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As pessoas interessadas em conhecer detalhes sobre a estrutura de atendimento disponível na Apabex podem entrar em contato pelo telefone (19) 3876-3349, pelo endereço eletrônico [email protected] ou pelo site www.apabex.org.br. Os contatos com o diretor presidente, o campineiro Ariovaldo Cavarzan, podem ser feitos pelo e-mail [email protected]. Na metade da década de 80, um grupo de funcionários do antigo Banco do Estado de São Paulo (Banespa) inau- gurou na Capital uma asso- ciação que pudesse prestar atendimento digno aos seus próprios filhos portadores de deficiência. Os bancários di- vidiam os gastos com a con- tratação de médicos, psicólo- gos e fisioterapeutas, que passaram a atender na Vila Mariana. Pois hoje, passados 25 anos (e ainda mantida ba- sicamente com a colabora- ção dos ex-funcionários), a Associaçao dos Pais Banes- pianos de Excepcionais, a Apabex, além do prédio pau- listano, possui uma sede ru- ral na região de Campinas e ampara quase uma centena de adultos especiais. Um quarto dos assistidos, por si- nal, mora no sítio de cinco al- queires em Vinhedo, rodea- do das colinas verdes do Bair- ro da Capela. São 25 deficien- tes que já perderam os pais ou que não podem mais mo- rar com outros parentes. Al- guns têm deficiência mental aguda e mal se comunicam. O presidente (e um dos fundadores do grupo) é o campineiro Ariovaldo Cavar- zan, de 65 anos, pai de Mau- ro, portador de síndrome de Down nascido há 37 anos. “Maurão”, como o próprio rapaz se apresenta, passa os dias no espaço de convivên- cia. Ele é um dos 16 campi- neiros com deficiência que se juntam diariamente aos “moradores” da gleba. Pin- tam quadros e cartões, mon- tam cadernos de papel reci- clável e caixas personaliza- das, fazem lembrancinhas de casamento. É um modelo de tratamento inspirado no construtivismo piagetiano, que procura desenvolver a potencialidade de cada assis- tido, apesar das limitações in- dividuais. Com o tempo, as ativida- des passaram a ser orienta- das por variadas linhas da psicologia. “A gente busca, em cada uma, metodologias úteis para cada assistido. Ca- da um tem uma história de vida, uma deficiência e reage de maneira diferente a cada método”, diz a coordenado- ra técnica do grupo, Ivete Washington Sbragia. A pro- posta é elevar a autoestima de cada assistido e os aproxi- mar da convivência social. As chamadas “oficinas de trabalho protegido” estimu- lam a capacidade de expres- são e o prazer com o traba- lho. O artesanato (vendido basicamente em papelarias da cidade) se reverte em “sa- lários simbólicos”, pagos aos assistidos a cada mês. Fora da oficina, há portador de de- ficiência trabalhando no re- feitório ou colhendo verdura na horta. A Apabex custa cerca de R$ 200 mil mensais. Hoje, há apenas 560 sócios colabora- dores e doações individuais simbólicas chegam dos apo- sentados do Banespa. Mas a arrecadação mensal não pas- sa de R$ 170 mil. Para man- ter as contas em dia, pagar salários e garantir atendi- mento de qualidade aos as- sistidos, a entidade conta com os dividendos de anti- gas aplicações e eventuais patrocínios privados. O presi- dente Cavarzan admite que o caixa tende a ser cada vez menor, com a natural redu- ção do número de banespia- nos vivos. Hoje, pagam pelo atendi- mento as famílias economi- camente mais estruturadas. Mas há gente de poucos re- cursos, atendida praticamen- te de graça. “Como a Apa- bex se tornou um patrimô- nio da coletividade, aberto inclusive a portadores de de- ficiência sem relação com o banco, a gente faz campa- nha para conseguir parcei- ros”, afirma. E a importância da Apa- bex vai além das duas sedes. O grupo usa parte das mes- mas contribuições mensais disponíveis para financiar, a distância, o tratamento de deficientes que moram em estados distantes. Há pelo Brasil todo cerca de 200 be- neficiados, parentes espe- ciais