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II ANNO __ QOMING-O, 16 DE FEVEREIRO DE 1903 N -“ 3l issignaíMPa f| hpIilpMí) ! 1 '! í V K T P ’ fl i*TVPÍ!Í'P \ ÍM 1 Í 1 ^ PtiWIeaçócs Anno. iSooo reis; semestre, 5 oo reis. Pagamento adeantado. H llul/ii u y ii” | Ai/ílllmO I llrHjíiU L 1 lí InJll.u 111:1 || Annuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, Na cobranca pelo correio, accresce o premio co vale. À ------------- (] 20 réis. Annuncios na 4-:l pagina, contracto esp.cial. Os auto- atu!», no-dia da pubiicação,,o réis * 16 — LARGO DA MISERICÓRDIA— i 6 ' | l 8raphoL t° nlS ,,le: ? “em T ou pc EDITOR — Jose Augusto Saloio f| a ld k g a llix í a £ PROPRIETÁRIO Jose Augusto Saloio SEM ANARIO E AGRÍCOLA e x p e d ie n t e Acccit:ssK-se cosbb grati dão qsaaes^Eaer EEoíielas «ne seja na «le iaBácresse paaMâí-o. 82" h o j e <í«se v a m o s ps*«- eeder á eofcraEfi do se gundo sesnesía^e. coniia- da :jo sb*. B^llippe da 11“ va. esperando dos ssos- sos bondosos amigos o favor de satisfazerem a v e s p e e í 5 v a i ebbp o r í :t sa c i a sao aeío de IIícs screasi entregties os competest- tes recibos, o que asauilio aga^adeeeaaaos. AMOR DE FAMILIA Na aurora dos tempos, ligou Deus a humanidade pelo nó instinctivo e provi dencial, que vincula a na tureza physica e moral dos sexos. A base e modelo de todas as sociedades é a fa milia. A humanidade, em toda a sua extensão, é uma mesma familia, embalada no mesmo berço e filha do mesmo pae. A terra e o céo são o seu patriotismo commum, emquanto, vi- ctimado á paixão daquella, 0 homem se não desherda da propriedade celestial, que a redempção lhe gran- geou no reino eterno. A mais hábil legislação é o » aquella que, dirigindo a grande familia constituída em nação, melhor soube deduzir a lei dos princípios que regem a familia indivi dual e particular. A palavra familia resu me o complexo de virtudes sociaes e nobres instinctos, que engrandecem o homem e lhe dão ao espirito esses maravilhosos attributos, que a historia do christia nismo nos faz admirar nos seus lances heroicos, na sua magestosa philosophia. Os doces liames de fa milia são a candura nas af- ieições, que não se esvaem com o tempo; são os sa crifícios espontâneos, agra- daveis, que não cançam o coração do pae dedicado ao filho; é o affecto de mãe, ferverosa de ternura, que estabelece a extremosa so ciedade d’irmãos, fomen tando o amor fraternal en tre seus filhos. A Providencia não deu aos homens mais dulciíi- cante vida que a dos laços de familia, se considerar mos a humanidade no que ella tem de melhor, tempo ral mente falando. Esse sublime modelo, es se formoso quadro de vir tudes sociaes, devemol-o ao Evangelho. Sem elle a humanidade não compre- hendera o que ha ahi mais sublime em suas mutuas relações. Foi necessário a revelação evangelica para que o homem se levantas se da sua ignorancia, abys- mo cavado pela culpa, tre vas interpostas aos seus nobres instinctos e á graca O > divina. Na instituição da socie dade, qual Genesis nol-o revela, se nos deparam os caracteres que constituem as leis eternas porque deve ser regida a familia huma na durante a sua passagem na terra. Deus creou o homem á sua imagem, e da substan cia do homem formou-lhe a companheira da existen cia. A rasão de todos os do gmas que constituem a pri mitiva unidade da familia humana, acha-se inscripta nessa prodigiosa fecunda ção, enlace mysterioso e nó indossoluvel, que santi fica os vinculos conjugaes. O pae do genero huma no comprehendera o su blime desse mysterio, quan do exclamou: Os ex ossi- bus meis, el de caro de car ne mêa. O poder e a primazia, a intelligencia e a força são a prerogativa do pae, que, obrigado por seus mesmos privilégios, deve á familia a protecção, que reclamam as necessidades do corpo como alimento, e as do es pirito como educação. A soberania do amor e da brandura, os attributos da graça e da belleza, es tes são a terna compensa ção, que constituem a mãe um ente vigoroso e debil ao mesmo tempo: vigoro so no império que tem com seus conselhos, e ás vezes com suas lagrimas; debil pela sujeição em que vo luntariamente se dá aos preceitos do marido, re nunciando, sem reserva, os direitos que pela sua intel ligencia poderia exercitar na intelligencia de seus li- lhos, entregues á conquista das posições sociaes. O amor de mãe é o raio mais ardente que se irradia daquelle fóco de amor de familia. Ao seu calor leve dam-se no coração do filho sentimentos brandos, que não soubera a meiguice de um pae lá germinai-os. As lagrimas são raras no ho mem, e essas poucas, si muladas pelos atlèctos do coração e pelas paixões vio lentas da alma, não seriam bom exemplo para filhos. Mas a mulher, anjo das la grimas, quando o é da sen sibilidade, essa chora sem pre, e faz chorar os que a contemplam com os olhos innocentes e vendados ain da para as impurezas que endurecem o coração e atrophiam a sensibilidade. Não estão nesta lastimavel situação seus filhos, que aprendem o melindre, a meiguice, os sentimentos ternos, na ternura de sua mãe, no mimo daquellas sensações e na meiguice que aformoseia suas lagri mas. E de todo este com plexo de alegrias e triste zas modesticas, gera-se o fogo que alimenta a luz pe- renne no altar do amor. A palavra familia sym bolisa a suprema das ven turas mundanas, o sacra rio mysterioso onde se divini- sam as grandes virtudes, que depois se apresentam á luz da publicidade, no commercio do mundo, para serem admiradas. O CARNAVAL EM ALDEGALLEGA Não foi o que podia ser devido o tempo o não per- mittir, pois a boa vontade, paciência e gosto de gran de numero de individuos |desta terra, mostrou-nos Ique mais urna vez, o car- | naval, seria bastante ani mado como é de costume em todos os annos que o máu tempo se esquece de todos aquelles a quem os pós e a agua servem de go- so, e lhes dão prazer. No domingo tivemos o gosto de ver algumas mas caras que agradaram, não só pelos engraçados trajos, como pelas suas represen tações mimicas. Na rua do Caes, emquanto um indi víduo, com um cartucho de papelão, ladrava ás per nas dos transeuntes, (diga- mol-o em abono da verda de : parecia mesmo um cão) dois pediam dinheiro para a compra duma bomba, que, segundo diziam, devia ser descommunal. Effecti- vamente a bomba não dei xou de ser uma boa idéa para estes mágicos conso larem os papinhos de bifes. — Eram do assêm? Na segunda-feira, ape nas algumas Irongas sem piléria, e isto pretexto para fazer galanteios ao formo so deus Baccho. Podéra! elle é tão bom! e a 3o réis o litro! Dizem os bêbedos: «Quem não gosta de vinho não adora a Deus». — E é uma verdade. Na terça-feira, apesar de chover todo o dia, ainda sahiram alguns carros lin damente enfeitados, e pu xados por boas parelhas. No Novo Club e Socie dade Phylannonica /.° de Dezembro, realisaram-se, conforme noticiámos no ul timo numero d’0 Domin go, os bailes de mascaras, no domingo e terça-feira, que se sustentaram bastan te animados, em ambas as noites, dançando-se até de madrugada. LISBOA Poeira e lama... eis em que consistiu o carnaval por toda a Lisboa. Resuscitaram-se este an no os cartuchos de pós que estavam prohibidos ha tem po e por esse facto em to das as ruas era um tiroteio aguerrido desses projectis que atirados desalmada mente, quasi sempre com a força de um alentado car regador da alfandega, iam offender os transeuntes, obrigando até alguns a ir curar-se ás pharmacias, em risco de ficarem cegos. Pa ra amostra de graça e de espirito, não fomos mal. Mascaras... poucas e to das ellas sensaboronas, sem a mais pequena coisa que as recommendasse... o cos tumado pretexto para pe dir esmola disfarçada com toques e cantigas de fado, com versos feitos a mar- tello, onde a metrificação soífria tractos de polé. Em summa, o carnaval deste anno foi mais um pretexto para se pôr em relevo a brutalidade e a má creação indigena, que, va mos com Deus, n este pon to pode pôr-se a par dos Pelles Vermelhas ou dos hottentotes. Onde houve mais ani mação foi nos bailes. Dan çou-se com enthusiasmo até pela manhã, arranjou- se intrigas, fizeram-se con quistas, esqueceram-se, emfim, por momentos, as maguas e os revezes da vida. E todos esses mascara dos, faltos de gosto e de espirito, quando acordam na quarta-feira de Cinza, moidos de cansaço, pelas tropelias que fizeram por essas ruas, correndo e sal tando como doidos, excla mam com uma satisfação intima: «Muito me diverti este anno!» Que Deus os receba na reino dos céos! . SAMOUCO Como éra de esperar, correu animadíssimo o en trudo neste apprazivel lo gar. A chuva não impediu que sahissem mascaras até quarta-feira de Cinza. Ver dadeiros devotos do santo* Entrudo! Alguns individuos de Al degallega, foram alli aos bailes do Club e da antiga casa da Sociedade, exhibir imitações burlescas, des pertando geral gargalhada. Bons cómicas!: ALCOCHETE N’esta importante villa o carnaval decorreu, desani-

