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Design 3D em Tecelagem Jacquard como ferramenta para a concepção de novos produtos. – Aplicação em Acessórios de Moda ________________________________________________________________________ Cap.III – Desenvolvimento do Trabalho Prático 86 III – DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PRÁTICO 1. Introdução Para a realização desta fase da pesquisa, constatamos a importância do estudo bibliográfico e das demais possibilidades de recolha de dados a respeito do tema. A recolha dos elementos para o desenvolvimento da parte experimental não se limitaram apenas aos livros, outros meios foram utilizados, abrindo outras possibilidades de recolha de informações. Ao longo da pesquisa foram feitas viagens de estudos, visitas a feiras têxteis e a museus, assim, como a frequência em curso de especialização na área têxtil. No mês de Outubro de 2003, foi feita uma viagem de estudo a Paris e Lyon, em França, a fim de conhecer e visitar museus e locais importantes da história e da actualidade sobre o tema deste trabalho, além de aquisição de material bibliográfico. Também ocorreram visitas aos museus portugueses, e vistas virtuais através da Internet a importantes museus europeus. O curso frequentado foi de “Especialização em Técnico Comercial Têxtil”, realizado pelo CITEVE, em Vila Nova de Famalicão. Teve a duração de 440 horas, com estágio curricular de 360 horas numa empresa têxtil. Este curso permitiu o contacto com diversas empresas têxteis e entidades do sector, a participação em eventos da área, além de permitir a utilização da biblioteca da entidade realizadora do curso. No desenvolvimento do trabalho prático propriamente dito, foram utilizados os recursos tecnológicos disponíveis no Departamento de Engenharia Têxtil da Universidade do Minho. No Laboratório de Informática e Desenho Têxtil, foram utilizados principalmente os programas específicos para tecelagem Jacquard, e ainda, outros programas disponíveis para obtenção dos desenhos do projecto. No Laboratório de Processos Têxteis foi utilizada a máquina Jacquard no desenvolvimento das amostras dos tecidos e do produto. No Laboratório de Física Têxtil e Investigação foi utilizado o dinamómetro nos testes de resistência. No Laboratório de Tecnologia de Confecção foi utilizada a máquina de costura de recobrimento. Não se pode deixar de salientar aqui a importância da Internet e dos programas de design gráfico utilizados na realização desta fase da pesquisa. Através destas ferramentas, obteve-se informações e assim, a concepção do produto pretendido, da colecção e do catálogo apresentados. Esta Colecção de Acessórios de Moda chama-se “Identidade Brasil”, e faz referências a aspectos culturais do país. Para a concepção desta colecção foi realizado ainda, um estudo de cores e formas, baseado em tendências, através de informações obtidas em agências de estilos, cadernos de tendências, revistas especializadas e desfiles de moda.

III – DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PRÁTICO 1. Introduçãorepositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/3152/6/Cap. III... · conta o design da peça enquanto estética através de

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III – DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO PRÁTICO 1. Introdução Para a realização desta fase da pesquisa, constatamos a importância do estudo bibliográfico e

das demais possibilidades de recolha de dados a respeito do tema. A recolha dos elementos

para o desenvolvimento da parte experimental não se limitaram apenas aos livros, outros

meios foram utilizados, abrindo outras possibilidades de recolha de informações. Ao longo da

pesquisa foram feitas viagens de estudos, visitas a feiras têxteis e a museus, assim, como a

frequência em curso de especialização na área têxtil.

No mês de Outubro de 2003, foi feita uma viagem de estudo a Paris e Lyon, em França, a fim

de conhecer e visitar museus e locais importantes da história e da actualidade sobre o tema

deste trabalho, além de aquisição de material bibliográfico. Também ocorreram visitas aos

museus portugueses, e vistas virtuais através da Internet a importantes museus europeus.

O curso frequentado foi de “Especialização em Técnico Comercial Têxtil”, realizado pelo

CITEVE, em Vila Nova de Famalicão. Teve a duração de 440 horas, com estágio curricular de

360 horas numa empresa têxtil. Este curso permitiu o contacto com diversas empresas têxteis

e entidades do sector, a participação em eventos da área, além de permitir a utilização da

biblioteca da entidade realizadora do curso.

No desenvolvimento do trabalho prático propriamente dito, foram utilizados os recursos

tecnológicos disponíveis no Departamento de Engenharia Têxtil da Universidade do Minho.

No Laboratório de Informática e Desenho Têxtil, foram utilizados principalmente os

programas específicos para tecelagem Jacquard, e ainda, outros programas disponíveis para

obtenção dos desenhos do projecto. No Laboratório de Processos Têxteis foi utilizada a

máquina Jacquard no desenvolvimento das amostras dos tecidos e do produto. No Laboratório

de Física Têxtil e Investigação foi utilizado o dinamómetro nos testes de resistência. No

Laboratório de Tecnologia de Confecção foi utilizada a máquina de costura de recobrimento.

Não se pode deixar de salientar aqui a importância da Internet e dos programas de design

gráfico utilizados na realização desta fase da pesquisa. Através destas ferramentas, obteve-se

informações e assim, a concepção do produto pretendido, da colecção e do catálogo

apresentados. Esta Colecção de Acessórios de Moda chama-se “Identidade Brasil”, e faz

referências a aspectos culturais do país. Para a concepção desta colecção foi realizado ainda,

um estudo de cores e formas, baseado em tendências, através de informações obtidas em

agências de estilos, cadernos de tendências, revistas especializadas e desfiles de moda.

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A realização de toda esta pesquisa seguiu uma metodologia, assunto que trataremos no

próximo capítulo.

2. Procedimentos Metodológicos Quando falamos em metodologia, queremos referir-nos a um conjunto de caminhos e

procedimentos a percorrer e utilizar, no sentido de fundamentar e sistematizar o processo de

investigação e a elaboração de um trabalho de pesquisa.

Além de sistematizar todo o trabalho de investigação, os procedimentos metodológicos

também tem a intenção de racionalizar, que ajuda não só a economizar recursos e tempo, mas

também a fornecer uma coerência própria ao estudo, uma consistência científica, conferindo-

lhe, por isso, uma estrutura mais racional e de maior rigor.

2.1. Metodologia utilizada no plano da pesquisa da dissertação De entre todos os procedimentos realizados ao longo desta pesquisa, salienta-se desde logo a

planificação, que já foi referida na primeira parte no nosso estudo.

Inicialmente enquadramos o estudo no âmbito geral da problemática em que se insere,

especificando posteriormente a sua propriedade através da delimitação do problema.

Depois, definimos os objectivos a que nos propúnhamos, enunciando as hipóteses reais da

investigação formulada de maneira enunciativa. Isso implica, não só a existência de relações

entre as duas ou mais variáveis mensuráveis, como também o tipo de relação que pressupomos

existir.

Estruturada e planificada, passamos à segunda parte do nosso estudo, que consistiu na

fundamentação teórica, que foi baseada nos conhecimentos dos tópicos em estudo.

Feita a pesquisa teórica, passamos para a terceira parte, que consiste na pesquisa empírica.

Esta parte da pesquisa, permitiu-nos consolidar os tópicos já fundamentados teoricamente e

que procuram deixar visíveis as possíveis soluções para o problema levantado na planificação.

Passamos assim, a desenvolver a pesquisa para a concepção das amostras do produto

idealizado, através dos instrumentos e tecnologias disponíveis.

Com todos os procedimentos e recolha de dados finalizados, culminamos na análise dos

resultados.

Finalizamos com as conclusões, que procuram evidenciar possíveis relações entre as variáveis,

permitindo-nos verificar se efectivamente respondemos ao problema e atingimos os objectivos

propostos inicialmente.

Estes foram os passos para a obtenção desta dissertação de mestrado.

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2.2. Metodologia Projectual em Design 3D – Concepção de Novos Produtos

em Tecelagem Jacquard Trataremos aqui da metodologia utilizada para a obtenção de novos produtos em Tecelagem

Jacquard através de ligamentos duplos, aplicados em Acessórios de Moda, que tem como

principal objectivo a redução de custos no processo de fabrico. Esta metodologia projectual

consiste numa série de operações necessárias, dispostas numa ordem lógica, que consideramos

de grande importância para o desenvolvimento e lançamento com sucesso de um produto no

mercado. Baseado no conhecimento que design é um elemento fundamental para incorporar

valor e conceber identidades visuais ao produto, passamos a desenvolver a Colecção de

Acessórios de Moda que ilustra o estudo pretendido. Foi escolhida uma das peças desta

colecção para ser desenvolvido como amostra e resultados desta pesquisa.

Após o estudo teórico sobre design, podemos dizer que o desenvolvimento de um projecto tem

dois extremos, o problema e a solução. Assim, pesquisados os autores ARAÚJO, LINDON,

GOMES E MUNARI, sobre metodologias projectuais verificou-se uma gama muito variada

de técnicas, e assim, optou-se pela proposta de MUNARI, levando em conta as propostas de

ARAUJO E LINDON.

Sobre a proposta de ARAÚJO, coloca-se aqui a importância do pensamento que antecede a

produção de desenhos e designs. Assim, considerou-se a estratégica de Análise de Valor, que

tem como objectivo aumentar a velocidade com que a indústria reduza os custos de um

produto. Segundo ARAÚJO (1995, p.79), este método desenvolve-se da seguinte forma:

“1.Contratar um consultor (ou grupo) para ensinar análise de valor a equipas

interdepartamentais e para avaliar o seu progresso;

2. Estabelecer normas para o desempenho do produto e para a qualidade;

3. Registar pormenorizadamente o custo de todas as operações de fabricação e compras;

4. Solicitar, a cada grupo interdepartamental, para executar as quatro fases da análise de

valor para cada componente físico de um produto. Estas fases são:

a) Identificação dos elementos, funções, custos e valores;

b) Procura de alternativas a custos mais baixos;

c) Selecção de elementos de custo inferior, funcionalidade aceitáveis;

d) Apresentação do redesign seleccionado;

5. Submeter os resultados da análise de valor a:

a) Consultores de análise de valor;

b) Grupo de engenharia do design;

c) Administração; para obter aprovação antes da produção do design mais barato.”

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Consideramos de elevada importância esta proposta de ARAÚJO, porém inviável ao estudo

que se pretende, pois, não buscamos analisar os reais valores do processo, buscamos sim,

fazer amostras e testes para garantir ao produto um bom design e qualidade quanto à

resistência no produto idealizado. A análise de custos e valores poderão ser estudados numa

próxima pesquisa. Estudos estes que serão de grande importância, já que de uma forma

intuitiva revelamos uma diminuição nos custos e processos. Porém, seria mais confiável esta

constatação através um estudo de análise de valor real.

Sobre a proposta de LINDON, levou-se em conta a obtenção de ideias inovadoras através do

Critério de Rentabilidade, que tem em conta o preço previsível, os custos, os riscos de

imitação, verificação se o produto será rentável. Como na proposta de ARAÚJO,

consideramos esta proposta importante, porém como uma fase seguinte ao trabalho de

pesquisa pretendido. Assim, a proposta de LINDON, também poderá ser estudada numa

próxima investigação, relacionada as possíveis e reais rentabilidades deste processo.

Devemos saber que no processo design existe uma relação muito estreita entre a concepção, o

planeamento e o fabrico, sendo necessárias muitas vezes uma série de actividades

especializadas interligadas e que envolvem diferentes indivíduos, como designers,

pesquisadores de mercado, gestores de finanças, especialistas de materiais, engenheiros e

técnicos. Por isso, não estudamos nesta pesquisa os reais aspectos de valores e rentabilidades.

