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IMED
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
FABIANA LANFREDI
PROJETO OTIMIZADO DE LAJES CONSTITUÍDAS
POR VIGOTAS PRÉ-MOLDADAS
PASSO FUNDO
2019
2
FABIANA LANFREDI
PROJETO OTIMIZADO DE LAJES CONSTITUÍDAS POR VIGOTAS PRÉ-
MOLDADAS
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para
obtenção do grau de Bacharel no curso de
Engenharia Civil, Escola de Engenharia Civil da
IMED.
Orientador: Professor Me. Eng. Jackson Deliz Ditz.
PASSO FUNDO
2019
3
FABIANA LANFREDI
PROJETO OTIMIZADO DE LAJES CONSTITUÍDAS POR VIGOTAS PRÉ-
MOLDADAS
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para
obtenção do grau de Bacharel no curso de
Engenharia Civil, Escola de Engenharia Civil da
IMED, com Linha de Pesquisa em projeto estrutural
em concreto armado.
Passo Fundo, 5 de dezembro de 2019.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Me. Jackson Deliz Ditz – Engenheiro Civil - IMED - Orientador
Prof. (a) Me. Patricia Michel - Engenheira Civil - IMED
Mariana Bortoluzzi Magnan – Engenheira Civil
4
Aos meus pais
minha irmã e minha avó.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, pelo dom da vida, por todas as oportunidades que me foram concedidas e
por ter me dado à chance de concluir mais uma etapa da minha vida.
Á minha família, em especial meus pais, Itacir e Edivania e minha irmã Juliana, pelo amor,
carinho, incentivo e auxílio durante todos os momentos da minha vida.
Ao meu Orientador Professor Me. Jackson Deliz Ditz, pela confiança, paciência,
disponibilidade de tempo e orientação deste trabalho, e por todos os conhecimentos a mim
transmitidos ao longo deste curso.
A todos os professores que contribuíram de forma direta e indireta na minha formação
Profissional.
A todas as minhas amigas de vida, em especial, Aliane, Grazieli, Carolina e Carla, pela
amizade, cumplicidade, paciência e incentivo em mais essa etapa da minha vida.
Aos meus amigos e colegas Paola e Teilor, pela parceria e incentivo durante toda a vida
acadêmica.
6
“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é
senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria
menor se lhe faltasse uma gota”.
Madre Tereza de Calcutá
7
RESUMO
Atualmente busca-se o emprego de lajes pré-moldadas, pois essas dispõem de uma
facilidade de aplicação e rapidez na execução, o que proporciona redução de custos, menos
mão de obra, não demanda do uso de fôrmas e permite uma redução das escoras, dependendo
do vão. Nesse contexto surge como alternativa o uso de vigotas pré-moldadas, desse modo,
nesse trabalho opta-se por otimizar o projeto de lajes constituídas por vigotas pré-moldadas
por meio de dois procedimentos de cálculo, analisando o Estado Limite Último, e através de
um modelo numérico teórico, analisando o Estado Limite de Serviço, de acordo com a NBR
6118:2014 além de comparar com o dimensionamento fornecido pelo catálogo do fabricante,
para isso são testados diferentes situações de sobrecargas, vãos e modelos de vigotas.
Observou-se que em 70% dos casos o fabricante se mostrou mais conservador com relação
aos demais testados, com relação aos modelos analisados conclui-se que aquele que considera
uma viga de seção transversal T se mostrou mais ousado fornecendo o menor consumo de aço
comparado com a teoria que considera a laje como maciça com espessura equivalente.
Palavras-chave: Laje pré-moldada, sobrecarga, vão, modelo de vigota, seção transversal T,
laje maciça.
8
ABSTRACT
Currently, the use of precast concrete slabs is being sought, because they have an easy
application, fast execution, which provides cost savings, less manpower, it does not require
the use of molds and allows a reduction of struts depending on the span. In this context arises
as an alternative the use of precast joists, thus, in this work is chosen to optimize the design of
slabs made of precast joists through two calculation procedures, analyzing the Ultimate Limit
State, and through a theoretical numerical model, analyzing the Service Limit State, in
accordance with NBR 6118: 2014, besides comparing with the sizing provided by the
manufacturer's catalog, for this, different situations of overloads, spans and joists models are
tested. It was observed that in 70% of cases the manufacturer was more conservative
compared to the others tested, regarding the models analyzed, it can be concluded that the one
that considers a cross-section beam T was bolder, providing the lowest steel consumption
compared to the theory that considers the slab as massive with equivalent thickness.
Keywords: Precast concrete slab, overload, span, joist model, T cross-section, massive slab.
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Laje maciça .............................................................................................................. 18
Figura 2 - Laje nervurada ......................................................................................................... 19
Figura 3 - Laje nervurada com superfície plana ....................................................................... 19
Figura 4 - Laje cogumelo.......................................................................................................... 20
Figura 5 - Painel alveolar aplicado como laje .......................................................................... 21
Figura 6 - Laje tipo treliça ........................................................................................................ 22
Figura 7 - Armadura da nervura da laje tipo treliça ................................................................. 22
Figura 8 - Laje nervurada unidirecional ................................................................................... 24
Figura 9 - Piso com vigas de seção transversal T ..................................................................... 28
Figura 10 - Viga de seção transversal em forma de T .............................................................. 29
Figura 11 - Viga de seção T ou retangular, de acordo com a posição da LN ........................... 29
Figura 12 - Laje TB8L com peso próprio de 176 kgf/m² ......................................................... 34
Figura 13 - Laje TB12M com peso próprio de 229 kgf/m² ...................................................... 34
Figura 14 - Laje TB16L com peso próprio de 175 kgf/m² ....................................................... 35
Figura 15 - Modelo 1 - C150V28L ........................................................................................... 49
Figura 16 - Modelo 2 - C150V312M ....................................................................................... 49
Figura 17 - Modelo 3 - C150V516L ......................................................................................... 50
Figura 18 – Modelo 4 - C200V28L .......................................................................................... 50
Figura 19 - Modelo 5 - C200V312M ....................................................................................... 51
Figura 20 - Modelo 6 - C200V516L ......................................................................................... 51
Figura 21 - Modelo 7 - C400V28L ........................................................................................... 52
Figura 22 - Modelo 8 - C400V312M ....................................................................................... 52
Figura 23 - Modelo 9 - C400V516L ......................................................................................... 53
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Combinações analisadas para carga constante de 150 kg/m² ................................. 35
Tabela 2 – Combinações analisadas para carga constante de 200 kg/m² ................................. 36
Tabela 3 – Combinações analisadas para carga constante de 400 kg/m² ................................. 36
Tabela 4 – Relação entre a armadura efetiva como laje maciça de espessura equivalente e viga
seção transversal T com a armadura indicada pelo fabricante para carga de 150 kg/m².......... 37
Tabela 5 – Relação entre a armadura efetiva como laje maciça de espessura equivalente e viga
seção transversal T com a armadura indicada pelo fabricante para carga de 200 kg/m².......... 39
Tabela 6 – Relação entre a armadura efetiva como laje maciça de espessura equivalente e viga
seção transversal T com a armadura indicada pelo fabricante para carga de 400 kg/m².......... 41
Tabela 7 – Relação entre a armadura efetiva como laje maciça de espessura equivalente e viga
seção transversal T com a armadura indicada pelo fabricante para vão de 2 metros ............... 43
Tabela 8 – Relação entre a armadura efetiva como laje maciça de espessura equivalente e viga
seção transversal T com a armadura indicada pelo fabricante para vão de 3,5 metros ............ 45
Tabela 9 – Relação entre a armadura efetiva como laje maciça de espessura equivalente e viga
seção transversal T com a armadura indicada pelo fabricante para vão de 5 metros ............... 46
Tabela 10 - Flechas obtidas dos modelos analisados pelo software Robot Structural Analysis
Professional .............................................................................................................................. 48
11
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Combinações analisadas para carga constante de 150 kg/m² ................................. 38
Gráfico 2 - Combinações analisadas para carga constante de 200 kg/m² ................................. 40
Gráfico 3 - Combinações analisadas para carga constante de 400 kg/m² ................................. 42
Gráfico 4 - Combinações analisadas para vão constante de 2 metros ...................................... 44
Gráfico 5 - Combinações analisadas para vão constante de 3,5 metros ................................... 45
Gráfico 6 - Combinações analisadas para vão constante de 5 metros ...................................... 47
Gráfico 7 - Resultado de todos os modelos .............................................................................. 55
12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Especificações do produto ...................................................................................... 31
Quadro 2 - Dimensionamento das vigotas ................................................................................ 32
13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR Normas Brasileiras
EPS Poliestireno Expandido
ELU Estado Limite Último
ELS Estado Limite de Serviço
LN Linha Neutra
14
LISTA DE SÍMBOLOS
m Metros
cm Centímetros
Distância entre eixos das nervuras
Distância entre as nervuras
Largura das nervuras
Espessura da mesa
Rigidez na região das nervuras
Rigidez na região da mesa
Espessura total da laje
Coeficiente de Poisson
Csi
Rigidez equivalente
Espessura da laje maciça equivalente á laje nervurada
M1 Momento absorvido pela mesa
M2 Momento absorvido pela alma
Md Momento de cálculo
fcd Resistência característica do concreto
fyd tensão de escoamento de cálculo
bf Largura total da viga
d Altura útil da seção
a Distância calculada em função do comprimento l
15
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 16
2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 18
2.1 LAJES DE CONCRETO ARMADO ............................................................................. 18
2.2 LAJES CONSTITUÍDAS POR VIGOTAS DE CONCRETO PRÉ-MOLDADO ........ 21
2.2.1 Projeto de lajes constituídas por vigotas de concreto pré-moldado......................... 25
2.2.2 Laje maciça de espessura equivalente ..................................................................... 26
2.2.3 Vigas de seção transversal T ................................................................................... 28
2.2.4 Dimensionamento das vigotas de acordo com as recomendações do fabricante .... 30
3. DEFINIÇÃO DOS MODELOS DE CÁLCULO ................................................................. 33
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ..................................................... 37
4.1 DIMENSIONAMENTO DAS ARMARUDAS NO ESTADO LIMITE ÚLTIMO ...... 37
4.1 ANÁLISE DAS DEFORMAÇÕES NO ESTADO LIMITE DE SERVIÇO ................. 47
CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 54
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 57
16
INTRODUÇÃO
De acordo com a NBR 6118:2014 as lajes nervuradas são as lajes moldadas no local
ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para momentos positivos esteja localizada
nas nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte.
