20
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014 1 INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE - BRASIL Avenida Independencia, nº 350, Edifício Primus Center, salas 141 e 142 - Fone/Fax: (19) 3433-3254 - CEP13419-160 - Piracicaba-SP, Brasil Website: http://brasil.ipni.net - E-mail: [email protected] - Twitter: @IPNIBrasil - Facebook: https://www.facebook.com/IPNIBrasil Desenvolver e promover informações científicas sobre o manejo responsável dos nutrientes das plantas para o benefício da família humana MISSÃO 1 Engenheiro Agrônomo, Ph.D., diretor do IPNI, região Sudeste dos Estados Unidos, Owens Cross Roads, AL; email: [email protected] Abreviações: apps = aplicativos móveis; AP = agricultura de precisão; EUA = Estados Unidos; GPS = sistema de posicionamento global; IFPRI = Inter- national Food Policy Research Institute; MIFS = manejo interado da fertilidade do solo; VANTs = veículos aéreos não tripulados. INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE PRECISÃO: APOIO À SEGURANÇA ALIMENTAR MUNDIAL Steve Phillips 1 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS N o 146 JUNHO/2014 ISSN 2311-5904 C om as projeções de crescimento demográfico atuais, indicando que a população mundial deverá ultra- passar 9 bilhões até 2050, os desafios da segurança alimentar estão na vanguarda de todas as discussões sobre produção agrícola. De acordo com as estimativas, a produção de alimentos terá que aumentar 50% a 70% para atender à demanda global. A indústria de fertilizantes deverá ser a líder mundial na resposta a este desafio, visto que, atualmente, os fertilizantes são responsáveis por 50% da produção de alimentos e este compromisso provavel- mente será maior no futuro. Uma das principais formas pelas quais a indústria de fertilizantes está mudando o panorama do manejo de nutrientes é através do manejo de nutrientes 4C. O manejo de nutrientes 4C é baseado nas práticas funda- mentais da aplicação da fonte certa de nutrientes, na dose certa, na época certa e no local certo. Essas práticas são realizadas no con- texto de um sistema de cultivo específico e focadas no atendimento aos objetivos do desempenho econômico, ambiental e social de um sistema agrícola sustentável. O que diferencia o manejo 4C de outros métodos de manejo de nutrientes é que os 4Cs estão inter- ligados e qualquer decisão tomada em relação a um deles (fonte, dose, época, local) afeta e é afetado pelos demais. Assim, nenhum dos quatro aspectos pode estar correto quando algum deles estiver errado. O que é certo, no entanto, depende de vários fatores espe- cíficos do local, incluindo as características de solo, clima, sistema de cultivo, disponibilidade de recursos, entre outros. Considerando a abordagem holística do manejo de nutrientes 4C, combinada à complexidade de sua especificidade, o sucesso pode ser melhor alcançado com o uso de ferramentas, tecnologias e estratégias de manejo da informação encontradas na agricultura de precisão (AP). A conexão entre o manejo integrado da fertilidade do solo (MIFS) e a AP também foi confirmada em um estudo recente realizado pelo International Food Policy Research Institute (IFPRI), o qual afirma que a combinação de tecnologias agrícolas pode aumentar o rendimento global das lavouras em até 67%. Nesse estudo, o MIFS e a AP, bem como o plantio direto, a melhoria da proteção das culturas e a irrigação, são citados como as áreas-chave para a priorização dos investimentos. O ponto principal do relatório revela que as práticas isoladas são insuficientes para garantir a segurança alimentar, mas o conjunto de tecnologias é que promove os benefícios reais. A tendência histórica da produtividade do milho nos Estados Unidos (EUA) é um exemplo de como o conjunto de tecnologias pode levar ao aumento de rendimento sustentado. De 1965 a 2013, a pro- dutividade do milho nos EUA tem aumentado, em média, 1,8 bu/A ao ano. No entanto, subjacente a esta tendência está o fluxo de inovações tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias de precisão. A questão é: qual será a próxima prática inovadora, não apenas para o milho nos EUA, mas para a produção de alimentos em todo PRÊMIO IPNI BRASIL EM NUTRIÇÃO DE PLANTAS Detalhes na página 9

INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014 1

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE - BRASILAvenida Independencia, nº 350, Edifício Primus Center, salas 141 e 142 - Fone/Fax: (19) 3433-3254 - CEP13419-160 - Piracicaba-SP, Brasil

Website: http://brasil.ipni.net - E-mail: [email protected] - Twitter: @IPNIBrasil - Facebook: https://www.facebook.com/IPNIBrasil

Desenvolver e promover informações científicas sobre o manejo responsável dos nutrientes das plantas para o benefício da família humana

MISSÃO

1 Engenheiro Agrônomo, Ph.D., diretor do IPNI, região Sudeste dos Estados Unidos, Owens Cross Roads, AL; email: [email protected]

Abreviações: apps = aplicativos móveis; AP = agricultura de precisão; EUA = Estados Unidos; GPS = sistema de posicionamento global; IFPRI = Inter-national Food Policy Research Institute; MIFS = manejo interado da fertilidade do solo; VANTs = veículos aéreos não tripulados.

INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES EAGRICULTURA DE PRECISÃO:

APOIO À SEGURANÇA ALIMENTAR MUNDIAL

Steve Phillips1

INFORMAÇÕESAGRONÔMICAS

No 146 JUNHO/2014

ISSN 2311-5904

Com as projeções de crescimento demográfico atuais, indicando que a população mundial deverá ultra-passar 9 bilhões até 2050, os desafios da segurança

alimentar estão na vanguarda de todas as discussões sobre produção agrícola. De acordo com as estimativas, a produção de alimentos terá que aumentar 50% a 70% para atender à demanda global. A indústria de fertilizantes deverá ser a líder mundial na resposta a este desafio, visto que, atualmente, os fertilizantes são responsáveis por 50% da produção de alimentos e este compromisso provavel-mente será maior no futuro. Uma das principais formas pelas quais a indústria de fertilizantes está mudando o panorama do manejo de nutrientes é através do manejo de nutrientes 4C.

O manejo de nutrientes 4C é baseado nas práticas funda-mentais da aplicação da fonte certa de nutrientes, na dose certa, na época certa e no local certo. Essas práticas são realizadas no con-texto de um sistema de cultivo específico e focadas no atendimento aos objetivos do desempenho econômico, ambiental e social de um sistema agrícola sustentável. O que diferencia o manejo 4C de outros métodos de manejo de nutrientes é que os 4Cs estão inter-ligados e qualquer decisão tomada em relação a um deles (fonte, dose, época, local) afeta e é afetado pelos demais. Assim, nenhum dos quatro aspectos pode estar correto quando algum deles estiver errado. O que é certo, no entanto, depende de vários fatores espe-cíficos do local, incluindo as características de solo, clima, sistema

de cultivo, disponibilidade de recursos, entre outros. Considerando a abordagem holística do manejo de nutrientes 4C, combinada à complexidade de sua especificidade, o sucesso pode ser melhor alcançado com o uso de ferramentas, tecnologias e estratégias de manejo da informação encontradas na agricultura de precisão (AP).

A conexão entre o manejo integrado da fertilidade do solo (MIFS) e a AP também foi confirmada em um estudo recente realizado pelo International Food Policy Research Institute (IFPRI), o qual afirma que a combinação de tecnologias agrícolas pode aumentar o rendimento global das lavouras em até 67%. Nesse estudo, o MIFS e a AP, bem como o plantio direto, a melhoria da proteção das culturas e a irrigação, são citados como as áreas-chave para a priorização dos investimentos. O ponto principal do relatório revela que as práticas isoladas são insuficientes para garantir a segurança alimentar, mas o conjunto de tecnologias é que promove os benefícios reais.

A tendência histórica da produtividade do milho nos Estados Unidos (EUA) é um exemplo de como o conjunto de tecnologias pode levar ao aumento de rendimento sustentado. De 1965 a 2013, a pro-dutividade do milho nos EUA tem aumentado, em média, 1,8 bu/A ao ano. No entanto, subjacente a esta tendência está o fluxo de inovações tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias de precisão. A questão é: qual será a próxima prática inovadora, não apenas para o milho nos EUA, mas para a produção de alimentos em todo

PRÊMIO IPNI BRASIL EM NUTRIÇÃO DE PLANTASDetalhes na página 9

Page 2: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

2 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS

NOTA DOS EDITORES

Todos os artigos publicados no Informações Agronômicas estão disponíveis em formato pdf no website do IPNI Brasil: <http://brasil.ipni.net>

Opiniões e conclusões expressas pelos autores nos artigos não re�etem necessariamente as mesmas do IPNI ou dos editores deste jornal.

N0 146 JUNHO/2014

CONTEÚDO

Indústria de fertilizantes e agricultura de precisão: apoio àsegurança alimentar mundialSteve Phillips ..............................................................................................1

Avaliação e manejo da acidez do solo Luís Ignácio Prochnow ..............................................................................5

Divulgando a Pesquisa ...........................................................................10

IPNI em Destaque ..................................................................................12

Painel Agronômico .................................................................................15

Cursos, Simpósios e outros Eventos .....................................................16

Publicações Recentes .............................................................................18

Lançamentos Recentes do IPNI ............................................................19

Ponto de Vista .........................................................................................20

FOTO DESTAQUE

Equipe do IPNI do Brasil e da Argentina e colaboradores durante o Simpósio Interna-cional sobre Boas Práticas para Uso Eficiente de Fertilizantes, em Foz do Iguaçu, PR.

Publicação trimestral gratuita do International Plant Nutrition Institute (IPNI), Programa Brasil. O jornal publica artigos técnico-científicos elaborados pela

comunidade científica nacional e internacional visando o manejo responsável dos nutrientes das plantas.

COMISSÃO EDITORIAL

EditorValter Casarin

Editores AssistentesLuís Ignácio Prochnow, Eros Francisco, Silvia Regina Stipp

Gerente de DistribuiçãoEvandro Luis Lavorenti

INTERNATIONAL PLANT NuTRITION INSTITuTE (IPNI)

Presidente do Conselho Steve Wilson (CF Industries Holdings, Inc.)

Vice-Presidente do ConselhoMhamed Ibnabdeljalil (OCP Group)

TesoureiroJim Prokopanko (Mosaic Company)

PresidenteTerry L. Roberts

Vice-Presidente, Coordenador do Grupo da Ásia e ÁfricaAdrian M. Johnston

Vice-Presidente, Coordenadora do Grupo do Oeste Europeu/Ásia Central e Oriente Médio

Svetlana Ivanova

Vice-Presidente Senior, Diretor de Pesquisa eCoordenador do Grupo das Américas e Oceania

Paul E. Fixen

PROGRAMA BRASILDiretor

Luís Ignácio Prochnow

Diretores AdjuntosValter Casarin, Eros Francisco

PublicaçõesSilvia Regina Stipp

Analista de Sistemas e Coordenador AdministrativoEvandro Luis Lavorenti

Assistente AdministrativaRenata Fiuza

SecretáriaElisangela Toledo Lavorenti

ASSINATuRAS Assinaturas gratuitas são concedidas mediante aprovação prévia da diretoria. O cadastramento pode ser realizado no site do IPNI:

http://brasil.ipni.netMudanças de endereço podem ser solicitadas por email para:

[email protected] ou [email protected]

ISSN 2311-5904

Page 3: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014 3

o mundo, que irá aumentar a produtividade? Um bom palpite seria a AP. A agricultura de precisão é uma indústria em rápido crescimento e cada vez mais os agricultores estão aproveitando suas tecnologias para gerir mais efi cazmente as suas operações. Um ponto importante a se notar é que a AP engloba muito mais do que ferramentas e tecnologias. Ela é melhor defi nida como o manejo de toda a fazenda, com foco na maximização do uso de informações para a tomada de decisões e otimização de insumos e preservação dos recursos ambientais. A AP tem o potencial de tornar os agricultores mais experientes.

