91
Presidente da Republica (em exerc1cio) Itamar Franco Ministro-Chefe da Secretaria de Planejamento, On;:amento e Coordenayao Paulo Roberto Haddad FUNDACAO INSTITUTO BRASIL1:JRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA - IBGE Presidente Eurico de Andrade Neves Borba Diretor de Planejamento e Coordenayao Djalma Galv80 Carneiro Pessoa ORGAOS TECNICOS SETORIAIS Diretoria de Pesquisas Tereza Cristina Nascimento Araujo Diretoria de Geoci€lncias Sergio Bruni Diretoria de Informatica Francisco Quental Centro de Documentayao e Disseminayao de Informayoes Nelson de Castro Senra UNIDADE RESPONSAvEL Diretoria de Geocielncias Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Ricardo Forim Lisboa Braga Este selo, que reproduz uma das pinturas do homem pre-hist6rico brasileiro, recem-descobertas pela arque610ga Maria Beltrfio (Museu Nacional) na Bahia, e uma homenagem do IBGE aos 500 anos do Descobrimento da America.

IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

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Page 1: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

Presidente da Republica (em exerc1cio)Itamar Franco

Ministro-Chefe da Secretaria de Planejamento, On;:amento e CoordenayaoPaulo Roberto Haddad

FUNDACAO INSTITUTOBRASIL1:JRO DE GEOGRAFIAE ESTATISTICA - IBGE

PresidenteEurico de Andrade Neves Borba

Diretor de Planejamento e CoordenayaoDjalma Galv80 Carneiro Pessoa

ORGAOS TECNICOS SETORIAIS

Diretoria de PesquisasTereza Cristina Nascimento Araujo

Diretoria de Geoci€lnciasSergio Bruni

Diretoria de InformaticaFrancisco Quental

Centro de Documentayao e Disseminayao de InformayoesNelson de Castro Senra

UNIDADE RESPONSAvEL

Diretoria de Geocielncias

Departamento de Recursos Naturais e Estudos AmbientaisRicardo Forim Lisboa Braga

Este selo, que reproduz uma das pinturas do homem pre-hist6ricobrasileiro, recem-descobertas pela arque610ga Maria Beltrfio (MuseuNacional) na Bahia, e uma homenagem do IBGE aos 500 anos do

~~~ Descobrimento da America.

Page 2: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

•.,'..... : "

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORCAMENTO E COORDENACAOFUNDACAO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEO~RAFIA E ESTATisTICA· IBGE

DIRETORIA DE GEOCIENCIASDEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAlS E ESTUDOS AMBIENTAIS

SERlE MANUAlS TECNICOS EM GEOCIENCIAS

Numero 1

Manual Tecnico daVegeta~ao Brasileira

Rio de Janeiro1992

Page 3: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

FUNDACAO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATfsTICA -IBGEAv. Franklin Roosevelt, 166· Centro - 20021·120 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil

ISSN 0103-9598 (serie)ISBN 85-240-0427-4

© IBGE

EQUIPE TECNICA

Organizal;ao

Sistema Fitogeognifioo

Hemique Pimenta Veloso

Inventario nas Forma~Oes Florestaise Campestres

Luiz Carlos de Oliveira Filho

Tecnicas e Manejo de Colt~~Oes

Botanicas

Angela Maria Studart daFonseca VazMarli Pires Morim de LimaRonaldo Marquete

Procedimentos para Mapeamento

Jose Eduardo Mathias Brazao

Colaboradores

Antonio Louren~o Rosa Rangel FilhoBraulio Ferreira Souza DiasGeraldo Carlos Pereira PintoHeliomar MagnagoJaime de Souza Pires Neves FilhoJoao Batista da Silva PereiraJorge Carlos Alves LimaLuiz Alberto Dambr6sPetronio Pires Furtado

Roberto Miguel KleinTarciso de S. FilgueirasWanderbilt Duarte BarrosZelia Lopes da Silva

EQUIPE EDITORIAL

Publica~ao edi torada e elaboradapelo Sistema de Editora~ao Eletronicana Divisao de Editora~ao eGrilfica - DEDIT/CDDI, emoutubro de 1992

Estrutural;ao EditorialAlz1ra Magalhaes CasemiroCarmen Heloisa Pessoa Costa

CopidesqueHelian Schmidt PereiraOnaldo Pedro Merisio

RevislioCristina C de Carvalho PinhoJose Luis NicolaKatia Domingos VieiraSueli Alves de AmorimUmberto Patrasso Filho

Edil<aoVanda Ribeiro dos Anjos

Diagramal;aoJose Augusto Barreiros SampaioRonaldo BainhaMaria Jose Sales Monteiro

CapaAldo Victorio FilholFernando PortugalDivisao de Comercializa~ao

DECOP/CDDI

ImpresslioDivisao de Grafica I Departamento de Edi­tora~iio e Gratica - DEDIT/CDDI

Manual tecnico da vegeta,ao brasileira / Fun­da,ao Instituto Brasileiro de Geografia e Es­tatistica, Departamento de Recursos Naturais eEstudos Ambientais -Rio de Janeiro: IBGE.199192 P - (Manuais tecoicos dc Gcocicncias,ISSN 0103-9598; n I)ISBN 85-240-0427-4I Fitogeografia - Brasil - Manuais, guias, etc 2Vegeta,ao - Classifica,ao - Brasil - Manuais,guias, etc 3 Mapeamento de vegeta,ao - Brasil- Manuais, guias, etc I IBGE Departamento deRecursos Naturais e Estudos AmbientaisIBGE CDDI Dep de Documenta,ao eBibliotecaRJ-IBGE/92-01 CDU 911 2:581 9(81)

Impresso no Brasil/Printed in Brazil

Page 4: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

SumariO

APRESENTA<;AO 7

SISTEMA FITOGEOGRAFICO 9

Conceitua~Oes 9

Classifica~iio das Fomlas de Vida 10

Chave de Classifica<,;iio das Formas de Vida 10

Terminologias 11

Sistema de Classilica~iio Fitogeogratica 12Sistema de Classifica<,;ao Fisionomico-Ecol6gica 12Sistema de Classifica<,;ao Flonstico 15Classifica~ao Fitossociol6gico-Bioecol6gica 15Fitossociologia 15Bioecologia 16

Sistema Primario 16Classifica~1io das Regi6es Fitoecol6gicas 16Floresta Ombr6fi1a Densa (Floresta Pluvial Tropical) 16Floresta Ombr6fila Densa Aluvial 17Floresta Ombr6fila Densa das Terras Baixas 18Floresta Ombr6fila Densa Submontana 18Floresta Ombr6fila Densa Montana 18Floresta Ombr6fila Densa Alto-Montana 18Floresta Ombr6fila Aberta (Facia~6es da Floresta

Densa) 19Floresta Ombr6fila Aberta das Terras Baixas 19Floresta Ombr6fila Aberta Submontana 19Floresta Ombr6fila Aberta Montana 20Floresta Ombr6fila Mista (Floresta de Araucaria) 20Floresta Ombr6fila Mista Aluvial 20Floresta Ombr6fila Mista Submontana 20Floresta Ombr6fila Mista Montana 21Floresta Ombr6fila Mista Alto-Montana 21Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Tropical

Subcaducif6lia) 21Floresta Estacional Semidecidual Aluvial 22Floresta Estacional Semidecidual das Terras Baixas 22Floresta Estacional Semidecidual Submontana 22Floresta Estacional Semidecidual Montana 22

Floresta Estacional Decidual (Floresta TropicalCaducif6lia) 23

Floresta Estacional Decidual Aluvial 23Floresta Estacional Decidual das Terras Baixas 23Floresta Estacional Decidual Submontana 23Floresta Estacional Decidual Montana 24Campinarana (Campinas) 25Campinarana Florestada 25Campinarana Arborizada 25Campinarana Gramfneo-Lenhosa 26Savana(Cerrado) 26Savana Florestada (Cerradao) 26Savana Arborizada (Campo-Cerrado) 26Savana Parque 27Savana Gramfneo-Lenhosa 27Savana-Estepica (Caatinga do Sertao Arido, Campos de

Roraima, Chaco Sul-Mato- Grossense e Parque deEspinilho da Barra do Rio Quaraf) 27

Savana-Estepica Florestada 28Savana-Estepica Arborizada 28Savana-Estepica Parque 28Savana-Estepica Grarnfneo-Lenhosa 29Estepe (Campos Gerais Plamilticos e Campanha

Gaucha) 29Estepe Arborizada 29Estepe Parque 30Estepe Gramfneo-Lenhosa 30Classifica~ao das Areas das Forma~6es Pioneiras 30Vegeta~ao com Influencia Marinha (Restingas) 31Vegeta~ao com Influencia Fluviomarinha (Manguezal e

Campo Salino) 31Vegeta~ao com Influencia Fluvial (Comunidades

Aluviais) 31Classifica~ao das Areas de Tensao Eco16gica (Vegeta~ao

de Transi~ao) 31Ec6tono (Mistura Flonstica entre Tipos de

Vegeta~ao) 32Encrave (Areas Disjuntas que se Contatam) 32Classifica~ao dos RefUgios Vegetacionais (Comunidades

Relfquias) 32

Page 5: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

Sistema Secundario 32Sucessao Natural 32Primeira Fase 33Segunda Fase 33Terceira Fase 33Quarta Fase 33Quinta Fase 33Agropecuaria 34Agricultura 34Pecuaria (Pastagem) 34Reflorestamento 34

Legenda do Sistema Fitogeografico nas EscalasExplorat6ria e Regional (l :250000 ate 1:1 000000) 34

INVENTARIO NAS FORMA<;OES FLORES­TAIS E CAMPESTRES 39

Conceitua~ao 39

Tipos de Invenmrio quanto ao Detalhamento 39Inventarios Florestais de Reconhedmento 39Inventarios Florestais de Semidetalhe 40Inventario Florestal de Pre-Explora<;ao Florestal 40

Tecnicas de Amostragem 40Amostragem Irrestrita ou Inteiramente Casua!izada 41Amostragem Restrita ou Estratificada 41Amostragem Sistematica 41Amostragem Seletiva 42Amostragem em Conglomerados 42Amostragem com Parcelas de Tamanho Variavel 43

Outros T6picos de um Invenmrio Florestal 43Eqiiidistiincia entre as Unidades de Amostra 43Erro de Amostragem 43Tamanho e Forma das Unidades de Amostra 43Distribui<;ao Espacia1 das Arvores de Especies

Quaisquer 44Tipos de Distribui<;ao Espadal 44Metodos para Detectar os Tipos de Distribui<;ao

Espada! 44Metodo dos "Quadrados" (Parcelas) 44Metodo das "Distancias" 44

Etapas de um Inventario Florestal 44Planejamento 44Necessidade de Realizar urn Invent,hio Florestal 45Defini<;ao dos Objetivos 45Defini<;ao do Parametro mais Importante a ser

Definido no Projeto de Invenillrio Florestal 45Execu<;ao 45Interpreta<;ao de Imagens 45Inventarios Florestais com Prop6sitos de Produ<;ao

de Madeira em uma Conjuntura Estatica 45Distribui<;ao das Unidades de Amostra e Precisao

Requerida 45Tamanho, Forma e Dimens5es das Unidades de

Amostra 46Localiza<;ao e Orienta<;ao das Unidades de Amostra 46Invenillrios Florestais com Prop6sitos de Produ<;ao de

Madeira e Aproveitamento da Biomassa Residual 46

4

Distribui<;ao das Unidades de Amostra e Intensidadede Amostragem 46

Dimens5es, Tamanho e Forma das Unidades deAmostra 46

Inventarios Florestais com Prop6sitos Extrativistas 47Trabalhos de Campo 48Altura 48Difimetro 48Distancia 48Nome Vulgar 49Sanidade Aparente 49Descri<;ao Sucinta da Vegeta<;ao 49Quantifica<;ao dos Residuos 50

Procedimentos Metodol6gicos para Levantamento doPotencial Lenhoso/ Arb6reo de Forma~Oes

Campestres 50Distribui<;ao das Unidades de Amostra 50Intensidade, Forma, Tamanho e Dimens5es das

Unidades de Amostra 50Localiza<;ao e Orienta<;ao das Unidades de Amostra naSavana (Cerrado) e na Savana-Estepica (Caatinga) 50Variaveis a serem obtidas na Savana (Cerrado) e

na Savana-Estcpica (Caatinga) 50Savana (Cerrado) 50Savana-Estepica (Caatinga) 50

Processamento de Dados 52

Resultados Esperados 52Detennina<;ao do Potencial de Madeira 52Detennina<;ao da Potencia1idade 53

Discussao dos Resultados 53

Considera~Oes Finais 53

TtCNICAS E MANEJO DE COLE<;OES BO­TANICAS SS

Conceitos Gerais 55

Metodologia para Coleta e Herboriza~ao 56Equipe de Campo 56Equipamentos de Coleta e Herboriza<;ao 56Utiliza<;ao do Equipamento de Campo 61Metodologia de Coleta Propriamente Dita 61Ficha de Coleta 61Numera<;ao das Amostras 61Regras Gerais 62Metodologia para Herboriza<;ao 62Prensagem 62Secagem 64

Temlinologia para Descri~aoda Planta de Campo 64Dados Relacionados aPlanta!Ambiente 64Freqiiencia da Especie em Rela<;ao ..10 Ponto da

Coleta 64Aspectos Gerais do Individuo Coletado 65Tipos Peculiares de Rafzes Adventfcias 65Aspectos Gerais do Tronco e dos Ramos 67Folhas, Flores e Frutos 67

Manual Tecnico da Vegetariio Brasileira

Page 6: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

Notas sobre Tecnicas Especificas de Coleta eHerboriza~lio 67

Pterid6fitas 67Palmeiras 68Gramfneas (Bambus) 69Bromeliaceas 69Lianas 69Plantas Herbaceas 70Plantas com Partes Volumosas 70

Herblirio 70Processamento das Cole~5es 70Etiquetagem 70Metodologia para Identifica~ao do Material Botiinico 71Identifica~1io para Atendimento a Projetos 73Montagem e Registro 74Incorpora~ao das Exsicatas 75Manuten~ao das Cole~6es 75Dinfunica de Herbario 75

Procedimentos para Mapeamento 77

Interpreta~o Preliminar 77

Integra"lio Preliminar 77

Opera"oes de Campo 77Caderneta de Campo 77

Reinterpreta~o 77

Mapa Final 77

Relat6rio 84

BIBLIOGRAFIA 89

Tabelas1- Esquema de Classifica~ao da Vegeta~ao Brasileira 362 - Carac,terfsticas da Vegeta~ao, do Terreno e seus Res­pectivos Indices 533 - Classes de Produtividade Obtidas da Tabela 2 54

FigurasI - Area florestal dividida em rede de unidades de amostrasde igual tamanho 412 - Area florestal dividida em rede de unidades de amos­tras. As parcelas pr6ximas as bordaduras sao de tamanhoe forma irregulares 413 - Floresta estratificada dividida em rede de unidades deamostras de igual tamanho 414 - Floresta estratificada dividida em rede de unidades deamostras. As parcelas proximas as bordaduras sao detamanho e forma irregulares 41

Manual Tecnico da Vegetariio Brasileira

5 - Amostragem sistematica em faixas. A floresta e deforma regular e as faixas de comprimento uniforme 426 - Amostragem sistematica em faixas. A floresta e deforma irregular e as faixas de comprimento variado 427 - Conglomerados com distribui~ao sistematica. Oslirnites dos estratos sao delirnitados durante os trabalhosde campo e podem dividir os elementos do conglome-rado 438 - Conglomerados distribuldos aleatoriamente. Numap6s-estratifica~ao os limites dos estratos podem dividiros elementos do conglomerado 439 - Efeitos da clareira sobre parcelas largas (a) e parcelasestreitas (b) 4610 - Tamanho, forma e dimens5es das parcelas (unidadesde amostras) recomendadas para inventarios florestais naAmazonia (escala 1:250000) 4711 - Esquema de amostragem usando 0 metodo doVizinho Mais Proximo - VMP 4712 - Medi~ao da altura comercial (Hc) e do diametro aaltura do peito (DAP) A altura do peito considerada e a1,30 m do solo 4813 - Sanidade do fuste 4914 - Classes de estruturas mais comuns nos indivlduosarb6reos da Savana-Estepica (Caatinga) Dc - difunetroda copa; Hc - altura da copa; Ht - altura total; Dl e D2 ­difunetro 5115 - Modelo de Ficha de Coleta 5716 - TIpos de Podao (a, b, c); Desplantador (d); PrensaAberta e Fechada (e) (a-d) retiradas de Fidalgo & Bononi(1984); (e) retirada de Mori et a1. (1985) 5917 - Equipamentos para Coleta de Material Arb6reo:Esporao (a); Cinturao de Seguran~a e Talabarte (b); Bota(c). Retirados de Fidalgo & Bononi (1984) 6018 - Numera~ao das amostras: Numero de Coleta doIndivlduo a (a); Numero de Coleta do Indivlduo b (b) 6219 -TIposdePrensagem: AmostraemN ou V (a); Amostracom Folhas Cortadas mostrando 0 vestigio do Pedolo (b);Folhas prensadas mostrando 0 lado ventral e 0 dorsal (c);Montagem de Planta Herbacea (d) 6320 - TIpos de Habito: Cespitosa (a); Decumbente (b);Escaposa (c); Prostrada (d); Trepadeira Voluvel (e) e comGavinha (t). Retirados de Mori et a1. (1985) 6621 - Aspecto geral de uma Pteridofita (a); Detalhe da Pinamostrando 0 Soro (b). Retirado de ArregUIn-Sanchez(1986) 6822 - Modelo de Etiqueta para os Herbarios do mGE 7123 - Materiais para Montagem de Exemplares no Her­bario: Envelope para fragmentos de amostra (a); Carnisapara Montagem (b); Saia para Montagem (c) 7424 - Exemplo da Representa~ao Cartografica doMapeamento da Vegeta~ao 83

5

Page 7: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

APRESENTA~Ao

Este manual enfeixa a experiencia adquirida pela equipe de vegeta~ao do IBGE, cujosestudos tiveram como principais inspiradores e orientadores incansaveis os professoresHenrique Pimenta Veloso e Edgard KuWmann. Em 1966, a lucida visao de HenriquePimenta Veloso possibilitou a publica~ao do Atlas Florestal do Brasil. Posteriormente, em1971, no Projeto RADAMBRASIL, foi 0 mentor que formulou as bases para a cria~ao doSistema Fitogeografico Brasileiro e 0 estabelecimento de uma Escola Fitogeografica.Neste mesmo perlodo Edgard Kuhlmann, notavel pesquisador, estabeleceu as linhasbasicas dos estudos da flora e da vegeta~ao quando da cria~aoda antiga Superintenden­cia de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE. Muito tambem se deve aosprofessores Roberto Miguel Klein e Geraldo Carlos Pereira Pinto que emprestaram seusnot6rios conhecimentos ao estudo da Vegeta~iio Brasileira. 0 primeiro, proficiente daflora do suI do Pais, foi curador do Herbario Barbosa Rodrigues, publicando inumerostrabalhos. 0 segundo, profundo conhecedor da flora do semi-arido nordestino, foi,tambem, professor da Escola de Agronomia de Cruz das Almas e urn dos fundadores doHerbario RADAMBRASIL, hoje existente na Divisiio de Geociencias da Bahia.

A publica~ao desta obra coincide com a retomada da prioridade conferida as quest6esarnbientais no ambito do IBGE. Neste contexto destacamos: 0 repensar do papel da Reservado Roncador, em Brasflia, transformando-a em Centro de Estudos Ambientais do Cerrado;a implanta~ao do Projeto de Dinarniza~ao dos Herbarios, no ambito da Diretoria deGeociencias; a elabora~ao do Diagn6stico Ambiental da Amazonia Legal; a implementa~aodos processos de Informatiza~ao das Informa~6es Ambientais e a constru~ao do Sistema deEstatlsticas Ambientais.

Estas a~6es s6 forarn realizadas devido a dedica~ao e a competencia de inumeros ibgeanosque nos precederam e que, por nao ser possivel nomina-los, prestamos a todos a devidahomenagem por intermedio dos ilustres professores citados nesta apresenta~iio.

r-.. .Eurico de Andrade Neves Borba

Presidente do mGE

Luciana
Highlight
Luciana
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Page 8: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

1 SISTEMA FITOGEOGRAF'ICO

Desde os tempos do grande filosofo alemao Em­manuel Kant (1724/1804) que 0 conceito de Geo­grafia Fisica vern mudando em sintonia com aevolu~ao das ciencias da Terra e do Cosmos. Naque­la epoca Kant adotou 0 termo "sistema" como sig­nificando urn conjunto de problemas ordenadossegundo alguns princfpios uniformes.

Foi, no entanto, com Alexandre F. von Humboldtno seu livro Ansichten der Natur (Aspectos da Na­tureza), publicado em 1808, que se iniciou a hist6riada modema Geografia Fisica. Ele foi aluno de Kant,que 0 incentivou no pensamento politico da liberda­de individual e no estudo da Geografia, podendo serassim considerado como 0 pai da fitogeografia, comseu artigo Physiognomik der Gewachese (Fisiono­mia dos Vegetais) publicado em 1806. Foi tambemHumboldt que em 1845/48 publicou a sua monu­mental obra Kosmus, ensaio de uma descri~ao ffsicado mundo, possibilitando aos naturalistas urn novoconhecimento da Geografia Fisica, inclusive da Bo­tfrnica.

ApOs Humboldt seguiram-se outros naturalistasque se destacaram no estudo da fitogeografia, taiscomo: Grisebach (1872) que pela primeira vez gru­pou as plantas por carater fisionomico definido,como floresta, campo e outros, designando-os como"forma~6es";Engler & Prantl (1877) que iniciarama modema classifica~ao sistematica das plantas;Drude (1889) que dividiu a Terra em zonas, regi6es,dominios e setores de acordo com os endemismosque apresentavam as plantas; e fmalmente Schimper(1903) que no inicio do seculo tentou, pela primeiravez, unificar as paisagens vegetais mundiais deacordo com as estruturas fisionomicas. Por estemotivo ele deve ser considerado como 0 criador damodema fitogeografia.

Seguem-se a esta apresenta~ao hist6rica da fito­geografia outros autores mais modemos que in­fluenciaram a classifica~ao aqui adotada~omo: Tansley & Chipp (1926), Gonzaga de Cam­pos (1926), Schimper & Faber (1935), Burtt-Davy(1938), Sampaio (1940), Trochain (1955), Aubre­ville (1956), Andrade-Lima (1966), Veloso(1966), Ellemberg & Mueller-Dombois (1965/6),UNESCO (1973), Rizzini (1979), Veloso & G6es­Filho (1982) e Eiten (1983).

Assim sendo, 0 presente manual para estudos fito­geograficos segue a linha da "Classifica~ao da Ve­geta~ao Brasileira, adaptada a urn Sistema

Universal" (Veloso et alii - datilografado), de ondeforam retirados a nomenclatura e os conceitos liga­dos 11 geografia botfulica.

1.1 Conceitua~oes

Neste item conceituam-se varios termos questio­naveis e discutem-se outras nomenclaturas usadasno levantamento da vegeta~ao que auxiliam sobre­maneira a fitogeografia.

Os conceitos populares de arvore, arvoreta, arbus­to, erva e cip6 ja indicavam empiricamente comocresciam as plantas. Foi, porem, Humboldt (1806)o primeiro naturalista a ensaiar conceitos cientificossobre as formas de vida das plantas, no seu trabalhoPhysiognomik der Gewachese (Fisionomia dos Ve­getais), diferenciando 16 formas significativas.Contudo foi Kerner (1863) que, baseado em Hum­boldt, tentou demonstrar a dependencia das formasde vida das plantas ao clima, simplificando as for­mas vegetais em 11 tipos, sem prende-los 11 sistema­tica que seguia caminhos diferentes.

A partir de Warming (1875), porem, 0 conceito deforma dos vegetais modemizou-se e passou a refle­tir uma adapta~ao ao ambiente, apresentando umaestrutura fisiologica preexistente que indicava urnfator genetico da planta. Raunkiaer, baseado emWarming, inicialmente em 1905 e depois em 1918,criou urn sistema simples e muito bern ordenado deformas de vida, as quais denominou de "formasbioI6gicas". Este sistema foi aplicado em trabalhosfisiologicos e estendido posteriormente para a fito­geografia por Kuchler (1949) e Ellemberg & Muel­ler Dombois (1965/66) em face das respostas dasplantas aos tipos de clima, desde 0 tropical ate 0

temperado e frio.As formas biol6gicas de Raunkiaer (1934) dife­

renciavam as plantas pela posi~ao e prote~ao dos6rgaos de crescimento (gemas e brotos) em rela~ao

aos perfodos climaticos desde 0 calor ao frio e doumido ao seco. Ele separou assim as plantas emcinco categorias: faner6fitos, camefitos, hemicrip­t6fitos, cript6fitos e terofitos. A partir daf, muitospesquisadores modificaram ou mesmo incluframoutras categorias de formas de vida 11 classifica~aode Raunkiaer.

Para 0 presente caso, inclusao de parametro auxi­liar para a classifica~ao da vegeta~ao, usaram-se asmodifica~6es propostas por Braun-Blanquet

Luciana
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Page 9: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

(1932), acrescidas de algumas das subformas apre­sentadas por Ellemberg & Mueller-Dombois(1965/6) mais as altera~6es incluldas das subformasde faner6fito e a ado~ao de mais uma categoria deforma de vida visando a vegeta~ao brasileira.

1.2 Classifica.;ao das Formas de Vida

Esta classifica~aobaseada em Raunkiaer foi adap­tada as condi~6es brasileiras como segue:I - Faner6fitos: sao plantas lenhosas com as gemase brotos de crescimento protegidos por catafilos,situados acima de 0,25 m do solo. Apresentam-secom dois aspectos ecoedaticos: normal cIimatico eraqultico 0ligotr6fico, subdivididos, conforme suasalturas medias, em:

Macrofaner6fitos: sao plantas de alto porte, va­riando entre 30 e 50 m de altura, ocorrendo pre­ferencialmente na Amazonia e no suI do Brasil.

Mesofaner6fitos: sao plantas de porte medio, va­riando entre 20 e 30 m de altura, ocorrendo prefe­rencialmente nas areas extra-amazonicas.

Microfaner6fitos: sao plantas de baixo porte, va­riando entre 5 e 20 m de altura, ocorrendo preferen­cialmente nas areas nordestinas e no Centro-Oeste.

Nanofaner6fitos: sao plantas anas, raqulticas, va­riando entre 0,25 e 5 m de altura, ocorrendo prefe­rencialmente em todas as areas campestres do Pals.II - Camefitos: sao plantas sublenhosas e/ou ervascom gemas e brotos de crescimento situados acimado solo, atingindo ate I m de altura e protegidosdurante 0 periodo desfavoravel, ora por catafilos,ora pelas folhas verticiladas ao nlvel do solo, ocor­rendo preferencialmente nas areas campestres pan­tanosas.m - Hemicript6fitos: sao plantas herbaceas comgemas e brotos de crescimento protegidos ao nlveldo solo pelos cespedes que morrem na epoca desfa­voravel, ocorrendo em todas as areas campestres doPals.IV - Ge6fitos: sao plantas herbaceas com os 6rgaosde crescimento (gema, xilop6dio, rizoma ou bulbo)situados no subsolo, estando assim protegidos du­rante 0 periodo desfavoravel, ocorrendo preferen­cialmente nas areas campestres e,em alguns casos,nas areas florestais.V - Ter6fitos: sao plantas anuais, cujo cicIo vital ecompletado por sementes que sobrevivem a esta~aodesfavoravel, ocorrendo excIusivamente nas areascampestres.VI - Lianas: sao plantas lenhosas e/ou herbaceasreptantes (cip6s) com as gemas e brotos de cresci­mento situados acima do solo, protegidos por cata­filos, ocorrendo quase que exclusivamente nasareas florestais.VII - Xerom6rfitos: sao plantas lenhosas e/ou her­baceas que apresentam duplo modo de sobreviven­cia ao periodo desfavoravel; urn subterraneo atravesde xilop6dios e outro aereo, com as gemas e brotosde crescimento protegidos por catafilos. Estas plan-

10

tas apresentam-se com alturas variaveis, desde 0,25ate cerca de 15 m, ocorrendo freqiientemente nasareas savanlcolas do Centro-Oeste brasileiro. 0 ter­mo "xeromorfo" foi introduzido pela Universidadede Sao Paulo - USP - para designar uma formavegetal da Savana (Cerrado) de Emas (SP), confor­me Rawitscher (1943/4).

1.3 Chave de Classifica.;ao das Formasde Vida

Esta chave de cIassifica~ao foi baseada em Raun­kiaer, modificada e adaptada para 0 Brasil. Apresen­ta as formas biol6gicas de Raunkiaer modificadas,acrescidas das subformas de vida de Ellemberg &Mueller-Dombois e ainda com mais uma forma deduplo modo de sobrevivencia de Rawitscher, comosegue:

I - Plantas autotr6ficas com urn s6tipo de prot~lio do 6rglio decrescimento .. . , 2

Plantas autotr6ficas com dois tiposde prote<;lio dos 6rglios decrescimento .. ..... . 7

2 - Plantas perenes .. 3

Plantas anuais, reproduzidas porsementes.. .. TER6FITOS

3 - Plantas lenhosas com 6rglios decrescimento protegidos porcat.filos........ . . .. . 4

Plantas sublenhosas elouherbaceas com gemas peri6dicas,protegidas por catafilos e situadasate I m do solo . CAMEFITOS

Plantas herbaceas com outros tiposde prote<;lio de crescimento.. .. . . 5

4 - Plantas lenhosas erectas. .. 6

Plantas lenhosas e/ou herbaceasque necessitam de urn suporte .. LlANAS

5 - Plantas com gemas situadas aomvel do solo, protegidas pelafolhagem morta durante 0 periododesfavoravel.... HEMICRIPT6FITOS

Plantas com 6rglios de crescimentolocalizados no subsolo GE6mos

6 - Plantas cuja altura varia entre30 e 50 m .. .... .. ...... ... ....... MACROFANER6F1TOS

Plantas cuja altura varia entre 20 e30 m MESOFANER6FITOS

Plantas cuja altura varia entre 5 e20 m .. . MICROFANER6FITOS

Plantas cuja altura varia entre 0,25e 5 m . NANOFANER6mos

7 - Plantas lenhosas e/ouherbaceas com gemas protegidaspor catafilos na parte aerea e com6rglios de crescimento XEROM6RFITOSsubterrlineo. . ..

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1.4 Terminologias

Objetivando uma uniformizacrao apresentam-seaqui as conceituacr6es de termos por vezes questio­miveis:_ Sistema: e urn todo ordenado segundo algunsprincfpios cientfficos (Kant, 1724/1804).

- Imperio Florfstico: segundo Drude (1889) a florado mundo foi dividida em zonas, regioes, domfniose setores.

- Zona: e uma area caracterizada por familias ende­micas, como por exemplo: Zona Neotropical - ter­rit6rio compreendido entre 0 Mexico e a Patagonia(Argentina), estando af inclufdo 0 Brasil; Paleotro­pical - Africa e Asia; Hollirtica - Norte da Africa,Asia e Europa.

- Regiao: e uma area caracterizada por generosendemicos como por exemplo todos os tipos devegetacrao do Brasil (floresta, savana, etc.).

- Domfnio: e uma area caracterizada por especiesendemicas.

- Setor: e uma area com domfnio a nfvel devariedade.

- Ec6tipo: e urn conjunto de indivfduos de umacomunidade com urn mesmo padrao genotfpico.

- Formacrao: termo criado por Grisebach (1872) paradesignar urn tipo vegetacional definido. Foi refor­mulado por Du Rietz (1957) como urn conjunto deformas de vida de ordem superior composto poruma fisionomia homogenea, apesar de sua estruturacomplexa.

- Classe de Formacrao: termo criado para designarurn conjunto de formacr6es semelhantes, reunidasdentro de uma mesma concordancia eco16gica(Troll, 1948). Tambem denominada de Panforma­crao (Du Rietz, 1957) ou Protoformacrao (Dansereau,1954). Esta classe de formacrao caracteriza 0 fitocli­rna de urna Regiao Eco16gica. Termo usado comosinonimo de Tipo de Vegetacrao (Veloso, 1975).

- Subclasse de Formacrao: termo criado por Ellem­berg & Mueller-Dombois (1965/6) como segundasubdivisao hierarquica da formacrao. Foi conceitua­da como a fase climatica da mesma.

- Subgrupo de Formacrao: termo criado por Veloso& G6es-Filbo (1982) para conceituar a fisionomiaestrutural da formacrao.

- Grupo de Formacrao: termo criado por Ellemberg& Mueller-Dombois (1965/6) como a terceira sub­divisao hierarquica da formacrao. Foi conceituadacomo a fase fisio16gica da mesma.

Manual Tecnico da Vegetafiio Brasileira

- Formacrao propriamente dita: termo criado porEllemberg & Mueller-Dombois (1965/6) como aquarta subdivisao hierarquica da formacrao. Foi con­ceituada como a fase ambiental da mesma.

- SubfOlmacrao: termo muito usado como uma sub­divisao da formacrao. Foi conceituada como parteintegrante da mesma, apenas diferenciando porapresentar facies especfficas que alteram a fisiono­mia da formacrao.

- Estratos: sao as situacroes verticais como se dis­poem as plantas lenhosas dentro da comunidade,avaliadas em metros.- Aoresta: termo semelhante a mata no sentidopopular, tern conceituacrao bastante diversificada,mas firmada cientificamente como sendo urn con­junto de simlsias dominado por faner6fitos de altoporte, com quatro estratos bern definidos (herbliceo,arbustivo, arvoreta, arb6reo). AIem destes parame­tros, acrescenta-se 0 sentido de altura, para diferen­cia-la das outras formacroes lenhosas campestres.Assim sendo, uma formacrao florestal apresenta do­minancia de duas subformas de vida de faner6fitos:macrofaner6fitos, com alturas variadas entre 30 e50 m, e mesofaner6fitos, cujo porte situa-se entre20 e 30 m de altura.- Savana: termo criado por Oviedo y Valdez (1851)para designar os lhanos arbolados da Venezuela.Foi introduzido na Africa pelos naturalistas espa­nh6is como Savannah e no Brasil por Gonzaga deCampos (1926).- Parque: termo empregado por Tansley & Chipp(1926) como urn tipo de vegetacrao (parkland) esinonimo de "savana arborizada". Foi adotado paradesignar uma fisionomia dos subgrupos de forma­cr6es campestres brasileiros, sejam naturais ou an­tr6picos.

- Savana-Estepica: binomio criado por Trochain(1955) para designar uma formacrao africana tropi­cal pr6xima aZona Holartica. No dizer do mesmonaturalista, a fisionomia estepica deveria ser prece­dida do termo Savana por ser fisionomia tropical.Esta fisionomia foi extrapolada como sinonimo uni­versalizado do termo indfgena Tupi-Guarani Caa­tinga, que, no dizer do notavel botanico Dardano deAndrade-Lima, caracteriza muito bern os tipos devegetacrao das areas aridas nordestinas interplanaI­ticas arrasadas (serno), as areas planaIticas do altoSurumu em Roraima, as areas da depressao sul­mato-grossense, situadas entre a serra da Bodoque­na e 0 rio Paraguai (Chaco) e a area da barra do rioQuaraf com 0 rio Uruguai, no Rio Grande do SuI.

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- Campinarana: termo regionalista brasileiro em­pregado pela primeira vez para a area do alto rioNegro por Rodrigues (1960), uti1izado como sino­nimo de Campina, significando tambem fa1so cam­po na linguagem dos silvlco1as locais. Foi adotadopor ser {mpar na fitogeografia mundial e ter cono­ta~ao prioritana sobre seu sinonimo, usado paradesignar as forma~6es campestres do suI do Pals(Gonzaga de Campos, 1926). Este tipo de vegeta­~ao, pr6prio da Hileia Amazonica e sem similar forado territ6rio flonstico endemico, ocorre nas areasfronteiri~as com a Colombia e Venezuela, adaptadoa solos Podzo1 Hidrom6rficos e Areias QuartzosasHidrom6rficas.- Comunidade: termo empregado para designar urnconjunto popu1aciona1 com unidade florlstica deaparencia relativamente uniforme, caracterizadacomo uma subdivisao de subforma~ao, com areaespacial conhecida.- Simlsia: termo que significa urn conjunto de plan­tas de estrutura semelhante, integrada por umamesma forma de vida ecologicamente homogenea(Du Rietz, 1957).- Associa9ao: e a menor unidade da comunidadevegetal, delimitada pela rela9ao especiehireamInima correspondente a unidade espacial basicada classifica9ao fitossociol6gica (Braun-Blanquet,1979).- SUbassocia9ao: diferencia-se da associa~aopadraopela falta de algumas especies caracterlsticas(Braun-Blanquet, 1979).- Variante: diferencia-se do padrao da associa~ao

por apresentar maior abundiincia de deterrninadostaxa (Braun-Blanquet, 1979).- Facies: caracteriza-se por apresentar uma combi­na~ao de especies particulares, mais ou menoscasuais, dentro de uma associa~ao (Braun-Blan­quet, 1979).- Socia~ao ou Consorcia~ao: e uma parcela ho­mogenea da associa~ao, caracterizada por urnaglomerado espedfico (Du Rietz, 1957).- Och10s¢cie: termo originado do grego okhlos,que significa mu1tidao ou ag10mera~ao no sentidode expansao, e especie que segundo White (1962)tern 0 seguinte significado: ampla distribui9aoexibindo ao longo de suas areas de ocorrencia umauniformidade morfol6gica mais ou menos fixa,criada por barreiras reprodutivas que espelham urnisolamento ambiental preterito advindo de epocassecas ou umidas.- Vegeta~ao disjunta: sao repeti~6es, em pequenasescalas, de urn tipo de vegeta~ao pr6ximo que seinsere no contexto da Regiao Ecol6gica dominante.Conforme a escala cartogrMica que se esta tra­balhando, urn encrave edafico considerado comocomunidade em transi~ao para outro tipo de vege-

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ta~ao (Tensao Ecol6gica) podera ser perfeitamentemapeado como uma comunidade disjunta do climaxmais pr6ximo.- ClImax climatico: e a vegeta~ao que se mostraequilibrada dentro do clima regional, como porexemplo: Floresta Ombr6fila Densa Amazonica eAtHintica, Savana-Estepica (Caatinga do sertaoarido nordestino) e outros.- Climax ectafico: e a vegeta~ao que se mostraequilibrada dentro de uma situa~ao pedol6gica uni­forme regionalmente, como por exemplo: Campi­narana (Campinas) que ocupa as areas de PodzolHidrom6rfico e Areias Quartzosas Hidrom6rficasna bacia do alto rio Negro e de savanas (cerrado)que revestem areas de solos degradados e alumini­zados que ocorrem no Pals.- Facies de uma forma9ao: caracteriza-se por apre­sentar parametros particulares dentro de umapaisagem vegetacional que se destacam fisionomica­mente, como por exemplo: tipo de dossel quedomina na floresta, formas de vida espedficas quese destacam pela presen~a ou ausencia de floresta­de-galeria dentro das forma~6es campestres e ou­tros.- Regiao Eco16gica: e urn conjunto de ambientesmarcados pelo mesmo fenomeno geo16gico de im­portancia regional que foram submetidos aos mes­mos processos geomorfo16gicos, sob urn climatambem regional que sustentam urn mesmo tipo devegeta~ao (Sarmiento & Monasterio, 1970).

1.5 Sistema de Classifica~ao

Fitogeografica

A metodologia para se cartografar 0 Sistema Fi­togeografico segue urn procedimento demapeamento em escalas crescentes, desde 0 "re­gional" (1:2 500 000 ate 1:10 000 000), passandopelo "explorat6rio" (1:250000 ate 1:1 000000),prosseguindo pelo "semidetalhe" (1:100 000 ate1:25000) e terminando no "detalhe" (1:25000) deacordo com os objetivos a serem alcan~ados. Assim,ap6s 0 estabelecimento da escala, 0 sistema vege­tacional atinge duas metas distintas (Tabela 1).

1.5.1 Sistema de Classifica~ao

Fisionomico-Ecologica

A primeira meta a ser atingida pelo 1evantamentofitogeografico devera ser 0 fisionomico-eco16gico,compreendido dentro de uma hierarquia de for­ma~6es segundo Ellemberg & Mueller-Dombois(1965/6). Deliniitada assim, a Regiao Eco16gicaFlorlstica, que corresponde a urn tipo de vegeta~ao,

deve ser inicialmente separada pela Classe de For-

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TABELAIESOUEMA DE CLASSIFICACAO DA VEGETACAO BRASILEIRA

CLASSIFICAcAO FITOGEOGRAFICA

IMPERIO De escala re.ional (J: 10 000 000 at~ 1:2 500 000\ a~ escala exoloratOOa (): I 000 000 at~ 1:250 000)FLOIUSTICO TIPOs de Vegeta,no Foona,oes

CLASSES DE SUBCLASSES DE GRUPOSDE SUBGRUPOS DEFORMAC;:OES

FORMAC;:OES FORMAc;:OES FORMAc;:OES FORMAC;:OES(Propriamente SUBFORMAc;:OES

ZONA REGIAO ditas)

