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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO Apucarana – Paraná 2012

I – INTRODUÇÃO · 1 1 – INTRODUÇÃO Diante dos acontecimentos históricos no campo educacional, tendo em vista o quadro atual da sociedade, da economia, da educação brasileira,

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PROJETO

POLÍTICO

PEDAGÓGICO

Apucarana – Paraná2012

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Este projeto foi elaborado por

toda a comunidade escolar e

servirá como parâmetro na

busca de uma escola de

excelência.

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO..................................................................................................01

1.1 Identificação .................................................................................................01

1.2 Histórico .......................................................................................................02

1.3 Características .............................................................................................04

1.3.1 Setor Administrativo .............................................................................05

1.3.2 Docentes ..............................................................................................06

1.3.3 Apoio Pedagógico ................................................................................09

1.3.4 Setor Funcional ....................................................................................09

1.3.5 População e Alunos .............................................................................10

1.3.6 Apoio Comunitário ................................................................................10

2 – JUSTIFICATIVA ...............................................................................................13

3 – OBJETIVOS GERAIS ......................................................................................13

4 – JUSTIFICATIVA ...............................................................................................14

5 – MARCO SITUACIONAL ...................................................................................15

5.1 Identificando Problemas ..............................................................................15

5.2 Níveis e Modalidade de Ensino Ofertados ..................................................16

5.2.1 Plano de Estágio do Técnico em Alimentos ........................................17

5.2.2 Plano de Estágio de Segurança do Trabalho – PROEJA ....................20

5.3 Programas de Apoios e Incentivos ..............................................................28

5.4 Resultados do Desenvolvimento da Educação ...........................................30

6 – MARCO CONCEITUAL ...................................................................................32

6.1 Educação Profissional .................................................................................35

6.2 Concepção de Homem ................................................................................36

6.3 Concepção de Mundo .................................................................................37

6.4 Concepção de Educação ............................................................................38

6.5 Concepção de Educando ............................................................................42

6.6 Concepção de Educador .............................................................................43

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6.7 Concepção de Escola ..................................................................................44

6.8 Concepção de Currículo ..............................................................................45

6.8.1 Contextualizando currículo: um pouco de história ...............................45

6.8.2 O currículo do Ensino Médio ................................................................47

6.8.2.1 Tensões no Ensino Médio.............................................................48

6.8.3 O currículo do Técnico Profissional......................................................53

6.9 Concepção de Conhecimento .....................................................................55

6.10 Concepção de Aprendizagem ...................................................................56

6.11 Concepção de Cidadania ..........................................................................58

6.12 Concepção de Sociedade .........................................................................62

6.13 Concepção de Cultura ...............................................................................63

6.14 Concepção de Avaliação ...........................................................................64

6.15 Concepção de Tecnologia .........................................................................65

6.16 Concepção de Inclusão .............................................................................66

6.17 Concepção de Trabalho ............................................................................67

6.18 Concepção de Gestão Escolar ..................................................................68

6.19 Concepção de Alfabetização .....................................................................71

6.20 Concepção de Letramento ........................................................................76

6.21 Concepção de Infância ..............................................................................78

6.22 Concepção de Adolescência .....................................................................82

7 – MARCO OPERACIONAL ................................................................................85

7.1 História e Cultura Afro-brasileira e Africana ................................................85

7.2 Programa Prontidão Escolar Preventiva (PEP) ..........................................86

7.3 Desenvolvimento Socioeducacional ............................................................86

7.4 Gestão Democrática ....................................................................................87

7.5 Formação Continuada .................................................................................89

7.6 Ações a serem desenvolvidas .....................................................................90

7.7 Hora Atividade .............................................................................................94

7.8 CELEM – Espanhol .....................................................................................95

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7.9 Sala de Recursos séries finais – Área da Deficiência Intelectual e Transtornos

Funcionais Específicas ..........................................................................................96

7.10 Sala de Apoio à Aprendizagem .................................................................97

7.11 Estágio não-obrigatório .............................................................................97

8 – AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL ........................................................................98

8.1 Avaliação do PPP ........................................................................................98

8.2 Avaliação da Aprendizagem ........................................................................99

8.3 Conselho de Classe ....................................................................................100

8.4 Aproveitamento de Estudos em caso de transferência ..............................101

9 - REFERÊNCIAS ................................................................................................112

10 – ANEXOS ........................................................................................................118

Anexo I - Matriz Curricular .................................................................................119

Anexo II – Calendário Escolar ...........................................................................120

Anexo III – Convênios .......................................................................................121

Anexo IV – Leis 10.639/03 e 11.645/08 ............................................................122

Anexo V – Atividade Curriculares Complementares em Contraturno na Educação

Básica ....................................................................................................................123

Anexo VI - Plano de Estágio – Ensino Médio ....................................................124

Anexo VII – Distorção idade/série .....................................................................125

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1 – INTRODUÇÃO

Diante dos acontecimentos históricos no campo educacional, tendo em

vista o quadro atual da sociedade, da economia, da educação brasileira, faz-se

necessário repensar e reestruturar o processo ensino-aprendizagem das nossas

escolas. Apresenta-se um novo Projeto Político Pedagógico que é um instrumento

clarificador da ação educativa da escola em sua totalidade.

O P.P.P. é delineado, discutido e assumido coletivamente pelos

professores, equipe técnico-administrativa, pais, alunos e representantes da

comunidade local e torna-se fruto do trabalho compartilhado pela equipe escolar e

pela comunidade, explicitando sempre o reconhecimento da importância da entidade

pessoal dos alunos, suas famílias, professores e outros profissionais e a identidade

de cada unidade educacional. Tudo isto acontecendo num contexto que busca

minimizar as relações competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a

rotina do mando pessoal.

O Projeto Político Pedagógico dá uma nova identidade à escola,

contempla a questão da qualidade de ensino nas dimensões formal, técnica e

política. Proporciona ainda uma reflexão sobre as finalidades da escola, assim como

a explicitação de seu papel social e a clara definição de caminhos; formas

operacionais e ações a serem empreendidas por todos os envolvidos com o

conhecimento da comunidade escolar, do contexto social e científico, constituindo-se

em compromisso político e pedagógico coletivo.

1.1 Identificação

− Núcleo Regional: 01 – Apucarana

− Município: 0140 – Apucarana

− Estabelecimento: 00534 – Heitor C.A.Furtado, C.E. - E. Fund. Med. Prof.

− Endereço: Rua Rio Paranapanema, nº 580

− Bairro: Núcleo Habitacional Papa João Paulo I

− Telefone (fax): (43) 3426-2662 e (43) 3426-3704

− E-mail: [email protected]

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− Site: http://www.apuheitorcafurtado.seed.pr.gov.br

− Dependência Administrativa: Prédio de propriedade estadual

− Localização: zona urbana

− Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná

− Organização Curricular:

a) Ensino Fundamental: 6º ao 9º ano (trimestral)

b) Ensino Médio: 1ª a 3ª série (trimestral)

c) Ensino Profissional: semestre - Subsequente e PROEJA (bimestral)

d) Educação de Jovens e Adultos: Ensino Fundamental Fase II e Ensino Médio

(por disciplina).

1.2 Histórico

O Colégio Estadual Heitor Cavalcanti de Alencar Furtado foi criado em

1983, conforme Resolução 891/83 e reconhecimento conforme Resolução 4664/86,

ministrando aulas de 1ª a 4ª séries do ensino de 1º grau, e gradativamente, de 5ª a

8ª séries do ensino de 1º grau. No ano de 1990, o ensino primário foi municipalizado

e neste ano passamos a ofertar o ensino de 2º grau com o curso Auxiliar de

Contabilidade, reconhecido em 1994 conforme Parecer 191/94.

Pela direção de nosso estabelecimento passaram nove diretores.

1ª diretora – a Professora Guiomar das Dores Sorace Miranda 1983-85;

2ª diretora – a Professora Dulce Helena Calsavara Marcato 1986-87;

3ª diretora – a Professora Maria Mercedes Moreira Ubertini 1987-92; em

sua gestão a professora Mercedes conseguiu a implantação do curso de 2º Grau –

habilitação Auxiliar de Contabilidade no período noturno; construiu-se mais quatro

salas de aula, sala para os professores, sala de direção e secretaria para a Escola

Primária Municipal.

4º diretor – Paulo Cesar Fontanini 1993-95; durante a sua gestão foram

feitas algumas modificações, tais como transformar uma sala de aula em laboratório

de ciências Físicas, Químicas e Biológicas para que fosse reconhecido o curso de 2º

grau e ativação do Conselho Escolar. Gestão na qual foi construída a quadra de

esportes.

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5ª diretora – Soraia de Campos Maziero Botelho 1995-97; a professora

Soraia juntamente com a A.P.M. conseguiu fazer a cobertura entre as salas de aula

e sala de professores proporcionando maior conforto a comunidade escolar, também

a pintura do Colégio e aquisição de balcões para a sala dos professores.

6ª diretora – Adair Vieira da Silva 1998-99; durante o tempo em que foi

diretora fez melhorias no pátio como por exemplo construção de paredes para

proteger do vento e da chuva e compra de vídeo cassete para as gravações da TV

Escola.

7ª diretora – Maria Aparecida Betiatti Fenato – 1999-2006; Conselho

Escolar, APMF e Grêmio Estudantil atuantes, fazendo transparecer a aquisição e

aplicação de recursos. Criou mecanismos e estratégias adequando recursos físicos

e pedagógicos para a melhoria contínua da aprendizagem, adquirimos: fax,

copiadora, televisão 29’, retroprojetores, vídeo-cassete, livros para biblioteca,

instrumentos musicais, aparelhagem de som, computador para o setor

administrativo, antena parabólica, portão de ferro, parte de terreno através de

doação, muro, coral, ventiladores, troca de azulejos, cobertura do pátio e escadas,

reforma integral do colégio, mais uma quadra, casa do caseiro... Preza pela gestão

participativa e democrática. Implantou o Curso Técnico em Manipulação de

Alimentos e o CELEM – Espanhol que teve início em 2006.

8ª diretora – Sílvia Francisley Morial – 2007; Em nove meses de gestão,

foi proporcionado melhorias pedagógicas e na infra-estrutura como: aquisição de

bebedouro com capacidade de 1000 litros de água, instalação de ventiladores em

todas as salas de aula, computador na biblioteca, implantação do laboratório do

PROINFO com vasto acervo para pesquisas de alunos e professores e jogos

pedagógicas, projetor de multimídia para incrementar, dinamizar a metodologia dos

docentes, aquisição de 100 exemplares para a biblioteca para os cursos técnicos de

Manipulação de Alimentos e Segurança do Trabalho, a construção do PPP coletivo

proporcionando um processo democrático de decisões, preocupando-se em

instaurar uma forma organizada do trabalho pedagógico para superar conflitos e

compra de utensílios para a cozinha experimental.

9ª diretora – Maria Aparecida Betiatti Fenato – 2008-2011; Foram

propostas várias ações de melhoria para assegurar o acesso e a permanência dos

alunos na escola como: acompanhamento dos alunos faltosos, avaliando as faltas e

seus motivos, bem como a aprendizagem, fazendo um elo entre aluno, família e

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escola. Valorização e harmonia entre a comunidade escolar criando um ambiente

agradável e de bom relacionamento, além dos vários projetos que promovem o

desenvolvimento pleno do aluno, entre eles, destacamos: teatro, coral e os projetos

ambientais. Incentivou todos os funcionários do Administrativo e dos Serviços Gerais

a completarem seus estudos. Desenvolvimento de atividades festivas e culturais

promovendo a integração escola-família e escola-comunidade. Mudanças na forma

de avaliação adequando aos objetivos da comunidade escolar e à melhoria contínua

da aprendizagem dos alunos.

10ª diretor – Gesualdo Borges da Silva – 2012-atual

O tempo escolar é organizado por série e o currículo organizado por

disciplina.

Hoje, ofertamos os anos finais do Ensino Fundamental no período da

manhã e da tarde, Ensino Médio de manhã e noite, Educação de Jovens e Adultos –

Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio à noite com atendimento coletivo

organizado por disciplina. Ensino Profissional: Curso Técnico de Alimentos na

modalidade subsequente e Curso Técnico em Segurança do Trabalho nas

modalidades PROEJA e Subsequente, ambos no período da noite.

O CELEM – Espanhol é ministrado no período da manhã, intermediário e

noite.

1.3 Características

O Colégio Heitor Cavalcanti de Alencar Furtado tem uma área construída

de 1.033,42 metros quadrados, com 12 salas de aula, 01 biblioteca, 02 laboratórios

de informática - PROINFO e PR-DIGITAL, 01 laboratório de Ciências, Física,

Química e Biológica, 01 sala para professores pedagogo, 01 secretaria, 01 cozinha

experimental, 01 cozinha, 01 depósito de merenda, 01 almoxarifado, 01 sala de

recursos, 01 sala de professores e 01 sala de direção.

Todas as 12 salas de aula estão sendo utilizadas pelas 31 turmas

distribuídas de manhã, tarde e noite, que o colégio possui, as demais salas como a

biblioteca e laboratórios estão sendo utilizadas ao fim a que se destinam.

Os pátios são utilizados pelos alunos antes e após as aulas e durante o

recreio.

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A acessibilidade é, segundo a ABNT, “o espaço, edificação, mobiliário ou

elemento que possa ser alcançado, visitado e utilizado por qualquer pessoa,

inclusive aquelas com deficiência”. Nosso estabelecimento, no que se refere a

acessibilidade no edifício escolar, ainda não está incorporado às normas técnicas da

acessibilidade, sendo que há uma adaptação pontual na entrada do colégio com

uma rampa que ainda implica em “perigo” para os portadores de necessidades

especiais, nos banheiros não há adequações e é impossível o acesso do aluno

cadeirante aos laboratórios de Física, Química e na quadra esportiva deste

estabelecimento, pois o acesso é realizado por escadas e não há rampas.

Para as aulas práticas de educação física os alunos utilizam as quadras

esportivas que não têm cobertura e tanto alunos como professores ficam ao sol,

vento frio e sereno.

Quanto à iluminação, todas as salas de aula possuem lâmpadas

fluorescentes e com janelas amplas que permitem a ventilação e claridade.

Para a higiene e limpeza, temos a disposição de alunos e funcionários

vários sanitários, lavatórios e bebedouros e uma equipe que cuida bem da limpeza

das dependências escolares.

A biblioteca é usada por alunos e pessoas da comunidade local para

pesquisas e também para aulas de leitura; as quadras esportivas são utilizadas para

as aulas práticas de educação física, treinamento da equipe de futebol e também

para as apresentações artísticas que temos durante o ano letivo; a sala de merenda

é usada para o armazenamento dos alimentos utilizados na merenda; na cozinha, a

merenda é preparada e servida aos alunos; o laboratório de ciências é utilizado para

as aulas práticas que são preparadas pelo professor da disciplina; o laboratório de

informática é utilizado pelos alunos e professores no desenvolvimento das práticas

pedagógicas. A sala dos pedagogos está sendo usada para atender pais, alunos,

funcionários e professores.

1.3.1 Setor Administrativo

Função Nome Formação

Direção Gesualdo Borges da Silva Geografia

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Função Nome Formação

Direção Auxiliar Ana Célia Botelho da Silveira Matemática/Noções

Administração

Secretária Rosângela Camargo da Rocha Normal Superior

Agente Educacional II Célia Fulop Luciano Normal Superior

Agente Educacional II Ederson Borges de Oliveira Ciências Biológicas

Agente Educacional II Luciane Veríssima de Oliveira Ensino Médio

Agente Educacional II Maria Lúcia de Souza Catarin Matemática

Agente Educacional II Nilva Aparecida Mardegan Pedagogia

Agente Educacional II Sandra de Lourdes Freitas Gestão Pública

1.3.2 Docentes

Nome DisciplinasEns.

Fund.

Ens.

Méd

Ens

Prof.E.J.A Formação

Alan Carlos de Oliveira Física X Física

Ana Célia Botelho da Silveira Matemática/

Noções de Adm.x x x x Ciências Contábeis

Ana Isaura Pryjma L.E.M.-Inglês X Letras

Arnaldo dos Santos L.E.M.- Inglês/ L.

Portuguesax X Letras

Carmélia de Jesus dos Reis História/

SociologiaX X História

Cássia Mara Rosa Geografia/

SociologiaX Geografia

Credenice Peres Moraes Biologia/Ciências X x Ciências/Biologia

Dennis Mychel de Castro Leg. Seg. Trab./

Tec. Util. Equip.X Eng. Seg. Do Trab.

Douglas Ercolin Tavares Ed. Física X X Ed. Física

Elaine Kellen da Silva Historia/Geografia X X Geografia/Historia

Elisangela Murakami L. Portuguesa X X X Letras

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Nome Disciplinas Ens.

Fund.

Ens.

Méd

Ens

Prof.E.J.A Formação

Elton da Silva Cardozo História/Sociologia X História

Erika Heracléia Simões Química X Química

Evaldo Bento Geografia X Geografia

Everson Ribeiro Aceti Química/Física X X X Física

Fabiane de Carvalho Física X Física

Graziele Gimenes Hig. Trab./ Saude

Trab./ Prim. Soc.X Enfermagem

Helton Henrique Brazotti História/Sociologia X História

Henrieti Bulgaron Ciências/ Biologia X X Ciênc. Biológicas

Isabel Cristina de Oliveira Com. Ed. Seg.

Trab.X X Letras

Ivani Cristina Turini Ciências x Ciências

Jefferson Luiz Viana Biologia X Ciências Biologicas

Joao Luiz Correa Des. Arquit. Seg.

Trab.X Tec. Seg. Trabalho

José Roberto Rezende Filosofia/ Ens.

ReligiosoX x Filosofia

Jossuela Martins Pirelli Ed. Física X Ed. Física

Juliana Alves de Alencar Filosofia X Filosofia

Lourdes Alice França L. Portuguesa x Letras

Luiz Sergio Hilário Administ.

Seg.Trab.X Ciências Contábeis

Marcia Eliana Belinato Matemática X Ciências/

Matematica

Marcio Henrique da Silva Hig. Trab./ Fund.

Trab./ ErgonomiaX Téc. Seg. Trabalho

Margarete Lampe Química X Química

Maria Cristina Perdigão Matemática x Ciências/Pedag.

Maria da Graça Maiole Arte/ MC Cultura e

Artex X Ed. Artística

Maria do Carmo da Silva Ensino Religioso X Filosofia

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Nome Disciplinas Ens.

Fund.

Ens.

Méd

Ens

Prof.E.J.A Formação

Maria Fernanda Cirino L.E.M.-Inglês x x Letras

Maurício Giacomini Segurança do

TrabalhoX Pedagogia/T. Seg.

Trabalho

Meire Andreotte L. Portuguesa x X Letras

Natali Araujo da Silva Arte X X Ed. Artística

Noel Francisco de Souza

Prev. Sinist./ Proc.

Ind. Seg./ Prog.

Cont. Mon.

X

Ciências

Econômicas/ Téc.

Seg. do Trabalho

Paulo Cesar Fontanini Professor da Lei

15308/06Letras

Renata Isabel da Silva Informatica Seg.

Trab.X Matemática

Rita de Cássia Ribeiro Matemática X Matemática

Sebastião de Assis Barbagalo apoio com.

Alternativax Ed. Especial

Sílvia Francisley Morial Ed. Física x X Ed. Física

Simone Ribeiro da Silva Ed. Física X Ed. Física

Simonia Lamera Valente Matemática x x Ciências/

Matemática

Tatiana Barlati Vieira Química X Química

Thaís Vidal Andreato Ed. Física X X Ed. Física

Thiago Alexandre de Araujo Filosofia X Filosofia

Valdirene Judai História x História

Valdireni Júlia Ferreira História/

Sociologiax História

Valquíria M. de Oliveira CELEM -

EspanholX Letras

Vera Lúcia Ballan Sala Recursos Ed.Es

pPedag./Ed. Esp.

Viviane Fernandes de Souza L.E.M. - Inglês X Letras

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1.3.3 Apoio Pedagógico

Função Nome Formação

Professora Pedagoga/

Coordenadora de CursoClaudinéia Aparecida Frez Pedagogia

Coordenadora de Estágio Credenice Peres Moraes Biologia

Professora Pedagoga Erica de Lima Pedagogia

Professora Pedagoga Graciula Aparecida Lopes Pedagogia

Professora Pedagoga Joelma Dantas de Almeida Pedagogia

Professora Pedagoga Maria Aparecida de Oliveira Pedagogia

1.3.4 Setor Funcional

Função Nome Formação

Agente Educacional I Ana Edite de Souza Ensino Médio

Agente Educacional I Dirce Batista Vieira Ensino Fundamental

Agente Educacional I Edna Reche de Almeida Ensino Médio

Agente Educacional I Eliete Bertao Normal Superior

Merendeira Gedalva Rodrigues da Silva Ensino Médio

Merendeira Maria das Graças E. de Freitas Ensino Médio

Agente Educacional I Maria de Lourdes Pereira Ensino Médio

Agente Educacional I Nelci Márcia de F. Oliveira Normal Superior

Agente Educacional I Roseli Aparecida Santos Almeida Ensino Médio

Agente Educacional I Sandra Cristina de Aguiar Magistério

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1.3.5 Características da população e alunos

O colégio está situado no Núcleo Habitacional João Paulo I que possui

uma população aproximada de 10.000 habitantes, sendo o único estabelecimento de

ensino que oferece o Ensino Fundamental (6º a 9º ano), Médio e Profissionalizante

do bairro, atendendo ainda o Núcleo Habitacional Osmar Guaraci Freire e as Vilas

Vitória Régia e Capanema, zona rural, Jardim Sol Nascente, Jardim Figueira, Jardim

Interlagos e Paineiras e conta hoje com 791 alunos.

A comunidade do colégio é de classe média baixa, assalariados,

funcionários do comércio e facções de bonés.

Os alunos se destacam nas diversas atividades, mostram grande

desempenho em atividades artísticas e esportivas.

O nível de escolaridade da população de nossos bairros é em sua maioria

de Ensino Fundamental, e uma população menor de Ensino Médio, e pouquíssimas

pessoas com o nível superior.

A Sala de Recurso atende as seguintes necessidades educacionais

especiais:

− um aluno com Hipótese de Distúrbio de Aprendizagem na Escrita e

Hipótese Diagnóstica de Deficiência Intelectual (DI);

− dois alunos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

(TDH);

− um aluno com Dislexia; e

− um aluno com Transtorno Global de Desenvolvimento (TGD).

Alunos com problemas de saúde temporários (gravidez – atestados acima

de 7 dias) são atendidos por meio de atividades preparadas pelos professores, que

são realizadas fora do ambiente escolar.

1.3.6 Apoio Comunitário

Impulsionados pela solidariedade, as pessoas da comunidade que

prestam serviços à escola são aqueles que doam espontaneamente o seu trabalho,

entusiasmo e criatividade para causa de interesse social e coletiva.

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Além de beneficiar diretamente o aluno, o trabalho comunitário pode se

transformar em uma lição de cidadania.

A APMF, além do trabalho comunitário, é uma entidade jurídica que

autoriza a utilização de verbas e busca recursos para custear despesas além das

programadas pela escola e mantidas pela entidade mantenedora.

É um órgão de representação dos Pais, Mestres e Funcionários, não tem

caráter político partidário, religioso, racial e nem fins lucrativos.

Composição da A.P.M.F.:

Presidente – Eder Durau

Vice Presidente – Eugênio Rodrigues de Souza Neto

1º Secretário – Rosângela Camargo da Rocha

2º Secretário – Crislaine Dorian de Carvalho Pio

1º Tesoureiro – Carlos Alberto Ferreira

2º Tesoureiro – Jurandir Xavier Bento

1º Diretor – Sócio Cultural Esportivo – Ana Célia B. Silveira Conceição

2º Diretor – Sócio Cultural Esportivo – Rosiane Novais da Costa

O Conselho Escolar, outro apoio comunitário, avalia se as metas

propostas pelo colégio estão sendo atingidas.

Composição do Conselho Escolar:

- Profissionais da Escola:

Diretora – Gesualdo Borges da Silva

Professora Pedagoga – Claudinéia Aparecida Frez

Professora do Ensino Fundamental – Meire Andreotte

Professora do Ensino Médio – Maria da Graça Maiole Souza

Professor do Ensino Profissional – Noel Francisco de Souza

Agente Educacional II – Ederson Borges de Oliveira

Agente Educacional I – Maria de Lourdes Pereira

- Comunidade atendida pelo estabelecimento de ensino:

Aluno do Ensino Médio – Rafaele Rodrigues Gomes

Aluno do Ensino Profissional – Delmo Bolognezi da Cunha

Pais do Ensino Fundamental – Josiane Machado Oliveira Simões

Pais do Ensino Médio – Vanusa Cristina Borbolato Abrão

Grêmio Estudantil – Lucas Adilson Zaqui

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- Movimentos Sociais Organizados

Representante da APMF – Eder Durau

O Grêmio Estudantil é uma organização sem fins lucrativos que

representa o interesse dos estudantes e que tem fins cívicos, culturais,

educacionais, desportivos e sociais.

O grêmio é o órgão máximo de representação dos estudantes da escola.

Atuando nele, o aluno defende seus direitos e interesses e aprende ética e cidadania

na prática.

São atribuições do Grêmio:

• Congregar e representar os estudantes da escola;

• defender seus direitos e interesse;

• cooperar para melhorar a escola e a qualidade do ensino;

• incentivar e promover atividades educacionais, culturais, cívi-

cas, desportivas e sociais.

• realizar intercâmbio e colaboração de caráter cultural e educa-

cional com outras instituições de caráter educacional

O Grêmio conta com a atuação de 11 alunos, contendo Presidente, Vice-

Presidente, Secretário-Geral, 1° Secretário,Tesoureiro-Geral, 1° Tesoureiro, Diretor

Social, Diretor de Imprensa, Diretor de Esportes, Diretor de Cultura e Diretor de Saú-

de e Meio Ambiente, que participam efetivamente do ambiente escolar, ajudando na

gestão escolar e no desempenho de atividades políticas dentro da escola, para o

exercício pleno da cidadania dos alunos, buscando uma verdadeira integração entre

aluno/professores/funcionários/escola.

As estâncias colegiadas acima descritas participam efetivamente da for-

mulação, acompanhamento e aprovação do P.P.P.

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2 – FILOSOFIA DA ESCOLA

Entendendo que o processo educacional deve propiciar a formação do ser

humano mediante a reflexão crítica e a solidariedade, o Colégio Estadual Heitor

Cavalcanti de Alencar Furtado e sua ação pedagógica está calcada nos princípios:

− éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao

bem comum;

− políticos: dos direitos e deveres de cidadania, do exercício da criticidade e do

respeito à ordem democrático;

− estéticos: da sensibilidade, da criatividade e da diversidade manifestações

artísticas e culturais;

− ecológicos: pautados numa maneira de viver em harmonia com a natureza e

com tudo que faz parte dela;

− humanos: voltados para promoção da justiça, da solidariedade e da paz.

3 – OBJETIVOS GERAIS

Os caminhos que estamos traçando neste projeto, com base nas análises

das dificuldades apresentadas, no conhecimento científico e na proposta de ações,

têm como objetivos gerais:

- Oferecer instrumentos essenciais para a aprendizagem e conteúdos básicos

necessários para que os educandos possam desenvolver plenamente suas

potencialidades, viver e trabalhar com dignidade, participar ativamente da

sociedade, assegurando respeito, valores e dignidade.

- Garantir o acesso e a permanência à educação, promovendo a equidade dos

diversos grupos étnico-racial e aos alunos com necessidades educacionais

especiais.

- Ampliar os meios e os raios de ação concentrando-os na aprendizagem plena.

- Garantir ambientes adequados à aquisição do saber e o desenvolvimento pleno

do aluno.

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- Desenvolver alianças e políticas de apoio que fortaleçam o conhecimento

tecnológico, científico e contemporâneo.

- Priorizar as ações coletivas avaliando, retomando e aprimorando estas ações

quando necessário.

- Formar cidadãos para o mundo do trabalho.

- Despertar a consciência sobre direitos e deveres em relação ao valor social no

que tange a Educação Ambiental, o uso indevido de drogas, relações étnico-

raciais, a sexualidade e a violência na escola.

4 - JUSTIFICATIVA

Não é possível pensar em um Projeto Político Pedagógico que não esteja

em acordo com as aspirações dos alunos e de sua comunidade.

É importante pensarmos na realidade global do homem e da sociedade,

principalmente aquela a qual está inserida para desenvolvermos atitudes que

provoquem reflexões sobre o meio social e cultural, que parta do respeito à

realidade do aluno, de suas experiências de vida cotidiana para chegarmos a

sistematização das reais necessidades da comunidade escolar, contribuindo assim

para a melhoria do homem e da sociedade.

