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ILUMINAÇÃO DE FACHADAS HISTÓRICAS EM UM TRECHO
DA AVENIDA SETE DE SETEMBRO DO CENTRO DE PORTO
VELHO-RO
Vanessa Gomes Carvalho1
RESUMO: Esta pesquisa tem como objetivo apresentar as vantagens de fazer um projeto adequado
para iluminação de fachadas históricas na Avenida 07 de Setembro no centro de Porto Velho, assim
como apresentar um exemplo de projeto luminotécnico para a fachada do antigo Prédio do Relógio, e
também desenvolver um estudo que apresente as forma de fazer um projeto para evidenciar e valorizar a
edificação, destacando pontos importantes das características arquitetônicas e ocultando outros itens. O
trabalho foi realizado por meio de pesquisa exploratória e os procedimentos técnicos foram através de
pesquisa bibliográfica e documental, assim como visita in loco. A pesquisa visa propor um trabalho de
iluminação de fachadas que se mantenham em sintonia com a iluminação pública da avenida,
transformando o edifício em uma atração turística da cidade em horário noturno. A partir do diagnóstico
feito no Prédio do Relógio sugere-se uma atenção especial para todos os edifícios históricos da avenida,
visando conscientizar os órgãos para a valorização desses imóveis antigos, através desse exemplo pode-
se seguir futuramente com propostas para as demais edificações, pois valorizando esses edifícios a
cidade ganha mais atrações, e com isso maior rendimento econômico o município. As recomendações a
serem tomadas estão apresentadas nas considerações finais do presente trabalho.
Palavras-chave: Fachadas. Arquitetura. Patrimônio Histórico. Iluminação.
1. INTRODUÇÃO
Este artigo objetiva apresentar as formas legais e técnicas para elaborar uma proposta sobre a
iluminação de fachadas históricas, situado na principal avenida comercial do centro de Porto
Velho, tendo como principal objetivo demonstrar o quanto a iluminação pode valorizar e
evidenciar os detalhes arquitetônicos do edifício. A pesquisa também apresentará um projeto
luminotécnico desenvolvido para o Prédio do Relógio que faz parte do conjunto de obras do
patrimônio histórico da cidade localizado na Avenida 07 de Setembro conforme localização
abaixo:
1 Iluminação e Design de Interiores Instituto de Pós-Graduação – IPOG Porto Velho, RO, 07 de março de 2015.
2
Figura 1: Mapa Localizador
Fonte: http://www.google.com.br/intl/pt-BR/earth/index.html
Para melhor compreensão da pesquisa foi diagnosticado problemas de iluminação na
rua e no prédio citado, e por se tratar de prédios históricos, é preciso ter uma iluminação
adequada de forma a valorizar o edifício e os elementos e características arquitetônicas contidas
nas obras, podemos perceber também que tais obras encontram-se mal iluminadas e
desvalorizadas em meio ao centro da cidade.
Para identificar melhor e tentar solucionar tais problemas foi necessário uma visita in
loco em horário noturno para identificar os pontos falhos da iluminação do prédio e da
iluminação pública.
A pesquisa visa apresentar as ferramentas para criar uma iluminação adequada para as
fachadas externas de prédios históricos, com o intuito de valorização e adequação da luz como
forma de criar uma impressão harmoniosa da obra com a luz, destacando elementos e
evidenciando as formas, através da proposta de iluminação correta pode servir também como
atração turística da cidade.
Para iniciar o projeto o primeiro passo é a busca por fatos e documentos históricos para
não fugir da originalidade da obra, de forma que se devem evidenciar as características
principais de cada edificação.
O objetivo geral do trabalho é passar informações necessárias para criar um bom projeto
de iluminação e apresentar uma proposta de projeto luminotécnico para o Prédio do Relógio
que poderá servir como exemplo para as demais obras.
Tendo como base para a justificativa do tema da pesquisa ser evidenciado o trabalho de
iluminação nas fachadas históricas, visto que é o ponto de partida de uma edificação, seja ela
uma construção atual ou não. Podemos notar que é um problema comum em várias cidades,
3
principalmente nas edificações mais antigas que sofrem com o descaso, com os efeitos
climáticos e com uma poluição luminosa, que ao invés de ser um beneficio, pode ser um valor
ruim se tiver o efeito de ofuscamento.
Portanto a pesquisa visa trabalhar com o que chamamos de iluminação de fachadas
externas, nesse caso aplicado às fachadas antigas. Porém a proposta seria apresentar formas de
se fazer um trabalho adequado às normas e a tecnologia atual nessa área, de forma que essas
fachadas passariam a ser não somente uma simples obra e sim um atrativo turístico para o
município de Porto Velho.