Uma das maneiras pelas quais os agricultores estão se tornando mais experientes é pela utilização da tecnologia dos dispositivos móveis. A tendência popular do uso da tecnologia dos dispositivos móveis na área agrícola tem aumentado signifi -cativamente nos últimos anos e deverá continuar, e a expectativa é de que 1,25 bilhão de pessoas tenham um dispositivo móvel (smartphone, tablet ou outro) até o fi nal de 2014. Há muitas razões para o rápido crescimento do uso das tecnologias de dispositivos móveis na agricultura. A razão mais óbvia é que muitas pessoas já adquiriram um deles. A adoção de uma ferramenta para melhorar o manejo agrícola é rápida quando ela já é familiar ao usuário. Outra ferramenta disponível são os aplicativos para a área agrícola (apps) para dispositivos móveis. Alguns dos aplicativos estão disponíveis para download e outros somente via on line, mas todos permitem que os usuários tenham acesso a um grande número de informações. As funções e usos dos vários aplicativos agrícolas incluem notícias sobre clima e atualizações de mercado, ferramentas para identifi cação de plantas daninhas, pragas e defi ciências nutricionais e para o cálculo da quantidade de sementes, defensivos agrícolas e fertilizantes, além de ferramentas de reconhecimento abrangentes (Figura 1).

em mapas, por meio da estratégia de grade ou zona de amostragem do solo. Resulta que, em vez de uma única recomendação de fertilizantes para todo o campo, utilizando uma amostra composta de solo, como no manejo tradicional, são feitas várias recomendações dentro do campo, de acordo com as necessidades de fertilidade das várias zonas de manejo. Com o uso deste método, os nutrientes mais comumente aplicados são o fósforo (P) e o potássio ( K). Outra prática adotada é a utilização de mapas de produtividade para fazer aplicações de fertilizantes em taxa variável com base nas estimativas de remoção de nutrientes. Este método de balanceamento de nutrientes pode ser efi caz para a manutenção dos nutrientes do solo, porém, o método baseado na análise de solo geralmente é priorizado.

Outra tecnologia utilizada para aplicação de nutrientes em taxa variável, especialmente de nitrogênio (N), é o sensor de refl etância do dossel da cultura (Figura 2). Existem vários modelos disponíveis no mercado, mas a função básica de todos eles é medir a luz refl etida da cultura e utilizar essa informação para calcular as necessidades de nutrientes da cultura com o uso de algoritmos para o cálculo das doses de N, os quais incorporam as variações locais dentro do sistema de produção, dependendo do sistema de sensor utilizado. Devido à dependência dos algoritmos específi cos do local para uso dessa tec-nologia, as taxas de adoção comercial foram bastante lentas, apesar do sucesso bem documentado em estudos de pesquisa e demonstração em pequena e em grande escala. O uso de sensores na colheita come-çou a aumentar mais rapidamente nos últimos anos, particularmente nos EUA e na Europa. As razões para o aumento atual, ao contrário de quando os sensores se tornaram disponíveis comercialmente há uma década, se devem a vários fatores. Um deles é que os algoritmos para cálculo das doses de N estão bem estabelecidos e cobrem uma variedade de culturas e áreas geográfi cas. Também contribuiu para

Durante décadas, uma das principais forças-motrizes para o desenvolvimento e adoção das tecnologias da AP tem sido o manejo de nutrientes. As estimativas atuais são de que cerca de 70% dos comerciantes de fertilizantes e varejistas da área agrícola no Centro-Oeste dos EUA estejam preparados para fornecer taxas variáveis de fertilizantes e de calcário, esperando-se alcançar 80% até 2016. Setenta por cento também oferecem amostragem do solo georrefe-renciada, enquanto cerca de 50% utilizarão satélite ou outras imagens aéreas para a delimitação da zona de manejo. A distribuição de adubos com base na variabilidade do solo e das culturas otimiza a produ-ção, minimizando a sobreaplicação ou a subaplicação de nutrientes. Grande parte das aplicações de nutrientes em taxa variável é baseada

Figura 1. Identifi cação de defi ciências nutricionais por meio de aplicativos para dispositivos móveis.

A B

C D

Figura 2. Ferramentas de suporte à decisão para as práticas de manejo de nutrientes: tabela de cor da folha (A) parcelas de omissão (B), sensor de cultura (C), agricultura de precisão (D) e manejo de nutrientes 4C (E).

E

Page 4: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

4 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014

a crescente popularidade dos sensores de refletância a possibilidade de utilizar a ferramenta para mais aplicações, incluindo mapeamento de plantas daninhas e pulverização de herbicidas em taxa variável, aplicações de reguladores de crescimento e desfolhante em taxa variável em algodão e estimativa de danos e estresse causados por doenças e insetos espacialmente, ao longo do campo.

Um dos equívocos sobre a agricultura de precisão é que ela é uma opção apenas para os sistemas de produção de grande escala e de alta rentabilidade, encontrados nos países desenvolvidos. A realidade é que a variabilidade espacial e temporal existe não só nos sistemas de pequenos produtores; portanto, permitir que esses fatores contribuam para a má gestão dos recursos é um risco ainda maior para o produtor. A capacidade de incorporar a informação espacial e temporal no processo de tomada de decisão no mundo em desenvolvimento é de enorme valor, possivelmente até mesmo mais do que nas nações desenvolvidas. Várias estratégias de precisão no manejo de nutrientes estão sendo usadas com sucesso nos sistemas dos pequenos produtores, incluindo a tabela de cor da folha, parcelas de omissão, sensores portáteis para culturas e pacotes de software de apoio à decisão baseados na web (Figura 1 e Figura 2).

Outra prática que está rapidamente ganhando popularidade é o plantio variável de híbridos. Tal como no caso da variabilidade espacial dos nutrientes do solo, nem todas as zonas do campo têm o mesmo potencial de produção em relação ao híbrido ou ao desempenho da variedade. Os híbridos mais populares são, muitas vezes, os que apresentam maior rendimento nos ensaios de sementes. No entanto, estes ensaios são normalmente conduzidos sob condições ótimas, e muitos híbridos de alto desempenho têm tolerância muito baixa às condições diferentes das ideais que se encontram distribuídas espacialmente em muitos campos agrícolas. Outros híbridos, que não apresentam potencial de rendimento tão alto, são mais adequados para controlar essas condições de estresse. Assim, na prática, o híbrido com maior rendimento será plantado nas melhores áreas do campo, enquanto o híbrido de menor produ-tividade, mais resistente, será plantado nas áreas problemáticas. O plantio em densidades de semeadura que variam de acordo com a variabilidade espacial também mostrou ser uma prática rentável. As zonas de um campo com baixo potencial de produção muitas vezes não têm capacidade de suportar as taxas de semeadura recomendadas para obter melhor rendimento. Nessas áreas, as taxas de semeadura podem ser reduzidas para corresponder mais de perto ao potencial de produção nessa área e aumentar a rentabilidade em toda a propriedade.

A água é outro insumo agrícola que está sendo comumente gerenciada com o uso das técnicas de taxa variável. Quantidades irrigadas, horários e distribuição espacial podem ser geridos de forma eficaz com o uso das tecnologias de precisão. As necessidades hídricas variáveis podem ser determinadas por meio de sensores de umidade do solo ou de modelos de evapotranspiração com base no clima e nas plantas. O período de irrigação torna-se mais preciso com o uso de informações em tempo real e de sistemas de distribui-ção em taxa variável, seja pivô, linear ou gotejamento, resultando no uso mais eficiente dos recursos hídricos. A precisão na drenagem também pode ser usada para controlar o perfil de umidade do solo ao longo do período de crescimento. Seguindo a tendência crescente das tecnologias de aplicação agrícola, o manejo da água está sendo feito mais comumente através das plataformas de dispositivos móveis. Por exemplo, um aplicativo para agendamento de irrigação utiliza dados meteorológicos e de desenvolvimento da cultura em tempo real para estimar os déficits de umidade, e os agricultores são notificados, via mensagem de texto, sobre a necessidade de irrigar com uma quantidade recomendada.

Ao longo dos últimos cinco anos, as tendências para adoção de novas tecnologias que apresentam mais rápido crescimento na agricultura de precisão nos EUA envolvem tecnologias de equi-pamentos e integração de dados. A crescente disponibilidade e a capacidade de transferência de dados pelas redes sem fio resultaram na integração mais fácil dos dados externos, como os de clima, maior utilização da logística baseada em GPS para gestão de equi-pamentos e melhorias gerais na tomada de decisões. O processo de transformação de dados em informação, que pode levar a uma decisão de manejo inteligente, é mais rápido e mais fácil atual-mente. A compatibilidade de ferramentas também tem aumentado significativamente nos últimos anos, resultando em rápida adoção das tecnologias de equipamentos, especificamente a orientação automatizada e o controle da seção de barra do pulverizador.

As tecnologias de orientação manual com base no GPS foram populares por uma década ou mais, porém, nos últimos quatro a cinco anos, o uso de orientação automatizada aumentou significativamente. Enquanto os sistemas manuais contam com o operador para guiar o equipamento ao longo da rota direcionada pelo GPS, os sistemas automatizados utilizam a navegação mecânica. A orientação automatizada resulta em maior precisão em cada pas-sagem no campo, bem como ajuda a reduzir a fadiga do operador, aumentando seu rendimento e qualidade de trabalho.

O que também contribui para a exatidão e precisão da aplica-ção dos insumos agrícolas é a tecnologia do controle automático de seção. O controle automático de seção não é uma abordagem sobre taxa variável, mas sim uma tecnologia que permite que várias seções do implemento sejam ligadas ou desligadas conforme a necessidade. Essa tecnologia permite ao operador reduzir significativamente a sobreposição, poupando produtos, combustível e o tempo durante o processo de aplicação, resultando em maior rendimento operacio-nal e também evitando as falhas entre as passadas. Na aplicação de defensivos agrícolas ou fertilizantes, a capacidade de direcionamento preciso do insumo tem efeito positivo não só sobre a rentabilidade, mas também na qualidade ambiental, minimizando o excesso do produto e o seu potencial de movimento fora do local de aplicação. O uso do controle automático de seção em plantadoras também apresenta valor econômico por meio da otimização da população de plantas no campo, melhorando a precisão do espaçamento entre as linhas e eliminando a dupla semeadura.

Olhando para o futuro das tecnologias da agricultura de preci-são, o que está gerando um grande interesse entre os vários profissionais do setor agrícola é o uso dos veículos aéreos não tripulados (VANTs). Os VANTs, ou drones, são pequenos aviões, com propulsão própria, que podem ser usados para coletar dados de alta resolução no campo de forma rápida e barata. A aeronave pode estar equipada com dis-positivos de coleta de dados que vão desde algo simples, como uma câmera digital, até sensores de imagem térmicos ou multi-espectrais, de alta tecnologia. Existem várias vantagens na utilização dos VANTs; no entanto, são necessárias mais pesquisas antes que esta tecnologia seja adotada comercialmente. Um dos principais obstáculos à sua adoção diz respeito às regras e regulamentos que cercam o seu uso. Apesar dos possíveis desafios da adoção dessa tecnologia na agri-cultura convencional, há muita expectativa em torno dos VANTs.

Enfrentar os desafios da produção de alimentos para uma popu-lação crescente é uma tarefa difícil, mas não impossível. Ela vai exigir foco, cooperação e uma combinação de tecnologias em diversas áreas da agricultura e da sociedade. A implementação das tecnologias da agricultura de precisão no contexto do manejo de nutrientes 4C é uma forma eficiente e eficaz para ajudar a cumprir as metas ambientais, econômicas e sociais dos sistemas agrícolas sustentáveis.