II ANNO QOMING-O, 16 DE FEVEREIRO DE 1903 N-“ 3l SEM ... · A mais hábil legislação éo » aquella que, dirigindo a grande familia constituída ... so deus Baccho. Podéra! elle

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II ANNO__ QOMING-O, 16 DE FEVEREIRO DE 1903 N -“ 3 l

issignaíMPa f| hpIilpMí) ! 1'! í V K T P ’ fl i* TVPÍ!Í'P \ ÍM1Í 1 PtiWIeaçócsAnno. iSooo reis; semestre, 5oo reis. Pagamento adeantado. H l l u l / i i u y i i ” | A i/ ílllm O I l lr H jíiU L 1 l í I n J l l . u 111:1 | | Annuncios— i . a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,Na cobranca pelo correio, accresce o premio co vale. À ------------- (] 20 réis. Annuncios na 4-:l pagina, contracto esp.cial. Os auto-

a tu !» , no-dia da pubiicação,,o réis * 16 — L A R G O D A M I S E R I C Ó R D I A — i 6 ' | l 8raphoL t° nlS ,,le: ? “em T ou pcEDITOR — Jose Augusto Saloio f| a l d k g a l l i x í a £ PROPRIETÁRIO — Jose Augusto Saloio

SEM A N A R IO E A G R ÍC O L A

e x p e d i e n t e

Acccit:ssK-se cosbb grati­dão qsaaes^Eaer EEoíielas « n e s e j a na «le i a B á c r e s s e paaMâí-o.

