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8/19/2019 Interlandi 02 - História Da Ortodontia Na Europa
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HISTORIA DA ORTODONTIA
NA EUROPA
G.P.F. Schmuth
Em um curto tratado não é possível entrar
minuciosamente em todos os
aspectos
de uma
descrição histórica da Ortodontia. Preciso
ater-me a evidenciar as diversas tendências
no desenvolvimento da Ortodontia científica
e prática em cada época. O desenvolvimento
de uma especialização médica resulta da com-
paração de velhas e sempre novas informa-
ções literárias sobre os métodos de diagnósti-
co e terapia. Quem já está, há mais de vinte
anos, envolvido numa mesma disciplina, pos-
sui também considerável grau de experiência
própria. A respeito do desenvolvimento da
ortodontia tive a oportunidade de discutir
com meus professores AM. Schwarz (Viena) e
Karl Haupl (que atuou em Innsbruck, Oslo,
Braga, Berlim e Düsseldorf), e percebi que,
sob o método subjetivo de observação, podem
resultar diversidade de opiniões. A compo-
nente subjetiva da interpretação também será
aqui inevitavelmente preservada.
Abranger totalmente todas as fontes de li-
teratura é, mesmo com todo o cuidado, quase
impossível. Selecionar todas as informações e
organizá-Ias é um trabalho onde o acaso, den-
tre outras circunstâncias, representa um papel
decisivo.
Tendências do desenvolv imento
A maioria dos autores é de opinião que,
antes do final do século, será muito pouco
provável que se encontre uma sistemática,
não só no que se refere ao diagnóstico como
também à terapia ortodôntica. Contudo, há
muitas publicações pelas quais o desenvolvi-
mento progressivo da matéria foi decisiva-
mente influenciado. Já no francês Fauchard
(1728) se encontra uma boa doutrina e tam-
bém referências sobre etiologia da irregulari-
dade nas posições dentárias. Em 1746 aparece
um interessante trabalho, também de um
francês, M. Bunon, no qual foi dada ênfase
especial às causas da falta de espaço para os
dentes. Consta que o austríaco, Adam Brun-
ner (1771), tenha sido o primeiro notável es-
critor em língua alemã no ramo da ortodon-
tia. Isto foi conhecido no ano de 1778, através
da publicação do inglês
J
Hunter, com o título
Natural history of the teeth and their desea-
ses (traduzido para o alemão em 1780). Em
1803 aparece o notável trabalho do inglês [o-
seph Fox sobre falta de espaço para os dentes
e o tratamento com extração sucessiva. Um
dos melhores manuais do século XIX é o de
w Imrie (1834). O primeiro livro de ortodon-
tia em língua alemã foi publicado por F. Ch.
Kneisel (Berlim), no ano de 1836. O francês Le
Foulon sugere, em 1841, o arco interno para
expansão dos arcos dentários, no qual posteri-
ormente foi baseado o aparelho de Mershon
(1918). A primeira banda para ancoragem de
um arco foi descrita no livro do francês
Schange (París em 1841). Carabelli (Viena), no
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adenóides. Quinby, na Inglaterra, apresenta
por volta de 1884, métodos para a correção de
hábitos viciosos (chupar dedo, língua, lábio
etc.), dando ênfase
à
autonormalização da
mordida, após a perda do hábito. Ele foi, com
isso, O desbravador do caminho à pesquisa na
Inglaterra depois da II Guerra Mundial, bem
como Rix, Ballard, Hovell, Pringle e Tulley.
