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Instituto Tecnológico Hahnemann Faculdade Inspirar (INSTITUTO TECNOLÓGICO HAHNEMANN CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA HOMEOPATIA FACULDADE INSPIRAR KÁTIA FERNANDA SUHET HOMEOPATIA E ULTRADILUIÇÕES O POSSÍVEL DIÁLOGO ENTRE EXPERIMENTOS IN VITRO, IN VIVO E EX VIVO E A PRÁTICA CLÍNICA BRASÍLIA - DF DEZEMBRO/2016

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Instituto Tecnológico Hahnemann Faculdade Inspirar

(INSTITUTO TECNOLÓGICO HAHNEMANN

CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA HOMEOPATIA

FACULDADE INSPIRAR

KÁTIA FERNANDA SUHET

HOMEOPATIA E ULTRADILUIÇÕES

O POSSÍVEL DIÁLOGO ENTRE EXPERIMENTOS IN VITRO, IN VIVO E EX VIVO

E A PRÁTICA CLÍNICA

BRASÍLIA - DF

DEZEMBRO/2016

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Instituto Tecnológico Hahnemann Faculdade Inspirar

Kátia Fernanda Suhet

HOMEOPATIA E ULTRADILUIÇÕES

O POSSÍVEL DIÁLOGO ENTRE EXPERIMENTOS IN VITRO, IN VIVO E EX VIVO

E A PRÁTICA CLÍNICA

Monografia apresentada como requisito para

obtenção do título de Especialista do Instituto

Tecnológico Hahnemann chancelado pela

Faculdade Inspirar. Orientadora: Leonor

Natividade de Medeiros Campos Ma.

Brasília - DF

Dezembro, 2016

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Kátia Fernanda Suhet1

HOMEOPATIA E ULTRADILUIÇÕES

O POSSÍVEL DIÁLOGO ENTRE EXPERIMENTOS IN VITRO, IN VIVO E EX VIVO

E A PRÁTICA CLÍNICA

Monografia aprovada pela Banca examinadora com

vistas à obtenção do título de Especialista em Ciência

da Homeopatia do Instituto Tecnológico Hahnemann

chancelado pela Faculdade Inspirar

1KátiaFernandaSuhetégraduadaemjornalismoetambémescritora,tendopublicado,sobonomedeFernandaSuhet,trêslivrosdepsicanálisereencarnacionista,umlivrodecontos,umromanceeumapeçateatral.Étambémpsicanalistaeterapeutafloralcom20anosdeexperiênciaprática.

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Aprovada em __ de dezembro de 2016.

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________

Profa. Ma Leonor Natividade de Medeiros Campos – Orientadora

Mestre em Psicologia Organizacional (UFSC),

Docente do Instituto Tecnológico Hahnemann, Psicóloga

_______________________

Prof. Lic. Eliete M M Fagundes Doutoranda

Coordenadora do Instituto Tecnológico Hahnemann

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A Deus Pai e Mãe, Feminino e Masculino,

Sempre e Acima de Tudo, o Amor Eterno;

Aos meus mestres, guias, mentores, amigos

espirituais, de todos os tempos, de todas as

linhas;

Aos meus pais, que me deram à esta vida e

tudo que precisei para chegar até aqui;

À minha irmã Adriana pela revisão da

formatação; ao meu irmão Rubens Jr., à

Simone e ao Uber, pela revisão da ortografia; e

à Luanna pela revisão do abstract - gratidão a

todos vocês por que mesmo sem entender nada

de homeopatia, se dispuseram a revisar este

trabalho;

Aos professores Eliete e Moreno por terem

tido a coragem de ir contra o establishment e

criado um curso de homeopatia para não-

médicos.

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Os mundos homeopáticos e médicos

científicos desenvolveram-se separadamente.

Por exemplo, homeopatas, em geral, não

perceberam a necessidade, na sua prática

clínica, de provas fornecidas por ensaios

clínicos ou por pesquisa básica de experiências

com animais ou estudos in vitro em

laboratório. Por outro lado, a maioria dos

cientistas médicos acadêmicos não mostram

interesse em métodos homeopáticos de

cuidados clínicos. No entanto, nos últimos

anos tem havido uma demanda crescente de

evidências científicas (na homeopatia) e de

uma atitude mais humanista/holística (na

medicina convencional). (Paolo Bellavite,

2003, p. 203, tradução nossa.)

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RESUMO

Um dos maiores obstáculos para se validar o tratamento homeopático na ciência

moderna é a dificuldade que os pesquisadores encontram para demonstrar a eficácia dos

medicamentos em condições experimentais. Neste trabalho, objetivou-se saber se dentre os

experimentos com medicamentos homeopáticos, ou preparados de ultradiluição que

seguissem a metodologia homeopática de diluição e sucussão, haveria uma forma de

validação de prescrição de medicações que se provasse mais eficaz que qualquer outra. A

metodologia utilizada para esta pesquisa foi a revisão sistemática de recuperação e análise

crítica de artigos, teses e livros sobre ultradiluição e medicações homeopáticas. Ao final,

concluiu-se que não existe uma forma ou paradigma único na utilização de medicações

homeopáticas com finalidade terapêutica. Observou-se contudo, que existem particularidades

no emprego das ultradiluições e dos tratamentos homeopáticos in vivo, ex vivo e in vitro que

emergem claramente nas bancadas de laboratório e que deveriam ser alvo de melhor análise

por parte dos homeopatas. Constatou-se ainda que, a despeito de utilizar medicamentos

homeopáticos ou substâncias diluídas dentro da metodologia homeopática, as pesquisas de

base raramente incluem outros preceitos da prática homeopática clínica.

Palavras-chave: Homeopatia, Ultradiluição

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ABSTRACT

One of the major obstacles to validate homeopathic treatment in modern science is the

difficulty that researchers find to demonstrate the efficacy of the drugs under experimental

conditions. This paper aimed to know if among the experiments with homeopathic drugs, or

ultra-dilution preparations that followed the homeopathic method of dilution and succussion,

there would be a way to validate medication prescription that could prove to be more effective

than any other. The methodology used for the research was a systematic analysis of recovery

and critical analysis of articles, theses and books on ultradilution and homeopathic

medications. In conclusion, there is not a single form or an exclusive paradigm in the use of

therapeutic homeopathic medications. It was observed, however, that there are particularities

in the use of ultra-dilutions and homeopathic treatments in vivo, ex vivo and in vitro that

clearly emerge in laboratory benches and should undergo better analysis by the homeopaths.

It was also found that despite using homeopathic remedies or diluted substances within the

homeopathic methodology, basic research rarely includes other precepts of clinical

homeopathic practice.

Keywords: Homeopathy, Ultra-High Dilutions

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SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO................................................................................................................................71.1 Problema................................................................................................................................................71.2Objetivos....................................................................................................................................................81.3.1Objetivogeral.............................................................................................................................................................81.3.2Objetivosespecíficos...............................................................................................................................................81.3Justificativa................................................................................................................................................92REFERENCIALTEÓRICO...........................................................................................................112.1BasesdaUltradiluição........................................................................................................................112.2Algumaspropostasteóricasdeexplicaçãoparaahomeopatiaeefeitosdeultradiluições................................................................................................................................................142.3Basesdahomeopatia..........................................................................................................................172.3.1Simillimum............................................................................................................................................................202.3.2-Dinamização/Potências..............................................................................................................................222.3.3Doses.........................................................................................................................................................................262.3.4Abordagensterapêuticas:unicismo-pluralismo-complexismo.........................................282.4Pesquisabásicacomultradiluiçõesehomeopatias.................................................................353METODOLOGIA...........................................................................................................................393.1Tiposdepesquisa.................................................................................................................................394RESULTADOSEDISCUSSÃO....................................................................................................40

5CONCLUSÃO.................................................................................................................................56REFERÊNCIAS.................................................................................................................................57

ANEXOI............................................................................................................................................62

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1 INTRODUÇÃO

A homeopatia clássica se diferencia das abordagens terapêuticas convencionais

pelo destaque que dá ao subjetivo, ao individual, ao personalístico, e ao idiossincrático.

Sendo assim, um dos maiores obstáculos para se validar suas medicações na ciência

moderna é a dificuldade que os pesquisadores encontram para demonstrar a eficácia dos

dos tratamentos em condições laboratoriais que não levam em consideração esses

preceitos homeopáticos.

Não bastasse isto, uma medicação pode apresentar um resultado para os pacientes

de uma pesquisa e, em outra, um resultado diferente ou mesmo contraditório em relação à

primeira. E quando são testadas em sistemas in vivo, ex vivo e in vitro, cujos resultados

não são passíveis de serem reportados ao estado de espírito do sujeito, as pesquisas sobre

medicamentos homeopáticos podem igualmente apresentar resultados ora positivos, ora

negativos, ora oscilantes. .

Mas mesmo na ausência de protocolos científicos definidos para contornar estas

dificuldades, nossa pesquisa mostrou que existe um esforço e uma atenção de

pesquisadores do mundo inteiro voltadas para se descobrir qual efeito medicações e

ultradiluições preparadas sob o critério homeopático poderiam ter.

Como exemplo desta atenção, citamos o trabalho de revisão bibliográfica realizado

por Carneiro et al. (2011, p. 9) que avaliou 70 pesquisas realizadas em diferentes países

cujo enfoque era o efeito sobre plantas que medicações isoterápicas, homeopáticas e

outras substâncias em altas diluições poderiam ter/ou não ter. Ao final da meta-análise,

esses revisores constataram que "em cerca de 73% dos trabalhos, os autores relataram

diferença estatisticamente significativa entre pelo menos um dos tratamentos preparados

segundo a técnica homeopática (...) e o controle."

Esta conclusão evidencia o fato de que, a despeito de não se saber exatamente como

funciona uma medicação homeopática, a abordagem em si se presta à pesquisa científica

- ainda que, de acordo com Bellavite et al. (1997), uma avaliação reprodutível e confiável

dos chamados fenômenos biológicos seja muito difícil.

1.1 Problema

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“As observações de Hahnemann não se coadunam com os princípios newtonianos

de ação e reação, os quais constituem a base do pensamento médico contemporâneo”

(GERBER, 1988, p. 63). Isto poderia explicar o fato de que nos escritos que se

multiplicaram nos dois séculos de existência da Homeopatia podem ser encontradas

diversas correntes que apregoam modos de prescrição, dosagem, potências e

metodologias muitas vezes conflitantes entre si.

Esta multiplicidade de aplicações e a ausência de parâmetros científicos claros, e

passíveis de serem reproduzidos em todas as circunstâncias, dão margem a interpretações

personalísticas que podem prejudicar a abordagem terapêutica e levar a resultados

inesperados e indesejáveis. E ainda que muitas teorias científicas tenham sido propostas

nas últimas décadas, permanece intocado o claro entendimento de como a medicação

homeopática atua.

Desta forma, o problema deste estudo foi saber se dentre os experimentos de base

com medicamentos homeopáticos, ou preparados de ultradiluição que seguissem a

metodologia homeopática - diluição e sucussão -, poderia ser encontrada uma

metodologia de validação científica da prescrição de medicações que se provasse

terapeuticamente mais eficaz que quaisquer outras?

1.2 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Identificar na literatura científica se as pesquisas realizadas em laboratório com

preparados homeopáticos e ultradiluições poderiam acrescentar alguma informação de

valor para a prática diária do terapeuta homeopata.

1.3.2 Objetivos específicos

• Verificar que tipo de pesquisas têm sido realizadas em laboratórios com sujeitos

in vivo, ex vivo e in vitro com tratamentos com medicamentos homeopáticos e/ou

ultradiluições preparadas pela metodologia homeopática;

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• Averiguar se estas pesquisas têm informações que corroboram ou contradizem a

prática homeopática consagrada pelos clássicos;

• Identificar se existe um padrão de utilização de medicação homeopática que

emerja do conjunto de pesquisas elencadas e que contribua para a prática terapêutica..

1.3 Justificativa

Os efeitos dos remédios homeopáticos em modelos celulares são bem

documentados para uma ampla gama de diluições/dinamizações, e seus compostos

altamente diluídos têm "a capacidade para modular a expressão de genes em células

humanas/animais e organismos unicelulares." (BELLAVITE et al. 2015, p. 141, tradução

nossa.)

Todo o saber empírico da homeopatia nasceu de experimentações realizadas em

sujeitos sadios que tomavam as medicações e iam anotando seus sintomas físicos e

mentais ao longo do tempo. Este método, delineado pelo próprio Hahnemann quando da

prova de China para tratamento de malária, tornou-se pedra de toque para se estabelecer

as propriedades terapêuticas das medicações e foi amplamente utilizado por todos os

teóricos e estudantes de homeopatia, sendo ainda hoje a única forma de efetivamente se

conhecer a abrangência terapêutica de uma substância.

Contudo, experimentadores como Constantin Hering (1800-1880), que testou em si

mesmo mais de cem medicações ao longo da vida (Lansky 2002) sem que isto tivesse

implicado em um prejuízo à sua saúde, podem dar ao leigo a sensação de que uma

medicação homeopática mal prescrita não implica necessariamente em dano, o que não é

verdade..

Lembremos que os experimentadores eram pessoas obrigatoriamente sadias e esta

regra magna ainda hoje perpassa todos os protocolos da homeopatia2. Some-se a isto o

fato de que a ampla documentação sobre os efeitos celulares in vivo, ex vivo e in vitro

demonstram que tanto existem experimentos nos quais os organismos não reagem às

medicações e ultradiluições, quanto existem aqueles nos quais as reações acontecem de

2RimaHandley(1990e1997),comenta,contudo,queosregristrosdeixadosporHahnemannnaFrançaapontamquenofimdavidaeleprincipiouarealizarexperimentaçõestambémemdoentes.

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forma marcante, deixando margem para a especulação de que uma prescrição mal

elaborada pode, em sujeitos sensíveis que não estejam em plena saúde, trazer desafios

energéticos prejudiciais ao organismo.