82" h o j e <í«se v a m o s ps*«- e e d e r á e o f c r a E f i d o s e ­g u n d o s e s n e s í a ^ e . c o n i i a - d a : jo sb*. B ^ l l i p p e da 11“ v a . e s p e r a n d o d o s s so s - sos b o n d o s o s a m i g o s o f a v o r d e s a t i s f a z e r e m a v e s p e e í 5 v a i ebb p o r í :t sa c i a sao aeío d e I I í c s s c r e a s i e n t r e g t i e s o s c o m p e t e s t - t e s r e c i b o s , o q u e asauilio a g a ^ a d e e e a a ao s .

AMOR DE FAMILIA

Na aurora dos tempos, ligou Deus a humanidade pelo nó instinctivo e provi­dencial, que vincula a na­tureza physica e moral dos sexos. A base e modelo de todas as sociedades é a fa­milia. A humanidade, em toda a sua extensão, é uma mesma familia, embalada no mesmo berço e filha do mesmo pae. A terra e o céo são o seu patriotismo commum, emquanto, vi- ctimado á paixão daquella, 0 homem se não desherda da propriedade celestial, que a redempção lhe gran- geou no reino eterno.

A mais hábil legislação éo »aquella que, dirigindo a grande familia constituída em nação, melhor soube deduzir a lei dos princípios que regem a familia indivi­dual e particular.

A palavra familia resu­me o complexo de virtudes sociaes e nobres instinctos, que engrandecem o homem e lhe dão ao espirito esses maravilhosos attributos, que a historia do christia­nismo nos faz admirar nos seus lances heroicos, na sua magestosa philosophia.

Os doces liames de fa­milia são a candura nas af- ieições, que não se esvaem com o tempo; são os sa­crifícios espontâneos, agra- daveis, que não cançam o coração do pae dedicado ao filho; é o affecto de mãe, ferverosa de ternura, que estabelece a extremosa so­

ciedade d’irmãos, fomen­tando o amor fraternal en­tre seus filhos.

A Providencia não deu aos homens mais dulciíi- cante vida que a dos laços de familia, se considerar­mos a humanidade no que ella tem de melhor, tempo­ral mente falando.

Esse sublime modelo, es­se formoso quadro de vir­tudes sociaes, devemol-o ao Evangelho. Sem elle a humanidade não compre- hendera o que ha ahi mais sublime em suas mutuas relações. Foi necessário a revelação evangelica para que o homem se levantas­se da sua ignorancia, abys- mo cavado pela culpa, tre­vas interpostas aos seus nobres instinctos e á gracaO >divina.

Na instituição da socie­dade, qual Genesis nol-o revela, se nos deparam os caracteres que constituem as leis eternas porque deve ser regida a familia huma­na durante a sua passagem na terra.

Deus creou o homem á sua imagem, e da substan­cia do homem formou-lhe a companheira da existen­cia.

A rasão de todos os do­gmas que constituem a pri­mitiva unidade da familia humana, acha-se inscripta nessa prodigiosa fecunda­ção, enlace mysterioso e nó indossoluvel, que santi­fica os vinculos conjugaes.

O pae do genero huma­no comprehendera o su­blime desse mysterio, quan­do exclamou: Os ex ossi- bus meis, el de caro de car­ne mêa.

O poder e a primazia, a intelligencia e a força são a prerogativa do pae, que, obrigado por seus mesmos privilégios, deve á familia a protecção, que reclamam as necessidades do corpo como alimento, e as do es­pirito como educação.

A soberania do amor e da brandura, os attributos da graça e da belleza, es­tes são a terna compensa­ção, que constituem a mãe um ente vigoroso e debil ao mesmo tempo: vigoro­so no império que tem com

seus conselhos, e ás vezes com suas lagrimas; debil pela sujeição em que vo­luntariamente se dá aos preceitos do marido, re­nunciando, sem reserva, os direitos que pela sua intel­ligencia poderia exercitar na intelligencia de seus li- lhos, entregues á conquista das posições sociaes.

O amor de mãe é o raio mais ardente que se irradia daquelle fóco de amor de familia. Ao seu calor leve­dam-se no coração do filho sentimentos brandos, que não soubera a meiguice de um pae lá germinai-os. As lagrimas são raras no ho­mem, e essas poucas, si­muladas pelos atlèctos do coração e pelas paixões vio­lentas da alma, não seriam bom exemplo para filhos. Mas a mulher, anjo das la­grimas, quando o é da sen­sibilidade, essa chora sem­pre, e faz chorar os que a contemplam com os olhos innocentes e vendados ain­da para as impurezas que endurecem o coração e atrophiam a sensibilidade. Não estão nesta lastimavel situação seus filhos, que aprendem o melindre, a meiguice, os sentimentos ternos, na ternura de sua mãe, no mimo daquellas sensações e na meiguice que aformoseia suas lagri­mas. E de todo este com­plexo de alegrias e triste­zas modesticas, gera-se o fogo que alimenta a luz pe- renne no altar do amor.

A palavra familia sym­bolisa a suprema das ven­turas mundanas, o sacra rio mysterioso onde se divini- sam as grandes virtudes, que depois se apresentam á luz da publicidade, no commercio do mundo, para serem admiradas.