O pesquisador alemão Walkhoff (1888 -
Munique), em suas publicações, explica não
só a etiologia mas também as conseqüências
das anomalias de posição dentária. Especial-
mente divulga da foi sua teoria da tensão
(Spannungstheorie) para explicar as modifica-
ções ósseas que ocorrem sob a influência me-
cânica de aparelhos ortodônticos. Na sua opi-
nião, a tensão faz ocorrer primeiro somente
um abaulamento com transposição, e não
uma transformação imediata dos elementos
ósseos por reabsorção e neoformação. Esta
concepção é também defendida por Kingsley,
apesar de Tomes, algumas décadas antes, já
ter diretamente admitido a neoformação e re-
absorção óssea como efeito da ação da força
ortodôntica. Walkhoff ocupou-se também
com a extração dentária. A extração dos pri-
meiros molares, que muitas vezes são prema-
turamente atacados pela cárie, foi tema de
uma publicação de Sternfeld (1888). J. Abonyl,
em 1889, menciona a análise epidemiológica
em 7000 dentaduras (em parte também crâni-
os coletados no Museu
Anatõmico
e Antropo-
lógico de Viena). Fenchel, em Hamburgo, ocu-
pou-se de medições odontológicas em crâni-
os, relatadas em 1893. As pesquisas nesta épo-
ca concentram-se não só no campo da oclusão .
mas também na situação dos maxilares no
crânio. Ao mesmo tempo; a primeira Escola
Ortodôntica , fundada pelo americano E.H.
Angle, ganha terreno e influencia também,
sempre mais, a Ortopedia na Europa. O inglês
J.E Coyler publicou, ainda em 1900, um traba-
lho especial sobre Ortodontia. No começo do
século XX aparecem na Europa numerosos re-
latórios sobre normalização espontânea da
oclusão, após extração sistemática de dentes
(recusada fortemente por Angle), escritos por
Lipschitz (1902) e Kuhnert (1903).
A teoria Jumping the bite , introduzida
pelo americano Kingsley, deu ensejo ao em-
prego de diversos aparelhos, como planos in-
seu Manual de Odontologia, publicado em
1842, recomenda a construção de aparelhos
ortodônticos sobre modelos dentários. Na
Alemanha em 1842, J. Linderer publica (em 2ª
edição) um Manual de Odontologia, no qual
se fala também detalhadamente, sobre a regu-
larização da posição dos dentes. O francês
Talma (1854) é, segundo Pfaff, o primeiro or-
todontista que utilizou um parafuso para ex-
pansão maxilar. Na pesquisa básica encontra-
se uma publicação de Engel (1849 em Viena)
sobre a Influência, na conformação maxilar,
através da formação dentária . O francês Ma-
gitot escreve, nove anos depois, sobre uma
análise epidemiológica, em que 2000 desvios
da posição dentária normal são citados (1858).
Esta deve ter sido a primeira estatística neste
campo. Foi ele também
O
primeiro a dar aten-
ção ao fator hereditário na ausência congênita
de dentes. A terceira assembléia anual da As-
sociação Central de Dentistas Alemães (Zen-
tralverein Deutscher Zahnârzte) tem como
tema principal, Regularização dos Dentes ,
sobre o qual Heider, no ano de 1862, faz re-
ferência no jornal trimestral de odontologia.
G. von Langsdorff (Würzburg 1863) foi um
dos primeiros a se preocupar com a influência
dos tecidos moles sobre a posição dos dentes.
Kleinmann (1869), em publicação sob o título
Ação da língua sobre a posição dentária ,
aprofunda-se mais neste tema. Em 1881, J.
Iszlay (Budapeste - Hungria) torna pública
uma nova nomenclatura, considerada algo
complicada, Um notável enriquecimento das
possibilidades mecânicas surge através do in-
glês W. Coffin, no ano de 1882, com a propa-
gada placa expansora de vulcanite e mola de
aço dobrada em W (cordas de piano). A pri-
meira placa feita em caucho foi descrita já em
1840 por Brewster (E. von Schnizer). Sobre a
ótima possibilidade de limpeza dos aparelhos
removíveis e uma melhor higiene dentária re-
fere-se Bock (Nürnberg 1883) num artigo es-
pecial, descrevendo ao mesmo tempo a pri-
meira expansão violenta de sutura pala tina
(Gaumennahtsprengung). Na mesma época
preocupa-se J. Parreidt com uma análise sobre
a etiologia das irregularidades na posição
dentária, com especial atenção à pressão exer-
cida pelas bochechas nos casos de mordida
aberta e no desenvolvimento de formações
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clinados em bandas-molares (por Birkfeld em
Hamburgo - 1902).Me Bride (1902)utilizou
aparelhos a placa, numa modificação da Placa
de Kingsley, e preocupou-se com teorias de
neoformação da articulação temporomandi-
bular, nas modificações da oclusão. E. Herbt
(em Bremen, mais tarde em Münster) foi cer-
tamente o primeiro, em 1903,a apresentar pe-
ças pré-fabricadas para montagem de apare-
lhos de correção.
