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Esta dissertação tem como proposta a busca pela inovação em problemas ligados ao comportamento do consumidor, a partir da integração das técnicas de geomarketing e de pesquisa de marketing. O objeto de estudo foi o tomate de mesa e o mercado foi o espaço geográfico de Belo Horizonte/MG. Ambos serviram para descrever e analisar o processo de decisão de compra do consumidor, tendo como pano de fundo os estágios do modelo integrativo de Blackwell, Engel e Miniard (2011). A metodologia recorreu à triangulação de métodos, com base em pesquisas do tipo Quali-Quanti, usando as pesquisas bibliográfica, qualitativa e quantitativa, esta última do tipo survey, com corte transversal único. A amostra utilizada foi a não probabilística por cotas proporcionais à população residente nas nove regiões administrativas da Prefeitura de Belo Horizonte. Foram validados 415 dos 478 questionários coletados após o geoprocessamento dos endereços de residência dos consumidores de tomate de mesa participantes. Para a análise dos resultados, foram aplicadas, de forma conjunta, as técnicas da análise multivariada e as da análise espacial. Os resultados foram agrupados e ordenados nos cinco primeiros estágios do processo decisório, sendo que nas duas análises (macro) e (micro) foram utilizados como amostra todos os questionários válidos e na (micro) a amostra referiu-se especificamente às cotas proporcionais à população residente nas regiões administrativas. Os resultados possibilitaram descrever e caracterizar cada estágio do processo decisório de compra e evidenciar a existência de diferenças significativas nas regiões administrativas em relação ao município, por exemplo, o nível de conhecimento sobre o tipo de fruto, e na predisposição de compra. Cabe destacar que o consumidor de tomate de mesa priorizou os fatores das características organolépticas e de saúde e meio ambiente, em detrimento dos fatores físicos como tamanho e cor, ressaltados pelos agentes da cadeia. Para visualizar os resultados da análise espacial, foram elaborados mapas temáticos contemplando as diferenças estatísticas encontradas nas regiões administrativas.
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CENTRO UNIVERSITRIO UNA INSTITUTO DE EDUCAO CONTINUADA E PESQUISA
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAO
GUSTAVO LEANDRO VANUCCI DE MORAES
INOVAO EM MARKETING:
integrando tcnicas de pesquisa e de geomarketing para
analisar o processo de deciso de compra dos
consumidores de tomate de mesa
BELO HORIZONTE
2014
GUSTAVO LEANDRO VANUCCI DE MORAES
INOVAO EM MARKETING:
integrando tcnicas de pesquisa e de geomarketing para
analisar o processo de deciso de compra dos
consumidores de tomate de mesa
Dissertao apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Administrao do Centro Universitrio UNA, como requisito parcial para obteno do ttulo de Mestre em Administrao.
rea de Concentrao: Inovao e Dinmica
Organizacional Linha de Pesquisa: Inovao, Redes Empresariais e
Competitividade Orientador: Prof. Dr. Gustavo Quiroga Souki Coorientador: Prof. Dr. Luiz Rodrigo Cunha Moura
BELO HORIZONTE
2014
Aos meus pais, irmos e amigos. Em
especial, minha esposa, Renata, e aos
meus filhos, Philipe e Jlia, fontes de
inspirao e de fora para acreditar no que
at ento parecia ser impossvel
"Hoje entendo bem meu pai. Um homem precisa viajar. Por sua conta, no por meio
de histrias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e ps, para
entender o que seu. Para um dia plantar as suas prprias rvores e dar-lhes valor.
Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distncia e o desabrigo
para estar bem sob o prprio teto.
Um homem precisa viajar para lugares que no conhece para quebrar essa
arrogncia que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e no simplesmente como
ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que no vimos, quando
deveramos ser alunos, e simplesmente ir ver".
Amyr Klink
Mar sem fim
AGRADECIMENTOS
Aos professores da primeira turma do mestrado da UNA, doutores Ftima
Carvalho, Georgina Vieira, Gustavo Souki, Hugo Tadeu, Luiz Rodrigo Moura, Mario
Reis Neto e Rivadavia Alvarenga Neto, e aos mestrandos, Daniel Hofer Bastos,
Derek Moreira Santos, Marcus Vinicius Sant Ana e Ray Chalub, pela pacincia em
terem me ensinado a ler novamente, com outros olhos, sob novos olhares e por que
no, sob novas lentes, os ensinamentos das atividades acadmicas para o mundo
profissional.
Aos diversos profissionais, colegas e amigos que, gentilmente, fizeram parte
da construo desta dissertao. Em especial, ao time do agronegcios do
SEBRAE-MG, notadamente Priscila Magalhes Gomes Lins e Fernando Machado
Atade, que apoiaram a realizao desta pesquisa com o compartilhamento de
informaes e dados para a gerao do conhecimento.
De modo especial, ao meu orientador, Prof. Dr. Gustavo Souki, pelo
aprendizado, pelas crticas oportunas realizadas no desenvolvimento dos trabalhos,
de forma a ajudar na formatao desta dissertao e de ser referncia e inspirao
na formao profissional e expirao na formao acadmica.
Ao meu irmo, Guilherme Vanucci, minha irm, Maria Flvia Vanucci,
minha me, Ivanez Vanucci, e ao meu padrasto, Evandro Horta, pelo apoio
construtivo; e aos meus amigos Guilherme Vianna e Smilys William, por serem fonte
de sabedoria e por me fazerem acreditar neste projeto pessoal.
RESUMO
Esta dissertao tem como proposta a busca pela inovao em problemas ligados ao comportamento do consumidor, a partir da integrao das tcnicas de geomarketing e de pesquisa de marketing. O objeto de estudo foi o tomate de mesa e o mercado foi o espao geogrfico de Belo Horizonte/MG. Ambos serviram para descrever e analisar o processo de deciso de compra do consumidor, tendo como pano de fundo os estgios do modelo integrativo de Blackwell, Engel e Miniard (2011). A metodologia recorreu triangulao de mtodos, com base em pesquisas do tipo Quali-Quanti, usando as pesquisas bibliogrfica, qualitativa e quantitativa, esta ltima do tipo survey, com corte transversal nico. A amostra utilizada foi a no probabilstica por cotas proporcionais populao residente nas nove regies administrativas da Prefeitura de Belo Horizonte. Foram validados 415 dos 478 questionrios coletados aps o geoprocessamento dos endereos de residncia dos consumidores de tomate de mesa participantes. Para a anlise dos resultados, foram aplicadas, de forma conjunta, as tcnicas da anlise multivariada e as da anlise espacial. Os resultados foram agrupados e ordenados nos cinco primeiros estgios do processo decisrio, sendo que nas duas anlises (macro) e (micro) foram utilizados como amostra todos os questionrios vlidos e na (micro) a amostra referiu-se especificamente s cotas proporcionais populao residente nas regies administrativas. Os resultados possibilitaram descrever e caracterizar cada estgio do processo decisrio de compra e evidenciar a existncia de diferenas significativas nas regies administrativas em relao ao municpio, por exemplo, o nvel de conhecimento sobre o tipo de fruto, e na predisposio de compra. Cabe destacar que o consumidor de tomate de mesa priorizou os fatores das caractersticas organolpticas e de sade e meio ambiente, em detrimento dos fatores fsicos como tamanho e cor, ressaltados pelos agentes da cadeia. Para visualizar os resultados da anlise espacial, foram elaborados mapas temticos contemplando as diferenas estatsticas encontradas nas regies administrativas. Palavras-chave: Agronegcio. Anlise espacial. Comportamento do consumidor. Geomarketing. Geoprocessamento. Processo de deciso de compra. Tomate.