ESU1lturaIFcrmas ClimaJDeficit Fisiologiatrranspi- Fisionomia Ambiente1relevo Fisionomiade vida hfdrico racno e Fertilidade lHabitos) esvecffica (Facies)

Aluvial Dassel WlifcrmeTerras baixas

DENSA Submontana

14'Montana Dassel emergente

Alto-montana'" FLORESTAu

Higr6fita~ (Macrofaner6fitos, OMBR6FILA (0 a Terr8s baixas Com palmeiras

i Mesofaner6fitos, 4 meses secas)(Distr6ficos e Submontana Comcip6

Eutr6ficos) ABERTAU Lianas e Epffitos) Montana Com bambu05 Com sororoca

"'" Aluvialg Dassel Wlifame.,s MISTA

Submontana

" MontanaU Alto-montana Dassel emergente>.

U 0 Higr6filalXer6fita Aluvial Dassel uniforme05 ," TelT8S baixasu-

(Alicos e\'l ~ FLORESTA ESTACIONAL(4 SEMIDECIDUAL Submontanau d)

(Macrofaner6fitos, a 6 meses Secas ou Distr6ficos) Montana Dassel emergente" Oll1;1 '"'" > Mesofaner6fitos. com 3 rneses Aluvial Dassel uniformeu " d) abaixo de 150 C) TerTaS bai:<asOb

"'"Lianas e Epffitos) Higr6fita (Xer6fita

~g 8- e Eutr6ficos)DECIDUAL Submontana

Montana Dossel emergenteU d) 'C. '" "~\'l "'" CAMPINARANAd) U " (Campinas)u "

u" - E FLORESTADAe: e: (Xerom6rfitos,

OMBR6FILA (0 a Higr6fita (Alicos e Relevo tabular e/oue: '" '" ARBORIZADA Com palmeiras" g '" Nanofaner6fitos,

2 meses secas) Distr6ficos) GRAMfNEO- Depressao fechada Sem palmeirasU. ~ 0

Camefitos,uLENllOSA

~r/l E Ge6fitos, Lianas e'" . ,'"u '" "'" Epffitos)" " e:- '" '"u u SAVANA" " '"U.S ~ (Cerrado)0'5\'l0' e: (Xerom6rfitos, FLORESTADA

'd)

~ ~Oll Microfaner6fitos,

Higr6fila (Alicos eARBORIZADA Com Cloresta·

'" Nanofaner6fitos,ESTAOONAL (de

PARQUEP1analtos tabulares

de-galeria.- '" OJ oa 6 meses secos) Distr6ficos) e/ou PlanfciesPlg E CamUitos, GRAMfNEO- Scm floresta-~ ;; ::> Ge6fitos, LENIIOSA de-galeria0

5 ~ - Hemicript6fitos,

~~ E Lianas e Epffitos)0

.t::E uSAVANA.

~ 05 ~ ESTEPICA" ~u '" (Caatinga. Chaco,Eg ,~

,'" E 0Campos de

-g~ <;:; Roraima e Parque Depressao Com floresta-

'" '" '" de Espinilbo de ESTACIONALFLORESTADA interplanliltica de-galeria

~ ~d)

ARBORIZADA'0Quarafl (com mais de 6 Xcr6fitaIHigr6fita arrasada nordestina Scm floresta-;:.....l .~ PARQUE

E (Microfaner6fitos, meses secos ou (Eutr6ficos)GRAMfNEO•

elou Depressao de-galeria..;::! 0\ Nanofaner6fitos, com frio rigoroso) com acumula~oes

'" E Camefitos,LENHOSA

recentesa 0

u U Ge6fitos,e: Hemicript6fitos,

J: Ter6fitos. Lianas e,Epffitos)

.....l-<U

ESTEPEs:0 (Campanba gaucba

~ e Campos0 meridionais)

ESTAOONALARBORIZADA Com floresta-

~ (Nanofaner6fitos,(com 3 meses frios

Higr6fitalXer6fita PARQUE Planahos e/ou de-galeriaCamefitos,

e 1 mes seeo)(Eutr6ficos) GRAMfNEO. Pediplanos Sem floresta-

Ge6fitos, LENIlOSA de-galeriaHemicript6fitos,

Ter6fitos, Lianas eEpffitos)

Manual Tecnico da Vegetarli'o Brasileira 13

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......-l>.

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b:li3'"~~.

Para cada Regiao EcoJ6glca padem eXlstlr vanos domfmos f]orfStlCOS, com I ou mals especles endemicas, a serem

~determinadas no detalhamento da comunidade

§ i0

Dentro das assocla<r6es eXlstem Variedades que determmam os vanos amblentes da comumdade ~en

~~:>:>

Assocla<rao: ea menor umdade da comumdade, delimltada pela rela<rao especle/area mimma correspondente it umdade~baslca da c1assifica<rao fitossoclO16glca K.g,~

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Subassocla<rao: diferencla-se da assocJa<rao padrao por faltarem alguns taxa caracterfstlcos0

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Vanante: diferencla-se do padrao da assocla<rao por apresentar maior abundancla de determmados taxa n ;~0 :!l 9 S'

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Facies: caractenza-se por apresentar uma combma<rao particular de especles mats ou menos casual ;;;:

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Socla<rao ou ConsorcJa<rao: euma parcela homogenea da assocla<rao caractenzada por urn aglomerado especificoen8..g,0

ECOSSISTEMA ou BIOGEOCENOSE: eurn conJunto populaclOnal assoclativo, com orgamza<rao tr6fica e urn tipo de m 5metabolismo defimdo 0

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Page 14: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

ma~ao que corresponde a estrutura fisionomica de­terminada pelas formas de vida dominantes,podendo ser florestal (macro e mesofaner6fi­tos, Hanas e epifitas) e nao florestal (micro enanofaner6fitos, camefitos, hemicript6fitos, ge6fi­tos, ter6fitos, Hanas e epffitas). Para cada Classe deForma~ao segue-se a Subclasse, caracterizada pordois padimetros do clima - 0 Ombr6filo e 0

Estacional-, ambos distinguidos pela correla~aodasmedias mensais da precipita~ao com 0 dobro datemperatura (fndice de Bagnouls & Gaussen, 1957),checada pela adapta~ao dos 6rgaos de crescimentodas plantas com 0 sistema de prot~ao ao deficithfdrico nos solos. Ap6s esta Subclasse segue 0

Grupo de Forma~ao, determinado pelo tipo de tran­spira~ao estomatica foliar e pela fertilidade dossolos. Em seguida vern 0 Subgrupo de Forma~ao

que indica 0 comportamento das plantas segundoseus habitos e finalmente a Forma~ao propriamentedita que e determinada pelo ambiente (forma derelevo). A Subforma~ao e caracterizada pelas faciesda Forma~ao propriamente dita. Assim, 0 que seassinala nas forma~6es florestais e 0 comporta­mento do dossel florestal dado pelas especies domi­nantes (as vezes) e por outras especies particularesmais ou menos casuais. Outros criterios de diferen­cia~ao foram assinalados para a deterrnina~ao daSubforma~ao dos tipos de vegeta~ao campestres,como a ocorrencia ou nao das florestas-de-galeria.

1.5.2 Sistema de Classifical;ao Florlstico

A segunda meta do sistema de classifica~ao inicia­se pelas zonas florfsticas de influencia tropical pro­posta por Drude (1889), de acordo com a divisaobotanica da terra. Denominadas de Paleotropicalque engloba a Asia e Africa e Neotropical queabrange desde 0 Mexico ate a Argentina, logo 0

"novo continente". 0 territ6rio brasileiro esta todocompreendido na Zona Neotropical.

Drude tambem subdividiu 0 Imperio Florfstico emzonas quando caracterizadas por farnflias enderni­cas; regioes, quando delirnitadas por tipos de vege­tar;ao determinados por generos endemicos;dominios, quando circunscritos a geossistemas dis­tinguidos por especies endemicas; e, finalmente,setores, quando localizados em ambientes assinala­dos por variedades tambem endemicas. Logo, estasduas ultimas areas florfsticas serao detectadas so­mente nos levantamentos detalhados dentro da fi­tossociologia (associa~ao) e dentro da bioecologia(ecossistemas).

Manual Tecnico da Vegetariio B'fl<ileira

Assim, para cada Regiao Florfstica correspondesempre uma parcela do territ6rio brasileiro, ondeocorre determinado "tipo de vegeta~ao" com urn oumais generos endernicos que 0 caracterizam. Porequivalencia cientffica, cada tipo de vegeta~ao deveser considerado como semelhante a uma RegiaoEcol6gica em face da ocorrencia de formas de vidatfpicas do clima dominante. Por sua vez, esta Re­giao Florfstica pode delirnitar vanos geossistemasde dominios, caracterizados porespecies endernicase, nas areas setoriais, quando ocorrem especies comvariedades endemicas, devem ser separados comosetores.

1.5.2.1 Classificariio Fitossociol6gico­Bioecol6gica

Esta etapa realizada para 0 Levantamento da Ve­geta~ao refere-se a urn detalhamento dos taxa born­nicos para 0 estudo fitossociol6gico de umacomunidade e para uma pesquisa dos nfveis tr6ficosda associar;ao levantada, para isto e necessario 0

conhecimento das trocas energeticas do ecossiste­rna.

Estabelecida a comunidade em uma subforma~ao

de qualquer parametro uniforme, necessita-se emseguida demarcar uma area que seja suficiente parao desenvolvimento normal das especies e/ou ec6ti­pos nela contidas. Isto sera estabelecido pela corre­la~ao especie/area, de acordo com 0 levantamentoda area minima que deterrninara estatisticamente 0

espar;o ocupado pelos ec6tipos existentes em umaassocia~ao. Pode-se, assim, detalhar 0 estudo deacordo com a escola de Braun-Blanquet (1979).

Delimitada a associariio e realizado 0 levanta­mento sinecol6gico das sinusias, pode-se dar infcioao estudo sobre os microrganismos e sobre os ni­chos da fauna superior para, entao, pesquisar astrocas energeticas e assim concluir 0 estudo dabiogeocenose.

1.5.2.1.1 Fitossociologia

A determina~ao de uma comunidade parte da me­norunidade de urn Dominio Floristico. Delirnita-se,entao, uma parcela substancial da "facies da subfor­ma~ao" que consti tuira a comunidade a ser designa­da pelo nome do principal acidente geografico daarea em estudo.

Dentro desta comunidade, procura-se inventariaruma associar;ao atraves da "curva especie/area mi­nima" que empiricamente significa a menorunidadeespacial do ambiente bi6tico. Estabelecida a asso­ciariio e determinado 0 seu nome aU'aves do inven­tario dos ec6tipos caracterfsticos, procura-selevantar outras areas de igual tamanho, com 0 obje-

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tivo de mostrar outras categorias da comunidade,tais como: subassociariio, variante,facies e socia­riio.

o levantamento fitossocio16gico s6 poden'i serrealizado ap6s conhecimento dos taxa da comuni­dade. Para isto, e necessario uma coleta sistematicade fragmentos com flores e frutos durante no mini­mo urn ciclo anual completo. Esses fragmentosnumerados no campo e convenientemente herbori­zados sao remetidos a especialistas para serem iden­tificados. Conhecidos cientificamente os ecotipos,inicia-se 0 invenffirio florfstico da associarrao pa­drao pelo metodo de curva especie/area minima.Isto feito, pode-se completar 0 reconhecimento dacomunidade, atraves de outros inventarios florfsti­cos paralelos em areas de igual tamanho situadasdentro do mesmo acidente geografico que caracte­rizou a comunidade da subformarrao.

Com esse estudo detalhado das associarr6es emvarias comunidades, pode-se extrapolar de modoempfrico 0 conhecimento para as subformarr6es se­melhantes, pela conelar;ao da fidelidade dos ec6ti­pos que e determinada pela presenrra, freqtiencia edominiincia de dada popular;ao vegetal da regiaoeco16gica ou tipo de vegetarrao.o exemplo acima mostra a metodologia de urn

estudo fitossociol6gico e por extrapolarrao adosinventarios realizaveis nas comunidades de cadasubformar;ao, compreendidas dentro de uma mesmaformar;ao. Isto dara uma resposta cientffica sobrecada ambiente bi6tico, que, quando somado aosconhecimentos sobre os ambientes abi6ticos, expIi­cara quase tudo sobre a ecologia regional, indicandoo Domfnio Florfstico a que peltence a associafao.

1.5.2.1.2 Bioecologia

Ap6s cada inventario fitossocio16gico ou durantea execurrao do mesmo, para completar a pesquisa,deve-se inventariar os microrganismos do solo(flora e fauna), Ievantar os nichos dos pequenosanimais silvestres e ainda inventariar os grandesanimais que transitam na comunidade, bern comoos passaros. Com isso se conhecem os principaisnfveis tr6ficos, esclarecendo assim 0 tipo de meta­bolismo existente no ecossistema ou biogeocenose.

Esses conhecimentos sao indispensaveis para apreservarrao ambiental que servira de modelo parareconstituir;6es de vida silvestre. Sao estudos dedetalhes academicos, unicos capazes de conduzir 0

tecnico a respostas cientfficas sobre a conservar;aoe a reconstituir;ao da vida pJimitiva de uma areadegradada.

16

1.6 Sistema Primario

No sistema primario (natural) estao inclufdos to­dos os "tipos de vegetar;ao" ou Regi6es Fitoeco16­gicas brasileiras, as Formar;oes Pioneiras, osRefUgios Vegetacionais e as faixas de Tensao Eco­l6gica dos contatos entre duas ou mais RegioesFitoecoI6gicas.

1.6.1 Classifica~ao das RegiOes Fitoeco16gicas

Esta classificarrao deve ser usada em todas asescalas desde a classe ate a subformar;ao, pois 0"sistema primario natural" necessita apresentar todaa hierarquia das formar;oes. A partir dill pode-sedeterminar as comunidades que serao detalhadasnas escalas maiores que 1:25 000, primeiro na fitos­sociologia seguida ou nao pelos estudos ecoI6gicos.

1.6.1.1 Floresta Ombrofila Densa (Floresta Plu­vial Tropical)

o termo Floresta Ombr6fila Densa, criado porEllemberg & Mueller-Dombois (1965/6), substituiuPluvial (de origem latina) por Ombr6fiIa (de origemgrega), ambos com 0 mesmo significado"amigo daschuvas". Alem disso, empregaram pela primeira vezos termos Densa e Aberta como divisao das florestasdentro do espar;o intertropical, muito embora estetipo de vegetar;ao seja conhecido tambem pelonome original dado por Schimper (1903) e reafir­mado por Richards (1952) de "Floresta Pluvial Tro­pical". Aceitou-se a designar;ao de Ellemberg &Mueller-Dombois, porque apresenta as duas fisio­nomias ecol6gicas tanto na Amazonia como nasareas costeiras, justificando-se assim 0 uso da ter­minologia mais recente.

Este tipo de vegetar;ao e caracterizado por faner6­fitos, justamente pelas subformas de vida macro emesofaner6fitos, alem de lianas Ienhosas e epffitosem abundiincia que 0 diferenciam das outras classesde formar;6es. Porem, sua caracterfstica ecol6gicaprincipal reside nos ambientes ombr6filos que mar­cam muito bern a "regiao florfstica florestaI". As­sim, a caraterfstica ombrotermica da FlorestaOmbr6fila Densa esta presa aos fatores climaticostrogicais de elevadas temperaturas (medias de25 C) e de alta precipitarrao bern distribufda duranteo ano (de 0 a 60 dias secos), 0 que determina umasituar;ao bioecol6gica praticamente sem perfodobiologicamente seco. Dominam nos ambientes des­ta floresta os latossolos com caracterfsticas distr6­ficas e raramente eutr6ficas, originados de vanostipos de rochas desde as cratonicas (granitos egnaisses) ate os arenitos com derrames vulcilnicosde variados perfodos geol6gicos. "Dominam nosambientcs dcsta f10resta os Iatossolos e os podz6li­cos, ambos de baixa fertilidade natural".

Tal tipo vegetacional foi subdividido em cincoformar;oes ordcnadas segundo hierarquia topografi-

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ca, que refletem fisionornias diferentes, de acordocom as varia~6es ecotfpicas resultantes de ambien­tes distintos. Estes variam de 1°C para cada 100 mde altitude.12 - Ao nfvel do mar a temperatura varia de 2°C acada 10°C de latitude e vai diminuindo com maiorintensidade na Zona Subtropical (Trojer, 1959)-22 - 0 gradiente vertical varia de 1°C para cada100 m de altitude, porem este gradiente e bern maiornas latitudes maiores.

F6rmula de Holdtidge, 1978.

t= 3x graus latitude x (t-24)2 = tbio

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As observa~6es realizadas atraves dos levanta­mentos executados pelo projeto RADAMBRASIL,nas decadas de 70 e 80, e os estudos fitogeognifi­cos mundiais, confiaveis, iniciados por Humboldtem 1806 na ilha de Tenerife, contidos na vastabibliografia consultada, permitiram estabelecerfaixas altimetricas variaveis conforme as latitu­des que se estreitavam de acordo com os seguintesposicionamentos:- Forma~ao aluvial: nao varia topograficamente eapresenta sempre ambientes repetitivos nos terra~os

aluviais dos fluvios.- Forma~ao das terras baixas: corresponde a altitudede 5 a 100 m, quando situada entre 40 Lat. N e 160

Lat. S; de 5 a 50 m, quando situada entre 160 Lat. Se 240 Lat. S; de 5 a 30 m, quando situada entre 240

Lat. S e 320 Lat. S.- Forma~ao submontana: situada nas encostas dosplanaltos e/ou serras, a partir de 100 ate 600 m entre40 Lat. N e 160 Lat. S; de 50 ate 500 m, entre 160

Lat. S e 240 Lat. S; e de 30 ate 400 m, entre 240 Lat.S e 320 Lat. S.- Forma~ao montana: situada no alto dos planaltose/ou serras, de 600 ate 2 000 m entre 40 Lat. N e 160

Lat. S; de 500 ate 1 500 m, entre 160 Lat. S e 240

Lat. S; de 400 ate 1 000 m, entre 240 Lat. S e 320

Lat. S.-Forma~ao alto-montana: situada acima dos lirnitesestabelecidos para a forma~ao montana.

Como ilustra~aopara 0 que foi estabelecido acima,citam-se como exemplo as varia~6es ecotfpicas dedois generos pertencentes as farnflias Magnoliaceaee Vochysiaceae. Aprimeira, bastante prirnitiva, teveorigem no Hernisferio Boreal e no entanto possuium genero no Hernisferio Austral, Talauma (dasilhas do Pacffico a America do SuI), que apresentaec6tipos macrofaner6fitos desde a Amazonia, pas­sando pelas forma~6es alto-montanas e montanasnas Serras da Mantiqueira e dos Orgaos, pela for­ma~ao submontana na Serra do Mar nos Estados doParana e Santa Catarina, ate a forma~ao das terras

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baixas no Rio Grande do SuI, em Torres e Os6rio.A segunda famflia, bastante evolufda, de origemafro-amazonica, possui urn genero Vochysia queapresenta ec6tipos macrofaner6fitos montanos naAmazonia, microfaner6fitos ainda montanos, nosplanaltos do Brasil Central, ainda a forma de vidamacrofanerofftica montana e submontana, nas Ser­ras da Mantiqueira e dos Orgaos e nas encostas daSerra do Mar no Estado do Parana, nas forma~6es

submontanas e das terras baixas. Outros exemplospoderiam ser citados para demonstrar as difi­culdades do posicionamento florfstico dentro dasfaixas topograficas, no entanto ficou assinalado queexiste uma grande varia~ao ecotfpica de acordo coma latitude, que pelo menos no territ6rio brasileiropode ser estabelecida nas escalas regional e ex­plorat6ria para fins cartogrMicos. Fica evidenciadono entanto que, para estudos detalhados, as faixastopogrMicas aqui estabelecidas necessitam ser re­vistas e adaptadas de acordo com a escala demapeamento.

1.6.1.1.1 Floresta Ombrofila DensaAluvial

Trata-se de uma forma~ao ribeirinha ou "florestaciliar" que ocorre ao longo dos cursos de aguaocupando os terra~os antigos das planfcies quater­narias. Esta forma~ao e constitufda por macro,meso e rnicrofaner6fitos de rapido crescimento, emgeral de casca lisa, tronco conico, por vezes com aforma caracterlstica de botija e rafzes tabulares. Afloresta aluvial apresenta com freqiiencia urn dosselemergente, porem, devido a explora~ao madeireira,a sua fisionornia torna-se bastante aberta. E umaforma~ao com muitas palmeiras no estrato interme­diario, apresentando na submata nanofaner6fitos ecamefitos no meio de "plantulas" da reconstitui~ao

natural do estrato emergente. Em contrapartida aforma~ao apresenta muitas Iianas lenhosas e herba­ceas, alem de grande numero de epffitas e poucasparasitas.

As "ochlospCcies", que ocorrem ao lange do rioAmazonas, sao as mesmas que existem nas margensdos seus afluentes, tanto os da margem direita comoos da esquerda, ao passo que os ec6tipos que exis­tern nos rios das serras costeiras do territ6rio extra­amazonico apresentam uma varia~ao conforme alatitude em que ocorrem, como por exemplo: acomposi~ao florlstica da bacia do rio Doce e di­ferente da do rio Parafba do Sul, assim como estasduas sao bern diversas das da bacia do rio Itajaf. Noentanto, ao longo de cada bacia, no sentido longitu­dinal, ocorrem sempre as mesmas "ochlospecies", 0

que caracteriza 0 mesmo princfpio ecol6gico dedistribui~ao fitogeografica.

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As principais "ochlospecies" que ocorrem naFloresta Ombr6fila Densa Aluvial sao: Ceibapentandra, existente ao longo do rio Congo naAfrica e do Amazonas no Brasil. Virola surinamen­sis, ocorrendo nao s6 na Amazonia como tambemna maioria dos rios da area do Caribe, Tapiriraguianensis, vivendo normalmente em todas as ba­cias tropicais sob qualquer latitude. Os generos dePalmae, Mauritia e Euterpe, ocorrem com seusec6tipos bern marcados pelas latitudes diferentes;Mauritiaflexuosa na Bacia Amazonica, M.vinifera,nas bacias dos rios Tocantins, Sao Francisco e Pa­rami; Euterpe oleracea, na bacia do rio Amazonas,e a E.edulis, com dispersao desde Pernambuco ateo Rio Grande do SuI, penetrando no Brasil Centralindo ate os vales dos rios Parana e Igua~u. Final­mente, a "ochlospecie" Calophyllum brasiliense,ocorrendo em todas as bacias brasileiras e sempreocupando as planicies inundadas com freqilencia,tendo seu limite austral na costa Centro-suI do Es­tado de Santa Catarina.

1.6.1.1.2 Floresta Ombrofila Densa das Terras Bai­xas

Euma forma~ao que ocupa, em geral, as planfeiescosteiras, capeadas por tabuleiros pliopleistoceni­cos do Grupo Barreiras. Ocorre desde a Amazonia,estendendo-se atraves de todo 0 Nordeste, ate asproxirnidades do rio Sao Joao, no Estado do Rio deJaneiro.

Estes tabuleiros apresentam florfstica tipica carac­terizada porec6tipos dos generos Ficus, Alchornea,Tabebuia e pela "ochlospecie" Tapirira guianensis.Outrossim, a partir do rio Sao Joao (RJ), esta for­ma~ao ocorre nos terrenos quatemarios, em geralsituados pouco acima do nivel do mar nas planfeiesformadas pelo assoreamento, devido aerosao exis­tente nas serras costeiras e nas enseadas maritimas.Nesta forma~aodominam duas "ocWospecies", sen­do Calophyllum brasiliense a partir do Estado deSao Paulo para 0 suI ate a costa Centro-suI de SantaCatarina e Ficus organensis, terrninando a sua ocor­rencia as margens da lagoa dos Patos, no Rio Gran­de do Sul.

1.6.1.1.3 Floresta Ombrofila Densa Submontana

o dissecamento do relevo montanhoso e dosplanaltos com solos medianamente profundos eocupado por uma forma~ao florestal que apresen­ta os faner6fitos com alturas aproximadamenteuniformes. A submata e integrada por plantulas deregenera~ao natural, poucos nanofaner6fitos e ca-

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mefitos, alem da presen~ade palmeiras de pequenoporte e Hanas herb:iceas em maior quantidade.

Suas principais caracterfsticas ficam por contados faner6fitos de alto porte, alguns ultrapassan­do os 50 m na Amazonia e raramente os 30 m nasoutras partes do Pais.

Esta forma~ao e caracterizada por ec6tipos quevariam influenciados pelo posicionamento dos am­bientes de acordo com a latitude, ressaltando-setambem a importancia do fator tempo nesta varia­~ao ambiental. Assim, 0 tempo que as plantas tro­picais levaram para ocupar as atuais posi~6es noCentro-suI [oi suficiente para 0 estabelecimentodas adapta~6es hom6logas, em ambientes seme­lhantes. 0 mesmo aconteceu em certos casos, devaria~6es no tempo da dispersao dos ec6tipos quese deslocavam para 0 suI do Pais, tomando-se comoexemplo Hieromina alchornioides e Didymopanaxmorototoni, com sementes leves e das famflias cos­mopolitas Euphorbiaceae e Araliaceae, respectiva­mente, e os generos com sementes pesadas Pouteriae Chrysophyllum da [arnflia cosmopolita Sapota­ceae, com endemismos na Amazonia, no Nordestee no SuI do Pafs, alem do genero Alchornea, dafamnia Euphorbiaceae com v:irios ec6tipos extra­amazonicos.

1.6.1.1.4 Floresta Ombrofila Densa Montana

o alto dos planaltos e das serras situados entre 600e 2 000 m de altitude na Amazonia e ocupado poruma forma~ao florestal que recebe 0 nome de Flo­resta Ombr6fila Densa Montana. Esta forma~ao ecorrespondente no suI do Pais as que se situam de500 a 1 500 m, onde a estrutura e mantida atepr6ximo ao cume dos relevos dissecados, quandosolos delgados ou lit6licos influenciam no tamanhodos faner6fitos, que se apresentam menores. A es­trutura florestal de dossel uniforme (mais ou menos20 m) e representada por ec6tipos relativamentefinos com casca grossa e rugosa, folhas rniudas e deconsistencia coriacea, tomando-se os generos Eris­ma e Vochysia para a Amqzonia, onde se constatauma submata de nanofaner6fitos rosulados, como apalmeira de pequeno porte do genero Bactris e aCycadales do genero Zamia (verdadeiro f6ssilvivo), ocorrendo tambem regenera~ao natural doestrato arb6reo.

No suI do Brasil a Coniferales Podocarpus, unicogenero tropical que apresenta dispersao ate a ZonaEquatorial, etipica dessa forma~ao, ocorrendo porvezes juntamente com os generos da farnflia Laura­ceae (Ocotea e Nectandra) e outras especies deocorrencia Pantropical.

A experiencia adquirida nos trabalhos de camporealizados (pelo RADAMBRASILde 1971 a 1984)

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permitiu considerar as varia\(oes maximas de 500 mentre as faixas estabelecidas como margem de erropara escalas de mapeamento regional e explorat6­rio.

1.6.1.1.5 Floresta Ombrofila Densa Alto-Montana

E uma forma\(ao arb6rea mesofanerofftica comaproximadamente 20 m de altura, que se localiza nocume das altas montanhas sobre Solos Lit6licos,apresentando acumula\(oes turfosas nas depressoesonde ocorre a floresta. Sua estrutura e'integrada porfaner6fitos com troncos e galhos finos, folhas miu­das e cori.keas e casca grossa com fissuras. A flo­ristica apresentada por famHias de dispersaouniversal, embora suas especies sejam endemicas,revela urn isolamento antigo de "refUgio cosmopo­lita". Este refugio e conhecido popularmente por"mata nuvigena ou mata nebular", nos pontos ondea agua evaporada se condensa em neblina, precipi­tando-se sobre as areas elevadas.

1.6.1.2 Floresta Ombrofila Aberta (Faciaroes daFloresta Densa)

Este tipo de vegeta~ao considerado durante anoscomo urn tipo de transi\(ao entre a floresta amazo­nica e as areas extra-amazonicas foi denominadopelo Projeto RADAMBRASIL (Veloso et alii,1975) de FlorestaOmbr6fila Aberta. Apresenta qua­tro facia\(6es flonsticas que alteram a fisionomiaecol6gica da Floresta Ombr6fila Densa, imprimin­do-lhe claros, dallhe advindo 0 nome adotado, alemdos gradientes climaticos com mais de 60 dias secospor ano, assinalados em sua curva ombrotermica.

Os terrenos arenlticos do Cenoz6ico e do Terciariosao revestidos, em geral, por comunidades flores­tais, com palmeiras por toda a Amazonia e atemesmo fora dela, e com bambus na parte ocidentalda Amazonia, estendendo-se ate a borda ocidentaldo planalto meridional no Estado do Parana. Ai 0

bambuzal domina sobre areas florestais onde foramexplotadas as madeiras nobres, Cedrela, Ocotea eAspidospenna. Ja as comunidades com sororoca ecom cip6 revestem preferencialmente as depressoesdo embasamento pre-cambriano e encostas do rele­vo dissecado dos planaltos que envolvem 0 grandevale amazonico.

A facia\(ao denominada "floresta com cip6" nasdepress6es circulares do embasamento pre-cam­briano pode ser considerada como "floresta-de­cip6", tal a quantidade de plantas sarmentosas queenvolvem os poucos individuos de grande porte dacomunidade, transformando-os no que a literaturaconsidera por Climber towers - torres folhosas outorres de cip6. Esta facia\(ao apresenta, nas encostas

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dissecadas, outro aspecto de comunidade abertadevido ao emaranhado de Hanas em todos os estra­tos da floresta com cip6, que dificultam sobrema­neira a interferencia humana.

A facia\(ao originada pela Phenakospennumquianense, sororoca (Strelitziaceae), foi observadana area suI da bacia amazonica, forrnando grandesagrupamentos nas depressoes, temporariamenteinundadas e rasas, localizadas no medio rio Xingu.No restante da Amazonia, onde ocorre preferen­cialmente em relevo ondulado, e sobre Latossolos,constitui pequenos agrupamentos nao mapeaveisem escala regional e explorat6ria.

A latitude e a altitude serviram como parametrosbasicos para a divisao das tres forma\(6es que ocor­rem neste tipo de vegeta\(ao.

1.6.1.2.1 Floresta Ombrofila Aberta das TerrasBaixas

Esta fOlma\(aO compreendida entre 40 de latitudeNorte e 160 de latitude SuI, em altitudes que variamde 5 ate 100 m, apresenta predominancia da facia\(aocom palmeiras. Nos Estados do Piaui e Maranhaopode ser considerada como uma "floresta-de-baba­\(U", revestindo terrenos areniticos do Cretaceo,dentro da bacia do Maranhao-PiauL Atualmenteesta fOlma\(aO, 0 "baba\(ual", faz parte da Vegeta\(aoSecundaria que resultou da devasta\(ao florestal,sucedida por uma agricultura depredat6ria. Esta aospoucos foi substituida pelo adensamento da Orbig­nya phalerata (baba\(u), que domina inteiramente apaisagem. Tal forma\(ao e tambem encontrada emEstado natural mas, no caso, em associa\(ao comoutras Angiospermas, em comunidades isoladas dosEstados do Maranhao e do Para, sempre situadasabaixo dos 100 m de altitude.

1.6.1.2.2 Floresta Ombrofila Aberta Submontana

Esta forma\(ao pode ser observada distribuida portoda a Amazonia e mesmo fora dela principalmentecom a facies floresta com palmeiras. Na Amazoniaocorre com quatro facia\(6es florfsticas - com pal­meiras, com cip6, com sororoca e com bambu ­entre os 40 de latitude Norte e os 160 de latitude Sul,situadas acima dos 100 m de altitude e nao rarasvezes chegando a cerca de 600 m.

A floresta aberta com bambu encontra-se distribui­da, principalmente, nos Estados do Amazonas e doAcre. 0 gregarismo do bambu, nesta forma\(ao, e detal modo significativo ao ponto dela ser denominadade "floresta-de-bambu", 0 que a torna uma comuni­dade especial e restrita.

As primeiras referencias aocorrencia de Guaduasuperba foram feitas por Huber (1900),justamentepara a area territorial do Acre, contudo sua presen\(a

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com significado fisionomico-ecologico so foi as­sinalada nas margens dos rios locais. Com 0 ad­vento das imagens de Radar, os tecnicos doProjeto RADAMBRASIL puderam delimitar apro­ximadamente as grandes areas da floresta com bam­bu e determinar a sua importancia, incluindo-acomo mais uma "faciacrao floristica da floresta aber­ta" nos Estados do Acre e do Amazonas. Contudo,foi atraves das imagens do sensor TM, do sateliteLANDSAT 5, que se pOde delimitar uma grandemancha do "bambuzal", cercada de muitas outrasmenores dando a nitida impressao de que estascomunidades de bambu encontram-se em expansao.o genera Bambusa,do subgenero Guadua com ori­gem provavel nos Andes atuais do Peru e da Boliviae portanto extra-amazonico, invadiu recentementeas areas florestais abertas da Amazonia brasileira,justamente sobre 0 dobramento pre-andino capeadopor sedimentos do Cretaceo.

A floresta aberta com palmeiras, nos Estados doMaranhaolPiaui e em pontos isolados do Nordesteate 0 Estado do Espirito Santo, constitui comunida­des secundarias denominadas "florestas-de-baba­cru", que nesta formacrao submontana apresentam-sesemelhantes adas ten-as baixas, com excecrao dacomunidade do Espirito Santo, onde domina 0 ge­nero Attalea em vez de Orbignya. Esta "faciacraosubmontana" pode ser observada em seu estadonatural nos Estados do Para, Amazonas, Roraima eMato Grosso, pois nos Estados do Tocantins e Ron­donia, provavelmente, nao rnais existe devido adevastacrao realizada nesta ultima decada. No Esta­do do Acre ainda e encontrada uma fisionomianatural ou pelo menos com menor acrao antr6picapela retirada de madeira.

A floresta-de-cipo que era mais expressiva no suIdo Estado do Para, principalmente nas depress6escirculares do Pre-Cambriano e ai denominada de"mata-de-cipo", encontra-se distribufda por toda aAmazonia. Nas encostas dos planaltos e nas sen-as,a floresta aberta com cip6 apresenta uma fisionomiacom elementos de alto porte isolados e envolvidospelas lianas lenhosas. A floresta aberta com sororo­ca e quase exclusiva da bacia do rio Xingu, emborapassa ser encontrada em menores areas nos Estadosde Rondonia, Amazonas e Roraima, sendo esta amenor representatividade das "faciacr6es floristi­cas".

1.6.1.2.3 Floresta Ombrofila Aberta Montana

Esta formacrao situa-se quase toda entre os 40 delatitude Norte e 160 de latitude SuI, ocupando afaixa altimetrica entre 600 e 2 000 m, e por conse­guinte restrita a poucos planaltos do suI da Amazo­nia e a muitas sen-as do norte, principalmente as deTumucumaque e Parima. Apresenta as "faciacr6es

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com palmeiras e com cipo", sendo esta ultima bernmaiscomum.

1.6.1.3 Floresta Ombrofila Mista (Floresta deAraucaria)

Esta floresta, tambem conhecida como "mata-de­araucaria ou pinheiral", e urn tipo de vegetacrao doPlanalto Meridional, onde ocoma com maior fre­qiiencia. Esta area e considerada como 0 seu atual"climax climatico", contudo esta floresta apresentadisjuncr6es florfsticas em refugios situados nas Ser­ras do Mar e da Mantiqueira, muito embora nopassado tenha se expandido bern mais ao norteporque a fanu1ia Araucariaceae apresentava disper­sao paleogeografica que sugere uma ocupacrao dife­rente da atual. Constatou-se recentemente aocon-encia de f6sseis (fragmentos de caules) emten-enos juracretacicos no Nordeste brasileiro, evi­denciando que dentro da "plataforma brasileira"encontravam-se Coniferales, pois estes fosseis saotambem encontrados em pontos isolados da bordasuI do Planalto Meridional, como par exemplo emSanta Maria da Boca do Monte (no Estado RioGrande do SuI). Mas como 0 vulcanismo, iniciadonesta area no Cretaceo e terminado no TerciarioSuperior, foi 0 responsavel pelo despovoamentovegetal do Planalto Meridional, a hipotese de que aAraucaria angustifolia, atualmente af existente, pe­netrou aU'aves do "Escudo Atlantico" que se achavaunido agrande plataforma afro-brasileira no Paleo­zoico, parece estar comprovada.

A composicrao florlstica deste tipo de vegetacrao,caracterizado pol' generos primitivos como Drymise Araucaria (Australasicos) e Podocarpus (Afro­Asiatico), sugere, em face da altitude e da latitudedo PlanaIto Meridional, uma ocupacrao recente, apartir de refUgios alto-montanos, apresentando qua­tro formacr6es diferentes:- Aluvial, em terracros antigos situados ao longo dosfluvios.- Submontana, de 50 ate mais ou menos 400 m dealtitude.- Montana, de 400 ate mais ou menos 1 000 m dealtitude.- Alto-montana, quando situadas a mais de 1000 mde altitude.

1.6.1.3.1 Floresta Ombrofila Mista Aluvial

Esta formacrao ribeirinha, que ocupa sempre osten-enos aluvionares situados nos fluvios das sen-ascosteiras ou dos planaltos, edominada pela Arau­caria angustifolia, associada aecotipos que variamde acordo com as altitudes dos fluvios. Alem da"ochlospecie" dominante, tambem se encontramPodocarpus lambertii e Drymis brasiliensis, espe-

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cies estas opicas das altitudes. A medida que aaltitude diminui a Araucaria angustifolia associa­se a varios ec6tipos de Angiospermas da familiaLauraceae, merecendo destaque os generos Ocotea,Cryptocarya e Nectandra entre outros de menorexpressao, nas disjun~6es serranas da Mantiqueira.No suI do Pais a floresta aluvial e constitufda prin­cipalmente por Araucaria angustifolia, Luehea di­varicata e Blepharocalyx longipes no estratoemergente e por Sebastiania commersoniana, noestrato arb6reo contfnuo.

1.6.1.3.2 Floresta Ombr6fila Mista Submontana

Esta forma~ao atualmente e encontrada sob a for­ma de pequenas disjun~6es localizadas em variospontos do "Craton Sul-Rio-Grandense". No Muni­cipio de Lauro Muller (SC), por exemplo, na decadade 50, podia-se observar cerca de 12 000 indivfduosde Araucaria angustifolia, contudo, nesta ctecadaeste numero nao chega a 200 exemplares com tron­cos finos e relativamente baixos pertencentes aoestrato dominado.

Nestas disjun~6es os indivfduos mais pujantesforam retirados e os poucos exemplares remanes­centes somente sao encontrados no estrato domina­do. Assim, 0 que existe e uma "floresta secundaria"ficando cada vez mais raro encontrarem-se indivf­duos de Araucaria angustifolia, que tendem ao totaldesaparecimento dentro de poucos anos.

1.6.1.3.3 Floresta Ombr6fila Mista Montana

Esta f01ma~ao, encontrada atualmente em poucasreservas particulares e no Parque Nacional do Igua­~u, ocupava quase que inteiramete 0 planalto situa­do acima dos 500 m de altitude, nos Estados doParana, Santa Catarina e Rio Grande do SuI. Porem,na decada de 50, nas grandes extens5es de terrenossituados entre as cidades de Lajes (SC) e Rio Negro(PR), podia-se observar a Araucaria angustifolia,ocupando e emergindo da submata de Ocotea pul­chella e !lex paraquariensis acompanhada porCryptocarya aschersoniana e Nectandra megapo­tanica. Ao norte de Santa Catarina e ao suI do Paranao "pinheiro-do-parana" estava associado com a im­buia (Ocotea porosa), formando agrupamentos ca­racterfsticos; atualmente grandes agrupamentosgregarios desapareceram, substitufdos pela mono­cultura de soja e trigo, intercaladas. Na decada de20, consideraveis disjun~6es de Araucaria, existen­tes no vale do rio Itajaf-A~u, associadas a Ocoteacatharinensis, foram quase inteiramente devasta­das, restando pequenos remanescentes sem expres­sao paisagfstica e economica. Esta "ochlospecie",que ocupava cerca de 70% do Planalto Meridional,apresenta uns poucos indivfduos isolados em pontos

