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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZGNIA - INPA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM
MOSCAS-DAS-FRUTAS (DIPTERA: TEPHRITIDAE):
ESPÉCIES, DISTRIBUIÇÃO, MEDIDAS DA FAUNA E
SEUS PARASITÓIDES (HYMENOPTERA: BRACONIDAE)
NO ESTADO DO AMAPÁ
MARCELO IVAN PANTOJA CREÃO Engenheiro Agrônomo
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais do convênio Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e Universidade Federal do Amazonas (UFAM), como parte dos requisitos para obtenção do titulo de MESTRE em Ciências Biológicas, área de concentração em ENTOMOLOGIA.
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZONIA - INPA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM
MOSCAS-DAS-FRUTAS (DIPTERA: TEPHRITIDAE):
ESPÉCIES, DISTRIBUIÇÃO, MEDIDAS DA FAUNA E
SEUS PARASIT~IDES (HYMENOPTERA: BRACONIDAE)
NO ESTADO DO AMAPÁ
MARCELO IVAN PANTOJA CREÃO Engenheiro Agrônomo
!
-ientadora: Profa. DP. Beatriz Ronchi-Teles. : Dissertação apresentada .ao Programa de Pós-Graduação em Biblogia Tropical *e Recursos Naturais do convênio Instituto Nacional de ' Pesquisas da Amazania (INPA) e Universidade Federal do Amazonas (UFAM), como parte dos requisitos para obtenção do titulo de MESTRE em Ciências Biológicas, área de concentração em ENTOMOLOGIA.
-
i
FICHA CATALOGRAFICA
Creão, Marcelo Ivan Pantoja
Moscasdas-Frutas (Diptera: Tephritidae): Espécies, Distribuição, Medidas da
Fauna e seus parasitóides (Hymenoptera: Braconidae) no Estado do Amapá/
Marcelo Ivan Pantoja Creão. Manaus: INPAIUFAM, 2003.
XV + 90 folhas. ilustrações
Dissertação de mestrado
1. Tephritidae 2. B a c t r o m carambolae 3. Anastrepha spp. 4. Parasitóides
5. Amapá 6. Amazônia
CDD 19 ed. 595.77
Sinopse:
Foi realizado um estudo sobre espécies, distribuição, medidas da fauna e
Ildelimitação da comunidade das moscasdas-frutas (Diptera: Tephritidae) e seus 1 1) parasitóides. coletados em frutos nos 16 municípios do Estado do Amapá. Foram 1 Ilcoletados 15 espécies de frutos. Emergiram 8 espécies de moscas da família 1
Tephritidae e três espécies de parasitóides da família Braconidae.
Palavras-chave: I. Inseto. 2. Anastrepha spp.. 3. Tephritidae. 4. Bactrocera
carambolae. 5. Praga quarentenária 6. Amapá. 7. Amazônia.
Dedico a três pessoas essenciais na minha vida,
as quais não consegui colocar por ordem
de importância na minha vida;
por isso fiz por idade.
Alexandre Brazão Creão (meu filho) -
por ter, a sua maneira, entendido a
importância da minha ausência.
Patrícia Albuquerque Brazão Creão
(minha esposa) - pelo apoio, incentivo e
afeto. O crescimento vem nos
momentos de dificuldade.
Esmeralda Pantoja Creão (minha mãe) -
simplesmente por ela existir
na minha vida.
Dedico também a:
Geraldo Lopes Creão (meu pai in
memoriam) - pelas Últimas palavras ditas
a mim: "vai meu fílho, segue teu caminho,
vai estudar, vai fazer o que tu gostas".
- - - - - - - - - . -. - ..- - - - - - - .
i i i
AGRADECIMENTOS
k A Deus por sempre ter iluminado minha vida com muitas vitórias.
3 Ao Governo brasileiro que me proporcionou estes estudos.
> Ao INPA pela disponibilização de sua estrutura em meu favor.
> A Doutora Beatriz Ronchi-Teles que desde o meu primeiro contato sempre me
atendeu prontamente e principalmente por toda a confiança depositada na minha
capacidade de realizar, em todas as etapas do mestrado.
> Ao Doutor Neliton Marques da Silva, pelas contribuições no meu plano de
trabalho, na aula de qualificação e como seu auxiliar na disciplina de
Entomologia Básica.
> A Doutora Neusa Hamada por suas valiosas contribuições.
> Aos professores do curso, dos quais pude extrair conhecimentos para minha
formação como entomólogo e profissional.
P Aos colegas com os quais comecei (Carlos Augusto Azevedo, Carlos Eduardo D.
Sanhudo, Edílson P. Fagundes, Femando B. P. Gouveia, Liliane C. da R. Nery,
Luis Henrique M. Gomes, Marcus Aurélio da S. Pereira, Maria Ivonei C.
Albuquerque, Ronildo B. Alencar, Rozilete L. Guimarães, Tomaz L. Gualberto) e
com os quais terminei (A. Priscilla Tregue Costa; Ftancimeire G. Pinheiro; Eric
Luis R. de Sá; Domingos Leonardo; Carlos Gustavo N. da Silva; Ana Paula C.
Marques; Aldenira da Silva; Klilton B. da Costa; Jaime de Liege; Adalberto A. V.
Freire; Niviane F. Fraga e José Moacyr Ribeiro) o mestrado.
> Aos companheiros de muitos trabalhos Arlindo Serpa Filho e Alexandre Coletto
da Silva.
> Em especial a dupla que comigo, formamos o trio Tephritidae (a Pri e o John),
por todo o conhecimento e amizade que construímos juntos.
---- -
JNDICE
an
AP
Bc
CA
cu
Di
DT
E
F
FG
Hosp.
Hs
II
IT
le
LJ
MC
MF
Mun.
1 NIF
DE ABREVIATURAS USADAS
Anastrepha antunesi
Municipio de Arnapá
Bactrocera carambolae
Município de Calçoene
Município de Cutias
Anastrepha distincta
Densidade Total
Percentual de Ernergência
Frequente
Município de Ferreira Gomes
Hospedeiro
Hexachaeta seabrai
lndice de Infestação
Municipio de Itaubal
Anastrepha leptozona
Municipio de Laranjal do Jari
Município de Macapá
Muito freqüente
Municipio
Município de Mazagão
Nível de Snfestação de frutos
0 1 Município de Oiapoque
Parasitóide
Municipio de Pedra Branca do Amapari
Pequeno
Pouco frequente
Município de Porto Grande
População
Percentual de Parasitismo
Município de Pracuúba
Quantidade
Razão Sexual
Município de Santana
Anasú-epha sewen fina
Super frequente
Município de Serra do Navio
Anastrepha súiata
Município de Tartarugalzinho
Tropical
Anastrepha furpiniae
Municipio de Vitória do Jari
Viabilidade Pupal
I- P =
abela 1. Valor das perdas anuais de produção (em US$), de países
I das Américas Central e do Sul, pelo estabelecimento da
I moscas da carambola, Bactrocelã carambolae (Di ptera:
Tephritidae).
AP~TULO I
I abela P
1.1. Espécies de frutíferas amostradas no período de agosto12001
a fevereird2002 nos 16 municípios do Estado do Amapá. 20
Tabela 1.2. Espécies de moscas-das-frutas associadas as fruteiras em
coletas realizadas no período de agosto12001 a fevereiro12002
nos 16 municípios do Estado do Amaps. 24
Tabela 1.3. Análise de Cluster para os municípios do Estado do Amapá e
espécies de moscas-das-frutas coletadas no período de
agosto1200 1 a fevereirol2002.
P= Tabela 2.1. índices (Emerggncia [E], Viabilidade Pupal WP], Nível de
Infestação dos Frutos [NIF], [ndice de Infestação [II],
Densidade Total [DT], Razão sexual [RS] e Percentual de
Parasitismo [PP]) das populações de moscas e parasitóides
por município, em coletas realizadas no período de
agosto12001 a fevereiro/2002, no Estado do Arnapá. 46
vii
Tabela 2.2. índices de diversidade (a) das moscas-das-frutas e
parasitóides no Estado do Amapá, em frutos coletados no
período de agosto12001 a fevereirol2002. 4
Tabela 2.3. Abundância absoluta e relativa das espécies de moscasdas-
frutas (fêmeas) criadas de frutos, coletados no periodo de
agosto12001 a fevereiro12002 no Estado do Arnapá. 48
Tabela 2.4. Freqüência das espécies de moscas-das-frutas amostradas
em hospedeiros coletados no período de agosto12001 a
fevereiroQOO2 no Estado do Amapá. 53
CAP~TULO 3
P . Tabela3.1. Frutos infestados com larvas de moscas-das-frutas
parasitadas por Braconidae em 10 municípios do Estado do
Amapá no período de agosto12001 a fevereirol2002. 63
Tabela3.2. Abundância de frutos por amostra, quantidade de frutos
infestados por larvas de Tephritidae e número de frutos com
larvas parasitadas, coletados no periodo de agosto12001 a
fevereiro/2002, no Estado do Amapá. 65
Tabela 3.3. Associação entre parasitóides, fruto e moscas-das-frutas em
municipios do Estado do Amapá, de coletas realizadas no
período de agosto12001 a fevereirol2002. 71
Tabela 3.4 índices de parasitismo e razão sexual dos parasitóides
(Hymenoptera: Braconidae) em 10 municípios no Estado do
Amapá, em amostragens realizadas no período de
agosto1200 1 a fevereirol2002. 73
LISTA DE FIGURAS
P - Figura 1,l Frutos de goiaba (Psidium guajava) no município de Porto
Grande. Setembrol2001. 11
Figura 1.2 Frutos de taperebá (Spondias mombim) acondicionados após
coleta. 11
Figura 1.3 A - peneira com malha de 1,5 mm; B - peneira com malha
de 2,O mm. 42
Figura 1.4 Pesagem em laboratório de fruto de taperebá (Spondias
mombim). 12
Figura 1.5 Individualização dos frutos de ingá (Inga edulis) em bandeja
de plástico. 13
Figura 1.6 Frutos de carambola (Ayenhoa carambola) acondicionados
após coleta no Oiapoquel2001. 13
Figura 1.7 Individualização dos frutos em copos de plástico. A - Manga
(Mangifera indica); 6 - Goiaba (Psidium guajava); C - Acerola (Malpighia glabra) . 14
Figura 1.8
Figura 1.9
Figura 1.10
Figura I .I 1
Figura 1.12
Figura 1 .I3
Figura 1.14.
Figura 1.15.
Figura 1.16.
Figura 1 .I7
Figura 1.18
Copos contendo pupários para emergência dos adultos.
Número de espécies hospedeiras infestadas e não infestados
por larvas, em função do total coletado.
Número de espécies frutíferas infestadas com larvas de
moscas-das-frutas por família vegetal, em coletas no Estado
do Amapá no período de agosto12001 a fevereirol2002.
Relação entre quantidade de frutos e seu respectivo peso,
em gramas, de coletas realizadas no período de agosto/2001
a fevereiro12002 nos 16 municípios no Estado do Arnapá.
Quantidade de machos e fêmeas por gênero de moscasdas-
frutas em coletas realizadas no periodo de agosto/2001 a
fevereirol2002.
Percentual dos gêneros de moscas coletadas no período de
agostoi2001 a fevereiro12002 no Estado do Amapá.
Detalhe da asa de um exemplar do gênero Anasfrepha.
Detalhe da asa de um exemplar do gênero Bacfrocera.
Detalhe da asa de um exemplar do gênero Hexachaefa.
Distribuição geográfica das espécies de moscasdas-frutas
(Diptera: Tephritidae) por município do Estado do Arnapá,
coletadas no período de agostol2001 a fevereirol2002.
Dendograma representativo das espécies de moscas-das-
frutas do Estado do Amapá coletadas no período de
agostoi2001 a fevereiroi2002, por UPGMA e distância do
Coeficiente de Jaccard (média).
