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Medicina do Trabalho
ndice
Introduo 5
Sade 9
CondiesdeTrabalho 13
TrabalhoeSade 17
AcidentesdeTrabalho 21ReparaodoAcidentedeTrabalho 24TabelaNacionaldeIncapacidades 25ClculodaIncapacidade 27
Doena Profissional 29ParticipaoObrigatria 33Certificao da Doena Profissional 33Factores que determinam uma Doena Profissional 35Msculo-esquelticas 40Tendinites 47
DoenarelacionadacomoTrabalho 51
Preveno dos Riscos Profissionais 55
VigilnciadaSade 59GarantidopeloEmpregador 61Especfica 61Voluntria 61
ObjectivosdaVigilnciadaSade 65ObjectivosIndividuais 67ObjectivosColectivos 67
PrevenoeTcnicasdaMedicinadoTrabalho 69PrevenoPrimria 71PrevenoSecundria 71PrevenoTerciria 72DiagnsticodeTrabalhosSintomticos 72
Lista das Doenas Profissionais 79
introduo
Medicina do Trabalho
Acompetitividadeglobal,oaumentodautilizaodenovastecnologiasdeinformao,ocrescimentodaprodutividadeeoconstantereajus-tamentodosvaloreshumanosesociaissoalgunsdos factoresquecontribuemparagrandesalteraesnomundodotrabalho.
Ao longodostempos,umagrandesucessodeacidentes industriaisgravesocorridosemdiversasreas,eaaquisiodenovosdadoscien-tficos, tem vindo a alertar a comunidade internacional para a diversi-dadedesituaesqueapresentamriscosassociadosacertasactivida-deslaboraispotencialmenteperigosas.
ADirectivaQuadro(Directiva89/391/CEEde12deJunho),veioes-tabelecerparaosEstadosMembrosdaUnioEuropeiaanecessidadedeaonveldasempresas,seconstituremserviosdeprevenoqueorganizemdeformaadequadaasactividadesdeseguranaesadedotrabalho.
Na dcada de 90 verificou-se uma grande implementao ao nvel das empresasdesistemasdegestodequalidade,enquantoquehoje,asempresasoptamporsistemasintegradosdegestoqueabordamparaalmdaqualidade,oambiente,aseguranaesadedotrabalho.
A realizao pessoal e profissional encontra na qualidade de vida do trabalhador, particularmente a que favorecida pelas condies deseguranaesade,umamatriz fundamentalparaoseudesenvolvi-mento.
Ascondiesdeseguranaesadenolocaldetrabalhoconstituemabasefundamentaldeumqualquerprogramadeprevenoderiscosprofissionais.
O principal objectivo de um programa de preveno de riscos profissio-naisdeverseromelhoramentodascondiesdetrabalho,paraquedestaformaseminimizemosacidentesdetrabalhoeasdoenaspro-fissionais, contribuindo tambm, para um aumento da competitividade naorganizao.
Paravalorizardeumaformaadequadaquaissoasalteraesqueotrabalhopodeproduzirnasade,temosdeconheceroqueasadeeterpresentequeaideiadeestarsadiotambmevoluiediferentesegundoaspocaseospovos.
Sade
Medicina do Trabalho 11
Esta definio constitui um conceito ideal (completo estado de bem--estar)dasade,noqualsedestaca:
Umaspectopositivo,aoabordaroestadodebem-estarenosadoena.
Umaspectointegralaoreferir-seaoplanofsico,mentalesocialdasade.
Umaspectonegativoaodaraideiadeseralgoesttico,sendoasadeumprocessoemdesenvolvimento,quesepodeirperdendoouganhando.
A Organizao Mundial de Sade (O.M.S.) define Sade como o estado de bem-estar fsico, mental e social completo e no somente a ausncia de dano ou doena.
condies de Trabalho
Medicina do Trabalho 15
Arealidadedasadeocupacionalnosimplesmenteosacidentesdetrabalho e as doenas profissionais mas um amplo conjunto de vari-veis que definem a realizao de uma tarefa concreta e o ambiente em queestaserealizaequesedenominacomocondiesdotrabalho.
DeacordocomumestudorealizadoporROSANVALLONem1975,otermocondiesdetrabalhoenvolve:
Oambiente fsicodopostode trabalho (rudo, calor, iluminaocontactocomprodutostxicos,etc.)
Oritmoeacargadetrabalho,nomeadamenteaestruturadosho-rrios,cargafsicaecargamental.
Aorganizaodotrabalho,emquesedestacaaestruturadeautorida-deehierarquia,relaesentreotrabalhoaexecutareotrabalhodeconcepo,sistemasdedeciso.
Trabalho e Sade
Medicina do Trabalho 19
Otrabalhoeasadeestorelacionados.Atravsdotrabalhoprocura-mossatisfazerumasriedenecessidades,desdeasdesobrevivnciaat s de evoluo profissional, pessoal e social.
Contudo,nesseprocessopodemosveranossasadeseragredida,porexemplo,seotrabalhonoserealizaremcondiesadequadas.
Arelevnciadopostodetrabalho,entendidocomooconjuntodetare-fasdestinadasconcretizaodeumobjectivopredeterminado,comaptides, exigncias e responsabilidades especficas e inseridas numa unidade organizacional que, emdeterminadomomento, no podemserexercidaspormaisdeumapessoa,evidenciaquea sadeestrelacionadacomtodosestesaspectos,equandoumaempresaalteraoprocessodetrabalhoouoselementostcnicos,materiaisouorganiza-cionais,temqueteremcontaquetambmpodemmudar,positivaounegativamente,ascondiesdeseguranaesade.
Estasmudanas,hoje to frequentesnaempresa,estodirecciona-das, em grande medida, para o aumento da eficcia produtiva, assente naconjugaodevariveiscomoatecnologia,organizaoemotiva-o,muitasvezesproporcionam-nosumaoportunidadedemelhorarascondiesdetrabalho.
Maslow1 cita o comportamento motivacional, que explicado pelasnecessidadeshumanas.
Entende-sequeamotivaoo resultadodosestmulosqueagemcomforasobreosindivduos,levando-osaco.
1AbrahamMaslow(1908-1970)-Seplanearserqualquercoisamenosdoqueaquiloquevoccapaz,provavelmentevocserinfeliztodososdiasdasuavida.
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Paraquehajaacooureacoprecisoqueumestmulosejaimple-mentado,sejadecorrentedealgoexternoouprovenientedoprprioorganismo, definindo o Ciclo Motivacional, que quando no se realiza, sobrevmafrustraodoindivduoquepoderassumirvriasatitu-des:
1.Comportamentosemlgicaouforadonormal;2.Agressividadepornopoderesvaziarainsatisfaocontida;3.Nervosismo,insnia,distrbioscirculatriosoudigestivos;4.Faltadeinteressepelastarefasouobjectivos;5.Passividade,moralbaixa,mvontade,pessimismo,resistncia
s modificaes, insegurana, no colaborao, etc.
Conclui-sequequandoanecessidadenosatisfeitaenosobrevindoas situaes anteriormente mencionadas, no significa que o indivduo permanecereternamentefrustrado.
Dealgumamaneira,anecessidadesertransferidaoucompensada,percebendo-seque amotivao umestado cclico e constantenavida pessoal podendo, nalgumas ocasies, trazer modificaes que, directaouindirectamente,prejudicamasadedostrabalhadores.
Dever-se-,pois,prestarespecialatenoaosfactoresorganizacio-nais e psicossociais que possampassar mais despercebidos, vistoque geralmente as suas conse-quncias (fadiga mental, stresslaboral,...) no parecem ser toapelativascomoasdosacidentesde trabalho ou as doenas profis-sionais.
Assimaincidncianegativadotra-balho na sade tem como resul-tadoo acidente de trabalho, a doena profissional, a doena relacionada com o trabalho.
Acidentes de Trabalho
Medicina do Trabalho 23
ALein98/2009de4deSetembro,estabeleceonovoregimejurdicode reparao dos acidentes de trabalho e das doenas profissionais.
Define acidente de trabalho como aquele que se verifica no local e no tempo de trabalho e produz directa ou indirecta-mente leso corporal, perturbao funcional ou doena de que resulte reduo na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte.
