Upload
elisa-borja-duarte
View
217
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
INQUIETAÇÃOINQUIETAÇÃO CLICARCLICAR
Quando eu tiver oitenta anos, Quem acariciará os meus cabelos? Quando eu tiver oitenta anos,Quem me embalará na rede e me fará dormir o sono da criança que eu fui e que ainda faz parte do meu eu? Quando eu tiver oitenta anos,Quem terá a paciência de me ouvir as tristezas, as alegrias e as estórias que eu terei para contar?
Quem me acompanhará até a varanda da casa para ver o sol se pôr, escurecendo um dia que eu não sei se terá sido de alegria, de dor ou de incertezas? Quando eu tiver oitenta anos,terei eu forças para ir até o jardim, sentir e apreciar a beleza das flores? Colher uma rosa e ofertá-la ao meu grande amor?Amor que sempre há de viver em minha lembrança?
Quando eu tiver oitenta anos,
Quando eu tiver oitenta anos, Quem me confortará os malesE me proporcionará a oportunidade de sentir-me útil aos que me cercam? Que os netos me bajulemPara que eu possa ter a certeza de ter cumprido minha missão nesta vida, quando eu tiver oitenta anos.
CRÉDITOS
Poema de
Vilma Tavares de Carvalho
Formatação
Miriam Juca
recantodasletras/autpres/naja
Som
Sergio Endrigo