Segundo Araújo (2010b) as lajes maciças deixam de ser econômicas quando são
utilizados grandes vãos para pisos de edifícios de concreto armado devido à elevada espessura
da laje, o que gera um peso próprio inviável. As lajes nervuradas podem ser adotadas então
como uma alternativa para a redução do peso próprio.
As lajes pré-moldadas são lajes que dispõe de uma facilidade de aplicação, com tempo
de execução menor do que o das lajes maciças, menos mão de obra, não demanda do uso de
fôrmas e proporciona uma redução das escoras, dependendo do vão. A rapidez na execução
das lajes pré-moldadas gera uma grande vantagem, pois a mesma reduz custos, diminui o
consumo de madeira e a disponibilidade do produto para compra como as vigotas e tavelas é
ampla.
Se comparado com o histórico, às lajes pré-moldadas não eram usadas para grandes
vãos. Atualmente podem ser usadas lajes para vãos superiores a 8 metros (ARAÚJO, 2010b) e
essa evolução também contribuiu com o aumento da resistência das lajes, onde passaram a
serem aptas a receber altas cargas que não eram trabalhadas antigamente.
A norma NBR 6118:2014 prevê o calculo de vigas de seção T onde pode-se admitir
que as vigotas juntamente com a capa contribuem com o aumento da resistência da mesa,
formando assim um T resistente. Por outro lado, as lajes nervuradas também podem ser
admitidas como possuidoras de uma espessura equivalente a uma laje maciça, através da
determinação de uma igualdade de rigidezes.
Seguindo esse contexto, o presente trabalho tem como intuito alterar dados
característicos para o dimensionamento de lajes pré-moldadas e comparar com os dados
fornecidos pelo catalogo do fabricante.
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Geral
17
Analisar técnica e quantitativamente dois procedimentos de cálculo de lajes formadas
por vigotas pré-moldadas em comparação com o catálogo fornecido pelo fabricante.
1.1.2 Específicos
1 - Determinar e analisar tecnicamente qual flecha é obtida pelo fabricante;
2 - Avaliar a flecha através de um modelo numérico teórico comparando com os modelos
propostos pelo fabricante;
3 - Analisar o desempenho no Estado Limite Ultimo entre os dois modelos teóricos que serão
admitidos juntamente com o modelo adotado pelo fabricante;
4 - Avaliar quantitativamente os materiais de acordo com dois procedimentos teóricos além
do material fornecido pelo fabricante.
18
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 LAJES DE CONCRETO ARMADO
Araújo (2010a) define as lajes como sendo elementos estruturais que têm como função
básica receber as cargas de utilização das edificações e transmiti-las às vigas. As lajes também
servem para distribuir as ações horizontais entre os elementos estruturais de
contraventamento, além de funcionarem como mesas de compressão das vigas de seção T.
Existem diferentes tipos de lajes em que os pisos das edificações podem ser
executados, entre elas estão as lajes maciças, as lajes nervuradas, as lajes cogumelo, entre
outros tipos de lajes pré-moldadas.
Segundo Araújo (2010a) as lajes maciças são placas de espessura uniforme, apoiadas
ao longo do seu contorno. Esses apoios são formados por vigas ou por alvenarias, sendo esse
tipo de laje mais usual em edifícios residenciais onde os vãos são relativamente pequenos.
Na Figura 1 observa-se um corte em um piso de concreto armado formado por laje
maciça apoiada em vigas.
Figura 1 – Laje maciça
Fonte: Araújo, 2010
A norma NBR 6118:2014 define as lajes nervuradas como sendo as lajes moldadas no
local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para momentos positivos esteja
localizada nas nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte.
Araújo (2010a) também descreve as lajes nervuradas com as lajes empregadas para
vencer grandes vãos, geralmente superiores a 8 metros, sendo formadas por nervuras, onde
são apoiadas as armaduras longitudinais de tração. Assim pode-se reduzir o peso próprio da
laje, já que é eliminado parte do concreto na zona tracionada. Na Figura 2 observa-se um
Laje
Vigas
h
19
corte de uma laje nervurada.
Figura 2 – Laje nervurada
Fonte: Araújo, 2010
Segundo a norma NBR 6118:2014 as lajes nervuradas são as lajes moldadas no local
ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para momentos positivos esteja localizada
nas nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte.
As lajes nervuradas unidirecionais apresentam nervura em uma única direção, com
uma armadura na zona de tração juntamente com uma mesa comprimida, que leva uma
armadura de compressão e retração. A norma NBR 6118:2014 indica que deve-se analisar as
lajes nervuradas considerando a capa como laje maciça apoiada em uma grelha de vigas e
devem ser calculadas segundo a direção das nervuras, desprezando a rigidez transversal e a
rigidez à torção.
Nessas lajes podem ser utilizados materiais inertes como tijolos cerâmicos furados,
blocos de concreto leve, placas de EPS, entre outros, com o intuito de tornar plana a
superfície externa da laje. Os materiais inertes devem ter peso específico reduzido em
comparação com o peso específico do concreto (ARAÚJO 2010b). Na Figura 3 pode-se
observar um corte transversal em uma laje nervurada, com material inerte na zona de tração.
Figura 3 – Laje nervurada com superfície plana
Fonte: Araújo, 2010
Material inerte
material
inerte
nervuras
aparentes
h
h
bw lo
d
hf
20
As lajes nervuradas são lajes que dispõe de uma facilidade de aplicação, com tempo de
execução menor do que o das lajes maciças, menos mão de obra, não demanda do uso de
fôrmas e dispensa ou reduz as escoras dependendo do vão. A rapidez na execução das lajes
pré-moldadas gera uma grande vantagem, pois a mesma reduz custos, diminui o consumo de
madeira e a disponibilidade do produto para compra como as vigotas e tavelas é ampla.
Nos casos mais comuns de lajes nervuradas com nervuras inferiores como é indicado
na Figura 3, a nervura funciona como viga T para momentos fletores positivos, segundo
Araújo (2010b).