Page 5: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014 5

AVALIAÇÃO E MANEJO DA ACIDEZ DO SOLO1

Luís Ignácio Prochnow2

1 Extraído do Better Crops, v. 98, n.1, 2004.2 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Diretor do IPNI Brasil, Piracicaba, SP; email: [email protected]

Abreviações: Al = alumínio; Ca = cálcio; CTC = capacidade de troca de cátions; Mg = magnésio; N = nitrogênio; NG = necessidade de gesso; P = fósforo; PN = poder de neutralização; RE = reatividade; PRNT = poder relativo de neutralização total; S = enxofre.

PRINCÍPIOS DA ACIDEZ DO SOLO

Em soluções aquosas, um ácido é uma substância que doa íons hidrogênio ou prótons (H+) para qualquer outra substância. Por outro lado, uma base é qualquer

substância que aceita H+. Os íons H+, ou acidez ativa, aumentam com a força do ácido. O H+ não dissociado contribui para a acidez potencial do solo.

Os sistemas tampão podem manter o pH da solução em um estreito intervalo de pH quando são adicionadas pequenas quantida-des de um ácido ou de uma base. O poder tampão é definido como a resistência do solo à alteração do pH. Geralmente, os sistemas de solução tampão são formados por um ácido fraco (HA) e um dos seus sais (BA), ou uma base fraca e um dos seus sais.

Os solos diferem quanto à acidez ativa e acidez potencial. Além disso, os solos se comportam como ácidos fracos tamponados, com os íons H+ ligados ao complexo de troca catiônica (CTC) do húmus e dos minerais de argila proporcionando o tamponamento da acidez ativa da solução do solo.

A Figura 1 mostra um exemplo de como os solos podem diferir quanto à necessidade de calcário para atingir o mesmo pH. Por exemplo, enquanto o solo B necessita de cerca de 2 t ha-1 de carbonato de cálcio (CaCO3) para atingir pH 5,5, o solo E precisa de mais de 15 t ha-1 para atingir o mesmo pH do solo. Obviamente, isso está relacionado à maior capacidade tampão do solo E em relação ao solo B.

É importante entender que não é correto contar apenas com a acidez ativa do solo para calcular a dose de calcário a ser aplicada. Quando a acidez ativa do solo é neutralizada, existe ainda muita acidez para substituí-la (acidez potencial do solo ou capacidade tampão do solo). Portanto, é necessário avaliar corretamente a acidez potencial do solo para calcular com precisão a dose de calcário a ser aplicada.

POR QUE OS SOLOS SE TORNAM ÁCIDOS

Os solos possuem uma tendência natural de se acidificarem com o tempo. Muitos fatores, tanto naturais (material de origem,

vegetação nativa, precipitação, profundidade do solo) quanto de manejo (culturas, adubação nitrogenada, decomposição da matéria orgânica, plantio direto, erosão) contribuem para aumentar a aci-dez do solo. Caso não seja devidamente controlada, a acidez pode reduzir seriamente o rendimento das culturas, causando perdas econômicas significativas ao produtor e impactos negativos no ambiente. Problemas relacionados à acidez do solo ocorrem em muitas áreas em todo o mundo.

Estima-se que cerca de 30% dos solos do planeta são ácidos, e estes representam algumas das regiões produtoras de alimentos mais importantes.

IMPORTÂNCIA DA CORREÇÃO DA ACIDEZ DO SOLO

O uso adequado de materiais calcários é um dos fatores mais importantes no manejo bem-sucedido da produção de culturas e na melhoria da acidez do solo. Considere alguns dos benefícios de um bom programa de calagem:

Figura 1. Curvas de neutralização do CaCO3 para solos com diferentes capacidades de tamponamento do pH.

Fonte: Raij (2011).

A agricultura atual precisa seguir os princípios da sustentabilidade, que incluem a construção e manutenção, a longo prazo, da fertilidade do solo. Nos solos ácidos, onde há limitação dos rendimentos das culturas, a correção da

acidez do solo e do subsolo é parte importante das boas práticas de manejo (BPM) para alcançar a sustentabilidade. Uma parte importante do manejo da acidez do solo é a aplicação de calcário, mas também pode ser necessário o uso de outras práticas para tratar corretamente o problema. O adequado manejo da acidez do solo, entre outros benefícios, aumenta a eficiência dos fertilizantes aplicados, melhora a eficiência de alguns herbicidas, protege o

ambiente e aumenta o potencial de lucro do agricultor.

pH

CaCO3 aplicado (t/ha x 20 cm)

7,5

7,0

6,5

6,0

5,5

5,0

4,50 2 4 8 12 16 20 24 28 32 36

D

Page 6: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014

• Melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.

• Melhoria da fixação simbiótica de N pelas leguminosas.• Influência positiva na disponibilidade de nutrientes para

as plantas.• Redução da toxicidade para as culturas.• Melhoria na eficiência de determinados herbicidas.• Fornecimento de Ca, Mg e, possivelmente, de outros

nutrientes, dependendo da sua composição química.A disponibilidade química de vários nutrientes, como P e S,

é melhorada pela adição de calcário aos solos ácidos. Complexos insolúveis de P e S no solo são alterados para formas mais disponí-veis para as plantas com a aplicação de materiais calcários. Mudan-ças no pH do solo afetam a disponibilidade de vários nutrientes de maneira distinta. A disponibilidade da maior parte dos nutrientes é maior na faixa de pH de 5,8 a 6,5.

Muitos estudos têm demonstrado a importância da aplicação de quantidades adequadas de calcário nos solos ácidos para aumen-tar o rendimento das culturas. A Tabela 1 resume os resultados de alguns destes estudos realizados em todo o mundo.

ESCOLHA E APLICAÇÃO DA FONTE CERTA DE CALCÁRIO

Vários fatores devem ser cuidadosamente considerados para o sucesso de um programa de calagem em solos ácidos. Os fatores importantes incluem a escolha de uma fonte de calcário disponível e adequada, a determinação da dose a ser aplicada e a aplicação correta em condições de campo.

1. Fatores relacionados à fonte

• Fórmula químicaAs duas principais fontes de calcário são o calcário calcítico

e o calcário dolomítico. O calcário calcítico é produzido por meio da mineração e moagem da rocha de carbonato de cálcio (CaCO3). Quando puro, contém 40% de Ca ou 100% de CaCO3. Ele serve como padrão de comparação para os valores de neutralização de outros materiais de calagem. O calcário dolomítico é produzido

a partir da rocha contendo uma mistura de CaCO3 e carbonato de magnésio (MgCO3). Quando há deficiência de Mg em um solo, deve-se escolher como fonte o calcário dolomítico.

• EficiênciadotamanhodaspartículasO grau de moagem determina a rapidez com que o calcário

irá reagir com o solo e neutralizar a acidez, variando geralmente de 60% a 100% . Esse percentual representa o quanto do calcário vai reagir na neutralização da acidez do solo no período de três meses, em condições ideais de umidade do solo. O aumento do grau de moagem produz maior número de partículas de calcário, as quais vão reagir com as partículas do solo.

Os materiais com granulometria mais grossa tendem a apresentar efeito residual mais elevado, enquanto aqueles com granulometria mais fina tendem a reagir mais rapidamente no solo.

Os materiais com menor grau de moagem devem ser prefe-ridos nas situações em que o agricultor deseja um efeito residual mais longo (por exemplo, no estabelecimento do plantio direto ou de culturas perenes). Por outro lado, os calcários com maior grau de moagem devem ser preferidos nas situações em que agricultor precisa de produto com reação rápida ou quando o calcário precisa ser aplicado sobre a superfície do solo (por exemplo, nos sistemas de plantio direto ou de culturas perenes já estabelecidos).

• Poder Relativo de Neutralização Total (PRNT)

O PRNT é um índice muito importante a ser considerado no cálculo da dose de calcário a ser aplicada. O PRNT combina dois índices (PN e RE) em um único valor com a finalidade de ajustar as necessidades de calcário sob condições de campo. O PRNT é calculado por meio da seguinte fórmula:

PRNT = (PN x RE) / 100, em que:PN = poder de neutralização (equivalente em CaCO3),RE = reatividade,sendo esses índices obtidos por meio de análise laboratorial.

Em termos práticos, o PRNT reflete quanto de calcário, em

Tabela 1. Aumento de produtividade com a aplicação de calcário em solos ácidos cultivados com diferentes culturas, em diferentes partes do mundo.

País Cultura Aumento de produtividade com o uso de calcário (%) Referência Observação

Argentina Alfafa 61 Gambaudo et al. (2001)

Brasil Soja 42 Oliveira e Pavan (1996) Plantio direto; calcário aplicado na superfície do solo

Chile Gramíneas forrageiras 70 Alfaro et al. (1998) Média de três espécies de gramíneas

China Repolho 42 Lei et al. (2003)

China Milho 59 Lei et al. (2003)

Equador Abacaxi 20 Mite e Medina (2008) Dose ótima de 1,5 t ha-1 de CaCO3; altas doses induzem doenças radiculares

Kenia Milho 500 Nekesa et al. (2005) Solo extremamente ácido

Kenia Feijão 300 Nekesa et al. (2005) Solo extremamente ácido

Rússia Nove culturas em rotação 32 (média = 14) Lukmanov et al. (2011) Calcário aplicado uma vez durante o

ciclo de rotação de culturas

Estados Unidos Trigo 35 Beegle (1996)

Estados Unidos Milho 500 Alley (1996)

Estados Unidos Alfafa 635 Alley (1996)

Page 7: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014 7

percentagem, reagirá no período de três meses, em comparação com o CaCO3 finamente moído.

Quanto menor o PRNT, maior deve ser a taxa de aplicação de calcário para obter o mesmo efeito no controle da acidez do solo. As fórmulas para o cálculo da quantidade de calcário são específicas para a região, mas devem sempre considerar o PRNT. Como exemplo, vamos supor que a exigência em calcário, deter-minada pelo laboratório, para um material com PRNT de 100% foi de 5 t ha-1, mas o agricultor escolheu um calcário com PRNT de 80%. Assim, o agricultor terá que aplicar (100 x 5,0/80) = 6,25 t ha-1 do material calcário escolhido. No caso do agricultor escolher um material calcário com PRNT de 110%, a taxa de aplicação de calcário será (100 x 5,0/110 ) = 4,54 t ha-1.

• Forma físicaO calcário está disponível em várias formas físicas, sendo

a mais comum a rocha natural moída. Esta é a forma usada regu-larmente pelos agricultores em condições de campo. O calcário peletizado é produzido através da ligação ou compressão das finas partículas de calcário, formando grânulos grandes ou pelotas. Estas partículas maiores são mais fáceis de serem espalhadas e

geram menos poeira no manuseio. Isto torna o calcário peletizado bastante popular em algumas situações (por exemplo, em gramados e jardins residenciais). Porém, o calcário peletizado geralmente é mais caro, em relação às fontes convencionais, devido aos custos adicionais da peletização. O calcário líquido é produzido por meio da mistura de calcário moído, até 200 mesh, em água e é aplicado por intermédio de pulverizadores de fertilizantes líquidos. Geralmente, o calcário moído é aplicado a uma taxa de 225 a 450 kg em mistura com a água na relação 50/50. O custo do calcário líquido em geral também é mais elevado devido ao custo adicional da moagem do calcário em granulometria muito fina – 100 a 200 mesh.

2. Fatores relacionados à taxa de aplicação

• pH do solo

Como discutido anteriormente, o pH do solo identifica o grau ou intensidade da acidez ativa ou da alcalinidade do solo. Ele indica o nível de acidez que a raiz da planta encontrará ao crescer em um determinado solo. Quando utilizado sozinho, no entanto, não é um bom indicador da necessidade de calagem.