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inacessfveis ou de permeio a grandes culturas desoja e trigo.

Estas considera~6es exemplificam 0 lento masconstante desaparecimento daAraucaria angustifo­Zia que, na decada de 80, nao apresentava maisexpressao fitogeografica e economica.

1.6.1.3.4 Floresta Ombr6fila Mista Alto-Montana

Esta floresta apresenta-se localizada acima dosI 000 m de altitude, com maior ocorrencia no Par­que do Taimbezinho (RS) e na crista do PlanaltoMeridional, nas cercanias dos "campos de SantaBarbara" no Parque de Sao Joaquim (SC), ocupandoas encostas das colinas diabasicas em mistura comarenitos termometamorfizados pelo vulcanismocretacico, que constitui a Forma~ao Serra Geral. Talfisionomia podia ser observada ate a decada de 60,quando se iniciou a explora~ao dos ultimos rema­nescentes expressivos da Araucaria angustifolia,restando atualmente poucos exemplares jovens ouraqufticos que sobraram da explora~ao predat6ria.

Atualmente, esta floresta encontra-se ainda bernconservada e com seus elementos quase intactos noParque Estadual de Campos do Jordiio (SP) e emMonte Verde, Municipio de Camanducaia (MG);todavia, as outras ocorrencias, como a de Itatiaia (RJe MG), estao sendo gradualmente suprimidas ten­dendo ao desaparecimento em poucos anos.

A composi~iio florfstica da disjun~ao de Camposdo Jordao, possivelmente semelhante aque outroraexistia nos Estados do Parana e Santa Catalina,apresenta a dominancia da Araucaria angustifolia,que sobressai do dossel normal da floresta. Ela etambem bastante numerosa no estrato dominado eaf associada a varios ec6tipos, dentre os quais me­recem destaque, em ordem decrescente, os seguin­tes: Podocarpus lambertii (pinheirinho) e variasAngiospermas, inclusive 0 Drymis brasiliensis dafamilia das Winteraceae, Cedrelafissilis das Melia­ceae e muitas Lauraceae e Myrtaceae. No estratoarbustivo da submata, dominam as Rubiaceae eMyrtaceae e exemplares da regenera~aoarb6rea deAngiospermae, como Winteraceae, Lauraceae eMeliaceae, faltando as Coniferales, que estiio nomomenta colonizando as areas campestres adjacen­tes.

1.6.1.4 Floresta Estacional Semidecidual (FlorestaTropical Subcaducif6lia)

o conceito ecol6gico deste tipo de vegeta~ao estacondicionado pela dupla estacionalidade c\imatica,uma tropical com epoca de intensas chuvas de ve­rao, seguida por estiagem acentuada e outra subtro­pical sem perfodo seco, mas com seca fisiologica

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provocada pelo intenso frio do invemo, com tempe­raturas medias inferiores a 150 C.E constitufda por faner6fitos com gemas foliares

protegidas da seca por escamas (catafitos), ou pelos,e cujas follias adultas sao escler6filas ou mem­branaceas deciduais.

Neste tipo de vegeta<;ao a porcentagem das ar­vores caducif6lias, no conjunto florestal e nao dasespecies que perdem as folhas individualmente,situa-se entre 20 e 50%. Nas areas tropicais e com­posta por mesofaner6fitos que revestem, em geral,solos areniticos distr6ficos. Ja nas areas subtropi­cais e composta por macrofaner6fitos em face derevestirem solos basalticos eutr6ficos. Esta florestapossui uma dominancia de generos amazonicos dedistribui<;ao brasileira, como por exemplo:Parapiptadenia, Peltophorum, Cariniana, Le­cythis, Tabebuia, Astroniul1l e outros de menor im­portancia fisionomica.

o criterio estabelecido com a finalidade exclusivade propiciar 0 mapeamento contfnuo de grandesareas foi 0 das faixas altimetricas, utilizado tamMmnas forma<;6es vegetacionais precedentes, como porexemplo: a forma<;ao aluvial esta sempre presentenos terra<;os mais antigos das calhas dos rios; aforma<;ao das terras baixas ocorre entre 5 e 100 mde altitude entre os 40 de latitude Norte e os 16° delatitude SuI, de 5 a 50 m quando localizados naslatitudes de 160 a 240 SuI e de 5 a 30 m nas latitudesde 240 a 320 Sui; a forma<;ao submontana situa-senuma faixa altimetrica que varia de 100 a 600 m deacordo com a latitude de 40 Norte ate 16° SuI, de50 a 500 m entre 160 ate os 240 de latitude SuI e de30 a 400 m ap6s os 240 de latitude SuI; e a forma<;aomontana situa-se na faixa altimetrica que varia de600 a 2 000 m de altitude entre 4° de latitude Nortee 160 de latitude SuI, de 500 a 1 500 m entre 160 e240 de latitude SuI e de 400 a 1 000 m entre 24° e320 de latitude SuI.

Somente quatro forma<;6es foram delimitadas noPals: aluvial, telTas baixas, submontana e montana,isto porque este tipo florestal apresenta-se descon­tfnuo e sempre acentuado entre climas gerais urnumido e outro arido, sendo superumido no equador,arido no Nordeste e umido no SuI. No Centro-Oesteencontra-se 0 clima continental estacional, mais afdomina a Savana (Cerrado) que e urn tipo de vege­ta<;ao de clfmax edafico.

1.6.1.4.1 Floresta Estacional Semidecidual Aluvial

Euma forma<;ao encontrada com maior freqiienciana grande depressao pantaneira mato-grossense dosuI, sempre margeando os rios da bacia hidrograficado Paraguai.

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o mesofaner6fito Amburana cearensis var. acre­ana, vulgarmente conhecido como cerejeira, degrande valor economico-madeireiro, e de origemandino-amazonica e de dispersao sui-americanaampla e divergente. 0 genero ocorre nas areas ari­das do Chaco argentino-boliviano, na Caatingabrasileira e nas areas umidas da Amazonia Ociden­tal, mais precisamente nos Estados do Acre,Rondonia, Mato Grosso e no Pantanal Mato­Grossense. Nesta forma<;ao existem em grandeabundancia varias especies dos generos Tabebuia,alem dos ec6tipos Calophyllum brasiliense, Ta­pirira guianensis, lnga sp., Podocarpus sellowii,Cedrela lilloi, Guarea guidonia entre outras.

1.6.1.4.2 Floresta Estacional Semidecidual dasTerras Baixas

E uma forma<;ao encontrada freqiientemente re­vestindo tabuleiros do Pliopleistoceno do GrupoBarreiras, desde 0 suI da cidade de Natal ate 0 nortedo Estado do Rio de Janeiro, nas cercanias de Cam­pos bern como ate as proximidades de Cabo Frio, afenmo ja em terreno quatemario.Eurn tipo florestal caracterizado pelo genera Cae­

salpinia de origem africana, de onde se destacam,pelo seu inegavel valor hist6rico, a especie C. echi­nata (pau-brasil) e outros generos brasileiros como:Lecythis que domina no vale do rio Doce, acompa­nhado pOI' outros generos da mesma familia Le­cythidaceae (afro-amazonica), que berncaracterizam esta floresta semidecidual, tais como:Cariniana (jequitiba) e Eschweilera (gon<;alo­alves). Para terminar a caracteriza<;ao desta for­ma<;ao pode-se citar 0 genero monotfpicoParatecoma peroba (peroba-do-campo) da farru1iaBignoniaceae, de dispersao Pantropical, mas exclu­sivo dos Estados do Espfrito Santo, Rio de Janeiroe Minas Gerais.

1.6.1.4.3 Floresta Estacional SemidecidualSubmontana

Esta forma<;ao freqiientemente ocorre nas encos­tas interioranas das Serras da Mantiqueira e dosOrgaos enos planaltos centrais capeados pelos Are­nitos Botucatu, Bauru e Caiua dos perfodos geo16­gicos Jurassico e Cretaceo.

Sua ocupa<;ao vai desde 0 Espfrito Santo e suI daBahia ate 0 Rio de Janeiro, Minas Gerais, Sao Paulo,norte e sudoeste do Parana e sui do Mato Grosso doSuI.

Nas encostas interioranas das serras marftimas, osgeneros dominantes, com individuos caducif6lios,sao os mesmos que ocorrem na floresta ombr6filaatlantica, como Cedrela, Parapiptdenia e Carinia-

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Não há formação alto-montana. Entre 16 e 24 de latitude, a mais de 1500m seria floresta ombrófila?
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00, sendo que nos planaltos arenfticos os ec6tiposdeciduais que caracterizam esta forma~ao perten­cern aos generos Hymenaea (jatobli), Copaijera(6Ieo-vermelho), Peltophorum (canaffstula),Astro­nium, Tabebuia e muitos outros. Contudo 0 generodominante que a caracteriza, principalmente, noplanalto paranaense e no oeste do Estado de SaoPaulo, e Aspidospenna, com seu ec6tipo A. poly­neuron (peroba-rosa).

1.6.1.4.4 Floresta Estacional SemidecidualMontana

Sao poucas as areas ocupadas por esta forma~ao

estabelecida acima dos 500 m de altitude. Situam-sep,rincipalmente na face interiorana da Serra dosOrgaos, no Estado do Rio de Janeiro e na Serra daMantiqueira nos Estados de Sao Paulo, Rio de Ja­neiro e Minas Gerais (Itatiaia) e do Espfrito Santo(Capara6). Outras areas ainda menores ocupam ospontos culminantes dos planaltos arenfticos. Estaforma~ao montana e quase sempre dominada pelogenero Aoodenanthera que as vezes constitui con­sorcia~6es de "ocWospecie" A.peregrina de origemamazonica, localizada principalmente nos sills ba­saIticos ainda conservados.

Este tipo florestal ocorre principalmente no nor­te da Amazonia, justamente nas serras do Tumu­cumaque e Parirna, em locais situados acima dos600 m de altitude enos planaltos arenfticos doEstado de Roraima, principalmente na face inte­riorana dos picos do Sol e da Neblina. Os generos eec6tipos de ampla dispersao e que af dominam sao:Cassia, Anadenanthera peregrina, Astronium e ou­tros.

1.6.1.5 Floresta Estacional Decidual (FlorestaTropical Caducij61ia)

Este tipo de vegeta<;:ao, que e caracterizado porduas esta~6es climaticas bern demarcadas, uma chu­vosa seguida de longo periodo biologicamente seco,ocorre na forma de disjun~6es florestais apresentan­do 0 estrato dominante macro ou mesofaner6fitopredominantemente caducif6lio, com mais de 50%dos indivfduos despidos de folhagem no perfododesfavoravel.

Com caracterfsticas semelhantes encontra-se naborda do Planalto Meridional, principalmente noEstado do Rio Grande do Sul, uma disjun<;:ao queapresenta 0 dossel emergente completamente cadu­cif6lio, visto que, muito embora 0 clima seja om­br6filo, possui uma curta epoca muito fria e queocasiona, provavelmente, a estacionalidade fisio16­gica da floresta.

Estas disjun~6es florestais deciduais sao, via deregra, dominadas tanto nas areas tropicais comonas subtropicais pelos mesmos generos de origemafro-amazonicas, tais como: Peltophorum, Anade­nanthera, Apuleia embora suas especies sejam di­ferentes, 0 que demarca urn "domfnio floristico"

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tambem diferente, quanta ao levantamento fitosso­ciol6gico das duas areas. Alem disso, este tipo devegeta~aoapresenta grandes areas descontfnuas 10­calizadas, do norte para 0 sul, entre a Floresta Om­br6fila Aberta e a Savana (Cerrado); de leste paraoeste entre a Savana-Estepica (Caatinga do sertaoarido) e a Floresta Estacional Semidecidual (Flores­ta Tropical Subcaducif6lia) e final mente no suI naarea subtropical, no vale do rio Uruguai, entre aFloresta Ombr6fila Mista (Floresta-de-Araucaria)do Planalto Meridional e a Estepe (Campos Gau­chos). Estas grandes areas disjuntas apresentamquatro forma~6es distintas:

1.6.1.5.1 Floresta Estacional Decidual Aluvial

Esta forma~ao, quase que exclusiva das bacias dosrios do Estado do Rio Grande do SuI, encontra-seatualmente bastante desfalcada dos seus elementosprincipais explotados para uso domestico. Locali­zada nos terra~os fluviais dos rios Jacuf, Ibicuf,Santa Maria e Uruguai, ocorre tambem nas varzeasdo rio Paraguai, no Estado do Mato Grosso do SuI,onde a drenagem e dificultada pelo pouco desnfveldo rio.

A composi~ao florfstica desta forma<;:ao e prefe­rencialmente constitufda por ec6tipos higr6fitos de­ciduais, adaptados ao ambiente aluvial, ondedominam mesofaner6fitos, tais como: Luehea diva­ricata (a~oita-cavalo), Vitex megapotamica (tam­rna), lnga uruguensis (inga), Ruprechtia rariflora(farinha-seca) e a nanofaner6fita Sebastiania com­mersoniana (branquilho) e outras.

1.6.1.5.2 Floresta Estacional Decidual das TerrasBaixas

Esta forma<;:ao e encontrada em areas descontfnuase relativamente pequenas. Ocorre com maior ex­pressividade na bacia do rio Pardo, no suI do Estadoda Bahia.

A floristica desta forma<;:ao, caracterfstica de soloseutr6ficos calcarios, e dominada pelos generos Ca­vanillesia e Cereus. 0 ec6tipo Cereus jamacarunesta forma~ao apresenta alto porte que atinge, naoraras vezes, 0 dossel dos mesofaner6fitos e comp6ejuntamente com os indivfduos dos generos Para­piptadenia, Anadenanthera, Piptadenia, Cedrela,entre outros, 0 estrato decidual desta disjun<;:ao.

As outras disjun~6es menores encontradas portodo 0 Pals devem ser delimitadas de acordo com aslatitudes, salientadas com 0 fim exclusivo de sepoder cartografa-Ias:- dos 40 latitude Norte aos 160 latitude SuI, varia de5 ate os 100 m de altitude;- dos 160 latitude SuI aos 240 latitude SuI, varia de5 ate 50 m de altitude; e- dos 240 latitude SuI aos 320 latitude SuI, varia de5 ate 30 m de altitude.

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1.6.15.3 Floresta Estacional DecidualSubmontana

Nesta forma~ao encontram-se dispersas as maio­res d.isjun~5es deste tipo de vegeta~ao florestal de­cidual, descritas abaixo de acordo com as areas maisrepresentativas em que foram observadas:

- Em uma estreita faixa no suI do Estado doMaranhao, entre a Savana (Cerrado) e a FlorestaOmbr6fJ1a Aherta com baba~u, situa-se uma flores­ta de medio porte composta pOl' nanofoliadas deci­duais, com caules finos e que apresenta comogeneros mais comuns Cedrela, Chorisia, Tabebuia,Jacaranda, Piptadenia, Parapiptadenia, Anade­nanthera, Apuleia e outros de menor expressaofisionomica. Encontra-se ai 0 tinieo ec6tipo comfolhas no perfodo desfavon'ivel, a Platonia insignis(bacuri), que imprime a paisagem urn aspecto degrandes tabuleiros revestidos por mesofaner6fitoscompletamente desfolhados, interrompidos, vezpOl' outra, por indivfduos foliados de colora~ao ver­de pardacenta.

- No suI do Estado da Bahia, com fisionomia de­cidual revestindo os terrenos calcarios da bacia dorio Pardo, ocorre uma floresta relativamente alta,conhecida como "mata-de-cip6". E composta demesofaner6fitos parcialmente caducif6lios e domi­nados por ec6tipos da famflia Leguminosae, desta­cando-se 0 genero Parapiptadenia. A maior pmtedos ec6tipos formadores desta disjun~ao, regular­mente, sao envolvidos por lianas lenhosas com fo­lhagem sempre verde que conferem a esta forma~aouma falsa aparencia numa epoca desfavonivel.- A floresta situada no norte do Estado de Goias esuI do Estado do Tocantins, entre a FlorestaEstacional Semidecidual do suI do Estado do Parae a Savana (Cerrado) do Estado de Goias, maisprecisamente no vale do rio das Almas e seus aflu­entes, apresenta uma fisionomia ecol6gica commais de 50% de seus ec6tipos sem folhagem naepoca desfavoniveI. Esta forma~ao, denominada"mato-grosso-de-goi<is", apresenta uma fisionomiaecol6gica de mesofaner6fitos onde predomina umamistura de ec6tipos savanfcolas de alto porte comoutros caducif6lios florestais. A origem floristieadesta forma~ao e predominantemente afro­amazonica, destacando-se os generos: Qualea,Caryocar, Copaijera, Hymenaea, Tabebuia, Choorisia, Bombax, Dimorphandra, Kielmeyera e mui­tos outros de menor expressao fisionomica.- A disjun~ao florestal situada ao norte do Estado deMinas Gerais e localizada nos vales dos rios VerdeGrande e Sao Francisco, no Estado de Minas Gerais,denominada "mata-de-jmba", apresenta uma consti­tui~ao florfstica bastante complexa, com ec6tipos

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savanfcolas e florestais mesofaner6fitos deciduais,com predominancia dos generos Pterodon, Caryo­car, Qualea, Pwtymenia, Machaerium, Bowdichia,Hymenaea, Tabebuia e muitos outros de menorexpressao fisionomica.

- A floresta decidual da encosta da serra da Bodo­quena, no Estado do Mato Grosso do SuI, e domi­nada por ec6tipos savanfcolas e florestaismesofaner6fitos. Esta disjun~ao econstitufda pOl'generos afro-amazonicos e andino-argentinos,onde se destacam Pterodon (sucupira), ec6tipo decaule amarelo e muito freqtiente, alem de Qualea,Copaifera, Hymenaea, Schinopsis, Plathymenia emuitos outros menos freqiientes.- A floresta da vertente interiorana da Serra daMantiqueira, situada em tenit6rio mineiro, revesteterrenos do Pre-Cambriano.Econstitufda por meso­faner6fitos de folhagens sempre verde dos generosAspidosperma e Cariniana e em algumas vezes pormacrofaner6fitos, destacando-se entre eles 0 generoAnadenanthera com sua"ochlospecie" caducif61iaperegrina que e dominante.

- Os terrenos da vertente suI do planalto dasMissoes, af ja considerados como "areas extrazo­nais", pois esmo inclufdos no espa~o subtropical,sao revestidos pOl' uma floresta que apresenta umafloristiea semelhante aque ocorre nas areas tropi­cais. Nela ocorrem a "ochlospecie" Anadenantheraperegrina associada aos generos Parapiptadenia,Apuleia e Peltrophorum de alto porte (macrofa­ner6fitos) que dominam no estrato das emergentes.Esta ultima disjun~ao de maior representatividade,sem contudo descmtarem-se outras menos signifi­cativas, permite aventar-se a hip6tese de que todasestas areas extrazonais possuem uma homologiaecol6gica, 0 que permite a extrapola~ao fisionomicada vegeta~ao pela semelhan<;a florfstica de seusdominantes. Nesta area, 0 perfodo frio com mediasinferiores a ISoC apresenta uma seca fisiol6gicacoincidente com a seca das areas tropicais.

1.6.1.5.4 Floresta Estacional Decidual Montana

Esta forma~ao ocorre em areas disjuntas que seapresentam bastante expressivas, sendo que paraidentifica-las observararn-se os seguintes parame­tros altimetricos de acordo com as latitudes ondesao encontradas:- dos 40 latitude Norte a 160 latitude SuI, varia de600 ate 2 000 m de altitude;- dos 160 latitude SuI a 24° latitude SuI, varia de500 ate I 500 m de altitude; e- dos 240 latitude SuI a 320 latitude SuI, varia de400 ate 1 000 m de altitude.

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Esta varia~aoaltimetrlca, mudando de acordo comas latitudes, pode ser explicacla pelas grandes dife­ren~as de temperatura que influem na composi~ao

florfstica, observando-se que quanto mais ao suI 0

espa~o da faixa altimetrica diminui. Cita-se comoexemplo: 0 levantamento cia composi~ao floristicaem area situada a mais de 1 000 m de altitude(Veloso, 1945) em Teresopolis (RJ) mostrou que aflora e coincidente com a de Brusque (SC), locali­dade situada a poucos metros acima do myel do mar(Veloso & Klein, 1957).

Estas observa~oes,embora insuficientes, demons­tram que as faixas altimetricas vaG se estreitando deacordo com as latitudes situadas mais ao suI, contu­do apenas levantamentos mais detalhados e quepodem estabelecer as variavoes florfsticas essen­dais e assim melhorar 0 nfvel cmtografico da clas­sifica~ao da vegeta~ao brasileira.

A formarrao florestal decidual situada ao norte deBoavista (RR), no hemisferio Norte, reveste 0 pla­nalto arenftico de Roraima com uma fisionomiaecologica tipicamente caducif6lia, dorninada porLeguminosae do genero Cassia. Mais ao suI, reves­tindo 0 planalto de Conquista (BA), encontra-seuma vegetar;ao florestal de porte medio dominadapor ec6tipos dos generos Parapiptadenia e Anade­nanthera sempre associados aos generos Cavanil­lesia, Tabebuia, Cedrela, entre muitos outros.

1.6.1.6 Campinarana (Campinas)

Os termos Campinarana e Campina sao sinonimose significam "falso campo". A prioridade contudocabe ao primeiro, porque Ducke (1938) e Sampaio(1944) 0 empregaram para a regiao ecol6gica doalto rio Negro, embora tambem tenham se referidoao mesmo tipo de vegetarrao com a designar;ao"caatinga do rio Negro". Spruce (1908) foi 0 pio­neiro no uso do termo "caatinga-gapo" para a regUlodo rio Negro, termo este extrapolado pelos fitogeo­grafos brasileiros como "caatinga simplesmente".Esta interpretar;ao nao e muito cOiTeta, pois, segun­do Veloso et al. (1975), "caatinga-gapo" traduz-sepor uma vegetar;ao lenhosa aberta dos pantanos comumidade, com sentido inverso do termo caatinga doNordeste brasileiro, que significa vegetar;ao lenhosaaberta espinhosa caducifolia das areas aridas doNordeste brasileiro.

Tambem 0 termo Campinas empregado par Lind­man (1906) para designar os "campos do Rio Gran­de do SuI", os quais dividiu em "campo sujo ecampo limpo", de acordo com a maior ou menorquantidade de plantas raqufticas lenhosas que pra­guejavam os referidos campos, por questoes priori-

Manllal Tecnico da Vegetariio Brasileira

tana e regionalista, nao deve ser empregado paradenominar uma vegetar;ao amazonica.

Egler (1960) foi 0 primeiro fitoge6grafo a em­pregar COlTetamente 0 termo Campinarana para aAmazonia e Takeuchi (1960) usou a denominarraoCampina ap6s Ducke (1938) e Sampaio (1940).Procurou-se aqui empregar corretamente a termino­logia Campinarana, descrevendo-a do seguintemodo: trata-se de uma regiao ecol6gica que ocorrenos solos Podzol Hidrom6rfico e Areias QuartzosasHidrom6rficas das plamcies aluviais. A predomi­nlincia na sua composirrao florfstica e de ec6tiposraqufticos amazonicos, com pelo menos urn generomonotfpico endemico, Barcella odora, da famfliaPalmae, de dispersao Pantropical. Esta vegetarraotfpica da bacia dos rios Negro, Orinoco e Brancoultrapassa as nossas fronteiras, atingindo a Vene­zuela e a Colombia, porem em areas bem menoresdo que a ocupada no Brasil. Ocupa areas tabularesarenosas, bastante Iixiviadas peIas chuvas duranteos ultimos 10000 anos, aIem destas areas tabulm'esencontram-se em grande depress6es fechadas, sufi­cientemente encharcadas no perfodo chuvoso e cominfluencia dos grandes rios que cortam a regiao, emtodas as direr;6es.

Esta classe de formavao e dividida em tres sub­grupos de formav6es: arb6rea densa ou florestada,arb6rea aberta ou arborizada e gramfneo-lenhosa.

/.6.1.61 Campinarana Florestada

Eum subgrupo de formar;ao que OCOlTe nos pedi­pIanos tabulares, dominados por nanofaner6fitosfinos e deciduais na epoca chuvosa, assemelhando­se a uma "floresta-riparia". Em sua composi9aofIorfstica predominam ec6tipos do genero Clusia,associados aos ec6tipos dos generos amazonicosque a caracterizam, tais como: Aldina, Hevea, Hen­riquezia, Eperua, Caraipa e outros tipicamenteamazonicos, mas comespecies endernicas que ocor­rem preferencialmente nestes interfluvios tabulares.

A bacia do alto rio Negro foi 0 centro de dispersaodesta flora, e os ambientes situados ao Iongo dosrios de agua preta, que segundo Sioli (1962) reve­lam a presenr;a de acidos umicos e material turfosoinerte em suspensao, sao os Iocais onde estesgeneros melhor se adaptaram. Nos fluvios dessaintrlcada rcde hidrografica, que s6 erealmente ativana epoca das grandes chuvas, ocorrem tres especiesendemicas de paImeiras, Astrocarium javari(javari), Leolpodinia pulchra e Euterpe catingae(ar;af-chumbinho), que OCOlTem tamMm na Campi­narana Arb6rea Aberta.

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1.6.1.6.2 Campinatana ArborizadaEste subgrupo de forma~ao e dorninado por plan­

tas raqufticas, os mesmos ec6tipos que ocorrem nosinterfluvios tabulares da regiao ecol6gica que saocapeadas pelo solo Podzol Hidromorfico das de­press6es fechadas, em geral circulares e totalmentecobertas por Trichomanes, com esparsos indivfduosxeromorfos providos de xilopOdios, e tufos do If­quen Cladonia, refugiados sob a sombra da Humiiabalsamifera var. floribunda (urniri-da-campina),que na floresta ombr6fila atinge alto porte. No meiodestes nanofaner6fitos esparsos, ocorrem algunscamefitos endemicos da area. A ocorrencia das pal­meiras Astrocarium javari, Leopoldinia pulchra eEuterpe catingae e bastante significativa.o genera Cladonia, possivelmente a especie C.

viridis, e0 mesmo que ocorre nas areas pantanosasdo hemisferio Norte enos pontos alto-montanosturfosos dos refugios relfquias da Amazonia, comoo Pico da Neblina, no Estado do Amazonas, 0

conhecido Morro do Sol, no Estado de Roraima, ena maioria das areas pioneiras sob influencia mari­nha.

1.6.1.6.3 Campinarana Gramfneo-LenhosaEste subgrupo de forma~ao ocorre nas planfcies

encharcadas, pr6ximas aos rios e lagos da regiao.Estas planfcies sao capeadas por urn tapete de ge6­fitos e hernicript6fitos das famflias Gramineae eCyperaceae, ambas de dispersao Pantropical. AftambCm OCOlTem muitos camefitos rosulados dogenero Paepalanthus que imprimem afisionomia,juntamente com varios ec6tipos, ge6fitos e epffitas,das faffillias Amarylidaceae, Xyridaceae e Orchida­ceae, a caracterfstica campestre pantanosa.

1.6.1.7 Savana (Cerrado)

o termo Savana e procedente da Venezuela, tendosido empregado pela primeira vez por Oviedo &Valdez (1851), para designar os "lhanos arboladosda Venezuela" (formac,;ao gramin6ide dos planaltos,em geral coberta por plantas lenhosas) e posterior­mente levado para a Africa (apud Tansley, 1935).

No decorrer das decadas varios autoresutilizaram-se de outros termos, abaixo relaciona­dos, para designar este tipo de vegeta~ao:

• Humboldt (1806) • chamando-o de "estepe"

• Drude (1889) - denominando-o de "estepe tropicar'

.Schimper (1903) - designando-o de "tlorest3 de s8vana"para representar as forma~Oes

grarninosas aroorizadas intertropicais

Warming (1908) - denominou no Brasil de "camposcerrados au vegeta~ao xerofftica". aU

face de urn longo penodo seea bernmarcaoo

• Chevalier (1932) _ ItSavana"

• Lanjouw (1936) _"Savanall

- Trodtain (19051/54) _ I1Savanatl

• Rawitscher (1952) • adotau a temUnologia de Warming de"campo cerrado"

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• Beard (1953) • "Savana"

• Auhreville (1956) - nSavana"

• Schnell (197\) • "S8vana"

• ProjetoRADAMBRASIL (1973/86) • "Savana (Cerrado)"

Ap6s as pondera~6es anteriores, resolveu-se ado­tar 0 termo Savana como prioritario e Cerrado, entreparentese, como sinonimo regionalista, por apre­sentar uma fitofisionomia ecol6gica hom6loga adaAfrica e Asia.

A Savana entao e definida como uma vegeta~ao

xeromOrfa preferencialmente de clima estacional(mais ou menos 6 meses secos), nao obstante po­dendo ser encontrada tambCm em clima ombr6fi10.Reveste solos lixiviados alurninizados, apresentan­do sinusias de hemicript6fitos, ge6fitos e faner6fi­tos oligotr6ficos de pequeno porte, com ocorrenciapor toda a Zona Neotropical.

A Savana (Cerrado) foi subdividida em quatrosubgrupos de forma~ao:

1.6.1.7.1 Savana Florestada (Cerraddo)

Subgrupo de forma~ao com uma fisionornia tfpicae caracterfstica, restrita das areas arenfticas lixivia­das com solos profundos, ocorrendo em cErna tro­pical eminentemente estacional.

Apresenta sinusias lenhosas de micro e nanofane­r6fitos tortuosos com ramifica~ao irregular, provi­das de macrMilos esclerMilos perenes ousemidecfduos, ritidoma esfoliado corticoso rfgidoou cortex maciamente suberoso, com 6rgilos dereserva subterraneos ou xilopOdio. Nilo apresentauma siniisia nftida de camefitos, mas sim urn relevohernicriptofftico, de permeio com plantas lenhosasraqufticas e palmeiras anas.

Extremamente repetitiva, a sua florfstica reflete-sede norte a suI em uma fisionomia caracterizada pordorninantes faner6fitos tfpicos, tais como:

- Caryocar brasiliense (Caryocaraceae, pequi).

- Salvertis convallariodora (Vochysiaceae, pau-de-cother).

- Boldichia virgilioides (Legurninosae Pap., sucupi­ra-preta).

- Dimorphandra moWs (Legurninosae Caes., favei­ro).

- Qualea grandiflora (Vochysiaceae, pau-terra-de­folhas-grandes).

- Qualea parviflora (Vochysiaceae, pau-terra-de­folhas-rniudas).

- Anadenanthera peregrina (Legurninosae Mim.,angico-preto)

- Kielmeyera coriacea (Guttiferae, pau-santo).

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1.6.1.7.2 SavanaArborizada (Campo-Cerrado)

Subgrupo de forma~ao natural e/ou antr6pico quese caracteriza por apresentar uma fisionomia nano­fanerofftica rala e outra hemicriptofftica gramin6i­de, continua, sujeita ao fogo anua1. Estas sinusiasdominantes formam uma fisionomia em terrenosdegradados. A composi~ao florfstica, apesar de se­melhante ada Savana Florestada (Cerradao), possuiec6tipos dominantes que caracterizam os ambientesde acordo com 0 espa~o geognifico ocupado, taiscomo:

- Amapa (AP) - Salvertia convallariodora (Vochy­siaceae, pau-de-colher).

- Roraima (RR) - Curatel/a americana (Dillenia­ceae, lixeira).

- Para (PA-Tiri6s) - Himatanthus sucuuba (Apo­cyn., sucuuba).

- Maranhao (MA), Piauf (PI) e Ceara (CE) - Parkiaplatycephala (Leguminosae Mim., faveira).

- Para (PA-serra do Cachimbo) - Platonia insignis(Guttiferae, bacUt·i).

- Minas Gerais (MG-sul-mineiro) - Dimorphandramol/is (Leg. Mim., faveiro).

- Sao Paulo (SP) e Parana (PR) - Stryphnodendronadstringens (Leg. Mim., barbatimao).

1.6.1.7.3 Savana Parque

Subgrupo de forma9uo essencialmentc constitufdopor urn estrato gramin6ide, integrado por hemicrip­t6fitos e ge6fitos de florfstica natural e/ou antropi­zada, entremeado por nanofaner6fitos isolados,com conota~ao tfpica de urn "parque ingles" (Park­land).

A savana parque de natureza antr6pica e encontra­da em todo 0 Pals e a natural, nas areas abaixorelacionadas com os seguintes ec6tipos dominantes:

- Ilha de Maraj6 - Hancomia speciosa (Apocyna­ceae, mangaba).

- Pantanal Sul-Mato-Grossense - Tabebuia carai­ba (Bignoniaceae, paratudo).

- Depressao do Araguaia e ilha do Bananal - Byr­sonima sericea (Malpigniaceae, murid).

1.6.1.7.4 Savana Gramfneo-Lenhosa

Prevalecem nesta fisionomia, quando natural, osgramados entremeados por plantas lenhosas raquf­ticas, que ocupam extensas areas dominadas porhemicript6fitos e que, aos poucos, quando maneja­das atraves do fogo ou pastoreio, vao sendo substi­tufdas por ge6fitos que se distinguem por apresentarcolmos subterraneos, pOltanto, mais resistentes aopisoteio do gada e ao fogo.

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A composi~ao florfstica e bastante diversificada,sendo seus ec6tipos mais representativos as plantaslenhosas:- Andira humilis (Leguminosae Pap., angelim-do­cerrado).- Cassia spp. (Leguminosae Caes., fedegoso-do­cerrado). 0 genero Cassia foi considerado segundoo conceito de Bentham.- Byrsonima spp. (Malpighiaceae, murici-rasteiro).- Bauhinia spp. (Leguminosae Caes., unha-de-vaca).- Attalea spp. (palmae, palmeirinha-do-cerrado).- Allagoptera campestris (Palmae, coco-de-raposa).- Orbignya eichleri (Palmae, coco-de-guriri)

e as plantas gramin6ides (Gramineae).- Axonopus spp. (grama-do-cerrado).- Andropogon spp. (capim-do-cerrado).- Aristida pallens (capim-barba-de-bode).- Echinolaena inflexa.- Paspalum spp.- Trachypogoll polymorphus (capim-redondo).- Schizachyrium spp.- Tristachya spp. (capim-flechinha).

Alem de muitos nanofaner6fitos raqufticos dasfamflias Compositae, Myrtaceae, Melastomata­ceae, Malvaceae e muitas outras de menor im­portiincia fisionomica.

1.6.1.8 Savana-Estepica (Caatinga do SerttioArido, Campos de Roraima, Chaco Sul-Mato­Grossense e Parque de Espinilho da Barra do rioQuaraf)

o binomio Savana-Estepica, criado e apresentadopor Trochain em 1948/54 (Apud. Schnell, 1971) ereafirmado no Acordo Interafricano sobre os tiposde vegetac;ao da Africa Tropical (Trochain, 1957),foi originalmente usado para designar uma vegeta­c;ao tropical de caracterfsticas estepicas pr6ximo aZona Holartica Africana.o termo foi empregado para designar a area do

"sertao arido nordestino" com dupla estacionalida­de, uma area disjunta no norte do Estado de Roraimae duas outras areas tambem disjuntas chaquenhas ­uma no extrema suI do Estado do Mato Grosso doSui e outra na balTa do rio Quaraf quando desembo­ca no rio Uruguai, no Estado do Rio Grande do SuI.o sertao arido nordestino apresenta freqtiente­

mente dois perfodos secos anuais, urn com longodeficit hfdrico seguido de chuvas intermitentes eoutro com seca curta seguido de chuvas torrenciaisque podem faltar durante anos.

A disjunc;ao situada no extremo norte do Estado deRoraima, na Chapada de Surumu, atualmente en­contra-se bastante antropizada (Veloso et aI., 1975).

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A vegeta~ao do denominado "Chaco Boreal argen­tino-paraguaio-boliviano" e encontrada em sua faseumida desde a confluencia do rio Apa com 0 rioParaguai, prossegue comprimida entre a cuesta daserra da Bodoquena e 0 rio Paraguai ate 0 seuafluente rio Miranda, de onde avan~a ate as cerca­nias da cidade de Miranda (MS). Daf segue ate acidade de Corumba, sempre flanqueando 0 rio Para­guai, revestindo morrotes Pre-Cambrianos ricos emmanganes e ferro, podendo tambem ser encontradadispersa ate as margens do rio Guapore, afluente dorio Mamort~, ja em territ6rio amazonico, no Estadode Mato Grosso.

A disjun~ao chaquenha do "Parque do Espinilho"ocorre na planicie alagavel situada no extremo su­doeste do Estado do Rio Grande do SuI. Encontra-seainda bastante preservada e seus ec6tipos naturaisrevestem terrenos de deposi~ao recente localizadosentre os rios Quarai e 0 Uruguai.

Estas duas disjun<;oes ecol6gicas da denominada"savana umida chaquenha", situadas no Brasil comcaracterfsticas tfpicas de dupla estacionalidade,apresentam tres meses frios com fracas chuvas queprovocam seca fisiol6gica, seguido de grandeperfodo chuvoso, com urn mes de deficit hfdrico,conferindo ao clima regional a caracterfstica princi­pal de dupla estacionalidade. A dupla estacionali­dade climatica verificada nessas areas, aliada aidentidade florfstica e afisionomia ecol6gica, im­plica na semelhan<;a desse tipo de vegeta~ao, queconceituou-se como Savana-Estepica, pol' analogiados ec6tipos afro-amazonicos e andino-argentinosque migraram atraves do tempo, formando dis­junc;oes bern distintas uma da outra.

Este tipo de vegetac;ao ou classe de formac;aosubdivide-se em quatro subgrupos de formac;oessituados em areas geomorfologicamente distintas, asaber:

1.6.1.8.1 SavalUl-Estepica Florestada

Subgrupo de forma<;ao caracterizado pol' microelou nanofaner6fitos, com media de 5 m, excep­cionalmente ultrapassando os 7 m de altura, mais oumenos densos, com grossos troncos e esgalhamentobastante ramificado em geral provido de espinhose/ou aculeos, com total decidualidade na epoca des­favonivel.

A flora do "sertao nordestino" (caatinga), situadana grande depressao interplanaltica bastante ar­rasada, e caracterizada sobretudo pelos generos:Cavanillesia e Chorisia da famnia Bombacaceae,de dispersao Pantropical, sendo que 0 generoCavanillesia, Neotropical, e hom6logo do generoAdansonia, Paleotropical africano; Schinopsis e

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Astronium, pertencentes a famma Anacardiaceaeque e de dispersao Pantropical, sao Neotropicais,sendo 0 primeiro andino-argentino e 0 segundoafro-amazonico; Acacia, Mimosa, Cassia, e outrosda fall1l1ia Leguminosae, de dispersao Pantropical,com distribui~ao descontinua, apresentam maiornumero de ec6tipos do Novo Mundo.

Ja a disjunc;ao floristica do Chaco brasileiro,situada na grande depressao pantaneira, e caracteri­zada pela maioria dos generos citados, mas mere­cendo destaque os taxa Sehinopsis (Anacardiaceae)e Aspidosperma (Apocynoceae) que tern af 0 seumaior numero de ec6tipos especfficos, 0 que sugerepartir daf 0 seu ponto de dispersao pela plataformabrasileira. Justamente, estes dois primeiros generosnao tern espinhos e somente perdem parcialmentesuas folhas, embora possuam casca grossa e portemesofanerofftico.

1.6.1.8.2 Savana-Estepiea Arborizada

Este subgrupo de formac;ao apresenta as mesmascaracterfsticas florfsticas da fisionomia ecol6gicaanterior, porem os indivfduos que 0 compoem saomais baixos, existindo claros entre eles.

Na depressao interplamiltica nordestina (Caatingado sertao arido), dominam os ec6tipos: Spondiastuberosa (Anacardiaceae) sendo 0 genero de disper­sao amazonica, mas a especie dessa depressao en­demica; Commiphora leptophloeos (Burseraceae),o genero de dispersao afro-amazonica, mas a espe­cie tambem endemica; Cnidoseolus phyllacanthus(Euphorbiaceae) com famflia de dispersao Pantro­pical, porem de ec6tipo endemico; Aspidospermapyrifolium (Apocynaceae), 0 genero com dispersaoandino-argentina, mas de ec6tipo endemico; e va­rios ec6tipos do genero Mimosa (LeguminosaeMim.) que muito bern caracterizam grandes areasdo "sertao nordestino" (Caatinga).

