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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE HISTÓRIA MANUAL 01 INTRODUÇÃO À METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO m1_mtc_09b.doc Galba Di Mambro 5. ed. revista (1. ed.: março de 2003; 2. ed.: agosto de 2003; 3. ed.: março 2005; 4. ed.: março de 2007)

Introdução à metodologia do trabalho científico - Galba di Mambro

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Introdução à metodologia do trabalho científico - Galba di Mambro

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAINSTITUTO DE CINCIAS HUMANAS CURSO DE HISTRIA

    MANUAL 01

    INTRODUO METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTFICO

    m1_mtc_09b.doc

    Galba Di Mambro

    5. ed. revista (1. ed.: maro de 2003; 2. ed.: agosto de 2003;

    3. ed.: maro 2005; 4. ed.: maro de 2007)

  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    JUIZ DE FORA AGOSTO DE 2009

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  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    SUMRIO

    APRESENTAO ........................................................................................................................ 3

    A - NOES PRELIMINARES 01. CONCEITOS BSICOS ................................................................................................................ 402. CANAIS DE COMUNICAO CIENTFICA .................................................................................. 803. DOCUMENTAO CIENTFICA ................................................................................................... 10

    B - A PESQUISA HISTRICA04. PANORAMA DA PESQUISA HISTRICA .................................................................................... 1105. ETAPAS E PROCEDIMENTOS DA PESQUISA HISTRICA ...................................................... 1306. PLANEJAMENTO MNIMO DO TRABALHO ESCRITO ............................................................... 1407. PROJETO DE PESQUISA ............................................................................................................ 1508. ESCOLHA E DELIMITAO DO TEMA ...................................................................................... 1709. EXEMPLO DE PROJETO DE PESQUISA HISTRICA ............................................................... 1810. DIAGRAMAS DO PROJETO A CAMPANHA CIVILISTA EM JUIZ DE FORA .............................. 21

    C - ORIENTAES PRTICAS PARA A PESQUISA11. EXEMPLO DE PLANO INICIAL PROVISRIO ............................................................................ 2212. ARTIFCIOS PARA DESLANCHAR A PESQUISA ...................................................................... 2313. PERGUNTAS ESPONTNEAS E TOPIFICAO ....................................................................... 2414. ELABORAO DE UM PLANO INICIAL PROVISRIO ............................................................... 2515. DUPLA FUNO DO PLANO INICIAL PROVISRIO ................................................................. 2616. MODELO OPERACIONAL DA PESQUISA HISTRICA ............................................................. 2717. FICHAS DE ANOTAO DE PESQUISA .................................................................................... 28

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  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    APRESENTAO

    Este texto destina-se aos alunos da disciplina Metodologia do Trabalho Cientfico do Curso de graduao em Histria do ICHL/UFJF. Pretende apresentar noes bsicas ao estudo da metodologia do trabalho cientfico.

    Por pesquisa cientfica entendemos uma investigao realizada a partir do mtodo cientfico e que apresenta novos conhecimentos. A pesquisa didtico-pedaggica, no verdadeiramente uma pesquisa cientfica, pois no apresenta resultados originais, mas serve como oportunidade para o aluno aprender o mtodo cientfico de pesquisa e adquirir conhecimentos sobre o objeto de sua pesquisa.

    Deve ser destacado que o computador, os bancos de dados e a comunicao em linha so, atualmente, recursos indispensveis ao estudo e pesquisa. Torna-se necessrio que o estudante tenha um conhecimento mnimo sobre o uso do computador e o acesso Internet.

    Aguardamos as crticas e sugestes dos alunos no sentido de aperfeioamento do presente texto.

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    01CONCEITOS BSICOS

    1.1 METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTFICO APLICADA HISTRIA

    1Gerar

    um novo conhecimento no campo da Histria?

    COMO

    2 Redigir

    um texto contendo este conhecimento?

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    Estruturar e apresentar

    o texto?

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    1.2 VISO SISTMICA DA METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTFICO

    Pensamento cientfico como pr-requisito para a produo de textos acadmicos

    CONTEXTO BPesquisa cientfica

    Insumos I I` Produtos:trabalho cientfico

    (monografia, artigo, etc)

    ||

    ||

    ||

    CONTEXTO A Estudo pessoal

    MTODO DE ESTUDO PESSOALObter fontes - Assimilar criticamente - Documentar

    OBS.:I = entrada de informao no sistemaI` = sada de informao no sistema. aps seu processamento

    REFLEXOPlanejar - Executar

    Redigir

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    1.3 TERMINOLOGIA BSICA

    a) Metodologiab) Trabalho cientfico

    1.4 DETALHAMENTO DOS CONCEITOS

    1.5.1 Conhecimento e cincia a) Conhecimento humano b) Evoluo do conceito de cincia 1 c) Conceito atual de cincia

    1.5.2 Pesquisa cientfica a) Conceito de pesquisa cientfica b) Mtodo cientfico c) Tipos de pesquisa cientfica

    1.5.3 Mtodo a) Mtodo histrico tradicional b) Metodologias da histria c) Metodologia de uma pesquisa histrica

    1.5.4 trabalho cientfico a) Conceito de trabalho cientfico b) Tipos de trabalho cientfico c) Trabalho escolar d) Pesquisa cientfica e mtodo de estudo pessoal

    1 Ver, a este respeito: CHASSOT, A. A cincia atravs dos tempos. So Paulo: Moderna, 1994.

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    1.6 RELAES DO ESTUDO PESSOAL COM A PESQUISA CIENTFICA

    O MTODO DE ESTUDO PESSOAL

    --------------- OBTER -----------------COMO ------- ASSIMILAR CRITICAMENTE ------------- INFORMAES

    -------------- DOCUMENTAR O ESTUDO-

    FAVORECE A INVESTIGAO CIENTFICA

    PROBLEMAHIPTESE

    VERIFICAOCONCLUSO

    E A PRODUO DE NOVAS INFORMAES

    TRABALHOS DE PRODUO

    MonografiaArtigo

    Relatrio de pesquisaInforme cientfico

    TRABALHOS DE EXTRAO

    Recenso (resenha)Atualizao

    Divulgao cientfica

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    02CANAIS DE COMUNICAO CIENTFICA

    1. CONCEITO E SIGNIFICADO SOCIAL DOS CANAIS

    "A confiabilidade , portanto, uma das caractersticas mais importantes da cincia, pois a distingue do conhecimento popular, no cientfico. Para obter confiabilidade, alm da utilizao de uma rigorosa metodologia cientfica para a gerao do conhecimento, importante que os resultados obtidos pelas pesquisas de um cientista sejam divulgados e submetidos ao julgamento de outros cientistas seus pares.