Sintomasdedeficiência de fósforo na cultura de milho (à esquerda) e de magnésio na soja (à direita) são comuns em solos ácidos.

A aplicação de calcário varia de acordo com a escala da fazenda, mas a sua contribuição para a produtividade sustentada é fundamental, independen-temente do método de distribuição.

Page 8: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

8 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014

• Capacidade tampãoA exigência em calcário está relacionada ao pH do solo e à

capacidade tampão, ou CTC do solo. A capacidade tampão reflete quão fortemente o solo resiste à mudança do pH. A quantidade total de argila, o tipo de argila e a matéria orgânica influenciam a capaci-dade tampão do solo. Solos arenosos têm baixa CTC e pouco efeito tampão; assim, eles requerem menos calcário para elevar o pH.

• Cultura a ser cultivadaAlgumas culturas são mais tolerantes à acidez do solo do

que outras. Mirtilo, batata e melancia tendem a ser mais tolerantes à acidez do que milho, soja, trigo, alfafa e trevo. À medida que a meta de pH para a cultura a ser cultivada aumenta, a exigência em calcário também aumenta.

• RegiãogeográficaOs tipos de argila presentes no solo podem variar entre as

regiões geográficas. Geralmente, regiões úmidas têm solos alta-mente intemperizados, contendo argilas com baixa CTC.

Solos localizados em regiões menos úmidas, que foram expostos a processos atmosféricos menos intensos, bem como aqueles das regiões glaciais, tendem a ter argilas com CTC mais elevada. Consequentemente, as regiões que apresentam alta precipitação anual requerem calagem mais frequente do que as regiões semi-áridas.

3. Aplicação de calcário em condições de campo

• TempoefrequênciaO calcário reage com o solo apenas quando existe umidade

disponível. No entanto, os materiais calcários têm baixa solubili-dade em água. Por isso, os agricultores devem aplicar o calcário com antecedência no solo, antes da semeadura da cultura, visto que o tempo e a umidade podem facilitar a reação do calcário e corrigir o pH do solo para a cultura alvo. Geralmente, o intervalo de tempo mínimo para uma boa reação do calcário é de dois a três meses antes da semeadura. No caso de não se dispor de um período tão longo, os agricultores devem planejar a aplicação de materiais calcários que apresentam reação mais rápida no solo (por exemplo, CaO, Ca(OH)2 ou produtos similares podem reagir com o solo em duas semanas se a umidade do solo for adequada). Para culturas perenes e forrageiras recomenda-se aplicar o calcário dois meses antes do período tradicional de início das chuvas. A calagem dos solos ácidos geralmente é necessária a cada três a cinco anos, depen-dendo de vários fatores, como manejo, precipitação, características do solo, entre outros. Solos localizados em áreas com padrão de precipitação moderada a alta tendem a se tornar ácidos (ou mais ácidos) com o tempo.

• Localização e profundidade do soloA aplicação uniforme e a incorporação completa do calcário

no solo são essenciais para um bom programa de calagem. Os agri-cultores devem escolher as máquinas e a mão de obra com cuidado para tão importante operação. Experimentos têm mostrado que a aplicação localizada do calcário geralmente é menos eficiente do que a sua incorporação em todo o campo. Em diversas situações específicas, como em plantio direto bem estabelecido, culturas perenes, pastagens, prados de feno, gramado e turfa, não é possível a incorporação do calcário no solo. Em tais casos, experiências locais devem definir a metodologia para amostragem do solo e a melhor forma de aplicação.

Em propriedades que apresentam áreas heterogêneas quanto ao pH do solo, os conceitos e as ferramentas da agricultura de pre-

cisão podem ajudar a elaborar um plano de aplicação de calcário. Este plano incluirá coleta adequada de amostras de solo, criação de mapas e aplicação de calcário em taxa variável.

As recomendações de calcário geralmente são realizadas pressupondo-se que o material calcário será incorporado na pro-fundidade de cultivo representada pela amostra de solo submetida ao laboratório que, na maioria das vezes, é de 0 a 20 cm. Para culturas cultivadas e novas pastagens, para as quais são utiliza-das profundidades de incorporação diferentes da usual (preparo profundo do solo, plantio direto e outros), a taxa recomendada de calcário deverá ser ajustada através da multiplicação da taxa recomendada por um fator, que é calculado dividindo-se a pro-fundidade real de incorporação por 20 cm.

• Quantidade a aplicarA dose máxima de calcário a ser aplicada em uma única vez

é de cerca de 10 t ha-1. Recomendações acima desta dose devem ser divididas em duas aplicações distintas.O parcelamento das altas doses em duas aplicações, com incorporações separadas, ajudará a garantir a distribuição mais uniforme do calcário na zona radicular da planta pelo preparo adequado.

A divisão da dose também pode ser necessária nos casos em que o calcário dolomítico é importante (por exemplo, onde o magnésio também é necessário para o desenvolvimento da cultura), mas o calcário calcítico está disponível em menor preço na região. Neste caso, por meio do parcelamento, será possível aplicar o cal-cário dolomítico ao menos em uma das aplicações, fornecendo o Mg para o desenvolvimento da cultura.

OUTRAS PRÁTICAS UTILIZADAS PARA CORRIGIR A ACIDEZ DO SOLO

A calagem é, sem dúvida, a melhor alternativa para cor-rigir a acidez superficial do solo, o que proporciona condições para o adequado desenvolvimento da cultura. Nenhuma outra prática é tão eficiente e econômica como a calagem. No entanto, outras alternativas podem ser úteis em situações específicas para o manejo dos efeitos prejudiciais da acidez do solo sobre o cres-cimento das plantas.

• uso de gesso ou fosfogessoQuimicamente, o gesso (CaSO4 • 2H2O) é um sal neutro

que não apresenta efeito direto sobre o pH do solo. No entanto, muitos pesquisadores têm demonstrado que o fosfogesso, um subproduto da fabricação do ácido fosfórico, pode amenizar a acidez do subsolo, com efeitos positivos sobre o desenvolvimento das raízes das plantas. Isto é especialmente importante em siste-mas de cultivo de sequeiro, onde a absorção radicular de água e nutrientes pode ser limitada, afetando o crescimento das plantas, caso as raízes não se desenvolvam bem e não atinjam as camadas mais profundas do solo.

Os critérios para determinar quando aplicar gesso para diminuir a acidez do subsolo devem ser baseados, principalmente, nos valores de Ca2+ e Al3+ trocáveis do solo, ou, às vezes, no teor de argila do solo (determinado a partir de amostras de solo coletadas na profundidade de 40 a 60 cm, ou maior). Teores de cálcio inferiores a 5 mmolc/dm3 e/ou teores de Al3+ superiores a 5 mmolc/dm3 indicam uma boa chance de resposta ao gesso.

Em alguns casos, o teor de argila do solo é utilizado para recomendação da dose de fosfogesso a ser aplicada. Nos latossolos brasileiros, onde o uso de fosfogesso tornou-se uma prática rotineira, a dose a ser aplicada é calculada pela seguinte expressão:

Page 9: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014 9

NG = argila x 50em que, NG = necessidade de fosfogesso, em t ha-1, e argila = teor de argila, em %, na camada de 40 a 60 cm de profun-didade do solo.

• Seleção de cultivaresComo discutido anteriormente, a disponibilidade de Al para as

plantas aumenta em baixo pH e a toxicidade de Al é o principal fator que limita a produção das culturas nos solos ácidos. A calagem do solo é uma prática natural para superar os problemas da acidez. No entanto, em situações ou regiões onde a disponibilidade de calcário é baixa e/ou o custo do calcário é elevado, pode-se utilizar cultivares tolerantes à acidez do solo e, sobretudo, tolerantes à toxicidade de Al.

Entre as espécies de plantas há uma grande variabilidade quanto à tolerância ao Al. Esta variabilidade tem sido útil aos geneticistas, para o desenvolvimento de cultivares tolerantes ao alumínio em diversas culturas, assim como aos pesquisadores, no estudo da fisiologia e bioquímica da tolerância ao Al. O trigo tem provado ser particular-mente útil nesses estudos, pois apresenta uma diferença de 10 vezes na tolerância ao Al entre os seus diferentes genótipos.

Assim, é importante investigar na sua região se existem cultivares locais disponíveis que são menos suscetíveis à acidez do solo e à toxidez de Al. Na verdade, o uso de cultivares adequadas muitas vezes leva, também, a um maior grau de sucesso em qualquer programa de calagem.

REFERÊNCIASALFARO, M. V.; TEUBER, N; DUMONT, J. C.; MEDONE, F. Effect of lime application on the establishment and production of grasses and legumes in Chiloé. Agricultura Técnica, v. 58, n. 3, p. 173-180, 1998.

ALLEy, M. M. Short-term soil chemical and crop yield responses to Aglime applications. Better Crops, v. 80, n. 1, p. 6-7, 1996.

BEEGLE, D. B. Lime needs under no-till conditions. Better Crops, v. 80, n. 1, p. 16-17, 1996.

GAMBAUDO, S.; ZAMPAR, A.; TOMATIS, L.; QUAINO, O. Respuesta de la alfalfa a la aplicación de dos enmiendas calcáreas. Informaciones Agronómicas del Cono Sur, n. 12, p. 4-6, 2001.

LEI, H.; DUANWEI, Z.; XIN, L.; WENBING, Z.; MINGJIAN, G.; WUDING, HONG, LIFANG, L. Effect of lime application on the growth of broad bean in the acid soils. Journal of Huazhong Agricultural university, v. 22, n. 1, p. 35-39, 2003. (em Chinês).

LUKMANOV, A. A.; NURIEV, S. SH.; GAIROV, R. R.; MURATOV, M. R. Problems of Agricultural Chemistry and Ecology, v. 4, p. 3-7, 2011. (em Russo).

MITE, F.; MEDINA, L. Efecto de la corrección del pH en el rendimiento de la piña en la zona de valle hermoso, Santo Domingo de los Tsáchilas, Ecuador. In: CONGRESO ECUATORIANO DE LA CIENCIA DEL SUELO, 11., 2008. Quito, Equador. Memorias... Asociación Argentina de la Ciencia del Suelo, 2008.

NEKESA, A. O.; OKALEBO, J. R.; OTHIENO, C. O.; THUITA, M. N.; KIPSAT, M.; BATIONO, A.; SANGINGA, N.; KIMETU, J.; VANLAUWE, B. The potential of Minjingu phosphate rock from Tanzania as a liming material: Effect on maize and bean intercrop on acid soils of western Kenya. African Crop Science Conference Proceedings, v. 7, p. 1121-1128, 2005.

OLIVEIRA, E. L.; PAVAN, M. A. Control of soil acidity in no-tillage system for soybean production. Soil and Tillage Research, Amsterdam, v. 38, n. 1-2, p. 47-57, 1996.

RAIJ, B. van. Fertilidade do solo e manejo de nutrientes. Piracicaba: IPNI Brasil, 2011. 420 p.

PRÊMIO IPNI BRASIL EM NUTRIÇÃO DE PLANTAS

O Prêmio IPNI Brasil em Nutrição de Plantas tem por objetivo reconhecer pesquisadores do país que contribuem com pesquisas relevantes em assuntos relacionados à missão do Instituto. A premiação conta com o apoio da Sociedade Brasi-leira de Ciência do Solo, a qual é responsável pela escolha dos ganhadores.