A influência do americano Angle foi sem-
pre nítida. Seus primeiros discípulos euro-
peus, Grünber (Berlim) como também Oppe-
nheim (Viena) e Friel (Dublin/Irlanda), leva-
ram a nova doutrina de Angle para a Europa.
Mas, de nenhum modo, a Ortodontia euro-
péia foi totalmente influenciada pela Escola
de Angle. Em seus ensinamentos dava Angle
especial atenção à necessidade de pesquisas
básicas, sobre as quais ele mesmo ainda não
podia demonstrar nada de concreto.
Por outro lado, o sueco Sandstedt, em 1904
e 1905, ocupou-se de análises histológicas
para explicar as modificações ósseas decor-
rentes dos movimentos dentários efetuados
ortodonticamente. Em 1911 Oppenheim pu-
blicou um relatório sobre pesquisas histológi-
cas em macacos. Os resultados são descritos
no conhecido manual de E.H. Angle, razão
por que Sandstedt fora menos divulgado. O
progresso da Ortodontia, de 1911 a 1936 (25
anos), foi apresentado claramente por Sh. Fri-
el na Revista de Odontologia, em 1936, na
Holanda. Ele dividiu o tema como segue:
1. Crescimento e desenvolvimento da face
e dos maxilares
2. Oclusão dentária
3. Etiologia da maloclusão
4. Diagnóstico da maloclusão
5. Tratamento.
1. O crescimento não é um processo contí-
nuo, mas ocorre em surtos e nem sempre
na mesma intensidade ou direção.
2. A oclusão dentária não é predominante-
mente um arranjo mecânico, porém uma
visível expressão do crescimento ósseo. A
oclusão
é continuamente modificada
à
me-
dida que o crescimento progride, desde a
erupção dos dentes de leite até a de todos
os permanentes.
3. Brash compilou, em 1929, todas as publi-
cações sobre etiologia da maloclusão, con-
tudo tidas como de pouco valor científico.
Ao mesmo tempo foram efetuadas por
Kantorowicz e Korkhaus extensas pesqui-
sas a respeito, na Escola de Bonn. Também
A.M. Schwarz (Viena) ocupou-se intensi-
vamente com este problema.
4. O diagnóstico alcançou notável enriqueci-
mento através da exata orientação dos mo-
delos e análise sistemática de Simon (Ber-
lim), Rudolf Schwarz (Basel), Korkhaus
(Bonn) e de Coster (Bruxelas).A técnica te-
lerradiográfica, introduzida na Ortopedia
dos Maxilares em 1931por Hofrath
(Düs-
seldorf), não mereceu, na metade da déca-
da de trinta, qualquer parecer. Já alguns
anos antes, o holandês van Loon havia re-
comendado o uso de Cubuscraniopho-
rus para orientação dos arcos dentários
efi relação ao crânio.
Broadbent (USA) havia introduzido, tam-
bém em 1931, a técnica telerradiográfica em
ortodontia, que foi antes de tudo utilizada
para o estudo do crescimento. Isto teve um
caráter muito importante porque, como foi
afirmado por de Coster (Bruxelas), simples
anomalias de posição dentária deviam ser
apreciadas e tratadas diferentemente dos dis-
túrbios de crescimento. Por isso era necessá-
rio, muitas vezes, um tratamento em etapas.
