem contradições. (Jó 32.8; II Tm 3.16; II Pe 1.21).

As seguintes afirmações dos escritores sagrados: “Assim diz o Senhor”, “A Palavra de Deus veio” que ocorrem mais de duas mil vezes na Bíblia, mostram que os escritores falaram movidos pelo Espírito Santo de Deus.

“A necessidade de inspiração decorre da natureza dos assuntos que as Escrituras revelam. Há verdades, como as que se referem à criação e aos tempos anteriores ao dilúvio, que se não poderiam conhecer exceto por meio de inspiração especial.” (Wiley e Culbertson - Ibden).

1. Teorias sobre a Inspiração da Bíblia:a) Mecânica ou Ditada:

Esta teoria “nega a inspiração do escritor e aceita somente a inspiração dos escritos, ao passo que as Escrituras ensinam claramente que ‘homens santos falaram sendo inspirados pelo Espírito Santo” (II Pe 1.21). (Wiley e Culbertson - Ibden).. Afirma ainda que o escritor escreveu a[penas aquilo que Deus ditou, sem envolver o estilo, e sem qualquer noção de mente e raciocínio muito próprio em todos os escritores sagrados.

b) Parcial:Esta teoria “ensina que algumas partes da Bíblia são inspiradas, outras não; que a Bíblia não é a

Palavra de Deus, mas apenas contém a Palavra de Deus.” (Antônio Gilberto, A Bíblia através dos Séculos). Também afirma que “a inspiração se estende somente aos ensinos e preceitos doutrinais, às verdades desconhecidas pelos autores humanos.”(Dr. Lewis S. Chafer - Teologia Sistemática). A Bíblia, porém, afirma em II Tm 3.16 que “Toda Escritura é inspirada por Deus”. Veja Mc 7.13; Jo 16.12; Ap 22.18,19.

c) De conceito (idéias) e não de palavras:Esta teoria diz que Deus inspirou as idéias, mas deixou o escritor sagrado livre para expressar

essas idéias com suas próprias palavras, ou seja, a idéia, o conceito é inspirado a palavra não. Como uma idéia ou pensamento só pode ser expressado por palavras, logo as palavras também são inspiradas. Veja I Co .13; Hb 1.1; II Pe 1.21.

d) Natural (da intuição humana):Esta teoria nega o lado sobrenatural das Escrituras e exalta o conhecimento sobrenatural do

homem, elevado a um plano mais alto de conhecimento. Afirma que a Bíblia foi escrita por “homens com uma percepção espiritual tão excepcional que, devido aos seus dons inatos, puderam escrevê-la.” No entanto, os escritores sagrados afirmam que era Deus quem falava através deles. Veja II Sm 23.2; Atos 1.16; Jr 1.9; Ed 1.1; Ez 3.16-17; Atos 28.25.

e) Comum ou Grau de inspiração:Esta teoria afirma que algumas partes da Bíblia são inspiradas em maior grau que outra, “a

inspiração dos escritores da Bíblia não admitem graus. O escritor era ou não era inspirado”. (Antônio Gilberto, A Bíblia através dos Séculos).

f) Plenária ou Verbal:Esta teoria é a doutrina tradicional da igreja e a que ensinaram tanto Cristo como os seus

apóstolos. Ela ensina que a Bíblia em sua totalidade, em todas as suas partes são inspiradas. “Houve uma cooperação vital e contínua entre os escritores sagrados e o Espírito Santo de Deus que os capacitava. Afirma que homens santos escreveram a Bíblia com palavras do seu vocabulário, porém sob uma influência tão poderosa do Espírito Santo, que o que eles escreveram foi a Palavra de Deus.” (Antônio Gilberto, A Bíblia através dos Séculos).

2. Três fatores muito importantes na doutrina da Inspiração:a) O Espírito Santo: Foi ele quem inspirou os escritores sagrados. Ele é o autor da inspiração. Por isso os escritos são sem erros ou enganos. ‘algumas vezes a inspiração do espírito santo se deu na seleção ou escolha do que devia ser registrado. O apóstolo João selecionou certos acontecimentos da

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INTRODUÇÃO BÍBLICA INSPIRAÇÃO

vida de cristo para formar o quarto evangelho (Jo 20.30-31). A inspiração aqui é associada com a seleção de material. O evangelho de João contém verdades selecionadas, entre outras verdades.

Outras vezes ‘inspiração’ significa apenas a garantia de um registro certo. Achamos na Bíblia palavras ditas pelo próprio diabo. as palavras do diabo não são palavras de verdade, mas temos certeza de que ele as proferiu, pois temos garantia do que aí está registrado.

É o mesmo das palavras dos amigos de Jó. Não são palavras de deus mas de homens, e, portanto imperfeitas. Mas a Bíblia traz um registro exato das palavras, pois tudo o que está escrito nela foi inspirada pelo Espírito Santo.’’ (Dr. Lewis Sperry Chafer Ibden).

b) O Escritor Sagrado: “Os escritores sagrados foram homens usados por Deus como instrumentos para nos comunicar um conhecimento dEle e de Seus propósitos.” (Dr. Lewis Sperry Chafer Ibden). Mesmo sendo usados por Deus como instrumento, cada escritor sagrado conservou a sua própria personalidade, seu estilo como resultado de sua própria cultura. Daí a grande diversidade de estilos encontrados na Bíblia. No entanto, sabiam que aquilo que estavam escrevendo não era deles próprios, mas vinha de Deus.