Arelevnciadosaspectosdasegurana,obrigaasempresasateremorganizadososseusserviosdeseguranaesadenotrabalho.Daqueaocorrnciadeumacidenteporinexistnciadestesserviostorna-asresponsveispelosencargos,indemnizaesoupenseslegalmentedevidasaosinistrado,desdequeexistaculpadaentidadepatronal.
NaLeiN98/2009,oArtigo14,abordaadescaracterizaodoaci-dente,referindo:
1Oempregadornotemderepararosdanosdecorrentesdoaci-denteque:
a)Fordolosamenteprovocadopelosinistradoouprovierdeseuactoou omisso, que importe violao, sem causa justificativa, das condiesdeseguranaestabelecidaspeloempregadoroupre-vistasnalei;
b)Provierexclusivamentedeneglignciagrosseiradosinistrado;
c)Resultardaprivaopermanenteouacidentaldousodarazodosinistrado,nostermosdoCdigoCivil,salvosetalprivaode-rivardaprpriaprestaodotrabalho,forindependentedavon-tadedosinistradoouseoempregadorouoseurepresentante,conhecendooestadodosinistrado,consentirnaprestao.
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2Paraefeitosdodispostonaalneaa)donmeroanterior,conside-ra -se que existe causa justificativa da violao das condies de segu-ranaseoacidentedetrabalhoresultardeincumprimentodenormalegalouestabelecidapeloempregadordaqualotrabalhador,faceaoseu grau de instruo ou de acesso informao, dificilmente teria co-nhecimentoou,tendo-o,lhefossemanifestamentedifcilentend-la.
3Entende-seporneglignciagrosseiraocomportamentotemerrioemaltoerelevantegrau,quenoseconsubstancieemactoouomis-soresultantedahabitualidadeaoperigodotrabalhoexecutado,daconfiana na experincia profissional ou dos usos da profisso.
fundamentalqueaanlisedoacidentedetrabalhosejaefectuadapoisimplicaqueesteacontecimentopossaestarassociadoaoinciodesintomasdedoenasnaturaisourelacionadascomotrabalho.
,poisnestecontexto,queosexamesocasionaisderegressoporaci-dentedetrabalhosoimportantes,nosdemodoareavaliararea-bilitaoocupacionaldotrabalhador,assimcomooretornoaopostodetrabalhodeverseracompanhado.
Reparao do acidente de trabalho
Ostrabalhadorestmdireitoreparaodosdanosemergentesdosacidentesdetrabalho.
Odireitoreparaocompreendeasseguintesprestaes:
a)Emespcieprestaesdenaturezamdica,cirrgica, farma-cutica,hospitalarequaisqueroutras,sejaqualforasuaforma,desdequenecessriaseadequadasaorestabelecimentodoesta-dodesadeedacapacidadedetrabalhooudeganhodosinistra-doesuarecuperaoparaavidaactiva.
Medicina do Trabalho 25
b)Emdinheiroindemnizaoporincapacidadetemporriaabsolu-taouparcialparaotrabalho;indemnizaoemcapitaloupensovitalciacorrespondentereduonacapacidadedetrabalhooude ganho, em caso de incapacidade permanente; penses aosfamiliaresdosinistrado;subsdioporsituaesdeelevadainca-pacidadepermanente;subsdioparareadaptaodehabitao,esubsdiopormorteedespesasdefuneral.
Da reparao do acidente de trabalho poder o trabalhador ficar com umaincapacidadetemporriamasparcial,sendooempregadorobri-gadoadar-lhetrabalhoeapagar-lhearetribuio,deacordocomasfunescompatveiscomoseuestado.
Assimcomo, sedecorrerdoacidentede trabalhouma incapacidadepermanente,deveroempregadorserobrigadoaocuparotrabalha-dor em funes compatveis com o seu estado, a dar-lhe formaoprofissional, a promover a adaptao do posto de trabalho, a facultar-lhetrabalhoatempoparcialouconceder-lhelicenaparaformaoounovoemprego.
Tabela Nacional de Incapacidades
ComapublicaodoDecreto-Lein.352/2007de23deOutubro,queaprovaanovaTabelaNacionaldeIncapacidadesporAcidentesdeTra-balho e Doenas Profissionais, este estabelece que a Tabela Nacional deIncapacidades(TNI)temporobjectivofornecerasbasesdeava-liaododanocorporalouprejuzofuncionalsofridoemconsequncia
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de acidente de trabalho ou de doena profissional, com reduo da capacidadedeganho.
Assequelas(disfunes),independentementedacausaoulesoinicialdequeresultemdanosenquadrveisnombitodonmeroanterior,sodesignadosnaTNI,emnotaonumrica,inteiraousubdivididaemsubnmerosealneas,agrupadosemcaptulos(conformeex.se-guinte).
A cada dano corporal ou prejuzo funcional corresponde um coeficiente expressoempercentagem,quetraduzaproporodaperdadacapa-cidade de trabalho resultante da disfuno, como sequela final da leso inicial,sendoadisfunototal,designadacomoincapacidadeperma-nenteabsolutaparatodoequalquertrabalho,expressapelaunidade.
Os coeficientes ou intervalos de variao correspondem a percenta-gensdedesvalorizao,que constituemoelementodebaseparaoclculodaincapacidadeaatribuir.
No caso de leses mltiplas, o coeficiente global de incapacidade obtido pela soma dos coeficientes parciais segundo o princpio da ca-
Medicina do Trabalho 27
Clculo da incapacidade
Deumacidentedetrabalhoresultaramasseguintesleses:
1. Rigidez na flexo-extenso do cotovelo direito, com movimentos conservadosentre0e70(TNI5.2.2a).
2.Perdadoindicadordireito(2dedo)demaisde50%dafalangeta(TNI8.5.2.b)).
pacidade restante, calculando-se o primeiro coeficiente por referncia capacidade do indivduo anterior ao acidente ou doena profissional eosdemaiscapacidaderestantefazendo-seadeduosucessivadecoeficiente ou coeficientes j tomados em conta no mesmo clculo.
Captulo Nmero Alnea Coeficiente Capacidade
Restante Desvalorizao
I 5 5.2.2-a 0,20 1 0,200
I 8 8.5.2.b 0,05 0,80 0,0400
0,76
Total 0,76 0,24
doena Profissional
Medicina do Trabalho 31
O conceito de doena profissional puramente legal e nasce da de-finio dada pelo Artigo 27. da Lei n. 100/97 de 13 de Setembro (revogadapelaLei98/2009de4deSetembro,avigorarapartirde1deJaneirode2010):
Doena profissional toda aquela Doena includa na lista das doenas profissionais de que esteja afectado um traba-lhador que tenha estado exposto ao respectivo risco pela na-tureza da indstria, actividade ou condies, ambiente e tc-nicas do trabalho habitual.
O trabalhador a quem seja reconhecida Doena Profissional tem direito reparaodosdanosnasade,queconsistememdoistiposdepres-taes:emespcieeemdinheiro2.
ODecretoRegulamentarn.76/2007,de17de Julho,quealteraoDecretoRegulamentarn.6/2001,de5deMaio,aprovaa listadasdoenas profissionais e o respectivo ndice codificado, foi publicado para justificar, por um lado, a necessidade de acompanhar a evoluo dascinciasmdicas,nosltimoscincoanose,poroutro,oobjectivode adequar a actual lista das doenas profissionais s diversas listas homlogasexistentesnosEstadosmembrosdaUnioEuropeia.
Asalteraesintroduzidasnopresentedecretoregulamentarcolocamespecialnfasenaalteraodaterminologiaclnicajultrapassadae
2Lei98/2009de4deSetembro.
32
naprecisodeconceitosdalistaactual,comoduploobjectivodeal-canar a vanguarda na identificao e proteco das doenas profissio-nais e de tornar mais eficaz, correcta e simplificada a aplicao deste instrumentomdico-laboral.
A lista das doenas profissionais define o factor de risco (agente cau-sal)queirproduziradoenaoumanifestaoclnica,caracterizao3(prazo indicativo) e lista exemplificativa dos trabalhos susceptveis de provocaradoena.
Para alm da Lista das Doenas Profissionais, existe a Tabela Nacio-naldasIncapacidades4,quetemporobjectivopermitiraavaliaodoprejuzo funcional sofrido em consequncia de doena profissional ou acidentedetrabalho,comperdadacapacidadedeganho.Paraalmdisso, a cada situao de prejuzo funcional corresponde um coefi-ciente expresso empercentagem,que traduz a proporoda perdadacapacidadedetrabalhoresultantedadisfuno,sendoadisfunototal,comincapacidadepermanenteeabsolutaparatodoequalquertrabalho,expressapelaunidade.
