Inicial Impeachment de Collor

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  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

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    DIÁRIO

    República  ederativa

    do

     rasil

    DO

     ONGRESSO

    N ION L

    ANO

    XLVII

    AOSUPLEMENTON

    9

    143 QUINTA FEIRA

    DE

    SETEMBRO DE 1992

    BRASlLIA DF

    A

    CAMARA DOS

    DEPUTADOS

    DENÚNCIAPORCRIMESDERESPONSABIUDADECONTRAO SR PRESIDENTE

    DA REPÚBLICA FERNANDO

    AFFONSO

    COLLOR DE

    MELLO

    OFERECIDA

    PELOS CIDADÃOS

    BARBOSA LIMA SOBRINHO

    E

    MARCELLO

    LA

    VENERE

    MACHADO

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    Exce lent í ss imo Senhor Pres iden te

     da Câmara dos

    Deputados

    B RBOS

    LIM

    SOBRINHO

    bras i

    l e i ro

    casado

    jornal

    i s t a res idente na Rua Assunção

    número

    217

    Botafogo

    Rio de

    Jane i ro

    e

    M RCELLO

    L VENêRE

    M CH DO

    brasi l e iro casado advogado

    res idente no SAS quadra 05   l o t e

    02 bloco

    N

    andar Bras í l ia ambos cidadãos em pleno

    gozo de seus d ir e i to s p o l í t ic o s

    portadores

    respec t ivamente dos t í t u l o s e l e i t o r a i s

    n ~ ~

    19030303-96 e

    8354917-73 das

    84â e 1 ª Zonas Ele i to ra i s dos Estados do Rio

    de Janeiro e Alagoas vêm com

    fundamento nos ar t igos   ~

    I I e   Q XXXIV ftaft da Const i tu ição

    Federal

    e

    especialmente

    nos

    ar t igos

    14 e segu in tes da Lei  

    1 079

    de 10 de

    abr i

    I de 1950 e com base

    nas

    provas

    colh idas

    pela

    Comissão Parlamentar Mista de Inquér i to oferecer

    contra

    FERN NDO

      FFONSO COLLOR

    DE

    MELLO Presidente da Repúbl

    ica

    D E N d N C I A

    po r c r i

    me

    s de r e s pon s a b i I i da de p r e v i s to s nos a r t s 85 I V e

    V

    da

    Const i tu ição

    Federal

    e nos a r t s ~ 7 e 9Q 7

    da

    Lei

     

    1.079 de 10 de

    abr i

    I de 1950 como a seguir

    exposto

    para o fim de ser decre tada a perda do

    cargo

    e

    sua

    inabi I i tação temporal para o exerc íc io de

    fun9ão públ ica

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    P R E A H B U L O

     Todas

    as

    c r i s e s

    portanto que pelo Brasi I

    estão

    passando, e que

    dia

    a

    dia

    sent imos

    crescer

    aceleradamente,

    a

    c r i se

    pol

    í t i c a

    a cr i se econômica, a

    c r i se

    f inance i ra

    não vêm a

    ser

    mais

    do que

    sintomas,

    exte r ior izações

    pa rc i a i s

    manifestações

    reve ladoras de

    um estado mais profundo, uma

    suprema c r i s e :

    a c r i se

    moral .

     RUI

    B RBOS

    Ruínas

    de

    um

    Governo .

    O

      impeachment

    não é uma pena

    ordiná r ia

    contra

    criminosos

    comuns.   a sanção extrema

    contra o abuso e a perversão do poder pol í t i co Por isso

    mesmo, pela condição

    eminente do

    cargo

    do denunciado e

    pela

    gravidade

    excepcional

    dos del i tos ora imputados, o processo

    de  impeachment d eita ra ízes nas grandes

    ex igênc ias

    da

    é t  c a po I í t  c a e da mo r a I púb I  c a, à luz das qua  s hã o de

    ser

    in te rpre tadas as normas do di re i to pos i t ivo

    Nos

    regimes

    democrát icos , o grande

    ju iz dos governantes é o

    próprio

    povo, é a

    consciência é t i ca

    popular .

    O

    governante

    e le i to

    que

    se assenhore ia do poder em

    seu próprio

    in te resse ou no de

    seus amigos

    e fami I

    i a re s

    não

    pra t i ca

    apenas atos de corrupção pessoal de apropr iação

     

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    indébi ta ou desvio da coisa públ

    ica :

    mais do que i s so

    e le

    escarnece

    e v il ipendia a soberania

    popula r .

     

    por

    essa

    razão

    que

    a

    melhor

    t rad ição pol í t i c a oc identa l a t r i bu i competência para o

    ju ízo

    de

    pronúncia dos acusados de crime de

    responsabi I idade precisamente ao

    órgão de representação

    popul ar . R epr es en ta r

    o

    povo

    s i gn i f i ca nos

    processos

    de

     impeachment

    i n t e rp r e t a r e

    exprimir

    o sent ido é t ico

    dominante d ian te dos a tos

    de abuso

    ou t r a ição da conf iança

    nac iona l .

      suprema

    prevar icação

    que podem

    cometer

    os representantes

    do povo

    em processos

    de

    crime

    de

    responsabi I

    idade

    cons i s t e

    em

    a tuar sob

    pressão de

    in f luências

    espúr ias

    ou

    para a

    sa t i s fação de in te resses

    pessoa is ou par t i dá r i os .

     m suma o

    Pres idente

    da Repúbl

    ica

    Federa t iva

    do

    Brasi

    I

    há de

    se r

    julgado

    perante

    o

    povo

    bras i l e i ro representado por seus Deputados e Senadores com

    base

    nos

    largos

    e

    sól

    idos pr inc íp ios

    da

    moral

    idade pol

    í t i c a .

    o

    vocábulo

    e o

    concei to

    de decoro

    nos

    vieram

    dos romanos.

     Decus or i s

    é cognato do

    verbo

      decere com

    dois

    s ign i f i cados : o neutro

    de

    conveniente e

    o

    moral

    de

    decente .

    o

     decorum romano t raduzia sempre

    um idé ia

    de

    ordem e

    moderação

    ou

    medida.

      o t r aze r aos

    f a tos

    da

    vida uma ce r ta ordem e medida - - observa Cícero

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    conservamos a h o n ~ s t i d a d e e o

    d eco ro

    n

     nO

    e

    O ff ic i is

    n

     

    I ,

    1 7 ) .

    Essa ordem

    e

    medida na

    vida pe s soa l , p ro s s egue e le ,

    tra du ze m -s e p elo r e c a t o   n v e r e c u n d i a n ) , a

    temperanQa,

    a

    m o d é s t i a , o

    domínio

    das p a i x õ e s e a ponderaQão  m

    t o d a s

    a s

    coisas . Não

    há d eco ro se pa r a do

    da h o n e s t i d a d e ,

    n p o i s

    o

    que

    é

    d e c e n t e é h o n e s t o e vice-versa

    n

      i d em ,

    I,

    9 3 ) .

    E s p e c i f i c a m e n t e

     m

    rel aQão ao

    g o v e r n a n t e ou t i t u l a r de pod e r p o l í t ico   n m a g i s t r a t u s

    n

    ) ,

    a dv er te C íc er o , cons t i tu i munus p r ó p r i o ncompreender qu e e le

    g e r e o Esta do e que é , portanto ,

    seu

    d e v e r , d e f ~ n d e ~ a

    d i g n i d a d e

    e o

    d eco ro

    do c a r g o ,

    o b s e r v a r

    a s

    l e i s ,

    r e spe i t a r

    os

    d i re i to s ,

    l em b ran d o -s e

    de que tudo

    isso

    lh e fo i a t r ibuído

     m

    co n fi an Qa   e a

    f ide i

    s u ae

    commissa,)n

      i d em ,

    I, 1 2 4 ) .

    Todo

    c a r go

    públ

    ico tem

    um

    d i g n i d a d e p r ó p r i a , . que

    os

    romanos denominavam j u s t a m e n t e

    fthonorftj e e s s a d i g n i d a d e há de se r res pe ita da e def in ida ,

    mesmo cont ra s e u s

    p r ó p r i o s t i t u l a r e s .

    A fa l t a de h o n e s t i d a d e ou decQro no

    desem penho de funQãQ públ ic a não

    o fen d e

    a pe na s a

    comunidade

    dos a d m i n i s t r a d o s , mas

    produz

    se us e fe i to s

    p e r v e r s o s

    mais

    além. E la desmoral iz a a própria imagem do E s t a d o , ao s

    o l h o s

    do

    povo.

    Quando

    o E stad o p erd e a

    respe i tabi

    I i d a d e ,

    seu

    o r n a t o m o r a l , é

    todo

    ~

    f u n c i o n a m e n t o d a ~ á q ~ r n a

    pol í t i c ~ que

    ent ra

     m

    c o l a p s o .

    Não é

    por o u t r a r a z ã o que os· c r i m e s

    · cont ra a h o ~ r d ~ Pies tdente da R e p ú b l i c a , ou mesmo de

    q u a l q u e r f u n c i o n á r f o . ~ p ú b l i c o ~ n o

    exerc íc io

    de

    s u a s

    f unç 6e _,

    s ~ o a ~ e n a d o s

    : m ai s s ev er am en te

      Código

      e n l ~

    a r t . 1 4 1 ~

    O

    5

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    recebidos

    de t e r ce i ros enquanto

    no exerc íc io do

    mandato

    devem te r causa

    cer ta e def in ida

    sem

    o

    que se

    const i tuem

    em

    vantagens

    indevidas

    de natureza i l í c i t a

    e imoral .

    Ver i f i cou se

    ent re tan to

    que

    desde

    15

    de

    março

    de

    1990

    o

    denunciado pessoalmente

    bem

    como

    alguns de seus fami

    I ia res   a

    mulher

    a

    ex mulher

    a

    mãe

    r e c e ~ r m indevidamente vul tosas

    quant ias

    em

    dinhei ro além de outros bens

    sem indicação

    da

    o r i g ~ m

    I í c i t a dessas

    vantagens .