5. Com respeito à terapia não há, até o ano
de 1936,na opinião de Friel, nada de novo.
Ao lado dos aparelhos fixos de arco e ban-
da, utilizavam-se esporadicamente tam-
bém aparelhos a placa, que foram propala-
dos, em especial, pelo holandês Ch. EL.
Hord, como sendo o método ideal para
uma ortopedia de caráter social.
Nesta época foram desenvolvidas as Pla-
cas ativas por A.M. Schwarz (Viena) e os Ati-
vadores por Andresen e Hâupl (Oslo). Apare-
lhos de Ortopedia Funcional dos Maxilares já
existiam de forma rudimentar, muito antes,
ou seja, o Monobloco de P. Robin, que mais
tarde seria utilizado e recomendado também
por Watry (Bélgica).
O tratamento com aparelhos de ortopedia
maxilar removíveis alcançou grande aceitação
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pela simplicidade de construção dos mesmos,
fabricados em vulcanite pelo método (Strei-
chverfahren) a que se referiu AM. Schwarz
(Viena),em 1926.O mesmo autor introduziu
o grampo ponta de flecha , depois de haver
provado todos os meios de retenção de pla-
cas, desde o pó para estabilização de próteses
até os grampos fundidos (z.f. Stomat. 1935
H.23). Da mesma forma, foi considerada
como um progresso importante, a introdução
do fio de aço inoxidável de Wipla. Rudolf
Schwarz (Basel)já havia utilizado, antes dos
americanos, o aço inoxidável como arco vesti-
bular retangular, segundo afirma Hotz.
AM. Schwarz tem o especial mérito de
haver pesquisado as diversas forças ortodôn-
ticas através de estudos histológicos e experi-
mentos correspondentes, tendo concluído que
as forças biologicamente favoráveis são aque-
las que não ultrapassam a pressão capilar de
15 - 20g por em . Forças maiores também po-
diam ser utilizadas sempre que a ação pudes-
se ser interrompida (aparelhos ortopédicos re-
movíveis). AM. Schwarz propagou o conceito
dos quatro graus de ação biológica. Através
deste trabalho científico e da introdução da
Ortopedia Maxilar pelo dinamarquês Andre-
sen e, mais particularmente, por sua ligação
teórica e científica com o austríaco Karl Haupl
e mais tarde com o discípulo Josef Eschler,foi
aberto o caminho para a substituição dos apa-
relhos ortodônticos fixos pelos removíveis e,
em especial, para a Ortopedia Funcional dos
Maxilares. Em particular, na Alemanha, hou-
ve um aumento do emprego de placas expan-
soras depois que, em 1935, fora proibido o
emprego de ouro e outros metais preciosos na
ortodontia.
Os Primeiros specialistas
em Ortodontia na uropa
Na publicação comemorativa a Ch. F.L.
Nord, na Revista Holandesa de Odontologia
em 1936, encontra-se uma fonte literária na
qual são mencionados alguns dos primeiros
especialistas em ortodontia. Deles fazem parte
Geo Villain,da ÉcoleDentaire de Paris, e Ha-
rold Chapman, o primeiro na Inglaterra (1921),
que desde 1911já era Lecturer in Orthodontics
no London Hospital Dental School. A seguir
menciona-se J. Lucien de Coster (Bruxelas),
que, desde 1923praticou exclusivamente orto-
dontia como pioneiro na Bélgica.Sh. Friel, ir-
landês de Dublin, trabalhou desde 1910como
primeiro ortodontista na Irlanda e foi, além
disso, Lecturer in Orthodontics na Dental
School/Dublin. Na Alemanha, ao lado de al-
guns americanos que foram provavelmente
enviados por Angle a Berlim, trabalhou P.W.