ABSTRACT
This thesis proposes the pursuit of innovation in problems related to consumer behavior through the integration of geo-marketing techniques and techniques of marketing research. The study object chosen was the fresh tomato market in the geographic area of Belo Horizonte / MG, Brazil, to describe and analyze the process of purchase decision of the consumer having the backdrop of the stages of the integrative model of Blackwell, Miniard and Engel (2011). The methodology made use of the triangulation of methods through research - Quali-Quanti type - using the literature, qualitative and quantitative research, the latter being of the survey type with a single cross section. The sample is not a probability proportional to the resident in the nine administrative regions of the Municipality of Belo Horizonte population quotas. 415 of 478 questionnaires collected were validated, after geoprocessing home addresses of the consumer participants. For data analysis, the techniques of multivariate analysis and spatial analysis were applied together. The results were grouped and sorted in the first five stages of decision making, and in both analyzes (macro) and (micro) the study used as sample all valid questionnaires, referred specifically to the population average residing in the regional area . It was possible to describe and characterize each stage of the purchasing decision process and to demonstrate the existence of significant differences in the regional administrative council in relation to, for example, the level of knowledge about the fruit type and the willingness to buy. It is noteworthy that the tomato consumer prioritized the factors of organoleptic characteristics, health and environment in relation to physical factors such as size and color, highlighted by the actors in the chain. To view the results of spatial analysis thematic maps were developed, considering the statistical differences found in the administrative regions. Keywords: Agrobusiness. Spatial analysis. Consumer behavior. Geo-marketing, Geoprocessing. The purchase decision process. Tomato.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Produo do setor agropecurio entre 2010 e 2011 ............................. 33
FIGURA 2 - Cadeia produtiva do tomate .................................................................. 38
FIGURA 3 - Elos da cadeia produtiva do tomate de mesa ....................................... 50
FIGURA 4 - Modelo bsico do processo decisrio de compra ................................. 59
FIGURA 5 - Diferenas entre o processo de compra de alto envolvimento e de
baixo envolvimento ............................................................................... 60
FIGURA 6 - Linha do tempo dos modelos integrativos do processo de compra ...... 60
FIGURA 7 - Modelo integrativo de Nicsia (1966) ................................................... 61
FIGURA 8 - Modelo integrativo de Howard-Sheth (1969) ........................................ 62
FIGURA 9 - Modelo integrativo de Engel, Kollat e Blackwell (1968) ........................ 63
FIGURA 10 - Modelo integrativo de Blackwell, Engel e Miniard (2011) ................... 64
FIGURA 11 - Os cinco valores que influenciam o comportamento de compra do
consumidor ......................................................................................... 65
FIGURA 12 - Modelo integrativo de Samara e Morsch (2005) ................................. 65
FIGURA 13 - Resumo da metodologia utilizada contemplando as tcnicas de
pesquisa e as tcnicas de geomarketing ............................................ 78
FIGURA 14 - Relao com os blocos de perguntas utilizados no questionrio
quantitativo para estruturar os estgios do processo decisrio
proposto no modelo de Blackwell, Engel e Miniard (2011) ................. 79
FIGURA 15 - Principais rea de conhecimento que contriburam para a evoluo
do Geomarketing ................................................................................ 86
FIGURA 16 - Principais conhecimentos que contribuiram para o geomarketing ...... 89
FIGURA 17 - Principais autores e seus conceitos sobre o termo geomarketing ...... 90
FIGURA 18 - Mapa com os limites entre as Regies Administrativas da PBH e
os setores censitrios de Belo Horizonte ........................................... 92
FIGURA 19 - Imagens apresentadas aos pesquisados sobre o tipo de tomate ...... 143
FIGURA 20 - Capa de principais revistas brasileiras sobre a inflao de alimentos
em 2013 tendo o tomate como smbolo ........................................... 223
FIGURA 21 Publicaes sobre tomate em 2013 ................................................. 223
FIGURA 22 - Meme nas redes socias divulgando caricaturas sobre a alta da
inflao e o tomate ............................................................................ 224
FIGURA 23 - Meme nas redes socias divulgando caricaturas sobre a alta da
inflao e o tomate ........................................................................... 225
FIGURA 24 - Meme nas redes socias divulgando caricaturas sobre a alta da
inflao e o tomate ........................................................................... 225
FIGURA 25 - Meme nas redes socias divulgando caricaturas sobre a alta da
inflao e o tomate ........................................................................... 226
LISTA DE GRFICOS
GRFICO 1 - Evoluo da participao do PIB do Agronegcio no PIB do Brasil
entre 2001 e 2011 ............................................................................. 31
GRFICO 2 - Principais pases produtores de tomate no mundo em 2011 ............. 38
GRFICO 3 - Evoluo do percentual de participao do estado de Minas Gerais
quanto a rea plantada e a produo de tomate no Brasil entre
2000 e 2013(*) ................................................................................... 40
GRFICO 4 - Preo mdio do tomate de mesa no CeasaMinas no perodo janeiro
de 2012 a junho de 2013 .................................................................... 47
GRFICO 5 - Evoluo de publicaes sobre o tema "Comportamento do
consumidor" na CAPES 1996 e 2011 ............................................. 55
GRFICO 6 - Comparativo entre a amostra mnima e o nmero de questionrios
vlidos para cada Regio Administrativa ......................................... 103
GRFICO 7 - Nmero dos entrevistados, por gnero ............................................ 105
GRFICO 8 - Nmero dos entrevistados, por faixa etria ..................................... 105
GRFICO 9 - Nmero dos entrevistados, por faixa de renda familiar .................... 106
GRFICO 10 - Nmero dos entrevistados, por escolaridade ................................. 106
GRFICO 11 - Nmero dos entrevistados, por estado civil ................................... 107
LISTA DE MAPAS
MAPA 1 - Distribuio mundial da produo de tomate ........................................... 39
MAPA 2 - Distribuio espacial da produo de tomate de mesa estimada para
2013, por mesorregio, do estado de Minas Gerais ............................... 41
MAPA 3 - Localizao geogrfica do municpio de Belo Horizonte, Minas Gerais -
Brasil ....................................................................................................... 52
MAPA 4 - As nove Regies Administrativas da Prefeitura de Belo Horizonte aps
o Decreto Lei 10.231/11 ........................................................................... 93
MAPA 5 - Disperso geogrfica dos consumidores de tomate de mesa por Regio
Administrativa de Belo Horizonte ........................................................... 104
MAPA 6 - Motivos: Combina com outros alimentos ............................................... 112
MAPA 7 - Motivos: saboroso ............................................................................... 113
MAPA 8 - Motivos: Faz bem para a sade .............................................................. 114
MAPA 9 - O tomate de mesa torna os pratos mais bonitos .................................... 115
MAPA 10 - Motivos: D um odor agradvel para comida. ...................................... 116
MAPA 11 - Benefcios - O tomate de mesa tem propriedades antioxidantes ......... 119
MAPA 12 - Benefcios - O tomate de mesa previne o cncer de prstata ............. 120
MAPA 13 - Benefcios O tomate de mesa emagrece por ter poucas calorias ..... 121
MAPA 14 - Benefcios - O tomate de mesa rico em diversas vitaminas
(Ex. A, B, C e K), .................................................................................. 122
MAPA 15 - Benefcios - O tomate de mesa rico em sais minerais ...................... 123
MAPA 16 - Benefcios - O consumo de tomate de mesa combate a osteoporose . 124
MAPA 17 - Benefcios O consumo de tomate de mesa e combate o coLesterol . 125
MAPA 18 - Benefcios O consumo de tomate de mesa fortalece o sistema
imunolgico ......................................................................................... 126
MAPA 19 - Malefcios O consumo de tomate de mesa causa pedra nos rins ..... 128
MAPA 20 - Malefcios O consumo de tomate de mesa causa Cncer de
prstata ................................................................................................ 129
MAPA 21 - Malefcios O consumo de tomate de mesa causa hemorroidas ........ 130
MAPA 22 - Malefcios O consumo de tomate de mesa causa acidez na boca
ou no estmago .................................................................................... 131
MAPA 23 - Malefcios O consumo de tomate de mesa causa diverticulite ......... 132
MAPA 24 - F1 - Atributos de qualidade referente garantia e segurana ......... 138
MAPA 25 - F2) Caractersticas organolpticas ....................................................... 139
MAPA 26 - F3) Embalagem .................................................................................... 140
MAPA 27 - F4) Preocupao com a sade e o meio ambiente .............................. 141
MAPA 28 - F5) Caractersticas fsicas .................................................................... 142
MAPA 29 - Avaliao do nvel de conhecimento sobre o tomate do tipo
Santa-cruz antes e depois do estmulo ................................................. 145
MAPA 30 - Avaliao do nvel de conhecimento sobre o tomate de mesa do tipo
Ma ou Caqui antes e depois do estmulo .......................................... 146
MAPA 31 - Avaliao do nvel de conhecimento sobre o tomate do tipo Cereja
antes e depois do estmulo ................................................................... 147
MAPA 32 - Avaliao do nvel de conhecimento sobre o tomate do tipo italiano
antes e depois do estmulo ................................................................... 148
MAPA 33 - Avaliao do nvel de conhecimento sobre o tomate de mesa do tipo
longa vida antes e depois do estmulo ................................................. 149
MAPA 34 - Avaliao do nvel de conhecimento sobre o tomate de mesa do tipo
Sweet grape antes e depois do estmulo .............................................. 150
MAPA 35 - Valor que o consumidor de tomate de mesa estaria disposto a pagar
pelo tomate do tipo santa-cruz ............................................................ 153
MAPA 36 - Avaliao do valor que o consumidor de tomate de mesa estaria
disposto a pagar pelo tomate do tipo Ma ou Caqui ........................... 154
MAPA 37 - Avaliao do valor que o consumidor de tomate de mesa estaria
disposto a pagar pelo tomate do tipo Cereja ....................................... 155
MAPA 38 - Avaliao do Valor que o consumidor de tomate de mesa estaria
disposto a pagar pelo tomate do tipo Italiano ....................................... 156
MAPA 39 - Avaliao do valor que o consumidor de tomate de mesa estaria
disposto a pagar pelo tomate do tipo longa vida .................................. 157
MAPA 40 - Avaliao do valor que o consumidor de tomate de mesa estaria
disposto a pagar pelo tomate do tipo Sweet grape ............................... 158
MAPA 41 - Avaliao da predisposio de compra do tomate Santa-cruz com
o valor sugerido de R$3,00 ................................................................. 160
MAPA 42 - Avaliao da predisposio a compra do tomate Ma ou Caqui
com o valor sugerido de R$3,00 ........................................................... 161
MAPA 43 - Avaliao da predisposio a compra do tomate Cereja com o valor
sugerido de R$3,00 ............................................................................... 162
MAPA 44 - Avaliao da predisposio a compra do tomate Italiano com o valor
sugerido de R$ 3,00 ............................................................................. 163
MAPA 45 - Avaliao da predisposio a compra do tomate Longa vida com o
valor sugerido de R$3,00 .................................................................... 164
MAPA 46 - Avaliao da predisposio a compra do tomate Sweet grape com
o valor sugerido de R$ 12,90 ............................................................... 165
MAPA 47 - Preferncia do consumidor quanto a compra de tomate de mesa
em embalagem de bandeja de plstico .............................................. 168
MAPA 48 - Preferncia do consumidor quanto compra de tomate de mesa
a granel (por kg) .................................................................................. 169
MAPA 49 - Preferncia do consumidor quanto compra de tomate de mesa,
prontos para consumo com outros legumes e verduras ....................... 169
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - Aspectos estudados de caracterizaram os estgios do processo
de deciso de compra do tomate de mesa ....................................... 183