Apostar na educação é acreditar que somos capazes de contribuir para

uma transformação que trate, efetivamente, a todos dentro do princípio da

igualdade, da solidariedade e da convivência respeitosa entre os indivíduos. A

atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas

contradições, fornecendo-lhes um instrumental, por meio da aquisição de

conhecimentos, que o torne capaz de participar organizadamente e ativamente na

democratização da sociedade.

Priorizamos a gestão democrática a qual vamos da reflexão à ação e da

ação à reflexão, democraticamente, por meio da informação, representatividade dos

vários segmentos para chegarmos a uma escola que toma decisões na coletividade,

que busque a qualificação por meio de múltiplas ações.

O ambiente escolar tem que ser para os professores, alunos, pais,

funcionários e comunidade um lugar acolhedor e que propicie o desenvolvimento de

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todas as atividades educativas de forma prazerosa e eficaz. Assim, construímos um

referencial sobre a função social e política pela comunidade do colégio e definimos

um programa de trabalho participativo que priorize as questões mais urgentes.

Apresentamos as atividades que com determinação e compromisso

desejamos realizar, sempre as colocando em questionamento para aprimorá-las e

redirecioná-las, conforme as necessidades dos educandos, professores,

funcionários e comunidade.

5 – MARCO SITUACIONAL

5.1 Identificando problemas

Quando se observa o todo de uma escola para identificar problemas,

necessidades e buscar soluções, deve-se considerar vários aspectos como: o

Pedagógico, a Funcionalidade, o conforto ambiental e o espaço físico. É importante

organizar as informações que servirão de parâmetros para a busca de soluções na

construção do planejamento.

Analisando a realidade do colégio, verifica-se que existem alguns pontos

que ainda não foram resolvidos e que necessitam de ações concretas e positivas

para que realmente ocorra uma formação integral dos educandos.

De acordo com as considerações apresentadas pelos professores, pais,

alunos e comunidade, listaremos as questões que comprometem a qualidade de

ensino:

- Falta de comprometimento de alguns alunos para com a aprendizagem.

- Falta de envolvimento dos pais no processo ensino-aprendizagem e no

acompanhamento da vida escolar dos filhos.

- Metodologia, que muitas vezes, não consegue despertar no aluno o gosto pelo

saber, consequentemente ocorrendo falhas no processo educativo.

- Rotatividade dos professores, impedindo a concretização de várias atividades e

medidas propostas.

- Evasão, principalmente no período noturno.

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- Excesso de faltas de alguns alunos acarretando a ruptura na construção do

saber.

- Falta de comprometimento no cumprimento dos horários, por parte de certos

alunos e professores.

- Falta dos professores por motivos diversos (saúde e cursos) desestruturando a

organização da escola.

- O não planejamento coletivo das atividades diárias da escola por falta de

oportunidade.

- Ainda ocorrem reprovações e aprovações sem uma boa aprendizagem.

5.2 Níveis e modalidade de ensino ofertados

Dentro de toda essa dinâmica situacional o Colégio Estadual Heitor C. A.

Furtado contempla as categorias: Ensino Fundamental , Ensino Médio e Ensino

Profissional, com os cursos de Técnico em Alimentos (na modalidade

Subsequente), Técnico em Segurança do Trabalho (na modalidade PROEJA e

Subsequente) e Educação de Jovens e Adultos – Ensino Fundamental Fase II e

Ensino Médio.

Os cursos oferecidos neste estabelecimento de ensino estão inseridos

dentro dos Eixos Tecnológicos Ambiente, Saúde e Segurança e Produção

Alimentícia, que tiveram um crescimento impulsionado pela Revolução Industrial,

que gerou o crescimento das metrópoles ocasionando a necessidade cada vez mais

contínua de profissionais especializados em todos esses setores. A área de Saúde e

Segurança teve e tem um papel importantíssimo nesse crescimento; os cuidados da

saúde, tanto no âmbito público quanto no privado em todos os serviços, foram

papéis desenvolvidos por profissionais de diferentes áreas, pois a saúde perpassa

por todas as áreas das atividades humanas. Mas a trajetória do desenvolvimento

das profissões a colocou em seu devido lugar, que deve ser respeitado hoje por

meio dos cursos profissionalizantes.

O Colégio Heitor C. A. Furtado encontra-se localizado na cidade de

Apucarana, norte do Paraná, uma região historicamente agrária que abastece o

setor industrial com muitas empresas voltadas para o setor de saúde industrial,

alimentos, segurança nas empresas, necessitando de uma grande demanda de

profissionais nesta área.

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Assim, algumas empresas locais mantêm parcerias com esta instituição,

admitindo estagiários, ajudando na sua formação técnica, dando oportunidades de

integração entre a teoria e a prática. São elas: Sapore, Fujiwara, Hospital da

Providência. (modelo de contrato/convênio encontra-se em anexo).

Os cursos oferecidos por esta instituição necessitam de laboratórios

especializados. O colégio já conta com a instalação de alguns e necessita da

construção e/ou adequação de outros, como:

Laboratório de Alimentos:

- Laboratório de Análise Sensorial (construção);

- Laboratório de Informática com programas específicos, no qual contamos com o

Laboratório do PROINFO, mas necessita-se de uma adequação de programas;

- Laboratório de Microbiologia (construção);

- Laboratório de Produção Alimentícia (adequação);

- Laboratório de Química (adequação).

Laboratórios Segurança do Trabalho:

- Laboratório de Informática com programas específicos, onde contamos com o

Laboratório do PROINFO, mas necessita-se de uma adequação de programas;

- Laboratório de Combate a Incêndio (construção);

- Laboratório de Higiene e Segurança do Trabalho (construção);

- Laboratório de Suporte Básico à Vida (construção).

Para o pleno funcionamento destes cursos profissionalizantes e a

formação capacitada dos alunos, os cursos em questão apresentam a necessidade

do cumprimento do estágio, como já citado anteriormente. Para essa dinâmica

diferenciada, cada curso possui o seu próprio Plano de Estágio:

5.2.1 Plano de Estágio do Técnico em Alimentos:

Identificação da Instituição de Ensino:

Colégio Estadual Heitor Cavalcanti de Alencar Furtado – Ens. Fund., Médio e

Profissional.

Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná

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End.: Rua Rio Paranapanema, 580 – N. João Paulo I

Município: Apucarana

NRE de Apucarana

Identificação do Curso:

Habilitação: Técnico em Alimentos

Eixo Tecnológico: Produção Alimentícia

Carga horária total:

1. do curso: 1440 h/a e 1200 h

2. do estágio: 80 h/a e 67 h

Coordenador de Estágio:

Professora: Érika Heracléia Simões Van-Dal

Ano Letivo: 2010

Justificativa

A retomada da Educação profissional rompe com a dimensão que a

articula diretamente o mundo de trabalho e a questão da empregabilidade e

laboralidade, assumindo compromisso com a formação humana dos alunos, a qual

requer a apreensão dos conhecimentos científicos, tecnológicos e histórico-sociais

por meio da escolarização.

Essa política para a educação profissional vem considerando também a

reestruturação curricular dos cursos na perspectiva de favorecer a formação

cidadão/aluno/trabalhador, com acesso aos saberes técnicos e tecnológicos

requeridos pela contemporaneidade.

A proposta curricular será adequada às necessidades que ocorrerão para

a articulação entre as diferentes dimensões do trabalho de formação, enfatizando o

trabalho, a cultura, a ciência e a tecnologia, como princípios fundadores da

organização curricular integrada.

A proposta político-pedagógica contemplará no currículo, de forma teórico-

prática, os fundamentos, princípios científicos e linguagens das diferentes

tecnologias que caracterizam o processo de trabalho contemporâneo, tomados em

sua historicidade.

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O estágio é parte integrante da formação do aluno, pois permite a relação

do mesmo com o conhecimento sistematizado, conduzindo o domínio intelectual da

técnica e a intervenção prática.

A inserção do aluno no mundo do trabalho visa o:

a) treinamento do aluno, para facilitar sua futura absorção pelo mercado de

trabalho;

b) adaptação social e psicológica do aluno à sua futura atividade profissional;

c) orientação do aluno na escolha de sua especialização profissional.

Objetivos do Estágio

1. Inserir o aluno no mercado de trabalho.

2. Estreitar a distância entre a teoria e a prática.

3. Abrir possibilidades para que o aluno defina a linha de produção de acordo com

seu perfil.

4. Sistematizar a aprendizagem adquirida no decorrer das aulas.

5. Colaborar no desenvolvimento do trabalho prestado, sendo criativo.

6. Criar possibilidades de emprego agindo com competência.

Locais de realização do estágio:

O aluno poderá realizar seu estágio em todos os estabelecimentos que

possuam liberação de funcionamento e que usam em suas práticas a manipulação

de alimentos como: padarias, restaurantes, hospitais, indústrias, açougues,

sorveterias.

Distribuição da carga horária: semestral

Atividades do estágio:

O aluno deverá elaborar um plano de estágio, de acordo com a atividade

que irá desenvolver na unidade que efetuará o seu estágio. Estas atividades

deverão ser orientadas pelo coordenador de estágio e verificadas para que sejam

elaboradas de maneira que contemple a qualidade e a eficácia das atividades, a

criatividade demonstrada pelo aluno no desenvolvimento de suas tarefas e a

adaptação social com os demais membros da unidade cedente de estágio.

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Forma de acompanhamento do estágio:

O professor orientador fará um acompanhamento efetivo junto ao aluno e

a empresa ou estabelecimento onde o aluno fará o estágio. Este monitoramento é

basicamente com o objetivo de orientar o aluno bem como o responsável pelo

estágio no local de trabalho, para que os objetivos propostos sejam atingidos. Será

realizado de forma registrada em formulário próprio do professor orientador, sempre

utilizando pareceres de aulas à parte e sugestões para o aperfeiçoamento.

Avaliação do estágio:

Será realizada por meio da verificação do professor orientador junto ao

aluno e ao funcionário responsável pelo estagiário, do desenvolvimento do estágio,

observando principalmente quanto a assiduidade, a competência e a criatividade do

aluno no decorrer das atividades que realizou.

O professor fará um parecer final e descritivo quanto ao desempenho do

aluno; sendo seu parecer favorável, este aluno será aprovado no estágio

desenvolvido.

5.2.2 Plano de Estágio de Segurança do Trabalho - PROEJA

Identificação da Instituição de Ensino

• Nome do estabelecimento: Colégio Estadual Heitor Cavalcanti de Alencar

Furtado – Ensino Fundamental, Médio e Profissional

• Entidade mantenedora: Governo do Estado do Paraná

• Endereço: Rua Rio Paranapanema, 580 – N. João Paulo I

• Município: Apucarana

• NRE: Apucarana

Identificação do curso

a)Habilitação: Técnico em Segurança do Trabalho

b)Eixo Tecnológico: Ambiente, Saúde e Segurança

c)Carga horária total: 2880 horas

d)Do curso: 2400 horas

e)Do estágio: 100 horas

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Coordenação de Estágio

a) Nome do professor: Credenice Peres Moraes

b) Ano letivo: 2.010

Justificativa

O trabalho e a cidadania são previstos como os principais contextos nos

quais a capacidade de continuar aprendendo deve se aplicar, a fim de que o

educando possa adaptar-se às condições em mudança na sociedade,

especificamente no mundo das ocupações. A LDB neste sentido é clara: em lugar de

estabelecer disciplinas ou conteúdos específicos, destaca competências de caráter

geral das quais a capacidade de aprender é decisiva. O aprimoramento do

educando como pessoa humana destaca a ética, a autonomia intelectual e o

pensamento crítico. Em outras palavras, convoca à constituição de uma identidade

autônoma. Para fazer uma ponte entre teoria e prática, de modo a entender como a

prática, está ancorada na teoria (fundamentos científico-tecnológicos), é preciso que

a escola seja uma experiência permanente de estabelecer relações entre o

aprendido e o observado, seja espontaneamente, no cotidiano em geral, seja

sistematicamente no contexto específico de um trabalho e suas tarefas laborais.

A Educação Profissional proposta pela atual LDB está comprometida com

os resultados de aprendizagem, portanto, a prática profissional constitui e organiza o

currículo, onde a formação de um profissional é capaz de inserir tal trabalhador no

mundo globalizado, agindo e transformando, através da sua participação direta em

situações reais de vivência e trabalho de seu meio ambiente. O profissional da área

da saúde, no caso dos alunos do Curso Técnico em Segurança do Trabalho, que

atuando na área tem por obrigação e responsabilidade à prevenção e proteção à

saúde e integridade física do trabalhador.

Se a questão profissional é referência para professores e alunos, o Estágio,

por ser uma experiência pré-profissional, passa a ser um momento de extrema

importância. Será o instante de organização do conhecimento, de seleção de ponto

de vista, porque obriga o estudante a confrontar seu saber com a realidade, não

como um expectador acadêmico, mas como um profissional, ou seja, dentro de uma

organização social concreta na qual tem um papel a desempenhar.

O que distingue o estágio das demais disciplinas em que a aula prática está

presente, é que ele se apresenta como o momento da inserção do aluno na

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realidade, da reflexão e da compreensão das relações de trabalho. Este exercício de

inserção e distanciamento é que poderá prepará-lo para mais tarde, na vida

profissional, atuar sobre a realidade, buscando transformá-la.

Outra contribuição do Estágio refere-se ao autoconhecimento do estudante,

pois lhe permite confrontar os desafios profissionais com sua formação acadêmica,

entendida como formação teórica prática.

O Plano de Estágio do Estabelecimento constitui ponto importante para

garantir que se processe a realização e o acompanhamento do Estágio Profissional

Supervisionado dos alunos.

Objetivo do estágio

Contribuir para a formação profissional de nível técnico na área de

Segurança do Trabalho, por meio do desenvolvimento de atividades relacionadas ao

mundo do trabalho e seus ambientes, que assegure concebê-lo como ato educativo

em que a teoria e a prática são indissociáveis.

Local de realização do estágio

Os Estágios serão realizados em Empresas ou Instituições Públicas ou

Privadas parceiras do Estabelecimento de Ensino, com ramos de atividades

compatíveis com a natureza e objetivo da habilitação e que apresentem condições

de proporcionar experiências práticas na área de formação do educando.

Distribuição da carga horária

A carga horária do Estágio Supervisionado será de 120 horas/aula ou 100

horas, sendo cumpridas preferencialmente em igual proporção entre as áreas da

segurança do trabalho, subdividida da seguinte forma:

•sendo 40 horas\aula – 33 horas na quarta série;

•40 horas\aula – 33 horas na quinta série e;

•40 horas\aula – 34 horas na sexta série.

Aproveitamento Profissional

O aluno que no decorrer do curso, comprovadamente estiver trabalhando em

empresas onde exerça atividade compatível com a realizada em seu Estágio

Profissional Supervisionado, poderá requerer na forma regimental junto a Secretaria

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do Colégio o aproveitamento das horas trabalhadas para o cumprimento das horas

do estágio no máximo 30% do total da carga horária de estágio.

Juntamente com o requerimento de dispensa do estágio, o aluno deverá

anexar documentação comprobatória de vínculo empregatício não inferior a seis

meses, com declaração da Empresa contendo as atividades desempenhadas pelo

seu funcionário ligadas a área de saúde e segurança do trabalhador. A dispensa

será concedida mediante análise da documentação pelo Coordenador de Estágio.

Atividades do estágio

Durante a realização do Estágio Profissional Supervisionado, o educando

deverá realizar o reconhecimento e avaliação da área ou setor de atuação do

Técnico em Segurança do Trabalho, bem como integrar-se com os chefes dos

setores e departamentos existentes para maior conhecimento das atividades ali

desenvolvidas e dos possíveis riscos ambientais.

O aluno deverá fazer o acompanhamento direto das atividades do setor

competente da Instituição Parceira em que estiver atuando, o que com isto, estará

principalmente subsidiando-se e vivenciando de forma consistente a rotina diária do

Técnico em Segurança do Trabalho. Para tanto é preciso estar atento(a) quanto:

a) Inspeção de Segurança: Sistema ou processo de escolha para a realização e

tipo de inspeção habitualmente realizada; outras inspeções e periodicidade; sistema

de encaminhamento dos problemas levantados; processo de análise e solução (nível

hierárquico); outras inspeções de checagem.

b) CIPA: Processo de recrutamento dos empregados para a candidatura na C.I.P.A.;

apresentação dos candidatos e tempo médio antes da eleição; edital de convocação

para a eleição; escolha dos membros representantes do empregador. Processo de

eleição e apuração de votos. Elaboração dos documentos exigidos pela fiscalização;

posse dos novos membros; acompanhamento em pelo menos 03 (três) reuniões;

elaboração de atas das reuniões acompanhadas; lay-out e mapa de risco.

c) E.P.I. e E.P.C: Tipos e finalidades; processo de análise em relação ao risco e

prescrição de E.P.I; características dos riscos, E.P.I. em uso e carência de E.P.I.

adequados; sistema de fornecimento e controle; processos de conscientização

utilizados quanto ao uso obrigatório do E.P.I; problemas e dificuldades apresentados

pelo funcionário e empregador.

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d) Agentes Físicos: Identificação, avaliação, controle e sugestões; consideram-se

Agentes Físicos, dentre outros: Ruídos, Vibrações, Temperaturas Anormais,

Pressões Anormais, Radiações Ionizantes, Radiações Não Ionizantes e Umidade.

e) Agentes Químicos: Identificação, avaliação, controle e sugestões; consideram-

se Agentes Químicos, dentre outros: Névoas, Neblinas, Poeiras, Fumos, Gases e

Vapores.

f) Agentes Biológicos: Identificação, avaliação, controle e sugestões; consideram-

se Agentes Biológicos, dentre outros: Bactérias, Fungos, “Rickettisia”, Helmintos,

Protozoários e Vírus.

g) Riscos Ergonômicos e de Acidentes: Identificação, avaliação, controle e

sugestões; consideram-se Riscos de Acidentes, dentre outros: Arranjo Físico,

Máquinas e Equipamentos, Ferramentas Manuais Defeituosas, Inadequadas ou

Inexistentes, Eletricidade, Sinalização, Perigo de Incêndio ou Explosão, Transporte

de Materiais, Edificações e Armazenamento Inadequado; consideram-se Riscos de

Acidentes, dentre outros: Trabalho Físico Pesado, Postura Incorreta, Treinamento

Inadequado ou Inexistente, Trabalho em Turnos e Noturno, Atenção e

Responsabilidade, Monotonia e Ritmo Excessivo.

h) Investigação de Acidentes: Sistema de escolha da equipe; tempo (Médio) após

ocorrido o acidente; documento e impressos utilizados; técnicas aplicadas para a

investigação; encaminhamento para a C.I.P.A; acompanhamento da Análise do

Acidente.

i) Sinalização: Sistema de sinalização de segurança utilizada; deficiência de

sinalização. Sugestão para novas sinalizações e/ou alterações nas atuais;

verificação de todos os itens que impliquem na sinalização obrigatória, inclusive

sistema de utilização de cores para tubulações e outros de acordo com a NR – 26.

j) Cálculo de Custo: Sistemas utilizados para levantamento de estatísticas de A.T;

processo utilizado para avaliação de custos diretos e indiretos; sistemas de Cálculos

adotados; processos de encaminhamento dos levantamentos estatísticos; avaliação,

resultado e medidas que são apresentadas.

k) Caldeira: Tipo e características de caldeiras em operação; sistema de supervisão

e controle do Livro de Registro; inspeção periódica; operadores habilitados e

treinados; sistema de funcionamento e operação da caldeira; tempo de

funcionamento e/ou operação; aspectos comparativos de todos os itens

estabelecidos na NR – 13 e a situação atual da caldeira em estudo.

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l) Legislação: Aplicabilidade das NRs incidentes na atividade de estágio que está

sendo aplicada e o que falta.

m) Proteção contra Incêndios: Prevenção e Combate a Incêndios; legislação

Municipal de Incêndios; equipamentos de Combate a Incêndios; brigadas de

Incêndios; planos de Emergência.

n) Análise de Riscos: Técnicas de Análise; árvore de causas e falhas; análise dos

acidentes e incidentes.

As atividades de Estágio deverão estar relacionadas obrigatoriamente nas áreas de

concentração definidas pela Coordenação do Curso e propostas neste item. O

estagiário que desenvolver seu Estágio na empresa ou instituição em que trabalha

deverá fazê-lo fora de suas atividades de rotina, se dentro delas, com caráter

inovado e diferenciado observando todos os critérios previstos neste Plano.

Forma de acompanhamento do estágio

O estagiário deverá ser acompanhado durante seu Estágio por

profissionais habilitados, tais como:

- Coordenador de Estágio: será o elo entre o Colégio e o local da realização do

Estágio, apresentando e direcionando o Plano de Trabalho de Estágio que deverá

ser traçado juntamente com o estagiário, sendo instrumento a ser seguido pelo

supervisor no local da realização do Estágio.

- Supervisor da Instituição concedente: será o responsável pela condução e

concretização do Estágio na Instituição ou propriedade concedente, de acordo com

o Plano estabelecido pelo Estabelecimento de Ensino.

Avaliação do Estágio

A avaliação do Estágio Profissional Supervisionado é concebida como um

processo contínuo e como parte integrante do trabalho, devendo portanto estar

presente em todas as fases do planejamento e da construção do currículo, como

elemento essencial para análise do desempenho do aluno e da escola em relação à

proposta.

Serão considerados documentos de avaliação do Estágio Curricular:

−Ficha de Controle de Estágio Profissional Supervisionado;

−Ficha de Avaliação do Estagiário;

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−Ficha do Supervisor do Estágio da Unidade Concedente;

−Relatório apresentando os conteúdos observados durante o Estágio Profissional

Supervisionado;

−Banca examinadora.

O Relatório Final de Estágio deverá ser apresentado conforme normas

técnicas definidas no Manual de Estágio.

A nota do Estágio do Segundo Semestre será a média entre a nota

apresentada pelo Supervisor de Estágio da Unidade Concedente e a nota atribuída

na avaliação proposta pela Coordenação de Estágio (Relatório Parcial). No Terceiro

Semestre será a média entre a nota apresentada pelo Supervisor de Estágio da

Unidade Concedente e a nota atribuída na avaliação proposta pela Coordenação de

Estágio (Relatório Final).

O resultado da avaliação do Estágio Profissional Supervisionado é

expresso através de notas graduadas de 0,0 (zero vírgula zero) a 10,0 (dez vírgula

zero). O rendimento mínimo exigido para aprovação é a nota 6,0 (seis vírgula zero).

Será considerado aprovado o aluno que:

1. obtiver frequência de 100% (cem por cento) e aproveitamento igual ou su-

perior a 6,0 (seis vírgula zero);

2. entregar a Ficha de Controle e o Relatório apresentando os conteúdos ob-

servados durante o Estágio Profissional Supervisionado em data prevista.

Disposições finais

−O aluno deverá realizar o Estágio Profissional Supervisionado ao longo do Curso,

acompanhando o semestre, como forma de assegurar a importância da relação teo-

ria-prática no desenvolvimento curricular, estabelecida no Plano de Estágio específi-

co aprovado pelo órgão competente;

−a não conclusão do Estágio Profissional Supervisionado, no prazo previsto neste

Plano de Trabalho, implicará na suspensão da emissão do diploma;

−a realização do estágio é obrigatória para a conclusão do Curso Técnico em Segu-

rança do Trabalho;

−o aluno aprovado em todas as disciplinas, mas reprovado ou que não cumpriu o Es-

tágio Profissional Supervisionado obrigatório, será considerado reprovado no res-

pectivo semestre;

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−a Direção do Estabelecimento não poderá expedir nenhum tipo de documento que

comprove o término do Curso, sem que o aluno tenha atendido todos os itens neces-

sários para aprovação no Estágio.

Descrição das práticas profissionais previstas

Participação em palestras, cursos, mini-cursos, simpósios, semana de

estudos, SIPAT, oficinas e visitas técnicas, de instruções e aulas práticas dentre

outras atividades ligadas à segurança e medicina do trabalho ou afins.

Orientações metodológicas

A organização metodológica das práticas para a Educação Profissional

Integrada à Educação de Jovens e Adultos toma o trabalho como princípio

educativo, princípio este que considera o homem em sua totalidade histórica levando

em conta as diferentes contradições que o processo produtivo contemporâneo traz

para a formação humana.

É importante ressaltar que os conteúdos propostos para o curso são os

mesmo estabelecidos nas Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio e devem ser

abordados integralmente pautando-se numa educação que valoriza a diversidade e

reconhece as diferenças. Assim, o encaminhamento metodológico e a avaliação,

enquanto partes integrantes da práxis pedagógica, estão voltados para atender as

necessidades dos educandos, considerando seu perfil e sua função social,

compromisso na formação da cidadania, na apropriação do conhecimento, no

desenvolvimento da reflexão crítica, na construção da autonomia, entre outros.

Deve-se considerar a heterogeneidade dos educandos em relação aos

saberes adquiridos, a idade e o tempo de afastamento dos estudos.

O currículo proposto caracteriza-se por uma metodologia diferenciada, na

qual o processo ensino-aprendizagem permite a integração entre as práticas

escolares e sociais fundamentadas em valores éticos que favorecem o acesso às

diversas manifestações culturais e privilegia uma diversidade de ações integradas

entre as disciplinas.

O critério para seleção de conteúdos e metodologias refere-se às

possibilidades dos mesmos articularem singularidade e totalidade no processo de

conhecimento. Os conteúdos selecionados devem ser apresentados de forma

integrada, refletindo os elementos da cultura e identificando mudanças e

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permanências inerentes ao processo de conhecimento na sua relação com o

contexto social.

Os eixos trabalho, cultura, tempo, ciência e tecnologia devem articular

toda ação pedagógico-curricular nas escolas, os quais foram definidos a partir da

concepção de currículo da educação profissional e da educação de jovens e adultos,

de forma a proporcionar aos cidadãos, independente de sua origem sócio-

econômica, acesso e êxito numa escolarização unitária.

Nessa forma de organização curricular, as metodologias são um meio e não

um fim para se efetivar o processo educativo, sendo necessário que essas práticas

metodológicas sejam flexíveis, e que adotem procedimentos que possam ser

alterados e adaptados às especificidades da comunidade escolar.

Assim, a Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos,

na perspectiva de formação humana, com acesso ao universo de saberes e

conhecimentos científicos e tecnológicos produzidos historicamente pela

humanidade, possibilitará uma nova forma de atendimento, na qual o educando

possa compreender o mundo, compreender-se no mundo e nele atuar na busca da

melhoria das próprias condições de vida.

5.3 Programas de Apoios e Incentivos

Para embasar o crescimento destes cursos profissionalizantes e sustentar o

seu funcionamento, o colégio contou com o apoio do Governo Federal na instalação

do Laboratório de Informática (PROINFO), onde foram enviados ao Colégio 10

computadores, que contém um excelente acervo didático-pedagógico, sendo que

estes já encontram-se instalados oferecendo internet gratuita à classe escolar,

contando com suporte dos técnicos da CRTE do Governo Estadual.

O apoio e incentivo do Governo Federal encontra-se presente também na

capacitação oferecida aos professores dos cursos profissionalizantes na modalidade

PROEJA: ”Curso de Formação Continuada para Gestores e Professores da

Educação Profissional Integrada à EJA”, com carga horária de 240h (nas

modalidades: presenciais e à distância), com roteiro específico para a modalidade

PROEJA, sendo desenvolvido o assunto desde o histórico, implantação, adaptação

curricular, metodologia e avaliação diferenciadas desta modalidade, além de

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garantia de integração entre ciência, cultura, trabalho e tecnologia; eixos básicos

e dominantes voltados para a reintegração do jovem e adulto no mundo do trabalho.

O colégio possui funcionários pertencentes aos cargos de agente educa-

cional I e II que se beneficiam da formação inicial – PROFUNCIONÁRIO - que é um

curso oferecido pelo Governo Federal, na modalidade semipresencial, em nível mé-

dio. Foi criado por meio da Resolução n°05/05, homologada pelo Ministro Fernando

Haddad, em 28 de outubro de 2005, da área Profissional de Serviços de Apoio Esco-

lar, com 5 habilitações.

• Secretaria Escolar

• Alimentação Escolar

• Multimeios Didáticos

• Infra-estrutura material e ambiental

• Biblioteconomia

Em seguida implantou-se uma parceria com a Universidade Federal de

Brasília – UNB, para a realização de curso de Formação Técnica, de nível médio,

modular e a distância, para os trabalhadores das escolas que atuam na merenda,

administração, biblioteca, laboratórios, vigilância, infra-estrutura, de acordo com as

habilitações aprovadas no CNE.