O Prêmio é entregue anualmente durante as atividades da FertBio (anos pares) e do Congresso Brasileiro de Ciência do Solo (anos ímpares), em duas categorias:

a) Prêmio Jovem Pesquisador – destinado a estudantes inscritos na FertBio ou no Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, cujos trabalhos estão relacionados às áreas de Fertilidade do Solo, Nutrição de Plantas e/ou Adubos e Adubação e estão em consonância com a missão do IPNI.

b) Prêmio Pesquisador Sênior – destinado a pesquisado-res com relevante destaque científico no manejo responsável da nutrição das plantas.

A premiação consiste nas quantias de R$ 1.500,00 e R$ 1.000,00 para o pesquisador sênior e o jovem pesquisador, respectivamente. Os ganhadores recebem, ainda, uma placa honorária.

A comissão julgadora é composta por cinco membros, sendo dois da comissão organizadora do evento e três indicados pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS).

Os candidatos ao Prêmio Pesquisador Sênior são indica-dos on-line por sócios da SBCS que atuam na área de nutrição de plantas. Nominações próprias não são aceitas.

Até cinco candidatos ao Prêmio Jovem Pesquisador são indicados pela Comissão Científica do evento com base na avaliação dos resumos ou resumos expandidos submetidos para apresentação em seções de pôster ou orais. Juntamente com os nomes, os resumos ou resumos expandidos são disponibilizados à comissão julgadora do prêmio IPNI Brasil até 20 (vinte) dias antes do evento.

São necessárias pelo menos três indicações no ano para que o prêmio seja concedido nas duas categorias. Os contem-plados não serão elegíveis ao mesmo prêmio.

Este ano, o prêmio será entregue na FERTBIO 2014, a ser realizada em Araxá, MG, de 15 a 19/09/2014. As inscrições estão abertas até 05 de Agosto/2014.

Mais informações estão disponibilizadas no site do IPNI: http://brasil.ipni.net/article/BRS-3156.

Page 10: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

10 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014

DIVuLGANDO A PESQuISA

SENSOR ÓPTICO NA FERTILIZAÇÃO NITROGENADA EM DOSE VARIÁVEL NO MILHO:

I - NUTRIÇÃO DE PLANTAS E PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA

JARDES BRAGAGNOLO; TELMO JORGE CARNEIRO AMADO; RODRIGO da SILVEIRA NICOLOSO; JOERG JASPER; KUNz JúNIOR; TIAGO DE GREGORI TEIxEIRA. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 37, n. 5, p. 1288-1298, 2013.

O rendimento de milho é altamente dependente do nível de tecnologia agrícola empregada e da quali-dade do manejo das culturas. Em geral, o conteúdo

de nitrogênio (N) do solo não é suficiente para satisfazer plenamente a demanda de N do milho e assegurar altos rendimentos de grãos e, portanto, é necessário o uso de fontes complementares de N. Atualmente, no Sul do Brasil, a adubação nitrogenada do milho é estabelecida com base nos seguintes critérios: conteúdo de maté-ria orgânica do solo (MOS), cultura anterior no campo e meta de rendimento de milho. No entanto, a variabilidade espacial do solo e as características das culturas no campo não são consideradas, o que pode afetar a nutrição ideal da planta. Assim, a adubação nitrogenada tradicional, em dose única, pode não cobrir adequada-mente todo o campo (sobre ou subaplicação do nutriente em alguns locais), diminuir a eficiência de adubação nitrogenada e aumentar os impactos ambientais.

A fertilização nitrogenada em dose variada (FDV), com base em sensores de espectrometria óptica, é uma inovação tecnológica que pode incrementar a eficiência do uso do nitrogênio e reduzir seu impacto ambiental. Porém, ainda são escassas as pesquisas sobre a utilização desses sensores na agricultura brasileira.

Este estudo teve como objetivo avaliar a eficiência do sensor óptico (N-Sensor® ALS) em estimar o estado nutricional do milho e comparar a eficiência da fertilização nitrogenada em dose variada, prescrita com o sensor óptico, com o método padrão, com dose uniforme (FDU). Este trabalho foi composto por três experimentos conduzidos nas safras agrícolas de 2008/09 e de 2010/11. Os atributos avaliados foram: produção de matéria seca, teor de nitrogênio (N) na matéria seca, absorção total de N, teor de clorofila relativo (SPAD) na folha e índice de vegetação, determinado com o sensor óptico. As avaliações foram feitas nos estádios V4, V8, V10, V12 e florescimento. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, com cada local sendo analisado isoladamente.

A resposta do milho à adubação nitrogenada foi investi-gada utilizando uréia como fonte de N. As doses de fertilização de N foram divididas em três aplicações. Assim, a primeira dose, variando de 20 a 30 kg ha-1 de N, foi aplicada no plantio do milho; a segunda dose, de 32 a 40 kg ha-1 de N, foi aplicada no estádio V4; e a terceira dose, variando de 21 a 180 kg ha-1 N, foi aplicada na fase V8. Para comparar as estratégias FDV e FDU, a mesma dose de adubação nitrogenada (140 kg ha-1 de N) foi utilizada em ambas.

Conclusões• As condições meteorológicas específicas dos locais

de estudo tiveram forte efeito sobre a eficiência da adubação nitrogenada do milho e no estado nutricional da planta.

• O sensor óptico foi eficiente na estimativa da produção de matéria seca e da absorção de N pelo milho, apesar da perda de eficiência (saturação) observada nas fases finais de desenvolvimento da cultura.

• O sensor foi eficiente em captar a variabilidade espacial na nutrição de N do milho, no estádio V8. O índice de vegetação do sensor óptico se relacionou diretamente com a produção de matéria seca (R2 = 0,91; p < 0,0001), absorção total de N (R2 = 0,87; p < 0,0001) e a leitura de SPAD na folha (R2 = 0,63; p < 0,0001), mas foi inversamente relacionado ao teor de N na matéria seca (R2 = 0,53; p < 0,0001).

• A estratégia FDV apresentou eficiência semelhante à do sistema tradicional utilizado pelos agricultores nos locais 1 e 2. No entanto, no local 3, onde as condições climáticas foram favoráveis ao desenvolvimento do milho, o sensor óptico na prescrição da FDV proporcionou incremento de 12% na quantidade de N absorvido pelo milho, em relação à dose uniforme de N tradicionalmente utilizada pelos agricultores, indicando o potencial desta tecnologia na melhoria da eficiência de uso do N.

• Considerando que a maior parte do N foi absorvida pelo milho após o estádio V8 (Figura 1), o uso de sensores ópticos nesta fase ou em fases posteriores de crescimento é uma estratégia viável para a fertilização nitrogenada.

Figura 1. Evolução da absorção acumulada de N por plantas de milho em diferentes estádios fenológicos (locais 1 e 3).

Page 11: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014 11

Geralmente, em agroecossistemas tropicais e subtro-picais, a eficiência da fertilização nitrogenada para culturas agrícolas anuais é baixa, o que promove

variabilidade temporal na produtividade das culturas, perdas econômicas e impacto ambiental. A fertilização em dose variada de nitrogênio (FDV) com base em sensores de culturas por espec-trometria óptica pode aumentar a eficiência de uso do nitrogênio (EUN). Este estudo teve o objetivo de avaliar a produtividade do milho e a eficiência da FDV prescrita por um sensor óptico, em comparação com a fertilização em dose uniforme de nitrogênio (FDU). Com este propósito, três experimentos com milho sob sistema plantio direto foram conduzidos durante as safras agrí-colas 2008/09 e 2010/11 sobre um Latossolo do Sul do Brasil. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casuali-zado, com cada local sendo analisado isoladamente. Os seguintes atributos foram avaliados: produção de matéria seca, acúmulo de N na biomassa no pleno florescimento do milho, produtividade de grãos de milho e índice de vegetação (IV) medido pelo sensor óptico N-Sensor® ALS.

II - ÍNDICES DE EFICIÊNCIA DA FERTILIZAÇÃO E PRODUTIVIDADE DE GRÃOS DE MILHO

JARDES BRAGAGNOLO, TELMO JORGE CARNEIRO AMADO, RODRIGO da SILVEIRA NICOLOSO, ANTôNIO LUIS SANTI, JACKSON ERNANI FIORIN, FABIANO TABALDI. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 37, n. 5, p. 1299-1309, 2013.

Tabela 1. Eficiência de uso de nitrogênio de acordo com a dose de nitrogênio e forma de adubação em três locais.

Local/tratamento(1)

Propriedades da planta de milho ÍndicedeeficiênciaProdutividade Absorção de N(2) FPP EAN ERN EFN

- - - - - - - - - - (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (kg kg-1) - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Local 127 FDU 5.403 d 53 c 200 - - -80 FDU 7.639 c 96 c 95 42 0,82 51120 FDU 8.336 bc 109 b 69 31 0,60 52140 FDU 8.265 bc 99 b 59 25 0,41 62150 FDV 9.273 ab 123 b 62 31 0,57 55160 FDU 9.403 a 176 a 58 30 0,92 32Média 8.053 109 71 32 0,66 50

Local 2Controle 7.031c 31 c - - - -140 FDU 7.932 ab 62 b 57 6 0,22 13140 FDV 8.571 a 67 b 61 11 0,25 43240 FDU 7.445 bc 75 a 31 2 0,21 20Média 7.745 57 60 6 0,23 25

Local 3Controle 10.231 c 117 c - - - -70 FDU 11.125 c 110 c 159 * * *140 FDU 13.743 b 163 b 98 25 0,32 71140 FDV 14.887 ab 183 a 106 33 0,46 76210 FDU 15.564 a 177 ab 74 25 0,42 88Média 13.110 153 117 27 0,40 78

1) Para os tratamentos, consulte a Parte I; (2) absorção de N no florescimento; FDU: fertilização nitrogenada em dose única; FDV: fertilização nitrogenada em dose variável com base no sensor óptico; FPP: fator parcial de produtividade; EAN: eficiência agronômica do uso de N; ERN: eficiência aparente da recuperação de N; EFN: eficiência fisiológica do N; *: falta de dados.

Conclusões:• A eficiência de uso de N (EUN) no milho pode ser avaliada

por vários índices, como, por exemplo, fator parcial de produtivi-dade (FPP), eficiência agronômica do uso de N (EAN), eficiência aparente da recuperação de N (ERN) e eficiência fisiológica do N (EFN). Estes índices são apresentados na Tabela 1.

• Independentemente do local investigado, a fertilização nitrogenada aumentou a quantidade de N absorvido pelas plantas, resultando em incremento da produção de matéria seca e da pro-dutividade de milho. Os menores incrementos na produtividade de milho foram observados na área 2, que apresentou déficit hídrico no estádio fenológico crítico.

• A FDV aumentou a eficiência aparente de recuperação de N (ERN) e a eficiência agronômica do uso de N (EAN) pelo milho. Nas áreas 1 e 3, que não foram afetadas pela restrição hídrica, verificaram-se aumentos de 28,0% e 41,3% na EAN e ERN, res-pectivamente, promovido pela FDV, em relação à FDU. Apesar desses resultados, não foi verificado aumento de produtividade do milho pelo uso da FDV, em comparação a FDU.

Page 12: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

12 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014

EM DESTAQUE

SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE BOAS PRÁTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES (BPUFs) – IPNI BRASIL E CONE SUL –

Dr. Luís Ignácio Prochnow, diretor do IPNI, Programa Brasil, em parceria com Dr. Fernando Garcia, diretor do IPNI, Programa Cone Sul, coordenaram o Simpósio Internacional sobre Boas Práticas para Uso Eficiente de Fertilizantes, ocorrido em Foz do Iguaçu, PR, nos dias 20 e 21 de Maio. Durante o evento foram abordados temas como dinâmica de nutrientes no sistema solo-planta, manejo da acidez do solo, manejo das condições físicas do solo, agricultura de precisão, otimização na aplicação de fertilizantes e corretivos, sistemas de produção e boas práticas para o uso eficiente de fertilizantes nas culturas da soja, trigo e milho. O evento reuniu cerca de 300 participantes, entre consultores, técnicos e pesquisadores.