Justifica-se assim a necessidade de se pesquisar a existência ou não de parâmetros

de prescrição para o organismo não saudável, pois, conforme comenta Bonamin (2009),

na prática homeopática ainda não existem protocolos clínicos que demonstrem os

achados científicos sem esbarrar em resultados contraditórios. Desta forma, a pesquisa de

base tem potencial objetivo para contribuir com a clínica.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Bases da Ultradiluição

No livro "O Campo" (2002), Lynne McTaggart conta como um simples erro de

cálculo da então técnica de laboratório Elisabeth Davenas levou Jacques Benveniste e o

mundo descobrirem, em 1985, que as substâncias ultradiluídas têm efeitos biológicos

mensuráveis em testes de laboratório. Este "erro" consistiu em diluir acima do esperado

uma solução de antígeno e observar que ela continuava apresentando uma reação

bioquímica considerada "impossível" para aquele patamar de diluição.

Incialmente desacreditada por Benveniste, Davenas repetiu o experimento, desta

vez com o intuito de descobrir se de fato este efeito ocorrera, e acabou confirmando a

existência de um fenômeno até então novo e totalmente inexplicável no mundo científico.

Um médico homeopata que trabalhava no laboratório comentou por acaso que estes

resultados eram semelhantes ao princípio da homeopatia e Benveniste, que sequer sabia o

que era a homeopatia, acabou adotando algumas de suas metodologias3 para continuar

explorando este fenômeno. Constatou-se assim, pela primeira vez em um laboratório, o

fenômeno da transmissão de bio-informação sem a presença de moléculas no soluto.

Este fenômeno acabou sendo batizado pela mídia mundial de "memória da água", e

a expressão foi incorporada como possível explicação para a homeopatia. No entanto,

para evitar qualquer confusão entre as pesquisas de laboratório e a terapêutica

homeopática, os cientistas optaram por chamar seus objetos de pesquisas de

ultradiluições, ainda que seus estudos de biologia, imunogênese, biofísica etc. estejam

sendo feitos com a mesma metodologia farmacológica e a partir das mesmas substâncias

que geram os medicamentos homeopáticos. Por outro lado, de acordo com Silva (2006),

nesses estudos é menos comum que o pesquisador utilize o princípio da similitude,

enquanto que, na homeopatia, ele deveria ser obrigatoriamente levado em conta.

Ainda que o experimento original de Benveniste não tenha sido reproduzido por

3Quais sejam a proporção 1/99 e a sucussão vigorosa por, no mínimo, 100 vezes.

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laboratórios independentes4, suas observações evoluíram e ele passou a examinar a

maneira pela qual as moléculas se comunicam dentro da célula. A teoria até então dizia

que duas moléculas trocavam informações específicas apenas quando se encontravam e

se combinavam como "chave e fechadura". Benveniste, contudo, demonstrou de forma

inquestionável que para se comunicarem as células também se apoiam na sinalização

eletromagnética, em ondas de baixa frequência (menos de 20 quilohertz), e que duas

moléculas podem entrar em sintonia, mesmo a uma longa distância, e ressoar na mesma

frequência. Nas palavras de McTaggart (2002, p. 99):

(...) se cada molécula tiver sua própria frequência característica, seu receptor ou molécula com espectro correspondente entraria em sintonia com essa frequência, de maneira semelhante à que o rádio se sintoniza com uma estação específica, mesmo ao longo de grandes distâncias, ou o diapasão faz com que outro vibre na mesma frequência. Eles entram em ressonância (...)

Para provar isto, a partir de 1991 Benveniste realizou diversos experimentos nos

quais demonstrou que era capaz de transferir sinais moleculares específicos usando

apenas um amplificador e bobinas eletromagnéticas. Desde então, têm surgido diversas

teorias e explicações para este fenômeno de transmissão de informações para uma célula

sem a presença de matéria. Para Bellavite (2002), por exemplo, a energia e a informação

podem ser armazenadas como vibrações de ligações, como tensão das moléculas, como

sequências de DNA, como configurações de sinapses etc., e são transferidas como

energia ressonante entre moléculas como frequências.

Para Emilio Del Giudice e Giuliano Preparata, dois físicos italianos do Instituto de

Física Nuclear de Milão, as moléculas da água criam domínios coerentes, nos moldes de

um laser e, segundo comenta McTaggart (2002, p. 103), aparentemente:

(...) esses comprimentos de onda individuais das moléculas de água se tornam "informados" na presença de outras moléculas - ou seja, tendem a se polarizar ao redor de qualquer molécula carreada - armazenando e transportando sua frequência para que possa ser lida à distância. Isso significaria que a água é como um gravador, armazenando e conduzindo informações quer a molécula original ainda esteja presente ou não. O agitamento dos recipientes, como é feito na homeopatia, parece funcionar como um método para acelerar o processo.

Para Schulte e Endler (1998), ultradiluições são exemplos de bio-informação e

fonte de sinais "fracos" capazes de interferir em sistemas biológicos. Esta capacidade tem

4Talvez porque cada experimentador modificava de alguma forma o modelo original e esperava o mesmo resultado..

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feito, na opinião de Bellavite et al. (2014), com que a farmacologia das ultradiluições

emerja como um assunto pioneiro no domínio da nanomedicina e esta, por sua vez,

proporcione maior plausibilidade para as afirmações intrigantes da homeopatia.

Nesta linha de plausibilidade, Lansky (2002) cita o trabalho de Wayne Jonas que

aponta que pesquisas clínicas provam que a homeopatia é duas vezes mais efetiva que o

efeito placebo. Ainda assim, apenas quando as pesquisas de laboratório começaram a

trazer resultados inesperados de ultradiluições aplicadas em sujeitos não passíveis de

serem afetados pelo placebo foi que a comunidade científica principiou a olhar para a

homeopatia com outros olhos.

Um destes resultados enigmáticos das ultradiluições, de acordo com Guedes (2009),

é a não linearidade dos seus efeitos. Em muitos estudos, utilizando modelos in vivo e ex

vivo, especialmente os dedicados à iso-endopatia5, obtém-se uma curva dose-efeito

oscilatória. Outro resultado intrigante é citato por Bonamin (2007) em referência ao

trabalho de Aurélia Cristea e colaboradores que demonstram que a deflagração deste

padrão oscilatório ocorre graças a sucussão a qual cada diluição é submetida,

independente de ser ela homeopática ou não.

Um terceiro efeito igualmente intrigante - e que levou, de certa forma, ao descrédito

de Benveniste - é a percepção de que muitas vezes as altas diluições podem ter um efeito

contrário ao que se observa nas doses ponderais, colocando-as mais próximas das

descobertas de Arndt-Schultz6, ainda que estes dois pesquisadores não tenham baseado

seu trabalho em substâncias ultradiluídas.

Nas palavras de Bastide (2006, p. 23): "Foi mostrado tanto in vivo como in vitro

que altas diluições de aspirina têm efeito trombogênico, enquanto que as doses ponderais

clássicas têm efeito antitrombogênico".

Além deste efeito contraditório, as ultradiluiçoões podem também apresentar um

efeito oscilatório que não segue um parâmetro claro e pode trazer padrões em curva

ascendente, descendente ou horizontal. Isto foi inicialmente descrito com bastante

5Ultradiluições elaboradas com substâncias endógenas e empregadas de acordo com o princípio da identidade e não ao da semelhança6Hugh Schultz publicou vários experimentos defendendo a tese de que a resposta a um estímulo sobre a célula viva é inversamente proporcional à intensidade ou quantidade do mesmo. Ao mesmo tempo, Rudolf Arndt desenvolveu uma "Lei Básica da Biologia", em que um estímulo leve aceleraria a atividade vital, um estímulo médio a forte elevaria a atividade vital, um estímulo forte a suprimiria e um estímulo muito forte cessaria por completo essa mesma atividade vital. (...) Trata-se de um modelo estritamente molecular pelo fato de as concentrações utilizadas estarem abaixo do número de Avogrado." (Guedes 2009, p. 17)

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acuidade por Kolisko e Kolisko (1939) em suas pesquisas com plantas e tem confundido

não somente os pesquisadores de bancada, mas também praticantes de homeopatia.

Tudo isto tem instigado os cientistas na busca de respostas e feito com que a

ultradiluição ganhe cada vez mais espaço nos laboratórios do mundo inteiro. Destes

questionamentos que a ultradiluição tem feito, esperamos que a homeopatia terapêutica

encontre algumas respostas para suas próprias perguntas.

2.2 Algumas propostas teóricas de explicação para a homeopatia e efeitos de

ultradiluições

A homeopatia é fundada em paradigmas "holísticos" e "vitalistas", que podem ser interpretados - pelo menos em parte - em termos de uma estrutura fornecida pela teoria dos sistemas dinâmicos e da complexidade. Os modelos conceituais e alguns achados experimentais da ciência da complexidade podem apoiar as afirmações paradoxais do princípio da similitude e dos efeitos de diluição/dinamização. Argumenta-se que uma melhor apreciação de três propriedades principais de sistemas complexos: não linearidade, auto-organização e dinamicidade, não só aumentará nossa compreensão básica dos fenômenos homeopáticos, como também iluminará novas direções para investigações experimentais e configurações terapêuticas. (BELLAVITE, 2003, p. 203, tradução nossa.)

Desde que Hahnemann lançou a primeira edição do Organon, em 1810, muitas

vozes se levantaram tanto para dar crédito quanto para desacreditar a homeopatia e, ainda

hoje, mais de dois séculos depois, não foi possível estabelecer com absoluta clareza

científica um modelo teórico definitivo que ponha fim às polêmicas e explique e

sistematize seu uso clínico.

Na prática existem muitas perguntas que precisam ser respondidas e as possíveis

respostas sobre o fato de a homeopatia ora curar, ora não apresentar qualquer efetividade,

ora trazer mesmo prejuízos ao sujeito, segundo Bellavite. (2014), possam ser encontradas

nos marcadores biológicos, nos modos de interação dos receptores, nos mecanismos da

transmissão e amplificação de sinais e nos modelos de inversão de efeitos de acordo com

a regra da similitude. Conforme explica ele, até o presente, este problema de encontrar a

forma de atuação da homeopatia tem sido abordado por duas correntes diferentes de

pesquisas experimentais e linhas de teoria de acordo com as doses ou diluições

consideradas baixas/médias ou altas.

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Formulações homeopáticas em baixas e médias diluições contém moléculas do

soluto, e as potências muito baixas exploram a extrema sensibilidade dos sistemas

biológicos para sinais exógenos e endógenos. Seus efeitos são interpretados na faixa das

teorias de hormese7 e efeitos paradoxais das substâncias. Ou seja, contariam com a

capacidade dos receptores celulares de "ler" e decodificar as informações nos poucos

átomos disponíveis nestas medicações.

Com respeito às altas diluições, acima do limite de Avogadro8, de forma variada

invocam a sensibilidade para informação bioeletromagnética, e a capacidade dos clusters

de água em armazenar sinais e informações, e regulação de pontos de bifurcação de redes

sistêmicas. Literalmente cluster significa agrupamento e, aqui, diz respeito a um dos

modelos que procura explicar a homeopatia através da reorganização das moléculas de

água em clusters de forma a "mimetizar" a molécula original. Este modelo, proposto por

Nemethy e Scheraga, pressupõe que a cada momento uma amostra de água é composta

por uma mistura de clusters de tamanhos diferentes, formados por ligações de hidrogênio,

e de moléculas livres de água que não estão conectadas por ligações de hidrogênio. Para

Porto (2007, p. 20), "clusters consistem em aglomerados de moléculas de água formando

estruturas fechadas".

Para o grupo de pesquisadores coordenados por Bellavite (2014), as possíveis

respostas para a atuação da homeopatia e ultradiluições talvez girem em torno dos

modelos de interação dos receptores e mecanismos de transmissão e amplificação de

sinais pelas células. Ressalte-se que, de acordo com Benveniste (1994) estes sinais não

são de origem molecular, pois nas ultradiluições as moléculas ativas estão ausentes, ou

presentes em um número tão baixo, que não teriam como induzir o sistema a uma

7 "O termo hormesis foi proposto em 1943 por Southman e Erhilch (apud Calabrese and Baldwin, 2000), quando observaram que estrato químico de cedro em baixas concentrações estimulava o crescimento de fungos enquanto em altas concentrações o inibia. O significado literário desta palavra grega é "excitação por um impulso". Posteriormente, Stebbing usou este termo para descrever a estimulação do crescimento por baixos níveis de inibidores." (Khuda-Bukhsh, 2003, p. 341, tradução nossa) Entretanto em 1888 este fenômeno já havia sido caracterizado como lei de Arndt-Schulz. (Guedes 2009) Evidências crescentes de vários campos científicos sugerem que a hormese e a farmacologia paradoxal estão incluídas na capacidade de adaptação de sistemas imunológicos, neuroendócrinos e cardiovasculares, mas também em mecanismos de defesa/reparação celular e até mesmo em dinâmicas moleculares e mudanças conformacionais." (Bellavite et al. 2015, p 140, tradução nossa.)

8"Amedeo Avogadro, físico do século XVIII e contemporâneo de Hahnemann, sugeriu a hipótese hoje conhecida como “constante de Avogadro”, que "permite contar o número molecular como molécula-gramo (N=6,022 x 1023). Esse número indica que uma diluição superior a 1023 não contém qualquer molécula. Esse limite se localiza entre as diluições homeopáticas 10CH (10-20) e 12 CH (10-24), de acordo com o peso molecular do produto dissolvido". (Bastide 2006, p. 26)

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resposta. Ainda assim, como enfatiza Bonato (2007, p. 26), "a resposta do organismo,

como no caso das plantas, ocorre em níveis bioquímicos ou energéticos".

Schulte et al. (1998), por sua vez, enfatizam que as células são detectoras de

campos eletromagnéticos fracos e, partindo da hipótese de que as ultradiluições são

carregadas por eletromagnetismo, eles propõem que provavelmente por isto as doses ou

modalidades de aplicação destas ultradiluições podem estimular ou inibir o sistema

celular ou molecular do organismo.

