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Março de 2011 Ano XV Número 185 Coleção Princesa Isabel traz fotos inéditas do Império Brasileiro Pág.8 É hora de reler o texto de Ruy Barbosa na íntegra Monarquista, Ruy, às vésperas da proclamação da república bandeou-se, como muitos, em favor desta inglória causa e depois arrependeu-se. Suas colocações dizem respeito exatamente às suas frustações com o novo regime de governo, em seguida à deposição do imperador D. Pedro II Pág.3 Pág.11 Capela de São Miguel Arcanjo, de 1622, é restaurada e abre para visitação Em artigo, jornalista Edvaldo Esquivel aborda o filme “O Discurso do Rei” Pág.7

É hora de reler o texto de Ruy Barbosa na íntegra reunião do Instituto Brasil Imperial é um sucesso Palavras de Ruy Barbosa, que raramente são ditas na totalidade, expõem realidade

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Page 1: É hora de reler o texto de Ruy Barbosa na íntegra reunião do Instituto Brasil Imperial é um sucesso Palavras de Ruy Barbosa, que raramente são ditas na totalidade, expõem realidade

Março de 2011 Ano XV Número 185

Coleção Princesa Isabel traz fotos inéditas do Império Brasileiro

Pág.8

É hora de reler o texto de Ruy Barbosana íntegraMonarquista, Ruy, às vésperas da proclamação da

república bandeou-se, como muitos, em favor desta

inglória causa e depois arrependeu-se. Suas

colocações dizem respeito exatamente às suas

frustações com o novo regime de governo, em

seguida à deposição do imperador D. Pedro IIPág.3

Pág.11

Capela de São Miguel Arcanjo, de 1622, é restaurada e abre para visitação

Em artigo, jornalista Edvaldo Esquivel aborda o filme “O Discurso do Rei”

Pág.7

Page 2: É hora de reler o texto de Ruy Barbosa na íntegra reunião do Instituto Brasil Imperial é um sucesso Palavras de Ruy Barbosa, que raramente são ditas na totalidade, expõem realidade

A diversidade de pensamentos é uma marca da democracia. Em

países onde o regime Parlamentar Monárquico é vigente, temos não

só isso, mas também prosperidade e igualdade de oportunidades.

Isso tem que ser difundido por todo monarquista nesta fase difícil

em que o País vive. O PT, braço do movimento socialista

internacional, não vai sossegar enquanto não acabar com o

pluralismo de ideias. A cada dia que passa vemos sinais de que isso

está em marcha. Não vai demorar a chegar o dia em que será crime

se assumir como monarquista ou qualquer outra denominação que

não seja do gosto dessa quadrilha que hoje está no poder.

É preciso ter muito cuidado quando pensamos também nos partidos

que dizem fazer oposição. Muitos deles também tem a raíz

socialista e compactuam em maior ou menor grau do ideário do PT.

O PSDB é inspirado no fabianismo, aquele que promete implantar

um socialismo sem revolução. Então fica difícil encontrar algo que

seja diferentes entre os dois partidos, além da briga por cargos e

benesses dos cofres públicos. É preciso ter outras vozes, abrir

caminhos para pensamentos que sejam bem antagônicos ao que

está aí, que não enxerguem o povo apenas como massa de

manobra em processos políticos.

Precisamos de um movimento que não tenha compromissos apenas

com o próximo pleito, que tenha um projeto de País a longo prazo,

que mostre a sociedade que só o parlamentarismo monárquico pode

oferecer isso! Os monarquistas devem ocupar este espaço. A

Gazeta Imperial é um fórum para expormos as nossas ideias. Utilize

este espaço. Ele é seu!

Acesse www.brasilimperial.org.br, clique no banner e faça seu

cadastramento ou recadastramento, indicando ali o valor de sua

contribuição para que possamos dar sustentação às

nossas campanhas.

Saudações Monarquistas!