    A ampla exposio dos resultados de pesquisa ao julgamento da comunidade cientfica e sua aprovao por ela propicia confiana nesses resultados. Por essa razo, todo trabalho intelectual de estudiosos e pesquisadores depende de um intrincado sistema de comunicao, que compreende canais formais e informais, os quais os cientistas utilizam tanto para comunicar os resultados que obtm quanto para se informarem dois resultados alcanados por outros pesquisadores. Assim, toda pesquisa envolve atividades diversas de comunicao e produz pelo menos uma comunicao formal. Na verdade, uma determinada pesquisa costuma produzir vrias publicaes, geradas durante a realizao da pesquisa e aps o seu trmino. Tais publicaes variam no formato (relatrios, trabalhos apresentados em congressos, palestras, artigos de peridicos, livros e outros), no suporte (papel, meio eletrnico e outros), audincias (colegas, estudantes, pblico em geral) e funo (informar, obter reaes, registrar autoria, indicar e localizar documentos, entre outras). O conjunto dessas publicaes, que chamamos de literatura cientfica, permite expor o trabalho dos pesquisadores ao julgamento constante dos seus pares, em busca do consenso que confere a confiabilidade. " 2 (Negritos nossos.)

    QUADRO 1Canais formais de Comunicao Cientfica (Escritos) 3

    AUTOR

    PESQUISA

    DOCUMENTO CIENTFICO

    EDITORA

    LIVRARIA BIBLIOTECA

    DOCUMENTALISTA LEITOR

    DOCUMENTOTERCIRIO

    2 MUELLER, Suzana Pinheiro Machado. A cincia, o sistema de comunicao cientfica e a literatura cientfica. In: CAMPELLO, Bernadette Santos, CENDN, Beatriz Valadares, KREMER, Jeannnette Marguerite (org.). Fontes de informao para pesquisadores e profissionais. Belo Horizonte: Ed da UFMG, 2000. cap. 1, p. 21-22. (Aprender)

    3 Diagrama elaborado a partir das informaes contidas em MEADOWS, A. J. A comunicao cientfica. Braslia: Briquet de Lemos, 1999, p. 166.

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    3. CANAIS INFORMAIS DE COMUNICAO CIENTFICA

    "A comunicao informal utiliza os chamados canais informais e inclui normalmente comunicaes de carter mais pessoal ou que se referem pesquisa ainda no concluda, como comunicao de pesquisa em andamento, certos trabalhos de congressos e outras com caractersticas semelhantes." 4

    O canais informais so, geralmente, orais e complementam os formais. 5 Dentre eles podemos citar:

    - Conversas face face;- Conversas pelo telefone- Fax; - Correspondncia via correio; - Eletrograma (Correio eletrnico)- Boletins eletrnicos- Listas eletrnicas- Pginas web- Congressos e conferncias - Palestras- Redes humanas (Colgios invisveis)- Literatura cinzenta (escrita e no oral)- Preprint

    LITERATURA CINZENTA

    "A expresso literatura cinzenta, traduo literal do termo ingls grey literature, usada para designar documentos no convencionais e semipublicados, produzidos nos mbitos governamental, acadmico, comercial e da indstria. Tal como empregada, caracteriza documentos que tm pouca probabilidade de serem adquiridos atravs dos canais usuais de venda de publicaes, j que nas origens de sua elaborao o aspecto da comercializao no levado em conta por seus editores. A expresso se contrape quela que designa os documentos convencionais ou formais, ou seja, a literatura branca. (...) Inicialmente o conceito de literatura cinzenta compreendia apenas os relatrios tcnicos e de pesquisa, e a verdade que eles constituem, ainda hoje, o material predominante no conjunto de documentos que a integram, a saber: publicaes governamentais, tradues avulsas, preprints, dissertaes, teses e literatura originada de encontros cientficos, como os anais de congressos. (...) A no-disponibilidade em esquemas comerciais de venda sua principal caracterstica. (...) So geralmente documentos de carter provisrio ou preliminar e reproduzidos em nmero limitado de cpias, normalmente inferior a mil exemplares e algumas vezes muito menos. No recebem numerao padronizada (ISSN ou ISBN), alm de no serem objeto de depsito legal." 6 Exemplos de literatura cinzenta: texto de uma palestra, que o palestrante distribuiu para algumas pessoas presentes; monografia de concluso de curso.

    PREPRINT

    "Nome dado verso original de um artigo ainda no publicado oficialmente. Um dos maiores problemas na publicao de peridicos cientficos o longo tempo que o artigo leva para se tornar disponvel e, portanto, ter possibilidade de ser lido e citado. A comunidade de fsicos sente essa inadequao de maneira muito aguda, o que levou ao surgimento de uma nova forma de comunicao cientfica entre eles. Consiste em fazer circular entre os membros de uma comunidade cientfica trabalhos submetidos para publicao em peridicos tradicionais, mas que esperam avaliao. Esses trabalhos so depositados em arquivos eletrnicos de livre acesso, podendo ser consultados a qualquer momento at que sejam aceitos ou rejeitados pelas revistas, quando ento so retirados da base." 7 (Negritos nossos.)

    4 Idem, p. 22-23. 5 Cf. MEADOWS, op. cit., p. 135 ss.6 GOMES, Sandra Lcia Rebel, MENDONA, Marlia Alvarenga Rocha, SOUZA, Clarice Muhlethaler de.