P-
Figura 2.1. Abundância de moscas-das-frutas por cultura em coletas
A - G. realizadas no período de agosto12001 a fevereirol2002, nos
municípios do bloco 1 no Estado do Amapá (n = número de
moscasdas-frutas). 49
Figura 2.2. Abundância de moscas-das-frutas por cultura em coletas
A - F realizadas no período de agosto/2001 a fevereirol2002,
nosmunicípios do bloco 2 no Estado do Amapá (n = número
de moscasdas-frutas). 50
Figura 2.3. Abundância de moscas-das-frutas por cultura em coletas
A - H realizadas no período de agosto12001 a fevereirol2002, nos
municípios do bloco 3 no Estado do Amapá (n = número de
moscasdas-frutas). 51
Figura 2.4. Relação da constância absoluta e relativa das ocorrências de
moscadas-frutas coletadas no período de agosto12001 a
fevereiro12002 no Estado do Amapá. 52
Figura 2.5. Dendograma representativo da delimitação das comunidades
pelos municípios através da análise de Cluster em função da
presença e ausência de pupas de moscasdas-frutas, obtidas
de hospedeiros amostrados no período de agosto/2001 a
fevereirol2002. 54
CAP~TULO 3
P
Figura 3.1. Freqüência das espécies de Braconidae parasitando larvas de
moscas-das-frutas em frutos amostrados no período de
agosto12001 a fevereiro12002 no Estado do Amapá. 64
Figura 3.2. Percentagem das espécies de Braconidae, parasitóides de
moscas-das-frutas, coletados no período de agosto/2001 a
fevereiro12002 no Estado do Ama pá. 69
Figura 3.3 Espécimes de parasitóides atacando larvas de moscasdas-
frutas coletadas nos municípios do Estado do Amapá em
amostragens realizadas no período de agosto/2001 a
fevereirol2002. 69
Figura 3.4. Distribuição geográfica das espécies de parasitóides da
família Braconidae (Hymenoptera), encontrados em larvas de
tefritídeos em frutos amostrados nos 16 municípios do Estado
do Amapá, em coletas realizadas no período de agosto/2001 a
fevereirol2002. 70
Ficha Catalográfica.
Sinopse.
Dedicatória.
Agradecimentos.
fndice de Abreviaturas.
Lista de Tabelas.
Lista de Figuras.
Introdução Geral.
xii
Página
I
I
ii
iii
iv
vi
viii
I
CAPÍTULO 1
Moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae): Espécies, hospedeiros e distribuição
geográfica no Estado do Arnapá.
Resumo.
Abstract.
I. 1. Introdução.
1.2. Material e Métodos.
1.2.1. Descrição e localização do Estado.
I .2.2. Locais de coleta.
1.2.3. Coleta de frutos.
1.2.4. Tratamento dos frutos no laboratório.
I .2.5. Preparo dos pupários para emergência dos adultos.
1.2.6. Conservação dos insetos adultos.
xiíi
2.2.7. Identificação taxonõmica das moscasdas-frutas.
1.2.8. Distribuição geográfica das espécies de moscas-das-
frutas. 16
1.2.9. Análise de Cluster. 16
I .3. Resultados e Discussão. 17
1.3.1. Hospedeiros de moscas-das-frutas.
1.3.2. Frutos infestados.
1.3.3. Espécies de moscasdas-frutas. 21
1 -3.3.1. Características das Espécies 24
1.3.3.2. Chave de identificação de espécies para adultos de
Anasfrepha (Diptera: Tephritidae) do Estado do Amapá, Brasil. 3 1
1.3.4. Distribuição geográfica das espécies de moscas-das-frutas. 32
1.3.4.1. Análise de Cluster 33
1.4. Conclusões. 36
Medidas da Fauna das Moscas-das-frutas (Diptera:Tephritidae) no Estado do
Amapá.
Resumo. 37
Abstract. 38
2.1. Introdução. 39
2.2. Material e Métodos. 40
3.2.1. Descrição e localização do Estado.
3.2.2. Locais de coleta.
3.2.3. Coleta de frutos.
3.2.4. Tratamento dos frutos no laboratório.
3.2.5. Preparo dos pupários para emergência dos adultos.
3.2.6. Identificação taxonômica dos parasitóides.
3.2.7. Associação de parasitóides x moscas-das-frutas x fruto.
3.2.8. Percentual de parasitismo.
3.3. Resultados e Discussão.
3.3.1. Espécies de Braconidae.
3.3.1.1. Características das espécies.
3.3.2. Distribuição geográfica das espécies.
3.3.3. Associação de parasitóides x moscas-das-frutas x fruto.
3.3.4. Percentual de parasitismo por município.
3.4. Conclusões.
4. Referências Bibliográficas.
INTRODUÇÃO GERAL
A agricultura mundial tem tido constantes aumentos da produção de horti-
fruti-grangeiros. Com a demanda internacional por produtos saudáveis e livres de
pragas agrícolas, a política de importação de muitos países tem se tornado
extremamente rigorosa com a entrada de produtos "in natura" em seus territórios.
Assim, as barreiras fitossanitárias, uma das formas de impedir a entrada de pragas,
tornaram-se frequentes nas transações comerciais, mesmo no âmbito interestadual.
As moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae) são os insetos-praga que
mais causam prejuízos à fruticultura, sendo que muitas espécies são consideradas
pragas quarentenárias (Malavasi, 2001). Zucchi (2000a) relata que quatro gêneros
são de importância econdmica no Brasil: Anasfrepha Schiner, 1868, Bactrocera
Macquart, 1835, Ceratitis MacLeay, 1829 e Ragholetis Loew, 1862. Destas pragas,
duas ainda não foram registradas para o Estado do ~rnapá, Ceratitis capifafa
(Wiedemann, 1824) e o gênero Ragholetis. A primeira é a mais cosmopolita e
invasora, sendo neste sentido a que mais causa danos a fruticultura no mundo
(Zucchi, 2001).
Bactrocera carambolae Drew & Hancock, jA registrada no Estado do
AmapQ (Silva et al., 1997), é um dos insetos considerados praga-chave na
fruticultura de muitos países. Estudo conduzido pelo USDAIAPHIS indica que se
essa praga se estabelecer no Brasil, trará perdas na ordem de 2,5% para caju, fruta-
pão, acerola e, até 50% para carambola. Além das perdas diretas, alguns países
teriam a exportação de frutas frescas interrompida, causando grandes prejuízos,
conforme a Tabela 1 (Malavasi, 2001).
Tabela 1. Valor das perdas anuais de produção (em US$) de países das Américas
Central e do Sul, pelo estabelecimento da mosca da carambola Bactrocera
carambolae (Diptera: Tephritidae).
Pais Perda (US$) Suriname 849.041 Guiana Guiana Francesa Brasil República Dominicana Haiti Trinidade e Tobago Venezuela 526.662 Fonte: Malavasi, 2001.
No Brasil o primeiro registro de um Tephritidae foi feito por Ihering em
1901, relatando a presença da C. capifafa em plantios de café (Zucchi, 2001). Com o
avanço dos estudos detectou-se que as moscas-das-frutas que causam grande
empecilho na exportação de produtos brasileiros são as do gênero Anasfrepha e
Ceratitis. Porém, Bactrocera (recém introduzida) e Rhagoletis, também têm espécies
de importância econômíca (Zucchi, 2000a).
Na Amazônia brasileira, o conhecimento sobre moscasdas-frutas até o
início da década de 90 era baseado em informações esparsas e restrita a área de
taxonomia (Silva & Ronchi-Teles, 2000). A primeira citação para a Amaz6nia
referenciando moscas-das-frutas como insetos de importância agrícola foi feita por
Sefer (1961). Com um interstício de 23 anos de pesquisas nesta área para a região
norte, Z u M i (1984) descreveu uma nova espécie - Anastrepha megacantha. Silva
(1993) ampliou a lista de espécies de moscas-das-frutas na região amazônica,
correlacionando-as com as espécies de hospedeiros. A espécie C. capifata foi
registrada no Estado de Rondônia, ampliando sua área de distribuição (Ronchi-Teles
I. I. INTRODUÇAO.
É necessário conhecer as espécies, seus hospedeiros e sua distribuição
para o sucesso das ações de controle de moscas-das-frutas. As moscas-das-frutas
pertencem a ordem Diptera, subordem Brachycera, infraordem Muscomorpha, seção
Schizophora, superfamilia Tephritoidea, familia Tephritidae (McAlpine, 1989).
Essa família tem distribuição mundial e abrange 481 gêneros (Norrbom,
2003), com 4257 espécies, agrupados em três subfamílias. Algumas espécies são
vulgarmente conhecidas como moscasdas-frutas.
Calcula-se que cercà de 20 espécies de tefritídeos são responsáveis
pelos maiores danos causados a fruticultura mundial (Bateman, 1972).
São destacados quatro gêneros de importância econômica no Brasil - Anastrepha, Bactmcera, Ceratitis e Ragholetis. Destes, apenas Ragholetis não
ocorre na regiao Norte. As espécies que causam maiores danos a frutos e a
produção pertencem aos gêneros Anastrepha e Ceratitis (Zucchi, 2000a).
O representante do gênero Bactmcem na América do Sul é B.
carambolae (moscada-carambola). De origem sul-asiática, foi introduzida neste
continente, no Suriname, em 1975. Inicialmente foi identificada como Dacus dorsalis
(Hendel, 1928), atualmente Bactmcera carambolae Drew & Hancock (van Sauer-
Muller, 1993).
O gênero Anastrepha, restrito a região Neotropical, possui 201 espécies,
(Norrbom et a/., 1999 e Norrbom, 2002) sendo que 94 (46,7%), ocorrem no Brasil
(Zucchi, 2000b). Na Amazônia brasileira ocorrem 43,6% (41 espécies) das
registradas para o Brasil e destas, 19 espécies ocorrem exclusivamente na
Amazônia do Brasil (Ronchi-Teles, 2000 e Silva & Ronchi-Teles, 2000). Dentro das
41 espécies registradas para a Amazônia brasileira, sete espécies novas ainda não
foram descritas que, provavelmente, são também exclusivas da Amazônia (Ronchi-
Teles, 2000) aumentando desta forma a lista de espécies exclusivas da referida
região de 19 para 26.
A distribuição atual dos Tephritidae pode mudar em função de
erradicações ou introduções de espécies (Malavasi et a/., 2000), no entanto,
Anastrepha, gênero nativo 'da região Neotropical tem espécies na região Neártica
(Zucchi, 1 988).
Endêmica do Novo Mundo, Anastrepha está estabelecida na América
Central e do Sul, exceto no Chile e sul da Argentina, ocorrendo ainda na maioria das
ilhas do Caribe, México e sul dos Estados Unidos (Norrbom & Foote, 1989;
Hernández-Ortiz, 1993 e Aluja, 1994).
Os tefritídeos têm sua distribuição geográfica intimamente associada a i
ocorrência dos seus frutos hospedeiros, pelo fato das larvas se desenvolverem
obrigatoriamente no interior dos mesmos, onde se alimentam (Malavasi et a/., 2000).
Muitos trabalhòs foram realizados enfatizando os estudos de diversidade
e distribuição: México (Aluja ef a/., 1987; Malo et a/., 1987; Hernández-Ortiz, 1992),
Costa Rica (Gbnzalez et al., 1988; Jiron et a/., 1988), Guatemala (Eskafi &
Cunnigham, 1987), Argentina (Blanchard, 1961), Cuba (Fernandez et a/., 1997), .
Peru (Korytkowki & Ojeda, 1968 e 1969; Cuculiza & Torres, 1975), Venezuela
(Caraballo, 1981). No Brasil encontram-se: (Aguiar Menezes, & Menezes, 1997;
Aguiar Menezes, 2000; Araújo, 2002; Araújo et a/. 1996; Araújo ef a/. 2000; Arrigoni,
1984; Bressan, & Teles, 1991 ; Canal-Daza et a/. 1994; Canal-Daza, 1993; Canal-
Daza, 1997; Creão ef a/. 2002; Garcia & Corseuil, 1998; Leonel Jr. 1991; Leonel Jr.et
al. 1995; Malavasi, 2001) dentre outros.
Existem, entre nativas e exóticas, 176 espécies de frutíferas na região
Norte do Brasil (Cavalcante, 1991). Espécies de Anastrepha no Brasil se hospedam
em 31 famílias de plantas (Zucchi, 2000b) e, na Amazônia, os Tephritidae, infestam
14 famílias botânicas (Silva & Ronchi-Teles, 2000). No Estado do Amazonas foram
identificadas 1 1 famílias de plantas hospedeiras de moscas-das-frutas (Silva et a/.,
1996). Em outro trabalho para o Amazonas foram amostradas 13 famílias entre
nativas e exóticas (Ronchi-Teles, 2000). Ainda neste Estado foram estudadas as
interações das moscas-das-frutas em frutos de taperebá e abiu (Guimarães e Silva,
2002).