Os escritores foram homens ligados a diversas atividades humanas. Moisés foi príncipe e legislador e um grande general. Josué foi um grande comandante. Davi e Salomão foram reis e poetas. Isaías, além de profeta, foi um grande estadista. O profeta Amós foi um boiadeiro. No seu livro encontramos muitos exemplos e referências às coisas do campo tais como: relva, gado, capim, vacas, etc (Amós 4.1). Daniel foi chefe de Estado. Pedro, Tiago e João eram pescadores. Lucas era médico, daí o caráter investigador mencionado no seu evangelho (Lc 1.13). Mateus era funcionário público. Paulo era um homem erudito e teólogo. Dessa forma, percebe-se que o homem foi o instrumento que Deus usou para revelar-se aos homens, e através da inspiração do Espírito santo, o homem escreveu mensagem de Deus utilizando os seus próprio recursos humanos.

c) A Bíblia (As Escrituras Sagradas): A Bíblia é o resultado da combinação dos elementos humano e divino, possui autoridade divina mas também possui a expressão humana. O Dr. Basil Manley a respeito deste assunto diz que:1º - A Bíblia é verdadeiramente a Palavra de Deus, tendo tanto a verdade infalível como a autoridade divina em tudo o que afirma e ordena.2º - A Bíblia é verdadeiramente uma produção humana. Isto é comprovado por todas as evidências de origem humana que mostram claramente como qualquer outro que tenha sido escrito por homens.3º - Esta dualidade de autor se estende a cada parte das escrituras e à linguagem assim como às idéias gerais que são expressadas”. (Dr. Lewis Sperry Chafer Ibden).

3. Testemunhos da Inspiração Bíblica:a) Testemunho da Bíblia:

A própria Bíblia testifica que ela é a Palavra de Deus. O Antigo Testamento está cheio de referências a respeito da inspiração divina: Dt 34.10, diz que Deus falou com Moisés e tratou com ele “face a face”. Lendo o Antigo Testamento nenhuma palavra aprece com mais freqüência do que estas: “Veio a mim a apalavra de Deus”. Em II Sm 23.2, o rei Davi declara ter recebido uma inspiração divina: “o Espírito do Senhor fala por meu intermédio, e a sua palavra está em minha língua.” Todos os profetas deram mensagens convictos de que suas palavras eram inspiradas pelo Espírito Santo de Deus.

b) O Testemunho de Jesus Cristo:Diversas vezes Jesus declarou em seus discursos que o Antigos Testamentos possuía autoridade

divina. Ele fez várias citações tanto do Pentateuco como de Salmos, de Isaías, de Zacarias e Malaquias. Em Lc 24.44-45. Ele reconhece a divisão das Escrituras hebraica: A lei, Os Profetas e os Salmos. Declarou que o Antigo Testamento era a Palavra de Deus, pois ela dava testemunho a respeito dele. Veja as seguintes referências: Mt 15.3,6; Lc 18.31; 24.27; 24.44; 4.16-20; Jo 10.35; 17.17; Mc 7.13; 12.35,36. Na tentação Jesus usou as palavras do Antigo Testamento. Dt 6.13,16; 8.3. Quanto ao Novo Testamento Jesus antecipadamente declarou que ele iria ser também inspirado por Deus, porque era “O Espírito Santo ... vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.”(Jo 14.26). Veja também Jo 16.13,14.

c) O Testemunho dos Apóstolos:

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INTRODUÇÃO BÍBLICA INSPIRAÇÃO

Os apóstolos muitas vezes em seus escritos declaram ser as Escrituras inspiradas por Deus. A apóstolo Paulo freqüentemente fez citações do Antigo Testamento em suas epístolas. Em II Tm ele declara que: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” Pedro também atestou a inspiração divina das Escrituras quando no dia de Pentecostes declarou: “Irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo proferiu anteriormente por boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus.” (Atos 1.16).

“Os apóstolos também estavam seguros de que suas próprias mensagens eram do Senhor Jesus Cristo e dadas pelo Espírito santo.” (Wiley e Culbertson - Ibdem). Tanto as revelações feitas pelos profetas do Antigo Testamento como pelos apóstolos no Novo Testamento são colocados no mesmo nível de inspiração e autoridade. (II Pe 3.2). Pedro classifica os escritos do apóstolo Paulo como as “demais Escrituras”, ou seja, coloca as epístolas de Paulo no mesmo nível de autoridade do restante das Escrituras. Veja Gl 1.16; Ef 3.3; I Co 2.12-13; I Jo 2.20; Ap 1.10; 22.6.

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INTRODUÇÃO BÍBLICA DIVISÕES DA BÍBLIA

IV - DIVISÕES DA BÍBLIA

A - A BÍBLIA HEBRAICA Chamamos de Bíblia Hebraica ao conjunto de livros sagrados que estavam sendo usados no tempo

de Jesus, correspondendo ao nosso Antigo Testamento e está dividida em três partes: A Lei (Pentateuco), Os Profetas e os Escritos (Hagiógrafos).1 - A Lei - também conhecida como Pentateuco que quer dizer cinco livros. Os livros da Lei incluem os cinco primeiros livros do nosso Antigo Testamento: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.2 - Os Profetas - Esta Segunda divisão é formada pelos livros escritos pelos profetas. Os Profetas dividem-se em Profetas Anteriores, (formado pelos livros de : Josué, Juízes, Samuel e Reis) e Profetas Posteriores, (formado pelos livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel e os doze profetas menores).3 - Os Escritos ou Hagiógrafos - Os livros pertencentes a esta terceira divisão foram escritos por homens que não eram profetas. Eram divididos em: Livros Poéticos, (formado pelos livros de Salmos, Provérbios e Jó); Os Cinco Rolos, (formado pelos livros de: Cantares, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester) e Livros Históricos, (formado pelos livros de Daniel, Esdras-Neemias e Crônicas).

Em Mateus 5.17 e 22.40, Jesus refere-se às duas divisões da Bíblia Hebraica: A Lei e Os Profetas.Como pode-se observar a divisão dos livros da Bíblia Hebraica é diferente da do nosso Antigo

Testamento.