Em Gerber (1988, p. 70), encontramos uma metáfora atomística sobre a forma

como os remédios homeopáticos e ultradiluições funcionam:

A teoria energética homeopática sugere que os seres humanos assemelham-se de certa forma aos elétrons de um átomo. Os elétrons ocupam casulos de energia ou regiões do espaço conhecidos como orbitais. Cada orbital apresenta determinadas características de energia e frequência, dependendo do tipo de átomo e de seu peso molecular. A fim de fazer com que um elétron passe para o próximo orbital superior é preciso transmitir-lhe energia de uma determinada frequência. Somente um quantum da energia exata necessária fará com que o elétron salte para um orbital superior.

Outra teoria sobre o funcionamento das ultradiluições foca em campos magnéticos,

e baseia-se no fato de que evidências acumuladas mostram que campos magnéticos

podem afetar uma variedade de mediadores opióides de funções comportamentais e

fisiológicas. Sabe-se que sistemas opióides endógenos e peptídeos opióides são

responsáveis por uma ampla gama de funções básicas. Testando o efeito de campos

magnéticos em caracóis terrestes, Kavaliers e Ossenkopp (1991) perceberam que as

funções celular, fisiológicas e comportamentais dos animais podem ser afetadas por

estímulos magnéticos, abrindo espaço para a especulação de que é justamente esta

capacidade de sofrer alterações objetivas a partir de estímulos não-químicos que está por

trás da capacidade das seres/células de serem afetados pelas substâncias ultradiluídas.

Na linha de frequências, o Professor Dr. Cyril Smith (2007) relembrou, em um

Congresso Internacional para terapeutas na Alemanha, que a importância de coerência

nas frequências dos sistemas vivos foi reconhecida primeiramente pelo professor Herbert

Fröhlich. O trabalho deste escritor com pacientes eletricamente sensíveis trouxe um

insight sobre a importância das frequências e levou à compreensão de que elas são um

fator comum entre os ramos da medicina complementar e alternativa.

Fritz-Albert Popp pensava na solução ultradiluída ou homeopática como um

"absorvedor de ressonância". Citado por McTaggart (2002, p. 87), ele dizia:

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Se uma frequência dissonante no corpo foi capaz de produzir certos sintomas, seguia-se que a ultradiluição de uma substância que produz os mesmos sintomas ainda contenha essas oscilações. Como um diapasão em ressonância, a solução homeopática adequada poderia atrair e depois absorver as oscilações erradas, possibilitando que o corpo voltasse ao normal.

Para Bastide (2006), o sistema de transmissão de informação na homeopatia e/ou

ultradiluição funciona como uma comunicação que se estabelece entre o corpo e a

molécula ativa que será a matriz da informação, precisando para isto que o receptor tenha

sensibilidade para ser capaz de ler e tratar aquilo que está sendo comunicado através da

mediação da informação transmitida pela solução sucussionada.

Sendo assim, "a molécula diluída poderia ser o portador da informação funcionando

em uma comunicação analógica com o organismo. Neste caso, o receptor entende

diretamente a mensagem como um significante e é capaz de reagir." (BASTIDE, 1994, p.

32, tradução nossa.)

Para finalizar, enfatizamos que outros teóricos vem desenvolvendo, desde a década

de 1980, explicações para a atuação da homeopatia e aqui citamos apenas aqueles que

mais nos chamaram atenção em nossa pesquisa.

2.3 Bases da homeopatia

"O que Hahnemann realmente talvez tenha feito foi casar empiricamente a

frequência do extrato da planta com a frequência da doença. " (GERBER, 1988, p. 70)

Quando sistematizou a homeopatia, Samuel Hahnemann (2002) estabeleceu quatro

princípios básicos sobre os quais ela se fundamenta: similitude, experimentação em

indivíduo sadio, doses mínimas e medicamento único. Para Silva (2006), hoje a

homeopatia se estabelece como área das ultradiluições, mas permanece tendo filosofia e

procedimentos metodológicos de pesquisa próprios, o que a faz uma ciência em si

mesma.

Dentre estes procedimentos metodológicos está a preparação das medicações, pois

o princípio da potencialização/dinamização acontece via diluição e sucussão. Chama-se

dinamizar o conjunto das operações de diluir, de forma pré-estabelecida de acordo com a

escala, e agitar as soluções resultantes em um número específico de vezes. Em seu

trabalho, Madeleine Bastide (2006, p. 24 e 26) comenta:

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Dois artigos muito recentes demonstram que o estado físico das soluções homeopáticas sucussionadas sem nenhuma molécula é diferente dos controles: mostrou-se por meio de termoluminiscência que há diferenças, mas sem se oferecer qualquer explicação. O mesmo tem sido observado por meio de descarga de gás, com características específicas que permitem diferenciar entre quatro medicamentos 30C. Essas duas análises podem envolver um vínculo com parâmetros eletromagnéticos. (...) Porquanto a diluição-sucussão é uma modalidade fundamental para se obter altas diluições farmacologicamente ativas em homeopatia.(Grifo da nosso)

Portanto, é através do processo de dinamização que "as substâncias com

propriedades medicamentosas transformam se em medicamentos-energia" (SILVA, 2006,

p. 03). Usualmente o produto das dinamizações é chamado de potência e a idéia geral é

de que o aumento da amplitude curativa de uma substância seja diretamente proporcional

ao número de vezes que o processo diluir/agitar é realizado.

Gerber comenta (1988, p. 68) que os remédios homeopáticos podem ser preparados

a partir de praticamente qualquer substância, seja ela orgânica ou inorgânica, pois “no

processo de potencialização homeopática, a diluição progressiva remove os elementos

moleculares da planta física e deixa na água apenas as qualidades energéticas sutis da

planta”. Sendo assim, os remédios homeopáticos contêm a frequência energética ou a

assinatura vibracional da substância a partir da qual foram preparados.

Para se estabelecer o efeito de cada medicação, Hahnemann e seus seguidores

estabeleceram que as provas deveriam ser feitas em sujeitos sadios. A partir da

compilação de sintomas que se manifestaram com mais frequência entre um grande

número de indivíduos nos quais a medicação foi ministrada, cria-se o que Gerber (1988,

p. 62) chamou de o quadro da droga - que nada mais é que

uma descrição das reações de uma pessoa idealizada que tenha ingerido a droga em questão. Ele engloba todo o complexo de sintomas do indivíduo, incluindo as perturbações físicas, emocionais e mentais.

Desta forma, os sintomas que se manifestam com mais frequência entre o grande

número de indivíduos nos quais a substância foi testada constituem a prova da medicação

em questão. À coleção de sintomas obtida nas provas dá-se o nome de quadro de

patogenesias e usualmente ela é colidida em publicações de matéria médica que pode ser

pura - aquela que traz as descrições de patogenesias sem qualquer edição - ou trabalhada

pelo autor em um plano pessoal de apresentação através de rubricas.

Tradicionalmente estas rubricas apresentam os sinais característicos que se

encontram na utilização da medicação, as modalidades, os tropismos, o tipo sensível etc.,

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e cada autor pode organizá-las de um jeito. Contudo, as mais conhecidas começam

listando os aspectos mentais, pois, como cita Gerber (1988, p. 62):

Uma coisa interessante a respeito do complexo de sintomas reunidos pelo médico homeopata é que os sintomas mentais e emocionais recebem um peso igual ou maior que os sintomas físicos.

Esta ênfase fica clara no Organon § 210, quando Hahnemann (2002, p. 125) diz que

ainda que as doenças da mente não configurem uma classe separada de doenças e ao

estado de espírito do paciente deve ser dada especial atenção, "como um dos principais

dentro da totalidade de sintomas".

Por princípio, a homeopatia entende que todos os distúrbios da saúde são causados

pelo desequilíbrio da energia interna (GUEDES 2009), mesmo que a definição de energia

interna ainda não tenha sido clarificada na ciência moderna. Ela entende ainda que estes

distúrbios podem ser corrigidos ao se ministrar uma medicação que tenha apresentado a

patogenesia que coincida com os sintomas do doente.

Durante o tratamento homeopático, espera-se que a mobilização inicial desta

energia interna leve a um processo chamado agravamento, que representa uma reação do

organismo em direção à cura. Para Endler et al. (2015), este agravamento se apoia no fato

de que o objetivo de uma intervenção homeopática é retirar o organismo de seu estado de

bloqueio patológico gerando, assim, uma movimentação que provoca a saída do estado

inercial de doença e que pode se manifestar inicialmente em qualquer direção, inclusive

em uma piora aparente.

Portanto, para encontrar a medicação que melhor se adapte às necessidades do

doente, e retire o organismo deste estado inercial que a doença o coloca, o homeopata

realiza sua consulta coletando os sintomas mais significativos para compor o quadro que

melhor se adeque à medicação. Segundo Madelaine Bastide, que vê a homeopatia dentro

do viés da comunicação, seguindo os preceitos de Agnes Lagache:

Os sintomas interessantes são aqueles em que o paciente expressa sua singularidade (sintomas idiossincrásicos). Esses sintomas são uma tentativa para se achar uma resposta impossível. A comunicação analógica permitida pelas diluições informativas do remédio – que é capaz de provocar sintomas semelhantes – traz para o organismo a resposta que está procurando. Então, o corpo é capaz de reconhecer e tratar essa informação que serve ao paciente como um fenômeno catártico. (BASTIDE, 2006, p.28)

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Para Bastide, portanto, os sintomas são uma expressão do sujeito quando este é

incapaz de tratar sua patologia, uma expressão do mundo do afeto; e a medicação seria o

fragmento de informação perfeito para mostrar o caminho adequado de lidar com os

desafios e modular uma expressão melhor adaptada ao contínuo da vida.

Mais ou menos na mesma linha de que as medicações trazem uma informação que

dá ao organismo uma saída para seus desafios, os achados de Bellavite et al.

demonstraram que os remédios homeopáticos têm potencial para "ativar ou desativar

alguns genes importantes, iniciando uma cascata de ações genéticas para corrigir a

expressão gênica que deu errado e produziu o transtorno ou a doença". (BELLAVITE,

2015, p. 141, tradução nossa.)

2.3.1 Simillimum

Toda substância biologicamente ativa (droga, componente tóxico, produto de bactérias, extrato de plantas, etc.) produz sintomas característicos em corpos sadios que são suscetíveis de serem perturbados de alguma forma por aquela substância. Cada corpo doente exibe uma série de sintomas característicos que são típicos da patologia específica que está acometido. A cura de um corpo doente pode ser alcançada através da administração de uma droga que produz no corpo sadio os mesmos sintomas. (BELLAVITE, et al. 1997, p. 73, tradução nossa.)

Esta formulação de Bellavite é a base da aplicação clássica da homeopatia e, o

trabalho do homeopata consiste encontrar esta medicação ao fazer coincidir ao máximo a

descrição da patogenesia da medicação com as características peculiares apresentadas

pelo organismo doente durante o curso de seu desequilíbrio. Portanto, conforme ressalta

Haidvogl (1994, p. 235, tradução nossa), "uma prescrição homeopática não é feita de

acordo com um diagnóstico clínico, mas de acordo com os sintomas individuais e

peculiares de um único paciente". À esta prescrição que abrange a totalidade individual

do doente, e não apenas um sintoma isolado, a homeopatia dá o nome de simillimum.

Para Gerber (1988, p. 70), que segue uma explicação energética de modelos de

utilização terapêutica, ao utilizar a Lei da Similitude, "Hahnemann pode ministrar a seus

paciente a dose da energia sutil que eles precisavam exatamente na faixa de frequência

que era necessária". E este é o motivo pelo qual na homeopatia conhecida como clássica

não se pode usa remédios diferentes para tratar sintomas diferentes em um mesmo

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momento, pois a cura somente será proporcionada pelo remédio que melhor expressar o

quadro total de sintomas do paciente.

Bellavite et al. formularam uma explicação genética para ilustrar a Lei do

Semelhante:

Uma vez que em doenças "reais" uma série de diferentes proteínas e funções são afetadas, e uma vez que todas as perturbações da proteína e consequentes reações são determinadas pela constituição genética individual, cada pessoa doente apresenta um padrão complexo de sintomas diferentes. (BELLAVITE et al., 2015, p. 153, tradução nossa.)

Para eles, esta visão biogenética do princípio de similaridade confirma a vantagem

teórica da homeopatia, abraçando o princípio da ação secundária da medicina para curar

uma doença. A ação secundária foi descrita por Hahnemann e se define por ser a ação

espontânea e oposta do organismo na presença de uma substância externa, a droga, com o

intuito de restaurar o equilíbrio. Desta feita, a medicação homeopática, "atuando em um

organismo doente em condições criticamente sensíveis, pode mover os componentes do

sistema em níveis moleculares, celulares e sistêmicos e afastar-se de atraentes patológicos

energeticamente desfavoráveis, readendo-os para os mais fisiológicos". (BELLAVITE, et

al. 2015, p. 153, tradução nossa)

Disto se depreende, como diz Khuda-Bukhsh, que na homeopatia clássica não

existe uma medicação fixa para qualquer doença em particular, mas sim medicamentos

específicos para conjuntos de sintomas.

Os sintomas das doenças são, portanto, todos mais importantes do que a própria doença na seleção do fármaco específico. Um medicamento particular entre um grupo de medicamentos deve ser selecionado criticamente com base na totalidade dos sintomas. (KHUDA-BUKHSH, 2003, p. 340, tradução nossa)

Um bom exemplo ilustrativo é a febre, pois mesmo que a doença seja a mesma,

cada paciente poderá expressá-la de um jeito diferente: uns poderão ter sede, outros não;

em uns ela poderá trazer inquietude, para outros, prostração; uns se recuperam rápido,

outros permanecem horas ou mesmo dias prostrados; para uns pode haver perda de

apetite, para outros, nenhuma alteração nesta área.

Nas palavras de Bonamin (2007, p. 30), "o sintoma é chave do princípio de

similitude". Como dito, as substâncias, que foram testadas em seres humanos sadios,

produziram um escopo de sintomas que passaram a definir o caráter medicamentoso da

substância, ou seja, em quais condições ela se torna física e/ou psiquicamente terapêutica

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e qual o perfil morfo-caracterológico mais comum aos indivíduos que apresentam melhor

afinidade com ela - similitude.