Esse estudo possui uma relevância cultural no sentido de contribuir com a paisagem
urbana da principal avenida comercial da cidade, assim como destacar as edificações históricas
que atualmente não tem a valorização merecida e necessária. Essa oportunidade traz vantagens
tanto para os moradores quanto para a economia, gerando um ponto turístico a mais para a
cidade, que poderão apreciar fachadas bem iluminadas, e assim contemplar belos prédios que
contam a história da cidade.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS
Para um melhor entendimento sobre a história, é preciso primeiramente compreender o
que é arquitetura e qual a sua função. Pode-se dizer que é uma arte determinada a partir de
técnicas, formas e estética com o objetivo de criar espaços e proporcionar uma vida urbana
mais confortável e organizada, conforme define Carvalho (2009:77) ―A arquitetura tem
revelado com muita profundidade a evolução da sociedade no contexto de sua história. Sendo a
arte útil por excelência, é uma técnica de se criar e organizar espaços para abrigar as atividades
humanas.‖ Para um melhor entendimento da arquitetura é preciso voltar aos primórdios, ou
seja, como tudo começou e de onde se originou essa arte.
A arquitetura segundo fatos históricos teve início nas cidades antigas que foram
descobertas através de escavações, a partir de então as moradias conhecidas por lares foram
dando forma a esse conceito, é o que afirma Glancey (2007:13) ―A arquitetura surgiu da
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primeira moldagem consciente de lares, monumentos e cidades, há cerca de oito ou nove mil
anos [...]‖.
Com relação às estruturas dessas obras antigas existem algumas teorias a respeito e
apesar da falta de materiais, os povos desenvolviam técnicas para construção é o que afirma
Glancey (2007:16).
Nesse ponto do desenvolvimento da arquitetura, as técnicas de construção eram
universalmente simples: tijolos secos ao sol colocados sobre tijolos secos ao sol, com
pouca utilização de madeira e pedra, escassamente disponíveis; portanto sem nada de
invenção estrutural que surgiria na Grécia e em Roma não muito depois dos dias de
glória da Babilônia.
A partir dessa afirmação pode-se perceber que a história da arquitetura partiu também
do principio da criatividade com relação a materiais, bem como mão-de-obra. Apesar das
dificuldades encontradas para o desenvolvimento da arquitetura, ela foi marcada por obras de
grandes arquitetos de países diversos, durante vários séculos foi definida por estilos e
características evidenciando as particularidades de cada época.
2.2 A ORIGEM DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO
A cidade nasce em algum local a partir de várias razões, por questões de sobrevivência,
nas margens de um rio, a partir de uma grande obra, as famílias vão habitando nos arredores até
que, em determinado número, começam a aparecer regras e a partir de então as leis que irão
reger essa comunidade e assim por diante, no município de Porto Velho não foi diferente, a
cidade deu-se início na beira do Rio Madeira, a partir de uma grande construção, Carvalho
(2009, p.33) afirma exatamente essa teoria que ―[...] Porto Velho é uma cidade que nasceu em
consequência da Estrada de Ferro Madeira Mamoré nasceu como ponto inicial da ferrovia.‖
Segundo os fatos históricos registrados, a necessidade de construção da E.F.M.M. se
deu através do uso dos rios como meios de locomoção e escoamento dos produtos, mas devido
à demora que as embarcações levavam em navegação, surgiu a necessidade de criar a via
férrea, visando diminuir esse tempo de percurso, foi quando o Brasil se comprometeu a
construir uma estrada de ferro ligando os rios Madeira e Mamoré, é o que afirma Carvalho
(2009:33).
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―Várias foram as tentativas, desde 1872, de construir uma estrada de ferro com a
finalidade de escoar os produtos dessa região e superar os obstáculos naturais entre os
Rio Madeira e Mamoré, mas foi somente com o Tratado de Petrópolis em 1903, em
que o Brasil se compromete a construir uma estrada de ferro, que essa aventura teria
êxito – o trecho seria desde Porto de Santo Antônio, no rio Madeira, até Guajará-
Mirim, no rio Mamoré.‖
Em 1907 inicia as obras da estrada de ferro, autorizado por Percival Farqhuar,
concessionário da Madeira Mamoré Railway Ltda para a empresa responsável pela obra, que
levaria cinco anos para ficar pronta.
A partir de então a cidade foi se desenvolvendo e conforme o andamento das obras se
iniciaram as primeiras formas de moradia para os operários e administradores das construções,
depois vieram os imigrantes de outros Estados em busca de emprego e assim aumentaram os
alojamentos, foram criadas as sedes administrativas, outros tipos de imóveis formando uma
pequena vila e em consequência disso surge a cidade que após alguns anos oficialmente
batizada como de Porto Velho, como diz Carvalho (2009:34).