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Percentual de participao do PIB do agronegcio de Minas Gerais
no PIB do agronegcio Brasileiro entre 2001 E 2012 ........................... 34
TABELA 2 - Ponderaes utilizadas para o segmento da agricultura no PIB
do agronegcio de Minas Gerais entre 2002 e 2013(*) ........................ 35
TABELA 3 - Produo agrcola entre 2009 e 2012 e % de participao e posio
no ranking do estado de Minas Gerais ............................................... 36
TABELA 4 - Ranking dos principais estados produtores de tomate no Brasil
para 2013 ............................................................................................. 40
TABELA 5 - Informaes da lavoura do tomate de mesa nas regies de Minas
Gerais em 2013 (*) ............................................................................... 42
TABELA 6 - Quantidade de vitaminas fornecidos por 100g de tomate .................... 43
TABELA 7 - Quantidade de minerais fornecidos por 100 gramas de tomate e
percentagem da necessidade diria ..................................................... 44
TABELA 8 - Aquisio alimentar domiciliar do tomate per capita anual, por grande
regio 2008 e 2009 ............................................................................ 51
TABELA 9 - Ranking das capitais brasileiras por densidade demogrfica base
censo IBGE 2010 ................................................................................. 53
TABELA 10 - Comparativo entre os modelos de Howard & Sheth (1969) e o
modelo de Blackwell, Engel e Miniard (2011) ..................................... 66
TABELA 11 - Paleta em tons de cinza para visualizar a anlise dos resultados da
amostra das regies administrativa de Belo Horizonte em relao
mostra geral......................................................................................... 81
TABELA 12 - Ranking das noves regies administrativas da PBH em 2011
quanto densidade demogrfica ....................................................... 94
TABELA 13 - Clculo da amostra mnima obtida por meio da cotas proporcionais
populao em cada uma das Regies Administrativas da PBH
Prefeitura de Belo Horizonte de 2011 ................................................. 96
TABELA 14 - Critrios para a adequao da soluo fatorial ................................ 100
TABELA 15 - Relao de tipos de variveis e anlises estatsticas aplicadas ....... 101
TABELA 16 - Ranking das palavras citadas sobre o tomate de mesa e a
avaliao da imagem percebida ........................................................ 109
TABELA 17 - Avaliao da imagem percebida sobre o tomate de mesa ............... 110
TABELA 18 - Motivos que levam as pessoas a reconhecer a necessidade de
consumir o tomate de mesa ............................................................. 110
TABELA 19 - Possveis motivos que levam as pessoas a reconhecer a
necessidade de comprar o tomate de mesa por regio
administrativa da PBH ..................................................................... 111
TABELA 20 - Possveis benefcios ao reconhecer a necessidade de
comprar/consumir o tomate de mesa ............................................... 117
TABELA 21 - Percepo dos consumidores acerca dos possveis benefcios ao
consumir tomate de mesa de acordo com as regies
administrativas da PBH 2011 .......................................................... 118
TABELA 22 - Possveis Malefcios ao se consumir tomate de mesa ..................... 127
TABELA 23 - Possveis malefcios de se consumir tomate de mesa por regio
administrativa .................................................................................. 127
TABELA 24 - Grupos de Influncia do processo de deciso de compra de
tomate de mesa* ............................................................................. 133
TABELA 25 - Fatores e atributos na avaliao das alternativas pelos
consumidores de tomate de mesa. .................................................. 137
TABELA 26 - Nvel de conhecimento dos principais tipos de tomate de mesa
antes e aps o estmulo .................................................................. 144
TABELA 27 - Nvel de conhecimento dos principais tipos de tomate de mesa
comparando os resultados antes e depois o estmulo ..................... 151
TABELA 28 - Elasticidade dos valores mnimos e mximos percebidos pelos
consumidores para os tipos de tomate de mesa .............................. 152
TABELA 29 - Preo mdio do tomate de mesa praticado no CeasaMinas ............ 159
TABELA 30 - Predisposio de compra considerando um valor sugerido para
alguns tipos de tomate de mesa ....................................................... 159
TABELA 31 - Preferncia e frequncia aos locais de compra de tomate de mesa 166
TABELA 32 - Preferncia de compra de tomate de mesa em diversas formas
de apresentao ............................................................................... 167
TABELA 33 - Avaliao entre as estaes do ano para comprar tomate de mesa 171
TABELA 34 - Frequncia de compra entre alguns tipos de tomate de mesa ........ 171
TABELA 35 - Preferncia do local de compra de tomate de mesa nas Regies
Administrativas de Belo Horizonte ..................................................... 172
TABELA 36 - Avaliao das estaes do ano para comprar tomate de mesa,
por regio administrativa .................................................................. 173
TABELA 37 - Frequncia de compra dos diversos tipos de tomate de mesa, por
Regio Administrativa ....................................................................... 174
TABELA 38 - Frequncia de consumo de tomate de mesa, de acordo com os
locais ................................................................................................ 176
TABELA 39 - Frequncia de consumo de tomate de mesa, de acordo com os
principais tipos de pratos .................................................................. 177
TABELA 40 - Frequncia de consumo de produtos derivados do tomate de
mesa ................................................................................................. 177
TABELA 41 - Frequncia de consumo de tomate de mesa, de acordo com os
locais, dias da semana e com as regies administrativas de
Belo Horizonte .................................................................................. 178
TABELA 42 - Frequncia de consumo de alguns tipos de pratos que utilizam o
tomate de mesa, de acordo com as Regies Administrativas de
Belo Horizonte .................................................................................. 179
TABELA 43 - Frequncias de consumo de produtos derivados do tomate de
mesa por Regio Administrativa ....................................................... 180
LISTA DE SIGLAS
ABCSEM Associao Brasiliera do Comrcio de Sementes e Mudas
ABIC Associao Brasileira das indstrias de Caf
AFE - Anlise Fatorial Exploratria
ANOVA - Analysis of variance
B2B Business to Business
B2C Business to Consumer
CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento
CAPES Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior
CEASA Centrais de Abastecimento S/A
CEP Cdigo de Endereamento Postal
CEPEA - Centro de Estudos Avanados em Pesquisas Econmicas
CF - Carga fatorial
DBMS Database Management systems, data-marts
DW Data warehouse
EBIT - Earning before interest and taxes
EBITDA - Earning before interest, taxes, depreciation and amortization
FLV frutas, verduras e legumes
GIS Geographic Information Systems
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
IN - Inteligncia de Negcio
IPCA - ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo
IPEA Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada
KMO - Kaiser-Meyer-Olkin
LSPA- Levantamento sistemtico de Produo Agropecuria
MAPA - Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento
OLAP On Line Analytical Processing
PBH Prefeitura de Belo Horizonte
PIB Produto interno Bruto
POF Pesquisa de Oramentos Familiares
SEAPA-MG Secretaria De Estado de Agricultura, Pecuria e Abastecimento de
Minas Gerais
SGBD Sistema de Gerenciamento de Banco de dados
SIE - Sistemas de inforMao da empresa
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
SSD - Sistema de suporte a deciso
TEB - Teste de Esfericidade de Bartlett
VIGITEL - Vigilncia de fatores de risco e proteo
TEB - Teste de Esfericidade de Bartlett
VE - Varincia explicada
SUMRIO
1 INTRODUO .............................................................................................. 20 1.1 O problema e sua importncia ................................................................... 23 1.2 Objetivos ...................................................................................................... 27 1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................... 27 1.2.2 Objetivos especficos .................................................................................. 27
2 CONTEXTUALIZAO DO OBJETO DE PESQUISA ................................. 29 2.1 Dados sobre o agronegcio no Brasil e em Minas Gerais ....................... 29 2.2 Dados do tomate no mundo, Brasil e Minas Gerais ................................. 37 2.2.1 Aspecto nutricional do tomate ................................................................... 44 2.2.2 Aspectos econmicos e sociais da lavoura do tomate ............................ 46 2.2.3 Aspectos da cadeia produtiva do tomate .................................................. 47 2.3 Dados do municpio de Belo Horizonte ..................................................... 52
3 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E O PROCESSO DE DECISO DE COMPRA ................................................................................................ 55 3.1 Teorias do comportamento do consumidor .............................................. 55 3.2 O processo decisrio de compra ................................................................ 59 3.3 Modelos integrativos: conceitos e caractersticas ................................... 60 3.3.1 Modelo de Nicsia (1966) ............................................................................ 61 3.3.2 Modelo de Howard-Sheth (1969) ................................................................ 62 3.3.3 Modelo de Engel, Kollat e Blackwell (1968) ............................................... 62 3.3.4 Modelo de Blackwell, Engel e Miniard (2011) ............................................ 63 3.3.5 Modelo de Sheth, Newman e Gross (1991) ................................................ 64 3.3.6 Modelo de Samara e Morsh (2005) ............................................................. 65 3.4 Estgios do processo de deciso de compra ........................................... 67
4 METODOLOGIA ............................................................................................ 76 4.1 Tcnicas de pesquisa de marketing ........................................................... 82 4.2 Tcnicas de geomarketing .......................................................................... 86 4.3 Anlise estatstica dos dados ..................................................................... 96
5 APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS ................................. 103 5.1 Caracterizao da amostra da pesquisa .................................................. 103 5.2 Caracterizao dos estgios do processo decisrio ............................. 107 5.2.1 Anlise do primeiro estgio - Reconhecimento da necessidade .......... 107 5.2.2 Anlise do segundo estgio - Busca de informaes ............................ 132 5.2.3 Anlise do terceiro estgio - Avaliao das alternativas ....................... 134 5.2.4 Anlise do quarto estgio - Compra ........................................................ 165 5.2.5 Anlise do quinto estgio - Consumo ...................................................... 175
6 CONSIDERAES FINAIS ....................................................................... 180 6.1 Recomendaes gerenciais ...................................................................... 184 6.2 Limitaes de pesquisa ............................................................................ 186
REFERNCIAS ....................................................................................................... 188 ANEXOS ................................................................................................................. 197 APNDICE .............................................................................................................. 227
20
1 INTRODUO
Estudos sobre o comportamento humano veem sendo alvo de investimentos
em diversas reas, como antropologia, psicologia e marketing. Sejam oriundos da
evoluo humana ou do comportamento do consumidor, eles buscam um s foco:
entender o comportamento do ser humano em determinada ocasio e em
determinado espao geogrfico.
Sherwood Washburn (1960) realizou um estudo sobre a evoluo humana e
suas evidncias com base no consumo de alimentos, em especial, aqueles
associados dieta humana. Tal autor concluiu que "os homens evoluram pela caa
enquanto que as mulheres, denominadas de 'sedentrias', o seguiam, de perto,
coletando e dando luz.
Tal estudo cita ainda que as mudanas dos hbitos alimentares retiraram
nossos ancestrais do sedentarismo, iniciando a caminhada para a ocupao de
novas reas espaciais do globo terrestre, dando origem aos seres humanos
denominados, at ento, "caadores coletores". Neste sentido, a necessidade de
alimentar passou a ser de interesse da cincia, em busca de estudos sobre a
nutrio humana e do entendimento da necessidade de consumir calorias, em busca
da sobrevivncia da humanidade.