Levantamentos das espécies de mosca-das-frutas, suas plantas
hospedeiras e seus parasitóides enquadram-se entre os estudos fundamentais para
uma melhor compreensão desse grupo de insetos (Zucchi, 2000b). O Brasil é um
dos palses que mais tem se dedicado ao conhecimento das espécies de moscas-
das-frutas e seus hospedeiros (Aluja, 1999).
Com o intuito' de contribuir no avanço do conhecimento deste grupo
principalmente na região Norte do Brasil, é que coletou-se informações sobre os
hospedeiros, espécies e distribuição de moscas-das-frutas no Amapá.
1.2. MATERIAL E M~TODOS.
1.2.1. Descrição e localização do Estado.
O Estado do Amapá está localizado no extremo Norte do Brasil, quase
que inteiramente no hemisfério Norte. Por suas características geo-físicas faz parte
da região Amazônica.
A configuração do mapa do Estado é de um losango imperfeito, tendo
seus vértices dirigidos para os pontos cardeais. A linha do Equador passa ao sul do
Estado, sobre a capital, Macapá, é banhada pelo braço norte do rio Amazonas.
Este Estado possui uma área de 146.995,30 Km2. O seu litoral, com 242
km de extensão, vai do cabo Orange ao cabo Norte, isto é, da foz do rio Oiapoque a
foz do rio Amazonas.
O Amapá limita-se ao Norte e a Noroeste com a Guiana Francesa e
Suriname, respectivamente. A Leste e Nordeste com o Oceano Atlântico, ao Sul e
Sudeste com o canal do Norte e braço esquerdo do rio Amapá, a Oeste e Sudeste
com o Estado do Pará.
1.2.2. Locais de coleta.
O Estado do Amapá possui 16 municípios, cujas sedes são separadas
por grandes distâncias. Dessa forma optou-se neste trabalho por separá-los em
blocos, utilizando como critérios a proximidade entre os mesmos, e a facilidade de
acesso. Esse procedimento, foi necessário para facilitar os deslocamentos para
coletas de frutos. ~rês.blocos foram definidos:
Bloco 1 (municípios de Itaubal, Cutias, Ferreira Gomes, Porto
Grande, Pedra Branca do Amaparí e Serra do Navio);
Bloco 2 (municípios de Mazagão, Laranjal do Jari, Vitória do Jari,
Santana e Macapá);
Bloco 3 (municípios de Oiapoque, Calçoene, Tartarugalzinho,
Pracuúba e Amapá).
A coleta de frutos foi efetuada por meio de expedições até a sede de
cada municipio. Os frutos foram obtidos em pomares de quintais agroflorestais
urbanos, onde existe uma grande variedade e quantidade de espécies
potencialmente hospedeiras de moscas-das-frutas.
Os pomares foram escolhidos pelos seguintes criterios: 1°) pomares já
estabelecidos, ou seja, com árvores de porte grande; 2O) hospedeiros em
frutificação.
1.2.3. Coleta de frutos.
A metodologia de coleta de frutos deste levantamento, foi feita segundo o
procedimento de amostragem de frutos (Nascimento et aí., 2000).
Os frutos foram coletados na planta ou sobre o solo (Figura 1.1), e
acondicionado em bandèja plástica de 40 x 30 x 10 cm (Figura 1.2 e 1.6) contendo
areia fina peneirada e umedecida. Como forma de uniformizar a areia, a mesma foi
peneirada antecipadamente em malha de 1,5 mm (Figura 1.3-A) e posteriormente
homogeneizada. Esta areia serviu de substrato para amparar os frutos coletados,
antes da chegada ao laboratório.
As bandejas foram, devidamente identificadas, com a data de coleta,
nome da espécie de planta, nome do municipio, nome da comunidade, nome da
11
propriedade e nome do produtor. Foram transportadas em caixas de isopor a fim de
evitar o contato com as chuvas do período e altas temperaturas.
1.2.4. Tratamento dos frutos no laboratório.
No laboratório, os frutos foram contados, numerados, pesados (Figura
1.4) e individualizados em copos de plástico de 500 ml (Figura 1.7-A, B e C) ou
bandeja plástica branca de tamanho 40 x 30 x 10 cm (Figura 1.5) dependendo do
tamanho do fruto. No fundo de cada copo ou bandeja foi adicionada uma porção de
areia lavada umedecida que serviu de substrato para a pupação. As amostras, foram
mantidas em temperatura e umidade ambientes.
Figura 1 . I . Frutos município de Porto
de goiaba (Psidium guajava) I Grande. Setembro/2001.
Figura 1.2. Frutos de taperebá (Spondias mombim) acondicionados ap6s coleta.
Figura 1.3. A - peneira com malha de 1,5 mm$ B - peneira com malha de 2,O mm
Figura 1.4. Pesagem em laboratório de fruto de taperebá (Spondias mombim).
Figura 1.5. Individualização dos frutos de ingá (Inga edulis) em bandeja plástico.
Figura 1.6. Frutos de carambola (Averrhoa carambola) acondicionados ap6s coleta em Oiapoque/2001.
Figura 1.8. Copos contendo pupários para emergência dos adultos.
Decorridos 5, 10 e 15 dias da data de coleta dos frutos, o substrato foi
peneirado, em uma peneira com malha de 2 mm (Figura 1.3 - B) para se obter os
pupários.
Todos os procedimentos laboratoriais foram realizados no laboratório
de Entomologia da Embrapa Amapá em Macapá-AP.
1.2.5. Preparo dos pupários para emergência dos adultos.
Os pupários obtidos foram contados e depositados em outro copo de
plástico com as informações de coleta do fruto, até a emergência dos adultos (Figura
1.8).
1.2.6. Conservação dos insetos adultos.
Após a emergência, as moscas adultas, foram mantidas vivas por um
período de 24 a 48 h para a formação das manchas alares, caráter importante para
a identificação taxonômica das espécies. Após esse período, os adultos foram
fixados e acondicionados em um recipiente contendo álcool a 70%, para
determinação.
. 1.2.7. Identificação taxonômica das moscas-das-frutas.
Para a identificação taxonômica foi utilizado o laboratório de Entomologia
Agrícola da Coordenação de Pesquisas em Entomologia, do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia.
Todas as moscasdas-frutas encontradas foram sexadas (machos e
fêmeas) sendo somente as fêmeas utilizadas para identificação em nível de espécie.
As identificações foram realizadas com o auxílio de um microscópio
estereoscópio com aumento de 40 X, onde foram observados caracteres
morfológicos, como as manhas alares das asas e a genitália (acúleo). Para as
identificações específicas, foram utilizadas chaves taxonômicas de Steyskal (1977);
Zucchi (1 978); Silva (1 993) e Silva & Ronchi-Teles (2000).
Espécimes voucher foram depositados na Coleção de Invertebrados do
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e na Coleção Entomológica do
Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (IEPA).
1.2.8. Distribuição geográfica das espécies de moscasdas-frutas
Visto que as moscasdas-frutas, principalmente as do gênero
Anastrepha, estão distribuídas por todo o Brasil, convencionou-se que a presença de
determinada espécie num determinado local, obtida por meio da coleta de fruto,
seria o parâmetro da sua distribuição para aquele município.
I .2.9. Análise de cluster das moscasdas-frutas.
Esta análise, que consiste em agrupar classes de indivíduos similares,
tem o princípio de agrupamento de unidades experimentais denominadas de
Unidades Taxonômicas Operacionais (OTU1s), por métodos numéricos baseados no
valor de seus caracteres (Sneath & Sokal, 1973). Adotou-se a distância de Jaccard,
empregando-se o algorítmo de agrupamento "Unweighted Pair Group Method with
Arihmetic Averagesn (U PGMA).
O critério de agrupamento utilizado foi a presença ou ausência de
espécies, correlacionando-as com os municipios.
1.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO.
1.3.1. Hospedeiros de moscas-das-frutas.
No periodo de agosto de 2001 a fevereiro de 2002, foram amostrados
frutos de 15 espécies vegetais ocorrentes no Amapá. Estas estão agrupados em 12
gêneros, distribuídas em nove famílias (Tabela 1 .I).
A goiaba (Psidium guajava L.) foi o hospedeiro mais disponíveis durante
o periodo de coleta nos municipios. O araçá-boi (Eugenia stipitata McVaugh) e a
pitanga (Eugenia uniflora L.) foram as espécies com menor disponibilidade nas
coletas.
Das 15 espécies vegetais amostradas, apenas 7 (46%) (Averrhoa
carambola L., Citrus sp., Inga edulis Mart., Psidium guajava, P. acutangulum DC,
Pouteria caimito e Spondias mombim L.) apresentaram larvas e conseqüentemente
adultos de moscas-das-frutas elou parasitóide. Embora os outros frutos sejam
considerados hospedeiros primários de Tephritidae em outras regiões (Malavasi, et
ai., 1980), não foi obtida nenhuma larva (Figura 1.9).
Em outras regiões, a goiaba é associada a A. zenildae (Araújo et ai.,
1996 e Canal Daza, 1997), entretanto esta espécie de mosca não foi encontrada nos
levantamentos.
Das espécies infestadas, a família Myrtaceae foi a que apresentou mais
representantes (duas espécies), os outros frutos foram das famílias Anacardiaceae,
Mimosaceae, Oxalidaceae, Rutaceae e Sapotaceae, todas com uma espécie (Figura
1.10). Malavasi et a/. (1 980) e Arrigoni (1 984) também registraram a preferência de
moscasdas-frutas pelas duas primeiras famílias assinaladas aqui no presente
trabalho.
As coletas foram realizadas em período (sazonal) de estiagem, porém
ocorreram em locais de alta concentração demográfica. Portanto, é possível que as
espécies de moscas que normalmente se hospedam nas fruteiras não infestadas no
Amapá, não ocorram no Estado.
Estudos sobre frutos silvestres (hospedeiros nativos) são inexistentes
para o Estado, e uma das razões para essa falta de informações é a ausência do
conhecimento completo da identificação e principalmente fenologia para realizar-se
as coletas dos frutos.
1.3.2. Frutos infestados.
Nos 16 municípios do Amapá foram coletados 2.415 frutos, destes 597
estavam infestados por pelo menos uma larva de moscadas-frutas. Dos frutos
infestados foram obtidas 2.229 pupários, dos quais emergiram 1.592 indivíduos
entre. moscas e parasitóldes. O percentual total de emergência foi de 71,41%,
representado por 1492 (66,931) moscas e 100 (4,481) parasitóides.
Foram coletados 1 15.340,94 g de frutos de 15 espécies vegetais. Por
peso, a goiaba foi a espécie mais abundante e a pitanga a menos abundante (Figura
1 .I 1).
Das 1492 moscas emergidas, 1441 (96,58%) pertenciam ao gênero
Anastrepha (780 9 e 661 $), 48 indivíduos (3,21 %) a 6. carambolae (13 9 e 35 8)
e três indivíduos, todas fêmeas, (0,20 %) a H. seabrai (Figura 1.13).
Total de frutos
-
Frutos não infestados
Frutos '
infestados
O 2 4 6 8 10 12 14 16
Número de espécies de írutos hospedeiros
Figura 1.9. Número de espécies hospedeiras infestadas e não infestados
por larvas, em função do total coletado.
2
Número de , , Espécies
o
f Famílias
Figura 1.10. Número de espécies frutíferas infestadas com larvas de rnoscas-
das-frutas por família vegetal, em coletas no Estado do Amapá no período de
Tabela 1 .I. Espécies de frutlferas amostradas no período de agosto12001 a fevereiro12002 nos 16 municipios do Estado do
Família Municípios Espécie IT CU FG PG PB SN MZ LJ 'VJ AS MC 01 CA TA PR AP
Anacardiaceae Anarcadium occidentale (Caju) N x x X X - - x - x x - - X Mangifera indica (Manga) E - - - - - - x - x - Spondias mombim (Taperebá) N - - x - - - x x - -
Com bretaceae Terminalia catappa (Castanhola) E x x x - x - x - x x - - x - X
Mimosaceae Inga edulis (Ingá Cip6) N - - - x x - - x x x - - x X
Malpighiaceae Malphigia glabra (Acerola) E x - - x x - x - X X X X X X X X
M yrtaceae Eugenia malaccensis (Jambo) E - - - - - - - - - x - - Eugenia stipitafa (Araçá Boi) E - - - - - - - - x - Eugenia uniflora (Pitanga) N - - - - - - - x - Psidium acutangulum (Araçá-pêra) N x . x - x - - x - x - Psidium guajava (Goiaba) N x x x x x X x x x x x x x x x X
Oxalidaceae Averrhoa carambola (Carambola) E x - - x - X X - x x x x - - X
Passifloraceae Passiflora edulis (Maracujá) N - x - x - - - - - - - x -
Sapotaceae Pouteria caimifo (Abiu) N - - - x - - - - x x x - -
Rutaceae Citrus sp. (Laranja) E x x - x - X x - - - - x x - X
Coleta de fruto 11 Sem coleta
Abreviaturas - vide lista de Abreviaturas.