    Essas

    t ranferênc ias de

    dinheiro

    e

    de

    bens

    eram fe i t a s re i te radamente se ja mediante depósi tos

    em conta bancár ia da secre tá r ia par t i cu l a r

    do

    denunciado

    e

    de

    seus

    fami

    I i a res se ja

    mediante

    pagamentos di re tos a

    empresas que venderam a l f a i a s

    para

    guarnecer

    a

    res idência

    par t i cu l a r do

    Pres iden te

    ou que prestaram serv iços de

    emprei tada

    nes te

    ou

    em

    outro imóvel

    de

    seu uso ou

    propriedade

    além daquela

    que lhe

    vendeu

    um veículo f tFiat

    Elba

     

    A

    re lação

    dessas t ransferênc ias e pagamentos

    consta

    do re la tór io da GPI >

    Nio bastasse

    essa

    conduta

    indecorosa cons ta tou se ademais que todos

    esses

    recursos

    assim carreados ao patr imônio

    do

    Presidente da Repúbl

    ica e

    de seus ínt imos

    provieram de

    urna organização dei

    i tuosa

    de

    exploração

    de

    pres t íg io

    e

    t rá f ico

    de

    in f luênc ia

    contro lada

    por Paulo

    Gésar Gavalcante

    Far ia s .

    Essa organização integrada por

    Gláudio

    Francisco Vie i ra

    na

    M aria Aciol

    i Gomes

    de Melo

    Rosinete de Garvalho

    Melanias Jorge

    Waldério

    Tenório

     

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    8 _

    Bandeira de Mel I o Severino Nunes

    OI

    i ve i r a George Ricardo

    Melanias, Geovani   r l o ~ Fernandes de Melo,

    Marta

    Vasconcelos

    Soares

    e

    outros menos express ivos

    atuava

    intermediando escusos in te resses privados jun to à

    Administ ração.

    Destaca

    a

    conclusão

    f ina l do

    r e la tór io

    da

    Comissão

    Parlamentar Mista de Inquér i to

    que

    Ana Aciol i sec r e t á r i a do

    Pres idente

    da

    Repúbl

    ica e pessoa

    de sua

    to ta l

    conf iança

    administrava

    as

    contas

    dest inadas ao

    pagamento das despesas par t ipu la res do denunciado, sendo

    que

    de las  nenhum centavo

    sa ía

    sem autor ização des te .

    T ais contas

    eram

    abastec idas

    importâncias provenien tes das

    empresas

     P

    e Brasi I

    ambas

    de

    propr iedade

    de

    Paulo César Far ias .

    por

    Je t

    Assim é que, desde

    meados

    de 1990,

    depós i tos

    de

    express ivo valor passaram a

    ser

    f e i t o s na conta

    da

    se cre tá ria p ar t ic ula r

    do

    denunciado,

    com

    nomes

    f i c t í c i o s

    e com

    uso

    de CPFs fa l sos .

    Entre t a i s

    depósi tos e levadas

    somas proven i entes da praça de São

    Pau

    lo , sa I i entando-se

    cheques contra o Banco

    Rural ,

    t iveram depos i t an tes

     fan tasmas , que agiam sob

    os

    nomes

    de

    Flávio Maurício

    Ramos,

    Manuel Dantas de Araújo, Jurandir Castro Menezes,

    José Carlos Bonfim, Carlos

    Alber to

    de

    Nóbrega

    e Rosimar

    Almeida

      c f .

    re lação dos cheques

    no

    r e l a t ó r i o da

    CPI .

    Está comprovado

    que

    os chamados

     fantasmas

    foram

    responsáveis por

    depósi tos

    nas contas

    da

    primeira-dama,

    da sec r e t á r i a des ta Maria

    Isabel

    Teixe i ra

    da mãe do denunciado,

    de

    sua

    ex-mulher ,

    do mordomo de sua

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      2

    res idência ,

    da

    Brasi l

    Gardens

    e

    de

    seu propr i e t á r i o , Roberto

    Nehring,

    além

    daquelas de

    dois a9xi

    I ia res

    imediatos

    do

    Presidente , Cláudio Viei ra e Cláudio Humberto

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

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    1

    por servi90s verba i s , foi jus t i f icado por s ~ u d i re to r , na

    CPI pelo in te resse que t inha em

    informa9ões

    sobre os planos

    econômicos que mudavam

    toda semana. Acrescente-se aqui que

    foram benef ic iados ,

    com

    depósi tos dos

    co r ren t i s t a s

    nfantasmas

    n

     

    a l t o s

    funcionár ios

    do

    Minis tér io

    da

    Economia.

    É s ingular

    o

    caso da Vasp

    com a

    Pet robrás . Suf ic ien te c i t a r ,

    como reg is t ra o re la tór io

    da

    Comissão Parlamentar

    Mista

    de Inquér i to , as pressões

    exerc idas pelo

    empresário

    Paulo César Farias junto

    ao

    pres idente daquela

    empresa es t a t a l , Luiz

    Octávio da

    Motta

    Veiga

    visando que

    a mesma

    cont ra tasse , em

    favor da

    Vasp

    o

    lesivo

    mútuo

    da US 40 000 000  quaren ta

    mi Ihões

    de

    dóla res , para

    pagamento

    em dez anos apenas com a

    corre9ão

    cambial .

    Conforme

    o

    depoimento de

    Motta

    Veiga na CPI além

    da in ter fer ncia

    de

    Paulo

    César

    Far ias -

    que lhe disse que o

    poder

    que exerc ia provinha dire tamente

    do

    Presidente

    da Repóbl

    ics

    também

    o

    cunhado do

    denunciado

    o

    Embaixador Marcos Antonio de

    Salvo

    Coimbra

    Secre tár io Geral

    da

    Presidência

    da Repóbl

    ica, fez- lhe

    o

    mesmo pedido

    de

    empréstimo

    que fora considerado pre judic ia l

    à

    Pet robrás

    pelos

    pareceres

    de

    seus órgãos

    técnicos .

      ~

    ser

    informado

    de que

    o

    e m ~ r é a t i m

    não ser i a

    aprovado

    pela dire9ão

    da

    Pet robrás ,

    o

    cunhado

    do denunciado adver t iu que a concessão do mesmo era

    do

    in te resse

    do

    governo.

     

    por impedir

    o

    lesivo

    negócio

    que

    se

    impunha à Pet robrás , Motta Veiga foi demit ido pelo

    Presidente

    da Repúbl

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

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    Ressa l t e -se ademais, que a

    apuração da CPI demonstrou

    que

    a empresa EPC de Paulo César

    Far ias deposi tou

    cheque

    de

    Cr

    250.000.000,00  duzentos e

    c inquen ta

    mi Ihões

    de

    c ruze i ros na

    conta da

    empresa Viplan,

    de

    Wagner

    Canhedo,

    correspondentes

    a 80

    do

    va lo r

    da

    pr imei ra parce la do preço das ações da

    Vasp.

    111 - A

    MENTIR

    É, de 28.06.1992,

    Face

    à

    publ icação na Revis ta Is to

    da ent rev is ta do motor is ta Francisco

    em

      de

    Eriber to França ,

    denunciado falou

    homem s imples e de

    exemplar ca rá t e r

    à Nação

    em

    rede de t e l ev i s ão

    o

    junho

    do cor ren te ano.

    E

    af i rmou,

    gas tos pessoa is

    eram

    pagos com

    mendazmente,

    recursos

    que seus

    própr ios

    adminis t rados

    por Cláudio Vieira seu sec re tá r io

    pa r t i cu l a r

    e

    repassados

    à

    s ec r e t á r i a

    Ana Aciol i

    que,

    para

    ta l

    f ina l idade

    movimentava

    conta espec í f ica . Para sus ten ta r sua

    alegação , exibiu ca r t a da t i

    lografada

    com ass ina tu ra de Ana

    Acio l i

    declaração firmada

    por Cláudio Vie i ra

    e of íc io do

    Bancesa, pretendendo

    negar

    que Paulo César Far ias

    a

    Bras i I

    Je t ou

    a empresa

    EP

    t ivessem

    fe i to

    depós i tos

    naquela

    conta

    de sua sec re t á r i a .

    o

    rastreamento

    de

    chequeõ

    e outros

    documentos constatou que, ao con t rá r io do que

    af i rmara

    o

    denunciado

    à

    Nação, nenhum dos depós i tos

    inves t igados

    fora

    fe i to por

    Cláudio

    Fransci sco

    Vie i ra

    mas,

    i s to

    sim,

    p ro ced iam d as pessoas f i c t í c i a s acima r e f e r ida s .

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    12/38

     

    Tentando

    es tabe lece r

    conexão

    en t re

    os

    cor ren t i s t a s

      fantasmas

    e

    Cláudio Vie i ra para fazer

    c re r que dés te

    provinham

    indi re tamente

    t a i s depósi tos .

    montou-se a

    chamada

     Operação Uruguai fa rsa

    pa ten te

    a

    respei to

    da

    qual

    o

    r e l a t ó r i o da

    Comissão

    Parlamentar

    de

    Inquér i to fez

    r e s t r i ções

    de toda ordem destacando os

    péssimos antecedentes dos parce i ros naquele escuso n egócio

    que se

    disse real izado

    na

    Repúbl ica

    viz inha.

     

    questão fundamental para

    a

    pre tendida I igação en t re a . impor tância di ta

    emprestada

    no

    Uruguai

    e a

    conta

    de

      na

    Aciol

    i

    deflu i

    da

    dec la ração

    do

     do le i ro Najum Turner asseverando

    que

    adminis t rava conta

    dos

    cor ren t i s t a s

      fan tasmas que faziam generosos depós i tos

    para

    a

    sec re t á r i a

    pa r t i cu l a r e

    para

    os

    fami I

    i a res do

    Pres idente da

    Repúbl

    ica .

    Os autos da

    Comissão Par lamentar

    Mista de Inquér i to

    todav ia

    demonstram por

    provas

    documentais

    e

    pe r i c i a i s que os cor ren t i s t a s

     f an tasmas

    foram cr iação

    do

    esquema

    de Paulo C ésar

    Far ias

    e

    tinham suas

    contas adminis t radas por e le e

    por seus

    auxi I i a re s de cujos

    punhos provinham as

    ass ina turas

    daque las f igu ras f i c t í c i a s .