As lajes nervuradas em geral exigem uma espessura total h cerca de 50% maior do que
a necessária para as lajes maciças. Por outro lado, o peso próprio da laje nervurada e o
cosumo de concreto são inferiores ao das lajes maciças, resustando assim em uma solução
mais econômica para vãos maiores de 8 metros. (ARAÚJO 2010b)
As lajes cogumelos são as lajes apoiadas diretamente em pilares o que resulta em um
piso sem vigas. Nesse tipo de laje, o topo do pilar possui um aumento de seção, denominado
capitel, que tem a função de aumentar a resistência à punção da laje. Quando o capitel não
está presente, a laje então é denominada de laje lisa, segundo (ARAÚJO 2010a). Na Figura 4
observa-se essas duas situações.
Figura 4 – Laje cogumelo
Fonte: Araújo, 2010
As lajes alveolares ou painéis alveolares são destacados por El Debs (2000) como
sendo um elemento que tanto pode ser empregado para a execução de lajes, o que geralmente
é mais comum, como para paredes. No caso das lajes, pode receber uma capa de concreto para
formar seção composta, já no caso das paredes esses elementos podem ter uma camada
Laje
Laje lisa Laje cogumelo
capitel
pilar
Com capitel Sem capitel
21
adicional formando um painel sanduiche. Esses painéis geralmente são projetados para
funcionar como elementos simplesmente apoiados e com pequenos balanços. Os painéis
variam em relação a forma do alvéolo, que podem ser circular, ovalado, retangular etc. Na
Figura 5 é representada a nomenclatura de um painel alveolar aplicado como laje.
Figura 5 – Painel alveolar aplicado como laje
Fonte: El Debs, 2017
2.2 LAJES CONSTITUÍDAS POR VIGOTAS DE CONCRETO
PRÉ-MOLDADO
Formada por elementos pré-moldados chamados de vigotas (treliçada ou protendida),
por lajotas normalmente cerâmicas e por uma capa de concreto moldada in loco, Figura 6.
Dispõe de uma armadura do tipo treliça de aço, composta por três banzos paralelos e
diagonais laterais de forma senoidal, soldadas aos banzos, representado na Figura 7
(CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO, 2007).
22
Figura 6 – Laje tipo treliça
Fonte: Carvalho, 2007
Figura 7 – Armadura da nervura da laje tipo treliça
Fonte: Carvalho, 2007
Os elementos pré-moldados são os elementos resistentes do sistema nas fases de
montagem e concretagem, e tem a capacidade de suportar, além do peso próprio a ação das
lajotas e do concreto da capa. A principal vantagem dessa laje é a economia no uso das
fôrmas, já que para executar a concretagem da capa o elemento pré-moldado e a lajota fazem
o papel das fôrmas (CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO, 2007).
Entre as principais desvantagens, Carvalho e Figueiredo Filho (2007) destacam a
dificuldade na execução das instalações prediais e os valores dos deslocamentos transversais
que são bem maiores do que os presentes nas lajes maciças.
Segundo a norma NBR 14859-1:2002 pode ser colocada uma armadura longitudinal
capa de concreto
lajota
treliça
23
complementar apenas nas lajes treliçadas, isso quando não houver possibilidade de agregar a
armadura passiva de tração necessária na vigota. A NBR 14859-1:2002 também indica que
seja colocado uma armadura de distribuição posicionada na capa quando necessária nas
direções transversal e longitudinal, para a distribuição das tensões provenientes das cargas
concentradas e para o controle das fissuras. Essa armadura deve ter seção de no mínimo 0,9
cm²/cm para aços CA 25 e de 0,6 cm²/cm para aços CA 50 e CA 60, contendo ao menos três
barras por metros.
Carvalho e Figueiredo Filho (2007) descrevem as etapas da execução das lajes pré-
moldadas como:
Etapa 1: nivelar o piso e executar a montagem do escoramento, que devem ser colocadas em
espelho;
Etapa 2: colocar as vigotas, posicionando as lajotas cerâmicas, ou outro material de
enchimento, nas extremidades funcionando como medida de espaçamento entre as vigotas.
Nessa etapa duas situações são possíveis: apoiar as vigotas sobre a estrutura de concreto
armado ou apoiar as vigotas diretamente sobre a alvenaria;
Etapa 3: colocar os elementos de enchimento (lajotas cerâmicas, blocos de concreto leve,
placas de EPS entre outros), as tubulações elétricas, caixas de passagem etc. Os blocos da
primeira carreira podem ter um dos lados apoiados diretamente sobre as paredes e o outro
sobre a primeira linha das vigotas;
Etapa 4: colocar as armaduras de distribuição, e a armadura negativa, quando necessário, de
acordo com o indicado pelo projetista ou fabricante. Quando for necessário o uso da armadura
negativa a mesma deve ser apoiada e amarrada sobre a armadura de distribuição e estas
posicionadas transversalmente às vigotas principais.
Etapa 5: limpar a interface entre as nervuras e o concreto a ser lançado, deve-se sempre
umedecer a interface antes da concretagem sem que haja acúmulo de água.
Etapa 6: concretar a capa de concreto seguindo alguns cuidados:
Colar passadiços de madeira para evitar a quebra das lajotas;
Adensar o concreto de modo que penetre nas juntas entre as vigotas e os elementos de
enchimento.
Executar boa cura, molhando bem a superfície da laje de concreto durante pelo menos três
dias após a concretagem.
Etapa 7: Retirar o escoramento depois de aproximadamente 15 dias da concretagem e
24
verificar a resistência do concreto na data da retirada.
Na Figura 8 observa-se uma laje nervurada unidirecional denominada assim pelas
nervuras serem alinhadas apenas em uma direção.
Figura 8 – Laje nervurada unidirecional
Fonte: El Debs, 2017
Sartorti, Fontes e Pinheiro (2013) realizaram uma análise da fase de montagem das
lajes treliçadas com o objetivo de analisar a capacidade portante de vigotas treliçadas na sua
fase de montagem, procurando maneiras uteis para definir a distância entre as linhas de
escora. Foram ensaiadas diversas vigotas utilizando os ensaios de flexão e de cisalhamento.
Cada ensaio gerou um gráfico de força aplicada em relação ao deslocamento vertical, obtendo
a força máxima resistida pela vigota e a força correspondente à flecha limite. Os resultados
obtidos nesse estudo permitiram determinar as expressões para o cálculo da distância
adequada entre as linhas de escora das vigotas.
Já Carvalho et al. (2000) realizaram um estudo sobre a escolha da altura de lajes com
nervuras pré-moldadas para pavimentos de edificações considerando as verificações do estado
limite último e de deformação excessiva, com o objetivo principal de determinar um
procedimento de cálculo que levasse em conta não apenas a segurança no ELU, mas também
a funcionabilidade da estrutura sob cargas de serviço. A intenção do trabalho foi confeccionar
tabelas semelhantes as já existentes, que são utilizadas para obter a altura da laje com
nervuras pré-moldadas, considerando as verificações do estado limite de deformação
excessiva com os efeitos da fissuração e fluência do concreto. O principal resultado obtido foi
Elemento de
enchimento
Escoramento
Vigotas
Pré-moldadas
Concreto
moldado no local
25
que a escolha da altura da laje fica determinada pela verificação de deformação excessiva.
Apenas em pequenos vãos e grandes sobrecargas de uso a condição do ELU é determinante na
ruína. Desse modo concluíram que as tabelas existentes não são adequadas para serem usadas,
pois não levam em conta o efeito de fissuração e a fluência do concreto.
Cunha (2012) realizou uma dissertação sobre recomendações para projeto de lajes
formadas por vigotas com armação treliçada, tendo como objetivo contribuir para o projeto de
lajes nervuradas através de análises critica de bibliografias. Realizado as análises concluiu-se
que as nervuras transversais às vigotas são fundamentais, que o aumento na espessura da capa
trás benefícios, e a importância da verificação das flechas entre outras recomendações.
2.2.1 Projeto de lajes constituídas por vigotas de concreto pré-moldado
Como já descrito anteriormente, as lajes nervuradas podem ser calculadas como as
lajes maciças considerando uma espessura equivalente, contudo, devem ser seguidas algumas
prescrições apresentadas pela norma NBR 6118:2014.