Para Gosden e Hather (1999), em seu livro Prehistory of food appetites for
change, as mudanas na produo e no consumo de alimentos na Pr-Histria
esto interligadas entre alimentos, biologia e ecologia. Eles afirmam que os
alimentos exercem diferentes papis, de acordo com a cultura, sendo, assim,
responsvel pelas mudanas socioeconmicas, agindo como agentes de inovao e
fonte de influncia na histria dos seres humanos.
Leonard (2002), relata que a espcie humana se diferenciou dos nossos
ancestrais primatas basicamente pela seleo natural1, maximizando a qualidade
diettica e a eficincia na obteno de alimentos. Assim, tais hbitos alimentares
possuem alimentos oriundos basicamente de duas origens primrias: de origem
animal e de origem vegetal.
1 Seleo natural um termo que significa um aspecto da teoria evolutiva em que o Homo compete pelo alimento
e pelas fmeas, levando em considerao a falta de espao, a melhor forma fsica e o sucesso reprodutivo - Maria Jacinta A. Ferreira dAlmeida Paiva (1998).
21
Aps o estudo das caractersticas esquelticas e dentais dos esqueletos
encontrados, percebeu-se que nossos ancestrais ingeriam alimentos de origem
vegetal e que com a transformao climtica o crescimento da aridez da paisagem
africana e a limitao de alimentos comestveis, iniciaram-se as mudanas nos
hbitos de consumo, dando incio a novas necessidades no consumo de alimentos.
Para repor tal necessidade de ingesto de energia (quilocaloria/dia), o ser
humano equilibrava sua necessidade de consumo de calorias, com base em seus
hbitos de vida e nas caractersticas das populaes existentes em cada poca,
definindo, assim, o termo dieta2. Tal dieta variava de acordo com o consumo de
energia gastas nas atividades realizadas, tanto na sociedade de primatas,
denominados "caadores-coletores", como nos pastores e agricultores, at nas
sociedades industriais, nos tempos atuais. Durante estes milhes de anos, as dietas
variaram suas caractersticas na composio dos alimentos, ora de origem animal,
ora de origem vegetal, e no percentual de participao de cada um na dieta.
Leonardo (2002) concluiu que a busca pela satisfao das necessidades
nutricionais observadas em nossos ancestrais primatas at os dias de hoje nos
humanos variou, em cada poca, de acordo com as caractersticas predominantes
da populao, prevalecendo ora o consumo de energia de origem animal, ora o
consumo de energia de origem vegetal.
No que tange ao consumo de produtos de origem animal, Souki (2003) ainda
afirma:
[...] o ser humano consumia carnes oriundas de animais que eram caados com o uso de instrumentos como lanas e machados feitos de pedra lascada [...] e medida que o homem expandiu suas fronteiras, por meio do descobrimento de novas terras, os animais domesticados foram levados com ele para regies distantes de sua origem, afetando a cultura alimentar de outros povos (SOUKI, 2003, p. 1).
Quanto ao consumo de produtos de origem vegetal, estudo publicado pelo
Ministrio da Sade sobre vigilncia de fatores de riscos e proteo identificou que a
cada ano vem aumentando a presena das hortalias e frutas na mesa do
consumidor brasileiro. O consumo destes tipos de alimentos est cada vez mais
associados proteo e diminuio do risco sade, enquanto o consumo de
2 A palavra dieta vem do grego diaita, que significa modo de vida. Ou seja, um estilo de vida que
inclui os hbitos alimentares e que deve ser incorporado ao prazer do seu dia a dia
22
carnes com excesso de gordura, de leite integral e de refrigerante est ligado ao
fator de aumento de risco sade (BRASIL, 2012).
Essas mudanas percebidas nos hbitos de consumo nos dias de hoje,
remetem importncia de acompanhar o crescimento do setor primrio
agropecurio no Brasil, para evitar descompassos entre a produo agrcola e seu
consumo. Alm disso, relatado que os conceitos de setor primrio ou de
agricultura, perderam o sentido, porque os mesmos deixaram de ser somente rural,
agrcola ou primrio (ARAJO, 2005, p. 15).
Tal autor ainda relata que o setor primrio passou a depender da cadeia
produtiva na ps-produo, surgindo a necessidade de agregar os armazns e os
agentes de distribuio, como os atacados, os varejistas e os exportadores, alm de
toda a infraestrutura logstica necessria para o escoamento da safra at a mesa do
consumidor. neste momento que surge o termo agronegcio, que passa a ser visto
como um sistema em elos, abrangendo, de um lado, os produtores, os
atravessadores e os varejistas e, de outros consumidores finais.
Arajo, Pinazza e Wedekin (1990) segmentou os elos da cadeia com os
termos: antes da porteira, dentro da porteira e depois da porteira. No primeiro,
engloba os insumos agropecurios, as inter-relaes com os produtores de insumos
e os agropecuaristas, alm dos servios agropecurios. O segundo envolve a
produo, seja ela agrcola ou pecuria, os coeficientes tcnicos, como a
organizao e adoo de tecnologias e a gesto de custos. O terceiro contempla os
canais de comercializao e distribuio, envolvendo os agentes comerciais, a
formao do preo de venda, as agroindstrias, a logstica, as instituies e
entidades de apoio e as atuaes do governo no que se refere comercializao.
Tal segmentao inovou no que tange atuao dos agricultores, dos
pecuaristas e das agroindstrias, que se viram pressionados a se adequar s novas
exigncias de mercado, incorporando inovaes tecnolgicas, em busca da
produtividade, de um lado, e de novos conhecimentos em busca do aumento da
competitividade, de outro, visto que somente o aumento da produtividade j no
bastava para que o agronegcio em questo fosse lucrativo.
Souki (2003) relata que o atendimento pleno das necessidades e desejos dos
consumidores passou a ser uma condio bsica para a sobrevivncia e o
crescimento das organizaes que fazem parte de tal cadeia produtiva. Assim, faz-
se necessrio que os agentes que compem cada elo desta cadeia conheam
23
profundamente as necessidades, os desejos e os hbitos de consumo dos
consumidores de seus produtos.
De forma a levantar tais necessidades, desejos e hbitos de consumo e
compreender o processo de deciso do consumidor de produtos de origem vegetal,
em especial o tomate de mesa, esta pesquisa tem como premissa reunir
informaes sobre o processo decisrio. Utilizou-se como pano de fundo a teoria do
modelo integrativo proposto por Engel, Blackwell e Miniard (2011) com apoio nas
tcnicas de pesquisa e de geomarketing, para obter informaes capazes de Nortear
os agentes da cadeia produtiva e introduzir aes visando implementar o marketing
de preciso, tendo como ponto de partida o mercado de atuao, por intermdio dos
consumidores em determinado espao geogrfico.
Quanto ao espao geogrfico, foi escolhido para a realizao desta pesquisa
o municpio de Belo Horizonte, Capital do estado de Minas Gerais, localizado na
regio Sudeste. Os motivos que levaram a tal escolha se deve a sua importncia em
relao s capitais brasileiras, devido a sua populao e a sua pequena rea
geogrfica, bem como ao fato de 100% de seu territrio ser classificado como
urbano, necessitando, assim, da aquisio de produtos de origem vegetal oriundos
de outros municpios brasileiros.
1.1 O problema e sua importncia
A cadeia produtiva do tomate de mesa vem sofrendo presses de preo nos ltimos
anos, em decorrncia da falta de equilbrio entre a oferta e a demanda. Os
produtores da regio de Par de Minas, maior fornecedor da Centrais de
Abastecimento de Minas Gerais S.A. (CeasaMinas) da Regio Metropolitana de Belo
Horizonte (RMBH), encontram dificuldade em entregar produtos que atendam s
necessidades tanto dos atravessadores como dos consumidores finais.
No aspecto social, os empregos gerados so diferentes. Estima-se que a
lavoura do tomate movimente cerca de 300 mil empregos diretos e indiretos,
injetando 280 milhes de reais nos lares brasileiros, de acordo com a Associao
Brasileira do Comrcio de Sementes e Mudas (ABCSEM) (2011 ).
O consumo de tomate de mesa projetado para a Regio Metropolitana de
Belo Horizonte de 28,6 mil toneladas do fruto, tendo como base a populao
residente nos municpios, que soma 6.971.049 habitantes, de acordo com o Censo
24
de 2010 e da Pesquisa de Oramento Familiar (POF) de 2008, que estimou o
consumo em 4,113kg por habitante/ano. Em 2010, o mercado de tomate no estado
de Minas Gerais movimentou R$ 46,4 milhes.
Entre os municpios que fornecem tomate de mesa para a RMBH, destacam-
se: Maravilhas, Pequi, Par de Minas, Ona do Pitangui e So Jos da Varginha.
Juntos, encaminharam, 34,09 mil toneladas de tomate de mesa para as Ceasas em
todo territrio brasileiro em 2010. Deste total, o CeasaMinas, localizado no municpio
de Contagem, foi o destino de 25,4 mil toneladas em 2010, correspondendo a 74,5%
de todo o volume encaminhado para as Ceasas.
Nos meses de vero (dezembro a maro), h uma reduo da disponibilidade
de tomate de mesa oriundo de Minas Gerais para comercializao para as Ceasas
brasileiras, abrindo espao para os tomates oriundos de outra regio, em especial
do estado do Esprito Santo.
Em busca de possveis solues para os agentes da cadeia produtiva, fez-se
necessrio realizar esta pesquisa, para esclarecer o processo decisrio do
consumidor de tomate de mesa, entendendo os motivos, as necessidades e os
desejos, de forma a tornar-se um diferencial competitivo para os agentes da cadeia
produtiva do tomate de mesa.
De acordo com Castro, Neves (2000) a compreenso das mais diversas
dimenses do consumidor e de suas variveis influenciadoras pode favorecer a
elaborao de um plano de aes estratgicas e operacionais capazes de criar valor
para os agentes da cadeia produtiva, de acordo com os diversos tipos de pblicos-
alvos.