    Tais

    t iveram

    suas f i chas cadas t ra i s

    Melanias

    sec re t á r i a de Paulo

    constava

    como

    apresentante

    e

    da

    empresa

    EPC

    co r r en t i s t a s  f an tasmas

    preenchidas por

    Rosine te

    César

    Far ia s

    que

    ne las

    tinham

    como

    endereço

    o mesmo

    Desta

    maneira desmorona

    a

    t en ta t iva

    de es tabe lece r um nexo ent re

    o

    pre tenso

    emprést imo

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    13/38

     

    contra ído no Uruguai e a conta

    de

    Ana Aciol i dest inada ao

    pagamento das despesas pessoais do denunciado pois não

    se

    encontrou

    qualquer

    vínculo ent re

    aquela conta e Najum

    Turner

    nem

    ent re es t e · e os c o r r e n t i s t a s

    ftfantasmas

     

      ssim sendo tornou se ainda

    mais

    veemente

    a

    ment i ra profer ida pelo Pres idente da

    Repúbl

    i ca

    em

    rede nacional

    de t e l ev i são .

    IV

    FALTA DE DECORO

    E

    DE DIGNIDADE

    PARA

    O EXERCÍCIO

    DO

    CARGO

    Há acusaQões pessoais fe i t a s

    ao

    denunciado v erd ad eiramente c ho ca nte s

    e

    es ta r recedoras .

    A

    NaQão

    ainda não se

    refez

    do espanto

    e

    da revol ta que lhe

    causou a

    revelaQão

    do próprio irmão do

    Pres iden te

    Pedro

    Collor de Mello reg i s t r ada

    no

    re l a tÓr io da

    Comissão

    Parlamentar

    Mista de

    Inquér i to :

    ftPaulo César

    Cavalcante

    f a r i a s

    é

    etalhe

    ste

    quem

    lucros .

    t e r i a di to

    que

    mantinha

    sociedade informal

    com o

    Pres idente

    da

    Repúbl i ca

    a

    t r ans fe r ia

    70

    dos

    re levante pr imeiro porque

    se

    a sociedade

    ex i s te

    inves t igar

    a

    at iv idade

    de Paulo

    César

    impl ica i ~ v s t i g r a a t iv idade

    do

    sócio para

    cujo efe i to

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    14/38

     

    es ta

    CPI não

    dispõe

    de

    poder.es

    J

    segundo, porque

    as

    inves t igações

    pos t e r i o re s

    mesmo

    que

    o Presidente

    fosse

    inves t igado

    encontraram

    evidências

    sobre

    essa re l ação

    ver i f i cando se que

    efe t ivamente Paulo

    César

    f inanciava inc lus ive

    a t ravés

    de contas

    fan tasma s, d es pe sa s

    pessoais

    do Presidente da

    Repúb

    I i

    ca .

    n

    Jamais se teve

    not ic ia de

    governante at ingido por acusação

    tão

    desmoral

    izadora , ao

    seu

    s imples r e l a to .

    Todo

    o

    conjunto de fa tos apurados

      ã apenas no im bito parlam entar, mas também pela Pai ; c ia

    Federal

    carac te r i za comportamento

    incompatível com a honra,

    a

    dignidade

    e o

    decoro

    que se

    exigem

    do Presidente da

    Repúb I i ca .

      fa l t a de decoro, a

    saber

    a

    desordem e imoderação

    de

    vida , a I igação com pessoas

    desones tas o recebimento de

    vantagens

    indevidas , representa

    aquel.a

    t ra i ção

    e

    abuso

    da

    conf iança

    públ

    i ca ass ina lada

    por

    Cícero em

    re lação

    aos magistrados

    pol

    í t i cos

    e

    re i t e rada por

    Hamilton, um dos Pais

    Fundadores da

    federação nor te -

    americana, como jus t i f icadora do nimpeachment

    n

    pres idenc ia l

      0 Federal i s ta

    n

      n 65) .

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    15/38

    Por força de

    tudo

    i sso o

    denunciado como se percebe claramente e com mais

    intensidade

    a

    cada dia perdeu inc lus ive

    e

    notadamente para

    exercer o comando

    supremo das

    Forças

    Armadas

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    16/38

     

    v GRAVE O M I S S ~

    o

    Pres idente

    da

    Repúbl

    i ca d iante

    do

    recebimento

    in jus t i f i cado de

    vul tosas quant ias por meio

    de cor ren t i s tas nfantasmas

    n

      e diante do

    fato

    notór io do

    t rá f ico de

    in f luência exercido por Paulo César fa r i a s

    apesar

    de

    muitas

    vezes a le r tado como se

    no re la tór io da

    CPI omit iu se no cumprimento de seu dever

    básico

    de.

    ze la r

    pela

    moral idade públ i ca v alo r p rim ac ia l que

    deve

    segundo a

    Consti tuiQão

    fede ra l

    pres id i r

    a

    AdministraQão.

    Basta exempl

    i f i ca r com o

    a r t .   ~ da

    Lei

      8.027/90 sancionada pelo próprio denunciado que

    considera fa l t a s admin i s t ra t ivas puníveis com demissão a bem

    do se r v

    i

    Qo púb i co o

      ato

    de o f u nc i oná r i o :

    dolosamente que

    t e rce i ros t i rem

    lograr di re ta ou ind i re tamente

    outrem

    em

    detr imento da

    dignidade

    pres t íg io ou

    inf luência obtidos

    va le r se

    ou

    permi t i r

    proveito

    de

    infomaQão

    em

    funQão

    do

    cargo

    para

    provei to

    pessoal

    ou

    de

    da

    funQão

    públ ica

    VIII   ace i t a r ou prometer ace i t a r

    propinas ou presentes de qualquer t ipo ou va lo r bem como

    empréstimos pessoa is ou vantagem

    de

    qualquer

    espécie

    em

    razão

    de

    suas

    at r ibuiQões .

    n

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    17/38

      7

    A moral idade

    adminis t ra t iva

    e a

    probidade

    no exerc íc io das funQões públ icas não admitem que

    o

    serv idor públ ico receba propina

    comissão presente ou

    vantagem

    de qualquer e s p é c i e em razão de suas a t r ibui9ões

     Lei ng 8.112/90

    a r t . 117

    XII  

    Também incompatível com a

    dignidade a honra-e o decoro para o exerc íc io de

    funQão

    públ ica sob

    pena

    de demissão é va le r se o func ionár io de

    seu cargo para

    lograr

    provei to pessoal ou de outrem

    em

    de t r ime n t o da c o i s a púb I i c a L e i n

    8.

    112/9O a r

    t .

    117 IX

     

    Se es ta é a disc ip l ina do

    funcionár io

    menor não pode

    ser

    a

    do Presidente da

    Repúbl i ca a quem incumbe segundo o

    a r t . 84 II da

    Gonst i tuiQão exercer

    a direQão

    super ior

    da administ raQão

    fede ra l . A administraQão públ ica há

    de

    pau ta r se

    pelos

    pr inc íp ios da moral idade e da l ega l i dade

    conforme

    dispõe a

    Gonst i tuiQão em seu

    ar t .

    37 e respect ivo

    parágrafo   Q

    Houve-se

    por tan to

    o Presidente da

    omissão

    permit indo t ác i t a

    ou

    a

    le i federa l de

    ordem

    públ iua ; os

    e

    em

    benef íc io de seus fami I

    i a res

    nfantasmas

    n

     

    const i tu íam

    euidente

    Repúbl i ca com

    grave

    expressamente infraQão

    depósi tos em

    sua

    conta

    por

    meio de

    co r ren t i s t a s

    sonegaQão

    f i sca l

    e fa l s idade

    documental ;

    eram f ru to

    de

    exploraQão

    de

    pres t íg io

    e

    desrespei to

    aos

    dispos i t ivos

    das

    Leis   ~

    8.112/90 e

    8.027/90

    que disc ip l inam a

    probidade

    admin i s t ra t iva no exerc íc io de

    funQões públ icas . São de

    ordem públ

    ica

    as l e i s

    que

    regulam assunto

    de

    d i re i to

    públ ico mormente de in te resse

    do Estado e

    de

    preservaQão

    da

    AdministraQão.

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    18/38

    Pres idente da

    7

    da

    Le

    i n 2

    forma t ác i t a

    públ ica ou

    t r i bu t á r i a s .

      8

    MAXIMILIANO

    Apl icação do

    216) :

    Per fe i t a é a

    concei tuação

    de

    GARLOS

    em

    seu consagrado

    I

    ivro

     Hermenêutica e

    Direi to Rio de Janei ro Forense,   ed . P.

     Gonsideram-se

    de ordem

    públ ica as dispos ições que se

    enquadram nos

    domínios

    do

    Dire i to Públ ico: entram,

    por tanto naquela ca tegor ia as

    cons t i tuc iona i s as

    admin is t ra t ivas

    as

    pena is ,

     

    processua i s as de pol í c ia e

    segurança

    e as de organização

    j ud i c i á r i a .

     

    continua

    o i

    lus t re j u r i s consu l to ;

     Não

    parece o cioso espec i f i ca r

    que também

    pertencem

    à c lasse

    re fe r ida as l e i s de impostos .

    Assim sendo, houve, por par te

    do

    Repúbl ica, infração ao dispos to no a r t •. 8.n.,

    1.079/50

    ao permi t i r

    com

    sua omissão,

    de

    ou expressa ,

    i n f ~ ã o

    a

    le i

    federal

    da

    ordem

    se j a afronta

    a

    l e i s penais admini s t r a t ivas

    e

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    19/38

    compenetrados

    da

    o

    P I O

    Invest idos da função

    de

    ju ízes e

    importância

    his tór ica da

    decisão

    que vão

     

    pro fe r i r

    0 membros do Congresso

    Nacional hão de

    i n sp i ra r

    se

    na

    I i çâo

    de

    Ru i

    Barbosa

    quando invocou os

    dizeres do

    grande

    pregador do Século XVI

    I

    o Padre Manuel Bernardes:

    nA todo que faz pessoa de

    j u i z

    ou minis t ro manda

    Deus

    que não

    considere na

    par t e

    a

    razão

    de prínc ipe

    poderoso

    ou

    de pobre desva l i do senão só

    a

    razão de seu próximo. . . Bem

    prat icou es ta vi r tude Canuto

    mandando

    rei

    dos vândalos

    j u s t i ça r

    que

    uma

    quadri lha de sa l teadores

    e

    pondo um deles

    embargos

    de que

    era parente

    dei

    Rey

    respondeu:

    se

    provar que

    é

    nosso parente

    razão

    é

    que lhe

    façam a forca mais a l t a .