Os coeficientes ou intervalos de variaes correspondem a percenta-gensdedesvalorizao,que constituemoelementodebaseparaoclculodaincapacidadetotal.
3Caracterizao-perododetempoapartirdoqualsepresumenoexistirnexodecausalidadeentreo risco profissional e a doena em estudo4TabelaNacionaldasIncapacidades-Decreto-Lein.352/2007de23deOutubro.
Medicina do Trabalho 33
Participao Obrigatria
Perante um caso clnico que sejadepresumiraexistnciadedoenaprofissional, o mdico que assistir o beneficirio afectado pela mesma estobrigadoaparticipartalocor-rncia ao CNPRP atravs de docu-mento oficial6, que ir certificar a doena profissional e a graduao daincapacidadedecorrentedames-ma.
Certificao da Doena Profissional
O CNPRP Centro Nacional de Proteco contra os Riscos Profissionais aentidadeintegradanosistemadeseguranasocialcomcompetn-cia exclusiva para proceder certificao de doenas profissionais.
Esta certificao da doena profissional abrange o diagnstico da do-ena, a sua caracterizao como doena profissional e a graduao da incapacidadedecorrentedamesma.
Na avaliao das incapacidades resultantes de doena profissional de-verserconstitudoumprocesso,oqualdeveconterobrigatoriamenteosseguinteselementos:
Inqurito profissional.Estudo do posto de trabalho, com caracterizao dos riscos profissio-nais e sua quantificao5.Histriaclnica,compassadonosolgicoeestadoactual.Examescomplementaresdediagnstico.
5Avaliao da exposio a riscos profissionais. Mod. 08.11.07.6ParticipaoObrigatria.Mod.08.11.03,
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Centro Nacional de Proteco Contra os Riscos ProfissionaisAv.MarqusdeTomar,21-1050-153Lisboa-Tel.:217926200-Fax:217926399
Medicina do Trabalho 35
Factores que determinam uma doena profissional
O local de trabalho e o exerccio de uma actividade profissional podem constituirumaagressosadedostrabalhadores,surgindoadoenaprofissional como consequncia da exposio prolongada, aco lesi-vadeumamultiplicidadedefactores.
Propriedades qumicas, fsicas e biolgicas
O homem desenvolve a sua actividade profissional num meio ambiente quepodechegaradeterioraroseuestadodesadeacurto,mdiooulongoprazo.
Assubstnciasperigosaspodemcausardiversostiposdedanos,desdecancros a problemas da capacidade de reproduo ou deficincias con-gnitas.Outrassubstnciaspodemcausardanoscerebrais,danosnosistemanervoso,asmaeproblemascutneos.
Osdanoscausadospelassubstnciasperigosaspodemocorrernase-qunciadeumanicaecurtaexposioouemresultadodaacumula-oalongoprazodesubstnciasnoorganismo.
Apresenadesubstnciasqumicasnomeioambiente jhabitualtantonavidaquotidianacomonotrabalho.Noentanto,osprodutosqumicosqueseencontramnoambientedetrabalhosomuitomaisnumerososepotencialmentemaisnocivosdoqueosqueseencontramnasruas.
Aenergiaquenosrodeianassuasdiversasformastambmpodepre-judicarotrabalhadorpelasuaqualidade(natureza)e/ouquantida-de(intensidade).Aenergiaestpresentenospostosdetrabalho,emvrias formasdiferentes, soba formadeenergiamecnica (rudoevibraes),energiaelectromagntica(luzvisvel,ultravioletas, infra-vermelhos, raios X, Gama, etc.) e calorfica (o calor ou sua ausncia, ofrio).
Por ltimo, possvel encontrar microrganismos que podem causarenfermidadesnohomem,taiscomofungos,bactrias,vrus.
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Vias de entrada no organismo
Osagentesqumicos,substnciasque,pelaformaemqueseapresen-tam,podemserabsorvidaspeloorganismoeproduzirempoucotem-po,ouaolongodosanos,efeitosnocivosparaasadedoindivduo7,sodosvriosagentes,aquelesquedeterminamoucontribuemparaodesenvolvimento de doena profissional.
Somilharesassubstnciasmanejadaspelotrabalhadoreasquesegeramduranteoprocessodeproduo,sendoalgumasdeorigemna-tural e outras de origem artificial, criadas pelo homem. A sua origem poucoimporta,jquetantoumascomooutraspodemsertxicasparaohomem,porquetodaspodemsernocivasseaquantidadeabsorvida,ou dose, for suficiente.
Osagentesqumicossoabsorvidospeloorganismoatravsdeumaouvriasviasdeentrada,que,porordemdeimportncia,soasviasrespiratrias,drmica,digestivaeparenteraleposteriormentedistri-budospelosmaisdiversoslocaisdoorganismo,atravsdomecanismodeabsoro,distribuioeexcreo.
Osagentesqumicospodemtervariadosefeitossobreoorganismo,dependendo,entreoutrosfactores,daviadeentrada.
Se nos limitarmos via respiratria,queamaisfrequente,algumassubs-tncias, como o amonaco, produzemuma forte irritao, que serve comoalerta sobrea suapresena.Algo se-melhanteoqueacontececomossol-ventes.
Outras substncias h, que ao noproduzirem qualquer efeito percept-velnosrgosdossentidos,astornamperigosas,sendoexemploomercrioeochumbo,queactuamnosistemaner-vosoouomonxidodecarbono, res-ponsvelporvriasmortesemestufas,braseiros e aquecedores com proble-mastcnicos.
7Toxicidade definida como a capacidade de uma substncia qumica ocasionar dano nos organismos vivos.
Medicina do Trabalho 37
Independentementedo tipodeacoqueumcontaminantequmicoproduza,necessrioindicaraintensidade do efeitodepende,fun-damentalmentedaquantidadedasubstnciaqumicaquepenetranoorganismo,isto,dadose8.
Via respiratria
Quandosemanipulaumasubstnciaqumica,quersejanaformadeslido,de lquidooudegs,muito fcilquesedispersenaardoambientedetrabalhoeconsequentementecontaminando-o.Assimoslquidosevaporam-se,osslidosproduzempoeiraseosgasesmistu-ram-sedirectamentecomoar.Quandorespiramosoarcontaminado,a substncia qumica contida nomesmoentra nos nossos pulmes,ondeiroriginarumaacotxica9localoudevidossuasdimensespassarabarreiraalvolo-capilar,localdatrocagasosa,edaquipassar,atravsdosangue,paraoutroslocaisdonossoorganismo.
Via drmica
Certassubstnciassocapazesdeatravessar,facilmente,apele,semcausaralteraesnamesmaechegamaosangue,queasirdistribuirposteriormenteportodoocorpo.
Exemplosdestassubstnciassoossolventesediluentes,aosquaismuitostrabalhadoresrecorremparalavarasmos.Ousodeprotecoadequadaumaatitudeactivaquedeveserconsiderada.
Via digestiva
Aingestodesubstnciasqumicasnotrabalhopoucocomum,estandoassociadasamspr-ticas de higiene, como fumar enquanto mani-pulaassubstnciasreferidas,nolavarcorrec-tamenteasmosantesdecomeroucomernoprpriopostodetrabalho.
Via parenteral
Assubstnciasqumicas tambmpodem introduzir-senoorganismoatravsdaviaparenteral,isto,atravsdegolpesouferidasexisten-tesouprovocadasporumacircunstnciaacidental, comoumcorte,arranho.
8ADoseQuantidadedasubstnciaquepenetranoorganismo.Expressageralmenteemmgdasubstncia/kgdepesocorporalmg/kg.9TxicoQualquersubstnciaexgenaque,aplicadaouintroduzidanoorganismo,produzalteraesnomesmo.
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Concentrao do agente contaminante no ambiente de trabalho
Existem valoresmximos tolerados estabelecidosparamuitos dosagentes qumicos, fsicos e biolgicos que estopresentes habitual-mentenoambientedetrabalhoeabaixodosquaisprevisvelqueemcondiesnormaisnoproduzamdanoaotrabalhadorexposto.