Embora esta especificidade de sistematização tenha levado a homeopatia a ser

usada primariamente apenas na clínica humana, o tratamento homeopático baseado na

Lei do Semelhante também tem apresentado mudanças específicas observáveis em

animais de laboratório e em plantas, sob diversas condições experimentais, como se verá

posterioremente. Bellavite et al. sintetizam isto:

A pedra angular da homeopatia é que todo o quadro clínico do doente individual deve ser tomado em consideração - e isto não está em disputa -, mas os modelos de laboratório também permitem que o mecanismo de ação dos fármacos seja investigado em animais, células, tecidos, e mesmo no nível molecular. Esta perspectiva "reducionista" não está em contraste com a abordagem "holística" da homeopatia como um sistema de cura, mas sim representa a base fundamental de uma teoria em desenvolvimento que incluiria avanços recentes na ciência da complexidade e biologia de sistemas. (BELLAVITE et al, 2015, p. 139, tradução nossa)

2.3.2 - Dinamização/Potências

A alternância na expressão fisiológica em função da dinamização foi observada por vários autores (Davenas et al., 1988; Godoy, 1988; Fazolin et al., 2000; Castro 2002; Bonato & Silva, 2003). Este fenômeno ainda não é explicado cientificamente, mas admite-se a hipótese que esta oscilação esteja relacionada com o movimento rítmico da natureza e pela similitude entre a homeopatia e o organismo vivo que a percebe. (ARMOND, 2007, p. 101)

Ao lado de precisar encontrar o medicamento que melhor se aproxime com a

totalidade sintomática do paciente, o homeopata precisa prescrever uma medicação

potencializada de acordo com o nível de energia que ele apresenta. Parte-se do princípio

que aquele que está mais debilitado, tem um nível de energia muito baixo, enquanto os

menos debilitados estariam no pólo oposto. Desta forma, preconiza-se que quanto mais

fragilizado estiver o organismo, mais baixa deverá ser a potência prescrita e as potências

mais elevadas seriam, neste contexto, indicadas apenas para aqueles que poderiam

suportar sem risco um agravamento medicamentoso mais intenso.

A potência homeopática é indicada na prescrição por números ascendentes e se

refere ao pressuposto de que, durante o processo de dinamização, quando os

medicamentos homeopáticos vão gradualmente sendo diluídos de forma escalonada e

sucussionados, ganham força medicamentosa. Não existe um limite para esta diluição,

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podendo superar facilmente a constante de Avogadro se esta for a necessidade

terapêutica.

Quando Kolisko e Kolisko (1939) estudaram as resposta das plantas às

dinamizações progressivas e sucessivas e o que eles verificaram foi que ao tratarem as

plantas com dinamizações crescentes obtiveram padrões em curvas, similares às ondas

eletromagnéticas, e que as respostas no crescimento inicial de plântulas poderiam ser

maiores ou menores do que o controle, ou seja, incrementar ou retardar o crescimento das

plântulas ou até mesmo não ter efeito. Para eles, tais comportamentos cíclicos no

crescimento das plantas pode ser o reflexo da dinâmica interna da substância do qual se

está dinamizando e de sua similitude com o organismo vegetal estudado.

Bonato (2009), expande esta explicação postulando que o comportamento da planta

poderia ser um modelo do biorritmo dinâmico da substância a ser utilizada (patogenesia)

e recentemente realizou experimentos que comprovaram os resultados obtidos por

Kolisko e Kolisko, e "dependendo do medicamento homeopático e da planta estudada as

respostas, na forma de onda, podem ser de maneira horizontal, ascendente ou

descendente". (BONATO, 2009, p 10, grifo do autor)

O comportamento rítmico e ondulatório também foi supostamente observado em

animais por Davenas et al. (1988) na observação da degranulação de basófilos9 disparado

por anti-IgE10 que, submetidos às ultradiluições podiam sofrer estimulação ou redução de

histaminas.

A pesquisa original de Davenas sofreu muitas críticas e nem todos os experimentos

demonstram esta variação descrita por Kolisko. Isto fenômeno levou Armond (2007) a

formular a hipótese de que a variável sob análise durante a pesquisa influencia

diretamente sobre o efeito da dinamização e a intensidade de atuação de cada

homeopatia.

No trabalho de Handley (2007), descobrimos que o próprio Hahnemann deixou

registros de que demonstram que ele também ele acreditava que os efeitos das

medicações poderiam variar de acordo com a potência:

Por exemplo, ele sugeriu em sua Matéria Médica Pura que alguns remédios

9Basófilos são um dos subtipos de leucócitos (glóbulos brancos) cuja função é libertar durante um processo infeccioso duas substâncias: heparina - anticoagulante - e histamina - vasodilatadora nas alergias.10 IgE é a sigla para Imunoglobulina E, um anticorpo responsável pela reação alérgica. O anti-IgE, portanto, modula a resposta do sistema imunológico com o objetivo de tratar o processo alérgico.

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deveriam ser empregados em potências expecíficas, tais como Augustura 6c, Manganum Aceticum 24c, Capsicum 9c, Colocynthis 18c e 21c. (...) Este experimento é interessante - e antecipa alguns experimentos modernos que parecem demonstrar o que agora conhecemos como remédios dinâmicos que parecem ser eficazes em algumas potências e em outras não. (HANDLEY, 2007 , p. 123, tradução nossa, grifo nosso.)

Apesar deste registro, Hahnemann não passou estas observações sobre variações de

efeito de acordo com a potência para no Organon e, ali, o que ele preconiza é que o

aumento gradativo das dinamizações provoca respostas fisiológicas progressivas e não

oscilatórias (2002). Em uma nota do editor, em um artigo de Popp (1994, p. 181, tradução

nossa), lê-se:

A regra de potência diz que através do processo homeopático de diluição e agitação gradual de uma substância mãe, a informação é transferida para o solvente. Se assumiu que esta informação é a mais marcada (afiada) quanto mais frequentemente o processo de diluição e agitação ocorreu.

Ou seja, tradicionalmente espera-se um efeito progressivo durante o aumento de

potências e não um efeito ondulatório, o que significa dizer que o conceito homeopático

clássico estabelece que a medicação ganha em força, de forma progressiva e gradual, e irá

manter sua atuação e não a modificar de forma tão radical a ponto de apresentar uma

curva que pode ser horizontal, ascendente ou descentente.

Como expressa Schembri (1992, p. 90), do ponto de vista clássico, a substância

irá manter "sempre as mesmas propriedades patogenésicas ou terapêuticas, em todas as

dinamizações, variando somente o poder dinâmico que é incrementado com o aumento

das dinamizações".

Não se sabe, contudo, se/ou quantas das medicações testadas e descritas nas

inúmeras matérias médicas tiveram seus experimentos realizados em escalas progressivas

de diluição/sucussão. Sabe-se por Bellavite (202) que as normas protocolares para

experimentação homeopática recomenda que os experimentos sejam feitos nas

dinamizações 12 CH, 30 CH, 200 Cfc, 1.000 Cfc, 10.000 Cfc e 50.000 Cfc.

Portanto, os experimentos feitos nesta sequencia de potências não deixam margem

para se analisar se a curva oscilatória encontrada na variação gradual de potências em

pesquisas de base também se aplica ao ser humano.

No Organon, Hahnemann apenas recomenda que elas sejam trocadas de forma

crescente conforme o efeito da potência utilizada for enfraquecendo e se tornar nulo - e

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isto pressupõe que a curva de progressão de cura esperada por ele seja exclusivamente

linear e ascendente.

Mas mesmo que a homeopatia clássica preconize esta linearidade de efeitos

patogenéticos, existem correntes dentro da homeopatia que descrevem que os

medicamentos de baixa dinamização têm ação terapêutica em menor profundidade e

menor durabilidade comparados à alta dinamização. Schembri (1992, p. 89) chega

mesmo a dizer que “pode-se também perceber, claramente, na prática médica, a ação

distinta dos medicamentos homeopáticos nas suas dinamizações, das baixas às altas”.

Há mesmo homeopatas que dizem que as potências baixas se adequam a casos

agudos e as altas a crônicos. Contudo, a controvérsia aqui gira em torno do fato de que o

que dirige uma prescrição homeopática clássica não é uma regra fixa sobre a doença, mas

o quadro apresentado pelo doente e, assim, a potência medicamentosa é escolhida dentro

da lei do semelhante, respeitando o grau e a capacidade de reação do organismo, e não a

característica temporal de seus males.

Voltando aos efeitos não lineares, Lansky (2002) comenta que os experimentos

com ultradiluições que tendem a demonstrar o efeito das potências em uma curva em U

poderiam explicar o motivo pelo qual a prática homeopática consagrou como mais

efetivas potências centesimais específicas, tais como 6CH, 12CH, 18CH, 24CH, 30CH,

200CH, 1000CH11 etc.

Estas particularidades das potências - que aparecem tanto na prática tradicional da

homeopatia quando diz que há potências que são mais efetivas que outras, quanto nos

experimentos de ultradiluição que trazem uma curva oscilante – são um desafio para os

tratamentos homeopáticos.

Muitas pesquisas de bancada apontam para a necessidade de se realizar estudos de

patogenesias que levem em conta uma ascensão progressiva de potências a fim de se

descobrir se as curvas que foram encontradas experimentalmente in vivo e in vitro

também se aplicam à terapêutica.

2.3.2.1 Escalas

11OsterapeutasfrancesescomoDemarqueetal.(2009),contudo,privilegiamaspotências5CH,7CH,9CH,15CHe30CH.

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A primeira escala de medicações homeopáticas foi estabelecida por Hahnemann.

Depois de vários experimentos com diluições, ele chegou à proporção de 1 parte da

matéria bruta para cada 99 partes de diluente que era posteriormente sucussionada e dava

origem a 1CH - centesimal hahnemanniano - também grafado 1C. Dessa primeira

diluição/sucussão, tirasse novamente 1 parte e se faz a diluição seguinte, gerando o 2CH;

e assim sucessivamente.

Nas cinco primeiras edições do Organon, Hahnemann se referia apenas a esta

diluição. Contudo, segundo Amarilys César, no fim da vida ele sentiu a necessidade de

usar quantidades ainda menores de substância medicinal e aumentou a razão da diluição

para mais do que 1 para 50.000 a cada passo de dinamização, criando o que chamou de

“meu melhor método de dinamização” (CÉSAR, 2003, p. 27), a chamada escala LM. E

foi nesta época inseriu também um maior número de agitações, passando para "100 fortes

sucussões”. "

Além destas duas escalas estritamente hahnemannianas, existem as escalas:

a) decimal (D ou X) proposta por Constantin Hering - na razão de 1:10

b) korsakoviana (K) proposta por Korsakov, contemporâneo de Hahnemann,

e que desenvolveu esta escala para ser utilizada durante a guerra, quando havia grande

dificuldade de se transportar de um lugar para outro utilizando muitos vidros e

estabeleceu a utilização de apenas um, que seria enchido, agitado, esvaziado e novamente

enchido - o resíduo restante no vidro seria, assim a substância ativa para a potência

seguinte. A potência inicial utilizada para este método é 30CH.

2.3.3 Doses

Em princípio, de acordo com Fontes et al. (2006a, p. 06) o conceito farmacológico

de "dose, como a quantidade de medicamento que um paciente deve ingerir para

modificar seu estado de enfermidade" não deveria se adaptar à homeopatia pois:

(...) o medicamento homeopático não age pela sua massa, mas sim por seu efeito dinâmico (qualitativo), que se prolonga mais ou menos no tempo em função do poder de reação ou sensibilidade do organismo enfermo. Neste sentido, importa o grau de dinamização (potência medicamentosa) e a

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frequência de administração do medicamento escolhido de acordo com a Lei dos Semelhantes.(FONTES et al., 2006a, p 06)

Ainda assim, ao lado de encontrar a medicação e a potência que melhor se adequem

à necessidade do doente, o homeopata precisa definir durante a prescrição a dose, isto é, a

quantidade de vezes e a quantidade de gotas/glóbulos que deverá ser ingerida - e qual

intervalo temporal ótimo entre elas.

No Organon, Hahnemann enfatiza que o melhor tratamento é justo aquele que

utiliza a menor dose possível da medicação que mais se adequa ao doente. Mas estes

adjetivos melhor e menor, como tudo mais na homeopatia, não vêm com uma receita

rígida: precisam ser adequados a necessidade de cada organismo.

Na pesquisa de base, no entanto, o fenômeno de variação de resultados em função

da quantidade de medicação ministrada foi encontrado pelo grupo de pesquisa

coordenado por Fontes et al. (2006a). Este trabalho consistiu em intoxicar ratos com

Arsênico e, posteriormente, ministrar aos mesmos o medicamento homeopático

Arsenicum album, reportado pelos homeopatas como um agente capaz de proporcionar a

eliminação do Arsênico dos organismos intoxicados por ele. A potência homeopática

escolhida foi 6CH e foram ministradas doses de 2, 5 e 10 gotas.

A conclusão do trabalho aponta que a despeito de a quantidade de arsênico

eliminada pela urina seja estatisticamente semelhante, o efeito da dose de 10 gotas

possivelmente "aumentaria com o tempo de tratamento, porquanto ao término desse a

eliminação de arsênico encontrava-se em fase ascendente, à diferença do observado com

as doses de 2 e 5 gotas". Fontes et al. (2006a, p. 08)

Em um outro trabalho, os mesmos autores (2006b) combinaram a variação de dose

- 2, 5 e 10 gotas - com a variação de potências - 6CH, 12CH e 30CH - e puderam

verificar que:

(...) o medicamento Arsenicum album, nas potências 6CH e 12CH é efetivo na mobilização e eliminação de As (...). O mesmo não pode ser dito com relação à potência 30CH, já que não houve diferença significativa entre as doses administradas em comparação ao controle. Tendo em vista as doses administradas (2, 5 e 10 gotas) observa-se que a quantidade de As eliminada é estatisticamente semelhante para as potências 6CH e 12CH. Considerando-se apenas as potências medicamentosas, conclui-se que a eliminação de As é mais lenta na potência 6CH e mais rápida na potência 12CH. (Fontes et al., 2006b, p. 04)

Em outras palavras os estudos acima mostram que a quantidade de gotas/glóbulos

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pode ter influências sutis, porém estatisticamente mensuráveis em alguns modelos

experimentais.