MUNARI estabelece, como já vimos no Estado da Arte desta pesquisa, a partir de um

problema, uma série de fases que levarão o designer ao encontro da solução desejada. Por

considerarmos esta proposta como a mais adequada para um processo de design escolhemos

esta metodologia para a realização deste trabalho. As etapas que se seguiu para a obtenção do

produto desejado segundo MUNARI:

Problema

Definição do Problema

Componentes do Problema

Recolha de dados

Análise dos dados

Criatividade

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Materiais/tecnologia

Experimentação

Modelo

Verificação

Desenho construtivo

Solução

2.2.1. Concepção do produto pretendido segundo MUNARI Trataremos aqui de todos os passos para a obtenção de Acessórios de Moda em Tecidos

Jacquard através ligamentos duplos, em especial bolsas e cintos. Trata-se de uma inovação em

design têxtil que foi pensada e concebida com o objectivo de redução de custos e tempos no

processo de fabrico através da utilização de recursos e tecnologias já existentes. Neste

momento não trataremos da concepção da Colecção Identidade Brasil, que será exposta no

próximo capítulo (2.3) do desenvolvimento do trabalho prático e que foi desenvolvida como

apoio na aplicação desta inovação.

A seguir, apresentam-se os passos para a obtenção de Acessórios de Moda através de inovação

de processos em Tecidos Jacquard, segundo a Metodologia Projectual de MUNARI.

2.2.1.1. Problema Redução de custos e tempos no processo de fabrico de Acessórios de Moda – Bolsas e Cintos,

mantendo a qualidade e o bom design no produto e utilizando recursos e tecnologias já

existentes.

2.2.1.2. Delimitação do Problema Acessórios de Moda, em especial neste caso, bolsas e cintos, são lançados num mercado

promissor e competitivo devido à grande importância que estes produtos têm no mundo da

moda. A moda, ao contrário do traje típico ou do simples vestuário, significa uma constante

mudança, possibilitando ao utilizador ser único e inconfundível, e simultaneamente

demonstrar a pertença a um grupo. A existência da moda e suas evoluções podem de certa

maneira serem explicadas pelos factores sociais, políticos e económicos. Podemos dizer,

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então, que a moda pode ser diferenciadora ou socializadora, e que pretende transformar a

vontade das pessoas num produto. A escolha de acessórios de moda para aplicação desta

inovação tecnológica prende-se com o facto da bolsa, apesar das evoluções constantes da

moda ao longo dos séculos, ser um item que conseguiu manter sua primazia, independente de

estilos, evoluções sociais e, mesmo, diferenças culturais.

Encontram-se poucas inovações tecnológicas no que diz respeito ao processo de fabrico neste

segmento da indústria, existindo somente preocupação na variação das formas, padrões e

cores, apresentadas a cada nova colecção. Considerando que design é um elemento

fundamental para agregar valor e criar identidades visuais aos produtos, pretendemos

desenvolver um produto capaz de atender às necessidades dos consumidores, levando em

conta o design da peça enquanto estética através de pesquisas de moda, de manter ou melhorar

a qualidade destes produtos em relação aos produtos semelhantes existentes no mercado, e

ainda, obter um produto com menor custo de fabrico através de instrumentos e processos já

existentes. Dentre os aspectos incorporados pelo design, nesta pesquisa podemos englobar

inovação, qualidade, durabilidade, evolução tecnológica, padrão estético, rápida percepção e

uso do produto.

2.2.1.3. Componentes do Problema Considerando que o design têxtil projecta nos objectos aspectos estéticos, relacionados com a

funcionalidade, com a estrutura e com o conforto, tendo fortes incidências psicológicas,

trataremos a seguir de componentes importantes neste processo:

Características funcionais: A bolsa é usadas para guardar objectos pessoais, e o cinto é usado

para prender, segurar a peça de roupa ao corpo.

Características de materiais: O tipo de material utilizado para Acessórios de Moda – bolsas e

cintos, em Tecidos Jacquard pode ser de fibras têxteis naturais e fibras têxteis não naturais

(artificiais e sintéticas), em fios simples ou fantasia, dependendo do efeito pretendido. É

preciso definir que material vai ser utilizado. Nesta pesquisa, optou-se pelo algodão, por ser o

material disponível na Universidade do Minho. O título dos fios de algodão da teia é 31,2 tex

e o título dos fios de algodão da trama 24 tex. Ainda sobre materiais, é preciso definir se o

acessório vai conter aviamentos, tais como fechos ou botões, e ainda, definir os acabamentos

na superfície do produto, como por exemplo, contas, canutilhos, bordados, aplicações, etc.

Sabe-se que, em geral, esses acabamentos na superfície dos acessórios encarecem o produto,

porém, poderão acrescentar valor final a este produto. Neste caso, não foi aplicado nenhum

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tipo de tratamento superficial aos acessórios em especial, já que são feitos em Tecidos

Jacquard, que por si só já possuem características específicas que embelezam a peça. Porém

foi definido no desenvolvimento da colecção os tipos de aviamentos utilizados no acabamento

das peças, como por exemplo, para segurar a bolsa, argolas em plástico ou metal ou tiras em

couro, e ainda, fecho ou botão para fechar a bolsa. E nos cintos, fivelas de metal, ou plástico,

ou acabamentos em tecido.

Características psicológicas: Qual o objectivo das pessoas que compram acessórios de moda?

O que esperam do produto? Quais os seus valores? Os potenciais consumidores da Colecção

de Acessórios de Moda – Identidade Brasil, devem ser ousados e estarem sempre a buscar a

inovação e modelos de acordo com as tendências de moda. Dão excessivo valor ao aspecto

estético do design e sentem-se mais valorizados no grupo quando utilizam produtos

inovadores. A moda pode possibilitar ao utilizador ser único e inconfundível, e conjuntamente

demonstrar a pertença a um grupo. Estes são aspectos contrários aos encontrados no traje

típico ou do simples vestuário. Porém, a inovação aqui proposta talvez não seja visível ao

consumidor enquanto processo de fabrico; isso pode não interessar o consumidor, mas sim o

fabricante. O que pretendemos é obter um produto com características estéticas que agradem o

consumidor, possua qualidade e durabilidade, e principalmente reduza os custos da produção.

Isto fará com que o produto se torne mais barato e assim, mais competitivo.

Características ergonómicas: A mobilidade como se transporta a bolsa é factor a ser

observado ao desenvolvermos este produto. Porém, a ergonomia não é um factor relevante em

acessórios de moda, pois, as formas e modelagens variam muito, e o consumidor preocupa-se

mais com a estética, funcionalidade e utilização da peça.

Características estruturais: Qual é o formato e modelo ideal de acessórios de moda? Qual a

preferência do consumidor? Os acessórios de moda podem adquirir vários formatos e

tamanhos. Estes formatos e tamanhos variam de acordo com as tendências de moda e

utilização do consumidor. Neste caso, foram estudadas as tendências em bolsas e cintos para o

verão 2005, com temas relacionados com aspectos culturais do Brasil, que serão apresentadas

no próximo capítulo. A preferência do consumidor varia também de acordo com os gostos

pessoais e a utilização do acessório. Por exemplo, uma bolsa utilizada durante o dia pode

possuir características e utilizações completamente diferentes das bolsas utilizadas em eventos

e festas nocturnos. Os aspectos culturais e sócio económicos de uma comunidade também

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podem influenciar as formas e tamanhos dos acessórios, assim como a sua utilização. Como

exemplo disto, podemos citar as bolsas e sacos de materiais rústicos utilizadas nas compras

em mercados e feiras em muitas aldeias, sem fins estéticos, mas apenas funcionais. Como

exemplo em cintos, podemos citar o Obi, que é uma faixa larga de origem japonesa, fazendo

parte da indumentária típica e cultural do Japão, e que na década de 80 foi adaptada à moda

pelos estilistas japoneses que trabalhavam em Paris.

Porém, neste estudo de formas e estruturas em acessórios de moda é importante salientar que

para a utilização da inovação tecnológica pretendida, as formas e tamanhos dos produtos

devem ser adaptados às medidas do tear Jacquard, para que possa haver aproveitamento de

todo o processo. Colocamos já aqui que, no caso mais específico da amostra projectada para a

realização desta pesquisa, utilizaremos as medidas do tear Jacquard da Universidade do Minho

para fazer esta adaptação. É de relevada importância tratarmos aqui das estruturas (debuxos)

utilizados para a realização desta ideia. Utilizaremos debuxos tafetá, sarja e cetim em tecidos

duplos e simples. Todo este processo será explicado detalhadamente nos capítulos que tratarão

da parte experimental propriamente dita.

Características económicas: Observar o preço dos concorrentes e perceber qual o montante

que as pessoas estão dispostas a pagar por um acréscimo de valor dado pela inovação, é um

dado importante. Porém, o que visamos com esta pesquisa é justamente a redução de custos no

processo de fabrico. Se esta redução de custos será passada ao consumidor, varia de acordo

com as estratégias de preços de cada empresa ou marca. Este processo de redução de custos

poderá ser aproveitado unicamente pela indústria, não sendo nem percebida pelo consumidor.

Por exemplo, uma marca já conceituada no mercado poderá utilizar esta inovação, criando

acessórios que se adaptem ao processo, sem alterar o valor do seu produto, trazendo assim,

ainda mais lucros a esta empresa, ou ainda, uma marca que se queira lançar no mercado com

acessórios de moda baseado em tendências que agradem o seu consumidor e que possua

preços acessíveis, poderá adaptar esta inovação aos seus produtos com sucesso. Tudo irá

depender do que pretende a empresa em relação ao seu plano de marketing. A moda exerce

força na imposição de altos preços quando os produtos estão vinculados a uma marca de

status, salientando a forte influência do conforto psicológico no componente preço. Neste

processo é importante termos conhecimentos de mercado, marketing e custos de fabricação,

para sabermos se é viável ser comercializado. Assim, levamos em conta que para o

desenvolvimento deste produto serão utilizados recursos e tecnologias já existentes, não

havendo custos com novas tecnologias.

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2.2.1.4. Recolha de Dados Para o desenvolvimento desta pesquisa, a recolha de dados referentes aos temas design, moda

e tecidos (em especial tecelagem Jacquard) tornou-se imprescindível. Pela importância da

obtenção de dados através da pesquisa teórica, que foi realizada e apresentada no Estado da

Arte desta pesquisa. Com a recolha destes dados, foi possível pensar mais objectivamente no

tema desta dissertação, no desenvolvimento da colecção tendo sempre em mente os aspectos

referentes à inovação em acessórios de moda no que diz respeito a redução de custos no

processo de fabrico. E, consequentemente desenvolver as amostras e os testes nos ligamentos

duplos e nas costuras convencionais.

2.2.1.5. Análise dos Dados Os dados obtidos revelam, em primeira instância, um mercado com grande potencial.

Constatou-se a importância actual do design na indústria têxtil e da moda grande potencial

económico. Historicamente constatou-se que o consumidor aceita com facilidades as

mudanças nos acessórios de moda e que os considera importantes na composição do visual.

Por isso, considera-se este estudo de inovação tecnológica como uma saída para as reduções

de custos e tempos nos processos de fabrico, tornando assim os produtos mais competitivos no

mercado. Devemos considerar a importância do profissional designer têxtil para o

desenvolvimento de novos produtos, aliando o carácter artístico e estético ao funcional e

tecnológico, a fim de desenvolver um produto com qualidade, preço acessível e que vai ao

encontro das necessidades do consumidor. Assim, a proposta de desenvolver acessórios de

moda através de ligamentos duplos em tecelagem Jacquard, acredita-se ser uma boa solução

para o problema de redução de custos e tempos no processo de fabrico num mercado cada vez

mais competitivo.