OValorLimitedeExposio(VLE)10expressaconcentraesnoardoslocaisdetrabalho,dediversassubstncias,abaixodosquaissejulgaqueostrabalhadorespodemexpor-sesemrisco,paraumhorriode8horasdiriasou40horassemanais;enquantoqueoNveldeAcoovalorque,emcasodeultrapassagem,devemseriniciadasacespreventivasde formaaminimizaraprobabilidadede riscoseevitarexposiesaindamaiores.
Aimportnciadavigilnciabiolgicarelevantepoisosprodutosqu-micospodementrarnocorpoporvriasvias;pelospulmes,porina-lao;pelaboca,poringestoepelapele,mesmoestandoembomes-tadoesemferimentos.Almdissopermitesaberseoprodutoqumicopenetrounocorpoequequantidadeentrou;completaa informaotransmitidapelavigilnciaatmosfricaeavaliaseosequipamentosdeprotecocolectivaouindividual(luvas,mscaras,)soverdadeira-mente eficazes.
A preveno dos riscos profissionais tam-bmdependeemelevadograudeostra-balhadores adoptarem comportamentosadequadosemfunodasexignciasdeseguranaimpostaspelosagentesqumi-cos.Ainformaoeaformaodostra-balhadoressobreoscuidadosatomarnasactividades em que se utilizam agentesqumicostm,porisso,umaimportnciaassinalvel.
Oempregadordeveprocederavaliaoderiscosetomarasmedidaspreventivasquesemostremadequadas.
Tempo de exposio.
Temporealeefectivoduranteoqualumcontaminantefsico,qumicooubiolgicoexerceasuaacoagressivasobreapessoaquerealizaumtrabalho.
10Decreto-Lein.290/2001,de16deNovembro
Medicina do Trabalho 39
Como se depreende, a doena profissional uma deteriorao lenta dasade,podendoosefeitosapareceremanosdepois,mesmoapscessaraexposio.
Factores individuais
Caractersticaspessoaiseintrnsecasdoindivduoquepodemcondi-cionarograudeincidnciaproduzidopelaacodeumcontaminante,quersejafsico,qumicooubiolgico.
Interaco com outras substncias
Aabsorodevriostxicospodeconduziraumamultiplicaodosseusefeitos.
40
Msculo-esquelticas
Asdoenasmsculo-esquelticassoaspatologias mais frequentes que se en-contramemtodasasreasdeactivida-de profissional e que derivam do assu-mir de posturas,movimentos, rotaese repetiodemovimentosquenos irconfrontar com doenas profissionais ou doenasrelacionadascomotrabalho.
Considerandocomoelementosdamec-nicadomovimentoosossosqueactuamcomo alavancas, favorecendo o movi-mentoouaumentando-o,asarticulaesquenosomaisdoquejuntasdosv-rios ossos, permitindo omovimento deum segmento sseo com o contguo e finalmente os msculos que so omotordosmovimentos,percebe-sequeosistemadealavancasejuntasrequer,parafuncionar,aenergiaquelheproporcionadapelacontracomuscular.
Estasestruturasassociadasaoutrasfundamentaisnossegmentosarti-culares,nomeadamenteostendes,semelhanteacabosqueunemosmsculosaosossostransportandoaenergiaproduzidanotecidomus-cularparaopontodeinseroeosligamentos,quemantmunidososelementossseosvinculandoomovimentodosvriossegmentosdentro dos limites fisiolgicos, confrontam-nos com uma realidade que soosmovimentosrepetitivoseosfactoresderiscofora,repetio,posturaseausnciadedescansoquenosiroconduzirslesespormovimentosrepetitivos.
Podemosdestacarasposturaseatitudesperanteo trabalho,o fac-tor relevantedeacodedoisgrandes segmentososteo-articulares segmento vertebral e as doenas inerentes sobrecarga do ele-mentovertebral,associadodegenerescnciadoprprioorganismoeasarticulaeslocaldegnesedastendinitesesobrecargassobreasbainhastendinosas.
Coluna vertebral
Acolunavertebraloeixosseodocorpo,situadanodorso,nalinhamediana,capazdesustentar,amorteceretransmitiropesocorporal.
Medicina do Trabalho 41
Alm disto, supre a flexibilidade necessria movimentao, protege amedulaespinhaleformacomascostelaseoesternootraxsseo,quefuncionacomoumfoleparaosmovimentosrespiratrios.
Espondilose lombar
Aespondilose,oudesgastedacoluna,muitofrequente.Estasalte-raesiniciam-seporvoltados25anoseestopresentesnamaioria,nameia-idade.
Acolunalombarcarregaopesodetodoocorpo,assimcomodequal-quercoisaquevocestejacarregando,almdeserresponsvelportorcerecurvarocorpo.por issoqueasalteraescausadaspelodesgastesomaiscomunsnaregiolombaresodenominadases-pondiloselombar.
Aespondiloselombarmaispro-vvelnaregio inferiorespecial-menteentreaQuartaeaQuintavrtebraslombares(L4/L5),cau-sando a citica. Afecta tanto osdiscoscomoasjuntasfacetadas.Perde-se material do disco e dacartilagemquerevesteasjuntasfacetadas. O osso das margensdas juntas facetadas e dos dis-cosalarga-se,limitandoosmovi-mentos e, portanto, enrijecendoa coluna.Elepodecomprimirosnervos, os ligamentos e outrasestruturas,causandodor.
42
Dor lombar
Umdosproblemasmaisfrequentesnascostassoosperodosdedoraguda que podem irradiar para as ndegas e para uma das coxas.Durante a crise, as costas podem ficar rgidas e sensveis ao toque. Quandoossintomassomuitograves,acondiodenominadalum-bago.Adorpodedurarumoudoisdias,ouatduassemanas.Eladesaparececompletamente,oupodepersistiresetornarrecorrente.Os sintomas podem se agravar devido postura inadequada ou aotransportedecargaspesadas.
OsRaios-X frequentemente indicamapresenadeespondilose lom-bar,masaspesquisastmreveladoqueestasalteraestambmsomuitasvezesencontradasemindivduosquenoapresentamnenhumsintoma.difcil,portanto,avaliarqualoseupapelnoaparecimentoda dor. Como resultado, o termo dor nas costas inespecfica usado comfrequnciaparadescreveradorlombar.
Hrnia de Disco
Hrnia discal a hrnia do ncleo pulposo atravs do anel fibroso, constituindo-secomoumadasprincipaiscausasdedorlombar.Quan-doexisteumahrniamediana,estaenvolveamedulaespinhaldirec-tamente,podendocausaralgumador,oudornadistribuioradicularbilateral.Sendoque,emmuitasvezes,asdoressosentidasemlocaldistantesdahrniadodisco.
Medicina do Trabalho 43
Ahrniadediscosurgecomoresultadodediversospequenostraumasna coluna que vo, com o passar do tempo, lesando as estruturasdodisco intervertebral, ou comoconsequnciadeum traumaseve-rosobreacoluna.Ahrniadediscosurgequandooncleododiscointervertebralmigradoseulocal,nocentrododiscoparaaperiferia,emdirecoaocanalmedularouaosespaosporondesaemasrazesnervosas,levandocompressodasrazesnervosas.
Umdiscoumaestruturacolocadaentreduasvrtebras.Odiscopossuiumareacentralgela-tinosa(ncleopulposo)circundadaporumanel,quemantmessencleonoseuinterior.On-cleogelatinosofuncionacomoumamortecedor.Devido a factores como seu envelhecimento(degenerescncia),oanelporvezesrompe-seepermiteasadadepartedoncleo.Essemate-rialgelatinosocomprimearaiznervosaeprovo-caossintomasdeumahrniadedisco.
Existem,normalmente,31paresderazesnervosasquesaemdacolu-naesedistribuemparatodoocorpo.Omaiornervodocorpohumano(nervocitico)formadoporcincodessasrazes.Quandoumadelascomprimidapelahrnia,ocorredoreoutrossin-tomas.Amaioriadashrniasocorrenaregiolombar(pertodacintura),mastambmexistemhrniasdaregiotorcicaecervical(pescoo).
Sintomas de uma Hrnia de Disco Lombar
Localizao da dor lombar
geralmente entre L4 e L5 e entre L5 e S1comprimindoasrazesL5eS1,respectivamen-te. Mesmo sendo incomum, podero ocorreremL3eL4.