Todos esses incentivos dados aos profissionais e educandos do colégio

têm por finalidade garantir o acesso e a permanência, combatendo assim a evasão

através da qualificação profissional dos professores e da utilização dos recursos

tecnológicos como aprendizagem e motivação. A escola possuí ainda uma dinâmica

diferenciada, oferecendo merenda escolar para os alunos no horário estipulado e

para os alunos dos cursos profissionalizantes (noturno); a merenda é oferecida já no

começo das aulas para aqueles que vêm direto do trabalho, garantindo assim a

qualidade do aprendizado.

Outro grande incentivo no combate à evasão é o oferecimento do passe

escolar pelo município de Apucarana aos alunos do Ensino Básico e

Profissionalizante, que necessitam do transporte escolar (tanto público quanto

privado, principalmente no período noturno) para chegar à escola.

Além de todos esses incentivos, o colégio disponibiliza alguns apoios

tecnológicos como: internet gratuita, já citada, um portal educacional alimentado pelo

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Governo do Estado do Paraná, o “PORTAL EDUCACIONAL Dia-a-diaeducação”,

contendo informações relevantes para a educação, além de colaborar com alunos,

professores, pedagogos, funcionários e comunidade escolar.

Outro apoio tecnológico que o Governo Estadual oferece é a TV Paulo

Freire, uma TV aberta às escolas com programação democrática e voltada para toda

a área da educação, sendo que dentro da escola estão disponibilizados para toda a

comunidade escolar os projetores multimídias e as TV’s Multimídias, outro programa

do Governo Estadual que instalou uma televisão de 29’ em cada sala de aula de

todas as escolas públicas estaduais, disponibilizando o acesso rápido e uma melhor

fixação de conteúdos através de aulas mais dinâmicas que integram “som e

imagem” para melhorar a apreensão do conhecimento.

É ofertado aos educandos atividades curriculares complementares em

contraturno na educação básica, o projeto no macrocampo: Cultura e Arte/ Artes

Visuais (anexo V).

5.4 Resultados do Desenvolvimento da Educação

Para avaliar a dimensão do desenvolvimento da educação no Colégio

Estadual Heitor C. A. Furtado, leva-se em consideração alguns dados importantes

que são situados dentro do município, como IDH e os resultados do ENEM e das

Taxas de Abandono da escola.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa

de riqueza, alfabetização, educação, esperança média de vida, natalidade e outros

fatores. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma

população. O índice desenvolvido foi criado em 1990 pelo economista paquistanês

Mahbub ul Haq, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas

para o Desenvolvimento no seu relatório anual.

A escola tem um papel fundamental na melhoria desse índice,

proporcionando uma educação básica e profissional que garanta o acesso do

educando na vida social e no mundo do trabalho com conhecimento e igualdade.

O cálculo do IDH considera dois indicadores. O primeiro é a taxa de

alfabetização, considerando o percentual de pessoas acima de 15 anos de idade;

esse indicador tem peso dois. O Ministério da Educação indica que, se a criança não

se atrasar na escola, ela termina o principal ciclo de estudos (Ensino Fundamental)

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aos 14 anos de idade. Por isso a medição do analfabetismo se dá a partir dos 15

anos. O segundo indicador é o somatório das pessoas, independentemente da

idade, que frequentam algum curso, seja ele fundamental, médio ou superior,

dividido pelo total de pessoas entre 7 e 22 anos da localidade. Também entram na

contagem os alunos supletivos, de classes de aceleração e de pós-graduação

universitária, nesta área também está incluido o sistema de equivalências Rvcc ou

Crvcc, apenas classes especiais de alfabetização são descartadas para efeito do

cálculo.

O IDH do município de Apucarana é de 0,799 (PNUD/2000), sendo

caracterizado também o PIB - R$ 832.930.486,00 (IBGE/2004) e o PIB per capita -

R$ 7.282,00 (IBGE/2004).

O ENEM é um exame individual, de caráter voluntário, oferecido anual-

mente aos estudantes que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio

em anos anteriores. Seu objetivo principal é possibilitar uma referência para auto-a-

valiação, a partir das competências e habilidades que estruturam o Exame.

O modelo de avaliação adotado pelo ENEM foi desenvolvido com ênfase

na aferição das estruturas mentais com as quais construímos continuamente o co-

nhecimento e não apenas na memória, que, mesmo tendo importância fundamental,

não pode ser o único elemento de compreensão do mundo.

Diferentemente dos modelos e processos avaliativos tradicionais, a prova

do ENEM é interdisciplinar e contextualizada. Enquanto os vestibulares promovem

uma excessiva valorização da memória e dos conteúdos em si, o ENEM coloca o es-

tudante diante de situações-problemas e pede que mais do que saber conceitos, ele

saiba aplicá-los.

O ENEM mede a capacidade do estudante de assimilar e acumular

informações, incentivando a aprendizagem. Valoriza, portanto, a autonomia do

jovem na hora de fazer escolhas e tomar decisões.

Os resultados do ENEM do Colégio Heitor foram insatisfatório em relação

a colocação das escolas estaduais no município. A média do colégio foi igual a

524,6 (todos relacionados às provas do ano de 2009).

Outro dado importante é a consideração das taxas de abandono de

Ensino Médio do colégio, igual a 6%; uma porcentagem pequena se levado em

consideração que a maior parte representa o abandono de alunos matriculados no

período noturno, que necessitam na maioria das vezes de priorizar o trabalho.

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O IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) foi criado pelo

INEP em 2007, em uma escola de zero a dez. Sintetiza dois conceitos igualmente

importantes para a qualidade da educação: aprovação e médio de desempenho dos

estudantes em Língua Portuguesa e Matemática. O indicador é calculado a partir

dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de

desempenho nas avaliações do Inep, o Saeb e a Prova Brasil.

Os resultados do colégio foram: 2005 (4,2), 2007 (4,5) e 2009 (4,7), e as

metas: 2007 (4,2), 2009 (4,4), 2011 (4,7), 2013 (5,0), 2017 (5,6), 2019 (5,9), 2021

(6,1).

A distorção idade/série em nosso colégio é um total de 7% das matrículas

ativas no Ensino Fundamental, e 16% no Ensino Médio, conforme o anexo VII.

6 – MARCO CONCEITUAL

“A escola somente pode triunfar junto dos alunos do povo e fazê-los triunfarem, se for capaz de comunicar uma alegria atual aquilo que lhes ensina: o prazer de sentir a emoção de um poema, seja ele composto por um escritor ou por eles, de desenvolver um raciocínio coerente, de construir e de compreender os mecanismos, o sentimento de ter uma visão mais segura dos próprios problemas. Os alunos do povo pedem que a escola lhes fale deles mesmos e do seu tempo, do seu mundo e das suas lutas – o que implica uma conexão direta entre o movimento social e o que se passa na escola: deste modo, vai-se muito longe na exigência de transformação.”

(Georges SNYDERS, 1974)

Com este pensamento inicial segue-se em nosso colégio uma linha

progressista, pois não estamos acomodados com a situação do momento e

buscamos melhores condições de vida para nossos alunos – em seus aspectos

sociais, políticos, econômicos, culturais, entre outros.

“No sentido da educação integral, a pedagogia não se expressa apenas ao nível da produção da escola. A constituição de cidadãos verdadeiramente autônomos e livres requer que o terreno da experiência pedagógica seja o conjunto da sociedade.”

(Nascimento, 1997)

As Pedagogias Progressistas entendem que a educação tem um papel

primordial de transformação da sociedade. A relação professor-aluno é uma

atividade pela qual professores e alunos mediatizados pela realidade que

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apreendem e da qual extraem o conteúdo de aprendizagem atingem um nível de

consciência dessa mesma realidade, a fim de nela atuarem, num sentido de

transformação social.

Como as outras tendências progressistas, a crítico-social dos conteúdos

também está preocupada com a função transformadora da educação em relação à

sociedade, sem com isso, negligenciar o processo de construção do conhecimento

fundamentado nos conteúdos acumulados pela humanidade. Segundo ARANHA

(1996), a Pedagogia Histórico-crítica, busca “construir uma teoria pedagógica a partir

da compreensão de nossa realidade histórica e social, a fim de tornar possível o

papel mediador da educação no processo de transformação social, não porque a

educação possa por si só produzir a democratização da sociedade, mas a mudança

se faz de forma mediatizada, ou seja, por meio da transformação das consciências.”

É imprescindível que a escola trabalhe amplamente com os conteúdos. A

difusão de conteúdos é uma tarefa essencial. Conteúdos vivos, concretos e

indissociáveis das realidades sociais. A valorização da escola como apropriação do

saber pode torná-la mais democrática, pois ela é parte integrante do meio social e

agir dentro dela é agir para um caminho transformador da sociedade.

Para LIBÂNEO, “a atuação da escola consiste na preparação do aluno

para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio

da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e

ativa na democratização da sociedade.”.

O processo educativo é passagem da desigualdade à igualdade, somente

podemos considerar o processo educativo em seu conjunto como democrático sob a

condição de distinguir-se a democracia como possibilidade no ponto de partida e a

democracia como realidade no ponto de chegada, consiste em articular o trabalho

desenvolvido nas escolas com o processo de democratização.

A prática pedagógica contribui muito para esta democratização, na

medida em que se compreende como se coloca a questão da democracia

relativamente à natureza própria do trabalho pedagógico.

O conhecimento é construído a partir das experiências (fatores externos

ao indivíduo) e pelas características próprias do sujeito (fatores internos ao

indivíduo) o indivíduo passa por várias etapas, em que organiza o pensamento e a

afetividade.

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A criança e o adolescente não são passivos, nem o professor é simples

transmissor de conhecimento, nem por isso o aluno dispensa a atuação do mestre e

dos companheiros com os quais integram, mais propriamente, o conhecimento

resulta de uma construção contínua, entremeada pela invenção e pela descoberta.

Devemos pensar num novo professor, mediador do conhecimento, sensível e crítico, aprendiz permanente e organizador do trabalho na escola, um orientador, um cooperador, curioso e, sobretudo, um construtor de sentido. “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção (...) È preciso que, pelo contrário, desde o começo do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado (...) Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.”

Freire (1997)

Uma teoria não pode ser tida como verdade absoluta. O conhecimento é

sempre relativo e uma teoria é sempre limitada, por isso, uma teoria deve servir

como uma possibilidade, dentre tantas, de construção de educação diferenciada.

A própria prática pedagógica, que se renova a cada dia, deve ser vista

como um palco onde se experimenta, se inventa e se recria o ato de ensinar: nesse

palco, podem surgir outras teorias.

Por fim, na aplicação de uma teoria pedagógica é preciso levar em conta

a realidade sociocultural dos alunos, para que não se caia no risco de reproduzir e

de copiar mecanicamente determinada concepção de educação: o que deu certo em

um determinado lugar, não necessariamente, pode responder às necessidades de

uma outra e diversa realidade.

Com base nessas teorias progressistas e seguindo a linha dos diversos

pensadores citados e ainda outros que apresentam pensamentos que contemplam o

construtivismo é que desenvolveremos ações para sanar as falhas apresentadas e

as que surgirão na educação básica e no curso profissionalizante que nosso colégio

oferece a comunidade.

Na tentativa de compreender a relação entre o homem e seu ambiente

físico e social, permeado pela educação e trabalho, que resulta na transformação de

si mesmo e do seu meio, serão colocadas algumas concepções dos elementos

vinculados à educação.

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6.1 Educação Profissional

O Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Heitor C. A. Furtado

apresenta a integração entre nível médio e Educação Profissionalizante através dos

cursos ofertados: Alimentos (subseqüente) segundo o Decreto n°5154/04 e

Segurança do Trabalho (na modalidade PROEJA) segundo o Decreto n°5840/06.

O que se pretende com a oferta desses cursos é uma integração

epistemológica de conteúdos, metodologias e práticas educativas, ou seja, uma

verdadeira integração “teórico-prática” entre saber e saber-fazer.

Remetemos o termo [integrar] ao seu sentido de completude, de compreensão das partes no seu todo ou da unidade no diverso, de tratar a educação como uma totalidade social, isto é, nas múltiplas mediações históricas que concretizam os processos educativos [...]. Significa que buscamos enfocar o trabalho manual/trabalho intelectual, de incorporar a dimensão intelectual ao trabalho produtivo, de formar trabalhadores capazes de atuar como dirigentes e cidadãos. (CIAVATTA, 2005, p.84).

Em todo o ambiente escolar a preocupação não está na formação de

profissionais voltados para práticas unilateriais. A concomitância entre a visão de

educação e mundo do trabalho é papel primordial, levando-se em conta o que diz a

LDB à respeito da Educação Profissional: “A Educação Profissional integrada às

diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao

permanente desenvolvimento de aptidões para a sua vida produtiva.” (BRASIL,

1996, art.39).

Nesta perspectiva pode-se afirmar então, que a formação se dará a nível

social e profissional. “A qualificação neste intercâmbio permite a inserção a atuação

cidadã no mundo do trabalho, com efetivo impacto para a vida e o trabalho das

pessoas.” (BRASIL, 2003, p.24).

É preciso contudo, tratar o trabalho como princípio educativo, como afirma

Acácia Kuenzer, “A finalidade da escola que unifica cultura e trabalho é a formação

de homens desenvolvidos multilateralmente, que articulem à sua capacidade

produtiva às capacidades de pensar, de estudar, de dirigir ou de controlar quem a

dirige”.

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6.2 Concepção de Homem

Segundo Marx e Engels. "É na prática que o homem deve demonstrar a

veracidade do seu pensamento; a discussão sobre a realidade do pensamento

isolada de seu caráter prático é um problema puramente escolástico, próprio dos

filósofos que se propõem a contemplar a realidade sem transformá-la".

A formação produzida terá caráter prático, fornecendo elementos para

a compreensão e intervenção na realidade, desde que ocorra reflexões teóricas e de

inserção empírica.

Trata-se, principalmente em pensar o homem como detentor do saber

elaborado e historicamente acumulado, mas, ao mesmo tempo, sem tomar esse

saber como absoluto. Quem seja capaz de superar o senso comum, tendo suma

formação da consciência política crítica, através de uma práxis dialética entre a

teoria e a prática, pensar e agir. É importante entender que o saber se produz dentro

das relações sociais.

O homem é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-a

segundo suas necessidades e para além delas. Nesse processo de transformação,

ele envolve múltiplas relações em determinado momento histórico, assim, acumula

experiências e em decorrência destas, ele produz conhecimentos. Sua ação é

intencional e planejada, mediada pelo trabalho, produzindo bens materiais e não-

materiais que são apropriados de diferentes formas pelo homem, conforme

Saviani(1992): ‘O homem necessita produzir continuamente sua própria existência.

Para tanto, em lugar de se adaptar a natureza, ele tem que adaptar a natureza a si,

isto é, transformá-la pelo trabalho’.

Considerando o homem em ser social, ele atua e interfere na sociedade,

se encontra com o outro nas relações familiares, comunitárias, produtivas e também

na organização política, garantindo assim sua participação ativa e criativa nas

diversas esferas da sociedade. O homem, como sujeito de sua história, segundo

Santoro ‘...é aquele que na sua convivência coletiva compreende suas condições

existenciais transcende-as e reorganiza-as, superando a condição de objeto,

caminhando na direção de sua emancipação participante da história coletiva’.

Partindo do pressuposto que o homem constitui-se um ser histórico, faz-

se necessário compreendê-lo em suas relações inerentes a natureza humana. O

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homem é, antes de tudo, um ser de vontade, um ser que se pronuncia sobre a

realidade.

6.3 Concepção de Mundo

Os processos de globalização do mundo econômico e da mundialização

da cultura, desencadeados pela sociedade tecnológica em que vivemos, recolocam

as questões da sociabilidade humana em espaços cada vez mais amplos, trazendo

as questões de identidade pessoal e social cada vez mais complexos.

Vygostsky, inspirando nos princípios do materialismo dialético, considera

o desenvolvimento da complexidade da estrutura humana como um processo de

apropriação pelo homem da experiência histórica e cultural. Nesta perspectiva, a

premissa é de que o homem constitui-se como tal, através de suas interações

sociais, portanto, é visto com alguém que transforma e é transformado nas relações

produzidas em uma determinada cultura. É por isso que seu pensamento costuma

ser chamado de sócio – interacionista.

Nas últimas décadas, novas formas de convivência humana foram se

desenvolvendo, novos paradigmas foram colocados, mas tanto no modelo do mundo

capitalista, quanto na tentativa frustrada do socialismo, a verdade não reina

soberana em nenhum deles. Dessa forma está se buscando um novo modelo

explicativo da sociedade atual.

No contexto em que o homem é um ser que interage socialmente no seu

meio, faz-se necessário que ele tenha uma formação básica geral, com

desenvolvimento do pensamento reflexivo, crítico, atuante e hábil para poder, com

maior facilidade, ter acesso ao mundo do trabalho, mas também vincular-se à prática

social, na qual o exercício da afetividade, da sensibilidade da ética far-se-ão

presentes no mundo contemporâneo.

Quando a ciência e a tecnologia caminham a passos gigantescos, não é

mais possível conduzir o processo ensino-aprendizagem de forma estanque,

compartimentalizada, especializada, como se cada qual – professor e aluno –

olhasse apenas ao seu redor, alheio ao que se passa no mundo, no universo...

A visão do mundo precisa ser global. A economia e a sociedade

necessitam de homens, com formação básica geral, capazes de se adaptarem à

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realidade, significativamente não só na produção de bens e serviços, mas também

no conjunto das relações sociais e nos padrões culturais vigentes.

Essas relações têm o objetivo de estabelecer um elo com o conhecimento

científico tecnológico e sócio-histórico, de modo a assegurar a separação básica

para a participação nas relações sociais e produtivas, de forma cidadã.

Vivemos em um mundo onde a necessidade se torna cada vez maior de

se ter uma conjugação científica tecnológica, desenvolvendo assim capacidades

cognitivas, metodológicas e éticas que conduzam a autonomia intelectual e moral,

levando consigo a capacidade de usar esse conhecimento para transformar o

mundo. O aumento da concentração capital, da mundialização da economia e dos

novos paradigmas de organização estão tão marcantes que diante dessa nova

concepção de mundo demanda uma unificação entre ciência, cultura e trabalho.

6.4 Concepção de Educação

A Seção I (Da Educação) do Capítulo III da Ordem Social inicia com um

conceito de educação:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da Família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Ao estabelecer a educação como um direito de todos, nossa Constituição

adota a posição dos países mais adiantados em relação ao assunto, põe em prática

o que prescreve o artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948)

e a eleva à condição de serviço público essencial, de real responsabilidade do

Estado.

Pode-se, assim, afirmar que o direito à educação evoluiu em nossa

Constituição e nossas leis, deixando de ser um direito puramente abstrato para

tornar-se um direito público subjetivo (§ 1º do art. 208) que tem plena eficácia em

relação ao ensino obrigatório e gratuidade. Esse direito, no nível do ensino

fundamental, tem aplicabilidade imediata, podendo ser exigido judicialmente em

caso de omissão, desleixo ou desinteresse do Poder Público:

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:I. ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua

oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria;

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II. progressiva universalização do ensino médio gratuito;III. atendimento educacional especializados aos portadores de deficiência,

preferencialmente na rede regular de ensino;IV. atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de

idade;V. acesso aos níveis mais elevados de ensino, da pesquisa e da criação

artística, segundo a capacidade de cada um;VI. oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;VII.atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de

programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

§1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.§2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.§3º Compete ao Poder Publico recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.

O direito de todas as pessoas à educação já constava da Declaração

Universal dos Direitos Humanos, aprovada na ONU em 1948, tendo sido enfatizado

na Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em Jomtien, em

1990. Em 1994, a Declaração de Salamanca, da Conferência Mundial sobre

Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade reafirma esse direito e

solicita maior esforço dos governos para a melhoria do acesso ao ensino.

O direito de todos à educação tem seu paralelo no preceito da igualdade

de todos perante a lei. Mas, apesar de seu valor como fundamento da democracia

moderna, a igualdade perante a lei não constitui elemento suficiente para garantir a

igualdade social. Um dos defeitos mais apontados dos Estados democráticos

modernos é o de tratar igualmente os desiguais, gerando situações de clara injustiça

social. As profundas diferenças de oportunidades, agravadas pelo abismo que

separa os diferentes estratos sociais, formam um quadro que contrasta vivamente

com a afirmação de igualdade.

Entretanto, a afirmação do princípio constitui base para a promoção do

avanço social, representando um fundamento importante para as reivindicações dos

cidadãos e dos movimentos sociais para a ampliação das oportunidades de acesso

e de melhoria da qualidade dos serviços educacionais1.

Ao direito à educação, corresponde um dever do Estado e da Família, ou

seja, a educação deve ser dada no lar e na escola. Em outros momentos, a

Constituição enfatiza o papel da família na educação.

1 Cf. CASTRO, Marcelo Lúcio Ottoni de. A educação na constituição de 1988 e a LDB. Brasília: André Quicé, 1998.

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Já o papel do Estado na ação educativa tem início com a obrigação de

construir, organizar e manter escolas, proporcionando a democratização e a

gratuidade do ensino, completando-se pelo respeito às leis do ensino, pela avaliação

das instituições e pelo desenvolvimento do nível de qualidade de ensino.

Não convém, como alerta Marcelo Castro, entrar na querela antiquada de

saber se cabe à família ou ao Estado a responsabilidade maior na formação dos

indivíduos, já que ambos exercem papéis importantes e diferenciados, porém, não

opostos, mas, complementares, sendo igualmente nociva a omissão de qualquer um

deles.

Por outro lado, ao apresentar a família como um dos núcleos

fundamentais da organização social, não se deve deixar de lado sua historicidade,

ou seja, a família, com as funções que hoje conhecemos, é um produto do século

XIX. A transferência do trabalho produtivo fora do domínio doméstico foi um

fenômeno impulsionado pela Revolução Industrial. Com efeito, no início da era

moderna, a evolução impulsionada por fatores culturais e pela transferência do

trabalho produtivo para fora da esfera doméstica retirou a socialização dos filhos do

círculo familiar, transferindo-a, em grande parte, para a escola.

É o que Antoine Prost denomina de “fechamento da família sobre a vida

privada”, sendo substituída pela escola. E completa: “como toda educação é

educação para a vida pública, a família, ao tornar-se puramente privada, deixa de

ser plenamente educativa”. No entanto, é preciso observar que, ao fazer da

educação uma preocupação pública, cada vez menos circunscrita à esfera privada

da família, essa evolução fortaleceu as iniciativas do Estado no campo escolar e em

outros domínios, como a saúde e a higiene infantis.

No entanto, a crise do modelo atual não retira da família seu caráter

elementar de agregação humana, de desenvolvimento de valores afetivos e de

funções econômicas, apesar de alimentar fenômenos como o abandono das

crianças e a crescente renúncia dos pais (nem sempre consciente) às suas

responsabilidades na formação dos filhos com a respectiva sobrecarga do papel da

escola e dos trabalhadores da educação.

Mas a Constituição indica que, ao dever do Estado e da família, se agrega

a colaboração da sociedade, suprindo, muitas vezes, as deficiências do Estado.

Trata-se, aqui, não apenas da livre iniciativa (ou educação privada) como também

das iniciativas solidárias e comunitárias e, destaque especial, os meios de

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comunicação de massa que, na sociedade contemporânea, se tornaram os

principais veículos de disseminação de informação e formação de valores, hábitos,

atitudes e comportamentos.

Qualquer que seja, no entanto, o agente educativo (Estado, família ou

sociedade) a educação deverá sempre estar subordinada à suas três finalidades

maiores:

- pleno desenvolvimento da pessoa (formação integral da pessoa humana que, por

definição, já encerraria os outros dois);

- desenvolvimento político (preparação para o exercício da cidadania: consciência

em relação às suas responsabilidades como cidadão, e aos seus direitos civis e

políticos, para que possa atingir a maturidade política);

- desenvolvimento social (qualificação para o trabalho: com enfoque mais

humanístico que econômico, assumindo o trabalho não como simples categoria

econômica, mas como elemento indispensável para o desenvolvimento integral

do homem).

Hannah Arendt, eminente filósofa alemã de nossa época, mostra que a

obsessão pelo trabalho (a dimensão de homo faber sobrepondo-se às de homo

sapiens ou homo ludens) pode embotar a atividade humana de falar e agir, ou seja,

a de atuar na esfera pública, com desastrosos resultados para a convivência e a

tolerância. Daí a importância de que a escola não apenas seja um veículo de

preparação para o mundo do trabalho, mas também de formação de cidadãos

ativos, críticos e dispostos a viverem em um mundo marcado pelas diferenças de

perspectivas.

A educação deve ser um processo pela dimensão histórica por

representar a própria história individual do ser humano e da sociedade em sua

evolução, permitindo a superação dos condicionamentos individuais ou sociais e

possibilitando não apenas a inserção do educando no mundo da produção, mas o

enfrentamento dos desafios de mudança de modo transformador.

Segundo Acácia Z. Kuenzer com a nova concepção de trabalho, antes

Educação e trabalho, hoje trabalho como princípio educativo, compreendido

enquanto proposta pedagógica determinada pelas bases materiais de produção em

cada etapa de desenvolvimento das forças produtivas, para formar os intelectuais

necessários ao desenvolvimento das funções essenciais decorrente das formas

históricas de divisão social e técnica do trabalho. A educação passou a buscar a

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construção de novos pressupostos, tanto teóricos como metodológicos que

permitam fazer uma análise da qualidade em termos de desafios e perspectivas.

Optou por uma metodologia qualitativa que articulam a lógica formal e a

lógica dialética. Categorias metodológicas que buscam na determinação mais

simples do objeto de investigação, poder estudar o conjunto das relações que

estabelece com os demais fenômenos e com a totalidade, entendendo o caráter

mediador da qualificação nas relações entre capital e trabalho.

Temos que pensar em uma educação que articule os interesses dos

trabalhadores e em uma nova forma de produção de conhecimento que articula as

capacidades de agir intelectualmente e pensar produtivamente.

6.5 Concepção de Educando

O educando é o ser em desenvolvimento que busca o seu direito de

acesso, permanência e sucesso na escola. Ao buscar esse direito, ele deve receber

da escola tratamento diferenciado, visando promover igualdade entre os desiguais.

Isto significa que o educando, embora diferenciado em sua condição sócio-

econômica-cultural, tem direito, perante a justiça, na busca de equidade no acesso à

educação, ao emprego, à saúde, ao meio ambiente saudável, e outros benefícios

sociais e no combate a todas as formas de preconceito e discriminação por motivo

de raça, sexo, religião, cultura, condição econômica, aparência ou condição física.

Dentro da LDB, há direitos do educando como: gratuidade do ensino

fundamental e médio nas escolas públicas, atendimento educacional especializado

gratuito aos educandos com necessidades especiais, acesso aos níveis mais

elevados do ensino, segundo a capacidade de cada um , garantia de padrões

mínimos de qualidade de ensino, garantia de acesso e permanência na escola aos

alunos – trabalhadores, sendo assim, é necessário que os jovens além de

permanecerem na escola lhes sejam proporcionados mediações necessárias para

que desenvolvam conhecimentos, habilidades cognitivas e comportamentais que

lhes permitam trabalhar intelectualmente e pensar praticamente, através do domínio

do método científico, das formas de comunicação, de relacionamento e organização

coletiva, mediando o conhecimento científico com as relações sociais, tornando

cidadãos aptos a resolverem situações da prática social e produtiva.

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Estas novas demandas, em atender às exigências da vida social e

produtiva, exigem que os educandos sejam flexíveis, que acompanhem as

mudanças tecnológicas e que lhes sejam oferecidos uma ampla educação,

objetivando a formação humana nas dimensões sociais, política e produtiva,

adotando o trabalho como princípio educativo.

6.6 Concepção de Educador

O professor é o profissional que detém o conhecimento formal e que, pela

interação entre ele e o educando, deverá propiciar a este as oportunidades de

acessar as informações, observações, confrontações e de exercer as atividades de

reflexão e crítica para formação de conceitos e construção de seus conhecimentos.

É preciso que o educador tenha visão global do Currículo escolar do

ensino fundamental, médio e profissionalizante e conhecer o nível de

desenvolvimento intelectual do educando para estabelecer a sua proposta escolar,

selecionando conteúdos, planejando atividades e escolhendo a metodologia

adequada, em função do objetivo educacional proposto.

O educador deve estar atento à formação do educando, não se

esquecendo dos eixos organizadores da doutrina curricular expressa na LDB:

interdisciplinaridade e contextualização e o desenvolvimento dos princípios

axiológicos e pedagógicos para que o educando alcance, ao final do ensino

fundamental e médio, as competências e habilidades estabelecidas na proposta

curricular.