B - O ANTIGO TESTAMENTOEm nossa Bíblia está divido em cinco partes: Os Livros da Lei, Os Livros Poéticos, Profetas Maiores

e Profetas Menores, somando um total de 39 livros.1 - Livros da Lei (Pentateuco) - Tanto na Bíblia Hebraica como no antigo Testamento são

chamados livros da Lei, porque neles se encontram as principais leis e mandamentos que Deus deu ao seu povo Israel através de Moisés. Os livros são iguais aos da Bíblia Hebraica: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.2 - Livros Históricos - Formado por Josué, Juízes, Rute, I-II Samuel, I-II Reis, I-II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. São assim chamados porque narram a história de povo de Israel até aproximadamente 400 anos antes de Cristo.3 - Livros Poéticos - São assim chamados porque foram escritos em forma de poesia. A poesia hebraica é diferente da nossa, pois não possui métrica nem rima, só podendo ser percebida nos originais hebraicos. Constituem esta divisão os livros de Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares e Lamentações de Jeremias.4 - Profetas Maiores - formado pelos livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel. São assim chamados por serem mais longos que os demais livros proféticos.5 - Profetas Menores - Formado pelos livros de Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habcuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. São assim chamados por serem menos longos que os demais livros proféticos.

C - O NOVO TESTAMENTO Está dividido em quatro partes: Os Evangelhos, Atos dos Apóstolos, As Cartas (Paulinas e Gerais)

e Apocalipse. Num total de 29 livros.1 - Os Evangelhos - Formado pelos livros de Mateus, Marcos, Lucas e João. Neles encontra-se

narrada a vida de Cristo.2 - Atos dos Apóstolos - É chamado de Atos porque narra a história dos apóstolos e do início da Igreja Cristã. Constituindo-se dessa forma um livro histórico.3 - As Cartas - Grande parte dessas cartas foram escritas pelo Apóstolo Paulo, as demais foram escritas por Pedro, Tiago, João e Judas.a) Epístolas Paulinas: Romanos, I-II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I-II Tessalonicenses, I-II Timóteo, Tito e Filemon.b) Epístolas Gerais (Universais): Hebreus, Tiago, I-II Pedro, I-II-III João e Judas.4. Apocalipse - Trata da revelação das coisas futuras.

Nota:

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INTRODUÇÃO BÍBLICA DIVISÕES DA BÍBLIA

A Divisão da Bíblia em Capítulos e Versículos.O texto original na Bíblia não era dividida em capítulo e versículos. A divisão em capítulos foi feita

em 1250 d.C, pelo cardeal Hugo Saint Cler, abade dominicano e estudioso das Escrituras. A divisão em versículo foi feita em duas etapas, a primeira foi a do Antigo Testamento, feita pelo Rabi Nathan, em 1445 d.C. A Segunda foi a do Novo Testamento feita por Robert Stevens, em 1551. A publicação da Bíblia completa foi feita pela primeira vez com os capítulos e versículos, em 1555, também por Robert Stevvens.

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INTRODUÇÃO BÍBLICA LÍNGUAS ORIGINAIS - MANUSCRITOS E VERSÕES

V - A BÍBLIA - LÍNGUAS ORIGINAIS - MANUSCRITOS E VERSÕES O vocábulo Bíblia vem do grego (língua em que foi escrito originalmente o Novo Testamento)

“Bíblos” que primitivamente significava entrecasca de papiro preparado para receber escrita. Um rolo pequeno ou lâmina de papiro pequena era chamado “Biblion”; vários “biblions” eram chamados de “Bíblia” daí o termo significar literalmente “uma coleção de livros pequenos”. O vocábulos foi aplicado pela primeira vez às Sagradas Escrituras, no Século IV a. D. por João Crisóstomo, patriarca de Constantinpla.

A Bíblia, no entanto, registra vários nomes que ela dá a si mesma, tais como:a) Escrituras - Mt 21.42b) Sagradas Escrituras - Rm 1.2c) Livro do Senhor - Is 34.16d) A Palavra de Deus - Mc 7.13; Hb 4.12e) Os Oráculos de Deus - Rm 3.2.

A. AS LÍNGUAS ORIGINAISA Bíblia foi escrita em três línguas originais: O Hebraico, o Aramaico e o Grego. Há, no entanto, no

Antigo Testamento alguns trechos em outros idiomas.

1. O Hebraico ou Judaico: Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico com exceção de algumas passagens escritas em aramaico nos livros de Esdras, Daniel e Jeremias., O hebraico era a língua falada pelos habitantes de Canaã, mesmo antes de Abraão. E era também a língua oficial dos israelitas. Porém, por causa do cativeiro assírio (722) e do babilônico (607) os hebreus deixaram de falar a língua hebraica e adotaram a aramaica (siríaco-caldaica). Embora tenham sido absorvida pelo aramaico, o hebraico continuava a ser a língua oficial dos eruditos, do culto, do templo e dos rolos sagrados que comumente eram escritos nesse idioma.

O Alfabeto é composto de 22 letras, mais ou menos de forma quadrada, todas consoantes; primitivamente eram empregadas apenas consoantes, sem qualquer sinal de vocalização, porém no decorrer do tempo, apareceram os sinais vocálicos, colocados em cima, embaixo e dentro das consoantes, esse sistema foi inventado pelos massoretas como forma de fixarem a pronúncia tradicional do hebraico. Assim como a maioria das línguas semíticas, o hebraico lê-se da direita para a esquerda.

2. O Aramaico. Conhecido também como siríaco-caldaico: Esse idioma semita era falado em Arã ou Síria desde 2000 a.C. Os trechos do Antigo Testamento que foram escrito nesta língua devem-se, possivelmente ao cativeiro assírio (Israel) e babilônico (Judá).

O Aramaico influenciou profundamente o hebraico a tal ponto que quando Israel retornou do cativeiro tanto da Síria como da Babilônia falavam apenas o aramaico. Ne 8.5,8.

Essa lera a língua falada na época de Jesus. Ele, os apóstolos bem como os irmãos da Igreja Primitiva falavam o aramaico.

Cerca de 1000 a.C. era a língua internacional do comércio ao longo das rotas comerciais do Oriente.

Há uma tradição antiga que afirma ter sido o Evangelho de Mateus escrito integralmente em aramaico.