Quadro Clnico
Acolunaaomanter-sergida,acurva lordtica lombarnormalpodedesaparecer,aparecendooespasmomuscular,quepodeserproemi-nenteeadorexacerbar-senaextensodacolunaeseraliviadaemflexo lenta. A parestesia e a perda sensorial com fraqueza motora no mitomosupridoporaquelaraiz,almdadiminuioouausnciadereflexos so evidncias de distrbios neurolgicos causados pela hr-niadiscal.
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Quandohelevaodapernaestendidaemdecbitodorsalpodere-produzirdorradicular.Aoelevarapernacontralateralehouverdorespontneasugere-sehrniadiscal.Podecausardorduranteapalpa-osobreonervofemoralnavirilhaousobreonervociticonacoxaouglteos.
Dor na Hrnia Discal
Porseradorosintomamaiscomumnestapatologia,aorigemexactadadorlocalizadanoconhecida,maspoderesultardecompressodonervosinovertebral.Adorradiculargeralmenteaparecedepoisdeataquesrepetidosdedorlocalizadaepercebidacomoaguda,defor-masbitaquepodeirradiardacolunaaolongodadistribuiointeiradaraizenvolvidaouafectarsomenteumapartedestaraiz.Ambasasdores,localizadaseradicularespodemseraliviadascomorepousoeaumentacomasactividades.
causas
Factores Etiopatognicos:
Traumas, infeces, malformaes congnitas, doenas inflamatrias e metablicas, neoplasias, distrbios circulatrios, factores txicos,factoresmecnicosepsicossomticos.
Ahrniadediscocausadapeloprocessodeprotusododiscointer-vertebral por rompimento de suas fibras. Com isso h o risco de pres-sionar as razes nervosas no canal vertebral ou infeccionar ou inflamar. Estasleses,conformealocalizaoemqueseestabelecem,causamossintomasdaHrniacomdores.
Medicina do Trabalho 45
O disco intervertebral um composto tecido fibrocartilaginoso na for-mao de fibras concntricas e suporta e amortece as cargas que re-caemsobreacolunavertebral.
Um trauma agudo na regio cervical ou lombar, de intensidade sufi-ciente para romper o anel fibroso protector, por exemplo, uma queda.
Desgasteao longodo tempo,pormpostura, excessodepeso,oudisfunesbiomecnicasnocorrigidas.
Ahrniapoderesultardeforasexcessivas,esforosrepetitivoseten-soprolongadasobreomecanismohidrulicoouapresenadeumaneldefeituoso.Podemtambmserencontradososseguintesfactoresou a combinao deles: esforo anormal sobre mecanismo normal,esforonormalsobremecanismoanormal,esforonormalsobreummecanismonormalquandonopreparadoparaoesforo.
Asforasdetracoactuamnaporoanteriordacolunalombarporcontracododiafragma,actuandoemsentidocraniano.
Tratamento
Otratamentofeitocomoobjectivoderestabeleceroequilbriodacolunacomprometidocomorompimentodaestruturadiscal.
HdoistiposdetratamentoparaaHrnia:
Otratamentotemoobjectivoderestabeleceraestabilidadedacolunavertebralcomprometidacomarupturadaestruturadiscal.Nobastasedarador,massimrestabeleceroequilbriodaunidadefuncional.
Otratamentopodeserconservadorcomorepouso,bloqueioanestsi-co, uso de analgsicos e anti inflamatrios, calor, fisioterapia e reedu-caoatravsdeexerccioscorporais.
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Jacirurgiaaconselhadaparagarantirorestabelecimentodaresis-tnciaeestabilidadedacolunavertebral.Sendoestaumaestruturaquesuportagrandescargas,apenasaretiradadahrnianoalcan-a esse objectivo principal, sendo necessrio fixao dos elementos operados.
Retorno Actividade
Opacientespoderretornarsactividadesquandoestivertotalmen-teassintomtico.
Opacienteirretornarassuasactividadesgradativamente,iniciandoapenascomtrabalhosparasuareadaptaoeposteriormente,retor-nandosuaactividadenormal.
Fundamentao
Ainvalidezdeterminadapelodesgasteaolongodosanosaqueocor-pohumanosubmetidoequeconduzadoenasnaturaisquepoderodeterminarincapacidadeparaotrabalho.
Medicina do Trabalho 47
Tendinites
Ostendescorrespondempartedote-cidomuscularquetemumacaracters-tica dura, flexvel e fibrosa, responsvel pela inserodosmsculosaosossos,fazendoumsistemadealavanca,levan-do assim ao movimento das articula-es.Quandoomsculoeotendosomuitosolicitados,porexemploemtare-fasrepetitivas,origina-seumprocessoinflamatrio do tendo e da sua banha originandodores,quenafaseinicialsoassociadasexecuodatarefa.
Comamanutenodaactividadeoquadroacentua-seeadorpassaaestarpresentemesmoemrepousopodendoinclusivamenteperturbarosono.
Namaioriadoscasos,astendinitessodeorigemmecnica,devidoatarefasrepetitivasoumantidasdurantelongosperodos,isto,porex-cessodeuso(ummovimentodocorpoemparticularrepetidomuitofrequentemente)ouporsobrecarga(onveldeumacertaactividade,comoamovimentaodecargas).
Quadro Clnico
Emgeral,atendinitecausadornostecidosquecircundamaarticu-lao,especialmenteapsousoexageradodaarticulaoduranteotrabalho.
Outrossintomasvariamdeacordocomotendoafectado:
1.Tendinitenoombro-Aformamaiscomum de tendinite no ombro aquela que envolve o tendo domsculosupraespinhoso,quepren-deporosuperiordomero(ossodobrao)naarticulaodoombro.Menosfrequentemente,otendodomsculo infraespinhoso afectado.Namaioriados casos,o tendodosupraespinhosolesadoporexcessodeuso,tipicamentenumaocupao
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queexigeelevarobraorepetidamente.Pessoasquetmmaiorriscoincluemoscarpinteiros,ospintores,ossoldadores,caracte-rsticodogrupoetrioacimados40anosdeidade,sexomasculi-no,sendoadornoombrodomesmoladodamodominante(porexemplo,temdornoombrodireitosefordestro).
2.Tendinitesnocotovelo-Duasformasdetendiniteenvolvemge-ralmenteocotovelo:aepicondilitelateraleepicondilitemediana.causadaporexcessodeuso,muitocomumentretrabalhadoresqueestejamsubmetidosavibraesmo-brao.
a.Epicondilite lateral (cotovelo do tenista)Causa dor no lado externo da articulaodocotovelo.Tambmpodesercausadaporqualqueractividaderepetitivaenvolvendoatoroedobradopulso,comoarrancarer-vasdaninhasnojardim,usarumachavedefendaouatmesmocarregarumapasta.
b. Epicondilite mediana (cotovelo do golfista) Causadornoladointernodocotovelo.umalesomenosco-mumqueocotovelodotenistae,apesardeseunome,estrelacionadacomumaocupaoquerequermovimentosrepe-tidosdocotovelo.
3.Tendinitenojoelho(Joelhodoassentadordeazulejo)aformamaiscomumdetendinitedojoelho,envolvendootendodartu-laouotendodoquadrcepsnapartesuperiordojoelho.umalesocomumporexcessodeuso,especialmentedevidoposturadeajoelhadosemproteco.
4.Tendinite do pulso - No pulso, atendinite aparece geralmente naformadadoenadeQuervain,umadoenaquecausadornapartedetrsdopulso,nabasedopolegar.EmboraadoenadeQuervainnor-malmente acontea em pessoasquerepetidamentefazemomovi-mento de agarrar ou beliscarcomodedopolegar.
5. TendinitedeAquiles-EstaformadetendiniteafectaotendodeAquiles,napartedetrsdop.AtendinitedeAquilespodees-tar relacionada com sapatos inadequados, comalgumas botas de
Medicina do Trabalho 49
proteco.Menosfrequente,atendinitedeAquilesestrelacionadacom doenas inflamatrias, como a Espondilite Anquilosante, a Sn-dromedeReiter,aGota(distrbiodocidorico)ouaArtriteReu-matide.
Diagnstico
Namaioriadoscasos,odiagnsticopodeserfeitobaseadonahistriaclnicaesintomas,comoconhecimentodastarefasinerentesactivi-dade profissional conjugados com o exame fsico.
