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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS I (DEDC I) Programa de Apoio ao Desenvolvimento Político Pedagógico da Estadual de Rede de Educação Profissional da Bahia CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DE ENSINO PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARIA APARECIDA MENEZES DO RÊGO ESTRATÉGIA INTERDISCIPLINAR COMO FORMA DE INTERVENÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (PROEJA MÉDIO) E NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA AO ENSINO MÉDIO (EPI) DO CETEP-BP

Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

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Projeto de intervenção educacional utilizando a interdisciplinaridade como estratégia de melhoria na qualidade da educação

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Page 1: Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEBDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS I (DEDC I)

Programa de Apoio ao Desenvolvimento Político Pedagógico da Estadual de Rede de Educação Profissional da Bahia

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DE ENSINO PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

MARIA APARECIDA MENEZES DO RÊGO

ESTRATÉGIA INTERDISCIPLINAR COMO FORMA DE INTERVENÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (PROEJA MÉDIO) E NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA AO ENSINO

MÉDIO (EPI) DO CETEP-BP

MACAÚBASPOLO BARREIRAS

2015

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MARIA APARECIDA MENEZES DO RÊGO

ESTRATÉGIA INTERDISCIPLINAR COMO FORMA DE INTERVENÇÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (PROEJA MÉDIO) E NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL INTEGRADA AO ENSINO

MÉDIO (EPI) DO CETEPBP

Projeto de Intervenção apresentado como atividade avaliativa 3 da Unidade Formativa IX – Pesquisa II, como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Metodologia de Ensino para a Educação Profissional, pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB).Orientador: Professor Cléber da Silva Reis

MACAÚBASPOLO BARREIRAS

2015

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RESUMO

O presente projeto de intervenção é resultado de observações, estudos e pesquisas realizadas no CETEP-BP, onde foi identificado problema relativo à qualidade do ensino destinado a estudantes da Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio (EPI) e da Educação Profissional de Jovens e Adultos (PROEJA Médio), modalidades educacionais estas, que têm por proposta formar cidadãos em sua integralidade, articulando as esferas educacionais do ensino médio e da educação profissional. Para atingir os objetivos planejados pretende-se intervir por meio de estratégias pedagógicas interdisciplinares a serem aplicadas em aulas normais e aulas de campo, com a adesão dos professores da referida unidade escolar. Trata-se de um Estudo de Caso com pesquisa documental e bibliográfica para fundamentação teórica. Ao final, espera-se que haja redução na evasão escolar, melhoria sensível na qualidade de ensino, redução nos índices de reprovação e que ocorra uma mudança de postura dos envolvidos na ação pedagógica.

Palavras-chave:Educação Profissional. Interdisciplinaridade. Intervenção.

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ABSTRACT

This intervention project is the result of observations, studies and surveys conducted in CETEP-BP, which was identified problem concerning the quality of education for students of Integrated Professional Education to High School (EPI) and Vocational Education for Youth and Adults (High School PROEJA) modalities that are proposed to form citizens in its entirety, articulating the educational levels of high school and vocational education. To achieve the planned objectives are intended to intervene through interdisciplinary teaching strategies to be applied in normal classes and field classes, with the accession of the teachers of that school unit. It is a Case Study with documentary and bibliographic search for theoretical basis. At the end it is expected that any reduction in truancy, significant improvement in quality of education, reduced failure rates and a change in attitude of those involved in the pedagogical action occurs

Key words: Vocational Education. Interdisciplinarity. Intervention.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 04

2 PROBLEMATIZAÇÃO 07

3 JUSTIFICATIVA 10

4 OBJETIVOS 13

5 REVISÃO DA LITERATURA 14

6 METODOLOGIA 24

7 CRONOGRAMA 26

8 RECURSOS 27

9 RESULTADOS ESPERADOS 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29

ANEXO 33

1 INTRODUÇÃO

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Este trabalho consiste na elaboração de um projeto de intervenção a ser

aplicado no Centro Territorial de Educação Profissional da Bacia do Paramirim –

CETEP – BP, com a proposta de promover melhoria na qualidade do ensino. A

intenção é aplica-lo nas turmas de Educação Profissional de Jovens e Adultos –

PROEJA Médio e de Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio – EPI, com a

utilização de estratégias metodológicas interdisciplinares. A identificação do

problema decorreu de observações, pesquisas, entrevistas, estudos e convívio da

autora com a realidade escolar entre os anos de 2008 e 2014, ocasião em que

presenciou a resistência às mudanças, que se faziam e fazem necessárias para

transformação da Unidade Escolar de Ensino Médio para Ensino Médio Integrado à

Educação Profissional. Se anteriormente já não se conseguira colocar em prática

pedagógica a interdisciplinaridade, contextualização e o desenvolvimento de

habilidades e competências, agora o desafio adquire uma maior complexidade, pois

os componentes curriculares têm que ser revistos e os professores necessitam se

adaptar às inovações.

Na primeira década do século XXI tornou-se essencial que se reestruturasse

a educação profissional diante das possibilidades de inclusão no mundo do trabalho

e em decorrência, o acesso à cidadania. Assim, a construção de um currículo que

aborde a formação humana e técnico-científica se faz necessária, de forma a

promover o rompimento com a dualidade histórica que tem separado a formação

geral da formação para o trabalho. Dessa forma, a política de Educação Profissional

em vigor tem como desafio integrar o Ensino Médio à Educação Profissional e

Tecnológica. Essa concepção de Ensino Médio Integrado implica em que a

formação geral não se separa da educação profissional. Assim sendo, a educação

profissional deve ocorrer em espaços que possibilitem aos estudantes adquirirem

fundamentos básicos indispensáveis à vida em sociedade, à produção moderna e

que estejam integrados às novas tecnologias, aos modos atuais de organização e

gestão do trabalho bem como aos meios culturais e de comunicação. Para que

consiga realizar o proposto pela educação profissional, deve-se considerar que os

professores precisam conhecer os métodos de produção e seus princípios científicos

que constituem o objeto do processo formativo, assegurando dessa forma a relação

entre teoria e prática que não podem estar desconectadas.

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Atualmente são demandados profissionais que conheçam os princípios

científicos e tecnológicos, que possuam capacidade intelectual de acompanhar os

processos dinâmicos de produção e consigam solucionar problemas contingenciais

que se apresentam.

De acordo com Kuenzer,

[...] para atender a estas demandas, o discurso da acumulação flexível sobre a educação aponta para a necessidade da formação de profissionais flexíveis, que acompanhem as mudanças tecnológicas decorrentes da dinamicidade da produção científico-tecnológica contemporânea, ao invés de profissionais rígidos, que repetem procedimentos memorizados ou recriados por meio da experiência. Para que esta formação flexível seja possível, torna-se necessário substituir a formação especializada, adquirida em cursos profissionalizantes focados em ocupações parciais e, geralmente, de curta duração, complementados pela formação no trabalho, pela formação geral adquirida por meio da escolarização ampliada, que abranja no mínimo a educação básica, a ser disponibilizada para todos os trabalhadores. A partir desta sólida formação geral, dar-se-á a formação profissional, de caráter mais abrangente do que especializado, a ser complementada ao longo das práticas laborais. (KUENZER, 2007, p.1.159).