2.2.1.6. Criatividade A criatividade consiste na melhor maneira de agrupar os dados colectados em busca da melhor

solução. Levando em conta a compreensão de GOMES, já citada no Estado da Arte (p.27)

desta pesquisa, que entende criatividade como sendo um conjunto de factores e processos,

atitudes e comportamentos que devem estar presentes em todo o processo criativo. Assim,

ainda podemos dizer que a criatividade pode apresentar-se através da ilusão, da invenção e da

inovação. Em muitos, casos a criatividade deverá ultrapassar as limitações próprias de cada

método, normalmente provenientes dos aspectos mecânicos de produção, alargando assim as

possibilidades reais da própria produção e indo ao encontro das novas necessidades do

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mercado em que actua. Consideramos importante entender os artigos têxteis como objectos,

passando pelas suas múltiplas funções, e ainda, pelo estudo dos métodos de fabrico ao nível

industrial.

No que diz respeito a esta pesquisa de inovação, a solução que apresentamos é a utilização do

potencial dos ligamentos duplos em tecidos Jacquard para o desenvolvimento de acessórios de

moda, em especial bolsas e cintos, de modo a reduzir custos e tempos no processo de fabrico

destes produtos, trazendo mais produtividade e lucros para a indústria, utilizando-se máquinas

de Tecelagem Jacquard electrónicas convencionais. Sabendo da abertura e aceitação desta

indústria em relação aos novos processos e tecnologias, acreditamos nesta proposta de

inovação.

2.2.1.7. Materiais/Tecnologias Entende-se que deve haver o domínio das tecnologias utilizadas no processo de fabrico, em

todos os aspectos, antes da preocupação com as características formais e de estética. Em

design têxtil, muitas vezes serão as tecnologias que irão determinar a capacidade criativa

através de aspectos específicos. É de total importância, além do domínio das tecnologias, o

conhecimento das matérias-primas e suas características para a concepção deste produto.

Para a obtenção do produto pretendido foram utilizados os seguintes materiais e tecnologias:

Material dos Fios: material 100% algodão, o título dos fios de algodão da teia possui a medida

de 31,2 tex e o título dos fios de algodão da trama 24 tex., disponível no Laboratório de

Processos Têxteis da Universidade do Minho;

Tecnologias para o desenvolvimento do desenho e do modelo do produto:

Desenvolvimento do design de superfície e do modelo do produto nos programas gráficos

Corel Draw e Photoshop. Realização do projecto obedecendo às medidas da máquina

Jacquard onde será realizada a amostra.

Fig. 3.1. Desenho trabalhado no Programa Photoshop Fig. 3.2. Desenho trabalhado no Programa Corel Draw

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Fig. 3.3. Desenho trabalhado no Programa Corel Draw Fig. 3.4. Desenho trabalhado no Programa Photoshop

Fig. 3.5. Desenho trabalhado no Programa Photoshop Fig. 3.6. Desenho trabalhado no Programa Photoshop

Tecnologias para o desenvolvimento do debuxo do tecido Jacquard: Como já sabemos debuxo

engloba a noção de design de tecidos, sendo apenas uma parte do design têxtil, referindo-se ao

desenho da estrutura do tecido. Nesta etapa, com o desenho do modelo e o design de

superfície prontos, ocorre o desenvolvimento do debuxo do tecido do produto, neste caso uma

bolsa, onde serão realizados os testes de resistência dos ligamentos e das costuras. Para este

processo fez-se da utilização do programa Vision Texcelle – Ned Graphics para adaptação e

redução de cores em tecelagem Jacquard.

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Fig. 3.7. Programa Vision Texcelle

Desenvolvimento dos debuxos em papel quadriculado e posteriormente o transporte destes

debuxos para o programa Weaver NT Product Creator – Ned Graphics. Este programa

possibilita o encaixe das estruturas de cada cor directamente no desenho.

Fig.3.8. Programa Weaver NT Product Creator

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Fig.3.9. Weaver NT Product Creator

Finalização do processo digital do debuxo com a gravação da disquete no programa

gerenciador de cartões Fabric Editor – Ned Graphics para posterior utilização e fabrico do

tecido no tear Jacquard Bonas. Este programa possibilita a visualização e simulação do

desenho com seus debuxos. Abaixo o desenho encontra-se ampliado na tela do computador.

Fig. 3.10. Programa gerenciador de cartões Fabric Editor

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Tecnologias para o desenvolvimento do produto: Como já sabemos, o produto a ser

desenvolvido é uma bolsa, que servirá como acessório de moda. Neste processo, será

desenvolvido o produto em tecelagem Jacquard, através de tecidos duplo, no tear Jacquard,

disponível no Laboratório de Processos Têxteis do Departamento de Engenharia Têxtil da

Universidade do Minho. O mesmo tear será usado na produção de tecidos que serão ligados e

acabados através de costura convencional. Neste processo utilizou-se a máquina de

recobrimento disponível no Laboratório de Tecnologias de Confecção da mesma universidade.

Fig. 3.11. Tear Jacquard Bonas – electrónico – Universidade do Minho

Fig. 3.12. Máquina de costuras de recobrimento – Universidade do Minho

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Tecnologias para os testes de resistência nos ligamentos e costuras convencionais: Utilização

do dinamómetro Hounsfield H 100 KS, disponível no Laboratório de Física Têxtil e

Investigação do Departamento de Engenharia Têxtil da Universidade do Minho.

Fig. 3.13. Dinamómetro Hounsfield H 100 KS – Universidade do Minho

Tecnologia para a confecção e acabamentos: Na finalização e acabamento do produto

utilização do processo de confecção através de máquinas de costuras convencionais, linhas e

agulhas específicas.

2.2.1.8. Experimentação A fase de experimentação é muito importante num trabalho científico, e também, no processo

de desenvolvimento de novos produtos. Esta etapa será colocada mais especificamente no

capítulo 2.4 do Trabalho Pratico. Por este motivo, não entraremos em detalhes neste espaço.

2.2.1.9. Modelo Os resultados do processo de criatividade, oriunda da análise dos dados colectados, fizeram

surgir esboços de modelos que se foram aperfeiçoando para compor a Colecção Identidade

Brasil, exposta no próximo capítulo 2.3 desta pesquisa. Foi escolhido um dos modelos para

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ser desenvolvido como protótipo e utilizado na realização da amostra e ensaios, que

acompanha este trabalho.

Fig. 3.14. Modelo escolhido para realização da pesquisa

2.2.1.10. Verificação Esta etapa constitui na verificação da ideia pretendida através de protótipos e possíveis falhas

no processo. Etapa que ainda será melhor relatada ao longo desta pesquisa.

2.2.1.11. Desenho Construtivo Esta etapa constitui na elaboração do protótipo final, o projecto representado graficamente na

sua totalidade, com todas as suas características. Não se pode pensar em design sem a

realização de um desenho técnico que especifique as características do produto e suas

dimensões; este desenho representará graficamente a ideia. Apresenta-se o desenho técnico da

bolsa que servirá como modelo para a experimentação e também os desenhos técnicos de

cintos, que não serão testados, apenas servirão como ilustração. Porém, acredita-se ser

possível sua obtenção pelo mesmo processo utilizado nas bolsas. O desenho técnico do

produto é acompanhado por um descritivo do projecto com dados específicos e detalhados

para uma maior compreensão do fabricante ou do espectador.

Desenho Técnico Bolsa 1 – frente A:

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102

X = largura= 31cmy = altura = 48cm

Tafetá - duplo

Tafetá

Sarja - duplo

Cetim - duplo

Y

X2

1,51,5 28 cm

38 c

m8

cm

A1 Frente

Fig. 3.15. Desenho Técnico Bolsa 1 – frente A

A Frente

X = total largura= 95cmy = total altura = 48cm

Y

X

2

1,5

1,5

1,5

1,5

1,5

1,5

0,5

0,5

0,5

0,528 cm 28 cm 28 cm

95 c m

38 c

m8

cm

Fig. 3.16. Modelo Desenho Técnico Bolsa 1 – frente A

Nos projectos anteriores, que se refere ao mesmo produto, podemos visualizar a bolsa na parte

da frente. Este desenho foi numerado como nº 1, e se tratando da referência frente como A.

Num primeiro momento, como podemos observar na fig. 3.15 foi projectado de acordo com as

dimensões do tear utilizado e já mencionado anteriormente. O tear Jacquard possui na sua

totalidade cerca de 95 cm, a partir daí idealizou-se o modelo que pode ser observado na

fig.3.16. As cores definem as estruturas (debuxos) utilizadas na construção do tecido e dos

ligamentos duplos. Nos projectos que seguem na próxima página, podemos visualizar o verso

do objecto e seu modelo, com as mesmas dimensões, porém, sem o desenho (flor) que

ornamenta a bolsa. O verso do objecto foi referido como B.

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103

Desenho Técnico Bolsa 1 – verso B:

X = largura= 31cmy = altura = 48cm

BY

1,5

1,5 28 cm

8 cm

X

238

cm

Ta fe tá

Ta fetá - d up lo Verso

Fig. 3.17. Desenho Técnico Bolsa 1 – verso B

B Verso

X = total largura= 95cmy = total altura = 48cm

Y

X

2

1,5

1,5

1,5

1,5

1,5

1,5

0,5

0,5

0,5

0,5 28 c m 28 c m 28 c m

95 cm

38 c

m8

cm

Fig. 3.18. Modelo Desenho Técnico Bolsa 1 – verso B

Os próximos projectos referem-se aos desenhos técnicos dos cintos. Estes desenhos seguem as

mesmas orientações, medidas e características da bolsa, porém, foram realizados 3 propostas

de diferentes desenhos. Ao observarmos o desenho nº 1 (fig. 3.19), verificamos que possui

aberturas para a possível introdução de algum material (plástico, cartão) para dar mais formato

ao objecto, abertura esta que não encontramos no desenho nº 2 (fig. 3.20), que tem como

proposta o fechamento total do objecto, sem nenhuma abertura. No desenho nº 3 (fig. 3.21),

temos a possibilidade de variar o lado do uso do objecto, podendo-se fazer 2 desenhos

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104

diferentes, um de cada lado. Estas propostas foram idealizadas obedecendo à largura do tear

Jacquard utilizado e utilizando-se do mesmo processo da bolsa, através de tecidos duplos.

Desenho Técnico Cinto 1 – frente A e verso B:

95 cm

95 cm8

8

12 c

m12

cm

22

22

B

A1 Frente

VersoX =

X =

Y

Y

Ta fetá - d up lo

Ta fetá

Sa rja - d up lo

Cetim - d up lo

X = largura= 95cmy = altura = 12cm

Ta fe tá

Ta fetá - d up lo

Fig. 3.19. Desenho Técnico Cinto 1 – frente A e verso B

Desenho Técnico Cinto 2 – frente A e verso B:

95 cm

95 cm

88

12 c

m12

cm

22

22

B

A Frente

VersoX =

X =

Y

Y

Tafetá - duplo

Tafetá

Sarja - duplo

Cetim - duplo

X = largura= 95c my = altura = 12c m

Tafetá

Tafetá - duplo

29 1 c m 22

Fig. 3.20. Desenho Técnico Cinto 2 – frente A e verso B

Desenho Técnico Cinto 3 – frente A e verso B:

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105

95 cm

95 cm

88

12 c

m12

cm

22

22

B

A Frente

VersoX =

X =

Y

Y

Tafetá - duplo

Tafetá

Sarja - duplo

Cetim - duplo

Cetim - duplo

X = largura= 95c my = altura = 12c m

Tafetá

Tafetá - duplo

39 1 c m

9 1 c m

2

2

2

2

Fig. 3.21. Desenho Técnico Cinto 3 – frente A e verso B

Nos projectos que seguem, utilizou-se o mesmo processo dos anteriores, porém, fez-se o

objecto tendo em conta a largura do tear e tornando a altura como a medida do comprimento

do objecto, assim poderemos determinar a extensão do objecto conforme desejamos.