Um País sem partido esem ideias divergentes

Imperial ImperialGazetaGazeta

02

Prezados Monarquistas,

Imagem do MesImagem do Mes^

Imperial ImperialGazetaGazeta

Jornal editado pelo Instituto Brasil ImperialAno XV Número 178

www.brasilimperial.org.br

A Gazeta Imperial é uma publicação do

Instituto Brasil Imperial. Artigos, sugestões de

reportagens, divulgação de eventos

monárquicos e imagens podem ser enviados

para [email protected]

Alessandro Padin Editor e jornalista responsável

[email protected]

Da. Amelia de Orleans e Braganca

´

Completou mais um aniversário Da. Amélia Maria de

Fátima Josefa Antônia Miguela Gabriela Rafaela

Gonzaga de Orléans e Bragança e Ligne (Bruxelas,

Bélgica, 15 de março de 1984), princesa do Brasil e

princesa de Orléans e Bragança. Segunda filha e

primeira varoa de D. Antônio João de Orléans e

Bragança, príncipe do Brasil, e de Da. Cristina de

Ligne, princesa de Ligne. Ficam os cumprimentos do

comendador Antonyo da Cruz, presidente do Instituto

Brasil Imperial, e dos seus associados

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Primeira reunião do InstitutoBrasil Imperial é um sucesso

Palavras de Ruy Barbosa, que raramente são ditas na

totalidade, expõem realidade republicana

Muitas pessoas que nunca leram

completamente a página de Ruy

Barbosa, na qual ele afirma

“desanimar da virtude, a rir-se da

honra, a ter vergonha de ser

honesto”, desconhecem a história

toda em torno de suas colocações.

Monarquista, Ruy, às vésperas da

proclamação da república bandeou-

se, como muitos, em favor desta

inglória causa e depois arrependeu-

se. Suas colocações dizem respeito

exatamente às suas frustações com

o novo regime de governo, em

seguida à deposição do imperador

D. Pedro II.

Divulgar este texto é uma tarefa dos

monarquistas de nossos dias. Mas

que seja em sua íntegra, tal como

aqui se apresenta. Eis o que nos

expõe seu autor:

“De tanto ver triunfar as nulidades,

de tanto ver prosperar a desonra, de

tanto ver crescer a injustiça, de tanto

ver agigantarem-se os poderes nas

mãos dos maus, o homem chega a

desanimar da virtude, a rir-se da

honra, a ter vergonha de ser honesto

... Essa foi a obra da República nos

últimos anos.

No outro regime (Monarquia) o

homem que tinha certa nódoa em

sua vida era um homem perdido

para todo o sempre - as carreiras

políticas lhes estavam fechadas.

Havia uma sentinela vigilante, de

cuja severidade todos se temiam a

Da Redação que, acesa no alto, guardava a

redondeza, como um farol que não

se apaga, em proveito da honra, da

justiça e da moralidade gerais.

Na República os tarados são os

tarudos. Na República todos os

grupos se alhearam do movimento

dos partidos, da ação dos

Governos , da p rá t i ca das

instituições. Contentamo-nos,

hoje, com as fórmulas e aparência,

porque estas mesmo vão se

dissipando pouco a pouco, delas

quase nada nos restando. Apenas

temos os nomes, apenas temos a

reminiscência, apenas temos a

fantasmagoria de uma coisa que

existiu, de uma coisa que se deseja

ver reerguida, mas que, na

realidade, se foi inteiramente.

E nessa destruição geral de nossas

instituições, a maior de todas as

ruínas, Senhores, é a ruína da

justiça, colaborada pela ação dos

homens públicos, pelo interesse

dos nossos par t idos, pe la

influência constante dos nossos

Governos. E nesse esboroamento

da justiça, a mais grave de todas as

ruínas é a falta de penalidade aos

criminosos confessos, é a falta de

punição quando se aponta um

crime que envolve um nome

poderoso, apontado, indicado, que

todos conhecem ..."

(Ruy Barbosa - D iscursos

Parlamentares - Obras Completas

Vol. XLI - 1914 - TOMO III - pág.

86/87)

“De tanto ver triunfar as nulidades...”, texto que merece ser lido na íntegra

Monarquista, anuncie seusprodutos e serviços aqui

MemoriaMemoria´

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Cais da Imperatriz ressurge em escavação no Rio de Janeiro

Uma relíquia arqueológica surgiu das

escavações do Projeto Porto

Maravilha que estão sendo feitas na

Avenida Barão de Tefé, na Região

Portuária do Rio de Janeiro. Ela é o

Cais da Imperatriz e o Cais do

Valongo, obras realizadas do século

XIX. Para o prefeito carioca Eduardo

Paes, que foi vistoriar o achado, ali

“estão nossas ruínas romanas”.