dos banespianos. MISSAS E FUNERAIS Os 20 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) neste mês de julho lan- çam luzes sobre o pioneiris- mo de Campinas em várias ações relacionadas à prote- ção integral da infância e ju- ventude. Motivo de orgulho, portanto, mas também de re- novação da responsabilidade para que os desafios ainda existentes, em termos de efeti- va garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes, sejam superados pela comuni- dade organizada. Apenas na história recen- te, é possível ressaltar o mode- lo inovador de união de esfor- ços concretizado pela Funda- ção Feac (Federação das Enti- dades Assistenciais de Campi- nas), criada em 1964. Modelo que potencializa a ação das organizações sociais direcio- nadas para a proteção dos di- reitos de meninos e meninas. Em 1985, outra inovação, com a instituição do Crami – Centro Regional de Atenção aos Maus-tratos na Infância. Casa da Criança Paralítica, Centro Boldrini, Centro Corsi- ni, Sobrapar — são várias ou- tras organizações na vanguar- da dos cuidados, em suas res- pectivas áreas, com a qualida- de de vida de crianças e ado- lescentes. Duas ações em curso con- solidam essa vocação solidá- ria histórica de Campinas. Uma é o Programa pela Edu- cação em Tempo Integral, ini- ciativa do Fundo Juntos pela Educação, constituído por Instituto Arcor Brasil, Institu- to C&A e Vitae. O programa vi- sa apoiar a estruturação de re- des locais de aprendizagem, formadas por escolas públi- cas, Cras, bibliotecas, ONGs e outras instituições, de modo que os jovens em situação de vulnerabilidade tenham edu- cação o tempo todo. Campi- nas foi um dos locais escolhi- dos em todo Brasil, ao lado de cidades paraibanas (João Pessoa, Lucena e Santa Rita), para sediar o programa, que está em sua terceira edição em 2010. A outra ação que ratifica o vanguardismo de Campinas é o Projeto Naves-Mãe, a pro- posta da atual Administração municipal, do Dr. Hélio de Oliveira Santos, para erradi- car o déficit na educação in- fantil. Localizadas em bairros de acentuada vulnerabilidade social, as naves-mãe estão contribuindo para mudar o panorama nas comunidades onde estão instaladas. E estão fazendo isso com uma pro- posta pedagógica nova, a pe- dagogia dos sentidos, mais uma contribuição transforma- dora de Campinas, visando à dignidade e desenvolvimento integral das crianças e adoles- centes. Os direitos estipulados no ECA, sem dúvida, somente se- rão assegurados em plenitu- de com um esforço e empe- nho ainda maiores da socieda- de brasileira pela ampliação e melhoria das oportunidades educacionais. É justamente para onde apontam o Progra- ma pela Educação em Tempo Integral e as naves-mãe, com sua pedagogia dos sentidos. Há 25 anos, ex-banespianos mantêm atendimento a deficientes O sítio de cinco alqueires no Bairro da Capela, em Vinhedo, onde vivem 25 pessoas com deficiência que já perderam a família ■■ Em 2003, morria Walter Hugo Khouri. O cineasta realizou 25 longas-metragens e conquistou vários prêmios nacionais e internacionais. Seus filmes, influenciados por Bergman, Antonioni, Camus e Espinoza, mostram personagens que buscam sentido para a existência. Seu principal filme é Noite Vazia, de 1964. ROGÉRIO VERZIGNASSE ■■ Maria Irene de Pádua e Castro Cardoso — Faleceu aos 69 anos. Viúva de Walter Car- doso. Deixa os seguintes fi- lhos: Alexandre e Renata. Seu sepultamento deu-se no dia 26/06/2010 no Cemitério Par- que Flamboyant em Campi- nas/SP. (Associada do Grupo Serra Campinas) ■■ Anna Andre — Faleceu aos 75 anos. Solteira. Filha de Cesário Andre e Joaquina de Jesus. Seu sepultamento deu-se no dia 26/06/2010 no Cemitério Parque Nsa Sra da Conceição em campinas/SP. (Associada do Grupo Serra Campinas) ■■ Domingos Foregatto — Fa- leceu aos 86 anos. Viúvo de Nair Pauleli Foregatto. Deixa os seguintes filhos: Maria, Lourdes, Antonio e Apareci- da. Seu sepultamento deu-se no dia 