Essas recomendações são para lajes nervuradas que podem ser bidirecionais. Contudo
as lajes nervuradas formadas por vigotas também trabalham como lajes unidirecionais que,
justamente por conterem nervuras pode-se determinar também a espessura equivalente das
mesmas. É importante deixar claro que essas recomendações são generalistas e são
recomendações aplicadas em lajes nervuradas de forma global, inclusive, como já descrito,
são também para lajes bidirecionais. Essas obrigações são descritas por Araújo (2010b) como
sendo:
a) A distância entre os eixos das nervuras não deve ultrapassar 110 cm, ou seja,
(1)
Onde é a distância entre as nervuras e é a largura das nervuras.
b) A espessura das nervuras não deve ser inferior a 5 cm, isto é,
(1.1)
Onde é a largura das nervuras.
26
c) A espessura da mesa não deve ser inferior a 3 cm ou 1/15 da distância entre as
nervuras, ou seja,
(1.2)
Onde é a espessura da mesa e é a distância entre as nervuras.
Adota-se 4 cm quando existirem tubulações embutidas de diâmetro máximo 12,5 mm.
d) O uso de armadura de compressão não é permitido em nervuras de largura inferior a 8
cm;
e) Sempre que a distância entre eixos de nervuras for maior que 65 cm, a resistência da
mesa à flexão deverá ser verificada. Nesse caso, a armadura da mesa deve ser
calculada como para uma laje maciça, de espessura hf simplesmente apoiada nas
nervuras;
f) Se a distância entre nervuras ≤ 65 cm, pode-se adotar uma armadura mínima para a
mesa, sem a necessidade de dimensioná-la;
g) Se a distância entre eixos das nervuras for maior que 65 cm, as nervuras devem ser
verificadas como vigas, com relação ao cisalhamento. Nesse caso as armaduras
obrigatoriamente deveram ter estribos;
h) Os estribos das nervuras, quando for necessário, devem ter um espaçamento máximo
de 20 cm;
Araújo (2010b) também destaca que para se garantir uma rigidez à torção adequada
nas lajes nervuradas, algumas normas delimitam uma altura máxima pra as nervuras. A norma
europeia Eurocode 2 (2004) por exemplo determina que a altura das nervuras abaixo da mesa
não deve ultrapassar .
2.2.2 Laje maciça de espessura equivalente
Depois de obedecidas as prescrições da norma NBR 6118:2014 as lajes nervuradas
podem ser calculadas como sendo uma laje maciça desde que sua espessura equivalente seja
calculada corretamente. Isso porque nos pisos de edifícios sujeitos a moderadas cargas
27
distribuídas, as espessuras mínimas que são exigidas são suficientes para proporcionar a mesa
uma rigidez capaz de garantir o seu funcionamento em conjunto com as nervuras (ARAÚJO
2010b).
Como a norma NBR 6118:2014 indica que quando o espaçamento entre eixos das
nervuras for maior que 110cm a capa deve ser projetada como uma laje maciça apoiada em
uma grelha de vigas.
Pode-se determinar a espessura equivalente da laje nervurada pelo método da
igualdade da rigidez média, pois segundo Araújo (2010b) esse método da rigidez média é o
que melhor apresenta o comportamento das lajes nervuradas.
A rigidez da laje na região das nervuras, , e a rigidez na região da mesa, , são
dadas por:
(2)
onde é a espessura total da laje, a espessura da mesa e = 0,2 é o coeficiente de Poisson
do concreto.
A rigidez equivalente da laje nervurada é dada por:
(2.1)
Onde
(2.2)
A rigidez equivalente pode ser escrita na forma usual, como sendo;
(2.3)
onde é a espessura da laje maciça equivalente á laje nervurada.
Considerando as equações (2), (2.1) e (2.3), obtêm-se:
(2.4)
28
Dessa maneira, a flecha e os esforços da laje nervurada podem ser calculados como se
fosse uma laje maciça de espessura .
2.2.3 Vigas de seção transversal T
Em uma laje maciça de concreto armado apoiada no contorno em vigas, as lajes e
vigas não são independentes, devido a sua monoliticidade, sendo assim, estas lajes e vigas
passam a trabalharem juntas. Quando a viga sofre uma deformação, parte da laje adjacente a
ela também se deforma, comportando-se como se fosse parte da viga, colaborando com sua
resistência, dessa forma, a viga absorve parte da laje e sua seção deixa de ser retangular,
passando assim a ter a forma de um T, (CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO, 2007).
Observando-se um corte transversal em um piso composto por lajes e vigas na Figura
9, onde o piso se compõe de um conjunto de vigas com a forma de um T trabalhando lado a
lado.
Figura 9 – Piso com vigas de seção transversal T
Fonte: Carvalho; Figueiredo Filho, 2007
A parte vertical da viga é chamada de alma, e a parte horizontal de mesa, na Figura 10
observa-se uma viga de seção transversal em forma de T.
Planta Corte A-A
29
Figura 10 – Viga de seção transversal em forma de T
Fonte: Carvalho; Figueiredo Filho, 2007
Carvalho e Figueiredo Filho (2007) destaca que a viga só será considerada seção T
quando a mesa e parte da alma estiverem comprimidas. Caso contrário, a viga terá seção
retangular, como mostrado na Figura 11. Do mesmo modo, para o presente trabalho mesmo
tendo seção retangular deve ser considerada a largura toda da viga como contribuinte, ou seja,
como resistente.
Figura 11 – Viga de seção T ou retangular, de acordo com a posição da Linha Neutra
Fonte: Carvalho; Figueiredo Filho, 2007
Os momentos podem ser obtidos através das fórmulas (2.5) e (2.6) a seguir descritas.
Onde parte do momento é absorvido pela mesa, ou seja, , e o restante é absorvido pela
alma .
(2.5)
(2.6)
seção “T” – LN passa pela alma seção retangular – LN passa pela mesa
LN
LN
30
onde é a resistência característica do concreto, é a espessura da mesa, é a distância
entre eixos das nervuras, é a largura da nervura e é o momento de cálculo.
A área de aço necessária para a resistência de cada um dos momentos é obtida pela
fórmula (2.7)
(2.7)
A largura efetiva da mesa da seção T é dada por:
(2.8)
Onde
(2.9)
onde a é a distância calculada em função do comprimento l considerando:
em praticamente todos os casos de laje nervurada
2.2.4 Dimensionamento das vigotas de acordo com as recomendações do
fabricante
Realizados os cálculos com as duas teorias, sendo elas a espessura equivalente e vigas
de seção transversal T, será realizado a comparação com os dados fornecidos pelo Manual
Técnico de Lajes Treliçadas sendo esse manual o catálogo fornecido pela empresa fabricante
ArcelorMittal que será utilizado ao longo do presente trabalho.
No Quadro 1 estão descritas as especificações das Treliças Belgo padronizadas, do
qual pode-se retirar o modelo, diferenciado pela altura da treliça e suas linhas: leve (L), média
(M) e reforçada (R), descritos na primeira coluna. Já na segunda coluna esta a especificação
31
da treliça (TR), novamente diferenciado pela altura de cada modelo de treliça, juntamente
com o diâmetro de cada fio.
Quadro 1 - Especificações do produto
Fonte: ArcelorMittal
No catálogo também constam especificações de dimensionamento para um
determinado vão, uma determinada carga, qual vigota deve ser usada e qual sua respectiva
armadura, adicional ou não. No Quadro 2 tem-se os dados para o dimensionamento da vigota
TB8L por exemplo, para o dimensionamento das demais vigotas, as tabelas estão presentes no
catálogo do fabricante.
32
Quadro 2 - Dimensionamento das vigotas
Fonte: ArcelorMittal
33
3. DEFINIÇÃO DOS MODELOS DE CÁLCULO
Utilizando as duas teorias de cálculo, espessura equivalente e viga de seção transversal
T, já descritas anteriormente, serão realizados os cálculos e assim obter a relação de consumo
de aço para a armadura positiva, para diferentes comparações de cargas e vãos de lajes, e
modelos de treliças. Na primeira teoria a laje nervurada será calculada e admitida como uma
laje maciça de espessura equivalente, ou seja, será adotada a laje como um todo, como um
único elemento. Na segunda teoria de viga de seção transversal T, será adotada cada nervura
individualmente, como sendo varias vigas, então será calculado nervura por nervura,
considerando que as nervuras serão iguais.
Os cálculos serão realizados para lajes do tipo bi apoiada, portanto, haverá apenas
momentos positivos, calculando-se assim somente a armadura positiva, dispensando a
armadura negativa. Dando assim uma maior importância para o cálculo da flecha, pois, em
uma estrutura biapoiada a flecha é maior que em estruturas biengastadas.