Mediar a formação dos estudantes que chegam ao EPI é o papel dos

docentes que deverão apropriar-se do trabalho como princípio educativo, da

pesquisa como prática pedagógica, da intervenção e prática social, garantindo a

prática da interdisciplinaridade com vistas a superar a fragmentação disciplinar, contextualizando os conteúdos com a realidade local dos alunos. O sucesso

dessa proposta de educação integral será possível na medida em que os

professores trabalhem de forma conjunta na implantação e implementação do currículo integrado permitindo a prática de metodologias inovadoras, dentre as quais a interdisciplinar se apresenta como alternativa importante e indispensável, pois permite que se rompam as barreiras que fragmentam os saberes e se construa a totalidade dos conhecimentos com o intercâmbio dos fundamentos científicos.

O grande desafio para se atingir a qualidade no ensino está em vencer a

fragmentação disciplinar que tornam as disciplinas estanques e sem sentido,

impedindo que os estudantes enxerguem a aplicabilidade das ciências como um

todo. Nesse contexto, entende-se que a intervenção, com uso de estratégia

interdisciplinar, possa produzir um sensível melhoramento na qualidade do ensino,

tornando as aulas mais significativas e interessantes.

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Para elaboração e execução desse projeto foram necessários estudos,

pesquisas e discussões. Com relação à pesquisa já realizada e ainda em curso sua

abordagem possui atributos qualitativos, graças às peculiaridades do caso em

estudo e traz em seu conteúdo aspectos bibliográfico e documental que se fazem

necessários para embasamento teórico. Devido às características da situação a

receber intervenção, o presente projeto se configura como um estudo de caso, por ter como objetos de investigação e intervenção entidades bem delimitadas: As turmas do PROEJA Médio e EPI.

Com relação à prática intervencionista pretende-se realizar encontros com os

professores do curso em que se praticará a intervenção. Nesses encontros

ocorrerão seleção de conteúdos e suas interfaces, metodologias e instrumentos

interdisciplinares a serem aplicados, procedimentos para as aulas de campo, formas

de avaliação, percurso formativo dos alunos e culminância do projeto.

Espera-se ao final dessa intervenção constatar resultados sensíveis que poderão ser observados por meio das avaliações, dos relatórios, da redução de evasão e de reprovação.

É importante salientar que o engajamento dos professores será fundamental para consecução dos objetivos esperados, uma vez que os mesmos também serão beneficiados, posto que, enriquecerão seu conhecimento com o compartilhamento de saberes e experiências, e, sobretudo, ao refletirem sobre sua práxis interdisciplinar perceberão que realmente contribuíram com a formação integral, unitária e politécnica dos alunos e que a estratégia interdisciplinar tornou viável a formação holística do educando, dotando-o de conhecimentos científicos, técnicos, humanos, sociais os quais aliados à práxis do trabalho lhes tornarão plenos.

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2 PROBLEMATIZAÇÃO

A qualidade do ensino público no Brasil tem sido questionada e discutida por

técnicos educacionais, gestores, professores e até por políticos. A educação, desde

sua formalização no Brasil, tem ficado sob responsabilidade do Estado e a partir da

Constituição Federal de 1988 está, literalmente, prevista como direito de todos e

dever do Estado.

Em se tratando da Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio, cuja

implementação teve início em 2008 no Centro Territorial de Educação Profissional

da Bacia do Paramirim – CETEP – BP, a situação se agrava, pois a Unidade Escolar

anteriormente possuía a identidade de Formação para o Magistério, em seguida

ampliou sua oferta para Curso de Formação Geral e já nessa fase a carência de

recursos humanos se apresentou como empecilho a uma educação de qualidade. A

nova proposta educacional é dar uma formação integral, unitária, numa perspectiva

de emancipação do educando, de forma que ele saia da heteronomia para

autonomia. Acredita-se que o Ensino Médio Integrado, através da articulação entre

Educação Profissional e Ensino Médio regular, assim como a Educação Profissional

de Jovens e Adultos – PROEJA Médio, se complementem conduzindo à totalidade.

As atuais modalidades educativas objetivam, não somente preparar para

prosseguimento de estudos, como também mediar conhecimentos técnicos e

científicos que permitam ao educando se habilitar para o mundo do trabalho. Seria

uma formação voltada à politecnia, entendendo a educação politécnica como uma

educação unitária e universal com sentido de superar o dualismo entre cultura

técnica e cultura geral e que se direcione para “o domínio dos conhecimentos

científicos das diferentes técnicas que caracterizam o processo de trabalho produtivo

moderno” (SAVIANI, 2003, citado por FRIGOTTO, CIAVATTA e RAMOS, 2005).

A proposta é excelente, entretanto produzir efetivamente a educação que se

propõe, com a qualidade necessária, torna-se um desafio não somente em

proporção como em complexidade.

O desafio apresenta-se já no início de 2008 no CETEP –BP quando foram

ofertados dois cursos técnicos integrados ao ensino médio: Técnico em Vendas e

Técnico em Meio Ambiente, o primeiro pertencente ao eixo de Gestão e Negócios e

o segundo ao eixo de Saúde e Meio Ambiente. Quem seriam os professores das

disciplinas técnicas específicas? O gestor busca em sua rede de relacionamentos

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bacharéis com conhecimentos técnicos que pudessem atender a essa demanda.

Dentre os convidados, eu aceitei o convite não apenas por gostar de desafios, mas

entendendo que poderia contribuir de alguma forma, para construção de uma

educação diferenciada.

Nos momentos de articulação com os demais professores apresentavam-se

problemas sobre como trabalhar com essa nova modalidade de ensino, de modo a

realizar uma educação de qualidade. Os professores efetivos não possuíam

experiência na área técnica e os bacharéis desconheciam os fundamentos

pedagógicos. Contudo, sabíamos que seriam necessárias muitas pesquisas,

estudos e discussões. Era e continua sendo indispensável que se trabalhe com

professores que estejam envolvidos e qualificados para promover esse processo de

mudança. A interdisciplinaridade se apresentava e continua sendo a opção eficaz

para se conseguir a integração curricular. Nada é fácil quando se é pioneiro em

algum empreendimento.

No decorrer desse período, entre 2008 e 2013, várias turmas concluíram o

Ensino Médio Integrado no CETEP – BP e os egressos saíram com habilitação nos

cursos técnicos de Vendas, Meio Ambiente, Edificações, Agroecologia,

Enfermagem, Contabilidade e Secretariado Escolar, sendo que Enfermagem,

Contabilidade e Secretariado Escolar foram turmas do PROSUB (Subsequente para

quem já possuía ensino Médio), duas turmas de PROEJA, uma de Vendas e outra

de Agroecologia. Todavia questiona-se a qualidade da formação que esses

egressos receberam.