Em relação ao tempo/dose, Armond (2007), cita duas pesquisas:

a) Nunes (2005) confirmou em Sphagneticola trilobata que em 15 minutos

há uma síntese de tanino na presença de Sulphur 3C e que a diluição de até 3 gotas de

Sulphur 2C por litro de água provocaram aumento de tanino, persistindo o efeito por 16

horas no mínimo.

b) Segundo Arruda et al. (2005), os argumentos básicos que justificam a

viabilidade do uso da homeopatia são os resultados da pesquisa que em 1 minuto a planta

responde a presença da homeopatia, em 15 minutos sua defesa química estava sintetizada

e disponível.

2.3.4 Abordagens terapêuticas: unicismo - pluralismo - complexismo

Um dos princípios que norteia a aplicação terapêutica da homeopatia clássica é o

unicismo, que consiste em utilizar apenas uma medicação por vez. O tempo, contudo,

trouxe outras formas de emprego das medicações, dentre ela o pluralismo que utiliza mais

de uma medicação durante o mesmo tempo de tratamento, mas em doses separadas. Ou

seja o doente pode receber mais de uma medicação durante o tratamento, mas elas não

são diluídas no mesmo frasco, e devem ser tomadas respeitando um tempo mínimo, ainda

que não se encontre uma regra clara e única estabelecendo de quanto seja este tempo.

Nos fac-símiles aos quais Handley (1997) teve acesso, e que descreviam todo o

trabalho de Hahnemann nos seus últimos anos na França, encontram-se prontuários que

demonstram que ele usou este método em muitos de seus pacientes.

O sistema pressupõe que os medicamentos sejam escolhidos baseados em um

mínimo de similitude com o organismo e o momento pelo qual ele passa. Curiosamente,

dentre todas as pesquisas de ultradiluição e aplicações homeopáticas coletadas para este

trabalho, não encontramos um único exemplo deste emprego que tenha sido testado em

laboratório.

A outra forma de utilização terapêutica de homeopatias é o chamado complexismo,

que combina em um mesmo frasco duas ou mais medicações diluídas juntas ou em

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separado. Este método agrada à indústria farmacêutica em especial, pois pode-se colocar

no mercado medicações que supostamente tenham amplo espectro de atuação.

Ressalte-se, contudo, que rigorosamente falando, este método é o que menos segue

a lei da similitude conforme preconizada por Hahnemann, pois a medicação pode vir a ser

prescrita para a doença, não para o doente. Neste aspecto, o emprego não se diferencia

muito da mentalidade alopática que isola o paciente em partes e foca apenas naquele

aspecto que esteja apresentando desequilíbrio, deixando de lado a totalidade do ser.

Para Haidvogl (1994), os remédios complexos podem ser úteis no tratamento de

algumas doenças agudas, mas mesmo neste caso pode-se encontrar pacientes cujos

sintomas não encaixam na imagem da droga dos remédios aplicados.

Ainda assim muitas empresas se especializaram nestes preparados e as mais

conhecidas no mercado brasileiro são a Homeopatia Almeida Prado, fundada em 1959, e

a Weleda12, fundada por Rudolf Steiner em 1921. Estes dois exemplos de empresas que

existem há décadas chamam atenção para o fato de que a despeito de não ser reconhecido

pela homeopatia clássica, o complexismo atende ao consumidor de alguma forma.

Dentro do complexismo, existem duas formas de se preparar as medicações. A

primeira é a simples mistura de medicações variadas; e a segunda pode combinar

variações de potências de uma medma medicação ou medicações.

Como exmplo da primeira metodologia analisamos dois medicamentos. O primeiro

deles, o Canova®, foi escolhido devido a importância de sua aplicação enquanto

coadjuvante nos tratamentos de pacientes com câncer e AIDS; e o segundo, o Pro-

Derma®, por termos um relato de caso pessoal descrevendo sua associação com o

simillimum no tratamento de uma ferida em uma cadela.

Como exemplo da segunda, analisaremos os Homaccord®, formulações com

acordes de potência que têm sido bastante utilizados na Alemanha. Desenvolvida pelo

médico espanhol Emanuel Cahis (1855-1934) este sistema pretende sobrepassar tanto o

problema de escolha na prescrição de potências medicamentosas, quanto evitar ou

minimizar o agravamento inicial.

12Esta indústria segue um tipo de medicina chamada antroposófica, mas prepara seus medicamentos seguindo a metodologia de dinamização homeopática decimal (D).

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2.3.4.1 Acordes de Potência

De acordo com Pedalino,

Acordes de potências homeopáticas são preparações farmacêuticas que contêm, em partes iguais, diferentes diluições de medicações homeopáticas preparadas a partir da mesma tintura. O conceito de 'acordes' foi introduzido por Cahis e Katz no princípio do século XX; eles sugeriram que este tipo de formulação poderia ser mais efetiva que a utilização da medicação com uma única potência. Avilés (1966) propôs que este tipo de formulação deve conter diluições em baixas, médias e altas potências. (PEDALINO, 2004, p.194, tradução nossa)

Henninger e King (1998) acrescentam que os vários níveis de potência podem ser

fabricados separadamente e misturados em um conjunto, ou podem ser potenciados em

conjunto durante as duas últimas etapas de potencialização. Para eles, ainda, os acordes

de potência foram desenvolvidos supostamente para lidar com três problemas que surgem

frequentemente quando se aplicam potências únicas:

• O desafio de escolher a potência apropriada para o caso particular;

• O problema do agravamento inicial da condição do paciente;

• A dificuldade em determinar as diferentes durações de ação e as diferentes faixas

de ação das várias potências do mesmo medicamento.

Contudo, ressaltamos que a generalização sobre o fato de que podem existir

problemas com agravamento inicial é perigosa, uma vez que já no Organon (2002)

Hahnemann deixou claro que as reações iniciais de uma medicação homeopática são

reduzidas quando a potência escolhida é próxima ou idêntica à capacidade de resposta do

paciente.

Pedalino analisou o efeito do composto Belladona Homaccord®, preparada com

acordes de A. belladonna e E. angustifolia, e descobriu que ele aumentou a fagocitose de

células do sistema imunológico de uma maneira não vista em prepações com E.

angustifolia apenas em 4D. Ela concluiu os resultados obtidos no estudo da combinação

de Atropa belladonna e Echinacea angustifolia sugerem que estas medicações

homeopáticas preparadas como "acordes de potência têm um efeito modulatório efetivo

nos processos inflamatório. Parece que a associação de potências e espécies de plantas

pode ser útil para induzir uma sinergia entre as medicações" (PEDALINO, 2004, p. 197,

tradução nossa).

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De acordo com Heel Laboratories, da Alemanha, no composto Belladona

Homaccord®, Belladona tem o efeito de reposição em D2, de regulação em D10 e D30, e

de informação em D200 e D1000; e Echinacea angustifolia tem efeito de regulação em

D10 e D30, e de informação em D200. No composto Belladona injeel Simples® o efeito

de regulação de Belladona I.S se dá em D12 e D30, e de informação em D200 e D1000.

Belladona I. Forte tem, por sua vez, efeito de reposição em D4, regulação em D12 e D30

e informação em D200.

Eles justificam esta explicação utilizando a filosofia do médico alemão Hans-

Heinrich Reckeweg (1905-1985) segundo o qual, um organismo é abordado de forma

orgânica em baixa potência, funcional ou fisiológico em potência média, e mental e

informativo em alta potência. Nesta filosofia, portanto, um amplo espectro de atuação

pode ser conseguido desde a primeira prescrição.

O trabalho de Reckeweg sobre acordes de potência deu origem ao que hoje é

chamando Homotoxicologia (Homotoxicology 2007). Para Bellavite, Reckeweg

(...) procurou efetuar uma síntese entre os conhecimentos científicos no campo bioquímico e imunológico, bem como suas práticas homeopáticas (principalmente as do tipo clínico/complexicista), baseando-se na regulação e na ativação do processo inflamatório e dos sistemas de defesa e de equilíbrio homeostático, considerados como vias naturais para a cura. (BELLAVITE, 2002, p. 320.)

Para testar se os acordes eram mesmo capazes de minimizar os efeitos de

agravamento, um estudo conduzido com homeopatas alemães sobre a utilização do

Homochord Acidum L, Sonntag (2015) descobriu 94,51% dos profissionais pesquisados

reportaram que não houve nenhum agravamento inicial, 3% não abordaram esta questão e

somente 2,6% relataram a incidência de algum tipo de agravamento com esta prescrição.

Em um outro trabalho, Pedalino (2006) comenta que Gomez refez o modelo

experimental de Bildet com Phosphorus com objetivo de analisar e comparar o acorde de

potência e as potências individuais na hepatite induzida, observando que há um efeito

hepatoprotetor superior nos acordes em comparação aos medicamentos individuais

ministrados separadamente. Para isto ele acrescentou acordes em D10, D30, D200 e

D1000 e concluiu que "tanto as potências altas quanto o "acorde de potências" (incluindo

as potências altas) apresentaram melhor efeito comparado às potências baixas. Após 72

horas, os resultados das transaminases foram significativos em todos os grupos tratados,

em relação ao controle, com exceção do grupo tratado com D10." (Bildet citado por

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Pedalino, 2006, p. 19)

No texto disponível dentro do site da Homotoxicologia, encontramos diversas

informações importantes sobre os efeitos das potências sobre o organismo, mas uma em

especial nos chamou atenção: "uma mesma substância pode inclusive inibir em diluições

menores uma função fisiológica, e estimulá-la em diluições maiores. Assim, o efeito

regulador está relacionado com a substância e com a diluição13."(HOMOTOXICOLOGY,

2007, p 12)

2.3.4.2 Canova®

O medicamento homeopático Canova® foi criado pelo homeopata argentino

Francisco Canova e vem sendo comercializado desde 1998. De acordo com o site da

empresa (2016), esta medicação modifica a resposta do sistema imunológico e afeta

especialmente os macrófagos14.

Desordens no sistema imunológico podem ser a causa de muitas enfermidades,

desde doenças autoimunes, até síndromes de imunodepressão. Em acréscimo a isso a

responsividade do sistema imune determina de maneira decisiva o prognóstico do

paciente e uma resposta imune inadequada ou insuficiente podem significar a perda da

luta do organismo contra a doença.

Portanto, o Canova® seria uma proposta terapêutica que teria o papel de

imunoregulador e poderia auxiliar o funcionamento do sistema imunológico em diversas

doenças. De acordo com Lopes (2004), ele vem sendo utilizado com sucesso no

tratamento de pacientes com câncer e AIDS e tanto médicos quanto pacientes relatam

uma melhora na qualidade de vida e uma diminuição dos efeitos colaterais dos demais

medicamentos quando utilizado como terapia complementar.

13 Por este motivo, inclusive, o site cita Julian e comenta que ele "... recomenda como posologia de

Cresol a administração simultânea de 5CH+7CH+9CH ou de 9CH+15CH+30CH, o que é muito parecido com as séries de potências decimais" (HOMOTOXICOLOGY, 2007, p. 03).

14 O macrófago é uma célula que se encontra presente em todos os tecidos do organismo e apresenta funções importantes no sistema imune. A ingestão de partículas estranhas e seu processamento levam à ativação do sistema imune através da apresentação de antígenos aos linfócitos, da secreção de substâncias capazes de regular o sistema imune e da elaboração de substâncias capazes de destruir outras células e organismos.

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Citanto Sasaki, Lopes comenta:

Em 2001 foi realizado o primeiro estudo clínico randomizado duplo-cego para avaliar a eficácia do medicamento Canova® em pacientes portadores de HIV. Nesse estudo foi constatada diminuição da carga viral, queda nas infecções oportunistas e diminuição dos danos hepáticos causados pela medicação convencional. (LOPES, 2004, p. 12)

Nos experimentos conduzidos tanto in vivo, quanto in vitro, os macrófagos

apresentaram reação compatível com a que é descrita no site e, como consequência, pode-

se observar redução de massa tumoral em pacientes com câncer e redução de carga viral

em pacientes portadores do vírus HIV.

Lopes (2004) conclui que "a maior atividade do sistema endossomal/lisossomal de

macrófagos tratados com Canova demonstra que esse tratamento pode ser um grande

potencializador da capacidade fagocítica destas células." (LOPES, 2004, p. 08)

2.3.4.3 Pró-Derma®

Inicialmente a homeopatia foi idealizada por Hahnemann para ser uma resposta ao

tratamento cruel e desumano dado pela medicina às pessoas do século XVII. Com o

tempo, contudo, ela se mostrou efetiva também no tratamento de animais e plantas.

Mas o diagnóstico homeopático nestas outras áreas depende da sensibilidade do

profissional que aplica a medicação e de sua capacidade de fazer um deslocamento da

patogenesia observada no quadro da medicação para o quadro clínico real em análise.

Talvez por isto seja precisamente nestas áreas que mais encontramos o emprego do

complexismo, pois ao lado da isoterapia15, o método se presta bem para o tratamento de

solos, plantas e animais.

Especificamente na medicina veterinária é comum encontrar empresas, tais como a

Real-H (RealH 2015) e a Arenales Homeopatia Animal® (Arenales 2016), que se

15 A isoterapia também estaria fora dos limites da clássica homeopática por basear-se "no princípio da igualdade, ou identidade de causa, utilizando a causa da doença ou desequilíbrio para promover a cura" Carneiro et al. (2011, p. 10)

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especializaram em desenvolver, testar clinicamente e comercializar fórmulas complexas

para tratamentos das doenças mais comuns em animais de todos os portes.