Para a realização dos cálculos será utilizada uma planilha de calculo empregando o
programa EXCEL da Microsoft, onde por meio de parâmetros de entrada, serão obtidos os
valores para a realização das comparações. Já para a análise das deformações excessivas, será
utilizado o software Robot Structural Analysis Professional da Autodesk, software usado para
análise de estruturas, onde utiliza-se o métodos dos elementos finitos.
No Estado Limite Ultimo será realizada a comparação da armadura positiva obtida
através dos cálculos das duas teorias com os valores fornecidos pelo catálogo da empresa
fabricante ArcelorMittal, portanto serão realizadas três análises. Já no Estado Limite de
Serviço será realizada a análise das deformações no software Robot Structural Analysis
Professional, onde somente é possível a realização de uma análise, portanto será analisada no
software uma laje do tipo nervurada unidirecional.
Os modelos que serão utilizados para a realização dos cálculos e das análises,
incluindo as cargas e os vãos, estão listados na Tabela 1, Tabela 2 e Tabela 3, retirados do
catálogo do fabricante ArcelorMittal.
Na Tabela 1 tem-se a carga acidental de 150 kg/m² onde usualmente é utilizada para
cargas residenciais como dormitórios, salas, cozinhas, etc. Já na Tabela 2 a carga acidental é
de 200 kg/m², utilizada também para cargas residenciais porem para dispensas, lavanderias,
etc. E por fim na Tabela 3 tem-se a carga acidental de 400 kg/m², utilizada para cargas
comerciais aplicada em lojas, escolas, etc. (NBR 6120:2018).
34
Os vãos utilizados foram de 2, 3,5 e 5 metros, repetidos nessa sequencia nas três
tabelas. Esses foram escolhidos por serem vãos usuais e aplicáveis, e foi mantida uma
linearidade de 1,5 metros entre eles.
É importante salientar que a área de aço ( ) presente nas tabelas é a armadura padrão
encontrada no catálogo para cada vigota, mais o acréscimo da armadura adicional quando se
faz necessária o uso da mesma.
Nas Figuras 12, 13 e 14 são descritas as dimensões de cada modelo de vigota, sendo
elas TB8L, TB12M e TB16L respectivamente, aproximadas para uma laje do tipo T incluindo
também uma aproximação na largura da nervura, que será mantida como uma constante para
todos os modelos. As constantes fck e a espessura da capa são mantidos iguais para os três
modelos de laje, sendo eles 20 MPa e 4 cm de espessura, o aço utilizado para as armaduras é
aço Belgo 60 Nervurado (CA60) também sendo constante para os três modelos, será utilizado
cobrimento de 1,5 cm e armadura longitudinal de 0,5 cm a largura da laje será mantida em 5
metros sendo utilizada tanto nos calculo realizados no programa EXCEL quanto na análise
realizada no software Robot Structural Analysis Professional.
Figura 12 – Laje TB8L com peso próprio de 176 kgf/m²
7 cm
4 cm
12 cm 30 cm 12 cm
11 cm
Fonte: Adaptado da ArcelorMittal, 2019
Figura 13 - Laje TB12M com peso próprio de 229 kgf/m²
12 cm
4 cm
12 cm 30 cm 12 cm
16 cm
Fonte: Adaptado da ArcelorMittal, 2019
35
Figura 14 - Laje TB16L com peso próprio de 175 kgf/m²
16 cm
4 cm
12 cm 30 cm 12 cm
20 cm
Fonte: Adaptado da ArcelorMittal, 2019
Descrito todos os fatores para a formação das três tabelas, segue abaixo a apresentação
das mesmas.
Tabela 1 – Combinações analisadas para carga constante de 150 kg/m²
Modelo Carga
(kg/m²)
Vão
(m) Modelo
As
(cm²)
C150V28L 150 2,0 TB 8L 0,28
C150V212M 150 2,0 TB 12M 0,40
C150V216L 150 2,0 TB 16L 0,68
C150V38L 150 3,5 TB 8L 1,08
C150V312M 150 3,5 TB 12M 0,68
C150V316L 150 3,5 TB 16L 0,68
C150V58L 150 5,0 TB 8L NÃO OK
C150V512M 150 5,0 TB 12M 1,65
C150V516L 150 5,0 TB 16L 0,68
Fonte: Adaptado do autor, 2019
Observa-se que a vigota TB8L consta com um NÃO OK em sua armadura para a
carga constante de 150 kg/m², para o vão de 5 metros, o mesmo acontece com as cargas de
200 e 400 kg/m², ou seja, independente da carga a vigota TB8L não é recomendada para um
vão de 5 metros.
36
Tabela 2 – Combinações analisadas para carga constante de 200 kg/m²
Modelo Carga
(kg/m²)
Vão
(m) Modelo
As
(cm²)
C200V28L 200 2,0 TB 8L 0,42
C200V212M 200 2,0 TB 12M 0,40
C200V216L 200 2,0 TB 16L 0,80
C200V38L 200 3,5 TB 8L 1,08
C200V312M 200 3,5 TB 12M 0,80
C200V316L 200 3,5 TB 16L 0,80
C200V58L 200 5,0 TB 8L NÃO OK
C200V512M 200 5,0 TB 12M 1,52
C200V516L 200 5,0 TB 16L 1,20
Fonte: Adaptado do autor, 2019
Tabela 3 – Combinações analisadas para carga constante de 400 kg/m²
Modelo Carga
(kg/m²)
Vão
(m) Modelo
As
(cm²)
C400V28L 400 2,0 TB 8L 0,48
C400V212M 400 2,0 TB 12M 0,60
C400V216L 400 2,0 TB 16L 1,20
C400V38L 400 3,5 TB 8L 1,88
C400V312M 400 3,5 TB 12M 1,20
C400V316L 400 3,5 TB 16L 1,20
C400V58L 400 5,0 TB 8L NÃO OK
C400V512M 400 5,0 TB 12M 2,40
C400V516L 400 5,0 TB 16L 1,90
Fonte: Adaptado do autor, 2019
Diante das tabelas apresentadas acima foi realizada as análises no software Robot
Structural Analysis Professional apenas dos modelos que se mostraram viáveis, mas só foi
possível definir quais modelos eram empregados na análise após a obtenção dos resultados
finais.
37
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo estão apresentados os resultados da otimização de lajes nervuradas
formadas por vigotas pré-moldadas. O dimensionamento das lajes foi realizado, como já
descrito anteriormente, para três diferentes tipos de cargas, vãos e modelos de treliças, onde as
lajes foram definidas como bi apoiadas, havendo somente momentos positivos.
4.1 DIMENSIONAMENTO DAS ARMARUDAS NO ESTADO
LIMITE ÚLTIMO
O objetivo principal deste trabalho foi analisar técnica e quantitativamente dois
procedimentos teóricos para lajes nervuradas unidirecionais em comparação com os dados
fornecidos pelo fabricante. Na Tabela 4 são apresentados os resultados da armadura positiva
para uma laje maciça de espessura equivalente e a armadura positiva para uma laje dividida
em nervuras considerando essas nervuras como vigas de seção transversal T para a carga de
150 kg/m², incluindo a armadura utilizada no catálogo do fabricante.
Tabela 4 – Relação entre a armadura efetiva como laje maciça de espessura equivalente e viga seção transversal
T com a armadura indicada pelo fabricante para carga de 150 kg/m²
Modelo
Armadura indicada
pelo fabricante
(cm²)
Laje maciça de
espessura
equivalente (cm²)
Viga seção
transversal T (cm²)
Laje maciça de
espessura equivalente /
Viga seção transversal
T (Armadura Efetiva)
C150V28L 0,28 0,39 0,39 1,00
C150V212M 0,40 0,39 0,20 1,95
C150V216L 0,68 0,20 0,20 1,00
C150V38L 1,08 1,18 0,79 1,49
C150V312M 0,68 0,79 0,59 1,34
C150V316L 0,68 0,59 0,39 1,51
C150V58L NÃO OK 2,75 1,57 1,75
C150V512M 1,65 1,77 1,18 1,50
C150V516L 0,68 1,18 0,79 1,49
Fonte: Autor, 2019
Na última coluna a direita observa-se a relação entre a armadura de tração efetiva do
projeto considerando laje maciça de espessura equivalente com viga de seção transversal T,
38
onde é possível observar que na maioria dos casos a laje maciça de espessura equivalente foi
superior a viga de seção transversal T, apenas em dois casos a relação foi a mesma para as
duas teorias, e na segunda vigota de modelo C150V312M a superioridade da armadura
positiva como laje maciça foi de 95% com relação à viga de seção T.