Simon, que exercia a ortodontia em consultó-
rio.Apartir de 1921foi chefedo Departamento
de Ortopedia Maxilar, no Zahnârztliches Uni-
versitâtsinsttut - Berlim. Em 1922 publicou
Simon as bases de um sistema de diagnóstico
das anomalias dentárias e em 1925,um traba-
lho sobre o conceito de normal (Normbegriff)
em ortodontia. Em 1926foi realizada uma tra-
dução de ambos os livros para o inglês. Em
1934,Simondemonstrou no Congresso da Eu-
ropean Orthodontic Society,em Scheveningen,
o Aparelho de Wipla (Wipla- Flat - appara-
tur), constituído de bandas e que podia ser
construído com alicates especiais sem exigir
soldagem. Até para a construção de tubos fo-
ram apresentados alicates próprios.
Esta lista dos primeiros especialistas em
ortodontia na Europa é, sem dúvida, incom-
pleta. Pretende lembrar somente que a prática
da ortodontia, nos diversos países europeus,
foi primeiramente exercida por uma minoria
de especialistas e, talvez, sem caráter exclusi-
vo. Ainda hoje o número de dentistas clínicos
que exercem a ortodontia, na maior parte dos
países, é bem maior do que os especialistas na
matéria. Muitos ortodontistas renomados
nunca se dedicaram exclusivamente ao cam-
po ortodôntico. Deles fazem parte, por exem-
plo, os conhecidos professores de ortodontia:
Viggo Waldemar Julius Andresen (Oslo/No-
ruega), desde 1925 diretor do Departamento
de Ortodontia em Oslo, Prof. Dr. A Ci-
eszynski, na Polônia e os Prof. Oppenheim,
AM. Schwarz e Petrik, em Viena.Na Áustria,
somente depois da Il Guerra Mundial, surgiu
o primeiro consultório exclusivamente orto-
dôntico (montado pelo autor, em Viena, no
ano de 1952). Até hoje não há, na Áustria,
França, Itália, Suíça e Bélgica,nenhuma regu-
lamentação oficial para a especialização em
Ortopedia Maxilar.
Na Alemanha, no ano de 1939,foi decreta-
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da uma portaria segundo a qual era permiti-
do, sob determinadas condições, o uso da de-
signação especial Ortodontia à porta do
consultório (Zahnârztliche Mitteilunge - ZM
1939, Nr. 25, S. 472). O regulamento alemão
para a especialização ortodôntica foi mais de
uma vez reformulado, (por último em 1967),
tendo em vista o reconhecimento de locais
para o ensino daquela especialidade. No mo-
mento há na Alemanha Ocidental cerca de
700 especialistas. O reconhecimento efetua-se
através da Câmara Regional de odontologis-
tas (Landeszahnârztekammer), após a revisão
efetuada por comissão especializada da Asso-
ciação Alemã de Odontologistas (Bundesver-
band der Deutschen Zahnârzte - correspon-
dente à American Board of Orthodontics). Os
membros da comissão são: Hausser /Hambur-
go, Schmuth/Bonn, Krogmann/Dortmund,
Zehle/Stuttgart e Cünther /Colônía.
Na Holanda há, desde 1953, o reconheci-
mento da especialização. No ano de 1969 foi
publicado no Staatskourant um artigo sobre
o regulamento correspondente.
Nos Países Escandinavos e na Suíça, nos
últimos anos, tem havido a preocupação de
publicar uma portaria neste sentido.
ssociações Ortodônticas
e Revistas specializadas
As primeiras associações européias de Or-
todontia foram fundadas quase simultanea-
mente. Em outubro de 1907 encontraram-se
em Londres, a convite de George Northgroft,
os membros fundadores da The British Soei-
ety for the Study of Ortodontia (mais tarde
Orthodontics): J.H. Badcock (1º Presidente),
H. Chapman, M. Hopson, AC Lockett, W.T.
Mellersh, G. Northcroft, M. Philpotts, J. Sim
Wallace, J.E. Spiller, E.R. Tebitt e H.C Visick.