Na depressao pantaneira sul-mato-grossense, do­minam os mesmos generos com ec6tipos endemi­cos desta disjun<;ao florfstica, como pol' exemplo:Prosopis eAcacia (Leguminosae Mim.), Nanofane­r6fitos com alturas entre 1 e 2 m e Ziziphus mistol(Rharnnaceae) tambem raquftica e Celtis tala (UI­mac.), estes dois ultimos com espinhos nas folhas,troncos e galhos, sendo estas as principais caracte­rfsticas florfsticas da referida disjun<;ao.

1.6.1.8.3 Savana-Estepiea Parque

Termo introduzido na fitogeografia por Tansley &Chipp (1926) para designar uma fisionomia do Cha­co argentino (Parkland). Este subgrupo de forma­~ao e 0 que apresenta caracterfsticas fisionomicasmais tfpicas, com nanofaner6fitos de urn mesmoec6tipo bastante espa<;ados, como se fossem plan-

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tados, isto porque apresentam uma pseuda-ordena~ao

de plantas lenhosas raqufticas sobre denso tapetegramfneo-Ienhoso de hemicript6fitos e camefitos.

Na depressao interplanaItica nordestina (Caatingado sertiio arido), dominam varios ec6tipos, dentrodos quais se destacam: Mimosa acustipula (Legu­minosae Mim.), associadas a outros ec6tipos domesmo genero que, embora de ampla dispersao,dominam na America tropical; Auxemma oncolalyx(Borrag., pau-branco), Combretum leprosum (Com­bret., mofumbo); eAspidospermapyrifolium (Apo­cynac., pereiro) de famflias Pantropicais, contudode generos afro-amazonicos, sendo 0 ultimo andi­no-argentino. Estes nanofaner6fitos estao sempreassociados ao "capim-panasco" do genero Aristidade dispersao mundial, principalmente nas zonasPaleotropical e Neotropical.

Este subgrupo de forma~ao recobre geralmentepequenas depress5es capeadas que, na epoca daschuvas, sao alagadas. Esse processo de inunda~ao

decorre da rna drenagem dos solos dominantes ­Vertissolos.

Na depressao pantaneira sul-mato-grossense(Chaco brasileiro) domina, quase sempre, 0 nanofa­ner6fito Acacia farnesiana que ocorre nas areasalagadas de diffcil escoamento. Contudo, na epocaseca, estas areas sao cobertas pOl' Aristida columbri­na que possui ampla dispersao na area. Urn outroec6tipo que constitui a fisionomia de Parque nadisjun~ao florfstica pantaneira e a Copernicia pru­nifera var. australis (para os botfuticos argentinosval'. alba) que forma grandes agrupamentos, quasepuros (consorcia~6es), nas largas e rasas depress6esalagaveis pOI' ocasiao das enchentes do rio Paraguai,tanto do lado da Bolivia como do Brasil. No extre­mo suI do Pafs, situado na barra do rio Quaraf como rio Uruguai, este subgrupo de forrna~ao constituio conhecido e classico exemplo do "parque do espi"nilho". Este parque e formado quase que exclusiva­mente pelas associa~6es de Prosopis algarobilla(algaroba) e Acacia farnesiana (espinilho), am­bos espinhosos e caducif6lios, alem da Aspidos­perma quebracho-blanco (quebracho-branco) ede outras menos numerosas, como: Scutia buxifo­lia (coronilha), Celtis tala (taleiro), Parkinsoniaaculeata (cinacina) e Acanthosyris spinescens(sombra-de-touro).

1.6.1.8.4 Savana-Estepica Gramfneo-Lenhosa

Este subgrupo de forma~ao, tambem conhecidocomo campo espinhoso, apresenta caracterfsticasflonsticas e fisionomicas bern tfpicas, tais como urnextenso tapete grarninoso salpicado de plantas le­nhosas anas espinhosas.

Na depressao interplanaItica nordestina (Caatingado sertao arido) 0 terreno e coberto inteiramente

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pelo capim-panasco (Aristida Sp.), urn hemicript6­fito que se apresenta com aspecto de palha na secae que enverdece na epoca das aguas. Este campo eentremeado de nanofaner6fitos espinhosos, despi­dos de folhagem na seca e folhoso na epoca daschuvas, pertencentes ao genero Jatropha (pinh1io­brabo) da familia Euphorbiaceae de distribui~ao

Pantropical.Na depressao pantaneira do Chaco brasileiro,

domina tambem urn campo grarninoso de Parathe­ria prostata, Aristida sp. e Elionurus sp., entre­meado pOI' plantas lenhosas espinhosas, comoCeltis tala da familia Pantropical Ulmaceae, assa­ciado com outros ec6tipos tambem espinhosos queimprimem a fisionomia uma caracterfstica de"campo espinhoso".

1.6.1.9 Estepe (Campos-Gerais Plandlticos eCampanha Gaucha)

o terrno Estepe de procedencia Russa foi empre­gada originalmente na Zona Holartica e extrapoladopara outras areas mundiais, inclusive a NeotropicalsuI brasileira, pOI' apresentar homologia ecol6gica.

Esta area subtropical, onde as plantas sao subme­tidas a uma dupla estacionalidade - uma fisiol6gicaprovocada pelo frio das frentes polares e outra secamais curta, com deficit hfdrico - apresenta umahomologia fitofisionomica, embora seja diferenteda area original Holartica. A sua fisionomia apre­senta uma homologia bastante sugestiva com 0 ter­mo "prairie" (campos das areas frias temperadas),embora seja amplo e muito generico, daf a escolhado terrno prioriffirio "estepe".

Atualmente estas areas, apesar de estarem bastanteantropizadas, podem ser separadas em tres subgru­pos de forrna~ao situados em dois grandes tipos derelevo: 0 pediplano gaucho e 0 planalto meridional.

A florfstica grarnfneo-lenhosa da Campanha Gau­cha e quase toda originada das areas pre-andinas,com alguns generos cosmopolitas Pantropicais. Nasareas do Planalto Meridional a Araucaria angusti­folia, de origem Australasica, mas de distribui~ao

afro-brasileira, ocorre imprimindo 0 carateI' diferen­cial aCampanha Gaucha, pois as vegeta~6es cam­pestres das duas areas sao muito semelhantes eforam igualadas pelo fogo anual e pelo intensopisoteio do gado.

1.6.1.9.1 EstepeArborizada

Este subgrupo, de forrna~ao localizado no planaltosul-rio-grandense e divisores de aguas dos rios Ca­maqua e Ibicuf, caracteriza-se pela dominancia desolos rasos (Lit6licos), com Afloramentos Rocha­sos.

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A fitofisionomia e constitufda de dois estratosdistintos. 0 primeiro deles comp6e-se de micro enanofaner6fitos dispersos, perenifoliados coria­ceos, ligados ou nao a floresta-de-galeria, onde aScutia buxifolia (corxonilha), Sebastiania commer­soniana (branquilho), Lithraea brasiliensis (bu­greiro), Celtis tala (taleiro), Schinus mollis(aroeira-salsa), Acacia farnesiana (espinilho), As­tronium balansae (pau-ferro), sao os principais ec6­tipos, todos de origem andino-argentina.

Dispersos nos Afloramentos Rochosos os nanofa­ner6fitos e camefitos se fazem notar atraves dascactaceas dos generos Cereus e Opuntia, tambemde origem tropical andina.o segundo estrato e formado por hemicript6fitos

(gramfneas cespitosas), representados por Erianthussp. (macega), Andropogon lateralis (capim-cani­nha), Aristida pallens (capim-barba-de-bode) e porge6fitos (gramfneas rizomatosas), destacando-se 0

Paspalum notatUlll (grama-forquilha), Axonopusfissifolius (grama-tapete) e outros ec6tipos inva­sores, em face da degrada~ao do solo devido asconstantes queimadas anuais e ao pisoteio do gado.Varios camefitos, Como Baccharis spp. (vassouras),Heterotalamus sp. (alecrim), Eryngium horridum(caraguata) e outros de menor expressao, poremcom ampla dispersao, sao tambem invasores dossolos degradados. Contudo 0 mais importante e aCompositae do genero Eupatorium sp. (chirca) queforma densos agrupamentos no meio dos camposestepicos e que, provavelmente, e endemico daEstepe do Uruguai e/ou do sudeste do Estado do RioGrande do SuI.

1.6.1.9.2 Estepe Parque

Localizada em diferentes areas, nos planaltos dasAraucarias, sul-rio-grandense e da Campanha, tam­bern ocorre nos divisores de aguas dos rios Ibira­uita e Ibicuf da Cruz, apresentando umafitofisionomia formada basicamente por nanofane­r6fitos freqiientes e dispersos regularmente. Comoexemplo classico, cita-se 0 PlanaIto da CampanhaGaucha onde ocorrem ec6tipos da familia Anacar­diaceae: Lithraea brasiliensis (bugreiro), Schinusmol/is (aroeira-salsa) e Astronium balansae (pau­ferro), alem de outros ec6tipos de varias famflias,mas com menor representatividade. Esta fisionomiade Parque sugere uma causa antr6pica para aumen­tar os "campos-de-pastagens", que concorre para adegrada~ao cada vez maior dos terrenos pelo mauuso do solo.a estrato graminoso e dominado pelas mesmas

formas de vida do subgrupo de forma<;ao anterior,alem de algumas ter6fitas que, como plantas anuais,

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alteram 0 visual do Parque, imprimindo-lhe nuan­<;as de cor e de valor agrosto16gico. Porem, aindasao as Gramineae que dominam na paisagem, comopor exemplo: Paspalum notatum (grama-forqui­Iha), Axonopus fissifolius (grama-jesufta), Andro­pogum lateralis (capim-caninha) e Stipa spp.(capim-flechinha), entre outras de menor importan­cia. Como se pode ver, neste estrato, ainda existemalguns elementos nativos estepicos, como porexemplo varios ec6tipos do genero Stipa que domi­nam na Estepe do Uruguai e da Argentina.

1.6.1.9.3 Estepe Gramfneo-Lenhosa

Neste subgrupo de forma<;ao observam-se as "flo­restas-de-galeria" de porte baixo flanqueando algu­mas drenagens. a estrato herbaceo e constitufdo porduas sinusias gramin6ides, ados hemicript6fitos eados ge6fitos, ambas apresentando pilosidade nasfolhas e colmos, 0 que sugere uma adapta<;ao aoambiente relativamente seco. No presente caso pa­rece tratar-se de compacta<;ao superficial do terreno,em vista das queimadas anuais e do excessivo piso­teio do gado.

Estes campos limpos, que na epoca desfavoravelapresentam uma colora<;ao acinzentada, sao domi­nados porec6tipos dos generos Stipa,Andropogon,Aristida e Erianthus, 0 que demonstra que a Estepedo Rio Grande do SuI e a das areas situadas noplanalto Meridional estao atualmente igualadospelo mau uso do solo.

Um exemplo de progressiva "desertifica~ao",pelomau uso do solo, pode ser observado em areasarenfticas de Alegrete e Itaqui, onde vicejam oscampos quase desprovidos de vegeta<;ao na epocadesfavoravel.

1.6.2 Classifica,;ao das Areas das Forma,;oesPioneiras

Ao longo do litoral, bem como nas planicies flu­viais e mesmo ao redor das depressoes aluvionares(pantanos, lagunas e lagoas), ocorrem freqiiente­mente terrenos instaveis cobertos de vegeta<;ao, emconstante sucessao, de ter6fitos, cript6fitos (ge6fi­tos e/ou hidr6fitos), hemicript6fitos, camefitos enanofaner6fitos. Trata-se de uma vegeta<;ao de pri­meira ocupa<;ao de carater edafico, que ocupa osterrenos rejuvenescidos pelas seguidas deposi<;oesde areias marinhas nas praias e restingas, as aluvioesfluviomarinhas nas embocaduras dos rios e os solosribeirinhos aluviais e lacustres. Sao essas as forma­<;oes que se consideraram como pertencendo ao"complexo vegetacional edafico de primeira ocupa­<;ao" (forma<;6es pioneiras).

A designa<;ao vegeta<;ao edafica de primeira ocu­pa<;ao prende-se assim a uma tentativa de conceituar

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comunidades localizadas, sem liga-Ias prioristica­mente as regi6es climaces, pois a vegeta~ao queocupa uma area com solo em constante rejuvenes­cimento nem sempre indica estar a mesma nocaminho da sucessao para 0 climax da regiao cir­cundante. Sao exemplos: as vegeta~6es da orIamaritima e dos pantanos, ambas, semelhantes entresi, em qualquer latitude ou longitude do Pais, sem­pre com plantas adaptadas aos parametros ecol6gi­cos do ambiente pioneiro. Isto talvez sugira a causade estarem estas comunidades ligadas a famflias egeneros do universo tropical psam6filo e hidr6filo,seja atraves da dispersao de seus ec6tipos ou sejaatraves da adapta~ao ao arnbiente especializadotropical, cujos fatores limitantes, em geral, determi­naram ec6tipos de distribui~ao universal, como e 0caso dos generos: Remirea das praias, Salicorniadas areas psam6filas, Rhizophora e Avicennia dosmanguezais e Typha das areas pantanosas:

Consideraram-se, assim, para as escalas regionale de detalhe, as seguintes comunidades pioneiras:

1.6.2.1 VegetaraO com Influencia Marinha(Restingas)

As comunidades vegetais que recebem influenciadireta das aguas do mar apresentarn como generoscaracterfsticos das praias: Remirea e Salicornia.Seguem-se em areas mais altas afetadas pelas maresequicionais, as conhecidas Ipomoea pes-caprae eCanavalia rosea, alem dos generos Paspalum eHidrocotyle. As duas primeiras sao plantas escan­dentes e estoloniferas que atingem as dunas, contri­buindo para fixa-Ias. Outros generos associados aeste plano mais alto das praias contribuem paracaracterizar esta comunidade pioneira e dentre elesmerecem destaque: Acicarpha, Achyrocline, Poly­gala, Spartina, Vigna e outros. Uma especie dePalmae (ochlospecie) que ocorre nas restingas des­de 0 Estado do Amapa ate 0 Estado do Parana e aAllagoptera maritima, provavel "vicariante" da A.campestre da Savana planaltica do interior brasilei­roo

Nas dunas propriamente ditas, a comunidade ve­getal apresenta-se dominada por nanofaner6fitosonde 0 Schinus terebenthifolius e a Lythraea brasi­liensis imprimem a mesma urn carater lenhoso.Destacam-se tambem os generos Erythroxylon,Myrcia, Eugenia e outros de menor impormnciaassociativa.

No "pontal rochoso" que deu origem a restinga, avegeta~ao pioneira varia do resto das comunidadesarenosas. Neste pontal a principal especie caracte­rfstica e a Clusia criuva associada as Cactaceae dosgeneros Cereus e Opuntia, alem das muitas Brome­liaceae dos generos Vriesia, Bromelia, Canistrum,

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Aechmea que se destacarn justamente nos Estadosdo Parana, Santa Catarina e Rio Grande do SuI.

1.6.2.2 Vegetarao com Influencia Fluviomarinha(Manguezal e Campo Salino)

o manguezal e a comunidade microfanerofftica deambiente salobro, situada na desembocadura de riose regatos no mar, onde, nos solos limosos (mangui­tos), cresce uma vegeta~ao especializada, adaptadaa salinidade das aguas, com a seguinte seqiiencia:Rhizophora mangle, Avicennia, cujas especies va­riarn conforme a latitude norte e suI e a Laguncula­ria racemosa, que cresce nos locais mais altos, s6atingidos pela preamar. Nesta comunidade podefaltar urn ou mesmo dois desses elementos. E fre­qiiente observar-se 0 manguezal s6 de Rhizophoracomo 0 do Maranhao ou s6 de Avicennia como 0 doAmapa e Santa Catarina, pois a Laguncularia s6aparece quando existe terreno firme nos terra~os enas planicies salobras do fundo das bafas e dos rios.

Em algumas dessas planicies, justamente quandoa agua do mar fica represada pelos terra~os dos rios,a area salobra e densamente povoada por Gramineaedo genero Spartina e pela Salicornia portulacoidesque imprimem ao "campo salino" 0 carater de um"manguezal camefftico".

1.6.2.3 Vegetarao com Influencia Fluvial(Comunidades Aluviais)

Trata-se de comunidades vegetais das planfciesaluviais que refletem os efeitos das cheias dos riosnas epocas chuvosas ou, entao, das depressOes ala­gaveis todos os anos. Nestes terrenos aluvionares,conforme a quantidade de agua empo~ada e ainda 0tempo que ela pelmanece na area, as comunidadesvegetais vao desde a pantanosa criptofftica (hidr6­fitos) ate os terra~os alagaveis temporariamente doster6fitos, ge6fitos e camefitos onde, em muitasareas, as Palmae dos generos Euterpe e Mauritia seagregam, constituindo 0 a9aizal e 0 buritizal donorte do Pais.

Nos pantanos, 0 genero cosmopolita Typha ficaconfinado a urn ambiente especializado, diferentedos generos Cyperus e funcus que sao exclusivosdas areas pantanosas dos tr6picos. Estes tres gene­ros dominam nas depress6es brejosas em todo 0Pais.

Nas planfcies alagaveis mais bem drenadas ocor­rem comunidades campeStres, e os generos Pani­cum e Paspalum dominam em meio ao camefito dogenero Thalia. Nos terra90s mais enxutos dominamnanofaner6fitos dos generosAcacia e Mimosa, jun­tarnente com varias famflias pioneiras, tais como:Solanaceae, Compositae, Myrtaceae e outras de me­nor impormncia sociol6gica.

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As Restingas são representadas pela “vegetação herbácea de dunas” e pela “vegetação de restinga”, distribuídas na Planície Litorânea por terrenos arenosos recentes, geralmente com algum teor salino, sujeitos à intensa radiação solar e ação eólica. A “vegetação herbácea de dunas” caracteriza-se por ocorrer em ambiente bastante instável e de elevado índice salino. Em locais mais afastados da atual linha de praia, a vegetação apresenta-se mais desenvolvida e já estabilizada, caracterizando as restingas arbustivas que atingem alturas de poucos metros. Em solos mais desenvolvidos ocorrem as restingas arbóreas que chegam a atingir até 10 m de altura (Leite e Klein, 1990; Roderjan et al., 2002). FONTE: BLUM, C.T. Lista Preliminar de Espécies Vegetais da Formação Pioneira de Influência Marinha (Restinga) no Paraná - versão 2008. FLORAPARANÁ, Sociedade Chauá. Disponível em <www.chaua.org.br/restinga>.
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Essa sucessao natural da vegeta~aopioneira ja foiestudada em varias regi6es do Brasil, principal­mente na Amazonia, onde existem as maiores areasde varzeas do Pais.

1.6.3 Classifica-;ao das Areas de TensaoEcol6gica (Vegeta-;ao de Transi-;ao)

Entre duas ou mais regi6es ecologicas ou tipos devegeta~ao, existem sempre, ou pelo menos na maio­ria das vezes, comunidades indiferenciadas onde asfloras se interpenetram constituindo as transi~6es

floristicas ou contatos edaficos. 0 primeiro caso serefere ao "mosaico especffico" ou ao proprio ecoto­no de Clements (1949). 0 segundo caso se refere ao"mosaico de areas edaficas", onde cada encraveguarda sua identidade ecologica, sem se misturar(Veloso et alii, 1973).

Acartografia da "tensao ecologica" e uma questaode escala, pois nas escalas de semidetalhe e dedetalhe tanto 0 ec6tono como 0 encrave sao perfei­tamente detectados e por este motive devem serseparados e mapeados como entidades inde­pendentes.

1.6.3.1 Ecotono (Mistura Floristica entre Tipos deVegetarQo)

o contato entre tipos de vegeta~ao com estmturasfision6micas semelhantes fica muitas vezes imper­ceptIvel, e 0 mapeamento por simples fotointerpre­ta~ao e impossIve!. Toma-se necessario enmo 0

levantamento floristico de cada Regiao Ecologicapara se poder delimitar as areas do ecotono, comopor exemplo: Floresta Ombrofila DensaIFlorestaEstacional. Ja em outros ecotonos, principalmentequando os tipos de vegeta~ao que se contatam apre­sentam estmturas fisionomicas diferentes, a delimi­ta~ao desse mosai~o floristico se torna facil epraticavel, podendo ser efetuado por simples fotoin­terpreta~ao, como por exemplo: Floresta Ombr6fi­lalSavana (Cerrado).

1.6.3.2 Encrave (Areas Disjuntas que se Contatam)

No caso de mosaicos de areas encravadas situadasentre duas regi6es ecologicas, sua delimita~ao tor­na-se exclusivamente cartogriifica e sempre de­pendente da escala, pois em escalas menores esempre possIvel separa-Ias. Esta ocorrencia vegeta­cional de transi~ao ediifica nao oferece dificuldadeem ser delimitada, seja para os tipos de vegeta~6es

com estruturas fisionornicas semelhantes ou paraaqueles com estruturas diferentes, como por exem­plo: Floresta OmbrofilaIFloresta Estacional ou en­tao Floresta Ombr6filalSavana (Cerrado).

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1.6.4 Classifica-;ao dos RefUgios Vegetacionais(Comunidades ReIlquias)

Toda e qualquer vegeta~ao floristicamente dife­rente e logicamente fisionomico-ecologica tambemdiferente do contexto geral da flora dorninante foiconsiderada como urn "refUgio ecologico". 0 refu­gio muitas vezes constitui uma vegeta~ao reHquiaque persiste em situa~6es especialissimas, como eo caso de comunidades localizadas em altitudesacima de 1 800 m.

o refugio ecologico fazendo parte da vegeta~ao

regional e determinado por parametros ambientaismais ou menos constantes, contudo, quando urn oumais destes fatores fi'sicos forem alterados prova­velmente ocorrerao modifica~6es na estrutura emesmo na floristica da vegeta<;ao climax. Assim,qualquer fator que destoe deste sincronismo am­biental tera como resposta fisionomias diferentesnos ambientes menores, como por exemplo: os cu­mes lit6licos das serras, as altitudes que influenciamno microclima, as areas tUlfosas plamHticas e mes­mo das de baixa altura e, assim, toda comunidaderefugiada dissonante do reflexo normal da vegeta­<;ao clfmax regional.

1.7 Sistema Secundario

No sistema secundario (antr6pico) estao incluidastodas as comunidades secundarias brasileiras. Saoaquelas areas onde houve interven~ao humana parauso da terra, seja com a finalidade mineradora,agricola ou pecuaria, descaracterizando a vegeta~ao

primaria. Assim sendo essas areas, quando abando­nadas, logo depois do seu uso antr6pico, reagemdiferentemente de acordo com 0 tempo e 0 uso.Porem, a vegeta~ao que surge reflete sempre, e demaneira bastante uniforme, os parametros ecol6gi­cos do ambiente. A sucessao vegetal obedece a urnritrno, ao refazer 0 solo degradado pela a<;ao preda­toria do homem. As perdas da materia organicapelas queimadas e a dos elementos qUIrniCOS dosolo, pela lixivia~ao provocada pelas aguas daschuvas, empobrecem rapidamente os solos tropi­cais, que custam a se recuperar naturalmente. Aadi~ao de calcario dolomi'tico aos solos degradadosreativa as trocas dos cations imobilizados pelo ex­cesso de alumi'nio e acelera 0 reaproveitamento dossolos ditos cansados para a agricultura e principal­mente para as pastagens plantadas.

Para 0 presente caso, 0 que interessa e a chamadavegeta~ao secundiiria, que surge com 0 abandono daterra, apos 0 uso pela agricultura, pela pecuaria efinalmente pelo reflorestamento e/ou florestamentode areas campestres naturais.

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1.7.1 Sucessiio Natural

Vma area agricola, ap6s ser abandonada pelo mauuso do solo ou por exausmo da fertilidade, apresentainicialmente um processo pioneiro de coloniza~ao

do solo por plantas bem primitivas, capazes deviverem da agua e da "rocha viva" ou dos horizontesmineralizados do solo. E0 caso do Pteridium aqui­linum (Pterid6fita) que coloniza os solos degrada­dos das areas serranas altas (submontanas emont,anas) das serras costeiras (do Mar, Bocaina,dos Orgaos e da Mantiqueira) e da Imperata brasi­liensis que coloniza os solos degradados das areasbaixas costeiras, desde os Latossolos, originados deterrenos arqueanos, nos estados do Sudeste, ate osPodz6licos, de origem arenitica do Pliopleistoceno,nos Estados do Espirito Santo e Rio de Janeiro.

Estas duas areas, tomadas como exemplo, apre­sentam um progresso vegetacional de acordo com asucessao de inumeros ter6fitos, ge6fitos, camefitos,nanofaner6fitos, microfaner6fitos e mesofaner6fi­tos, todos originados de plantas providas de frutose/ou sementes leves emplumadas ou aladas.

1.7.1.1 Primeira Fase

Esta fase inicial sugere uma "regressao eco16gica",em face de ser colonizada pOl' hemicript6fitos pio­neiros de famuias bastante primitivas, como e 0

caso da Pterid6fita Pteridium aquilinum, de distri­bui~ao mundial, e da Gramineae Imperata brasi­liensis, de distribui~ao neotropical, quepraticamente reiniciam 0 processo de forma~ao dohorizonte organico do solo. Nao se conhece 0 tempoque leva esta coloniza~ao (anos ou talvez mesmodecadas), contudo e durante esta fase que come~a 0aparecimento das primeiras ter6fitas e camefitas,como pOl' exemplo: Leguminosae reptantes, Verbe­naceae e Labiatae anuais (ter6fitas), Portulacaceaee muitas outras camefitas com exigencias rudimen­tares pioneiras.

1.7.1.2 Segunda Fase

Esta fase, que nao necessita passal' pela primeira,pois depende do estado em que foi abandonado 0terreno ap6s 0 cultivo agricola, refere-se ao que 0

povo denomina de "capoeirinha". Este estagio su­cessional secunda110 ja apresenta hemicript6fitosgramin6ides, camefitos rosulados e nanofaner6fitosde baixo p0l1e, como pOl' exemplo: Gramineae dogenero Paspalum, Solanaceae do genero Solanum,Compositae dos generos Mikania e Vernonia e mui­tas outras. Ai aparecem plantas lenhosas dominadaspOl' Compositae do genero Baccharis e Melastoma­taceae dos generos Leandra, Miconia e Tibouchina,sendo que este ultimo domina na maioria das comu­nidades submontanas das selTas costeiras.

1.7.1.3 Terceira Fase

Esta fase com vegeta~ao mais desenvolvida, aindadominada pelo genero Baccharis, apresenta poucas

Manual Tecnico da Vegeta,iio Brasileira

camefitas herbaceas e muitas lenhosas e/ou suble­nhosas, sendo denominada como "capoeira rala"pOl' Veloso (1945).

Este estagio apresenta urn cobrimento do terrenocom plantas de medio porte, os nanofaner6fitos, queatingem excepcionalmente alturas de ate 3 m, masbastante espa~ados entre si, onde algumas especiesdo genero Vernonia come~am a substituir as dogenero Baccharis.

Observa-se que ate esta fase sucessional a vegeta­~ao natural s6 pode ser individualizada em ma­peamentos detalhados nas escalas maiores que1:25 000, pol' meio de fotografias aereas pancroma­ticas ou infravermelhas.

1.7.1.4 Quarta Fase

Esta fase, com vegeta~ao bastante complexa, do­minada por microfanerOfitos com ate 5 m, foi deno­minada pOl' Velo,so (1945) de "capoeirapropriamente dita". E urn esmgio sucessional quepode ser detectado pol' sensoriamento remoto naescala 1:100 000 pOl' nuan~a da cor cinza, talvez amais clara de todas com cobertura lenhosa. Contu­do, nas imagens de satelite, 0 presente estagio podeser confundido com culturas lenhosas, necessitandoassim ser testado com varias observa~6es de campo.Ja em fotografias pancrom<iticas ou infravermelhasnas escalas 1:60000 ou maiores, pode-se identificarrazoavelmente esta fase da sucessao natural, sepa­rando-a de eulturas arb6reas como cafe, laranja,reflorestamento e outras mais.

No caso da comunidade pioneira das areas monta­nhosas costeiras do Sudeste e do SuI do Pais, dentrodas forma~6es ~ecundarias submontana e montanadas Serras dos Orgaos e da Mantiqueira, a Tibouchi­na estrelensis nas serras e a Tibouchina claussen noscontrafortes dos mon'otes dominam, eonstituindoeonsoreia~6es, como se fossem reflorestamentos.Nos Estados do Parana e Santa Catarina, nas areasmontanhosas, dominam nas encostas ora Tibouchi­na pulchra (enquanto nas areas brejeiras sobressaia Tibouchina multiceps) ora a Miconia cinnamomi­folia. Existem outras associa~6es mais complexasdependentes de eada tipo de solo e das situa~6es

geografieas que apresentam eondi~6es de seremmapeadas pOl' sensoriamento remoto na eseala1: 100 000 e que fieam uniforrnizadas dentro domesmo padrao de imagem das "capoeiras)".

1.7.1.5 Quinta Fase

Esta fase e dominada pOl' ,mesofaner6fitos queultrapassam 15 m de altura. E urn estagio eminen­temente lenhoso, sem plantas emergentes, mas bas­tante uniforme quanto a altura dos elementosdominantes. Ai podem ser observados muit9s indi­viduos do climax circundante: na Serra dos Orgaos,as especies do genero Vochysia, nas comunidadesalto-montanas, e os generos Cariniana, Vimla, Xi­lopia e muitas outras na comunidade montana; nasencostas da Serra do Mar, em Santa Catarina, as

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especies que ai dominam sao da fanu1ia Euphorbia­ceae, prineipalmente Hieronyma alchorneoides, se­melhantes as da Serra dos Orgaos, ~6 que situadasem comunidades nas terras baixas. E uma comuni­dade denominada popularmente como "capoeirao",segundo Veloso (1945).

Nas escalas regionais e explorat6rias (de1: 1 000 000 ate 1:100 (00), e difieil e as vezes quaseimpossivel separar uma floresta secundaria, do tipocapoeirao, de uma floresta primaria onde houveexplorac;:ao seletiva que, em geral, desfa1ca estaultima dos seus elementos emergentes. Ja nas esca­las de semidetalhe e de detalhe (maiores que1:50000) e possivel a separac;:ao deste tipo de co­munidade secundaria da floresta primaria exploradaparcialmente.

1.7.2 Agropecuaria

Em qualquer escala e faeil delimitarem-se os usosagrfcolas (agricultura ou pecuaria), mas nao e sim­ples separar culturas permanentes lenhosas, de me­dio porte, das areas vegetacionais secundarias, poisas delimitac;:6es retangulares das areas agrfcolas per­manecem ap6s 0 abandono dos mesmos,justamentequando se inicia a sucessao natural. S6 ap6s averificac;:ao terrestre das manchas separadas dasimagens obtidas pelos sensores remotos, e possivelestabelecerem-se, com certa garantia, quais os tiposde culturas existentes na area estudada.

1.7.2.1 Agricultura

Em escala regional e explorat6ria, 0 maximo a serfeito resume-se em separar as culturas ciclicas daspermanentes, assim mesmo ap6s boa verificac;:aoterrestre para testar os padr6es da imagem do sensorremoto usado.

Nas escalas de semidetalhe e de detalhe, a separa­c;:ao do tipo de agricultura realizada pode e deve serdetectada, pelo menos as mais importantes, como:agricultura ciclica de soja, trigo, arroz e cana-de­ac;:ucar, sendo que algumas culturas, como, 0 feijaoda area de Ired~, na Bahia, podem ser perfeitamenteseparadas; agriculturas de cafe, laranja, cacau saofaeilmente detectadas ap6s a comparac;:ao dos pa­dr6es de imagem com a "verdade terrestre". Asculturas ciclicas e permanentes localizadas em areasmenores terao de ser englobadas ou entao simplifi­cadas para 0 devido mapeamento.

1.7.2.2 Pecuaria (Pastagem)

Nas escalas regional e explorat6ria, nao e facilidentificar pastos, separando-os da agricultura cicli­ca, 0 mais conveniente eengloba-los no item "agro­pecuaria". Tambem nao efacil separar as culturaspermanentes de uma comunidade vegetacional se­cundaria, porem com 0 auxilio de padr6es tipicos epossivel separa-Ios em alguns casos.

Nas escalas de semidetalhe e detalhe, com auxiliode sensores fotograficos pancromaticos e infraver­melhos em escala de ate 1:50 000 (ou mesmo urn

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pouco menores), pode-se perfeitamente mapear ospastos plantados e os naturais por todo 0 Pais,embora as vezes as comunidades vegetais secunda­rias induzam a erros que nao sao graves, porqueservem para 0 pastoreio do gada em criac;:ao exten­siva.

1.7.3 Reflorestamento

Nas escalas regional e explorat6ria, com auxI1iode imagens de satelite, e possivel separarem-se per­feitamente as areas reflorestadas das florestas natu­rais e secundarias, mas e quase impossivelafirmar-se qual a especie utilizada no refloresta­mento mesmo em se tratando de grupos diferentes,como por exemplo: Eucalyptus e Pinus ou mesmoConiferales em geral. Contudo, nas escalas de se­midetalhe e detalhe, com auxilio de fotografias con­vencionais, pode-se separar faeilmente qualquertipo de reflorestamento e/ou florestamento.

1.8 Legenda do Sistema Fitogeografi­co nas Escalas Exploratoria e Regio­nal (1:250 000 ate 1:1 000000)A) REGIOES FITOECOL6GICAS OU TIPOS DEVEGETAc;AoI • Floresta Ombrofila Densa (Floresta PluvialTropical) Da) Aluvial (ao longo dos f1uvios) Da

1) Dossel uniforme Dau2) Dossel emergente Dae

b) Terras Baixas (4° lat N a 16° lat S. de 5 mate100 m; de 16° lat Sa 24° lat S. de 5 mate 50 m; de24° lat S a 32° lat S. de 5 mate 30 m de altitude) Db

1) Dossel uniforme Dbu2) Dossel emergente Dbe

c) Submontana (4° lat N a 16° lat S. de 100 mate600 m; de 16° lat Sa 24° lat S. de 50 mate 500 m;de 24° lat.S a 32° lat S. de 30 mate 400 m dealtitude) Ds

1) Dossel uniforme Dsu2) Dossel emergente Dse

d) Montana (4° lat N a 16° lat S. de 600 mate2000 m; de 16° lat S a 24° lat S. de 500 mate1 500 m; de 24° lat S a 32° lat S. de 400 mate1 000 m de altitude) Dm

1) Dossel uniforme Dmu2) Dossel emergente Dme

e) Alto-montana (as situa~Ocs acima dos limitesextremos das altitudes das forma~Ocs montanas) DI

1) Dossel uniforme DiuII • Floresta Ombr6fi1a Aberta (Facia~iiesdaFloresta Densa) Aa) Terras Baixas (4° lat N a 16° lat S, de 5 mate100 m; de 16° lat Sa 24° lat S. de 5 mate 50 m dealtitude) Ab

1) Com palmeiras Abp2) Com cip6s Abc

b) Submontana (4°lat.N a 16°lat S. de 100 mate600 m de altitude) As

1) Com palmeiras Asp2) Com cip6s Asc3) Com bambus Asb4) Com sororocas Ass

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0) Montana (4° IatN a 16" Iat S, de 600 m at6 2 000 m; de b) Arborizada La

16° latS a 24° Iat S, de 500tn aw 1500 m de aI"tude) Am1) Sem palmeiras Las

1) Com palmeiras Amp2) Com palmeiras Lap

2) Com cip6s Arnee) Gram{neo-Ienhosa Lg

III . Floresta Ombrofila Mista (Floresta de1) Sem palmeiras Lgs

Arauciria) M VII - Savana (Cerrado) S

a) Aluvial (ao longo dos fluvios) Ma a) Florestada (Cerradao) Sd

b) Submontana (240 lat Sa 32° lat S, de 30 mate b) Arborizada (Campo-Cerrado) Sa400m) Ms e) Parque Spe) Montana (16° lat S a 24° lat S, de 500 mate I) Sem floresta-de-galeria Sps1 500 m; de 24° lat S a 32° lat.S. de 400 mate

2) Com floresta-de-galeria Spf1 000 m de altitude) Mmd) Alto-montana (as situa<;:oes acima dos limites d) Gram{neo-Lenhosa (Campo-de-Cerrado) Sg

extremos das altitudes das forma<;:6es montanas) MI I) Sem floresta-de-galeria Sgs

IV • Floresta Estacional Semidecidual (Floresta 2) Com floresta-de-galeria SgfTropical Subcaducifolia) F VIII - Savana-Estt~pica (Caatinga do Sertiioa) Aluvial (ao longo dos fluvios) Fa Arido, Campos de Roraima, Chaco Sul-Mato-

I) Dossel uniforme Fau Grossense e Parque de Espinilho da Barra do RioQuaraO T

2) Dossel emergente Faea) Florestada Td

b) Terras Baixas (4° lat.N a 16° lat S. de 5 mateb) Arborizada Ta100 m; de 16° lat Sa 24° lat S, de 5 mate 50 m; de

24° lat S a 32° lat S, de 5 mate 30 m de altitude) Fb I) Scm floresta-de-galeria Tas

I) Dossel uniforme Fbu 2) Com floresta-de-galeria Taf2) Dossel emergente Fbe e) Parque Tp

c) Submontana (4° [at N a 16° [at S, de 100 mate I) Scm floresta-de-galeria Tps600 m; de 16° lat Sa 24° lat S, de 50 mate 500 m; 2) Com floresta-de-galeria Tpfde 24° lat S a 32° lat S, de 30 mate 400 m dealtitude) Fs d) Gramineo-Lenhosa Tp

I) Dossel uniforme Fsu I) Sem florcsta-de-galeria Tps

2) Dossel emergente Fse 2) Com floresta-de-galeria Tpf

d) Montana (4° lat N a 16° lat S, de 600 m a IX - Estepe (Canlpanha Gaucha e Campos2000 m; de 16° lat S a 24° lat S, de 500 mate Gerais Planalticos) EI 500 m; de 24° [at S a 32° lat S, de 400 m a a) Arborizada ou Arb6rea Abcrta Ea1 000 m de altitude) Fm 1) Sem floresta-de-galeria Eas

1) Dossel uniforme Fmu 2) Com floresta-de-galeria Eaf2) Dossel emergente Fme b) Parque Ep

V - Floresta Estacional Decidual (Floresta 1) Sem floresta-de-galeria EpsTropical Caducif6lia) Ca) Aluvial (ao longo dos fluvios) Ca

2) Com floresta-de-galcria Epf

1) Dossel uniforme Cauc) Gramineo-Lenhosa Eg

b) Terras Baixas (4° lat N a 16° lat S, de 5 mate1) Scm floresta-de-galeria Egs

10~ m; de 16: lat Sa 24°lat S. de 5 m a 50 m; de 2) Com floresta-de-galcria Egf24 lat S a 32 lat S, de 5 mate 30 m de altitudc) Cb

I) Dossel uniforme Cbu B) FORMAC;OES PIONEIRAS P2) Dossel emergente Cbc

c) Submontana (4° lat N a 16° lat S. de 100 m aI - Forma~oes com influencia marinha (restinga) Pm600 m; de 16° lat Sa 24° lat S de 50 mate 500 m'

de 24° lat S a 32° lat S, de 30~ ate 400 m de ' a) Arb6rea (do pontal rochoso) Pmaaltitude) Cs b) Arbustiva (das dunas) Pmb

I) Dossel uniforme Csu e) Hcrbaeea (das praias) Pmh2) Dossel emcrgente Cse II - Forma~oes com influencia fluviomarinha Pf

d) Montana (4° lat N a 16° lat S. de 600 mate a) ArlJ6rea (Manguezal) Pfm2000 m; de 16° lat S a 24° lat.S. dc 500 mate b) Herbaeea (planfcies marinhas) PiliI 500 m; de 24° lat S a 32° lat S. de 400 mate III - Fomla~Oes com influencia fluvial elou1 000 m de altitude) Cm lacustre Pa

I) Dossel uniforme Cmu a) Buritizal Pab

2) Dossel emcrgente Cme b) Arbustiva Paa

VI - Campinarana (Campinas) LI) Scm palmeiras Paas

a) Florestada Ld2) Com palmeiras Paap

e) Herbacea Pah1) Sem palmeiras Lds 1) Scm palmciras Pahs2) Com palmeiras Ldp 2) Com palmeiras Pahp

Manual Tecnico da Vegetarao Brasileira 35