Em 1913 é criada a Vila de Porto Velho e em 1914 é oficializado o nome de Porto
Velho, quando foi criado o município, pelo então Governador do Amazonas Jonathan
Pedrosa, pela lei n. 757, de 2 de outubro de 1914; somente em 1919 é elevada a
categoria de cidade. Tornou-se Território do Guaporé, pelo Decreto-Lei n. 5.812, de
13 de setembro de 1943. Em 17 de fevereiro de 1956, Juscelino Kubitschek, através
da lei n. 2.731, de autoria do senador Áureo Melo, muda o nome do Território do
Guaporé para Território Federal de Rondônia, em homenagem ao Marechal Rondon,
permanecendo Porto Velho como capital.
A figura 02 mostra um retrato de como se iniciou a cidade, a partir do Rio Madeira:
Figura 02: Vista parcial de Porto Velho – Rondônia. Cerca de 1909-1910
Fonte: http://vfco.brazilia.jor.br/ferrovias/efmm/Dana-Merrill-Museu-USP-foto-130.shtml
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2.2.1 A ARQUITETURA DE PORTO VELHO
A população existente vinha de vilas próximas e de outras regiões do país assim como
imigrantes estrangeiros, porém não havia moradia para todos, a partir de então foram criadas as
primeiras moradias que devido aos poucos recursos da época eram a principio simples com
materiais improvisados oriundos da natureza, conforme especificados por Carvalho (2009: 40).
―[...] essas moradias eram simples, de adobe ou pau-a-pique; suas estruturas eram feitas de
estacas de faveiro, a trama com lascas de paxiúba e o fechamento de barro cru, coberta com
palhas de babaçu e o piso de chão batido ou cimentado‖.
Outros materiais utilizados nas primeiras residências eram os pisos de madeira
conforme observados na figura 03 que mostra a vista parcial da varanda de uma residência em
meados de 1909-1910.
Figura 03: Vista interna da residência em Porto Velho. Cerca de 1909-1910
Fonte: http://vfco.brazilia.jor.br/ferrovias/efmm/Dana-Merrill-Museu-USP-foto-134.shtml
Conforme a cidade ia tomando forma, começaram a surgir as primeiras ruas e lotes
urbanos (figura 04), com esse crescimento constante as habitações também iam se modificando
e se adaptando aos novos materiais, as casas que antes eram de pau-a-pique passavam a ser de
madeiras e assim por diante.
Figura 04: Vista do Bairro Triângulo Figura 05: Av. 07 de setembro Fonte: http://www.skyscrapercity.com Fonte: Livro: Histórico da Prefeitura de Porto Velho
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As primeiras construções de alvenaria em Porto Velho foram feitas na Av. 7 de
setembro (figura 05), segundo Cantanhede (1950:267) ―O Sr. Joaquim Luiz Lorenço, português
e também mestre de obras, construiu aqui, os primeiros prédios de alvenaria, a começar pelo
onde é hoje o Café Central, esquina da Avenida Presidente Dutra com a Avenida 7 de
setembro.‖ O mesmo trabalhou na construção de várias outras obras nesse trecho da avenida na
figura 05 mostra algumas imagens dessas obras de alvenaria.
2.3 ESTILOS ARQUITETÔNICOS
A arquitetura pode ser vista como uma arte, mas para ser caracterizado como uma, é
preciso primeiramente um edifício que aparentemente seria comum, porém poderá ser
considerado como uma obra de arte por causa das características, estilo e elementos inseridos
no contexto da obra e no período da mesma.
Um estilo de arquitetura é determinado pelo número de elementos arquitetônicos que
estejam bem definidos no conjunto da obra. Para se classificar o estilo arquitetônico,
podemos utilizar de subsídios típicos de uma atividade arquitetônica como o Gótico, o
Renascimento, o Barroco, por exemplo. (CARVALHO, 2009:78)
E com o decorrer do tempo os estilos arquitetônicos foram tomando forma através dos
séculos e períodos definidos por características e elementos reforçados pelos materiais
existentes em cada época. Em Porto Velho, por se tratar de uma cidade nova que acabou de
completar 100 anos, sua arquitetura fica definida a partir do inicio do século XX, e
caracterizada pelos materiais utilizados nas construções, sendo eles a madeira, o ferro e a
alvenaria, é o que afirma Carvalho (2009:78).
A arquitetura de Porto Velho, no que se refere aos seus aspectos materiais e
estruturais, pode ser dividida em três tipos: as construções em madeira, as construções
em ferro e as construções de alvenaria. No escopo deste trabalho, discorreremos sobre
seus estilos – a Arquitetura Industrial, a Arquitetura Colonial, a Arquitetura Art Déco
e a Arquitetura Eclética – das quais foram edificadas no período de 1907 até o final
dos anos sessenta, excluindo-se as do estilo moderno.
As molduras ou elementos inseridos na fachada fazem parte do conjunto arquitetônico e
são de fundamental importância para se identificar o estilo em determinada obra, no entanto,
nas obras do centro comercial da cidade, algumas estão descaracterizadas, outras se encontram
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ocultas por alguns elementos dificultando a identificação das obras e que, segundo a autora,
poucos imóveis resistiram devido ao crescimento da cidade, ocasionando uma perda nos
valores históricos da mesma.