Dizendo-se bastante surpreso com a

descoberta, ele anunciou na ocasião

que vai autorizar a implantação na

área de praça como uma existente em

Roma. Ela se situará entre o Hotel

Barão de Tefé e o Hospital dos

Servidores do Estado, ao longo e no

entorno da Avenida Barão de Tefé.

O Cais da Imperatriz, que foi

implantado sobre o Cais do Valongo,

numa grande reforma com o intuito de

receber a futura imperatriz Teresa

Cristina, que se casaria com Dom

Pedro II, data de 1840. O projeto foi do

paisagista Grandjean de Montigny. O

Cais do Valongo, igualmente do

século XIX, foi o lugar onde aportaram

milhares de escravos.

Museu Paes disse na oportunidade

Da Redação

ResgateResgate

que, além da praça, haverá um

centro de referência sobre os

achados e um museu que abrigará

objetos ali encontrados. Ficará

sediado na Casa da Guarda e no

Jardim do Valongo, no Morro da

Conceição, na Zona Portuária. Sua

dec isão f i ca dependente de

aprovação do Instituto do Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Tanto o Cais da Imperatriz como o

Cais do Valongo deram lugar ao

aterro feito pelo prefeito Pereira

Passos na primeira década do Século

XX

Princesa Maria Elisabeth de Orleans e Bragançae Pablo Trindade de Souza casam~se em agosto

Familia ImperialFamilia Imperial´

Está agendado para 6 de agosto

deste ano o casamento da filha do

Príncipe D. Francisco e de Da.

Claudia de Orleans e Bragança, a

Princesa Da. Maria Elisabeth. Noiva

do médico Pablo Trindade de Souza,

Da. Maria Elisabeth subirá ao altar na

Igreja de Nossa Senhora da Glória do

Outeiro.

Da. Maria Elisabeth Josefa Angela

Michaela Gabriela Rafaela Gonzaga

de Orleans e Bragança nasceu em 1º

de março de 1982, no Rio de Janeiro.

Seu pai é de D. Francisco de Orleans

e Bragança, nono filho e sétimo varão

do Príncipe D. Pedro Henrique de

Orleans e Bragança, Chefe da Casa

Imperial do Brasil de 1921 a 1981,

sendo, D. Francisco, portanto, irmão

de D. Luiz de Orleans e Bragança,

atual Chefe da Casa

Imperial. Sua mãe é Da.

Cláudia de Orleans e

Bragança. Da. Mar ia

Elisabeth é formada em

medicina, atuando na área

de pediatria. A Princesa é membro da

equipe de profissionais voluntários da

Organização Não Governamental

Médicos Sem Fronteira, já atuou em

Moçambique, na África, e também na

América Central. Pós-graduou-se

recentemente na área de infectologia

na Antuérpia

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Guerra do Prata, o sonho de um vice-reinado - Parte IIDurante a menoridade do imperador D. Pedro II,

atravessou um período de rebeliões internas causadas

pelas disputas por poder entre facções regionais em

algumas províncias. Uma destas, a Guerra dos Farrapos

liderada por Bento Gonçalves, iniciou-se como mais uma

disputa entre grupos políticos na província de Rio Grande

do Sul, mas logo evoluiu para uma rebelião separatista

O Império do Brasil era o país mais

rico e poderoso da América Latina e,

ao contrário das outras nações

latinas, não sofria nas mãos de

caudilhos, ditadores ou golpes de

estado. Durante a menoridade do

imperador D. Pedro II, atravessou

um período de rebeliões internas

causadas pelas disputas por poder

entre facções regionais em algumas

províncias. Uma destas, a Guerra

dos Farrapos liderada por Bento

Gonçalves, iniciou-se como mais

uma disputa entre grupos políticos

na província de Rio Grande do Sul,

mas logo evoluiu para uma rebelião

separatista financiada por Rosas.

Entretanto, a maior parte da sua

população, assim como as maiores

e mais prósperas c idades,

permaneceram leais ao Império.

Pedro II foi capaz de restaurar a

ordem, perdoando os rebeldes e

pacificando a nação. Até mesmo o

r e b e l d e d e r r o t a d o B e n t o

Gonçalves, e le própr io um

monarquista convicto, jurou

lealdade ao Imperador em pessoa

quando este último visitou a

província do sul do Brasil em 1845.