Page 35: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

C) AREAS DE TENSAO ECOL6GICA OU CONTATOS FLORlSTICOS

CaNTATaS

1- Contato SavanaIFloresta Ombr6fi1a

ESCALA EXPLORAT6RIA ESCALA REGIONAL

a) Ec6tonob) Encrave

so________ .. _-$.<2<:.­RegiliolForma~lio/Subgrupode Forma~lio

SO

RegiliolForma~lio/Subgrupode Forma"lio

II - Contato Floresta Ombr6fi1alFioresta Estacional

a) Ec6tonob) Encrave

ON________._.9.~. _

RegiliolForma~lio

ON

RegiliolForrna"lio

III - Contato CampinaranaIFlorcsta Ombr6fi1a

a) Ec6tonob) Encrave

LaLac

Regii~iForma~ao/SUbir~p;~Forma~ao

LO

RegiiiolForma"lio/Subgrupo de Forma"lio

IV - Contato Floresta Ombr6fila DensaIFloresta Ombr6fila Mista

a) EncraveRcgiliolForma"iio

V - Contato SavanaIFlorcsta Ombr6fila Mista

a) Encrave SMCRegiTcJF(irma~fu:i7Subgrupode Fonl1a~iio RegiliolForma"liolSubgrupo de Forrna"lio

VI - Contato Floresta EstacionalJFloresta Ombr6fi1a Mista

a) EncraveRegiliolForma"lio

VII - Contato SavanaIFloresta Estacional

a) Ec6tonob) Encrave

SNSNc

Regi~07Fon~;~~oISubgrupo'd~-Fo;:;:na~lio

SN

RegiliolForma"liolSubgrupo de Forrna"lio

VIII - Contato Florcsta Ombr6fi1alForma~OcsPioneiras

a) Ec6tono- Espedfico para Floresta

Ombr6filaIRestingab) Encrave

OP

OPeRcg1§"OIFOI nui~io7Subgrupo de Fonna<;iio

OP

RcgiliolForrna"liofSubgrupo de Forma~lio

IX - Contato Floresta EstacionalJForma~OesPionciras

a) Ec6tono- Especffico para FlorestaEstacionaVRestinga

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NP NP

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Page 36: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

CONTATOS

x-Contato SavanaIFonna~6es Pioneiras

ESCALA EXPLORAT6RIA ESCALA REGIONAL

a) Ec6tono- Especffico para

SavanaJRestinga

XI - Contato Savana-EstepieaIForma~6esPioneiras

a) Ee6tono- Especffieo para Savana­Estepiea/Restinga

XII - Contato Savana-EstepiealFloresta Ombr6fila

a) Ee6tonob) Enerave

SP

TP

TOTOe

SP

TP

TO

RegiiiolFonna~iio/S\lbgrupo de Forma~iio

XIII - Contato Savana-EstepieaIFlorcsta Estacional

RcgiiiolForma~iio/Subgrupo de Fonna~iio

a) Ee6tonob) Enerave

XIV - Contato SavanalEstepe

a) Ee6tonob) Encrave

TNTNe

RegiiiolFomla~iioTSubglUpode Forma~iio

SESEc

Regiiio/S ubgrupo---'d-cYF~o-r-m-a-~-=iio---

TN

RcgiiiolForma~iiolSubgrupode Forma~iio

SE

Rcgiiio/SubglUpO de Forma~iio

XV - Contato EstepelFloresta Ombr6fila

a) Ee6tonob) Encrave

EOEOe

EO

RegiiiolFomla~iio/Subgrupode-Forma~iio

XVI - Contato EstepelFloresta Estaeional

RcgiiiolFonna~iiolSubgrupo de Fonna~iio

a) Ee6tonob) Enerave

ENENe

RcgiiiolForma~iio/SubgrupodcFOrma~iio

EN

RcgiiiolForma~iiolSubgrupo de Fonna~iio

XVII - Contato SavanalSavana-Estepiea

a) Ec6tonob) Encrave

STSTc

Regiiio/Subgrupo de Forma~iio

ST

Regiiio/Subgrupo de Fonna~iio

XVIII - Contato SavanalSavana-EstepicaIFloresta Estacional

a) Ee6tono STN STN

XIX - Contato Floresta Ombr6filaJRcfUgio Vegetacional

a) Encrave OreRegiiiolFonn~iio/Subgrupo de Forma~iio RegiiiolForma~iiolSubgrupo de Fonna~iio

Manual Tecnico da Vegetariio Brasileira 37

Page 37: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

D) REFlrGIOS VEGETACIONAIS (COMUNIDADES RELfQUIAS)

I· RefUgios montanos (de acordo com as latitudes obedecidas anteriormente)a) Arbustivo (plantas anas)b) Herbaceo

II - RefUgios alto-montanos (de acordo com as latitudes estabelecidas anteriormente)a) Arbustivo (plantas anas)b) Herbliceo

E) AREAS ANTR6PICAS

I . Vegeta~ao secundariaa) Sem palmeirasb) Com palmeiras

II· Agropecuaria

a) Agricultura1. Culturas permanentes2 Culturas cfclicas

b) Pecuaria (pastagem)

III . Reflorestan1entoa) Eucaliptosb) Pinusc) Acaciad) Algarobae) Frutlferas

Nas escalas de detalhe e semidctalhe seguir os itens 1 5 2 I a 1 5 2 1 2

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rmrmbrmh

rlribrlh

AA

VsVssVsp

Ag

AcAcpAcc

Ap

RReRpRaRgRf

Manual Teenieo da Vegetafi10 Brasileira

Page 38: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

2 INVENTARJ:O NAS FORMA~()ESFLORESTAIS E CAMPESTRES

a universo de uma popula~ao florestal, natural ouartificial, para cumprir com suas finalidades recrea­tivas, sociais, econornicas e de prote~ao ao meioambiente, necessita que suas caracteristicas sejamconhecidas. A forma mais 16gica e adequada paraque isto se concretize e atraves do inventano flores­tal que e realizado, porque todas as atividades flo­restais necessitam de suas informa~oes para 0

conhecimento da floresta, analise de seus detalhese-i'to~ada de decisoes.'

Em face da grande importancia desse segmento daciencia florestal, os procedimentos para a sua reali­za~ao tern merecido especial aten~ao dos pesquisa­dores M mais de urn seculo, notadamente naEuropa, no sentido de aperfei~oar tecnicas capazesde obter, com a maxima precisao e a urn menorcustopossfvel, informa~oes relevantes para atender a urndeterrninado objetivo.

a inventario florestal consiste de varias etapasaltamente correlacionadas, 0 que implica que 0 in­sucesso de uma etapa compromete as demais.as resultados obtidos sao de carater qualitativo e

quantitativo e variam em fun~ao do nfvel de deta­lhamento das informa~6es pretendidas, as quais,nao raro, sao conseguidas por amostragem. Por suavez, as tecnicas de amostragem, a rigor, sao de duasnaturezas aleat6ria e nao-aleat6ria, havendo entre­tanto varia~oes destas.

Por outro lado, 0 uso de computadores eletronicosvern facilitando sobremaneira 0 processamento dosdados primarios e a gera~ao das informa~oes deinteresse. Igualmente, as questoes relacionadas astecnicas de levantamento por amostragem tern atin­gido urn grande estagio de desenvolvimento nasUltimas decadas, assim como outras informa~oes

importantes, outrora nao levadas em considera~ao.

Convem salientar, tambem, alguns t6picos de urninventario florestal, nem sempre consideradosquando da sua execu~ao, tais como a necessidade ea conveniencia de realiza-los, as recomenda~oes

baseadas nos seus resultados e a deterrnina~ao doparametro mais importante a ser definido no proje­to,

No presente caso, alem de discutir esses aspectos,abordam-se tambem 0 conceito de inventano flores­tal, suas etapas, seus tipos quanto ao detalhamento,alem de outras importantes variaveis vinculadas aotema, tais como tamanho e forma das unidades deamostn:s, erro de amostragem e breves considera­~oes sobre a distribui~ao espacial das arvores.

Finalmente, deve-se enfatizar que esta sfntese,embora seja uma tentativa de abrangencia dos as­suntos relacionados ao inventario florestal, absolu­tamente nao os esgota, e muito menos lhes emprestaurn carater de profundidade que urn trabalho maisrefinado exigiria. Sua finalidade precfpua e apenasfomecer n~oes sobre este importante ramo de cien­cia florestal.

2.1 Conceitua~ao

Urn inventario florestal trata da descri~aoquanti­tativa e qualitativa da floresta e, no caso especfficode levantamentos contfnuos, caracteriza a diniimicade crescimento (Rollet & Queiroz, 1978). Por suavez, 0 inventario florestal contfnuo e aquele quecompreende todos os metodos nos quais a amostra­gem e realizada em ocasioes sucessivas (Silva &Lopes, mimeografado), cujos objetivos, segundo aFAa (1974), sao os seguintes:

- estimar as caracterfsticas da floresta existentes naepoca do primeiro inventario;

- fazer 0 mesmo na epoca do segundo inventario; e

- estimar as mudan~as ocorridas na floresta duranteo periodo compreendido entre os dois inventarios.

2.2 Tipos de Inventario quanto aodetalhamento

Alguns autores (Rollet & Queiroz, 1978; Invento­ry and evaluation ofthe forest resources in the StateofPara, Brazil, 1975) apresentam uma classifica~ao

ligeiramente diferente quanto a este aspecto. Toda­via, adotou-se uma outra que tern sirnilaridade comambas, que por sua vez nao diferem entre si naessencia.

2.2.1 Invenmrios Florestais de Reconhecimento

Fomecem informa~oes generalizadas que perrni­tern:

- identificar e delirnitar, caso existam, areas degrande potencial madeireiro (qualitativo e quantita­tivo) que justifiquem estudos mais detalhados,con­siderando tambem outros aspectos, como relevo,solos, geologia, drenagem, etc.;

- detectar areas que, por suas caracterfsticas pe­culiares, sejam passfveis de uso indireto, como

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- perrnite a defini~ao de areas para explora<;:aoflorestal, atraves de talh5es (areas previamente de­marcadas) de tamanhos Vax1aveis, normalmente en­tre 10 ha e 100 ha.

2.2.3 Invenbirio Florestal de Pre.E"plora~ao

Florestal

Etambem conhecido como inventario de 100% deintensidade ou de detalhe; suas principais caracte­risticas sao:

- mensura~ao de tOOos os individuos existentes naarea demarcada, a partir de especifica<;:5es previas,vinculadas principalmente ao diametro minimo es­tabelecido e as especies madeireiras que sao indus­trializadas;

- como nao existe 0 erro estatfstico devido aamos­tragem, os cuidados principais estao relacionadoscom os en-os de medi<;:ao, os quais devem ser evita­dos ou minimizados; e

- normalmente 0 mapa dos talh5es e confeccio­nado numa escala que permita estabelecer comprecisao 0 plano de explora<;:ao florestal (porexemplo: 1:5 000).

2.3 Tecnicas de Amostragem

Antes de discorrer ligeiramente sobre as tecnicasde amostragem, e necessario informar que a escolhade uma delas depende de varios fatores, tais comoos objetivos do levantamento, tipos de informa¥5esprevias disponiveis, caracteristicas da area a serinventariada, parametros de interesse que serlio ob­tidos por estimativas e outros.

Heinsdijk (1954) menciona que 0 problema basicoda avalia<;:ao florestal ea amostragem e que se estativer que ser submetida a urn contencioso estatisticorigoroso deve ser aleat6ria. Em contrapartida, afir­rna 0 autor, se ela tiver que ser mantida dentro doslimites praticos e economicos e, ao mesmo tempo,render resultados satisfat6rios, a popula¥ao florestalgeral deve ser subdividida em popula<;:5es florestaiscomponentes e a amostragem se referir a estas ulti­mas, para reduzir a impormncia das verifica<;:5estotais.

Importante tambem se toma ressaltar que, a rigor,existem dais grandes grupos de amostragem:

recrea~ao e lazer, e portanto devam ser conservadaspor qualquer das formas previstas na legisla~ao; e

- indicar outras areas cuja voca¥ao florestal sejainexpressiva ou inexistente e que, respeitados oseventuais impedimentos legais (C6digo Florestal elegisla¥ao suplementar), possam prestar-se ao de­senvolvimento de outras atividades como agricultu­ra, pecmiria, agrossilvicultura ou mesmo programasagrossilvopastoris.

Adicionalmente, este tipo de levantamento apre­senta algumas caracteristicas como:

- e normalmente de baixa intensidade de amostra­gem;

- a expectativa do erro ao se estimar os parametrosquantitativos gira em tomo de 20% e, eventualmen­te, ate urn pouco mais; e

- a escala utilizada normalmente e pequena, situan­do-se na maioria dos casos na faixa de 1:250000 ate1:1000000.

No Brasil sao inumeros os trabalhos desenvolvi­dos sob este enfoque, particularmente na Amazonia,dentre os quais podem ser citados:

- aqueles efetuados pela missao FAO ao suI do rioAmazonas, entre os rios Capim e Madeira;

- os levantamentos do entao Projeto RADAM,realizados de forma abrangente e sistematica;

- os realizados com recursos do POLAMAZONIAem diferentes areas; e

- os inventarios florestais realizados peloIBDFIDEPA com recursos do PROGRAMA DEINTEGRA<;AO NACIONAL- PIN - ao longo dasrodovias Transamazonica e Santarem-Cuiaba.

Como observa¥ao final, registre-se que e extrema­mente temerario fazer extrapola<;:5es de resultadospara areas menores e de localiza<;:ao especffica den­tro do universo considerado.

2.2.2 Inventirios Florestais de S"midetalhe

Na maioria dos casos, este tipo de levantamento erealizado com base nos resultados do inventariofloresta1 de reconhecimento. Suas principais carac­terfsticas sao:

- fornecer estimativas mais precisas re1acionadasaos parametros da popula<;:ao florestal sob estudo.Em conseqtiencia, 0 planejamento, a execu¥ao e aanalise dos resultados devem ser mais refinados;- a expectativa do erro das estimativas nao deveultrapassar 10%;

- a escala uti1izada deve ser compatfve1 com 0 nivelde detalhamento das informa<;:5es que se quer obter(normalmente entre 1:50000 e 1:100 000); e

Amostragem Aleat6ria

Amostragem Nao-aleat6ria

{Irrestrita

Restrita

{Sistematica

Seletiva

40 Manual Tecnico da Vegetariio 8rasileira

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2.3.1 Amostragem Irrestrita ou InteiramenteCasualizada

Eaquela em que todas as unidades de amostragemtern igual probabilidade de serem sorteadas. Podeser de 2 (dois) tipos (Figuras 1 e 2):

a) com reposi~ao: significa que a primeira unidadede amostra, uma vez sorteada, pode tomar a se-Io,tanto quanto as subseqiientes; e

b) sem \eposi~ao: a unidade de amostra, apossorteada, nao tern mais uma segunda chance.

2.3.2 Amostragem Restrita ou Estratificada

Consiste em estratificar uma determinada areaflorestal (popula~ao) em subpopula~6es homoge-

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Fig 1- Area florestal dividida em rede de unidades de amostras.todas de igual tamanho

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Fig 2-Area florestal dividida em rede de unidades de amostras.As parcelas pr6xirras as bordaduras sao de tamanho eforma irregulares

Manual Tecnico da Vegetarao Brasileira

neas (estratos), com base na interpreta~ao de foto­grafias aereas ou outros sensores e a partir dafproceder como anteriormente. Enormalmente utili­zada em extensas areas florestais como na Amazo­nia ou em reflorestamentos com base na idade dosplantios, por exemplo.

Esta tecnica permite tanto uma pre-estratifica~ao

quanto uma p6s-estratifica~ao da popula~ao ou uni­verso considerado (Figuras 3 e 4).

2.3.3 Amostragem Sistematica

Ap6s a defini~ao das faixas (picadas) e sorteadaapenas a primeira unidade de amostra. As demais sesucedem a intervalos constantes, definidos em fun­~ao das caracterfsticas da floresta, preferivelmenteatravessando toda a extensao da area inventariada.

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Fig. 3- Floresta estratificada dividida em rede de unidades deamostras de igual tamanho

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Fig 4- Floresta estratificada dividida em rede de unidades deamostras As parcelas pr6ximas as bordaduras sao detamanho e fomla irregulares

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Vma preocupac;:ao que deve ser tomada e evitarque 0 padrao de localizac;:ao das unidades de amostracoincida com 0 padrao fotognifico, pois isto podeniresultar em problemas de superestimativas ou su­bestimativas (Figuras 5 e 6),

2.3.4 Amostragem Seletiva

E aquela em que a localizac;:ao das unidades deamostra - no escrit6rio, atraves de mapas, ou nocampo - e estabelecida arbitrariamente. Este criterioarbitr~~ normalmente e baseado nas condic;:oes deacesslbl1idade ou na suposta acuidade do observa­dor em perceber que determinados locais da areaflorestal sao representativos da populac;:ao sob estu­do.

2.3.5 Amostragem em Conglomerados

Na maioria dos casos, consiste em estabeleceraleatoriamente grandes unidades primarias num pri­meiro estagio; e, dentro destas, pequenas subunida­des secundarias, dispostas sistematicamente emnumero de 4 (quatro), opostas duas a duas; taissubunidades constituem 0 segundo estagio daamostragem, que e tambem conhecida comoCLUSTING SAMPLING.

as tamanhos de ambas podem variar, mas tern sidoutilizado 1 (hum) ha para as primiirias e 1/4 de hapara as secundarias. Estas Ultimas distam em tomode 100m do centro da unidade primiiria. A disposi­9ao sistematica das subunidades e apenas por faci-

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Fig. 6- Amostragem sistematica em faixas A floresta ede forma irregular e as faixas de comprimento variado.

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lidade pnitica, pois os dois estagios poderiam seraleat6rios (Figuras 7 e 8).

2.3.6 Amostragem com Parcela de TamanhoVarhivel

Apenas para conhecimento, curnpre salientar queexistem outras tecnicas de amostragem onde a uni­dade de amostra e de tamanho variavel numa mes­rna area florestal. Como exempl0, pode-se citar 0metoda de Bitterlich, onde a inclusao ou nao de umaarvore na amostra depende de estar enquadrada ounao no angulo do aparelho, colocado a uma distiin­cia fixa da mesma, nas maos do observador.

Mais recentemente, outra tecnica, que nos anos 50e 60 era utilizada para prop6sitos de estudos deecologia quantitativa, passou a ser tambCm empre­gada em inventarios florestais. Trata-se do metodode distiincias de pontos aleat6rios para arvores maispr6ximas, ou de uma arvore sOlteada aleatoriamen­te para as suas vizinhas mais pr6ximas.

2.4 Outros Topicos de urn InventarioFlorestal

2.4.1 Eqiiidistancia entre as Unidades deAmostra

Fig 7- Conglomerados com distribuir;ao sistematica as limitesdos estratos sao delimitados dUI ante os trabalhos de cam­po e podem dividir os elementos do eonglomerado

2.4.3 Tamanho e Forma das Unidades deAmostra

Em urn inventirio florestal com anlOstragem sis­tematica, a eqiiidistancia entre as unidades de amos­tras deve ser suficientemente grande para eliminarqualquer cOlTela~ao entre os respectivos valores doparametro considerado (Inventory and evaluationof the forest resources in the State of Para, Brazil,1975).

Lanly (1978), usando distribui~ao sistematica dasunidades de amostra em conglomerados, estabele­ceu em 1 (hum) kIn a distiincia entre seus centros,dentro de cada picada. Tal distancia, no seu enten­del', e suficiente para evitar influencias entre aglo­merados vizinhos.

Quanto as subunidades, estas nao devem ser con­sideradas como unidades de amostra, visto que adistancia entre elas e normalmente pequena e aindependencia estatfstica nem sempre e garantida(Inventory and evaluation of the forest resources inthe State of Para, Brazil, 1975).

Para Cochran (1965), unidades de amostras muitopr6ximas nao sao recomendaveis, pois estarao re­petindo a mesma informa~ao.

2.4.2 Erro de Amostragem

o elTO de amostragem (elTo padrao da media)reflete a soma do en-o, que e originado do en'oestatfstico de amostragem, inerente ao processo detiragem da amostra, e tambem de enos alheios atiragem da amostra, os quais podem resultar deinstrumentos nao ajustados, medi~5es incon-etas,elTOS nas anota~5es dos dados recolhidos e elTOS decalculos (Inventory and evaluation of the forestresources in the State of Para, Brazil, 1975).

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Fig 8- ConglomCiados distIibuidos alcatoriamente Numa p6s­cstratificar;ao os limitcs dos estratos podem dividir oselementos do eonglomerado

SPUlT (1952) apud Queiroz (1977) recomenda queo tamanho da unidade de amostra seja suficiente­mente grande para conteI' urn mfnimo de 20 (vinte)

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a 30 (trinta) arvores e bastante pequena para naonecessitar de urn tempo excessive de medi~ao.

a tamanho ideal da unidade de amostra eaque1eque representa com boa precisao 0 total da areainventariada. Assim, a amostra deve abranger amaior varia~ao possivel. De qualquer forma, osaspectos pniticos relacionados com 0 tempo de me­di~ao e com os custos devem ser levados em consi­dera~ao (Moreira, 1978).

Estudos sobre a forma das unidades de amostrastambem foram desenvolvidos pela FAa (1974) naRepublica dos Camar6es, onde foi constatado que,quanta mais 1arga euma amostra retangu1ar, maiore a precisao, embora 0 efeito da forma sobre aprecisao seja menos importante que 0 tamanho.

2.4.4 Distribui~ao Espada} das Arvores deEspecies Quaisquer

A distribui~ao espacia1 diz respeito ao arranjo dasarvores de diferentes especies no terreno.

As maiores dificuldades para 0 aproveitamentodas florestas na Amazonia estao relacionadas com amaneira pela qual as especies estiio distribuidas naarea e como determinar sua dispersao (Barros &Machado, 1984).

Silva eLopes (1982) assinalam que 0 conhecimen­to da distribui~ao espacial, pelo menos das especiesmais importantes do ponto de vista comercial, naosomente facilita os programas de aproveitamento,como tambem oferece valiosa informa~ao para 0

manejo florestal, bern como para estudos silvicultu­rais, dendrol6gicos e ecol6gicos, dentre outros. Afir­mam tambem, baseados em outros autores, que 0

tipo de distribui~ao espacial influencia tanto 0 es­quema de amostragem quanto 0 tamanho e a formadas unidades de amostra.

Sintetizando 0 assunto, Banos & Machado (1984)ressaltam que 0 estudo da distribui~ao espacial dasespecies da floresta amazonica representa os pri­meiros passos para 0 entendimento das florestastropicais e para 0 estudo detalhado de seus compo­nentes. Por exemplo, quando a distribui~ao e agru­pada, a amostragem sistematica resulta emmelhores estimativas, assim como parcelas longase estreitas (1 000 m x 10 m) mostraram ser maiseficientes para este tipo de distribui~ao.

2.4.4.1 Tipos de Distribuiriio Espacial

a) distribui~ao agrupada: e aquela onde os lll­

dividuos se encontram formando grupos oucolOnias;

b) distribui~ao aleat6ria: esra relacionada com asarvores das especies que tern uma ocorrencia raraou ocasional; e

44

c) distribui~l'io regular: como 0 pr6prio nome diz,e aquela onde as mores encontram-se regular­mente distribuidas no teneno. Diversos autorestern constatado que esta distribui~aoe muito rara emflorestas naturais. Nas florestas tropicais a maioriadas especies, notadamente as mais valiosas comer­cialmente, tern uma distribuir;l'io agrupada. A dis­tribui~ao aleat6ria tambem ocorre, sendo poremrara a presen~a de especies com distribui~l'ioregular.

2.4.4.2 Metodos para Detectar os Tipos deDistribuiriio Espacial

Segundo Silva & Lopes (1982), pode-se generica­mente dividi-Ios em 2 (dois) grandes gropos.

2.4.4.2.1 Metodo dos "Quadrados" (Parcelas)

Sao varios e baseiam-se na premissa de que asarvores oconem em grupos ou colonias, e que 0

numero de individuos por gropo tern tambem umaoutra distribui~l'io especffica. Os dados de campoconsistem no numero de arvores por quadrado (par­cela). Com rela~ao 11 distribui~ao aleat6ria, tais me­todos foram testados e se revelaram basicamenteprliticos e vaIidos. Todavia, os resultados mostra­ram-se fortemente influenciados pelo tamanho daparcela.

as estudos de Banos & Machado (1984) revela­ram que 0 "Metodo de Morisita" e 0 menos influen­ciado pelo tamanho da parcela, desde que esta naoseja muito grande, capaz de interceptar urn agrupa­mento de arvores.

2.4.4.2.2 Mitodo das "Distancias"

Usa distancias de plantas selecionadas para outraplanta ou de pontos aleat6rios para as plantas adja­centes. Sua principal vantagem e evitar 0 efeito dotamanho da parcela.

Fatores que influenciam 0 tipo de distribui~ao

espacial:

· tipo de solo;

· tipo e tamanho das sementes;

· tipo de dispersao das sementes; e

· dispersao de predat6rios espedficos das especies.

2.5 Etapas de urn Inventario FIorestal

2.5.1 Planejamento

Para alguns autores, a pergunta "por que p1anejare executar urn inventario?" pode, em alguns casos,ter uma resposta 6bvia, mas que requer que sej a berndefinida. Em face dos invenrarios diferirem em seusobjetivos, exigem diferentes metodos de p1aneja­mento desde 0 inicio (Inventory and evaluation of

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the forest resources in the State of Para, Brazil,1975). Nesta fase, 3 (tres) quest5es basicas devemser enfatizadas:

2.5.1.1 Necessidade de ReaUzar um lnventdrioFlorestal

Algumas vezes, urn estudo profundo do problemaindicara que 0 inventario florestal nao conduz asolur;ao mais adequada. Dma analise de custo/bene­fkio poderia levar it conclusao de que esta nao e aferramenta mais eficaz para obter a inforrnar;aorequerida, devido aexistencia de limitar;6es e res­trir;5es. A obtenr;ao de inforrnar;6es ja disponlveis,a comparar;ao com tipos florestais similares ja in­ventariados e os resultados de uma investigar;aocomplementar poderiam, a urn menor custo, propor­cionar 0 grau de precisao requerido (FAO, 1974).

2.5.1.2 Definir;iio dos Objetivos

Os objetivos de urn inventario florestal deveraoser definidos conjuntamente pelas pessoas que iraoutilizar as resultados (responsaveis pelas decis6es,gerentes florestais) e pelos especialistas em inven­tario e nao somente pOl' estes. ° especialista deveprojetar 0 invent;lJ10 de forma a facilitar as usuariosna obtenr;ao da informar;ao adequada e com a pre­cisao requerida. Essa cooperar;ao com os possfveisusuarios e necessaria, desde 0 momenta em que seprepara 0 invental10 ate a safda dos ultimos resulta­dos (FAO, 1974).

25.1.3 Definir;c1o do Parametro mais lmportante aser Definido no Projeto de lnventdrio Florestal

Alem do volume das m-vores exploradas de umaespecie particular, pode ser importante conhecercom precisao, para prop6sitos de manejo ou orde­namento florestal, 0 numero de arvores das menoresclasses diametJicas. Em qualquer caso, 0 inventaJiodeve evitar urn projeto de amostragem baseado emparametros pouco importantes. Dm destes casos,pol' exemplo, e selecionar como parametro basico"0 volume total de todas as espccies com mais de10 em de diametro" em fJoresta tropical, onele pou­cas sao utilizadas. Embora isto geralmente nao sejaconveniente, e feito com freqtit~ncia (FAO, 1974).

Ainela nesta etapa, devem SCI' claramente estabe­lecidas as atribuir;6es dos membros da(s) equipe(s)em tarefas postel10res, tais como: interpretar;ao deimagens, execur;ao dos trabalhos de campo, compi­lar;ao e processamento dos dados, bern como aanalise e discussao dos resultados.

Manual Tecnico da Vegetarao Brasileira

2.5.2 Execm;ao

A execur;ao compreende basicamente as seguintesfases:

2.5.2.1 lnterpretar;iio de lmagens

Efundamental para 0 inventario florestal propria­mente dito, pois dela depende 0 planejamento daamostragem, em funr;ao das diferentes tipologiasflorestais detectadas, dos objetivos, do nfvel dedetalhamento, da informa~ao requeJida e da escalautilizada.

Esta fase e urn dos mais importantes mecanismosrelacionados com urn inventario florestal, pois naosomente reduz sensivelmente os trabalhos de campocomo pode determinar 0 sucesso ou insucesso dotrabalho como urn todo, dependendo de ser condu­zida coneta ou inconetamente.

Os materiais comumente utilizados sao as foto­grafias aereas, as imagens de LANDSAT (1M eMSS) e as imagens de radar Em pequenas escalas(1 :250 000 e menores) os dois ultimos sao os maisutilizados, em face da inviabilidade pratica de seutilizarem fotografias aereas numa escala grande0'50000 e maiores) em grandes areas florestais.

A pmtir da interpretar;ao de imagens obtidas parmeio de urn desses sensores, sao separados os tiposfJorestais e entao e feito 0 planejamento da amos­tragem. Deve-se nessa etapa tomar 0 cuidado deconsiderm- que nem sempre uma sepm'ar;ao dos tiposde vegetar;ao conesponde a uma estratificar;ao vo­lumetrica, con forme assinalado pOl' Collares(1979), e lembrado tanlbem que urn projeto deamostragem nao deve ser baseado em parametrospouco importantes pm'a os objetivos do levanta­mento (FAO, 1974).

2.52.2 lnvelltarios Florestais Co/ll Propositos deProdur;iio de Madeira em /lIna Conjuntura Estdtica

Embora trabalhos dessa natureza nao sejam reco­mendados, eles comumente ocon-em CpOI' este mo­tivo devem ser abordados.

Na escala em questao (l :250 000), as procedimen­tos usuais, ap6s a fotointerpretar;ao, sao os seguin­tes:

2.5.2.2.1 Distribui('(lo das Unidades de Amostra ePrecisao Requerida

Lan~ar no mapa urn numero suficiente de unida­des de amostra para atender a uma precisao prees­tabelecida. Para este nfvel de detalhamento saopelfeitamente aceitaveis en'os entre 10% e 20%,com uma probabilidade de 95%. Ainda no mapadeve-se diligenciar no sentido de que tais unidades

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de amostra sejam distribufdas de forma a captar amaxima varia~ao possfvel da popula~ao florestalsob considera~ao.

2.5.2.2.2 Tamanho, Forma e Dimensoes dasUnidades de Amostra

Estas varhlveis sao fun~ao das caracterfsticas dafloresta. Em areas tropicais, os pesquisadores ternquase unanimidade em rela~ao ao tamanho de I(urn) ha e conseqiientemente este deve ser adotado.Quanto a forma e dimens6es, as evidencias apontampara amostras retangulares, preferencialmente lon­gas e estreitas, sendo assinalado que uma das van­tagens reside numa meIhor absor~ao do efeito dascIareiras (Figura 9). Com base nestas considera~6es,deve-se adotar amostras com I 000 m de compri­mento por 10 (dez) m de largura (Figura 10).

2.5.2.2.3 Localizar;iio e Orientar;iio das Unidadesde Amostra

Deve ser feita sempre com auxflio de uma bussolae utilizados os meios de transporte apropriados ascondi~6es de acessibilidade. Visando a uma padro­niza~ao dos trabalhos, deve-se previamente conven­cionar urn so sentido de orienta~ao. 0 mais comume 0 norte-suI.

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2.5.2.3 Inventdrios Florestais com Prop6sitos deProdufiio de Madeira e Aproveitamento daBiomassa Residual

Este tipo de inventario e mais condizente comprogramas mais amplos de manejo florestal e, por­tanto, devem ser considerados outros aspectos quenao 0 simples potencial bruto de madeira. Vmatecnica de amostragem recentemente utilizada eminventarios florestais, mas ha muito empregada comexito em estudos de ecologia quantitativa, ea cha­mada Vizinho Mais Proximo - VMP.

2.5.2.3.1 Distribuir;iio das Unidades de Amostra eIntensidade de Amostragem

Na tecnica de amostragem chamada de VizinhoMais Proximo - VMP -, as amostras (pontos) saodistribufdas em linhas, cada linha com 10 pontos.Experiencias anteriores mostraram que 600 pontossao capazes de refletir com confiabilidade as carac­terfsticas da floresta. Dessa maneira, sao necessarias60linhas.

2.5.2.3.2 Dimensoes, Tamanho e Forma dasUnidades de Amostra

A tecnica de amostragem denominada VizinhoMais Proximo - VMP - consiste basicamente em

10m

C'oreira

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Fig 9- Efeitos da clareira sobre parcelas largas (a) e parcelas estreitas (b)

46 Manllal Tecnico da Vegetarao Brasileira

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Fig 10- Tamanho, forma e dimens6es das parcelas (unidades deamostras) recomendadas para invcntarios florestais naAmazonia (escala 1: 250 (00)

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considerar as dismncias das arvores a pontos pre­determinados e aplicar os processos de mensurac;aoe identificac;ao aquelas que estao mais pr6ximasdeles. Em face de seus prop6sitos mais abrangen­tes, deve-se considerar as arvores mais pr6ximaspor classes de difunetro, que permitira melhoresinferencias sobre a estrutura vertical da floresta(Figura 11).

Assim sendo, as dimensoes, tamanho e forma dasunidades de amostra sao irregulares (Figura 3).

A localizac;ao e a orientac;ao das unidades de amos­tras sao de forma analoga ao descrito em 2.5.2.2.3.

2.5.2.4 Inventdrios Florestais com Prop6sitosExtrativistas

De ha muito tern sido considerada a relevancia dasespecies extrativistas como a seringueira (Heveaspp.), castanheira (Bertholletia excelsa), caucho(Castilla ulei) e outras de uso tanto de sua madeiraquanta do latex, como a mac;aranduba (Manilkarahuberi). Nao obstante, a aValiac;ao de suas freqtien­cias e normalmente efetuada por tecnicas tradicio­nais de parcelas fixas, 0 que pode levar a resultadosbern distantes da realidade. Dessa maneira, a meto-

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d"e~60 do pioodo principal

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Fig 11- Esquema de amostragem usando 0 metodo do Vizinho Mais Pr6ximo (VMP)

Manual Tecnico da Vegetafao Brasileira 47

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dologia do Vizinho Mais Pr6ximo - VMP - e maisapropriada para refletir a situa~ao dessas especiesnoterreno.

2.5.2.5 Trabalhos de Campo

A correta execu~ao dos trabalhos de campo etambem urn dos fatores de exito de urn inventirioflorestal. Para tanto, as equipes devem ser conve­nientemente preparadas para as tarefas que lhes saoatribuidas, tais como perfeita localiza~ao das unida­des de amostras, acertado comportamento na obten­~ao das varhiveis basicas de interesse, etc.

Todas as instru~6es referentes a essa etapa deveraoser discutidas com todos os membros das equipesate que tudo esteja esclarecido.

As mais freqiientes variaveis obtidas no campo saoas seguintes:

2.5.2.5.1 Altura

A altura considerada e a comercial, que vai da baseda arvore ate a primeira bifurca~ao significativa(Figura 12) Esta informa~ao pode ser obtida por

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meio de qualquer instrumento baseado em rela~6es

trigonometricas, como 0 Haga, Blume-Leis e ou­tros. Pode ser estimada tambem com 0 auxilio deuma vara de 5 m e periodicamente aferida com urndos aparelhos citados. Como esta variavel teinpouca impormncia relativa para 0 caIculo do vo­lume, comparativamente ao diametro, 0 procedi­mento mais comum e 0 uso da vara.

2.5.2.5.2 lJiametro

a diametro, tornado a 1,30 m do solo, pode serobtido por meio de urn aparelho chamado Suta oupor uma fita diametrica. Quando estes equipamen­tos nao estiio disponiveis utiliza-se uma fita metricacomum para se obter a circunferencia e faz-se, pos­teriormente, a necessaria transforma~ao.

2.5.2.5.3 lJistancia

Quando se emprega a metodologia do VizinhoMais Proximo - VMP -, e necessario medir-se adismncia que vai do centro da amostra as arvoresmais proximas. Esta distancia, medida com auxflio

Fig 12- Medil;ao da altura eomereial (He) e do diametro aaltura do peito (DAP) A altura do peito eonsiderada ea I,30m do solo

48 Manual Tecnico da Vegeta~iio Brasileira

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de uma trena, e importante para 0 caIculo da areaque cada arvore ocupa dentro do espa~o amostral.

2.5.2.5.4 Nome Vulgar

a nome vulgar dos indivfduos mensurados nocampo e fomecido, via de regra, por urn auxiliarbotfulico.

2.5.2.5.5 Sanidade Aparente

A sanidade aparente diz respeito ao aspecto exter­no da arvore e recebe os seguintes c6digos quevariam de 1 a 4 (Figura 13):

- Sanidade 1: arvores com fustes retos bern confi­gurados, sem defeitos aparentes, permitindo obtertoras de alta qualidade;

- Sanidade 2: arvores com fustes retos, porem comleves tortuosidades, pequenos nos ou se~ao trans­versal elfptica; entretanto, a madeira se apresentacompletamente sadia;- Sanidade 3: arvores cujos fustes apresentamdeforma~6es visfveis, incluindo grandes nos etortuosidades; em geral com aproveitamentorestrito; e

- Sanidade 4: arvores com fustes visivelmenteinaproveitaveis devido ao ataque de insetos,apodrecimentos, ocos ou deforma~6es.

2.52.5.6 Descrifao Sucillta de Vegetafao

Adicionalmente, e feita uma descrirrao sucinta davegetarrao onde se executaram as medirr6es e, even­tualmente, do tipo de solo.

Fig 13- Sanidade do fuste.

Manual Teenieo da Vegetaroo Blasi/eira 49

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2.5.2.6 Quantificafiio dos Resfduos

Considera-se residuo toda a parte da more naoaproveitada durante 0 processo de explora~ao flo­restal ou durante a transforma~ao medinica na in­dustria madeireira, bern como arvores defeituosase/ou sem cota~ao comercial. Em fun~ao dessas di­ferentes origens, os residuos podem ser classifica­dos em manuais e mecanizados, sendo enquadradasno primeiro tipo as pe~as de madeira com ate 35 cmde difunetro; acirna desse valor pertencem ao segun­do tipo. Em rela~ao apenas as mores na floresta,pode-se visualizar uma outra classifica~ao:

- residuos de fuste: aqueles obtidos de moresmenores que 45 cm de difunetro, desde que suasqualidades de fuste e comercial nao as qualifiquempara usos mais nobres, como madeira serrada, lami­nada, compensada e outros produtos industriais.