Desenho Técnico Cinto 1 – frente A – modelo:

Frente

Y

X

10 10 10 10 10 10 10 10 10

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

2 2 2 2 2 2 2 22 2 2 2 2 2 2 2 2

95 cm

120

cm

A1

X = total largura= 95cmy = total altura = 120cm

Tafetá

Sarja - duplo

Cetim - duplo

Fig. 3.22.Modelo Desenho Técnico Cinto 1 – frente A

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106

Desenho Técnico Cinto 1 – verso A – modelo:

Y

X

10 10 10 10 10 10 10 10 10

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

0,5

2 2 2 2 2 2 2 22 2 2 2 2 2 2 2 2

95 cm12

0 cm

1

X = total largura= 95cmy = total altura = 120cm

Verso

Tafetá

Fig. 3.23.Modelo Desenho Técnico Cinto 1 – verso A

2.2.1.12. Solução Esta fase constitui a última etapa do trabalho, quando o novo produto está pronto e testado.

Observação dos resultados finais e possíveis e ainda novas possibilidades de aplicações do

processo. Esta fase ainda será melhor relatada ao longo desta pesquisa.

2.3. Metodologia Projectual em Moda – Concepção da Colecção de

Acessórios de Moda Baseado nos estudos teóricos, seguiremos em parte a metodologia projectual em moda,

proposta por PIRES (2002), e já referida no Estado da Arte desta pesquisa. Esta metodologia

projectual foi adaptada para o desenvolvimento da Colecção Identidade Brasil de Acessórios

de Moda – Bolsas e Cintos, levando em conta a proposta de concepção de novos produtos em

Tecelagem Jacquard através de tecidos duplos com o objectivo de optimizar este processo.

Convém salientar que esta proposta foi ajustada ao tipo de produto desenvolvido

anteriormente, ou seja, acessórios de moda, em especial bolsas e cintos. Alguns dos itens não

Design 3D em Tecelagem Jacquard como ferramenta para a concepção de novos produtos. – Aplicação em Acessórios de Moda

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107

obtiveram comentários mais profundos por entendermos que não fazem parte do principal

objectivo desta pesquisa de Mestrado ou por não termos recursos para tal. Apresenta-se

detalhadamente a proposta seguida para o desenvolvimento da Colecção Identidade Brasil,

baseada nos estudos de PIRES (2000).

2.3.1. Definição da linha de produtos Acessório de moda, em especial bolsas e cintos, esta é a linha de produtos. A Colecção

Identidade Brasil, está associada ao sexo feminino, mulheres preocupadas com a moda e com

a imagem da marca.

IDENT

IDADE

BRA

SIL

Fig. 3.24.Capa da pasta da pesquisa da Colecção Identidade Brasil

2.3.2. Capacidade industrial e de vendas Este item é considerado de elevada importância, porém não foi estudado com relevância, pois

não faz parte dos objectivos fundamentais desta pesquisa. Acredita-se que por ser um produto

com características inovadoras, e que possui uma grande capacidade de produção industrial,

pois para o processo de fabrico são utilizados tecnologias e ferramentas já encontradas no

mercado, diminuindo assim, o custo, seja aceite bem no mercado. Também apostamos na

diferenciação pelo design e pelo conceito da marca, para acrescentar valor ao produto.

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108

2.3.3. Analise de mercado Nesta etapa, visamos a definição do perfil do consumidor e o posicionamento da marca.

Sabendo que o consumidor é o centro de todo trabalho de criação, é sempre fundamental que

tenhamos um grande número de informações em relação a ele. Definir o público-alvo vai

muito além de determinar o sexo, a faixa etária e a classe social. A decisão de compra de um

indivíduo é o resultado de uma gama complexa de factores, que vão deste os culturais, sociais

e psicológicos. Estes factores são muito úteis na identificação dos interesses pessoais dos

compradores e a adequação dos produtos e apelos na tentativa de melhor atender suas

necessidades. A adequação do produto ao nicho de mercado é o ideal, apostando na marca e

conquistando o cliente que retorna em busca desta marca com que se identificou.

Não foi realizada uma pesquisa de mercado para encontrar estas definições já que não faz

parte dos objectivos deste trabalho, porém, criou-se, a Colecção Identidade Brasil com

características em relação ao estilo do consumidor. Dentre os 3 estilos principais de

consumidores, o Tradicional, o Fashion e o de Vanguarda, o consumidor da marca Identidade

Brasil, é considerado Fashion.

O consumidor Fashion é aquele público que mais consome, o público da moda, ou seja,

valoriza demasiado a moda, as etiquetas e a juventude. É um consumidor nato de todos os

tipos de produtos que estejam na moda. É socialmente activo; é sofisticado e flexível. Aceita

novidades com muita facilidade e gosta de pertencer a um grupo. Aprecia modelagem

confortável, estilo contemporâneo e coordenado.

2.3.4. Avaliação da colecção anterior Este item não pode ser considerado, pois trata-se no momento de uma única colecção para

ilustração e aplicação da proposta desta pesquisa de Mestrado. Porém, foi realizado uma

pesquisa nas colecções passadas de grandes marcas e estilistas de acessórios que será citada no

próximo capítulo.

2.3.5. Avaliação do que foi moda nas últimas estações Foi realizada uma avaliação do que foi moda nas últimas estações, através de pesquisa em

grandes marcas e designers de moda para a realização da Colecção Identidade Brasil. Esta

avaliação pode definir as direcções para a futura colecção. Esta pesquisa foi realizada através

da Internet e de revistas especializadas e poderão ser observadas na data da apresentação do

Mestrado, pois, foi organizada através de recortes e colagens em arquivo numa pasta. Esta

pesquisa encontra-se desde já à disposição para verificação e observação.

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109

Fig. 3.25.Pesquisa do que foi moda na última estação

2.3.6. Elaboração de um cronograma Compreende-se que o cronograma seja o calendário para o desenvolvimento da colecção. A

moda funciona através de um longo mecanismo industrial, que inicia na produção das fibras e

dos fios que vão compor os tecidos, até a confecção e comercialização. Na cadeia têxtil ou

cadeia industrial têxtil englobam-se todos os processos que de maneira organizada e ligada

permitem a transformação de uma matéria-prima têxtil em uma forma de vestimenta, acessório,

revestimento e outros. Para que essa cadeia funcione, é preciso que todos os elos estejam muito

bem coordenados em termos do que e quando produzir. Por este motivo, a existência de uma

espécie de calendário comum, que normalmente é chamado de “timing da moda”.

Para o desenvolvimento da Colecção Identidade Brasil, observamos o calendário proposto por

VICENT-RICARD, porém adaptamos à realidade dos nossos dias, pois os prazos são cada vez

mais curtos, e onde a grande arma é a rapidez na resposta aos clientes. Podemos dizer ainda

que esta actual realidade é em função da evolução tecnológica, do acesso mais rápido à

informação, e da abertura dos mercados. O calendário proposto por VICENT-RICARD, que já

foi citado no Estado da Arte – Moda, desta pesquisa de Mestrado, é o seguinte:

1 - As cores são pensadas e decidas de 24 a 30 meses antes da estação em que a roupa estará na

vitrina;

2 - Os fios são desenvolvidos 18 meses antes da estação;

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________________________________________________________________________ Cap.III – Desenvolvimento do Trabalho Prático

110

3 - Os tecidos, por sua vez, 12 meses antes;

4 - A confecção (de roupas, acessórios, complementos), 9 meses antes;

5 - Tudo isso para que as colecções sejam apresentadas e vendidas nas lojas 6 meses antes da

estação chegar.

Como já dissemos, este calendário já não corresponde aos dias de hoje. Por isso, ao

desenvolvermos a Colecção Identidade Brasil, adoptamos o seguinte cronograma:

1 – Primeiramente foram pesquisados as cores que serão usadas nas estações primavera/verão

2005. Esta pesquisa foi realizada através da Internet. Dentre uma vasta gama de cores que

serão tendência foram escolhidas 24 cores para compor a Colecção Identidade Brasil. Esta

pesquisa foi realizada com 2 anos de antecedência da estação pretendida;

2 – Os fios utilizados na colecção foram pensados simultaneamente com as cores, pois optou-

se por fios 100% algodão;

3 – O desenho das formas e os temas da Colecção foram realizados com 1 ano de antecedência;

4 – Os tecidos em Tecelagem Jacquard foram realizados com 1 ano de antecedência;

5 – A confecção só é realizada nos acabamentos da peça, pois o processo idealizado elimina a

confecção no que diz respeito à união de partes da peça. O protótipo da peça foi realizado 7

meses antes do lançamento da Colecção;

6 – Esta etapa não foi realizada pois a Colecção Identidade Brasil é imaginária, porém, se fosse

lançada no mercado estaria nas montras 4 meses antes da estação chegar.

Este cronograma foi idealizado dentro do que deveria ser uma pesquisa organizada de uma

Colecção, porém, sabe-se que em muitas empresas isso não funciona. Estas empresas optam

por fazer cópias de grandes marcas, e não por ter seu próprio conceito de marca.

Deverá também ser realizado um cronograma semanal de todo o processo, dentro da

organização, pois envolve vários sectores da cadeia têxtil.

Dentro de uma empresa este cronograma deverá ser entregue aos responsáveis de todos os

sectores, para que o processo aconteça de uma forma organizada.

2.3.7. Pesquisa A pesquisa realizada para o desenvolvimento da Colecção Identidade Brasil, foi realizada em

feiras do sector, viagens, revistas especializadas, catálogos e cadernos de tendências e Internet.

Parte desta pesquisa encontra-se arquivada e poderá ser observada durante a apresentação desta

pesquisa de Mestrado.

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111

Fig. 3.26.Pesquisa de Moda Fig. 3.27.Pesquisa de Moda

2.3.8. Colecta e analise dos dados A colecta de dados e imagens realizada durante a pesquisa foi reunida e arquivada numa pasta

através de painéis e textos explicativos, pasta esta que já foi citada e que estará a disposição

para ser observada durante a apresentação desta pesquisa de Mestrado. A análise destes dados

foi de extrema importância para o desenvolvimento da Colecção Identidade Brasil, sendo

possível assim, tornar esta colecção planeada e organizada.

2.3.9. Definição do conceito e referências Nesta fase do desenvolvimento da Colecção Identidade Brasil, primavera/verão 2005

evidenciou-se o conceito da marca Identidade Brasil, que pode ser definida como étnica,

moderna e alegre. O conceito de marca é definido pelo departamento de Marketing mas deve

ser de todo conhecimento do designer, para que este lhe dê forma, cor, materiais e texturas.

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112

IDENT

IDADE

BRA

SIL

Fig. 3.28. Catálogo Colecção Identidade Brasil

Esta colecção faz referência aos aspectos culturais do Brasil, e foi dividida em 4 temas. Estes

temas são Viva Vida, Missões de Fé, Caras Imagens e Sagrada Alegria.

Tema 1 – Viva Vida – Este tema faz referência à natureza, ao meio ambiente e à importância da

preservação. O Brasil é um dos países com maior nível de biodiversidade do planeta.

Infelizmente, vários factores têm contribuído para a destruição de grandes áreas dos

ecossistemas mais ricos do país, como a Amazónia, Pantanal, Mata Atlântica e Cerrado. A

Amazónia, considerada “pulmão do mundo”, está ameaçada, e várias espécies da fauna e flora

estão em extinção. A riqueza e a beleza natural do Brasil são imensas, por isso a escolha deste

tema.