3. Grego: Língua original dos 27 livros do Novo Testamento. (Com exceção de Mateus que alguns acreditam ter sido escrito em aramaico.)Não era o grego clássico e sim o KOINÉ, a língua popular, do homem simples, do comércio, já o clássico era o da filosofia, dos eruditos, da arte e da ciência.

Era a língua mundial entre aproximadamente 300 a.C. até 300 d.C, o que facilitou a divulgação do evangelho no mundo conhecido da época, uma vez que todos falavam, escreviam ou entendiam o grego.

Das línguas originais bíblicas é a mais conhecida e de expressão muito precisa e que mais se assemelha ao português. O Alfabeto é ocidental, composto de 24 letras, provenientes dos fenícios.

A influência do grego foi tamanha que se impôs até mesmo no Egito, onde foi necessário fazer uma tradução da Bíblia do hebraico para o grego - a chamada Septuaginta, cerca de 285 a.C. No tempo de Jesus, os judeus entendiam e falavam tanto o grego como o hebraico. Os livros do Novo Testamento eram escritos em grego e as pregações também eram feitas em grande parte neste idioma.B. MANUSCRITOS

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INTRODUÇÃO BÍBLICA LÍNGUAS ORIGINAIS - MANUSCRITOS E VERSÕES

Manuscritos são rolos ou livros da literatura antiga, escritos à mão em papiro ou pergaminho. O texto da Bíblia foi preservado e transmitido mediante os seus manuscritos.

Papiro é uma planta aquática que cresce junto aos rios. As tiras, entrecascas, eram extraídas do papiro 4e coladas de forma sobrepostas, prensadas e depois polidas para receberem a escrita. Êx 2.3; Jó 8.11; Is 18.2. A palavra papel deriva dessa palavra.

Pergaminho era feito de pele de animais que depois de curtida era polida para poder receber a escrita. Era melhor que o papiro e de uso bem mais recente, remonta os primórdios da era cristã. II Tm 4.13.

A Bíblia foi escrita originalmente em rolos, de forma que cada livro constituía um rolo, e não estavam unidos uns aos outros como estão agora. Até a invenção da imprensa por Gutemberg em 1450, tudo era feito manuscrito, através de um trabalho lento, dispendioso e trabalhoso dos escribas. “Cuidado redobrado havia com a escrita dos livros sagrados. Devemos ser sumamente agradecidos aos judeus por seu cuidado extremo na preparação e preservação dos manuscritos do Antigo Testamento. Aqui estão algumas regras que eles exigiam de cada escriba. O pergaminho tinha de ser preparado de peles de animais limpos. A tinta era especialmente preparada. O escriba não podia escrever uma só palavra de memória. Tinha de pronunciar bem alto cada palavra antes de escrevê-la. Tinha que limpar a pena com muita reverência antes de escrever o nome de Deus. As letras e as palavras eram contadas. Um erro numa folha inutilizava-a, três erros numa folha inutilizavam todo o rolo.” (Antônio Gilberto, A Bíblia através dos Séculos).

Os manuscritos originais dos livros do Antigo Testamento perderam-se. O que há hoje em dia são apenas cópias dos manuscritos originais. Os manuscritos mais antigos que temos da Bíblia hoje em dia são aqueles encontrados nas cavernas do Mar Morto, entre os anos de 1947 e 1955. Também são chamados de “manuscritos de Qumra’, pelo fato de vários desses manuscritos terem sido encontrados na região de Qumran.

1. Os Copistas Bíblicos:Copistas eram homens que faziam cópias das Escrituras Sagradas a partir dos manuscritos

originais. Esse trabalho era feito a mão com o máximo cuidado e zelo extremado. No entanto, apesar de todo cuidado e zelo, cometiam certos erros tais como: esquecia de copiar uma palavra ou escrevia uma letra a mais, ou colocava uma palavra numa linha errada, ou acrescentava uma palavra , ou trocava uma apalavra ou letra; esses erros, porém, não alteraram a mensagem dos livros.

A Crítica Textual, chamada de Baixa Crítica, preocupa-se com a reconstrução dos textos bíblicos originais, procurando corrigir os erros das cópias feitas pelos copistas.

Obs. A Baixa Crítica diferencia-se da Alta Crítica, pois esta se preocupar com as questões de autoria, data, e composição dos livros da Bíblia.

A ciência não é nova, pois desde Esdras já havia a preocupação de corrigir os erros nas copias dos manuscritos, feitas pelos copistas.

1.1. Os Soferins:Soferim é uma palavra hebraica e está no plural. Eram escribas versados nas leis de Deus e nas

tradições dos judeus. Eles copiavam os textos das Escrituras, revisavam-nos e davam a sua interpretação. As suas atividades tiveram início cerca de 400 anos a.C. quando Esdras organizou um grupo de escribas para cuidarem do texto das Escrituras Sagradas, e continuaram até cerca de 200 anos d.C.

Um dos métodos mais simples que os soferins usavam para verificar se a cópias de um determinado livro estava correta era: anotavam no fim de cada livro o número de palavras e letras. Dessa forma, cada cópia deveria ter o mesmo número de palavras e letras que no original. Caso contrário a cópia estava errada.

2.2. Os Massoretas:Os massoretas, palavra derivada de “massorah” quer dizer tradição, eram um grupo de homens

preocupados com a Crítica Textual. Surgiu pelo ano de 500 d.C. e existiram até 950 d.C. Esses homens criaram um sistema de acentos que fixavam o significado de cada palavra, sua pronúncia, a cadência exata para a recitação nas sinagogas, e a conexão entre palavras. Com o sistema de acentos, preservaram por escrito a tradição das vogais, inexistentes nos manuscritos originais, e acentos hebraicos e corrigiam muitos erros, já mencionados anteriormente, dos copistas.

Os judeus Moses Bem Arsher e seus filhos Arão e Naftali são os mais famosos eruditos dos massoretas.