A descoberta da existência deste tipo de empresas tão especializadas, contudo,

deveu-se a um acaso pessoal, que nos levou a usar e a comprovar a eficácia do

medicamento Pró-Derma® em associação com o simillimum.

No dia 28 de agosto de 2016, uma de nossas cadelas apareceu com uma ferida

sangrante dois centímetros acima da vulva. Esta ferida surgira de forma inexplicável -

posteriormente uma veterinária aventou a hipótese de ter sido causada por berne devido a

forma e profundidade que apresentou no dia seguinte.

No primeiro momento foi dado apenas uma medicação alopática para dor e uma

dose de seis gotas do seu simillimum: Pulsatilla 6CH. Em seguida foi realizada uma

pesquisa e, no site da Real-H (2015), encontrou-se um artigo da Dra Agnese et al. (2015)

com a descrição de uma cicatrização de segunda intenção em um cão utilizando o

medicamento Pró-Derma®.

A partir da noite do dia seguinte, dia 29 de agosto, principiou-se a utilização local

desta medicação combinada com a continuidade do tratamento com simillimum. Como já

estava em curso a elaboração desta monografia, o tratamento foi fotografado e teve a hora

e data das fotos anotada (ver Anexo I).

Posteriormente estas fotos foram apresentadas para avaliação da Dra. Samaya

Antunes Ribeiro, enfermeira especialista no tratamento avançado em feridas da Secretaria

de Saúde do DF, que nos enviou por email pessoal o seguinte comentário:

A avaliação é que o resultado foi acima da média esperada. Isso porque o uso foi estritamente da homeopatia, com nenhum tratamento adjuvante associado. Cabe ressaltar que se tivesse sido associado ao uso da homeopatia um tratamento básico de curativos, acredito que o tempo de cicatrização seria reduzido quase que pela metade. Conclusão: resultado excelente da homeopatia como potencializador do processo cicatricial.

Por tratamento "básico de curativos", a especialista se refere a medicamentos locais

de última geração que, se existirem, ainda não são facilmente acessíveis na área da

veterinária. No que existe de disponível, o tratamento indicado pela veterinária envolvia

pomadas antibióticas e anti-inflamatórios. E os efeitos colaterais das alopatias tornaram

os complexos homeopáticos muito mais atraentes, pois parecerem desproporcionais para

o tratamento de uma simples ferida.

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2.4 Pesquisa básica com ultradiluições e homeopatias

Uma análise de mais de 300 artigos sobre pesquisa básica no campo

homeopático mostra que 34 deles, publicados em periódicos científicos

revisados por pares, validam o efeito farmacológico das altas diluições

homeopáticas. Uma meta-análise de 184 ensaios clínicos realizada pelo Grupo

de Pesquisa da Medicina Homeopática (HMRG) do DG XII da Comissão

Européia concluiu que a pesquisa nesse campo é de valor; uma outra meta-

análise de 185 ensaios clínicos homeopáticos mostrou que em 89 deles os

resultados eram incompatíveis com a hipótese que afirma que os efeitos

clínicos observados devem-se exclusivamente ao placebo. (BASTIDE, 2006,

p. 22, grifo nosso)

Os efeitos das soluções homeopáticas têm sido pesquisados por estudos

laboratoriais que avaliam sua atuação em nível celular, molecular e sistêmico. Os

resultados destes trabalhos propõem muitas vezes teorias interpretativas que procuram

dar respostas às intrigantes propriedades das ultradiluições.

Mas a maior questão de todas, na opinião de Bellavite et al. (2014) permanece

sendo como os medicamentos homeopáticos atuam sobre o corpo. Neste enunciado,

quando se troca a palavra corpo pelo conceito de um sistema complexo, auto-organizado

e ainda aberto e passível de receber influências externas, percebe-se que a questão

colocada sobre a influência da homeopatia e das ultradiluições pode ser expandida para

outros sistemas e reinos além do animal.

Nestes outros campos, as interpretações tanto de sintomas quanto diagnósticas se

tornam mais complexas e dependem da capacidade do observador de abstrair das

descrições patogenéticas da matéria médica aquilo que se aplica ao tratamento.

Desta forma, de acordo com Kawakami (2011), uma das maiores controvérsias

sobre a eficácia da homeopatia gira em torno da necessidade de traçar uma perfeita

analogia entre a sintomatologia e a patogenesia da medicação, a fim de que se realize

uma prescrição baseada no princípio da similitude e se respeite o pilar magno da

homeopatia.

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Este princípio acaba se configurando um dos maiores desafios da pesquisa

científica graças à dificuldade técnica de sua demonstração experimental. Contudo,

citanto Hamly, Armond (2007) comenta que "quando há similitude entre a homeopatia e

o organismo, a energia vital responde, contrapondo a energia do medicamento ao teor da

própria energia" (ARMOND, 2007, p. 82).

Pode-se pressupor, a partir desta afirmação, que quando há similitude, existe uma

chance maior de os pesquisadores conseguirem alcançar melhores resultados em seu

trabalho e que, ao deixar de lado este princípio, eles se arriscam em modelos

experimentais que podem levar a resultados controversos.

A não observância do princípio da similitude, contudo, acontece não somente nas

bancadas de laboratório - que se poderia dizer compreensível pela dificuldade de traçar

um paralelo entre o sujeito do experimento laboratorial (cobaia, planta, tecidos e células

isoladas etc.) e a medicação -, mas é encontrada também em experimentos com humanos,

o que eleva o descrédito científico em relação à homeopatia.

A este respeito Haidvogl (1994) comenta que numerosos estudos clínicos

controlados provaram a eficácia dos remédios homeopáticos, mas muitos deles não

conseguiram se sustentar cientificamente por não demonstrar suficiente qualidade

metodológica. No entanto, na opinião deste autor, especialmente estudos homeopáticos

têm que mostrar um padrão de qualidade metodológico máximo porque precisam suportar

muito mais crítica que estudos farmacológicos relacionados com os paradigmas comuns

da medicina convencional.

O desenho usual de um ensaio clínico em medicina convencional é a comparação entre um fármaco e outro ou um placebo num grupo de pacientes com o mesmo diagnóstico. Este conceito não se aplica aos estudos no campo da homeopatia, pois não leva em conta os princípios básicos da homeopatia que proporcionam uma terapia altamente individualizada de acordo com os sintomas individuais do paciente. (HAIDVOGL 1994, p. 234, grifo nosso, tradução nossa)

Aparentemente este rigor desmedido é corroborado por uma revisão bibliográfica

de pesquisas realizadas com repetições de experimentos com diluições homeopáticas

acima de 10-23(isto é, acima do número de Avogadro). Endler, Thieves et al. (2010)

descobriram que quando as repetições são consideradas em conjunto, 69% reportam

efeitos comparáveis aos do estudo inicial, 10% demonstram efeitos diferentes e 21%

nenhum resultado.

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Note-se que os pesquisadores não deixam claro quantas destas pesquisas que se

prestaram a repetições corroboram ou não a eficácia da homeopatia, mas da existência de

alguns parâmentros metodológicos que possam ser replicáveis. A questão da validação de

eficácia medicamentosa é, do nosso ponto de vista, um passo posterior que apenas poderá

ser dado de forma sólida depois que se estabelecerem quais critérios precisam estar

presentes em um modelo de pesquisa.

Ainda assim, ao analisar a evolução ocorrida em termos de pesquisa entre os anos

de 1999 e 2009, Endler et al. (2010) concluíram que a questão de replicação independente

de estudos homeopáticos teve uma considerável melhora. Citando a pesquisa de A. J.

Vickers, que em 1999 não encontrou um único modelo experimental que pudesse ser

reproduzido com sucesso de forma independente por outros pesquisadores. Eles

comentam que em seu trabalho - dez anos depois - foram capazes de identificar sete

modelos que produziram resultados comparáveis ou significativos, ainda que diferentes.

Em uma meta-análise mais recente realizada por Endler et al. encontraram 28

estudos originais16 que foram replicados 98 vezes e quando as réplicas foram analidas

"70,4% (ou seja, 69) relataram um resultado comparável ao do estudo inicial, 20,4% (20)

efeito zero e 9,2% (9) um resultado oposto" (ENDLER et al., 2015, p. 234, tradução

nossa).

A ausência de parâmetros claros levando a resultados divergentes tem seu exemplo

histórico mais claro no controverso experimento de Davenas et al. (1988) publicado na

Nature que testava a possível atividade farmacológica de altas diluições de anti-IgE na

degranulação de basófilos - e, como vimos, este experimento nunca teve seus resultados

replicados. Contudo, nas palavras de Bonamin (2009):

Anos mais tarde, outros pesquisadores avançaram no mesmo modelo experimental, mas desta vez utilizando outro desenho: altas diluições de histamina foram utilizadas para modular a degranulação dos basófilos induzida por anti-IgE em concentrações moleculares . Os resultados foram reproduzidos em estudo multicêntrico, envolvendo 6 diferentes grupos de pesquisa, oriundos de diferentes países. E mais, a fase mais recente de tais estudos permitiu demonstrar a especificidade do fenômeno, afastando a possibilidade de ter havido uma grande coincidência sobre um artefato17 experimental. (BONAMIN, 2009, p. 06)

16Foram incluídos estudos bioquímicos, imunológicos, botânicos, biológicos e zoológicos de células em diluições (potências) ultra-elevadas e preparados homeopaticos, i.e. 24x (= 10-24) ou 12c (= 100-12).17"Observação ilusória durante uma medição ou experiência científica e que se deve a imperfeições no método ou na aparelhagem." (HOLANDA 2016)

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Ou seja, tanto em experimentos clínicos quanto não clínicos, quando parâmetros

bem definidos de metodologia são seguidos, podemos encontrar resultados replicáveis e,

desta forma, validar ou não princípios e medicamentos homeopáticos de utilização

terapêutica.

Para citar Haidvogl (1994, p. 233, tradução nossa), "estudos clínicos humanos

controlados no campo da homeopatia só são úteis se levam em conta as características da

prescrição de medicamentos homeopáticos, i.e.. a escolha individual do remédio".

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3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada para esta pesquisa foi a revisão sistemática de recuperação

e análise crítica de artigos, teses e livros sobre ultradiluição e medicações homeopáticas.

O planejamento da pesquisa foi elaborado de acordo com as seguintes etapas:

1) formulação da pergunta de pesquisa;

2) busca na literatura;

3) seleção de textos;

4) extração dos dados;

5) avaliação da qualidade metodológica;

6) síntese dos dados (metanálise);

7) avaliação da qualidade das evidências;

8) redação dos resultados.

3.1 Tipos de pesquisa

A pesquisa bibliográfica contemplou prioritariamente os trabalhos científicos

encontrados no Google Scholar, nas bases de periódicos, monografias, dissertações e

teses disponibilizados na internet. Foram utilizados ainda livros - físicos e eletrônicos,

nacionais e importados - que poderiam ampliar a base.

O método para a coleta de dados foi o indutivo, pois partiu-se do tema particular de

estudos sobre ultradiluições para se fazer uma investigação mais ampla de seu hipotético

potencial para contribuir com a prática da clínica e da pesquisa homeopática.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Sem nos atermos ao fato de os experimentos terem sido ou não replicados,

selecionamos abaixo alguns trabalhos que mostram a abrangência de pesquisas com

medicações homeopáticas e ultradiluições em experimentos in vivo, ex vivo e in vitro e o

potencial que elas têm de se tornar de interesse para a terapêutica homeopática.

Destacamos na coluna Diferencial os pontos que nos levaram a selecionar o estudo

e na coluna Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático qual ou quais

elementos da prática poderiam ser melhor explicado(s) por replicações desta pesquisa em

condições metodológicas padronizadas que atendam aos preceitos da Homeopatia.

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Em um artigo, Haidvogl conta que foi de Brigo o único estudo até então realizado de acordo com as regras da homeopatia clássica sobre o tratamento da enxaqueca: "Neste estudo randomizado duplo-cego, Brigo incluiu apenas pacientes cujos sintomas correspondiam a 8 remédios homeopáticos pré-selecionados em C30. (…) Após quatro meses, o número de ataques no grupo placebo diminuiu de 9,9 para 7,9 ataques por mês, enquanto que no grupo que realmente usava a medicação caiu de 10,0 para 1,8 ataques por mês. Os pacientes tratados com homeopatia também foram capazes de lidar muito melhor com a gravidade dos ataques restantes".

Haidvogl, 1994, p. 235, grifo nosso, tradução nossa

O que torna este estudo particularmente interessante é o fato de o pesquisador ter dado especial atenção à Lei do Semelhante na escolha do tratamento.

- Delinear os critérios de aplicação da Lei do Semelhante

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

Kulkarni, Nagarkar e Burde testaram o efeito de Cobaltum C30, Causticum C30 em 82 pacientes e constataram que o nível de efeitos colaterais de radioterapia foi menor naqueles que fizeram uso de homeopatia, comparado com o grupo placebo.

Citado por BELLAVITE et al. 2008

O interesse desta pesquisa reside no fato de comprovar que os resultados homeopáticos são superiores aos do efeito placebo.

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

(continua)

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41

(continuação)

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Oberbaum et al. trataram 30 pacientes com estomatite resultante de quimioterapia com Traumeel S18 e observaram uma redução significativa de sintomas em comparação com o grupo tratado com placebo

Citado por BELLAVITE et al. 2008.

O interesse desta pesquisa reside no fato de comprovar que os resultados homeopáticos são superiores aos do efeito placebo.

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

Genre et al. trataram 80 pacientes sujeitos ao tratamento quimioterápico, devido a um câncer de seio, com Cocculine19 e perceberam uma diminuição dos episódios de náusea.

Citado por BELLAVITE et al. 2008

O diferencial da pesquisa é comprovar experimentalmente o resultado preconizado pela prática homeopática clássica para a medicação homeopática

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

Sasaki em 2001 realizou o primeiro estudo clínico randomizado duplo-cego para avaliar a eficácia do medicamento Canova® em pacientes portadores de HIV. Nesse estudo foi constatada diminuição da carga viral, queda nas infecções oportunistas e diminuição dos danos hepáticos causados pela medicação convencional.