Nesse ínterim, além de ter lecionado várias disciplinas técnicas específicas,

contribuí atuando como articuladora de curso, inicialmente em Vendas e Meio

Ambiente e a partir de 2009 apenas no Curso Técnico em Edificações, graças à

graduação em engenharia. Durante todo o período de articulação foram encontradas

resistências por parte dos professores em mudarem suas posturas, com relação às

práticas pedagógicas que deveriam ser pautadas na interdisciplinaridade e

contextualização. Anteriormente, entre 2002 e 2004, eu já atuara na mesma unidade

escolar nos cursos Normal e Formação Geral e já conhecia muitos professores que,

em sua maioria, resistiam às mudanças, ao novo, às tecnologias que se

apresentavam como instrumentos que facilitariam o processo de ensino e

aprendizagem. A observação diária, pesquisa, estudos, entrevistas com alunos e

professores culminaram na análise de que uma forma para se alcançar uma

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educação de qualidade é através do envolvimento de toda comunidade escolar e

especificamente de uma efetiva e eficaz prática interdisciplinar que, dentre outras

possibilidades, permitirá que se alcance sucesso nas ofertas de Ensino Médio

Integrado que formará profissionais emancipados, conscientes de suas

possibilidades como cidadãos livres.

O desafio é mediar uma Educação Profissional de qualidade, com baixa taxa

de evasão, que promova a inserção dos jovens na sociedade, no mundo do trabalho

e lhes crie alternativas para prosseguir nos estudos.

Assim sendo, através desse projeto será buscada realizar uma intervenção

junto ao CETEP – BP, de modo a contribuir para melhoria na prática pedagógica,

inovando nas metodologias, fazendo uso das tecnologias de informação e

comunicação que há disponíveis e, acima de tudo, atentando para que a

interdisciplinaridade esteja assegurada no currículo e na práxis educativa, evitando a

fragmentação do conhecimento e a segmentação curricular.

3 JUSTIFICATIVA

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A Educação Profissional no Brasil tem uma história mesclada de avanços e

retrocessos, provocados pelas constantes mudanças nas políticas públicas

educacionais. Sua trajetória evidencia a dualidade / a dicotomia entre Educação

Profissionalizante e Educação Básica desde seus primórdios e somente nos últimos

anos com a edição do decreto 5154/2004 que se vislumbra a viabilidade de uma

educação profissional significativa e não mais dicotômica. Na perspectiva do ensino

Médio Integrado, existe o objetivo de uma formação integral, na qual haja a relação

e articulação entre a formação a ser desenvolvida no Ensino Médio e a preparação

para exercício de profissões técnicas. Para consecução desse objetivo, existem

princípios direcionais segundo os quais o trabalho é um dos princípios educativos, a

pesquisa um princípio pedagógico, estando aquele integrado à Ciência, Tecnologia e

Cultura e esta proporcionando a iniciação científica ao educando. Além desses

fundamentos, existem ainda, a interdisciplinaridade, a contextualização, a

indissociabilidade entre teoria e prática, a intervenção social e outros tantos que

remetem à meta da construção dos saberes do educando.

No que tange às políticas educacionais, há muito se estabelece como

prioridade a qualificação do Ensino Médio e, atualmente, deste e da Educação

Profissional. Todavia, a democratização do acesso à escola ampliou o número de

vagas, sem que houvesse uma ampliação na qualidade e na permanência do aluno

na escola.

A pretensão da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio é que se

promova uma educação que elimine a dicotomia entre propedêutica e profissional.

Pretende-se uma escola que forneça uma educação que se assemelhe à politecnia,

cuja noção, para Saviani (1989):

A noção de politecnia diz respeito ao domínio dos fundamentos científicos das diferentes técnicas que caracterizam o processo de trabalho moderno. Diz respeito aos fundamentos das diferentes modalidades de trabalho. Politecnia, nesse sentido, se baseia em determinados princípios, determinados fundamentos e a formação politécnica deve garantir o domínio desses princípios, desses fundamentos (p. 17) .

Ao se idealizar uma educação de qualidade é necessário pensar na formação

dos professores, na diversidade dos alunos que estarão nas escolas, nas condições

sociais de cada indivíduo, em sua realidade local e em sua perspectiva de vida e a

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partir daí, cada unidade escolar elaborar seu projeto pedagógico, organizar sua

grade curricular de forma que haja diálogo entre os vários campos de trabalho, da

ciência, da tecnologia e da cultura, como referencial para formação integral do

educando.

Para se alcançar a qualidade de ensino na modalidade EMI, uma estratégia

viável e prevista é a metodologia baseada na interdisciplinaridade que, segundo

Fazenda (1996)

É condição de volta ao mundo vivido e recuperação da unidade pessoal, pois, o grande desafio não é a reorganização metódica dos estudos e das pesquisas, mas, a tomada de consciência sobre o sentido da presença do homem no mundo (FAZENDA, 1996: 40-41 e JAPIASSU apud FAZENDA, 1996: 42).

Ainda com o suporte de Fazenda (2001), depreende-se que uma proposta de

intervenção interdisciplinar partiria do pressuposto de que nenhuma forma de

conhecimento é, por si mesma, suficiente de conter uma determinada realidade e

através do diálogo de diversas formas de saberes, tais como o saber tácito, intuitivo,

o popular, o informal, o do inconsciente é estimulado de forma a deixar-se

interpenetrar por elas.

A interdisciplinaridade, por si só apresentou-se como um desafio, por romper

barreiras e requerer readaptações, estudos e reflexões, sobre uma nova práxis

pedagógica. Todavia, diante do atual contexto educacional, com base no Parecer

CNE/CEB 11/2012, aprovado em 09/05/2012, que deu origem às Diretrizes

Curriculares Nacionais para Educação Profissional Técnica de Nível Médio, onde

constam os princípios norteadores e orientação para elaboração curricular, entende-

se como solução para incrementar a qualidade do Ensino Médio Integrado a

aplicação de estratégias interdisciplinares através de um projeto de intervenção que

mobilize professores, educandos, gestores e pessoal de apoio, numa ação conjunta

na qual haverá troca de saberes e experiências que resultará num ensino prático-

teórico de qualidade efetiva.

Pelo exposto acima, analisa-se justificável a implementação do projeto de

intervenção com práxis interdisciplinar, cuja metodologia executiva será através de

pesquisas e aulas de campo.

4 OBJETIVOS

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Objetivo Geral

Promover melhoria na qualidade da educação média e profissional

oferecida pelo CETEP – BP, fortalecendo o Ensino Médio Integrado.