Le enda da origem da fruteira: h Nativa Ex6tica
Das 1492 moscas emergidas, 1441 (96,58%) pertenciam ao gênero
Anastrepha (780 Q e 661 $), 48 individuos (3,21 %) a B. carambolae (1 3 Q e 35 $)
e três indivíduos, todas fêmeas, (0,20 %) a H. seabrai (Figura 1.12).
1.3.3. Espécies de moscas-das-frutas.
Três gêneros e oito espécies de moscas-das-frutas foram registradas no
Estado do Amapá. Anastrepha foi o mais abundante, seguido de Bactrocera e
Hexachaeta (Figura 1.13). As espécies registradas neste trabalho foram A. turpinae
Stone, A. distincta Greene, A. leptozona Hendel, A. striata Schiner, A. serpentina
(Wied.), A. antunesi Lima, Bactrocera carambolae Drew & Hancock e Hexachaeta
seabrai Lima, 1953. Com exceção de A. striata e B. carambolae, todas são
registradas pela primeira vez para este Estado.
Frutas
Figura 1 .I 1. Relação entre quantidade de frutos e seu respectivo peso em gramas, , ,
de coletas realizadas no período de agosto12001 a fevereiro12002 nos 16
municípios no Estado do Amapá.
Figura 1.12. Quantidade de machos e fêmeas por gênero de moscas-das-frutas em
coletas realizadas no período de agosto12001 a fevereirol2002.
s A espécie Bactrocera carambolae, de acordo com os levantamentos,
permanece isolada na porção norte do Estado, no município de Oiapoque, desde o
registro de sua ocorrência feito por silva et al. (1997).
É importante ressaltar que a espécie C. capitata, registrada no Norte do
. Brasil, em Rondônia (Ronchi-Teles & Silva, 1996) e Pará (Silva et a/., 1998), não foi
coletada no Arnapá. Em 1990, Nascimento definiu o limite norte desta praga em
Cruz das Almas (BA). Em seguida o limite foi expandido para Fortaleza (CE), onde a
praga foi encontrada infestando Terminalia catappa L. (Morgante, 1991).
Na Amazônia brasileira as espécies A. striata, A. distincta, A. turpinae, A.
serpentina, A. leptozona, A. distincta e A. antunesi já haviam sido encontradas
(Silva, 1993; e Ronchi-Teles, 2000).
Hexachaeta sp. 0,20%
Anastrepha
SPP. 96,58%
uactrocera sp. 3,22%
Figura 1.13. Percentual dos gêneros de moscas coletadas no período de
agosto/2001 e fevereiro12002 no Estado do Amapá.
As oito espécies de moscas-das-frutas emergidas infestaram seis
espécies de frutas diferentes. A goiaba foi a mais infestada, tanto em diversidade
como em abundância de Tephritidae (Tabela I .2).
A: stnata infestou quatro espécies de frutos diferentes S. mombin, I.
edulis, P. acutangulum e P. guajava. Seis espécies de moscas (A. antunesi, A.
distincta, A. leptozona, A. striata, A. turpiniae e H. seabrao. infestaram apenas uma
espécie de fruto P. guajava (Tabela 1.2).
Tabela 1.2. Espécies de moscas-das-frutas associadas as fruteiras em coletas
realizadas no período de agosto/2001 a fevereiro12002 nos 16 municípios do Estado
do Amapá.
Família Botânica Espécie de Tephritidae
Espécie da fruteira
Anacardiaceae Spondias mombim (taperebá) a e
Mimosaceae Inga edulis (ingá cipó) • a
Myrtaceae Psidium acutangulum (araçá-pêra) a Psidium guajava (goiaba) a a a a a a
Oxalidaceae Averrhoa carambola (carambola) •
Sapotaceae Pouteda caimito (abiu) a
1.3.3.1. Características das Espécies
O gênero Anastrepha, representado neste trabalho por oito espécies, tem
um exemplar com d-etalhe da asa na Figura 1.14.
Figura 1.14. Detalhe da asa de exemplar do gênero Anastrepha.
A. leptozona Hendel, 1914
Espécie pequena a grande, mesonoto com distintas faixas medianas e
laterais, mediotergito sem faixas escuras laterais. Apice do acúleo com reduzidos
dentes sobre mais da metade apical.
Essa espécie é reconhecida por apresentar a curvatura apical da nervura
Mi+2 bem acentuada, redução ou ausência do ramo dista1 da faixa em V e dentes
sobre mais da metade do ápice de acúleo.
Ocorre desde o sul do México até a Guiana, ~rinidade, Bolívia e Brasil
(Norrbom et a/., 1999).
No Amapá, foi detectada nos municípios de Itaubal, Ferreira Gomes,
Santana e Amapá.
A planta hospedeira desta espécie neste trabalho foi a goiaba (P. guajava,
Myrtaceae), corroborando com os resultados de Silva (1 993).
A. antunesi Lima, 1938
Espécie de tamanho pequeno a médio. Mesonoto amarelo escuro com
áreas amarelo pálidas nò úmero e escutelo. Mediotergito amarelo. Asas (7,O mm de
comprimento) com faixas amarelas, faixa S e C unidas sobre a faixa V completa,
um pouco difusa no vértice e separada da faixa S. Dentes da membrana eversivel bem
iilesenvolvido. Apresenta forma triangular, com ganchos dispostos em três ou quatro
fileiras.
Acúleo (2,30 mm de comprimento) apresentando eixo com lados paralelos e
ápice com aproximadamente cinco dentes na metade apical.
Facilmente reconhecida pelo desenho torácico com estrias amarelo-
pálidas. Mediotergito amarelado, desenho e coloração das faixas alares, e pela
forma do ápice do acúleo com aproximadamente 5 dentes conspícuos assimétricos
e não pontiagudos. E separada de A. obliqua e A. frate~ulus porque estas
apresentam manchas escuras no mediotergito, faixas alares bem definidas e a forma
do ápice do acúleo é diferente.
Ocorre da Guatemala até a Venezuela, Trinidade, Peru e Brasil (Norrbom
et a/., 1999). No Brasil sua ocorrência foi registrada nos Estados de Paraiba (Araujo
et al., 2000), Bahia, Pará e Pemambuco (Malavasi et aí., 1980) e Amazonas (Silva,
1 993).
Sua distribuição no Estado do Arnapá esta restrita ao município de
Santana.
A planta hospedeira desta espécie neste trabalho foi a goiaba (P. guajava,
Myrtaceae).
A. distincta Greene, 1934
Espécie pequèna, mesonoto com faixas laterais e mediana bem nítidas.
Mediotergito lateralmente escurecido. Asa com faixas C e S unidas; faixa V
separada e com o vértice difuso. Acúleo com mais de 2,O mrn e ápice com dentes
pouco salientes e arredondados sobre menos da metade apical.
Ocorre no sul dos Estados Unidos da América, México, Peru e Brasil
(Norrbom et ai., 1999). No Brasil ocorre nos estados de Pernambuco (Malavasi,
1980), Bahia (Nascimento et ai., 1982), Espirito Santo (Martins et a/., 1996), Rio de
Janeiro (Aguiar-Menezes & Menezes, 1996), São Paulo (Souza Filho, 1999), Goiás
27 ''
(Veloso ef a/., 2000) e Amazonas (Silva, 1993; Ronchi-Teles, 2000), em Santa
Catarina (~arc ia et a/. , 2002) e no Rio Grande do Sul (Kovaleski et al. 1999).
: No Amapá ocorreu nos municlpios de Itaubal, Santana e Vitória do Jari.
Sua planta hospedeira neste trabalho: goiaba (P. guajava, Myrtaceae).
A. turpiniae Stone, 1 942
Espékie pequena, mediotergito sem mancha. Asas com faixas C e S
unidas na nervura Faixa V separada da faixa S, e geralmente com os braços
separados apicalmente. Acúleo com ápice delgado agudo e com as serras sobre
mais da metade apical.
E semelhante a A. fratercuius e A. zenildae, sendo separada da primeira
por apresentar base da serra sem constrição e ápice mais delgado. Da segunda
difere por apresentar a porção serrada mais curta e os braços da banda V mais
estreitos. Foi citada erroneamente na região amazônica por Silva (1993) como A.
fra terculus.
Apresenta ampla distribuição e está associada a vários hospedeiros no
Brasil (Araújo et a/., 2000):
No Amapá ocorreu nos municípios de Itaubal, Porto Grande, Vitória do
Jari, Santana, Macapá, Oiapoque e Arnapá.
Planta hospedeira neste trabalho: goiaba (P. guajava, Myrtaceae) e
taperebá (S. mombim, Anacardiaceae). No Estado do Amazonas, foi encontrada nos
municípios de Manaus, Iranduba, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva (Ronchi-
Teles, 2000). Nesta região infesta exclusivamente frutos de castanholeira
(Terminalia catfapa, Combretaceae) também conhecidos como sete copas ou
amendoeira.
A. serpentina (Wied., 1830)
Espécie média a grande, coloração marrom-escura, mesonoto escuro
com faixas média e laterais claras. Mediotergito de marrom-alaranjado a marrom-
escuro. Asas com faixas escuras, área hialina costa1 de forma triangular, faixas C e
S unidas, faixa V separada de S e com apenas o ramo proximal fino. Abdome ,
marrom com faixa média amarela. Ápice do acúleo com diminutos dentes sobre mais
da metade apical.
Na região amazônica foi encontrada no Estado do Amazonas nos
municípios de Iranduba, Nianacapuni, Careiro, Presidente Figueiredo, Rio Preto da
Eva, Itacoatiara e Barcelos e, no Estado de Roraima, em Boa Vista (Ronchi-Teles,
2000). Esta espécie infestou abiu no Amazonas (Silva et a/. 1996).
No Estado do Amapá foi detectada exclusivamente no município de Porto
Grande.
Seu hospedeiro neste trabalho foi abiu (P. caimito, Sapotaceae). Em
vários trabalhos é registrada como infestante de espécies da família Sapotaceae.
A. striafa Schiner, 1868 -
Espécie pequena a média, mesonoto com faixas mediana e laterais
escuras formando um 'U'. Mediotergito com manchas escuras lateralmente. Asas
com faixas C e S unidas e faixa V geralmente com o braço dista1 reduzido. Acúleo
com 2,O mm de comprimento, ápice liso.
Esta espécie é facilmente reconhecida pelo padrão torácico, pode ser
confundida com A. bisfrigata, até o momento não encontrada na região amazônica-
Considerada uma praga de importância quarentenária em todo mundo,
sua presença significa uma séria ameaça a produção e comercialização de frutas na
América Latina.
Durante o desenvolvimento deste trabalho B. carambolae foi encontrada
apenas no município do Oiapoque, em frutos de taperabá (S. mombim,
Anacardiaceae).
4 mm
Figura 1 .I 5. Detalhe da asa de exemplar do gênero Bactrocera.
Hexachaeta Loew (Figura 1 .I 6).
Este gênero é composto por 29 espécies com distribuição desde o
sudeste dos Estados Unidos até a Argentina (Hernández-Ortiz, 1999). Não tem
importância agrícola porque alimenta-se de frutos não-comerciais.
Esta espécie foi coletada em armadilhas tipo McPhail nos municípios de
Manacapurú (AM) e diretamente de frutos de Aegiphila sp. (Verbenaceae) em Apui
(AM). Costa Lima (1 935) cita H. eximia infestando esses frutos (Ronchi-Teles, 2000).
No Estado do Amapá foi coletada nos municípios de Porto Grande e
Amapá, em frutos de goiaba (P. guajava, Myrtaceae) e inga (Inga edulis, Mimosaceae).
4mm '
Figura 1 .I 6. Detalhe da asa de exemplar do gênero Hexachaeta.
1.3.3.2. Chave de identificação de espécies para adultos de
Anastrepha (Diptera: Tephritidae) de importância econômica do Estado do Amapá,
Brasil.