Citado por Lopes (2004)

O diferencial deste estudo está na utilização de metodologia científica rigorosa para testar o efeito de uma fórmula complexa.

- Delinear os efeitos do complexismo em comparação com o unicismo

Sonntag enviou questionários para terapeutas que utilizavam o Homochord Acidum L (um composto de acordes de potências) e descobriu 94,51% dos profissionais pesquisados reportaram que não houve nenhum agravamento inicial, 3% não abordaram esta questão e somente 2,6% relataram a incidência de algum tipo de agravamento com esta prescrição

Sonntag (2015) O diferencial deste trabalho está em demonstrar que os acordes de potência são capazes de minimizar os efeitos de agravamento inicial pelo uso da medicação.

- Delinear o funcionamento de combinações de potências em acordes.

(Continua) 18 Combinação de potências baixas - D - de Arnica, Calêndula, Millefolium, Chamomilla, Symphytum, Belladonna, Aconitum, Bellis perennis, Hypericum, Echinacea angustifolia, Echinacea purpurea, Hamamelis, Mercurius solubilis e Hepar sulfuris. 19 Combinação de Coccolus, Tabacum, Nux vomica e Petroleum (todos em 4CH) - medicamento usualmente indicado para enjôo de transportes

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42

(Continuação)

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Em um experimento realizado por Kawakami et al., em ratos adultos que tiveram uma ferida experimentalmente provocada em suas patas, ficou demonstrado o efeito positivo da Arnica montana 6CH para auxiliar a vasodilatação e, consequentemente, a diminuição do edema naqueles que apresentaram similitude com a medicação. Foram feitas medições de indicadores de células inflamatórias e os ratos separados em dois grupos que atendiam o critério de formação espontânea precoce ou tardia de edema. Os animais que apresentaram um edema precoce foram menos responsivos à Arnica em suas medições hemodinâmicas; enquanto aqueles que exibiram edema tardio apresentaram um edema menos intenso, menor percentagem de degranulação de mastócitos e um aumento na dilatação do diâmetro dos vasos linfáticos. A conclusão dos pesquisadores é que a Arnica montana 6CH cumpre o que se diz dela na Matéria Médica, desde que sejam preenchidos os critérios de similitude.

Kawakami et al. (2011)

Este trabalho demonstra ser possível se estabelecer critérios de similitude mesmo na pesquisa com cobaias.

- Delinear os critérios de aplicação da Lei do Semelhante

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

A pesquisa realizada por Sousa demonstrou que Delphinum staphysagria 6 CH tem potencial de acelerar o processo de cicatrização de feridas cirúrgicas provocadas em ratos e que Nux vomica 30CH demonstrou potencial antiulcerogênico em cerca de 60% dos animais em relação ao grupo de controle.

Sousa (2009) O diferencial da pesquisa é comprovar experimentalmente o resultado preconizado pela prática homeopática clássica para as medicações homeopáticas

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

(Continua)

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(Continuação)

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Citando Vondracek, Pedalino conta que foram observados efeitos diferentes no desenvolvimento de rãs tratadas com potências diferentes da mesma diluição homeopáticas de metais pesados: enquanto certas diluições desencadeavam uma metamorfose prematura, outras tiveram efeito letal.

Pedalino (2006) O diferencial desta pesquisa é demonstrar que potências diferentes do mesmo medicamento podem ter resultados diferentes - e até antagônicos - em animais. Sabe-se desde Kolisko e Kolisko que isto é possível em plantas.

- Delinear que efeitos podem ser esperados de diferentes potências homeopáticas da mesma medicação

Endler, Bellavite et al. contam que experimentos demonstraram ser possível diminuir ou aumentar a velocidade de metamorfose em anfíbios alternando o intervalo de tempo entre a administração de uma dose de substância de teste potenciada.

Endler, Bellavite et al. (2015)

O diferencial desta pesquisa está em demonstrar que medicações homeopáticas podem ter efeitos antagônicos em função do intervalo de administração das doses.

- Delinear que efeitos podem ser esperados administrando-se um mesmo medicamento homeopático em diferentes intervalos de tempo.

Chakrabarti, Biswas e Khuda-Bukhsh induziram danos citogenéticos em camundongos e os trataram com Actinomycin D; Arnica 30 ou placebo e concluíram que aqueles que receberam Arnica 30 mostraram genotoxicidade consideravelmente reduzida

Citado por BELLAVITE et al. 2008.

O diferencial da pesquisa é demonstrar que existem modificações bioquímicas mesmo com a utilização de medicações diluídas muito acima do número de Avogadro.

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

Biswas, e Khuda-Bukhsh trataram com Chelidonium (CH 30 e CH 200) camundongos com hepatocarcinogênese induzida e concluíram que a administração de Chelidonium reduziu significativamente os efeitos genotóxicos (p < 0.05 para p <0.001).

Citado por BELLAVITE et al. 2008.

O diferencial da pesquisa é comprovar experimentalmente o resultado preconizado pela prática homeopática clássica para a medicação homeopática

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

(Continua)

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44

(Continuação)

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Datta, Biswas, e Khuda-Bukhsh trataram com Mercurius solubilis (30 e 200) camundongos que apresentavam efeitos genotóxicos produzidos por Mercúrio clorido. Os pesquisadores encontraram menor quantidade de aberrações cromossômicas, com melhora ligeiramente mais pronunciada com administração de Mercurius sol. 200.

Citado por BELLAVITE et al. 2008.

Esta pesquisa chama atenção porque demonstra efeitos diferentes de uma mesma medicação homeopática em função da potência medicamentosa escolhida e, ainda, que potências muito acima do numero de Avogadro podem apresentar resultados cromossômicos mensuráveis.

- Delinear que efeitos podem ser esperados de diferentes potências homeopáticas da mesma medicação

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

Biswas, et al. trataram camundongos, que tiveram hepatocarcinogênese induzida, com Carcinosinum 200, ministrado sozinho e combinado com Chelidonium 200. Ambos, quando administrados sozinhos, apresentam um efeito de melhora considerável nos parâmetros de citogenética e nos biomarcadores de toxicidade.

Citado por BELLAVITE et al. 2008.

Esta pesquisa demonstra a comprovação de efeitos tradicionalmente esperados das medicações; demonstra melhores resultados em medicações ministradas isoladamente; bem como demonstra que existem modificações citogenéticas mesmo com a utilização de medicações diluídas muito acima do número de Avogadro.

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

- Delinear os efeitos do pluralismo em comparação com o unicismo

(Continua)

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45

(Continuação)

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Sato et al. 2005 trataram camundongos portadores de sarcoma 180 com o complexo homeopático Canova®20 e relataram atraso no desenvolvimento da doença e aumento da infiltração por linfoma celular com tratamento ativo; bem como aumento do número de leucócitos e linfócitos.

Citado por BELLAVITE et al. 2008.

O diferencial desta pesquisa encontra-se em demonstrar efeitos biologicamente mensuráveis no sistema imunológico utilizando um complexo homeopático.

- Delinear os efeitos do complexismo

Jonas et al. trataram ratos injetados com células MAT-Lylu - câncer de próstata - com administração de Thuya occ 1000C, Conium mac 1000C, Sabal serr. 200C, Carcinosim1000C (feito das células MAT-Lylu) e perceberam 23% de redução na incidência de tumor (P < ,0001), e 38% de redução no volume do tumor (P < ,02). Tumores mostraram um aumento de 19% na morte celular apoptótica.

Citado por BELLAVITE et al. 2008.

Esta pesquisa demonstra que existem modificações biológicas estatisticamente significativas mesmo com a utilização de medicações diluídas muito acima do número de Avogadro.

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

Phatak et al. trataram camundongos, que tiveram hepatocarcinogênese induzida, com Lycopodium 30C e 200C e encontraram proteção contra aberrações cromossômicas e biomarcadores de toxicidade.

Citado por BELLAVITE et al. 2008.

Esta pesquisa demonstra a comprovação de efeitos tradicionalmente esperados da medicação escolhida; bem como demonstra que existem alterações nos resultados citogenéticos mesmo com a utilização de medicações diluídas muito acima do número de Avogadro.

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

(Continua)

20De acordo com os pesquisadores, Canova é uma fórmula composta por Thuya occ 19X, Bryonia alba 18X, Aconitum nap 11X, Asenicum alb 19X e Lachesis muta 19X, todos extraídos e diluídos em 70% de álcool em partes iguais

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(Continuação)

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Preethi, Kuttan e Kuttan trataram camundongos com ascite por linfoma de Dalton, e ascite por carcinoma de Ehrlich (EAC) com Ruta graveolens (potências baixas e 200C). Os pesquisadores constataram um aumento no tempo de vida dos animais portadores de tumores.

Citado por BELLAVITE et al. 2008.

O diferencial desta pesquisa foi demonstrar que o tratamento homeopático pode aumentar o tempo de vida. Isto poderia significar que os organismos dos animais puderam dispor de recursos energéticos que possibilitaram que a luta contra as doenças não fosse perdida precocemente.

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

- Delinear como a medicação homeopática pode interferir na qualidade e tempo de vida

Banerjee et al. trataram camundongos, portadores de genotoxicidade induzida por infecções repetidas de trióxido de arsênico, com Arsenicum album 200 e constataram que os animais que receberam a medicação apresentaram toxicidade reduzida em níveis estatisticamente significativos em relação a todos os parâmetros estudados.

Citado por BELLAVITE et al. 2008.

Esta pesquisa demonstra a capacidade de uma medicação homeopática apresentar resultados biológicos estatisticamente significativos mesmo com a utilização de medicações diluídas muito acima do número de Avogadro; demonstra experimentalmente ainda a capacidade tradicionalmente reconhecida de uma substância homeopaticamente potencializada levar à eliminação da mesma substância em dose ponderal.

- Delinear a capacidade de uma substância homeopatizada poder levar à desintoxicação desta mesma substância quando não homeopatizada

(Continua)

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47

(Continuação)

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Kumar et al. trataram ratos, nos quais N-nitrosodiethylamina (NDEA) induziu carcinoma hepatocelular e sarcoma, com Ruta, Hydrastis, Lycopodium e Thuya (200 C), Phosphorus 1M e constataram que os medicamentos homeopáticos retardaram o crescimento tumoral e reduziram os marcadores de enzimas (Ruta 200C de tumor hepático e Ruta 200C e Fósforo 1M de sarcomas).

Citado por BELLAVITE et al. 2008.

Esta pesquisa demonstra efeitos estatisticamente mensuráveis da medicação escolhida; bem como que existem alterações nos marcadores mesmo com a utilização de medicações diluídas muito acima do número de Avogadro.

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

MacLaughlin et al. trataram camundongos com crescimento de câncer de xenoenxertos de próstata humana com Sabal errulata, Thuya occidentalis e Conium maculatum. Os pesquisadores avaliaram que o tamanho dos xenotransplantes foi significativamente reduzido nos animais tratados com Sabal serrulata em comparação com os controles não tratados.

Citado por BELLAVITE et al. 2008.

Esta pesquisa demonstra a comprovação do tropismo tradicionalmente esperado de Sabal (próstata).

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

Bhattcharjee, Pathak e Dhuda-Bukhsh trataram camundongos, com hepatocarcinogenesis gerada por P-DAB e fenobarbital, com Natrum sulphuricum 200 e encontraram menor número de tumores hepáticos e as aberrações cromossômicas reduziram os parâmetros de toxicidade.

Citado por BELLAVITE et al. 2008.

Esta pesquisa demonstra a comprovação do tropismo pelo fígado tradicionalmente esperado de Natrum sulphuricum; bem como que existem alterações nos marcadores cromossômicos mesmo com a utilização de medicações diluídas muito acima do número de Avogadro.

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

(Continua)

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(Continuação)

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Gomez refez o modelo experimental de Bildet com Phosphorus com objetivo de analisar e comparar o acorde de potência e as potências individuais na hepatite induzida. Ele observou que há um efeito hepatoprotetor superior nos acordes em comparação aos medicamentos individuais ministrados separadamente. Para isto ele acrescentou acordes em D10, D30, D200 e D1000 e concluiu que tanto as potências altas quanto o acorde de potências apresentaram melhor efeito comparado às potências baixas. Após 72 horas, os resultados das transaminases foram significativos em todos os grupos tratados, em relação ao controle, com exceção do grupo tratado com D10.

Citado por Pedalino (2006)

O diferencial deste trabalho está em demonstrar que tipo de efeitos podem ser esperados dos acordes de potência em função das potências e em função do tempo de tratamento.

- Delinear o funcionamento de combinações de potências em acordes;

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações homeopáticas;

- Delinear o efeito de um tratamento homeopático em função do tempo de uso da medicação.

Queiroz et al., em pesquisa conduzida com Carbo vegetabilis 6CH em plantas de alface, concluiram que a não reatividade da planta a esta medicação deve-se ao fato de não ter sido atendido o critério de similitude.

Queiroz, et al. (2015)

O diferencial desta pesquisa está na conclusão de que a planta não demonstrou ser afetada pela medicação por que esta não preenchia o critério de similitude.

- Delinear os critérios de aplicação da Lei do Semelhante

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações

Armond, estudando quais potências homeopáticas teriam melhor efeito sobre as plantas de capim-limão, descobriu que elas responderam às homeopatias tanto nas baixas quanto nas altas diluições tanto em CH quanto em MFC (1MFC, 5MFC).

Armond (2007) Esta pesquisa demonstra que existe resposta mensurável nos organismos mesmo quando são utilizados métodos de preparo diferentes do tradicional (MFC) e medicações diluídas em várias potências.