O C A R N A V A LEM ALDEGALLEGA

Não foi o que podia ser devido o tempo o não per- mittir, pois a boa vontade, paciência e gosto de gran­de numero de individuos

|desta terra, mostrou-nos Ique mais urna vez, o car- | naval, seria bastante ani­

mado como é de costume em todos os annos que o máu tempo se esquece de todos aquelles a quem os pós e a agua servem de go- so, e lhes dão prazer.

No domingo tivemos o gosto de ver algumas mas­caras que agradaram, não só pelos engraçados trajos, como pelas suas represen­tações mimicas. Na rua do Caes, emquanto um indi­víduo, com um cartucho de papelão, ladrava ás per­nas dos transeuntes, (diga- mol-o em abono da verda­de : parecia mesmo um cão) dois pediam dinheiro para a compra duma bomba, que, segundo diziam, devia ser descommunal. Effecti- vamente a bomba não dei­xou de ser uma boa idéa para estes mágicos conso­larem os papinhos de bifes.

— Eram do assêm?Na segunda-feira, ape­

nas algumas Irongas sem piléria, e isto pretexto para fazer galanteios ao form o­so deus Baccho.

Podéra! elle é tão bom! e a 3o réis o litro! Dizem os bêbedos: «Quem não gosta de vinho não adora a Deus».

— E é uma verdade.Na terça-feira, apesar de

chover todo o dia, ainda sahiram alguns carros lin­damente enfeitados, e pu­xados por boas parelhas.

No Novo Club e Socie­dade Phylannonica /.° de Dezembro, realisaram-se, conforme noticiámos no ul­timo numero d’0 Domin­go, os bailes de mascaras, no domingo e terça-feira, que se sustentaram bastan­te animados, em ambas as noites, dançando-se até de madrugada.

LISBOA

Poeira e lama... eis em que consistiu o carnaval por toda a Lisboa.

Resuscitaram-se este an­no os cartuchos de pós que estavam prohibidos ha tem­po e por esse facto em to­das as ruas era um tiroteio aguerrido desses projectis que atirados desalmada­mente, quasi sempre com a força de um alentado car­regador da alfandega, iam

offender os transeuntes, obrigando até alguns a ir curar-se ás pharmacias, em risco de ficarem cegos. Pa­ra amostra de graça e de espirito, não fomos mal.

Mascaras... poucas e to­das ellas sensaboronas, sem a mais pequena coisa que as recommendasse... o cos­tumado pretexto para pe­dir esmola disfarçada com toques e cantigas de fado, com versos feitos a mar- tello, onde a metrificação soífria tractos de polé.

Em summa, o carnaval deste anno foi mais um pretexto para se pôr em relevo a brutalidade e a má creação indigena, que, va­mos com Deus, n este pon­to pode pôr-se a par dos Pelles Vermelhas ou dos hottentotes.

Onde houve mais ani­mação foi nos bailes. Dan­çou-se com enthusiasmo até pela manhã, arranjou- se intrigas, fizeram-se con­quistas, esqueceram-se, emfim, por momentos, as maguas e os revezes da vida.

E todos esses mascara­dos, faltos de gosto e de espirito, quando acordam na quarta-feira de Cinza, moidos de cansaço, pelas tropelias que fizeram por essas ruas, correndo e sal­tando como doidos, excla­mam com uma satisfação intima:

«Muito me diverti este anno!»

Que Deus os receba na reino dos céos!

. SAMOUCO

Como éra de esperar, correu animadíssimo o en­trudo neste apprazivel lo­gar. A chuva não impediu que sahissem mascaras até quarta-feira de Cinza. Ver­dadeiros devotos do santo* Entrudo!

Alguns individuos de Al­degallega, foram alli aos bailes do Club e da antiga casa da Sociedade, exhibir imitações burlescas, des­pertando geral gargalhada.

Bons cómicas!:A L C O C H E T E

N’esta importante villa o carnaval decorreu, desani-

2 O D O M I N G O

madissimo em consequen- cia da muita chuva, não tendo apparecido, sequer, uma unica mascara de gos­to. Não houve bailes.

No dia 8 do corrente, o menor Francisco de Sá, na­tural daquella villa, acha­va-se pescando de dentro duma falua, que estava amarrada á ponte-caes. O infeliz rapaz passado algum tempo resolveu sahir do barco e, dando um salto para a ponte, não poude alcançal-a cahindo ao mar. Como não soubesse nadar, e não tivesse alli quem lhe acudisse, o desditoso rapaz momentos depois deixava- se roubar por uma das mor­tes mais afflictivas.

Francisco de Sá, seguia a profissão de barbeiro, e tinha approximadamente quinze annos.

LUZ ELECTRICA

Já foi apresentado na Camara dos Deputados, pelo ex.n’° sr. Pereira Lima, um dos deputados por es­te circulo, o projecto de lei para a isenção do pa­gamento de direitos de to­do o material a importar para a installação da luz electrica, para o forneci­mento da illuminação pu­blica e particular desta villa.

A ggressão

Queixou-se na adminis­tração d’este concelho, Ma­nuel Pereira, sapateiro, morador no sitio denomi­nado Boroega, freguezia de S. Jorge de Sarilhos Grandes deste concelho, de que no dia 11 do cor­rente, pelas 9 horas da noi­te e no referido sitio, João Carraça e Joaquim Brinca, trabalhadores e moradores no sitio denominado Chão Duro, o offenderam corpo- ralmente com um chapéo de chuva e dentadas, do que resultou ficar bastante maguado e ferido.