I. Coloração escura; faixa V apenas com o ramo proximal; dentes sobre mais da
metade apical ............................................................................. A. serpentina (Wied).
1 I. Faixa V com ramos proximal e dista1 ...................................................................... 2.
2. ~esonoto com faixas escuras longitudinais; ovipositor com 2,2 mm de
....... comprimento; ápice dilatado na base e sem dentes distintos ;..A. striata Schiner.
2'. Mesonoto sem faixas escuras longitudinais; ovipositor maior que de 0,05 mm de
comprimento. ..... .:. ....................................................................................................... 3.
3. Faixas costa1 e S unidas .......................................................................................... 4.
3'. Faixas costal e S separadas; rasper sem dentes desenvolvido; faixa V incompleta
com ramo distal ausente ou reduzido; ovipositor com 2,O a 3,O mm de comprimento;
......... ápice com diminutos dentes sobre mais da metade apical A. leptozona Hendel.
4. Mediotergito com faixas escuras laterais; faixa V e S da asa separadas ............... 5.
4'.Mediotergito sem faixas escuras laterais ................................................................. 6.
-- --
32
5. Apice do ovipositor com acentuada constrição ........................... A. turpiniae Stone.
I 5'. Apice do ovipositor com constrição moderada ou sem; dentes pequenos sobre
menos da metade apical; ovipositor com mais de 2 mm. de
comprimento ................................................................................. A. distincta Greene.
6. Ovipositor com dentes sobre menos da metade apical e comprimento de 2,4 mm;
ápice com poucos dentes conspícuos .............................................. A. antunesi Lima.
1.3.4. Distribuição geográfica das espécies de moscas-das-frutas.
B. carambolae é uma espécie de importância econômica, tem sua zona
de dispersão restrita ao norte do Estado, no municipio do Oiapoque.
H. seabrai foi encontrada em goiaba, no município de Porto Grande, na
porção central do Estado, e no municipio de Oiapoque, em ingá (Figura 1.17). Costa
Lima (1935) e Ronchi-Teles (2000) encontraram este gênero de mosca em frutos de
Aegiphila sp. (Verbenaceae). Este é o primeiro registro desta espécie em frutos
cultivados.
A Figura 1 .I 7 mostra a distribuição das moscas-das-frutas no Estado.
Com exceção de Itaubal e Santana, A. striata foi encontrada em todos os
municípios. O maior número de espécies de moscasdas-frutas (quatro) foi
encontrado em Porto Grande e Amapá, talvez por estes terem grandes pólos
fruticolas.
Em Serra do Navio, Pedra Branca do Amapari, Calçoene, Laranjal do
Jari, Itaubal, Tartarugalzinho e Pracuúba só foi encontrada uma espécie. Santana foi
o local onde só se encontrou um único exemplar de A. antunesi.
A. obliqua predominante no Amazonas e em outros Estados do Brasil,
não ocorreu no Amapá. Isto pode ter acontecido por ela existir em uma população
muito baixa que não foi encontrada nas coletas ou por ela se hospedar em espécie
vegetal não coletada neste trabalho.
1.3.4.1. Análise de agrupamento das moscas.
Utilizando os dados presença e ausência e o coeficiente de Jaccard, as
espécies de moscasdas-frutas do estado foram agrupadas, em função dos
municípios (Figura 1.18 e Tabela 1.3).
Os grupos similares são compostos por A. antunesi e A. leptozona (33%);
A. distincta e A. turpiniae (40%) e o terceiro agrupamento de A. serpentina com H.
seabrai (50%).
A-striata teve similaridade de 16% com as espécies A. distincta e A.
turpiniae. Este nó foi similar com 13% ao A. serpentina e H. seabrai Em seguida B.
carambolae foi similar em apenas 5% este grupo anterior, restando o último nó de '
apenas 3% que foi o agrupamento de A. antunesi e A. leptozona como citado.
Oiapoque
A Serra do Navio4 A
Pedra Branca do Amapari 4 Pracuúba A
Porto Grande
Laranjal do Jari A 4
Vitória do Jari 4 I - Santana AA A A A
A. turpiniae A A. distincta A 6. carambolae O
A. striata A A. serpentina A H. seabrai
A. leptozona A A. antunesi A
Figura 1 .I7 Distribuição geográfica das espécies de moscas-das-frutas (Diptera:
Tephritidae) por município do Estado do Amapá, coletadas no período de
UPGMA
r l = . i : g o Z a
1 7 B. carambolae H. seabrai A. serpentina
Y A. stria ta A. distincta i A. turpiniae
Jaccard's Coeffcient - Data log(e) transformed
Figura 1.1 8 Dendograma representativo das espécies de moscas-das-frutas do
Estado do Amapá coletadas no periodo de agosto12001 a fevereirol2002, por
UPGMA e distância do Coeficiente de Jaccard (média).
Tabela 1.3. Análise de Cluster para os municípios do Estado do Amapá e espécies
de moscas-das-frutas coletadas no período de agosto12001 a fevereiro12002.
Municipio Espécies de moscasdas-frutas A. turpiniae A. distincta A.leptozona A.striata Aserpentina A.antunesi B.carambolae H. seabrai
IT i 1 i O O O O O
Análise de Agrupamento Nó
8 Variáveis x 16 casos 1 Dados transformados: Log(e) 2 UPGMA 3 Coeficiente de Jaccard 4
5 6 7
Grupo 1
A.serpentina A. turpiniae A. leptozona Nó 2 Nó 4 Nó 5 Nó 6
Grupo 2
H. seabrai A. distincta A. antunesi A. striata Nb I B. carambolae Nó 3
Similaridade Objetos no Grupo
2 2 2 3 5 6 8
I .4. CONCLUS~ES.
P No Estado do Amapá foram detectadas moscas-das-frutas das espécies A.
turpinae, A. distincta, A. leptozona, A. striata, A. serpentina, A. antunesi, B.
carambolae e H. seabrai.
> A. striata é a espécie que apresentou mais ampla distribuição no Estado.
> As fruteiras P. guajava, P. acutangulum, S. mombim, 1.edulis e A. carambola
foram os hospedeiros preferenciais de moscas-das-frutas no Estado do
Ama pá.
> B. carambolae, espkcie de importância quarentenária, continua restrita no
município ao Oiapoque.
> H. seabraifoi coletada em frutos de ingá e goiaba.
Medidas da Fauna das Moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae)
no Estado do Amapá.
RESUMO.
A análise faunística é uma ferramenta utilizada para entender as relações
entre as comunidades de moscas-das-frutas e estas com o ambiente, podendo
fornecer informações para o manejo dessas pragas. Por meio da coleta de frutos,
obtenção e identificação das moscas-das-frutas, além da similarização da
composição da fauna deste grupo é que objetivou-se conhecer as comunidades de
tefritídeos pelos cálculos dos indices das populações de mosca por município. A
frequência, abundância e constância foram apresentadas graficamente. Outras
informações para o conhecimento das moscas-das-frutas como a emergência,
viabilidade pupal, índice de infestação, densidade total de infestação e razão sexual
também foram avaliados. A maior emergência foi em Itaubal, em frutos de goiaba
98,33%. A viabilidade pupal teve o maior valor em Pracuúba (97,89%). Vários
municípios apresentaram 100% de nível de infestação dos frutos. O índice de
Infestação que se destacou dos demais locais de coleta foi 15,54%, em Serra do
Navio. A maior e menor densidade total (pupárioslkg) foram de 327,29 em goiaba e
0,69 em carambola, em Serra do Navio e Oiapoque, respectivamente. A razão
sexual teve em diversos locais os mesmos indices. A. sfríata é a espécie mais
importante por sua abundância, frequência e constância.
ABSTRACT.
The faunistic analysis is an approach used to understand the
relationships between communities and environment, and it could supply information
for pest managernent. By fruit collection, obtaining and identification of the fruit flies,
besides the similation of the composition of the fauna of this group we aimed to know
the Tephritidae communities for the calculations by indexes of fiy populations for
municipal district. Frequency, abundance and constancy are presented graphically.
Other information for the knowiedge of fruit fiies like emergency, viability pupal,
infestation index, total density of infestation and sexual reason are also registered.
The largest emergency was in Itaubal, in fruits of guava 98,33%. The viability pupal
had the largest value in Pracuúba (97,89%). Severa1 municipal districts presented
100% of leve1 of infestation fruits. The index of infestation that stood out of the other
collection places was 15,54%, in Serra of Navio. The largest and smaller total density
(pupaekg) were of 327,29 in guava and 0,69 in star fniit, in Serra of Navio and
Oiapoque, respectively. The sexual reason had at severa1 places the same indexes.
A. sfriafa it is the most important species for its abundance, frequency and
constancy.
2.1. INTRODUÇAO.
Quando as rnoscasdas-frutas tomaram-se uma preocupação agricola no
Brasil, os trabalhos se limitavam apenas aos registros de ocorrência. Posteriormente
passou-se a fazer a correlação entre as moscas e seus hospedeiros. A partir da
década de 1980, iniciaram-se as pesquisas sobre análise faunistica das moscas-
das-frutas em determinadas áreas. Atualmente as pesquisas sobre análise faunística
de moscas-das-frutas, mesmo a despeito de sua importância para o controle desta
praga, são escassas e se limitam aos trabalhos pioneiros, em algumas áreas do
Brasil.
Na Bahia, foi elaborada uma análise faunística das espécies de
Anastrepha, caracterizando as comunidades por meio de índices de frequência,
constância, abundância e dominância (Nascimento ef a/., 1983). Ainda neste
trabalho os autores discutem características ecológicas que podem influenciar o
comportamento das moscas.
No Estado de São Paulo, Arrigoni (1984) observou que das 14 espécies
de Tephritidae coletadas nos municípios de Piracicaba, Limeira e Jundiaí, C. capitafa
foi a predominante.
Nascimento (1990) fez uma análise faunística das espécies de
Anastrepha, procurando estabelecer a importância de A. obliqua em cinco
municípios de três estados brasileiros. Ele observou que os índices sugeriam um
comportamento diferente em cada local estudado. Caracterizou as comunidades
com os índices de frequência, constância e dominância, concluindo que A. obliqua,
importante praga da manga, não foi predominante em nenhum dos locais, já A.
somrcula destacou-se sobre A. fraferculus e apareceram outras espécies
dominantes associadas a vegetação nativa da região.
No norte do Estado do Espírito Santo, importante produtor de mamão,
Martins ef al. (1996) calcularam os indices de diversidade, frequência e dominância
para as espécies de moscas-das-frutas coletadas com armadilhas, em três locais,
sendo C. capitata e A. fraterculus as principais espécies.
Em Porto Alegre, em amostragem de A. fraterculus de ambos os sexos e
do total, houve significância para os meses coletados e para a comunidade de
tefritideos (Garcia & Corseuil, 1998).
O primeiro trabalho desenvolvido para a região Norte do Brasil foi o de
Silva (1993), que por meio da coleta de frutos hospedeiros, wracterizou quatro
locais de dois municípios no Estado do Amazonas. As principais espécies foram A.
obligua, A. turpiniae, erroneamente citada como A. fraterculus e A. bahiensis, sendo
A. obligua a espécie predominante.
Com o objetivo de conhecer as medidas da fauna das moscas-das-frutas,
este capítulo apresenta aspectos da análise faunística das espécies nos municípios
do Estado do Amapá. -
2.2. MATERIAL E MÉTODOS.
Foram seguidos os mesmos procedimentos adotados no capítulo 1 para:
Descrição geral da área de coleta; Locais de coleta; Coleta de frutos; Tratamento
dos frutos no laboratório; Preparo dos pupários para emergência dos adultos;
Conservação dos insetos adultos e Identificação taxonômica das moscas-das-frutas.
2.3. ANALISE DE DADOS
2.3.1. fndices das populações de moscasdas-frutas por município.
Foi empregada estatística descritiva através das avaliações comparativas b1 I i' L!
entre as relações (moscas x parasitóides x hospedeiro) dos municípios, por meio r , , 4' das seguintes fórmulas. ' I
h
Viabilidade Pupal (VP): é definida pelo número de moscas emergidas dividido pelo
número total de pupários coletados dos frutos, isto multiplicado por cem.
VP = no de moscas emerqidas x 100 no total de pupários
Emergência (E): é calculada dividindo-se o número de insetos emergidos pelo
número total de pupários, isto multiplicado por cem.