Os membros do Gabinete Nacional

não chegaram a um acordo sobre o

que fazer com Rosas, alguns

ministros defendendo uma solução

pacífica a todo custo e outros que

acreditavam que só restava a

alternativa militar. Para o Brasil, um

Da Redação vizinho republicano poderoso na

região, como a Argentina poderia se

tornar caso conseguisse cumprir

seus planos, era visto como uma

ameaça à soberania do Paraguai e

Uruguai . A manutenção da

independência de ambos os países

era vital para o Império, que temia

uma possível nacionalização dos

rios platinos por parte da Argentina,

o q u e i m p o s s i b i l i t a r i a a

comunicação entre a província do

Mato Grosso com a capital

brasileira. Também não interessava

ao Império a ampliação da fronteira

com a Argentina, pois acreditava

que isso facilitaria uma eventual

agressão por parte de Rosas. Em

1849, o Presidente do Conselho de

Ministros, o antigo regente e

inflexível partidário da paz a

qualquer custo, Pedro de Araújo

Lima, futuro marquês de Olinda,

temia a guerra, pois acreditava que

o Brasil não estava preparado e

uma possível derrota poderia vir a

abalar a própria monarquia. Ele

acreditava que se o Brasil entrasse

em uma guerra contra a Argentina,

poderia levar a uma situação similar

àquela ocorrida 20 anos antes,

quando a perda da Cisplatina

contribuiu como uma das causas

para a abdicação de D. Pedro I.

Sabendo que havia se tornado um

estorvo não só para os demais

ministros, mas também para o

próprio Imperador, Lima pediu

demissão. Um novo gabinete foi

formado, sendo presidido por José

da Costa Carvalho, futuro marquês

de Monte Alegre e para a pasta de

Negóc ios Es t range i ros , f o i

nomeado Paulino de Souza, futuro

visconde do Uruguai, que era

decididamente a favor da guerra

contra a Argentina. O novo

Conselho de Ministros optou por

uma alternativa arriscada a fim de

resolver a complicada situação na

região platina. Ao invés de fortalecer

o Exército Brasileiro através de

conscripção e recrutamento geral,

preferiu enviar um contingente

razoável para o sul. O Brasil

possuía a vantagem de uma

marinha poderosa e moderna, e

exército profissional sólido e com

experiência suficiente devido aos

anos de guerras internas e

externas. Nenhum outro país na

América do Sul tinha marinhas reais

ou exércitos regulares até então. As

tropas argentinas de Rosas e os

uruguaios de Oribe foram formados

quase em sua totalidade por

assassinos dos caudilhos que os

HistoriaHistoria´

D. Pedro II, Imperador do Brasil, em 1851

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apoiavam. Entretanto, havia o fato

do Brazil ter recentemente saído de

um período turbulento e não estar

em condições de assumir a

responsabilidade pela luta de uma

guerra. Então, preferia usar as

táticas do inimigo e financiar

oponentes, para enfraquecê-lo

interna e externamente.

A aliança contra Rosas

O governo brasileiro enviou uma

embaixada à região liderada por

Honório Hermeto Carneiro Leão,

futuro marquês do Paraná, e

assistida por José Maria da Silva

Paranhos, futuro visconde de Rio

Branco. Eles assinaram um tratado

de aliança com a Bolívia que,

apesar de não enviar tropas para a

guerra, não seria uma potencial

frente de batalha e optou por

proteger suas fronteiras contra um

ataque eventual de Rosas. Em

1844, José Antônio Pimenta Bueno

chegou ao Paraguai, como primeiro

e n c a r r e g a d o d e n e g ó c i o s

brasileiros neste país e, no dia 14 de

setembro do mesmo ano, assinou o

a to de reconhec imento da

independência paraguaia, sendo o

Brasil o primeiro país a fazê-lo.

