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DRA. MARIA AUXILIADORA MOTTA BARRETO IDENTIDADE

Identidade

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D R A . M A R I A A U X I L I A D O R A M O T T A B A R R E T O

IDENTIDADE

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A partir do momento que vemos uma pessoa, já começamos a conhecê-la: sexo (homem ou mulher), faixa etária (criança, jovem, adulto), etnia, além de alguns “detalhes”: modo de se vestir, piercings, tatoo etc

Conhecer o outro é querer saber quem ele é.

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Para compreender esse processo de produção do sujeito, que lhe permite apresentar-se ao mundo e reconhecer-se como alguém único, a Psicologia construiu o conceito de identidade.

Carlos R. Brandão, antropólogo e educador =

a identidade explica o sentimento pessoal e a consciência da posse de um eu, de uma realidade individual que torna cada um de nós um sujeito único diante de outros eus

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é em relação a um outro — diferente de nós — que nos constituímos e nos reconhecemos como sujeito único.

Identificação e identidade: dois conceitos que, muitas vezes, são usados como sinônimos, mas se referem a processos bastante diferentes.

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identidade agrupa várias idéias: a noção de permanência,

manutenção de pontos de referência que não mudam com o passar do tempo, como o nome de uma pessoa, suas relações de parentesco, sua nacionalidade. (André Green)

delimitação que permite a distinção de uma unidade

relação com os outros, propiciando o reconhecimento de si.

Entretanto, tais propriedades — constância, unidade e reconhecimento — descrevem um determinado momento da identidade de alguém, mas não são capazes de acompanhar o processo de sua produção e de sua transformação.

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O outro

Várias correntes da Psicologia ensinam que o reconhecimento do eu se dá no momento em que aprendemos a nos diferenciar do outro Passo a ser alguém quando descubro o outro

a falta de tal reconhecimento não permitiria saber quem a pessoa é não teria elementos de comparação que permitissem ao meu eu destacar-se dos outros eus.

a identidade depende da diferenciação em relação ao outro.

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O outro – a mãe

O primeiro “outro” importante é a mãe - o bebê vai se diferenciando, aprendendo que não é uma extensão dela

olhar da mãe sobre o bebê vai dando a ele o seu valor como pessoa importância das primeiras relações na vida de todas as pessoas.

No processo de diferenciação, a criança começa a escolher outras pessoas como objeto de identificação, isto é, pessoas significativas que funcionam como modelo em relação

ao qual o sujeito vai se apropriando de algumas características

através do processo de identificação vai se formando a identidade (homem, mulher, profissional...)

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Identidade

a identidade é mutável, em permanente transformação.

Mudanças x estabilidade: você deixou de ser filho único, não é mais o primeiro aluno da classe; você descobriu que pensa diferente de seus pais em muitas coisas e se deu conta que seu corpo mudou muito etc

A identidade é um processo em permanente movimento, mas mantém características essenciais

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a identidade é um processo de construção permanente, em contínua transformação

há situações em que esse processo de mudança contínuo ocorre de modo intenso, confuso e, muitas vezes, angustiante e doloroso.

crise de identidade.

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Crise de identidade

São períodos da vida em que a pessoa procura, com maior ou menor grau de consciência dessa crise, redefinir ou ratificar seu modo de ser e estar no mundo... sua identidade: para si e para os outros.

Ex: a adolescência grandes mudanças ocorrem em todos os níveis: o corpo transforma-se, o

funcionamento bioquímico altera-se, a capacidade intelectual realiza-se com maior flexibilidade — a capacidade de operar com abstrações, de pensar sobre o pensamento

os interesses mudam; o mundo não se restringe ao universo familiar e escolar, e os grupos de pertencimento passam a ter outras expectativas de conduta sobre o adolescente, como a autonomia, o saber cuidar de si

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Embora marcada por intensa “turbulência interna”, a crise pode significar — e, na maioria das vezes, o é — um período de “confusão” criadora

Às mudanças do corpo, na adolescência, correspondem mudanças em sua subjetividade. “O novo corpo é habitado por uma nova mente”

E produz-se alguém novo, com rupturas mais ou menos intensas com a sua história pregressa mas que, sem dúvida, estará inscrita na sua biografia e, portanto, será constitutivo de sua identidade tudo o que já viveu.

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existem outras crises que são construídas e produzidas pelo próprio indivíduo e/ou por circunstâncias sociais e biográficas: perda de emprego, meia idade, aposentadoria...

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O estigma revela que a sociedade tem dificuldade de lidar com o diferente

Prática “perpetuada”, ao longo das gerações, pela educação familiar, pela escola, pelos meios de comunicação de massa,

leva à construção de uma carreira moral para o indivíduo estigmatizado, isto é, sua identidade vai incorporar este atributo ao qual corresponde um valor social negativo. Um exemplo chocante e ilustrativo ocorreu na década de 90,

quando uma menina de seis anos foi proibida de freqüentar uma préescola e, expulsa de outra, por ser portadora do HIV.

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O estigma

refere-se a marcas — atributos sociais que um indivíduo, grupo ou povo carregam e cujo valor pode ser negativo ou pejorativo. egresso da prisão ou de instituição psiquiátrica; ser homossexual,

prostituta ou portador do vírus HIV

ser judeu na Alemanha nazista, ou negro na África do Sul durante o Apartheid

Estes são atributos facilmente reconhecíveis como carregados de um valor negativo para a maioria das pessoas e determinam, para o indivíduo, um destino de exclusão ou a perspectiva de reivindicação social pelo direito de ser bem tratado e ter oportunidades iguais.

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é importante prestar atenção a situações semelhantes ao processo de estigmatização que pode permear a vida cotidiana.

Exemplo: na escola, a professora que reiteradas vezes afirma que determinado aluno “tem dificuldades”, “é burro”, “cabeça-dura”, “difícil de aprender”, sem dúvida poderá ser uma experiência marcante para ele, que, se internalizar tais comentários, passará a ver a si próprio da forma como a professora o vê e diz ser, e este aluno, que não tem dificuldades, poderá realizar a profecia de fracasso pregada por ela.

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FINALIZANDO...

a aparência (que inclui o comportamento observável) é um ponto de partida para conhecer qualquer pessoa

Os atributos visíveis da identidade são sinais importantes para iniciar a longa trajetória de descoberta do outro, mas, não são suficientes.

Lembre-se: as aparências podem enganar ou... as pessoas estão em contínuo processo de mudança...