Fig. 3.29. Tema Viva Vida – Colecção Identidade Brasil

Tema 2 – Missões de Fé – Este tema faz referência à religiosidade do povo brasileiro. Esta

religiosidade pode ser observada nas manifestações de fé e esperança espalhadas por todo o

país. No Brasil encontram-se praticamente todas as religiões, credos e seitas, fazendo com que

haja um respeito por todos os tipos de crenças.

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113

Fig. 3.30.Tema Missões de Fé – Colecção Identidade Brasil

Tema 3 – Sagrada Alegria – Neste tema procuramos mostrar a alegria do povo brasileiro

através do colorido das festas populares. O Brasil é conhecido mundialmente pelo Carnaval, a

maior festa popular brasileira, que percorre o país de norte a sul. Felizmente o Brasil também é

conhecido como o país do futebol, desporto que traz muitas alegrias ao povo brasileiro. Em

campeonatos mundiais de futebol, não há nenhum brasileiro que não use as cores da bandeira.

O samba, este som e ritmo tão radiante que encanta todo o mundo e transforma qualquer

momento em festa. As festas populares brasileiras são muitas, e se diferenciam e espalham por

todas as regiões do país, fazendo com que caracterize de um modo especial a região e seu

povo.

Fig. 3.31.Tema Sagrada Alegria – Colecção Identidade Brasil

Tema 4 – Caras Imagens – Este tema é caracterizado pela diversidade cultural e mistura de

raças que forma o Brasil. O Brasil é um complexo “caldeirão” cultural, onde estão imersos os

padrões de comportamento, as crenças, a instrução e tudo o que mais pode contribuir para a

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________________________________________________________________________ Cap.III – Desenvolvimento do Trabalho Prático

114

formação do comportamento. É esta complexidade e mistura de tantas raças que identifica o

povo brasileiro. Salienta-se o povo indígena, o negro e o branco.

Fig. 3.32.Tema Caras Imagens – Colecção Identidade Brasil

2.3.10. Primeiro registo visual da colecção O primeiro registo visual da colecção neste caso pode ser chamado de Briefing. É um sumário

que expressa de modo visual o todo da colecção, incluindo as cores, formas e materiais. O

Briefing da Colecção Identidade Brasil é tudo que já foi realizado até aqui.

2.3.11. Definição de cores, estruturas e formas, tecidos e aviamentos A Colecção Identidade Brasil é composta por 24 cores, divididas entre os 4 temas. Estas cores

foram combinadas entre si de maneira harmoniosa e em sintonia com cada tema. Cada tema

possui 3 variações de combinações das cores. As cores foram pesquisadas e escolhidas de

acordo com as tendências primavera/verão 2005. Todas as cores da Colecção Identidade Brasil

foram baptizadas com nomes característicos referentes aos temas.

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115

Colecção Sagrada Alegria

Colecção Missões de Fé

Colecção Viva Vida

Colecção Caras Imagens

Verde abacate

Rosa boto

CampeiroAzul bandeira

Amarelo selecção

Verde alegria

Rosa mangueira

Rosa coração

Laranja folia

Imembui

Guarani

Vermelho África

Imbé

Verde marajoara

Vinho

Uva

Rosa anjo

Azul paz

Azul mar

Amarelo doce

Castanheira

Morango

Amarelo petunia

Papaia

Fig. 3.33.Paleta de Cores – Colecção Identidade Brasil

As estruturas e formas da Colecção Identidade Brasil foram desenhadas de acordo com as

dimensões do tear Jacquard utilizado para a realização das amostras. Primeiramente foi

realizada uma pesquisa de tendências em formas em bolsas e cintos, depois foram feitos vários

croquis e escolhido 4 modelos de bolsas e 4 modelos de cintos. Estes croquis podem ser

observados na data da apresentação desta pesquisa de Mestrado, pois encontram-se

organizados numa pasta.

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116

Fig. 3.34.Croquis das formas – Colecção Identidade Brasil

A Colecção Identidade Brasil foi idealizada com material 100% algodão.

Nos aviamentos foram utilizados materiais que variam conforme o modelo e o tema. Os

materiais utilizados nos acessórios são coco, madeira, metal, couro, acrílico e plástico.

Colecção Sagrada Alegria

Colecção Missões de Fé

Colecção Viva Vida

Colecção Caras Imagens

Fig. 3.35.Formas – Colecção Identidade Brasil

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117

2.3.12. Desenvolvimento de novas cores, materiais, bordados, aplicações Na Colecção Identidade Brasil foram desenvolvidos novos desenhos em tecido Jacquard e

utilizou-se o processo de ligamentos através de tecidos simples e duplos. Os desenhos de

superfície dos tecidos Jacquard fazem referência aos temas da colecção. As cores da colecção

foram baptizadas de acordo com os temas, tornando-as originais.

Fig. 3.36.Desenhos de superfície – Colecção Identidade Brasil

Os materiais e aplicações já existem no mercado. No tema Viva Vida as alças das bolsas são de

coco, fruta típica do Brasil, e que possui uma forma circular. As fivelas dos cintos também são

de coco recortado em forma de flor e pintados com tintas especiais. No tema Missões de Fé as

alças das bolsas são de madeira com aplicações em metal, e a parte que fecha a bolsa é em

couro. As fivelas dos cintos são em metal.

Argola em casca de coco

casca de coco

CouroMetal

Metal

Madeira

Fig. 3.37.Aplicações – Viva Vida Fig. 3.38.Aplicações – Missões de Fé

No tema Sagrada Alegria as alças das bolsas são em tecido e presas por fivelas de acrílico

colorido. Os cintos possuem fivelas em acrílico colorido. No tema Caras Imagens as alças das

bolsas são em tecido presas por argolas de metal, e a parte que fecha a bolsa é em tecido presa

por um pequeno botão. Os cintos possuem uma fivela em plástico forrada com tecido e ao

centro desenho em Jacquard aplicado.

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118

Tecido

Acrílico

Tecido

Aplicação emJacquard

Metal

Plástico

Botão em metal

Fig. 3.39.Aplicações – Sagrada Alegria Fig. 3.40.Aplicações – Caras Imagens

2.3.13. Criação e geração de alternativas Esta etapa refere-se aos croquis, que já foram citados anteriormente e a criação e variação de

alternativas. Optamos por evidenciar aqui as propostas de variações de cores. Para cada tema

foram desenvolvidos 3 variações de cores no mesmo modelo.

Co

lec

çã

o V

iva

Vid

a

Variações de Cores

Fig. 3.41.Variações de Cores – Viva Vida Fig. 3.42.Variações de Cores – Missões de Fé

Fig. 3.43.Variações de Cores – Sagrada Alegria Fig. 3.44.Variações de Cores – Caras Imagens

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________________________________________________________________________ Cap.III – Desenvolvimento do Trabalho Prático

119

2.3.14. Selecção dos modelos

Nesta etapa faz-se a selecção final dos modelos que serão desenvolvidos e farão parte da

colecção. Nesta fase muitos dos modelos realizados em croqui foram abandonados e as

características finais dos modelos já estão estabelecidas.

2.3.15. Modelagem plana do protótipo Nesta fase foram definidas as bases e a transformação das ideias em formas concretas. A

modelagem foi pensada não somente na execução do modelo, mas preocupou-se com a

viabilidade de produção em série. Fez-se o desenho com as medidas adaptadas ao tear Jacquard

utilizado e de acordo com a proposta de união das partes do objecto através dos ligamentos do

tecido.

2.3.16. Modelo sem detalhes Foi realizado uma analise da forma, em tecido semelhante, porém sem as cores e detalhes da

peça idealizada. Na imagem abaixo podemos visualizar o saco desenvolvido sem desenho,

apenas com os ligamentos e formas.

Fig. 3.45.Modelo desenvolvido em detalhes

2.3.17. Confecção de protótipos Foram desenvolvidos protótipos para amostras e testes sem o desenho de superfície, e

protótipos para apresentação da pesquisa.

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120

2.3.18. Verificação dos modelos e viabilidade – Analise técnica comercial Nesta etapa compreende-se a apresentação da colecção e protótipos para avaliação e aprovação

para o departamento de produção para verificação de índices de dificuldades, e ainda

apresentação ao departamento comercial para avaliação de preços de mercado e adequação ao

mercado concorrente. Esta etapa não foi realizada, pois não faz parte dos objectivos da

pesquisa de Mestrado.

2.3.19. Montagem do protótipo corrigido Realização do protótipo final corrigido.

2.3.20. Peça piloto A peça piloto é um documento, pois, servirá de orientação para toda a produção e deve

incorporar todas as características do produto final.

2.3.21. Montagem da ficha técnica A montagem da ficha técnica é a oficialização da peça. Cada ficha contém todos os detalhes de

cada modelo, tanto para produção interna ou externa. Também serve para a formação dos

preços, controlo e planeamento da produção, e ainda, para o planeamento de compras de

materiais, descrição da metodologia de fabricação, e amostras.

2.3.22. Custos e preço de venda Esta etapa não foi realizada, pois não faz parte dos objectivos desta pesquisa.

2.3.23. Aquisição de matéria-prima Esta etapa não foi realizada, pois não faz parte dos objectivos desta pesquisa.

2.3.24. Ampliação, Redução e Graduação dos modelos Esta etapa não foi realizada, pois entendemos que se tratando deste processo, em tecelagem

Jacquard, as medidas foram estabelecidas de acordo com as dimensões do tear Jacquard

utilizado.

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________________________________________________________________________ Cap.III – Desenvolvimento do Trabalho Prático

121

2.3.25. Estudo de risco e corte O risco e corte das peças foram determinados de acordo com as dimensões do tear Jacquard

utilizado no processo. Assim, os modelos forma pensados sempre como modelo, já que a

proposta é que o objecto saia semi-pronto do tear, necessitando das costuras convencionais

somente nos acabamentos.

2.3.26. Acompanhamento Esta etapa diz respeito ao acompanhamento do desenvolvimento da peça, para que não perca

suas características iniciais em funções de adaptações. As peças apresentadas nesta pesquisa

foram desenvolvidas e devidamente acompanhadas pela aluna responsável por esta pesquisa e

por sua orientadora.

2.3.27. Confecção de mostruários

Os mostruários devem ser acompanhados de cartela de cores e tecidos. Normalmente é o

mostruário que representa a empresa nas feiras, desfiles, show-rooms, reuniões com

compradores e representantes. A partir daqui é que inicia as vendas e a programação da

produção. Esta etapa não foi realizada, pois não faz parte dos objectivos desta pesquisa.

2.3.28. Orientação dos sectores Esta é uma importante etapa, pois, trata de orientar todos os sectores envolvidos e enviar

material com estas informações para que se consiga unidade de linguagem. Esta etapa não foi

realizada, pois não faz parte dos objectivos desta pesquisa.

2.3.29. Determinação das embalagens e etiquetagem

Esta etapa trata de determinar as embalagens a serem utilizadas, como caixas, cabides, sacos

plásticos, e também das etiquetas (composição e marca) e tags. No caso da Colecção

Identidade Brasil, esta etapa não foi realizada.

2.3.30. Determinação da Política de Comunicação Esta etapa não foi realizada por completo. Na Colecção Identidade Brasil desenvolveu-se um

catálogo – protótipo em formato papel através de recursos gráficos caseiros. Foi desenvolvido

também uma apresentação da colecção através de um CD que acompanha este trabalho. O

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122

catálogo e o CD têm objectivo promocional e poderá ser observado na data da apresentação

desta pesquisa de Mestrado.

2.3.31. Determinação das Estratégias de vendas Esta etapa não foi realizada, pois não faz parte dos objectivos desta pesquisa.