VI SIMPÓSIO REGIONAL IPNI BRASIL SOBRE BOAS PRÁTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES (BPUFs)

Sob a coordenação do Dr. Eros Francisco, Diretor Adjunto do IPNI, Programa Brasil, foi realizado em Dourados, MS, dias 15 e 16 de abril, o VI Simpósio Regional sobre Boas Práticas para Uso Eficiente de Fertilizantes, em parceria com a Fundação MS e a Uni-versidade Estadual da Grande Dourados (UFGD). Esta região é um importante polo agrícola, com aproximadamente 2 milhões de hectares plantados com soja, milho e cana-de-açúcar. O Simpósio contou com a participação de renomados pesquisadores de diversos centros de pesquisa e universidades, focando os aspectos básicos do uso eficiente de fertilizantes e de corretivos agrícolas que, direta ou indiretamente, estão envolvidos no processo sustentável e rentável da produção agrícola. Estiveram presentes no evento cerca de 180 pessoas, entre con-sultores agronômicos, técnicos, pesquisadores, estudantes e agricultores.

Dr. Francisco, durante a sua palestra no Simpósio em Dourados. Participantes estiveram atentos às apresentações.

Vista parcial da audiência no Simpósio do IPNI em Foz do Iguaçu. Dr. Fernando Garcia, em um momento de sua palestra.

Page 13: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014 13

PLANTAS DE COBERTURA EM CAFEEIRO

Dr. Valter Casarin, Diretor Adjunto do IPNI Brasil, partici-pou de um dia de campo na região de Franca, SP – tradicional região produtora de café – para observar os benefícios do uso de plantas de cobertura no manejo nutricional do cafeeiro. A utilização de culturas de cobertura (principalmente Brachiaria) mostrou ser eficiente na nutrição do cafeeiro. O manejo é caracterizado pela adubação das plantas de cobertura, as quais são posteriormente roçadas para debaixo da copa do cafeeiro. Notou-se que, com esse manejo, o solo mantém a umidade, permitindo melhor aproveitamento dos fertili-zantes. Nas áreas onde não foram utilizadas culturas de cobertura o solo ficou desprotegido e pôde-se ver claramente o fertilizante na superfície do solo. Na ocasião, a temperatura do solo sem cobertura vegetal era de aproximadamente 55 ºC, enquanto a temperatura do solo coberto com a palha das plantas de cobertura era de 32 ºC. Na região, em função da longa estiagem, previu-se uma perda de cerca de 20% da safra de café. Já nas áreas onde se adota o manejo de culturas de cobertura as perdas são significativamente menores. “Este dia de campo foi fundamental para conhecer a importância da braquiária no manejo nutricional do café e sua importância em condições de severo déficit hídrico”, disse Dr. Casarin.

Solo coberto com palha de braquiária.

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE FERTILIZANTES FOSFATADOS

Dr. Luís Prochnow, Diretor do IPNI Brasil, apresentou a palestra “Eficiência agronômica de fertilizantes fosfatados em sistemas agrícolas de produção” para agrônomos e agricultores na Cooperativa Agroindustrial C. Vale, em Palotina, PR. Essa região do Brasil explora a agricultura (soja e milho) e a pecuária, cujos produtos são exportados para muitos países ao redor do mundo. Em sua palestra, Dr. Prochnow destacou as diferentes tecnologias disponíveis para aumentar a eficiência do uso de P, incluindo a adoção do manejo 4C. O púbico mostrou grande interesse pela palestra, considerando o grande número de perguntas realizadas após sua apresentação.

Dr. Prochnow, durante a sua palestra em Palotina.

CONCURSO DE FOTOGRAFIAS SOBRE DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS DO IPNI

Estão abertas as inscrições para o Concurso de Fotografias sobre Deficiêncais Nutricionais em Culturas do International Plant Nutrition Institute (IPNI). Esse concurso tem a finalidade de incen-tivar a observação em campo e aumentar a compreensão sobre as deficiências nutricionais das plantas. Este ano o concurso apresenta algumas mudanças importantes. Além das quatro categorias de nutrientes (N, P, K, nutrientes secundários e micronutrientes), foi incluída uma categoria específica de culturas: feno e forrageiras. Os prêmios monetários variam de US$ 100,00 a US$ 200,00, de acordo com a posição e categoria. Além disso, todos os vencedores receberão uma cópia da versão mais recente da coleção de imagens sobre deficiências nutricinais, em USB.

As fotos e as informações de suporte devem ser enviadas ao IPNI até 11 de dezembro de 2014. Os vencedores serão anunciados em janeiro de 2015.

Mais informações e detalhes sobre a inscrição podem ser obtidas no site do IPNI: www.ipni.net

DINÂMICA DOS NUTRIENTES DAS PLANTAS NOS SOLOS

Dr. Valter Casarin, Diretor Adjunto do IPNI Brasil, proferiu uma aula para alunos do Curso de Especialização de Manejo do Solo. O curso, realizado em Luis Eduardo Magalhães (BA), é promovido pelo Departamento de Ciência do Solo da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo. A aula abordou princi-palmente a dinâmica de macro e micronutrientes nos principais solos brasileiros. “O grupo de participantes era composto principalmente por consultores do oeste da Bahia. As discussões durante a aula foram de alto nível técnico, proporcionando melhor compreensão do manejo adequado dos nutrientes do solo”, comentou Dr. Casarin.

Participantes do Curso de Especialização em Manejo do Solo.

Page 14: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014

PROJETO GLOBAL MAIZE DO IPNI – RELATÓRIO PARCIAL FINALIZADO

O Global Maize Project (GMP) tem desafiado cientistas de todo o mundo no sentido da criação de sistemas de Intensifica-ção Ecológica (IE) que superem as práticas atuais (PA) adotadas pelos agricultores. A melhoria da nutrição mineral das culturas é o principal foco deste projeto, mas muitos outros fatores de manejo também estão incluídos na tentativa de promover o melhor uso dos nutrientes aplicados. O relatório parcial do GMP contém os prin-cipais resultados obtidos bem como uma discussão sobre os anos iniciais do Projeto Global Maize. Quarenta e uma combinações entre locais e anos, com dados de todo o mundo, foram incluídas no rela-tório. Em geral, o aumento da produtividade média de milho nos sistemas de IE, em relação às PA, foi de quase 1 t ha-1. Se este aumento for extrapolado para todas as áreas de cultivo de milho do mundo, estima-se que seriam produzidas 160 milhões de toneladas de grãos adicionais a cada ano, o que representa um aumento de 15% na produção mundial de milho. Os conceitos de IE, da forma como são utilizados na GMP, estão servindo atualmente como exemplo para os pesquisadores que trabalham com outras culturas, como arroz, girassol, algodão, cana-de-açúcar e trigo.

AGRICULTORES INSTRUÍDOS COM OS RESULTADOS DO PROJETO GLOBAL MAIZE

Dr. Eros Francisco, Diretor Adjunto do IPNI Brasil, foi con-vidado a participar de um dia de campo organizado pela Fundação MT para apresentar os resultados mais recentes do Projeto Global Maize (GMP) estabelecido em Itiquira, MT. Cerca de 500 pessoas participaram do evento. O milho tornou-se uma cultura impor-tante para os agricultores da região do Cerrado do Brasil devido à possibilidade de ser cultivado como uma segunda safra, após a soja. Dr. Francisco apresentou uma palestra sobre os sistemas de cultivo de milho locais e mostrou como a intensificação ecológica pode aumentar a produção de milho. “Nos últimos 5 anos, o GMP localizado em Itiquira, MT, mostrou alguns resultados importantes sobre o manejo de nutrientes na cultura do milho e esperamos continuar a oferecer informações úteis para os agricultores”, disse Dr. Francisco.

Dr. Francisco durante a apresentação dos resultados do Projeto Global Maize na Fundação MT.

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DA ADUBAÇÃO FOSFATADA NOS SISTEMAS AGRÍCOLAS

Dr. Luís Prochnow, Diretor do IPNI, Programa Brasil, fez uma apresentação sobre a "Eficiência Agronômica da Adubação Fosfatada nos Sistemas Agrícolas" na Faculdade de Tecnologia Shunji Nishimura – FATEC – uma escola de ensino superior, estadual e gratuita, empenhada em preparar jovens estudantes para a carreira profissional na área de mecanização em agricultura de precisão. Cerca de 200 pessoas participaram do evento, as quais receberam orientação sobre os aspectos técnicos e práticos do uso eficiente e eficaz dos fertilizantes fosfatados, ou seja, o manejo do fertilizante que promove o aumento da produtividade das culturas sem representar uma ameaça ambiental. "O uso eficiente do fósforo é a chave para a produção agrícola no Brasil. Portanto, foi um grande prazer voltar à Pompéia e compartilhar com os estudantes algumas reflexões sobre este importante tópico da agricultura brasileira", disse Dr. Prochnow.

Centro de Pesquisa em Ponta Grossa, PR

BOAS PRÁTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES

Dr. Valter Casarin, Diretor Adjunto do IPNI, Programa Brasil, ministrou uma palestra intitulada "Boas Práticas para Uso Eficiente de Fertilizantes" durante o 65º SIMPAS – Sistemas Inte-grados de Manejo na Produção Agrícola Sustentável, ocorrido no Instituto Federal do Sul de Minas, Muzambinho, MG. Este evento é organizado três vezes ao ano e tem apoio financeiro e organi-zacional de vários setores do agronegócio brasileiro, incluindo o setor de fertilizantes. Juntamente com a Associação Brasileira para a Difusão de Adubos – ANDA, o IPNI Programa Brasil também apoia este evento desde a sua inauguração, ajudando a organizar uma sessão sobre Nutrição de Plantas. Participaram do evento cerca de 150 profissionais ligados a assistência técnica, extensão rural, pesquisa e ensino, além de estudantes de agronomia e ciên-cias afins. Durante a palestra, Dr. Casarin discutiu sobre o manejo de fertilizantes agrícolas visando melhor eficiência de uso com a adoção do manejo de nutrientes 4C.

Abertura oficial do 65o SIMPAS, destacando-se Dr. Casarin, à direita.

PARTICIPE DO PRÊMIO IPNI BRASIL EM NUTRIÇÃO DE PLANTAS!

As inscrições estão abertas até 5 de Agosto/2014

Page 15: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014 15

PAINEL AGRONÔMICO

PRÊMIO BRASIL AGROCIÊNCIA

Realizadores e organizadores do Agrishow criaram o Prêmio Brasil Agrociência. A iniciativa tem como propósito estimular, sobretudo, estudos que sejam de efetiva aplicabilidade no agrone-gócio brasileiro. Ele será concedido anualmente a cientistas e pes-quisadores que atuam nas áreas de fitotecnia, zootecnia, engenharia rural, economia rural e sustentabilidade.

Os trabalhos serão analisados e julgados por um “Conselho de Notáveis”, formado por grandes nomes do agronegócio e da pesquisa e seu Curador será o ex-presidente da EMBRAPA, Silvio Crestana. Também compõem o Conselho: os ex-ministros da Agri-cultura Antônio Delfim Netto, Alysson Paulinelli, Luiz Fernando Cirne Lima e Marcus Vinicius Pratini de Moraes; os ex-presidentes da Embrapa, Eliseu Roberto de Andrade Alves e Carlos Magno Campos da Rocha; os ex-diretores de Faculdades de Agronomia, Antônio Roque Dechen, Antônio Nazareno Guimarães Mendes; o professor Paulo Gabriel Nacif, além do ex-diretor do Instituto Agronômico de Campinas, Ondino Cleante Bataglia.