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Os manuscritos do Antigo Testamento existentes no início da era cristã foram considerados como verdadeiros e autorizados pelo Senhor Jesus Cristo e pelos apóstolos. Por isso, pode-se afirmar que as cópias do antigo Testamento hebraico existentes hoje foram preservados com alto grau de exatidão.

Há, portanto, hoje dois tipos de textos em hebraico: o massorético e o Pentateuco Samaritano, que emprega antigas caracteres hebraicos, e é pré-cristão.

C. VERSÕES Há muitas versões das Sagrada Escrituras para diferentes línguas, antigas e modernas. As principais traduções são: A Septuaginta (LXX), tradução para a língua grega e a Vulgata versão para a língua latina.

1. A Septuaginta (LXX):Esta foi a primei9ra tradução completa do Antigo Testamento do original hebraico. Recebe este

nome devido ao número de pessoas (72) que fizeram a tradução. Foi feita no Egito, na ilha de Faros, por judeus que viviam na cidade de Alexandria. Visava especialmente os judeus que haviam esquecido o hebraico e falavam apenas o grego. Logo ela tornou-se muito conhecida e difundida entre as nações daquela época. Deve-se a ela também a classificação por assunto como temos hoje no Antigo Testamento: a Lei, Os livros Históricos, os Poéticos e os profetas. Esta tradução é ainda hoje usada na Igreja Grega.

2. A Vulgata:Recebe este nome porque “Vulgata” vem do latim “vulgos” que quer dizer povo. Foi feita por

Jerônimo, considerado o homem mais sábio do seu tempo, foi encarregado pelo Bispo de Roma Dâmaso para fazer a tradução da Bíblia para o latim, a versão foi feita entre 387 e 405 A.D. num mosteiro em Belém. Jerônimo tinha 60 anos quando iniciou a tradução. Durante a Idade Média tornou-se a Bíblia mais usada pela Igreja do Ocidente, e em 1546 foi decretada como a Bíblia oficial da Igreja Católica Romana no concílio de Trento. Foi também ela o primeiro livro impresso no mundo. Quase todas as outras versões da Bíblia tiveram como base a Vulgata.

3. Outras versões importantes:a) Versões Inglesas:

A Inglaterra foi a primeira nação a ter a Bíblia em sua própria língua. A primeira versão para a língua inglesa foi feita por John Wycliff, em 1380. Foi uma tradução da Vulgata. John Wycliff morreu antes de concluir a tradução do Antigo Testamento. Seus auxiliares completaram o resto que faltava. Depois de morto, Wycliff teve seu túmulo aberto por ordem do papa e seus ossos foram queimados e as cinzas lançadas no rio Swift.

A segunda tradução foi feita por Willian Tindakle, tendo publicado o Novo Testamento em 1526. Tindale morreu antes de concluir a tradução do antigo Testamento. Foi estrangulado e queimado pelos católicos romanos em 1536. Esta tradução foi feita diretamente das línguas originais e também foi a primeira Bíblia impressa em Inglês.

No entanto, a tradução mais popular e preferida dos povos de fala inglesa é a versão feita sob a direção do King James I (Rei Tiago), rei da Inglaterra. Logo que subiu ao trono, ele nomeou 54 homens distintos por seu talento e piedade para prepararem uma nova versão da Bíblia, porém só 47 tomaram parte definitivamente. De todas as versões modernas esta tem sido considerada como a mais fiel e exata.

Devido a alguns erros, um grupo de sábios ingleses e norte-americanos fizeram uma revisão dessa versão, publicada em 1881 o Novo Testamento e em 1885 o Antigo Testamento. É chamada de Versão Revisada.

b) Versão Portuguesa:A primeira versão em português das Sagradas Escrituras foi feita por João Ferreira de Almeida. Ele

era ministro da Igreja Reformada Holandesa e traduziu totalmente o Novo Testamento, porém o Antigo Testamento foi só até Ezequiel 48.21, tendo Jacob Opdem Akker completado o resto da versão. A versão de Almeida teve como base as línguas originais: o grego e o hebraico, línguas que ele aprendeu depois de convertido. Morreu em 1691, e a Igreja Católica Romana o queimou em estátua, em Goa. O Antigo Testamento foi publicado em 1753 na Holanda. O Novo Testamento saiu primeiro, foi publicado em 1681. Só em 1819 é que a Bíblia completa, em português, foi publicada pela primeira

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INTRODUÇÃO BÍBLICA LÍNGUAS ORIGINAIS - MANUSCRITOS E VERSÕES

vez pela Sociedade Bíblica Britânica. Portanto, como se vê, a única e fiel tradução da Bíblia para o português foi feita por protestantes e publicada no estrangeiro.

Após ser revisada em 1894 e 1925 a tradução de Almeida foi publicada em 1951 pela Imprensa Bíblica Brasileira, recebendo o nome de Edição Revisada e Corrigida (ARC). De 1945 a 1955 um grupo de 30 teólogos de várias denominações fizeram outra revisão. Usando o texto grego para o Novo Testamento e o hebraico para o antigo Testamento, a comissão revisora publicou o Novo Testamento em 1951 e o antigo Testamento em 1959, recebendo o nome de Edição Revisada e Atualizada (ARA). A publicação é da Sociedade Bíblica do Brasil.

A segunda versão em português é a do padre português Antônio Pereira de Figueiredo, publicou o Novo Testamento em 1781 e o Antigo Testamento em 1790. Conhecedor profundo do Latim, fez a sua versão da Vulgata. Apesar de primar pelo português, não passa em muitos lugares de péssima paráfrase do original, além de ter “:notas” explicativas que desdizem o texto. Ela tem sido a base de muitas edições das Sagradas Escrituras.

Á última versão é a do padre brasileiro Matos Soares, concluída em 1932, mas só publicada em 1946. Tornou-se logo a Bíblia preferida e a mais popular do povo católico brasileiro. A tradução também foi feita da Vulgata, no entanto, carece de fidelidade, pelo fato de notar-se em Matos soares idéias preconceituosas e tendenciosas.