26/06/2010 no Cemi- tério Parque das Acácias em Valinhos/SP. (Associado do Grupo Serra Campinas) ■■ Renato de Barros Nochimo- wski — Faleceu aos 50 anos. Solteiro. Filho de Rene Nochi- mowski e Maria Helena Rodri- gues de Barros Nochimowski. Seu sepultamento deu-se no dia 26/06/2010 no Cemitério Parque das Acácias em Vali- nhos/SP. (Associado do Grupo Serra Campinas) ■■ José Pedro Martins é jornalista e escritor 20 anos do ECA (final) SAIBA MAIS ■■ Moacyr Castro, jornalista, escreve nesta página aos sábados, domingos e terças-feiras Só tem Tin Tin Com a ajuda de três “carrófi- los de nascença”, os campi- neiros Gustavo Murgel e Ro- berto Godoy, e o cosmopolita- no Luís Carlos Rossi, vamos assistir a quem rodava Campi- nas a bordo de carrinhos e carrões iguais aos do detetive Tin Tin. Cuidado com o Mi- lou — não pise nele. Lincoln 1925, o primeiro daquela frota. O dr. Múcio, Roberto e Oscar Rossi, pais dos nossos heróis, tiveram es- sa máquina. O médico radio- logista Manuel Dias, com con- sultório na Barão de Jaguara, também. Diz o Godoy que um certo Sr. Lello importou de uma vez um lote do Rover, do Tin Tin, “parecido com o Anglia”, mais alguns Prefect, iguais aos do Ademir Torqua- to, do monsenhor Bágio e do professor Amaury Fratini. (Pa- ra viajar no do Ademir, os pas- sageiros tinham de pedalar.) Aquele trio e o Reinaldo Leone também rodaram de Buick, enorme. O Sr. Marti- nho, marido da nossa Celina Duarte Martinho, era reven- dedor Austin. Numa casa va- zia, perto do Brinco de Ouro, em rua paralela à Avenida dos Esportes, descobriram, depois de muito tempo, um Chevrolet 32, como o do Tin Tin, em cima de um cavalete. Enquanto ficou na “gara- gem”, deu tempo de crescer uma palmeira imperial na frente do portão. “De quem seria?”, pergunta o dr. Mur- gel. “Foi parar no museu do automóvel de Caçapava”, diz o Godoy. O Cadilac 1939 passava com o prefeito Miguel Cury ao volante. E a turma gritava: “Obrigado, Migué!”. Grande figura! Álvaro Volpe, represen- tante dos Brinquedos Bandei- rante, teve o primeiro Ford com motor V-8, modelo 1936. E os Vauxhall? Eram do seo Machado, diretor do Jockey Club, do dr. Múcio e do Ben- to Moraes. Um Opel Olímpia, avô do Opala, era do Schmut- zler, representante da Brah- ma. Aquele Citroën, sempre preto, largo, centro de gravi- dade zero e que nunca capo- tava, teve vários fãs: Oscar Rossi, o agrônomo Jorge Bier- renbach de Castro, Gustavo Murgel e a madre-superiora das irmãs de Jesus Crucifica- do. Os Ford Zephir eram cati- vos dos taxistas da Estação da Paulista. O Ângelo Lepreri, do- no do restaurante Armorial, teve um Lancia — ele corria em rali na Europa. O pai do Godoy teve um Morris Six. A mãe do Gustavo Murgel, d. Maria Egydio de Sousa Ara- nha, foi a primeira campinei- ra a dirigir um Jeep Willys pe- la cidade. E muita gente tirou carta apreendendo na frota de “jipes” do Adolfo, da auto- escola Campinas. O Cleber Tosi, pai da Meyre Raquel, que nasceu no Citroën dele, também teve um carro incrí- vel, o Panhard 1957. Agora, um Jaguar daque- les, K-120, roncava nas mãos do Luís Carlos Prado e do Luís Rafael Henriques, o Lói, amigo-irmão muito querido, que há duas semanas diverte o Céu. Pregado no poste: “Passa, Mi- lou!” josé pedro martins Inclusão mobiliza ex-bancários baú de histórias E-mail: [email protected] moacyr castro Chácara serve de lar para quem perdeu os pais NESTA DATA O campineiro Ariovaldo Cavarzan, um dos fundadores do grupo Morador faz artesanato na oficina de “trabalho protegido” A10 CORREIO POPULAR CIDADES Campinas, domingo, 27 de junho de 2010 E-mail: [email protected] falecimentos ■■ PARTICIPE DO BAÚ A seção Baú de Histórias resgata, sempre aos domingos, episódios que foram motivos de reportagem no passado. Leitores que quiserem sugerir temas para a coluna podem escrever para a redação do Correio Popular ou enviar e-mail para [email protected]. Fotos: Dominique Torquato/AAN