O Prêmio de R$ 150 mil será distribuído entre os vencedores, cotizado entre as realizadoras da feira, que também formam a Comissão Organizadora da premiação: ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio, ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, ANDA – Associação Nacional para Difusão de Adubos, FAESP – Federação da Agri-cultura e Pecuária do Estado de São Paulo e SRB – Sociedade Rural Brasileira. Junto com o prêmio, cada vencedor receberá um troféu e um selo, que poderá ser utilizado em cartões de visitas, websites, como divulgação do premiado e das instituições nas quais ele atua.

LASER NO CAMPO – BRILHO REVELADOR

Pequenos feixes de luz laser dirigidos sobre a folha de uma planta ou porção de solo podem se tornar comuns nas lavouras dentro de alguns anos. O laser está se tornando um meio confiável para analisar elementos químicos presentes em um vegetal e trazer informações importantes sobre a adubação, por exemplo. O melhor é que o teste pode ser feito em tempo real no próprio campo, em poucos minutos, contando inclusive com o suporte de localização por GPS. Chamada de espectroscopia de emissão com plasma indu-zido por laser (Libs, na sigla em inglês), essa tecnologia está sendo utilizada pelo robô Curiosity, da Nasa, em Marte, para verificação de elementos como ferro, carbono e alumínio nas rochas marcia-nas. Um equipamento semelhante foi desenvolvido na Embrapa Instrumentação, localizada em São Carlos, no interior paulista. “É o primeiro sistema Libs embarcado construído no Brasil”, diz a pesquisadora Débora Milori, da Embrapa, coordenadora do pro-jeto dentro do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP. O objetivo dos pesquisadores da Embrapa foi construir um equipa-mento portátil e adaptá-lo a uma espécie de carrinho, semelhante a um robô, que pode ser levado ao campo (vide figura abaixo).

Uma versão mais sofisticada da técnica Libs é a com duplo pulso. Neste caso, existe um atraso entre os dois feixes de lasers de nanossegundos a microssegundos. A vantagem sobre o sistema de um pulso, mais utilizado pela comunidade científica, é a possibilidade de aumentar em várias vezes a intensidade do sinal, melhorando o limite de detecção da técnica para quantificação dos elementos.

A análise com laser se insere dentro do conceito de agricul-tura de precisão, que utiliza cada vez mais instrumentos e recursos da tecnologia da informação como computadores, GPS e redes sem fio para implementar melhorias no âmbito da produção agrícola. (Pesquisa FAPESP)

Equipamento robótico com laser para análise de elementos químicos presentes no solo e nas folhas.

Moléculas domaterial se

desprendem

Elétrons sedesprendemdas moléculas Evaporação

Plasma contendoátomos, íons e elétrons

Linhas de emissão de luz diferentes para cada elemento químico

A luz viaja de volta parao Libs e é captada pelaslentes do espectrômetro,que faz a identificaçãodos elementos

O sistema Libs funciona com lasers pulsados, em frações de segundos, focados nas amostras e posterior leitura da luz emitida

Saída do laser

Espectômetro

Primeiros nanosegundos

Temperaturaaté 50.000 K

Temperatura5.000 a15.000 K

Primeirosmicrosegundos

AQUECIMENTO, EVAPORAÇÃO E FORMAÇÃO DO PLASMA PLASMA RESFRIA E EMITE LUZ

Page 16: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014

CuRSOS, SIMPÓSIOS E OuTROS EVENTOS

19/AGOSTO/2014 – TERÇA-FEIRA

08:30-09:00 h Abertura

PERíODO I Mediador: Dr. Elcivan Bento Nobrega, univer-sidade Federal do Tocantins

09:00-09:45 h Palestra 1: Conceitos e dinâmica de nutrien-tes no sistema solo-planta visando BPuFs. Dr. Eros Francisco, IPNI Brasil, Rondonópo-lis, MT

09:45-10:00 h Perguntas sobre a Palestra 1

10:00-10:30 h Coffee break

10:30-10:45 h Palestra 2: Conceito 4C de nutrição de plantas. Valter Casarin, IPNI Brasil, Piracicaba, SP

10:45-11:45 h Palestra 3: Manejo da acidez do solo como fundamento para BPuFs. Dr. Eduardo Fávero Caires, UEPG, Ponta Grossa, PR

11:45-12:00 h Perguntas sobre a Palestra 3

12:00-14:00 h Almoço

PERíODO II Mediador: Dr. Eros Francisco - IPNI Brasil

14:00-15:00 h Palestra 4: Manejo das condições físicas do solo como suporte para BPuFs. Dr. Cássio Tormena, UEM, Maringá, PR

15:00-15:15 h Perguntas sobre a Palestra 4

15:15-16:15 h Palestra 5: As ferramentas de agricultura de precisão como suporte para as BPuFs Dr. Leandro Gimenez, Fundação MT, Rondo-nópolis, MT

16:15-16:30 h Perguntas sobre a Palestra 5

16:30-17:00 h Coffee break

17:00-18:00 h Palestra 6: Sistemasdeprodução e eficiênciaagronômica de fertilizantes. Dr. Carlos Alexan-dre Crusciol, FCA/UNESP, Botucatu, SP

18:00-18:15 h Perguntas sobre a Palestra 6

20/AGOSTO/2014 – QuARTA-FEIRA

PERíODO III Mediador: Dr. Antonio Clementino dos Santos, universidade Federal dos Tocantins

08:00-08:15 h Palestra 3: Balanço de nutrientes na propriedade - como fazer e para que serve? Eng. Agr. José Francisco da Cunha, Téc-Fértil, São Paulo, SP

08:15-09:15 h Palestra 8: Otimização na aplicação de fertili-zantes e corretivos agrícolas. Dr. Pedro Henri-que Cerqueira Luz, FZEA/USP, Pirassununga, SP

09:15-09:30 h Perguntas sobre a Palestra 809:30-10:00 h Coffee break10:00-11:00 h Palestra 9: BPuFs para o cultivo de pastagens.

Dr. Manuel Cláudio Motta Macedo, Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS.

11:00-11:30 h Palestra 10: BPuFs para o cultivo de pastagens no MAPITO. Dr. Rubens Ribeiro da Silva, UFT, Gurupi, TO

11:30-12:00 h Perguntas sobre as Palestras 9 e 1012:00-13:45 h Almoço

PERíODO IV Mediador: Dr. Valter Casarin, IPNI Brasil

13:45-14:45 h Palestra 11: BPuFs para a cultura do milho. Dr. Álvaro Vilela de Resende, Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG

14:45-15:15 h Palestra 12: BPuFs para a cultura do milho no MAPITO. Engº Agrº Márcio Antônio Montechese, Montech Consultoria, Balsas, MA

15:15-15:45 h Perguntas sobre as Palestras 11 e 1215:45-16:15 h Coffee break16:15-17:15 h Palestra 13: BPuFs para a cultura da soja.

Dr. Leandro Zancanaro, Fundação MT, Rondo-nópolis, MT

17:15-17:45 h Palestra 14: BPuFs para a cultura da soja no MAPITO. Dr. Dirceu Klepker, Embrapa Cocais, Balsas, MA

17:45-18:30 h Perguntas sobre a Palestra 13 e 1418:15-18:30 h Encerramento

PROGRAMA

VII SIMPÓSIO REGIONAL IPNI BRASIL SOBREBOAS PRÁTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES

Local: Glamour do Lago, Araguaína, TOInscrições: Somente através do website do IPNI Brasil:

http://brasil.ipni.net

Informações: International Plant Nutrition Institute - IPNI BrasilContato: Elisangela ToledoTelefone/fax: (19) 3433-3254 ou (19) 3422-9812Email: [email protected]

Page 17: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014 17

OUTROS EVENTOS

9. 16th WORLD FERTILIzER CONGRESS OF CIEC Local: Windsor Barra Hotel, Rio de Janeiro, RJData: 20 a 24/OUTUBRO/2014Informações: F&B Eventos - Emily Bianquini

Fone: (43) 3025-5223Email: [email protected] Website: http://www.16wfc.com

12. XX CONGRESO LATINOAMERICANO DE LA CIENCIA DEL SuELOLocal: Cusco, PeruData: 9 a 15/NOVEMBRO/2014Informações: Sede do Congresso

Fone: (+51) 84-235718 Email: [email protected] Website: http://www.xxcongresolatino

americanodesuelosperu.org

11. 2nd INTERNATIONAL SyMPOSIuM ON MAGNESIuM IN CROP PRODuCTION, FOOD QuALITy AND HuMAN HEALTH Local: São Paulo, SPData: 4 a 6/NOVEMBRO/2014Informações: Institute of Applied Plant Nutrition

Email: [email protected]: www.iapn.de

2. 11º CONGRESSO NACIONAL DE PESQuISA DE FEIJÃO – CONAFE Local: Centro de Eventos, Londrina, PRData: 22 a 24/JULHO/2014Informações: Conafe

Fone: (43) 3025-5223Email: [email protected] Website: www.conafe2014.com.br

1. SIMPÓSIO SOBRE DESAFIOS DA FERTILIDADE DO SOLO NA REGIÃO DO CERRADO Local: Goiânia, GOData: 16 a 18/JULHO/2014Informações: FEALQ

Fone: (19) 3417-6600 Email: [email protected]: www.fealq.org.br

4. 6º CONGRESSO BRASILEIRO DE MAMONA Local: Universidade do Parlamento Cearense - INESP,

Fortaleza, CE Data: 12 a 15/AGOSTO/2014Informações: Secretaria CBM

Fone: (83) 3182-4380 Email: [email protected] Website: www.cbmamona.com.br

5. XXXIV REuNIÃO DE PESQuISA DE SOJA Local: Centro de Convenções do Hotel Sumatra, Londrina, PRData: 14 e 15/AGOSTO/2014Informações: Embrapa Soja

Fone: (43) 3371-6068 Email: [email protected] Website: http://www.cnpso.embrapa.br

6. 47o CONGRESSO BRASILEIRO DE FITOPATOLOGIALocal: Centro de Eventos, Londrina, PRData: 17 e 22/AGOSTO/2014Informações: F&B Eventos

Fone: (43) 3025-5223 Email: [email protected] Website: http://www.cbfito2014.com.br

3. X SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE RECuPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADASLocal: Foz do Iguaçu, PRData: 8 e 9/AGOSTO/2014Informações: SOBRADE

Fone: (41) 3360-4256 Email: [email protected] Website: www.sobrade.com.br 10. 40º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQuISAS

CAFEEIRAS Local: Espaço Cultural da Urca, Poços de Caldas, MGData: 28 a 31/OUTUBRO/2014Informações: Fundação Procafe

Fone: (35) 3214-1411 Email: [email protected] Website: http://fundacaoprocafe.com.br

7. ENCONTRO DOS ENCONTROS DA SCOT CONSuLTORIA• ENCONTRO DE ADuBAÇÃO DE PASTAGENS• ENCONTRO DE CRIADORES• ENCONTRO DA PECuÁRIA LEITEIRALocal: Centro de Eventos Ribeirão Shopping, Ribeirão Preto, SP Data: 30/SETEMBRO a 1/OUTUBRO/2014 - Encontro de

Adubação de Pastagens1 e 2/OUTUBRO/2014 - Encontro de Criadores2/OUTUBRO/2014 - Encontro de Pecuária Leiteira3/Outubro/2014 - Visita técnica à propriedade Nata da Serra

Informações: Scot ConsultoriaFone: (17) 3343-5111 Email: [email protected] Website: www.scotconsultoria.com.br/encontros/

Page 18: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

18 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014

2. ELEMENTOS DA NATuREzA E PROPRIEDADES DOS SOLOS - 4a edição

Autores: Nyle C. Brady e Ray R. Weil; 2013.Conteúdo: Os solos ao nosso redor; a formação dos solos;

classificação do solo; arquitetura e propriedades físicas do solo; a água do solo: características e comportamento; o solo e o ciclo hidrológico; aera-ção e temperatura do solo; a fração coloidal: local de atividade química e física do solo; acidez, alca-linidade, aridez e salinidade do solo; organismos e ecologia do solo; matéria orgânica do solo; ciclagem de nutrientes e fertilidade do solo; manejo prático de nutrientes; erosão do solo e seu controle; solos e poluição química.