    In: CAMPELLO, Bernadette Santos, CENDN, Beatriz Valadares, KREMER, Jeannnette Marguerite (org.). op; cit;, p. 97, 98 e 99.

    7 MUELLER, Suzana Pinheiro Machado. O peridico cientfico. In: CAMPELLO, Bernadette Santos, CENDN, Beatriz Valadares, KREMER, Jeannnette Marguerite (org.), op. cit. p. 87.

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    03DOCUMENTAO CIENTFICA

    A - FONTES, DOCUMENTAO E PESQUISA HISTRICA

    FONTES DEINFORMAO

    CENTROS DEDOCUMENTAO

    PRODUOHISTORIOGRFICA

    B - CENTRO DE DOCUMENTAO

    CENTRO DE DOCUMENTAO

    e MEMRIA

    REFERENCIAR REFERENCIARCUSTODIAR

    Coletar/Preservar/Organizar/Divulgar

    Produo cientfica

    Acervos externos

    Outrosobjetos

    Acervos prpriosARQ / BB / ESP

    (Analgicos ou digitais)

    Bancos de dados e outras ferramentas on-line e de acesso local

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    04PANORAMA DA PESQUISA HISTRICA

    INTRODUO

    A Histria pode ser considerada como um passado que se conhece (ou que se quer conhecer) ou como o conhecimento desse passado. O historiador pesquisa o passado, adquire conhecimentos e redige o resultado de suas pesquisas. O texto que expe este resultado um trabalho histrico.

    O presente texto tem um carter exclusivamente didtico. Pretende proporcionar, de uma forma simples e clara, noes bsicas para a compreenso do processo de pesquisa que leva produo de um trabalho histrico. Sendo apenas uma iniciao, no aprofundar certas questes e outras nem mesmo sero abordadas. Necessitar ser complementado por outras leituras.

    Explicar como o historiador realiza suas pesquisas e redige o seu trabalho implica em abordar uma srie de questes que poderiam se alongar muito alm dos limites dos propsitos deste texto. Devemos destacar, apenas, que no processo de pesquisa histrica h dois aspectos de importncia fundamental:

    a documentao disponvel, qual o historiador necessita ter acesso; a forma como o historiador utiliza esta documentao a partir de certas idias e conhecimentos que

    tem como ponto de partida e de referncia para sua pesquisa, isto , a metodologia.

    4.1 ETAPAS FUNDAMENTAIS DA PESQUISA HISTRICA

    De uma forma muito simplificada, poderamos dizer que a pesquisa histrica se processa da seguinte forma. O historiador reflete sobre o que pretende fazer, isto , planeja sua pesquisa, apresentando seu planejamento sob a forma de um projeto. Em seguida executa o projeto, dedicando-se pesquisa propriamente dita. Procura a documentao necessria para sua pesquisa. L, reflete, e anota dados e informaes provenientes da documentao e tambm de suas reflexes sobre seu objeto de pesquisa. Terminada a pesquisa, o historiador redige o resultado de seus esforos. So estas, portanto, as etapas principais que conduziro o historiador ao trabalho histrico:

    planejamento da pesquisa; execuo da pesquisa; redao do trabalho histrico.

    Estas trs etapas esto relacionadas em uma ordem lgica. Na prtica, esta seqncia nem sempre obedecida rigidamente. Isto pode significar que antes de elaborar um projeto de pesquisa o historiador esteja examinando e reunindo documentao sobre temas diversos, que podero ser teis elaborao de projetos diferentes. Pode significar tambm que, aps incio da pesquisa, o historiador no espere reunir toda a documentao para passar ao seu estudo. Por outro lado, quase sempre a redao comea a ser feita antes que o historiador complete o estudo de toda a documentao recolhida. Porm, qualquer que seja a ordem seguida pelo historiador, no final ele ter percorrido as trs etapas fundamentais.

    4.2 PLANEJAMENTO DA PESQUISA HISTRICA

    4.2.1 Estudos preliminares exploratrios

    O planejamento da pesquisa histrica pode envolver dificuldades maiores ou menores, dependendo de uma srie de circunstncias e at mesmo de particularidades do pesquisador. indispensvel que o iniciante busque a orientao de um pesquisador mais experiente. O planejamento precedido por estudos preliminares exploratrios que visam facilitar a tarefa de planejar. Estes estudos envolvem alguns procedimentos elementares, que sero tratados em outra ocasio.

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    4.2.2 Elaborao do projeto de pesquisa

    A estrutura de um projeto de pesquisa pode variar tanto na relao como na ordem de seus elementos. O fundamental que o projeto responda com clareza trs questes seguintes. O que se pretende pesquisar? Como ser feita a pesquisa? Por que se pretende fazer a pesquisa?

    4.3 EXECUO DA PESQUISA

    4.3.1 Levantamento complementar das fontes

    Uma fonte histrica todo e qualquer material que permita, de alguma forma, conhecer algo sobre o objeto de pesquisa do historiador. As fontes que o historiador utiliza em seu trabalho podem ser dos mais variados tipos. Os documentos escritos, impressos ou manuscritos so os tipos mais comuns e, geralmente, encontram-se em bibliotecas ou arquivos, pblicos ou particulares.

    4.3.2 Leitura e anotao das fontes

    O historiador examinar as fontes que encontrou, anotando com clareza e preciso os dados de interesse para o trabalho em fichas especiais que devero incluir, tambm, a identificao das fontes de onde procedem e sua localizao.

    4.3.3 Estudo da documentao

    A documentao reunida pelo historiador deve ser estudada em funo do trabalho que pretende redigir, o que implica, normalmente, em trs operaes: crtica das fontes, anlise e sntese dos dados e informaes, gerando um conhecimento novo.

    A crtica das fontes consiste, tradicionalmente, em verificar se a fonte histrica autntica, isto , se no falsificada (crtica externa) e se verdadeira, isto , se o que est nela contido verdadeiro (crtica interna). Na realidade, a questo mais complexa do que isto.