     

    Nem

    hão

    ensinamento de

     dmund Burke:

    de

    olv ida r

    também

    o

    por

    es te t r ibunal

    que

    os

    governantes

    que

    abusam do

    poder são

    ju lgados ; não

    segundo

    as

    mi

    nlic

    i

    as

    e

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    20/38

    2

    ref inamentos

    da t eor ia

    c r imina l mas de acordo

    com

    os

    largos e só l idos pr inc íp ios da

    moral

    idade.

    Quando o

    Poder

    Legi s l a t ivo

    se

    reune

    para

    ju lga r atos de improbidade do Chefe

    do Poder Executivo

    não

    é

    apenas a

    f igura humana deste

    que

    está em julgamento

    mas

    a honra e a

    dignidade da

    Nação Bras i l e i r a

    Assim sendo

    pelos

    fa tos

    acima

    imputados

    denuncia-se a

    Vossa

    Excelência

    FERNANDO

    AFFONSO

    COLLOR DE

    MELLO Presidente

    da

    Repúbl i ca por

    inf ração

    aos

    a r t s 85 IV e V da

    Const i tu ição

    Federa l e

      ~ 7

    e 9 ~ 7

    da

    Lei ng 1.079

    de

    10

    de

    abr i l

    de 1950 re qu ere ndo que

    recebida es ta

    como obje to

    de dei iberação

    e

    admit ida nessa

    Câmara

    dos

    Deputados a acusação ora

    formulada

    se ja a mesma

    remetida ao

    Senado

    Federal onde será ju lgada com o

    reconhecimento

    de

    sua procedênc ia

    para

    apl

    icar ao

    denunciado

    a

    pena

    de

    perda

    do cargo com inabi l

    i tação

    por

    oi to anos

    para

    o

    exerc íc io de

    função públ

    ica

    sem pre ju ízo

    do

    procedimento penal competente

    pelas

    in frações penais

    comuns na forma do

    a r t

    52

    parágrafo

    único da

    Const i tu ição

    PROPOSITURA

    DE

    PROVAS:

    Requerem a j untada do i nc  

    uso

    re la tór io f ina l

    da

    Comissão Parlamentar

    Mista

    de Inquér i to

    cr iada para ftapurar fa tos

    cont idos

    nas denúncias do senhor

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    21/38

    P e d r o C o l la r de

    Mello

    re fe ren tes às

    a t iv idades do

    se n h o r

    P aulo C ésar C a v a l c a n t e

    Farias d o e ,

    1 ,

    bem corno dos

    p r o n u n c ia me n to s

    do

    o ra

    d en u n ci ad o ,

    f e i to s

    nos

    dias 30 de

    j u n h o

    e 30

    de a g o s t o

    deste

    ano,

    a través de

    rede

    n aci o n al de

    r á d i o

    e

    t e l ev i são ,

    e

    publ

    i cad o s

    em

    t o d a

    a

    imprensa

    do

    país

      d o e s ,

      e

    3 j requerem também, na

    forma do a r t ,

    16 da Lei

      ~

    1 , 0 7 9 / 5 0 , sejam

    requis i t adas c ó p i a s do in te i ro

    t eo r

    dos

    a u t o s

    do inquér i to r e a l izado p e l a Comissão

    P a r l a m e n t a r

    Mista

    de Inquér i to ,

    e

    de t o d a s a s

    peQas,

    colh idas a té

    a g o r a , no

    inquér i to po l i c i a l

    i n s t a u r a d o

    p e l a Pai íc ia Fed eral a c e r c a

    d as mesmas imputaQ6es, e do respect ivo

    r e l a tó r io , se

    es t ive r c o n c l u í d o . Ainda p a r a comprovaQão

    do a l e g a d o ,

    os

    d e n u n c i a n t e s ap res en t am

    o

    seguin te

    ro l de t e s t e m u n h a s :

    1 ,

    F r a n c i s c o

    Eribe r to Fre i re de

    FranQaj

    2 . S a n d ra F e r n a n d e s de

    OI

    ive i raJ

    3 . Luiz O c tá v io da

    Motta

    Veiga;

    4 .

    Paulo

    C é sa r C a v a l c a n t e Far ia s ;

    5 . Najum

    T u r n e r , e

    6 . C lá u d io F r a n c i s c o Vie i ra , t o d o s

    com

    qual i f i caQ ão

    e

    endereQo nos a u t o s

    da

    CPMI

    Bra síl ia ,   ~ de se te mb r o

    de

    1992,

    2

    o

    ov l uJe

    ~ o 5 o L ~

    BARBOSA LIMA SOBRINHO MARCELLO LAVENeRE

    MACHADO

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    22/38

    22

    1 °

    ILVA

    •• il fERREIRA

    ~

    -

    C RTORIO DO 1 OFICIO DE

    NOT S

    e

    PROTESTO

     ; 7C t t lillo   Jlt arquelJ

    da  ;Eua

    T cnic:o Judiciário Autorizado

    .a

    R

    AS

    L

    i   _

    D. F.

    -

    1.0 O

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    IJ

    D E N O T

    A

    1 : T . ~   : . ~ . : L . ~ ~ : J

    ~ l ~ ~ o l / f b ~ ~

    ~ o P ~ ~ _

    : :..f.:::. .. ?.

      ~ :::=

    ··········· ·····n· l

     

    ~ ~ ~ ~ ~ . · · · ~ ~ ~ t ; i i ã : ? ~ ~ ; q ~ ·

     

    Br \la :   lõõ;••••••••: ~ : _ l L

    _

    a ~ d à ·

    E n

    CARTÚRIO   O 1. Q,   :10 DE NOTAS

    E

    PRori;sro

     osé tllil lo U Zt1r

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    23/38

    23

    p

    o o

    E R J U O I C X   R X O

    TRIBUNAL

    REGIONAL

    ELEITORAL 00

    ESTADO

    DO

    RIO

    DE JANEIRO

    SUBSECRETARIA

    DE

    INFORHAtOES

    ELEITORAIS

    o E: C L R c

    rll

    O

    declaro

    Que

    A L E X A N D R E

      J O S É

      R OS

    L : r M A

    soe R

    :r.

    N H O i nsc r I to

    .

    no

    Cadastro Elel t :ora l do TRE/RJ sob o mlmero

    19030303/96 . . na

    4i

    Zona

    E l e i t o r a l ~

    7 9 ª

    S e ~ ã o ~

    es t á

    Qui te com a Jus t i ç a E l e l t o r a l ~

    n«o

    ~ o n t a n d o ~

    a té

    a

    presen te d a t a ~

    nenhuma

    r e s t r l ~ ã o

    pa ra

    com sua s

    obrigações e l e i t o r a i s

     

    con-Forme

    i n o r m a ~ ã o

    ob t ida

    na Zona

    de

    I n s c r l c ã o ~

    R io de Janei rc 26 de a9 s to de   992

    CAR

    TÓRIO

    DO 1 OFlclO

    eRAS LIA

    DiSlftlTO

    FEDElllt

    .. .

    II.lIco

    plr.

    o. d vidOI . f .i lo l I

    ,rl ,I.lIloo6

     1. •• í r p r o ~ i i o tI 1

    do

    dccuml lt lei

      nlado

    I

    dlvolv;do

    Dtorolo.l.ai n

    .• 2 14

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    24/38

    24

    C E R T I D A o

    o D e l . ZOHOAS H.O  EZEHH

    DE

    BARROS, Di r e t c

    Geral

    da S e c r e t a r i a do

    Trib u n a l

    Regiona

    Ele i tora l

    de Alagoas,

    na

    forma

    da l i

    e t c

     

    CERTIFICO,

    para

    os

    devidos

    f i n s ,

    que

    Marcelo

    Lave-

    ~ o r ~

    Maebaào ***********************

    ,

    f i l ho

      a) d e

    Zephyrino

    Lave_-

    nere Machado ************************ e

    de

    Maria Luzia ~ v e n e r e Ma

    ao

      ~ ~ . ; . , nascido

     a

    em 30-01-1938

      e l e i t o r   a) n a OOlª Z o n a , M u n i c i p i o d e Maceio

     

    sob

    o· t í tu lo de nQ 0008354917-83 • CERTIFICO, aindé

    que o{a)  re fe ri do a )

    ele i tor   a)

    es tá q u i t e com

    a Jus t iça

    Ele i tora l

    r e f e r i d o e e d o u ~ ~ ã Dada e passada

    na

    S e c r e t a r i a do Tribunal

    em

    Maceió,

     

    de

      ; A g = o ~ s ~ t ; ; ; o ~

    u, ZOROASTRO BEZERRA DE BARROS,  iret

    pr esente que subscrevo e a s s i n o .

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    25/38

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    26/38

    26

    amizades em todos

    os

    setores da vida nacional, coisa

    que muitos agora quere.m desconhecer.

    De fato, como já afirmei, ele participou de

    minha campanha eleitoral, c, nela, teve presença

    atuante.

    Por

    seu intermédio, conheci lideranças

    políticas, empresariais e industriais.

    Agora,

    é

    preciso, mais

    uma

    vez, deixar

    claro o seguinte: a sua vinculação comigo terminou com

    o fim da campanha eleitoral.

    Depois de minha posse, deixei de

    ser

    o

    Fernando e passei a ser o Presidente

    da

    República,

    dedicado totalmente às minhas _atividades públicas de

    governante, e somente a elas, todas as horas do meu

    dia-a-dia.

    o cargo que ocupo exige que jamais

    deiXe de agir e pensar Presidente

    da

    República,

    mesmo com pessoas com quem tive convivência.

      ácerca de dois anos, não encontro o

    Senhor Paulo César, e nem falo com ele.