Em recente seminrio sobre tomate de mesa, realizado em Campinas, So
Paulo, no perodo de 23 e 24 de abril de 2013, a pesquisadora Margarete Boteon
(2013), revelou que o setor da tomaticultura precisa ser sustentvel. Neste sentido,
foi citado que entre os desafios da cultura aparecem no curto prazo as perspectivas
econmicas do Brasil; no mdio prazo, as questes referente gesto sustentvel
da produo; e, no longo prazo, a melhor distribuio de renda no Pas e o efeito da
inflao nos hbitos de consumo.
Boteon (2013) define que o crescimento do consumo de tomate de mesa
depende da coordenao da cadeia produtiva, por meio dos elos, tendo como
referncia os hbitos de consumo do consumidor do fruto.
25
No que tange coordenao da cadeia produtiva do tomate de mesa, pode-
se destacar o interesse dos agentes em estruturar a agregao de valor a cada elo,
desde o produtor at o consumidor final, apoiando a gesto por meio de indicadores
operacionais e financeiros, como por exemplo o lucro bruto3, Earning Before Interest
and Taxes (EBIT4), Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization
(EBITDA5) e por ltimo o lucro lquido6 em cada um dos elos, determinando assim o
preo final ao consumidor.
Para atingir a satisfao de tais ndices financeiros, so necessrios
movimentos estratgicos capazes de direcionar os tomadores de deciso. Neste
sentido, Kim e Mauborgne (2005) em seu livro Blue Ocean Strategy, definem que
tais movimentos estratgicos so um conjunto de decises e aes gerenciais que
resultam em importantes produtos e servios capazes de criar novos mercados.
Anderson (2006) em seu livro The long tail, afirma que a tecnologia est
transformando os mercados de massa em milhes de mercados de nicho. Cita no
capitulo Tirania da Localidade que o principal problema est em encontrar pblicos
locais. Essa transformao refora a importncia em compreender o comportamento
do consumidor (pblico-alvo), levando em considerao seu espao geogrfico, de
forma a identificar as caractersticas comuns e diferentes de tais pblicos que
possam influenciar, positivamente ou negativamente, o consumo de determinado
produto.
Tal autor ainda conclui que a busca por mercado de nichos est
transformando as organizaes e suas aes de publicidade e propaganda. Afirma
3 Lucro bruto a receita lquida deduzida dos custos de produo. Tem por objetivo mostrar a
lucratividade das operaes da empresa, sem ainda considerar as despesas administrativas, comerciais e operacionais. um tipo de lucro antes de impostos (sobre os resultados).
4 EBIT a sigla em ingls para Earning Before Interest and Taxes, tambm chamado no Brasil de
LAJIR, isto , lucro antes dos juros e tributos (imposto de renda e contribuio social sobre o lucro lquido). Para Marques et al (2008 p. 127), o EBIT uma medida de lucro mais ligada ao resultado de natureza operacional auferido pela sociedade que no inclui resultado financeiro, dividendos ou juros sobre o capital prprio, resultado de equivalncia patrimonial e outros resultados no operacionais.
5 EBITDA a sigla em ingls para Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization,
tambm chamado no Brasil de LAJIDA, ou seja, Lucro antes dos Juros, Impostos, Depreciao e Amortizao. Essa medida consiste no EBIT tradicional, eliminados os efeitos das provises da depreciao de ativos tangveis e da amortizao de ativos intangveis que antes haviam sido deduzidos como despesas do perodo na demonstrao de resultado (MARQUES, 2004 p.236).
6 Lucro Lquido, ltima linha da Demonstrao de Resultados, o Lucro Operacional deduzido das
receitas e despesas financeiras (ou seja, refletem a estrutura de capital da empresa em outras palavras, as despesas decorrentes do financiamento de seus ativos e de sua operao), das despesas no operacionais, extraordinrios e no recorrentes (ou seja, aquelas que ocorrem raramente e no so referentes as atividades operacionais da empresa), e do imposto de renda e contribuio social
26
que uma das formas de se obter lucratividade est na inovao, mais
especificamente na capacidade de aumentar o mix de produtos, evidenciado por
meio da Curva de Pareto. Para tanto, os produtos com maior lucratividade,
geralmente, so aqueles que possuem menores participaes no volume individual
da venda.
Em resumo, o autor atribui ao termo cauda longa observao de grficos
que evidenciam a ascenso das margens obtidas em produtos de baixo volume de
vendas, com a queda da margem nos produtos com maior volume de vendas, ao
longo do tempo.
Pode-se entender que, para atingir tais objetivos, sejam eles financeiros ou
mercadolgicos, os agentes da cadeia produtiva precisam inovar, seja em seus
produtos e/ou servios, seja em seus processos e, at mesmo, em seus modelos de
negcio, conforme define Alexander Osterwalder e Pigneur (2010), em seu livro
Business Model Generation.
Para Tim Brown (2009), especialista em Design Thinking37, a inovao nas
organizaes faz parte da seguinte premissa: precisamos compreender o ser
humano de forma profunda, co-criar com esse ser humano as solues e
experimentar essas solues ainda cedo. Entretanto, as constantes mudanas na
economia vm exigindo das organizaes agilidade e velocidade de adaptao
(BROWN, 2009).
Para compreender as questes mercadolgicas e econmicas que envolvem
o ser humano, a cincia do comportamento do consumidor vem realizando inmeras
pesquisas sobre o processo de deciso de compra, estudado por autores clssicos
como Kanuk, Schiffman, Macinnis, Shapiro, Kotler, Keller, Solomon e Blackwell,
Engel e Miniard entre tantos outros.
Estes autores foram responsveis pela evoluo dos modelos integrativos
que permitiram compreender como se comporta o processo decisrio do
consumidor. Nesta pesquisa, optou-se por utilizar a teoria do modelo integrativo de
Blackwell, Engel e Miniard (2011) para compreender o processo decisrio do
consumidor de tomate de mesa no espao geogrfico de Belo Horizonte, Minas
Gerais. Para tanto recorreu-se triangulao de mtodos, conforme recomendam
7 O termo Design Thinking uma forma de abordar problemas tradicionais de negcio sob mltiplas
perspectivas, ajudando a solucion-los de maneira mais efetiva, que conduz a novos caminhos. Entre seus tpicos, aparecem: insight, mapa mental, prototipagem, pensamento integrativo e pensamento visual (BROWN, 2008).
27
Denzin (1989), Cox e Hassard (2005) e Flick (1992), utilizando tanto a pesquisa
bibliogrfica sobre a temtica como a qualitativa e a quantitativa. J os dados
levantados nesta ltima foram analisados utilizando tcnicas estatsticas via
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), sendo publicados seus
resultados no formato espacial via software GIS, denominado MAPINFO. O espao
analisado ficou limitado rea geogrfica do municpio de Belo Horizonte. A anlise
das nove regies administrativas definidas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH),
realizada em 2011, por meio da anlise comparativa em relao ao resultado geral.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
Esta pesquisa tem por objetivo geral: Descrever o comportamento do
consumidor de tomate de mesa em Belo Horizonte, Minas Gerais, sob a tica do
processo de deciso de compra, contemplando cinco dos estgios do modelo
proposto por Blackwell, Engel e Miniard (2011).
1.2.2 Objetivos especficos
. Apresentar os fatores motivadores do reconhecimento da necessidade
dos consumidores de tomate de mesa.
. Identificar os agentes influenciadores durante o estgio de busca de
informaes do processo de compra de tomate de mesa e verificar como
eles influenciam tal processo;
. Descrever o estgio de avaliao de alternativas durante o processo de
deciso de compra, com nfase nos atributos considerados importantes alm
do conhecimento dos consumidores sobre os tipos de tomates.
. Descrever o estgio de compra do processo de decisrio do consumidor de
tomate de mesa.
. Descrever os hbitos de consumo de tomate de mesa, salientando a
frequncia de consumo, com base em diferentes locais, tipos de pratos e
produtos derivados que utilizam de tal produto.
28
. Verificar a existncia de diferenas entre as regies estudadas em relao
ao municpio de Belo Horizonte para cada etapa do processo decisrio de
compra, mediante a integrao das tcnicas de geomarketing.
29
2 CONTEXTUALIZAO DO OBJETO DE PESQUISA
2.1 Dados sobre o agronegcio no Brasil e em Minas Gerais
A histria do agronegcio coincide com a chegada da agricultura no Brasil,
aps seu descobrimento, mais precisamente no final do Ciclo do Pau-Brasil, no
sculo XVI, por volta de 1550, quando se iniciou o Ciclo da Cana-de-Acar. Cabe
ressaltar que naquela poca a agricultura era definida por monoculturas e
esquematizada em ciclos e subciclos econmicos.
Buescu (1970) entende por ciclo econmico o perodo em que determinado
produto se beneficia de uma conjuntura favorvel em determinado momento e se
constitui como centro dinmico da economia, atraindo as foras econmicas e
provocando mudanas em outros setores da sociedade. J os subciclos econmicos
so definidos como os produtos cultivados paralelamente aos ciclos, mas
necessrios sustentao do produto principal. Outro ponto a considerar sobre o
ciclo econmico que aps o seu auge pode transformar-se em um subciclo.
Tal autor relata que o primeiro ciclo econmico no Brasil foi denominado de
"Ciclo do Pau-Brasil" (1503-1550), seguindo-se o da Cana-de-Acar (1550-1650), o
da Pecuria Extensiva (1560), o do Fumo (1642), o da Minerao (1694-1760), o do
Algodo (1780-1790) e o do Caf (1825-1930).
Entre 1879-1912, junto com o Ciclo do Caf, ocorreu o Ciclo da Borracha, no
Norte do Pas, em especial na regio amaznica, mais especificamente nos estados
do Amazonas, Rondnia e Par, onde todas as culturas eram definidas de acordo
com os condicionamentos externos e internos.
Entende-se por condicionamento externo as questes econmicas que
envolvem cada ciclo ou subciclo, a elevao das rendas, o aumento de consumo, as
dificuldades do abastecimento do oriente (logstica) e a elevao geral dos preos.
De outro lado, o condicionamento interno trata dos fatores ligados produo, como
recursos naturais, mo de obra, tecnologia e capital (BUESCU, 1970).