E x p o siçã o de aves

O máu estado de tempo não tem permittido que se faça a abertura desta ex­posição, ficando, por este motivo, transferida para quando o tempo o consen­tir.

Aos srs. expositores, a quem, por qualquer moti­vo, não tenha sido entre­gue o aviso de adiamento e depois a indicação defini­tiva da inauguração, sir­vam-lhes de regulamento as noticias dos periodicos, pedindo-lhes a direcção desculpa de qualquer irre­gularidade que possa ha­ver.

E ’ h o je qu e vam os p ro ­ced er á cobrança «lo se ­gu n d o sem estr e , confia­da ao sr . F iiip p c da ftsil- va, esp eran d o d o s n o s ­so s b o n d o so s am igos o fa v o r de sa tis fa zerem a resp ec tiv a im p ortân cia no acto de lh e s serem en treg u es o s cosnpctcn- te s rec ib o s , o q u e m u ito agrad ecem os.

De visita a suas familias, chegaram a esta terra no dia 9 do presente mez o ex.'"° sr. José dos Santos Oliveiro, mui digno e intel- ligente alferes de infanteria n.° n , (Setúbal) e sua es­posa, a ex."Kl sr.a D. Firmi- na Rita dos Santos Olivei­ra.

Retiraram no dia 13 para sua casa, em Setúbal.

Que tivessem um feliz regresso.

C O F R E P B P É R O L A S

A L T I V A . . .E uma costureira, uma creança pobre...E ' muito nova, e... uns quinze annos talvez... Mas tem no seu andar um não sei quê de nobre... No porte magestoso energica altivez.{Eu vejo-a de manhã... se junto de mim passa, Sinto em todo o meu ser um prolongado abalo... E uma caslellã da mais antiga raça Que dispensa um olhar ao infimo vassallo.Dezembro de 1897.

JOAQUIM DOS ANJOS.

A M I N H A A M A N T E(IN É D ITO )

E u tinha por amante uma varina, mulher que não me deixa nem me larga; de que eu gosto p ia pose genuina, porque olha para mim de mão na ilharga.

Ao pé delia qualquer outra mais fina, palestrando comigo não se alarga; senão a minha — que é uma ladina, põe no chão a canastra e a vo? lhe embarga.

E eu que a tenho na conta dum peixão, por isso que é nutrida e bem formada, e não uma cachopa dc algodão...

custa-me a lide em que ella asafamada, fa\ ouvir dia a dia — o seu pregão:« Quem compra as ricas postas de pescada».

AN TO N IO JOSÉ I-IENRIQ UES.

P E N S A M E N T O SUma superstição dura mais que uma religião.— Theo-

philo Gautier.•— Iía corações com que se podiam talhar diaman­

tes.— E Wertheimér.— A opinião publica é muitas ve~es o laço mais forte

da união conjugal.— E. Wertheimer.

€9 TemporaB

Tem chovido torrencial­mente, noite e dia, tornan­do-se impossível andar na rua, não só pela abundancia dagua que invadia as ruas, como tambem pelo vento fortíssimo que, ou nos im­pedia a jornada ou nos fa­zia corrrer sem vontade.

Na sexta-feira, trovejou. Hontem, um dia explendi- do, primaveril. Já fazia lem­brar as hortas.

A N E C D O T A S

Um janota desses que param ás esquinas com provi­são de graças e amabilidades para as damas, vendo pas­sar unia menos mal conservada, fe^-lhe presente do ine­vitável epilheto de bonita.

— Sinto não poder di\er outro tanto, respondeu ella ao amavel cavalheiro.

Elle sem se desconcertar, e no mesmo tom, retrucou: --M inta como eu.

Um velhote conquistador:— A menina devia corresponder ao seu amor.— Porquê? não me dirá?— Porque o homem e a mulher foram criados para

se estimarem um ao outro.— Sim? porque não vae então procurar minha avó?

ANTONIO FRANCISCO MOREIRA DE SA’

Tem passado bastante incommodado de saude, este nosso excellente ami­go, phrenetico companhei­ro de redacção.

Ao nosso tão leal quan­to valioso amigo, estima­mos o mais rapido e com­pleto restabelecimento.

C rise v in ico la

Esta-se notando grande descontentamento nos vi­ticultores de Aldegallega para a futura colheita.

Se Aldegallega tiver a infelicidade de mais um ou dois annos como o presen­te, ai dos desgraçados que tudo produzem! esses é que spffrerão todo o casti­go, a miséria, a fome. De­pois serão incitados, para vingarem aquelles que sem escrupulos se conservaram tranquillos sem preverem essa tristeza que se des- offusca.

Que miséria!O povo dorme... o go­

verno gosa...Triste situação é a nossa!

LITTERATURA

O p in to r de W cim a r

— Sim, senhora, ha dez annos que os meus pés não pisam a entrada da casa paterna.

«Tinha quinze annos quando a deixei; desde en- :ão tenho vagado pela Ita- lia e Allemanha, não me achando bem em parte al­guma, inquieto, infeliz e preoccupado com a minha arte, que eslá bem longe de me satisfazer. O ideal nas artes e nas affeições tornou-se meu inimigo, constantemente me perse­gue e atormenta. Deseja­ria criar uma obra immor- tal, primorosa, sublime, e esforço-me em vão por conseguil-o. Quando aca­bo um quadro, todos ao principio o admiram; e eu, vendo-lhe pouco a pouco

3 i FOLHETIM

Traducçáo de J. DOS ANJOS

A ULTIMA CRUZADAX X X V I

— Pode explicar-me, disse ella por­que se introduz assim em minha casa, como um ladrão?