    Mente quem arrrma o contrário.

    Quero deixar claro, de

    uma

    vez por todas,

    que não mantenho com o Senhor Paulo César Far ias

    ligações empresariais ou de qualquer outra natureza

    q1i.epossam .beneficiar a mim ou minha família: nunca

    o autorizei, nem a quem quer que seja, a uti lizar o meu

    nome em assuntos de Governo.

    Vamos dar um bas ta a essas fautasias

    que estão construindo.

    Como disse enfat icamente à imprensa,

    nos jornais de 27 de outubro de 1990, (início de citação)

     desautorizo parentes, conhecidos· e amigos a .interferir

    em negócios do Governo; o fato de ser parente do

    Presidente, conhecido. do .Presidente, amigo do

    Presidente não dá direito a essa pessoa ou a essas

    pessoas de terem um s a l v o ~ o n d u t o eles não têm

    delegação do Presidente.

    para

    agir em seu nome (fim

    de citação).

    Naquela I.lcasião, fui taxativo ao

    reafirmar que a entrevista

    era um

    aviso geral a todo o

    Governo de.que nenhuma autoridade poderia, ao deixar

    o posto, acusar o Governo de ser flexível com desvios

    l;ldministrativos, sugeridos por pessoas que se

    dissessem amigas do Presidente.

    Esse recado foi entendido e registrado

    pela imprensa com todas as letras.

    Que se investigue e puna, se for culpado,

    todo aquele que abusou de meu nome, de minha

    proximidade, de minha confiança.

    Sou eu o primeiro interessado no

    esclarecimento definitivo dos fatos; sou o primeiro

    interessado na verdade.

    Quero enfrentar os fatos de frente, de

    modo objetivo e responsável.

    Po r

    isto, posso dizer que, nunca antes,

    nenhum   o ~ r n o colocou-se , como este, à disposição

    para

    ser

    investigado, esmiuçado.

    A determinação é de transparência, fiel

    aos ideais republicanos

    é

    aos p r i n í p ~ o s democráticos.

    Se surgirem denúncias novas, insufladas

    por

    essas mesmas intenções escusas, a atitude do

    Governo não se abalará. .

    Pois eu e meú Governo nada temos.. a

    esconder,·porque não nos falta coragem para apurar o

    que for necessário e oferecer à sociedade a resposta

    COITeta às suas indagações.

    Tanto assim que, surgindo as primeiras

    denúncias, mnito antes da instalação da CPI

    d

    t

    e ermmel a abertura de inquéritos pela Polícia

    Federal e pela Receita Federal.

    Mas não podemos, minha gente, tolerar o

    abuso, o furor denunciatório que atende somente a

    objetivos políticos subalternos, mesquinhos e

    sobretudo, impatrióticos.

    Isto

    não

    A opinião pública sabe

    separar

    o joio do

    trigo, sabe distinguir o que é feito com o intuito de

    servir ao País daquilo que

    é

    feito com a preocupação

    de servir a interesses inconfessáveis de seus autores.

    A hora é de extrema responsabilidade

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    27/38

    A hora é de se pensar no país das

    aflições, e não no país das eleições.

    Ahora é de trabalho

    Com. ânimo redobrado, segUindo os

    objetivos claros do social-liberalismo, vamos continuar

    o nosso projeto de mudanças necessárias e urgentes.

    Sei que isto

    traz

    incompreensões; fere.

    interesses; provoca descontentamento dos privilegiados,

    dos que se aferram às vantagens escusas, aos que não

    aceitam que o Governo trabalhe

    para

    a maioria, na

    busca da justiça social.

    Nesta busca, conto com uma equipe

    ministerial que todos reconhecem como uma das

    melhores.é mais íntegras que o BrasiljaeJellif; teve.

      preciso perseverar, avançar; é isto que

    o pO Vo quer; é isto·que vou confum.ar fazendo.

    Por

    isso mesmo, estou convocando o

    Congresso para que não tenha recesso e continue a

    apreciar os projetos e medidas fundamentais de

    modernização, e para que não se interrompa o trabalho

    da CPI.

    Quero insistir e deixar muito claro:

    sempre

     u

    e continuarei sendo rigoroso na apuração de

    denúncias que tenham coilsi ltência, sempre pedi pressa

    nas .investigações e sempre cobrei a punição dos

    responsáveis.

     

    o que estou fazendo neste momento,

    com todo o empenho, diante·da denúncia de que

    funcionários, próximos a mim, recebiam benefícios de

    empresas privadas.

    Pelo caminho da lei, e só

    por

    este, temos

    de chegar imediatamente ao final desse processo, pois o

    País não pode ficar à espera.

    Não aceito nem o povo aceitará crises

    fabrieadas; náü podemos admit ir a conduta daqueles

    que querem ganhar O poder pela força do escândalo de

    laboratório, daqueles que se iludem e pensam que a

    democracia ainda é frágil,   ~ q u e l e s que imaginam que

    existem outros meios para chegarao poder que não seja

    o do voto popular. .

    Hoje, só temos um objetivo: a rota da

    democracia

    na

    busca da justiça social, que nos levará a

    uma vida digna

    para

    cada brasileiro.

    E todos sabem

    _.

    mesmo os

    que

    se

    opuseram a mim

      que não existe solução sem

    uma

    profunda reforma do Estado, sem uma mobilização·

    nacional para vencermos os problemas sociais,

    alcançando a estabilidade econômica.

    Minha gente.

    Enquanto apuramos com rigor os fatos,

    enquanto trabalhamos no grande esforço de

    modernizar o país, procuramos também respeita r a

    cidadania e consolidar as instituições: não condenar

    sem que sejulgue, não forjar provas, não mentir.

    Ao mesmo tempo em que o Governo

    continua a demonstràr, este ano, austeridade

    ímpar

    em

    seus gastos, adota políticas que se têm mostrado bem

    sucedidas, tais como o amparo à criança, que tem

    esperança, o amparo à agricultura e o incentivo. às

    exportações, o que gerou emprego e colaborou no

    combate à inflação.

    Hoje mesmo, as -autoridades monetárias

    aprovaram proposta do Governo regular os

    consórcios de automóveis

    .e

    a reaber tu ra do crédito

    direto ao consumidor.

    Minha gente,

    A democracia é

    nm

    s istema em que a lei

    deve ser respeitada acima de tudo.  

    Foi essa opção dos países que deram

    certo, pelas sociedades que àcabaram com a miséria e

    com o atraso.

    Nesse caminho correto nós

    estamos, e

    nele permanecerei até o final do mandato que recebi do

    povo brasileiro.

    Enganam-se os que imaginam } oder

    i n t i m i r ~ m e

    com falsas denúnciils.

    Nosso projeto de um Brasil justo não

    pode e não será interrompido. .

    Não há volta atrás, pois o povo :saL ;: u

    que quer, e vai alcançã.lo com a bênção de Deus.

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    28/38

    28

    4 O jOcaderno O segunda-feira.3118/92

    Polít ica

    e

    Governo

     ORN L DO

    BR SIl

    Collor avisa

    ao

    país que

    ganhará no

    voto

     Ganharemos

    no

    voto ,

    proclamou

    on

    tem

    o presidente Fernando Collor.

    no

    pronunciamento em cadeia

    nacional de rádio e

    TV, ao afIrmar

    que

    o processo de impe chment

    não será aprovado pelo Congresso.  Enganam·se

    aqueles

    que pensam

    que

    vão cassar o mandato

    do presidente da

    República , declarou.

    critican

    do a oposição por querer. em 10

    dias .

    aprovar

    a aceitação

    do

    processo de

    impe chment

    quandu... _

    em prazos

    que variam

    de 306 a 558

    dias

    o

    Congresso não

    votou

    os

    projetos

    que considera

    essenciais àmodernização do pais.

    como

    a desregulamentaçào

    dos

    portos. o novo

    código

    de propriedade industrial,

    as

    pro

    postas do Emendão,

    a criação

    da Advogada GeraJ da

    União.

    .

    Sem se referir explicitamente ao

    quórum

    de dois terços e

     

    voto secreto

    para votar

    a

    aceitação do processo

    de

    impe chment

    Collor classificou de  movimentos casuísticos

    aproposta

    da

    maioria simples e

    do voto em

    aberto defendida.

    pela oposição. E afirmou,

    pela

    primeira vez p u b l i c a m e n t e ~

    que não renunciará. ao dtar:   ~ o s s a geração política' já

    pagou preço

    excessivamente

    alto pela renúncia

    de

    1961  .

    J:Cferindo-se

    ao

    gesto de Jãnio Quadros.

    Destacou

    que dará

    por encerrada sua

    missão e

    por cumprido seu

    programa de

    govemo

    depois de sancionar

    os projetos essenciais.

      Collor anunciou haver

    dt:terminado alY.:rtura

    de

    inquérito

    para

    apurar

    responsabiliciudcs na

    emiss:l0

    dos cheques

    f n-

    t sm s rastreados pela CP:

    do

    c ~ s o PC

    e

    a.::abou

    responsabi

    lizando.

    sem

    citar o

    nome.

    r.

    :lffiigo

    e

    e x · ~ e c r e t á r i o Cláudio

    Vieira pela operação da compra dõ Fiat com cheque.fàntas

    m Errei por conliar den:ais peSSO:lS q Je moslraram

    posteriormente não serem mere:edoras desta confiança:'

    Muitas mãos

    e ca Je...:as parilcrp:: .ral1l

      t : a b J r a ~ ( ) do pro

    nunciamento. mas a

    e3pllh13

    áo aí i da ~ \ t t o r i a do próprio

    presidente.. que dedilholl uma m á q ~ o : . c;,é-:ll';;i riO

    :::;cri

    tório do

    Palácio da Alvorada. no sábado. O discurso com

    que Collor tenta

    jogar a cartada decisiva

    na

    defesa

    de seu mandato teve sugestões dos ministros Jorge

    Bornhausen e

    Ricardo Fiúza, do porta-voz

    Eleval

    do

    Dias.

    dos advogados José Guilbenne Vilela e

    Gilmar

    Mendes.

    e até do

    governador

    Antônio

    Carlos Magalhães, consultado por telefone.

