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RECUPERAR • Março / Abril 200412
Inibidores são substâncias que, uma vez adi-cionadas no ambiente que envolve o aço,diminuem a velocidade com que este metal écorroído. Sua adição, em pequenas quanti-dades, particularmente em tanques metáli-cos industriais, é quase uma rotina. Assim,tanques contendo ácidos, águas de resfria-
ANÁLISE
Marcelo Schultz
Estas substâncias são utilizadas na área industrial, no interior de tanques,torres de resfriamento etc, e fazem parte do arsenal vitorioso de combateà corrosão.
mento, vapor e todos aqueles ambientes ex-tremamente corrosivos, devem receber umacolherzinha freqüente de inibidor para de-sarmar/neutralisar o campo minado da cor-rosão do aço. Na indústria do petróleo e quí-mica, o aço é geralmente uniformementecorroído, geralmente dentro de tanques que
armazenam líquidos ácidos, muito alcalinosou neutros. A introdução de inibidores dacorrosão nos líquidos armazenados promo-ve uma atuação plena sobre a superfície doaço, seja nas regiões catódicas ou anódicas,com eficiência de 95 a 99%, utilizando-se con-centrações da ordem e 10–3 a 10–2 mol/litro.
Inibidores de corrosãoInibidores de corrosãoFigura 1 - É comum a introdução
de inibidores da corrosão emsubstâncias químicas acumuladas
em tanques, inclusive óleos ecombustíveis.
Figura 2 - A preservação das estruturas de aço internas, que compôem tanques ereservatórios, é feita com inibidores adicionados ao material estocado.
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INIBIDORES INDUSTRIAISTele-atendimento
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Esquema de trabalho
Como atuam estas substâncias? É compli-cado, pois podem atuar de uma maneiraespecífica ou através de vários mecanis-mos ao mesmo tempo. Literalmente, pode-mos classificá-los em lixeiras e guardas. Éisso mesmo. O quadro ao lado dá uma idéiado seu esquema de atuação.
Os inibidores da interfaceaço-material
Estes inibidores, que formam barreira ou filmesobre a superfície do aço (interface aço-ma-terial), existem na forma líquida e vapor.
Os inibidores de fase líqüida (IFL)
Estes inibidores líquidos são tendencio-sos. Uns desenvolvem reações eletroquí-micas anódicas, outros catódicas e outrotipo promove reações eletroquímicas mix-tas. Os inibidores anódicos são usadosquando o meio tem pH quase neutro, ge-ralmente provocando a deposição de pro-dutos da corrosão sobre as superfíciesanódicas do aço. Desta forma, desembes-tam a bloquear as regiões anódicas, esta-belecendo, na marra, um estado de passi-vação que inibe a formação de uma corro-são mais séria. Sua atuação está caracteri-zada pela figura 5.Os inibidores catódicos atuam, como erade se esperar, nas áreas catódicas que ali-
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Figura 3 - Classificação dos inibidores.
a) adsorção de inibidores car-regados negativamente na su-perfície do aço, carregada po-sitivamente.
b) inibidor carregado positiva-mente não interage com a su-perfície do aço carregada po-sitivamente.
c) adsorção simultânea de ini-bidores carregados positiva-mente e de íons carregadosnegativamente sobre a super-fície positiva do aço.
Figura 4 - Atuação dos inibidores mixtos adicionados às soluções no interior de tanques, paraproteger a superfície do aço.
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mentam a corrosão. Quer dizer, tanto po-dem diminuir a velocidade da reação de
redução como, literalmente, precipitarem-se sobre esta região e bloquearem reações.
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Na figura abaixo, visualiza-se, graficamente, a interferência da ação da concentração doinibidor anódico sobre a corrente de corrosão. Repare que a curva catódica (amarela) sofre umgiro da esquerda para a direita. A curva anódica (azul) não se altera.
Curva típica de corrosãodo aço onde visualiza-seque o encontro das curvas(A) está situado sobre otrecho crítico de dissolu-ção ativa da curvaanódica, evidenciando umestado crescente decorrosão do aço. Não hápresença de inibidores.
Nesta situação, identifica-se o ponto (B) deinterseção das duascurvas, significando queintroduziu-se umadeterminada concentra-ção de inibidores aindanão suficientes parainterromper totalmente acorrosão.
Aumentado-se a concen-tração do inibidoranódico, fica caracteriza-do, através do ponto (C),do encontro das duascurvas, a rápida transiçãodo aço para o estado detotalmente passivo ousem corrosão.
