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IINNCCLLUUSSÃÃOO
EESSCCOOLLAARR
Tania Mara Zancanaro Pieczkowski
LEITO DE PROCUSTO?
PERFIL DA ALFABETIZAÇÃO-----------------------------------------------------------------------------------
Perfil da primeira série – 1º trimestre------------------------------------------------------------------------------ Pré-fonético Silábico Alfabetizado-------------------------------------------------------------------------------Escola pública rural 80% 15% 5%pobre-------------------------------------------------------------------------------Escola pública rural 50% 40% 10%urbana de classe média baixa-----------------------------------------------------------------------------Escola pública urbana 30% 60% 10%de classe média baixa-----------------------------------------------------------------------------Escola privada de 0% 15% 85%classe média alta
Fonte: (SÁNCHEZ, 2002, p. 19-20).Mérida - Venezuela
Sociedade dos três terços
(FRIGOTO, 1997, p. 144)
um terço integrado ao trabalho e ao consumo
um terço precarizado no trabalho e no consumo
um terço excluído
Hoje no mundo (OIT)
• 800 milhões de desempregados e trabalhadores precarizados
• 75 milhões de crianças entre 10 e 14 anos em trabalhos desumanizadores
• No Brasil, 16% das crianças e jovens nesta faixa etária estão incorporados na produção.
(FRIGOTO, 1997, p. 144).
O risco mais sério, todavia, centra-se no ideário da
ideologia neoliberal que [...] busca naturalizar esta
exclusão.
(FRIGOTO, 1997, p. 144).
MARCOSIMPORTANTES
PARA A INCLUSÃO ESCOLAR DE
PESSOAS COM NECESSIDADES
ESPECIAIS
Constituição Federal de 1988
Carta de Jomtien, Tailândia, 1990
Plano Nacional de Educação para Todos, 1993
Declaração de Salamanca (UNESCO,
1994)
Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, Lei nº 9.394, de 20/12/96
RESOLUÇÃO DO CNE N° 02/2001 (Diretrizes
Curriculares da Educação Especial na Educação básica)
Documento “O Acesso de “O Acesso de Alunos com Deficiência às Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns Escolas e Classes Comuns da Rede Regular”(2004)da Rede Regular”(2004)
O conceito de escola inclusiva implica uma nova postura da escola comum, que propõe no projeto pedagógico – no currículo, na metodologia de ensino, na avaliação e na atitude dos educadores – ações que favoreçam a interação social e sua opção por práticas heterogêneas. A escola capacita seus professores, prepara-se, organiza-se e adapta-se para oferecer educação de qualidade para todos, inclusive para os educandos que apresentam necessidades especiais. (Parecer CNE/CEB nº 17/2001).
Inclusão, portanto, não significa simplesmente
matricular todos os educandos com necessidades educacionais
especiais na classe comum, ignorando suas necessidades específicas, mas significa dar
ao professor e à escola o suporte necessário a sua ação pedagógica (Parecer CNE/CEB
nº 17/2001).
INCLUSÃO ESCOLARINCLUSÃO ESCOLAR
Processo de adequação da escola Processo de adequação da escola às necessidades individuais de às necessidades individuais de
seus alunos para que eles possam seus alunos para que eles possam estudar, aprender, desenvolver-se estudar, aprender, desenvolver-se
e exercer plenamente a sua e exercer plenamente a sua cidadania.cidadania.
Política de matricular na escola Política de matricular na escola comum qualquer estudante, sem comum qualquer estudante, sem
exigir prontidão para ele exigir prontidão para ele acompanhar os demais alunos. acompanhar os demais alunos.
EXCLUSÃO ZEROEXCLUSÃO ZERO
Consiste em não excluir Consiste em não excluir uma pessoa para qualquer uma pessoa para qualquer finalidade (finalidade (por exemplo, por exemplo, educaçãoeducação) em razão de ) em razão de etnia, raça, cor, opção etnia, raça, cor, opção
sexual, gênero, deficiência sexual, gênero, deficiência ou qualquer outro atributo ou qualquer outro atributo
pessoal.pessoal.
DIVERSIDADE HUMANADIVERSIDADE HUMANA
A diversidade humana é um fato numa A diversidade humana é um fato numa sociedade plural. Compõem essa diversidade sociedade plural. Compõem essa diversidade
todos os segmentos populacionais todos os segmentos populacionais representados por etnias, raças, representados por etnias, raças,
nacionalidades, naturalidades, culturas, nacionalidades, naturalidades, culturas, regiões, socioeconômicas, distúrbios regiões, socioeconômicas, distúrbios
orgânicos, histórico infracional ou orgânicos, histórico infracional ou penitenciário, deficiências (físicas, sensoriais, penitenciário, deficiências (físicas, sensoriais,
mentais, múltiplas, psiquiátricas) etc. mentais, múltiplas, psiquiátricas) etc.