O Brasil estabeleceu excelentes

relações com o Paraguai, e o

embaixador Pimenta Bueno

também se tornou um conselheiro

de López. Um tratado entre os dois

países foi assinado em 1850 no

qual o Paraguai se comprometia a

fornecer ao Império cavalos para

seu exército. Entretanto, o ditador

paraguaio Carlos Antonio López se

recusou a enviar tropas para

combater Rosas uma vez que

acreditava que Justo José de

Urquiza também desejava anexar o

seu país. Luís Alves de Lima e Silva,

o futuro duque de Caxias, assumiu

a presidência do Rio Grande do Sul

e o comando das quatro divisões do

exército brasileiro alocadas na

província. Desde 1849, o governo

imperial auxiliava diretamente o

sitiado governo legal uruguaio em

Montevidéu e, após isso, procurou

por apoio interno contra Rosas na

Argentina. Em 6 de setembro de

1850, o representante uruguaio,

Andrés Lamas, assinou um acordo

com Irineu Envagelista de Souza,

futuro visconde de Mauá, que fora

encarregado pelo governo imperial

de realizar os fornecimentos em

dinheiro para o governo do Uruguai

através de seu banco. Em 25 de

dezembro de 1851 o Império

brasileiro assinou um tratado de

aliança defensiva com o governo

paraguaio. Em 16 de março de

1851, o Império do Brasil declarou

publicamente que auxiliaria o

Uruguai contra o exército liderado

por Oribe, algo que já vinha sendo

feito secretamente por mais de dois

anos. A notícia não agradou o

governo argentino e isto iniciou

preparações próprias para a guerra.

Pouco mais de um mês depois, em

1º de maio, a província argentina de

Entre Ríos, governada por Justo

José de Urquiza declarou a Rosas

que "era vontade de seu povo

reassumir o inteiro exercício de sua

soberania e os poderes que

delegara ao governador de Buenos

Aires", seguida pela província de

Corrientes, governada por Virasoro

que também realizou o mesmo

pronunciamento. Tal declaração era

d e c a r á t e r e s s e n c i a l m e n t e

econômico, uma vez que Entre Ríos

exigia a livre navegação dos rios,

considerada de suma importância

para o crescimento de sua

economia, pois permit i r ia o

intercâmbio de produção com o

exterior sem a necessidade de

passar por Buenos Aires.

O Brasil então enviou uma força

naval para a região do Prata, que se

concentrou em quase toda a

totalidade no porto de Montevidéu.

Para comandá-la, foi nomeado o

britânico comandante-de-esquadra,

John Pascoe Grenfell, veterano da

Guerra da independência do Brasil e

da Guerra da Cisplatina. Ele

alcançou Montevidéu em 4 de maio

de 1851 e assumiu o comando da

Esquadra Brasileira composta pela

fragata a vapor Amazonas; corvetas

União, Dona Januária, Dona

Francisca, Berenice, Euterpe,

Baiana e Bertioga; brigues Éolo,

Calíope e Capibaribe; e vapores

Dom Afonso, Dom Pedro, Pedro II,

Golfinho, Recife e Paranense. A

Armada brasileira possuía um total

de 59 embarcações de vários tipos

em 1851: 36 barcos a vela armados,

dez barcos a vapor armados, sete

barcos a vela desarmados e seis

transportes de navegação. Em 29

de maio de 1851 foi assinado um

tratado de aliança ofensiva entre o

Uruguai, Brasil e as províncias

argentinas de Entre Rios e

Corrientes. Seu texto declarava que

o objetivo da aliança era manter a

independência uruguaia e pacificar

seu território, expulsando as tropas

comandadas por Oribe. Urquiza

ficou com o comando das forças

argentinas dissidentes e as

uruguaias ficaram sob as ordens do

general Eugenio Garzón, ambos

recebendo ajuda financeira e bélica

do Império do Brasil. Em 2 de

agosto de 1851, desembarcou a

primeira força brasileira a pisar em

território uruguaio: cerca de 300

soldados do 6º Batalhão de

Caçadores que haviam sido

designados para a guarnição do

Fuerte del Cerro.] Juan Manuel de

Rosas consequentemente declarou

guerra contra o Brasil em 18 de

agosto de 1851.

Guerra dos Farrapos

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Edvaldo F. EsquivelBaiano, jornalista e estudioso

da monarquia brasileira

É o contexto mais interessante da

trama tão oportunamente revelada

ao público brasileiro, neste belo

filme dirigido por Tom Hooper.

Ressalto este contraponto, neste

comentário que faço especialmente

para os leitores da Gazeta Imperial,

por considerá-lo a espinha dorsal de

“O Discurso do Rei” (The King´s

Speech). Refiro-me à intercalação

no f i lme de um t recho de

documentário de época que mostra

um dos inflamados discursos do

ditador Adolf Hitler ao povo alemão.