Objetivos Específicos

Priorizar e majorar a qualidade da educação integral dos educandos;

Ampliar a permanência dos alunos na escola reduzindo a evasão;

Promover práticas interdisciplinares que viabilizem a articulação entre

Ciência, Tecnologia, Cultura, Trabalho e Sociedade;

Socializar conhecimentos e experiências entre os docentes de modo

que lhes permitam construir e aperfeiçoar os componentes

curriculares;

Promover a inserção social e produtiva dos educandos;

Reduzir índice de reprovação.

5 REVISÃO DA LITERATURA

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Diante da indefinição de identidade do Ensino Médio e de sua integração à

Educação Profissional surge a modalidade educativa do Ensino Médio Integrado,

elaborada com objetivos de promover a formação integral do educando, não

somente lhe deixando apto a prosseguir em estudos superiores, como também a

participar do mundo do trabalho, por meio da Educação Profissional.

A Educação Profissional apareceu no cenário educativo brasileiro nos idos do

Século XVII quando foi criada na Bahia a Escola de Artilharia Prática e Arquitetura

Militar ou Aula de Fortificações. No Século XVIII, com o ciclo do ouro, ocorreu

demanda por alguma forma de ensino profissional, em consequência da implantação

de casas de fundições e da criação da Casa da Moeda. De forma similar, a fundação

dos Arsenais da Marinha solicitou profissionalização de mão de obra. Como meio de

fornecer suprimento a esta lacuna, foram promovidas experiências de aprendizagem

metódica dos ofícios. Paralelamente, existia a educação para os mais abastados e já

então se denotava o caráter dual da educação brasileira: uma educação para a elite

e outra para os menos afortunados, os desprovidos da sorte. (FONSECA, 1961

citado por SAVIANI, 2005).

Ao longo da trajetória da educação brasileira a situação de dualidade

educacional sempre esteve presente, conquanto ocorressem reformas, essas

sempre possuíam características conservadoras. A preponderância das iniciativas

para educação formal era tendenciosa e de caráter voltado ao atendimento das

necessidades de mercado. A propriedade privada que provocou a divisão de classes

e, portanto, a dualidade da educação, promoveu o crescimento e fortalecimento do

capitalismo e suas ideologias alcançaram a hegemonia. Entretanto, os moldes nos

quais o sistema capitalista dominou praticamente todo o mundo, trouxe consigo

incontáveis problemas.

A respeito da amplitude dessa problemática capitalista, já no início da década

de 90, século XX, Hobsbawn, com base em Frigotto (2005) alertava para o fato de

que o socialismo deveria estar em pauta, uma vez que o próprio capitalismo já não

possui capacidade de solucionar a grandeza e abrangência dos problemas por ele

produzidos. O mesmo Hobsbawn (2000) questiona quanto às práticas educativas, de

formação técnico-profissional que as diferentes esferas sociais produzem, e,

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especialmente as práticas escolares que ajustam a educação aos processos de

exclusão sem culpa. E acrescenta, indagando que tipo de projeto de sociedade se

deve buscar e construir, quais tipos de valores e conhecimentos se devem

desenvolver para uma cidadania efetiva e como tudo isso implica nos processos de

formação e profissionalização.

Retomando a história da educação profissional no Brasil, com a vinda de D.

João VI, em fuga de Napoleão, houve um consequente desenvolvimento na então

colônia e em 1808 foram fundadas escolas superiores, a primeira escola vocacional

e as primeiras faculdades de Direito. As províncias são responsabilizadas pela

educação primária e secundária e, em 1809, foi criado o colégio das Fábricas, no rio

de Janeiro, através de decreto do Príncipe Regente, que derrubou decreto anterior

da rainha Maria, que proibia o funcionamento de indústrias nas colônias de Portugal.

Esse foi o ato efetivo direcionador da profissionalização do trabalhador brasileiro.

Foram criadas também dez Casas de educandos e Artífices em capitais da

província, iniciando a criação em Belém do Pará (MEC, 2000, p. 11). Tais

instituições tiveram sua concepção idealizada visando a garantia prioritária aos

menores desvalidos, com fim de reduzir a vagabundagem e criminalidade. Ainda em

nossos dias ouve-se ideia semelhante quando se fala em retirar os adolescentes das

ruas através da educação profissional. Não se observa com frequência, nos estudos

existentes, a visão de uma educação profissional como educação verdadeira, há

sempre uma outra conotação, seja direcionada para finalidades mercadológicas ou

mesmo eleitoreiras, como aconteceu nas últimas campanhas quando, tanto a

candidata do PT, como o candidato do PSDB, utilizavam em seus discursos, a

necessidade de investimento na educação profissional e já aparecia com destaque

em suas falas a própria modalidade da educação profissional integrada ao ensino

médio.

Em 1909, através do decreto 7.566 de 23 de setembro, criaram 19 Escolas de

Aprendizes Artífices. Nesse período a indústria nacional era inexpressiva e são

apontadas pouco mais de 636 fábricas com média de 85 operários por unidade (E.

Lodi, 2002). As profissões em que se formavam eram nos setores de tornearia,

fundição, mecânica e eletricidade e onde a indústria era menos representativa eram

formados alfaiates, encadernadores, sapateiros, funileiros e marceneiros. Os

primeiros Cursos Técnicos só foram legalmente criados em 1920 com a

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promulgação da Lei 3.991 de 05 de Janeiro e as funções técnicas necessárias eram

supridas com mão de obra técnica estrangeira. A proximidade da Segunda Guerra

Mundial induziu que o governo se articulasse com a classe industrial e criaram

comissões incumbidas de organizar a formação profissional. Em 1933, no governo

Vargas, dentre outros, foram criados o Instituto do Açúcar e do Álcool; em 1938 foi a

vez do Conselho Nacional do Petróleo; em 1940 a Fábrica Nacional de Motores

(FNM, quem não ouviu ou viu um de seus caminhões?), a Companhia Siderúrgica

Nacional e a Comissão de Combustíveis e, em 1942 surge o Sistema S, através do

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI - que se constituiu na base

efetiva para industrialização brasileira. A regulamentação profissional do Técnico

Industrial só ocorreu em 1968 e, em 1971, por força legal todo ensino médio foi

obrigado a ser integrado ao ensino profissional. Decorrente da lei 5.692/71, toda e

qualquer escola de segundo grau assumia também a escola técnica. Dessa forma,

todos os brasileiros, ainda que no futuro se tornassem médicos, advogados,

dentistas, engenheiros ou filósofos, era antes de tudo um técnico e essa era a única

forma de se chegar à Universidade ou mesmo ingressar no mundo do trabalho. Foi o

período em que se proliferaram as Escolas Polivalentes. Todavia esse projeto

educativo não teve sucesso, como só haveria de acontecer, visto que o projeto

encerrava em si um pensamento hegemônico prescrevendo um único caminho

possível.