É possível ver esses valores de forma mais simples apenas observando os valores da
terceira e quarta coluna que também estão representados no Gráfico 1 a seguir, onde as
colunas de cores vermelhas, que representam a laje do tipo maciça, se sobressaem na maioria
dos modelos analisados.
Gráfico 1 - Combinações analisadas para carga constante de 150 kg/m²
Fonte: O autor, 2019
O NÃO OK presente no modelo C150V58L é devido a não possibilidade de
dimensionamento realizada pelo fabricante para essa vigota com o devido vão de 5 metros,
mas foi possível dimensiona-la para as outras duas teorias de cálculo, onde a armadura
positiva da laje do tipo maciça de espessura equivalente é 75% superior à armadura da teoria
de viga seção transversal T. Contudo, desses 9 casos para a carga de 150 kg/m² em apenas
33% dos casos a armadura indicada pelo fabricante foi maior que a indicada pela laje do tipo
maciça e em 67% dos casos maior que à armadura da teoria de viga seção transversal T.
Apresentando agora os resultados para os calculo das duas teorias já ditas
anteriormente, tem-se o Gráfico 5 para a carga acidental de 200 kg/m², onde é identificável
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
Áre
a d
e A
ço (
cm²)
Modelos
Combinações analisadas para carga constante de 150 kg/m²
Armadura indicada
pelo fabricante (cm²)
Laje maciça de
espessura equivalente
(cm²)
Viga seção
transversal T (cm²)
NÃO
OK
39
que a armadura positiva efetiva indicada pela laje do tipo maciça de espessura equivalente é
66,7% superior a armadura indicada pela viga de seção transversal T, e sendo também, em
cinco dos 9 casos analisados maior que a armadura que o fabricante indica para ser usada.
Tabela 5 – Relação entre a armadura efetiva como laje maciça de espessura equivalente e viga seção transversal
T com a armadura indicada pelo fabricante para carga de 200 kg/m²
Modelo
Armadura indicada
pelo fabricante
(cm²)
Laje maciça de
espessura
equivalente (cm²)
Viga seção
transversal T (cm²)
Laje maciça de
espessura equivalente /
Viga seção transversal
T (Armadura Efetiva)
C200V28L 0,42 0,39 0,39 1,00
C200V212M 0,40 0,39 0,20 1,95
C200V216L 0,80 0,20 0,20 1,00
C200V38L 1,08 1,37 0,79 1,73
C200V312M 0,80 0,98 0,59 1,66
C200V316L 0,80 0,59 0,39 1,51
C200V58L NÃO OK 3,35 1,77 1,89
C200V512M 1,52 1,96 1,18 1,66
C200V516L 1,20 1,37 0,79 1,73
Fonte: Autor, 2019
É possível observar essas condições melhor no Gráfico 2 e perceber que a armadura
encontrada através dos cálculos de viga seção transversal T se mostraram todos menores que
o indicado pelo fabricante e em quase toda a maioria dos outros modelos para laje do tipo
maciça.
40
Gráfico 2 - Combinações analisadas para carga constante de 200 kg/m²
Fonte: O autor, 2019
Tal diferença indica que a armadura calculada para a teoria de viga seção transversal T
se mostrou mais ousada com relação à laje do tipo maciça, que na maioria dos casos
analisados foram obtidos resultados mais conservadores.
Observa-se nesse gráfico novamente a existência do NÃO OK para o modelo de
vigota C200V58L. Indiferente da escolha da carga essa vigota sempre se mostrará inviável de
ser dimensionada para vãos de 5 metros, pois seu vão limite é de 4 metros livres.
Mas até então é possível dimensiona-la para as outras duas teorias propostas nesse
trabalho, onde a armadura indicada pela laje maciça é 89% maior que a teoria de viga seção
transversal T, indicando uma área de aço de 3,35 cm² o que a torna bem conservadora
observando que a outra teoria indica 1,77 cm² de área de aço.
Já na Tabela 6 estão os resultados para as duas teorias com carga constante de 400
kg/m², onde tem-se a relação entre a área de aço da laje do tipo maciça com a viga seção
transversal T, onde 7 dos 9 casos calculados resultaram ser mais de 50% superiores em
relação aos resultados de viga seção transversal T.
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
Áre
a d
e A
ço (
cm²)
Modelos
Combinações analisadas para carga constante de 200 kg/m²
Armadura indicada
pelo fabricante
(cm²)
Laje maciça de
espessura
equivalente (cm²)
Viga seção
transversal T (cm²)
NÃO
OK
41
Tabela 6 – Relação entre a armadura efetiva como laje maciça de espessura equivalente e viga seção transversal
T com a armadura indicada pelo fabricante para carga de 400 kg/m²
Modelo
Armadura indicada
pelo fabricante
(cm²)
Laje maciça de
espessura
equivalente (cm²)
Viga seção
transversal T (cm²)
Laje maciça de
espessura equivalente /
Viga seção transversal
T (Armadura Efetiva)
C400V28L 0,48 0,59 0,39 1,51
C400V212M 0,60 0,59 0,39 1,51
C400V216L 1,20 0,20 0,20 1,00
C400V38L 1,88 2,16 1,37 1,58
C400V312M 1,20 1,37 0,98 1,40
C400V316L 1,20 0,98 0,59 1,66
C400V58L NÃO OK NÃO OK 2,75 NÃO OK
C400V512M 2,40 3,14 1,77 1,77
C400V516L 1,90 1,96 1,18 1,66
Fonte: Autor, 2019
Observa-se que o NÃO OK novamente esta presente para a armadura indicada pelo
fabricante para o modelo C400V58L, mas para a carga de 400 kg/m² a laje do tipo maciça de
espessura equivalente também apresentou essa condição, o que resulta não ser possível a
realização do seu dimensionamento. No Gráfico 3 é visto que apenas pela teoria de viga seção
transversal T é possível realizar o dimensionamento do modelo C400V512M.
42
Gráfico 3 - Combinações analisadas para carga constante de 400 kg/m²
Fonte: O autor, 2019
A área de aço que a teoria de calculo viga seção transversal T vinha apresentando até
então foi sempre mais ousada em relação à laje maciça, mas para esse modelo de vigota
C400V58L a área de aço indicada foi de 2,75 cm² sendo esse valor o maior valor encontrado
em relação aos outros 27 modelos calculados para a teoria viga seção transversal T.
Anteriormente foram apresentados os resultados com as cargas sendo o parâmetro
principal, nas tabelas a seguir o parâmetro principal passa a serem os vãos. Na Tabela 7 estão
todos os modelos analisados com vão de 2 metros.
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
Áre
a d
e A
ço (
cm²)
Modelo
Combinações analisadas para carga constante de 400 kg/m²
Armadura indicada
pelo fabricante
(cm²)
Laje maciça de
espessura
equivalente (cm²)
Viga seção
transversal T (cm²) NÃO
OK
NÃO
OK
43
Tabela 7 – Relação entre a armadura efetiva como laje maciça de espessura equivalente e
viga seção transversal T com a armadura indicada pelo fabricante para vão de 2 metros
Modelo
Armadura indicada
pelo fabricante
(cm²)
Laje maciça de
espessura equivalente
(cm²)
Viga seção
transversal T (cm²)
C150V28L 0,28 0,39 0,39
C150V212M 0,40 0,39 0,20
C150V216L 0,68 0,20 0,20
C200V28L 0,42 0,39 0,39
C200V212M 0,40 0,39 0,20
C200V216L 0,80 0,20 0,20
C400V28L 0,48 0,59 0,39
C400V212M 0,60 0,59 0,39
C400V216L 1,20 0,20 0,20
Fonte: Autor, 2019
Nessa tabela, com todos os modelos de vão 2 metros em aproximadamente 78% dos
casos o fabricante indicou uma armadura maior que o calculado pelos outros dois métodos.
Por outro lado a armadura efetiva indicada pelo método viga seção transversal T foi de 44%
inferior à indicada pela teoria de laje maciça de espessura equivalente e pela armadura
indicada pelo fabricante o que a torna quantitativamente mais econômica.