Inclusão mobiliza ex-bancários - ABESPREV · das, fazem lembrancinhas de casamento. É um modelo de tratamento inspirado no construtivismo piagetiano, que procura desenvolver a

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Page 1: Inclusão mobiliza ex-bancários - ABESPREV · das, fazem lembrancinhas de casamento. É um modelo de tratamento inspirado no construtivismo piagetiano, que procura desenvolver a

As pessoas interessadas emconhecer detalhes sobre aestrutura de atendimentodisponível na Apabex podementrar em contato pelotelefone (19) 3876-3349,pelo endereço eletrô[email protected] ou pelosite www.apabex.org.br. Oscontatos com o diretorpresidente, o campineiroAriovaldo Cavarzan, podem serfeitos pelo [email protected].

Na metade da década de 80,um grupo de funcionáriosdo antigo Banco do Estadode São Paulo (Banespa) inau-gurou na Capital uma asso-ciação que pudesse prestaratendimento digno aos seuspróprios filhos portadores dedeficiência. Os bancários di-vidiam os gastos com a con-tratação de médicos, psicólo-gos e fisioterapeutas, quepassaram a atender na VilaMariana. Pois hoje, passados25 anos (e ainda mantida ba-sicamente com a colabora-ção dos ex-funcionários), a

Associaçao dos Pais Banes-pianos de Excepcionais, aApabex, além do prédio pau-listano, possui uma sede ru-ral na região de Campinas eampara quase uma centenade adultos especiais. Umquarto dos assistidos, por si-nal, mora no sítio de cinco al-queires em Vinhedo, rodea-do das colinas verdes do Bair-ro da Capela. São 25 deficien-tes que já perderam os paisou que não podem mais mo-rar com outros parentes. Al-guns têm deficiência mentalaguda e mal se comunicam.

O presidente (e um dosfundadores do grupo) é o

campineiro Ariovaldo Cavar-zan, de 65 anos, pai de Mau-ro, portador de síndrome deDown nascido há 37 anos.“Maurão”, como o própriorapaz se apresenta, passa osdias no espaço de convivên-cia. Ele é um dos 16 campi-neiros com deficiência quese juntam diariamente aos“moradores” da gleba. Pin-tam quadros e cartões, mon-tam cadernos de papel reci-clável e caixas personaliza-das, fazem lembrancinhasde casamento. É um modelo

de tratamento inspirado noconstrutivismo piagetiano,que procura desenvolver apotencialidade de cada assis-tido, apesar das limitações in-dividuais.