A metáfora é perfeita para a

compreensão deste filme premiado

este ano com quatro Oscar da

Academia Cinematográfica de

Hollywood, incluindo os de melhor

filme, diretor, roteiro original e ator.O espectador, naquele momento em

q u e a pa r e c e o t r e c h o d o

documentário em preto-e-branco da

propaganda nazista, já está

suficientemente a par do drama

vivido pelo personagem principal do

filme, o príncipe Albert Frederick

Arthur George, magnificamente

vivido pelo ator britânico Colin Firth.

O então príncipe de York, e depois

rei da Inglaterra, George VI, desde

a infância convivia com um

constrangedor problema de

gagueira que o impedia de falar em

público. Bertie, como também era

chamado em família, teve de

recorrer com o incentivo da esposa,

Elisabeth (a futura rainha mãe,

interpretada pela atriz Helena

Bonham Carter), aos serviços de um

especialista da fala. O escolhido foi

o plebeu australiano Lionel Logue,

interpretado pelo ator Geoffrey

Rush, que dá início a um

interessante embate entre os dois.

Um contraponto entre a tirania e a monarquia

ArtigoArtigo

Filme de Tim Hooper, premiado com quatro Oscar, valoriza a história e leva o espectador a

fazer reflexões novas e pertinentes nos dias de hoje

Mesmo discordando de algumas

colocações, cito a matéria “Rei por

acaso” (Veja – 9/02/2011), da

jo rna l i s ta I sabe la Boscov,

pub l i cada por ocas ião do

lançamento do filme no Brasil. Ela

faz o seguinte comentário: “É

penalizante a cena em que Bertie,

então duque de York, tem de fazer

um discurso na Exposição Imperial

Britânica de 1925, diante de um

mar de rostos divididos em

expressões de paciência e de

constrangimento”. Em seguida,

observa que as aflições de Bertie

se agravavam com a questão

d i n á s t i c a , o u s u c e s s ó r i a ,

considerando o caráter do irmão

mais velho (Eddie, que no decorrer

de 1936 seria o rei Edward VIII).

“Eddie era um playboy tolo,

vaidoso e irresponsável. Às

vésperas da morte de seu pai,

George V, ele batia o pé que, uma

vez coroado, faria da divorciada

americana Wallis Simpson sua

rainha, o que só para começar,

ser ia uma imposs ib i l i dade

constitucional”, completa Isabela

Boscov.Embora o filme não dê destaque, o

irmão mais velho de Bertie nutria

umas simpatias meio estranhas

pelo führer e pelo nazismo que, por

certo, também dificultariam sua

permanência no trono britânico.

Uma agravante, portanto, não

bastasse sua paixão submissa

pela norte-americana Wallis

Simpson. Tanto que já em 1937,

após a abdicação em favor do

irmão Bertie, o casal já reduzido a

duque e duquesa de Windsor foi

visitar o ditador alemão em Berlim.A história da gagueira de Bertie,

visto como um fraco, absorve todo

o filme “O Discurso do Rei”. A

superação do problema era vista

como um desafio que tinha a ver

com força de vontade. E Bertie, já na

condição de Rei George VI, contava

com a ajuda do australiano Logue

para perseguir os progressos

necessários. E emergentes. Sim. A

Segunda Guerra Mundial era

questão de tempo, o plano dos

nazistas era dominar a Europa, a

invasão da Polônia era iminente. A

Inglaterra, como a potência da

época, opunha-se firmemente às

ambições hitleristas; todas as

investidas diplomáticas pareciam

infrutíferas diante da determinação

do führer. E chega o momento

crucial: o Rei George VI teria de

fazer o discurso histórico à nação,

transmitido por todas as emissoras

de rádio, no qual a Inglaterra

declarava guerra à Alemanha

nazista!É o desafio do rei. O teste definitivo

do começo da cura da gagueira. É o

ponto alto do filme. E também o

contraponto a que nos referimos no

in íc io deste comentár io . O

espectador é levado a fazer uma

reflexão nova. Ou seja: se é que

realmente seria possível fazer tal

comparação, jungir mentalmente os

dois líderes, o Rei George VI e Adolf

Hitler. Famoso pelo poder da

oratória -- mesmo que hoje nos

pareça por vezes patética ou

verborrágica -- o ditador alemão

soube como nenhum outro líder tirar

p r o v e i t o p o l í t i c o d e s e u s

pronunciamentos públ icos e

transmitidos pelo rádio, então o

fenômeno da comunicação de

massa da época.E assim “O Discurso do Rei” parte

com todos os méritos para o

emocionante final e, por tabela, para

a disputa dos Oscar 2010. A

mensagem do filme é de pura

nobreza, independentemente de

todas as qualidades técnicas da

produção, inclusive montagem,

fotografia, figurino e trilha sonora.