O diagnóstico dos avanços e das dificuldades apresentadas pelos alunos

deve ser contínuo no decorrer das atividades escolares, para a intervenção

necessária do professor, a fim de dirimir os nós que emperram a caminhada na

construção do conhecimento.

Para que educadores possam enfrentar essas amarras das mudanças

provocadas pela mundialização econômica e social, se torna necessário ser flexível,

acompanhar as mudanças tecnológicas decorrentes da dinamicidade da produção

científico-tecnológica contemporânea.

O educador deve entender a produção do conhecimento como práxis

transformadora, buscando no mundo das relações sociais e produtivas a

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compreensão das práticas pedagógicas escolares e não escolares historicamente

construídas.

Com isso, o conhecimento produzido terá caráter prático, fornecendo

elementos para a compreensão e intervenção na realidade. A metodologia utilizada,

quando oferece condições ao educando de perceber através da práxis a mediação

da teoria com a prática, buscando a totalidade dos fatos e suas contradições em um

transcurso dialético promove a construção da cidadania, entendida como construção

do homem e da sociedade, através da responsabilidade, da crítica, da criatividade e

de sua autonomia intelectual.

6.7 Concepção de Escola

A escola é uma instituição criada pela sociedade constituída, em função

dela própria, para formação básica do indivíduo, que se modifica através da

aquisição de conhecimentos e modifica a sociedade na qual está inserido.

A escola é um espaço constituído de diversas dimensões para transmitir

conhecimentos e instruções: a pedagógica, a administrativa, a política, a social, a

cultural, a humana. Cada dimensão atende a determinados campos de ação. A

pedagógica atende questões pertinentes ao processo ensino – aprendizagem; a

administrativa cuida de questões de infra-estrutura e de pessoal; a política, do

processo decisório; a social; da relação escola x comunidade; a cultural confere

identidade social-cultural; a humana se relaciona com sentimentos, conceitos e

preconceitos de cada ser humano da comunidade escolar.

O eixo central da escola é o pedagógico e as questões administrativas

são atividades que requerem outros meios e cuidados para a sua realização, mas

para que o pedagógico tenha êxito é preciso que todas as outras dimensões

funcionem interligadas, visando a sua finalidade maior, que é a de garantir o direito

ao saber científico, cultural e ético, para a formação básica do educando.

Não basta dizer para a comunidade que a escola é importante. É preciso

mostrar à sociedade por meio de seus trabalhos, publicações de alunos e

professores; de participação na busca de soluções para os problemas comunitários;

realizar projetos e atividades dirigidas ao público, à comunidade; fazer exposições

de materiais; organizar e participar de seminários e fóruns sobre assuntos de

interesse comunitário onde se situa; dar voz à escola através de publicações e

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manifestações nas mídias; desenvolver trabalhos voltados ao lazer, esporte, cultura,

arte e convivência fraterna com a comunidade local e regional. Dessa forma, a

escola estará se firmando como instituição social necessária e significativa para a

vida dos alunos e da comunidade, tomando o trabalho como princípio educativo.

A escola é vista como espaço de detenção do saber, onde se adquire

conhecimentos, valores e atitudes, portanto os processos e formas de organizar os

espaços de aprendizagem é muito importante.

É na escola que os jovens encontram espaço para apropriação do

conhecimento científico. Portanto, a instituição deverá ter por meta a universalização

dos conhecimentos promovendo a inserção na vida social, política e produtiva, ser

inclusiva presando pela igualdade. Para tanto, a escola pública tem de organizar e

adequar os conteúdos e as metodologias às necessidades educacionais dos

educandos, para fornecer-lhes além da educação básica, conhecimentos e a

possibilidade de uma educação profissional.

6.8 Concepção de Currículo

6.8.1 Contextualizando Currículo: um pouco de história

Atualmente, as discussões sobre currículo estão ganhando espaço seja

na literatura especializada, seja no cotidiano da vida escolar. Parâmetros

curriculares, diretrizes, reestruturações, revisões, alterações curriculares são termos

que fazem parte do dia a dia da escola e reflexões sobre o assunto são pauta em

atividades de planejamento e avaliações pedagógicas.

A polissemia do termo “currículo” empregado para designar tanto um rol

de disciplinas e atividades a serem cumpridas num determinado prazo como um

artefato sócio-cultural construído e determinado historicamente, traduz a

abrangência e a complexidade desta área de estudo.

Compreender essas definições exige buscar alguns de seus pontos de

origem. De acordo com Hamilton é preciso retroceder até Glasgow em 1633. O

Oxford English Dictionary registra que o termo currículo foi utilizado pela primeira

vez pela Universidade de Glasgow para referir-se a um plano estruturado de

estudos.

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Porém, muitos anos antes disso, os filósofos gregos Platão e Aristóteles

já descreviam os temas que deveriam ser ensinados aos seus discípulos. São

clássicas também as referências ao trivium (gramática, retórica e dialética) e ao

quadrivium (astronomia, geometria, música e aritmética), modelos que organizavam

a educação na Idade Média e do Renascimento.

A própria emergência da palavra curriculum, no sentido que modernamente atribuímos ao termo, está ligada a preocupações de organização e método (...) O termo curriculum, entretanto, no sentido que hoje lhe damos, só passou a ser utilizado em países europeus como França, Alemanha, Espanha e Portugal muito recentemente, sob a influência da literatura educacional americana. (SILVA, 1999, p. 21).

Na década de 1920, a educação das massas exigia, da sociedade

americana, definições em relação aos seus objetivos e formas. Questões

relacionadas aos objetivos da educação escolarizada, o que e como ensinar era

objeto das discussões educacionais. Neste contexto, é que em 1918, nos Estados

Unidos, Franklin Bobbitt publica The Curriculum e propõe que a educação deveria

funcionar de acordo com os princípios da administração científica propostas por

Taylor e, portanto, como uma ferramenta pedagógica da sociedade industrial.

Tal como uma indústria, Bobbit queria que o sistema educacional fosse capaz de especificar precisamente que resultados pretendia obter, que pudesse estabelecer métodos para obtê-los de forma precisa e formas de mensuração que permitissem saber com precisão se eles foram realmente alcançados. O sistema educacional deveria começar por estabelecer de forma precisa quais são seus objetivos. Esses objetivos, por sua vez, deveriam se basear num exame daquelas habilidades necessárias para exercer com eficiência as ocupações profissionais da vida adulta. O modelo de Bobbit era claramente voltado para a economia. Sua palavra-chave era “eficiência”. (SILVA, 1999, p. 23).

Temos, até então, três pontos de origem do termo currículo. Sintetizando:

compreende-se currículo como: a) um plano estruturado de estudos; b) indicações

do que se ensina; e c) uma ferramenta pedagógica da sociedade industrial. Seria

ingênuo pensar que superamos esses entendimentos ou que eles se apresentam de

forma sucessória, ou seja, um substituindo o outro. Cada uma destas compreensões

tem seus argumentos e se mantém no ideário pedagógico de muitos educadores até

hoje.

No entanto, a década de 1980, no Brasil, vai marcar a emergência de

outras teorizações influenciadas pela crítica e pela literatura europeia em

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contraposição ao referencial norte-americano. Dois grupos nacionais vão dominar o

cenário: a pedagogia histórico-crítica – representada, principalmente, por Dermeval

Saviani – e a pedagogia libertadora – representada por Paulo Freire. Toma-se

hegemônica, então, a idéia de que o currículo só pode ser compreendido quando

contextualizado política, econômica e socialmente.

No início dos anos 1990, o campo do currículo vivia essas múltiplas

influências. Os estudos em currículo assumiram um enfoque nitidamente

sociológico, em contraposição à primazia do pensamento psicológico até então

dominante. Os trabalhos buscavam, em sua maioria, a compreensão do currículo

como espaço de relações de poder (LOPES & MACEDO, 2002, p. 13).

Esses novos estudos vão conceituar currículo como “um artefato social e

cultural. Isso significa que ele é colocado na moldura mais ampla de suas

determinações sociais, de sua história, de sua produção contextual”. (MOREIRA &

SILVA, 1995, p. 7).

6.8.2 O currículo do Ensino Médio

Para refletir sobre o currículo do Ensino Médio é preciso lembrar que a

atual legislação restabeleceu a dualidade entre a formação geral e a profissional.

“Ao ensino médio cabe a formação das competências mais gerais e ao ensino

profissional, a formação das competências específicas”. (LOPES, 2001, p. 4).

Deve-se lembrar também, que:

Na tradição teórica de Bobbitt, Charters e Tyler, em linhas gerais, havia em comum a estreita associação entre currículo e mundo produtivo, visando a eficiência do processo educacional, à adequação da educação aos interesses da sociedade e, consequentemente, ao controle do trabalho docente e à administração do trabalho escolar. Tais teorias interpretavam a escola a partir de princípios derivados do modelo de organização fabril. (LOPES, 2001, p. 5).

Ou seja, mesmo que as atuais propostas curriculares para o ensino médio

não apresentem em suas referências bibliográficas os autores supra citados, o

discurso se mantém vinculado às eficiências sociais e recontextualizadas pela

associação a perspectivas cognitivo-construtivistas. (LOPES, 2001).

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6.8.2.1 Tensões no Ensino Médio

a) Currículo por competências X currículo por disciplinas

“Em termos de organização, o currículo por competências não é

disciplinar, na medida em que as habilidades e competências a serem formadas

exigem conteúdos de diferentes disciplinas.” (LOPES, 2001, p.7). Por isso, o atual

modelo da educação profissional: a organização por módulos, supondo que cada

módulo englobe conteúdos e atividades que sejam capazes de formar determinado

conjunto de habilidades. Isso expressa um currículo integrado – não

necessariamente associado a uma dimensão crítica.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM)

estabelecem um currículo organizado em três áreas. As tecnologias são o princípio

integrador e toda proposta tem por eixos a interdisciplinaridade e a contextualização.

Apesar desses princípios integradores apresentados, os PCNEM

permanecem garantindo a estabilidade dos limites disciplinares. Sua elaboração foi

disciplinar e a compreensão expressa é a de que a interdisciplinaridade não visa

superar as disciplinas.

Dessa forma, os PCNEM apresentam listagens de competências, cujos

enunciados remetem:

c) aspectos especificamente disciplinares tais como: “Apresentar suposições e

hipóteses acerca dos fenômenos biológicos em estudo” (Biologia);

d) habilidades genéricas, nitidamente passíveis de serem desenvolvidas pela

disciplina em questão, como “reconhecer e aplicar o uso das escalas

cartográfica e geográfica como formas de organizar e conhecer a localização,

distribuição e frequência dos fenômenos naturais e humanos” (Geografia).

Em contrapartida, o documento do ENEM das cinco competências e vinte

e uma habilidades dadas podem ser desenvolvidas por diferentes disciplinas, de

forma integrada ou não, como, por exemplo, “em um gráfico cartesiano de variável

sócio-econômica, identificar e analisar valores das variáveis, intervalos de

crescimento ou decréscimo e taxas de variação”.

Observa-se, então que a idéia gerada por esses documentos é a de que a

mudança necessária ao ensino médio é uma mudança de organização curricular e

não de seleção de conteúdos.

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Para tanto, foram realizados diversos encontros de educadores para a

construção das DCE (Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná), que está

organizada a partir das disciplinas que compõem a base nacional comum e a parte

diversificada. As disciplinas estão organizadas constituindo-se de uma abordagem

sobre a dimensão histórica da disciplina, com ênfase na problematização das

relações entre as ciências de referência e a disciplina escolar. Ficou definido os

conteúdos estruturantes das disciplinas, ou seja, os saberes – conhecimentos de

grande amplitude, conceitos ou práticas.

As diretrizes apresentam fundamentos teóricos-metodológicos, os

conteúdos estruturantes, o encaminhamento metodológico, a avaliação dentro da

perspectiva pedagógica histórico-crítica.

b) Seleção X organização de conteúdos

O fato de o currículo se constituir numa seleção particular da cultura geral

de uma sociedade caracteriza a cultura escolar como uma “... reconstrução da

cultura, feita em razão das próprias condições das quais a escolarização reflete suas

pautas de comportamento, pensamento e organização.” (SACRISTÁN, 1996, p.34).

O conceito de “cultura curricularizada”, utilizado por SACRISTÁN (1996),

surge ao se estabelecerem as relações entre cultura e currículo, considerando que a

cultura diz respeito aos conteúdos, processos ou pendências “externos” à escola e o

currículo a conteúdos e processos “internos”. Assim, o que ocorre no currículo tem

como causa o que se trama na cultura exterior, mas também os códigos e

mecanismos tipicamente escolares que passam a ser um artefato especial com

significado próprio, embora relacionados com o que ocorre no pano de fundo

externo.

Compreender desta forma as relações entre cultura e currículo significa falar da escola como um espaço sócio-cultural que participa ativamente da complexa trama social que constitui o ser humano. O meio é fonte de conhecimento, e é construído a partir da atividade dos indivíduos em interação com os elementos que o constituem. E o meio é constituído pela cultura. Esta noção de cultura integrante do processo de construção de conhecimento e do próprio sujeito é central para a concepção de aprendizagem, pois esta incorpora a experiência dos indivíduos. (FORQUIN, 1993, p. 16).

Conforme revela Forquin, as relações entre a cultura e a escola são

marcadas pela seletividade. Assim, toda educação escolar supõe sempre uma

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seleção no interior da cultura e uma reelaboração dos conteúdos da cultura

destinados a serem transmitidos às novas gerações. No entanto, essa educação,

não se limita a fazer uma seleção entre os saberes e materiais culturais disponíveis;

ela deve, também, torná-los assimilável às novas gerações. Delineia-se, assim, uma

cultura específica dotada de uma dinâmica própria que sai dos limites da escola e

imprime sua marca didática e acadêmica a uma variedade de outras atividades.

Trata-se, portanto, da cultura escolar.

O autor estabelece uma distinção entre cultura da escola e cultura

escolar. A “cultura da escola” caracteriza-se por ser “um mundo social” com suas

características de vida própria, ritmos, ritos, sua linguagem, seus imaginários, modos

próprios de regulação e de transgressão, seu regime próprio de produção e de

gestão de símbolos. Já a “cultura escolar” pode ser definida “[...] como o conjunto de

conteúdos cognitivos e simbólicos que selecionados, organizados, ‘normalizados’,

sob o efeito dos imperativos de didatização, constituem habitualmente o objeto de

transmissão deliberada no contexto das escolas” (FORQUIN, 1993, p. 167).

Também a definição do que sejam conteúdos evolui e se amplia no

decorrer dos tempos. De acordo com Sacristán (1988) existem algumas razões que

explicam a evolução e a ampliação deste conceito. São elas:

• a ampliação das funções socializadoras atribuídas às escolas nas sociedades

modernas. O currículo, síntese dos conteúdos socializadores, assume a

forma de cultura escolar, compreendendo a cultura como a forma de pensar,

sentir, fazer, atuar e se expressar de um grupo social;

• a escolarização vem desempenhando diversas funções. Espera-se dela que

distribua cultura, prepare para o mundo do trabalho, forme bons cidadãos,

cuide do bem-estar do indivíduo e do seu desenvolvimento pessoal;

• a explosão do conhecimento e as possibilidades técnicas de acesso à

informação exigem a revisão do que se entende por conteúdos relevantes nas

diferentes áreas de saber e da cultura. “O conteúdo relevante de uma matéria

é composto dos aspectos mais estáveis da mesma e daquelas capacidades

necessárias para continuar tendo acesso e renovar o conhecimento

adquirido.” (SACRISTÁN, 1998, p. 153).

A definição dos conteúdos que são válidos e/ou significativos para cada

contexto escolar vai depender da compreensão de quais conhecimentos devem ser

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apropriados – como produtos da cultura – e como estas experiências serão

continuadas, construindo-se novos conhecimentos – a cultura como processo. Para

Sacristán (1998, p. 153) um problema se estabelece porque “(...) novos significados

do conteúdo não se encaixam com facilidade nas áreas ou disciplinas nas quais

tradicionalmente se distribui o currículo e nas consequentes especialidades do

professorado”. Desse modo, instaura-se mais uma tensão no processo de discussão

das alterações curriculares, ou seja, o embate entre o conteúdo a ser ensinado e o

domínio desse conhecimento pelo corpo docente que compõem o curso.

Os argumentos que apóiam o caráter social do processo de seleção de

conteúdos são:

• a relatividade histórica – cada lugar e momento entende de forma diferente o

que é importante para ser transmitido;

• a seleção de conteúdos favorece mais uns dos que outros – é uma decisão

política sobre o que e onde ensinar;

• o processo decisório mostra que os currículos são opções tomadas por quem

deve fazê-lo dentro de um determinado equilíbrio de forças sociais.

Levando-se tudo isso em conta, resta-nos perguntar até que ponto a

necessidade de atender as atuais forças sociais (o mercado), desvaloriza os

conhecimentos teóricos, acadêmicos, científicos, mostrando que esse tipo de

conhecimento “não vale nada do ponto de vista da ação profissional”.

A celebração do “fim da teoria” – movimento que prioriza a eficiência e a

construção de um terreno consensual que toma por base a experiência imediata ou

o conceito corrente de “prática reflexiva” – se faz acompanhar da promessa de uma

utopia alimentada por um indigesto pragmatismo “(...) Em tal utopia pragmática,

basta o “saber fazer” e a teoria é considerada perda de tempo ou especulação,

metafísica e, quando não, restrita a uma oratória persuasiva e fragmentária, presa à

sua própria estrutura discursiva”.(MORAIS, 2001, p. 3).

Discussões sobre os conteúdos programáticos de uma determinada

disciplina, que tenham presentes as demais disciplinas e atividades tornam-se

fundamentais para a compreensão do processo de seleção e organização dos

conhecimentos necessários para o alcance dos objetivos expressos no projeto

pedagógico da escola ou do curso.

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Ao se tornar consciente do “recorte” escolhido, o docente ampliará suas

possibilidades de estabelecer relações entre o conhecimento historicamente

acumulado e a prática social na qual acontece o ato educativo.

[...] impulsionando a participação construtiva de todos os envolvidos no processo pedagógico na assimilação consciente, seletiva e responsável dos conhecimentos disponíveis, incluindo sua percepção crítica, suas faces ideológicas e contraditórias, bem como estimulando a construção de saberes socialmente pertinente e democraticamente relevante. (GOERGEN, 2002, p. 83).

Assumir essa decisão coletiva sobre os conhecimentos a ensinar significa

que o trabalho educativo é uma atividade intencional que se diferencia das formas

espontâneas de educação e que, por isso, não pode se restringir à discussão

puramente técnica ou operacional do imediato da sala de aula, nem ser reduzida a

uma reprodução “conteudista”.

A importância do trabalho educativo remete novamente à discussão

curricular, especialmente ao questionamento sobre se, na escolha dos conteúdos

escolares, a cultura escolar considera a relação entre os conhecimentos e as

operações intelectuais que se pretende, sejam desenvolvidas nos alunos, ou seja: a

reflexão, o silogismo, a abstração, a lógica e outros.

Compreendido nesta perspectiva, o processo educativo valoriza as

dinâmicas pedagógicas que promovam a análise, a síntese, a discussão e a troca de

ideias. Nesse sentido, os trabalhos em grupo, as discussões e seminários

constituem-se em atividades essenciais para o desenvolvimento do aluno. Também

a diversidade de experiências é um fator central e indispensável ao grupo, uma vez

que propicia ao indivíduo a ampliação das capacidades cognitivas.

c) O professor como operador do currículo X a formação continuada

Se as diversas instituições sociais estão enfrentando mudanças, a escola

como instituição educativa e os docentes que nela também estão desafiados pelos

cenários em transformação. A esse respeito assim se expressa Goergen (2002,

p.71):

Os próprios docentes, como não poderia deixar de ser, encontram-se envolvidos nessa crise de identidade. Invadem-nos incertezas a respeito do que somos, do que e como devemos ensinar, de quais temas devemos privilegiar em nossas pesquisas, a serviço de quem estamos ou deveríamos estar.

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A docência se encontra, portanto, em uma situação complexa, que

exprime as contradições da sociedade. De um lado estão as mudanças que visam a

adaptação da escola às premissas do modelo gerencial e a crescente mundialização

da docência e da pesquisa. De outro, a compreensão equivocada da maioria dos

professores de que, para exercer a profissão no ensino médio, é suficiente o

domínio técnico da área de conhecimento específico na qual atua, o que contribui

para forjar um caráter reducionista e tecnicista à profissionalização docente,

obliterando dimensões fundamentais da formação de pessoas (e de profissionais),

tais como as dimensões ética e epistêmica.

A consciência da complexidade dessas questões tem ampliado a

discussão sobre as tentativas de submeter à educação as leis de mercado com seus

princípios maiores de performatividade e da eficiência. “Na escola de modo geral e

na universidade em particular assiste-se a um processo de colonização levado a

cabo pela transferência lógica sistêmica que rege o mundo do dinheiro e do mercado

para o interior das instituições educativas” (GOERGEN, 2002, p. 73).

Nos fios de alta tensão que se cruzam e entrecruzam nas discussões

sobre currículo, muitas descargas elétricas se espalham. Estas tensões e suas

“fagulhas” são essenciais para a formação dos jovens. A estes “devemos ensinar a

analisar e discutir os princípios sobre os quais assentamos nossa maneira de viver,

julgar e agir. Não se trata de agregar aos procedimentos tradicionais de ensino e

pesquisa momentos de conscientização, mas de reconcebê-los desde a raiz na

perspectiva de uma nova idéia de razão que vem sendo gestada” (GOERGEN,

2002, p. 77).

6.8.3 O currículo do Técnico Profissional

A reflexão sobre o currículo, já instalada nas escolas para a Educação

Básica é também debatida na Educação Profissional. Para que se possa redefinir o

currículo é preciso redefinir desde a identidade dos docentes que irão trabalhar este

currículo, bem como dos discentes que serão futuros profissionais e cidadãos do

mundo do trabalho.

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O debate central se instala na adequação curricular advinda da

necessidade de formação de profissionais conscientes com qualidades sócio-

educativas mais estruturadas e conhecimentos gerais de ciência, cultura, trabalho

e tecnologia, eixos centrais desta discussão.

Toda essa perspectiva da Educação Profissional remete o currículo como

parte integrante do processo ensino-aprendizagem, porém não o específica, pois a

busca por uma educação de qualidade passa pela preocupação com o resgate da

função social da escola, que no caso da Educação Profissional tem sua relevância

plena.

Em síntese, a concepção de conhecimento escolar, bem como o

reconhecimento de que a seleção dos conhecimentos situados em seu tempo e

espaço histórico terão certamente reflexo no processo ensino-aprendizagem,

procura-se reafirmar a busca por uma educação eficaz, entende-se que uma

“educação de qualidade requer a seleção de conhecimentos relevantes, que

incentivem mudanças individuais e sociais, assim como formas de organização e de

distribuição dos conhecimentos escolares que possibilitem sua apreensão e sua

crítica”. (MOREIRA, 2007, p.21)

Segundo Frigotto (1993), a produção do conhecimento e sua socialização

para determinados grupos ou classes não é alheio ao conjunto de práticas e

relações que produzem num determinado tempo ou espaço. Isto significa dizer que,

ao se abordar o conteúdo da disciplina – recorte histórico, político e cultural do

conhecimento (que por sua vez já trouxe uma intencionalidade), é preciso analisá-lo

em suas múltiplas determinações. Mesmo delimitado, o conhecimento não perde o

tecido da totalidade. Nesta perspectiva, os “desafios educacionais” no currículo,

devem pressupor ser parte desta totalidade. Portanto eles não podem se impor à

disciplina numa relação artificial e arbitrária, devem ser chamados pelo conteúdo da

disciplina em seu contexto e não o contrário, transversalizando-o ou

secundarizando-o.

É necessário admitir, conforme Frigotto (1993), que o conhecimento em

sua totalidade não se efetiva se não formos capazes de buscar ir para além da

aparência, da fragmentação. O conhecimento é produto da realidade social, objetiva

e concreta. Portanto os chamados “Desafios Educacionais Contemporâneos” devem

passar pelo currículo como condição de compreensão do conteúdo na sua

totalidade. Isto significa compreendê-los como parte da realidade.

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6.9 Concepção de Conhecimento

Conhecimento é uma atividade humana que busca explicitar as relações

entre os homens e a natureza. Desta forma, o conhecimento é produzido nas

relações sociais mediadas pelo trabalho.

Na sociedade, o homem não se apropria da produção material de seu

trabalho e nem dos conhecimentos produzidos nestas relações porque o trabalhador

não domina as formas de produção e sistematização do conhecimento. Segundo

Marx e Engels “a classe que tem à disposição os modos de produção material

controla concomitantemente os meios de produção intelectual, de sorte que, por

essa razão geralmente as ideias daqueles que carecem desses meios ficam

subordinadas a ela” (Frigotto, 1993, p. 67).

Ainda nesse sentido, Andery (1988, p. 15) confirma que “Nesse processo

do desenvolvimento humano multideterminado e que envolve inter-relações e

interferências recíprocas entre ideias e condições materiais, a base econômica será

o determinante fundamental”. Assim sendo, o conhecimento humano adquire

diferentes formas: senso comum, científico, teológico e estético, pressupondo

diferentes concepções, muitas vezes antagônicas que o homem tem sobre si, sobre

o mundo e sobre o conhecimento.

O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de mundo e das

condições sociais que o geram configurando as dinâmicas históricas que

representam as necessidades do homem a cada momento, implicando

necessariamente nova forma de ver a realidade, novo modo de atuação para

obtenção do conhecimento, mudando portanto a forma de interferir na realidade.

Essa interferência traz consequências para a escola, cabendo a ela garantir a

socialização do conhecimento que foi expropriado do trabalho nas suas relações.

Conforme Veiga (Veiga, Ilma Passos, Projeto político da escola: uma construção

coletiva – 1995, p. 27), “o conhecimento escolar é dinâmico e não um mera

simplificação do conhecimento científico, que se adequaria à faixa etária e aos

interesses dos alunos”. Dessa forma, o conhecimento escolar é resultado de fatos,

conceitos e generalizações, sendo portanto, o objeto de trabalho do professor.

“Conhecer implica pois, fazer uma experiência e a partir dela ganhar consciência e capacidade de conceptualização. O ato de conhecer, portanto, representa um caminho privilegiado para a compreensão da realidade, o conhecimento sozinho não transforma a realidade; transforma a realidade somente a conversão do conhecimento em ação”. (BOFF, 2000, p. 82)

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56

O conhecimento não ocorre individualmente. Ele acontece no social

gerando mudanças interna e externa no cidadão e nas relações sociais, tendo

sempre uma intencionalidade.

Conforme Freire: “O conhecimento é sempre conhecimento de alguma

coisa, e sempre ‘intencionado’, isto é, está sempre dirigido para alguma coisa”

(2003, p. 59). Portanto, há de se ter clareza com relação ao conhecimento escolar,

pois como destaca Severino, “educar contra-ideologicamente é utilizar, com a devida

competência e criatividade, as ferramentas do conhecimento, as únicas de que

efetivamente o homem dispõe para dar sentido às práticas mediadoras de sua

existência real”. (1988, p. 88).

6.10 Concepção de Aprendizagem

O desenvolvimento pleno do ser humano depende do aprendizado que

realiza num determinado grupo cultural, a partir da interação com outros indivíduos

da sua espécie.

O aprendizado depende das condições biológicas do indivíduo e da

dimensão social que fornecem instrumentos e símbolos que medeiam a relação do

indivíduo com o mundo. Como condições biológicas entende-se o desenvolvimento

perfeito do organismo humano e, como dimensão social, o ambiente humano e

natural impregnados de significado cultural. A aprendizagem é que possibilita e

movimenta o processo de desenvolvimento.

Segundo Vygostsky, o aprendizado pressupõe uma natureza social

específica e um processo, através do qual os indivíduos penetram na vida intelectual

daqueles que o cercam.

Desse ponto de vista, o aprendizado é o aspecto necessário e universal,

uma espécie de garantia de desenvolvimento das características psicológicas

especificamente e culturalmente organizadas.

O aprendizado se processa informalmente fora da escola, no entanto é na

escola que se introduzem elementos novos no desenvolvimento do ser humano de

forma sistematizada.

O desenvolvimento e a aprendizagem estão inter-relacionados. Através

da interação com o meio físico e social, o ser humano realiza uma série de

aprendizados.