Com o tempo, as ativida-des passaram a ser orienta-das por variadas linhas dapsicologia. “A gente busca,em cada uma, metodologiasúteis para cada assistido. Ca-da um tem uma história devida, uma deficiência e reagede maneira diferente a cadamétodo”, diz a coordenado-

ra técnica do grupo, IveteWashington Sbragia. A pro-posta é elevar a autoestimade cada assistido e os aproxi-mar da convivência social.

As chamadas “oficinas detrabalho protegido” estimu-lam a capacidade de expres-são e o prazer com o traba-lho. O artesanato (vendidobasicamente em papelariasda cidade) se reverte em “sa-lários simbólicos”, pagos aosassistidos a cada mês. Forada oficina, há portador de de-ficiência trabalhando no re-feitório ou colhendo verdurana horta.

A Apabex custa cerca deR$ 200 mil mensais. Hoje, háapenas 560 sócios colabora-dores e doações individuaissimbólicas chegam dos apo-sentados do Banespa. Mas aarrecadação mensal não pas-sa de R$ 170 mil. Para man-ter as contas em dia, pagarsalários e garantir atendi-mento de qualidade aos as-sistidos, a entidade contacom os dividendos de anti-gas aplicações e eventuaispatrocínios privados. O presi-dente Cavarzan admite queo caixa tende a ser cada vezmenor, com a natural redu-ção do número de banespia-nos vivos.

Hoje, pagam pelo atendi-mento as famílias economi-camente mais estruturadas.Mas há gente de poucos re-cursos, atendida praticamen-te de graça. “Como a Apa-bex se tornou um patrimô-nio da coletividade, abertoinclusive a portadores de de-ficiência sem relação com obanco, a gente faz campa-nha para conseguir parcei-ros”, afirma.

E a importância da Apa-bex vai além das duas sedes.O grupo usa parte das mes-mas contribuições mensaisdisponíveis para financiar, adistância, o tratamento dedeficientes que moram emestados distantes. Há peloBrasil todo cerca de 200 be-neficiados, parentes espe-ciais dos banespianos.

MISSAS E FUNERAIS

Os 20 anos do Estatuto daCriança e do Adolescente(ECA) neste mês de julho lan-çam luzes sobre o pioneiris-mo de Campinas em váriasações relacionadas à prote-ção integral da infância e ju-ventude. Motivo de orgulho,portanto, mas também de re-novação da responsabilidadepara que os desafios aindaexistentes, em termos de efeti-va garantia dos direitos dascrianças e dos adolescentes,sejam superados pela comuni-dade organizada.

Apenas na história recen-te, é possível ressaltar o mode-lo inovador de união de esfor-ços concretizado pela Funda-ção Feac (Federação das Enti-dades Assistenciais de Campi-nas), criada em 1964. Modeloque potencializa a ação dasorganizações sociais direcio-nadas para a proteção dos di-reitos de meninos e meninas.

Em 1985, outra inovação,com a instituição do Crami –Centro Regional de Atençãoaos Maus-tratos na Infância.Casa da Criança Paralítica,Centro Boldrini, Centro Corsi-ni, Sobrapar — são várias ou-tras organizações na vanguar-da dos cuidados, em suas res-pectivas áreas, com a qualida-de de vida de crianças e ado-lescentes.