Esta palavra, que ella frisara muito, flagellou Taillemaure como uma bo­fetada.

Comtudo conteve-se e. se náo fos­sem as pupillas, rrdendo em febre, que luziam, e a chaga sangrenta dos

labios que mordia, poderiam julgar que estava morto.

— Preciso falar-lhe e que me ouça sem colera, disse elle lentamente. Ju­ro-lhe que. antes de bater á sua por­ta, antes de implorar o seu perdão, andei mendigando por toda Paris, baixei-me a pessoas a que 11 ha oito dias não terias cumprimentado na rua, importunei todo^ 03 meus ami­gos com pedido s... Mas quando es­tamos cahidos, ninguém nos conhece, ninguém nos estende mão valedou- r a . . . E agora não espero senão em si. Só a senhora pode impedir que os seus filhos sejam mandados ao tribu­nal como falsarios!...

A voz desorientada de Taillemaure custava a ouvir.

O fn al das phrases apagava-se n'um estertor inintelligivel.

A criada enxugava os olhos, silen­ciosamente.

A princeza tossia com ar ironico, e tomava de quando uma pitada.

Nem s quer lhe offereceu uma ca­deira e durante alguns instantes pa­receu hesitar em responder, como e quizésse saborear aquella horrivel

angustia.— Realmente, di ,se a fina! erguen­

do a cabeça, o meu querido filho ima ginou que viria enternecer-me com as suas choradeiras? De mais a mais o seu formoso Credito Continent: 1 fez- me perder sessenta mil fra m o s... E é a mim que vem pedir esmola!

Elle balbuciou palavras sem nexo.— O que tinha a fazer era vigiar

sua mulher, continuou a prinoeza. F. o dever de todos os m arid os!...

Agora soffra as consequencias da sua tolice .. Pela minha parte, declaro- lhe pela ultima vez, não pagarei um «sou», nunca reconhecerei a minha assignatura falsificada!

— Mas p o d e ...— Sim, sim, para recomeçar a mes­

ma farça d’aqui a um mez, para me roubarem assim, a pouco e pouco, o resto que possuo. Apesar de velha, a pri ce^a de Champaubert não será tão tola como isso!

Taillemaure cambaleou e, na su­prema angustia, arrastou-se de joe lhos pelo sobrado, dirigindo suppli- cas desesperadas á velha avarenta.

Mas. fria, impassível, a princeza obstinava-se na sua resposta lacónica e má.

— Não, não pagarei n a d a !... Se j forem conden.nados melhor para vo- ‘

rês, porque o merecem bem ?...

O marquez comprehendeu então que debalde exgotava as forças n’a- quella lueta inútil. Levantou-se e, tão desprezado agora como tinha sido humilde e curvado, medindo a velha bem de cara, altivo como um justi­ceiro, exclamou:

— A senhora é uma miserável!

E na escada ouviu-a rir ás garga­lhadas", com o riso agudo de uma ra­pariga endiabrada que tivesse prega­do uma peça a alguem ...

X X X V II

Era no fim de um dia chuvoso; a noite ia escoreccndo a pouco e pou­co o aposento.

iC on tn ua) .

muitos defeitos, denun­cio-os; penso depois em c o r r i g ' i l - o s , mas meditando muito para isso, os meus rivaes no entanto traba­lham, intrigam, alcançam a vantagem sòbre mim. Então irrito-me, indigno- me de uma injustiça, como se isto não fosse natural nos homens. Só uma affei- ção profunda e intensa se­ria capaz de me consolar; procuro-a, e não a encon-

' trando, torno a entrar na solidão que sinto em torno de mim, no meio da socie­dade».

O mancebo que assim falava, dava o braço a uma senhora edosa.

Era alto, longos cabellos cahiam sobre um dos lados da sua larga testa. Tinha a cabeça descoberta para go­zar do fresco agradavel de uma noite deliciosa depois de um bello dia de verão: o seu rosto parecia abati­do, estava pallido, nelle se divisivam algumas rugas; mas comtudo seus olhos eram scintillantes, e paten­teavam a chamma interior que o devorava.

A senhora apoiava-se com força sobre o seu bra­ço, e parecia interessar-se nas suas palavras.

Perto delle vinha, silen­ciosa, uma senhora moça de uma grande belleza. A sua estatura esbelta e ele­gante se desenhava pura e admiravel em todas as suas proporções, e cada um dos seus movimentos revelava uma nova graça.

Um esculptor teria talvez achado algumas incorre­cções em seu rosto, que nada tinham daqueile mo­delo antigo que a medio­cridade dos pintores e es- culptores vulgares repro­duz incessantemente; maso todo harmonioso de suas feições, o encanto de suas fórmas sobre as quaes os olhos se esparziam com delicias, sua physionomia mobil e galante; uma alma terna, occulta debaixo de timidos exteriores; um olhar meigo e affavel, a tornavam um ente encan­tador, sobrenatural.

Ella caminhava com a cabeça algum tanto incli­nada.

Muito ao longe atraz d elles vinha uma pesada diligencia, pela qual os ca- vallos puchavam num ca­minho escabroso; donde se descobriam as bellas pla­nícies da Saxonia cobertas de collinas, e a immensida­de de uma paisagem orna­da de ruinas, de uma ver­dura de setembro, e dos reflexos obliquos do sol que se escondia entre dois montões de nuvens aver­melhadas.

