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Instituto a Vez do Mestre Curso Gestão Empresarial Trabalho de conclusão de curso Gestão Financeira no Fundo de Pensão Por Paulo Silva Pereira Rio de Janeiro 15 de julho de 2009

Instituto a Vez do Mestre Curso Gestão Empresarial Trabalho de conclusão de … · 2009. 8. 6. · papel de destaque na mídia, tornando-se foco de uma atenção particular, especialmente

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Instituto a Vez do Mestre

Curso Gestão Empresarial

Trabalho de conclusão de curso

Gestão Financeira no Fundo de Pensão

Por

Paulo Silva Pereira

Rio de Janeiro 15 de julho de 2009

2

Instituto a Vez do Mestre

Curso Gestão Empresarial

Trabalho de Conclusão de Curso

Gestão Financeira no Fundo de Pensão

Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de Gestão Empresarial do Instituto a Vez do Mestre.

Por

Paulo Silva Pereira

Professor-Orientador Marcelo Saldanha

Rio de Janeiro 15 de julho de 2009

ii

3

RESUMO

O objetivo deste estudo foi analisar a forma de atuação das Entidades

Fechadas de Previdência Privada (EFPP) no Brasil, relacionando-as com as mudanças

que ocorrem no mercado de trabalho de capitais e no sistema de governança

corporativa do país, buscando uma gestão mais eficaz e transparente dos recursos de

seus participantes. Na metodologia utilizada em sua construção, abordei o tema de

maneira qualitativa, através de pesquisa de investigação explicativa, utilizando os

meios bibliográficos e da internet, tendo a amostragem do universo da pesquisa sido

determinado pela sua acessibilidade. A pesquisa está dividida em duas partes, a

primeira trata de revisão teórica, focada nos conceitos e desenvolvimento das

Entidades Fechadas de Previdência Privada e da Governança Corporativa. A segunda

parte é um estudo de caso, analisando como a Governança Corporativa está

contribuindo para o aprimoramento na gestão das Entidades. A Conclusão do estudo é

que as boas práticas de Governança Corporativa nas Entidades Fechadas de

Previdência Privada possibilitam uma gestão mais profissionalizada e transparente,

diminuindo a assimetria informacional, procurando convergir os interesses de todas as

partes relacionadas, buscando maximizar a criação de valor na empresa, otimizando

assim a gestão dos recursos financeiros.

Palavras chaves: Previdência Privada – Governança Corporativa – Gestão Transparente

iii

4

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS As expressões e abreviaturas do presente estudo foram delineadas da seguinte forma: ABRAPP Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada AGO Assembléia Geral Ordinária ANDIMA Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro BACEN Banco Central do Brasil BOVESPA Bolsa de Valores de São Paulo CBS Caixa Beneficente dos Empregados da Companhia Siderúrgica Nacional CEO Chief Executive Officer CGPC Conselho de Gestão de Previdência Complementar CMN Conselho Monetário Nacional CPI Comissão Parlamentar de Inquérito CVM Comissão de Valores Mobiliários DOC Documento de Ordem de Crédito Disclosure Divulgação de informações EFPC Entidades Fechadas de Previdência Complementar IAS International Accounting Standards – Normas Européias de

Contabilidade IBCA Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa ISSO Internacional Organization for Standardization – Organização

Internacional que aglomera os Grêmios de Estandardização de 148 Países – Sistema de Qualidade

MPAS Ministério da Previdência Social MRA Maximização da riqueza dos acionistas PIB Produto Interno Bruto Sarbanes-Oxley Lei Americana de 30 de julho de 2002 que atribui maior

responsabilidade aos diretores executivos e aos diretores financeiros no processo de gestão das organizações

SPC Secretaria de Previdência Complementar SPB Sistema de Pagamentos Brasileiro Stakholders Todos os interessados no sucesso da empresa, incluindo clientes,

fornecedores, funcionários, acionistas, investidores, parceiros, consumidores, potenciais funcionários, potenciais investidores, potenciais talentos, potenciais clientes, etc.

Stock options Opções de mercado SUSEP Superintendência de Seguros Privados TED Transferência Eletrônica Disponível US GAAP Balanço anual, seguindo as normas dos princípios contábeis geralmente

aceitos Norte Americano.

iv

5

SUMÁRIO Folha de Apresentação..................................................................................................................2

Resumo.........................................................................................................................................3

Lista de abreviaturas e Siglas........................................................................................................4

I#TRODUÇÃO...........................................................................................................................7

CAPÍTULO 1: PREVIDÊ#CIA COMPLEME#TAR E A GOVER#A#ÇA

CORPORATIVA......................................................................................................................10

1.1 A MISSÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL........................................................10

1.2 E#TIDADES FECHADAS DE PREVIDÊ#CIA COMPLEME#TAR

(EFPC)................................................................................................................11

1.2.1 O surgimento dos Fundos de Pensão...................................................................11

1.2.1.1 Previdência Social no Brasil................................................................................12

1.2.2 Previdência Complementar sob o Contexto do Avanço Social...........................13

1.2.3 EFPC’s e o Compromisso Social........................................................................16

1.3 GOVER#A#ÇA CORPORATIVA.................................................................17

1.3.1 Comissão de Valores Mobiliários (CVM)...........................................................21

1.3.2 Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA)......................................................22