Duas ações em curso con-solidam essa vocação solidá-ria histórica de Campinas.Uma é o Programa pela Edu-cação em Tempo Integral, ini-ciativa do Fundo Juntos pelaEducação, constituído porInstituto Arcor Brasil, Institu-to C&A e Vitae. O programa vi-sa apoiar a estruturação de re-des locais de aprendizagem,formadas por escolas públi-cas, Cras, bibliotecas, ONGs eoutras instituições, de modoque os jovens em situação devulnerabilidade tenham edu-cação o tempo todo. Campi-nas foi um dos locais escolhi-dos em todo Brasil, ao ladode cidades paraibanas (JoãoPessoa, Lucena e Santa Rita),para sediar o programa, queestá em sua terceira ediçãoem 2010.

A outra ação que ratifica ovanguardismo de Campinas é

o Projeto Naves-Mãe, a pro-posta da atual Administraçãomunicipal, do Dr. Hélio deOliveira Santos, para erradi-car o déficit na educação in-fantil. Localizadas em bairrosde acentuada vulnerabilidadesocial, as naves-mãe estãocontribuindo para mudar opanorama nas comunidadesonde estão instaladas. E estãofazendo isso com uma pro-posta pedagógica nova, a pe-dagogia dos sentidos, maisuma contribuição transforma-dora de Campinas, visando àdignidade e desenvolvimentointegral das crianças e adoles-centes.

Os direitos estipulados noECA, sem dúvida, somente se-rão assegurados em plenitu-de com um esforço e empe-nho ainda maiores da socieda-de brasileira pela ampliação emelhoria das oportunidadeseducacionais. É justamentepara onde apontam o Progra-ma pela Educação em TempoIntegral e as naves-mãe, comsua pedagogia dos sentidos.

Há 25 anos, ex-banespianos mantêm atendimento a deficientes

O sítio de cinco alqueires no Bairro da Capela, em Vinhedo, onde vivem 25 pessoas com deficiência que já perderam a família

� � Em 2003, morria Walter Hugo Khouri.O cineasta realizou 25 longas-metragens econquistou vários prêmios nacionais einternacionais. Seus filmes, influenciados

por Bergman, Antonioni, Camus eEspinoza, mostram personagens quebuscam sentido para a existência. Seuprincipal filme é Noite Vazia, de 1964.

ROGÉRIOVERZIGNASSE

� � Maria Irene de Pádua eCastro Cardoso — Faleceu aos69 anos. Viúva de Walter Car-doso. Deixa os seguintes fi-lhos: Alexandre e Renata. Seusepultamento deu-se no dia26/06/2010 no Cemitério Par-que Flamboyant em Campi-nas/SP. (Associada do GrupoSerra Campinas)

� � Anna Andre — Faleceu

aos 75 anos. Solteira. Filhade Cesário Andre e Joaquinade Jesus. Seu sepultamentodeu-se no dia 26/06/2010 noCemitério Parque Nsa Sra daConceição em campinas/SP.(Associada do Grupo SerraCampinas)

� � Domingos Foregatto — Fa-leceu aos 86 anos. Viúvo deNair Pauleli Foregatto. Deixaos seguintes filhos: Maria,Lourdes, Antonio e Apareci-da. Seu sepultamento deu-se

no dia 26/06/2010 no Cemi-tério Parque das Acácias emValinhos/SP. (Associado doGrupo Serra Campinas)

� � Renato de Barros Nochimo-wski — Faleceu aos 50 anos.Solteiro. Filho de Rene Nochi-mowski e Maria Helena Rodri-gues de Barros Nochimowski.Seu sepultamento deu-se nodia 26/06/2010 no CemitérioParque das Acácias em Vali-nhos/SP. (Associado do GrupoSerra Campinas) � � José Pedro Martins é jornalista e escritor

20 anos do ECA (final)

SAIBA MAIS

�� Moacyr Castro, jornalista, escreve nestapágina aos sábados, domingos eterças-feiras

Só tem Tin TinCom a ajuda de três “carrófi-los de nascença”, os campi-neiros Gustavo Murgel e Ro-berto Godoy, e o cosmopolita-no Luís Carlos Rossi, vamosassistir a quem rodava Campi-nas a bordo de carrinhos ecarrões iguais aos do detetiveTin Tin. Cuidado com o Mi-lou — não pise nele.