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INTRODUÇÃO BÍBLICA LIVROS APÓCRIFOS

VI - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO E NOVO TESTAMENTOSCânon é o nome que se dá ao conjunto de livros divinamente inspirados e aceitos para servirem

como regra de fé e prática dos cristãos. Esta coleção de livros recebe o nome de Bíblia ou Escrituras sagradas.

A palavra Cânon é de origem grega e significa literalmente vara reta de medir; tem também o sentido de régua. No sentido bíblico significa um modelo, norma ou regra para julgar ou medir.

O processo de formação do Cânon da Bíblia teve duas fases, a primeira relativa ao Antigo Testamento e a Segunda, ao Novo Testamento.

A - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTOO processo de formação do Antigo Testamento não foi igual ao do Novo Testamento. No entanto,

em ambos, o Espírito Santo de Deus tanto inspirou os escritores sagrados a escreverem os livros como também inspirou os judeus e a igreja a fazerem a seleção dos livros que deveriam fazer parte do Cânon da Bíblia.

Os livros que formam o Cânon do Antigo Testamento foram escritos num espaço de mais de mil anos. Vai desde Moisés, cerca de 1491 a.C., até Esdras, 445 a.C. Dessa forma, percebe-se que a formação do Cânon foi gradual.

Moisés escreveu o Pentateuco, os Livros da Lei, concluindo-o cerca de 1451 a.C. Seus livros sempre foram respeitados por todos e aceitos como divinamente inspirados. Por isso não houve nenhuma objeção em aceitá-los como parte do Cânon.

Aos livros da Lei aos poucos foram sendo acrescentados outros livros, todos aceitos e reconhecidos como inspirados por Deus. Josué (Js 24.26), I e II Samuel (I Sm 10.25); os Livros Proféticos, os Escritos. Percebe-se, dessa forma, que a seleção dos livros que formam o Cânon do Antigo Testamento foi aceito naturalmente, através da história do povo israelita.

Segundo a tradição judaica, coube a Esdras a tarefa de colecionar aqueles livros que eram reconhecidos como inspirados. (Ed 7.6,10). Esdras não foi o último escritor sagrado do Antigo Testamento, os últimos foram Neemias e Malaquias, mas a reunião dos rolos canônicos foi obra de suas mãos. Esdras era escriba e sacerdote, foi contemporâneo de Neemias, e responsável pelas reformas religiosas em Israel depois da volta do cativeiro babilônico.(Ne 8.1-5 e Ed 7.10,14). É atribuído a ele também as três divisões: A Lei, Os Profetas e Os Escritos.

"A primeira menção que temos do Antigo Testamento como coleção completa data do ano 130 a.C., menciona a Lei, Os Profetas e Escritos." (Guilherme Keer, O Cânon do Velho Testamento, pág. 51).

Jesus e seus discípulos usaram vários nomes como: "As Escrituras", "Os Escritos", "A Lei e os Profetas", "A Lei, Os Profetas e os Salmos", para designarem os livros que constituem o Cânon do Antigo Testamento. Dessa forma, percebe-se que tanto Jesus como os apóstolos e escritores do Novo Testamento consideravam esses livros como divinamente inspirados e com autoridade divina.

B - A FORMAÇÃO DO CÂNON DO NOVO TESTAMENTOAo contrário do Antigo Testamento que levou mais de mil anos para ser formado, os livros do Novo

Testamento foram escritos num curto espaço de tempo, mais ou menos 100 anos. As Epístolas de Paulo foram os primeiros livros a serem escritos. Depois surgiram os Evangelhos e Atos, mais tarde Hebreus e as Epístolas Gerais e o último livro a ser escrito foi Apocalipse, escrito no ano 96 d.C. A ordem dos livros como temos hoje em nossas Bíblias não obedecem a ordem cronológica, ou seja a ordem em que foram escritos, mas seguem a da Vulgata.

Aos poucos esses livros passaram a circular entre as primeiras igrejas, tornando-se tão importantes na vida da Igreja que houve a necessidade de um reconhecimento canônico, para determinar quais os escritos que eram divinamente inspirados, uma vez que estavam aparecendo vários escritos heréticos e espúrios com a pretensão de serem inspirados por Deus.

1. Causas que levaram à formação do Cânon do Novo Testamento: Três causas levaram o Igreja a preservar a integridade dos escritos inspirados e a formar o Cânon

do Novo Testamento:

a. O Cânon de Marcião:O Cânon de Marcião foi o primeiro a ser feito, cerca de 144 A.D. Marcião era um líder religioso,

gnóstico e herege que por sua própria conta decidiu selecionar os livros do Novo Testamento que deveriam ser considerados divinamente inspirados e por isso deveriam fazer parte do Cânon do Novo Testamento. Marcião, no entanto, era contrário às influências do Judaísmo no Cristianismo, por isso

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INTRODUÇÃO BÍBLICA LIVROS APÓCRIFOS

mutilou vários livros, retirando dos mesmos todas as referências aos judeus. A reação imediata e agressiva da Igreja contra este Cânon mostra que ela de modo geral já havia selecionado e aceito os atuais livros como os únicos inspirados e rejeitado os outros.

b. Acréscimo de livros Apócrifos:Durante esse período passaram a circular vários escritos de inspiração duvidosa e considerados

pelos cristãos ortodoxos como espúrios, porém vários líderes religiosos queriam acrescentar aos já aceitos pela igreja como inspirados e considerá-los como canônicos ou semi-canônicos. A igreja, no entanto, já os havia rejeitado por considerá-los como não inspirados por Deus.

c. Decreto do Imperador Diocleciano: No ano 300, o Imperador Diocleciano decretou qeu todos os livros sagrados fossem queimados.