    Os dados de que o historiador dispe devem ser analisados, isto , examinados em seus diversos aspectos; compreendidos, relacionados entre si e com o tema e a problemtica da pesquisa. A partir desta anlise, o historiador tem condies de deixar alguns dados de lado, utilizar outros, relacion-los e reuni-los atravs de uma viso global, de sntese, e chegar a formular as idias que devero compor o texto de seu trabalho.

    4.4 REDAO DO TRABALHO HISTRICO

    Realizadas estas etapas, o historiador estar em condies de redigir seu trabalho ou dar a forma final s diversas redaes parciais e provisrias que fez, paralelamente ao desenrolar das fases anteriores. A redao no uma tarefa fcil. Deve-se escrever em linguagem clara e correta, simples e bem ordenada. A redao representa o ponto final do esforo de pesquisa e reflexo sobre o tema, a partir das fontes.

    A apresentao material da redao deve seguir certos padres que so correntemente empregados entre os historiadores.

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    05ETAPAS E PROCEDIMENTOS DA PESQUISA HISTRICA

    1. PLANEJAMENTO DA PESQUISA

    1.1 Estudos preliminares exploratrios a) Seleo e delimitao do tema b) Levantamento preliminar de fontes c) Leituras preliminares d) Definio do problema e) Elaborao da hiptese f) Estruturao do plano inicial provisrio

    1.2. Elaborao do projeto de pesquisa a) Conceito e importncia do projeto b) Estrutura e apresentao do projeto

    2. EXECUO DA PESQUISA

    2.1. Coleta de material a) Levantamento complementar das fontes b) Leitura crtica e anotao das fontes

    2.2. Estruturao dos dados e informaes a) Anlise dos dados e informaes b) Elaborao do plano final de redao

    3. REDAO DA PESQUISA

    3.1. Padres de redao cientfica a) Redao em lngua portuguesa b) Padres tcnicos

    3.2 Diretrizes bsicas para a redao a) Redao provisria b) Redao definitiva

    3.3 Tipos bsicos de apresentao a) Estrutura e apresentao grfica do artigo cientfico b) Apresentao grfica da monografia cientfica

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    06PLANEJAMENTO MNIMO DO TRABALHO ESCRITO

    (Sugestes para auxiliar a escrever o projeto de pesquisa e a introduo)

    TEMA: HISTORIOGRAFIA GREGA ANTIGA

    6.1 PLANEJAMENTO MNIMO DO TEXTO A SER ESCRITO

    1. Tema

    Historiografia grega

    2. Problematizao do tema

    Qual foi o significado da historiografia grega para o conhecimento histrico?3. Idia central

    A Histria nasceu com os gregos antigos

    4. Argumentao

    Antes dos gregos no existia conhecimento histrico

    O conhecimento histrico surgiu na Grcia Antiga

    O perodo helenstico ampliou a contribuio clssica

    Os aspectos de modernidade na historiografia greco-latina

    6.2 ESQUEMA INICIAL DA INTRODUO

    1. Objetivo do artigo

    - Analisar a contribuio dos gregos antigos para a constituio do conhecimento

    histrico

    2. Contexto histrico cultural

    - A cultura grega

    - Marcos cronolgicos

    3. Justificativa

    - Importncia da historiografia grega antiga: o nascimento da Histria

    4. Enunciado dos captulos (ou sees do artigo)

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    07PROJETO DE PESQUISA

    7.1 PROCEDIMENTOS PRELIMINARES ELABORAO DO PROJETO

    a) Como ponto de partida, supondo que voc j tem um tema em mente, faa uma redao preliminar ao projeto apresentando tudo o que voc est pensando, no momento, sobre seu tema e como pretende fazer sua pesquisa.

    b) Em seguida, reveja seu texto preliminar e reescreva-o procurando responder s trs questes que todo projeto deve responder, 8 qualquer que seja sua estrutura. As questes so as seguintes: 1. O que pretende fazer? 2. Por que pretende fazer? 3. Como far (a pesquisa)?

    c) Faa um levantamento preliminar de fontes o mais amplo possvel,sobre o tema de sua pesquisa.

    d) Examine em carter exploratrio as fontes primrias que foram levantadas. Selecione e leia algumas fontes secundrias sobre seu tema. Isto ser feito com o objetivo de delimitar o tema e obter elementos para um planejamento mnimo do assunto a ser pesquisado.

    e) Redija um planejamento mnimo de sua pesquisa, conforme exemplificado no captulo 06. Se necessrio, faa novas leituras. Neste momento, certamente, voc j escolheu o orientador do seu trabalho de concluso de curso e j est discutindo suas idias com ele.

    f) O passo seguinte ser a elaborao de um esboo inicial de projeto, que evoluir para um projeto de pesquisa aprovado pelo orientador e apresentado como pr-requisito para a concluso da disciplina Metodologia, no 6o. perodo do Curso de graduao em Histria.

    7.2 ESBOO INICIAL DE UM PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO (TCC)

    a) Tema/Assunto. Escreva sobre seu tema e o aspecto que delimitou no tema (assunto) como objeto especfico de sua monografia.

    b) Objetivo(s). Diga o que pretende alcanar com sua pesquisa.

    c) Abordagem. Apresente suas idias sobre o assunto, isto , seu modo de v-lo e como pretende desenvolv-lo (trat-lo). Esta seo do projeto, quando mais elaborada teoricamente, ser denominada metodologia, devendo incluir os pressupostos tericos da pesquisa.

    d) Bibliografia inicial disponvel (fontes secundrias).

    e) Fontes primrias disponveis. Ou perspectivas de fontes primrias.

    8 CASTRO, Cludio de Moura. Estrutura e apresentao de publicaes cientficas, So Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1976, p. 18.