Preveno
Emmuitoscasos,atendinitepodeserevitadatomandoalgumaspre-cauessimples.Algumasestratgiasteisincluem:
1.Fazeraquecimentoantesdecomearumexercciomaisforteoutarefanotrabalho.
2.Evitaractividadesquerequeiramperodosprolongadosdasmosacimadacabea,comopintarotectooufazerintervalosfrequen-tes,aopintar.
3.Usarsapatosqueseajustemcorrectamente.
doena relacionada com o Trabalho
Medicina do Trabalho 53
EstegrupodedoenasconstituiumvastosectordaSadeOcupacionalque,actualmente,quasedesconhecidonasempresas,sendoostra-balhadoresosmaisprejudicadoscomessafaltadeconhecimento.
Oambienteeas condiesde trabalhopodem,associadasaoutrosfactores;comoporexemplo,doenascardio-vasculares,doenasres-piratrias,teremumpapelimportantenoaparecimentodedoenas.
Contudo,representamumdosaspectosmaisimportantesdaquiloque,sepoderdesignarcomoopreo,emmatriadesade,pagopelostrabalhadores no exerccio das respectivas actividades profissionais.
Nestecontexto,indispensvelfomentararealizaodeestudosca-pazes de, por um lado, definirem estratgias de preveno e de con-ceberemmedidasdeprotecodasadedostrabalhadoresverdadei-ramente correctas e eficazes e, por outro lado, inclui-las na Lista das Doenas Profissionais.
ALei7/2009,de12deFev.,noArt.283n3,nodeixadvidas,quandodeterminaquealesocorporal,perturbaofuncionaloudo-ena no includas na lista de doenas profissionais so indemnizveis desdequeproveseremconsequncia,necessriaedirecta,daactivi-dadeexercidaenorepresentemnormaldesgastedoorganismo.
Preveno dos Riscos Profissionais
Medicina do Trabalho 57
Prevenir os riscos profissionais significa evitar os danos para a sade devidosaotrabalho.As doenas relacionadas com o trabalho e as doenas profissionais so aquelas decorrentes da exposio dos trabalhadores aos riscos am-bientais,ergonmicosoudeacidentes.
Caracterizam-sequandoseestabeleceonexocausalidadeentreosda-nosobservadosnasadedotrabalhadoreaexposioadeterminadosriscosocupacionaiseaquicomeaotrabalhodoMdicodoTrabalho.A preveno de riscos ocupacionais a forma mais eficiente de promo-verepreservarasadeeaintegridadefsicadostrabalhadores.Umavezconhecidoonexocausalidadeentreasdiversasmanifesta-es de doenas e a exposio a determinados riscos, fica claro que, semprequeseeliminamouneutralizamessesriscos,est-seapreve-nirumadoenaouaimpediroseuagravamento.
Aavaliaode riscos11 um processo que se inicia com a definio dapolticadeseguranaesadedaempresa,naqualseestabeleceaorientaogeraleprincipaisacesnestarea,asresponsabilidadeseasformasdeavaliaodoprocesso.Apresentatambmocompromis-sodaadministraodaempresa,paraamelhoriacontnuadareadeseguranaesadenotrabalho.
11Avaliao de riscos Identificao dos perigos e em que se estima a magnitu-de dos riscos que nosetenhampodidoevitar,obtendo-seainformaonecessriaparaqueoempresrioestejaemcondiesdetomarumadecisoapropriadasobreotipodemedidasquesedevemadoptar.
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Aps a definio da poltica, devem-se determinar os riscos signifi-cativos na empresa, utilizando um processo de identificao, anlise, avaliaoecontrolodosriscoslaborais.
Permitindo a planificao de aces para o controlo e reduo dos ris-cosexistentes.Aorganizaodeverestaratentaatodaalegislaorelativaaestetema,deformaapromoverainformaoeajustedetodasasresponsabilidadeslegaisnestarea.
Vigilncia da Sade
Medicina do Trabalho 61
Definida como a utilizao sistemtica e peri-dicadeumconjuntodetcnicasedeoutrosdados de sade, como estudos epidemiol-gicos, estudos fsicos, rastreios de doenasecampanhasdesade,comoobjectivodeconheceroudetectaralteraesnoestadodesadedeum indivduooudeuma comuni-dade.
Avigilnciadasade:
Garantida pelo empregador
Oempregadorgarantiraosseustrabalhadoresavigilnciaperidicadasuasade.
Especfica
Essavigilnciaserrealizadaemfunodosriscosaqueostrabalha-doresestosujeitosnoseulocaldetrabalho.
Portanto,deveroserevitadosexamesmdicosindiscriminadoseim-precisos.
Voluntria
Otrabalhadordeverdaroseuconsentimento,exceptonasseguintescircunstncias:
Quandoosexamesdesadesejamindispensveisparaavaliarosefeitosdascondiesdetrabalhosobreasadedotrabalhador.
Quandooestadodesadedotrabalhadorpossaconstituirumpe-rigoparasimesmoouparaterceiros.
Quandoexistaumadisposiolegalrelacionadacomaprotecocontra riscos especficos e actividades especialmente perigosas, queobriguearealizaodeexamesmdicos.
Nassituaesprevistasnoartigo108daLein.102/2009,de10deSetembro.
Aresponsabilidadetcnicadavigilnciadasadecabe,emqualquercaso,aoMdicodoTrabalho12.
12Artigo103daLein.102/2009de10deSetembro.
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AMedicinadoTrabalhoumacin-ciaque,partindodoconhecimentodofuncionamentodocorpohuma-noedomeioemqueestedesen-volveasuaactividade,nestecaso,a laboral, tem como objectivos apromoo da sade ou prevenodaperdadasade,acuradasdo-enaseareabilitao.
Osempregadores,aopromoveremarealizaodeexamesdesade,tmemvista:
Verificar a aptido fsica e psquica do trabalhador para o exerccio da sua profisso,
Bemcomoarepercussodotrabalhoedassuascondiesnasa-dedotrabalhador13.
Semprejuzododispostoemlegislaoespecial,devemserrealizadososseguintesexamesdesade:
Exame de admisso,antesdoinciodaprestaodetrabalhoou,quandoa urgncia da admisso o justificar, nos10diasseguintes;
Exames peridicos,anuaisparaosmenoresde18anoseparaosmaio-resde50anosededoisemdoisanosparaosrestantestrabalhadores;
Exames ocasionais, sempre quehaja alteraes substanciais nosmeios utilizados, no ambiente e naorganizaodotrabalhosusceptveisde repercusso nociva na sade dotrabalhador, bem como no caso deregressoaotrabalhodepoisdeumaausnciasuperiora30diaspormoti-vodeacidenteoudedoena.
13Artigo108daLein.102/2009de10deSetembro.
Medicina do Trabalho 63
Paracompletarasuaobservaoeformularumaopiniomaisprecisasobreoestadodesadedotrabalhador,oMdicodoTrabalhopodeso-licitarexamescomplementaresoupareceresmdicosespecializados.
OMdicodoTrabalho,faceaoestadodesadedotrabalhadoreaosresultados da preveno dos riscos profissionais na empresa, pode, quando se justifique, alterar, reduzir ou alargar, a periodicidade dos exames,semdeixar,contudo,deosrealizardentrodoperodoemqueestestabelecidaaobrigatoriedadedenovoexame.
OMdicodoTrabalhodeveteremconsideraooresultadodeexamesaqueotrabalhadortenhasidosubmetidoequemantenhamactuali-dade,devendoinstituir-seacooperaonecessriacomoMdicodeFamilia.
Asconclusesdosexamesdesadedevemsercomunicadasaoem-pregadoremtermosdeAptidoedemelhoriadasmedidasdeprotec-ooupreveno.
Nenhumoutrodadoindividualouconcretoestardisponvelparaenti-dadesquenosejamoprpriotrabalhador,oserviomdicorespon-svelpelasuasadeeaautoridadesanitria.
A Portaria n 299/2007, de 16 de Maro, estabelece o modelo de ficha deaptidoaseremitidapelomdicodotrabalho,dirigidoaosrecursoshumanosdaempresa.
4
Ficha de Aptido
(Portaria n............./2007, de .............) (Portaria n. 299/2007, de 16 de Maro)
Objectivos da Vigilncia da Sade
Medicina do Trabalho 67
Existemdoistiposdeobjectivos:
Objectivos individuais
Detecoprecocedasalteraesdoestadodesade. Identificao dos trabalhadores especialmente sensveis a deter-
minadosriscos.