CAPÍTULO II: A CO#STRIBUIÇÃO DA GOVER#A#ÇA CORPORATIVA PARA

UMA GESTÃO TRA#SPARE#TE #AS EFPC’S................................................................24

2.1 A#ÁLISE DA SITUAÇÃO ATUAL...............................................................24

2.2 GESTÃO FI#A#CEIRA..................................................................................27

v

6

CO#CLUSÃO................................................................................................32

REFERÊ#CIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................34 e 35

REFERÊ#CIAS OUTRAS – SITE..............................................................35

7

I#TRODUÇÃO

É notório que a Previdência Complementar está em crescente desenvolvimento,

pois uma fatia da nossa sociedade tem consciência e entendimento da necessidade deste

benefício. Com isso, explica-se a expansão dos Fundos de Pensão. Contudo, para que o

cenário continue a se desenvolver, é necessário se dar o mesmo teor de crescimento aos

seus processos internos, a fim de acompanhar e suportar com eficiência a evolução do

setor.

O termo Governança Corporativa tem ganhado importância crescente nos

últimos tempos. Esse conjunto de normas e regras são requisitos básicos para a

existência de um mercado de capitais mais forte e desenvolvido. Assim, tomando como

base esse contexto, a presente pesquisa se volta a dar ênfase à importância da

Governança Corporativa para a Gestão das Entidades Fechadas de Previdência

Complementar (EFPC).

Nos últimos anos, observa-se uma preocupação maior das Entidades Fechadas

de Previdência Complementar (EFPC) em criar estruturas profissionais de governança

corporativa. De um lado, as entidades tomaram consciência de que, dado o montante de

recursos que administram, elas tem um dever fiduciário muito grande em relação aos

participantes e às empresas patrocinadoras. Por outro lado, hoje também ocupam um

papel de destaque na mídia, tornando-se foco de uma atenção particular, especialmente

em função do tamanho que adquiriram. Esses fatos levaram os fundos de pensão a

tomarem consciência da importância de ter uma gestão que atenda aos requisitos de

qualidade e transparência que essa situação demanda.

8

A importância que os controladores e administradores devem dar a esse tipo

de enfoque do tema pode ser medida pela seguinte observação de Rappaport (1998,

p.1):

“Avaliar a empresa como intuito de gerenciá-la com base na evolução do

seu valor é preocupação atual de praticamente todos os principais executivos,

fazendo com que nos próximos anos a criação de valor para o acionista

provavelmente se torne o padrão global para mensuração do desempenho do

negócio”.

Assim, o problema em questão, objetivo deste estudo é explicar: Como a

Governança Corporativa pode contribuir para uma gestão mais eficaz e transparente nas

Entidades Fechadas de Previdência Complementar?

As questões de investigações consistem na seguinte indagação: A não

observância da Governança Corporativa no Fundo de Pensão gera conflitos nos

processo financeiros.

A metodologia utilizada para essa pesquisa, quanto aos meios foi bibliográfica,

por buscar informações de diferentes fontes sobre o assunto pesquisado. Quanto aos

fins, foi exploratória por se tratar de um assunto já publicado. A coleta dos dados foi

feita através de livros, buscas na internet, pesquisa em jornais, teses e outras fontes

onde o assunto pudesse ser encontrado.

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Inicialmente o estudo faz uma abordagem sobre as Entidades Fechadas de

Previdência Complementar (EFPC), que identifica o funcionamento e um pouco da

estrutura das mesmas. Em seguida, traz comentários sobre a Governança Corporativa,

observando como surgiu, a estrutura, suas ramificações, seu objetivo e seu crescimento.

No segundo capítulo é comentado como a Governança Corporativa pode contribuir para

uma gestão mais eficaz e transparente das EFPC´S, ajudando-as no contínuo

crescimento da Previdência Complementar.

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CAPÍTULO 1

PREVIDÊ#CIA COMPLEME#TAR E A GOVER#A#ÇA CORPORATIVA

Este capítulo tem por finalidade abordar os conceitos e as estruturas que caracterizam as

Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC´S) e da Governança Corporativa.

1.1 – MISSÃO DA PREVIDÊ#CIA SOCIAL

A LEI Nº 8.213/1991, EM SEU ARTIGO 194 – Alterado pela Emenda

Constitucional nº 20/1998 estabelece que “a seguridade social compreende um conjunto

integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a

assegurar os direitos relativos à previdência e à assistência social".

A Seguridade Social é um dever do Estado e um direito do cidadão. Deverá ser ela assegurada

a todas, indistintamente, na medida das possibilidades do poder público e das necessidades de

cada um para obter o mínimo de segurança econômica na velhice e nas vicissitudes sociais. É

assim uma responsabilidade intransferível do setor estatal, devendo ser por este custeada e

ministrada. Como direito do cidadão, não deverá estar condicionada por sua capacidade

contributiva.

Por sua vez, a Previdência é vista como uma forma de seguro social para os brasileiros

que contribuem. Seu objetivo é recolher e conceder direitos aos seus segurados. A renda

transferida pela Previdência Social é utilizada para substituir a do trabalhador contribuinte

11

quando ele perde a capacidade de trabalho, seja pela doença, invalides, idade avançada, morte

e desemprego involuntário ou mesmo a maternidade e a reclusão (BRASIL, 2005).