No Gráfico 4 observa-se uma grande diferença da armadura indicada pelo fabricante
com relação as outras duas teorias para os modelos C150V216L, C200V216L e C400V216L.
44
Gráfico 4 - Combinações analisadas para vão constante de 2 metros
Fonte: O autor, 2019
Tal diferença nessa superioridade com relação às outras teorias, que acabaram
indicando resultados iguais, pode ser devido à armadura efetiva e não da armadura calculada,
pois o fabricante indicou a armadura efetiva igual à armadura indicada pelos métodos aqui
apresentados.
Já na Tabela 8 apresentam-se os modelos com vão de 3,5 metros, onde a armadura da
laje maciça de espessura equivalente foi a que se sobressaiu com relação às outras armaduras
propostas, sendo 67% entre todos os casos analisados.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
Áre
a d
e A
ço
Modelos
Combinações analisadas para vão constante de 2 metros
Armadura indicada
pelo fabricante (cm²)
Laje maciça de
espessura equivalente
(cm²)
Viga seção transversal
T (cm²)
45
Tabela 8 – Relação entre a armadura efetiva como laje maciça de espessura equivalente e
viga seção transversal T com a armadura indicada pelo fabricante para vão de 3,5 metros
Modelo Armadura indicada
pelo fabricante (cm²)
Laje maciça de
espessura
equivalente (cm²)
Viga seção transversal
T (cm²)
C150V38L 1,08 1,18 0,79
C150V312M 0,68 0,79 0,59
C150V316L 0,68 0,59 0,39
C200V38L 1,08 1,37 0,79
C200V312M 0,80 0,98 0,59
C200V316L 0,80 0,59 0,39
C400V38L 1,88 2,16 1,37
C400V312M 1,20 1,37 0,98
C400V316L 1,20 0,98 0,59
Fonte: Autor, 2019
A armadura indicada pela teoria de viga seção transversal T foi em todos os casos,
para vão de 3,5 metros, menor que a indicada pelo fabricante e pela laje maciça de espessura
equivalente, ou seja, nesse caso o fabricante indicou uma armadura 33% maior que o indicado
pela viga T. No Gráfico 5 a seguir, é possível ver essa situação.
Gráfico 5 - Combinações analisadas para vão constante de 3,5 metros
Fonte: O autor, 2019
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
Áre
a d
e A
ço
Modelos
Combinações analisadas para vão constante de 3,5 metros
Armadura indicada
pelo fabricante (cm²)
Laje maciça de
espessura equivalente
(cm²)
Viga seção transversal
T (cm²)
46
Os resultados para os modelos com vãos de 5 metros estão presentes na Tabela 9 onde
em 89% dos casos a armadura indicada pela laje do tipo maciça de espessura equivalente foi
superior às outras, os outros 11% restantes são propostos pela armadura da teoria de viga
seção transversal T.
Tabela 9 – Relação entre a armadura efetiva como laje maciça de espessura equivalente e
viga seção transversal T com a armadura indicada pelo fabricante para vão de 5 metros
Modelo Armadura indicada
pelo fabricante (cm²)
Laje maciça de
espessura
equivalente (cm²)
Viga seção transversal
T (cm²)
C150V58L NÃO OK 2,75 1,57
C150V512M 1,65 1,77 1,18
C150V516L 0,68 1,18 0,79
C200V58L NÃO OK 3,35 1,77
C200V512M 1,52 1,96 1,18
C200V516L 1,20 1,37 0,79
C400V58L NÃO OK NÃO OK 2,75
C500V512M 2,40 3,14 1,77
C400V516L 1,90 1,96 1,18
Fonte: Autor, 2019
O NÃO OK ocorre em 4 casos, como também é possível ver no Gráfico 6, e como já
descrito anteriormente, são todos para o vão de 5 metros, sendo que o modelo C400V58L
apenas pode ser dimensionado pelo método de viga de seção transversal T.
47
Gráfico 6 - Combinações analisadas para vão constante de 5 metros
Fonte: O autor, 2019
Diante dos resultados da análise dos dois modelos teóricos propostos nos objetivos, é
analisado que dos 27 modelos analisados 17 modelos foram superiores ao indicado pelo
fabricante, sendo 15 modelos da teoria de laje maciça e 2 modelos da teoria de viga seção
Transversal T onde admitiu-se que a laje era dividida em varias nervuras.
Dos 27 modelos 32 foram inferiores ao indicado pelo fabricante sendo 10 modelos da
teoria de laje maciça de espessura equivalente e 22 da teoria de viga seção transversal T, cabe
destacar que 4 modelos das duas teorias indicaram o mesmo valor para a área de aço e um
modelo da laje maciça não pode ser dimensionado, como já destacado anteriormente. A laje
maciça de espessura equivalente resultou ser 78% superior a armadura indicada pela viga de
seção transversal T.
4.2 ANÁLISE DAS DEFORMAÇÕES NO ESTADO LIMITE DE
SERVIÇO
A avaliação da flecha foi realizada através do software Robot Structural Analysis
Professional, onde foram escolhidos nove modelos para serem analisados. Seguindo o mesmo
padrão de escolha que os parâmetros vãos, cargas e modelos de vigotas, os modelos para a
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
Áre
a d
e A
ço
Modelos
Combinações analisadas para vão constante de 5 metros
Armadura indicada
pelo fabricante (cm²)
Laje maciça de
espessura equivalente
(cm²)
Viga seção transversal
T (cm²) NÃO
OK
NÃO
OK NÃO
OK
NÃO
OK
48
análise dos deslocamentos foram escolhidos entre um modelo menor, outro intermediário e
outro modelo maior, para todas as três cargas escolhidas.
Os deslocamentos limites segundo a NBR 6118:2014 são valores utilizados para
verificação das deformações excessivas que ocorrem na estrutura e limita-se a no máximo
0,40% do comprimento do vão ( /250). Na Tabela 10 tem-se os valores para o deslocamento
limite de cada modelo analisado, assim como a relação entre a flecha limite com a flecha
atuante.
Os nove modelos escolhidos também estão presentes na Tabela 10 onde tem-se a carga
total aplicada uniformemente distribuída em cada uma das lajes. Esses carregamentos são
aplicados no Estado Limite de Serviço e são a soma entre as três cargas escolhidas (150, 200 e
400 kg/m²) com o peso próprio de cada vigota (176, 229 e 175 kgf/m²) respectivamente.
Tabela 10 - Flechas obtidas dos modelos analisados pelo software Robot Structural Analysis
Professional
Modelo Carga de
Serviço (kN/m²)
Deslocamento
Máximo Linear
(mm)
L/250 (mm) Flecha Limite /
Flecha Atuante
C150V28L 3,26 1,216 8 6,58
C150V312M 3,79 3,751 14 3,73
C150V516L 3,25 6,924 20 2,89
C200V28L 3,76 1,379 8 5,80
C200V312M 4,29 3,760 14 3,72
C200V516L 3,75 7,549 20 2,65
C400V28L 5,76 1,814 8 4,41
C400V312M 6,29 5,315 14 2,63
C400V516L 5,75 9,203 20 2,17
Fonte: O autor, 2019
Os valores dos deslocamentos máximos presentes na tabela são os valores da flecha
linear elástica, cabe destacar que foi realizada também a análise admitindo a não linearidade
geométrica, mas acabou não sendo significativa, pois os valores das flechas foram muito
pouco superiores aos modelos lineares, e a não linearidade física não foi considerada.
Portanto, para a economia computacional os modelos analisados no software Robot
Structural Analysis Professional e apresentados nas Figuras 15 a 23 são os modelos com a
linearidade elástica.
No primeiro modelo na Figura 15 a laje C150V28L sofreu um deslocamento linear
elástico de 1,22 mm, e realizada a analise admitindo a não linearidade geométrica essa
49
resultou ser apenas 0,03% superior a anterior.
Figura 15 - Modelo 1 - C150V28L
Fonte: Robot Structural Analysis Professional, 2019
Já no segundo modelo na Figura 16 a laje C150V312M sofreu um deslocamento linear
elástico de 3,75 mm, e a superioridade do deslocamento se admitido a não linearidade
geométrica seria de apenas 0,06%.