- residuo da copa, mores tombadas e de serraria:sao as originados da explora~ao de mores maioresque 45 em de difunetro.

Sabe-se que a variavel volume do residuo da copae de dificil obten~ao em florestas tropicais, sendoportanto quase inviavel do ponto de vista pratico,envidar esfor~os nesse sentido durante 0 inventarioflorestaL 0 mesmo ja nao acontece em programasde explorac;ao, e foi a partir de urn deles, realizadoem Curua-Una (Santarem-PA), que se ajustarammodelos de regressao, para obte-Ia a partir do dift­metro do fuste. A fun~ao que melhor se ajustou aosdados e:

Y = 1,808 e O,022x onde,

Y = volume do residuo de copa (m3)

X = difunetro do fuste (m)e =base do logaritrno natural

2.6 Procedimentos MetodolOgicos paraLevantamento do PotencialLenhoso/Arboreo de Forma~ijes

Campestres

Este tipo de levantamento visa a detectar 0 poten­cial de fitomassa parcial (stJha) nas forma~6es flo­restada e arborizada da Savana (Cerrado) e daSavana-Estepica (Caatinga) com enfase para 0 apro­veitamento adequado dos recursos vegetais arbo­reos remanescentes em fun~ao da necessidade,viabilidade economica e, fundamentalmente, da

50

compatibiliza~ao com a manuten~ao dos ecossiste­mas.

2.6.1 Distribui~ao das Unidades de Amostra

A distribui~ao das unidades de amostra obedeceraao principio da estratifica~aoe estara sujeita a urncriterio de proporcionalidade, levando-se em consi­derac;ao tambem os aspectos impeditivos de acessoreferentes a inexistencia de rede viaria, dificuldadesinerentes as condi96es de relevo ou ausencia davegetac;ao em face da interferencia humana.

Em fun~aoda escala de trabalho utilizada, que namaioria das vezes e de 1:250 000, e da area a serlevantada, procura-se minirnizar 0 processo de eli­mina~ao da unidade de amostra, utilizando-se 0mecanismo de consideni-Ia valida desde que naoexceda 1 Ian do local previamente determinado, 0

que corresponde na carta 1:250000 a 0,4 cm.

2.6.2 Intensidade, Fonna, Tamanho e Dimensoesdas Unidades de Amostra

o numero de unidades de amostra a serem efeti­van1ente medidas sera estabelecido em fun9ao daextensao da area de cada tipo de vegeta9ao e dascircunstftncias citadas no item anterior.

A forma tanto para a Savana como para a Savana­Estepica sera retangular.o tamanho para a Savana sera de 0,10 ha, enquanto

que para a Savana-Estepica sed de 0,02 ha.As dimens6es para a Savana serao de 20 m x 50 m

enquanto que para a Savana Estepica serao de 10 mx20m.

2.6.3 Localiza~ao e Orienta~ao das Unidades deAmostra na Savana (Cerrado) e na Savana­Estepica (Caatinga)

A localizac;ao das unidades de amostra devera serfeita utilizando-se os meios de transporte adequadosas eondi~6es de aeessibilidade e com 0 auxflio deuma bUssola. Visando a uma padronizac;ao dos tra­balhos, deve-se previamente convencionar urn s6sentido de orientac;ao. 0 mais eomum e 0 norte-suL

2.6.4 Varhiveis a serem obtidas na Savana(Cerrado) e na Savana-Estepica (Caatinga)

2.6.4.1 Savana (CeITado)

- Circunferencia medida a 30 em do solo.

- Circunferencia igual ou maior que 30 em.

- Nome vulgar.

2.6.4.2 Savana-Estepica (Caatinga)

- Circunferencia medida a 30 cm do solo.

- Circunferencia igual ou maior que 10 cm.

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- Altura da copa em metros.

- Altura total em metros.

- Diametro da copa em metros.

- Nome vulgar.Para as forma<;6es arbOreas da Savana-Estepica

(Caatinga), dadas as suas caracterfsticas peculiares,sao adotados ainda os seguintes procedimentos:

- Contagem do numero de rebrotos.- Determina~ao de classe de estrutura (forma daarvore) a que pertence 0 indivfduo e observandoainda os seguintes criterios de medi~ao (Figura 14)..Para os casos I e I-A medir apenas a circunferenciado rebroto cujo valor e considerado como medio,anotando-se tambem 0 numero total de rebrotos.

.Para os casos II e II-A, quando 0 comprimento dofuste for menor que 30 em, adotar 0 mesmo criterioanterior, inclusive com rela~aoaaltura da copa, quecoincide com a altura total. Quando ocorrer 0 inver­so, medir a circunferencia na altura especificada(0,30m) e registrar as demais variaveis (altura dacopa, diametro da copa e altura total).

. Para 0 caso III, quando a bifurca~ao estiverabaixo de 30 em, realizar duas medi~6es de cadavariavel considerada.

.0 caso III-A representa 0 procedimento normalde medi~ao.

OBS.: A defini~ao da copa e mostrada na mesmafigura.

I :II

r----------Dc------------j------------1--,

I I, II II I,,,

I,,1

HeI,,,,,,II,1,

- - -- - -- - -:-!OCl'l'I-:~~----=------:<.~~~ -....,=-::- - - ---

I

1I,

,--:::::::==:=~~~~--- _,

:nI-A

,11,III,

HI1

1

I,1

1,,

-=--- --==------'----~

r------- Dc -----,, I

d--------- r,1,I,

He,I,IL _

I------- DC - - ~ -- --i: -------~-I

I ', ,, I

III,

HeII,III

----------,II

+30cm

=--_-------,-=-~......-""_- ~~-l

Fig 14- Classes de estruturas mais comuns nos indivfduos arb6reos da Savana-Estcpica (Caatinga) Dc - difimetro da copa; He ­altura da copa; Ht - altura total; Die D2 - difimetro

Manual Tecnico da Vegetafiio Blasi/eira 51

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2.7 Processamento de Dados

Atualmente, quase todos, senao todos os inventa­rios florestais, tern seus dados processados eletroni­camente. as equipamentos variam com a empresaou institui~ao e vao desde os rnicrocomputadoresate os chamados "MAINFRAMES" (computadoresde grande porte). As linguagens de programa~ao

usadas tambem variam, sendo entretanto muito co­mum a PL-l, FORmAN e BASIC. Existem aindapacotes de programa, muito difundidos no momen­to, podendo-se citar 0 SAEST - Sistema de An:l1iseEstatfstica -, SAS - Statistical Analysis System - e 0

SPSS - Social Package Statistical Science.

2.8 Resultados Esperados

2.8.1 Determina~ao do Potencial de Madeira

Eevidente que 0 pIincipal objetivo de urn inven­taIio florestal e a obtens;ao do potencial de madeira,embora esteja claro tambem que imlmeras outrasvariaveis devam ser consideradas, tais como:

- difunetro mfnimo: depende dos prop6sitos do le­vantamento; em inventa.rios florestais com vistas asubsidiar procedimentos imediatos de explora~ao

florestal comercial, 0 mais usual e estabelecer 0

difunetro mfnimo de 45 em, nao sendo raro a ados;aode 30 em. Para objetivos de mais longo prazo,visando a futuros pIanos de manejo florestal, re­comenda-se sejam utilizados dHimetros a partir de5 cm, considerando a necessidade de conheeer aestrutura veltical e horizontal da floresta; e

- intervalos de classes de diametro: os estudos deBarros (1980) sobre a deterrninaS;ao do intervalo6timo mostraram que aquele que forneceu melhoresresultados foi 0 de 10 cm, tendo sido testados tam­bern intervalos de 5 cm e 7 em. Por outro lado,lankauskis (1987) constatou que, quanto maior fora intensidade de amostragem e maior a freqiienciarelativa da especie, menor pode ser 0 intervalo deClasse de DAP (diametro a altura do peito) e vice­versa. No seu estudo especifico 0 autor observouque 0 intervalo nao deveIia ser infeIior a 20 cm.Entre uma e outra eonstatas;ao e considerando tam­bern os aspectos hist6Iicos dos levantamentos jaefetuados na Amazonia, bern como 0 procedimentoadotado no Nilcleo Maraba (Programa Carajas),reeomendam-se os seguintes intervalos:

a) usando a metodologia VMP:

5 - 15 cm

15,1 - 30 cm

30,1 - 45 cm

52

45,1- 65 em

65,1 - 85 cm

85,1- 105 em

105,1 e maiores

b) usando a metodologia tradicional de parcela fixa

20 - 30cm

30,1 - 40 cm

40,1 - 50 em

50,1- 60em

60,1 - 70 em

70,1 - 80 em

80,1 - 90 cm

90,1 - 100 cm

100,1 - 110 cm

110,1 e maiores

- c1asse comercial das madeiras: e outra variavelimportante, principalmente quando se eonsideram,em primeiro lugar, os aspectos economicos daatividade florestal. Tradicionalmente, os segmentosdo mercado madeireiro sao classificados em 4(quatro) tipos:

a) madeiras de qualidade 1: sao aquelas historica­mente consagradas no mercado internacional,acrescidas de outras cujas caracterfsticas, estudadasmais recentemente, as habilitam a ingressar nesseexigente mercado. No pIimeiro caso, eitam-se as jabastante conhecidas como mogno, cedro, andiroba,cerejeira, ueuuba. No segundo grupo tem-se a ce­drorana, quaruba, sucupira, dentre outras;

b) madeiras de qualidade 2: aquelas de aeeitas;aogarantida no mereado nacional, bern eomo as queapresentam possibilidades de exporta~ao, taiscomo: amapa-doce, as;acu, jarana, quarubarana.c) madeiras de qualidade 3: usadas regionalmentemas com possibilidade de se expandirem para 0

mercado nacional, como abiorana, breu-manga, ju­tairana, louro-amarelo; ed) madeiras de qualidade 4: de uso unicamentelocal, assim como aquelas sem expressao comercialatualmente; neste grupo existem as que realmentesao de baixa qualidade e por isso nao utilizadas; etambem outras de poueo ou nenhum valor pOl'queainda nao foram estudadas, mas que poderiam even­tualmente ser aproveitadas e ter sua comercializa­<rao ampliada.- sanidade aparente: esta relacionada ao aspectoexterno da arvore e, embora nao forne~a urn exameacurado dos seus defeitos internos, euma informa­S;ao que, tanto quanto as demais, deve ser conside­rada no conjunto das variaveis envolvidas noprocesso avaliativo.

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2.8.2 Determina~ao da Potencialidade

A conjuga~ao dos fatoies descritos anterionnente,aliada as condi~oes do terreno, resulta em diferentesgraus de dificuldade de explora~ao florestal. Apartirdesta rela~ao, podem ser detectadas areas de maiorou menor potencialidade relativa e definir aquelasprioritarias. A cada area assim caracterizada eatribufdo urn fndice cujo somat6rio resulta emclasses de potencialidade (Tabelas 2 e 3).

2.9 Discussao dos Resultados

Os resultados devem ser discutidos e analisadosde forma clara, para que possam ser entendidos poroutras pessoas nao ligadas diretamente a inventarioflorestal, mas que provavelmente serao seus usml­rios. Isto nao impede que sejam analisados aluz dosconhecimentos estatfsticos disponfveis, 0 que per­mitira que outros profissionais da area possam fazeruma avalia9ao crftica nao somente deste t6pica, masprincipalmente do trabalho como urn todo.

Devem-se evitar compara~oes com outros traba­lhos com caracterfsticas e objetivos diferentes, masse isto for inevitavel este detalhe deve ser conve­nientemente ressaltado.

As considera~oes finais e as recomenda~Oes ba­seadas nos resultados devem levar em conta, adicio­nalmente, outras caracterfsticas como relevo,geologia, solos e drenagem. Isto porque somente aanalise do parametro de interesse (geralmente e 0

volume de madeira para diferentes finalidades)

pode levar a decisOes equivocadas. A este respeito,e importante enfatizar que, se os resultados assim 0

indicarem, se pode perfeitamente recomendar que,do ponto de vista florestal, nada seja feito comrela~ao ao desenvolvimento futuro da area, e istosera uma decisao perfeitamente 16gica (Inventoryand evaluation of the forest resources in the State ofPara, Brazil, 1975).

2.10 Considera~oesFinais

Percebeu-se que 0 inventano florestal e a urn s6tempo uma tecnica de simples execu~ao e umaferramenta importante para 0 conhecimento dosrecursos de uma dada area florestal, qualquer queseja a sua destina~ao.

Aquestao central reside na ado~ao de uma adequa­da polftica florestal de longo prazo, que promovauma avalia~ao sistematica dos recursos, notada­mente em florestas naturais. Essa politica, sem du­vida, evitaria, entre outras coisas, a superposi~ao detrabalhos de mesma natureza, realizados por dife­rentes institui~oes, com desperdfcio de tempo erecursos financeiros.

o desdobramento dessa questao, necessaria­mente, envolve alguns aspectos relevantes, e 0 casoda floresta amazonica parece ilustra-Ios perfeita­mente. E sabido a diversidade de especies que acompoem, bem como eigualmente conhecido quepoucas tem valor comercial nos mercados nacionale intemacional.

TABELA2

CARACTERISTICAS DA VEGETA<;Ao, DO TERRENO E SEUS RESPECTIVOS INDICES

VEGETA<;Ao TERRENO

._-----

Caraclerfslicas fnclice Caraclerfslicas fnclice

Area floreslal com grande volwne de madeira Terrenos aplainados com rede de drenagem poucoexploravel densa

Area florestal com meclio volume de madeira2 Terrenos ondulados com rede de drenagem pouco

2exploravel densa

Area florestal com baixo volume de madeira3 Terreno ondulado com rede de drenagem densa 3exploravel

Area com pouca ou nenhwna madeira expJoravel 4 Terreno aplainado mal drenado ou sujeilo ainunda~iio ou forte ondulado 4

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Page 53: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

TABELA3

CLASSES DE PRODUTIVIDADE OBTIDAS DA TABELA 2

SOMAT6RIO CLASSES DE POTENCIALIDADE

2

3

4

5

6

7

8

Alta

Media

Baixa

Inexpressiva

Nula

Nula

Nula

(A)

{Alta (Ma)

Baixa (Mb)

{ Media (Bm)

Inexpressiva (Hi)

{ Baixa (Ib)

Nula (In)

A luz das pesquisas ja realizadas sobre as carac­terfsticas das madeiras amaz6nicas, nao parece serde born alvitre efetuar urn inventario florestal einformar que uma determinada area tern urn poten­cial madeireiro de 150 m3 fha, por exemplo. Estainformacrao e incompleta amedida que alguns es­tudos tern revelado que apenas uma pequena per­centagem desse valor e economicamenteaproveitavel. A contrapartida desse fato e urn ex­cessivo aumento dos custos, quando se direciona 0

trabalho para somente poucas especies, especial-

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mente se nao houver urn conhecimento previa dotipo de distribui~ao espacial de seus in­divfduos.

De qualquer forma, cabe ao planejador ou quemtenha 0 poder de decisao, de fazer estas e outrasponderac;:oes acerca da conveniencia de realizar urninventario florestal.

Finalmente, acredita-se que urn inventario flores­tal deve ser executado e analisado dentro de urncontexto mais amplo, envolvendo desde problemasambientais, sociais e economicos, ate questoes pra­ticas relacionadas com a metodologia mais apro­priada para determinada finalidade.

Manual Tecnico da Vegeta(:Qo Brasileira

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3 TECNICAS E MANEJO DE COLECOESBOTANICAS

As observa~6es e estudos botanicos sobre os indi­viduos que comp6em a cobertura vegetal de umadeterminada regiao fomecem subsidios valiosospara 0 desenvolvimento de trabalhos sobre a vege­ta~ao.

a conhecimento acurado das comunidades vege­tais que constituem os diferentes tipos de revesti­mento da terra e obtido, em geral, atraves decole~6es botanicas, que sao bancos de dados quepossibilitam 0 acesso aos mais diversos tipos deinforma~oes. Entretanto, colecionarde maneira cor­reta exemplares botanicos desidratados implicatecnicas e manejos adequados.

a objetivo desta parte do manual de vegeta~ao eorientar e uniformizar a metodologia especifica em­pregada na coleta, herboriza~ao e manejo das cole­~6es.

Cole~6es botiinicas preparadas segundo metodo­logia adequada e identificadas criteriosamente saofontes de consulta theis, que fomecem dados sobreas especies que ocorrem nos diferentes ecossiste­mas vegetais.

3.1 Conceitos GeraisCOLEC;Ao BOTANICACole~ao botiinica no sentido aqui abordado se

refere a urn conjunto de amostras de plantas nume­radas seriadamente. Correspondem, geralmente, aramos floriferos e frutiferos ou aplanta inteira, que,ap6s sofrerem urn processo de desidrata~ao e acon­dicionamento, sao transformados em exsicata,juntocom informa~6es adicionais impressas em etiquetaspadronizadas.

COLETA

A coleta consiste no ato de coletar plantas para urndeterminado estudo. Coletar corretamente as plan­tas e, pois, 0 primeiro passo para que 0 estudo emquestiio seja bern sucedido. As plantas coletadaspassarao a constituir as colq:oes botfinicas.

COLETOR

Uma ou mais pessoas, responsaveis tanto pelanumera~ao seriada das amostras coletadas em urndeterminado local como pela idoneidade das infor­ma~6es coligidas. Como inumeras vezes os exem­plares nao representam 0 indivfduo em suatotalidade, e sim partes deste, e importante 0 coletor

estar tecnicamente preparado para desenvolver ati­vidade de coleta. O(s) nome(s) does) coletor(es)fica(m) definitivamente associados ao material co­letado. A numera~ao e seriada, ficando sempre vin­culada ao coletor principal. Cada exemplar da coletade uma especie e que leva 0 mesmo numero de seriedo coletor e denominada duplicata (Mori et al.,1985). No caso de nao existir duplicata, 0 exemplarpassa a ser denominado unicata.

AMOSTRAS, EXEMPLARES au ESPECIMESBOTANICOS

Sao plantas ou parte destas, depois de coletadas,independentes de terem sido ou nao submetidas atratamento especial.

PRENSAGEM

Eo processo de prepara~ao da amostra botanica,a partir da coleta. Consiste basicamente em acondi­cionar 0 exemplar em folhas de jomais dentro deuma prensa, para submete-la posteriorrnente a urnprocesso de desidrata~ao, em estufa, construidapara tal fim.

SECAGEM

a processo de secagem das plantas consiste nonivelamento e desidrata~ao, atraves do calor, dosexemplares recem-coletados, com a finalidade depreservar as estruturas dos vegetais (German,1986).

HERBORIZAC;Ao

Herborizar consiste, basicamente, nos procedi­mentos de prensagem, secagem e prepara~ao doexemplar botanico para inclusao no herbalio. Asamostras das plantas depositadas no herbario saomontadas de forma especial, em folba de cartolinade tamanho padronizado, naqual se fixa(m) uma(s)etiqueta(s) contendo informa~6es diversas. A estaamostra atribui-se a denomina~ao de exsicata (Moriet al., 1985).

HERBARIa

a herbario e uma cole~ao de plantas secas ou departes destas, tecnica e cientificamente preparadaspara ulteriores estudos comparativos, hist6ricos edocumentarios da flora de uma regiao ou pais. Paratanto, e necessario que as amostras oriundas de

Page 55: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

diversas regi6es fitoecol6gicas/geograticas apre­sentem folhas, flores e/ou frutos. 0 herbario funcio­na como urn banco de dados crescente, a partir dasinforma~6es provenientes essencialmente das exsi­catas.

Para uma melhor compreensao deste conceito saocitadas algumas finalidades de urn herbario:

- armazenar exemplares, identificados tanto quan­to possivel de todas as especies de plantas de umaregiao. Os exemplares devem mostrar 0 maximopossivel as varia~6es e os estagios de desenvolvi­mento das plantas;

- funcionar como urn centro de identifica~ao;

- ser urn centro de treinamento botfinico especial-mente em taxionomia;

- prover dados fundamentais para trabalhos taxio­nomicos, fitogeograficos, fitossocio16gicos e levan­tamentos sobre forma~6es remanescentes devegeta~ao;

- fornecer material de analise para pesquisa sobreflora e vegeta~ao;

- documentar cientificamente as pesquisas sobreflora e vegeta~ao. Sem essa documenta~ao, as afir­ma~6es terao valor cientffico relativo. Urn determi­nado taxon pode mudar de nome ou de nivel, mas aexsicata de herbario tera sempre uma mesma "amar­ra~ao", que pemlitini essa verifica~ao a qualquertempo. Uma vez citado na literatura cientffica urnespecime (exsicata) passa a ter vaIor cientffico ines­timavel;

- infoflllar tanto sobre plantas uteis e nocivas aohomem, bern como forrageiras e t6xicas para ani­mais; e

- assegurar fidelidade as infofllla~6es sobre vege­tais que ocon'em em areas sujeitas aos processos dedevasta~ao, contribuindo para conserva~ao ou re­f1orestamento das mesmas.

Os conceitos e as finalidades mencionadas sobreo herbario resultam, em parte, da coletanea dasdefini~6es dos trabalhos de Sakane (1984), Mori etal. (1985) e German (1986).

lDENTIFICA\=AO CIENTIFICA

Identificar uma planta consiste em atribuir-lhe umnome cientffico de acordo com urn sistema de clas­sifica~ao botfinica, fOflllado por categorias hierar­quicas, regido por urn C6digo Internacional deNomenclatura Botanica (Greuter et al., 1988). S6apos a identifica~ao pode 0 exemplar botanico ser­vir de fonte de consulta para os mais variados fins

"0 primeiro passo no conhecimento sobre umaplanta, suas propriedades, distribui~ao e importfin­cia esta na garantia de sua identidade. Seu nomeconeto e 0 acesso a muitas informa~6es ... " (Fors­berg apud Womersley, 1981).

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3.2 Metodologia para Coleta eHerboriza~ao

3.2.1 Equipe de Campo

Constitufda por pessoas diretamente envolvidasno trabalho. As opera~6es de campo que envolve­rem coleta de material botfinico devern contar coma presen~a de urn botfinico, que fomeceni informa­~6es sobre a flora regionaI e a regiao fitoeco16gica.Dependendo da regiao fitoeco16gica, onde seraorealizadas as coletas, torna-se indispensave1 a pre­sen~a do indivfduo treinado para subir em arvoresde grande porte. E importante tambem a presen~ade pessoa da regiao (mateiro), que conhe~a bern aarea e as plantas que la ocorrem, pois podera fome­cer inforrna~6estanto sobre 0 usa dos vegetais comoseus respectivos nomes vulgares.

3.2.2 Equipamentos de Coleta e de Herboriza~ao

o material a ser utilizado depende da area decoleta, da dura~ao da opera~ao de campo e da ex­pectativa da atividade de coleta.

Para atender aos requisitos da coleta, e imprescin­divel 0 conhecimento sobre a tecnica de manuseiodos equipamentos a serem utilizados. Isto propicia­rei maior operacionaIidade, praticabilidade, facilida­de de transporte, seguran~a do coletor, baixo custo,rendirnento de coleta e 0 rnfnimo de dana as plantas.

A seguir sao citados os equipamentos mais versa­teis para coleta e herboriza~ao de materiaI botiinico,em especial vegetais superiores, segundo os traba­lhos de Kuhlmann, J. G. (1943); Kuhlmann, M,(1947); Vianna Freire et a1. (1949); Kuniyoshi(1979), FidaIgo et a1. (1984); Morl et al. (1985) eNadruz (1988).

ALTIMETROIndica a altitude do ponto de coleta e deve ser

sempre zerado ao nfvel do mar, no infcio de cadatrabalho.

BUSSOLA E MAPASao utilizados para a orienta~ao e a correta deter­

mina~ao e anota~ao dos pontos de coleta. 0 mapadeve ser 0 mais detalhado possfve!.

CADERNETA DE CAMPOUtilizada para as observa~6es obtidas no campo.

Deve ser de facil transporte e confeccionada emmateliaI resistente.

BLOCO DE FICHA DE COLETAUtilizado para anotar os dados referentes ao local

da coleta e do exemplar botfinico (Figura 15).

Manllal Teenico da Vegerariio Brasileira

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FUNDAC;AO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA - IBGEPICHA DE COLETA DE MATERIAL BOTANICO

PAfs: ESTADO: MUN.: FOLHA: OP.: .REF. LOCAl,:.................................................................. .PONTO DE COLETA: ..COORD.: LAT.: LONG.: RELEVO: ALTITUDE: ..

VEG.: FORMA BIOL6GICA: SOLOfIEXTURA: .FREqOENCIA: RARA ( ) COMUM () ABUNDANTE () NqME VULGAR: .FAMILIA: NOME CIENTIFICO: ..

CI6FITO ()RUDERAL()

HEU6FITO ( )RUPfCOLA( )

HIDR6FITO ( )SAXfCOLA( )

PALUSTRE ()XER6FITA()

RIPARIA ()HAL6FlTA()

HABITO: ARVORE ( )DECUMBENTE ( )LIANA ()TREPADEIRA ( )

EXSUDATO: ......

ARBUSTO( )EPlFITA( )PARASITA( )HE~IlEPfFITA ()

SUBARBUSTO () ERVA () CESPITOSA ()ERETO ( ) ESCANDENTE ( ) ESCAPOSA ( )lIEMIPARASITA ( ) PROSTRADA ( ) SAPR6FITA ( )ALTURA: .. . ..DIAM COPA: DAP: ..

OBS.: SOBRE RAfzES QUANDO FOR 0 CASO: ..

CASCA DO TRONCO: ESCAMOSA ( ) ESFOUANTE ( )GRETADA ( ) LISA ( )

OUTRAS OBS.: .

FOLIlA: MEMBRANAcEA () CARTAcEA ()OUTRAS OBS.: .. .. ..

ESTRIADA()SUBEROSA()

FISSURADA ()VERRUCOSA ( )

CORL\CEA()

FLOR-COR: CALICEOUTRAS OBS.: .

l-RUTO: CARNOSO ( ) SECO ( )OUTRAS OBS.: .. . .. .. ........OBSERVA~Ao: .. .

COROLA

DEISCENTE ( ) INDEISCENTE ( )

COLETOR E NQ DA COLETA: . . . DATA: .. ..DETERMlNADOR: .. .. . DA1:A: .

Fig 15 - Modclo de Ficha de Coleta

Manual Tecnico da Vegetarao Brasileira 57

Page 57: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

FACAoUtilizado para a abertura de picadas e/ou corte de

casca das mores.

TESOURA DE PODA

Utilizada no corte de ramos finos das amostrasvegetativas de folhas, flores ou, quando possivel,frutos. Deve ser do tipo comumente usado por jar­dineiros.

PODAo DE VARA OU TESOURA DE ALTO­PODA (pODAO)

Sao versateis para coleta de material de porte alto.Confeccionados em asro ou alurnfnio, sob a formade bico-de-papagaio. Podem ter um cabo desmon­tavel de bambu ou alurninio, para facilitar 0 trans­porte (Figura 16 a-c).

CANIVETE OU FACA

Destina-se a seccionar amostras pequenas e aspartes frageis das plantas.

pA, ENXADA PEQUENA OU DESPLANTADOR

Servem para coletar caules subterrilneos e rafzesde algumas plantas (Figura 16 d).

LUPA DE BOLSO

Utilizada na observasrao de detalhes. EaconselM­vel que fomesra aumento de 10 a 15 vezes.

SACOS PLASTICOS

Servem para armazenar as amostras coletadas du­rante a operasrao de campo, facilitando seu transpor­te ate urn local adequado aprensagem. De modogeral sao utilizados sacos plasticos de vados tama­nhos: 33 em x 24 em, 72 em x 49 em, 31 em x 71em. Cada coleta deve ser individualizada de acordocom seu tamanho em urn unico saeo, 0 qual deveraser feehado para evitar mistura de material e devi­damente numerado de acordo com a seriasrao doeoletor. Os sacos individualizados podem fiear ar­mazenados em sacos maiores.

FITACREPE

Utilizada para vedar os saeos plastieos com asamostras ja herborizadas.

SACOSDEREDEPARAFRUTOS

Servem para aeondicionar frutos grandes.

VIDROS

Utilizados na conservasrao de flores e de frutoscarnosos, que ao serem prensados fieam achatados,perdendo pattes importantes de suas esttuturas. Saode varios tamanhos e devem conter alcool a 70°. NaconservaSiao de flores costuma-se acrescentar umagota de glicelina para cada 10 m1 de alcool a 70°.

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ETIQUETAS ADESIVAS

Servem para controlar e numerar as amostras co­letadas e tambem para catalogar os vidros comamostras.

TRENA

Utilizada para medir a circunferencia de trancos edistancias.

PAPEL DE PREPARA<;:Ao (FOLHA DEJORNAL)

E utilizado para colocar cada amostra coletada,separando-a ramo a ramo em folhas distintas. 0pape1 de preparasrao do tipo folha de jomal inteiradeve ser cortado 10ngitudinalmente e em seguidadobrado transversalmente. Caso tenha folhas meno­res, as mesmas sao utilizadas sem cortes. Cada folhade jomal leva no bordo 0 nome e 0 numero docoletor.

ENVELOPES ( PAPEL FINO OUPAPEL-MANTEIGA)

Servem para armazenar plantas de pequeno porte,flores, frutos, sementes e ate folhas pequenas esoltas. Levam 0 mesmo numero do co1etor, caso aamostra ja tenha side numerada, para evitar misturade material.

PRENSA DE MADEIRA TRAN<;:ADA

Serve para 0 acondicionamento das amostras, sobpressao, para evitar 0 enrugamento do material de­vido adesidratasrao. Sua forma transrada possibilitaa desidratasrao do material em menos tempo, poisfacilita a perda da agua contida nos tecidos vegetais.Deve ser de material resistente, com dimensOes de45 em x 30 em, com as reguas de 3 em de largura.As quadrfculas sao espasradas de 2 em 2 em. (Figura16 e).

CORDA OU CINTOS DE LONA

Utilizada para amarrar 0 material botanico prensa­do. No campo a corda pode ser de nylon, contudona estufa deve ser de sisal para resistir a temperatu­ras elevadas.

OBS.: 0 nylon resiste atemperatura da estufa, quenao e superior a 70°C, mas tem a desvantagem dedeslizar em alguns casos e afrouxar a prensa.

ESTUFA DE CAMPO

Serve para faeilitar a seeagem do material emtraba1hos de campo de longa durasrao. Nos locaissem energia eletriea leva-se equipamento adicionalpara fornecimento de energia termiea (botijao degas).

Manllal Tecnico da Vegetarao Brasileira

Page 58: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

}i.

b

e

ed

Fig. 16 - Tipos de Podlio (a.b.c); Desplantador (d); Prensa Aberta e Fechada (e) (a-d) retiradas de Fidalgo & Bononi (1984); (e)retirada de Morl et al (1985)

Manual Tecnico da Vegetafiio Brasileira 59

Page 59: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

PAPEL-CIIUPA.O, MATA-BORRA.O OU PA­PELA.O

Servem para facH itar a absor~ao da agua eliminadapelas plantas herborizadas. Seu tamanho deve scrde aproximadamente 39 em x 24 em.

FOLIIAS DE ALUMfNIO CORRUGADO

Servem para aUlllentar a temperatura no interior daprensa, faeilitanuo a passagem ue ar quente no seuintelior. Sao coloeadas entre eada papel ehupiio e 0jomal. Sao utilizadas no tamanho 41 em x 25 em.

BORRIFADOR COM ALCOOL

Serve para bOITifar 0 material botanico eomo umrccurso para sua preserva9ao, quando as condi90es10ca~s nao permitirem a utiliza~ao de estufa de cam­po. E um recipiente de plastico contendo alcool a960 GL (alcool comercial).

LUVAS DE COURO

Servem para prote<;ao, principalmente no easo decoleta de material com espinhos.

6CULOSPROTETORESServem para a prote~ao dos olhos eontra ciscos,

insetos e outros, tanto em locais feehados comoabeltos.

PAR DE ESPOROES OU ESPORAS DE HASTERETA

Utilizados pel0 trepadorpara fixar a bota no troncoda planta. Sao confeccionados em a90 e com cor­reias de couro (Figura 17 a).

CINTURAO DE SEGURAN\=AServe para prender 0 corpo do trcpador ao talabarte

(Figura 17 b).

TALABARTEArticulado ao cinturao de scguran9a, serve para

prender 0 corpo do trepador ao tronco ua planta(Figura 17 b).

BOTASSao utilizadas pelo trepador na escalada. Devem

ser confeccionadas ern material resistcntc (Figura17 c).

Fig 17 - Equipamentos para Coleta de Material Arb6reo: Esporao (a); Cinturao de Seguran~a e Talabarte (b); Bota (c) Retiradosde Fidalgo & Bononi (1984)

60 Manual Tecnico do Vegetariio Brasileira

Page 60: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

ESCADA DE CORDA

Confeccionada em corda e tubos de PVC, pode sermontada no local, e e a que melhor se adapta asdificuldades de campo. Para montar-se 30 m destaescada e preciso 80 m de corda de nylon torcida5/16" e 60 pedar;os de canos de PVC de 3/4" corta­dos com 25 em de comprimento. Esta escada possuiem sua extremidade urn gancho de ferro para segu­ra-la ao galho que agUente 0 peso de no minima uns80 kg. Para que se possa fixar esta escada ao galhoe preciso fazer urn arremesso de uma linha de nyloncom peso. Este arremesso pode ser feito por estilin­gue ou manualmente (marimba). Alinha tanto servepara fixa-la como para solta-la. 0 outro extremo daescada deve ficar fixo ao solo por pinos de seguran­r;a, toco ou raiz, para evitar que esta sofra oscilar;6esem altitudes medias.

MARIMBA

Serve para abaixar e/ou seccionar 0 material a sercoletado. Econstitufda por uma corda com urn pesoamarrado a uma das extrernidades.

Outros equipamentos podem ser utilizados nostrabalhos de campo, tais como binoculo e maquinafotografica.

3.2.3 Utiliza~iio do Equipamento de Campo

Antes do infcio da operar;ao de campo selecionaro equipamento a ser utilizado em funr;ao do objetivodo trabalho, bern como verificar 0 seu estado deconservar;ao.

Para agilizar a coleta, os jomais deverao estardevidamente cOltados e colocados entre as prensasque serao amarradas (Figura 16 e).

No local de coleta, registram-se a quilometragemdo vefculo, a altitude, 0 tipo de vegetar;ao e a plota­gem do local no mapa.

Para coletar 0 indivfduo de baixo porte deve serutilizada a tesoura de poda. Os cOltes devem sersempre inclinados, para impedir 0 acumulo de aguana extrernidade seccionada, evitando-se assim da­nos a planta matriz. Ramos ferteis de plantas degrande porte, localizados com 0 binoculo, sao cole­tados com auxflio do podao de vara. Dependendoda altura do fuste, os ramos a serem coletados sopodem ser alcanr;ados pelo trepador com a utiliza­r;ao adequada dos equipamentos. Antes de ser ini­ciada a escalada, 0 trepador fixa as esporas as botas,adapta 0 cinturao de seguranr;a ao seu corpo, prendeo talabarte ao cinturao, coloca as luvas de couro eos oculos de proter;ao. Durante a escalada, as espo­ras devem ser utilizadas compassadamente, alter­nando-se os movimentos das pemas. Deve-se tomarcuidado para nao causar danos excessivos ao tron­co. 0 talabarte vai sendo reajustado a medida que a

Manual Tecnlco da Vegeta,iio Brasi/elra

circunferencia do tronco assim 0 exigir, de modoque 0 trepador sinta seu corpo preso e equilibrado.Alcanr;ando uma posir;ao estavel, em geral, na pri­meira ramificar;ao da copa, 0 trepador recebe 0

podao de vara e efetua entao a coleta.

3.2.4 Metodologia de Coleta Propriamente Dita

o coletor deve sempre levar em considerar;ao queinumeras vezes os especimes coletados nao repre­sentam 0 indivfduo em sua totalidade e sim partesdestes. Daf a importilncia de serem coligidas todasas informar;6es que possam levar a recomposir;aodas caracterfsticas da planta no estagio de vida emque se encontrava e seu local de coleta.Eimportante serem observados os corretos proce­

dimentos de coleta, descritos a seguir:

3.2.4.1 Ficha de Coleta

As seguintes informar;6es sobre 0 ambiente e so­bre 0 indivfduo coletado devem constar da ficha decoleta.

- Dados sobre 0 ambiente ffsico do ponto de cole­ta:

· Local: pafs, folha geografica, estado, municfpio,referencias locais (rio, serra, chapada, vale, povoa­do e se for estrada, usa-se a quilometragem comoponto de referencia de urn lugar geograficamenteconhecido), altitude.

· Vegetar;ao: este item sera preenchido de acordocom a classificac;ao adotada na Parte 1 deste Ma­nual, forma biologica e textura do solo.

- Dados relacionados a PlantalAmbiente: referem­se aos dados relativos as adaptac;6es das plantas aomeio.

- FreqUencia: freqUencia da especie em relac;ao aolocal de coleta.

- Aspectos gerais do indivfduo coletado:· Habito - porte, altura.· Tipos peculiares de rafzes adventfcias.· Aspectos gerais do tronco e dos ramos.· Folha: cor das superffcies, aroma quando ma­

cerada, consistencia.· Flor: grau de maturac;ao, aroma, cor da corola,

estames e estigma.· Fruto: grau de maturac;ao, aroma, cor, consisten­

cia.Quando possfvel deverao ser mencionados no

item observac;ao sua importancia economica, usomedicinal, nome vulgar, animais visitantes, alem deoutras informac;6es que 0 coletor julgar procedente.

3.2.4.2 Numerafiio das Amostras

A serie do coletor sera iniciada pelo numero 1 eobedecera a uma seqUencia contfnua que inde­pendera, do projeto, local da coleta e operac;ao de

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campo. Esta numera~ao sera sempre ligada aonome do coletor principal e devera constar na fichade coleta, na cademeta de campo e na borda dojomal. Deve-se sempre abreviar 0 prenome do co­letor. Exemplo: Rogerio Augusto Nogueira deve serabreviado para R. A. Nogueira. Sobrenomes muitofreqiientes, tais como Silva, Costa, Pereira, etc.,deverao ser precedidos de outro nome escrito porextenso, para evitar confusoes com outros coletores.Exemplo: Maria FelTeira da Silva, abrevia-se paraM. Ferreira da Silva; Paulo Esteves Pereira, para P.Esteves Pereira.

- Amostras procedentes de urn unico indivfduorecebem 0 mesmo numero (Figura 18 a).

- Amostras de indivfduos diferentes recebem nu­meros distintos, exceto quando se trata de indivi­duos pequenos que juntos formam urn uniconumero (Figura 18 b).

ADONiAS 120

/\~~ ,

\\\\\\I\\\I

.h::..........-_ I

"\\\\\

,r--~~~, '........... _-------_\

ADONIAS 121

Fig. 18 - Numera<;ao das amostras: Numcro de Coleta do Indi­vfduo a (a); Nt1mero de Colcta do Indivfduo b (b)

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No caso de mais de urn coletor, deve-seestabelecera priori qual sera 0 responsavel pela numera~ao dasamostras. Nao podera haver numera~ao dupla, pormais de urn coletor, para uma mesma amostra.

3.2.4.3 Regras Gerais

A amostra botiinica ao ser transformada em exsi­cata teni urn tamanho padronizado, e nesta condi~aodeve reunir 0 maior mlmero possivel de dados quepermitam sua identifica~ao. De urn modo geral, osseguintes procedimentos devem ser seguidos pelocoletor para 0 born exito de sua atividade de coleta:

a) evitar a coleta em dias chuvosos, bern como acoleta de plantas molhadas que provocam a forma­~ao demofo;