1.2 - E#TIDADES FECHADAS DE PREVIDÊ#CIA COMPLEME#TAR

(EFPC´S)

Segundo Cordeiro (2005) as EFPC´S são o mecanismo institucional da Previdência

Complementar, formada em conjunto pelas empresas e seus empregados e, também, por

sindicatos e associações e suas categorias profissionais. Nesse sentido, os planos de

previdência complementar derivam das políticas de Recursos Humanos, representando estágios

avançados da relação de trabalho. A EFPC é uma entidade de direito privado formada por

pacto entre as empresas patrocinadoras e seus empregados, ou entre sindicatos e associações e

trabalhadores. A interferência do poder público na sua organização ou gestão acontecerá nos

termos da lei, exclusivamente para o fim de fortalecê-la e para proteger o patrimônio dos

participantes por ele administrado.

1.2.1 – O surgimento dos Fundos de Pensão

A industrialização na Europa e Estados Unidos, no século XX, é o marco inicial da

história dos fundos de pensão. Na época, buscava-se uma forma de transferir e diferir os

recursos da fase ativa do trabalhador para a iniciativa privada, de forma a prover o sustento do

tempo que não pudessem mais auferir renda suficiente para sua manutenção.

12

Os fundos de pensão tiveram sua vida regulamentada no Brasil em 1977, fruto da

experiência de alguns países que anos antes construíram sua grandeza social, como Estados

Unidos, França, Alemanha e Japão, todos beneficiários de um sistema previdenciário

complementar conceitualmente avançado, economicamente forte e socialmente eficaz. Aqui,

até então, apenas os empregados de algumas empresas contavam, por pura liberalidade de seus

empregados, com fundos contábeis montados em caráter especial por empresários preocupados

em contribuir com provisões para as aposentadorias de seus funcionários. Os valores assim

vertidos figuravam no passivo das empresas, sem qualquer amparo legal ou normativo. Os

fundos brasileiros acham-se estruturados tal como nesses países e encontram no Brasil a

mesma vontade política que aquelas nações tiveram para levantar igual estrutura de segurança,

tão necessária (LOTT, 2005).

1.2.1.1- Previdência Social no Brasil

Lott (2005) afirma que os primórdios da Previdência Social confundem-se no

Brasil, ainda no Império, o Decreto n 9912-A/1888, que regulou o direito à aposentadoria

dos empregados dos correios, fixando em 30 anos o tempo efetivo de serviço e a idade

mínima em 60 anos. Em 1923, veio o Decreto n 4.682, considerado de fato o ato de

nascimento da previdência básica estatal brasileira, ao criar a Caixa de Aposentados e

Pensionistas dos Ferroviários.

Doze anos mais tarde, com o Decreto n 22872 surgia o Instituto de Aposentaria dos

Marítimos. Em 1934, a portaria n 32, do Conselho Nacional do Trabalho, fazia nascer o

Instituto dos Aeroviários, enquanto nos anos seguintes, decretos davam vida aos dos

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comerciários, estivadores e bancários. Nos anos 60, todos esses institutos independentes

cederam lugar a um órgão unificado, destinado a atender a todos os trabalhadores, até que

em 1998, com a Emenda Constitucional n 20, o sistema ganhou as bases constitucionais

que até hoje permanecem.

1.2.2 - Previdência Complementar Sob o Contexto do Avanço Social

Cordeiro (2005) é de opinião que, enquanto a Previdência Social representa o

primeiro pilar do tripé que visa dar segurança aos trabalhadores, os fundos de pensão

configuram-se como a segunda perna, uma vez que dão acesso a planos de capitalização,

através dos quais as reservas garantidoras da aposentadoria já estarão constituídas, quando

chegar o momento da aposentadoria. A terceira coluna é a poupança individual acumulada

por decisão pessoal pelos indivíduos, em geral, de maiores ganhos e capacidade de diferir

renda.

Diferentemente da Previdência Social, que atua nos regimes de repartição ou caixa,

pelos quais os atuais aposentados ficam na dependência da contribuição de quem se

encontra hoje no mercado de trabalho, os fundos de pensão operam sob o regime de

capitalização, no qual cada um forma a poupança que vai garantir a sua aposentadoria no

futuro, isso significando que não há transferência de encargos entre as gerações. Cada

participante e sua empresa constituem reservas de longo prazo, paras assegurar o benefício

futuro.

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Assim é que a Previdência Complementar privada é fruto do avanço social do País.

Sua missão é complementar os benefícios previdenciários proporcionados pelo Estado,

visando a preserva integralmente, ou até ampliar, na aposentadoria e nas adversidades, a

promoção social obtida pelos indivíduos durante o período de sua atividade profissional.

Ao faze-lo a Previdência complementar serve aos interesses econômicos e sociais do País,

valoriza os esforços do homem na busca de sua satisfação material e espiritual, e realiza o

compromisso da sociedade como bem-estar e a dignidade de seus integrantes.

Cordeiro (2005) afirma que a Previdência Complementar Privada deve ser acessível

a todos, competindo ao Estado estimular os indivíduos a ingressarem no seu sistema de

proteção e as empresas e entidades sindicais ou associativas a aderirem aos esforços

individuais nesse sentido. O Estado utilizará para esse fim todos os mecanismos de

incentivo de que dispõe, visando a tomar a Previdência Complementar efetivamente

universal no País.