Entre estes fatores, o da produo foi evidenciado, de acordo com Lopes
(2005), quando, em 1533, Martim Afonso de Souza desembarcou no Brasil, trazendo
em sua bagagem as primeiras mudas de cana-de-acar. O ciclo da Cana-de-
Acar foi favorecido no territrio brasileiro pelo clima tropical e motivado por
questes econmicas, como o aumento da demanda e a elevao do valor do
30
acar no mercado europeu. Em pouco tempo, o Brasil se tornou o maior produtor
mundial deste produto, destacando a agricultura brasileira no cenrio internacional,
mais particularmente no mercado europeu.
Na histria da agricultura brasileira, dois fatos foram marcantes no sculo XX:
I Guerra Mundial (1914-1918) e a crise da bolsa de Nova York (1929). Tais fatos
foram determinantes para mudar a situao da agricultura no Brasil, visto que as
mudanas no cenrio econmico mundial reduziram as exportaes de alimentos
brasileiros e passaram a direcion-los para o consumo no mercado interno
(CAMARGO FILHO et al., 1994).
Com o fim da Primeira Guerra, por volta de 1918, iniciou-se diversificao
da agricultura no Brasil, com o comeo do processo de industrializao, ocorrido na
capital paulista. J em 1920, eram percebidas as primeiras movimentaes de
algumas culturas, como a da batata e a do milho, assim como a criao de aves e a
pecuria (TARTAGLIA; OLIVEIRA, 1987).
Aps a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, ocorreu nova
queda de preos, em especial do caf, que naquela poca era a principal cultura
brasileira e referncia no mercado internacional. Este movimento obrigou os
produtores a migrarem para outras culturas, ensejando os primeiros indcios do fim
das monoculturas no Brasil e o incio da policultura (CAMARGO FILHO et al., 1994).
Paralelamente ao incio da policultura, surgiu a terceira fase da Revoluo
Industrial (1930-1956), quando a agricultura passou a ser definida como
agribusiness8 ou filire9, oriundo da anlise das relaes entre a agricultura, a
indstria e a distribuio, sendo definida como uma sucesso de operaes de
transformao indissociveis, podendo ser ligadas entre si, atravs de um
encadeamento tcnico (MORVAN, 1985, p. 244).
Para o Centro de Estudos Avanados em Economia Aplicada (CEPEA)
(2013), o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegcio no Brasil, que inclui em seu
clculo toda a cadeia produtiva, desde os insumos, passando pela agropecuria,
indstria e distribuio, totalizou R$ 879,11 bilhes em 2010 e R$ 917,65 bilhes em
2011, representando um crescimento de 4,38% no perodo.
8 O termo agribusiness definido por Ray Goldberg e John Davis como o conjunto de todas as operaes e
transaes envolvidas desde a fabricao dos insumos agropecurios, das operaes de produo nas unidades agropecurias, at o processamento e distribuio e consumo dos produtos agropecurios 'in natura' ou industrializados. 9 O termo filire significa cadeia de produo em francs, de acordo com Louis Malassis, do Instituit
Agronomique Mediterrane de Montpellier.
31
O PIB do agronegcio brasileiro subdivido em dois setores. De um lado, o
setor agrcola, que em 2011 registrou R$ 638,85 bilhes, representando 69,62%, e,
de outro, o setor pecuarista, que movimentou no mesmo perodo R$ 278,80 bilhes,
representando 30,38% do PIB do agronegcio brasileiro, de acordo com dados do
CEPEA (2012). Pode-se concluir que o PIB do setor agricultura representou 15,4%
do PIB total brasileiro em 2011, enquanto o PIB da pecuria participou com 6,7%.
No GRF. 1, demonstra-se a evoluo da participao do PIB do agronegcio
com relao ao PIB total brasileiro entre 2001 e 2011.
Grfico 1 Evoluo da participao do PIB do Agronegcio no PIB do Brasil entre 2001 e 2011
Fonte: CEPEA/ESALQ-USP (2012)
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) (2013), o qual
possui metodologia diferenciada do CEPEA para o clculo do PIB, revelam que o
PIB do agropecurio brasileiro circulou R$ 196,1 bilhes em 2012, representando
4,45% dos R$4.402,5 bilhes do PIB brasileiro em valores correntes, contra R$192,6
bilhes do PIB brasileiro em 2011, gerando um crescimento de 1,82% no perodo
(IBGE, 2012b).
Segundo o Levantamento Sistemtico da Produo Agrcola (LSPA) do IBGE,
a produo agrcola estimada pela somatria das safras nacionais de cereais,
leguminosas e oleaginosas10 para 2013 de 186,8 milhes de toneladas, contra
10
Produtos: algodo herbceo (caroo de algodo), amendoim (em casca), arroz (em casca), feijo (em gro), mamona (em baga), milho (em gro), soja (em gro), aveia (em gro), centeio (em gro), cevada (em gro), girassol (em gro), sorgo (em gro), trigo (em gro) e triticale (em gro).
23,69 25,11 26,45 25,66 23,71 22,91 23,30 23,55 22,25 21,80 22,15
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
% P
art
icip
ao n
o P
IB 2
011
Total (A+B+C+D) A) Insumos B) Agropecuria
C) Indstria D) Distribuio
32
161,9 milhes de toneladas de 2012, performando um crescimento de 15,4% no
perodo.
Com relao rea plantada, tal instituto estima que sero utilizadas 52,7
milhes de hectares em 2013 contra 48,8 milhes de hectares em 2012, gerando um
acrscimo de 8,0% no perodo. Cabe destacar os trs principais produtos que
abrangem a produo agrcola nacional: soja, milho e arroz.
No que tange produo agrcola, podem-se destacar a produo de arroz,
de caf, a de cana, a de feijo, a de milho e a de soja. Segundo estimativas do
LSPA, a produo de gros no Brasil liderada pelo milho, com 80,5 milhes de
toneladas, sendo 34,3 milhes na primeira safra e 46,2 milhes de toneladas na
segunda, seguindo-se a de soja, com 81,3 milhes, e o arroz com 13,8 milhes
(herbceo e em casca) (IBGE, 2012b).
O milho e a soja apresentam uma safra crescente em relao 2012: 71,3 e
65,7 milhes de toneladas, gerando um crescimento 12,90% e 29,68%
respectivamente (IBGE, 2012b). Entre as outras culturas, cabe destacar a produo
de caf e de cana-de-acar.
A produo de caf (em gros), segundo estimativas do IBGE (2012b),
dever atingir 2,85 milhes de toneladas em 2013, considerando tanto o tipo Arbica
quanto o Canephora, que representam 77,2% e 22,8%, respectivamente, dos tipos
cultivados, em 2,1 milhes de hectares plantados.
Quanto exportao de caf, o Brasil ocupa a primeira colocao no ranking
de pases exportadores. Em 2012, o Pas exportou 1,50 milho de toneladas, contra
1,79 milho de toneladas de 2011, apresentando um queda de 19,33% no perodo.
Mesmo assim, continua representando 32,16% de todo o caf exportado, seguido de
Vietn (16,91%) e Colmbia (7,40%), segundo informaes do stio da Associao
Brasileira das indstrias de Caf (ABIC, 2013).
O Brasil tambm ocupou em 2011 a primeira colocao no ranking dos pases
produtores, com 32,42%, seguido de Vietn (17,93%) e Indonsia (5,43%) tendo,
como base s 134,14 milhes de toneladas do gro produzidas em todo o mundo
(ABIC, 2013).
Outra lavoura de destaque a de cana-de-acar, cuja produo estimada
para 2013 de 712,3 milhes de toneladas, em 9,49 milhes de hectares plantados,
performando 75 toneladas por hectare, segundo dados do IBGE (2012b).
33
Quanto produo animal, ou de pecuria, o ranking encabeado pela
carne bovina, seguindo-se a de carne suna e a ovina. Em 2011, foram abatidos 21,7
milhes de cabeas de gado, produzindo 10,3 milhes de toneladas de carne. Deste
total, 1,23 milho de toneladas (11,94%) teve como destino outros pases,
colocando-se o Brasil como o principal fornecedor de carne bovina no mundo, com,
aproximadamente, 20% do mercado global (NEVES, 2012).
Figura 1 - Produo do setor agropecurio entre 2010 e 2011
Fonte: BRASIL (2012)
Quanto ao agronegcio, dados da CEPEA (2013) confirmam que a
participao do estado de Minas Gerais no PIB do agronegcio brasileiro vem
crescendo na ltima dcada, saindo de 9,5% em 2001 para 14,69% em 2012,
conforme demonstrado na TAB. 1.
34
Tabela 1 Percentual de participao do PIB do agronegcio de Minas Gerais no PIB do agronegcio Brasileiro entre 2001 e 2012
ANO INSUMO BSICO INDSTRIA DISTRIBUIO TOTAL
2001 9,61 13,12 6,93 8,83 9,50 2002 9,44 12,19 6,66 8,38 9,04 2003 9,57 11,27 7,13 8,58 9,04 2004 10,02 13,56 6,58 8,95 9,67 2005 11,31 13,15 6,96 8,92 9,63 2006 11,37 15,39 8,2 10,29 11,07 2007 11,38 14,52 8,05 10,15 10,81 2008 12,6 14,38 8,12 10,45 11,09 2009 13,22 14,23 8,94 10,7 11,37 2010 12,33 14,44 10,84 12,04 12,44 2011 13,01 15,44 10,93 12,54 13,06 2012 12,96 16,13 13,3 14,13 14,49
2013(*) 12,47 15,6 13,12 13,96 14,19
Fonte: CEPEA (2013b) Nota: Os dados de 2013 correspondem a uma estimativa do CEPEA.
Dentre os setores que compem a estrutura do PIB do agronegcio, Minas
Gerais teve importante participao no setor da indstria e distribuio, visto que em
2001 representava 6,3% e 8,83%, respectivamente passando a atingir 13,3% e
14,13%, respectivamente, em 2012. Pode-se concluir que o crescimento no perodo
foi de 111,1% para o setor da Indstria e 60,0% para o da distribuio, sendo que no
geral Minas Gerais cresceu 65,56%.
A TAB. 2 mostra as culturas mais relevantes no segmento da agricultura,
entre elas a cultura do caf, seguindo-se a da cana-de-acar, a do milho, a da soja,
a do feijo, a da banana, a do algodo, a da batata-inglesa e a do tomate.