De acordo com Saviani (2007) a partir da Revolução Industrial foram

incorporadas as funções intelectuais ao processo produtivo e a escola foi o meio de

introduzir essas funções na sociedade e essa foi uma política de ensino dos

principais países que passaram a organizar seus sistemas de ensino generalizando

o ensino básico, o qual veio promover a qualificação profissional dos trabalhadores,

de forma que esses se integrassem ao processo de produção. Todavia, havia

tarefas, além da operação de máquinas, que requeriam outras habilidades técnicas

específicas que promoveram demanda por outra qualificação, aí surgindo os cursos

profissionalizantes dentro das empresas ou do sistema de ensino, mas atendendo

às demandas do processo produtivo. Assim surgiram as escolas de formação geral e

as escolas profissionalizantes. Entretanto a reflexão histórica a respeito das políticas

públicas para a educação profissional no Brasil permite o questionamento da

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dualidade de fundamentos entre as funções intelectual e instrumental, entre a

formação das elites e a formação dos trabalhadores.

Acima há o resumo de políticas que entre trancos e barrancos, entre avanços

e retrocessos buscava evoluir, mas mantendo uma postura conservadora, ou seja,

continuava a existir a dualidade de escolas profissionais para os trabalhadores e

escolas de “ciências e humanidades” para os futuros dirigentes.

A LDB de 1996 trouxe maior coerência no que se refere à Educação

Profissional e nesse ínterim encontra-se o Ensino Médio, que até então não possuía

identidade definida. Surge a possibilidade da integração entre ensino médio e

educação profissional e essa integração é assunto de discussões e debates por

parte da sociedade, dos estudiosos e dos políticos.

Quando foi editado o decreto 2.208/2007, que regulamentou a LDB, esse

documento mantinha a estrutura dualista e segmentada da educação profissional e

apenas permitia a articulação entre as duas modalidades de ensino médio e técnico,

voltando o primeiro a ter seu caráter propedêutico e o segundo assumindo caráter

complementar ao primeiro. De acordo com Frigotto (2005), o citado decreto foi

orientado buscando mediar a educação de conformidade com as formas inovadas

do mercado globalizado e de produção flexível, uma vez que tratava-se de formar

um trabalhador “cidadão produtivo, adaptado, adestrado, treinado, mesmo que sob

uma ótica polivalente”. Contudo esse retrocesso foi parcialmente corrigido com a

revogação do acima referido decreto pelo atual, em vigor, decreto 5.154/2004 que foi

promulgado com a intenção de corrigir falhas no anterior e tem em si princípios e

diretrizes do Ensino Médio Integrado à Educação Profissional. Com sua edição

esperam-se estratégias educativas que emancipem através de uma educação, que,

de acordo com Araújo (2006):

[...] que interesse aos trabalhadores e que se articule com um projeto contra hegemônico, de socialismo, ancorada nos conceitos de politecnia e de escola unitária, categorias que sustentam uma formação que tem o homem, e não o mercado, como principal referência.

Nesses moldes o novo homem deve ser preparado tanto para a sociedade como também possuindo habilidade de especialização para dirigir e resolver problemas. Essa é a escola, citada por Gramsci (1985)

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apud Saviani (2007) “uma escola para todos, aristocrática e democrática, no sentido de formar a todos como homens superiores”.

Depreende-se que a educação de ensino médio profissional, assumida em

sua totalidade pelo Estado, deva se constituir em um dos fatores que possua

condições de fortalecer a instauração de uma escola unitária e “envolver todas as

gerações, sem divisões de grupos ou castas” (GRAMSCI, 1985), idem, ibidem. A

ruptura da reprodução de paradigmas externos, promovendo a inovação a partir da

relação entre o ensino científico e o técnico, permitindo articulação entre trabalho,

ciência, cultura possibilitará uma prática educativa verdadeiramente libertadora.

Vislumbra-se, após o decreto 5154/2004, a tentativa de se organizar a

Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio, assim como são viabilizadas

outras modalidades para a formação profissional: a PROSUB – Educação

Profissional Subsequente (para quem já concluiu o ensino Médio) e o PROEJA,

além do EPI. Nessa perspectiva, de acordo com as Diretrizes Curriculares

Nacionais, o educador analítico e reflexivo vê como solução, para promoção de uma

educação de qualidade e que seja realmente integral, unitária e politécnica, a

estratégia interdisciplinar que possibilitará a formação holística do educando,

dotando-o de conhecimentos científicos, técnicos, humanos, sociais os quais aliados

à práxis do trabalho lhe tornarão pleno.

Nos dias atuais depara-se com “novas” ou “renovadas” políticas públicas que

pretendem promover a educação profissional de nível médio e de sua possível

estruturação fundamentada em uma perspectiva de escola básica unitária,

politécnica, extirpando o dualismo na organização do sistema educacional que tem

impossibilitado a união entre formação intelectual e trabalho produtivo. Ao mesmo

tempo é objetivo implementar a integração do Ensino Médio à Educação

Profissional, através da modalidade EPI, com duração de quatro anos. A partir de

2008, na Bahia muitas Escolas Estaduais foram transformadas em Centros

Territoriais e Centros Estaduais de Educação Profissional.

Os Centros Territoriais estão sendo implementados com intuito de atender os

municípios pertencentes a um mesmo Território de Identidade. Em Macaúbas, sede

da 23ª Diretoria Regional de Educação, teve seu Colégio Estadual Aloysio Short

Page 20: Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

transformado no Centro Territorial de Educação Profissional da Bacia do Paramirim,

que atende a nove municípios pertencentes ao Território de Identidade da bacia de

mesmo nome. Os Eixos de cursos ofertados foram de Saúde e Meio Ambiente,

Infraestrutura e de Gestão e Negócios.

De acordo com o MEC, os cursos tecnológicos e técnicos de nível médio

foram classificados por eixos tecnológicos e vinculados a uma base científica

comum, permitindo que se discuta o papel social das tecnologias. Por sua vez, o

Ministério do Trabalho e Emprego – MTE - elaborou os arcos ocupacionais

introduzindo-os em ações de qualificação profissional e no Programa Projovem,

como medida de ultrapassar a fragmentação curricular e ampliar as condições de

inserção no mundo do trabalho, bem como fornecer possibilidades de

prosseguimento no processo de qualificação. Na Bahia, de acordo com Lima (2013),

nos cursos de educação profissional (e na formação de seus educadores), a base

científica não pode estar limitada às Ciências Exatas e Naturais, pois as Ciências

Humanas e Linguagens são bases necessárias para formação integral do educando,

assim sendo, os currículos da base nacional comum tem como influenciaras da

formação técnica específica e vice-versa. É nesse intercâmbio de influências

científicas que se pode e deve aplicar a estratégia da interdisciplinaridade como

meio de intervir na formação politécnica dos educandos garantindo-lhes

conhecimentos que lhes permitirão direcionar suas vidas

Lima (2013) diz que, no caso da rede estadual baiana foi adotada a Formação

Técnica Geral no currículo de todos os cursos ofertados. A estratégia visa fazer com

que esse conjunto de componentes curriculares sirvam de ponte entre a educação

básica e técnica. No caso baiano os componentes curriculares são: Linguagem -

Inclusão Digital; Biologia – Saúde, Segurança e Meio Ambiente; Filosofia – Ética e

Direito do Trabalho e Iniciação Científica e Sociologia – Organização do Processo de

Trabalho e Organização Social do Trabalho. Posteriormente foram incluídos os

componentes, Intervenção Social, Tecnologia Social, Aula de Campo e Visita

Técnica – ISTSACVT e Pesquisa, Orientação Profissional e Iniciação Científica –

POPIC, cujas ementas objetivam utilizar a intervenção social como princípio

pedagógico, a pesquisa e trabalho como princípios educativos, dando margem a

iniciarem no mundo das ciências.