    Pela

    primeira

    vez.

    o

    redator dos

    discursos

    presidenciais.

    embaixador

    Gélson Fonseca, fi-

    cou de fora. Ele chegou a elabOrar um esboço.

    abandonado na manhã

    de

    sábado

    porque

    o

    texto

    exigia

    muitas filigranas

    juridicas. Gélson

    irritou-se

    com

    a

    decisão

    e

    negou-se

    a participar da redação final. deixando

    de comparecer ao Alvorada. Depois

    de

    percalços técnicos..a

    gravação do pronunciamento foi

    concluída

    por volta das

    duas da madrugada

    de

    ontem,

    satisfazendo o

    presidente.

    A postura humilde de Collor,

    sem

    os arroubos habituais.

    fora

    defmiáa desde o começo da semana. A

    idéia

    era

    colocar o discurso no ar na

    noite

    de sábado, com um

    trecho

    ao

    vivo

    - a parte

    em

    que se defende das

    acusações

    da CPI.

    Como o

    texto

    começou a

    ser redigido

    por

    volta

    de 16h.

    em

    nome da perfeição adiou-se a veiculação para ontem e aban

    donou-se

    II proposta de

    um trecho

    ao vivo.

    O

    pronunciamento foi redigido aos

    poucos. Collor

    usou

    o

    escritório do Palácio

    do

    Alvorada e

    escrevia um trecho

    na

    máquina

    elétrica,

    submetendo-o

    depois

    a

    .Fiúza.

    Etevaldo.

    Gil·

    mar

    e

    Vilela..

    que

    na

    maiorparte

    do tempo esperavam do lado de

    fomo

    Depois de

    aprovada

    a

    redação,

    o teXto era digitado por

    um

    operador

    para um computador

    levado no

    fmal da

    tarde ao

    Alvorada. Acompanharam a redação. mas

    sem

    dar palpite.. I

    diretor-executivo do

    Ibope, Carlos

    Augusto Monrenegro. o se

    cretáriCH eral da Presidência

    Marcos

    Coimbra. seu st 2U1ldo.

    embaiudor

    Oto

    Maia. o chefe do Gabinete

    Militar. Ãgenor

    Carvalho.

    eopresidente

    do Banco do

    Brasil

    Lafaiere

    Coutinho.

    Minhas Senhoras, meus

    Senhores.

    Durante

    todo o

    período

    de traba

    lho

    da

    CPI

    me

    impus

    um

    silêncio

    do

    loroso

    sobre

    as matérias

    ali

    analisa

    das.

    Todos bem

    podem

    imaginar

    o meu

    sofrimento durante

    esta

    fase, suporta

    do graças

    à

    absoluta fé em Deus.

    Essa postura. é

    verdade.

    foi

    muitas

    vezes

    questionada por amigos,

    conse

    lheiros

    e

    auxiliares que

    imaginavam

    ~ r mais   e q ~ minha resposta

    imediata a cada uma

    das acusaçoes

    feitas.

    Permaneci

    inabalável na determi

    nação·de me

    manter isento,

    apesar

    das

    calúnias.

    difamaçõCs

    e

    injUStiças con

    tra

    mim

    cometidas.

    Persisti

    neste propósito

    para

    que·

    todos

    pudessem ter a

    certeza de que.

    em

    nenhum momento, tx>r força

    de

    intervençãc

    minha nas mvestigaçães

    em C11JSo.

    fossem

    .criados

    embaraços

    ou

    constrangimentos ao

    trabalho que

    se

    realizava na comissão e fora deIa.:

    Decidi-me hoje, momento que me

    pareceu adequado. vir à nação para

    de coração aberto, analisar o processo

    político

    e dar todas as

    explicações ne

    cessárias.

    . Responderei ao que creio. sincera

    mente.

    sejam profundas injustiças

    préjulgamentos e posturas nitidamen

    te eleitorais absolutamente ínadmissí-

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    29/38

    cessana

    a construção de alojamentos.

    Eu poderia ter di to que caberia ao

    governo

    arcar

    com as despesas de

    in

    fra-estrutura da residênCIa presiden

    cial. com pleno apoio na lei. Mas,

    pensei. se assim agisse seria um con

    tra-senso. Ora, se não optei pelo Palá

    cio da Alvorada ou pela Granja

    do

    Torto

    para

    nào onerar os cofres públi

    cos.

    nao

    deveria promover gastos pú

    blicos na propriedade. Mandei então

    construir a mmha própria custa aloja

    mento adequado

    para

    aqueles que me

    prestam serviço. Nesta construção,

    com a movimentação de terra e cami-

    nhões. uma parte dos .jardins da casa

    foi afetada. Tive também que recons

    truir as áreas danificadas. Meus ad

    versários na

    CPI

    usaram esse fato

    pa-

    ra tentar enganar a opinião púbhca.

    alegando que milhões de dólares te

    riam sido gastos naquela obra. Mas

    esses números acabaram desmentidos.

    forçosamente. diante da realidade dos

    fatos

    por

    aqueles mesmos que. irres

    ponsa\ ehnenle. tinham àenunciado.

    Infelizmente. os meios de comunica

    ção deram

    um

    espaço mui o maior às

    falsas denúncias do que à verdade. A

    minha casa é conhecida dos brasilei

    ros. Eu abro nos fins de semana. como

    é notório. quando recebo \isitantes.

    populares .e amigos. A casa e. j ~ r -

    dins sào tlpicos das boas resldenclas

    de Brasília.

    Todos sabem que aos domingos

    costumo fazer meus exercícios. Vou

    dirigindo o meu próprio carro até um

    bosque de eucaliptos. próximo

    da

    mi

    nha casa. Num desses domingos sofri

    um acidente. Bateram no meu carro.

    Vocês devem se lembrar deste fato que

    foi amplamente divulgado. Mandei

    consertar, mas o carro não voltou a

    ser o mesmo.

    Pe-I

    vendesse a Vera

    di. então. ao meu.   ncio e compras

    secretário

    que Sse. com o dinhei-

    vcis

    diante de episódios que

    podem

     

    ..

    )mprometer decisivamente o destino

    cc

    p.1is.

    Vamos aos f a ~ s em primeiro lu

     ia• é jn f Ciso deixar bem Claro que·

    ml: no no relatório   CPI existe

    :

     

    JimI3ção de que a operação finan

    ,·eií.i feita

    para

    custear as despesas de

    minha c:lmpanha teria sido ilegal. ine

    \islisse ou que tivesse afrontado qual

    quer

    norma

    regulamentadora. a des

    rr.;ltO de eventuais insinuações. Apesar

    éisso. tenta-se. por todos os melaS e

    DJdos. passar

    à

    população versões

    in·:eridicas. maledicentes e totalmente

    inconsistentes para confundir

    a

    opi

    nião pública e pôrem dúvida a condu

    la de seu presidente.

    Não satisfeitos com essa fracassada

    iit\·estida. partiram os meus opositores

    para questões menores:

    Bom.

    era deputado federal. por

    tanto antl. S de ser governador e presi

    dente da República. quando precisei

    me desfazer de parte do meu patrimô

    nio. Em Maceió. morava em imóvel

    composto por umacobcrtura e apar

    tamento imediatamente abaixo. Ad

    quiri na planta e. ainda durante a

    construção. mandei que se fizessem

    modificações para adaptá-lo às

    mi-

    nhas necessidades. Passados alguns

    anos resolvi vender

    a

    cobertura para.

    ficar apenas com o andar de haixo. No

    ato da venda. feita pelo senhor:   a ~ l o

    Cesar Farias;-ficou acertado que

    eu

    receberia o apartamento remanescente

    readaptado a nova situação. ficando

    por conta do corretor a admInistração

    da obra e o pagamento das ·despesas.

    Por sinal. a reforma foi demorada.

    demore i a receber o apartarr.ent()

    pronto de volta. Assim. como \15 se-

    nhores

    e

    as senhoras podem ver.

    um

    simples caso de venda e reforma de

    um apartamento vin;>u.

    nasmãqs

    parlamen ràieS da:  oposição, uma de

    núncia na CPI.

    O Presidente

    da

    República tem co

    mo residências oficiais o PaláCiO da

    Alvorada e

    fi

    Granja do Torto. Pode

    ria estar morando num desses endere

    ços. com todas-as despesas pagas. ca-

    mo é de direi to do presidente

    da

    República. Mas sempre preguei auste

    ridade no.Serviço Público e me pare.,.

    ceu mais conve

    niente continuar

    morando

    na

    casa

    da minha famí

    lia.

    arcando com

    as minhas despe

    sas.

    Quando to-

    i

    mei essa decisão .

    ; informaram-me

    .que

    não

    havia

    instalações ne

    cessárias para

    atender às nor

    mas de

    seguran-

    .ça

    na Casa

    da

    Dinda. Era ne-

    29

    ro

    da

    venda.

    um   Se

    na compra

    do

    Fiat

    de

    meno r outro

    carro usa-

    valor. mais

    s im-

    raro cheque com

    pies e mais bara-

     

    falsa identidade.

    to. Isto foi feito.. ~ ~ o   ~ e q ~

    fantasma. descobrirei. Detenmnei à

    Polícia Federal a abertura de in t uéri-

    to

    para

    apurar as responsabilidades

    deste e de todos os cheques chamados

    fantasmas. Existem no Brasil milhões

    de contas fantasmas

    em

    dezenas de

    bancos. como se descobriu no bojo

    das investigações. Determinei ao Ban·

    co Central que tomasse providências

    imediatas para acabar

    c,?m

    esta frau

    de. Quero que os correntistas que

    usa-

    ram

    falsa identidade e os bancos que

    acolheram essas

    contas sejam rigoro

    samente punidos. Só assun. comba-

    tendo na sua origem. acabaremos

    com

    esse crime.

    Hoje. qualquer

    um

    pode

    ser vítima desta irregularidade porque

    não é possível a todos nós conhecer a

    natureza espúria de um cheque.