Figura 16 - Modelo 2 - C150V312M
Fonte: Robot Structural Analysis Professional, 2019
Na Figura 17 o modelo 3 C150V516L que recebeu a carga total de 3,25 kN/m²
50
deslocou 6,92 mm, sendo seu limite 2,89 vezes superior que a flecha atuante.
Figura 17 - Modelo 3 - C150V516L
Fonte: Robot Structural Analysis Professional, 2019
Já na Figura 18 o modelo 4 C200V28L recebeu a carga total de 3,76 kN/m² e deslocou
apenas 1,38 mm, e seu limite foi de 5,80 vezes superior a flecha atuante.
Figura 18 – Modelo 4 - C200V28L
Fonte: Robot Structural Analysis Professional, 2019
No quinto modelo da Figura 19 a laje C200V312M sofreu um deslocamento linear
51
elástico de 3,76 mm, e realizada a analise admitindo a não linearidade geométrica essa foi de
apenas 0,06% superior a anterior.
Figura 19 - Modelo 5 - C200V312M
Fonte: Robot Structural Analysis Professional, 2019
No modelo 6 na Figura 20 a laje C200V516L sofreu um deslocamento linear elástico
de 7,55 mm, e admitindo a análise da não linearidade geométrica essa resultou ser 0,11%
superior a anterior, e sua flecha limite foi de 2,65 vezes superior a flecha atuante.
Figura 20 - Modelo 6 - C200V516L
Fonte: Robot Structural Analysis Professional, 2019
52
No modelo 7 da Figura 21 a laje C400V28L sofreu um deslocamento linear elástico de
1,81 mm, e admitindo a análise da não linearidade geométrica essa resultou ser apenas 0,04%
superior a anterior, e sua flecha limite foi de 4,41 vezes superior a flecha atuante.
Figura 21 - Modelo 7 - C400V28L
Fonte: Robot Structural Analysis Professional, 2019
Já na Figura 22 o modelo 8 C400V312M recebeu uma carga total de 6,29 kN/m² e
deslocou 5,32 mm, e seu limite foi de 2,63 vezes superior a flecha atuante.
Figura 22 - Modelo 8 - C400V312M
Fonte: Robot Structural Analysis Professional, 2019
53
Por fim no modelo 9 na Figura 23 a laje C400V516L sofreu um deslocamento linear
elástico de 9,20 mm, e admitindo a análise da não linearidade geométrica essa resultou ser
0,12% superior a anterior, e sua flecha limite foi de 2,17 vezes superior a flecha atuante.
Figura 23 - Modelo 9 - C400V516L
Fonte: Robot Structural Analysis Professional, 2019
Sendo essa a laje com maior deslocamento e observando que seu limite seria de 20
mm, pode-se entender que não houve nenhum problema de flecha em nem uma das lajes,
conformando assim com o que o fabricante propõe.
54
CONCLUSÃO
O interesse principal do trabalho foi analisar de maneira técnica e quantitativa dois
procedimentos de cálculos para lajes pré-moldadas e comparar com o fornecido pelo
fabricante. Ao serem avaliados os resultados observa-se que dos 27 modelos escolhidos, 3
modelos não foram possíveis de serem dimensionados pelo catálogo do fabricante, totalizando
assim 24 modelos dos quais em 70% dos casos o indicado pelo fabricante resultou ser mais
conservador que as outras teorias.
Dos modelos analisadas em 37% dos casos a teoria de laje maciça de espessura
equivalente resultou ser mais econômica que o indicado pelo fabricante e em 81% dos casos a
teoria de viga seção transversal T foi mais econômica que o fabricante em termos
quantitativos. Quando analisadas apenas as duas teorias, concluiu-se que novamente a
armadura indicada pela teoria de viga seção transversal T foi em 78% dos casos inferior a
indicada pela teoria de laje maciça de espessura equivalente, indicando assim uma menor área
de aço, consequentemente sendo mais ousada e quantitativamente mais econômica que as
demais, 19% deram a mesma área de aço e um modelo não pode ser dimensionado.
No Gráfico 7 temos todos os resultados de todos os modelos, onde foram classificados
os valores de menor para maior, a parir dos resultados obidos pela teoria de viga seção
transversal T, visto que a mesma resultou ser mais ousada indicando menor área de aço. Esse
gráfico facilita na escolha da melhor otimização, e na escolha de um modelo específico.
55
Gráfico 7 - Resultado de todos os modelos
Fonte: O autor, 2019
0,10
0,30
0,50
0,70
0,90
1,10
1,30
1,50
1,70
1,90
2,10
2,30
2,50
2,70
2,90
3,10
3,30
3,50 Á
rea
de
Aço
(cm
²)
Modelo
Resultado de todos os modelos
Armadura indicada pelo
fabricante (cm²)
Laje maciça de espessura
equivalente (cm²)
Viga seção transversal T
(cm²)
56
Analisadas as flechas, dos 9 modelos escolhidos, obtidas através da analise no
software Robot Structural Analysis Professional e apresentadas na Tabela 10 conclui-se que
em nenhuma das lajes ocorre problemas decorrentes de um deslocamento linear excessivo.
Para os 3 modelos com o tipo de vigota 8L a média de deslocamento foi de 1,47 mm sendo
que o limite indicado pela norma foi de 8 mm, ou seja, a média da flecha limite foi de 5,60
vezes maior que a média da flecha atuante nos casos com vão de 2 metros. Para os 3 modelos
com o tipo de vigota 12M a média de deslocamento atingiu 4,28 mm, e o limite indicado pela
norma foi de 14 mm, isto é, a média da flecha limite foi de 3,36 vezes maior que a média da
fecha atuante nos casos com vão de 3,5 metros. Já para os modelos de vigota 16L a média da
flecha encontrada foi de 7,89 mm e o limite que a norma NBR 6118:2014 indica é de 20 mm
para os vãos de 5 metros, ou seja, a média da flecha limite foi de 2,57 vezes maior que a
média da flecha atuante encontrada.
Conclui-se assim que tanto os modelos testados no software quanto o indicado pelo
catálogo do fabricante não comprometem o Estado Limite de Serviço, pois os modelos
analisados não excedem o deslocamento limite indicado pela norma e o fabricante segue os
parâmetros da mesma para o dimensionamento das lajes nervuradas.
57
REFERÊNCIAS
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de concreto - Procedimento. 3 ed. Rio de Janeiro: ABNT 2014. 238 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120: Cargas para o
cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 2018. 62 p.
ARAÚJO, José Milton de. Curso de Concreto Armado. 3. ed. Rio Grande: Dunas, 2010.
395 p. (Volume 4 b).
ARAÚJO, José Milton de. Curso de Concreto Armado. 3. ed. Rio Grande: Dunas, 2010.
395 p. (Volume 2 a).
ARCELORMITTAL. Manual Técnico de Lajes Treliçadas. Disponível em:
<http://longos.arcelormittal.com.br/pdf/produtos/construcao-civil/outros/manual-tecnico-
trelicas.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2019
CARVALHO, Roberto Chust; FIGUEIREDO FILHO, Jasson Rodrigues de. Calculo e
Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado: Segundo a NBR 6118:2003. 3.
ed. São Carlos: Edufscar, 2007. 367 p.
CARVALHO, Roberto Chust et al. Escolha da altura de lajes com nervuras pré-moldadas
para paviemntos de edificações considerando as verificações do estado limite último e de
deformação excessiva. Jubileo Prof. Julio Ricaldoni. Punta del Este, p. 1-19. nov. 2000.
CUNHA, Mateus Ortigosa. Recomendações para projeto de lajes formadas por vigotas
com armação treliçada. 2012. 119 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil,
Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, São Carlos, 2012.
EL DEBS, Mounir Khalil. Concreto pré-moldado: fundamentos e aplicações. São Carlos:
Eesc-usp, 2000. 452 p.
EL DEBS, Mounir Khalil. Concreto pré-moldado: fundamentos e aplicações. 2. ed. São
58
Paulo: Oficina de Textos, 2017. 456 p.
EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION. EN 1992-1-1: Eurocode 2: Design
of Concrete Structures – Part 1-1: General rules and rules for buildings.. Brussels: Cen, 2004.
227 p.
SARTORTI, Artur Lenz; FONTES, Ana Carolina; PINHEIRO, Libânio Miranda. Análise da
Fase de Montagem de Lajes Treliçadas. Ibracon. São Carlos, p. 642-660. ago. 2013.