Ainda de acordo com a TAB. 2, entre os produtos que compem o PIB da
agricultura em 2012, de acordo com a metodologia do IBGE, a categoria
hortifrutigranjeiros possui cinco entre os 13 produtos relacionados em ordem
decrescente de participao: banana, batata-inglesa, tomate, laranja e mandioca,
com uma participao somada de 9,88% na composio do PIB da agricultura
mineira. Na sequncia, aparece o tomate, que em 2012 ocupou a nona colocao,
no ranking mineiro no PIB da agricultura mineira, com 2,25%. O fruto ocupa a
terceira posio entre os produtos hortifrutigranjeiros, com uma participao de
22,73%, conforme demonstra a TAB. 2, ficando atrs apenas da lavoura de banana
e da batata-inglesa.
Para a Fundao Joo Pinheiro, o tomate produzido em Minas Gerais
representou 12,1% de todo o tomate produzido no Brasil em 2012, ocupando o
terceiro estado em produo do fruto (FUNDAO JOO PINHEIRO, 2013)
Tabela 2 - Ponderaes utilizadas para o segmento da agricultura no PIB do agronegcio de Minas Gerais entre 2002 e 2013(*) Agricultura 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013(*)
Caf 52,95 38,58 29,82 41,11 42,78 49,67 37,00 40,11 36,22 43,14 48,22 42,51
Cana-de-acar 7,33 6,09 7,06 6,09 6,75 11,24 12,42 9,46 13,43 15,17 14,06 14,68
Milho 9,67 16,97 18,42 14,14 14,02 10,84 17,31 14,95 12,51 9,69 11,47 12,63
Soja 7,74 12,91 15,98 14,99 11,53 8,78 11,49 11,82 13,63 9,9 9,28 12,07
Feijo 5,55 7,44 8,25 4,74 6,79 4,83 6,53 10,28 5,88 6,43 4,12 6,95
Batata-inglesa 6,33 4,8 6,2 5,06 6,33 4,83 5,9 4,37 7,33 5,61 2,69 3,26
Banana 3,12 3,16 3,58 2,63 2,62 3,47 3,06 2,83 3,41 3,37 2,81 2,61
Tomate 3,35 5,16 4,27 5,5 4,62 2,74 2,91 2,87 3,24 2,14 2,25 2,24
Algodo 0,67 0,8 1,04 1,44 1,29 0,83 0,79 0,56 1,04 1,33 2,75 1,50
Mandioca 0,39 0,52 1,73 1,81 0,93 0,75 1,02 0,86 0,82 0,92 0,79 0,69
Laranja 2,03 2,36 2,24 1,15 1,36 1,31 0,77 1,29 1,97 1,93 1,34 0,68
Arroz 0,87 1,19 1,39 1,32 0,94 0,69 0,79 0,57 0,51 0,36 0,16 0,16
Carvo 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01 0,05 0,01
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Fonte: CEPEA (2013b) Nota: (*): O ano de 2013 estimado, sendo o total acumulado entre os meses de janeiro a julho/2013 .
35
Tabela 3 - Produo agrcola entre 2009 e 2012 e o percentual de participao e posio no ranking do estado de Minas Gerais
Produto Unidade
Minas Gerais Brasil
MG/BR (%)
Posio no
ranking estadual em 2012
2009 2010 2011 2012 2009 2010 2011 2012
Cana-de-acar mil toneladas 58.384
60.603
67.732
70.521
591.606
717.464
734.006
675.015 10,4% 2
Milho mil toneladas 6.537 6.090
6.536
7.625
50.720
55.364
55.660
71.491 10,7% 4
Soja mil toneladas 2.751 2.902
2.941
3.073
57.345
68.756
74.812
65.706 4,7% 7
Caf em gro (mil toneladas) 1.195
1.504
1.336
1.597
2.440
2.907
2.700
3.063 52,1% 1
Batata inglesa mil toneladas 1.134
1.144
1.275
1.182
3.444
3.548
3.917
3.382 34,9% 1
Laranja mil toneladas 750 817
824
864
17.618
18.503
19.811
18.973 4,6% 3
Mandioca mil toneladas 864 795
816
821
24.404
24.496
25.442
24.314 3,4% 10
Banana cachos (mil toneladas) 621
654
655
687
6.783
6.969
7.329
6.847 10,0% 4
Feijo mil toneladas 602 624
583
634
3.487
3.159
3.435
2.826 22,4% 2
Tomate mil toneladas 478
492
476
445
4.310
4.107
4.417
3.664 12,1% 3
Abacaxi milhes de frutos 256
222
229
251
1.471
1.470
1.577
1.651 15,2% 3
Alho mil toneladas 22 19
41
18
87
104
143
108 16,7% 3
Fonte: Fundao Joo Pinheiro, 2012
36
37
2.2 Dados do tomate no mundo, Brasil e Minas Gerais
O tomate considerado um fruto pertencente famlia das Solanceas,
composta pelos frutos pimento, jil, berinjela e batata. considerado a hortalia
mais divulgada em todo o mundo. Seu nome derivado dos termos astecas como
tomalt, xitomate, xitotomate conforme Long (2000).
Quanto origem do fruto, tal autora relata que existem duas teorias centrais. A
primeira relata que o tomate teve seus primeiros registros na Amrica do Sul, mais
precisamente na cordilheira dos Andes, na regio localizada entre o Peru e o
Equador. J a segunda descreve que o tomate foi encontrado inicialmente na regio
de Puebla-Vera Cruz, no Mxico.
Na Europa, as primeiros registros de utilizao do fruto ocorreram por volta do
sculo XVI, mais especificamente em 1544, na Itlia. No Brasil, os primeiros
registros ocorreram no sculo XIX, mais especificamente por volta de 1930, no
municpio de Suzano, estado de So Paulo (CAMARGO FILHO et al., 1994).
No que tange produo de tomate no mundo, dados da Food and
Agriculture Organization of the United Nations (FAO), revelam que a cultura do
tomate ocorre em pases localizados nos seis continentes. No ranking de produo
mundial de tomates a China ocupa a primeira colocao, com uma produo de 48,5
milhes de toneladas, seguindo-se a ndia, com 16,8 milhes, e os EUA, com 12,6
milhes. O Brasil ocupa a oitava posio, com 4,4 milhes de toneladas e um
faturamento de 1,63 milhes de dlares, conforme demonstrado na GRF. 2
(FAOSTAT, 2012).
Para Razdan e Mattoo (2007), o tomate um fruto que pode ser produzido
diretamente no campo ou indiretamente em estufas. Independentemente do tipo de
produo, pesquisadores buscam o melhoramento gentico de sementes de tomate
de forma contnua, com o objetivo de obter frutos de melhor rendimento e com maior
valor nutritivo.
Tal autor ainda cita que o tomate uma das hortalias mais consumidas no
mundo, sendo fonte de vitaminas, minerais e fibras importantes para a nutrio e a
sade humana. Em seu estado in natura, o fruto consumido, usualmente, em
saladas, pizzas e molhos caseiros. Quando industrializado, utilizado de vrias
formas na preparao culinria, sendo em forma de suco ou processados na forma
de purs, concentrados, condimentos e molhos.
38
Grfico 2 Principais pases produtores de tomate no mundo em 2011
Fonte: FAO (2013)
Devido ao aumento na populao mundial, o consumo de tomates vem
crescendo consideravelmente, levando agricultores, agrnomos e horticultores a se
movimentarem em busca de melhores rendimentos, sem perder de vista a qualidade
da produo, de forma a atender s demandas tanto do mercado de tomate de mesa
como do tomate industrial/rasteiro.
Dados da FAOSTAT divulgados no 4 Seminrio do Tomate de Mesa relatam
que o Brasil consome 18,5kg do fruto por habitante, ocupando a stima colocao
no ranking mundial. Lidera a Turquia, com 85,7kg, seguindo-se o Egito e a Itlia,
com 84,4kg e 66,1kg respectivamente.
A produo mundial de tomate em 2011 atingiu 142,02 milhes de toneladas,
ocupando uma rea de 4,75 mil hectares, segundo dados da FAO (2013).
O Mapa 1 apresenta a distribuio da produo de tomate por pas,
contemplando 180 pases dos 196 pases existentes (91,84%).
Quanto produo de tomate no Brasil em 2012, foram produzidas 3.665.891
toneladas, contra 4.425.274 em 2011 e 4.114.312 em 2010 (IBGE, 2013b).
Para 2013, estima-se uma produo de 3.938.620 toneladas, gerando uma
recuperao da produo de tomate em relao ao ano anterior, com um
crescimento projetado de 10,29% nas safras de 2013/2012. Cabe destacar que em
2012 a produo de tomate ficou reduzida em 17,18% em relao a 2011 (MINAS
GERAIS, 2013).
17
.95
2.2
56
6.2
18
.28
3
4.6
65
.63
4
3.4
56
.46
1
2.9
95
.41
2
2.5
22
.01
5
2.1
98
.98
7
1.6
32
.23
4
1.3
56
.85
0
95
5.3
22
48
.57
6.8
53
16
.82
6.0
00
12
.62
4.7
00
11
.00
3.4
00
8.1
05
.26
0
6.8
24
.30
0
5.9
50
.22
0
4.4
16
.65
0
3.8
21
.49
0
2.5
85
.00
0
China Estados Unidos da Amrica
Egito Italia Espanha
Valores (em mil dlares) Produo (toneladas)
39
Mapa 1 - Distribuio mundial da produo de tomate
Fonte: FAOSTAT (2012)
No que tange produo de tomate no estado de Minas Gerais em 2012,
foram produzidas 444,7 mil toneladas, contra 476,1 mil toneladas em 2011 e 492,3
mil toneladas em 2010, representando 12,13% da produo nacional em 2012,
10,76% em 2011 e 11,97% em 2010 (MINAS GERAIS, 2013).
Para 2013, estimativas do IBGE colocam o estado de Minas Gerais na
terceira posio no ranking nacional de produo de tomate de mesa, com uma
produo estimada de 538.439 mil toneladas, sendo 424.856 mil oriundas do tomate
de mesa e 113.583 mil toneladas oriundas do tomate industrial, de acordo com
dados do IBGE (2013b), superando a produo de 2010, que atingiu 492,3 mil
toneladas.