Page 21: Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

Lima (2013) salienta que

Na perspectiva marxiana e gramsciana, é imperativo pensar o trabalho como princípio educativo, não apenas o trabalho como um fim, mas como portador de um conjunto de significados: filosófico, sociológico, econômico político, prático e pedagógico. O trabalho constrói conhecimentos e saberes e todo trabalhador é portador deles, embora sob o capitalismo os conhecimentos sejam apropriados pelo capitalista e os saberes do trabalho menosprezados pela elite acadêmica e pela elite científico-tecnológica.

Na Bahia já foi executada e encontra-se em execução a integração da

Educação Profissional com a Educação de Jovens e Adultos (PROEJA Médio e

Fundamental ou FIC). A intervenção social tem sido adotada como princípio e

instrumento pedagógico na Educação Profissional numa mobilização de estudantes

e professores que prestam serviços à comunidade como forma de estágio social.

Essas ações são articuladas com a orientação profissional e o estágio

supervisionado.

Os componentes curriculares atuais na Bahia são resultados de discussões

das quais participaram os professores dos diversos territórios e técnicos

educacionais da SUPROF (Superintendência de Educação Profissional). Conquanto

haja flexibilidade na escolha das disciplinas, por parte de cada unidade Escolar,

procura-se manter a unidade curricular nacional, segundo as Diretrizes Curriculares

Nacionais para Educação Profissional. Questiona-se qual seria o currículo ideal, mas

esta sempre foi uma questão presente em todos os momentos em que se discute a

educação brasileira.

No quadro presente do Ensino Médio Integrado discutem-se os cortes que

alguns componentes curriculares sofreram em sua carga horária para acréscimo de

outros componentes. As queixas que se ouvem dos professores das Ciências da

Natureza, das Linguagens e até mesmo da Formação Técnica Específica sinalizam

para ausência de integração entre esses componentes. Muito pode ser feito, através

da interdisciplinaridade e contextualização, para suprir as faltas de carga horária. Os

articuladores de curso têm como planejar, em conjunto com seus professores, as

trocas possíveis de conhecimento, saberes e experiências. É fato que as unidades

Escolares não dispunham em seus quadros de profissionais das áreas “técnicas

específicas”. Em regime excepcional, foram contratados bacharéis para

preencherem essas lacunas e mesmo os gestores, não tinham conhecimento

Page 22: Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

suficiente sobre a educação profissional, de forma a conduzirem o processo de

mudança que se apresentava. Diante de muitas dificuldades, seja de estrutura física,

de recursos humanos, formação continuada e principalmente, da falta de

entrosamento entre as equipes de professores, atualmente os Centros de Educação

Profissional encontram-se em situação de emergência com relação a efetividade de

seu propósito: formar profissionais de forma integral.

O currículo tradicional tem mantido a fragmentação disciplinar e a partir das

Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio Nacionais (1999) preconizou-se

a necessidade de um ensino interdisciplinar. De acordo com Paviani (2008, p.14), o

arranjo disciplinar trouxe a fragmentação do conhecimento e a especialização e

perderam a visão do todo. Surge o redirecionamento educacional, segundo o qual, o

educando deve se apropriar do conhecimento tendo o professor como mediador e

não mais como o “dono do saber”. A LDB de 1996 sofreu alterações decorrentes do

Decreto 5.154/2004 que culminou na Lei 11.741/2008 e de lá para cá novas

Diretrizes Curriculares para Educação Profissional Técnica de Nível Médio foram

estabelecidas, sob o parecer do Conselho Federal de Educação – CNE/CEB nº

11/2012.

De acordo com o parecer acima referido:

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio, portanto, devem estar centradas exatamente nesse compromisso de oferta de uma Educação Profissional mais ampla e politécnica. As mudanças sociais e a revolução científica e tecnológica, bem como o processo de reorganização do trabalho demandam uma completa revisão dos currículos, tanto da Educação Básica como um todo, quanto, particularmente, da Educação Profissional, uma vez que é exigido dos trabalhadores, em doses cada vez mais crescentes, maior capacidade de raciocínio, autonomia intelectual, pensamento crítico, iniciativa própria e espírito empreendedor, bem como capacidade de visualização e resolução de problemas. O que é necessário, paralelamente, acompanhando de perto o que já vem sendo historicamente constituído como processo de luta dos trabalhadores, é reverter tais exigências do mercado de trabalho melhor remuneração, que sejam suficientes para garantir condições de vida digna, mantendo os direitos já conquistados. (CNE/CEB 11/2012).

Busca-se a educação integral, de forma que o educando, através da pesquisa

e do trabalho como princípios educativos, consiga atingir seus objetivos de aquisição

de conhecimento. Essa formação integral deve estar centrada nos pilares do

Trabalho, Ciência, Tecnologia e Cultura. Elaborar o currículo integrado que

contemple os fundamentos científicos, humanísticos, culturais e tecnológicos exige

Page 23: Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

consenso sobre que ser humano e que profissional se deseja formar e com que

estratégias se pretendem trabalhar de forma a traduzir em valores e atitudes os

fundamentos priorizados.

Conforme Machado (2009), a construção do currículo integrado exige

mudança de postura pedagógica, de modo de agir, não apenas de professores e

também de alunos. Essa construção representa uma ruptura com um modelo de

cultura hierarquizadora dos conhecimentos, que tem conferido um sentido negativo

ao significado de técnica, associando-o ao trabalho manual.

Ao pensar a formação integral do educando Machado acrescenta que:

Os currículos integrados são oportunidades riquíssimas para explorar as potencialidades multidimensionais da educação, para superar a visão utilitarista do ensino, para desenvolver as capacidades de pensar, sentir e agir dos alunos, para realizar o objetivo da educação integral. (MACHADO, 2009).