Figura 5 - Os inibidores anódicos com ação.
Figura 6 - Os inibidores catódicos em ação.
Nesta situação, com a interferência da ação dos inibidores catódicos também não há um afeta-mento da curva anódica do aço. Repare que a curva catódica sofre um giro da direita para aesquerda.
O encontro das duas curvasem A identifica um estadocrescente da corrosão.
Repare que a introdução de uma determinada con-centração de inibidor catódico afetou a situação an-teriormente existente. O estado de corrosão, eviden-ciado pelo ponto A, sofreu um retrocesso, ou seja, avelocidade da corrosão diminuiu, quase zerando.
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Dentre os inibidores catódicos estão bioci-das específicos para atuarem onde há a te-mida corrosão induzida por microorganis-mos ou bactérias (CIM), freqüente em refi-narias, em estações de tratamento de águase esgotos e na indústria do papel. Um dosfatores principais, a bactéria redutora de
sulfatos (BRs), converte a água em uma so-lução extremamente corrosiva, devido a con-versão de sulfatos em sulfetos. Biocidas sãosubstâncias que, adicionadas ao sistema,promovem a morte ou o controle dos micro-organismos. O primeiro passo é saber qualou quais bactérias estão lá dentro.Os inibidores mixtos, contudo, respondempor 80% dos inibidores empregados indus-trialmente. Sua atuação tem um leque de trêsopções. Podem atuar fisicamente, impondouma adsorção superficial, quimicamenteobrigando uma quimisorção, e, finalmente,tapando a superfície com a formação de fil-mes ou barreiras.
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Em tanques de óleos também há a ação dos inibidores.
Tanques e tubulações protegidos por fora. Pordentro, é fundamental a ação do inibidor.
BIOCORROSÃOTele-atendimento
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GLOSSÁRIO
Adsorção física ou eletrostática – é o resul-tado da atuação eletrostática entre o inibidor e asuperfície do aço. É facilmente removida.Quimisorção – lenta adsorção química, quaseirreversível, em função da temperatura do siste-ma, ocorrendo uma divisão ou transferência decargas entre as moléculas do inibidor e a superfíciedo aço. Os inibidores que atuam por adsorção quí-mica são os mais eficientes.
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Água salgada não gosta deestaca de concreto armado-
protendido.Não force a barra.
Ponha uma jaqueta nela.Tudo muda
Estacas e JAQUETA G.Feitos um para o outro.
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Os inibidores de fase vapor (IFV)
São utilizados em tanques industriais fe-chados. Lança-se o produto por spray ouna forma de sachê no espaço entre o níveldo líquido e a tampa do tanque. Uma vezdisperso naquele ambiente confinado, atuasobre as paredes e o teto do tanque, inibin-do a corrosão, devido ao estabelecimentode uma pressão de vapor que neutraliza aumidade interna, adsorve e forma filme.
A ação dos inibidores no interior de tanques sóé efetiva através do controle de sua concentra-ção e atividade.
O SME-CII Plus éindicado paramedições de
espessura em basesferrosas e não
ferrosas, de modonão destrutivo.
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A atuação dos inibidores
Já se percebeu que o sacode que os inibido-res promovem, uma vez lançados num siste-ma de modo a prevenir a corrosão, tambémtêm efeitos negativos. Claro, se vamos adi-cionar um material, seja líquido ou vapor, numtanque metálico, poderemos ter efeitos ad-versos no material estocado. O manuseiodeste tipo de produto requer cuidados, poisna maioria das vezes trata-se de substâncias
REFERÊNCIAS
• Marcelo Shultz é engenheiro elétrico, es-pecialista em corrosão.
• O. L. Riggs. Corrosion Inhibitors.• A. Fignani, G. Trabanelli, F. Zurchi.
Procedings of 5th. European Sympsium ofCorrosion Inhibitors.
• V. S. Sastri, Corrosion Inhibitors: Principlesand applications.
• Uhlig’s Corrosion Handbook, R. WinstonRevie.
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Para ter maisinformações sobreCorrosão.
iônicas. Um exemplo são os cromatos, re-centemente proibidos em todo o mundo. Aeficiência dos inibidores (P) pode ser checa-da através de uma fórmula muito simples.
P = (V0 – V/V0) x 100
V0 é a velocidade da corrosão sem inibido-res. V é a velocidade da corrosão com aintrodução de inibidor.
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