b) escolher exemplares sem vestigios de ataquepelos insetos, infesta~oes de fungos e outros sinto­mas patol6gicos evidentes (Lawrence 1951);

c) evitar individuos depauperados (Lawrence1951);

d) dar preferencia a exemplares ferteis, isto e, comeslJUturas reprodutoras (Pterid6fitas) ou com florese/ou frutos (Faner6gamas); e

e) colelar, sempre que possivel, 5-7 amostras decada individuo, proeurando-se adieionar algumasflores e frutos a mais para serem utilizados peloidentifieador. As amostras destinam-se ao herbariode Oligem, a especialistas em troca de identifiea~ao

e, ainda, para interdimbio com oulros herbarios.

3.2.5 Metodologia para Herboriza~ao

3.25.1 Prensagem

a) prensar as amostras, logo ap6s 0 ato da coletaou pelo menos no mesmo dia. Nunca deixar paraprensar no dia seguinte;

b) preparar as amostras em tamanho que corres­pondam em media a 35 em x 25 cm. Casos em queeste procedimento implique perda de partes essen­ciais de amostra (folhas muito grandes) ou quandoa amostra botiinica representa a planta toda, deve serdobrada em forma de N ou V (Figura 19 a), (Mori,1989);

c) ramos com muitas folhas devem ser debastados;d) caso seja necessario eliminar algumas folhas

das amostras, estas devem ser c0l1adas (Figura 19b) de modo que 0 vestfgio do pecfolo fique evidente(Mori et al., 1985);

e) em uma amostra as folhas devern ser prensadasde modo altemado, isto e, algumas mostrando oladoventral e outras 0 lado dorsal (Figura 19 c);

f) inflorescencias muito longas, antes de seremdobradas, devem ter 0 ramo levemente amassado;

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g) frutos de grandes dimensoes, sem condiyoes deprensagem, devem ser destacados da amostra e co­locados em "saco de rede de nylon" com 0 nome docoletor e seu respectivo numero de coleta (Mori etal.,1985);

h) acondicionar cada exemplar coletado na folhade jomal; nunca incluir duas amostras em urnamesma folha; e

i) 0 nome do coletor, seguido de seu respectivonumero de coleta, deve ser imediatamente anotadona margem da folha (fazer anotat;5es com lapis nocaso de se usar aIcool para preservar 0 material).

Ap6s estes procedimentos, as amostras sao empi­lhadas e colocadas entre as prensas. Em seguida,amarra-se 0 conjunto com cordas, de modo que 0

material fique sob pressao, para evitar que enrugue.

(b)

(d)

Fig 19 - Tipos de Prensagem: (a) Amostra em N ou V; (b) Amostra com folhas cortadas mostrando 0 vestigio do Pecfolo; (c) Fo­lhas prensadas mostrando 0 lado ventral eo dorsal; (d) Montagem de planta Herbficea

Manual Tecnico da Vegetariio Brasileira 63

Page 63: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

3.2.5.2 Secagem

Os procedimentos a seguir saobaseados principal­mente nas Instrusroes Tecnicas nl! 24 IBGE (1981) eem Mori et al. (1985).

Quando se dispoe de estufa de campo, ao final decada dia de coleta, 0 material que ja foi prensadosera repreparado no interior da prensa, para serintroduzido na estufa, obedecendo-se a seguintesequencia:

- uma das grades da prensa;- folha de aluminio corrugada;- jomal contendo no seu interior a amostra botfuli-

ca;• folha de papel-chupao;• folha de alumfnio corrugada; e- jomal contendo no seu interior outra amostra.Ap6s a inclusao da ultima amostra no interior do

lote, colocam-se 0 papel-chupao, a folba de alumi­nio e finalmente a outra grade da prensa. Em segui­da, amarra-se 0 conjunto fOltemente com cordas ecoloca-se na estufa. Cada lote de material prensadodeve atingir em media a altura entre 40 e 50 em.Como M uma varias;ao de tempo de secagem e deacordo com a consistencia da amostra, a cada treshoras 0 material deve ser examinado e os jomais,quando muito timidos, devem ser substitufdos, ten­dowse 0 cuidado de anotar 0 nome e 0 ntimero docoletor. A medida que 0 material seca e diminui devolume, 0 lote prensado deve ter as cordas reajusta­das, para que as amostras nao enruguem.o material botanico e considerado seco quando

apresentar-se rfgido, sem flexionar ao ser suspensoe sem urnidade ao toque. Nessa ocasiao, e retiradoda estufa. Ap6s 0 retorno do campo todo materialdeve ser examinado para verificar-se a necessidadede retomar aestufa do laborat6rio por mms algumtempo.

Quando nao se dispae de estufa de campo, utiJiza­se 0 metoda de secagem ao sol. Para possibilitar aconservasrao do material, este e bOIl'ifado com ai­cool comercial, no momento da coleta. No dia se­guinte, as prensas sao retiradas e 0 paeote com asamostras e revestido nas extrernidades com doispapelOes. Em seguida, amarra-se fortemente 0 pa­cote que e colocado em saco plastico que posterior­mente e vedado com fita crepe. Ao retomar docampo, inicia-se imediatamente 0 processo de seca­gem atraves da estufa.

Ap6s a operas;ao de secagem as amostras seraosubmetidas a processos especiais, visando a impedirinfestas;oes diversas. A seguir, separar as amostraspor coletas, em ordem mimerica de coleta e acondi­cionar em sacos plasticos com naftalina e canforaate serem incorporadas ao herbario.

64

3.3 Terminologia para Descri~ao daPlanta no Campo

Com 0 objetivo de tomar mais completas e preci­sas as informa~oes sobre 0 indivfduo coletado, fo­ram relacionados alguns termos ja definidos naliteratura botanica e que podem ser utilizados nadescris;ao das caracterfsticas da planta em seu habi­tat, principalmente aquelas nao representadas naamostra e as que se perdem com ° processo deherborizasrao. Recomenda-se, portanto, 0 empregoda terrninologia que se segue para descrever:

3.3.1 Dados Relacionados aPlantalAmbiente

As conceituasraes aqui adotadas foram baseadasem Font-Quer (1985).

a) As plantas podem ser c1assificadas quanto aexposi~ao aluz em:

- ci6fito (esci6fito, umbr6fito): planta que se de­senvolve em areas sombrias; e

- heli6fito: planta que habita areas abertas, expos­tas aluz solar.

b) Quanto ao substrato, em:- hidr6fita: planta aquatica com os 6rgaos assirni­

ladores submersos ou flutuantes. Na descri~ao deuma hidr6fita deve ser mencionada a posi~ao dasfolhas em rela~ao ao myel da agua e tambem se aindivfduo no ambiente aquatico esta livre ou fixe aalgum substrato;

- palustre: planta que cresce em lugares pantano­sos;

- hal6fito: planta que cresce somente em meiossalinas;

- riparia (ripieola): planta que se desenvolve asmargens de rios;

- rupfcola: planta que se desenvolve sobre pedras;e

- saxfcola: planta que cresce entre pedras.c) Quanto aincideneia em areas sob as;ao antr6pi­

ca:- ruderal: planta que habita as cercanias das cons­

truS;5es humanas; e- invasora: planta que habita locais cultivados pelo

homem.d) Quanto ao grau de umidade do ambiente:- xer6fita: planta que se adapta a ambientes secos;

e- hidr6fita: planta que se adapta a ambientes tirni­

dos.

3.3.2 Freqiiencia da Especie em Rela~aoao Pontoda Coleta

No item dados ecol6gicos devem-se anotar aindaos dados sobre a freqtiencia da especie de acordo

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com a tabela de abundancia abaixo (modificado deGATES, 1949):

- Rara (r): especie raramente encontrada na comu­nidade.

- Ocasional (0): especie esporadicamente encon­trada.

- Comum ou Freqiiente (c): especie nao muitoabundante, ou especie nao predominante na comu­nidade.

- Abundante (a): especie predominante na comu­nidade.

Esta tabela nao e aplicavel para plantas invasorasou ruderais.

3.3.3 Aspectos Gerais do Individuo Coletado

A classifica~ao que se segue e baseada principal­mente na altura, consistencia e nivel de rarnifica~ao

do caule de acordo com Vidal e Vidal (1984) Moriet al. (1985) e Font-Quer (1985).

- Arvore e 0 vegetal lenhoso com 0 minimo de5 m de altura, com tronco bern definido e sem ramosna parte inferior; sua parte rarnificada denomina-secopa.

- Arbusto e 0 vegetal com tamanho variando de 1a 5 m de altura, resistente e lenhoso, sem troncopredominante pois se ramifica desde a base.

- Subarbusto e a planta em geral inferior a urnmetro de altura, normalmente herbacea e lenhosa nabase do caule.

- Erva e a planta de pequeno porte, cujo caule naopossui ou apresenta pouco tecido lenhoso.

Ao mencionar-se qualquer urn destes tipos dehabitos deve-se indicar a altura da planta e, no casode mores, 0 DAP, ou circunferencia do tronco.Referencias quanta aausencia de foIbas na copa dasmores enos ramos dos arbustos devem completara indica~ao do habito, podendo-se utilizar 0 termoDecidual (Caducif6lia).

Urn grande numero de plantas, em geral as herba­ceas e subarbustivas, tern seu habito tambem carac­terizado par adapta~6es principalmente do caule(rastejante, voluvel, etc.) e tambem por suas carac­terfsticas adaptativas relacionadas ao substrato, sen­do descritas como:

- Cespitosa e a planta cujos caules formam toucei­ras (Figura 20 a).

- Decumbente e 0 vegetal com caules deitadossobre 0 solo, mantendo apenas 0 apice dos ramoserguidos (Figura 20 b).

- Epffita eo vegetal que vive sobre outro (utilizan­do-o como suporte), sem ser parasita.

- Hemiepifita e a planta que inicia seu ciclo de vidacomo epifita e emite rafzes adventfcias ate 0 solo,tomando-se, depois, uma planta terrestre (mata­pau).

Manual Tecnico da Vegetafao Brasileira

- Escandente e a planta cujos ramos se inclinamsabre outra planta sem possuir especia1iza~ao parafixa~ao na planta suporte.

- Escaposa e a planta que se caracteriza pela pre­sen~a de escapo, isto e, haste indivisa que parte dorizoma, bulbo, etc. (caule subterriineo), sem foIbase que apresenta flores no apice (Figura 20 c).

- Parasita e a planta que se nutre da seiva de outraplanta. Pode ser holoparasita, desprovida de cloro­fila, e hemiparasita, que apesar de emitir haustorios(rafzes modificadas que sugam a seiva de outraplanta), possui tambem clorofila.

- Prostrada e a planta que possui caule rastejante,isto e, que e apoiado e paralelo ao solo, e por issodistende-se horizontalmente (Figura 20 d).

- Saprofita e a planta desprovida de clorofila, queretira seus alimentos de material organico em de­composi~ao (Mori, 1989).

- Liana (cipo) e a trepadeira lenhosa, isto e, comramos longos, delgados e flexiveis, que sobe apoia­da em mores, podendo atingir muitos metros dealtura. Geralmente apresenta em seus ramos curtosorgaos ou estruturas especializadas para fixa~ao.

- Trepadeira herbacea e 0 vegetal sem tecido le­nhoso, que por si so nao se mantem erguido. Desen­volve-se apoiado em qualquer suporte, como porexemplo outra planta.

As trepadeiras sao classificadas em:- Trepadeiras voluveis, que se ap6iam ao suporte

enroscando-se atraves do caule (Figura 20 e).- Trepadeiras com gavinhas, que se ap6iam ao

supot1e por meio de orgaos fixadores, em geralfilamentosos (Figura 20 f).

3.3.4 Tipos Peculiares de Rafzes Adventicias

Os tipos descritos aqui foram baseados em Vidal& Vidal (1984):

- adventicia: raiz que nao se origina da radfcula doembriao ou da raiz principal por ela formada, for­ma-se nas partes aereas das plantas e em caulessubterriineos;

- cinturas (abarcantes) ou estrangulantes: envol­vern outro vegetal, muitas vezes causando-Ihe amorte;

- escoras ou suportes (Mori et al., 1985): desen­volvem-se a partir de determinada altura da plantadirigindo-se verticalmente para 0 solo e refor~ando

o sistema de sustenta~ao;

- grampiformes ou aderentes: ocorrem em geralnas trepadeiras sob a forma de grampos, fixando-asa seu suporte;

- respiratorias ou pneumatoforas: apresentam geo­tropismo negativo, oriffcios (pneumatodios) emtoda a sua extensao e intemamente urn aerenquimamuito desenvolvido. Funcionam como orgaos de

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Page 65: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

c

t 1.-t.~

b

f

Boomgovlohos

Fig. 20- Tipos de Hiibito: Cespitosa (a); Decumoonte (b); Escaposa (c); Prosttada (d); Trcpadeira Vol6vc1 (e) c com Gavinha (f)Retirados de Morl et al (1985).

66 MatUlal Teenico da Vegeta{'i'io Brasileira

Page 66: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

respira~ao e sao estruturas tfpicas de plantas demangue; e

- tabulares: sao muito desenvolvidas, apresentan­do 0 aspecto de tabuas perpendiculares ao solo,ampliando a base da planta e dando-lhe maior sus­tenta~ao. Tambem conhecidas vulgarmente comosapopemba ou sapopema, e catanas no Estado daBahia.

3.3.5 Aspectos Gerais do Tronco e dos Ramos

A aparencia da casca, isto e, revestimento extemodo tronco, conhecido tambem como ritidoma oucortex, e um dado que deve ser mencionado. astermos mais utilizados para auxiliar a descri~ao

desta estrutura, segundo Rizzini (1971, 1978), sao:- escamosa: casca que se solta em placas, em geral

retangulares;- esfoliante: desprende-se em uma ou varias cama­

das finas;- estriada: com estrias, isto e, dotada de linhas

transversais;- fissurada: provida de fendas ou fissuras longitu­

dinais;- gretada: provida de fendas transversais;-lisa: casca cuja superffcie nao apresenta protube-

rancias nem ornamenta~6es;

- suberosa (corticosa): provida de suber ou corti~a;

e- verrucosa: superffcie dotada de protuberancias

globosas, semelhantes a verrugas.Alem da omamenta~aoda casca, a colora~ao deve

tambem ser mencionada (pardacenta, acinzentada,pardo-avermelhada, etc.) e tan1bem, quando for 0

caso, a presen~a de vegetais como lfquens. Eimpor­tante que se fa~a urn corte inclinado no tronco paraverificar as caracteristicas intemas da casca e tam­bern do exsudato (consistencia, cor), caso este estejapresente.

Troncos e ramos muitas vezes apresentam-se ain­da com:

- aculeos: estruturas rigidas, pontudas, mas facil­mente destacaveis;

- espinhos: estruturas endurecidas, lenhificadas epontiagudas, diffceis de serem destacadas. Espinhoe aculeo sao muito semelhantes morfologicamentee diferem principalmente quanto aorigem; e

- lenticelas: abelturas circulares ou alongadas quese encontram no tronco e ramos e que se manifestamem relevo.

3.3.6 Folhas, Flores e Frutos

Estes orgaos estiio representados nas amostras ede modo geral conservam suas carcatelisticas, ex­ceto quanta aconsistencia e colora~ao, ap6s 0 pro-

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cesso de herboriza~ao.as seguintes dados m6rfo­logicos devem ser descritos pOI' ocasiao da coleta.As folbas sao descritas:

a) Quanto aconsistencia:- membranacea: consistencia fina e semitranspa­

rente como membrana;- cartacea: consistencia que se assemelha a papel

grosso (papel cartao); e- coriacea: consistencia de couro.b) Quanto acor:- concolor: folha que e uniforme na cor, isto e, tem

a mesma cor de ambos os lados; e- discolor: folba que apresenta as faces com colo­

ra~ao diferente.Nas flores descreve-se a colora~ao tendo-se 0

cuidado de especificar, uma pOl' uma, a colora~ao

dos verticilos protetores (calice e corola) e, quandopossivel, dos reprodutores (androceu e gineceu).

as frutos devem ser descritos:a) Quanto aconsistencia:- camosos: providos intemamente de polpa sucu­

lenta; e- secos: internan1ente sem desenvolvimento de

camada carnosa.b) Quanto aiiberar,;ao de sementes em:- deiscentes: flUtoS que na maturar,;ao apresentam

mecanismos para iiberar as sementes; e- indeiscentes: frutos que na maturar,;ao nao libe­

ram as sementes; estas sao liberadas pOI' decompo­sir,;ao das paredes do fruto.

Nos flUtOS indeiscentes deve-se, no momenta daprensagem, fazer dois cOltes, urn transversal e 0

outro longitudinal. Frutos camosos podem ser maisbern estudados se conservados, por algum tempo,em alcool a 70oGL.

A semente pode apresentar estruturas acess6riasque podem envolve-la total ou parciaimente. Ascaracteristicas de tais estruturas, como consistenciae colorar,;ao, devem ser observadas no campo emencionadas na ficha de coleta.

3.4 Notas Sobre Tecnicas Especificas deColeta e Herboriza~ao

Ha plantas que apresentam caracterfsticas particu­lares e pol' este motivo requerem tecnicas especffi­cas, que devem ser seguidas juntamente com ametodologia para coleta e herboriza~ao, menciona­das anteriormente.

3.4.1 Pterid6fitas

As pteridofitas apresentam grande diversidade nohabitat e no porte (habitus), indo desde aquaricas depequeno potte ate as telTestres arboreas (fetos arbo­rescentes). Sua coleta exige, pOl' parte do coletor, 0

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Page 67: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

Fig 21 - (a) Aspecto geral de wna Pterid6fita; (b) Detalhc daPina mostrando 0 Soro Retirado de Arreguin-Sanchez (1986)

conhecimento de algumas estruturas morfol6gicas,explicadas a seguir (Figura 21 a):

- lamina: conjunto formado pela pina e niquis;- pina: corresponde a cada divisao da lamina;- niquis: ea parte da lamina onde estao inseridas

as pinas;- rizoma: 6rgao, em geral subterraneo, que se

desenvolve paralelamente ao solo;- peci'olo: haste que liga a lamina ao rizoma;- fronde: conjunto formado por lamina e peci'olo;

e- soros: conjunto de esporangios, responsaveis

pela reprodu~ao, em geral dispostos na face dorsalda pina (Figura 21 b).

b

L F~ RM 0

PINA I NN 0A E

,RAQUIS

No caso dos fetos arborescentes, coleta-se a frondecom soros, se passivel ate a inser~ao do pecfolo nocaule, porque ali se encontram estruturas impartan­tes para a identifica~ao, tais como as escamas. Efundamental que sejam anotados os dados relativosaaltura, forma das cicatrizes do caule, tamanho dafronde, presen~a de escamas, pelos e raizes adven­ticias.

Na ocasiao de prensagem as frondes devem serdivididas de modo que abranjam as regi5es apical,mediana e basal, incluindo a inser~ao do pecfolo nocaule.

As pterid6fitas de pequeno porte sao coletadasinteiras, incluindo 0 rizoma.

Algumas amostras devem ser colocadas em pren­sas a parte, pais exigem secagem mais gradual emenos intensa.

As tecnicas aqui mencionadas foram baseadas emViana Freire et a1. (1949), Silva (1984) e Arreguin­Sanchez (1986).

3.4.2 PaImeiras

A tecnica de coleta desse grupo de plantas foibaseada principalmente em Mori et aI. (1985).

Para a coleta de palmeiras de grande porte utiliza­se 0 meSillO metodo descrito para a coleta de mate­rial arbOreo.Efundamental que sejam anotadas a altura total da

planta, altura do estipe, a presenc;:ade raizes escoras,o numero de folhas na copa, comprimento da laminada folha e do pecfolo, mlmero de pares de fo11010s,tamanho dos folfolos, comprimento da inflorescen­cia e seus eixos e a presenc;:a e distribuic;:ao deespinhos (Dransfield, 1986).

A coleta deve incluir 0 pedolo, as por~5es do meioeo apice da lamina da folha, partes representativasda inflorescencia, flores e frutos.

Na prensagem seccionam-se todos os fo11010s deurn lado do raquis, deixando-se os respectivos ves­tigios; cortam-se tambem muitos eixos da inflores­cencia, deixando suas bases para indicar ondeestavam suas inserc;:5es. Cada papel em que as partessao colocadas, alem de ser marcado com nome enumero do coletor, deve conter tambem 0 nome do6rgao (folha, inflorescencia, etc.) ao qual pertencea amostra e a indicac;:ao da posic;:ao do respectivofragmento.

Ex.: A. Vaz 470, Folha A, BaseA. Vaz 470, Folha A, MeioA. Vaz 470, Folha A, ApiceAs amostras previamente destinadas a outros her­

barios sao marcadas com a letra B, assim: A. Vaz 60,Folha B, base, etc. Trabalhos especfficos sobre 0assunto foram elaborados por Dransfield (1986) eQuero (1986).

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3.4.3 Gramineas (Bambus)

As gramineas de alto porte requerem procedimen­tos especiais para a obten~ao da amostra completa(Soderstrom & Young, 1983 e Koch, 1986). E im­prescindivel a coleta das seguintes partes:

- dois nos com 0 entreno respectivo: 0 colma deveser partido longitudinalmente. Caso 0 colmo sejaexcessivamente longo, pode-se secciomi-lo trans­versalmente e incluir somente urn no, tomando-se 0

cuidado de anotar 0 comprimento total do entreno;- folhas do colma: coletar pelo menos duas folhas

que sejam representativas quanto ao tamanho eforma. Folhas cafdas podem ser selecionadas.Quando a bainha e aderida ao colma deve-se corta­la e prensa-Ia mesmo que isto resulte em quebra oufissura;

- ramifica~5es: escolher urn no do colmo amadu­recido com ramifica~5es representativas. Cortar 0

colmo cerca de 5 cm abaixo e acima do no e apararos ramos ate 5 cm de modo que pelo menos 0

primeiro no esteja incluido. As se~5es de colmosgrandes podem ser partidas ao meio, para economi­zar espa~o;

- raminhos folhosos: incluir na amostra raminhosjovens e mais velhos, caso haja diferen~a significa­tiva entre as folhas;

- inflorescencia: incluir na amostra ramos florffe­ros em todos os estagios de desenvolvimento; e

- rizomas: incluir tambem na amostra uma se~ao

do rizoma, com cerca de 50 cm de comprimento. Nocaso de haver forma~ao de moitas, coletar variasse~5es com 0 respectivo colmo, ate a altura de15 cm acima do solo.B recomendado 0 usa de luvas grossas para 0

manuseio das partes com espinhos e pelos irritantes.Na coleta de bambus, alem dos dados que constam

da ficha de coleta, devem ser feitas ainda anota~5es

sobre:- colma: distribui~ao se espa~ada ou agregada (no

caso dos colmos estarem reunidos em touceiras);numero de colmos por touceiras;

- conteudo dos entrenos: mencionar se sao vazios,se contern po nas paredes internas ou se 0 conteudoe Ifquido;

- folhas do colmo: indicar a posi~ao das folhas nocolmo, isto e, se eretas, horizontais ou ainda sereflexas. Observar antes de coletar se as laminas sedesprendem da bainha ou nao;

- ramifica~5es: indicar a distribui~ao no colmo,isto e, se somente na parte superior ou se ao longodo colma;

- raminhos folhosos: ao cortar 0 ramo anotar se asfolhas murcham, se elas se enrolam ou se elas naose alteram. Indicar a posi~ao das folhas (se eretas oupendentes) em rela~ao ao ramo;

Manual Tecnico da Vegetafiio Brasileira

- inflorescencia: deve-se indicar a posi~ao da in­florescencia (se ereta ou pendente); e

- rizoma: indicar 0 posicionamento do rizoma (sesuperficial ou subterriineo), assim como mencionara forma (se curtos e grossos ou se compridos edelgados).

Para cada uma das partes coletadas deve ser men­cionada sempre a colora~ao.

3.4.4 Bromelhiceas

Segundo Martinelli (s.d.), nas bromelias deve-secoletar as folhas inteiras, incluindo a bainha, do­brando-as ou amalTando-as de maneira que fiquemna forma de pequenos rolos. As inflorescencias saoseccionadas na base do escapo (pedunculo que sus­tenta a inflorescencia) e dobradas quantas vezesforem necessarias, podendo-se usar 0 lado opostoao corte do facao para marcar os pontos onde seradobrada a folha.

Em bromelias de grande porte destacam-se folhasde varios tamanhos e nas de medio porte secciona­se a roseta longitudinalmente. Prensam-se separa­damente as folhas e as inflorescencias.

As bromelias de pequeno porte sao coletadas eprensadas inteiras, fazendo-se uma limpeza dos de­tritos que se acumulam nas bases das folhas. Anotarse na agua acumulada entre as bainhas das folhasvivem animais (insetos, anffbios).

3.4.5 Lianas

Coletar ramos apicais e basais com as respectivasestruturas para fixa~ao ao supolte. Na ocasiao daprensagem indicar a posi~ao do ramo coletado, poisem alguns casos estes apresentam uma grande di­versid<ide. Seccionar transversalmente 0 caule e/ouos ramos mais desenvolvidos, que fornecem impor­tantes informa~5es para a identifica~ao das famfliase generos.

Para facilitar a herboriza~ao os ramos sao enrola­dos, sendo que as folhas grandes podem ser dobra­das ou ate mesmo seccionadas. Caso seja possivelo coletor deve informar 0 nome da planta sobre aqual a liana esta apoiada.

Nao acrescentar ramos estereis e sem folhas asamostras de ramos ferteis, pois corre-se 0 risco demisturar-se materiais diferentes, uma vez que aslianas raramente estao isoladas. Em geral 0 queacontece eserem encontradas varias lianas, entrela­~adas entre si e com caule desprovido de folhas,estando os respectivos ramos folhosos espalhadosno dossel arboreo.

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3.4.6 Plantas Herbaceas

A planta e coletada inteira, inclusive com seusorgaos subterraneos. No caso de herbaceas bempequenas cada cinco indivlduos constituem umaunica amostra (Figura 19 d), 0 que conseqiiente­mente aumenta a numero de indivlduos a seremcoletados (25 indivlduos).

No caso de os representantes herbaceos ultrapas­sarem 35 cm de altura, os ramos sao dobrados eamarrados, ou entao seccionados, de modo a facili­tar a prensagem. As flares e/ou inflorescencias maissenslveis ao dessecamento devem ser envolvidasem papel-manteiga au fino de cor branca para evitarque grudem nas folhas de jornal.

3.4.7 Plantas com Partes Volumosas

As plantas com tuberculos, bulbos, rafzes tubero­sas, xilopodios ou ainda frutos de grandes dimen­saes apresentam problemas para herboriza<;ao.

Estas partes volumosas sao cortadas seqiiencial­mente de forma longitudinal ou transversal comespessura de 0,5 a 1,0 cm e prensadas separadamen­te das partes mais senslveis para reduzir a perda desuas caracterlsticas primarias devido ao amassa­mento ou enrugamento.

Os jomais devem ser trocados diariamente paraevitar a infesta<;1io, principalmente pOl' fungos quedanificam 0 material, e facilitar a secagem (Jung etBarros, 1984).

Plantas excessivamente suculentas, em especialcertos pseudobulbos de orquldeas, podem recebertalhos nas regi6es camosas, 0 que facilita a evapo­ra<;ao da agua durante a secagem. Deve-se tambemfazer urn corte longitudinal pol' onde se retira partedo tecido interno (Jung et Barros, 1984). Os cactosque possuem costelas devem tel' sua parte feltilseccionada longitudinalmente. Para mostrar 0 nu­mero de costelas acrescenta-se II amostra uma se<;aotransversal da mesma, com 2 cm de espessura. Me­todos detalhados para este grupo de plantas saodescritos pOI' Jung et Barros (1984).

3.5 Herbario

Urn herbario se inicia com a obten<;ao de exempla­res botanicos atraves de coletas dos tecnicos daInstitui~ao, de doa<;6es e interdimbios com outrosherbmios. Os herbarios podem concentrar cole~6esde uma deterrninada regiao geogn'ifica ou abrange­rem vm'ias regiaes.

Urn herbario so e oficialmente reconhecido quan­do seu nome, sua respectiva sigla, seu numero deexemplares e outros dados adicionais sao publica­dos no Index Herbariorum (Holmgren et al., 1981),

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que registra e divulga dados sobre herbarios domundo inteiro. Para oficializar 0 herbario eneces­sario que 0 responsavel fa~a a solicita~ao de registroa International Association for Plant Taxonomy,cuja sede e em Utrecht. E imprescindlvel que 0

herbario esteja ligado a uma institui~ao e que pos­sua, no mfnimo, cerca de 2 000 exsicatas.Efundamental que 0 herbario funcione como um

banco de dados crescente subsidiando investiga<;6ese projetos cientfficos. 0 funcionamento e mantidopOI' uma cadeia de tarefas que requerem conheci­mento e pnitica para serem desenvolvidas e pol' estemotivo 0 herbario deve possuir seu grupo propriode trabalho, constituldo basicamente de herboriza­dar (responsavel pela prepara<;ao das amostras aserem incorporadas no herbario), curador (respon­savel pelo herbario) e botanicos taxionornistas (tec­nicos especializados em identifica~aode plantas).Urn herbario so desempenha sua fun~ao se as cole­~6es nele depositadas estiverem identificadas corre­tamente e passarem pOI' urn processo dinamico deidentifica<;ao.

Nos trabalhos de Forero (1975), Mori et Silva(1980), Womersley (1981), Cavalcante (1984), Am­mann (1986) e German (1986), encontram-se infor­ma<;6es mais detalhadas sobre a estrutura e 0

funcionamento de urn herbario.

3.5.1 Processamento das Cole~Oes

A primeira etapa para 0 acondicionamento dosexemplares no herbario e a elabora~ao das etiquetas.Cada exemplar e respectivas duplicatas receberaoas etiquetas definitivas do herbario, as quais seraopreenchidas com os dados extrafdos da ficha decoleta.

3.5.1.1 Etiquetagem

As etiquetas sao impressas com 0 nome do herba­rio e padronizadas quanto II forma, tamanho e infor­ma~aes que serao registradas.

As regras gerais para 0 preenchimento das etique­tas sao as seguintes:

- 0 papel a ser utilizado na confec~ao das etiquetasdeve ser de boa qualidade para que seja resistenteao tempo. Recomenda-se que 0 papel apresente, emsua constitui<;ao, pelo menos 25% de fibra longa(Mori et al., 1985);

- todos os exemplares devern tel' etiquetas prefe­rencialmente datilografadas. No caso de etiquetasmanuscritas deve ser usada tinta indelevel. Nuncausar caneta esferografica de cor azul, pois esta corfacilmente borra e desaparece com 0 tempo. Asetiquetas de duplicatas nao devem ser preenchidaspOI' meio de papel carbona, nem reproduzidas pol'

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xerox; 0 processo de xerox a raio laser da 6timosresultados;

- as infOlma~6es contidas nas fichas de coletaserao transcritas para as etiquetas de herbario, semqualquer altera~ao e com 0 auxflio do coletor, quan­do necessario;

- 0 coletor(Col.) deve indicar seu nome na etiquetasempre da mesma forma, preferencialmente abre­viando 0 primeiro nome e escrevendo por extensoo(s) ultimo(s) nome(s);

- 0 numero de coleta deve ser sempre indicadoap6s 0 ultimo nome do coletor;

- em caso de ate tres coletores todos os nomespodem constar na etiqueta, mas 0 coletor responsa­vel pela coleta sera mencionado em primeiro lugare tera seu numero de coleta indicado.

Ex.: H. P. Bautista, G. C. P. Pinto et J. E. M.Brazao - 1525

a nQ 1525 da serie de coleta de H. P. Bautista;

- em caso de mais tres coletores coloca-se apenaso nome do coletor responsivel pela coleta, seguidoda expressao et aI., e seu nQ de coleta.

Ex.: M. P. M. de Lima et al., 4527

- 0 primeiro identificador do exemplar botanico amyel de especie (Del.) preenche 0 nome cientfficona etiqueta do herbario. Caso haja retifica~iio naidentifica~ao, e afixada na exsicata uma pequenaetiqueta com a identifica~ao posterior, nome dodeterminador, data e nome da institui~ao a quepertence.

abjetivando a padroniza~ao das Etiquetas do Her­bario do IBGE, sugere-se a ado~ao do modelo cons­tante da Figura 22.

3.5.1.2 Metodologia para ldentificariio do Mate­rial Botanico

Para obten~ao do nome cientffico de uma planta,atraves da amostra, e indispensavel que os procedi­mentos de coleta, herboriza~ao e etiquetagem te­nham sido realizados corretamente. a materialbotanico deve ser incorporado ao acervo do herba­rio ap6s ser identificado, pelo menos a nlvel defamnia. Caso contrario, ficara guardado junto comas exsicatas indeterrninadas (Incertae Sedis), orga­nizadas obedecendo-se a urn criterio a ser adotado,por exemplo, por coletor, por opera~ao de campo,por regiao fitogeografica dentre outros.

A identifica~ao de plantas esta intimamente Iigadaa disciplina de Taxonomia Vegetal, definida porStace (1980) como:

" ...0 estudo e descri~ao da varia~ao de organismos,a investiga~ao das causas e consequencia desta va­ria~ao, e a manipula~ao dos dados obtidos paraproduzir urn sistema de classifica~ao (pag.5)".

As plantas sao ordenadas em categorias hierarqui­cas, de acordo com 0 C6digo Intemacional de No­menclatura Botanica (Greuter et aI., 1988) naseguinte sequencia:

Reino, Divisao, Classe, ardem, Fanu1ia, Genero,Especie

Alem dessas categorias, outras suplementares po­dem aparecer, dependendo do grupo de plantas emestudo, como por exemplo as infra-especfficas (su­bespecie, variedade e forma).

a nome especffico e formado por urn binomiolatino, segundo as regras do C6digo Intemacionalde Nomenclatura Botiinica (Greuter et al., 1988).

A cita~ao do binomio e sublinhada ou escrita emitaIico, perrnitindo assim que a especie seja mun­dialmente conhecida por uma unica denornina~ao.

FUNDAl;AO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA SIGLA DO HERBARlO

NOME DO HERBARIO N2 DO REGISTRO DO HERBARlO

FAMiLIA

GENERO/ESPEcIE

NOME VULGAR FOLHA

LAT LONG PONTO DE COLETA

PROCEDENCIA

OBSERVAl;OES:

COL DATA

DET DATA

Fig 22 - Modelo de Etiqueta para os HerMrios do IBOE

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Page 71: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

onde: Lam. =Lamarck, autor que descreveu pelaprimeira vez esta especie, tomando-a conhecidapara a ciencia.

Os procedimentos adotados para a identifica~ao daamostra sao os seguintes:o determinador verifica inicialmente na etiqueta a

procedencia da amostra e os dados relativos aplantaem seu estado natural. A seguir analisa a olho nu ascaracterfsticas gerais, que nao dependem de oberva­~ao em estereomicrosc6pio como, por exemplo,inser~ao das folhas nos ramos, composi~ao das fo­!has, presen~a de espinhos e outras. Os caracteresoferecidos pelas flores e frutos, que auxilianl e atemuitas vezes sao decisivos para a identifica~ao,

serao submetidos ao metodo de reidrata~ao por fer­vura em agua e, em seguida, analisados detalhada­mente com 0 auxmo do estereomicrosc6pio.

Uma vez analisadas todas as caracterfsticas mor­fol6gicas disponfveis na amostra, consulta-se a bi­bliografia especializada para a obten~ao do nomecientffico da planta. Caso 0 botanico desconhe~a afanu1ia a que peltence 0 exemplar, utiliza a chaveanalftica para identifica~ao a nfvel de famnia eseguindo a sequencia hierarquica procede a identi­fica~ao a nfvel de genero.

Como 0 grau de dificuldade aumenta para a obten­~ao do nome cientffico, 0 especialista tera que teracesso a trabalhos que tratem de revis6es taxiono­micas e tambem a urn herbario com as cole~6es

botfinicas identificadas, para que possa checar suaidentifica<;ao com as de outros exemplares equiva­lentes ao que estiver estudando.

Quando os procedimentos, anteriormente mencio­nados, nao permitem a identifica~ao a nfvel deespecie, 0 exemplar deve ser enviado a outro taxio­nomista que seja especialista no eventual grupo deplantas. Para este fim e importante que 0 curador doherbario tenha acesso a listagens atualizadas comnomes dos diferentes taxionomistas. Tais listas deespecialistas podem ser obtidas nos boletins da As­sociation Latinoamericana de Botanica (1982,1986), Mori et al. (1985) e atraves de requisi~6es

aos curadores dos principais herbarios nacionais eestrangeiros.

Os materiais abaixo relacionados sao utilizadospara a analise da amostra:

Estereomiscroc6pio (lupa), fogareiro eletrico, ca­dinho de porcelana ou equivalente, estiletes e pin~a

de disseca~ao, gilete, papel de filtro e serra paracortes de frutos lenhosos.

Ex.: Nome cientffico do "pau-brasil"

Caesalpiniagenero

echinataepfteto espedfico

Lam.autor

A bibliografia basica para a obten~ao do nomecientffico consta de chaves analfticas dicotomicas,obras de grande abrangencia, floras regionais e ou­tros trabalhos taxionomicos.

As chaves analfticas dicotomicas sao compostasde conjuntos de proposi~6es antagonicas, contendoinforma~6es sobre estados de caracteres morfol6gi­cos mutuamente exclusivos, possibilitando a iden­tifica~ao a nfvel hierarquico de famI1ias, generos eespecies.

As chaves para identifica~ao a nfvel de farnfliassao encontradas em:

ANDREATA, R. H. P. & TRAVASSOS, 0. P., 1989.Chaves para detenninar as famz1ias de Pteri­dophytae, Gymnospermae e Angiospermae.Rio de Janeiro, Universidade Santa Ursula(USU), 134p. it

BARROSO, G. M. Chave para identificar asfamf­lias de plantas Dicotiledoneas, indfgenas eex6ticas, no Brasil. Mimeografado. Jardim Bo­tfinico do Rio de Janeiro.

ENGLER, A., 1964. Syllabus Der Pflanzenfamilien(Angiospermen). Ed. H. Melchior. v.2. Gebru­der Bomtraeger. Berlim - Nikolasse.

FREIRE, V, C., 1943. Chaves Analfticas para adeterminarao das famflias das plantas Pteri­d6fitas, Gimnospermas e Angiospermas brasi­leiras ou ex6ticas cultivadas no Brasil. 3 ed.

GOLDBERG, A. & SMITH, L. B., 1975. Chavepara as famllias Espermatoffticas do Brasil.In: Reitz, P.R. Flora llustr. Catar. 204p. il.

JOLY, A. B., 1977. BOTANICA. Chaves de identi­ficarao das plantas vasculares que ocorrem noBrasil. 3 ed. Sao Paulo, Ed. Nacional, 159p.

As chaves que possibilitam a identifica<;ao dosgeneros de todas as fanlflias de Angiospermas saoencontradas nos trabalhos de:

BARROSO, G. M. Monocotiledoneas. Mimeogra­fada. Jardim Botanico do Rio de Janeiro.

BARROSO, G. M. et al., 1978. Sistematica deAgiospermas do Brasil. v.1, Rio de Janeiro. Ed.Livros Tecnicos e Cientfficos; Sao Paulo. Ed.Universidade de Sao Paulo. 255p. il.

___. 1984. Idem. v'2. Vi~osa, UFV. Impr.Univ. 377p. il.

___.1986. Idem. Vo1.3. Vi~osa, UFV. Impres.Univ. 326p. il.

BARROSO, L. J., 1946. Chave para determina~ao

de generos indfgenas e ex6ticos das Monocoti­ledoneas do Brasil. Rodriguesia 10 (20): 55 ­78. il.

MARTIUS, K. F. P. VON et aI., 1840-1906 - FloraBrasiliensis... Munchen, Wien, Leipzig, v.l.15.

72 Manual Tecnico da Vegetar;iio Brasileira

Page 72: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

BRADE, A. c., 1943. Labiatae in contribuiraopara 0 conhecimento da Flora dos ParquesNacionais de Itatiaia e Serra dos 6rgaos.

As obras de grande abrangencia ordenam as plan­tas desde as eategorias de divisao ate genero. Dentreelas citam-se as seguintes:

BARROSO, G. M. et al. (I.e.).CRONQUIST, A., 1981. An Integrated System of

Classification ofFloweting Plants. New York.Ed. Columbia University Press. 1. 262p.

ENGLER, A., 1900-1953.Das Pflanzenreich. Reg­ni Vegetabilis conspectus. Fase. 1 - 107. Leip­zig - Berlim.

HEYWOOD, V. H., 1979. Flowering Plants oftheWorld. London. Ed. Oxford University Press.335p. il.

HUTCHINSON, J., 1967. The Genera of Flowe­ring Plants (Angiospennae). London. OxfordUniversity Press. v.I - II.

JOLY, A. B., 1966. BOTANICA. Introdurao 11 Taxo­nomia Vegetal. Sao Paulo. Companhia EditoraNaeional. 633p. il.

LOEFGREN, A., 1917. Manual dasfm1ll1ias natu­rais fanerogamicas. Rio de Janeiro, Imp. Na­cional.611p.

Os trabalhos sobre flora podem abranger regi6esgeognifieas amplas ou restritas. A elabora9ao dasfloras, de urn modo geral, e feita por familia bota­niea.

Nestes trabalhos eneontram-se, geralmente, alemdas chaves analftieas, descri96es a nivel de famflia,genero e as vezes de especies. Dentre eles, citam-se:

Flora Brasiliensis (I.e.).Flora Brasfliea. Coord. F. C. Hoehne - Secretaria

de Agricultura, Industria e Comercio de Sao Paulo.Flora do Estado de Goias (Colec;ao Rizzo). 1981 ­

Ed. J. A. Rizzo - Universidade Federal de Goias ­Goiania.

Flora do Estado do Parana. Trabalhos avulsos noBoletim do Museu Botanieo Municipal. Curitiba ­Parana.

Flora IIustrada Catarinense. 1965-1988 - Coord.Raulino Reitz. Itajaf, S. C. fasc. 1-130.

Florula de Mucuge. 1986 - Chapada Diamantina,Bahia, Brasil. Royal- Botanic Garden, Kew GreatBritain.

Flora Neotr6pica. 1967-00' - Coord. Organizationfor Flora Neotropicana. New York Botanical Gar­den. Vol. 1 e seguintes.

Flora da Serra do Cip6. 1987. Boletim de Botanicada Universidade de Sao Paulo.

Legumes of Bahia - 1987. G. P. Lewis, RoyalBotanic Garden.

Manllal Tecnico da VefidartlO Brasileira

Consideram-se como outros trabalhos taxionorni­cos revisoes sobre famflias, generos e grupos deespecies que sao eneontrados em peri6dicos ouainda em publicac;6es avulsas.

Dentre os peri6dicos, citam-se:Acta Amazonica - Publica9ao do Instituto Nacio­

nal da Amazonia - Manaus, AM.Acta Botanica Brasfliea - Publica9ao da Sociedade

Botanica do Brasil, Brasilia, DF.Arquivo do Jardim Botanico do Rio de Janeiro ­

RJ.Bradea - Boletim do Herbarium Bradeanum, Rio

de Janeiro, RJ.Eugeniana - Boletim Botanico do Colegio Anchie­

ta - Nova Fliburgo, RJ.Hoehnea - Publiea9ao do Instituto de Botanica de

Sao Paulo, SP.Kew Bulletin - Royal Botanical Garden - Kew,

England.Revista Brasileira de Botanica - Publieac;ao da

Sociedade Botanica de Sao Paulo - SP.Rodliguesia - Revista do Jardim Botanico do Rio

de Janeiro, RJ.Sellonia - Anais Botanicos do Herbario "Barbosa

Rodrigues", Itajai, Sc.Para urn levantamento de trabalhos taxionornieos

indica-se como referencia a serie de publicaC;6es:- Bibliografia de Botanica. Taxonomia de Angios­

pemlae Dicotiledoneae. 1972. Coord. Jorge PereiraFontella - Publica9aO do Jardim Botanico do Rio deJaneiro, RJ. Rodriguesia e Boletim do Museu Bota­nieo Kuhlmann.

3.5.1.3 Identificar;ao para Atendimento a Projetos

Quando 0 determinador realizar a identifieac;ao deexemplares recomenda-se que estas identificac;6essejam listadas e acompanhadas por dados de refe­rencia indispensaveis, tais como:

· Indicac;ao do nome do Projeto e da Operac;ao deCampo.

· Nome do(s) coletor(es).· Listagem de identificac;ao, famflia, genero e es­

pecies organizada seguindo a seqUencia de numera­c;ao da coleta.

· Nome do deterrninador responsavel e data dadeterminac;ao.

Quando necessario, a listagem pode ser acompa­nhada de comentarios que 0 deterrninador julgarprecedentes, como, por exemplo, alguma particula­ridade da amostra.

A listagem de identifica9ao deve ser encarninhadatambem ao coletor, quando este nao for 0 determi­nador, para que 0 mesmo possa atualizar sua fichade coleta.

73

Luciana
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Page 73: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

3.5.1.4 Montagem e Registro

as exemplares, ja com as etiquetas corresponden­tes, passam it etapa de montagem que eonsiste basi­camente em fixar a amostra boHinica e a etiqueta acartolina com as dimens5es de 42 em x 29 em(camisa), seguindo-se os seguintes praeedimentos:

a) colar a etiqueta do lado inferior direito da cami­sa. Etiquetas adicionais menores ficam no lado in­ferior esquerdo (Figura 23 b);

b) flares e frutos nao devem ser fixados acartolinasob as partes vegetativas. As partes das amostrasbotfulicas que se desprenderem devem ser guarda­das em envelopes (Figura 23 a) que sao afixados itcmiolina (Mori et al., 1985);

I,IIIIII

'---,- - -- ----:----- ---I I, I

I II I

~I I<:1: 1 11:.~: i:01 °1

\ 0\

'--- ------t-------IIIIIIII

c) prender a amostra na camisa com fita, linha(eostura), cola ou resina especial (Figura 23 b);

d) no caso de a amostra ultrapassar os limites daeamisa, aparar ou dobrar as sabras; e

e) apos a prepara~ao, a eamisa sera envolta poruma folba de papel pardo (saia) ja impressa comnome e a sigla do herbario, que quando aberta mede42 cm x 60 cm e, quando dobrada longitudinal­mente, mede 42cm x 30cm (Figura 23 c). Na parteinferior esquerda anotar 0 nome da famllia no sen­tido vertical, em seguida anotar 0 nome do generae/ou especie na base da saia. a m1mero de registrofica do lado superior esquerdo, no sentido horizon­tal (Figura 23 c).

............ ................

ETJQUETAS

bD~

LtJENVELOPE

Ptl.RA FRAGNENTOS

SIt3LA DO H!RB4R)O NOMe 00N~ RElJ 00 HfR8ARrO HERSARIO

c'-- -J

Fig 23 - Materiais para montagem de Exemplares no Herbario: Envelope para fragmentos da amostra (a); Camisa para Montagem(b); Saia para Montagem (c).

74 Manual Tecnico da Vegelarlio Brasileira

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Page 74: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

Cada exsicata recebe um numero de registro doherbario. Esta numera~ao, em ordem crescente esequencial, e anotada em um livro denominadoLivro de Registro do Herbdrio ou Livro de Tombo.a numero de registro eanotado na etiqueta, ap6s asigla do herbario (Figura 23 c).

Atraves do livro de registro 0 curador estani sem­pre informado do m.1mero de exemplares que entra­ram no herbario.

Ap6s essa etapa a exsicata estara pronta para serincorporada ao acervo do herbario, onde ocuparaum lugar predeterrninado

3.5.].5 IncorporQl;iio das Exsicatas

No herbario a organiza~ao das farnflias e de seusrespectivos generos depende do sistema adotado,que pode ser um dos Sistemas de Classifica<;:aoFilogenetica, que considera a rela~ao evolutiva en­tre as famflias, ou simplesmente de ordem alfabetica(Mori et aI., 1985). Independente do sistema adota­do, as exsicatas identificadas a nivel de especie saoorganizadas em ordem alfabetica, por genero. Asexsicatas de um mesmo genero nao identificadas ateespecie sao arrumadas ap6s aquelas detetminadas,e as que estao apenas a nivel de fanulia ficarn nofinal de todos os generos.

3.5.2 Manuten~ao das Cole~Oes

As cole~oes devem ser guardadas em armarios dea~o, com boa veda<;:ao, divididos em compartimen­tos horizontais e verticais apropriados as dimensoesdas exsicatas.

Para manter as cole~oes bomnicas de um herbarioem perfeito estado de conserva~ao sao necessariasas seguintes condi~oes:

- climatizar 0 ambiente;

- manter os arrnarios hermeticamente fechados;

- submeter 0 ambiente a processos peri6dicos defumiga~ao; e

- revisar periodicamente as exsicatas.

A indica~ao e a metodologia dos processos demanuten~ao das cole~Oes podem ser encontradasnos trabalhos de Lewis (1971), Crisafulli (1980),Womesrsley (1981) e Morl et aI. (1985).

Manllal Tecnico da Vegetarlio Brasileira

3.5.3 Dinamica de Herbario

a enrlquecimento do aeervo do herbario e a ma­nuten~aodas cole~Oes com identifica~6esatuaIiza­das sao feitos pelo interdlmbio com pesquisadorese outros herbarios. Este consiste em doa~Oes e per­mutas de duplicatas. Em geral a doa~ao impliea acessao da duplieata em troca da identifica~ao daespecie. Processa-se de herbario para herbario, deherbario para especiaIista e de especiaIista paraherbario, ou ainda em situa90es onde duas institui­\roes mantem regime de convenio. Antes de a dupli­eata ser enviada ao especialista, ou ao herbario, estedevera ser consultado no tocante adisponibilidadepara proeeder aidentifica\rao. A permuta, reaIizadasomente entre herbarios, consiste na troea igualita­ria de duplicatas.

As identifica90es se referem sempre acomple­menta<;:ao, atualiza<;:ao e revisao dos nomes cientffi­cos. Anota-se na etiqueta do exemplar original aobserva\rao det. in dupl., 0 que significa que 0

especiaIista nao examinou a exsicata original, massim uma duplicata (Moli et aI., 1985).

Os exemplares a serem doados ou permutados naodevem estar montados, porem devem estar acompa­nhados por etiquetas com os dados de coleta e como numero de registro do herbalio de origem. Reco­menda-se que as doa\rOes e permutas obede~am aum certo criterio, por exemplo as duplicatas dedeterminada especie devem destinar-se de preferen­cia a herbario que tenha espeeialista naquele grupode plantas.

autro processo de dinfunica do herbario e 0 em­prestimo do materiaI para atender a solicita~Oes dosespeciaIistas. a material e cedido pelo curador, portempo determinado. a especialista deve devolver 0

material com etiqueta de identifica9ao. Eimprescin­dlvel que as exsicatas retomem ao herbario de ori­gem em perfeito estado.

Todo material que sair do herbario para atender aqualquer um dos processos citados deve ser contro­lado e diseriminado em guias de remessa. Estas,seriadas e numeradas, devem conter 0 numero deregistro da exsicata, estando associado ao nome docoletor e seu respectivo numero de coleta. Sao pre­paradas em tres vias, a primeira fica arquivada noherbaria de origem, a segunda segue por carta avi­sando que 0 material sera encaminhado e a ultimasegue junto com 0 material. a curador do herbariodeve possuir cadastros de outros herbarios, isto e, 0

Index Herbariorum ou publica\rao equivalente.

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Page 75: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

4 PROCEDIMENTOS PARA MAPEAMENTO

4.1 Interpreta~ao Preliminar

Com base na analise dos padr5es de tom, textura,relevo e drenagem associada a estudos climaticos,delinear os diferentes ambientes ecol6gicos que,por sua vez, estao relacionados aos diferentes tiposde vegeta~ao. Paralelamente procede-se it revisaobibliografica inerente it area.

4.2 Integra~aoPreliminar

Ap6s a interpreta~ao, e realizada a integra~ao dasFolhas, que fomece uma visao de conjunto e permi­te escolher os ambientes a serem visitados por oca­siiio das opera~6es de campo terrestres, fluviais eaereas (sobrevoo e helicoptero).

4.3 Opera~oesde Campo

Com base na interpreta~ao preliminar dos padr6esde imagem, sao programadas as opera~oes de cam­po, cujo objetivo principal e verificar a correla~iio

destes padr6es com a cobertura vegetal existente naarea.

a local onde e executada a coleta de materialbotanico e/ou feita uma amostragem visando it de­termina~ao do potencial madeireiro e denominadoponto, que e representado por E e A, respectivamen­teo Durante os deslocamentos enos pontos, os tec­nicos responsaveis pela opera~ao de camporealizarao observa~6es que visam a identificar ostipos de vegeta~iio e as areas antr6picas.

Dependendo da natureza das opera~6es de campo,as observa~6es serno registradas na eademeta decampo, na ficha de coleta de material botfulico, naficha de amostra de inventario, nas c6pias ofsete dosmosaicos de imagem, nas grava~6es em cassete etambem por meio de fotografias e slides coloridos.

4.3.1 Caderneta de Campo

Academetade campoe urn documento imprescin­df~el para ser utilizado nas opera~6es de campo,seJam elas terrestres, fluviais ou aereas.

A cademeta de campo e de carater pessoal, isto e,cada tecnico deve levar a sua, independentementedo nt1mero de tecnicos envolvidos na opera~ao decampo.

A cademeta de campo devera conter 0 registro detodas as observa~oes feitas, nao somente aquelas

intrinsecamente relacionadas com 0 estudo emquestiio, mas quaisquer outras que 0 tecnico julgarnecessanas.

A cademeta de campo deve ser confeccionada emmaterial resistente (capa dura), bern como terpadro­nizadas tanto a sua forma como as suas dimensoes.E recomendavel que 0 nome da Institui~iio sejaimpressa na capa e que na primeira folha sejamreservados locais onde serao registrados 0 nome dotecnico, a lota~ao e 0 numero da opera~ao de campo.

Convern salientar que todas as infonna~oes ine­rentes ao tema em estudo, por mais simples quepares:am, devem ser registradas, pois a qualidade deinterpreta~ao sera mais proxima da realidade quantamaiores forem as informa~6es conseguidas.

4.4 Reinterpreta~ao

Ea fase do mapeamento onde e executada a inte­gra~iio das observas:6es de campo com as de con­sultas bibliograticas que fomecem subsfdios para arevisao da interpreta~aopreliminar.

Nessa etapa sao corrigidas e aperfei~oadas as li­nhas de delimita~ao, eliminadas as duvidas e legen­dadps os ambientes.

Posteriormente, dependendo da escala de apresen­ta~ao do produto fmal, as Folhas sao reduzidas elan~adas em uma base cartografica.

4.5 Mapa Final

a mapa contera os ambientes legendados, os pon­tos de amostra de inventano e os de flonstica nume­rados em ordem sequencial da esquerda para adireita e de cima para baixo. as pontos de invenmrioserao representados por A enquanto que os de flo­nstica por F. No mapa a legenda devera ficar semprelocalizada do lado direito. Ainda no mapa, cadaambiente devera ser diferenciado dos demais pelalegenda, cor e/ou omamentos. As subfonna~6es,

dentro de cada formas:ao florestal, bern como ossubgrupos de fonna~ao dentro de cada forma~iio

campestre, serao diferenciados apenas pela legenda.Assim sendo, as unidades de mapeamento, ineren­tes it vegeta~iio natural, seriio representadas na le­genda sob a forma de boxes e posicionadas deacordo com a rela~iio apresentada a seguir, em queo mlmero representa 0 lapis da serie multicolor daFaber-Castell.

Luciana
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Page 76: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

VEGETA~AO LEGENDA COR ORNAMENTO

Floresta Ombr6fila Densa Aluvial Da 33

Floresla Ombr6fila Densa Aluvial com dossel uniforme Dau 33

Floresta Ombr6fi1a Densa das Terras Baixas Db 34

Floresta Ombr6fila Densa das Terras Baixas com dossel uniforme Dbu 34

Floresta Ombr6fila Densa das Terras Baixas com dossel emergente Dbe 34

Floresla Ombr6fi1a Densa Submontana Ds 35

Floresta Ombr6fila Densa Submontana com dossel uniforme Dsu 35

Floresla Ombr6fi1a Densa Submontana com dossel emergente Dse 35

Floresta Ombr6fi1a Densa Montana Dm 36

Floresta Ombr6fi1a Densa Montana com dossel uniforme Dmu 36

Floresta Ombr6fila Densa Montana com dossel emergente Dme 36

Floresta Ombr6fila Densa Alto-Montana Dl 37

Floresta Ombr6fi1a Densa Alto-Montana com dassel unifome DIu 37

Floresta Ombr6fi1a Aberta das Terras Baixas Ab 34oo0ססooססooסס000

oo0ססooססooסס000

Floresla Ombr6fi1a Aberta das Terras Baixas com palmeiras Abp 34 oo00ססooססooסס00

oo00ססooססooסס00

Floresta Ombr6fila Aberta das Terras Baixas com cip6s Abc 34 oo000ססooססooסס0

oo000ססooססooסס0

Floresta Ombr6fila Aberta Submontana As 35 ooססooססooססooסס

ooססooססooססooסס

Floresta Ombr6fila Aberta Submontana com palmeiras Asp 35 oo0ססooססooסס000

oo0ססooססooסס000

Floresta Ombr6fi1a Aberta Submontana com cip6s Asc 35 oo0ססooססooסס000

oo0ססooססooסס000

Floresta Ombr6fila Aberta Submontana com bambus Asb 35 ooססooססooססooסס

ooססooססooססooסס

Floresta Ombr6fi1a Aberta Submontana com sororoca Ass 35 oo0ססooססooסס000

oo0ססooססooסס000

Floresta Ombr6fila Aberta Montana Am 36 oo0ססooססooסס000

oo0ססooססooסס000

Floresta Ombr6fila Aberta Montana com palmeiras Amp 36 oo0ססooססooסס000

oo0ססooססooסס000

Floresta Ombr6fila Aherta Montana com cip6s Amc 36 ooooooooooo~oo0ססooססooסס000

Floresta Ombr6fila Mista Aluvial Ma 33 ................ - ......... _- ....................

Floresta Ombr6fila Mista Submontana Ms 35 ._-- ................. - ........................... .... - ......

Floresta Ombr6fila Mista Montana Mm 36 .............. - ............ - ............................

Floresta Ombr6fila Mista Alto-Montana MI 37 ................................................... --.

Floresta Estacional Semidecidual Aluvial Fa 22

78 Manual Ticnico da Vegetafiio Brasileira

Page 77: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

VEGETAC;AO LEGENDA COR ORNAMENTO

F10resta Estacional Semidecidual Aluvial com dossel uniforme Fau 22 I IFloresta Estacional Semidecidual Aluvial com dossel emergente Fae 22 I IF10resta Estacional Semidecidual das Terras Baixas Fb 32 I IF10resta Estacional Semidecidual das Terras Baixas com dossel unifonne Fbu 32 I ~

F10resta Estacional Semidecidual das Terras Baixas com dossel emergente Fbe 32 [ \

F10resta Estacional Semidecidual Submontana Fs 28 I I

Floresta Estacional Semidecidual Submontana com dossel uniforme Fsu 28 I I

Floresta Estacional Semidecidual Submontana com dossel emcrgcnte Fse 28 I IFIorcsta Estacional Semidecidual Montana Fm 26 I I

F10resta Estacional Selllidecidual Montana com dossel uniforme Fmu 26 I I

Floresta Estacional Semidecidual Montana com dossel emergente Fme 26 I II 0000000000000000 IFloresta Estaeional Decidual Aluvial Ca 22 oo0000סס00000000

I oooooooooooo~FlO! esta Estacional Decidual Aluvial com dossel uniforme Cau 22 ooסס000000000000

0000000000000000

Florcsta Estacional das Terras Baixas Cb 32 0000000000000000

oo000000000סס000

Floresta Estacional Decidual das Terras Baixas com dossel uniforme Cbu 32 0000000000000000

oo00000000ססooסס

F10rcsta Estacional Decidual das Terras Baixas com dossel emergente Cbe 32 oo0000סס00000000

oo00ססooססooסס00

Floresta Estacional Decidual Submontana Cs 28 OO00ססOOסס000000

oo000000סס000000

Floresta Estacional Decidual Submontana com dossel uniforme Csu 28 oo00סס0000000000

0000000000000000

Floresta Estacional Decidual Submontana com dossel emergente Cse 28 oo00סס0000000000

0000000000000000

F10resta EstacionaI Decidual Montana Cm 26 oo000000סס000000

ooסס000000000000

Floresta Estacional Decidual Montana com dossel unifonne Cmu 26 0000000000000000

0000000000000000

F10resta Estacional Decidual Montana com dossel emergente Cme 26 oo00ססoo0000סס00

Campinarana F10restada Ld 27

Cmnpinarana Florestada sem palmeiras Lds 27

Campinarana Florestada com palmeiras Ldp 27

Can1pinarana Arborizada La 24

Cmnpinarana Arborizada sem palmeiras Las 24

Cmnpinarana Arborizada com palllleiras Lap 24

Campinarana Gralllfneo-Lenhosa Lg 23

Manual Tecnico da Vegetafiio Brasileira 79

Page 78: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

VEGETA~AO LEGENDA COR ORNAMENTO

Campinarana Gramineo-Lenhosa scm palmeiras Lgs 23 I ISavana Florestada Sd 9 I ISavana Arborizada Sa 12 I ISavana Arborizada scm florcsta-de-galeria Sas 12 I ISavana Arborizada com floresta-de-galeira Saf 12 I ISavana Parque Sp 4 I ISavana Parque sem floresta-de-galeria Sps 4 I ISavana Parque com floresta-dc-galeria Spf 4 I ISavana Gramineo-Lenhosa Sg 2 I

,

Savana Gramineo-Lenhosa sem floresta-dc-galeria Sgs 2 [ ISavana Gramineo-Lenhosa com floresta-de-galeria Sgf 2 I ISavana-Estepica F10restada Td 14 I ISavana-Estepica Arborizada Ta 15 I ISavana-Estepica Arborizada sem floresta-de-galeria Tas 15 I ISavana-Estepica Arborizada com floresta-de-galeria Taf 15 I ISavana-Estepica Parque Tp 16 I ISavana-Estepica Parque sem floresta-de-galcria Tps 16 I ISavana-Estepica Parque com floresta-de-galcria Tpf 16 I ISavana-Estepica Gramineo-Lenhosa Tg 17 I ISavana-Estepica Gramineo-Lenhosa scm floresta-de-galeria Tgs 17 I ISavana-Estepica Gramineo-Lenhosa com f1oresta-de-galeria Tgf 17 I

,

Ea 15 I oo00ססooססooסס00 IEstepe Arborizada oo00ססooססooסס00

Bas 15 I oo00ססooססooסס00 ,Estepe Arborizada sem floresta-de-galcria oo00ססooססooסס00

Eaf 15 I oo00ססooססooסס00 IEstcpe Arborizada com f1oresta-de-galcria oo00ססooססooסס00

Ep 16 I oo00ססooססooסס00 IEstepe Parque oo00ססooססooסס00

Estepe Parque sem floresta-de-galeria Eps 16 I oo0ססooססooססooסס Iססooססooססooססoo0

Estepe Parque com floresta-de-galeria Epf 16 I oo00ססooססooסס00 I00ססooססooססoo00

Estepe Gramineo-Lenhosa Eg 17 I oo00ססooססooסס00 I00ססooססooססoo00

Estepe Gramineo-Lenhosa sem floresta-de-galeria Egs 17 I oo00ססooססooסס00 I00ססooססooססoo00

80 Manual Tecn/co da Vegetafiio Brasileira

Page 79: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

VEGETA<:AO

Estepe Gramfneo-Lenhosa com floresta-de-galeria

Forma~iio Pioneira com influencia marinha

Forma~iio Pioneira com influencia marinha arb6rea

Forma~iio Pioneira com influencia marinha arbustiva

Forma~iio Pioneira com influencia marinha herbacea

Forma~iio Pioneira com influencia fluviomarinha

Forma~iio Pioneira com influencia fluviomarinha arb6rea

Forma~iio Pioneira com influencia fluviomarinha herbacea

Forma~iio Pioneira com influencia fluvial e/ou lacustre

Forrna~iio Pioneira com influcncia fluvial e/ou lacustre buritizal

Forma~iio Pioneira com influencia fluvial e/ou lacustre arbustiva

Forma~iio Pioneira com influencia fluvial e/ou lacustre arbustiva sempalmeiras

Forma~iio Pioneira com influencia fluvial e/ou lacustre arbustiva cornpalrneiras

Forma~iio Pioneira com influcncia flu vial e/ou lacustre herbacca

Forma~iio Pioneira com influencia fluvial e/ou lacustre herbacea sempalmeiras

Forma~iio Pioneira com influencia fluvial e/ou lacustre herbacea compalrneiras

Contato SavanaIFloresta Ombr6fila-ec6tono

Contato Floresta Ombr6fi1a1Floresta Estacional-cc6tono

Contato CampinaranaIFloresta Ombr6fila-ec6tono

Contato SavanaIFloresta Estacional-ec6tono

Contato Floresta Ombr6fila lRestinga-ec6tono

Contato Florcsta EstacionallRestinga-cc6tono

Contato SavanaIRestinga-cc6tono

Contato Savana-EstcpicaIFloresta Ornbr6fila-ec6tono

Contato Savana-EstepicaIFloresta Estacional-ec6tono

Contato Savana/Estepe-ec6tono

Contato EstcpelFloresta Ornbr6fi1a-ec6tono

Manual Tecnico da Vegetafiio Brasileira

LEGENDA

Egf

Pm

Pma

Pmb

Prnh

Pf

Pfm

Pili

Pa

Pab

Paa

Pas

Pap

Pah

Phs

Php

SO

ON

LO

SN

OP

NP

SP

TO

TN

SE

EO

COR

17

45

45

45

45

42

42

42

50

50

50

50

50

50

50

50

55

55

55

55

55

55

55

55

55

55

55

ORNAMENTO

oo0ססooססooסס000

oo0ססooססooסס000

oo0ססooססooסס000

oo0ססooססooסס000

VVVVVVVVVYVVVVVVVVYVVVVV

oo00ססooססooסס00

oo00ססooססooסס00

VVVYVVYVVVVvVVVVVVVVVVVY

ooססooססooססooסס

ooססooססooססooסס

vvvvvvvvv¥vvVVVVyvvvvvvv

vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv

vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv

ooססooססooססooסס

ooססooססooססooסס

v -v-v -v -v -v -v -v -v-v ...y -v -v -v -v -v -v

vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv

I I I I I I I I I II I 1 1 I I 1 I I

I 0 -0-0 -0 -0 -0 -0 -0 -0 I-0 -0 -0 -0 -0 -0 -0 -0

I0101 01 01 01 01 01 010101010101010101

.. 0" 0" 0" 0" 0" 0" 0- 0-0-0-0--0-0-0-0-0--0

VOYOVOVOYOVOovovovovovo v

-y-y .. y-y-y- V-y-v-Y-Y-Y-V-V-y.. y-y-y

81

Page 80: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

VEGETAI;Ao LEGENDA COR ORNAMENTO

I -- -- ------ -- -- ICantata EstepelFloresta Estacional-ec6tono EN 55 .... _......... _._ .....

I -I -I -1-1-1 -I -I ICantata SavanaiSavana-Estepica-ec6tono ST 55 -1-1-1-1-1-1-1

Obs.: Para os contatos na fonna de encrave adota-se a cor eo ornamento da fonna~ao ou do subgrupode fonna~ao dominante. Os Contatos Floresta Ombr6fila DensaIFloresta Mista, SavanalFlorestaOmbr6fila Mista, FIoresta EstacionaIIFloresta Ombr6fila Mista e Floresta OmbrofilaIRefUgioVegetacional so ocorrem na forma de encrave.

VEGETA<;:Ao LEGENDA COR ORNAMENTO

RefUgio Montano no 51 I

RefUgio Montano arbustivo rmb 51 Ioo0ססooססooסס000

oo0ססooססooסס000

RefUgio Montano herbaceo rmh 51 I ............................................................

IRefUgio Alto-Montano r1 53

IRefUgio Alto-Montano arbustivo rib 53 ooooooooooooooaDoo0ססooססooסס000

I "::::::::::::=:JRefUgio Alto-Montano hcrbaceo rlh 53

As unidades de mapeamento, inerentes as areas antropicas, serao tambem representadas, na legenda,sob a forma de boxes e posicionadas de acordo com a rela~ao apresentada a seguir, em que 0 numerorepresenta 0 lapis de serie multicor da Faber-Castell.

Areas Antr6picas AA 58

Vegeta~ao Secundaria Vs 56

~oooooooooooooVcgcta~ao Sccundaria sem palmeiras Vss 56 oo0ססooססooסס000

Vegeta~ao Secundaria com palmeiras Vsp 56........................................................

Agropecuaria Ag 57

Agriculturaoo0ססooססooסס000

Ac 57 oo0ססooססooסס000

1111111111111111111Agricultura com culturas permanentes Acp 57 1111111111111111111

vvvvvvvvvvvvvAgricultura com culturas cfclicas Ace 57 VVVYVVVVVYVVV

Pecuaria Ap 57....................................._---- ........ - ....

FlorestamentolReflorestamento R 54

FlorestamentolReflorestamento com Eucaliptos Re 54 oo0ססooססooסס000

oo0ססooססooסס000

82 Manual Tecnico da VegetarGo Brasileira

Page 81: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

VEGETAl;AO LEGENDA COR ORNAMENTO

FlorestamentolRefiorestamento com Pinus

FlorestamentolRefiorestamento com Acacias

FlorestamentolRefiorestamento com Algarobas

FlorestamcntolRefiorestamento com Frul{feras

Rp 54 1........................ 1................ __ ..........

Ra 54 1111111111111111111111111111111111111111

Rg 54 vvvvvvvvvvvvvvVVVVYVVVYVVVVV

Rf 54 1--------------------1---------------------

Quando for possive!, representar no mapa as unidades de mapeamento antr6picas levando emconsiderac;iio a vegetac;iio existente anteriormente (Figura 24).

0, + Ap

Om

Db

~Sal + Db

Sd

Sd

_-_Ap .;-50----- -=------- - - --

SOc__..£.-_---.::.:501 + Db

So, + Ap

Fig 24 - Exemplo da Reprcsenta~aoCartografica do Mapeamcnto da Vegcta~ao

Exemplo:- Pastagem em area antetiormente revestida pela

Savana'

* Legenda - S Ap

* Cor - 57

- Reflorestamento com pinus em area anteriormenterevestida pela Floresta Ombr6fila Densa:

* Legenda - D.Rp

* Cor - 54

* Omamento- * Omamento -

Manual Tecnico da Vegetariio Brasileira 83

Page 82: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

4.6 Relat6rio

Parte integrante dos resultados finais, 0 Relat6riodeveni ser ordenado com os seguintes itens mfni­mos:-SUMARIO-RESUMO-ABSTRACT

PARTE IESTUDO FITOGEOGRAFICO

cientifico, se possivel seguido do nome vulgar entreparenteses, ex.: Himatanthus obovata (janauba); eplantas identificadas no campo - consta do nomevulgar seguido do nome cientffico entre parenteses,ex.: mangue-vermelho (Rhizophora mangle).

A listagem das especies coletadas sera organizadapelos tipos de vegeta~ao. Assim, ap6s a descri~ao

da ultima subforma~aoou subgrupo de forma~ao deuma regiao fitoecol6gica, seguir-se-a a rela~ao dasespecies coletadas.

Ex.: Rela~ao das especies coletadas na Savana(Cerrado).

Vochysiaceae

Vochysia thyrsoides Pohl mu<serengue F 17

PARTE IIINVENTARlO NAS FORMA<;OES

FLORESTAlS E CAMPESTRES

9 BIBLIOGRAFIA

Devera ser elaborada de acordo com as nonnasestabelecidas pela ABNT.

3 CARACTERIZA<;Ao DA AREA

Localizar a area ou as po~ula~6es trabalhadasindicando a superffcie em km e as principais viasde acesso.

NOME VULGAR I PONTO DE. COLETA

NOME CIEN'ffFlCO

Anacardiaceae

Astroniwn balansae Engler aroeiriio. pau.ferro E21Lithraea molleoides(Velloso)Engler aroeira·branca E3Schinus terebinthifolius aroeira·vermelba F 18Raddi

6 FITOCLIMAS

Abordar de maneira sucinta 0 clima da area.

7 AREAS ANTR6PICAS

Citar quais as areas antr6picas existentes em cadaregiao fitoeco16gica, bern como nas outras areasrevestidas por vegeta~ao.

8 CONCLUSOES E RECOMENDA<:OES

Descrever os resultados mais relevantes obtidosno trabalho e sugerir quais os estudos que deveraoserexecutados objetivando urn maiorconhecimentode area.

1 APRESENTA<:Ao

2 REVISAo DA LITERATURA

Mencionar, em ordem crono16gica, os pesquisa­dares que trabalharam na area e a contribui~ao decada urn.

4 SISTEMA FITOGEOGRAFICO BRASILEIRO

Conceituar os tipos de vegeta~ao, suas fonna~6es

e subfonna~6es ou subgrupos de fonna~ao, berncomo as outras areas revestidas por vegeta~ao e quenao sao consideradas como regi6es fitoecol6gicas.

5 ESTUDO FISIONOMICO-ECOL6GICO

5.1 Sumula hist6rica

Mencionar, em ordem cronol6gica, os pesquisado­res que estudaram a area e a contribui~ao de cadaurn.

5.2 Mapeamento fitogeografico

Abordar de que maneira foi feito 0 mapeamento,qual 0 Sistema de Classifica~ao utilizado e qual aChave de Classifica~ao utilizada.

5.3 Legenda

Mencionar a legenda utilizada na area estudada.

5.4 Regi6es fitoeco16gicasIdentificar, localizar e caracterizar os tipos de ve­

geta~ao, suas fonna~6es e subforma~6es ou subgru­pos de forma~ao, bern como as outras areasrevestidas por vegeta~ao que nao sao consideradascomo regi6es fitoeco16gicas. Nas cita~6es de textodiferenciar as plantas coletadas do seguinte modo:plantas identificadas em laborat6rio - consta 0 nome

3 METODOLOGIA

Citar todas as atividades basicas executadas nodecorrer do trabalho (escrit6rio e campo), mencio­nando inclusive os tipos e as escalas dos sensoresremotos utilizados, bern como outros mapas e cartasusados.

1 INTRODU<:Ao

Localizar e indicar a area trabalhada em km2.

Mencionar os principais acidentes geograficos, ci­dades e aspectos mais relevantes da regiao.

20BJETIVOS

Mencionar os objetivos principais. Indicar se 0

trabalho foi feito para outra Institui~ao sob a formade Convenio ou Contrato.

84 Manual Teenieo da Vegetariio Brasileira

Page 83: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

4 METODOLOGIA

4.1 Processamento de Dados

Citar em que tipo de computador foram processa­dos eletronicamente os dados do inventario, qual 0

tipo de linguagem utilizada bern como mencionar acargo de quem ficaram as tarefas de prepara~ao econferencia de dados, alem daquelas inerentes aperfura~ao e processamento propriamente dito.

4.2 Amostragem

Citar 0 metodo utilizado e quais as suas vantagense desvantagens.

4.3 Forma, Tamanho e Dimens6es das Unidades deAmostra

Qual a forma geometrica da unidade de amostra;expressar seu tamanho em hectares e suas dimen­saes em metros.

4.4 Intensidade Amostral

Mencionar quantas unidades de amostra forammensuradas na area ou nas popula~6es.

5 RESULTADOS E DIscussAoDescrever os resultados mais relevantes obtidos

no trabalho e fazer uma analise crftica.

6 CONSIDERAC;::OES FINAlS ERECOMENDAC;::OES

Mencionar quais os estudos que deverao ser exe­cutados, objetivando propiciar um melhor conheci­mento da area, indicando inclusive quais osmetodos a serem utilizados.

TABELAS

ILUSTRAC;::OES

Manual Tecnico da Vegetar<io Brasileira

Mapas

Figuras

Estampas

Com relar,;ao as paginas iniciais, que comporao 0

Relat6rio Final, os procedimentos serao os seguin­tes:• Afolha de rosto sera reservada para, na sua porr,;ao

superior, conter 0 nome completo, em caixa alta,do IBGE e, no casu de Convenio ou Contrato, darespectiva entidade, quando enta~ neste particularprecedera ao IBGE. Na sua por~ao media deveraconter 0 nome do projeto e 0 tema abordado,ambos em caixa alta. A porr,;ao inferior sera desti­nada ao local e ana de confecr,;ao do relat6rio.

• A seguinte sera destinada a indicar a Presidenciada Republica e o(s) Ministerio(s) envolvido(s).

• A subseqiiente, no casu de Convenio ou Contrato,a estrutura organizacional da entidade, envolvidadiretamente no trabalho. No tocante ao IBGE,serao mencionados a Presidencia, Diretoria-Geral,Diretoria(s) e Departamento(s) efetivamente en­volvido(s). Unidades de hierarquias inferior a De­partamento nao deverao ser mencionadas.

• Posteriormente, em folha separada, serao citadosos autores e mantida a importancia de suas parti­cipar,;aes no trabalho.

.Outra folha devera conter os participantes, men­cionadas as respectivas atividades desenvolvidas.

• Os agradecimentos constituem 0 fecho final, eserao extensivos apenas a pessoas ou entidadesnao peltencentes a estrutura organizacional doIBGE.Estes procedimentos estao exemplificados como

segue:

85

Page 84: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

SUPERINTEN~NC" Xl DESENVOLVIMENTO DA AMAZONIA - SUDAMFUNDACAO INSTITUTe 'lASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATfsTICA -IBGE

ZONEAMENTO DASPOTENCIALIDADES DOS

RECURSOS NATURAlS DAAMAZONIA LEGAL

VEGETAl;:AO

Rio de Janeiro, 1988

Modelo de folba de ,oslo

SUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DA AMAZONIA· SUDAM

SuperlntendenteDiretor do Departamento de Aecursos Naturais

FUNDAl;:AO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFlAE ESTATISTICA. ffiGE

PresidenteDirelar-Geral

Diretor de GeocienciasChefe do Departamento de Recursos Naturals e Estudos Ambientais

Modelo de 3' p~gina

86

Presidente da Rept1blicaMinislro do .Ministro do

ModeJo de 2' p~gina

AUTORES

Modelo de 4' p~gina

Manual Tecnico da Vegetafiio Brasileira

Page 85: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

PARTICIPANTES

Modele de s' p;igina

Manual Tecnico da Vegetariio Brasileira

AGRADECIMENTOS

Modele de f} p;igina

87

Page 86: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

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Manual Tecnico da Vegetarao Brasileira

Impresso no COOl/Departamento de Editoraciio e Gratica - IBGE, em novembro de 1992, O. S. 03.03 1.0186/92

Page 90: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

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da Divisao de Pesquisa

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Page 91: IBGE Manual Tecnico Da Vegetacao Brasileira1

Manual Tecnico da Vegeta~aoBrasileira

o tema vegeta~aoeabordado em quatro capftulos, abrangendo osseguintes t6picos: sistema fitogeognifico, inventario das forma~6es

florestais e campestres, tecnicas e manejo de cole~6es botfulicas eprocedimentos para mapeamento.

o primeiro apresenta as conceitua~6es, a classifica~ao e a chave declassifica~ao das formas de vida, as terminologias, os sistemasprimarios e secundarios e a legenda do sistema fitogeognifico

adotada pela equipe de vegeta~aodo IBOE.No inventario das forma~6es florestais e campestres sao descritos

tipos de inventario quanto ao detalhamento, tecnicas de amostragem,etapas de um inventario florestal e procedimentos metodol6gicos

para levantamento do potenciallenhoso/arb6reo de forma~oes

campestres, entre outros assuntos.o capitulo que trata de tecnicas e manejo de cole~6esbotfulicas

informa sobre a metodologia e tecnicas especfficas de coleta eherboriza~ao, como tambem sobre a terminologia paradescri~aoda planta no campo e sobre 0 tratamento e

manuten~ao de cole~oes em herbario.Finalmente, sao descritos os procedimentos para mapeamento, desde

a interpreta~ao preliminar ate aelabora~ao do relat6rio.

ISBN 85-240-0427 - 4