Preço: R$ 145,00Número de páginas: 688Editor: FUNEP

Website: www.funep.com.br

3. TÓPICOS EM FíSICA DO SOLO - volume 2

Autora: Carolina Fernandes; 2013.Conteúdo: Influência da matéria orgânica nos atributos físicos

do solo; estrutura e agregados na qualidade física do solo; lodo de esgoto e atributos físicos do solo; sistema plantio direto e qualidade física do solo; influência de diferentes plantas de cobertura na estrutura do solo; importância da palhada da cana- de-açúcar para a qualidade física do solo; atribu-tos físicos do solo com horizonte A antrópico na Amazônia; atributos físicos do solo em áreas de Terra Preta Arqueológica na região Amazônica; variabilidade espacial de atributos físicos de solos na região sul do Amazonas.

Preço: R$ 44,80Número de páginas: 116Editor: FUNEP

Website: www.funep.com.br

PuBLICAÇÕES RECENTES

6. ENSAIO ESTADuAL DE CuLTIVARES DE MILHO - MINAS GERAIS: ANO AGRíCOLA 2009/2010(EPAMIG. SéRIE DOCuMENTOS, n. 60)

Autores: Paes, J. M. V.; Teixeira, C. M.; Silva, E. A.; Favoreto, L.; Santos, M. A.; 2012.

Conteúdo: Este relatório apresenta de forma detalhada a carac-terização agronômica das cultivares, procedimentos adotados na condução da lavoura e os resultados obtidos nos ensaios realizados em diversas regiões do Estado no ano agrícola 2011/2012.

Preço: gratuito para consulta e downloadNúmero de páginas: 76Editor: EPAMIG

Website: www.epamig.br

4. GuAR: PESQuISAS COM uMA LEGuMINOSA POuCO CONHECIDA E DE MuITAS OPÇÕES DE uSO AGRO-INDuSTRIAL NO BRASIL (DOCuMENTOS IAC, 112)

Autores: Wutke, E. B.; Ambrosano, E. J.; Bulisani, E. A.; Almeida, L. D. de; Coletta Filho, H. D.; Taberti, I. C.; Paulo, E. M.; Kasai, F. S.; Martins, A. L. M.; 2014.

Conteúdo: Resultados de pesquisas agronômicas desenvolvidas com o guar, sobretudo no Estado de São Paulo, pelo Instituto Agronômico (IAC), e informações dos usos na alimentação humana e animal, na adubação verde e da goma das sementes em setores industriais.

Preço: gratuito para consulta e downloadNúmero de páginas: 28Editor: Instituto Agronômico - IACWebsite: www.iac.sp.gov.br

1. NITROGEN MANAGEMENT IN CROP PRODuCTION

Autores: Nand Kumar Fageria; 2014.Conteúdo: Functions of nitrogen in crop plants; nitrogen losses

in soil-plant system; diagnostic techniques for nitro-gen requirements in crop plants; management of soil organic matter; nitrogen use efficiency in crop plants; nitrogen interaction with other nutrients; biological nitrogen fixation by legumes; manage-ment practices to improve nitrogen use efficiency in crop plants.

Preço: US$ 159,95Número de páginas: 436Editor: CRC Press

Website: www.crcpress.com

5. O ECOSSISTEMA SOLO – COMPONENTES, RELAÇÕES ECOLÓGICAS E EFEITOS NA PRODuÇÃO VEGETAL

Editores: Moreira, F. M. S.; Cares, J. E.; Zanetti, R.; Sturmes, S. L.; 2014.

Conteúdo: O livro aborda os fatores químicos, físicos e, princi-palmente, os fatores biológicos do solo, enfatizando a relação entre eles e a produção vegetal. Os principais grupos funcionais que compõe a biodiversidade do solo (macrofauna, mesofauna, microfauna e micror ganismos), e também o componente vegetal, são apresentados, enfatizando-se os processos que realizam e que são fundamentais para a sustentabi-lidade dos ecossistemas e para a continuidade da própria vida no planeta. Métodos para avaliação da biodiversidade também são apresentados.

Preço: R$ 50,00Número de páginas: 351Editor: UFLA

Website: www.livraria.editora.ufla.br

Page 19: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014 19

LANÇAMENTOS RECENTES DO IPNI

COLEÇÃO DE IMAGENS DE DEFICIêNCIAS DE NuTRIENTES EM CuLTuRAS

Esta coleção oferece uma variedade completa de centenas de casos clássicos de deficiências nutricionais em culturas, documentadas em parcelas de pesquisa e em campos agrícolas localizados em todo o mundo. São mais de 500 imagens agrupadas de acordo com os três tipos de nutrientes necessários para o crescimento das plantas, ou seja, primários, secundários e micronutrientes. Descrições da defi ciência de nutrientes também estão disponíveis como apoio à informação. A coleção inclui as seguintes culturas: alfafa, amêndoa, maçã, abacate, banana, cevada, manjericão, feijão, grama bermuda, abóbora amarga, couve, caju, man-dioca, mamona, couve-flor, aipo, cereja, castanha, grão-de-bico, canela, frutas cítricas, trevo, coco, café, algodão, feijão, capim- colchão, pepino, linho, forragem, gengibre, uva, grapefruit, goiaba, kudzu, limão, alface, mogno, milho, tangerina, manga, mostarda, dendê, cebola, maracujá, ervilha, pêssego, amendoim, milheto, nozes, pimenta, ameixa, batata, canola, arroz, bétula, seringueira, sorgo, soja, beterraba, cana-de-açúcar, girassol, batata doce, inhame, tabaco, tomate, grama, açafrão, trigo, inhame.Idiomas incluídos: Inglês, francês, português, russo e chinês. Preço: R$ 75,00Formato: pen-driveEditor: International Plant Nutrition Institute – IPNI

Website: http://brasil.ipni.net

SOIL ACIDITy EVALuATION & MANAGEMENT

Em regiões onde a acidez limita os rendimentos das culturas, a correção do solo e do subsolo constitui uma parte importante das boas práticas de manejo (BPM) para alcançar a sustentabilidade. Um aspecto importante do manejo da acidez do solo é a aplicação de calcário. O adequado manejo da acidez aumenta a eficiência dos fertilizantes aplicados, melhora a eficiência de alguns herbicidas, protege o meio ambiente e aumenta o lucro do agricultor.O objetivo deste boletim é fornecer informações sobre a acidez do solo e o uso de insumos para mitigar o problema. Ele ofe-rece uma análise concisa dos principais conceitos relacionados à acidez do solo, sua avaliação e o controle por meio de várias opções de manejo.O boletim tem 30 páginas e o CD que o acompanha apresenta um conjunto de slides em PowerPoint® (30 slides com notas do orador). O conjunto de slides foi concebido como um recurso complementar para aqueles que utilizam o boletim em ambientes de ensino ou para uso em apresentações relacionadas ao manejo da acidez do solo.

Preço: US$ 35,00Editor: International Plant Nutrition Institute – IPNI

Website: http://www.ipni.net/publications

Page 20: INDÚSTRIA DE FERTILIZANTES E AGRICULTURA DE … · tecnológicas, que inclui a melhoria do manejo e da fertilidade do solo, melhoramento genético, manejo integrado de pragas e tecnologias

20 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 146 – JUNHO/2014

Demonstração dos sensores em mini-hortas.

• Agrium Inc.• Arab Potash Company• Belarusian Potash Company• BHP Billiton• CF Industries Holding, Inc. • Compass Minerals Specialty Fertilizers• International Raw Materials Ltda.• Intrepid Potash, Inc.• K+S KALI GmbH• Mosaic Company

• OCP S.A.• PotashCorp• QAFCO• Simplot• Sinofert Holdings Limited• SQM• Toros Tarim• Uralchem• Uralkali

MEMBROS DO IPNI MEMBROS AFILIADOS AO IPNI

• Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA)• Arab Fertilizer Association (AFA)• Canadian Fertilizer Institute (CFI)• International Fertilizer Industry Association (IFA)• International Potash Institute (IPI)• The Fertiliser Association of India (FAI)• The Fertilizer Institute (TFI)

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTEAvenida Independência, nº 350, Edifício Primus Center, salas 141 e 142

Fone/Fax: (19) 3433-3254 / 3422-9812 - CEP 13416-901 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUíS IGNáCIO PROCHNOW - Diretor, Engo Agro, Doutor em AgronomiaE-mail: [email protected] Website: http://brasil.ipni.net

VALTER CASARIN - Diretor Adjunto, Engo Agro, Engo Florestal, Doutor em Ciência do SoloE-mail: [email protected] Website: http://brasil.ipni.net

EROS FRANCISCO - Diretor Adjunto, Engo Agro, Doutor em AgronomiaE-mail: [email protected] Website: http://brasil.ipni.net

Ponto de Vista

Terry L. Roberts2

AMIGO DOS FERTILIZANTES1

Na edição de Dezembro de 2013 do periódico WIRED, o editor convidado Bill Gates escreveu: Tenho uma certa fascinação pelos fertilizantes. Quer dizer,

sou fascinado pelo papel que eles desempenham. Vou às reuniões nas quais o fertilizante é tratado com seriedade nas conversas. Já li livros sobre os seus benefícios e os problemas relacionados ao seu uso excessivo... como qualquer pessoa com uma leve fascinação, acho que a minha é inteiramente justificada. Atualmente, duas em cada cinco pessoas na Terra devem suas vidas ao maior aumento de produtividade proporcionado pelos fertilizantes.

Foi animador ver alguém, da posição e fama de Bill Gates, fazer uma declaração tão positiva e de apoio aos fertilizantes. O seu editorial focava a inovação e o seu desejo de promover a ino-vação para melhorar a vida das pessoas, da mesma forma como os fertilizantes ajudaram a impulsionar a Revolução Verde.

As celebridadades exercem uma tremenda influência sobre as pessoas. Vamos retroceder no tempo, no final de 1980, quando instalou-se um certo pânico em relação ao uso do produto Alar, um composto que era pulverizado sobre as macieiras, antes dos frutos estarem formados, para reduzir a queda precoce e prolongar o período de colheita. Uma atriz famosa agiu em conjunto com um grupo ativista ambiental, autonomeado Natural Resources Defense Council (NRDC), em uma campanha pública para obter da Envi-ronmental Protection Agency (EPA) a proibição do uso do Alar. Um

segmento do programa americano CBS News, 60 Minutes, foi ao ar destacando um relatório da NRDC sobre os problemas causados pelo Alar e o fabricante foi forçado a retirar, voluntariamente, o produto do mercado antes da proibição entrar em vigor. Como consequência, o público, assustado, excluiu a maçã dos programas escolares e as pessoas deixaram de dar suco de maçã às crianças. Os agricultores foram à falência e a indústria de maçã sofreu danos incalculáveis. O fato é que não havia nenhuma prova científica de que o Alar fosse um problema... toda a campanha foi baseada em propaganda, e não em fatos.

Sou grato ao Bill Gates por fazer uma declaração pública sobre os fertilizantes após ter estudado as questões associadas a eles.

1 Extraído do Better Crops, v. 98, n. 1, 2014.2 Presidente do IPNI, Norcross, Estados Unidos.