As crônicas históricas não esclarecem quando as edificações construídas no bairro
comercial da cidade de Porto Velho (o mais antigo) começaram a receber molduras
nas suas fachadas. Acredita-se que foi a partir da metade da década de 10 do século
passado, quando os portugueses e libaneses instalaram seus comércios, construindo
prédios ao longo da Av. 7 de setembro. Poucas molduras resistiram ao processo
acelerado do desenvolvimento da cidade que trouxe consigo a construção de outros
prédios que apagaram por completo as marcas e expressões do passado, testemunhas
de uma tradição histórica de inestimável valor. (BORZACOV, 2007:197).
Tendo como base tal definição e identificação dos estilos arquitetônicos de Porto Velho,
a pesquisa visa detalhar em especial o estilo no qual está inserida as obras a serem analisadas e
trabalhadas, tal estilo será diagnosticado após um estudo mais detalhado das obras.
2.4 PATRIMÔNIO URBANO
Para entender o significado do patrimônio2 e de como surgiu esse termo é preciso voltar
alguns séculos atrás, onde Choay (2008:11) afirma que ―Esta bela e muito antiga palavra
estava, na origem, ligada às estruturas familiares, econômicas e jurídicas de uma sociedade
estável, enraizada no espaço‖, tal afirmação refere-se ao patrimônio herdado pelos familiares
em termos de finanças. Com o passar do tempo, as obras edificadas e obras-de-arte foram vistas
pela humanidade como patrimônio a ser preservado devido ao valor cultura e social agregado.
Somente alguns séculos depois e após a formação das cidades e a história das obras nela
contida, é que foram originados alguns estilos e elementos que marcaram a época, foi-se dando
merecida importância a esse patrimônio que até então era somente de obras edificadas e de arte,
Choay (2008:12) descreve sobre como o patrimônio deixou de ser limitado.
Enfim, o domínio patrimonial deixou de estar limitado aos edifícios individuais; ele
compreende, daqui em diante, os conjuntos edificados e o tecido urbano; quarteirões e
bairros urbanos, aldeias, cidades inteiras e mesmo conjuntos de cidades, como o
demonstra <a lista> do Patrimônio Mundial estabelecida pela Unesco3.
2. Minidicionário da Língua Portuguesa, (XIMENES, 2000:705): 1. Herança paterna. 2. Bens de família. 3. Fig.
Riqueza. Patrimônio Cultural. 4. Os bens de uma pessoa, empresa ou instituição, avaliáveis em dinheiro. 3. UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
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O patrimônio urbano passa a ser visto também como uma representação da cidade,
portanto precisando de um olhar especial dos governantes, comerciantes e população no que diz
respeito à manutenção, iluminação, valorização, restauração e revitalização das obras
atribuindo uso adequado às mesmas, porém mantendo suas características originais.
No que se refere às edificações encontradas na área comercial e central da cidade,
trecho esse supervalorizado pelos estabelecimentos e onde são encontrados prédios de uso
público e privado. Essa disputa por esses imóveis pode causar certa guerra econômica, onde são
esquecidos alguns dos conceitos do patrimônio histórico, a partir de então é necessário uma
interferência dos órgãos com base nas leis responsáveis pela preservação desse patrimônio,
Kuhl (2008:120) discorre mais detalhadamente sobre essa questão, onde afirma que:
Os conflitos entre os interesses do poder público, da iniciativa privada e dos vários
setores da sociedade civil são e serão sempre presentes. É, portanto, necessária a
mediação e o uso de instrumentos reguladores por parte do poder público, que
assegure ampla e legitimadora participação social e também, e sobretudo a
preservação em prol do interesse coletivo de maneira abrangente (e não unicamente de
setores da sociedade), de modo consistente e com clareza de critérios.
Essas melhorias no patrimônio histórico da cidade vêm a beneficiá-la como um todo,
não só na parte cultural, mas no uso correto desses prédios, oportunizando aos próprios
habitantes usufruir de uma paisagem urbana mais iluminada, proporcionando uma admiração
da própria história e senso de integração da mesma.
3. ILUMINAÇÃO DE FACHADAS
Antes de tratar especificamente da iluminação de fachadas é preciso ter uma base de
qual a função da luz e como explorar seu desempenho e intensidade, é o que define BARBOSA
(2010:41).
É preciso entender as funções da luz enquanto suporte de valorização e desempenho,
tirando partido de suas qualidades como intensidade, forma, cor e movimento para
atingir os objetivos do projeto.
A intensidade se refere aos níveis de iluminação ou quantidade de brilho,
incidentes ou refletidos;
A modelagem, forma ou ―desenho‖ da luz pode ser percebido em variedades e
contrastes de intensidade e cor;
O movimento ou mudança de intensidade, cor ou forma da luz, conduz o olhar
para o local desejado.