    Asse-

    guro

    à

    naçao que tudo farei pard que

    nenhum dos e\ entuais culpados fique

    impune. e aqueles que tiverem burlado

    o

    fisco

    podem   ~ t a r certos que terào

    de repor tudo. de acordo com as pena·

    Iidades exigidas na forma

    da

     d

    Sobre a questão que minha secretá

    ria

    teria tido acesso a informações

    antecipadas sobre o bloqueio dos cru

    zados no\ os. gostaria

    de

    puxar pela

    memória dos senhores e das senhoras.

    Logo depois

    do

    plano econômico um

    senador da oposição denunciou pes

    soas que teriam

    se

    beneficiado com

    infor:nações

    aníecipadas

     

    Naq

     leia

    época determinei de imediato que o

    Banco Central fornecesse todas as in

    formações desejadas pelo parlainep.

    tar. Os senhores e as senhoras devem

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    30/38

    30

    se

    lembrar das

    imal ens,

    fartamentt:

    veiculadas

    pela

    imprensa, pela

    televi

    são. das montanhas de extratos ban

    cários entregues ao

    senador. Pois

    é. a

    conclusão

    foi

    de

    que

    aquelas denún

    cias

    eram infundadas.

    Até mesmo

    pes-

    soas

    distanciadas do

    governo

    reconhe

    ceram

    que

    nunca

    na

    vida desse

    país

    um plano econômico foi decretado

    sem vazamentos de informação. Sem

    que ninguém. ninguém mesmo, tivesse

    sido

    privilegiado

    com

    informações.

    No

    caso

    específico da minha

    secretá

    .

    ria,

    alegaram

    que ela

    sacou.

    dinheiro

    no dia 13 de

    março. na

    antevespera do

    bloqueio dos

    cruzados

    novos. Isto é

    uma mentira. Aconteceu exatamente o

    contrário.

    Ela

    depositou dinheiro na

    sua

    conta

    naquele dia. Ela

    teve sua

    conta

    bloqueada.

    A

    denúncia foi

    feita

    de

    má-fé,

    com objetivos espúrios. A

    imprensa

    recebeu

    os

    extratos

    da conta

    e

    um

    atestado

    do Banco Central

    pro

    vando, de maneira inequívoca, que

    não

    houve

    o

    saque alegado. Esta

    foi mais

    uma

    calúnia

    pregada

    pelos

    meus oposi

    tores. iguais a dezenas de outras

    disse

    mínadaS

    do

    teatro político que

    se

    criou

    em tomo da CPl. Enfim. senhoras e

    senhores. minha secretária teve sua con

    ta bloqueada. não apenas em um banco,

    mas em três outros também, como

    aconteceu com

    milhões de

    habitantes.

    Estas

    foram as acusações. Aí estão

    as

    respostas.

    Além

    destas,

    responderei

    de

    forma

    c a b a ~

    definitiva

    e absoluta

    a

    tantas quantas sejam assacadas.

    Minhas

    senhoras emeus senhores, :,

    Sempre trabalheí pela

    verdade

    e

    pe

    la transparência. Tanto que as investi

      ações feitas só foram possíveis por

    que. logo no inicio de meu governo,

    tomei

    uma série de medidas, todas

    profundamente moralizadoras:

    •\c;;:lbei com os títulos ao portador e

      i m ; ~ e l drasticamente o cheque ao

    por

    tador. Foi isto o que possibilitou o

      a s t r e a ~ i l ~ n t o

    dos cheques.

    identifican

    do.

    arravés, do endosso, os beneficiá

    nos.

    S.::m :;stas

    medidas.

    tomadas. como

    d i s : : ~ . no início de meu governo, ou

    seÍ:l. muito ames da

    CPI,

    ela

    não

    teria

    ChCg2do aonde

    chegou.   •

    Sem estas medidas e de mumeras

    eutras

    por

    mim

    adotadas para comba

    ter as

    fraudes. evitar

    desvios

    e coibir a

    sonel ação,' não teriamos,

    como

    hoje

    temoS.

    formas seguras

    de apurar res

    ponsabilidades epunirculpados.

     

    Diante disto.

    cabe

    a pergunta: Po-

    deria o pfesidente. que propôs a mais

    rigorosa legislação contra atos de

    corrupção. transigir 'Ou, mesmo de

    longe. ser

    conivente com o

    que se lhe

    deseja

    imputar?,

    Nunca

    é

    de :

    do

    presidente,

    mais lembrar conhecido do

    também que há 2 presidente, ou

    anos

    atras,

    com 'amigo do p r e s i ~

    todas as letras

      ·

    dente

    não

    dava

    com toda.ênfase. direito

    a

    essas

    -declarei que

    o fa pessoas de' agir

    to

    de ser

    parente:

    em seu nome.·

    T

    O

    sistema presidenclalista; como é

    o

    n o s s o ~ concentra imensas

    e difICeis

    decisões .na

    pessoa

    do presidente da

    República.

    Cada ação,

    cada

    decisão, afeta inte

    resse.,

    vontades

    e

    ambições.

    Essa

    soma

    de

    responsabilidades

    im

    pede naturalmente o chefe do ,governo

    de tratar das questões do seu cotidia-

    no

    familiar.  

    Relembro

    as medidas

    que

    adotei,

    para reafIrIIUu o meu

    compromisso e

    do

    meu

    governo

    com a lisura e a

    moralidade na

    administração

    pública.

    FIZ e

    oontinuarei fazendo tudo

    para

    acertar. Mas

    nem sempre se

    acerta

    em

    tudo.

    E

    é

    clarO,

    cometi erros.

    Afinal,

    quem

    não os comete?

    Errei por

    não ter imagjnado

    o e f ~ t o

    das tentações

    que

    movem

    os

    aproveita

    dores.

    Errei por confIar

     

    em

    ~

    que

    mostraram

    postenormente nao se

    rem merecedoras

    desta

    confiança.

    Mas

    o

    que posso

    lhes afmnar

    é

    que

    minha

    consciência. em

    nenhum

    momen

    to.

    aponta

    dolo

    ou

    má-fé

    nos erros que

    cometi.

    Resta então a grande pergunta:

    Quais

    os componentes que se conjuga

    ram

    para tentar

    envolver, de

    fotma tão

    obstinada.

    o

    presidente

    da:

    República

    nesteS l a m e n t á ~ e i s episódios? .

    A

    resposta

    e: os mteresses contrana

    dOS,

    as

    ambições

    frustradas

    e a

    percep

    ção

    pelos setores do

    atraso de

    que

    o

    programa modernizador de

    meu gover

    no, aprovado nas urnas,

    :yai dar ceno

    Apesar

    dos exaustivos esclarecimen

    tos

    prestados

    pelos,

    meus aliados em

    todas as

    ,fases da CP .

    dmionstrando

    não haver qualquer

    paÍticipação:

    .coni

    vência

    tolerância

    ou r e s p o n s a b i l i ~ e

    de minha parte e

    apesar da

    conhecrda

    determinação

    com qüe

    me dispus

    e dis

    ponho a enfrentar quaisquer

    acusações.

    anuncia-se agora que qeve   proposto.

    pelos meus adversários. o

    impedimento

    do

    Qresidente da República.

    E,

    pasmem Falam até em mudar

    consagrados procedimentos regimen

    tais.

    ou

    seja.

    mudar

    as

    regnlS

    do jogo.

    circulam. com este objetivo. listas de

    assinaturas. de parlamenra..--es onde al

    guns. até desamadamente. concorrem

    p ~ ~ r a meàidas casuísticas que violenta

    r i ~ m principios

    fundamentais de direito.

    E

      u

    l objetivo real

    dos meus ad

    \ e L ~ ; i f s ?

    F ; ~ , temam. em

    10 dias.

    cassar

    o

    li'j.1' ';'itv do presidente da República.

    lemuil:ado

    pelo

    voto popular.

    1ntarn. em

     

    Odias. cassar

    omanda

     to :

    ',residente da

    República.

    quando

     ias

    ainda não foram suficientes

    ..

    lI ;i

    eles

    permitissem

    aprovar

    a

    lei

    ,:,: modernização dos portos.

    i · e n t ~ u n em 10

    dias.

    cassar omanda

     

    30 prcsider.te da

    República.

    quando

     : \7

    úias niio bastaram

    para que

    eleS

    _ ~ o i v C s c m votar o projetJ de proprie

    ,;J,ie ináustri:J1.

    Tentam.

    em 10

    dias. cassar o manda

    to

    do presidente da Repúl1lka. quando

    306 dias não lorJm suticiemes

    para

    que

    eb

    votassem

    a kí

    que regulamenta

    a

    ·\dn1Cacia GerJI da Cniào.

    Tent:.lm. em

    I   dias. ~ : I s : ; a r o manda- .

    t0 .10 rrL Sldeme

    da

    República. Lju:mdo

    :l

    Jias

    j; l

    fl;.Issaram

    :-Çm

    Lj

    uc

    des

    tivessem

    Possibilitado a apreci;.:çào í O n ~

    clusiva de tão relevantes

    matérias

    para ('I

    futuro do país. no seu conjunto conhe·

    cidas

    como Ernendão.

     

    Não

    posso crer. não q u ~ r o

    crer.

    qUe

    tenham

    ~ u e í o

    tudo e desejem res.'

    suscitar j u l ~ m e ~ 1 9 s ~ u m a ~ o s ,

    processos

    mqulSltonms e os tnbunals.

    de exceção

    .

    É

    e n g a n ~ imagmar.

    que

    tenho d e s ~

    ,medido apego ao poder.

    Este sentimento tem aqueles que

    demonstram querer atropelar

    o pro-

    cesso

    democratico

    e

    a

    consolidaçJ.o

    das instituições.

    Tenho.

    sim, sonhos,

    ideais e

    pro

    gramas

    para o

    nosso

    país e a estes me

    apego com a mais legItima e prcr:undü

    determinação.

    Desejo

    legar ao sucessor

    uma

    sociedade moderna, Justa e plural. b,

    seada na

    livre

    iniciatIva

    e na igualdade

    de oportunidades.