2.3.32. Definição da programação da produção No caso da Colecção Identidade Brasil, por se tratar de uma colecção com fins aplicativos do

processo de ligamentos em tecelagem Jacquard esta etapa não foi realizada. Porém é de grande

importância, pois trata de estudar a maneira mais fácil de execução industrial e também a boa

rentabilidade.

2.3.33. Produção das Peças Esta etapa não foi realizada, pois não faz parte dos objectivos desta pesquisa, porém

compreende-se que deve ser realizada segundo as programações de vendas.

2.3.34. Determinação da Politica de Distribuição Esta etapa não foi realizada, pois não faz parte dos objectivos desta pesquisa.

2.3.35. Lançamento da colecção Esta etapa não foi realizada, pois não faz parte dos objectivos desta pesquisa.

2.3.36. Mercado Esta etapa não foi realizada, pois não faz parte dos objectivos desta pesquisa.

3. Processo para obtenção do produto proposto – Experimentação Esta é uma etapa muito importante deste trabalho de pesquisa, pois, trata dos ensaios

realizados para a obtenção do produto pretendido. Trataremos aqui de todos os passos do

trabalho prático. Inicialmente será especificado o processo de obtenção do desenho nos

programas CAD utilizados. Depois trataremos do desenvolvimento dos tecidos e do produto

no tear Jacquard e dos provetes para os ensaios. E finalmente trataremos dos ensaios dos testes

de resistência nos ligamentos e nas costuras utilizadas.

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123

3.1. Tecnologias de Sistemas CAD utilizados no desenvolvimento do desenho

e dos debuxos – Experimentação

Salientamos aqui que foi utilizado o desenho modelo citado no capítulo 2.2.1.9. desta pesquisa

para o desenvolvimento do protótipo. Para o desenvolvimento das amostras de tecidos e dos

ligamentos foi utilizado o mesmo desenho, porém sem a flor, ou seja, foi concebido um saco

simples apenas com os ligamentos, porém obedecendo às mesmas medidas e modelo.

Y

X

Ta fetá

Ta fetá - d up lo

Y

X

X = largura= 31cmy = altura = 48cm

X = total largura= 95cmy = total altura = 48cm

Fig. 3.46.Projecto do Modelo desenvolvido para as amostras

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124

O trabalho nos sistemas CAD para tecelagem Jacquard inicia quando introduzimos o desenho

projectado anteriormente no computador como imagem jpge. Este desenho foi desenvolvido

utilizando um desenho feito à mão que foi digitalizado via scanner e introduzido no

computador. A imagem foi tratada nos programas Corel Draw e Photoshop e introduzida no

programa Vision Texcelle – Ned Graphics para adaptação e redução de cores em tecelagem

Jacquard. Esta é uma das etapas mais demoradas, pois, é necessário fazer o ajuste e estudo das

cores, a distribuição, composição e formas, que compreende a redução, limpeza, correcções de

contornos e ajustes ao desenho.

Fig. 3.47.Projecto sem a flor

Este desenho foi desenvolvido levando em conta a largura do tear Jacquard utilizada na

concepção do produto pretendido. Esta máquina possui a largura útil aproximada de 95 cm,

que equivale a 3.456 fios no total. O modelo foi repetido 3 vezes, equivalendo a 1.152 fios

cada modelo. Sabe-se que o valor da medida em cm é de 39 fios/cm, por isso, cada objecto

(bolsa) possui aproximadamente 28 cm de largura. As demais características do tear serão

especificadas no próximo capítulo da parte experimental. O nome dado a este desenho foi

“duascores”.

O próximo passo é o desenvolvimento dos debuxos em papel. Para a realização do debuxo

utilizado na experimentação foi usada a estrutura fundamental tafetá. O tafetá é o debuxo mais

simples e mais utilizado, e pode ser considerado como sendo uma sarja simples. Com a

aplicação do tafetá obtém-se tecidos leves e de grande maleabilidade em termos de conforto.

Outra característica do tafetá é que o lado direito é sempre igual ao lado avesso do tecido, que

possui um aspecto liso.

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125

O processo utilizado para obtenção de um objecto 3D numa máquina Jacquard foi através de

tecidos duplos. Os tecidos duplos caracterizam-se por terem duas teias e duas tramas, sendo

constituídos por duas teias tecidas simultaneamente uma sobre a outra e devidamente ligadas

de modo a construir um único tecido. O direito da tela superior e o avesso da tela inferior

formam a parte visível do tecido.

A ordem utilizada é 1 e 1 à teia e à trama, e o debuxo das duas telas como já foi dito é o tafetá.

Estas características fizeram com que imaginássemos a obtenção de artigos de moda,

especialmente bolsas e cintos, através deste processo.

Na fig. 3.48, os debuxos das estruturas utilizadas no desenvolvimento do produto proposto.

SI

I

I

I

S

SS

SI I I I

S S S

Fig. 3.48.Debuxos aplicado no projecto

Depois do desenvolvimento dos debuxos faz-se o transporte destes debuxos para o programa

Weaver NT Product Creator – Ned Graphics. Este programa possibilita o encaixe dos

debuxos criados directamente no desenho.

O debuxo representado pela cor verde chama-se T1BMP, e o debuxo representado pela cor

amarela foi chamado de GAB_amarelo.BMP.

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126

Fig. 3.49.Debuxo T1BMP Fig. 3.50.Debuxo GAB_amarelo.BMP

Através do programa Weaver NT Product Creator – Ned Graphics foi possível imprimir os

debuxos aplicados e ainda as características do tecido.

Após a finalização do processo de desenvolvimento do debuxo no sistema CAD, o desenho foi

gravado em código máquina no programa gerenciador de cartões Fabric Editor – Ned

Graphics. A informação do tecido será dada ao controlador do tear por disquete, para

utilização e fabrico do tecido no tear Jacquard Bonas. Este programa possibilita a visualização

e simulação do desenho com seus debuxos.

Salientamos aqui que para que o desenho com suas características seja aceite pelo tear

Jacquard Bonas é necessário fazer uma redução no sentido do comprimento do desenho, sendo

o comprimento total dividido por 3. Por este motivo o desenho encontra-se visualmente

comprimido, porém o tecido é desenvolvido pelo tear com suas dimensões correctas, ou seja,

na sua totalidade, como foi proposto. O impresso que feito através do programa encontra-se

em anexo nesta pesquisa (anexo nº 1).

Fig. 3.51.Desenho Programa Weaver NT Product Creator

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127

O desenho encontra-se pronto para ser utilizado na fabricação dos tecidos e do produto no tear

Jacquard Bonas. O desenvolvimento dos tecidos e do produto para os testes é o próximo passo

da experimentação.

3.2. Desenvolvimento dos tecidos para a realização dos ensaios –

Experimentação Nesta etapa da experimentação foram desenvolvidos os tecidos e as bolsas que serão utilizados

como amostras nos testes de resistência, e ainda as costuras que serão testadas como efeito

comparativo com a resistência dos ligamentos.

Como já foi dito, o material utilizado no desenvolvimento dos tecidos é algodão 100% com as

seguintes características:

• O título dos fios da teia possui a medida de 31,2 tex;

• O título dos fios de algodão da trama 24 tex.

Primeiramente é inserido a disquete no controlador Bonas Série 200 – versão 0.6 que

acompanha o tear Jacquard. Ocorre uma interface do controlador com o utilizador, este

controlador é na verdade um pequeno computador. O controlador possui 3 funções básicas que

são:

• F1 que tem a função de ler o desenho a partir de uma disquete. Só é possível ler um

desenho por disquete;

• F2 que tem como função ver o conjunto de operações que estão sendo realizadas.

Eficiência, conjunto de passagens, total de passagens restantes, o que já foi repetido e o

nome do desenho;

• F3 que tem a função de dar entrada num novo desenho.

Fig. 3.52.Controlador Jacquard Bonas – Universidade do Minho

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A função F4 não é utilizada, pois não se encontra configurada. Para a sua utilização tem que

ser inserido uma senha.

Com o tear Jacquard a funcionar inicia-se o processo de obtenção dos tecidos. Este tear

Jacquard Electrónico é um tear de pinça. É um tear de amostras com capacidade de 3.456 fios,

sendo que um tear normal com características industriais possui capacidade entre 15.000 a

16.000 fios.

Fig. 3.53.Tear Jacquard Bonas – Universidade do Minho Fig. 3.54.Tear Jacquard Bonas – UMinho

Foram desenvolvidos vários sacos utilizando-se de tecido duplo ligado por uma barra em

tafetá. Nas próximas imagens é possível visualizar os sacos desenvolvidos.

Nas figuras 3.55 e 3.56 visualizamos o modelo que foi repetido 3 vezes. Assim comprovamos

que é possível obtermos 3 objectos na medida da largura do tear.

Fig. 3.55.Modelo dos sacos desenvolvidos

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129

Fig. 3.56.Modelo dos sacos desenvolvidos

Na figura 3.57 é possível observar a abertura do saco, tornando o assim o objecto

tridimensional.

Fig. 3.57.Abertura dos sacos desenvolvidos

Nas figuras 3.58 e 3.59 podemos observar as ligações do tecido superior e inferior. Somente

nas zonas de ligação as duas telas ficam ligadas, originando no restante do tecido uma

abertura nítida que forma o saco, ou seja, o produto pretendido.

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130

Fig. 3.58.Ligamentos dos sacos desenvolvidos

Fig. 3.59.Ligamentos dos sacos desenvolvidos

Nas próximas figuras 3.60 e 3.61 observamos um dos sacos já desagregado dos demais,

tornando-se um único objecto.

Fig. 3.60.Saco separado dos outros sacos Fig. 3.61.Abertura do saco

A partir destes sacos obteve-se todos provetes para os ensaios.

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131

3.3. Preparação dos provetes – Experimentação Será analisado a resistência à tracção do tecido duplo, do tecido simples e também a resistência

à tracção de 2 tipos de costuras utilizadas para unir os tecidos. Para isso, foram preparados

provetes. Estes provetes obedeceram as Normas Portuguesas.

Para o desenvolvimento dos provetes foi realizado um molde obedecendo às medidas da

Norma Portuguesa NP EN ISSO 13934-2 Têxteis – Propriedade de Tracção dos Tecidos, Parte

2: Determinação da força máxima pelo método grab (ISSO 13934-2:1999). Na fig. 3.62

podemos observar o molde com as medidas utilizadas em todos os provetes.

2,5

cm

2,5

cm2,

5 cm

2,5

cm10

cm

20 c

m

10 cm

Maxila

Tecido

Fig. 3.62.Molde dos ensaios

Fig. 3.63.Ligamentos dos sacos desenvolvidos

Os provetes preparados para os testes de resistência à tracção de costuras obedeceram à

Norma Portuguesa NP EN ISSO 13935-2 2001 Têxteis – Propriedades de tracção da costura

em tecidos e artigos confeccionados, Parte 2: Determinação da força máxima à ruptura da

costura pelo método grab (ISSO 13935-2:1999). Para estes ensaios foram realizados provetes

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com 2 tipos de pontos de costura, sendo preparado o número de 11 provetes para os testes de

resistência em costuras. Os tipos de pontos de costura utilizados foram o 406 e o 605.

O ponto 406 faz parte da classe 400, que são os pontos de cadeia múltiplos. Os pontos desta

classe são formados por dois ou mais grupos de linhas. É caracterizado por fazer passar uma

laçada da agulha através do tecido a fim de se entrelaçarem, na parte inferior do mesmo com a

laçada da lançadeira, isto é, um entrelaçar duplo e de segurança de um grupo com o outro. As

linhas utilizadas (da agulha e da laçada) são provenientes de cones, pelo que não é necessário

mudar a bobine. Esta classe de pontos possui maior velocidade de costura que o ponto preso.