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A cor da luz corresponde às características intrínsecas de matizes e tons que
modificam a luz incidente;
Com conhecimento técnico e especifico sobre o desempenho da luz, o projeto
luminotécnico para fachadas pode ser melhor desenvolvido tirando proveito da luz, forma e
movimento do projeto.
A iluminação das fachadas tem papel fundamental na paisagem urbana da cidade e se
tratando de edificações históricas a importância tem relevância maior devido à valorização da
história e da cultura da cidade, que pode ser transformado em atrativo turístico com um bom
projeto luminotécnico de fachada. Tais projetos são principalmente realizados pela
administração pública que na maioria das vezes não tem conhecimento dos benefícios em se
planejar uma iluminação adequada para fachadas históricas.
Trata-se de uma questão difícil de responder, mas pode-se arriscar que ainda falte
conhecimento, por parte dos governantes, dos benefícios que a iluminação das ruas,
dos edifícios e monumentos históricos e emblemáticos das cidades pode promover.
Em localidades que recebem grande quantidade de turistas, então, ignorar as noites
pode significar deixar de aproveitar boa parte do seu potencial. (ABDALLA,
2010:01).
O principal objetivo em trabalhar uma iluminação adequada nas fachadas históricas é,
antes de tudo, para dar destaque à edificação e a partir de então gerar um ponto turístico da
cidade atraindo turistas e habitantes locais, destacando um monumento que até então tinha
iluminação comum gerada por postes públicos.
Como podemos perceber na figura 3, que se trata de uma vista noturna do prédio que
está sendo analisado nesse artigo, a iluminação atual é de apenas um poste com iluminação
pública que causa ofuscamento e não ilumina a edificação que deveria ser o ponto principal a
ser iluminado para destacar os principais elementos.
3.1 EQUILÍBRIO ENTRE DESTAQUE E EXCESSO DE ILUMINAÇÃO NAS FACHADAS
Para atingir um resultado eficaz na iluminação de fachadas é necessário um projeto bem
elaborado e principalmente uma sensibilidade quase artística para destacar os pontos ou
elementos necessários com iluminação direcionada, através de equipamentos específicos que
não danificam os materiais existentes. É o que diz Del-Negro (2015) ―Ela também aponta erros
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comuns a serem evitados nesta área, na qual a falta de sensibilidade pode destruir para sempre a
História. Se a opção for danificar o patrimônio ou iluminá-lo, então é preferível não iluminar.‖
Além da sensibilidade é preciso respeitar as regras especificadas na Associação Brasileiras de
Normas, onde para cada tipo de revestimento existe uma iluminância recomendada conforme
Tabela 01
Tabela 01 – Iluminâncias Recomendadas
Fonte: http://www.abilux.com.br/pdf_simpo/fachadasemonumentos.pdf
O edifício escolhido para estudo nesse artigo faz parte do estilo moderno da década de
50, portanto o revestimento é somente com pintura acrílica fosca que não está definida na
figura citada, porém as outras obras situadas na Avenida analisada poderão entrar nessa
classificação.
Logo definido qual o tipo de revestimento da obra a ser trabalhado, o próximo passo é
definir o estilo e os elementos arquitetônicos que serão trabalhados, que são divididos em três
elementos básicos para elaborar um projeto, conforme descrito no manual de distribuição da
CEMIG4 (2012:37).
[...] elementos arquitetônicos básicos formando planos retangulares, que podem ser
trabalhados separadamente ou em blocos.
Os três elementos básicos utilizados para a composição da maioria dos projetos são:
a) Elemento 1 – Baixo e/ou largo (fachadas);
b) Elemento 2 – Alto e/ou estreito (colunas e torres);
4 Companhia Energética de Minas – Belo Horizonte/MG
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c) Elemento 3 – Objetos e detalhes arquitetônicos tridimensionais que requerem
iluminação uniforme (estátuas e detalhes decorativos).
O tipo de lâmpada escolhido pode causar ofuscamento ou luz demais na edificação
proporcionando um efeito que não estava sendo esperado, por isso devem-se estar atento às
normas e a iluminância recomendadas para cada tipo de revestimento, assim como respeitar o
estilo arquitetônico da obra.
O projeto de uma iluminação de fachada ou monumento é uma atividade
essencialmente artística, exigindo um estudo detalhado desses locais. Uma das tarefas
do projetista da iluminação é a de decidir quais características do prédio são as mais
atraentes e assim desenvolver o projeto buscando realçar essas características. A
correta técnica de se iluminar uma fachada não se encontra somente baseada em
princípios de engenharia de iluminação, é também necessária uma compreensão a
respeito dos valores estéticos da arquitetura do local. (ALMEIDA, 2006:4)
Ao iluminar os pontos e elementos certos, o projeto certamente chega ao resultado
esperado a partir de um estudo, pesquisa e análise de fatos referente à história do edifício e um
projeto técnico detalhado.