E = no de adultos emergidos x 100 no total de pupários
Nível de Infestação dos Frutos (NIF): é o resultado do número de frutos infestados
dividido pelo total de frutos, isto multiplicado por cem.
NIF = no de frutos infestados x 100 Total dos frutos
índice de Infestação (11): o número de pupários dividido pelo número total de frutos.
II = no de pupários no total de frutos
Densidade Total de Infestação (DT): é expresso pelo número de pupários dividido
pelo peso total de frutos. Foram seguidos os trabalhos de Bressan & Teles (1991) e
Silva (1993), que consideram hospedeiros principais de moscas-das-frutas, aqueles
com densidade de infestação acima de I00 pupárioslkg de fruto.
DT = no de puoários peso total de frutos
Razão Sexual (RS): é o resultado da divisão entre o número de fêmeas e o
somatório do número de fêmeas e machos, isto multiplicado por cem.
RS = no de fêmeas x 100 no de fêmeas + no de machos
2.3.2. Análise da Fauna dos municípios.
2.3.2.1. Caracterização da comunidade.
índice de Diversidade:
É a relação èntre o número de espécies e o número de indivíduos de
uma comunidade. Expressa a diversidade de espécies de um ecossistema. Este
índice será calculado pela fórmula proposta por Margalef em 1951 citada por Silveira
Neto et al. (1 976).
a - índice de diversidade. S - I S - número de taxa coletados.
a = In - logaritmo neperiano. In N N - número total de exemplares coletados na área amostrada.
Para o cálculo do índice de diversidade das moscas-das-frutas foi usado
somente o número de fêmeas, visto que pelos machos não pode-se chegar a
identificação especifica. Já para o índice de diversidade de parasitóides, foram
usados machos e fêmeas, pois neste grupo, pode-se chegar a espécie considerando
os exemplares de ambos os sexos.
A frequência, constância e abundância foram apresentadas graficamente.
A abundância absoluta é o número de indivíduos de uma espécie numa
área. A reiativa é definida pela razão entre a abundância absoluta de uma espécie e
o sornatório das abundâncias de todas as espécies presentes na mesma área
(Watanabe, 1 997).
Aa spl Aa - Abundância absoluta.
Ar= x 100 Ar - Abundância relativa.
Z Aa spl + Aa sp.2 ... sp - Espécie.
Para o cálcuIo. da constância, fez-se a porcentagem de localidades ou
amostras, onde é encontrada determinada espécie pelo número total das localidades
amostradas ou amostras (Watanabe, 1997).
A freqüência das espécies ocorrentes no Estado e nos municípios, foi
representada graficamente pelo número de ocorrências da espécie em relação ao
total de espécies analisadas, expresso em porcentagem (Watanabe, 1997).
2.3.2.2. Delimitação das comunidades.
Para a delimitação, foram correlacionadas as espécies de moscas-das-
frutas com os municípios, a fim de se detectar a semelhança entre estes parâmetros,
usando-se as descrição da análise conforme o item 1.2.8.
2.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.
2.4.1. índices das populações de mosca por município.
Todos os índices foram calculados isoladamente para cada município e
espécie de fruto. Os índices máximo e mínimo que se referem a amplitude daquele
determinado parâmetro para uma espécie de fruto em cada local, estão destacados .
enfocando para qual município houve este maior evento. Para um índice em que
houve o mesmo valor máximo ou mínimo, em dois ou mais municípios, não houve
destaque.
A tabela 2.1 enfoca os resultados, onde a maior emergência foi para os
frutos de goiaba provenientes de Itaubal 98,33%. A viabilidade pupal teve o maior
valor em Pracuúba (97,89%). Vários municípios apresentaram 100% de nível de
infestação dos frutos. O índice de infestação que se destacou dos demais locais de
coleta foi 15,54%, em Serra do Navio. A maior e menor densidade total (pupárioslkg)
foram de 327,29 em goiaba e 0,69 em carambola, em Serra do Navio e Oiapoque,
respectivamente. A razão sexual teve em diversos locais os mesmos índices.
A goiaba é o fruto hospedeiro mais citado e com os mais variados índices
de infestação por todo o Brasil (Zucchi, 2000b). Bressan & Teles (1 991) encontraram i
infestação de 55,3 pupárioslkg de goiaba, em Ribeirão Preto (SP). Canal Daza et a/.
(1998), encontraram infestações de até 116 larvaslkg, em Minas Gerais. No Pará,
em 1994, foram verificadas infestações médias de 7 a 52%, passando, em 1995,
para 88% (Ohashi et ai., 1997). Na região de MossorólAssÚ a maior intensidade de
infestação, com índices médios, foi nos frutos de juá, cajarana e goiaba de 67; 32,3
e 32,l pupárioslkg, respectivamente (Araújo, 2002). Altos índices de infestação
como de 301,89 a 832,25 pupárioslkg O(eloso, 1997) e encontrando 572,51
pupárioslkg (Silva, 1993) são sempre citados em diversas regiões do Brasil. índices
baixos, como 6,5 e 3 pupárioslkg foram encontrados em taperebá e goiaba no
Amazonas respectivamente (Ronchi-Teles, 2000).
Os índices médios para o Estado do Amapá foram: emergência 60,11%,
viabilidade pupal foi de 54,12%, nível de infestação de frutos 76,73%, índice de
infestação de 3,29 (pupárioslfruto), densidade total 61,74 (pupárioslkg), razão sexual
de 50,03 e percentual de parasitismo de 4,21%.
Vários autores detectam infestação de C. capitata em diversas espécies
de frutos, porém esta espécie de mosca não ocorreu nas coletas no Estado do
Amapá.
Tabela 2.1. índices (Emergéncia [E], Viabilidade Pupal D/P], Nivel de Infestaçilo dos Frutos [NIF], rndice de Infestação [II], Densidade Total [DT], Razão sexual [RS] e Percentual de Parasitismo [PP]) das populações de moscas e parasitóides por município, em coletas realizadas no período de agosto/2001 a fevereiro/2002, no Estado do Amapá.
Peso No Total de Total Total Total Total de
Mun. Hosp. Quant. de de de de Adultos E" VP" NIF" II DT RS PP" Frutos Pupas Moscas Parasit. Emergidos - Frutos* Infestados
IT Goiaba 37 1,574 37 130 86 2 88 67,69 66,15 100,OO 3,51 82,60 60,47 1,54 CU Goiaba 58 2,970 58 120 115 3 118 98,33 95,83 100,OO 2,07 40,40 51,30 2,50 CU Laranja 7 1,238 2 2 O 1 1 50,OO 0,OO 28,57 0,29 1,62 0,OO 50,OO FG Goiaba 17 1,350 17 48 38 2 40 83,33 79,17 100,OO 2,82 35,56 42,1 4,17 PG Goiaba 78 5,650 78 252 184 8 192 76,14 73,OI 100,OO 3,23 44,60 55,43 3,17 PG Abiu 13 0,377 5 6 2 O 2 33,33 33,33 38,46 0,46 15,92 100,OO 0,OO PB Taperebá 25 0,336 4 8 2 O 2 25,OO 25,OO 16,OO 0,32 23,83 100,OO 0,OO SN Goiaba 13 0,617 13 202 164 8 172 85,15 81 ,I9 100,OO 15,54 327,39 50,OO 3,96 MZ Goiaba 40 3,638 40 7 1 42 4 46 64,79 59,15 100,OO 1,78 19,52 52,38 5,63 LJ Goiaba 15 1,168 15 1 42 80 O 80 56,34 56,34 100,OO 9,47 121,58 46,25 0,OO VJ Goiaba 17 1,522 16 77 63 2 65 84,42 81,82 94,12 4,53 50,59 53,97 2,60 SA Goiaba 27 1,789 2 1 51 46 O 46 90,20 90,20 77,78 1,89 28,51 54,35 0,OO MC Goiaba 80 2,610 59 183 94 O 94 51,37 25,14 73,75 2,29 70,11 58,70 0,OO MC Araçá Pêra 30 1,564 30 117 95 9 104 88,89 91 $20 100,OO 3,90 74,83 54,74 7,69 01 Taperebá 46 0,422 3 3 O O O 0,OO 0,OO 6,52 0,OO 7,10 0,OO 0,OO 01 Carambola 60 4,325 3 3 O O O 0,OO 0,OO 5,OO 0,OO 0,69 0,OO 0,OO 01 Carambola 46 2,500 9 3 1 18 O 18 58,06 58,06 19,57 0,67 12,40 77,78 0,OO 01 Taperebá 60 0,743 60 232 116 46 162 69,83 50,OO 100,OO 3,87 312,25 45,69 19,83 01 Goiaba 60 4,234 55 280 121 13 134 47,86 43,21 91,67 4,67 66,13 55,37 4,64 CA Goiaba 9 0,680 9 4 1 36 1 37 90,24 87,80 100,OO 4,56 60,33 44,44 2,44 CA Ingá 10 1,133 10 95 93 O 93 97,89 97,89 100,OO 9,50 83,84 46,24 0,OO TA Goiaba 28 1,165 24 45 32 O 32 71,lI 71,11 85,71 1,61 38,62 43,75 0,OO PR Ingá 2 0,515 2 6 2 O 2 33,33 33,33 100,OO 3,OO 11,65 50,OO 0,OO PR Goiaba 1 0,047 1 1 O O O 0,OO 0,OO 100,OO 1,OO 21,23 0,OO 0,OO AP Ing4 8 1,614 5 1 O 6 O 6 60,OO 30,OO 62,50 1,25 6,20 100,OO 0,OO AP Goiaba 22 1,525 21 73 57 1 58 79,45 78,08 95,45 3,32 47,86 57,89 1,37 Total 809 45,305 597 2229 1492 100 1592 60,11 54,12 76,?3 3,29 61,74 50,03 4,21 * Peso em quilograma da amostra do fruto coletado. " (%)
2.4.2. Análise das medidas da fauna dos municípios.
2.4.2.1. Caracterização da comunidade.
índice de Diversidade (a).
Foram calculados os índices de diversidade, em âmbito estadual, tanto de
moscas-das-frutas (a,) como para os parasitóides (a,) coletados neste estudo. Os
índices encontrados para o Estado, pela formula de Margalef, são: a, = 1 ,O5 e a, = 0,43
(Tabela 2.2). O índice de diversidade para parasitóides está sendo calculado pela
primeira vez em trabalho realizado na Amazônia.
Em outras regiões do Brasil este índice para moscas, também foi calculado,
como em dois locais no Estado de Goiás: Chácara São Domingos e na Escola de
Agronomia-UFG, com a, = 1,5 e 0,88 respectivamente (Veloso, 1997). Em Minas
Gerais foi encontrado a, = 2,26 e 1,19 (Canal Daza et a/., 1998). Também em cinco
municipios do Recôncavo Baiano foram encontrados os seguintes índices para moscas-
das-frutas: 1,88; 1,74; 1,80; 0,96 e 1,18 (Nascimento,l980). No Estado de Mato Grosso
do Sul, nas localidades de Terenos e Anastácio os valores de a, foram 3,19 e 3,21,
respectivamente (Uchôa-Fernandes, 1999). Em oito municípios do Estado do
Amazonas, foram calculados diversos índices incluindo o de Margalef obtendo maior
valor em Careiro, com 2,48 e menor em Itacoatiara, 1,23 (Ronchi-Teles, 2000).
Segundo Silveira Neto et a/. (1976), os indices de diversidade tendem a ser
baixos em locais onde fatores lirnitantes e a competição intraespecífica atuam
intensamente, e as espécies mais comuns aumentam suas populações e as raras ficam
em baixo nível populacional.
Tabela 2.2 Indices de diversidade (a) das moscasdas-frutas e parasitóides no Estado
do Amapá, em frutos coletados no período de agostoí2001 a fevereiro/2002.
S N a Moscasdas-frutas 8 780 1,051 1 Parasitóides 3 I00 0,4342 S - Número de espécies. N - Número de indivíduos.
Abundância
A. sfriata e A. antunesi foram as espécies com maior e menor abundância
relativa no Estado do Arnapá respectivamente, 71,31% e 0,13 % vabela 2.3.). Mesmo
B. carambolae sendo uma espécie aitamente agressiva teve uma abundância de 1,34.
Tabela 2.3. Abundância absoluta e relativa das espécies de moscasdas-frutas
(fêmeas) criadas de frutos, coletados no período de agosto/2001 a fevereiro12002 no
Estado do Amapá.