A Previdência Complementar proporcionada pelas empresas em seu conjunto com

os empregados e, mais recentemente, a que começa a ser instituídas por sindicatos e

associações junto com suas categorias profissionais, é uma conquista dos trabalhadores

brasileiros. Fruto de um pacto entre essas partes, ela é inerente às sociedades democráticas

e aos regimes econômicos de livre iniciativa, tendo como pré-requisito, portanto, um

cenário de livre negociação das relações trabalhistas, das quais é fruto e as quais valoriza e

fortalece. O regime de livre iniciativa-único cenário em que a Previdência Complementar

pode florescer assim entendido como essencial à preservação da dignidade do homem

(LOTT, 2005).

15

O autor afirma, ainda, que o regime de livre iniciativa pressupõe a segregação do

Estado nas funções que lhe são típicas e intransferíveis. O processo de desestatização foi,

por isso mesmo, apoiado pelas EFPC'S, que viram nele uma forma de democratização do

capital mediante maior participação de brasileiros no capital das antigas empresas estatais.

Patrocinadoras e trabalhadores são autônomos e independentes, sob a lei, para

formar e manter as suas entidades de previdência complementar, bem como acordar sobre a

extensão dos planos de benefícios e sobre as respectivas responsabilidades em face dos

planos de custeio. As contribuições, no caso das empresas patrocinadoras, integram a cesta

de remuneração devida por esta aos seus empregados e estabelecem, assim, entre ambas as

partes, uma relação contratual.

Os fundos de pensão são, portanto, entidades de caráter social, estando legalmente

descritos o seu alcance e os deveres e benefícios existentes na sua relação com o poder

público.

Como entidades privadas, as EFPC’S não poderão ser objetivo de tratamento

diferenciado por parte do poder público em virtude da natureza jurídica de sua

patrocinadora. Todas deverão ser iguais na forma de organização e funcionamento e nas

suas finalidades, e aos seus participantes deverá ser assegurado igual tratamento.

As entidades consagram o regime financeiro de capitalização como ideal e

insubstituível para a formação das reservas garantidoras de seus planos de benefícios. Em

16

face desse regime e ao compromisso dele decorrente, as entidades estão livres para buscar a

melhor aplicação para os recursos que administram, visando sempre a maximizar o retorno

em benefício dos participantes. A busca de legítimas oportunidades de mercado é, assim

uma prerrogativa e um dever das entidades (CORDEIRO, 2005).

1.2.3 – EFPC’s e o Compromisso Social

Sob a ótica de Cordeiro (2005), por força de seu compromisso social, sua causa e

razão, as EFPC’S preconizam a prioridade dos investimentos sociais condicionada à

possibilidade de fazê-lo, em cada momento, sem a perda da segurança, liquidez e

rentabilidade que constituem o esteio da sua política de investimentos.

Em virtude da experiência que essas entidades já acumularam nas suas políticas de

aplicações financeiras e em face das reais necessidades do país, as EFPC’s buscam

fortalecer o regime de parceria com o moderno empresariado do país. As fundações são,

conceitualmente, investidoras e não gestoras de empresas. Este papel cabe aos parceiros

mais competentes que puderem encontrar para, em conjunto, promoverem o crescimento da

economia do país e obterem, assim, o desenvolvimento social.

A rigorosa observância dos mandamentos éticos e a permanente transparência em

todos os seus atos constituem deveres indeclináveis das EFPC’S. Como grandes

instituições nacionais incumbe-lhes zelar pela vitalidade dos valores sobre os quais se

fundamenta a sociedade brasileira.

17

1.3 – GOVER#A#ÇA CORPORATIVA (GC)

É o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os

relacionamentos entre Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria

Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança corporativa têm a

finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar se acesso ao capital e contribuir para

sua perenidade (p.06).

O modelo de Governança Corporativa tem por propósito atribuir maior participação

e responsabilidade aos conselhos, nas políticas de estratégia e de gestão das organizações,

equilibrar os interesses de todos os acionistas, sejam eles majoritários ou minoritários,

produzir transparências aos negócios e melhorar o desempenho das empresas no mercado

acionário.

Certamente, um eficiente inter-relacionamento entre os acionistas, o conselho de

administração, o conselho fiscal e os órgãos executivos, aumentarão o grau de

competitividade da organização.

O relacionamento entre acionistas, o conselho de administração, o conselho fiscal e

a diretoria executiva na estrutura organizacional das empresas tem sido o foco, há pelo

menos meio século, de estudos que buscam um sistema de comando administrativo que

torne as organizações mais transparentes e fortalecidas. Sob essa ótica, Drucker (1992)

afirma que:

18

A necessidade de um conselho eficiente já enfatizada por todos os que estudam a

corporação aberta nos últimos 40 anos. Para gerir uma empresa comercial, especialmente

uma empresa de grande porte e complexa, os diretores precisam de considerável poder.