A Sociedade Alemã de Ortodontia (Deuts-
che Gessellschaft für Orthodontie) foi funda-
da em Colônia, em maio de 1908. Foi presi-
dente Heydenhaus, secretário Kôrbitz e te-
soureiro Herbst (Osterr. ungarische Viertel-
jahresschrift für Zahnheilkunde 24, 1908,679).
Uma revista de ortodontia já existia em 1909,
em seu terceiro ano de edição. Havia, portan-
to, antes da fundação das sociedades, um ór-
gão de publicação para autores de língua ale-
mã (Suíça, Países Escandinavos e ocasional-
mente Holanda). A revista Fortschritt der
Orthodontik foi criada e redigida em 1931,
por Korkhaus/Bonn e T.J. Quintero. Possuía
eminentes co-editores, tanto no país como no
exterior: V.Andresen - Oslo, P.J.J.Coebergh
- Utrecht, C D Alise - Nápoles, Sh. Friel-
Dublin, A Kantorowicz - Bonn, B. Kjellgren
- Stocolomo, A Kôrbitz - Munique, P. Op-
pler-Berlin, W. Pfaff - Leipzig, J.T. Quintero
- Lyon, H. Salamon - Budapeste, A M.
Schwarz - Viena e R. Schwarz - Basel.
No ano de 1934,em virtude de ocorrências
políticas na Alemanha, a revista não pôde
mais circular nos moldes iniciais. Somente em
1952Korkhaus/Bonn e E. Reichenbach/Halle
puderam reeditar a Fortschritte der Kieferor-
thopâdie , agora como órgão da Sociedade
Alemã de Ortopedia Maxilar, cujo primeiro
presidente, de 1937 a 1966, foi Korkhaus, até
ser substituído por E. Hausser (Hamburgo).
Franceses, italianos e espanhóis se encon-
tram congregados na Societé Française
d Orthopédie Dento-Facial, que foi fundada
em Lyon, no ano de 1921.O órgão de publica-
ção oficial é L Orthodontie Française , aí são
publicados, em forma de livro, os resultados
de congressos científicos que se efetuam anual-
mente. Existe um Index bibliographique des
traveaux publiés , v olumes 1 - 30, através do
qual se pode ter uma excelente visão, em or-
dem alfabética, de autores e publicações. No
quinto ano de edição (1927),pode-se encontrar
um artigo de J.T.Quintero, com o título Histo-
rique de Ia Societé Française d Orthopédie
Dento-Faciales (S. 201). No congresso de 1948
em Paris, na saudação da Sra. Tacail-Liger,são
apreciadas as mais importantes personalidades
da Ortodontia francesa. Quintero publicou em
1949, um artigo com o título Lenseignemenf
de l orthodontie et sa practique en France et
dans les pays voicins . Para a execução deste
trabalho foram coletadas informações junto a
Nord e Coenen na Holanda, Watry na Bélgica,
Compte e Hotz na Suíça, principalmente sobre
o problema da ortopedia de caráter social. Na
França há, desde 1949,uma espécie de seguro
social também no campo da ortodontia. Na In-
glaterra existe uma regulamentação a respeito,
desde 1948.Na Holanda Nord e Coenen, des-
de 1949 se voltaram para o mesmo assunto, e
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ORTODONTIA - BASES PARA A INICIAÇÃO
também na Bélgica surgem as primeiras provi-
dências a respeito. Na Suíça existe uma Orto-
dontia Social, em Genebra e Lausanne, nos
moldes da clínica dentária escolar, ocorrendo o
mesmo, também em Zurique, onde predomi-
nam aparelhos removíveis e a terapia por ex-
tração. Na Itália ainda não há Ortopedia Social.