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  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    QUADRO COMPARATIVO DE ESTRUTURAS DE PROJETOS DE PESQUISA

    QUESTESBSICAS

    PLANEJAMENTOMNIMO

    ESBOO INICIAL(2. perodo Histria UFJF)

    TCC MODELO A

    TCC MODELO B

    MESTRADOHISTRIA-UFJF

    2004B1. Ttulo Provisrio

    Tema Tema/assunto Tema/assunto Tema/assunto 2. Delimitao do tema1. O que? Reviso bibliogrfica

    Problematizao do tema Objetivo(s) Objetivo(s) Problema(s) e hiptese(s) 3. ObjetivosIdia central [Hiptese(s)]

    Justificativa Justificativa 4. Justificativa

    2. Por que?Plano inicial provisrio

    Plano inicial provisrio

    Quadro terico epressupostos metodolgicos

    3. Como? Argumentao Abordagem (idias sobre o assunto, relevncia, como trat-lo, etc)

    Abordagem Metodologia 5. Metodologia e levantamento inicial das fontes

    Cronograma Cronograma 6. Cronograma de execuo

    Bibliografia inicial disponvel e perspectivas de fontes primrias

    Fontes (primrias e secundrias)

    Fontes (primrias e secundrias)

    7. Bibliografia de referncia

    (8. Assinatura do candidato)

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  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    08ESCOLHA E DELIMITAO DO TEMA:

    ASPECTOS A CONSIDERAR

    Assunto

    TEMA

    FONTES

    LEITURAS

    Primrias

    Secundrias

    INTERESSES(Personalidade)

    Metodolgicas

    Historiogrficas...

    - Diversos

    - Historiogrficos(Histria Cultural?)

    (Histria Econmica?)(...?)

    Nota: Mtodos bsicos para escolha do tema a) Mtodo cristob) Mtodo muulmano

    PESQUISADOR

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  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    09EXEMPLO DE PROJETO DE PESQUISA HISTRICA

    A CAMPANHA CIVILISTA EM JUIZ DE FORA: 1909-1910

    Denise Maria Dias Gerheim

    1. TEMA E JUSTIFICATIVA

    A Campanha Civilista tem sua origem na sucesso do Presidente da Repblica Afonso Pena. Este Presidente pretendia fazer seu sucessor e escolheu inicialmente o Presidente de Minas Gerais, Joo Pinheiro. Com a morte deste, em outubro de 1908, o candidato oficial passou a ser o Ministro da Fazenda, David Campista. Entretanto, no houve unanimidade no apoio ao candidato oficial. Em maio de 1909, em meio a uma crise poltica, apareceram os nomes de Hermes da Fonseca, Rui Barbosa e o Baro do Rio Branco como alternativa candidatura Campista. A no aceitao de Rio Branco e a desistncia de David Campista reduziu a disputa a Hermes da Fonseca e Rui Barbosa.

    O Ministro da Guerra, Hermes da Fonseca, que tinha apoio dos militares, logo conseguiu a adeso de polticos contrrios candidatura Campista. No dia 17 de maio, em reunio de polticos na casa de Pinheiro Machado, foi adotada a candidatura de Hermes da Fonseca, que dois dias mais tarde foi declarado candidato oficial.

    A escolha de Hermes forou as oposies a se articularem em torno de um nome que pudesse enfrent-lo nas eleies. O nome de Rui Barbosa saiu vitorioso da conveno oposicionista de 22 de agosto e deu incio a uma disputa eleitoral conhecida como Campanha Civilista.

    A Campanha Civilista se fez nos Estados de So Paulo, Bahia e Minas Gerais. Rui Barbosa reforou muito a origem de sua candidatura, em oposio a Hermes da Fonseca, acenando para o perigo do militarismo. Alm disso, ele apontou para a necessidade de defesa dos princpios democrticos, o voto secreto, o combate s oligarquias, transformaes na justia, estabilidade cambial e outros temas.

    A Campanha Civilista foi a primeira tentativa de galvanizar a opinio pblica em eleies presidenciais e pr isto considerada pela historiografia como um divisor de guas do regime republicano.

    Existem vrias obras sobre o assunto, mas ainda no foi publicado nenhum trabalho sobre a Campanha Civilista em Juiz de Fora. A candidatura de Rui Barbosa teve muita penetrao nos centros urbanos do Brasil e, mesmo no sendo vitorioso no pleito presidencial, ele recebeu forte apoio popular. Ainda no se fez nenhuma investigao sobre sua penetrao em Juiz de Fora, uma cidade industrializada e em franco progresso. no incio do sculo e onde o candidato civil proferiu seu primeiro discurso em Minas Gerais.

    A pesquisa tem como objetivo estudar a Campanha Civilista em Juiz de Fora, procurando reconhecer suas etapas bem como identificar os principais argumentos utilizados pelos defensores de Rui Barbosa, tentando estabelecer uma ligao entre os argumentos destes e os interesses de determinados grupos da cidade.

    2. PROBLEMA E HIPTESE

    O problema central da pesquisa ser determinar qual o significado poltico da Campanha Civilista em Juiz de Fora. Isto implica em situar Juiz de Fora no contexto poltico estadual e determinar tanto os interesses defendidos pelos civilistas na cidade quanto as posies anti-civilistas.

    Juiz de Fora, que nesta poca um importante centro econmico, no desempenha um papel preponderante na poltica do Estado. Assim, a Campanha Civilista atraiu alguns grupos da cidade que perceberam, no momento, uma chance para desbancar a oligarquia que controlava a poltica em Minas Gerais.

    * Projeto de pesquisa visando a elaborao de monografia sob a orientao do Prof. Galba Di Mambro, a ser apresentada como requisito parcial para obteno do grau de Bacharel em Histria. Juiz de Fora, agosto de 1987.

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  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    3. PLANO INICIAL PROVISRIO

    Introduo1. A Campanha Civilista2. A Campanha Civilista em Juiz de Fora3. O Contexto poltico-econmico de Juiz de Fora4. O apoio a Rui Barbosa5. A oposio a Rui BarbosaConcluso

    4. METODOLOGIA

    Sero analisados os artigos publicados nos jornais de Juiz de Fora entre maio de 1909 e maro de 1910, especialmente os de Francisco Linz e Estvo de Oliveira. A anlise dos textos fornecer elementos que permitiro estabelecer ligao entre os principais argumentos utilizados e os interesses de determinados grupos de Juiz de Fora.