O ponto 406 é feito com 2 agulhas e 1 linha de laçada a cobrir o tecido entre as duas linhas da

agulha. Foram realizados 5 provetes para este teste. Nas próximas imagens é possível

visualizar o ponto 406 nos dois lados do tecido.

Fig. 3.64. Costura ponto 406 Fig. 3.65. Costura ponto 406

O ponto 605 faz parte da classe 600, que são os pontos de recobrimento. Os pontos desta

classe são normalmente formados por 3 grupos de linhas, podendo ter até 9 linhas no total. O

ponto 605 é formado por 5 linhas e é muito resistente e elástico. Forma realizados 6 provetes

para este teste. Nas próximas imagens é possível visualizar o ponto 605.

Fig. 3.66. Costura ponto 605 Fig. 3.67. Costura ponto 605

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133

Foram preparados provetes para testes de resistência no tecido sem nenhum ligamento ou

costura, sendo realizado o número de 5 provetes para estes testes. Estes provetes obedecem às

mesmas medidas dos outros provetes, sendo usado o mesmo molde.

3.4. Realização dos ensaios – Experimentação Os ensaios foram realizados obedecendo às Normas Portuguesas já citadas anteriormente. O

método utilizado para a medição de resistência à tracção foi o método grab. Este método já foi

especificado no Estado da Arte desta pesquisa. Nas imagens abaixo é possível visualizar o

momento da realização dos testes de resistência nas amostras no dinamómetro utilizado.

Fig. 3.68. Testes no dinamómetro Fig. 3.69. Testes no dinamómetro

Fig. 3.70. Testes no dinamómetro Fig. 3.71. Testes no dinamómetro

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134

Foram realizados no total 21 testes nos provetes de tecidos e de costuras propostos. Cada

provete foi devidamente numerado e classificado.

Para cada tipo de ensaio foi atribuído um nome, o código do produto, que seguem abaixo:

• Ensaios nos ligamentos: “saco.lig”;

• Ensaios nas costuras com ponto 605: “saco.costura”;

• Ensaios nas costuras com ponto 406: “saco.cos2”;

• Ensaios nos tecidos: “saco”.

Primeiramente foram realizados os testes nos provetes dos ligamentos através do debuxo em

tecidos duplos que foram denominados de “saco.lig”. Como já foi dito foram testados 5

provetes devidamente numerados e classificados. Nas próximas imagens podemos observar os

provetes após os testes.

Fig. 3.72.Provetes “saco.lig”

Fig. 3.73.Provete nº 1 “saco.lig” Fig. 3.74.Provete nº 2 “saco.lig”

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Fig. 3.75.Provete nº 3 “saco.lig” Fig. 3.76.Provete nº 4 “saco.lig”

Fig. 3.77.Provete nº 5 “saco.lig”

Os próximos testes realizados foram nos provetes das costuras em ponto 605, que foram

denominados de “saco.costura”. Como já foi dito foram testados 6 provetes devidamente

numerados e classificados. Nas próximas imagens podemos observar estes provetes após os

testes.

Fig. 3.78.Provetes “saco.costura” Fig. 3.79.Provetes “saco.costura”

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Fig. 3.80.Provete nº1 “saco.costura” Fig. 3.81.Provete nº 2 “saco.costura”

Fig. 3.82.Provete nº3 “saco.costura” Fig. 3.83.Provete nº 4 “saco.costura”

Fig. 3.84.Provete nº5 “saco.costura” Fig. 3.85.Provete nº 6 “saco.costura”

Prosseguimos com os testes realizados nos provetes das costuras em ponto 406, que foram

denominados de “saco.cos2”. Como já foi dito foram testados 5 provetes devidamente

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137

numerados e classificados. Nas próximas imagens podemos observar estes provetes após os

testes.

Fig. 3.86.Provetes “saco.cos2” Fig. 3.87.Provetes “saco.cos2”

Fig. 3.88.Provete nº 1 “saco.cos2” Fig. 3.89.Provete nº 2 “saco.cos2”

Fig. 3.90.Provete nº 3 “saco.cos2” Fig. 3.91.Provete nº 4 “saco.cos2”

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Fig. 3.92.Provete nº 5 “saco.cos2”

Finalizamos com a realização dos testes nos provetes dos tecidos, que foram denominados de

“saco”. Como já foi dito foram testados 5 provetes devidamente numerados e classificados.

Nas próximas imagens podemos observar alguns dos provetes após os testes.

Fig. 3.93.Provetes tecidos “saco”

Fig. 3.94.Provete nº 1 “saco” Fig. 3.95.Provete nº 2 “saco”

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139

Fig. 3.96. Provete nº 3“saco”

4. Resultados Os resultados obtidos com a realização dos testes de resistência serão expostos de acordo com

o tipo de ligamento ou costura utilizado, e ainda o número do provete, já que cada provete foi

devidamente numerado e classificado. Estes resultados foram graficamente colectados através

do programa que acompanha o aparelho dinamómetro utilizado na realização dos testes pelo

método grab.

Fig. 3.97.Programa dinamómetro método grab

Os resultados recolhidos directamente do programa foram impressos e encontram-se em anexo

nesta pesquisa (anexo nº 2). Foi realizado um transporte dos resultados do programa original

para o programa Photoshop.

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140

Cada provete numerado é representado no gráfico por uma cor. Os provetes e suas respectivas

cores para cada tipo de ensaio são os seguintes:

• Ensaios “saco.lig”: nº 1 – azul, nº 2 – verde, nº 3 – lilás, nº 4 – vermelha, nº 5 – preto;

• Ensaios “saco.costura”: nº 1 – azul, nº 2 – verde, nº 3 – lilás, nº 4 – vermelha, nº 5 –

preto, nº 6 – cinza;

• Ensaios “saco.cos2”: nº 1 – azul, nº 2 – verde, nº 3 – lilás, nº 4 – vermelha, nº 5 – preto;

• Ensaios “saco”: nº 1 – azul, nº 2 – verde, nº 3 – lilás, nº 4 – vermelha, nº 5 – preto.

Os aspectos de maior importância que foram inseridos no programa para a obtenção dos testes

e resultados são: a distância entre as maxilas ou o comprimento efectivo do provete a ensaiar, a

velocidade do ensaio e a pré-tensão. Para estes aspectos atribuiu-se valores iguais a todos os

provetes, estes valores são:

• Distância entre as maxilas ou o comprimento efectivo do provete a ensaiar = 100 mm;

• Velocidade do ensaio = 50 mm/min;

• Pré-tensão = 2 N.

Nos próximos capítulos podemos observar os gráficos, resultados e relatórios de cada provete.

4.1. Resultados Ensaio “saco.lig” Neste capítulo podemos analisar o gráfico dos ensaios “saco.lig” que diz respeito aos testes nos

ligamentos através de tecidos duplos ligados por mudança de tela, utilizando-se do método

grab. As medidas observadas são Força da Tracção Máxima (N) e a Extensão Máxima (%).

Foram testados, como já foi dito, 5 provetes, e feito uma média dos valores obtidos destes

provetes para a obtenção do valor final de cada ensaio. Estes valores finais serão comparados

entre si.

Relatório do ensaio “saco.lig”:

• Tipo de Ensaio = ensaios “saco.lig”, teste de resistência em sacos com ligamentos.

• Norma = Norma Portuguesa NP EN ISSO 13934-2 Têxteis – Propriedade de tracção

dos tecidos, Parte 2: Determinação da força máxima pelo método grab (ISSO 13934-

2:1999).

• Características do Ensaio = Testes de resistência nos ligamentos obtidos através de

tecidos duplos ligados por mudança de tela, utilizando-se do método grab.

• Características do Material = Algodão 100%, Título da teia 31,2 tex, Título da trama 24

tex.

• Distância entre as maxilas ou o comprimento efectivo do provete a ensaiar = 100 mm;

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141

• Velocidade do ensaio = 50 mm/min;

• Pré-tensão = 2 N.

Provetes Força de Tracção Máxima (N) Extensão Máxima (%)

Nº 1 109.4 12,40

Nº 2 96,8 15,40

Nº 3 120,4 12,80

Nº 4 111,0 18,50

Nº 5 102,4 15,80

Fig. 3.98.Tabela nº 1 – resultados ensaios “saco.lig”

Força de Tracção Máxima

Valor Médio (N)

Força de Tracção Máxima

Valor Máximo (N)

Força de Tracção Máxima

Valor Mínimo (N)

108,0 120,4 96,8

Extensão Máxima (%)

Valor Médio

Extensão Máxima (%)

Valor Máximo

Extensão Máxima (%)

Valor Mínimo

14,98 18,50 12,40

Fig. 3.99.Tabela nº 2 – resultados ensaios “saco.lig”

Para calcular o valor em Kg da massa, ou seja, o peso máximo suportado deste ensaio utilizou-

se o valor médio da Força de Tracção Máxima (N).

1 Kg f = 9,80665 N Valor médio da Força de Tracção Máxima = 108,0 N

Massa (Kg) = Força Máxima (N) = 108,0 N = 11,012 Kg

1 Kg f 9,80665 N

Massa = 11,012 Kg

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142

Fig. 3.100.Grafico resultados ensaios “saco.lig”

4.2. Resultados Ensaio “saco.costura” Neste capítulo podemos analisar o gráfico dos ensaios “saco.costura” que diz respeito aos

testes realizados nas costuras em ponto 605, utilizando-se do método grab. As medidas

observadas são Força da Tracção Máxima (N) e a Extensão Máxima (%). Foram testados,

como já foi dito, 6 provetes, porém, optou-se por eliminar um dos valores, para que o número

de provetes fosse o mesmo em todos os tipos de ensaio, e o escolhido foi o provete nº 6. Foi

feito a média dos valores obtidos nos 5 provetes para a obtenção do valor final de cada ensaio.

Estes valores finais serão comparados entre si.

Relatório do ensaio “saco.costura”:

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143

• Tipo de Ensaio = ensaios “saco.costura”, teste de resistência em sacos com costuras.

• Norma = Norma Portuguesa NP EN ISSO 13935-2 2001 Têxteis – Propriedades de

tracção da costura em tecidos e artigos confeccionados, Parte 2: Determinação da força

máxima à ruptura da costura pelo método grab (ISSO 13935-2:1999).

• Características do Ensaio = Testes de resistência em costuras com ponto 605,

utilizando-se do método grab.

• Características do Material = Algodão 100%, Título da teia 31,2 tex, Título da trama 24

tex.

• Distância entre as maxilas ou o comprimento efectivo do provete a ensaiar = 100 mm;

• Velocidade do ensaio = 50 mm/min;

• Pré-tensão = 2 N.

Provetes Força de Tracção Máxima (N) Extensão Máxima (%)

Nº 1 234,3 32,60

Nº 2 135,0 24,28

Nº 3 201,8 28,80

Nº 4 197,8 25,60

Nº 5 212,0 26,60

Fig. 3.101.Tabela nº 1 resultados ensaios “saco.costura”

Força de Tracção Máxima

Valor Médio (N)

Força de Tracção Máxima

Valor Máximo (N)

Força de Tracção Máxima

Valor Mínimo (N)

196,18 234,3 135,0

Extensão Máxima (%)

Valor Médio

Extensão Máxima (%)

Valor Máximo

Extensão Máxima (%)

Valor Mínimo

27,58 32,60 24,28

Fig. 3.102.Tabela nº 2 resultados ensaios “saco.costura”

Para calcular o valor em Kg da massa, ou seja, o peso máximo suportado deste ensaio utilizou-

se o valor médio da Força de Tracção Máxima (N).