- Delinear os critérios de utilização de potências e métodos de preparação das medicações homeopáticas

(Continua)

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49

(Continuação)

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Sobre a aplicação de Apis mellifera na planta margaridinha, Silva observou que nas plantas que receberam as dinamizações 10CH, 11CH e 12 CH as médias de fotossíntese líquida foram maiores que as demais. Observou ainda que "da primeira medida (t1) até o terceiro minuto (t4) a assimilação de CO2 das plantas tratadas com 4CH também foi maior que a testemunha. Com a dinamização 6CH foi detectada a mais baixa fotossíntese líquida, sendo a maior com 12CH. Esse comportamento continuou até o final do experimento, significando que a máxima assimilação de CO2 foi causada por 12CH e a mínima, por 6CH."(SILVA, 2006, p. 30, grifo nosso.)

SILVA (2006, p. 30).

O diferencial deste estudo está em observar que a medicação homeopática começa a fazer efeito segundos após ser ministrada e, ainda, que este efeito é relativo à potência homeopática e não se mostra estatisticamente previsível com o aumento da potência.

- Delinear que efeitos podem ser esperados administrando-se um mesmo medicamento homeopático em diferentes intervalos de tempo;

- Delinear que efeitos podem ser esperados de diferentes potências homeopáticas da mesma medicação.

Na Itália, Betti et al., analisaram o efeito das ultradiluições na germinação de sementes de trigo e constataram que o uso do "Nitrato de Prata 24D e 26D estimulou a germinação e o vigou, porém, com 25D esta foi inibida; a germinação foi estimulada com Trióxido de Arsênico 45D tendo comportamento oscilatório com 30D".

Citado por SILVA (2006, p. 56)

Esta pesquisa comprova as observações de Kolisko e Kolisko (1939) de que o efeito das medicações homeopáticas pode apresentar um padrão em oscilatório e se mostrar antagônico conforme se modificam as potências homeopáticas.

- Delinear que efeitos podem ser esperados de diferentes potências homeopáticas da mesma medicação.

(Continua)

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50

(Continuação)

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Bonato comenta que as dinamizações 40D, 42D e 45D de Arsênico album promoveram incremento na germinação das sementes de trigo, previamente estressadas com As2O3. Contudo, na dinamização 35D, a germinação foi inibida.

Bonato (2009) Esta é outra pesquisa que comprova as observações de Kolisko e Kolisko (1939) de que as medicações homeopáticas podem apresentar efeitos antagônicos conforme se modificam as potências homeopáticas.

- Delinear que efeitos podem ser esperados de diferentes potências homeopáticas da mesma medicação

Castro demonstrou que sementes de cenoura e beterraba embebidas em diversas soluções de Phosphorus tiveram seu crescimento em picos, ora aumentando, ora diminuindo o número e comprimento das folhas, o comprimento e diâmetro da raiz principal, o peso de matéria fresca da parte aérea, das raízes e total e as taxas de crescimentos absoluto e relativo de matéria fresca total - e que as plantas mais próximas da colheita foram as mais afetadas pela medicação.

Castro (2002) Esta pesquisa chama atenção porque, além de demonstrar o efeito não linear das medicações homeopáticas em função da utilização de diferentes potências, aponta que este efeito também pode sofrer variações em função da idade da planta, sendo as mais maduras - mais próximas da colheita - mais sujeitas a serem afetadas.

- Delinear que efeitos podem ser esperados de diferentes potências homeopáticas da mesma medicação;

- Delinear que efeitos as medicações provocam em função da idade, e supostamente da vitalidade e maturidade celular, do sujeito.

(Continua)

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51

(Continuação)

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Castro demonstrou ainda que Sulphur, em diversas dinamizações, apresentou o mesmo efeito anterior em picos sobre o crescimento, produção de princípios ativos, anatomia foliar e campo eletromagnético no capim-limão e no chambá.

Castro (2002) Esta pesquisa utiliza o campo eletromagnético para demonstrar que medicações homeopáticas podem apresentar efeitos antagônicos conforme se modificam as potências homeopáticas.

- Delinear que efeitos podem ser esperados de diferentes potências homeopáticas da mesma medicação;

- Delinear capacidade das medicações homeopáticas em interferir no campo eletromagnético dos sujeitos;

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações através da utilização de campos eletromagnéticos.

Endler, Matzer, et al. estudaram a influência de uma alta diluição homeopática do ácido giberélico sobre o crescimento do trigo em diferentes épocas do ano e concluíram que não somente o ácido giberélico potenciado ultra diluído afeta o crescimento do talo, mas também que o experimento apresentou melhores resultados na estação do outono e que no inverno e na primavera não foram encontrados efeitos confiáveis.

Endler, Matzer, et al. (2011)

O diferencial desta pesquisa está em observar que as estações do ano têm influência no resultado do experimento científico homeopático.

- Delinear que efeitos as medicações provocam em função da estação do ano na qual estão sendo ministradas.

(Continua)

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(Continuação)

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Armond demonstrou que plantas de jambu, capim-limão e folha-da-fortuna foram tratadas com as homeopatias: Staphysagria, Apis mellifica, Arnica montana, Sulphur, Natrum muriaticum, Phosphorus, Silicea, Nux vomica (3C, 12C, 30C, 1MFC, 5MFC) e demonstraram responsividade às homeopatias em baixas e altas diluições, não havendo necessariamente concomitância entre o crescimento e produção de metabólitos secundários, pois a mesma homeopatia que causa aumento de produção numa determinada potência pode ocasionar aumento, redução ou ausência de alteração em outra potência.

Armond (2007) Esta é outra pesquisa que comprova que as medicações homeopáticas podem apresentar efeitos antagônicos conforme se modificam as potências homeopáticas.

- Delinear que efeitos podem ser esperados de diferentes potências homeopáticas da mesma medicação.

Bonato comenta que rabanetes cujas sementes foram previamente embebidas com Natrum muriaticum, na dinamização 7DH, manifestaram inibição no comprimento do hipocótilo e raízes, clorose generalizada e, ainda, deformações semelhantes à causada pelo excesso de etileno (fitormônio). A dinamização 4DH, por outro lado, acarretou incremento substancial no crescimento de ambas as pares das plântulas, revertendo totalmente os efeitos citados anteriormente.

Bonato (2007) O diferencial desta pesquisa está em demonstrar que a utilização de uma potência homeopática mais baixa pode antidotar os efeitos indesejados de uma potência homeopática mais alta da mesma medicação.

- Delinear que efeitos podem ser esperados de diferentes potências homeopáticas da mesma medicação;

- Delinear de que forma uma medicação homeopática pode funcionar como antídoto para si mesma através da utilização de diferentes potências.

(Continua)

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(Continuação)

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Armond conta que nas bioletrografias de plantas de capim-limão tratadas com Apis mellifica há maior intensidade da cor vermelha quando comparada aos controles. Nas dinamizações 3C, 30C, 1MFC e 5MFC há presença da cor amarela. Na 3C o bordo encontra-se totalmente descontínuo em um dos lados, com explosões isoladas e falhas no interior do limbo. Na 12 C houve maior intensidade de expansão da cor branca e menor proporção da cor vermelha. Porém a imagem é mais difusa com menor nitidez nas nervuras. Na 5MFC a cor branca presente no bordo encontra-se contínua, homogênea e mais contida. A cor azul localiza-se na região central do limbo em proporções semelhantes aos controles. Porém nas 12C e 30C encontra-se em proporção simétrica nos bordos do limbo. A expansão da cor vermelha formando halo está presente em todas as dinamizações, em menor intensidade na 12C. Ou seja, a bioeletrografia das folhas apresenta uma imagem totalmente diferente conforme se modificam as potências homeopáticas utilizadas.

Armond (2007) Esta pesquisa utiliza bioeletrografias para comprovar que as medicações homeopáticas podem apresentar efeitos diferentes conforme se modificam as potências homeopáticas.

- Delinear que efeitos podem ser esperados de diferentes potências homeopáticas da mesma medicação

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações através da utilização de bioeletrografias.

Andrade, Casali e Cecon realizaram uma pesquisa com plantas de chambá (Justicia pectoralis Jacq.), nas quais foram aplicadas diversas dinamizações de isoterápico da própria planta (3CH, 6CH, 12CH, 18CH, 24CH e 30CH), durante quatro meses, constatou-se que ocorreram modificações nas plantas, que foram atribuídas ao uso da medicação. Os pesquisadores perceberam variações no crescimento da planta e no rendimento da cumarina de acordo com a variação das potências, comprovando a oscilação de respostas em função da dinamização encontrada por Kolisko e Kolisko.

Andrade, Casali e Cecon (2012)

O diferencial desta pesquisa está demonstrar que existem efeitos mensuráveis quando o tratamento é feito com isoterápico; diferencia-se, ainda, por estender o tratamento por quatro meses e comprovar que as modificações observadas se mantiveram durante todo tempo do tratamento.

- Delinear que efeitos podem ser esperados da utilização de isoterápicos;

- Delinear que efeitos podem ser esperados com a continuidade do tratamento por um tempo prolongado

(Continua)

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(Continuação)

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Nunes (2005) confirmou em Sphagneticola trilobata que em 15 minutos há uma síntese de tanino na presença de Sulphur 3C e que a diluição de até 3 gotas de Sulphur 2C por litro de água provocaram aumento de tanino, persistindo o efeito por 16 horas no mínimo.

Citado por Armond (2007)

O diferencial desta pesquisa está em observar a relação entre a potência, a dose mínima e o tempo de atuação da medicação.

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações homeopáticas;

- Delinear o tempo mínimo e máximo de efeito de uma medicação;

- Delinear que efeitos podem ser esperados de diferentes potências homeopáticas da mesma medicação

Almeida et al. constataram que por meio de bioeletrografias é possível diferenciar plantas de manjericão (Ocimum basilicum) intoxicadas por cobre e desintoxiadas por Cuprum CH 30.

Citado por ARMOND, (2007)

Esta pesquisa demonstra que também pode ser observada em plantas a capacidade tradicionalmente reconhecida de uma substância homeopaticamente potencializada levar à eliminação da mesma substância em dose ponderal.

- Delinear a capacidade de uma substância homeopatizada poder levar à desintoxicação desta mesma substância quando não homeopatizada

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações através da utilização de bioeletrografias.

MacLaughlin et al. analisaram a proliferação em linhas celulares de câncer de próstata humano e câncer de mama que receberam Sebal serrulata 100CH e constararam 33% de diminuição da proliferação de células da próstata e nenhum efeito sobre as células da mama

Citado por BELLAVITE et al.( 2008)

Esta pesquisa demonstra a comprovação do efeito esperado de Sabal na próstata; e a não atuação de Sabal em um tipo de tumor pelo qual ele não tem tropismo reconhecido.

- Delinear experimentalmente os efeitos terapêuticos das medicações.

(Continua)

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(Continuação)

Pesquisa Fonte Diferencial da Pesquisa

Potencial de Ampliação do Conhecimento Homeopático

Pedalino analisou o efeito do composto Belladona Homaccord®, preparada com acordes de A. belladonna e E. angustifolia, e descobriu que ele aumentou a fagocitose de células do sistema imunológico de uma maneira não vista em prepações com E. angustifolia isoladas.

Pedalino (2004) O diferencial desta pesquisa está em testar o efeito de acordes de potência e o efeito de fórmulas complexas.

- Delinear o funcionamento de combinações de potências em acordes;

- Delinear os efeitos do complexismo em relação ao unicismo;

Porto (2007) conta que ao testar a absorção da radiação de UV em uma solução de cloreto de magnésio diluído de 1CH até 10 CH observou (2007) uma curva na qual inicialmente a absorção de luz se reduziu e, a partir de 3CH, voltou progressivamente a aumentar a absorção.

Porto (2007) O diferencial desta pesquisa está em demonstrar que o efeito da diluição realizada pelo método homeopático pode ser observado no produto da diluição independente dele ser ou não utilizado como medicação.

- Delinear experimentalmente os efeitos de preparados homeopáticos através da medição da radiação UV

(Conclusão)

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5 CONCLUSÃO

Os resultados apresentados neste trabalho demonstram que:

• as pesquisas realizadas em laboratórios com sujeitos in vivo, ex vivo e in vitro

podem vir a acrescentar informações para a prática homeopática, ora por comprovar, ora

por contraditar os usos tradicionais;

• não existe uma forma única, um padrão rígido e exclusivo que exclua todos os

outros na utilização de medicações homeopáticas com finalidade terapêutica;

• diferentes formas de prescrição, diversas correntes de abordagem terapêutica e

diferentes métodos de diluição do medicamento homeopático encontraram

fundamentação em experimentos de laboratório;

• as pesquisas de base raramente incluem os preceitos estabelecidos na prática

homeopática clínica;

• não existe ainda uma metodologia científica padronizada para a realização de

pesquisas com medicações homeopáticas ou substâncias homeopatizadas.

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ANEXO I

Fotos tiradas de cadela, fêmea, 1 ano e seis meses, SDR, acompanhando o

tratamento durante 15 dias com Pro-Derma® de uso local, duas vezes ao dia,

associado à ingestão do simillimum, no caso, Pulsatilla nigricans, em 6CH, seis

gotas, duas vezes ao dia. Convém ressaltar que optou-se por não colocar um

colar de contenção e a cadela era apenas mantida sob vigilância por cerca de

uma hora após a aplicação para evitar que se lambesse.

Dia 0

20 de agosto, 22h, quando a ferida foi

descoberta.

O procedimento terapeutico resumiu-se a

uma dose de Carproflan 75mg para dor

e Pulsatilla nigricans 12CH, 6

Dia 1

29 de agosto, 23h16

Iniciado o tratamento com Pro-Derma® e

mantido o tratamento com

Pulsatila nigricans 6CH

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Dia 2

31 de agosto, 00h15

Dia 3

31 de agosto, 23h13

Dia 4

01 de setembro, 23h11

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Dia 5

02 de setembro, 23h42

Dia 6

03 de setembro, 22h07

Dia 7

04 de setembro, 21h49

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Dia 8

05 de setembro, 9h00

Dia 9

06 de setembro, 9h38

Dia 10

07 de setembro 8h39

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Dia 11

08 de setembro, 10h07

Dia 12

09 de setembro, 14h05

Dia 13

10 de setembro, 12h37

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Dia 14

11 de setembro, 10h32

Dia 15

12 de setembro, 9h33