““EDUCAÇÃO INCLUSIVA...EDUCAÇÃO INCLUSIVA...
... é uma atitude de aceitação das diferenças,
não uma simples colocação
em sala de aula.”
QUEM É EXCLUÍDO DAS QUEM É EXCLUÍDO DAS ESCOLAS E DA ESCOLAS E DA SOCIEDADE?SOCIEDADE?
MINORIAS?MINORIAS?
OU A AMPLA MAIORIA?OU A AMPLA MAIORIA?
UMA ESCOLA INCLUSIVAUMA ESCOLA INCLUSIVA
ARQUITETÔNICA
ATITUDINAL
COMUNICACIONAL
METODOLÓGICA
INSTRUMENTAL
PROGRAMÁTICA
promove medidas de acessibilidade:
PONTOS PARA REFLEXÃOPONTOS PARA REFLEXÃO
Acreditamos que a escola é que adequar-se aos alunos e não o
inverso?
diante do desafio da inclusão escolar
PONTOS PARA REFLEXÃOPONTOS PARA REFLEXÃO
Temos a certeza de que a diversidade beneficia a todos os alunos e não apenas aqueles que
têm necessidades especiais?
diante do desafio da inclusão escolar
SOBRE IDÉIAS E
PÃES
MARIO SERGIO CORTELLA (1999)
Em meados dos anos 70, dois caciques da nação xavante foram
visitar a cidade de São Paulo.
Foram dormir em um hotel e, no dia seguinte, levados
para passear.
A ida a um mercado tinha a finalidade de surpreendê-los com um cenário paradisíaco: alimentos acumulados em grande quantidade: pilhas e pilhas de alface, de cenoura, de tomate, de laranja, etc.
De repente, um deles viu algo que nenhum e nenhuma de nós veria,
pois não chamaria nossa atenção. Ele apontou e disse:
O que ele esta fazendo?
“Ele” era um menino de 10 anos de idade, negro, pobre
(nós o saberíamos, pelas vestimentas), que no chão catava verduras e frutas amassadas, estragadas e
sujas, e as colocava em um saquinho plástico.
A resposta foi a “óbvia”:
Ele está pegando comida.
Não entendi. Porque o menino está
pegando aquela comida podre se tem tanta coisa
boa nas pilhas e nas caixas?
Outra resposta evidente: Por que para pegar nas
pilhas precisa ter dinheiro.
Insiste o xavante (já irritante, pois está escavando onde a injustiça sangra):
E por que ele não tem dinheiro? Réplica enfadonha do civilizado: Por que ele é criança.
Torna o índio: E o pai dele? Tem dinheiro? Outra obviedade: Não, não tem.
Questão final: Então não entendi de novo. Por que você que é grande tem dinheiro e o pai do menino, que também é, não tem?
A única saída possível foi responder:
Porque aqui é assim!
Os índios pediram para ir embora, não apenas do mercado, mas da
cidade.
Para que pudessem aceitar mais tranqüilamente o “por que aqui é
assim” teriam que ter sido formados e formadores da nossa sociedade, frequentado nossas instituições sociais e, também,
nossas escolas; teriam que ter sido “civilizados”.
A intenção do relato anterior não é moralista nem deseja
propor um “modelo indígena de existência”; é ressaltar aquela
que, no nosso entender, é a maior tarefa dos educadores e
das educadoras, na junção entre a epistemologia e a
política:
o esforço de destruição do “porque aqui é assim”.
A ruptura do “porque aqui é assim” principia pela recusa à ditadura
dos fatos consumados e à ditadura fatalista de
um presente que aparenta ser invencível.
Se alguém não for livre da fome,
ninguém é livre da fome. Se alguma
criança não for livre da falta de escola, de
família, de lazer, ninguém é livre.
Afinal das contas, por que somos educadores e educadoras?
Há um ditado chinês que diz que, se dois homens vem
andando por uma estrada, cada um carregando um pão, e, ao se
encontrarem, eles trocam os pães, cada homem vai embora
com um; porém, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando uma idéia,
e, ao se encontrarem, eles trocam as idéias, cada homem
vai embora com duas.
Quem sabe é esse mesmo o sentido do nosso fazer: repartir idéias, para
todos terem pão...