O resgate, porém, está no roteiro

original, que recorre ao passado

para trazer aos dias de hoje a figura

um tanto esquecida do Rei George

VI. O monarca que conseguiu

superar seus limites e fazer o

discurso mais convincente e

emocionante da Inglaterra. O

pronunciamento que conseguiu

unir todo um povo em volta do seu

soberano para enfrentar outra

guerra, contra outro tirano. Desta

vez, ironicamente, com o poder da

oratória e o dom de conquistar

multidões. Ou, como quiserem, um

mestre na arte de iludir. A última

cena é a da família real saudando

os súditos, após o discurso, do

balcão principal do Palácio de

Buchkingam, que praticamente

fecha a cortina do passado. Bem,

no presente, após se assistir ao

“Discurso do Rei”, contabiliza-se a

figura desse monarca inglês agora

redescoberto pela magia do cinema

e que, sem dúvida , agiganta-se

sozinho perante a História. A

jornalista Isabela Boscov, apesar

de “não ver majestade” no filme de

TomHooper, reconhece: “George VI foi

um soberano que, depois de um

início vacilante, se alçou à altura

dos acontecimentos que enfrentou,

e que preparou com sucesso

notável a filha, a atual rainha

Elisabeth II, paralhe suceder após sua morte, em

1952”.É simples. Bertie teve a majestade

(somada à dignidade humana) que

Hitler, por exemplo, nunca teve!

Esta é precisamente a mensagem e

o contraponto do filme “O Discurso

do Rei”.

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Dom Obá, a imagem que surgeem meio a uma coleção inéditaNova coleção de fotos pertencentes à Princesa Isabel e

ao Conde D´Eu vem à tona e surpreende

São 1 200 fotografias, a maioria em

bom estado de conservação. Entre

elas, a de Dom Obá II d’África, como

ficou conhecido Cândido da

Fonseca Galvão, figura das mais

curiosas do século XIX, que

comparecia às audiências públicas

de D. Pedro II como se fosse um

governante estrangeiro. Finalmente,

o alferes negro, assim como também

foi chamado, agora surge exposto

em seu verdadeiro uniforme.O acervo foi trazido à luz pelos

pesquisadores Bia e Pedro Corrêa

do Lago. Boa parte são fotos de

famí l i a , com mu i tas cenas

domés t i cas , i n t e r i o res das

residências imperiais do Rio de

Janeiro e de Petrópolis, e registros

até de animais de estimação.

Certamente cada uma delas um

repositório de muitas histórias que

fazem parte de relatos talvez ainda

não contados.Elas estão publicadas no livro

Coleção Princesa Isabel (432

páginas), lançado pela Editora

HistoriaHistoria´

Da Redação do IBI Capivara, com texto de seus

pesquisadores e apresentação de

Thereza Maria de Orléans e

Bragança, última neta viva da

princesa Isabel. Ela foi guardiã

desse tesouro, que começou a ser

formado em 1860 e acompanhou a

princesa e o conde em seu exílio

europeu até a morte dos dois, nos

anos 1920.

Dom Obá Cândido da Fonseca

Galvão, Dom Oba que em Ioruba

significa rei, um brasileiro de

primeira geração, nasceu na Vila

dos Lençóis no sertão da Bahia por

volta de 1845, filho de africanos

forros, e neto do poderoso Alá a Fin

Abiodun, o ultimo soberano a

manter unido o grande império do

Oyo e por direito de sangue era

príncipe africano. No período

compreendido entre os anos de

1865 a 1870 participou da guerra do

Paraguai. Em razão de sua grande

bravura foi condecorado como

oficial honorário do Exército

Brasileiro. Homem de estatura

elevada, ao regressar ao Brasil

Acima: Dom Obá, Cândido da Fonseca Galvão,

em seu uniforme de alferes. Ao lado: foto com a

Princesa Dona Isabel e o Conde D´Eu

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fixou residência na cidade do Rio de