Mas o poder ser responsabilidade sempre se torna tirânico ou descuidado e habitualmente

ambos. É certo que sabemos como tornar os conselhos eficientes como órgãos da

governança corporativa. E o principal não é ter os melhores profissionais; pessoas comuns

servem. Tornar os conselheiros eficientes exige descrever as suas tarefas, estabelecer

objetivos específicos para o seu desempenho e contribuição e avaliar periodicamente o seu

desempenho em relação a esses objetivos. Sabemos disso há muito tempo, mas os

conselhos americanos, como um todo, tornam-se menos eficientes, e não mais.

Conselheiros não serão eficientes só com boas intenções e, sim se representarem

proprietários fortes, comprometidos com a empresa. (p 81 – 82).

Nesse sentido, na década de 90 a Governança Corporativa toma força

especificamente nos Estados Unidos e Inglaterra, onde o mercado de capitais concentra

grandes participação de empresas de capital aberto, principalmente em decorrência da

ascensão dos fundos de pensão como proprietários dessas empresas.

Para Drucker, os fundos de pensão ao se tornarem controladores das empresas

passam a exigir um modelo de administração mais autônomo e forte, com autoridade,

continuidade e competência para o desenvolvimento e a gerência da organização.

Ao se levar consideração a contextualização da Governança Corporativa pelo

mundo, verifica-se, de acordo com Lodi (2000), que na atualidade, observa-se o predomínio

19

de dois modelos de governança corporativa, o anglo-saxão, representado pelos Estados

Unidos e pelo Reino Unido, e o nipo-germânico, cuja referência são o Japão e a Alemanha.

O modelo anglo-saxão caracteriza-se pela pulverização das ações por diversos

investidores, não havendo concentração de grande quantidade destas nas mãos de poucos

acionistas. Isto garante maior liquidez às bolsas e permite ao mercado avaliar a

administração de determinada empresa por meio da oscilação dos preços de suas ações nas

bolsas de valores.

Esse aspecto contribui para que as empresas se empenhem na manutenção de um

controle rígido sobre seus sistemas de informações e proporcionem um elevado nível de

transparência e de confiabilidade a suas gestões.

No modelo nipo-germânico o controle acionário concentra-se nas mãos de um

número reduzido de acionistas, fazendo com que os investidores sejam efetivados em longo

prazo, o que, conseqüentemente, gera um baixo nível de liquidez de suas bolsa.

Outra característica deste modelo é a maior intervenção dos acionistas majoritário

no processo de gestão, tornando os acionistas minoritários impotentes, sem acesso à

administração e às informações da organização. Estes procedimentos têm freado a expansão

do mercado acionário nesses países.

Segundo Lodi (2000) comenta que, nos Estados Unidos, onde se concentra o maior

mercado de capitais do mundo, no início da década de 80, nenhum acionistas sozinho

20

possuía parcela expressiva da posição acionária de uma empresa. Sendo assim, a

administração das organizações ficava a cargo exclusivo do Chief Executive Officer (CEO)

que, na maioria das vezes, também presidia o conselho de administração. Isto tornava os

acionistas impotentes e alheios às decisões tomadas nas empresas.

A força dos investimentos dos fundos de pensão americanos foi fundamental para

que se profissionalizasse a administração das empresas e se implantasse o modelo de

governança corporativa.

21

1.3.1 – Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

A lei nº 6.385/1976 criou a CVM que disciplina o funcionamento do mercado de

valores mobiliários e as companhias abertas, os intermediários financeiros e os

investidores, além de outros cujas atividades giram em torno do mercado de capitais.

Observa-se na citada legislação que a CVM tem poderes para disciplinar,

normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado. Seu poder

normatizador abrange todas as matérias referentes ao mercado de valores mobiliários. Cabe

à CVM, entre outras, disciplinar as seguintes matérias: o registro de companhia abertas; o

registro de distribuições de valores mobiliários; o credenciamento de auditores

independentes e administradores de carteiras de valores mobiliários; a organização,

funcionamento e operações de bolsas de valores; a negociação e intermediação no mercado

de valores mobiliários; a administração de carteiras e as custódia de valores mobiliários; a

suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou autorizações; a suspensão de

emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário; e decretar recesso de

bolsa de valores.

Em julho de 2002, a CVM elaborou a Cartilha de Recomendações sobre

Governança Corporativa, que visa a proporcionar maior transparência e credibilidade ao

mercado de ações, ao exigir das empresas de capital aberto padrões de condutas superiores

aos da Lei 6.404/1976 e das demais regulamentações ficadas pela própria CVM. Tal fato

vem a fortalecer os níveis de Governança Corporativa praticados pela BOVESPA.

22

1.3.2 – Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA)

Segundo o seu Regulamento atualizado (2006), a BOVESPSA estabeleceu dois

níveis de classificação de Governança Corporativa a os disponibilizou para as empresas que

desejarem aderir a este novo mercado. Classificou como companhia de Nível 1 aquelas que

oferecem aos seus acionistas investidores melhorias nas práticas de Governança

Corporativa, que ampliam os direitos societários dos acionistas minoritários e aumentam a

transparência das companhias, com divulgação de maior volume de informações e de

melhor qualidade, facilitando o acompanhamento de sua performance, como de Nível 2, as

que se comprometem a cumprir as regras aplicáveis às do Nível 1 com, adicionalmente, um

conjunto mais amplo de práticas de governança relativas aos direitos societários dos

acionistas minoritários. A partir daí definem que as empresas que aderirem a esses níveis

terão que observar algumas seguintes exigências da BOVESPA.