    A pesquisa ser realizada levando em conta a vinculao existente entre a ideologia contida nos artigos e suas condies de produo. Ao se empenharem na campanha eleitoral de 1910, os autores dos artigos fizeram opes polticas que podem ser percebidas nos textos. Assim, defendendo as idias bsicas do Civilismo, a Campanha tomou contornos prprios em Juiz de Fora e pode ser explicada a partir da anlise dos artigos referidos e da investigao da situao da cidade no perodo.

    O primeiro captulo analisar a Campanha Civilista a nvel nacional, destacando as causas e o desenrolar da campanha eleitoral no Brasil. O segundo captulo abordar o desenrolar da Campanha Civilista em Juiz de Fora, a partir das notcias publicadas em dois jornais locais: O Pharol e o Jornal do Commrcio. O terceiro captulo apresentar Juiz de Fora no contexto poltico e econmico de Minas Gerais. Em seguida, os captulos quarto e quinto examinaro a argumentao a favor de Rui Barbosa e contra ele, elaboradas respectivamente por Estvo de Oliveira e Francisco Linz. As concluses devero abordar os resultados eleitorais e o significado poltico da Campanha Civilista em Juiz de Fora.

    5. CRONOGRAMA

    ETAPAS / PERODO 2010 M A M J J A S O N

    1. Levantamento complementar de fontes X X2. Leitura e anotao das fontes X X X3. Anlise, crtica e sntese dos dados X X X4. Redao X X5. Reviso da redao e formatao final X X

    6. FONTES

    1. PRIMRIAS

    1.1 Obras

    BARBOSA, Rui. Excurso eleitoral. Rio de Janeiro: Casa de Rui Barbosa/MEC, 1965. 2 v. (Obrascompletas, 25)

    --------------. Memria sobre a eleio presidencial. Rio de Janeiro: Casa de Rui Barbosa/MEC, 1971. (Obras completas, 27)

    LINS, Francisco. Uma campanha pro Hermes-Wenceslau. Belo Horizonte: 1910.

    OLIVEIRA, Estevo de. Notas e epstolas; pginas esparsas da Campanha Civilista. Juiz de Fora, 1911.

    1.2 Jornais

    20

  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    JORNAL DO COMMERCIO, Juiz de Fora, 1903-1910.O PHAROL, Juiz de Fora, 1909-1910

    2. SECUNDRIAS

    BELLO, Jos Maria. Histria da Repblica. 8. ed. So Paulo: Ed. nacional, 1983.

    CARONE, Edgar. A Repblica Velha; evoluo poltica. 4. ed. So Paulo: Difel, 1983.

    GIROLETTI, Domingos. O processo de industrializao de Juiz de Fora: 1850 a 1930. Revista daFundao Joo Pinheiro. Belo Horizonte: v. 10, n. 3, 1980.

    MAGALHES JNIOR, R. Rui, o homem e o mito. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1979.

    OLIVEIRA, Paulino de. Histria de Juiz de Fora. 2. ed. Juiz de Fora: 1966.

    RESENDE, Maria Efignia Lage de. Formao das estruturas de dominao em Minas Gerais; o novoPRM (1889-1906). Belo Horizonte, UFMG/PROED, 1982.

    SILVA, Hlio. Luta pela democracia, 1911-1914. So Paulo: Editora Trs, 1975. (Histria da RepblicaBrasileira, 3)

    ---------. O poder civil, 1895-1910. So Paulo: Editora Trs, 1975. (Histria da Repblica Brasileira, 2)SOUSA, Maria Mercedes Lopes de. Rui Barbosa e Jos Marcelino. Rio de Janeiro: Casa de Rui Barbosa,

    1950.

    TORRES, Joo Camilo de Oliveira. Histria de Minas Gerais. 3. ed. Belo Horizonte: Lemi, 1980. 3. v.

    VIANA FILHO, Luiz. A vida de Rui Barbosa. So Paulo: Martins, 1965.

    WIRTH, John D. O fiel da balana; Minas Gerais na Federao Brasileira, 1889-1937. Rio de Janeiro: Paze Terra, 1982.

    21

  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    10DIAGRAMAS DO PROJETO

    "A CAMPANHA CIVILISTA EM JUIZ DE FORA"CC

    PROBLEMA

    ? JF

    Explicao

    ContextoMG

    JF

    Interesses Civilistas (Rui)

    Anti-civilistas (Hermes)

    HIPTESE

    ? C/JF

    ECO +

    Pol MG -

    Oligarquiamineira

    METODOLOGIA

    Artigos Lins

    Oliveira

    ARTIGOS&

    INTERESSES DE GRUPOS

    Civilistas Oligarquia pol. mineira Anti-Civilistas

    Ideologia &

    condies de prod.

    Civilistas Oligarquia poltica mineira Anti-Civilistas

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  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    11EXEMPLO DE PLANO INICIAL PROVISRIO

    O CLERA EM JUIZ DE FORA:UMA REALIDADE PRESENTE NO SCULO PASSADO

    Rita de Cssia Zambelli (6o. perodo)

    INTRODUO

    1. A DOENA E SUAS FORMAS DE TRANSMISSO

    1.1 Um pouco de histria 1.2 A realidade da clera nos dias atuais

    2. A SITUAO SANITRIA DE JUIZ DE FORA EM 1855

    3. A PRIMEIRA EPIDEMIA (1855/1856)

    3.1 Medidas preventivas 3.2 A clera chega e faz suas vtimas 3.3 Tratamento

    4. A SEGUNDA EPIDEMIA (1894/1895)

    4.1 Medidas preventivas 4.2 Sociedade de Medicina e Cirurgia 4.3 Relatos de casos

    5. OUTRAS EPIDEMIAS

    CONCLUSO

    23

  • Introduo metodologia do trabalho cientfico12. ARTIFCIOS PARA DESLANCHAR A PESQUISA

    x ............................................................................................................................................................................................................................................................. Y