Além de pensar nos detalhes arquitetônicos para um projeto eficaz, é preciso
equipamentos adequados, iluminação e lâmpadas específicas, para que assim possa ser
preservado os elementos a serem destacados, e também o posicionamento desses equipamentos
para que as luminárias possam fazer o trabalho correto e iluminar somente o que deve ser visto,
através de um plano diretor de iluminação na qual faz-se um estudo detalhado sobre o local e o
equipamento ideal pode-se realizar um melhor resultado na iluminação de fachadas. Segundo
Narboni (2007:5) ―Quando faço planos diretores de iluminação, faço planos para a escuridão e
tento preservar o céu escuro‖.
Mas não só de pontos focados e cores únicas é feito o projeto de iluminação, pode-se
criar cenários só usando a iluminação através das cores e dos equipamentos certos, mas vai de
acordo com a necessidade, com a obra e com o que o cliente está pedindo, respeitando as
normas e com cuidado para que o projeto não seja referência em poluição luminosa.
13
3.2 IMPACTOS PRODUZIDOS PELA ILUMINAÇÃO
É bastante comum em projetos de iluminação para fachadas, a poluição luminosa, que
pode prejudicar pedestres e motoristas através de ofuscamento, portanto, essa é outra questão
que deve ser muito bem trabalhada no projeto de iluminação externa, tomando cuidado com a
escolha dos equipamentos, o direcionamento das luminárias e o tipo de lâmpada, e em especial
em projetos de prédios históricos que possuem características específicas e revestimentos
especiais.
Em iluminação de fachadas, ofuscamento deve ser evitado sempre... que necessário.
Não é preciso investir em equipamentos quando as pessoas não terão acesso visual à
fonte de luz. Por outro lado, é preciso estar atento à parte aérea. Edifícios localizados
em áreas urbanas - principalmente prédios históricos - são, normalmente, cercados por
outros edifícios mais altos. Como as pessoas nestes prédios ao redor irão visualizar o
que está abaixo? Ofuscamento, em iluminação de fachada, deve considerar quem
passa pela rua, quem está dentro do prédio iluminado e quem está em prédios
vizinhos. (CAVALLO, 2003:17)
Além da preocupação com a poluição luminosa do projeto da fachada, é preciso uma
atenção especial ao entorno, estudando todas as fontes de luz existentes no ambiente externo
que possam vir a interferir na iluminação proposta, é preciso administrar as interferências do
entorno para diminuir o ofuscamento.
Outra preocupação na hora de desenvolver é que, para se evitar o ofuscamento, deverá
ser pensado em como posicionar os equipamentos, pois esse posicionamento pode vir a
prejudicar ou salvar o projeto final. Conforme discriminado no manual de destruição da
CEMIG (2012:41)
O controle do ofuscamento deve ser feito principalmente pelo correto
posicionamento dos equipamentos, considerando os ângulos de abertura do
facho luminoso dos projetores. Como regra geral, os projetores devem ser
instalados perpendicularmente ao sentido do trânsito, com a abertura do facho
luminoso limitado ao ângulo de meia intensidade luminosa (1/2 IMAX).
3.3 EQUIPAMENTOS ESPECÍFICOS
Para um resultado eficiente na iluminação das fachadas é preciso conhecimento técnico
e qualidade do equipamento, e principalmente da lâmpada que será utilizada, tendo em vista
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que para fachadas históricas deve ser levado em conta tanto as cores, quanto os elementos
existentes, que em parte deve ter destaque e outra deve ser oculta.
A lâmpada a ser utilizada deve ser de vida longa e fácil acesso em termos de
manutenção, atualmente a mais utilizada é o vapor de sódio ou vapor metálico a escolha vai
depender do revestimento e cor existente na fachada. Conforme questiona Cavallo (2003:16)
Vapor de sódio ou vapor metálico? O tipo de lâmpada mais indicado para iluminação
de fachadas é a de alta eficiência, de longa vida útil, que exija pouca manutenção.
Vapor de sódio ou vapor metálico? Neste caso, depende do revestimento. Uma
construção antiga não, necessariamente, deve ser iluminada por lâmpadas de vapor de
sódio. Da mesma forma, nem todo prédio moderno precisa receber a "luz branca" das
lâmpadas de vapor metálico [...]
A escolha do tipo de lâmpada e da luminária vai ser definida com base no tipo de
material e no efeito desejado especificado em projeto.
Os equipamentos mais utilizados para iluminação de fachadas são: projetores e
embutidos de piso, o tipo de lâmpada influencia no foco e no efeito desejado para o projeto,
conforme figura abaixo:
Figura 06 – Fachos recomendados
Fonte: Slides IPOG – Professor Luciano Haas Rosito
3.3.1 QUAL EQUIPAMENTO MAIS INDICADO
A escolha do equipamento é fundamental na hora de desenvolver o projeto,
principalmente no que se refere a projetos de iluminação de fachadas históricas, assim como o
15
tipo de lâmpada recomendada para cada tipo de revestimento, o mercado hoje oferecer muitas
opções, os mais utilizados para fachadas são as descritas na tabela 2.