— Sois bem digno de

lastima, lhe respondeu a senhora de edade.

A moça abaixou o seu véo fracamente agitado pe­la viração.

— Acontece muitas ve­zes eu encerrar-me no meu quarto mezes inteiros, e vi­ver com as feições do meu pincél; alli ao menos sou feliz, porque me rodeio de entes conformes com o meu coração, sou amado do mesmo modo que amo! No publico sou tão affe- ctuoso! é tão facil fazer-me soffrer com uma palavra cruel, que na verdade cus­ta-me a crer que haja quem entenda com um homem tão moderado como eu sou.

(Continua)

A G R I C U L T U R A

Capadtara «la fflor «las a r v o r es fr u c tlfer a s .

A capadura da flor das arvores fruetiferas tem si­do recommendada como auxiliar da fecundação da flor e desenvolvimento do frueto.

Este meio é pouco conhe­cido e pouco usado; é esse motivo que nos leva a men­cionar aqui algumas expe- riencias comparativas, que depõem bastante em seu fa­vor, feitas ha uns annos pa­ra cá por varios agriculto­res.

Numa contra latada, ou corrimão de pereiras Beur- ré-Clairgeau, applicou-se o systema da capadura da flor aos primeiros indiví­duos do renque, isto é, cor­tou-se com as unhas, ou á thesoura, o grupo de flores que sobresahe no centro de cada ramalhete floral. Foi ahi que nasceram os fruetos mais volumosos.

A’s arvores que se se­guiam no mesmo alinha­mento fez-se uma opera­ção contraria: supprimi ram-se-lhes as flores de ao contrario de cada rama­lhete, conservando as do meio. Foi ahi que se deram as peras mais pequenas

Finalmente a producção foi variável nas ultimas pe reiras da mesma linha, e por conseguinte situadas em condições eguaes.

Uma macieira reinetta branca, podada em forma de cordão horizontal bila­teral, que foi sujeita á mes ma experiencia, capando se a flor do meio num dos braços somente, produziu nesse logar uma duzia de maçãs ao passo que o ou­tro ramo não deu um só frueto, apesar de ter egua“ 1 oflorescencia.

Intentámos applicar este systema á vinha por ter no­tado que a extremidade do cacho florescia mais tard

do que o resto, e que álém efisso em Thomery corta­vam esta sumidade quan­do o bago começava a ama­durecer; nós supprimi- mol-a na occasião da flo­rescencia.

Cepas da especie Chas- se-las-Coulard, que foram sujeitas a esta operação, produziram cachos mais grados e bellos. Seria este um excellente meio para oppôr á ressicação de cer­tos vidonhos.

Recommendamol-a qua- si tanto como a incisão an- nular que, praticada na épocha da florescencia, e por baixo do cacho, apre­senta a maturação e faz desenvolver mais as uvas, qualidades estas bem pre­ciosas na estação das vin­dimas.

A incisão annular das cepas velhas tem-nos da­do resultados magníficos A vara comprida, tendo- se-lhe feito a incisão na base, fructifica melhor, ao passo que o sarmento de substituição ou reserva, podado curto, se desenvol­ve mais.

Em summa, estes dois processos são simples, de facil execução e não can- çam as plantas. E’ trabalho que poderia ser feito con­venientemente por mulhe­res ou creanças.

Conhecemos mais de uma operação de cultura que custa sacrifícios e não offerece as mesmas vanta­gens. Vingarem os fruetos em maior numero, terem um volume relativamente superior, e amadurecerem mais cedo, são já hoje títu­los incontestáveis, e que bem merecem que lhes dis­pensemos um instante a nossa attenção.

O DOMI NGO

A N N U N C I O

- § < 3 3 S > € -

S o ía dos p reços c o rre n ­tes bbo naereado de ILeá- r ia , aios alias © e :! 1 de F evere iro .

Por medida de 14 litros, os seguintes generos:

Feijão branco, 860; feijão encarnado, 860; feijão ama- rello, 880; feijão frade, 5eo; grão, 700; trigo rijo, 620; trigo molle, 700; Aveia, 320; Cevada, 35o; Fava, 540; milho branco, 55o e milho amarello, 53o réis.

Batata, ( 15 kilos) 420 réis.

ANNUNCIOS

|i .11 n r ri i i i i l / L l I n L ,d U.

1)1) RIBATEJO( S .* a?cs5ílieiçriíí)

Pelo juizo de direito da comarca de Aldeia Galie­ga, e cartorio do escrivão Silva Coelho, no inventa­rio orphanologico a que se procedeu por obito de D. Umbelina Rosa da Veiga, viuva, moradora que foi nesta villa; foi por senten­ça de 4 do corrente mez, deferida a curadoria pro- visoria dos bens do ausen­te Francisco da Veiga Sar- gedas, a seu primo e cu­nhado Manuel da Costa Veiga Junior, que nos ter­mos do artigo 686 do Có­digo Processo, prestará a caução exigida 110 artigo 58, do Codigo Civil.

Aldeia Galiega do Riba­tejo 6 de fevereiro de 1902.

o E S C R IV Ã O

Antonio Augusto da SilvaCoelho.

Verifiquei a exactidão.

O JU IZ D E D IR E IT O

N. Souto.

A N N U N C I O

H l l l C l DE ALDEGALLEGA 1)0 RIBATEJO

(B .a PsiM icação)

Continua a haver na hor­ta do Bessa, na rua do Po­ço desta villa, eucalyplos em va^os, capares de ser transplantados na presentees taça o.