Espécie Número de moscas (fêmea) % A. striata 536 68.71 A. turpiniae A. distinsta '
A. leptozona B. carambolae H. seabrai A. serpentina A. antunesi Total 780 I OO~OO
As figuras 2.1 A - G; 2.2 H - M e 2.3 N - U, exibem a abundância relativa
das espécies de rnoscasdas-frutas nos hospedeiros coletados em cada município.
A - IT Goiaba (n=52) B - CU Goiaba (n=58) C - FG Goiaba (n=16)
D - PG Goiaba (n=106) E - PG Abiu (n=2) F - PB Taperebá (n=2)
G - SN Goiaba (n=82)
Figura 2.1. A-G. Abundância de moscas-das-frutas por cultura em coletas
realizadas no período de agosto12001 a fevereirol2002, nos municípios do bloco
I no Estado do Amapá (n = numero de moscas-das-frutas).
H - MZ Goiaba (n=21: I - LJ Goiaba (n=37) J - VJ Goiaba (n=34)
k - SA Goiaba (n=24) L - MC Goiaba (n=57) M - MC Araçápéra (n=52)
Figura 2.2. A-F. Abundância de moscasdasfrutas por cuitura em coletas
realizadas no período de agosto/2001 a fevereiro/2002, nos municípios do bloco
2 no Estado do Arnapá (n = número de moscasdas-frutas).
Constância
A espécie mais constante foi A. stnata, que ocorreu em 14 dos 16
municípios do Estado (Figura 2.4). Esta espécie apresentou uma constância de 87, 5%
em relação as outras. A. antunesi, A. serpentina e B. cammbolae foram as moscas
menos constante (6,25%), ocorrendo em um único município cada: Santana, Porto
Grande e Oiapoque, respectivamente (Figura 2.4).
N - OI Carambola (n=18) O - OI Taperebá (n=53) P - OI Goiaba (n=67)
Q - CA lngá (n=43) R - TA Goiaba (n=14)
S - PR Ingá (n=01) T - AP lngá (n=03) U - AP Goiaba (n=33)
Figura 2.3. A-H. Abundância de moscas-das-frutas por cultura em coletas
I I [I j.l I':
realizadas no período de agosto/2001 a fevereirol2002, nos municípios do bloco
3 no Estado do Amapá (n = numero de moscas-das-frutas). 1 : ,i
SI
B S 2 (O i? a a o> p C
O g .i? .i? 9 e S .,c O 2 s s o) e 2 5' is" a s Q e T- 2 o)
s a T- T- e o) * s" 2 T- 43. m Constância
Espécies de moscas-das-frutas -e%
Figura 2.4. Relação da constância absoluta e relativa das ocorrências de moscas-das-
frutas coletadas no período de agosto12001 a fevereiro de 2002 no Estado do Amapá.
Freqüência
Das espécies coletadas, A. striata e A. turpiniae foram espécies super
frequentes e A. antunesi foi pouco frequente (Tabela 2.4).
Tabela 2.4. Freqüência das espécies de moscasdas-frutas amostradas em
hospedeiros coletados no período de agosto/2001 a fevereiro/2002 no estado do
Espécie Freqüência A. antunesi PF A. distincta A. leptozona A. serpentina A. striata A. turpiniae B. catambolae H. seabrai F
2.4.2.2. Delimitação das comunidades.
A partir da Tabela 1.3. foi formada a Figura 2.5, e esta delimitou as moscas
agrupando-as em "nós" junto aos municípios.
0 s municípios de PR, TA, CA, MC, LJ, MZ, SN, PB e CU apresentaram
100% de similaridade. A segunda maior similaridade foi entre PG e AP com 75%, em
terceiro lugar vieram os agrupamentos de VJ com IT e PG com AP que similarizaram-se
em 50%, respectivamente. O município de 01 agrupou-se a AP e PG em 45%, que por
sua vez, a 32% juntou-se a VJ e IT. Os dois últimos nós foram de 24 e 3%,
respectivamente.
UPGMA
Jaccard's Coefficient - Data log(e) transformed
Figura 2.5. Dendograma representativo da delimitação das comunidades pelos
municípios através da análise de Cluster em função da presença e ausência de pupas
de moscas-das-frutas, obtidas de hospedeiros amostrados no período de agosto12001 a
fevereirol2002.
Análise de Agrupamento ' Nó
8 Variáveis x 16 casos 1 Dados transformados: Log(e) 2 UPGMA 3 Coeficiente de Jaccard 4
5 6 7 8 9 1 o 11 12 13 14 15
Grupo 1 Grupo 2 Objetos Similaridade no Grupo
2.5. CONCLUS~ES.
P- O índice de diversidade de moscasdas-frutas para o Estado do Amapá foi C(m=
1 ,O5 e o de parasitóides a,= 0,43.
> A. striata é a espécie mais importante, por sua abundância, freqüência e
constância, para a fruticultura amapaense.
9 Serra do Navio é o município com maior índice de infestação e densidade total
de infestação.
CAP~TULO 3
Parasitóides (Hymenoptera: Braconidae) de
moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae) no Estado do Amapá.
RESUMO.
Os parasitóides da família Braconidae (Hymenoptera) são os principais
agentes de controle biológico das moscasdas-frutas (Diptera: Tephritidae), que são
consideradas em nível mundial, um dos principais grupos de pragas da fruticultura.
Conhecimentos básicos como: diversidade de espécies nativas, percentual de
parasitismo, associação com as espécies de moscas-das-frutas, distribuição
geográfica, densidade e dinâmica populacional são essenciais para o sucesso de
programas de controle. Existem alguns trabalhos publicados sobre o assunto, mas
na Amazônia as informações são insipientes. O presente trabalho tem como objetivo
incrementar o conhecimento sobre as moscas-das-frutas e seus parasitóides no
Estado do Amapá, Brasil. Foram coletados, no período de agosto de 2001 a
fevereiro de 2002, frutos potencialmente hospedeiros de moscas-das-frutas nos 16
municípios do Estado do Amapá. Quinze espécies de frutos foram amostradas.
Foram obtidos 2.229 pupários de moscas-das-frutas, de onde emergiram 1.492
moscas e I00 parasitóides. 0 s gêneros Anasfrepha Schiner, Bacfmcera Macquart e
Hexachaefa Loew foram identificadas. As espécies de parasitóides emergidos foram
das espécies Dorycfobracon areolafus (Szépligeti), Ufefes anastrephae (Viereck) e
Opius bellus (Gahan) todos Braconidae: Opiinae. A espécie que apresentou maior
distribuição geográfica dentro do Estado foi D. areolatus. Os maiores índice de
parasitismo foram alcançados por D. areolatus em laranja no município de Cutias,
I
I
seguido por U. anastrephae em taperebá, no município de Oiapoque. O. areolafus foi I
associado a A. sfriafa em goiaba.
ABSTRACT.
The parasitoids of the family Braconidae (Hymenoptera) are the main I I
f , ' , : I
biological control agents of fruit flies (Diptera: Tephritidae). These Diptera are ,i:** considered as a worldwide main pests for agriculture. Basic knowledges as native * I
species diversity, parasitism percentage, fruit flies association, geographical 1 li' distribution, population and dynarnic density are essential information for the success &I,! of control. There are some works published on this subject, but for Arnazonian region
the information are incipient. The present work has as objective to increase the
knowledge on the fruit flies and their parasitoids in the state of Amapá, Brazil. It were
coHected fruits considered potentially hosts, from August/2001 to Februaryí2002, in f ' ~
the 16 counties of State of Amapá. A survey of fifteen fruits species were made. We t
f I
obtained 2229 fniit fies pupae, from where 1415 flies and 100 parasitoids emerged. I
! 4 ' 5 '
bl n
The genera Anastrepha Schiner, Bactmcera Macquart and Hexachaeta Loew were
identified. The parasitoids Braconidae: Opiinae were Dorycfobracon areolafus
(Szépligeti), Utetes anastrephae (Viereck) and Opius bellus (Gahan). The species
county, followed by U. anastrephae in taperebá (Spondias mombim) in the 1 11 municipolity of Oiapoque. D. areolatus was associated with the parasitism of A.
lu/ i:/
F 1 1
i/ I I that presented larger geographical distribution in the state Amapá was O. areolatus.
The largest index of parasitisrn was registred by D. areolatus in orange, in Cutias
striata in guava fruits.
t
I
I
I I'
1.1
3.1. INTRODUÇAO.
Para o controle das moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae), além dos
inseticidas, tem sido adotado, em muitos países, o controle biológico: uma prática
mais saudável.
A implementação de táticas de controle biológico como parte importante
do manejo integrado de pragas ainda carece de vários estudos em condições de
campo (Cruz, 2002).
No mundo, a pesquisa e utilização de parasitóides como inimigos de
moscasdas-frutas começou no século XX, quando a ilha do Havaí foi invadida por
Ceratitis capifata (Carvalho et ai. , 2000).
As famílias Braconidae, Chalcididae, Diapriidae, Eulophidae, Pteromalidae
e Figitidae já foram registradas no mundo como parasitóides de moscas-das-frutas
(Clausen, 1956; Wharton & Gilstrap, 1983, Carvalho et ai., 2000 e Ovruski e f ai.,
Braconidae, pertencente a superfamília Icheneurnonoidea, é uma das
maiores dentro da ordem Hymenoptera. A maioria das espécies de Braconidae é
parasitóide de outros insetos, principalmente de larvas de Lepidoptera, Coleoptera e
Diptera vharton, 1997) e podem ser ecto ou endoparasitas (Parra et al., 2002).
As subfamílias Opiinae e Alysiinae (Braconidae) formam um grupo
monofilético carcterizado pelo seu desenvolvimento como endoparasitóides
coinobiontes, sendo que a fêmea oviposita dentro dos ovos ou larvas do seu
hospedeiro, principalmente Diptera Cyclorrhapha, os quais permanecem vivos até a
fase de pupa para que o parasitóide complete o seu desenvolvimento (Wharton,
1993; 1997).
60
Um dos primeiros trabalhos reportando o gênero Opius como parasitóide
de moscas-das-frutas nas Américas, incluiu a descrição de novas espécies e
apresentava como uma chave de identificação (Costa Lima, 1937 a,b e 1938).
Em São Paulo foram relacionadas três espécies de Opiinae a seus
hospedeiros (Arrigoni, 1984).
Na Bahia foi estudado o parasitismo de D. areolatus, sobre Anastrepha
1 spp. (Nascimento et a/. , 1984).
Em várias localidades brasileiras foram coletadas espécies de
braconídeos (uma de Alysiinae e cinco de Opiinae), além de parasitóides de
Cynipidae e Diapriidae, sendo a maioria de Opiinae (Leonel Jr., 1991). 1 * /
Na região amazônica, Silva (1993) coletou 2.631 parasitóides emergidos
de 38.878 pupários de Tephritidae, a partir de 431,899 kg de frutos hospedeiros. I I Canal Daza (1993) encontrou Opiinae (D. areolatus, 0. bellus, Opius sp. e U.
anastrephae) e Alysiniinae (Phaenocarpa anastrephae Muesebeck, 1958). Ronchi-
Teles (2000), encontrou as mesmas espécies referidas por Canal-Daza (1993), 1 II
Informações essenciais para ações de controle biológico, como a
diversidade de espécies de parasitóide nativas, quais são as espécies de
parasitóides que atacam as de moscas-das-frutas e sua distribuição são os objetivos
deste trabalho.
i, ,, porém acrescentando a estas D. brasiliensis (Szépligeti, 1911). Espécies de
Braconidae e Figitidae foram encontradas em Manaus-AM (Guimarães e Silva,
2002).
I
'
/i
3.2. MATERIAL E METODOS.
3.2.1. Descrição e localização do Estado.
A descrição do Estado do Amapá, consta no capítulo 1, item 1.2.1.
3.2.2. Locais de coleta.
Os critérios para escolha dos locais de coleta estão descritos no capítulo
1, item 1.2.2.
3.2.3. Coleta de frutos.
Para as coletas foram seguidos os mesmos procedimentos descritos no
capítulo I, item 1.2.3.
3.2.4. Tratamento dos frutos no laboratório.
O manejo dos frutos no laboratório para a obtenção dos parasitóides foi o
mesmo descrito no capítulo 1, item1.2.4.
3.2.5. Preparo dos pupários para emergência dos adultos.
Os cuidados para a emergência dos adultos estão detalhados no capitulo
1, item 1.2.5.
3.2.6. Identificação taxonômica dos parasitóides.
A identificação especifica dos parasitóides, foi realizada com base nos
insetos adultos.