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    31/38

    Enganam-se aqueles que pensam

    que vão

    cassar o mandato

    do

    presi

    dente da República Confio nos

    meus aliados, porque conheço a

    for

    mação moral e pública daqueles que

    estão ao

    meu

    lado. Sei que não se

    deixarão intimidar pelas manifesta

    ções o r ~ a n i z a d a s pelos

    que,

    pensan

    do

    servIr, desservem ao

    país.

     s

    homens de Ganharemos

    bom senso que·

    no

    voto.

    analisarem os

    fatos

    com isen-

    ção

    de

    paL, àes

    e

    qs

    brasjleiros.

    os verdadeiros verao que seus

    patriotas esta representantes

    rão ao meu

    la-

    resis

    tir

    ão às

    do.

    pressões

    e deci-

    dirãó exclusivamente com suas cons

    ciências.

    31

    darei como

    encerrado a minha

    missão, só dareí como cumprido o

    meu

    programa

    de

    governo, após san

    cionar

    estes

    projetos que permitirão

    legar às gerações futuras um país es

    truturalmente diferente daquele que

    recebi, e capaz de s inserir entre

    as

    nações modernas

    do

    mundo.

    A

    nossa

    geração política já

    pagou

    preço

    excessivamente

    alto pela

    re

    núncià

    de 196 I.

     

    Por isso

    tudo e pela

    minha fé em

    u ·

    Brasil justo e moderno, peço a

    Deus

    que me dê

    saúde,

    força, que

    me

    conceda

    a paciência;·a humildade

    e

    perseverança para

    vencer

    esta traves

    sia e dela tirar lições que nos ajudem

    a

    construir o Brasil dos

    nossos so

    nhos.

    Boa

    noite .

      3 5 8 ~

    ff

    fI I' :\

    r

    n..t n ~

    P1 .  

    iH

    lAr ~ : I l1oo?

    .. i-l

      H f., A I H . ~

    Ây

    ~ qU \. J ~ ~ l I d r U .

    u

      \;0(.; IJ/ U140VII

    Brasl1ia DF).

    30 de junho de 1992

    Ilma.Sra.

     N MARIA

    ACIOLY GOM S

    DE

    MELO

    Brasilia DF)

    Prezada

    Senhora.

     m

    atenção

    a

    seu pédido

    de hoje,

    cum

    pre-nos

    informar-lhe

    que:

     a ) as intensas

    pesquisas

    até .agora promovIdas em nossos re

      is tros

    não

    a p o n t a r a ~ qualquer

    depósito

    em sua

    cOnta-cor-

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    32/38

    3

    rente n

     

    01.0047778, que t ivesse

    sido r ea liz ado

    pel·o Sr.

    Paulo César Cavalcan te Farias ou pelas

    empresas

      t e

    EP

    Brasil

     b

    estamos

    dando

    continuidade

    aos

    levantamentos,

    de

    acordo

    com a

    sua solicitaQà

    o

      com o objetivo de p r e ~ t a r l h e

    in -

    formações def ini t ivas a respeito, no menor prazo

    vela

     

    J 4 c.rlCl. allla

      tedt O ~ t a ç t o

    lU. ,

    pOSS1-

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    33/38

    33

      .

    .

    .

    Brn8ílla-D?.:;OlO·

    ~ 5 0 < 4

    i

    ANA

    ~ l U A J . 1 A ACIOn· GOW...s D:1

     

    ~

    , SUIS QI 09 -

    Conj. J.

    7 - Casa 12

    r Brasília-TIF

    AaJ ..ty li,t

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    248-7846

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    197.293

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  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    34/38

     

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    I , I

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    35/38

    A I M ~ R E N S BRASILEIRA:

    Desde o último

    f inal

    de semana ~ Nação

    tem

    sido

    surpreendida

    e s o b r e s s a l t a d a ~  om nottcias

    no mínimo

    fan

    tasiosas

    sobre

    a

    conta corrente

    da

    Sra.

    Ana

    Aciol i

    Se

    cretár iaExecut iva

    e pessoal

    de muitos anos do

    Excelen

    t issimo

    Senhor

    Presidente

    da

     República.

    Devo esclarecer   questão na parte a mim

    concer

    nente.

    anos enquanto Advogado

    colaborador e

    assessor

    do

    atual

    Presidente

    da

    República

    Doutor Fernando Affonso

    Collor

    de Mello venho

    opinando sobre

    suas aplicacões f i

    nanceiras

    por

    vezes executando as

    e até

    gerindo as oca

    si0nalmente merecedor que fui da

    confiança de Sua

    Exce-

    lência durante o tempo

     m

    que estivemos juntos. Enquanto

    gerenciava ta is recursos

    f i lo

    ao meu alvedr io. Durante

    esse

    tempo

    om

    os

    r es ulta do s f in an ce ir os o rig in ad os

    de

    t a i s

    recursos supri

    a

    conta corren te bancária

    de Dona

    Ana

    Acioli objetivando.a realização

    de despesas de

    ca rá t e r

    pessoa l do

    Excelent iss imo Senhor Presidente da

    República.

    Quando necessár io e

    no

    f ~ r o

    apropr iado

    a p r e s e ~

    t a re i

    a

    documentacão s o l i c i t a d ~

    1992

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    36/38

    36

    Sa1, há pouco, d ~ urna gravidez e da um p ~ r t o

    de

    al to

    ~ i s c o .

    Graças

    a Deus

    e aOG

    médicos

    que

    nos assir . tirnm,

    meu

    f i l ho r e ~ 6 m - n a ~ ç 1 d o es tá

    passando

    bem de saQdo a eu

    c o n v ~ 1 . e s c c n d o ,

    ~ i n d a

    sob

    sérios

    r iscos

    a

    cuiáo.dos

    mé.dicos.

    Hoje, a16m

    dos problomas

    de

    saQde,

    ainda

    sou

    vi t ima

    d t i ~ rc.pcrcUSl3ô(,'.3

    de

    U 1 t \ ~ publicação recen te

    contendo

    t o rpes aCUSdções é vilanias t t a ~ i d a s à luz

    pbr uma

    pessoa

    a

    q u e ~

    scmp:l;t l

    a jude i   d e ~ ü e que   conheçi,

    a

    em

    qu m

    sempro

      doposite

    minha

    conf ianço:

    o Sr. ~ r n n c l s c o

    Erlbar to pre i re F r ~ n ç a . Para

    êt:-.to

    : 'enhor, corwegu i.

    e r n ~ r l ~ g o , gt

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    37/38

    Luiza.

    _ _ lr _

    . . . .

    •   Q r

    37

    3.

    A.fim d ~ oxercer minhae

    funções, e s p o c i f i C D ~ e n t c

    a

    2:enl

    i ZL:Lç30

    da d e : ~ p c ~ l S

    p o z ~ o a . i l : : do E . x c a l o n t . l . s ~ i ~ o SC:II ll:):r

    Presidente

    da ~ e p ú b l i c a , fazia, sempra q u ~ neeessârio, ~

    l v a n t ~ m e n t o

    dao

    n e c e o ~ i d a d a s do

    mesmo

     

    sol ic i tava

    os

    r o c u r 5 0 ~ ,

    apenas,

    tão somente

    e excluaivamento,

    ~ o

    Or. C lâudio

    Vieira ,

    então

    s e c r ~ t ~ r . i o Part icular

    do

    P r e ~ i d a n t e ; o, por tun to ,

    a

    p ~ s s o ~

    que,

    como

    ~ e r i a . n a ~ u r a l ,

    ger ia

    as

    f inanças

    do

    Oro

    Fernando c o l l o ~

    do

    MelloJ

    4. A cada

    um

    de ~ e u s

    pedidos,

    como acima exponto, o

    Oro

    cláudio Vieira provic1enciava o neceasArio supril:lento dos

    tundos, todos

    segundo sei , o r i u n d o ~

    aos

    recursos pessoais

    do

    Exoelent1ssimo Senhor Presidente e

    que estavam sob

    o

    gerenciamento

    do

    réferido

    Dr.

    Clâudio Vieira;

    54 Dentre as despesas péssoais do

    Excelent1ssimo

    Senhor

    P r a s i d ê n t e ~

    por m i m ~ e a l i z ª d a s t posso l i s t a r ~

    .

    Sa.

    dep6sitos

    peri6dicos

    na.

    conta-corrente

    da

    p r i ~ e ~ r a Dama para seus gastos pessoais;

    5b. t r a n S f ê r ~ n c i ~

    para

    a Sra .

    Leda Collor

    de

    Mello

    referentas a p a 9 a m e n ~ o s de

    aluguel;

    Se. t ransforênoias para Sra.

    Lil ibeth

    Monteiro

    de Carvalho,

    referentes a  pensão de caráter alimentlcio dos

    filhos do Senhor

    Presidente;

    5d. t ~ a n s f e r ê n c i a 5

    para

    ,a Senhora Ana

    Col

    lo r

    de. M ê l l o

    ;a

    t i ~ U l A,p ..  ; A:5ll Jo I   ~ ~

    ,.+-

     

    _IIt

    .... _ . . . . . .  

    ;   .......   - ~ ~ - - -   llo ••  -I •• v 1 .w,ç , .

     

    Dr. Fernando

    Collor

    óe Mello,

    tempos,

    v e ~

    lhe

    enviando;

      e pagamento das despesas

    dos

    serviços

    a de

    manutenç Q da

    residência

    d o ~ r e s i d a n t e ;

    questão.

    Nada

    ~ a i s ,

    np

    momento, tenho a declarar q ~ a n t o a

    slo

    paulo,

    30

    de junho de

    1992.

  • 8/18/2019 Inicial Impeachment de Collor

    38/38

    38

    DESP HO D

    PRESIDÊN I

    Observado

    o art igo 218

    do Regimento Interno

    ident if ico  starem

    sat i s fe i tos   5

    requisi tos formais.

    05 Denunciantes comprovam

    as

    condições que os le

    gitimam

    para o ato.

     s

    firmas e stão reconhe cid as. Juntaram -se documen

    tos

    e

    arrolaram-se

    testemunhas

    em

    obediência ao   ín o

    legal .

    Os

    fatos

    descri tos

    atendem em

    tese

    5 requisi tos

    de t ip i f icação

    tendo

    sIdo apontadas as hipóteses legais .

    Há portanto condições de t ramitação.

    B ras

     

    I   a 1

    º

    de

    setembro

    de 1992.

    I SEN PINHEIRO

    Presidente