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57

Vygostsky identifica dois níveis de desenvolvimento: um que se refere às

conquistas já efetuadas, que ele chama de nível de desenvolvimento real ou efetivo,

e o outro, o nível de desenvolvimento potencial, que se relaciona às capacidades em

vias de serem construídas. O desenvolvimento real é aquilo que o indivíduo é capaz

de fazer, de forma autônoma e desenvolvimento potencial, que se relaciona às

capacidades em vias de serem construídas. O desenvolvimento potencial é aquilo

que ele faz em colaboração com os outros elementos do seu grupo social. Entre

estes dois níveis encontra-se a zona de desenvolvimento proximal que define

aquelas funções que ainda não amadureceram, portanto, aquilo que é zona de

desenvolvimento proximal hoje, será nível de desenvolvimento real amanhã. No seu

cotidiano, observando, experimentando, imitando e recebendo instruções de

pessoas mais experientes de sua cultura, aprende a fazer perguntas e também obter

respostas para uma série de questões.

O indivíduo, como membro de um grupo sócio-cultural determinado,

vivência um conjunto de experiências e opera todo o material cultural, como

conceitos, valores, idéias, objetos concretos, concepção de mundo a que tem

acesso, construindo o seu conhecimento, desenvolvendo suas funções psicológicas

superiores. À escola compete desenvolver os conhecimentos construídos na

experiência pessoal dos educandos, o chamado conceito cotidiano ou espontâneo,

através de ensino sistemático, elaborado em sala de aula, transformando-o em

conceitos científicos.

Vygotsky ressalta que, se o meio ambiente não desafiar, exigir e estimular

o intelecto do adolescente, o processo de desenvolvimento poderá atrasar ou

mesmo não se completar, ou seja, poderá não chegar a conquistar estágios mais

elevados de raciocínio. Isto quer dizer que o pensamento conceitual é uma

conquista, que depende não somente do esforço individual, mas principalmente do

contexto em que o indivíduo se insere, que define, aliás, o seu “ponto de chegada”

A escola deve propiciar ao educando um conhecimento sistemático sobre

aspectos associados aos conceitos espontâneos, possibilitando-lhe que tenha

acesso ao conhecimento científico, construído e acumulado pela humanidade.

O aprendizado escolar exerce significativa influência no desenvolvimento

das funções psicológica superiores, através dos processos de formação de

conceitos, envolvendo operações intelectuais dirigidas pelo uso de linguagens e

códigos, atenção deliberada, memória lógica, reflexão, abstração, capacidade de

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comparar e diferenciar, além de outras informações recebidas do exterior,

desencadeando uma intensa atividade mental no educando.

As considerações gerais sobre a legislação indicam a necessidade de

construir novas alternativas de organização curricular comprometidas, de um lado,

com o novo significado do trabalho no contexto da globalização e, do outro, com o

sujeito ativo, a pessoa humana que se apropriará dos conhecimentos para

aprimorar-se como tal, no mundo do trabalho e na prática social. Nesse contexto o

conhecimento torna-se fator primordial da produção e, por conseguinte, “aprender a

aprender” coloca-se como competência fundamental para inserção na dinâmica

social que se reestrutura continuamente.A perspectiva é, pois, de uma

aprendizagem permanente, de uma forma continuada, tendo em vista a construção

da cidadania.

O desenvolvimento da aprendizagem somente se efetiva quando articula-

se conhecimento básico, conhecimento específico e das formas de gestão e

organização do trabalho, onde os conteúdos científicos, tecnológicos, sócio-

históricos e das linguagens estejam contemplados e colocados de maneira efetiva e

sistematizada.

Por outro lado, temos que considerar a prática, os fatos, as relações entre

parte e totalidade para chegarmos ao conhecimento e este ato profundamente

signigicativo transformado em aprendizagem.

O ensino médio integrado à educação profissional tem a finalidade de

desenvolver a autonomia intelectual e ética onde a apropriação do conhecimento e o

desenvolvimento das habilidades cognitivas são parte do processo, para que, o

educando possa assumir como consciência o exercício de atividades produtivas,

políticas e sociais, frente as mudanças no mundo do trabalho.

6.11 Concepção de Cidadania

Historicamente, o Brasil foi construído de cima para baixo e de fora para

dentro – poderes coloniais, elites proprietárias e Estado, realimentando as

desigualdades e agravando as inclusões. Neste momento, se quer construir uma

outra base social, constituída por aqueles excluídos da história brasileira que,

organizando-se na sociedade civil e nos diferentes movimentos sociais, acumularam

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força e conseguem expressar-se, tornando as rédeas do seu destino, criando uma

nação soberana e aberta ao diálogo e a participação.

De acordo com Boff (2000, p. 51) “cidadania é um processo histórico-

social que capacita a massa humana a forjar condições de consciência, de

organização e de elaboração de um projeto e de práticas no sentido de deixar de ser

massa e de passar a ser povo, como sujeito histórico, plasmador de seu próprio

destino”.

Reafirmando a citação de Boff, Martins (2000, p. 53) diz: “... a construção

da cidadania envolve um processo ideológico de formação de consciência pessoal e

social e de reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres”. A

realização se faz por meio de lutas contra as discriminações, da abolição de

barreiras segregativas entre indivíduos e contra as opressões e os tratamentos

desiguais, ou seja, pela extensão das mesmas condições de acesso às políticas

públicas e pela participação de todos nas tomadas de decisões. É condição

essencial da cidadania, reconhecer que a emancipação depende fundamentalmente

do interessado, uma vez que, quando a desigualdade é somente confrontada na

arena pública, reina a tutela sobre a sociedade, fazendo-a dependente dos serviços

públicos. No entanto, ser/estar interessado não dispensa apoio, pois os serviços

públicos são sempre necessários e instrumentais.

O grande desafio histórico é dar condições ao povo brasileiro de se tornar

cidadão consciente (sujeito de direitos), organizados e participativos do processo de

construção político-social e cultural.

Angel Pino in (Boff SEVERINO A. J; ZALUARA e outros, 1992, p. 15-25),

considera que “o conceito de cidadania traduz ao mesmo tempo, um direito e o

exercício desse direito. Sem este, aquele é uma mera fórmula”. Portanto, a

educação como um dos principais instrumentos de formação da cidadania, deve ser

entendida como a concretização dos direitos que permitem ao indivíduo sua

inserção na sociedade.

Segundo Martins (2000, p. 54), pode-se afirmar que “aquela relação entre

cidadania e democracia explicita-se no fato de que ambas são processos; o

processo não se dá num vazio, a cidadania exige instituições, mediações e

comportamentos próprios, constituindo-se na criação de espaços sociais de luta na

definição de instituições permanentes para expressão política”. Neste sentido, a

autora distingue a cidadania passiva, aquela que é outorgada pelo Estado, com a

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idéia moral da tutela e do favor. Cidadania Ativa – aquela que institui o cidadão

como portador de direitos e deveres, mas essencialmente criador de direitos, de

abrir espaços de participação. Confirma ainda, que a cidadania requer a consciência

clara sobre o papel da educação e as novas exigências colocadas para a escola

que, como instituição para o ensino – a educação formal – pode ser um lócus

excelente para a construção da cidadania.

As dimensões da cidadania, segundo Boff, são:

1. Dimensão econômico-produtiva: a massa é mantida intencionalmente, como

massa e pobreza são empobrecimento, portanto a pobreza material e política são

produzidas e cultivadas, por isso é profundamente injusta.

2. Dimensão político-participativa: as pessoas interessadas lutam em prol de sua

autonomia e participação social, tornando-se cidadãos plenos.

3. Dimensão popular: inclui somente as que têm acesso ao sistema produtivo e

exclui os demais, sendo esta a dimensão vigente.

4. Dimensão de con-cidadania: os cidadãos devem reivindicar e não pedir ao

Estado, precisam organizar-se não para substituir, mas para fazê-lo funcionar.

Define também o cidadão mediante a solidariedade e a cooperação.

5. Dimensão planetária: cidadania terrenal, consciência de causas comuns, com a

responsabilidade coletiva de garantir um futuro para a terra e a humanidade.

Tipos de cidadania, segundo Boff:

• Cidadania Seletiva – se a construção da cidadania envolve um processo

ideológico de formação de consciência pessoal, coletiva e social, de

reconhecimento desse processo em termos de direitos e deveres, no projeto

neoliberal vigente, a cidadania passa a ser seletiva porque a reduz, Boff afirma

(2000, p. 57) “Ele debilita e reduz a cidadania nacional, quer dizer, a autonomia

do próprio país. Internamente reforça a cidadania seletiva”. Alguns setores são

beneficiados pela modernização, outros, os setores populares só cabe uma

cidadania menor. Outros, os excluídos, servem como massa de manobra, sem

qualquer cidadania, tirando o seu poder de rebelião, compensado, fazendo

assistencialismo fácil e promessas.

• Cidadania Menor – no projeto do capitalismo nacionalista não se leva em conta o

capitalismo e sua lógica que explora e exclui. Ele é visto como criador de

oportunidades e de progresso. Dá-se ênfase à auto-estima de um Brasil grande,

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uma potência emergente com seus recursos naturais riquíssimos e

potencialidades populacionais. Aqui também a cidadania é restrita para setores

beneficiários.

...será uma cidadania político-participativa para os segmentos incorporados na produção, mas não será econômico-produtiva, pois trabalhadores continuarão sendo duramente explorados. Portanto, terão uma cidadania de 2ª classe, esporádica, às vezes expressa em grandes manifestações públicas, mas sem consequências reais...

(BOFF,2000,p. 66)

As políticas estatais continuarão assistencialistas mantendo a população

pobre, dependente e desmobilizada com controle aos movimentos sociais.

• Cidadania Maior e Plena – con-cidadania – o projeto de democracia racial e

popular é totalmente diferente dos autores muito distante do que vivemos. Está

sendo construído por todos os excluídos da história brasileira, se organizando

dentro dos movimentos raciais. Com força foram se infiltrando em condutos-

políticos partidários, já agora em condições de disputar a conquista e o controle

do poder com muita luta, resistência, argumentos e organização. Esse projeto

visa construir uma nação autônoma, capaz de democratizar a cidadania,

mobilizar a sociedade inteira para a mudança, primando por uma sociedade

sustentável que se desenvolva com a natureza e não contra ela, que produza o

suficiente para todos e que não permita a acumulação para poucos.

(BOFF,2000,p. 73) ”Nele fica clara a vontade de soberania nacional e o tipo

diferente de cidadania política, econômica, participativa, solidária e popular. Será

uma cidadania cotidiana, plantada no funcionamento dos movimentos raciais e,

por isso, em contínuo exercício”. Construir a cidadania e con-cidadania popular é

a forma concreta de se construir o Projeto-Brasil que buscamos.

O exercício da cidadania se dá quando o educando usa conhecimentos e

procedimentos científicos para enfrentar situações novas e resolver problemas com

rapidez e originalidade, colocando a ética como ponto fundamental e democratizada.

Construir cidadãos éticos, ativos, participativos, com responsabilidades

diante do outro e preocupados com o universal e não com a particularismo, é

retomar as utopias e priorizar a mobilização e a participação da comunidade

educativa na construção de uma sociedade que dá sentido e significado às lutas no

campo da educação, visando à transformação da realidade social e profissional.

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62

6.12 Concepção de Sociedade

Quando se questiona o próprio sentido da escola, a sua função social e a

natureza do trabalho educativo, enquanto docentes, aparecemos sem iniciativa,

“arredados ou deslocados pela força arroladora dos fatos, pela vertiginosa sucessão

de acontecimentos que tornaram obsoletos os conteúdos e as práticas educativas”

(Peres Gomes, 1998). E para que isso não aconteça é que precisamos entender em

que tipo de sociedade estamos inseridos.

Para Severino (1998), a sociedade é um agrupamento tecido por uma

série de relações diferenciadas e diferenciadoras. É configurada pelas experiências

individuais do homem, havendo uma interdependência em todas as formas da

atividade humana, desenvolvendo relações, instaurando estruturas sociais,

instituições sociais e produzindo bens, garantindo a base econômica e é o jeito

específico do homem realizar sua humildade, sendo que:

“A sociedade configura todas as experiências individuais do homem, transmite-lhe resumidamente todos os conhecimentos adquiridos no passado do grupo e recolhe as contribuições que o poder de cada indivíduo engendra e que oferece a sua comunidade. Nesse sentido a sociedade cria o homem para si”.

(PINTO, 1994)

A sociedade é mediadora do saber e da educação presente no trabalho

concreto dos homens, que criam novas possibilidades de cultura e de agir social a

partir das contradições geridas pelo processo de transformação da base econômica.

Segundo Demerval Saviani, o entendimento do modo como funciona a

sociedade não pode se limitar às aparências. É necessário compreender as leis que

regem o desenvolvimento da sociedade que não se trata aqui de leis naturais, mas

sim de leis históricas, ou seja, de leis que se constitui historicamente.

Atílio Boron (1986) questiona que tipo de sociedade deixa como legado

estes quinze anos de hegemonia ideológica do neoliberalismo? Uma sociedade

heterogênea e fragmentada, marcada por profundas desigualdades de todo o tipo –

classe, etnia, gênero, religião, etc. - que foram exarcebadas com a aplicação das

políticas neoliberais. Uma sociedade “com duas velocidades”, como costuma ser

denominada na Europa, porque há um amplo setor social, um terço excluído e

fatalmente condenado à marginalidade e que não pode ser “reconvertido” em termos

laborais, nem inserir-se nos mercados de trabalho formais dos capitais

desenvolvidos. Essa crescente fragmentação do social que potencializarão as

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63

políticas conservadoras, foi por sua vez reforçada pelo excepcional avanço

tecnológico e científico e seu impacto sobre a paradigma produtivo contemporâneo.

Inês B. de Oliveira diz que uma sociedade democrática não é, portanto,

aquela na qual os governantes são eleitos pelo voto. A democracia pressupõe uma

possibilidade de participação do conjunto dos membros da sociedade em todos os

processos decisórios que dizem respeito à sua vida (em casa, na escola, no bairro,

etc.).

Raul Pont no texto sobre democracia representativa e democracia

participativa conclui que nossa convicção funda-se no processo histórico que nos

ensina que não há verdades eternas e absolutas nas relações entre sociedade e o

Estado e que estas se fazem e se refazem pelo protagonismo dos seres sociais e

que a busca de uma democracia substantiva, participante, regida por princípios

éticos de liberdade e igualdade social, continua sendo um horizonte histórico, em

suma, nossa utopia para a humanidade.

6.13 Concepção de Cultura

A cultura é resultado de toda a produção humana e segundo Saviani,

“para sobreviver o homem necessita extrair da natureza, ativa e intencionalmente,

os meios de sua subsistência. Ao fazer isso ele inicia o processo de transformação

da natureza, criando um mundo da cultura” (1992, p, 19).

Podemos considerar que, “de um ponto de vista antropológico, cultura é

tudo o que elabora, e elaborou o ser humano, desde a mais sublime música ou obra

literária até as formas de destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a

ciência, a linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as

instituições sociais, as crenças, as religiões, as formas de trabalho”. (Sacristan,

2001, p. 105)

Todo conhecimento, na medida em que se constitui num sistema de

significação, é cultural. Além disso, como sistema de significação, todo

conhecimento está estreitamento vinculado com relações de poder” (Tomas Tadeu,

1999).

É necessário considerar as colocações de Silva (1999), de que “tornou-se

lugar comum destacar a diversidade das formas culturais do mundo contemporâneo.

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É um fato paradoxal, entretanto, que essa suposta diversidade conviva com

fenômenos igualmente surpreendentes de homogeneização cultural”.

Ao mesmo tempo em que se tornam visíveis manifestações e expressões

culturais de grupos dominados, observa-se o predomínio de formas culturais

produzidas e vinculadas pelos meios de comunicação de massa, nas quais

aparecem de forma destacada as produções culturais em sua dimensão material e

não-material.

Toda a organização curricular, por sua natureza e especificidade, precisa

completar várias dimensões da ação humana, entre elas a concepção de cultura. Na

escola, em sua prática, há a necessidade da consciência de tais diversidades

culturais, especialmente da sua função de trabalhar as culturas populares de forma a

levá-los à produção de uma cultura erudita, como afirma Saviani: “a mediação da

escola, instituição especializada para operar a passagem do saber espontâneo ao

saber sistematizado, da cultura popular à cultura erudita; assume um papel político

fundamental”. (Saviani, apud. Frigotto, 1994, p. 189).

Respeitando a diversidade cultural e valorizando a cultura popular e

erudita cabe a escola aproveitar essa diversidade existente para fazer dela um

espaço motivador, aberto e democrático.

6.14 Concepção de Avaliação

Avaliação consiste em atribuir aspectos relevantes de conhecimento e da

aprendizagem do aluno, visando uma tomada de decisão.

A avaliação de aprendizagem orienta a situação didática que envolve o

educando e professor, com a pretensão de servir de base para a reflexão e tomada

de consciência sobre a prática educativa.

A avaliação da aprendizagem na escola tem dois objetivos: auxiliar o

educando no seu desenvolvimento pessoal, a partir do processo de ensino-

aprendizagem, e responder à sociedade pela qualidade do trabalho educativo

realizado.

O processo de avaliação envolve três momentos: a descrição e a

problematização da realidade escolar, a compreensão crítica da realidade descrita e

problematizada e a proposição de alternativas de ação, momento de criação

coletiva.

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A avaliação, do ponto de vista crítico, não pode ser instrumento de

exclusão dos alunos menos favorecidos, quando não se leva em consideração as

particularidades dos educandos, principalmente das áreas rurais, onde há um difícil

acesso à escola, entre outros problemas como: época de plantio, colheita e / ou

excesso de chuvas, dificultando o transporte dos mesmos à escola. Portanto, a

avaliação deve ser democrática, favorecendo o desenvolvimento da capacidade do

educando em aprimorar-se nos conhecimentos científicos, sociais e tecnológicos

produzidos historicamente.

6.15 Concepção de Tecnologia

Sobre tecnologia, Noble, 1984, assinala que se criou uma redoma

falaciosa em torno do verdadeiro propósito e natureza da tecnologia. Segundo o

autor “esta é vista na sociedade como um processo autônomo; algo constituído e

visto à margem de tudo como se tivesse vida própria, independente das intenções

sociais, poder e privilégio. Examinamos a tecnologia como se fosse algo que

mudasse constantemente, provocasse alterações profundas na vida das escolas.

Decerto que isto é parcialmente verdade. No entanto, se nos debruçamos sobre o

que tem vindo a mudar podemos incorrer no erro de não questionar quais as

relações que permanecem inalteradas. De entre estas, as mais importantes são as

desigualdades econômicas e culturais que dominam a nossa sociedade”. (Noble,

1984).

Segundo Cristina Gomes Machado (2002), o processo educativo há de se

revelar capaz de sistematizar a tendência à inovação solicitando o papel criador do

homem. É preciso implementar no sistema educacional, uma pedagogia mediante a

qual não apenas se reforme o ensinamento, mas que também se facilite a

aprendizagem.

A tecnologia tem um impacto significativo não só na produção de bens e

serviços, mas também no conjunto das relações sociais e nos padrões culturais

vigentes.

A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação – nº 9394/96, ao propor a

formação tecnológica como eixo do currículo assume, segundo KUERGER (2000), a

concepção que a aponta como a síntese entre o conhecimento geral e o específico,

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determinando novas formas de selecionar, organizar e tratar metodologicamente os

conteúdos.

A tecnologia deve ser entendida como uma ferramenta sofisticada e

alternativa no contexto educacional, pois a mesma pode contribuir para o aumento

das desigualdades, ou para inserção social se vista como uma forma de estabelecer

mediações entre o aluno e o conhecimento em todas as áreas.

“Urge, pois continuar a lutar pela escolarização como um bem público contra a domesticação política que tem inflamado o debate educativo contribuindo para que a educação em geral e o currículo, em particular, se constitua numa efetiva base para que os mais desfavorecidos tenham, tomem e transformem a própria concepção de poder”. (Paraskeva, 2001).Assim, fica claro, que ter no currículo, uma concepção de educação

tecnológica não será suficiente para o acesso de todos da Escola Pública, sem que

haja uma vontade e ação política que possibilite investimento para que esses

recursos tecnológicos (elementares e sofisticados) existam e possam ser ferramenta

que contribua para o desenvolvimento do pensar, sendo um meio de estabelecer

relações entre o conhecimento científico, tecnológico e sócio-histórico, possibilitando

articular ação, teoria e prática.

6.16 Concepção de Inclusão

A educação inclusiva é um processo em que se amplia a participação de

todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma

reestruturação da cultura, da prática e das politicas vivenciadas nas escolas de

modo que estas respondam à diversidade de alunos. É uma abordagem

humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como

objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inservação social de todos.

A Educação Inclusiva atenta a diversidade inerente à espécie humana,

busca perceber a atender as necessidades educativas especiais de todos os

sujeitos-alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de

forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos.

Prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e flexível requer

mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, na formação

humana dos professores e nas relações família-escola. Com força transformadora, a

educação inclusiva aponta para uma sociedade inclusiva.

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O ensino inclusivo não deve ser confundido com educação especial, a

qual se apresenta numa grande variedade de formas incluindo escolas especiais,

unidades pequenas e a integração das crianças com apoio especializado. O ensino

especial é desde sua origem um sistema separado de educação das crianças com

deficiência, fora do ensino regular, baseado na crença de que as necessidades das

crianças com deficiência não podem ser supridas nas escolas regulares. Existe

ensino especial em todo o mundo seja em escolas de frequência diária, internatos

ou pequenas unidadesligadas à escola de ensino regular.

6.17 Concepção de Trabalho

A concepção de trabalho assume diferentes conotações em diferentes

povos. Em algumas culturas ele traduz o significado de algo penoso, representação

de sofrimento humano, como tortura, dor ,fadiga, algo humilhante e servil, já em

outras, o significado pode mudar completamente, tendo a conotação de algo

libertador, razão da existência do homem, dignificação da vida,etc.. O fato é que,

independente da concepção,ele desempenha um papel central na vida do homem.

Para o grego, há uma palavra para fabricação e outra para esforço,oposto

ao ócio; também aparece a palavra pena, que é próxima da fadiga. No latim, surgem

as palavras laborate, a ação de labor, e operare, que corresponde a opus, obra.

Em nossa língua, a palavra trabalho assume diversas significações e tem

sua origem no latim tripalium, que era um instrumento agrícola, feito com três paus,

com o tempo, o termo foi relacionado com o instrumento de tortura, juntamente com

o verbo tripaliare, que significa torturar. Neste sentido, o trabalho associa-se também

a noção de punição, pelo pecado original, como está no Antigo Testamento, em:

(Gênesis II, p. 19): “Ganharás o teu pão com o suor do teu rosto”). O direito a ter

alimentação passa pelo dever do trabalho”.

Desta forma, em português, influenciado pelas culturas citadas a palavra

originou-se vinculada às ideias de padecimento, sofrimento, esforço, laborar e

obrar.

Para os filósofos que compartilham o pensamento de Marx, o trabalho

humano se distingue do trabalho dos outros animais, porque nele há consciência e

intencionalidade, diferente de agir apenas por instinto, e expressa a liberdade

humana.

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Numa visão mais positiva, o trabalho, é visto como a aplicação das

capacidades humanas para propiciar o domínio da natureza, sendo responsável pela

própria humana, como sendo um esforço para atingir determinado objetivo.

6.18 Concepção de Gestão Escolar

É interessante verificar como a concepção evoluiu com o

passar dos anos do que seria gestão escolar e permitir pensar em gestão no sentido

de gerir uma instituição escolar, desenvolvendo estratégias no cotidiano com a

finalidade de uma democratização da gestão educacional.

Conforme apontado por Lück (2000, p.11), gestão escolar:

[…] constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva

promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições

materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos

socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino orientadas para a promoção

efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar

adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia centrada no

conhecimento.

Menezes e Santos (2002) definem a Gestão Escolar como a expressão

relacionada à atuação que objetiva promover a organização, a mobilização e a

articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o

avanço dos processos sócioeducacionais dos estabelecimentos de ensino

orientados para a promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos.

Nos dias de hoje podemos ver o perfil da atualidade, ter a necessidade de

repensar alguns fundamentos na educação, e de como iniciar conceitos sobre a

educação, quebrando novos paradigmas, como relação à interdisciplinaridade,

temas geradores de pesquisa em sala de aula,uma construção do conhecimento e

habilidades.

Práticas que vem abrindo caminhos para uma reflexão. Segundo W.E.

Deming, administração e liderança não são necessariamente a mesma coisa. Os

lideres podem ser quaisquer empregados, de qualquer nível,que tenham uma visão

(ou atendam avisão da organização) e possam liderar os outros. É necessário, numa

escola, “embutir” nos docentes o 1º axioma de W.E. Deming, ou seja,que eles

devem se transformar em líderes dentro da sala de aula.

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Referindo-se às práticas adotadas há anos passados, podemos

diferenciar com ada atualidade.

Perrenoud (1999 apud HENGEMÜHLE 2004, p. 185). Afirma que o

debate atual só é possível porque,há um século, os defensores da Escola Nova e

das pedagogias ativas questionam as relações entre os conhecimentos e as praticas

sociais, o sentindo odo trabalho escolar a ausência de projeto.

[…] As novas ideias colocadas pela abordagem social-interacionista

sugerem que o aprendiz é a parte de um grupo social e deve ter iniciativa para

questionar, descobrir e compreender o mundo a partir de interações com os demais

elementos a do contexto histórico no qual está inserido (NEVES et. Al, 2000).

Com o objetivo de conhecer a melhor forma de gerir uma instituição, a

reforma educacional requer alguns instrumentos para uma gestão com sucesso. O

plano educacional de trabalho é formado com os docentes e a acoordenação

pedagógica onde planejam em conjunto as práticas educativas.

De acordo com Hengemühle (2004, p.194) a coordenação pedagógica

precisa acompanhar as práticas do docente não como “surpevisora”,mas como

orientadora. Nesse sentido, seu perfil também é de liderança, consoante com as

tendências pedagógicas contemporâneas, para contribuir com subsidio nas práticas

do corpo docente.

Assim podemos observar que a orientação educacional não pode perder

o foco que é uma busca de fatores que reflete a gestão escolar, através da

coordenação pedagógica, com professores ou com a família, tais fatores podendo

ser pessoal ou pedagógico.

Mas há uma preocupação no acompanhamento dessa evolução como diz

Mezomo (1994, p. 62); “Infelizmente a invenção da nova escola nem sempre ocorre,

porque a sua necessidade não é acompanhada da visão e correspondente

capacidade dos gestores, que assumem o risco da mudança e preferem manter a

mesma estrutura, os mesmos currículos, a mesma filosofia e os mesmos processos,

a sair em busca da construção de uma sociedade mais ética e mais livre e

libertadora”.

É visto que para um bom desempenho é preciso traçar estratégias na

qual possa dar subsidio ao que as instiuições esperam de cada gestor. Construir

projetos coletivamente, desenvolver projetos de formação contínua, ter um ambiente

de promoção do ser e conviver, do conhecer e fazer.

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70

Se na instituição escolar não forem repensadas muitas questões

estruturais seu desempenho será fracassado […] isso quer dizer que as escolas

ainda são muito disciplinares, pois para construir conhecimentos é preciso tempo e

espaço (Hengemühle 2004 p.87).

De acordo com Estevão (1999), a importação de um modelo de gestão

estratégica vai implicar, como se depreende, que as escolas não fiquem à mercê

das mudanças das políticas educativas nacionais, numa atitude de mera reação às

contingências da sua implementação; pelo contrário, ela tem que exigir a insistir,

alcançando uma margem ampla de autonomia para atuar proativamente, desafiando

os processos tradicionais de gestão em favor de um modelo normativo mais

interviente e desafiador do statu quo; vai implicar ainda que as próprias políticas

estimulem este processo oferecendo quadros legais amplos e apoios efetivos e

desafiadores à construção de identidade organizacionais diferenciadas.

O processo de descentralização que podemos também chamar de

empowerment proporciona maior racionalidade na gestão e na utilização dos

recursos, visto que este será gerenciado diretamente pela instituição, que melhor do

que ninguém conhece sua realidade e, portanto saberá a melhor forma de utilizar.

A descentralização pedagógica e gestão centralizada transformou-se

intensivamente em uma gestão descentralizada e vemos que todas as políticas

educativas estão voltadas para maior autonomia das escolas, isto é, descentralizar a

gestão financeira, gestão curricular, a gestão pedagógica propriamente dita, gestão

de recursos humanos disponíveis etc. […] além de exigir mais da educação e

vinculá-la a setores sociais e econômicos, se ainda exige e que seja mais eficiente

no aperfeiçoamento do processo educativa.

Como todo o projeto pedagógico, também o perfil do aluno que a escola

se propõe, há de ser fruto de construção e responsabilidade de todos. Sua definição

pode ser desenvolvida a partir da equipe diretiva, a qual propõe, para a comunidade

escolar interna (alunos, funcionários e professores) e externa (família, associações

de bairro...), um referencial para o perfil que se pretende adotar. Conforme

Hengemühle (2004 p. 43).