Ainda em 2013, estima-se que o estado com maior participao na produo
do fruto seja o de Gois, com 1,33 mil toneladas, seguido por So Paulo, com
675,19 mil, e Minas Gerais, com 538,44 mil.
A TAB. 4 apresenta o ranking de produo do fruto nos estados brasileiros
segundo as estimativas para 2013.
40
Tabela 4 - Ranking dos principais estados produtores de tomate no Brasil para 2013
Principais estados brasileiros produtores de tomate
Produo em toneladas (*) % Participao
Gois 1.332.587 33,83%
So Paulo 675.196 17,14%
Minas Gerais 538.439 13,67%
Paran 281.818 7,16%
Bahia 196.360 4,99%
Demais estados 914.220 23,21%
Total Brasil 3.938.620 100,00%
Fonte: IBGE (2013b) Nota: (*) Estimativas para 2013 do tomate de mesa e industrial
Quanto rea plantada no estado de Minas Gerais, estima-se para 2013 a
utilizao de 7.971 hectares, representando 13,30% do total de hectares estimados
para o Brasil (59.919 hectares) em 2013. Em 2012, Minas Gerais representou
11,88% da rea plantada, enquanto que em 2011 tal estado representou 10,62%
(7.362 hectares) dos 69.311 plantados no Brasil (IBGE, 2013b).
O GRF. 3 apresenta a evoluo do percentual de participao do estado de
Minas Gerais quanto rea plantada e produo do tomate no Brasil entre 2000 e
2013, segundo dados do IBGE (2013b).
Grfico 3 - Evoluo do percentual de participao do estado de Minas Gerais quanto
a rea plantada e a produo de tomate no Brasil entre 2000 e 2013(*)
Fonte: IBGE (2013b) Nota: (*) Os dados para o ano de 2013 so estimados.
A produtividade por hectare projetada para o estado de Minas Gerais em
2013 de 63,37 toneladas/hectare, contra 65,73 toneladas/hectare do Brasil,
segundo dados do IBGE (2013b).
17,82
15,61 16,21 15,36 15,01 13,76
11,77 12,11 10,82 11,38 10,62
11,88 10,3
20,19
17,44 18,59
17,7 17,88 16,44
12,28 11,99 11,09
11,97 10,76
12,13
13,3
0
5
10
15
20
25
2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014
rea (%) Produo (%)
41
Alguns municpios mineiros possuem alta produtividade, Araguari,
Turvolndia, Lagoa Formosa, Uberlndia e Pimenta, que juntos devem produzir
113.545 toneladas em 2013, em uma rea de 1.587ha, com um rendimento de 71,54
toneladas/hectare, com picos de 85.000 kg/ha como o projetado para Araguari, na
regio do triangulo mineiro.
Segundo dados do IBGE (2011), a lavoura do tomate ocupa a dcima
segunda posio no ranking valor da produo, R$ 3,2 bilhes segundo os principais
produtos agrcolas brasileiros em 2011. Com relao quantidade produzida, tal
lavoura ocupou a dcima posio, produzindo 4,42 milhes de toneladas (IBGE,
2011).
No que tange categoria de hortalias e leguminosas, a cultura do tomate
passou a ocupar a segunda posio no ranking brasileiro, ficando atrs somente da
cultura da banana, evidenciando, assim, a importncia da cultura do tomate para a
alimentao da populao brasileira (IBGE, 2011).
Em Minas Gerais, as estimativas para 2013 apontam as principais regies
produtoras de tomate de mesa: Central, com 111,3 mil toneladas; Rio Doce, com
19,7 mil toneladas; e Zona da Mata, com 12,7 mil toneladas.
O Mapa 2 apresenta a distribuio espacial da produo de tomate no estado
de Minas Gerais em 2013, tendo como base as mesorregies do IBGE.
Mapa 2 - Distribuio espacial da produo de tomate de mesa estimada para 2013, por mesorregio, do estado de Minas Gerais
Fonte: Minas Gerais (2013)
42
A produo do tomate de mesa estimada para 2013 de 424,85 mil
toneladas, em 6.704 hectares. A regio Central a principal produtora do estado,
com 27,57%, seguindo-se a Sul de Minas, com 20,79%, a Alto Paranaba/Tringulo,
com 14,94% (MINAS GERAIS, 2013).
No que tange rea colhida, a regio Central representa 25,27% do total do
estado, seguindo-se a Sul de Minas, com 23,69%, e a Alto Paranaba/Tringulo com
13,76% da cultura do tomate de mesa no estado de Minas Gerais, conforme TAB.5.
Tabela 5 - Informaes da lavoura do tomate de mesa nas regies de Minas Gerais em 2013 (*)
Regies de MG rea Colhida 2013 Produo 2013 Produtividade
(kg/ha)
Mdia Estadual
= 100 Hectare % Toneladas %
Central 1.613 25,22% 111.326 27,57% 69.037 9%
Rio Doce 388 6,08% 19.650 4,86% 50.644 -20%
Zona da Mata 204 3,20% 12.435 3,08% 60.956 -4%
Sul de Minas 1.512 23,69% 83.967 20,79% 55.644 -12%
Tringulo 647 10,14% 51.245 12,69% 79.204 25%
Alto Paranaba 878 13,76% 60.350 14,94% 68.736 9%
Centro Oeste 648 10,15% 45.320 11,22% 69.938 11%
Noroeste 22 0,34% 1.280 0,32% 58.182 -8%
Norte de Minas 394 6,17% 15.296 3,79% 38.822 -39%
Jequitinhonha / Mucuri 77 1,21% 3.014 0,75% 39.143 -38%
Total MG 6.383 100,00% 403.913 100,00% 63.279 0,00%
Fonte: IBGE (2013b) Nota: (*) estimativa
A produo de tomate em Minas Gerais direcionada em dois sentidos: para
o consumo, em seu estado in natura; e para industrializao e elaborao de
produtos, como extrato, catchup, molhos, tomate pelado e tomate seco, entre outros
(HERLAND; LARRINUA, 2009).
Dados do IBGE revelam que Minas Gerais possui ambas as rotas, tanto para
o consumo in natura, definido como tomate de mesa, como para o industrial, definido
como tomate rasteiro. De forma a corroborar tal afirmao, em 2011 foram
produzidas 398 mil toneladas do tomate de mesa, destinado ao consumo in natura,
numa rea de 6.510 hectares.
No mesmo perodo, foram produzidos 78 mil toneladas de tomate rasteiro,
destinado ao consumo industrial, em uma rea de 852 hectares (IBGE, 2011).
Para Harland e Larrinua (2009), existem dezenas de espcies de tomate, que
podem variar de acordo com sua colorao, dimetro, tamanho, formato e cor.
Quanto cor, existem tomates verdes, vermelhos, amarelos, pretos, entre outros.
43
Entre as principais espcies de tomate de mesa consumidos no Brasil, a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuria (EMBRAPA) Hortalias cita: Crmen, Caqui,
Cereja, Dbora, Holands, Italiano, Momotaro e Sweet grape (VASCONCELOS,
2009).
2.2.1 Aspecto nutricional do tomate
Quanto a seu aspecto nutricional, o tomate se destaca por ser fonte de
vitamina e sais minerais. Os produtos que contm o tomate como base so ricos em
licopeno e esto associados a uma reduzida incidncia de cncer de prstata
(GIOVANUCCI, 2005).
Quanto a sua composio nutricional, o tomate de mesa se destaca pela
riqueza em vitaminas C, A e K, conforme apresentado na TAB. 6.
Tabela 6 - Quantidade de vitaminas fornecidos por 100g de tomate
Vitaminas
Quantidade por 100g Percentagem da necessidade diria
Vitamina C 12.7 mg 21
Vitamina A 833 IU 17
Vitamina K 7.9 mcg 10
Vitamina B6 0.1 mg 4
Folato 15.0 mcg 4
Vitamina E 0.5 mg 3
Niacina 0.6 mg 3
Tiamina 0.0 mg 2
Riboflavina 0.0 mg 1
Vitamina B5 0.1 mg 1
Vitamina B12 0.0 mcg 0
Vitamina D 0.0 mcg 0
Colina 6.7 mg Betana 0.1 mg
Fonte: Nast (2013) Nota: Necessidades dirias para adultos e crianas acima de quatro anos, tendo como base o consumo de 2.000 calorias. Os valores dirios podem variar para cima ou para baixo, de acordo com as necessidades individuais.
Quanto a sua composio nutricional, o tomate in natura se destaca pela
riqueza de minerais, como potssio e mangans, conforme demonstrado na TAB. 7.
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Tabela 7 - Quantidade de minerais fornecidos por 100 gramas de tomate e percentagem da necessidade diria
Minerais
Quantidade por 100g
Percentagem da necessidade diria
Potssio 237 mg 7
Mangans 0.1mg 6
Magnsio 11.0 mg 3
Cobre 0.1mg 3
Fsforo 24.0 mg 2
Clcio 10.0 mg 1
Ferro 0.3 mg 1
Zinco 0.2 mg 1
Sdio 5.0 mg 0
Selnio 0.0 mcg 0
Fluoreto 2.3 mcg Fonte: Nast (2013)
Nota: Necessidades dirias para afultos e crianas acima de quatro anos, tendo como base o consumo de 2.000 calorias. Os valores dirios podem variar para cima ou para baixo de acordo com as necessidades individuais.
possvel que haja alguma variao dos componentes nutricionais do
tomate, dependendo do modo de preparo, seja ele in natura, em molhos ou
enlatados, alm do seu tipo e qualidade.
Entre os aspectos nutricionais do tomate de mesa, o que mais chama a
ateno o alto teor de licopeno, j que este fruto responsvel por 85% do
licopeno consumido. Por isso considerado um complemento nutricional para a
sade humana (GALICIA et al., 2008).
Para a sade humana, o consumo de tomate pode trazer tanto benefcios
como malefcios.
Entre os benefcios, citam-se a preveno e tratamento do cncer de prstata,
apesar de alguns pesquisadores afirmarem que existem controvrsias a este
respeito (GIOVANUCCI, 2005). Para Fontana et al. (2009) o consumo de tomate
pode ajudar a prevenir o cncer de prstata, con