Lincoln 1925, o primeirodaquela frota. O dr. Múcio,Roberto e Oscar Rossi, paisdos nossos heróis, tiveram es-sa máquina. O médico radio-logista Manuel Dias, com con-sultório na Barão de Jaguara,também. Diz o Godoy queum certo Sr. Lello importoude uma vez um lote do Rover,do Tin Tin, “parecido com oAnglia”, mais alguns Prefect,iguais aos do Ademir Torqua-to, do monsenhor Bágio e doprofessor Amaury Fratini. (Pa-ra viajar no do Ademir, os pas-sageiros tinham de pedalar.)

Aquele trio e o ReinaldoLeone também rodaram deBuick, enorme. O Sr. Marti-nho, marido da nossa CelinaDuarte Martinho, era reven-dedor Austin. Numa casa va-zia, perto do Brinco de Ouro,em rua paralela à Avenidados Esportes, descobriram,depois de muito tempo, umChevrolet 32, como o do TinTin, em cima de um cavalete.Enquanto ficou na “gara-gem”, deu tempo de cresceruma palmeira imperial nafrente do portão. “De quemseria?”, pergunta o dr. Mur-gel. “Foi parar no museu doautomóvel de Caçapava”, dizo Godoy.

O Cadilac 1939 passavacom o prefeito Miguel Curyao volante. E a turma gritava:“Obrigado, Migué!”. Grande

figura! Álvaro Volpe, represen-tante dos Brinquedos Bandei-rante, teve o primeiro Fordcom motor V-8, modelo 1936.E os Vauxhall? Eram do seoMachado, diretor do JockeyClub, do dr. Múcio e do Ben-to Moraes. Um Opel Olímpia,avô do Opala, era do Schmut-zler, representante da Brah-ma. Aquele Citroën, semprepreto, largo, centro de gravi-dade zero e que nunca capo-tava, teve vários fãs: OscarRossi, o agrônomo Jorge Bier-renbach de Castro, GustavoMurgel e a madre-superioradas irmãs de Jesus Crucifica-do. Os Ford Zephir eram cati-vos dos taxistas da Estação daPaulista. O Ângelo Lepreri, do-no do restaurante Armorial,teve um Lancia — ele corriaem rali na Europa. O pai doGodoy teve um Morris Six.

A mãe do Gustavo Murgel,d. Maria Egydio de Sousa Ara-nha, foi a primeira campinei-ra a dirigir um Jeep Willys pe-la cidade. E muita gente tiroucarta apreendendo na frotade “jipes” do Adolfo, da auto-escola Campinas. O CleberTosi, pai da Meyre Raquel,que nasceu no Citroën dele,também teve um carro incrí-vel, o Panhard 1957.

Agora, um Jaguar daque-les, K-120, roncava nas mãosdo Luís Carlos Prado e doLuís Rafael Henriques, o Lói,amigo-irmão muito querido,que há duas semanas diverteo Céu.

Pregado no poste: “Passa, Mi-lou!”

josé pedro martins

Inclusão mobiliza ex-bancários

baú de histórias

E-mail: [email protected]

moacyr castro

Chácara servede lar para quemperdeu os pais

NESTA DATA

O campineiro Ariovaldo Cavarzan, um dos fundadores do grupo

Morador faz artesanato na oficina de “trabalho protegido”

A10 CORREIO POPULAR CIDADESCampinas, domingo, 27 de junho de 2010

E-mail: [email protected]

falecimentos

� � PARTICIPE DO BAÚA seção Baú de Histórias resgata, sempre aosdomingos, episódios que foram motivos dereportagem no passado. Leitores que quiseremsugerir temas para a coluna podem escrever para aredação do Correio Popular ou enviar e-mail [email protected].

Fotos: Dominique Torquato/AAN