As mudanças são visíveis no que dizem respeito às práticas

educacionais, as escolas mais globalizadas dão aos professores liberdade para

levar os alunos a construírem conhecimentos e mostrarem suas diferenças, alunos

envolvidos com a escola passam a futuros promissores, pais preocupados com a

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71

escola são futuros colaboradores para a educação em uma sociedade envolvida,

isto é um país desenvolvido em educação.

6.19 Concepção de Alfabetização

Inicialmente, é imprescindível retomar o conceito de alfabetização,

levando-se em conta que essa conceituação tem sido pontuada por diferentes

análises e enfoques, privilegiando, em alguns casos, a abordagem mecânica do

processo de aquisição da língua escrita, fundamentada na racionalidade técnica,

cuja preocupação central é o como fazer (que métodos e técnicas utilizar), ao invés

de direcionar-se, também, para o aspecto de como o aluno aprende. E, em outros

casos, destacando tanto o caráter processual, complexo, quanto à necessidade de

articulação entre os diferentes enfoques sobre o tema (contribuição das diferentes

áreas: Lingüística, Sociolingüística, Psicolingüística, dentre outras).

Na análise de Soares (1999), observamos referências às significativas

mudanças em relação à concepção do que é a alfabetização a partir da década de

80 (século XX), fundamentadas nas contribuições das Ciências Lingüísticas e na

influência da teoria psicogenética da escrita (a partir das pesquisas de Emília

Ferreiro, dando conta que criança aprende a escrever num processo de

interação/ação com a língua escrita, construindo e testando hipóteses sobre a

relação fala/ escrita).

Consideremos a interferência desses dois fatores – a influência das ciências lingüísticas

e a concepção psicogenética da aprendizagem da escrita – em duas faces do processo

ensino e aprendizagem da língua escrita, aqui destacadas para fins de melhor clareza da

exposição, já que não representam momentos sucessivos, mas contemporâneos, não

são processos independentes, as inseparáveis: uma face é a aquisição do sistema de

escrita [...]; a outra face é a ‘utilização’ do sistema de escrita para interação social, isto é,

o desenvolvimento de habilidades de produzir textos. (Soares, 1999, p. 52).

Os aspectos destacados permitem caracterizar a alfabetização como um

processo histórico social de múltiplas dimensões, estando a exigir análises e

enfoques numa perspectiva ampla, sem, contudo, negar sua especificidade,

abarcando as contribuições das ciências Lingüísticas, da Psicologia, da

Antropologia, da Sociologia, por exemplo. Esse tipo de abordagem contribui para o

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estudo da alfabetização na totalidade de suas nuances dentro do processo ensino-

aprendizagem.

Os pressupostos teóricos de Vigotski (1998), cuja contribuição tem sido

valiosa no campo educacional, iluminam a discussão sobre o aprendizado da escrita

(considerada como um sistema de signos socialmente construídos), descrevendo o

processo de apropriação da escrita como processo cultural, de caráter histórico,

envolvendo práticas interativas. A aprendizagem da escrita refere-se, pois, à

aquisição de um sistema de signos que, assim como os instrumentos, foram

produzidos pelo homem em resposta às suas necessidades socioculturais

concretas.

A escrita, então, não deve ser considerada como mero instrumento de

aprendizagem escolar, mas como produto cultural. Assim entendida, possibilita a

exploração, no contexto da sala de aula, de diferentes portadores de textos,

explicitando os variados usos e funções que lhes são inerentes numa sociedade

letrada.

Apesar dos avanços significativos dos estudos sobre o processo de

alfabetização, observa-se, em alguns casos, que a prática da escola parece

distanciada da funcionalidade da escrita no contexto da sociedade, limitando-se aos

usos mecânicos e descontextualizados. Corroborando esse pensamento Vigotski

afirma:

Até agora, a escrita ocupou um lugar muito estreito na prática escolar, em relação ao

papel fundamental que ela desempenha no desenvolvimento cultural da criança. Ensina-

se as crianças a desenhar letras e a construir palavras com elas, mas não se ensina a

linguagem escrita. Enfatiza-se de tal forma a mecânica de ler o que está escrito que

acaba-se obscurecendo a linguagem como tal (1998, p. 139).

Portanto, o que se entende é que a alfabetização transcende a mecânica

do ler e do escrever (codificação/decodificação), ou seja, a alfabetização é um

processo histórico-social multifacetado, envolvendo a natureza da língua escrita e as

práticas culturais de seus usos. “Alfabetizar não é só ler, escrever, falar sem uma

prática cultural e comunicativa, uma política cultural determinada” (Frago, 1993, p.

27). Observa-se, assim, que a concepção de alfabetização tem se ampliado no

cenário sócio-educacional, estimulando práticas escolares diferenciadas uma vez

que tais questões, de uma forma ou de outra, chegam à escola.

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É importante registrar que a criança, no transcurso do dia-a-dia, vivencia

usos de escrita, percebendo que se escreve para comunicar alguma coisa, para

auxiliar a memória, para registrar informações. E que da mesma forma recorremos à

escrita, através da leitura, para, também, obter-se informações, e buscar

entretenimento. É hora, então, de a escola parar de simplesmente ensinar a escrita,

para dar espaço a uma escrita dinâmica, explorando as ideias, as emoções, as

inquietações, escrevendo e deixando escrever. (Kramer, 2000).

Consequentemente, a escola precisa pensar a alfabetização como

processo dinâmico, como construção social, fundada nos diferentes modos de

participação das crianças nas práticas culturais de uso da escrita, transcendendo a

visão linear, fragmentada e descontextualizante presente nas salas de aula onde se

ensina/aprende a ler e a escrever. Oliveira, acerca desta questão, reconhece que:

Por isso, é de fundamental importância que, desde o início, a alfabetização se dê num

contexto de interação pela escrita. Por razões idênticas, deveria ser banido da prática

alfabetizadora todo e qualquer discurso (texto, frase, palavra, “exercício”) que não esteja

relacionado com a vida real ou o imaginário das crianças, ou em outras palavras, que

não esteja por elas carregado de sentido. (Oliveira, 1998, pp. 70-71).

O processo de alfabetização, ao longo do tempo, tem sido organizado e

orientado por metodologias propostas nas cartilhas. Essas metodologias supõem

que os alfabetizandos detêm os mesmos conhecimentos e as mesmas experiências

com a escrita, melhor dizendo, presumem que as crianças chegam à escola sem

construções teórico-práticas a respeito do ler e do escrever. Por essa razão, a

proposta escolar de alfabetização tem o mesmo ponto de partida sem considerar os

diferentes níveis ou graus de inserção da criança no mundo letrado.

Percebemos, ainda, que o desenvolvimento da escrita na criança está

relacionado às práticas cotidianas (socioculturais) de participação em eventos de

leitura e escrita. Nesta direção, os estudos sobre letramento (Tfouni, 1997; Soares,

1999; Rojo, 1998; Kleiman, 1995) focalizam as dimensões sócio-históricas na

aquisição da língua escrita, mostrando que indivíduos não-alfabetizados, mas

partícipes das sociedades letradas (da cultura, dos modos de produção e dos

valores sociais) constroem concepções a respeito do sistema de escrita e identificam

seus diferentes usos e funções.

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Por um lado, essa questão dá conta de que as práticas de alfabetização

possuem uma dimensão histórica e um significado ideológico, em que podem estar

presentes as relações de poder e de dominação. A língua escrita, desde sua origem,

está ligada aos processos de dominação/poder, participação/exclusão inerentes às

relações sociais, no entanto, pode estar ligada, também, ao desenvolvimento

sociocultural e cognitivo dos povos, provocando mudanças significativas nas práticas

comunicativas (Tfouni, 1997).

Por outro lado, vale lembrar que dentro do contexto social e do contexto

familiar da criança ocorrem práticas e usos da escrita, de forma natural e

espontânea, das quais ela participa direta ou indiretamente. O letramento decorre

dessa participação, da vivência de situações em que o ler e o escrever possuem

uma funcionalidade, uma significação. Os atos cotidianos, corriqueiros, de ler um

jornal, redigir um bilhete, ler um livro, fazer anotações, ou seja, usar textos escritos

como fonte, seja de informação, seja de entretenimento, contribuem para que as

crianças percebam as diferentes formas de apresentação do texto escrito, bem

como para que identifiquem seus diferentes sentidos e funções.

Assim, nesse contexto, o letramento é desenvolvido mediante a

participação da criança em eventos que pressupõem o conhecimento da escrita e o

valor do livro como fonte fidedigna de informação e transmissão de valores,

aspectos estes que subjazem ao processo de escolarização com vistas ao

letramento acadêmico. Note-se que para a criança cujo letramento se inicia no lar,

no processo de socialização primária, não procede a preocupação sobre se ela

aprenderá ou não, muito presente, entretanto, nos pais de grupos marginalizados.

(Kleiman, 1998, p. 183).

A prática alfabetizadora deve levar a criança ao mundo letrado através do

acesso a diferentes formas de leitura e de escrita, ampliando seus saberes

lingüísticos a partir do uso reflexivo da língua nas variadas situações de seu

funcionamento. Uma outra consideração a ser feita é que “há diferentes tipos e

níveis de letramento, dependendo das necessidades, das demandas do indivíduo e

do seu meio, do contexto cultural” (Soares, 1998, p. 49). Portanto, o grau de

letramento pode variar em decorrência da variação das oportunidades de

participação em práticas sociais de usos efetivos da leitura e da escrita.

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A aprendizagem da escrita é, portanto, processual e se constrói em ritmo

diferente em cada indivíduo. Assim, é natural que, numa situação de alfabetização,

as crianças estejam em níveis diferentes de alfabetismo, considerando que:

O ponto de partida dessa discussão é o fato de que o aprendizado das crianças começa

muito antes de elas frequentarem a escola. Qualquer situação de aprendizagem com a

qual a criança se defronta na escola tem sempre uma história prévia. Por exemplo, as

crianças começam a estudar aritmética na escola, mas muito antes tiveram alguma

experiência com quantidades – tiveram que lidar com operações de divisão, adição,

subtração e determinação de tamanho. Conseqüentemente, as crianças têm sua própria

aritmética pré-escolar, que somente os psicólogos míopes podem ignorar. (Vigotski,

1998, p. 110).

O pensamento vigotskiano, nessa perspectiva, dando conta de que a

criança chega à escola com conhecimentos socialmente construídos, corrobora as

idéias sobre letramento segundo as quais, na aprendizagem da escrita, a criança

não parte do zero. Num processo essencialmente social e interativo, ela se apropria

da língua escrita em virtude de sua imersão no mundo letrado.

À luz dessas reflexões, convém lembrar que o aprendizado da escrita, na

escola, coloca a criança diante de alguns dilemas referentes à natureza desse objeto

cultural (a própria escrita). Como exemplo, citamos a arbitrariedade presente na

representação gráfica de palavras, a segmentação da escrita e, ainda, a

organização espacial da grafia. Quanto à representação gráfica das palavras, a

criança, a partir de hipóteses construídas na escola sobre a relação fala/ escrita,

principalmente no início da escolarização, tende a escrever como fala, fazendo uma

transcrição fonética. A esse respeito Cagliari comenta:

Desde os primeiros contatos com a escrita, o aluno ouve o professor dizer que o nosso

sistema é alfabético e que isso significa que escrevemos uma letra para cada som

falado nas palavras. Nosso sistema usa letras, às quais são atribuídos valores fonéticos.

Mas o uso prático desse sistema não se reduz a uma transcrição fonética. Portanto, o

professor não pode dizer simplesmente para o aluno observar os sons da fala, as vogais,

as consoantes, e representá-las na escrita por letras. Esse é o primeiro passo, mas não

é tudo. Feito isso, o aluno precisa aprender que, se cada um escrevesse do jeito que

fala, seria um caos. (1998, p. 354).

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76

6.20 Concepção de Letramento

O letramento tem como objeto de reflexão, de ensino, ou de

aprendizagem os aspectos sociais da língua escrita. Assumir como objetivo o

letramento no contexto do ciclo escolar implica adotar na alfabetização uma

concepção social da escrita, em contraste com uma concepção tradicional que

considera a aprendizagem de leitura e produção textual como a aprendizagem de

habilidades individuais. Essa escolha implica, ainda, que a pergunta

estruturadora/estruturante do planejamento das aulas seja: “quais os textos

significativos para o aluno e para sua comunidade”, em vez de: “qual a seqüência

mais adequada de apresentação dos conteúdos (geralmente, as letras para

formarem sílabas, as sílabas para formarem palavras e das palavras para formarem

frases)”.

Determinar o que seja um texto significativo para a comunidade implica,

por sua vez, partir da bagagem cultural diversificada dos alunos, que, antes de

entrarem na escola, já são participantes de atividades corriqueiras de grupos sociais

que, central ou perifericamente, com diferentes modos de participação (mais ou

menos autônomos, mais ou menos diversificados, mais ou menos, prestigiados), já

pertencem a uma cultura letrada.

Uma atividade que envolve o uso da língua escrita (um evento de

letramento) não se diferencia de outras atividades da vida social: é uma atividade

coletiva e cooperativa, porque envolve vários participantes, com diferentes saberes,

que são mobilizados segundo interesses, intenções e objetivos individuais e metas

comuns. Já a prática de uso da escrita dentro da escola envolve prioritariamente a

demonstração da capacidade individual de realizar todos os aspectos de todas as

atividades, seja: soletrar, ler em voz alta, responder a perguntas oralmente ou por

escrito, escrever uma redação ou um ditado.

A diferença entre ensinar uma prática e ensinar para que o aluno

desenvolva uma competência ou habilidade não é mera questão terminológica. Na

escola, onde predomina a concepção da leitura e da escrita como competências,

concebe-se a atividade de ler e escrever como um conjunto de habilidades

progressivamente desenvolvidas até se chegar a uma competência leitora e

escritora ideal: a do usuário proficiente da língua escrita. Os estudos do letramento,

por outro lado, partem de uma concepção de leitura e de escrita como práticas

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discursivas, com múltiplas funções e inseparáveis dos contextos em que se

desenvolvem.

É difícil pensar o trabalho pedagógico com base nessa concepção,

porque a heterogeneidade não combina muito bem com a aula tradicional, com um

professor dirigindo-se a um aluno médio, idealizado, representativo da turma de

trinta ou mais alunos, interagindo apenas com o professor, falante primário e foco da

atenção de todos, que dá sua aula de acordo com um currículo definido para todas

as turmas do ciclo na escola ou no município Isso, porque em determinado dia,

naquele ano, todas as crianças da turma serão avaliadas segundo parâmetros

(também supostamente representativos dos conhecimentos a serem atingidos na

série ou no ciclo) definidos para toda a nação, como acontece com as já conhecidas

avaliações do SARESP, SAEB.

A concepção da escrita dos estudos de letramento pressupõe que as

pessoas e os grupos sociais são heterogêneos e que as diversas atividades entre as

pessoas acontecem de modos muito variados. Portanto, é viável que se concebam

princípios gerais para a organização do currículo, mas as atividades para seu

desenvolvimento, na interação entre professor e aluno(s) e entre aluno(s) e aluno(s)

envolvem tal sorte de fatores de ordem social e pessoal que seus resultados são

imprevisíveis.

Entre esses princípios gerais do desenvolvimento do currículo, segundo a

concepção do letramento, teríamos:

1. o currículo é dinâmico;

2. o currículo parte da realidade local: turma – escola – comunidade;

3. o princípio estruturante do currículo é a prática social (não o conteúdo);

4. os conteúdos do currículo têm a função de orientar, organizar e

registrar o trabalho do professor, não são, necessariamente, conteúdos a

serem focalizados em sala de aula.

No ciclo em discussão, os “conteúdos” correspondem, basicamente, ao

conjunto de saberes e conhecimentos requeridos em práticas sociais letradas, tais

como as de medição, cálculos de volume, elaboração de maquetas, mapas e plantas

(conteúdos matemáticos), e àqueles necessários para a participação em práticas

discursivas de leitura e produção de textos de diversos gêneros. Nesse último caso,

estamos falando, dentre outros, daqueles “conteúdos” relativos ao domínio do

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código (como a segmentação em palavras, correspondências regulares de som-

letra, regras ortográficas de palavras comuns, uso de maiúsculas) e à formação de

uma noção de texto (coesão, coerência, multimodalidade, intertextualidade, gênero e

discurso, etc.) Numa prática social, há a necessidade de tudo isso e, portanto,

SEMPRE surge a oportunidade de o professor focalizar, de forma sistemática, algum

conteúdo, ou seja, de apresentar materiais para o aluno chegar a perceber uma

regularidade, praticar um procedimento, buscar uma explicação. A partir do

momento em que o letramento do aluno é definido como o objetivo da ação

pedagógica , o movimento será da prática social para o conteúdo, nunca o contrário,

se o letramento do aluno for o objetivo da ação pedagógica.

6.21 Concepção de Infância

A concepção de infância dos dias atuais é bem diferente de alguns

séculos atrás. É importante salientar que a visão que se tem da criança é algo

historicamente construído, por isso é que se pode perceber os grandes contrastes

em relação ao sentimento de infância no decorrer dos tempos. O que hoje pode

parecer uma aberração, como a indiferença destinada à criança pequena, há

séculos atrás era algo absolutamente normal. Por maior estranheza que se cause, a

humanidade nem sempre viu a criança como um ser em particular, e por muito

tempo a tratou como um adulto em miniatura.

De um ser sem importância, quase imperceptível, a criança num processo

secular ocupa um maior destaque na sociedade, e a humanidade lhe lança um novo

olhar. Para entender melhor essa questão é preciso fazer um levantamento histórico

sobre o sentimento de infância, procurar defini-lo, registrar o seu surgimento e a sua

evolução. Segundo Áries: o sentimento de infância não significa o mesmo que

afeição pelas crianças, corresponde à consciência da particularidade infantil, essa

particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem

( Áries, 1978 : 99).

Nessa perspectiva o sentimento de infância é algo que caracteriza a

criança, a sua essência enquanto ser, o seu modo de agir e pensar, que se

diferencia da do adulto, e portanto merece um olhar mais específico.

Até o século XVII a sociedade não dava muita atenção às crianças.

Devido às más condições sanitárias, a mortalidade infantil alcançava níveis

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alarmantes, por isso a criança era vista como um ser ao qual não se podia apegar,

pois a qualquer momento ela poderia deixar de existir. Muitas não conseguiam

ultrapassar a primeira infância. O índice de natalidade também era alto, o que

ocasionava uma espécie de substituição das crianças mortas. A perda era vista

como algo natural e que não merecia ser lamentada por muito tempo, como pode

ser constatado no comentário de Áries “ …as pessoas não podiam se apegar muito

a algo que era considerado uma perda eventual…” (1978 : 22 ).

Na Idade Média a criança era vista como um ser em miniatura, assim que

pudesse realizar algumas tarefas, esta era inserida no mundo adulto, sem nenhuma

preocupação em relação à sua formação enquanto um ser específico, sendo

exposta a todo tipo de experiência.

Segundo Áries, até o século XVII, a socialização da criança e a

transmissão de valores e de conhecimentos não eram assegurados pelas famílias. A

criança era afastada cedo de seus pais e passava a conviver com outros adultos,

ajudando-os em suas tarefas. A partir daí, não se distinguia mais desses. Nesse

contato, a criança passava dessa fase direto para a vida adulta. ( Áries, 1978 ).

A duração da infância não era bem definida e o termo “infância” era

empregado indiscriminadamente, sendo utilizado, inclusive, para se referir a jovens

com dezoito anos ou mais de idade ( Áries, 1989 ). Dessa forma, a infância tinha

uma longa duração, e a criança acabava por assumir funções de responsabilidade,

queimando etapas do seu desenvolvimento. Até a sua vestimenta era a cópia fiel da

de um adulto. Essa situação começa a mudar, caracterizando um marco importante

no despertar do sentimento de infância:

No século XVII, entretanto, a criança, ou ao menos a criança de boa

família, quer fosse nobre ou burguesa, não era mais vestida como os adultos. Ela

agora tinha um traje reservado à sua idade, que a distinguia dos adultos. Esse fato

essencial aparece logo ao primeiro olhar lançado às numerosas representações de

criança do início do século XVII ( Áriès, 1978: 33 ).

As grandes transformações sociais ocorridas no século XVII contribuíram

decisivamente para a construção de um sentimento de infância. As mais importantes

foram as reformas religiosas católicas e protestantes, que trouxeram um novo olhar

sobre a criança e sua aprendizagem. Outro aspecto importante é a afetividade, que

ganhou mais importância no seio na família.

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Essa afetividade era demonstrada, principalmente, por meio da

valorização que a educação passou a ter. A aprendizagem das crianças, que antes

se dava na convivência das crianças com os adultos em suas tarefas cotidianas,

passou a dar-se na escola. O trabalho com fins educativos foi substituído pela

escola, que passou a ser responsável pelo processo deformação. As crianças foram

então separadas dos adultos e mantidas em escolas até estarem “prontas” para a

vida em sociedade. ( Ariès, 1978 ).

Surge uma preocupação com a formação moral da criança e a igreja se

encarrega em direcionar a aprendizagem, visando corrigir os desvios da criança,

acreditava-se que ela era fruto do pecado, e deveria ser guiada para o caminho do

bem. Entre os moralistas e os educadores do século XVII, formou-se o sentimento

de infância que viria inspirar toda a educação do século XX (Áries, 1989). Daí vem a

explicação dos tipos de atendimento destinados às crianças, de caráter repressor e

compensatório.

De um lado a criança é vista como um ser inocente que precisa de

cuidados, do outro como um ser fruto do pecado. Segundo kramer :

Nesse momento, o sentimento de infância corresponde a duas atitudes

contraditórias: uma considera a criança ingênua, inocente e graciosa e é traduzida

pela paparicação dos adultos, e a outra surge simultaneamente à primeira, mas se

contrapõe à ela, tornando a criança um ser imperfeito e incompleto, que necessita

da “moralização” e da educação feita pelo adulto ( kramer, 2003:18 ).

Esses dois sentimentos são originados por uma nova postura da família

em relação à criança, que passa a assumir mais efetivamente a sua função, a

família começa a perceber a criança como um investimento futuro, que precisa ser

preservado, e portanto deve ser afastada de maus físicos e morais. Para Kramer

( 2003 : 18 ) “não é a família que é nova, mas, sim o sentimento de família que surge

nos séculos XVI e XVII, inseparável do sentimento de infância.”

A vida familiar ganha um caráter mais privado, e aos poucos a família

assume o papel que antes era destinado à comunidade. É importante salientar que

esse sentimento de infância e de família representa um padrão burguês, que se

transformou em universal. Segundo Kramer :

…a idéia de infância (… ) aparece com a sociedade capitalista, urbano-industrial, na

medida em que mudam a sua inserção e o papel social da criança na comunidade. se,

na sociedade feudal, a criança exercia um papel produtivo direto (“de adulto”) assim que

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ultrapassava o período de alta mortalidade, na sociedade burguesa ela passa a ser

alguém que precisa de ser cuidada, escolarizada e preparada para uma função futura.

Este conceito de infância é pois, determinado historicamente pela modificação das

formas de organização da sociedade (2003:19).

No século XVIII, além da educação a família passou a se interessar pelas

questões relacionadas à higiene e à saúde da criança, o que levou a uma

considerável diminuição dos índices de mortalidade.

As mudanças beneficiaram as crianças da burguesia, pois as crianças do

povo continuaram a não ter acesso aos ganhos representados pela nova concepção

de infância, como o direito à educação e a cuidados mais específicos, sendo

direcionadas para o trabalho.

A criança sai do anonimato e lentamente ocupa um espaço de maior

destaque na sociedade. Essa evolução traz modificações profundas em relação à

educação, esta teve que procurar atender as novas demandas que foram

desencadeadas pela valorização da criança, pois a aprendizagem além da questão

religiosa passou a ser um dos pilares no atendimento à criança. Segundo Loureiro :

…nesse período começa a existir uma preocupação em conhecer a mentalidade das

crianças a fim de adaptar os métodos de educação a elas, facilitando o processo de

aprendizagem. Surge uma ênfase na imagem da criança como um anjo, “testemunho da

inocência batismal” e, por isso, próximo de Cristo (2005:36).

Percebe-se o caráter cristão ao qual a educação das crianças foi

ancorado. Com o surgimento do interesse nas crianças, começou a preocupação em

ajudá-las a adquirir o princípio da razão e a fazer delas adultos cristãos e racionais.

Esse paradgma norteou a educação do século XIX e XX.

Hoje, a criança é vista como um sujeito de direitos, situado historicamente

e que precisa ter as suas necessidades físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais

e sociais supridas, caracterizando um atendimento integral e integrado da criança.

Ela deve ter todas as suas dimensões respeitadas. Segundo Zabalza ao citar

Fraboni: a etapa histórica que estamos vivendo, fortemente marcada pela

“transformação” tecnológico-científica e pela mudança ético-social, cumpre todos os

requisitos para tornar efetiva a conquista do salto na educação da criança,

legitimando-a finalmente como figura social, como sujeito de direitos enquanto

sujeito social” (1998:68).

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Assim, a concepção da criança como um ser particular, com

características bem diferentes das dos adultos, e contemporaneamente como

portador de direitos enquanto cidadão, é que vai gerar as maiores mudanças na

Educação Infantil, tornando o atendimento às crianças de 0 a 6 anos ainda mais

específico, exigindo do educador uma postura consciente de como deve ser

realizado o trabalho com as crianças pequenas, quais as suas necessidades

enquanto criança e enquanto cidadão.

6.22 Concepção de Adolescência

“... uma transição entre outras, não sendo a única, nem a última.”(PALÁCIOS, 1995,

p. 272)

Sem dúvida, os adolescentes existiram em todas as épocas e culturas

(Almeida, 2007). E preocupações no tocante a essa etapa da vida também.

Anteriormente, a adolescência era considerada meramente uma etapa

transitória entre a infância e a vida adulta e sua caracterização era evidenciada por

comemorativos biológicos que registravam tal momento evolutivo do ser humano

(Osorio, 1992). Contudo, atualmente, a adolescência vem se tornando, cada vez

mais, um fenômeno estudado por vários segmentos sociais e áreas da ciência.

Osorio (1992) identifica dois principais fatores que explicam o porquê à adolescência

tornou-se uma temática de interesse universal:

•A explosão demográfica do pós-guerra, que trouxe como substancial

conseqüência o crescimento percentual da população jovem mundial;

•A ampliação do intervalo da faixa etária com as características da

adolescência.

Adolescência deriva de “Adolecere, uma palavra latina que significa

crescer, desenvolver-se, tornar-se jovem” (BECKER, 1994, p. 8). Dessa forma,

atualmente a adolescência é considerada uma fase de transição entre a infância e a

idade adulta, caracterizada por aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais,

que levarão a criança a se tornar adulta, acrescida da capacidade de reprodução,

conforme acrescenta Aberastury (1986) e Zagury (1996). Há que se ressaltar que o

adolescente vivencia tal conquista como a irrupção de um novo papel, que modifica

sua posição frente ao mundo e que também o influencia em outros planos da vida

dele.

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Um período, sem dúvida, de inquestionável importância para as pessoas.

A mais notável característica é o acentuado desenvolvimento físico com fortes

transformações internas e externas. Ocorrem também mudanças marcantes nos

campos intelectual e afetivo. Outra importante mudança é o amadurecimento sexual,

colocando em funcionamento glândulas que produzirão importantes hormônios.

Paralelamente, ao desenvolvimento físico interno e externo, ocorrem

também, modificações de caráter social. O grupo de amigos tende a aumentar em

importância e a tendência à imitação e identificação acentua-se marcadamente.

Assim, a forma de se vestir, de fala, de agir, até mesmo os gostos tendem a ser

muito influenciados pelo grupo. Temem não serem aceitos e valorizados pelos

amigos e, portanto, procuram agir de acordo com o que faz a maioria, num processo

de identificação com o grupo e seus componentes.

O fenômeno da adolescência pode ser analisado sob os mais variados

prismas, na tentativa de se compreender melhor a dinâmica envolvida na mesma,

pois faz se necessário compreendê-la no âmbito de uma totalidade, pois não se

pode compreendê-la estudando separadamente os aspectos biológicos,

psicológicos, sociais ou culturais (Osório, 1992).