As Companhias de Nível 1 se comprometem, principalmente, com melhorias na

prestação de informações ao mercado e com a dispersão acionária. Assim, as principais

práticas são agrupadas neste nível: (1) a manutenção em circulação de uma parcela mínima

de ações, representando 25% do capital; (2) a realização de ofertas públicas de colocação

de ações por meio de mecanismo que favorecem a dispersão do capital; (3) a melhoria nas

informações prestadas trimestralmente, entre as quais a exigência de consolidação e de

revisão especial; (4) o cumprimento de regras de disclosure em operações envolvendo

ativos de emissão da companhia por parte de acionistas controladores ou administradores

23

da empresa; (5) a divulgação de acordos de acionistas e programas de stock options; e (6) a

disponibilização de um calendário anual de eventos corporativos.

Para as classificadas como Companhias Nível 2, além da aceitação das obrigações

contidas no Nível 1, as empresas e seus controladores adotam um conjunto bem mais amplo

de práticas de governança e de direitos adicionais para os acionistas minoritários.

Resumidamente, os critérios de listagem de Companhias deste nível, são: (1) possuir um

mandato unificado de 1 ano para todo o Conselho de Administração; (2) disponibilizar o

balanço anual seguindo as normas dos Princípios Contábeis geralmente aceitos – Norte

Americano (US GAAP) ou Normas Internacionais de Contabilidade (IAS); (3) estender

para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas, as condições obtidas

pelos controladores, quando da venda do controle da companhia e de, no mínimo 70% deste

valor para os detentores de ações preferenciais; (4) dar direito de voto às ações

preferenciais em algumas matérias, como transformação, incorporação, cisão e fusão da

companhia, e aprovação de contratos entre companhia e empresas do mesmo grupo; (5) ter

obrigatoriedade de realização de uma oferta de compra de todas as ações em circulação,

pelo valor econômico, nas hipóteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro

de negociação neste Nível; e (6) aderir à Câmara de Arbitragem para resolução de conflitos

societários.

Dessa forma, conclui-se que essas práticas têm proporcionado aos investidores a

possibilidade de mensurar o grau de risco de suas aplicações no mercado acionário

brasileiro.

24

CAPÍTULO II

A CO#TRIBUIÇÃO DA GOVER#A#ÇA CORPORATIVA PARA UMA GESTÃO

TRA#SPARE#TE #AS EFPC’s

Neste capítulo será abordada a situação atual da Governança Corporativa nas

EFPC’S, e bem como as mesmas estão aperfeiçoando seus controles internos em função da

Resolução nº 13, do Conselho de Gestão de Previdência Complementar, de 01 de outubro

de 2004, a qual define princípios, regras e práticas de Governança, gestão e controle

internos a serem observados pelas EFPC’S.

2.1 – A#ÁLISE DA SITUAÇÃO ATUAL

De vez enquanto vem à tona na mídia nacional informações referentes à fraude nos

fundos de pensão.

Nos primeiros depoimentos para a CPI dos correios foram feitas denúncias de que

algumas instituições financeiras estariam a receber investimentos de fundos de pensão

através de um esquema montado pelo empresário Marcos Valério.

Em 6 de março de 2006 – Oposição e governo iniciaram uma guerra silenciosa em

torno das investigações sobre o rombo de R$ 1,5 bilhão na Previ – fundo de pensão dos

funcionários do Banco do Brasil.

25

Em suma os fundos de pensão estão expostos, em maior ou menor grau, a diferentes

tipos de risco, tais como os de mercado, de crédito, de liquidez, operacional e, em

particular, de descasamento entre ativos e passivo. Além disso, como se espera uma

redução da taxa básica de juros no longo prazo, os fundos deverão correr mais riscos para

atingir seus objetivos.

Com base nesses riscos e escândalos cabe analisar a forma de atuação dos fundos de

pensão no Brasil, relacionando-a com as mudanças que se têm processado no mercado de

capitais e no sistema de governança corporativa do país nos anos 90, buscando verificar a

possibilidade destes fundos desempenharem um importante papel no financiamento do

investimento doméstico.

Os fundos de pensão são os mais importantes agentes privados dos mercados

internacionais de capitais, tendo ganhado lugar especial no âmbito dos investimentos de

desintermediação financeira e de ascensão das finanças diretas. Além de sua

representatividade e de seu grande crescimento nos mercados financeiros, o que se destaca

na análise destes fundos e de seu papel nas finanças atuais são suas características e sua

forma de atuação nos distintos mercados.

Como suas obrigações são de longo prazo, seus desembolsos de alta previsibilidade

e seus ingressos de recursos são constantes, os fundos de pensão acabam por ter atributos

que lhes permitem ter um papel diferenciado dentre os demais aplicadores que atuam no

mercado, pois eles podem trabalhar com horizontes de prazos de maior previsibilidade em

termos de captação e saída de recursos.

26

Mediante estas característica os fundos de pensão podem colaborar de forma

significativa para as boas práticas de governança corporativa no Brasil.