1 Kg f = 9,80665 N Valor médio da Força de Tracção Máxima = 196,18 N

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144

Massa (Kg) = Força Máxima (N) = 196,18 N = 20,004 Kg

1 Kg f 9,80665 N

Massa = 20,004 Kg

Fig. 3.103.Grafico resultados ensaios “saco.costura”

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145

4.3. Resultados Ensaio “saco.cos2” Neste capítulo podemos analisar o gráfico dos ensaios “saco.cos2” que diz respeito aos testes

realizados nas costuras em ponto 406, utilizando-se do método grab. As medidas observadas

são Força da Tracção Máxima (N) e a Extensão Máxima (%). Foram testados, como já foi dito,

5 provetes. Foi feito a média dos valores obtidos nos 5 provetes para a obtenção do valor final

de cada ensaio. Estes valores finais serão comparados entre si.

Relatório do ensaio “saco.cos2”:

• Tipo de Ensaio = ensaios “saco.costura”, teste de resistência em sacos com costuras.

• Norma = Norma Portuguesa NP EN ISSO 13935-2 2001 Têxteis – Propriedades de

tracção da costura em tecidos e artigos confeccionados, Parte 2: Determinação da força

máxima à ruptura da costura pelo método grab (ISSO 13935-2:1999).

• Características do Ensaio = Testes de resistência em costuras com ponto 406,

utilizando-se do método grab.

• Características do Material = Algodão 100%, Título da teia 31,2 tex, Título da trama 24

tex.

• Distância entre as maxilas ou o comprimento efectivo do provete a ensaiar = 100 mm;

• Velocidade do ensaio = 50 mm/min;

• Pré-tensão = 2 N.

Provetes Força de Tracção Máxima (N) Extensão Máxima (%)

Nº 1 212,0 28,32

Nº 2 183,0 25,12

Nº 3 220,8 25,40

Nº 4 171,2 22,80

Nº 5 195,6 27,60 Fig. 3.104. Tabela nº 1 resultados ensaios “saco.cos2”

Força de Tracção Máxima

Valor Médio (N)

Força de Tracção Máxima

Valor Máximo (N)

Força de Tracção Máxima

Valor Mínimo (N)

196,5 220,8 171,2

Extensão Máxima (%)

Valor Médio

Extensão Máxima (%)

Valor Máximo

Extensão Máxima (%)

Valor Mínimo

25,85 28,32 22,80 Fig. 3.105. Tabela nº 2 resultados ensaios “saco.cos2”

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146

Para calcular o valor em Kg da massa, ou seja, o peso máximo suportado deste ensaio utilizou-

se o valor médio da Força de Tracção Máxima (N).

1 Kg f = 9,80665 N Valor médio da Força de Tracção Máxima = 196,5 N

Massa (Kg) = Força Máxima (N) = 196,5 N = 20,037 Kg

1 Kg f 9,80665 N

Massa = 20,037 Kg

Fig. 3.106.Grafico resultados ensaios “saco.cos2”

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147

4.4. Resultados Ensaio “saco” Neste capítulo podemos analisar o gráfico dos ensaios “saco” que diz respeito aos testes

realizados nos tecidos, sem nenhum tipo de costura nem ligamento, utilizando-se do método

grab. As medidas observadas são Força da Tracção Máxima (N) e a Extensão Máxima (%).

Foram testados, como já foi dito, 5 provetes. Foi feito a média dos valores obtidos nos 5

provetes para a obtenção do valor final de cada ensaio. Estes valores finais serão comparados

entre si.

Relatório do ensaio “saco”:

• Tipo de Ensaio = ensaios “saco”, teste de resistência em sacos sem costuras e

ligamentos.

• Norma = Norma Portuguesa NP EN ISSO 13934-2 Têxteis – Propriedade de tracção

dos tecidos, Parte 2: Determinação da força máxima pelo método grab (ISSO 13934-

2:1999).

• Características do Ensaio = Testes de resistência em tecidos sem costuras ou

ligamentos, utilizando-se do método grab.

• Características do Material = Algodão 100%, Título da teia 31,2 tex, Título da trama 24

tex.

• Distância entre as maxilas ou o comprimento efectivo do provete a ensaiar = 100 mm;

• Velocidade do ensaio = 50 mm/min;

• Pré-tensão = 2 N.

Provetes Força de Tracção Máxima (N) Extensão Máxima (%)

Nº 1 355.6 4,373

Nº 2 332,0 4,455

Nº 3 352,4 4,178

Nº 4 354,0 4,343

Nº 5 306,0 3,900 Fig. 3.107.Tabela nº 1 resultados ensaios “saco”

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148

Força de Tracção Máxima

Valor Médio (N)

Força de Tracção Máxima

Valor Máximo (N)

Força de Tracção Máxima

Valor Mínimo (N)

340,0 355,6 306,0

Extensão Máxima (%)

Valor Médio

Extensão Máxima (%)

Valor Máximo

Extensão Máxima (%)

Valor Mínimo

4,250 4,455 3,900

Fig. 3.108.Tabela nº 2 resultados ensaios “saco”

Para calcular o valor em Kg da massa, ou seja, o peso máximo suportado deste ensaio utilizou-

se o valor médio da Força de Tracção Máxima (N).

1 Kg f = 9,80665 N Valor médio da Força de Tracção Máxima = 340,0 N

Massa (Kg) = Força Máxima (N) = 340,0 N = 34,67 Kg

1 Kg f 9,80665 N

Massa = 34,67 Kg

Os gráficos provenientes do programa original que acompanha o dinamómetro encontram-se

em anexo (anexo nº 4).

Os provetes testados encontram-se a disposição para análise devidamente arquivados ou,

podem ser observados na data da apresentação desta pesquisa de Mestrado.

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149

Fig. 3.109.Grafico resultados ensaios “saco” 5. Analise dos Resultados Trataremos aqui da análise dos resultados através dos valores médios obtidos nos testes de

cada tipo de ensaio.

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Ensaio

Material

testado

Força de Tracção

Máxima (N)

Valor Médio

Extensão

Máxima (%)

Valor Médio

Massa (kg)

“saco.lig” Ligamentos em

tecidos 100%

algodão

108,0

14,98

11,012

“saco.costura” Costuras com

ponto 605 em

tecidos 100%

algodão

196,18

27,58

20,004

“saco.cos2” Costuras com

ponto 406 em

tecidos 100%

algodão

196,5

25,85

20,037

“saco” Tecidos sem

costuras ou

ligamentos

340,0

4,250

34,67

Fig. 3.110. Tabela dos resultados

Ao analisarmos os valores da tabela da Fig. 3.110, podemos verificar que o saco com

ligamentos (“saco.lig”) possui menor resistência em relação aos testes com costuras. Os sacos

com costuras possuem praticamente a mesma massa, ou seja, o mesmo peso suportado, sendo

o valor quase o dobro do saco com ligamentos. Porém, verificamos que 11 Kg podem ser

considerado um valor adequado, ou seja, não pode ser considerado baixo para o artigo

desenvolvido. As costuras utilizadas são de alta resistência, por isso são mais resistentes.

Quanto aos tecidos, estes foram testados com o objectivo de sabermos o valor real de

resistência do tecido. Por não haver nenhum ligamento nem costura, possui a extensão menor

em relação aos outros ensaios.

No gráfico da fig. 3.112, podemos analisar de uma forma comparativa os resultados em

relação aos valores médios de Força de Tracção Máxima (N) e de Extensão Máxima (%) nos 4

tipos de ensaios.

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151

108

196,18 196,5

14,9825,85

4,25

340

27,58

0

50

100

150

200

250

300

350

400

saco.lig(ligamentos)

saco.costura(ponto 605)

saco.cos2(ponto 406)

saco (tecido)

Força de TracçãoMáxima (N) /Valor Médio

Extensão Máxima(%) / Valor Médio

Fig. 3.111.Grafico comparativo dos resultados

No gráfico da fig. 3.113, podemos analisar a Massa em Kg, ou seja, o peso suportado por cada

tipo de ensaio. Neste gráfico optamos por não apresentarmos o valor do ensaio “saco”

referente ao tecido, pois consideramos de menor importância este experimento. Verificamos

então, neste gráfico as informações mencionados anteriormente, porém expostas de uma

forma mais comparativa.

Massa (Kg) / Peso suportado

11,012

20,004 20,037

0

5

10

15

20

25

saco.lig (ligamentos) saco.costura (ponto 605) saco.cos2 (ponto 406)

Fig. 3.112.Grafico comparativo massa (Kg) / peso suportado

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152

No gráfico Relação da Massa em %, queremos comparar os valores da Massa, um produto em

relação ao outro. Esta comparação foi feita com os ensaios “saco.lig” e os ensaios com

costuras “saco.costura” e “saco.cos2”, onde foi feito uma média entre os valores dos dois tipos

de ensaios, já que são muito próximos. O valor do saco com ligamentos é 11,012 Kg, e a

média dos valores dos sacos com costuras é 20,020 Kg.

Constatou-se então a seguinte relação da Massa em %: o saco com ligamentos suporta 55% do

peso suportado pelos sacos com costuras.

Relação da Massa em %

100%

55%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

saco.lig (ligamentos) sacos com costuras

Relação da Massa em %

Fig. 3.113.Grafico relação da massa em %

6. Avaliação do Trabalho Prático Este trabalho prático teve como principal objectivo a análise da resistência de ligamentos em

Tecelagem Jacquard através de tecidos duplos, aplicados em Acessórios de Moda, em especial

bolsas, e ainda a comparação da resistência em costuras convencionais.

Os dados recolhidos na investigação teórica foram fundamentais para o desenvolvimento da

Colecção Identidade Brasil, que foi concebida com a finalidade da aplicação da ideia

proposta. Foi um grande agrado a realização da pesquisa em design e moda para a concepção

da Colecção Identidade Brasil, do catálogo e do CD desenvolvidos para a apresentação da

colecção. O CD acompanha esta pesquisa de Mestrado e o catálogo poderá ser observado na

data de apresentação da pesquisa.

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153

A pesquisa teórica foi muito importante para o desenvolvimento de todo o trabalho prático. A

colectânea dos dados e informações obtidos nas investigações teórica e prática, faz-nos chegar

a conclusões mais credíveis.

Apesar de algumas dificuldades na realização das amostras, por motivos técnicos encontrados

no tear Jacquard utilizado, e ainda, no material utilizado, obtivemos apoio por parte dos

técnicos dos Laboratórios e assim, foi possível chegarmos as respostas pretendidas, que

possibilitarão as conclusões. Constatou-se que a concepção de produtos em design criados

para a produção industrial, é cada vez mais um trabalho de equipa. Existe uma estreita relação

entre a concepção/criação, o planeamento e o fabrico, sendo muitas vezes complicada, pois

envolve uma cadeia de actividades e profissionais especializados. Neste sentido foi de grande

importância o apoio recebido por parte dos técnicos dos Laboratórios.

Consideramos que foi importante o conhecimento adquirido no desenvolvimento do trabalho

prático, desde o aprendizado de manuseio dos sistemas CAD, aos demais equipamentos e

tecnologias utilizadas.

Todo o processo de desenvolvimento das amostras foi registado através de fotografias digitais,

que ilustram este trabalho.

Todas as amostras desenvolvidas no trabalho prático encontram-se devidamente arquivadas e

poderão ser observadas na data de apresentação desta pesquisa.

A pesquisa prática foi fundamental para visualizarmos a ideia pretendida graficamente e para

percebermos dados referentes ao produto pretendido, que algumas vezes são difíceis de expor

em palavras. E, ainda, ao visualizarmos os projectos e a pesquisa em torno do produto

pretendido, torna mais fácil a imaginação de outras possíveis aplicações do processo.