No que está documentado na Resolução que deu origem às atuais Diretrizes

Curriculares, em seu Capítulo II – Princípios Norteadores, no artigo 6º, prevê em

seus incisos:

VII - interdisciplinaridade assegurada no currículo e na prática pedagógica, visando à superação da fragmentação de conhecimentos e segmentação da organização curricular;

VIII - contextualização, flexibilidade e interdisciplinaridade na utilização de estratégias educacionais favoráveis à compreensão de significados e à integração entre a teoria e a vivência da prática profissional, envolvendo as múltiplas dimensões do eixo tecnológico do curso e das ciências e tecnologias a ele vinculadas.

Com base no material estudado e na experiência vivenciada no âmbito de um

Centro Territorial de Educação Profissional no qual são ofertados cursos técnicos

nas modalidades de Ensino Médio Integrado, PROEJA e PROSUB, diante das

inúmeras dificuldades a serem superadas, para realizar uma educação de qualidade,

entende-se que a promoção de uma intervenção com base em práticas

interdisciplinares contextualizadas trará resultados significativos, tanto para definição

da identidade do CETEP - BP, como para realização de uma educação profissional

libertadora com aprendizagem efetiva, promovendo conhecimento universal. Por

meio da interdisciplinaridade, aliada à pesquisa e ao trabalho como princípios

Page 24: Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

pedagógicos, certamente se obterá uma conciliação produtiva entre as diversas

áreas das ciências, sejam humanas, biológicas ou naturais.

Vive-se um momento histórico em que os educadores devem e precisam

promover uma prática que venha revolucionar a classe dos educandos, mediando e

construindo, juntamente com eles, uma nova perspectiva que, de acordo com

Hobsbawn (2000), promova, através de ações e reflexões socialistas, a busca pela

transformação do sistema capitalista que já não se sustenta e nem consegue

solucionar seus problemas, por si mesmo gerados. É chegado o momento de se

envidar esforços no sentido de clarear o “apagão” profissional do qual se fala tanto

no Brasil. E uma das possibilidades de se conseguir alcançar esse patamar de

qualidade e funcionalidade educacional é através da práxis interdisciplinar, que

viabiliza a integração de todas as disciplinas promovendo um diálogo que ultrapassa

as fronteiras fragmentadoras do conhecimento.

6 METODOLOGIA

Page 25: Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

O planejamento e execução deste projeto necessitarão de pesquisas e

estudos, que serão de natureza bibliográfica e documental, para embasamento das

ações a serem realizadas na execução do projeto. Planeja-se, a princípio, realizar

essa intervenção com a turma PROEJA Edificações, onde a autora do projeto

leciona as disciplinas de ISTSACVT, POPIC, Artes e coordena o estágio (além de já

ter coordenado o mesmo curso até final de 2013).

Por se tratar de uma pesquisa na área educacional, tecnicamente seria

classificada como qualitativa e, na realidade, quando das observações e análise da

situação em que ocorre a educação no CETEP – BP, as características qualitativas

prevaleceram. Os dados foram obtidos diretamente no ambiente natural (Unidade

Escolar), o pesquisador foi o principal instrumento (MAMR), os dados obtidos são

predominantemente descritivos, a preocupação com o processo foi maior do que

com o produto, o significado que as pessoas observadas dão aos fatos é o foco

central da pesquisa e resultados das observações são analisadas de forma indutiva,

em decorrência de esses atributos serem gerais, pode-se afirmar que a pesquisa

tem um caráter qualitativo e, neste projeto, trata-se de um estudo de caso. Essa

classificação tem como base os ensinamentos de Lüdke e André (2013).

Com relação ao embasamento teórico a pesquisa tem sido de caráter

bibliográfico e também documental, através de materiais coletados na Biblioteca do

próprio CETEP – BP, documentos oficiais disponíveis na Internet, artigos e revistas

especializadas.

Quando da execução do projeto de intervenção, propriamente dito, as ações

transcorrerão tanto na unidade escolar como em ambientes extraescolares, pois

acontecerão aulas de campo (conforme orientações da disciplina ISTSACVT –

Intervenção Social, Tecnologias Sociais, Aulas de Campo e Visitas Técnicas) e

POPIC (Pesquisa, Orientação Profissional e Iniciação Científica). As aulas de campo

serão convenientemente precedidas por aulas expositivas, quando serão discutidos

os diversos temas interdisciplinares, com as devidas abordagens metodológicas. As

aulas de campo acontecerão em canteiros de obras da cidade e os estudantes serão

acompanhados por professores, sendo dentre eles dois engenheiros. Nas aulas

intraescolares serão utilizados recursos midiáticos que existem na Unidade escolar,

como Laboratório de Informática, Laboratório de Desenho e biblioteca, além de

trabalhar com os instrumentos específicos do curso.

Page 26: Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

PLANOS DE AÇÃO

Os planos de ação serão discutidos em momentos de AC (atividade

complementar) já na primeira semana de março de 2015, com os diversos

professores do Curso, os quais deverão se engajar no projeto para que o mesmo

alcance seus objetivos.

Nos planos de ação constarão: seleção de conteúdos curriculares e suas

interfaces, as metodologias e recursos inovadores a serem utilizadas, as estratégias

e formas de avaliação, período de aplicação, itinerário de ação e culminância.

Pelo fato da autora do projeto dispor de apenas quatro horas semanais para

AC e ter que dedicá-las a outros dois cursos no qual leciona, haverá necessidade de

analisar a disponibilidade dos colegas de trabalho. Porém acredita-se que esse será

um problema contornável.

Pretende-se, de início, aplicar o projeto no primeiro semestre, quando a turma

do Proeja Edificações estará cursando o módulo V, mas, de acordo com a adesão

dos colegas professores e dos alunos, planeja-se estendê-lo por todo o ano letivo de

2015, e, sendo conveniente, estendê-lo para outros cursos.

7 CRONOGRAMA

Page 27: Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

O projeto terá duração de seis meses, com início na primeira semana de aula

em Março e culminância em Agosto de 2015 na semana anterior às avaliações finais

da unidade. Havendo prorrogação, novo cronograma será elaborado.

PLANO DE AÇÃO / CRONOGRAMA

Projeto deIntervenção

MêsMarço

Mês Abril

MêsMaio

MêsJunho

Mês Julho

MêsAgosto

Discussão de Conteúdos eInterfaces

x X X X X -

Definição deMetodologias e InstrumentosInterdisciplinares

X X X X X -

Aulas Interdisciplinares

- X X X X -

Feedback - X X X X XAulas de Campo - X X X -Elaboração deRelatórios

- X X X X -

Avaliação - X X X X XCulminância doProjeto

- - - - - X

‘ As discussões de conteúdo acontecerão em momentos de AC ou

combinados com os professores do curso de acordo com suas disponibilidades. A

escolha das metodologias seguirá o mesmo procedimento anterior. As aulas

interdisciplinares terão início em Abril de 2015 quando terá iniciado o módulo V do

curso a receber a intervenção. O feedback acontecerá continuamente, pois em caso

de necessidade, as estratégias e metodologias serão revistas. Estão planejadas 16

aulas de campo, sendo uma por semana de cada mês. Em cada aula de campo os

estudantes farão suas anotações, conforme orientação prévia e de conformidade

com suas vontades. Durante as aulas externas serão tiradas fotografias com as

quais será elaborado um painel para exposição no pátio da escola. A avaliação será

processual formativa, abordando critérios qualitativos e quantitativos.