Contudo observa-se que é de suma importância à aplicação da governança

corporativa nos fundos de pensão, uma vez necessária a composição de uma administração

profissional, face ao grande volume de recursos que hoje esses fundos gerem, assim como a

aplicabilidade de um processo de informação transparente de forma a permitir às partes

interessadas um eficiente acompanhamento da gestão de seus patrimônios.

Mediante estas características os fundos de pensão podem colaborar de forma

significativa para as boas práticas de governança corporativa no Brasil.

27

2.4 – GESTÃO FI#A#CEIRA

Os processos que administração os recursos financeiros na Entidade de

Previdência Complementar, como por exemplo: Contas a Receber, contas a Pagar e

Fluxo de Caixa, deve estar munido de normas que sejam estabelecidas pela alta

direção.

Para que ocorra a perfeita gestão dos recursos financeiros a partir das

definições ocorridas através das normas internas, destaco como relevante a

observâncias das práticas financeiras estabelecidas pelo Banco Central (BACEN),

como por exemplo: a harmonia dos processos as regras estabelecidas pelo Sistema

de Pagamento Brasileiro (SPB)

A função básica do Sistema de Pagamentos Brasileiro é transferir recursos,

bem como processar e liquidar pagamentos para pessoas, empresas, governo, Banco

Central e instituições financeiras. Ou seja, praticamente todos os agentes atuantes

em nossa economia.

O cliente bancário utiliza-se do sistema de pagamentos toda vez que emite

cheques, faz compras com cartão de débito e de crédito ou ainda quando envia um

DOC – Documento de Crédito.

O Banco Central (BC) e o sistema bancário teve boas razões para

reestruturar o SPB: reduzir significativamente risco sistêmico e manter o sistema

28

financeiro nacional entre os mais modernos do mundo – seguro, eficiente, ágil e

transparente.

Por exemplo: Para os clientes que transferem seus recursos usando cheques

ou DOCs. O dinheiro assim remetido, em geral, só fica disponível após a

compensação tradicional, que demora, no mínimo, um dia útil, havendo o risco, por

exemplo, de devolução do cheque por falta de fundos.

A partir de 22 de abril de 2002, entrou em operação o novo SPB, um

sistema eletrônico que permitirá aos clientes transferirem dinheiro, no mesmo dia,

para pagamentos e outras finalidades. Pessoas, empresas, governo e instituições

financeiras poderão transferir dinheiro para pagamentos, cobertura de saldos,

aplicações e outras finalidades com muito mais segurança e sem a espera necessária

ao processamento de cheques ou DOCs no sistema de compensação tradicional.

O novo SPB apresentou uma nova opção para transferência de recursos de

um banco para outro denominada Transferência Eletrônica Disponível - TED.

Utilizando a TED o valor será creditado na conta do favorecido e estará disponível

para uso assim que o banco destinatário receber a mensagem de transferência.

A nova opção oferecerá vantagem em relação aos cheques e DOC’s, que

continuarão sendo processados normalmente no atual Sistema de Compensação.

29

No início, TED só a partir de R$ 5 milhões - O novo SPB - Sistema de

Pagamentos Brasileiro começou a operar com os bancos oferecendo aos clientes a

TED - Transferência Eletrônica Disponível de valor igual ou superior a R$ 5

milhões. A redução do limite da TED, permitindo a um maior número de clientes

realizar transações eletrônicas, ocorreu à medida que o sistema foi otimizado e a

CIP - Câmara Interbancária de Pagamento entrasse em operação. O limite de

transferência foi sendo reduzido a medida que os sistemas de trocas foram se

ajustando a nova realidade, até que chegou ao valor de R$5.000,00 cinco mil reais,

limite praticado até hoje.

O cliente pode transferir dinheiro via TED se os recursos estiverem

efetivamente disponíveis em sua conta corrente. Para os clientes que possuem

cheque especial ou conta garantida é possível efetuar transferências nos limites e

condições contratadas com o banco.

Os recursos provenientes de depósitos em cheques e DOCs em sua conta

poderão ser utilizados somente depois da compensação desses documentos.

Os bancos continuarão processando cheques de valor igual ou superior a R$

5.000,00, mas serão obrigados a recolher parte expressiva dos seus valores no

Banco Central. Isso vai elevar o custo desse serviço para a instituição, que poderá

aumentar seu preço para o cliente.

30

A obrigação dos bancos de recolherem compulsoriamente ao Banco Central

parcela expressiva do valor dos cheques e DOCs superiores a R$ 5.000,00 cria um

custo adicional para bancos e clientes, com o objetivo de desestimular a realização

dessas transferências pelos meios tradicionais, custo esse denominado pré-funding

que atualmente representa 0,11% sobre o valor do cheque.

Não afeta, contudo, a grande maioria dos clientes. As transações superiores a

esse valor representam menos de 2% do total de documentos emitidos pelos clientes

e usuários dos bancos.

Os cheques de valor inferior a R$ 5.000,00 não serão afetados pelo SPB,

pois, embora correspondam a 98% dos mais de 216 milhões de documentos

compensados mensalmente, representam menos de 20% dos valores.

Com todas as mudanças, as empresas e principalmente as EFPC’S tiveram

que rapidamente ajustar as suas atividades no âmbito financeiro a fim de otimizar a

suas rotinas de tesouraria e mesa de investimento.