Pelo juizo de direito da comarca de Aldeia Galie­ga do Ribatejo, e cartorio do escrivão Silva Coelho, correm editos de trinta dias, citando os herdeiros Manuel dos Santos Ro- mião e mulher Sebastiana de Miranda, ausentes em parte incerta nos Estados Unidos do Brazil, para fa­larem e assistirem a todos os termos, até final, do in­ventario orphanologico, a que se procede por obito de seu pae e sogro, Anto­nio dos Santos Romião, morador que foi no sitio da Barra Cheia, freguezia de Alhos Vedros, no qual é cabeça de casal a sua viuva Maria de Miranda, e n’el!e deduzirem os seus direitos, sob pena de reve lia.

Aldeia Galiega do Riba­tejo, 5 de fevereiro de 1902.

o E S C R IV Ã O

Antonio Augusto da Silva Coelho.

V e r fiquei a exectidão.

O JUIZ D E D IR E IT ■

A . Souto.

• M 0 B í S T À

Especialidade cm corte e execução de Vestidos, Casa­cos e Capas, para senhoras e meninas. Dá licções de córlc. — Rua de José Maria dos Santos, n.° 115 , 1.°

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M A P P A S D E P O R T U ­G A L

Ha para vender mappas de Portugal, não coloridos, ao preço de 60 réis cada um.

Ha para vender collec- çÕes de jornaes, taes como: Seculo, Pimpão, Parodia, Supplemento ao Seculo, e outros; assim como livros

j antigos de diversos idio­mas.

Nesta redaccão se.trata.

O D 01V1 i N G O

A N T I G A M E R C E A R I A RO P O V ODK

D O M I N G «aO A N T O N I O S A L O5 ’e ste e s t a b e lc e lm e a ío e u c » s ír a - s e á v e a d a p c ío s p re ç o s su a is c o a v i-

d a t iv o s . n k i v a r ia d o s o r t im e n t o «le g é n e ro s p r o p r io s «lo s e a ra a so d c coin- m c r c lo . o fffcre ecm lo p o r Is s o as m a io re s g a ra n tia s aos segas c s t ln s a v c is ffre- g n e z e s c ao r e s p e it á v e l p ss lílico .

R U A D O C A E S — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

DO POVOA L D E G A L L E G A D O R I B A T E J O _

Grande estabelecimento de fazendas por preços limitadíssimos, pois que vende todos os seus artigos pelos preços das principaes casas de Lisboa, e alguns

A I N D A M A I S B A R A T O SGrande collecção dartigos de Retroseiro.Bom sortimento dartigos de F A N Q U E IR O .Setins pretos e de cor par aforros de fatos para homem, assim como todos os

accessorios para os mesmos.Esta casa abriu uma SECCÃO ESPECIAL que muito util é aos habitantes

desta villa, e que «^C O M P R A EM L IS B O A de todos e quaesquer artigos ainda mesmo os que não são do seu ramo de negocio; garantindo o selo na escolha, e o preço porque vendem a retalho as primeiras casas da capital.

B O A C O L L E C Ç Ã O de meias pretas para senhora e piuguinhas para crean­ças de todas as edades.

A CO R PRETA D’ESTE ARTIG O É GARANTIDA A divisa desta casa <! GANHAR POUCO PARA VENDER MUITO.

JOAO BENTO & NUNES DE CARVALHO88, R. DIREITA, 90 - 2 , R. DO CONDE, 2

D E P O S I T OD E

VINHOS, VINAGRES E AGUARDENTESE F A B R I C A D E L I C O R E S

GRANDE. DEPOSITO Di ACREDITADA FABRICA DE

JANSEN & C. - LISBOADK

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C E R V E J A S , G A Z O Z A S , P I R O L I T O SVENDIDOS PELO PRECO DA FABRICA

— L U C A S & C/ —L A R G O D A C A L D E IR A — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

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fores machinas SINGER para coser.

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Envia catalogos a quem os desejar, yo, rua do Rato, yo — Alcochete.

NOVA S A L C H I C H A R I ADE

A N T O N I O J O A Q U I M R E L O G I O

€> p r o p r ie t á r io d ’este estaltelceiaa&enío peosnette t e r s e síip re fr e s c o s , e «le p r im e ir a q u a lid a d e totlos o s g e n e ro s q u e d lz e sn r e s p e it o a s a lc M c iia r ia .

PRECOS AO ALCANCE DE TODOS!o ■ <o>——S=3SS>3-—6»----------

L A R G O D A E G R E J A — A L D E G A L L E G A

MERCEARIA ALDEGALLENSEDE

Jo sé A n ton io N u n es

Neste estabelecimento encontra-se d venda pelos preços mais convidativos, um variado e amplo sortimento de generos proprios do seu ramo de commercio, podendo por isso ojferecer as maiores garantias aos seus estimá­veis fregueses e ao respeitável publico em geral.

Visite pois o publico esta casa.

1 9 — L A R G - O X 3 - A . B G S E J A - i J - A

A l d e g a l l e g a «lo f & ib a t e jo

H A V A N E Z A D A P R A Ç A12:0008000 DE RÉIS

Setima loteria do anno em 21 de fevereiro de 1902

Encontra-se, dos principies cambistas, n'esta casa grande sortimento de bilhetes, meios bilhetes, quartos de bilhete, décimos, vigésimos e cautellas de todos os preços.

l is t a casa é a snaâs f e l iz aso g e n e ro !

I A A fmw ANTONIO RIBEIROPRAÇA SERIJA PINTO — ALDEGALLEGA