8 RECURSOS

Page 28: Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

Para realização do projeto de intervenção, ora em planejamento, os recursos

materiais e humanos existem na unidade escolar onde o projeto será aplicado,

portanto, não haverá ônus, exceto para revelação das imagens que serão

fotografadas durante as aulas de campo. Neste caso, não haverá necessidade de

um plano de ação para realização do projeto, pelo fato de existirem recursos

financeiros disponíveis para pequenas despesas.

9 RESULTADOS ESPERADOS

Page 29: Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

Durante e após a operacionalização do projeto de intervenção

espera-se que a realização das aulas tenha uma melhora sensível em sua

qualidade. Será possível avaliar se os objetivos foram alcançados a partir dos

resultados dos relatórios dos alunos, bem como da aprovação dos mesmos no

semestre. Será solicitado à Vice-direção pedagógica que acompanhe algumas das

aulas interdisciplinares para sua posterior avaliação qualitativa. Ao final do projeto,

os estudantes responderão um questionário no qual poderão expor suas impressões

acerca das aulas ministradas e das estratégias interdisciplinares. Será verificado

ainda, se durante o semestre houve alguma evasão e, em caso negativo, contar-se-

á com a opinião dos alunos sobre sua permanência no curso.

O propósito deste projeto é que a práxis interdisciplinar passe a

fazer parte das estratégias cotidianas dos professores, que eles sintam o quanto

podem enriquecer suas aulas ao eliminarem fronteiras entre os conhecimentos

fragmentados. Importante também será o fato de, ao tornarem essa práxis rotineira,

os professores se conscientizarão que seu próprio conhecimento foi enriquecido e

que possuem, após essa atitude, novos saberes e olhares sobre o mundo, pois

sentirão que tudo está conectado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 30: Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

ARAUJO, Ronaldo Marcos de Lima. A regulação da educação profissional do governo Lula: Conciliação de interesses ou espaço para a mobilização. In: GEMAQUE e LIMA (org.) Políticas educacionais: O governo Lula em questão. Belém – PA. CEJUP, 2006.

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CIAVATTA, M.; FRIGOTTO, G.; RAMOS, M. N. A gênese do Decreto nº. 5.154/2004: um debate no contexto controverso da democracia restrita. In: Trabalho Necessário. Revista Eletrônica do neddate. Disponível em <http://www.uff.br/trabalhonecessario/MMGTN3.htm>. Acesso 09.06.2014

FAZENDA, Ivani. Práticas interdisciplinares na escola. SP: Cortez, 2001.

FONSECA, Celso Suckow. História do Ensino Industrial no Brasil. Rio de Janeiro: Escola Técnica, 1961.

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HOBSBAWM, Erick. O Novo século. São Paulo: Cia das Letras, 2000.

KUENZER. Acácia Zeneida. Ensino de 2º Grau, o trabalho como princípio educativo. 4ª ed. São Paulo, Cortez, 2004.

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Page 31: Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

______. O Ensino Médio agora é para a vida: entre o pretendido, o dito e o feito. Educação e Sociedade. Campinas: CEDES. v. XXI, p. 15 a 39, 2000.

LIMA, Antonio Almerico Biondi. Educação profissional para quê?Construindo a formação dos trabalhadores para além do falso consenso. Curso de Especialização em Metodologia de Ensino para Educação Profissional. Módulo I, Salvador, 2013.

LÜDKE, Menga, ANDRÉ, Marli E.D.A. Pesquisas em Educação – Abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 2013.

MACHADO, Lucília Regina de Souza. Ensino Médio e Técnico com Currículos Integrados: propostas de ação didática para uma relação não fantasiosa. In: MOLL, Jaqueline & colaboradores (Org.) Educação profissional e tecnológica no Brasil contemporâneo: Desafios, tensões e possibilidades. Porto Alegre: Artmed, 2009.

_________, Lucília Regina de Souza. Usos sociais do trabalho e da noção de competência. Curso de Especialização em Metodologia de ensino para educação Profissional. Módulo I, 2013.

PAVIANI, Jayme. Interdisciplinaridade: conceitos e distinções. 2ª ed. Caxias do Sul: Educs, 2008.

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SAVIANI, Demerval. Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Revista Brasileira de Educação, Campinas, V. 12, n. 34. Jan./Abr. 2007.

_______, Demerval. História da escola pública no Brasil: questões para pesquisa. In: LOMBARDI, J.C., SAVIANI, D. e NASCIMENTO, M.I.M. (Orgs.) A escola pública no Brasil: história e historiografia. Campinas: Autores Associados, 2005.

Outros Sites visitados:

http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/documento_base.pdf acesso em

15/06/2014

http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/11/110 acesso em

15/06/2014.

ANEXO I

QUESTIONÁRIO

Page 32: Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

Aluno(a):____________________________________________________________

Turma:____ Curso: ____________________________Turno:__________________

As questões a seguir deverão ser lidas com atenção. Escolha uma

das opções e, em algumas delas, escreva sua resposta no espaço adequado.

1ª) A forma dos professores abordarem os conteúdos tem facilitado sua

aprendizagem? ( )SIM ( ) NÃO ( ) INDIFERENTE

2ª) Caso a resposta anterior tenha sido SIM ou NÃO, indique o quanto afetou sua

aprendizagem? ( ) MUITO ( ) POUCO ( ) MÉDIO

3ª) Qual o tipo de aula mais lhe agradou?

( ) AULA DE CAMPO ( ) VISITA TÉCNICA ( ) AULA EXPOSITIVA

( ) AULA INTERATIVA ( ) AULA PRÁTICA ( ) PESQUISA

4ª) Você atualmente prefere as aulas interdisciplinares?

( ) SIM ( )NÃO ( )INDIFERENTE

5ª) Justifique sua resposta anterior:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

6ª) Você acha que os instrumentos utilizados pelos professores para avaliação da

aprendizagem são apropriados?

( ) SIM ( ) NÃO ( ) INDIFERENTE

7ª) Os instrumentos de avaliação poderiam ser melhorados?

( ) SIM ( ) NÃO ( ) INDIFERENTE

8ª) Quais os instrumentos de avaliação que você prefere?

___________________________________________________________________

9ª) Como você avaliaria as aulas interdisciplinares?

( )BOAS ( ) MUITO BOAS ( )ÓTIMAS ( )REGULARES ( ) RUINS

( )PÉSSIMAS

10ª) Dê algumas sugestões para tornar as aulas mais interessantes, que façam

você, como estudante, desejar ir à escola e que atendam às suas expectativas.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 33: Interdisciplinaridade como estratégia de Intervenção

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Obrigada por sua contribuição!