Objectivos colectivos
Avaliaodoestadodesadedostrabalhadores.Alertarparaassituaesderiscopossveis. Avaliar a eficcia do plano de interveno.
Aavaliaodoestadodesadedaempresapermiterespondersse-guintesperguntas:
Quemapresentaalteraes?Emquelugardaempresa?Quandoaparecemouaparecero?
Istoporqueapresenaouaconstanteavaliaodascondiesecon-sequnciasdotrabalhopoderocolocar-nosemcontactocomdoenasprofissionais.
Preveno e Tcnicas da Medicina do Trabalho
Medicina do Trabalho 71
Para se evitarem doenas profissionais e acidentes de trabalho, a Me-dicinadoTrabalhodevesabercomoreconhecersituaesclnicasre-lacionadascomotrabalho,nosnostrabalhadoresqueapresentamsintomasmastambmnosassintomticosenaquelesparaquemexis-teinformaoindividualoudegrupo.Umaabordagemsistematizadacontribuirparatodososaspectosdapreveno;isto,nareduooueliminaodosriscosocupacionais.
Preveno primria
Temcomoobjectivoprevenirleses14oupatologias,incluindo,apre-veno primria, a melhoria no ambiente de trabalho e de hbitosprofissionais, de forma a reduzir ou a eliminar a exposio aos factores derisco.
Preveno secundria
Temcomoprincipalobjectivoimpediraprogressodalesooupato-logia,sendofundamentaladetecodalesooudoenanumestadoprecoce.
Aprogressodalesooudoenapodeserimpedidaatravsdotrata-mento, to cedo quanto possvel ou da modificao da exposio aos factoresderisco.
14Leso Uma leso um termo no-especfico usado para descrever um tecido anormal no corpo humano.Talanomaliapodesercausadaspordoenasoutraumas,porexemplo.
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Preveno terciria
Temcomoobjectivominimizarasconsequnciasdeumalesooupa-tologia, atravs de intervenes teraputicas eficazes e de modificao doambientedetrabalho.Estecomportamentoimportante,umavezquelimitaaincapacidadeou,seasituaoestiveravanada,tentaareabilitaooutratamentospaliativos.
O correcto diagnstico e respectivo tra-tamento do trabalhador com uma doen-a profissional ou leso essencial para a prevenoterciriamaspodetambmpro-moveraprevenoprimriaesecundria.Aselecodetestesderastreiooudemo-nitorizao, apropriados para identificar os riscosdopostodetrabalho,promovemaprevenosecundria.Umcuidadosopro-gramadevigilnciadesadeocupacional,baseadonocontrolodaincidncia,fun-damentalparaaprevenoprimria.Quandodevidamenteplaneadaseintegradas,estasabordagenscon-tribuempara:
1.Controlarosriscosnaorigem.
2. Identificar novos riscos, o mais cedo possvel.
3.Proporcionaromelhortratamentoteraputicoereabilitaoparaostrabalhadorescompatologiaouleso.
4.Evitarrecorrnciasdepatologiasoulesesemtrabalhadoresafec-tadosourecorrnciadepatologiaoulesoemtrabalhadoresqueestejamexpostosariscossimilares.
5.Assegurarqueostrabalhadoresafectadossejamreparadosedes-valorizadosdevidosuapatologiaouleso.
6.Descobrirnovasrelaesentreotrabalhadorexpostoedoena15.
Diagnstico de trabalhadores sintomticos
Odiagnsticocorrectodepatologiaou leso relacionadacomo tra-balho requer informao das mais variadas fontes. Uma identificao bemsucedidadaassociaocomotrabalhoraramenteresultadeum
15Doenasemergentes
Medicina do Trabalho 73
simples teste laboratorial ou de um procedimento diagnstico mas,fundamentalmente,deumahistriaclnicaqueexplorearelaodadoenacomaocupao.
A histria clnica ocupacional
Consideremososseguintesquatrocasosclnicos:
1.Umamulher que trabalha numa instalao fabril, tempareste-sias16aonveldosseusbraosepernasqueoseuMdicodeFa-mliaatribuiusuaDiabetes.
2. Um trabalhador da industria automvel, cuja chefia, notou ter umaperdadeequilbrioduranteotrabalhoequeoconduziuaohospitalcomotendoumaintoxicaoagudaalcolica.
3.Umatrabalhadoradaproduodematerialelctrico,aquemfoidiagnosticado que a fraqueza e adormecimento em alguns dosseusdedos,devidosuaartritereumatide.
4.Umhomemque trabalhanuma indstriaqumica,naqualestdispostoafumosecidos,-lheditoqueoagravamentodasuatossesedeveaofactodeserfumador.
Emtodasestassituaes,osmdicospare-ceteremfeitoumaavaliaoediagnsticocorrecto pois os factos descritos resultamnuma histria coerente, conduzindo a re-comendaes especficas de teraputica e regimepreventivo.
Noentanto,emcadaumdestescasos,foifeito um diagnstico incompleto devido aumequvococomumausnciadahistriaocupacional.
Aprimeiratrabalhadoratinhaumaneuropatiaperifrica17eosegundoumaintoxicaoagudadosistemanervosocentral,ambascausadaspelaexposioasolventesnoseulocaldetrabalho.
16Parestesiasformigueiro,adormecimento,torpor.17Neuropatiaperifricalesodeumnervoperifrico.Aneuropatiaperifricacostumaproduziralte-raes como perda da sensibilidade, debilidade e atrofia musculares ou alterao do funcionamento dosrgosinternos.Ossintomaspodemaparecerisoladosouemcombinaodealgunsdeles.Porexemplo, os msculos que dependem de um nervo lesionado podem apresentar debilidade e atrofia. Podesurgirformigueiro,edemaeruboremdiferentespartesdocorpo.
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Aterceiratrabalhadoratemsndromedotnelcrpico18,possivelmentecausadopelacombinaodasuaartritereumatideeosmovimentosrepetitivosqueexecutacomassuasmosepulsos,porhoraeduran-tehoras.Otrabalhadorqumicoagravaasuatossecrnicaeoutrossintomasdosistemarespiratriocomoresultadodaexposioafumoscontendocloretodehidrognio19.
A identificao de problemas mdicos relacionados com o trabalho de-pende,deumrelevante,dahistriaclnicaocupacional.
Sinaisousintomasfsicosassociadosatestelaboratoriaispodemcon-duzir suspeio que um problema clnico est relacionado com otrabalho, sendo por fim, a informao obtida da histria ocupacional a que determina a confirmao da proposta diagnostica.
Elementos da histria clnica ocupacional
1. Lista de ocupaes anteriores:
a.Tipodeempregoetarefas.b.Histriamilitar.
2. Tipos de exposio:
a.Qumicaformaldedo,solventesorgnicos,pesticidas.b.Metaischumbo,arsnico,cdmio.c.Poeirasasbestos,slica,algodo.d.BiolgicoshepatitesB,tuberculosee.Fsicarudo,movimentosrepetio,radiaes.f.Psicolgicastress.
3. Exposio a substncias:
a.Avaliaodedose.b.Duraodadose.c.Concentraoexposio.d.Viasdeentrada.e. Presena e eficcia do controlo de exposio.f.Monitorizaes.
18Sndromedotnelcrpico:umsndromedotnelcrpicodevidoaumacompressodonervomedianoquepassapelopulsoeenervaafacepalmardamo.Estacompressoproduzsensaesestranhas,entorpecimento,formigueiroedor(parestesias)nostrsprimeirosdedosdafacepalmardamo.Porvezes,causatambmdoreparestesias(umasensaodeformigueirooudeardor)nobraoenoombro.Frequentemente,adorpioraduranteanoitedevidoaoposicionamentodamoaodormir. Com o tempo, os msculos da face palmar da mo podem debilitar-se e atrofiar-se.19cidoclordricooucloretodehidrognioOcloretodehidrognioirritanteecorrosivoparaqual-quertecidocomquetenhacontacto.Aexposioanveisbaixosproduzirritaonagargantaenariz.Emnveismaiselevadospodelevarataoestreitamentodosbronquolos,acumulandolquidosnospulmes,podendolevaramorte.Dependendodaconcentrao,ocloretodehidrogniopodeprodu-zirdesdeumaleveirritaoatqueimadurasgravesnapeleeolhos.