Para identificar as espécies de parasitóides, foram feitas observações em
um microscópio estereoscópio com aumento de 40 X, de caracteres como
mandíbulas, nervuras das asas, propódeo e tíbias posteriores, que por sua vez
foram comparadas com chaves taxon6micas proposta por Leonel Jr. (1991), Canal-
Daza et aí.' (1994) e Canal Daza & Zucchi (2000).
Espécimes voucher estão depositados na Coleção de Invertebrados do
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e na coleção Entornológica do
Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (IEPA).
3.2.7. Associação de parasitóides x mosca-das-frutas x fruto.
Para fazer uma associação mais confiavel só se fez esta relação
(parasitóides X mosca-das-frutas) quando somente uma espécie de mosca e de
parasitóide emergiram a partir de cada amostra de frutos.
3.2.8. Percentual de parasitismo.
PP = no de parasitóides emergidos x 100 no de pupários de moscas coletados
3.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO.
3.3.1. Espécies de Braconidae.
Foram coletados frutos de 15 espécies vegetais (Tabela 1 .I .), nos 16
municípios. Em quatro espécies vegetais, P. guajava, P. acufangulum, Cifnrs sp. e
S. rnornbim (Tabela 3.1) houve a recuperação de larvas parasitadas.
3.2). Para estas duas espécies, Aguiar-Menezes (2000), encontrou em Seropédica-
RJ, 61,8 e 8,7%, respectivamente. A abundância de D. areolatus foi também
detectada por Aguiar-Menezes et al. (1 992); Aguiar-Menezes & Menezes (1 997);
Arrigoni (1984); Nascimento et al. (1984); Penteado-Dias (1987); Canal Daza et al.
(1994); Leonel Jr. et a/., (1995, 1996); Matrangolo et a/. (1998) e Ronchi-Teles
(2000), em diversas partes do Brasil.
Figura 3.1. Freqüência das espécies de Braconidae parasitando larvas de moscas- 1 I
das-frutas em frutos amostrados no período de agosto12001 a fevereiro12002 no
Estado do Amapá. I
Outros autores também encontraram Braconidae representando a
maioria dos parasitóide de moscas-das-frutas (Canal Daza et a/., 1994; Leonel Jr. et I I f a/., 1998 e Araújo, 2002). I I
Todas as espécies deste gênero são provavelmente parasitóides de
moscas-das-frutas. A separação específica, através de caracteres morfológicos, é
difícil por falta de estudos detalhados, mas a identificação em alguns casos é feita
pela diferença de coloração (Wharton & Marsh, 1978).
Doryctobracon é caracterizado pelo bordo anterior do clípeo sinuoso;
ausência de carena occipital; carena dorsal entre o pronoto e o mesonoto bem
desenvolvida; segunda célula cubital curta; nervura recorrente unindo-se a primeira
célula cubital e pós-nervelo desenvolvido.
Doryctobracon areolatus (Szépligeti, 191 1 )
Biosteres areolatus Szépligeti, 191 1
Opius cereus Gahan, 1919
Opius saopaulensis Fischer, 1961
Doryctobracon areolatus (Szépligeti, 191 1 ) Wharton & Marsh, 1978.
Coloração geral vermelho-amarelada. Antenas, ápice das mandibulas,
olhos, triângulo ocelar, tégula, metade dista1 da tíbia posterior, tarsos, bainhas do
ovipositor e dorso do abdome enegrecidos. Clípeo com a margem anterior
ligeiramente sinuosa e com espaço entre este e as mandíbulas quando fechadas.
Asas hialinas com nervuras e estigma escurecidos. Fêmures, tíbias anteriores e
medianas amareladas e propódeo areolado.
Gênero Opius Wesmael, 1835
Complexo, inclui grande número de grupos morfológicos e apresenta 21
sinonímias. As espécies do Novo Mundo são parasitóides de Tephritidae e são
caracterizados pela ausência de pós-nervelo (Wharton & Marsh, 1978).
Opius bellus Gahan , 1 930
Opius gomesi Lima, I 938
Opius turicai Blanchard, 1966
Espécie vermelho-amarelada. Antenas, triângulo ocefar, olhos,
extremidade das mandíbulas, metade posterior da tégula e bainhas do ovipositor
I pretas; tíbias posteriores enegrecidas na base e no ápice; tarsos apicais pretos.
Margem anterior do clípeo sinuosa e sem espaço entre o clípeo e as mandíbulas
quando fechadas. Asas esfumawdas com nervuras escurecidas; nervura recorrente
unindo-se à primeira célula cubital; segundo segmento radial mais comprido que o
primeiro intercubital; terceiro segmento discoidai ausente; ausência de pós-nervelo.
Propódeo com carena longitudinal mediana, que se bifurca posteriormente.
Gênero ütetes Foerster, 1862
Wharton (1989) definiu este gênero por possuir margem da carena
hipostomal bem desenvolvida; sulco malar ausente; pronoto com uma depressão;
estigma em forma de cunha com a inserção da RI levemente deslocada do meio a
base; segunda célula cubital alargada e ausência de pós-nervelo. Dividiu ainda este
em dois subgêneros: Bracanastrepha e Utefes, sendo o primeiro caracterizado pela
ausência de carena occipital.
ütetes (Bracanastrepha) anastrephae (Viereck, 191 3)
Opius (Utetes) anastrephae Viereck, 191 3
Opius anastrephae Wereck) Gahan, 191 5
Bracanastrepha argentina Brethés, 1924
Opius mombimpraeopfantis Fischer, 1966
Opius (Bracanasfrepha) anasfrephae (Viereck) Fischer, 1972
Bracanastrepha anastrephae (líiereck) Fischer, 1977
Utefes (Bracanastrepha) anasfrephae (Mereck) Wharton, 1989
Coloração geral vermelho-amarelada. Antenas e ocelos nas
extremidades dista1 das mandíbulas, tarsos apicais do primeiro e segundo pares de
pernas e bainha do ovipositor pretos. Margem anterior do clípeo côncavo,
apresentando espaço entre este e as mandíbulas quando fechadas. Asas hialinas
com nervuras pretas; segunda nervura radial mais longa do que a primeira
intercubital; nervura recorrente alcançando a segunda célula cubital; ausência de
pós-nervelo. Propódeo areolado anteriormente.
3.3.2. Distribuição geográfica das espécies.
O parasitóide D. areolafus foi a espécie que apresentou mais ampla
distribuição dentre as coletadas (Figura 3.2). Esta espécie é um dos parasitóides de
tefritídeos mais comuns e amplamente distribuídos, ocorrendo desde a Argentina até
o sul do Estados Unidos (Wharton & Marsh, 1978; Wharton & Gilstrap, 1983;
Hemández-Ortiz et al., 1994 e López ef al., 1999) e é considerado o mais agressivo
dos inimigos naturais das moscas-das-frutas (Carvalho ef aí., 2000).
Para a região amazônica, D. areolafus foi registrado como a espécie de
maior distribuição para os estados do Amazonas e Roraima (Ronchi-Teles, 2000).
U. anastrephae foi a espécie com menor abundância, tendo somente três
exemplares, correspondendo a 3% do total de indivíduos emergidos (Figura 3.2.)
O município do Oiapoque foi de onde obteve-se o maior número de
parasitóides (Figura 3.3).
Utetes anastrephae
3%
44% 53%
Opius bellus Doryctrobracon areolatus
Figura 3.2. Percentagem das espécies de Braconidae, parasitóides de moscas-das-
frutas, coletados no período de agosto12001 a fevereiro12002 no Estado do Amapá.
i!! Itaubal Cutias
O Ferreira gomes 5
9 O Porto Grande IiU Serra do Navio O Mazagão HVitória do Jai O Macapá IU Oiapoque H Amapá
Figura 3.3. Quantidade de espécimes de parasitóides atacando larvas de moscas- 11 111
"li das-frutas coletadas nos municípios do Estado do Amapá em amostragens k i
realizadas no período de agosto12001 a fevereirol2002. i
Oiapoque II
Cutias
Itau bal
Doryctobracom areolatus ip
Utetes anastrephae
Opius bellus
Figura 3.4. Distribuição geográfica das espécies de parasitóides da família
Braconidae (Hymenoptera), encontrados em larvas de tefritídeos em frutos
amostrados nos 16 municípios do Estado do Amapá, em coletas realizadas no
período de agosto12001 a fevereiro12002. .
3.3.3. Associação de parasitóides x mosca-das-frutas x fruto.
Das 15 especies de frutas amostradas, nos 16 municipios, pôde-se fazer
uma associação que se repetiu em quatro municípios: O braconídeo D. areolatus foi
obtido de pupários de A. striata em frutos de goiaba nos municipios de Cutias, Serra
do Navio, Mazagão e Oiapoque (Tabela 3.3).
Tabela 3.3. Associação entre parasitóides, fruto e moscas-das-frutas em municípios
do Estado do Amapá, de coletas realizadas no período de agosto12001 a
fevereirol2002.
Município Parasitóides Fruto Mosca-das-frutas CU, SN, MZ, 01 D. areolatus goiaba A. striata
O1 D. areolatus taperebá A. turpiniae U. anastrephae 0. bellus
Em MossorólAssú (Araújo, 2002) encontrou a associação deste
parasitóide com pupas de A. obliqua, A. zenildae e C. capitata. Outros autores
encontraram associações semelhantes em locais como Limeira e Piracicaba (SP)
(Leonel Jr. et a/., 1996) e em Itaguai (RJ) (Aguiar-Menezes & Menezes, 1997).
Constataram que os Braconidae são generalistas por parasitarem várias espécies de
Anastrepha e C. capitata, em diversas plantas hospedeiras (Hernández-Ortiz, 1994;
Leonel Jr. et al., 1995; Leonel Jr. et a/., 1996; López et a/. , 1999; Souza Filho, 1999 e
Canal Daza & Zucchi, 2000).
Trabalhos sobre interações tróficas de parasitóide x mosca x hospedeiro
são raras, bem como sobre as relações que co-evoluíram ao longo da existência das
espécies. Canal-Daza et al. (1994), verificou braconideos atacando larva de A.
obliqua em S. mombim no Estado do Amazonas. Em São Paulo, Souza Filho (1 999)
associou o parasitóide Asobara anasfrephae x A. obliqua x carambola além de
relatar também este A. anastrephae x C. capifata x Terminalia catappa
3.3.4. Percentual de parasitismo por município.
A razão sexual dos 100 espécimes de Braconidae emergidos (40 machos
x 60 fêmeas) no Estado do Arnapá foi 0,6 machos para uma fêmea.
Dos índices de parasitismo calculados para cada município do Amapá
(Tabela 3.4), o maior ocorreu no município de Cutias, em fruto de laranja, com a
espécie D. areolafus (50 %). O parasitismo em laranja foi de 50 %, porkm somente
foram coletados dois pupários (Tabela 3.4) sendo, dessa forma, desconsiderado
nesta análise. Seguindo-se de Opius bellus em taperebá (19,83 %) em Oiapoque.
Os parasitóides foram obtidos em maior número em frutos atacados por
moscas-das-frutas e que apresentam pericarpo fino e mesocarpo raso, tais como
taperebá (S. mombim) e mapati (Pourouma cecmpiaefolia Mart.) (Canal Daza,
1993).
O gênero Psidium foi o mais amplamente coletado e apresentou uma
variação de parasitismo entre 139 e 7,69%.
ai., 1997); pois quanto mais adaptado o parasitóide estiver ao fruto, mais facilmente
encontra a larva hospedeira.
Malavasi & Morgante (1980) também citam que vArios fatores
determinam os niveis de infestação em cada hospedeiro. Entre eles, podem se
destacar a densidade populacional e as características do fruto susceptível ou não a
oviposição e desenvolvimento das larvas.
3.4. CONCLUS~ES.
> No Estado do Amapá foram recuperadas as espécies D. areolafus, 0. bellus e
U-anastrephae atacando larvas de moscas-das-frutas.
> D. areolatus está amplamente distribuído de norte a sul do Estado, sendo
neste sentido, a espécie predominante.
P A distribuição de 0. bellus ficou restrita ao norte do Estado, no município de
Oiapoque.
> É possível prever a associação entre D. areolatus x A. sfflafa x goiaba.
> O maior indice de parasitismo de D. areolafus, U. anastrephae e 0. bellus, foi
evidenciado em taperebá (S. mombim), no município do Oiapoque.
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