    TEMA Perguntas Esquema

    Perguntas espontneas Afirmativas

    (declaraes)

    Levantamento preliminar das fontes

    Tpicos(ordenamento)

    PLANO INICIALPROVISRIO

    Leitura preliminar:- esquema- perguntas

    Legenda:X = incio da pesquisa Y = trmino da pesquisa

    24

  • Introduo metodologia do trabalho cientfico13. PERGUNTAS ESPONTNEAS E TOPIFICAO DAS PERGUNTAS

    Exerccio de elaborao de um plano inicial provisrioAssunto: Herdoto e a historiografia grega

    GP (grau de pertinncia): A= central ao tema; B= contextual; C= complementar; D= impertinente *** PIP (Plano inicial Provisrio) indicar a seo ou sub-seo do PIPN. PERGUNTAS - CONJUNTO 01 GP TPICOS PIP 01. Quem foi Herdoto?02. Qual o contexto poltico-social da poca de Herdoto?03. Qual o conceito de Histria antes e depois de Herdoto?04. Qual a influncia das idias de Herdoto e de seus conceitos para as de sua poca e a

    posteridade?05. Como Herdoto estudada o passado? (mtodo)06. O que era Histria para os gregos antes de Herdoto?07. Qual a forma de Herdoto influenciar a historiografia grega?08. Qual foi a importncia de Herdoto para a Histria?09. Herdoto sofreu influncia de intelectuais contemporneos? Quais foram?10. Herdoto teve colaboradores para sua obre ou obras?11. Herdoto foi um auto-didata ou teve mestres?12. Herdoto se dedicou a estes estudos por conta prpria ou teve ajuda de governantes?13. Qual a importncia de sua obra para a Historiografia?14. Sobre o que escreveu?15. A Histria de Herdoto se fundamenta sobre quais argumentos?16. Quais as caractersticas da obra de Herdoto?17. Quando nasceu, onde viveu e como morreu Herdoto?18. Qual a sua contribuio para a historiografia grega?19. Porque Herdoto considerado o "Pai da Histria"?20. Qual o principal tema enfocado por Herdoto?21. Em que poca viveu?22. Quais as sua principais obras?23. De onde surgiu o nome "Pai da Histria"?24. Quem foram seus discpulos?25. Onde nasceu Herdoto?26. Qual a importncia de Herdoto para a Grcia?27. O que levou Herdoto a registrar os fatos que ocorriam?28. Que fatos ele selecionava para registrar e como ele fazia essa seleo?29. Que fontes ele utilizava?30. Como ele verificava a veracidade de tais fontes?31. Ele fez alguma divulgao de seus trabalhos?32. Qual a importncia de seus trabalhos para a humanidade?33 O que historiografia?34. Qual a metodologia utilizada por Herdoto para descrever a Histria da Grcia?35. Foram os gregos os primeiros povos a tentar estabelecer o conceito e estudo histrico?36. A historiografia grega teve seu incio marcado em qual poca e por quais fatos?37. Existem muitas diferenas das tcnicas de pesquisa utilizadas por Herdoto e as atuais?38. De que forma Herdoto contribuiu para o surgimento da Histria?39. Qual a importncia de Herdoto para a historiografia grega?

    25

  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    14ELABORAO DE UM PLANO INICIAL PROVISRIO

    As perguntas, aps a topificao, devero ser utilizadas para compor o plano inicial provisrio. Os tpicos podero sugerir ttulos de captulos ou sees de captulos conforme o diagrama abaixo, sendo que os Cp (complementares) esto alocados nas sees dos captulos. As questes I (impertinentes) sero descartadas, no sendo utilizadas na elaborao do plano.

    Co

    C

    Cp

    C

    Cp

    C

    Cp

    TTULO DA MONOGRAFIA

    INTRODUO

    1.CAPTULO CONTEXTUAL 1.1 1.2 1.3

    2. PRIMEIRO CAPTULO ESPECFICO 2.1 2.2 2.3

    3. SEGUNDO CAPTULO ESPECFICO 3.1 3.2 3.3

    4. TERCEIRO CAPTULO ESPECFICO 4.1 4.2 4.3

    CONCLUSO

    Graus de pertinncia das perguntas/tpicos: C = central ao tema; Co = contextual; Cp = complementar; I = impertinente

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  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    15. DUPLA FUNO DO PLANO INICIAL PROVISRIO

    Fonte n. 1 A a1 a2 J j1 j3 j7 H h4

    Fonte n. 2 A a3 J j1 H h1 h9 h4 M m1 m2

    Plano Inicial ProvisrioTtulo

    IntroduoA a1 a2B b3 b4C c3 c2Concluso

    A / a1 /

    -------------------------------------------------------------------------19 | | | |20 | | |29 | |

    F3 B b3 b7 C c1 c2

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  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    16MODELO OPERACIONAL DA PESQUISA HISTRICA

    Fichas ......./|\| .|| .

    PE + Lt -----------> P I P .----P Int--> .

    P F R

    || .|

    \|/ .Fontes .......

    ABREVIATURAS E SIGLAS

    PE + Lt = Perguntas espontneas + Leitura preliminar e novas perguntas

    P I P = Plano Inicial Provisrio

    P Int = Planos intermedirios

    P F R = Plano Final de Redao

    28

  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    17FICHAS DE ANOTAO DE PESQUISA

    16.1 MODELOS EM BRANCO DE FICHAS DE ANOTAO

    (Modelo de ficha de anotao para documentos bibliogrficos)

    (Modelo de ficha de anotao para documentos de arquivos)

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  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    16.2 MODELOS DE FICHA DE ANOTAO COM DEFINICO DOS CAMPOS

    Cabealho (Ttulo do assunto anotado na ficha) (Referncias bibliogrficas mnimas: autor e ttulo)

    (N. dapgina)

    (N. dapgina)

    (Sub-cabealho, se necessrio)

    Anotaes extradas da fonte bibliogrfica, na forma de parfrase.

    Cpia literal de trecho da fonte bibliogrfica, entre aspas.