De um modo genérico e pouco representativo, a adolescência é vista

como um período preparatório para a vida adulta. Este quadro descreve de forma

pouco pormenorizada seu conceito, pois, seguramente, a adolescência não é

apenas um momento de iniciação para a vida adulta, muito menos, um instante de

recapitulação da infância passada, de toda a experiência acumulada e agora posta

em ordem, conforme afirma Kaplan (1996). Assim, longe de ser um intervalo

temporal qualquer entre idades adjacentes (a infantil e a adulta), a adolescência

constitui-se como um período contínuo e um processo dinâmico:

a) de ativa desconstrução de um passado pessoal, em parte retomado e

mantido, e em contrapartida, abandonado e definitivamente preterido;

b) de projeto e de construção do futuro, a partir de um enorme potencial e

acervo de possibilidades ativas que o adolescente possui e tem a consciência de

possuir (Fierro, 1983).

Nesta fase, do ponto de vista psicológico, os adolescentes adquirem uma

nova e suprior forma de pensamento, em relação à anterior (fase das operações

concretas, da infância) que lhes possibilitará conceber os acontecimentos ao seu

redor, de forma diferente de como faziam até então. Tal pensamento, caracterizado

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por uma maior autonomia e precisão de seu raciocínio, foi denominado pela tradição

piagetiana de pensamento formal, caracterizado pelo surgimento e desenvolvimento

das operações formais (Palacios, 1995).

Um aspecto relevante colocado por Aberastury (1986) é o conflito do

adolescente que padece de um luto pela ‘perda’ do corpo e de sua condição infantil,

de sua identidade de criança e da relação tida com seus pais na infância. Para

Tubert (1999) o corpo que é familiar da primeira infância é perdido e em seu lugar

aparece um mal-estar em relação ao corpo – “um corpo desconhecido, suspeito,

fonte de inquietude e, na medida em que remete à sexualidade, interpela e

questiona o sujeito” (TUBERT, 1999, p. 59). Tal situação leva um determinado

tempo para ser elaborada por alguns adolescentes, pois para outros, transcorre

tranqüilamente. Essas mudanças e aceitações propiciarão para o adolescente,

ferramentas adequadas para se enfrentar o futuro, haja vista implicarem na busca de

uma nova identidade que vai se constituindo, diariamente, em planos conscientes e

inconscientes, e a necessidade de se incluir as novas metamorfoses psicocorporais.

Na sociedade, a adolescência é definida/entendida sob a égide do modelo

econômico estando, seu término condicionado à independência econômica

(SUPLICY, 1984; OSORIO, 1992). Neste sentido o término da adolescência, a

exemplo do seu início, é bem mais difícil de ser determinado e novamente obedece

a uma série de fatores de natureza sócio-cultural (Osorio, 1992). Alguns autores,

como Dolto (1986) apontam para fatores outros que sinalizam esta fase, tais como,

crescimento ósseo. Vê-se, pois, que as dificuldades para determinar o final desta

fase do desenvolvimento humano são inerentes às diversas concepções e

abordagens teóricas.

Então, em linhas gerais, a adolescência é o período que se segue de, por

volta, dos 12 anos até a segunda década de vida, uma transição entre a infância e a

fase adulta. É também um período de desenvolvimento social e pessoal que

geralmente acompanha a época de modificações físicas (Palacios, 1995).

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7 – MARCO OPERACIONAL

7.1 História e Cultura Afro-brasileira e Africana

Por meio de uma análise crítica e reflexiva das contradições e conflitos

presentes na realidade e suas relações com as práticas educativas de nossa escola

e não deixando de nos orientar pelas legislações vigentes (Constituição Federal –

título VIII, LDB, Estatuto da Criança e do Adolescente, Instruções e Deliberações

vigentes, Lei 10.639/03 e Lei 11.645/08), o foco principal é que os nossos alunos

tenham direito à vida, à saúde, à liberdade, ao respeito, à dignidade, à convivência

familiar e comunitária, à educação, à cultura, ao esporte, ao seu pleno

desenvolvimento para o exercício da cidadania.

Em observância a lei 10.639/03 que versa sobre a inserção dos

conteúdos de História e Cultura Afro-brasileira e Africana nos currículos escolares,

enfocamos o estudo das Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa. Busca-se,

portanto, oferecer aos alunos a oportunidade de conhecer um pouco da literatura

que se faz nos países africanos que adotaram a Língua Portuguesa como oficial,

depois de sua independência.

Essa literatura nos interessa por vários motivos. Primeiro, porque se trata

da mesma língua se consolidando em outros contextos socioculturais (há, portanto,

um vínculo linguístico entre nós). Segundo, porque é uma literatura que recebeu

grande influência dos nossos principais escritores do século XX (há, portanto,

vínculos simbólicos entre nós). E, acima de tudo, porque a sociedade e a cultura

brasileiras têm profundas raízes africanas (há, portanto, vínculos históricos entre

Brasil e África).

A Lei 10.639/03 inclui, no conteúdo programático, também a luta dos

negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade

nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e

política pertinentes à História do Brasil.

A Lei 11.645/08 traz em questão a temática da História e Cultura Indígena

e inclui, no currículo oficial da rede de ensino, a obrigatoriedade do tema “História e

Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Para fins de ciência e consulta, as referidas leis

encontram-se nos anexos deste PPP.

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Em nosso estabelecimento os conteúdos programáticos das disciplinas

devem contemplar aspectos plurais da história e de cultura que caracterizam a

formação da população brasileira, relativos a esses dos grupos étnicos, sendo

trabalhados de forma contextualizada com o intuito de valorização da história dos

povos retratados pela lei nº 11.645.

Os estudos sobre o Estado do Paraná será ofertada nas disciplinas de

História e Geografia.

7.2 Programa Prontidão Escolar Preventiva (PEP)

O Programa Prontidão Escolar Preventiva (PEP) tem caráter preventivo,

interdisciplinar e permitirá a criação das Brigadas de Emergência para

enfrentamento de situações de risco em nosso estabelecimento de ensino.

O objetivo é implantar uma nova cultura escolar, por intermédio do

conhecimento teórico e prático de temas como Primeiros Socorros, Desastres

Climáticos, Sinistros Causados pelo Fogo, Prejuízos Causados por Bombas e

Artefatos Explosivos. Acreditamos que, ao aplicarmos, com o auxílio de

metodologias apropriadas, estes conhecimentos, na vida em sociedade, o aluno terá

oportunidades de desenvolver habilidades e utilizar de forma apropriada rotinas e

procedimentos corretos em situações de risco.

As transformações climáticas hoje enfrentadas e o número cada vez

maior de casos de violência, não só nas escolas, como em todos os eixos da

sociedade, nos dão a certeza de que com o programa PEP, estamos no caminho

certo para prepararmos nossos alunos para a efetiva cidadania, oferecendo-lhes

além do conhecimento técnico-acadêmico, também aquele que o formará um

cidadão ciente do que representa viver em sociedade.

7.3 Desenvolvimento Socioeducacional

Segundo a Professora Yvelise Freitas, o desafio maior é sem dúvida, o

conhecimento em si, razão do nosso trabalho e função essencial da escola. No

entanto, constantemente vai além, demonstrando-nos demandas novas, exigindo um

posicionamento em relação aos novos desafios que se opõem para a educação e

que devem ser trabalhados neste contexto, tanto para os profissionais da escola,

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como para os educandos, seus pais e a comunidade, em toda a complexidade de

cada um desses segmentos. Tais desafios trazem as inquietudes humanas, as

relações sociais, econômicas, políticas e culturais, levando-nos a avaliar os

enfrentamentos que devemos fazer. Implica, imediatamente, a organização de

nossas tarefas e o projeto político-pedagógico que aponta a opção pela direção

educacional dada pelo coletivo escolar, nossos planos, métodos e saberes a serem

enfrentados, para hoje, sobre o ontem e com a intensidade do nosso próximo passo

(...).

DESENVOLVIMENTO SOCIOEDUCACIONAL:

• Educação Ambiental

• Prevenção ao Uso Indevido de Drogas

• Educação Fiscal

• Enfrentamento a Violência

DIVERSIDADE

• Relações Étnico-Raciais

• Sexualidade

• Educação Indígena

• Educação do Campo

O trabalho desenvolvido com os educandos usa despertar a consciência

sobre direitos e deveres em relação ao valor social, a promover o desenvolvimento

da educação ambiental, buscar-se-á a ampliação da compreensão e formar uma

consciência crítica sobre a violência, promover o reconhecimento da identidade, da

história e da cultura da população negra, assegurando a igualdade e valorização das

raízes africanas ao lado das indígenas, europeias e asiáticas, a partir do ensino da

História e da Cultura Afro-Brasileira e Africana.

7.4 Gestão Democrática

Conforme Libâneo, em sua obra Organização e Gestão Escolar (2004),

organizar o trabalho pedagógico em escola pública não é uma tarefa fácil é algo

abrangente, requer uma formação de boa qualidade além de exigir do gestor um

trabalho coletivo que busque incessantemente a autonomia, liberdade, emancipação

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e a participação na construção do projeto político-pedagógico. Numa gestão

democrática, o gestor precisa saber como trabalhar os conflitos e desencontros,

deve ter competência para buscar novas alternativas e que as mesmas atendam aos

interesses da comunidade escolar, deve compreender que a qualidade da escola

depende da participação ativa de todos os membros, respeitando a individualidade

de cada um e buscando nos conhecimentos individuais novas fontes de enriquecer o

trabalho coletivo.

A educação é o objeto de estudo da escola, ela é um instrumento

primordial que viabiliza a prática da gestão democrática, pois seu papel é dirimir a

filosofia, o pensamento, o comportamento e as relações humanas que os alunos

necessitam para viver numa sociedade, pois dessa forma estarão aptos a construir

uma visão sólida e crítica da realidade educativa, buscando alternativas coletivas

para os problemas no âmbito social e escolar, em outras palavras, a educação deve

ser emancipadora e capaz de transformar a realidade.

A organização do trabalho pedagógico é uma estratégia educacional para

democratizar o processo ensino-aprendizagem, então é de suma relevância para um

gestor implementar novas formas de administrar em que a comunicação e o diálogo

estejam inseridos na prática pedagógica do docente. Cabe ao gestor assumir a

liderança deste processo com competência técnica e política.

Ao assumir esse papel o gestor deve, necessariamente buscar a

articulação dos diferentes atores em torno de uma educação de qualidade, o que

implica uma liderança democrática, capaz de interagir com todos os segmentos da

comunidade escolar. A liderança do gestor requer uma formação pedagógica crítica

e desvinculada. Nesse sentido, o objetivo é construir uma verdadeira educação com

sensibilidade e também com destrezas para que se possa obter o máximo de

contribuição e participação dos membros da comunidade.

A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática da

escola, possibilitando o envolvimento de profissionais e usuários no processo de

tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. Além disso,

proporcionar um melhor conhecimento dos objetivos e metas, da estrutura

organizacional e de sua dinâmica das relações da escola com a comunidade, e

favorece uma aproximação maior entre professores, alunos e pais.

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7.5 Formação Continuada

As ações para formação continuada de professores no Brasil intensifica-

ram-se a partir da década de 1980 (SEF, 1999). No entanto, só na década de 1990,

a formação continuada passou a ser considerada como uma das estratégias funda-

mentais para o processo de construção de um novo perfil profissional do professor

(NÓVOA, 1991; ESTRELA, 1997; GATTI, 1997; VEIGA, 1998).

A formação de professores assume posição de destaque nas discussões

relativas às políticas públicas. É uma preocupação que se evidencia nas reformas

que são implementadas na política de formação docente, bem como nas

investigações e publicações da área e nos debates acerca da formação inicial e

continuada dos professores.

Nessas dimensões, a formação continuada aparece associada ao

processo de melhoria das práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores em

sua rotina de trabalho e em seu cotidiano escolar.

A rotina do funcionamento da Escola pode ser a possibilidade de o

professor aperfeiçoar, continuamente, sua ação docente-educativa, o mesmo ocorre

com diretores e equipe pedagógica e demais profissionais, para que adquiram:

• domínio crítico do conteúdo a ser ensinado;

• clareza dos objetivos a serem atingidos;

• domínio dos meios de comunicação a serem utilizados para a mediação eficaz

entre o aluno e os conteúdos do ensino;

• visão articulada do funcionamento da Escola, como um todo;

• percepção nítida e crítica das complexas relações entre educação escolar e

sociedade.

Isto tudo em um espaço que deve ser proporcionado de maneira a dar

condições para que ocorra, nas horas atividades e nos momentos de reflexão, trocas

de ideias e conhecimento.

Sobre esta orientação, Imbernón afirma:

A formação terá como base uma reflexão dos sujeitos sobre sua prática docente, de modo a permitir que examinem suas teorias implícitas, seus esquemas de funcionamento, suas ati-tudes etc., realizando um processo constante de auto-avalia-ção que oriente seu trabalho. A orientação para esse processo de reflexão exige uma proposta crítica da intervenção educati-va, uma análise da prática do ponto de vista dos pressupostos

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ideológicos e comportamentais subjacentes. , (IMBERNÓN, 2001, p.48-49).

A reflexão crítica permanente deve constituir-se como orientação prioritá-

ria para a formação continuada dos professores que buscam a transformação por

meio de sua prática educativa.

Segundo FREIRE:

A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. Quando a prática é tomada como curiosidade, então essa prática vai despertar horizontes de possibilidades. O que se precisa é possibilitar, que, voltando-se sobre si mesma, atra-vés da reflexão sobre a prática, a curiosidade ingênua, perce-bendo-se como tal, se vá tornando crítica. A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâ-mico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. Por isso é que na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. (FREIRE, 2001 p.42 e 43).

Desta forma, não basta refletir sobre a prática pedagógica docente, é

preciso refletir crítica e permanentemente. Este processo precisa estar apoiado em

uma análise emancipatório-política para que os professores em formação possam

visualizar as operações de reflexão no seu contexto sócio-político-econômico-

cultural mais amplo.

Em nosso Colégio, os profissionais da educação são fomentados para

que façam com que a formação continuada seja uma prática constante em suas vi-

das profissionais, como nos Itinerantes, palestras, reuniões técnicas disciplinares,

semana pedagógica semestralmente, simpósios, grupo de estudos, PDE, GTR e

hora atividade.

7.6 Ações a serem desenvolvidas:

− Reuniões e integração entre o Conselho Escolar e a comunidade escolar,

visando ações positivas e comprometimento voltados para a melhoria da

qualidade de ensino, por meio da participação na tomada de decisões.

− Conselho de Classe participativo com professores, alunos, pais e

representantes de turma.

− Pretende-se reunir os pais trimestralmente nos Conselhos de Classe

Participativos e nas entregas de boletins; esporadicamente nas atividades

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culturais e esportivas, nas promoções realizadas pela escola e sempre que se

fizer necessária a presença dos pais.

− Reuniões mensais com os alunos representantes de turma para análise das

dificuldades da sala e sugestões.

− Grêmio Estudantil, criação de conselheiros, podendo ser professores, pais,

alunos e comunidade, no qual em reuniões mensais programadas, serão

organizadas as ações a serem executadas.

− APMF, redirecionamento para que o foco não centralize apenas na aquisição

de verbas, mas sim na participação coletiva com os demais órgãos

colegiados visando ações de melhoria da aprendizagem.

− Reuniões conjuntas dos órgãos para analisar, verificar, instruir, acompanhar e

encaminhar decisões que satisfaçam os anseios de toda a comunidade

escolar.

− Planejamento compartilhado com professores e funcionários para rever e

oferecer atividades que favoreçam o desenvolvimento ético político do

educando, bem como, reorganizar e analisar criticamente todo o processo do

trabalho escolar. Será realizado mensalmente em cronograma

preestabelecido de acordo com a disponibilidade da maioria.

− Formação de uma escola de pais, principalmente daqueles que os filhos

apresentem dificuldades de relacionamento e aprendizagem.

− Fortalecimento das relações entre as empresas e comérciolocais, por meio de

socialização, integração, transparência de ações e repasse de informações.

− Parcerias com os serviços das Igrejas locais, por meio de eventos e palestras

que levem o educando à reflexão sobre o uso das drogas e o relacionamento

com a família, amigos.

− Formação de grupos de acordo com suas aptidões para aprimorar e formar

grupos de: dança, teatro, valorização de professores e alunos, rádio da

escola, escolinha de futebol, basquete.

− Parcerias com faculdades locais, onde através de ações educativas e

depoimentos, os jovens acadêmicos levem aos nossos alunos o

conhecimento em sua caminhada.

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− Incentivo na participação de ações conjuntas, solidárias e comunitárias,

despertando no educando e comunidade a importância da participação em

atos de amor, fé, esperança e paz.

− Biblioteca do professor oferecendo subsídios teóricos e práticos para sua

atualização profissional e orientando suas práticas educativas.

− Aquisição do jornal local e revistas para que o professor possa de uma

maneira crítica e reflexiva orientar seus alunos sobre questões da atualidade.

− Reuniões pedagógicas que propicie, além da integração de todos

(professores, funcionários e equipe pedagógica), o conhecimento das novas

políticas educacionais (diretrizes curriculares, mudança de alguns artigos da

LDB, conteúdos estruturantes para o Ensino Médio, mudança da média).

− Diálogo constante entre professores e alunos em busca de novas práticas

que viabilizem o avanço na aprendizagem.

− Atividades de recuperação da aprendizagem e evasão serão apresentados

pelos órgãos colegiados aos professores, pais e alunos para análise crítica

reflexiva, as quais serão avaliadas e reestruturadas conforme decisão

coletiva.

− Sugerir, incentivar, orientar e incrementar o desenvolvimento de projetos

dinâmicos e inovadores para a melhoria da qualidade de aprendizagem dos

alunos, saúde, à educação ambiental, combate à violência, oferecendo

subsídios financeiros de acordo com as atividades.

− Organização de turmas e horários de aula que atenda as necessidades dos

educandos e professores, mediante consulta e sugestões de todos os

envolvidos no processo educativo.

− As ações e as tomadas de decisões serão coletivas quando houver casos que

demandem punições, descartando qualquer atitude discriminatória ou de

situações vexatórias.

− Todas as atividades que a escola já realiza durante o ano letivo serão

organizadas e planejadas durante o encontro pedagógico no início do ano

letivo como: mostra cultural, exposições, passeios, visitas, atividades

esportivas e culturais, comemorações alusivas, Ginfest, podendo ocorrer

mudanças na programação que venham ao encontro às necessidades de

todos.

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− Articulação com as entidades locais para oportunizar aos educandos a

participação em eventos por eles oferecidos como: maratonas e mostra

cultural e de profissões, oferecidos pelas escolas e faculdades locais, bem

como atividades culturais e esportivas, oferecidos pelo SESC, LIONS, ONGS

e Prefeitura Municipal.

− Confraternização entre professores e funcionários buscando a integração, o

respeito e apreço, mostrando a importância que os educadores têm no

processo ensino-aprendizado e na construção de uma escola de qualidade.

− Ressaltar, em todos os momentos relevantes, a valorização do professor e

funcionários, por meio de gestos concretos tomando o cuidado para não

desmerecer os demais e incentivá-los para que também desenvolvam ações

colaborativas visando as interações sociais.

− Maior diálogo entre professores e alunos, por meio de eventos culturais e

passeios turísticos, nos quais haverá a participação também de professores

mostrando seus dons.

− Formatura de qualidade estimulando a aprendizagem e conclusão do Ensino

Fundamental e Médio, com a participação de todos os pais, alunos,

professores, funcionários e órgãos colegiados.

− Cada profissional tem um papel fundamental no processo educativo e

tamanha responsabilidade exige boas condições de trabalho, preparo e

equilíbrio. Para tanto, a formação continuada para professores, funcionários,

alunos e órgãos colegiados é de grande importância:

• Incentivo, consonância e divulgação de cursos oferecidos pela entidade

mantenedora.

• Grupo de estudos por disciplina oportunizando a troca de experiências e

aquisição de novos conhecimentos.

• Hora atividade na qual o professor tenha um ambiente que favoreça a

organização de seus trabalhos.

• Horário de atendimento na biblioteca que venha ao encontro com as

necessidades dos alunos e professores.

• Oportunizar aos alunos participação em cursos oferecidos pelo SENAC, SESC,

ROTARY.

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− Oferecer serviços de informação trimestral e diário, aos alunos e pais sobre a

situação da vida escolar.

− Promover ações que trimestralmente favoreçam a conservação, higiene,

limpeza e manutenção do patrimônio escolar, conscientizando o educando

sobre a importância de um ambiente saudável e limpo, mudando suas

atitudes diárias incentivando-o a adquirir novos hábitos.

− Disponibilizar aos professores materiais e condições de uso dos laboratórios,

através de agendamento de dias e horários, bem como aquisição de materiais

necessários.

− Incrementar a sala de esporte de acordo com as necessidades dos

professores e alunos.

− Sala de aulas onde o professor e alunos tenham condições favoráveis para

desenvolver as práticas educativas.

− Aquisição de materiais didáticos e condições de confecções dos mesmos,

através de recursos financeiros da SUDE e APMF.

− Materiais pedagógicos de fácil acesso à utilização do professor como: mapas,

cartazes, materiais esportivos e retroprojetores, câmera digital, projetor

multimídia, gravador de DVD, etc.

− Solicitar junto as autoridades competentes a cobertura da quadra e uma

cozinha experimental para o Curso Técnico de Alimentos;

7.7 Hora Atividade

A organização da hora atividade preferencialmente ocorrerá por disciplina

sempre priorizando:

- Pesquisa científica e metodológica;

- A correção de atividades dos discentes;

- Estudos e reflexão sobre ações que visem a melhoria da qualidade de ensino;

- Reestruturação dos planejamentos para enfrentamento das problemáticas;

- Reflexões sobre as práticas pedagógicas, troca de experiências e ações

conjuntas nas turmas e alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem e

sociabilização.

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Por meio de uma análise coletiva e reflexiva das contradições e conflitos

presentes na realidade e suas relações com as práticas educativas de nossa escola

e não deixando de nos orientar pelas legislações vigentes (Constituição Federal –

título VIII, LDB, Estatuto da criança e do adolescente, Instruções e Deliberações

vigentes), na qual o foco principal é que os nossos alunos tenham direito à vida, à

saúde, à liberdade, ao respeito, à dignidade, à convivência familiar e comunitária, à

educação, à cultura, ao esporte, ao seu pleno desenvolvimento para o exercício da

cidadania. Garantindo a socialização entre professores e uma prática educativa

multidisciplinar.

Somente por meio da pesquisa é que as necessidades podem ser

supridas quanto ao saber científico historicamente produzido, como ir em busca de

metodologias que realmente façam da transmissão dos conhecimentos um

aprendizado significativo. Para isso um momento de estudos e reflexões é de uma

importância suprema para os educadores.

A qualidade de ensino somente se efetivará se o professor estiver bem

preparado, ser dinâmico e estiver em constante investigação e em busca de novos

caminhos para efetivar a aprendizagem.

A pesquisa somente trará benefícios eficientes para os professores se for

desenvolvida no âmbito do materialismo histórico dialético, utilizando a práxis, a

totalidade, a contradição e a mediação como suporte à relação pesquisador-objeto

de pesquisa.

7.8 CELEM - Espanhol

A partir do ano letivo de 2006 o colégio passou a ofertar o CELEM (Centro

de Línguas Estrangeiras Modernas) de Língua Espanhola, como um ensino

extracurricular, plurilinguista e gratuito para alunos da Rede Estadual Básica,

matriculados nos anos finais do Ensino Fundamental, no Ensino Médio, Educação

Profissional e Educação de Jovens e Adultos. Sendo também extensivo à

comunidade, professores e agentes educacionais.

O CELEM é regulamentado pela Resolução nº 3904/2008 e pela Instrução

Normativa nº 19/2008, além de ser subordinado às determinações do Projeto Político

Pedagógico e do Regimento Escolar.

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7.9 Sala de Recursos anos finais, na Área da Deficiência Intelectual e

Transtornos Funcionais Específicos

Legislação (ou Regulamentação)

- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/96)

- Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica

- Parecer nº 17/01 – CNE

- Resolução nº 02/01 – CNE

- Deliberação nº 02/03 – CEE-PR

- Instrução nº 05/04

- Instrução nº 13/08

Sala de Recursos é um serviço especializado de natureza pedagógica

que apóia e complementa o atendimento educacional realizado em classes comuns

do Ensino Fundamental – anos finais.

Objetivos

- Propor que o aluno desenvolva o conhecimento de si mesmo e o sentimento de

confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva para agir com perseverança

na busca de conhecimento.

- Diversificar e flexibilizar o processo de ensino-aprendizagem de modo a atender as

diferenças individuais dos alunos.

- Favorecer os alunos com necessidades educativas especiais, espaço organizado

com materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissional com formação

adequada.

- Desenvolver as capacidades acadêmicas cognitivas, afetivos, emocionais e sociais

que potencializem o desenvolvimento pessoal de todos os educandos.

A Sala de Recursos funciona durante os cinco dias letivos da semana em

contraturno.

Para cada 20 horas semanais autorizadas para a Sala de Recursos, o

professor cumpre uma carga horária diária de quatro horas-aula, correspondente a

50 minutos cada aula, nos cinco dias letivos da semana.

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7.10 Sala de Apoio à Aprendizagem

Legislação

- Instrução nº 22/08

- Resolução nº 371/08

- Resolução nº 196/10

O colégio implementa o Programa Sala de Apoio à Aprendizagem

ofertado às crianças que frequentam o 6º ano do Ensino Fundamental. O programa

prevê o atendimento aos alunos, em contraturno, nas disciplinas de Língua

Portuguesa e Matemática e objetiva trabalhar as dificuldades referentes à aquisição

dos conteúdos de oralidade, leitura e escrita, bem como as formas espaciais e

quantidades nas suas operações básicas e elementares.

Isto faz com que os alunos que ingressam no 6º ano com dificuldades de

aprendizagem possam, por meio de atividades diferenciadas e significativas, superar

essas dificuldades e acompanharem seus colegas do turno regular, melhorando a

qualidade da educação ofertada pela rede pública.

7.11 Estágio não-obrigatório

Legislação

- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/96)

- Lei nº 11.788/08

- Lei nº 8.069/90

- Deliberação nº 02/09

- Instrução nº 6/09 – SUED/SEED

Estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no

ambiente de trabalho, cujas atividades devem estar adequadas às exigências

pedagógicas relativas ao desenvolvimento cognitivo, pessoal e social do educando,

de modo a prevalecer sobre o aspecto produtivo.

Poderão ser estagiários os estudantes que frequentam o ensino nas

instituições de Educação Profissional, de Ensino Médio, inclusive na modalidade de

Educação de Jovens e Adultos, de Educação Especial e dos anos finais do Ensino

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Fundamental exclusivamente na modalidade Profissional da Educação de Jovens e

Adultos.

Quando se trata do estágio não-obrigatório é exigida a idade mínima de

16 anos.

O estágio não-obrigatório não interfere na aprovação/reprovação do aluno

e não é computado como componente curricular.

Os alunos matriculados no Ensino Médio podem realizar no estágio não-

obrigatório atividades que possibilitem a integração social, o uso das novas

tecnologias, a produção de textos, o aperfeiçoamento do domínio do cálculo, o

aperfeiçoamento da oralidade e a compreensão das relações do mundo do trabalho,

tais como: planejamento, organização e realização de atividades que envolvam

rotina administrativa, documentação comercial e rotinas afins.

O Plano de Estágio encontra-se nos anexos deste P.P.P.

8 – AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

8.1 Avaliação do PPP

Os dispositivos utilizados serão questionamentos, reuniões, assembléias,

caixa de sugestões permanente.

O Projeto Político Pedagógico portanto, será um instrumento em

constante transformação com um único objetivo: garantir o acesso e permanência de

todos, prezando pela formação integral dos educandos.

A avaliação institucional tem que reunir um esforço conjunto e

democrático, trazendo uma maior compreensão da realidade da escola, levantando

elementos que facilitarão a promoção das transformações necessárias para o

avanço da qualidade.

Abrir espaço para a reflexão a reelaboração dos rumos, avanços em

proposta, ações e perspectivas, promovendo uma contínua melhoria do trabalho e

das condições ambientais e pedagógicas, de modo a criar experiências

educacionais estimulantes e mobilizadoras que oportunizem à comunidade escolar o

aprendizado e a promoção humana.

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As Instâncias Colegiadas tem como principal atribuição aprovar e

acompanhar a efetivação do PPP, bem como a sua incrementação.

8.2 Avaliação da Aprendizagem

A avaliação será contínua e processual, por meio de diagnóstico trimestral

(Ensino Fundamental e Médio) e bimestral (Ensino Profissional), para tomada de

decisões, com a finalidade de nortear o trabalho educacional. Dar-se-á por meio de

instrumentos avaliativos dos diversos setores da escola. Os alunos, professores,

funcionários e comunidade terão participação consciente e crítica sobre os pontos

negativos e aprimoramento dos positivos.

A avaliação é uma prática pedagógica intrínseca ao processo ensino-

aprendizagem, com a função de diagnosticar o nível de apropriação do

conhecimento pelo aluno.