Diante deste fato, houve necessidade, por parte da Igreja, de preservar os escritos realmente inspirados. O Imperador comemorou a vitória cunhando uma moeda especial. Mas a Igreja sob a orientação do Espírito Santo soube preservar os escritos que viriam fazer parte do Cânon do Novo Testamento.

2. Critérios de Canonicidade: A formação do Cânon do Novo Testamento precisou de algum tempo e houve muitas diferenças de

opinião. Quatro critérios de canonicidade foram usados para determinar os livros que deveriam fazer parte do Cânon do Novo Testamento.

a. A autoria:O critério mais importante era o da apostolicidade, ou seja, o livro deveria ter sido escrito por um

apóstolo ou por alguém que tivesse vivido intimamente com um apóstolo e o livro tivesse sido escrito numa data dentro do período apostólico. Os apóstolos tinham autoridade para escrever sobre Jesus Cristo porque eles haviam estado em contato direto com Jesus Cristo. (Veja I João 1.1-4). Marcos foi companheiro e recebeu influência tanto de Pedro como de Paulo. Lucas era amigo e companheiro de Paulo. Judas e Tiago eram meio-irmãos de Jesus e companheiro dos apóstolos da Igreja em Jerusalém. O livro de Hebreus foi o que causou mais dificuldade, uma vez que havia muitas dúvidas quanto a sua autoria.

b) A Doutrina:O conteúdo do livro deveria estar de acordo com a doutrina oral dos apóstolos, ter caráter espiritual

elevado e efeito moral edificante, bem como deveriam estar de acordo com as doutrinas do resto das Escrituras Sagradas. Muitos livros foram rejeitados porque não estavam de acordo com este critério.

c. A Universalidade:Para ser aceito no Cânon do Novo Testamento o livro deveria primeiramente ser aceito por todas as

igrejas. A princípio houve muita discussão, porque nem todos os livros eram aceitos por todas as igrejas e outros tinham a autoria duvidosa, como era o caso da carta aos Hebreus. Os livros que já eram aceitos como inspirados por Deus não encontraram nenhuma dificuldade.

d. A Inspiração Divina:O último critério era o reconhecimento de que o livro era divinamente inspirado pelo Espírito Santo

de Deus. Veja novamente o item sobre Inspiração. Deus não só inspirou homens e os usou como instrumentos para transmitir a sua mensagem, mas também inspirou aqueles que tiveram que decidir sobre quais os livros que deveriam fazer parte do Cânon do Novo Testamento.

Antes do final do IV Século d.C. todos os 27 livros já eram aceitos pelas Igrejas. Atanásio, patriarca de Alexandria, publicou uma lista com os 27 livros que hoje se encontram na nossa Bíblia. A lista foi aceita e reconhecida pelo Concílio de Hipona, na África, em 393 d.C. Porém o reconhecimento e fixação oficial do Cânon do Novo Testamento só ocorreu em 397 d.C. no III Concílio de Cartago. Dessa forma observa-se que o processo foi longo, porém necessário, a fim de que fosse evitado a inclusão de livros apócrifos e espúrios, preservando a integridade dos Escritos Sagrados.

V. OS LIVROS APÓCRIFOS

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INTRODUÇÃO BÍBLICA LIVROS APÓCRIFOS

O Cânon do Antigo Testamento da Igreja Católica Romana é diferente do Cânon Protestante. As edições da Bíblia da Igreja Católica romana possuem um total de 73 livros e mais 4 acréscimos feitos aos livros canônicos de Ester e Daniel, ou seja, além dos 39 do Antigo Testamento e dos 27 do novo Testamento a Igreja Católica Romana aceitou mais 7 livros e 4 acréscimos apócrifos como inspirados, foram oficializados no Concílio de Trento, em 1546. O reconhecimento por parte da Igreja Católica Romana desses livros teve como finalidade combater a Reforma Protestante, que combatia ardorosamente várias doutrinas heréticas da igreja romana, tais como: doutrina do purgatório, da oração pelos mortos, da salvação pelas obras, que só encontravam apoio nos livros apócrifos, dái a necessidade de reconhecê-los como canônicos.

Não foi a Igreja Romana que fez os acréscimos, eles apareceram pela primeira vez na Septuaginta, tradução feita do hebraico para o grego, como já foi estudado. No entanto, quando foi feita a tradução do Antigo Testamento para o Latim, a tradução não foi feita direta do texto hebraico, mas do texto grego, por isso foram incluídos os livros apócrifos que estavam na Septuaginta. Mais tarde, quando Jerônimo fez a tradução da Vulgata, no ano 405 d. C. foi obrigado a incluir os apócrifos, mas com uma ressalva, que eles não podiam servir como textos para base doutrinária. Recomendação esta rejeitada pela Igreja Romana, quando em 1546, considerou-os como canônicos, exatamente para apoiar suas heresias doutrinárias. O total eram 14 escritos apócrifos, mas a Igreja Romana só aceitou 11, rejeitando três restantes. A Igreja Ortodoxa Grega aceitou todos os 14.

O termo apócrifo vem do grego “APOCRYPHOS’ e quer dizer literalmente “escondido”, “oculto”, referia-se a livros sobre assuntos secretos, misteriosos e ocultos. Significa também, livros de origem desconhecida ou falsa e no sentido religioso, escritos não-canônicos.

Os escritos apócrifos foram escritos no período interbíblico, entre Malaquias e Mateus, portanto naquele período em que Deus cessou completamente sua revelação e comunicação com o homem. Razão suficiente para não considerá-los de inspiração divina.

A Igreja Protestante rejeitou-os como divinamente inspirados, daí a razão da diferença dos dois cânones, o Católico e o Protestante. A Igreja Protestante, ou Evangélica não aceita esses livros porque:

1) Nunca foram reconhecidos e aceitos como divinamente inspirados e por isso não faziam parte do cânon hebraico;

2) Os próprios autores não reconheciam seus escritos como divinamente inspirados. ( I Macabeus 4.46; 9.27; e II Macabeus 2.23; 15.38; veja apêndice no final da apostila);

3) Não foram aceitos por Jesus e seus apóstolos, pois jamais tais livros foram citados por eles;4) Nunca foram reconhecidos e aceitos pela Igreja Primitiva.Os livros que a Igreja Protestante chama de apócrifos a Igreja Católica Romana chama de

deuterocanônicos.