Foram criados grupos de trabalhos, voltados para os acontecimentos em

torno do SPB. Esse mesmo grupo participou de diversos treinamentos promovidos

por instituições financeiras, palestras promovidas pelo Banco Central do Brasil

(BACEN), reuniões periódicas e até aquisições de novos sistemas que permitiram a

automação de algumas rotinas operacionais otimizando a demanda operacional,

reduzindo a quantidades de cheques emitidos no processo do Contas a Pagar,

31

ajustando o Processo do Contas a Receber permitindo a redução da inadimplência e

conseqüentemente, otimizando a rotina do Fluxo de Caixa, permitindo casar as

obrigações com os valores a receber, reduzindo assim os custos com a CPMF no

momento da aplicação.

Esse conceito de acompanhamento e aperfeiçoamento só foi possível a partir

do amadurecimento profissional obtido através do modelo da Governança

Corporativa, onde a participação direta dos envolvidos, atribuindo-os

responsabilidade e certa autonomia, faz com que os desafio sejam vistos como uma

nova oportunidade para a melhoria dos processos internos.

32

CO#CLUSÃO

Esta pesquisa teve por objetivo apresentar a contribuição da Governança

Corporativa para uma para uma gestão mais transparente das Entidades Fechadas de

Previdência Complementar (EFPC). Neste aspecto, foram abordados o conceito e a

forma de abrangência de atuação das EFPC e da Governança Corporativa.

No capítulo I foi abordada a missão da previdência social, considerando que a

a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos

poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde,

à previdência e à assistência social. Em seguida foi apresentada uma breve

explicação sobre o que é uma Entidade Fechada de Previdência Complementar

(EFPC), passando pelo surgimento dos fundos de pensão, a previdência social no

Brasil, a previdência complementar sob o contexto do avanço social, o compromisso

social da EFPC e o marco inicial dos Fundos de Pensão. Foi apresentado ainda, o

conceito da Governança Corporativa, o qual define como conjunto de práticas que

tem por finalidade otimizar o desempenho de uma companhia ao proteger todas as

partes interessadas. Foram estabelecidas considerações sobre a Comissão de Valores

Mobiliários (CVM), sobre o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

(IBGC), sobre a Bolsa de valores de São Paulo (BOVESPA), sobre equidade,

transparência e responsabilidade para a Governança Corporativa. Na seqüência,

abrindo o capítulo II, onde a preocupação foi dar destaque para a contribuição da

Governança corporativa para uma gestão transparente na EFPC, onde foi feita uma

pequena análise da situação atual das entidades brasileiras, citando suas fragilidades

33

em relação às fraudes. Ao considerar a importância nos dias atuais da Governança

Corporativa para as entidades, foi dada ênfase aos controles internos, analisando

através de casos práticos, ações tomadas pelos fundos de pensão, para a

consolidação da Governança Corporativa nos fundos. Para finalizar, foram

abordadas as partes que envolvem o avanço tecnológico, utilizando, também, ações

já tomadas por alguns fundos de pensão.

A boa prática dos princípios de Governança Corporativa é considerada, hoje, em

todo o mundo, uma das maiores preocupações dos profissionais, acadêmicos e

pesquisadores, relacionados ao tema finanças corporativas e mercado de capitais. O

tema é novo, amplo e suas definições e abrangências estão sendo aperfeiçoadas nos

países desenvolvidos. Mas com a globalização, potencializou-se também nos países

em desenvolvimento.

A Governança Corporativa, através da disponibilidade e publicação das informações

relevantes, oferece tratamento igualitário aos acionistas e a responsabilidade na

prestação de contas, possibilita minimizar conflitos que possam surgir entre

acionistas e entre este e administradores, assim como protege outras partes

interessadas da companhia, como credores, fornecedores, cliente e sociedade em

geral (stakeholders).

34

REFERÊ#CIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Edécio Ribeiro. Seguro social. Revista VALIA em dia Fundação Vale do

Rio Doce de Seguridade Social Valia. Rio de Janeiro, edição 1 – 197 – jun/2006.

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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: P dicionário

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administração. São Paulo: Campus, 2000.

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2009.

CÓDIGO das Melhores Práticas de Governança Corporativa: IBGC – Instituto

Brasileiro de Governança Corporativa. São Paulo: IBGC. Disponível em

www.ibgc.org.br acesso 20 de junho de 2009.

Decreto nº 9912-A/1888 – consultado no site www.mpas.gpv.br acesso 25 de junho

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Decreto nº 4.682/1923 – consultado no site www.mpas.gpv.br acesso 25 de junho

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Decreto nº 22.872/1934 – consultado no site www.mpas.gpv.br acesso 25 de junho

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Emenda Constitucional nº 20 – consultado no site www.mpas.gpv.br acesso 25 de

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FEFRABAN – SITE – www.febraban.org.br acesso 25 de junho de 2009.

LEI Nº 8.213/91, EM SEU ARTIGO 194 – Alterado pela Emenda Constitucional nº

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Nova Lei das Sociedades Anônimas: texto atualizado, já incluindo as leis nº 9.457,

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Portaria 32/1934 – consultado no site www.mpas.gpv.br acesso 25 de junho de

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Resolução Nº 13 do Conselho de Gestão de Previdência Complementar –

consultado no site www.mpas.gpv.br acesso 25 de junho de 2009.