Quintero nos dá a seguinte estimativa:
Na Bélgica deve haver 6 especialistas; na
Holanda, 10; na Inglaterra, 16-18; na Suíça, 5-
6; na Itália, 2-3; e sobre a França e Espanha ele
não apresenta nenhum dado. Menciona a se-
guir que, em 1949, na Europa, eram utilizados
predominantemente aparelhos removíveis. Só
alguns poucos especialistas trabalhavam com
aparelhos fixos. Também a expansão rápida
da sutura pala tina (Gaumennahtsprengung)
foi empregada naquela época. Seguem ainda
algumas informações detalhadas sobre a for-
mação ortodôntica acadêmica na França.
Não consta no trabalho qualquer estatísti-
ca referente à Alemanha.
A Ortopedia Social já foi propagada na
Alemanha, no início da década de 30. Desde
1936, os pacientes recebiam oficialmente uma
subvenção da caixa social para o pagamento
do tratamento. Debates sobre o assunto tive-
ram lugar, sobretudo, depois da 11Guerra. A
Inglaterra desenvolveu, por esta época, o ser-
viço estatal de saúde. Também na Suécia exis-
te, há mais de 20 anos, uma crescente sociali-
zação em todo o campo médico, inclusive na
ortodontia. O mesmo se observa nos países
do Bloco Oriental (Alemanha Oriental, Tche-
coslováquia, Hungria, Polônia, Rumênia, Bul-
gária e Iugoslávia). O primeiro professor po-
lonês de ortodontia foi W. Zawidzki, discípu-
lo e colaborador de
Kõrbitz.
A especialização
dos ortodontistas, na Polônia, tinha lugar an-
teriormente em Berlim, Viena, Petersburgo e
Moscou. Hoje há sete Academias de Medicina
com Departamentos de Ortodontia. No cam-
po da Ortodontia Social se encontram clínicas
especiais nas principais cidades (Dominik).
Na Holanda foi instituído, em 1936, um
Clube de Estudos Ortodônticos. Por ocasião da
11Guerra, de 1942 a 1946, houve uma interrup-
ção que levou, conseqüentemente, à fundação
da Nederlandse Vereniging voor orthodontis-
che Studie . O primeiro presidente foi J. A C
Duyzings, vice-presidente Edel e Secretário
Sindram. Em 1948 foi eleito Bijlstra para vice-
presidente. Esta associação organiza anual-
mente um congresso e, a cada 5 anos, uma se-
mana de estudos (Studieweek). As conferênci-
as apresentadas nestas sessões foram coletadas
em livro. Há também publicações sobre os con-
gressos de 1955, 1960, 1965 e 1970. O ano de
1948 tem, como um dos primeiros conferencis-
tas, o sueco Kjellgren, que falou sobre Extração
Sucessiva. Em 1950 foram ministrados na Ho-
landa dois cursos sobre a Twinarch- Technik
(Madden/USA e Kranerua/Suécia). No Con-
gresso da Sociedade Ortodôntica Européia, re-
alizado em Scheveningen, em 1952, proferiu
Brodie um curso sobre Edgewise-arch-Technik.
Na Holanda, logo após a guerra, desenvolveu-
se a tendência sempre crescente para a apare-
lhagem fixa dos americanos, como também em
diversas regiões da França e Escandinávia.
Desde 1969 existe uma Scandinavian ortho-
dontic Society que realiza seus congressos
anuais alternadamente na Dinamarca, Norue-
ga, Suécia, Finlândia e Islândia. Um quadro
geral de todas as associações ortodônticas da
Europa e de seus membros integrantes pode
ser encontrado em W.H. Oliver, em sua publi-
cação Orthodontic Directory of the world
(25. Ed. 1970), onde são mencionados os se-
guintes países: Bélgica, Inglaterra, Dinamarca,
Finlândia, França, Alemanha, Itália, Holanda,
Noruega, Suécia e Iugoslávia. Há também a
So ciedade Ortodôntica Espanhola que não
foi registrada.
Ao lado da European Orthodontic Society,
que foi fundada em 1907, em Berlim, por E.D.