A. Conteúdo dos livros Apócrifos: Os livros apócrifos são os seguintes:B. Tobias: Está logo depois do livro de Esdras. Conta a história de Tobias, que incentivado por

um anjo, tornou-se o oitavo marido de uma viúiva-virgem. Os sete maridos anteriores haviam sido mortos no dia do casamento por um espírito mau. Tobias escapa da morte, afugentando o mau espírito, queimando o fígado de um peixe. Quando retornou a sua casa, curou o seu pai que era cego, esfregando o fel do peixe nos olhos dele. Trata-se de um conto moral e não de uma história verídica.

C. Judite: Vem logo depois do livro de Tobias. Trata-se da história de Judite, uma mulher valente e valorosa que venceu sozinha o exército assírio, cortando a cabeça do seu comandante. O autor do livro parece ter-se baseado nas histórias de Jael e Sísera, história narrada no livro de Juízes 4.17-22. No entanto, o livro está cheio de erros históricos e geográficos. É muito difícil aceitar-se que haja alguma coisa de verdadeiro nesta história.

D. Sabedoria de Salomão Está logo após o livro de Cantares. O livro é conhecido também como Sabedoria. Nele o autor recomenda a sabedoria e4 a retidão através de conselhos relacionados à ética; também condena a adoração de imagens, ou seja, a idolatria e a iniquidade.

E. Eclesiástico: Aparece logo após o livro de Sabedoria. Seu autor foi um homem chamado Jesus, filho de Siraque. É conhecido também como “Sabedoria de Jesus, filho de Siraque”. O livro possui 51 capítulos e o tema principal é a sabedoria. Em muitos trechos há uma nítida semelhança com os livros de Provérbios, Eclesiastes e Jó.

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INTRODUÇÃO BÍBLICA LIVROS APÓCRIFOS

F. Baruque: Vem logo depois do livro de Jeremias. O autor é Baruqe e tem três divisões: 1) Confissão de pecador e oração pedindo perdão a Deus; 2) Exortação para que Israel volte às fonte de sabedoria; 3) Ânimo e promessa de livramento.

G. I Macabeus: Está colocado logo após o livro de Malaquias. O livro relata os acontecimentos políticos, militares e os atos de heroísmo de uma família de levitas chamada Macabeus, durante a guerra de independência da nação de Israel, ocorrida cerca de dois séculos antes de Cristo.

H. II Macabeus: Vem logo após o livro de I Macabeus. O livro conta a história da nação de Judá entre os anos 175 e 161 antes de Cristo, por Jason de sirene. Apesar de conter grandes verdades sobre a história judaica, o livro é prejudicado por tratar os assuntos de forma fantasiosa.

Os acréscimos foram os seguintes:1. No livro de Daniel foram feitos três acréscimos: a) “O Cântico dos três hebreus”, incluídos no

capítulo 3.24 a 99; b) “A História de Susana”, acrescentado o capítulo 13 e; c) “A História de Bel e o Dragão”, acrescentado o capítulo 14.

2. Ao livro de Ester foi acrescentado “o repouso de Ester” trecho que aparece do capítulo 10.4 ao 16.24.

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INTRODUÇÃO BÍBLICA APÊNDICE

Apêndice 1 I - LIVROS CANÔNICOS DO ANTIGO TESTAMENTO (PARA PROTESTANTES E CATÓLICOS):

1. Gênesis2. Êxodo3. Levítico4. Números5. Deuteronômio6. Josué7. Juízes8. Rute9. I Samuel10. II Samuel11. I Reis12. II Reis13. I Crônicas14. II Crônicas15. Esdras16. Neemias17. Ester18. Jó19. Salmos20. Provérbios

21. Ecleiastes22. Cânticos dos Cânticos23. Isaías24. Jeremias25. Lamentações26. Ezequiel27. Daniel28. Oséias29. Joel30. Amós31. Obadias32. Jonas33. Miquéias34. Naum35. Habacuque36. Sofonias37. Ageu38. Zacarias39. Malaquias

II - APÓCRIFOS PARA OS PROTESTANTES E DEUTOROCANÔNICOS PARA OS CATÓLICOS, EM CUJA BÍBLIA SE ENCONTRAM:1. Tobias2. Judite3. Sabedoria de Salomão4. Eclesiástico5. Baruque

6. I Macabeus7. II Macabeus8. Acréscimo ao Livro de Daniel (Três)9. Acréscimo ao livro de Ester (Um)

III - PSEUDO-EPIGRÁFICOS PARA OS PROTESTANTES E APÓCRIFOS PARA OS CATÓLICOS:

1. I e II Esdras2. Oração de Manassés3. Salmos de Salomão4. III e IV Macabeus5. O Livro do Jubileu

6. Oráculos Sibilinos7. Enoque8. Assunção de Moisés9. Apocalipse de Baruque10. O Testemunho dos doze Patriarcas.

Apendice 21. I Macabeus 4.46. “e transportaram suas pedras a um lugar conveniente sobre a montanha do

templo, aguardando a decisão de algum profeta a esse respeito” 2. I Macabeus 9.27. “A opressão que caiu sobre Israel foi tal, que não houve igual desde o dia em que

tinhamm desaparecido os profetas”. 3. II Macabeus 2.23. “eis o que Jasão de Cirene narra em cinco livros que vamos tentar resumir em

um só”. 4. II Macabeus 15. 37b,38. “Finalizarei aqui a minha narração. Se ela está felizmente concebida e

ordenada, era este o meu desejo: se ela está imperfeita e medíocre, é que não pude fazer melhor”.

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INTRODUÇÃO BÍBLICA APÊNDICE

BIBLIOGRAFIA

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