Tabela 2 – Características construtivas das lâmpadas padronizadas
Fonte: Manual de distribuição CEMIG (2012)
4. LEGISLAÇÃO
Para fazer as intervenções arquitetônicas nos imóveis tombados que estão localizados na
área do entorno, será necessário primeiramente pedir orientação ao órgão responsável pelos
imóveis, depois ver a localização e em qual categoria essa obra está inserida, se é de esfera
estadual, federal ou municipal e, em parceria com o IPHAN, (Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional) solicitar as providências cabíveis a cada órgão conforme descrição feita
no site do órgão em questão:
A criação da instituição obedece a um princípio normativo, atualmente contemplado
pelo artigo 216 da Constituição da República Federativa do Brasil, que define
patrimônio cultural a partir de suas formas de expressão; de seus modos de criar, fazer
e viver; das criações científicas, artísticas e tecnológicas; das obras, objetos,
documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-
culturais; e dos conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. A Constituição também
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estabelece que cabe ao poder público, com o apoio da comunidade, a proteção,
preservação e gestão do patrimônio histórico e artístico do país.(Portal IPHAN).
O IPHAN, por ser uma instituição que preza por esses patrimônios, acaba por se tornar
o órgão que fica responsável por aprovar os projetos para prédios históricos, projetos esses que
deverão cumprir as leis especificadas nas esferas federal, estadual e municipal da cidade em
questão. Dentre essas leis, logo abaixo seguem discriminados algumas delas:
Lei nº 71 de 21 de Novembro de 1985;
Portaria nº 231, de 13 de Julho de 2007;
Portaria nº 420, de 22 de Dezembro de 2010;
Portaria nº 187, de 11 de Junho de 2010.
Projeto de Lei Complementar do Plano Diretor do Município de Porto Velho.
Para o desenvolvimento do projeto luminotécnico para exteriores, além de todas as
questões já citadas nessa pesquisa, deve-se seguir as normas vigentes referentes a cada item do
projeto, seguindo as seguintes normas:
NBR 5101: 2012 Norma de Iluminação Pública;
NBR 15129: 2012 Luminárias para Iluminação Pública;
IEC 60598-2-5: Projetores – Requisitos particulares;
IEC 60598-2-13: Luminárias embutidas de piso - Requisitos particulares – Consulta
Nacional 1º semestre de 2014;
NBR 14305 - Reator e ignitor para lâmpada vapor metálico a alta pressão (halogenetos)
– Especificação e ensaios (em revisão).
CIE 150-2003 — Guia sobre os limites dos efeitos da poluição luminosa proveniente de
instalações de iluminação externa.
CIE 154-2003 — Manutenção dos sistemas de iluminação em ambientes externos
5. PROJETO LUMINOTÉCNICO PRÉDIO DO RELÓGIO
A constituição do presente se faz através das memórias do passado arquitetônico de
Porto Velho, tomando como base à ideia é apresentar como fazer um projeto luminotécnico
para fachadas históricas e o que deve ser apresentado nos órgãos competentes.
No trecho onde será realizado o trabalho, atualmente possui edificações que datam
desde a década de 10 até a década de 80, onde algumas edificações foram totalmente alteradas,
algumas já foram demolidas, outras sofrendo ações de intempéries, desvalorizando a história da
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cidade e os imóveis onde alguns são datados da década em que o município nasceu. Esse
abandono não é um problema atual, segundo pesquisa em jornais antigos foi comprovado que
esse fato já vem sendo discutido há muitos anos, é o que afirma Pereira (1985:7).
Lamentável é um povo que não tem memória. O passado e a história constituem um
legado importante para os indivíduos e também à coletividade da qual o componente
individual faz parte. Melancólico verificarmos como parte do passado e da memória
de Porto Velho perde-se ao abandono das intempéries.
A Avenida 07 de setembro do munícipio de Porto Velho é uma das mais antigas, onde
estão localizados uma boa parte das obras históricas da cidade, a obra que serviu como exemplo
está na quadra esquina com a Av. Farquar, que é composta por apenas esse edifício conhecido
na cidade como o "Prédio do Relógio", construído em 1950 na época foi inaugurado como sede
da administração da Madeira Mamoré, teve uso também como BERON e hoje é o Museu
Histórico Estadual. O partido arquitetônico do edifício tem como base o formato de uma
locomotiva.
Figura 07 – Prédio do Relógio - década de 50
Fonte: Museu Histórico de Porto Velho
O diagnóstico da situação atual do prédio foi feito após análise e visita in loco e
conclui-se que o prédio em termos de estrutura física não sofreu alteração no decorrer dos anos,
houve alteração de cores na qual foram totalmente alteradas, no mais o ele continua em uso
diurno, com acesso livre a população.