Borrows, Miss Jane Bunker, J.J. Giusti, J. Grün-
berg, G.A Kennedy, w.G. Law, AF. Lunds-
trôm, M. Pfluger, L.A. Watling e F. Zeliska, há
ainda um College European d Orthodontie
(CE.O.), cujo presidente é R.X.O Meyer. Os
primeiros anos da Sociedade Ortodôntica Eu-
ropéia são descritos pormenorizadamente por
Harold Chapman (Londres), nas Transacti-
ons desta sociedade, no ano de 1958.
A Ortodontia desenvolveu-se de uma ati-
vidade empírica para uma disciplina científi-
ca. Muitas sementes desta evolução se encon-
tram na Europa. No futuro, o trabalho cientí-
fico será elaborado em âmbito internacional, o
que redundará em grandes conquistas para o
bem-estar de nossos pacientes.
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35. MITTERWIESSER, A. - Die geschichte der
zahrieheilkuruie
und des zuhruirtetuesens in
A ltbayern vo n 1700-1900 . Mün chen, 1951. /D iss.j
36. MONOD. J. - Le hassard et Ia necessi te -
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· D
'I:: N TIS. T K. ~ 51
Ies ren dis en moins de deu x mois rcl-
Ies que
je l'avois
afluré ,
& elles fone
aujourd hui aua i
bcllcs
a uf fi b onnc s
qu'elles avoient parú auparavane dif-
formes mauvaiíes .
RE F L E X 10 N.
Les denrs de ce jeune homme n'é·
toient devenues dans un f i rnauvais
état ,
que
parce
que l on avoit
néghgé
d en avoir foio. S i on les avoit nerré ié es
de xmne heure , le limon & le s p a rrie s
des alirnens n'auroient pas fair de tel-
Jes irnpreílions fur leur éma il ,
ni
fur Ia
Iubíla rrcefpongieufe des gencives. D if-
férant plus longtems à
y apponer
du
rernéde , il auro it ete impoflib le d opé -
ler avec Iuccês ; les gencives
rnême
au-
roient é té rongées conCumées , de fa -
çon que les dents auroien t écé ébran-
lées & comme
dérachées
d es g en cives
&
d es a lv éo les, que Ia plüpa rt des
d en rs a uroien t péri par-lã, & lcs aurrcs
auroient éeé enrié rement détruircs par
la cárie . Les repa ra rions que je f is
à
Ia
bouche de ce jeune homme
quoiqU UD
peu ~lt d, ont prévenu hcureufcmcnr
rous ces íácheux accidens , ont
f i
bien
rétabli Ies
denrs , qu à pein e
s'ap-
perçoir on
qu
elles
a)'ent
é ré gàré es,
Tomç I. G g
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354 LB CHIJ\ur 61t;:N
I I. O B 5 E RVAT I O N.
Sur des Dents mal arrangées, dont
r~xtrêmité du corps inclinoit
vers le palais,
En
1723' Ia fille de 1\ 1.
Rolland
.Audiceur
dcs
Compres,
demcurant à
Paris,
â g é C
d'environ
quatorze
ans,
avoir le s dcnts laréralcs , ou moycn-
nes inciíives de Ia rnachoire Iupé rieu-
re
con(idé ra blem enr dé rangé es; l
ex-
trêmité de leur
corps
inclinoit vers le
palais. Je commençai d'abord pa r les
Ié pa rer de leurs voif incs , ce que je
fis
avec Ia lime, pour y donner un paí-
fage libre : Cerre opéra rion me ferv it
à les ra rn en er
à les
placer
dans leur
ordre dans leur é r a r na rurel ;
en
y
employ an t de plus le íecours du f il ,
&
celui
de
Ia
Iam
e
d argen t :
Par
ces
moy ens je parv in s
à
le s metere en bon
é ra t en moins de
trois
íemaines .
I I I. OB5 E R\ AT 10 N.
A
pef f
pres [emblabl«
à
Ia
précidente.
En Ia mêrne année M . Dafluarr
gé
d cnviron douzc ans, fils de M . le Mar-