Medicina do Trabalho 75
4. Sintomas em relao com o trabalho:
a.Ossintomasocorremousoexacerbadosnotrabalhooume-lhoramapsotrabalho.
b.Ossintomascoincidiramcomaintroduodenovasexposiesoualteraesnascondiesdetrabalho.
5. Presena de sintomas simila-res entre colegas com o mes-mo tipo de tarefa e exposio.
6. Exposies extra-laborais:
a.Ambientelocalgua,ar,solo,contaminaes.
b.Hobbies ou actividades recre-ativas.
A histria clnica ocupacional tem cinco partes importantes:
1. Descrio de todos os trabalhos ou ocupaes pertinentes, tanto do passado como do presente efectuados
Adescriodetodosostrabalhosefectuadospelotrabalhadorrele-vante para a informao clnica e no somente o ttulo da profisso.Umelectricistapodetrabalharnumaunidadefabrilondesoproduzi-dasbateriaseestarexpostoaochumbo;umempregadodeescritriopodetrabalharnumacompanhiadeproduodepesticidasouumm-dicopodefazerinvestigaocomovrusdahepatiteB.
importantelembrarqueostrabalhadoresdasindstriaspesadasnoso os nicos propensos para doenas profissionais, existem tambm osempregadosdeescritrio,tcnicosdemanutenoelectricistas,mecnicos, empregados de limpeza, trabalhadores da indstria ali-mentarentreoutrospotenciaistrabalhadores.
importantequestionarsobretrabalhosempart-time,trabalhosdo-msticosqueexecuteehistriamilitar.
2. Uma reviso das exposies laborais do trabalhador nas suas ocupaes
Otrabalhadordeverserquestionadocuidadosamentesobreascondi-esdetrabalhoeexposiespassadasepresentesaagentesqumi-cos,fsicosebiolgicos.
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Questes comoa execuode trabalhos emquehaja exposio aochumbo, metais pesados, solventes, asbestos ou tintas, devem serreforadas.Importante, tambm, questionarsobreincidentesouacidentesquepossam estar relacionados como problema do trabalhador; porexemplo, salpicos de materiaisperigosos, trabalhos em espaosconfinados e novas substncias ou processosalteradosdetrabalho.
Muitassubstnciasqumicaseoutrosprodutossoreferidospelosno-mes comerciais ou outros que no os tcnicos, sendo importante adescrio do produto e respectiva ficha de segurana, sendo a sua avaliaoquantitativaimportantepoispodeestimar-seograudeex-posiodeterminandoaduraodaexposioeaviadeentrada.
Grandesquantidadesdesubstnciasvolteis comoossolventespo-demserinaladossemserempercebidos,principalmentesenoforemirritantesparaoaparelhorespiratriosuperiorounoteremumodorforte.
Quantidadesapreciveisdecertassubstnciaspodemserabsorvidaspelapelesemqueotrabalhadorsejaavisadodograudasuaexposi-o.
Otrabalhadordevereceber informaosobrecomerebebernoseulocaldetrabalho,porqueacontaminaodasmospodeconduziranegligente ingestodematerialtxico.Lavarasmos,tomarbanhonotrabalho,mudarderoupadetrabalhoequemalava,soquestesrelevantesacolocar.
DeterminarousoadequadodeEPIEquipamentodeProtecoIndi-vidualdemodoaminimizaraexposioaoagente.
3. Informao do incio dos sintomas, em relao com o tra-balho.
Ainformaodotempodecorridoparaoaparecimentodossintomasfundamentalnadeterminaodeumadoenanaturalounumsndro-merelacionadocomotrabalho.
Medicina do Trabalho 77
Asseguintesquestessoteis:
Ossintomasiniciaram-selogoapsoinciodotrabalho?Desapareceramlogoapsotermodotrabalho?Esto presentes nos fins-de-semana ou perodos de frias? Estorelacionadoscomcertosprocessos,tarefasouexposionopos-todetrabalho?Iniciou, recentemente, um novo trabalho, novo processo ou esteveexpostoaumnovoqumiconopostodetrabalho?
Nabasedasrespostas,oMdicopodedeterminarqualoperododesdeoinciodaexposioatmanifestaodossintomaseseoperododetempodossintomasconsistentecomaqueledasuspeitadedoenaprofissional. Por exemplo, certos irritantes com baixa solubilidade na guaproduzemlesespulmonaresgravesemesmoedemapulmonarfatal20cominciodossintomasaps12a18horasdotermodotraba-lho.Ossintomasdebissinose21socaracteristicamentegravados,peloretornoaotrabalho,segunda-feirademanh.Trabalhadoresexpos-tosanitroglicerina22,cujosvasossanguneosdilatampelaexposioaosnitratos,podemsofrerdeanginadeesforoenquantoafastadosdoseulocaldetrabalho.
Conclui-se,recordandoqueosperodosdelatncia23variameascau-sas ocupacionais no podem ser excludas simplesmente porque otempodossintomasinicialmentenoestcorrelacionadocomotempopassadonotrabalho.
4.Epidemiologia de sintomas ou doena entre outros trabalhado-res.
5.Exposionorelacionadacomotrabalhoeoutrosfactores,comoporexemplo,fumadorehobbies,quepossamcausaroucontribuirparaapatologiaouleso.
20EdemapulmonarD-seonomedeedemaaoacumuloanormaldelquidonoespaointersticialdospulmes.constitudoporumasoluoaquosadesaiseprotenasdoplasmaesuacomposiovariaconformeacausadoedema.Quandoolquidoseacumulanospulmesdiz-sequeumedemapulmonar.21Bissinosebissinoseumestreitamentodasviasrespiratriascausadopelaaspiraodepartculasdealgodooudelinho.Abissinosepodecausarsibilosaorespirareopressonopeito,geralmenteduranteoprimeirodiadetrabalhodepoisdeumdescanso.Aocontrriodaasma,ossintomasten-dem a diminuir aps uma exposio repetida e a opresso no peito pode desaparecer para o fim da semanadetrabalho.22NitroglicerinaAnitroglicerinaumsterdocidontricopreparadoapartirdeglicerolaltamenteexplosivo.umlquidoatemperaturaambiente,altamentesensvelaqualquermovimento,tornan-do-semuitodifcileperigosaasuamanipulao.EmMedicinausadocomovasodilatador,paraotratamento da doena isqumica coronria, o enfarte agudo de miocrdio e na insuficincia cardaca congestiva.administradopelasviastransdrmica,sublingualouintravenosa.Pertenceaogrupodosfrmacosantianginosos.23Perododelatnciaadiferenadetempoentreoinciodeumeventoeomomentoemqueosseusefeitossetornamperceptveis.
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Algumasvezeshumsinergismoentrefactoresocupacionaiseno-ocupacionaisnacausadedoenas.
fundamentalquestionarousodetabacooulcoolporquedeveserlevado em considerao como um factor de quantificao. Recordar quesoduassubstnciasqumicas,lcooletlicoenicotina,quepodempotenciaroutrasapsentradanoorganismo.
Questesrelativaspeledeveroinquerirousodenovossabesousabonetes,cosmticos,detergenteseroupas.
Importanteotipodehobbiesqueotrabalhadortemcomo,porexemplo,jardinagem, trabalhos em madei-ra;indagaraexistnciadeindustriapesada, fontes de gua contamina-danoseulocalderesidncia;eseotrabalhadorvivecomfamiliaresquetrazem para casa substncias peri-gosasnaroupadetrabalho,caladoecabelo.
Finalmente,umaspectoimportanteoexamedeadmisso,ondeotrabalhador ao ser observadoe rastreadoaos factoresde riscoqueoseupostodetrabalhooexpe,permitirrecolherumconjuntodeinformaesclnicasrelevantesparaodesenvolvimentodasuaactivi-dade profissional.
Lista das doenas Profissionais
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ODecretoRegulamentarn.76/2007,de17deJulho,quealteraoDecretoRegulamentar n. 6/2001, de 5 de Maio, aprova a lista das doenas profis-sionais e o respectivo ndice codificado, foi publicado para justificar, por um lado,anecessidadedeacompanharaevoluodas cinciasmdicas,nosltimoscincoanose,poroutro,oobjectivodeadequaraactual listadasdoenas profissionais s diversas listas homlogas existentes nos Estados membrosdaUnioEuropeia.
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