Quanto aos aspectos técnicos arquitetônicos, o prédio possui de fachada em torno de
550m² de frente, tem como destaque vários volumes arquitetônicos que marcam o estilo
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moderno e limpo, sem ornamentos rebuscados, possui um canteiro com vegetação de médio
porte, e quanto à interferências externas da paisagem urbana, a mesma possui na calçada um
poste de iluminação pública situado no meio da fachada com fiação que passa na altura das
janelas superiores, conforme fotos 1 e 2.
Foto 1 – Prédio do Relógio (Foto Diurna) Foto 2 – Prédio do Relógio (Foto Noturna)
Fonte: Foto tirada pelo autor (2013) Fonte: Foto tirada pelo autor (2014)
Após estudar a história da edificação e o diagnóstico dos problemas encontrados com a
iluminação noturna, o próximo passo é desenvolver um projeto que possa atender todas as
normas já citadas.
Será entregue ao cliente primeiramente um projeto técnico onde estão localizadas todas
as luminárias que serão utilizadas no projeto, conforme a planta de implantação abaixo, assim
como o quadro de legendas, onde estão especificadas os equipamentos escolhidos, distribuídos
na planta de implantação.
Figura 08 – Planta com implantação dos equipamentos
Fonte: Trabalho realizado no módulo 15 (2014)
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Após apresentar a parte técnica vista em planta, o próximo passo seria apresentar a
fachada da edificação, juntamente com um diagrama de flechas, que direciona o foco da
luminária, nesse exemplo foi feito somente iluminação vertical, destacando os volumes na
entrada do prédio com iluminação embutida de piso e no volume onde ficam os relógios foram
usados projetores com alcance maior para iluminar todo o elemento.
Figura 9 – Fachada principal
Fonte: Trabalho realizado no módulo 15 (2014)
Figura 10 – Diagrama de Flechas
Fonte: Trabalho realizado no módulo 15 (2014)
Após as vistas técnicas deverão ser apresentadas as maquetes eletrônicas onde deverá
constar a representação do prédio com as vistas noturnas e diurnas de como deverá ficar a
iluminação seguindo o projeto desenvolvido.
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IMAGEM 2 – VISTA NOTURNA
Figura 11 – Representação em 3D – Vista Diurna Figura 12 – Representação em 3D – Vista Diurna
Fonte: Trabalho realizado no módulo 15 (2014) Fonte: Trabalho realizado no módulo 15 (2014)
Depois das maquetes segue os equipamentos escolhidos no desenvolvimento do projeto,
especificando a quantidade que deverá ser utilizada e os dados técnicos de cada luminária assim
como o tipo de lâmpada usado.
Figura 13 – Lista de Luminárias
Fonte: Trabalho realizado no módulo 15 (2014)
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Na sequencia, são apresentados os dados luminotécnicos calculados através do
programa Dialux, no qual foi inserido o projeto pronto com a localização das luminárias, assim
foi obtido o seguinte resultado:
Figura 14 – Dados Luminotecnicos
Fonte: Trabalho realizado no módulo 15 (2014)
Para finalizar o projeto deve-se apresentar um esquema demonstrando a forma de
instalação dos equipamentos, conforme exemplo da figura 15 de como instalar um
embutido de solo.
Figura 15 – Detalhamento da Instalação
Fonte: Trabalho realizado no módulo 15 (2014)
6. CONCLUSÃO
Nesse sentido, o presente trabalho buscou contribuir para o desenvolvimento da
paisagem urbana do centro da cidade de Porto Velho, apresentando um exemplo de como deve
ser feita a iluminação das fachadas históricas, destacando e valorizando obras e elementos
através de uma iluminação eficaz.
Ao tratar de paisagem urbana, foi explanado que no trecho estudado e no exemplo
apresentado em projeto, foi detectado o mesmo problema: prédios escondidos em meio à
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escuridão das ruas, apesar dessa avenida ser a principal da cidade, desconsiderando todo e
qualquer contexto histórico das edificações existentes.
A sugestão feita através do projeto do Prédio do Relógio, com base nas leis e nas
especificações técnicas, faz com que se reflita sobre os benefícios urbanos de se possuir
paisagens bem iluminadas, com conteúdo histórico resgatado e com a população podendo
desfrutar de uma avenida muito bem iluminada, apresentando as fachadas que até então
passavam despercebidas por todos.
Para um bom resultado desse trabalho o programa não pode ficar a cargo somente dos
projetos e execução dos mesmos, é preciso também a manutenção das obras e o apoio dos
estabelecimentos comerciais privados em comum acordo com o governo e órgãos responsáveis.
Proporcionando aos habitantes mais um ponto turístico na cidade que é um resgate
cultural e visual ao Centro Histórico de Porto Velho, evidenciado através da arquitetura e da
paisagem urbana que possui pouco mais de 100 anos de existência.
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