A avaliação é contínua, cumulativa e processual devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no

conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos.

Os instrumentos utilizados pelo professor são definidos de acordo com os

critérios pré-estabelecidos no Plano de Trabalho Docente, podendo ser, entre

outros: seminários, atividades escritas (provas, relatórios, dissertações, sínteses),

atividades orais (provas, debates, palestras), pesquisas (de campo, bibliográficas),

trabalho em grupo e/ou individual.

A recuperação de estudos dar-se-á de forma permanente e concomitante

ao processo ensino-aprendizagem.

A recuperação de estudos em nosso estabelecimento, ocorrerá de duas

formas:

- com a retomada do conteúdo a partir do diagnóstico oferecido pelos instrumentos

de avaliação;

- com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula.

A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas expressas em

uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero), sendo trimestral (Ensino

Fundamental e Médio) e bimestral (Ensino Profissional).

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A avaliação na Educação de Jovens e Adultos é contínua, somatória e a

recuperação paralela é feita conforme o nível ou necessidade do aluno. A diferença

se estabelece na forma de registro que varia de disciplina por disciplina.

Os registros de nota na Educação de Jovens e Adultos, para o Ensino

Fundamental – Fase II e Ensino Médio, constituir-se-ão de:

I. 06 (seis) registros de notas, nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática,

Língua Portuguesa e Literatura;

II. 04 (quatro) registros de notas, nas disciplinas de História, Geografia, Ciências

Naturais, Língua Estrangeira Moderna, Química, Física, Biologia;

III.02 (dois) registros de notas nas disciplinas de Artes, Arte, Filosofia, Sociologia e

Educação Física.

8.3 Conselho de Classe

O Conselho de Classe é órgão colegiado de natureza consultiva e

deliberativa em assuntos didático-pedagógicos, fundamentado no Projeto Político

Pedagógico e no Regimento Escolar, com a responsabilidade de analisar as ações

educacionais, indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do processo

ensino e aprendizagem.

A finalidade da reunião do Conselho de Classe, após analisar as

informações e dados apresentados, é a de intervir em tempo hábil no processo

ensino-aprendizagem, oportunizando ao aluno formas diferenciadas de apropriar-se

dos conteúdos curriculares estabelecidos.

O Conselho de Classe é constituído pelo(a) diretor(a), diretor(a) auxiliar,

pela equipe pedagógica, por todos os docentes, alunos e pais representantes, por

meio de Pré-Conselho, Conselho de Classe Integrado e Pós-Conselho.

O Conselho de Classe reunir-se-á ordinariamente em cada trimestre para

o Ensino Fundamental e Médio e a cada bimestre, no caso do Ensino Profissional,

em datas previstas no calendário escolar, e extraordinariamente, sempre que um

fato relevante assim o exigir.

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8.4 Aproveitamento de Estudos em caso de transferência

O Aproveitamento de Estudos está previsto no Regimento Escolar na

seção XI que prediz que os estudos concluídos com êxito serão aproveitados e a

carga horária efetivamente cumprida pelo aluno, no estabelecimentos de ensino de

origem, será transcrita no Histórico Escolar, para fins de cálculo da carga horária

total do curso.

Na Educação Profissional, em cursos subsequentes, o aproveitamento de

estudos deve estar relacionado com o perfil profissional de conclusão da respectiva

qualificação ou habilitação profissional, adquiridas:

I. no Ensino Médio;

II. em qualificações profissionais, etapas ou módulos em nível técnico

concluídos em outros cursos, desde que cursados nos últimos cinco anos;

III. em cursos de formação inicial e continuada de trabalhadores, no trabalho

ou por meios informais;

IV. em processos formais de certificação;

V. no exterior.

A avaliação para fins de aproveitamento de estudos será realizada

conforme os critérios estabelecidos no Plano de Curso.

O aluno poderá ter validadas competências, os conhecimentos e as

experiências construídas em cursos de Educação Profissional em Nível Básico, no

trabalho ou por meio informais, para fins de prosseguimento de estudos.

O aproveitamento de estudos de Educação Profissional realizados no

exterior dependerá de avaliação feita pelo estabelecimento.

É vedado o aproveitamento de estudos nos cursos integrados ao Ensino

Médio.

A promoção é o resultado da avaliação do aproveitamento escolar do

aluno, aliada à apuração da sua frequência.

Na promoção ou certificação de conclusão, para os anos finais do Ensino

Fundamental, Ensino Médio e Educação Profissional, a média final mínima exigida é

de 6,0 (seis vírgula zero), observando a frequência mínima exigida por lei.

Os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio,

que apresentarem frequência mínima de 75% do total de horas letivas e média anual

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igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) em cada disciplina, serão considerados

aprovados ao final do ano letivo.

1º Trim + 2º Trim + 3º Trim = ou > 6,0 (seis vírgula zero) 3

Os alunos da Educação Profissional que apresentarem frequência mínima

de 75% do total de horas letivas e média semestral igual ou superior a 6,0 (seis

vírgula zero) em cada disciplina, serão considerados aprovados ao final do semestre

letivo.

1º Bim + 2º Bim = ou > 6,0 (seis vírgula zero) 2

Os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, do Ensino Médio, e da

Educação Profissional serão considerados retidos ao final do período letivo, quando

apresentarem:

I – frequência inferior a 75% do total de horas letivas, independentemente do

aproveitamento escolar;

II – frequência superior a 75% do total de horas letivas e média inferior a 6,0 (seis

vírgula zero) em cada disciplina.

A disciplina de Ensino Religioso não se constitui em objeto de retenção do

aluno, não tendo registro de notas na documentação escolar.

Na modalidade Educação de Jovens e Adultos, o aluno que optar por

frequentar as aulas de Ensino Religioso, terá carga horária da disciplina incluída no

total da carga horária do curso.

Os resultados obtidos pelo aluno no decorrer do período letivo serão

devidamente inseridos no sistema informatizado, para fins de registro e expedição

de documentação escolar.

Na modalidade Educação de Jovens e Adultos serão registradas de 02

(duas) a 06 (seis) notas por disciplina, que corresponderão a provas individuais

escritas e a outros instrumentos avaliativos adotados, aos quais, obrigatoriamente, o

aluno submeter-se-á na presença do professor.

Os registros de nota na Educação de Jovens e Adultos, para o Ensino

Fundamental – Fase II e Ensino Médio, constituir-se-ão de:

I. 06 (seis) registros de notas, nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática,

Língua Portuguesa e Literatura;

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II. 04 (quatro) registros de notas, nas disciplinas de História, Geografia, Ciências

Naturais, Língua Estrangeira Moderna, Química, Física, Biologia;

III.02 (dois) registros de notas nas disciplinas de Artes, Arte, Filosofia, Sociologia e

Educação Física.

Na modalidade Educação de Jovens e Adultos, o aluno deverá atingir no

mínimo a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro de nota resultante das

avaliações processuais.

O aluno que não atingir a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro de

nota terá direito à recuperação de estudos.

Na modalidade Educação de Jovens e Adultos, a Média Final (MF) para

cada disciplina corresponderá à média aritmética dos Registros de Notas,

resultantes das avaliações realizadas.

Média Final ou MF = soma dos Registros de notas número de Registros de notas

Para fins de promoção ou certificação, na modalidade Educação de

Jovens e Adultos, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero), em cada disciplina

e frequência mínima de 75% do total da carga horária de cada disciplina na

organização coletiva e 100% na organização individual.

Para fins de certificação e registro do acréscimo da carga horária da

disciplina de Língua Espanhola na documentação escolar, o aluno deverá atingir a

média mínima de 6,0 (seis vírgula zero) e frequência mínima de 75% do total da

carga horária da disciplina.

A idade mínima para a obtenção do certificado de conclusão do Ensino

Fundamental e do Ensino Médio na Educação de Jovens e Adultos é a estabelecida

na legislação vigente.

Os estudos concluídos com êxito serão aproveitados. A carga horária

efetivamente cumprida pelo aluno, no estabelecimento de ensino de origem, será

transcrita no Histórico Escolar, para fins de cálculo da carga horária total do curso.

Na Educação de Jovens e Adultos, o aluno poderá requerer

aproveitamento integral de estudos de disciplinas concluídas com êxito, por meio de

cursos organizados por disciplina, por etapas, cuja matrícula e resultados finais

tenham sido realizados por disciplina ou de Exames Supletivos, apresentando a

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comprovação de conclusão. O aluno que apresentar a comprovação de conclusão

da disciplina de Língua Espanhola, terá o registro do acréscimo da carga horária na

documentação escolar.

O aluno oriundo de organização de ensino por série/ período/ etapa/

semestre concluída com êxito, poderá requerer na matrícula inicial da disciplina, a

partir de 2009, aproveitamento de estudos, mediante apresentação de comprovante

de conclusão da série/período/etapa/semestre a ser aproveitada:

- para o Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio, o aproveitamento de estudos

de série e de período(s) / etapa(s) / semestre(s) concluídos com êxito, equivalente

(s) à conclusão de uma série do ensino regular, será de 25% da carga horária total

de cada disciplina da EJA.

- a última série/período/etapa/semestre, de cada nível de ensino, não será

aproveitada.

Considerando o aproveitamento de estudos, o aluno deverá cursar a

carga horária restante de todas as disciplinas constantes na Matriz Curricular do

Ensino Fundamental - Fase II e obter as seguintes quantidades de registros de nota:

Língua Portuguesa e Matemática, aluno com aproveitamento de estudos de:

a) 25%, deverá ter 4 (quatro) registros de notas;

b) 50%, deverá ter 3 (três) registros de notas;

c) 75%, deverá ter 2 (dois) registros de notas.

Geografia, História, Ciências naturais e Língua Estrangeira Moderna, aluno com

aproveitamento de estudos de:

a) 25%, deverá ter 3 (três) registros de notas;

b) 50%, deverá ter 2 (dois) registros de notas;

c) 75%, deverá ter 1 (um) registro de nota

Arte, Artes e Educação Física, aluno com aproveitamento de estudos de:

a) 25%, deverá ter 2 (dois) registros de notas;

b) 50%, deverá ter 1 (um) registro de nota;

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c) 75%, deverá ter 1 (um) registro de nota.

Considerando o aproveitamento de estudos, o aluno deverá cursar a

carga horária restante de todas as disciplinas constantes na Matriz Curricular do

Ensino Médio e obter as seguintes quantidades de registros de nota:

Língua Portuguesa e Literatura e Matemática, aluno com aproveitamento de estudos

de:

a) 25%, deverá ter 4 (quatro) registros de notas;

b) 50%, deverá ter 3 (três) registros de notas;

Geografia, História, Língua Estrangeira Moderna, Química, Física e Biologia, aluno

com aproveitamento de estudos de:

a) 25%, deverá ter 3 (três) registros de notas;

b) 50%, deverá ter 2 (dois) registros de notas;

Arte, Filosofia, Sociologia e Educação Física, aluno com aproveitamento de estudos

de:

a) 25%, deverá ter 2 (dois) registros de notas;

b) 50%, deverá ter 1 (um) registro de nota;

O aluno oriundo de organização de ensino por

série/período/etapa/semestre concluída com êxito e com a disciplina de Língua

Espanhola em curso, de forma opcional, esta não terá aproveitamento de estudos na

EJA.

Na Educação Profissional, em cursos subsequentes, o aproveitamento de

estudos deve estar relacionado com o perfil profissional de conclusão da respectiva

qualificação ou habilitação profissional, adquiridas:

I. no Ensino Médio;

II. em qualificações profissionais, etapas ou módulos em nível técnico concluídos em

outros cursos, desde que cursados nos últimos cinco anos;

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106

III. em cursos de formação inicial e continuada de trabalhadores, no trabalho ou por

meios informais;

IV. em processos formais de certificação;

V. no exterior.

A avaliação para fins de aproveitamento de estudos será realizada

conforme os critérios estabelecidos no Plano de Curso.

O aluno poderá ter validadas competências, os conhecimentos e as

experiências construídas em cursos de Educação Profissional em Nível Básico, no

trabalho ou por meios informais, para fins de prosseguimento de estudos.

O aproveitamento de estudos de Educação Profissional realizados no

exterior dependerá de avaliação feita pelo estabelecimento.

É vedado o aproveitamento de estudos nos cursos integrados ao Ensino

Médio.

A adaptação de estudos de disciplinas é atividade didático-pedagógica

desenvolvida sem prejuízo das atividades previstas na Proposta Pedagógica

Curricular, para que o aluno possa seguir o novo currículo.

A adaptação de estudos far-se-á pela Base Nacional Comum. Na

conclusão do curso, o aluno deverá ter cursado, pelo menos, uma Língua

Estrangeira Moderna.

A adaptação de estudos será realizada durante o período letivo. A

efetivação do processo de adaptação será de responsabilidade da equipe

pedagógica e docente, que deve especificar as adaptações a que o aluno está

sujeito, elaborando um plano próprio, flexível e adequado ao aluno. Ao final do

processo de adaptação, será elaborada Ata de resultados, os quais serão

registrados no Histórico Escolar do aluno e no Relatório Final.

O estabelecimento de ensino procederá a equivalência de estudos

incompletos cursado no exterior e equivalentes ao Ensino Fundamental ou ao

Ensino Médio.

O estabelecimento de ensino, para a equivalência e revalidação de

estudos completos e incompletos, seguirá orientações emanadas da SEED e

observará:

I. as precauções indispensáveis ao exame da documentação do processo, cujas

peças, quando produzidas no exterior, devem ser autenticadas pelo Cônsul

brasileiro da jurisdição ou, na impossibilidade, pelo Cônsul do país de origem, exceto

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para os documentos escolares encaminhados por via diplomática, expedidos na

França e nos países do Mercado Comum do Sul - MERCOSUL;

II. a existência de acordos e convênios internacionais;

III. que todos os documentos escolares originais, exceto os de língua espanhola,

contenham tradução para o português por tradutor juramentado;

IV. as normas para transferência e aproveitamento de estudos constantes na

legislação vigente.

Após a equivalência e revalidação de estudos completos será expedido o

competente certificado de conclusão.

A matrícula no Ensino Médio somente poderá ser efetivada após a

equivalência e revalidação de estudos completos do Ensino Fundamental.

A matrícula do aluno proveniente do exterior, que não apresentar

documentação escolar, far-se-á mediante processo de classificação, previsto na

legislação vigente. O aluno que não apresentar condições imediatas para

classificação será matriculado na série compatível com sua idade em qualquer

época do ano, ficando a escola obrigada a elaborar plano próprio.

Alunos que estudaram em estabelecimentos de ensino brasileiros

sediados no exterior, desde que devidamente autorizados pelo Conselho Nacional

de Educação, não precisam submeter-se aos procedimentos de equivalência e

revalidação de estudos. A documentação escolar do aluno oriundo de escola

brasileira sediada no exterior deverá conter o número do parecer do Conselho

Nacional de Educação que autorizou o funcionamento da escola no exterior e o visto

consular.

Para proceder à equivalência e revalidação de estudos incompletos e

completos, o estabelecimento de ensino seguirá as orientações contidas nas

instruções emanadas da Secretaria de Estado da Educação.

O estabelecimento de ensino expedirá certificado de conclusão ao aluno

que realizar a revalidação de estudos completos do Ensino Fundamental.

A matrícula no Ensino Médio somente poderá ser efetivada após a

revalidação de estudos completos do Ensino Fundamental.

A matrícula do aluno proveniente do exterior, que não apresentar

documentação escolar, far-se-á mediante processo de classificação, previsto na

legislação vigente.

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108

A matrícula de alunos oriundos do exterior, com período letivo concluído

após ultrapassados 25% do total de horas letivas previstas no calendário escolar,

far-se-á mediante classificação, aproveitamento e adaptação, previstos na legislação

vigente, independentemente da apresentação de documentação escolar de estudos

realizados.

O estabelecimento de ensino, ao realizar a equivalência ou revalidação de

estudos, emitirá a respectiva documentação.

Efetuada a revalidação ou declarada a equivalência, o ato pertinente será

registrado junto ao NRE e os resultados integrarão a documentação do aluno.

O aluno oriundo de país estrangeiro, que não apresentar documentação

escolar e condições imediatas para classificação, será matriculado na série

compatível com sua idade, em qualquer época do ano. A escola elaborará plano

próprio para o desenvolvimento dos conhecimentos necessários para o

prosseguimento de seus estudos.

A classificação no Ensino Fundamental e Médio é o procedimento que o

estabelecimento de ensino adota para posicionar o aluno na etapa de estudos

compatível com a idade, experiência e desenvolvimento adquiridos por meios

formais ou informais, podendo ser realizada:

I. por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase

anterior, na própria escola;

II. por transferência, para os alunos procedentes de outras escolas, do país ou do

exterior, considerando a classificação da escola de origem;

III. independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação para

posicionar o aluno na série, ciclo, disciplina ou etapa compatível ao seu grau de

desenvolvimento e experiência, adquiridos por meios formais ou informais.

A classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem e

exige as seguintes ações para resguardar os direitos dos alunos, das escolas e dos

profissionais:

I. organizar comissão formada por docentes, pedagogos e direção da escola para

efetivar o processo;

II. proceder avaliação diagnóstica, documentada pelo professor ou equipe

pedagógica;

III. comunicar o aluno e/ou responsável a respeito do processo a ser iniciado, para

obter o respectivo consentimento;

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IV. arquivar Atas, provas, trabalhos ou outros instrumentos utilizados;

V. registrar os resultados no Histórico Escolar do aluno.

No Curso de Educação Profissional, nível médio, a classificação será

efetuada por promoção e por transferência para a mesma habilitação. É vedada a

classificação, independentemente da escolarização anterior, para anos, etapas,

períodos posteriores, considerando a necessidade do domínio de conteúdos para a

formação em Educação Profissional.

Na classificação com êxito, em 100% do total da carga horária, em todas

as disciplinas do Ensino Fundamental – Fase II, o aluno está apto a realizar

matrícula inicial no Ensino Médio.

Na modalidade Educação de Jovens e Adultos é vedada a classificação

para ingresso na disciplina de Língua Espanhola no Ensino Médio e para a disciplina

de Ensino Religioso no Ensino Fundamental – Fase II.

A reclassificação é o processo pelo qual o estabelecimento de ensino

avalia o grau de experiência do aluno matriculado, preferencialmente no início do

ano, levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo à etapa

de estudos compatível com sua experiência e desenvolvimento, independentemente

do que registre o seu Histórico Escolar.

Cabe aos professores, ao verificarem as possibilidades de avanço na

aprendizagem do aluno, devidamente matriculado e com frequência na

série/disciplina, dar conhecimento à equipe pedagógica para que a mesma possa

iniciar o processo de reclassificação. Os alunos, quando maior, ou seus

responsáveis, poderão solicitar aceleração de estudos através do processo de

reclassificação, facultando à escola aprová-lo ou não.

A equipe pedagógica comunicará, com a devida antecedência, ao aluno

e/ou seus responsáveis, os procedimentos próprios do processo de reclassificação a

ser iniciado, a fim de obter o devido consentimento.

A equipe pedagógica do estabelecimento de ensino, assessorada pela

equipe do Núcleo Regional de Educação, instituirá Comissão, conforme orientações

emanadas da SEED, a fim de discutir as evidências e documentos que comprovem

a necessidade da reclassificação.

Cabe à Comissão elaborar relatório dos assuntos tratados nas reuniões,

anexando os documentos que registrem os procedimentos avaliativos realizados,

para que sejam arquivados na Pasta Individual do aluno.

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O aluno reclassificado deve ser acompanhado pela equipe pedagógica,

durante dois anos, quanto aos seus resultados de aprendizagem.

O processo de reclassificação, na modalidade Educação de Jovens e

Adultos, poderá posicionar o aluno, em 25%, 50% ou 75% da carga horária total de

cada disciplina do Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino Médio em 25% ou 50%

da carga horária total de cada disciplina:

I. tendo cursado 25% e avançando em 25%, o aluno deverá cursar ainda 50% da

carga horária total da disciplina e obter as seguintes quantidades de registros

de notas:

a) nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Língua Portuguesa e

Literatura, o aluno deverá ter 4 (quatro) registros de nota;

b) nas disciplinas de Geografia, História, Ciências Naturais, Língua

Estrangeira Moderna, Química, Física e Biologia, o aluno deverá ter 3 (três)

registros de nota;

c) nas disciplinas de Artes, Arte, Filosofia, Sociologia, Educação Física, o

aluno deverá ter 2 (dois) registros de notas.

II. tendo cursado 25% e avançando em 50%, o aluno deverá cursar ainda 25%

da carga horária total da disciplina e obter as seguintes quantidades de

registros de notas:

a) nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Língua Portuguesa e

Literatura, o aluno deverá ter 3 (quatro) registros de nota;

b) nas disciplinas de Geografia, História, Ciências Naturais, Língua

Estrangeira Moderna, Química, Física e Biologia, o aluno deverá ter 2 (três)

registros de nota;

c) nas disciplinas de Artes, Arte, Filosofia, Sociologia, Educação Física, o

aluno deverá ter 2 (dois) registros de notas.

III. tendo cursado 25% e avançando em 75% da carga horária total da disciplina

do Ensino Fundamental – Fase II, o aluno será considerado concluinte da

disciplina.

Caso o aluno tenha cursado 25% ou mais da carga horária total da

disciplina do Ensino Médio, após reclassificado, deverá cursar ainda, para a

conclusão da disciplina, obrigatoriamente, no mínimo, 25% do total da carga horária.

Na modalidade Educação de Jovens e Adultos, o estabelecimento de

ensino poderá reclassificar os alunos matriculados, considerando:

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I. que o aluno deve ter cursado, no mínimo, 25% do total da carga horária definida

para cada disciplina, no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino Médio;

Fica vedada a reclassificação na disciplina de Ensino Religioso ofertada no Ensino

Fundamental – Fase II e na disciplina de Língua Espanhola ofertada no Ensino Mé-

dio.

O resultado do processo de reclassificação será registrado em Ata e inte-

grará a Pasta Individual do aluno.

O resultado final do processo de reclassificação realizado pelo estabeleci-

mento de ensino será registrado no Relatório Final, a ser encaminhado à SEED.

A reclassificação é vedada para a etapa inferior à anteriormente cursada.

A reclassificação é vedada aos cursos da Educação Profissional.

O aluno, ao se transferir do estabelecimento de ensino, receberá a docu-

mentação escolar necessária para matrícula no estabelecimento de destino, devida-

mente assinada.

- No caso de transferência em curso, será entregue ao aluno:

d) Histórico Escolar dos anos, séries ou períodos;

e) Ficha Individual referente à ano ou período.

- Na impossibilidade da emissão dos documentos, no ato da solicitação da

transferência, o estabelecimento fornecerá Declaração de Escolaridade, anexando

cópia da Matriz Curricular e compromisso de expedição de documento definitivo no

prazo de 30 (trinta) dias.

- À documentação dos alunos que frequentam os serviços de Apoios da Educação

Especial, além dos documentos da classe comum, deverão ser acrescentadas

cópias do relatório da avaliação pedagógica no contexto escolar, parecer

(psicológico ou neurológico ou fonoaudiológico) e cópia do último relatório de

acompanhamento semestral realizado pelo professor do Serviço ou Apoio

Especializado, de acordo com a legislação vigente.

O estabelecimento de ensino não oferta matrícula com Progressão

Parcial, caso haja transferências recebidas de alunos com dependência (até três

disciplinas) será aceita e deverão ser cumpridas mediante plano especial de

estudos, sendo vedada a matrícula de alunos em regime de Progressão Parcial nos

cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio com organização curricular

ao Ensino Médio (semestral).

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8 - REFERÊNCIAS

_______, Lei n° 10.639, de 09 de janeiro de 2003. estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Brasília, DF: 09 de janeiro de 2003.

_______, Lei n° 5840, de 13 de julho de 2006. Institui, no âmbito federal, o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - PROEJA, e dá outras providências. Brasília, DF: 13 de julho de 2006.

_______, Lei n° 11.645, de 10 de março de 2008. altera a Lei nº 9394/96, modificada pela Lei nº 10.639/03, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Brasília, DF: 10 de março de 2008.

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9 - ANEXOS

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ANEXO I

Matriz Curricular

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ANEXO II

Calendário Escolar

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ANEXO III

Convênios

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ANEXO IV

Leis 10.639/03 e 11.645/08

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ANEXO V

Atividades Curriculares Complementares em Contraturno na

Educação Básica

- CULTURA E ARTE/ ARTES VISUAIS -

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ANEXO VI

Plano de Estágio – Ensino Médio

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ANEXO VII

Distorção idade/série

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CONVÊNIO QUE ENTRE SI CELEBRAM A EMPRESA __________ ________________________________VISANDO O DESENVOLVIMENTO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO PARA OS ALUNOS DO COLÉGIO ESTADUAL HEITOR CAVALCANTI DE ALENCAR FURTADO,

pessoa jurídica de direito privado, com sede à Rua Rio Paranapanema, nº 580, Núcleo Papa João Paulo I, na cidade de Apucarana, Estado do Paraná, inscrito no CNPJ nº 72.464.126/0001-28, representado por sua diretora Professora Maria Aparecida Betiatti Fenato e a Empresa ................................................, pessoa jurídica de direito privado, com sede à Rua/Av............................................. nº ........, na cidade de ......................, Estado do Paraná, inscrito no CNPJ nº ............................................, representada por ..................................................., firmam este convênio mediante as cláusulas seguintes:

CLÁUSULA PRIMEIRA: o presente convênio tem por objetivo proporcionar o estágio supervisionado aos alunos do Curso Técnico de Manipulação de Alimentos do Colégio Estadual Heitor Cavalcanti de Alencar Furtado, doravante denominada ESCOLA, nas dependências da empresa .............................................................

CLÁUSULA SEGUNDA: os estagiários serão supervisionados por ........................................ da unidade concedente: os quais desenvolverão suas atividades dentro do horário de trabalho da Instituição, respeitando e priorizando o horário de trabalho pré-estabelecido pela instituição concedente.§ 1º - é de responsabilidade legal do docente supervisor, todas as atividades desenvolvidas pelo estagiário no campo de estágio concedido.§ 2º - a lotação, horário e número de vagas, serão estabelecidos pela Gerência dos Serviços, responsável pelo setor.

CLÁUSULA TERCEIRA: a unidade concedente fica desobrigada do pagamento de qualquer importância financeira aos alunos da ESCOLA, bem como despesas inerentes ao processo ensino-aprendizagem originado deste convênio.

CLÁUSULA QUARTA: no que se refere à orientação técnica e administrativa da unidade concedente, e à orientação didático-científica da ESCOLA, as partes convenientes poderão, após entendimento prévio, prestar mútua cooperação.

CLÁUSULA QUINTA: sempre que necessário, serão promovidas reuniões entre as partes convenentes para:•avaliação geral do campo de estágio;•dirimir dúvidas e dificuldades quanto ao bom andamento do estágio supervisionado;•tratar de outras matérias não específicas neste convênio.§ único: as reuniões a que se refere esta cláusula, poderão ser convocadas por quaisquer das partes convenentes, com no mínimo 48 (quarenta e oito) horas de antecedência, designando local, data e horário.

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CLÁUSULA SEXTA: os alunos e docentes da ESCOLA ficarão sujeitos às normas internas da respectiva instituição concedente.

CLÁUSULA SÉTIMA: fica estabelecido que o comportamento inadequado por parte dos alunos e docentes da ESCOLA, ensejará o imediato afastamento dos mesmos das dependências da unidade concedente, mediante avaliação conjunta de eventuais fatos em que estejam envolvidos, a ser realizado pela administração da instituição concedente e ESCOLA.§ único: é de responsabilidade da Escola, qualquer dano material provocado pelo aluno estagiário ficando a Escola responsável pelo ressarcimento dos prejuízos causados pelos estagiários.

CLÁUSULA OITAVA: o presente convênio tem prazo de um ano a partir da presente data, podendo ser renovado por igual período entre as partes convenentes.

CLÁUSULA NONA: a denúncia do convênio poderá ocorrer a qualquer tempo, desde que precedida de comunicação formal em prazo nunca inferior à 60 (sessenta) dias.

CLÁUSULA DÉCIMA: as questões oriundas deste instrumento serão resolvidas de comum acordo entre as partes e, para os casos pendentes, elegem o Foro da Comarca de Apucarana, Estado do Paraná.

E, por estarem de acordo, firmam o presente instrumento em 03 (três) vias de igual teor e forma, juntamente com as testemunhas abaixo, para que se produzam os efeitos de fato e de direito.

Apucarana, ......... de ............................... de .............

___________________________________Empresa

___________________________________Col. Est. Heitor C. A. Furtado