    /Reflexo pessoal, geral, sobre o que foi anotado, entre barras. Neste caso, no h nmero de pgina/

    (Modelo de ficha de anotao para documentos bibliogrficos)

    (Cabealho de assunto e sub-cabealho, se necessrio) (Referncias do Arquivo)

    (Identificao completa do documento anotado nesta ficha)

    Anotaes extradas da fonte documental, na forma de parfrase.

    Cpia literal de trecho da fonte documental, entre aspas.

    /Reflexo pessoal, geral, sobre o que foi anotado, entre barras. /

    30

  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    16.3 EXEMPLOS DE FICHA DE ANOTAO DE LIVROS

    HERDOTO: Metodologia - Limitaes: uso do mito e do anedtico

    MENDES, J.M.A. A histria como cincia...

    29

    n. 11

    29

    n. 11

    Evidentemente que, encontrando-se, ento, a histria ainda nos incios da fase pr-cientfica, Herdoto no podia ter sido - e, de fato no foi, - um historiador na moderna acepo da palavra. Demonstra-o, por exemplo, o papel que atribua ao mito no combate, - arbitrado por cronos - que na altura se comeava a travar, entre o prprio mito e o logos, para nos servirmos de uma imagem de Charbonell; o fato de, no seu programa de pesquisa, a curiosidade, por vezes, sobrelevar a lucidez, nem sempre distinguindo o anedtico do histrico. // Herdoto concebe o discurso histrico no somente como uma relao, mas tambm como uma seqncia de anedotas em si interessantes, cujo vnculo com o essencial pode ser muito tnue.

    Veja esta mesma anotao em forma de parfrase, abaixo.

    Apesar de Herdoto ser considerado o Pai da Histria, no foi um historiador nos moldes atuais, pois a histria estava ainda iniciando sua fase pr-cientfica. Entre suas limitaes como historiador, esto, por exemplo, o uso do mito. A narrao de anedotas sem distingu-las do histrico, permitindo curiosidade se sobrepor lucidez, outro aspecto de suas limitaes. // A histria, para Herdoto, era uma seqncia de anedotas cujo vnculo com o fundamental era muito frgil.

    31

  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    HERDOTO: A obra - O Pai da Histria MENDES, J.M.A. A histria como cincia...

    29

    30

    Ccero atribuiu a Herdoto o qualificativo de Pai da Histria. Embora haja uma grande diferena entre Herdoto e um historiador da atualidade, este ttulo ainda hoje vlido, // tendo em vista os aspectos inovadores de Herdoto considerados em relao sua poca e ao perodo que o antecedeu.

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  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    16.4 EXEMPLO DE FICHA DE ANOTAO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVOS

    VIAGEM DO REI ALBERTO I AO BRASIL - significado

    ARQ. PAL. REALPapiers Max Leo Grard. Presse Belge, 36/1A

    PAQUET, Georges a Max Leo Grard, Secretrio do Rei Alberto I. Ostende, 25 mai 1920.

    Confirmando seu oferecimento para acompanhar o Rei em sua viagem ao Brasil, na finalidade de reprter, o signatrio apresenta, como justificativa: Une vigoureuse propagande pro-belge, base notemment sur la distribution de brochures conomiques belges aux journaux brsiliens, pourrait tre faite lpoque du voyage de Sa Magest le Roi; je suis mme de la prparer ou dy cooprer avec discretion et efficacit.

    /Os negritos so meus/

    VIAGEM DO REI ALBERTO I AO BRASIL - significado econmico

    Min. Aff. Etr. BelgeDossi Cl. B.391 - 4o. mao

    PELTZER, F. /Embaixador Belga na Suia/ a Hymans, Min. Ext. da Blgica. Berna, 23/06/1920. Cpia.

    O jornal belgo-brasileiro Industrie salienta o grande significado econmico que teve a viagem do Rei, recebido com grande entusiasmo no Brasil. A amizade e admirao do Brasil pela Blgica podero trazer boas conseqncias financeiras para a Blgica, que poder obter crditos para a importao de produtos brasileiros, da mesma forma que o Brasil concedeu Itlia. Isto poderia ser feito na ocasio da visita do rei. O diretor do jornal industrie, que mantido pelos exportadores brasileiros, faz atualmente uma viagem de propaganda aos principais centros comerciais brasileiros visando fortalecer as relaes econmicas belgo-brasileiras.

    33

  • Introduo metodologia do trabalho cientfico

    ANEXO: A EVOLUO DO MTODO HISTRICO NO CONTEXTO FILOSFICO-CIENTFICO

    ANTIGA MEDIEVAL MODERNA SEC. XIX SEC. XX

    *Filosofia aristotlica (Universal e no o singular)

    * Filosofia aristotlico- tomista

    Enfoque ontolgico doconhecimento:1. Empirismo (Bacon): Nada existe na mente que no tenha passado pelos sentidos.2. Racionalismo (Descartes):

    idias inatas3. Fenmeno: Kant

    Enfoque poltico: neutralidade1. Comte: positivismo (cincias humanas utilizam mesmo mtodo das naturais)2. Dilthey: historicismo

    - cincias naturais: explicao- cincias humanas: compreenso

    3. Marx: Materialismo dialtico

    * Neopositivismo

    * Cincia de base aristotlica (Universal e no o singular)

    * Cincia de base aristotlica

    * Cincia experimental newtoniana: conhecimento da natureza pela experincia (leis universais dos fenmenos)

    * Cincia newtoniana * Modelo newtoniano substitudo pela cincia quntica

    * Herdoto: Razo explica o singular humano

    * Roma: Histria moral e patritica

    * Histria teolgica crist

    * Nascimento da crtica histrica* Filosofia da Histria

    * Histria metdica dita positivista* Historiografia marxista* Historiografia historicista

    * Historicismo* Marxismo* Escola dos Annales* Nova Histria* ?

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    PANORAMA DA PESQUISA HISTRICA3. Como?AssuntoTEMA- Diversos- Historiogrficos

    CONCLUSO