Janeiro, onde sua posição social

tornou-se no mínimo complexa. Era

considerado como figura folclórica

por uma cer ta camada da

sociedade, e por outro lado era

reverenciado como príncipe real por

escravos, libertos e homens livres

de cor.Dom Obá, amigo pessoal e

protegido de D. Pedro II, Dom Oba

assumiu nos momentos decisivos

d o p r o c e s s o d e a b o l i ç ã o

progressiva o papel histórico de elo

entre as altas esferas do poder

imperial e as massas populares que

emergiam das relações escravistas

com sua figura imponente e seus

modos soberanos, ao se vestir com

suas finas roupas pretas ou com seu

bem preservado uniforme de alferes

do exército brasileiro com sua

espada à cinta e seu chapéu armado

com penacho colorido nas ocasiões

mais especiais.Ao defender sua visão alternativa da

sociedade e do próprio processo

histórico brasileiro em razão de suas

idéias, com sua linguagem crioula

mesclada com o dialeto de Ioruba e

latim para uma elite letrada que não

compreendia os seus discursos e

para os escravos, libertos e

homens l i v re de co r que

compartilhavam com suas idéias e

contribuíam financeiramente para

a publicação das mesmas que

eram lidas nas esquinas e em

famílias, teoricamente Dom Oba

era um monarquista acima dos

partidos que mantinha uma política

muito bem matizada, cujas idéias

não eram de um conservador e

nem de um liberto ao combater ao

racismo e ao defender a igualdade

entre os homens.

Orgulho E em razão disto, ele se

orgulhava de ser preto e por não

acreditar em superioridade devido

ao fato de ser amigos de brancos, e

de não acreditar que houvesse

exatamente questão racial, mas

uma questão de cultura, de

informação e de refinamento

social, fato este que levou o

príncipe e os seus seguidores a

formulação pioneira quando da

criação de uma estética autônoma

de que a raça negra não era

apenas linda, mas superior do que

os mais finos brilhantes.

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Anibal de Almeida Fernandes

7) A genealogia como formadora

da PátriaO conhecimento/respeito/descrição

da seqüência dos ancestrais, ou

seja, a genealogia dos nossos avós,

é um conceito inserido em todas as

grandes civilizações do mundo:

Sumerianos, Egípcios, Hindus,

Chineses, Japoneses, Gregos e

Romanos todos, sem exceção, tem

o hábito de relacionar os seus

a n c e s t r a i s p a r a t o r n á - l o s

conhecidos e qualif icarem o

indivíduo perante seus pares e isso

funcionou como a base elementar na

formação dessas civilizações que,

da célula unifamiliar, evoluem até

chegar à constituição da pátria mãe.Os escribas reais da Suméria em

2000 a.C., desolados com a derrota

e a queda da 3a Dinastia de Ur,

frente aos conquistadores de Isin,

restauram o orgulho nacional da

Suméria fazendo os registros dos

reis Sumerianos desde antes do

dilúvio, num códice de apenas cinco

reis que reinaram durante 241.200

anos (?) e mais 19 dinastias, pós-

dilúvio, que reinaram até chegar à

derrotada 3a dinastia de Ur, sempre

exaltando o glorioso, e inigualável,

passado dos Sumerianos frente aos

aventureiros conquistadores. Essa

abordagem delirante/ mítica/

grandiosa/teatral/intencional da

genealogia aparece em todas as

grandes Casas Reais/Imperiais do

mundo, é ela que faz os Faraós e os

Imperadores da China e do Japão

descenderem de um deus numa

seqüência milenar e contínua. Há

uma desvairada mistificação do

passado que é sempre romanceado

e atinge o ápice com a Casa Imperial

dos Habsburgo, que é muito mais

recente que a Casa Real da

Dinamarca que é a Casa Real mais

antiga da Europa, pois começa com

Gorm falecido em 940, ou a 3a

Casa Real de França, que começa

com Hugo Capeto (abade que

usava uma capa=capeto) em 987,

falecido em 996, mas justamente

por ser de origem muito mais

recente os Habsburgo quiseram

superá-las as mais antigas em

grandeza. A Casa Imperial dos

Habsburgo (dinastia que reinou

sobre a Áustria de 1218 a 1918)

escolheu como lema A E I O U =

Austriae est imperare orbi universo

(=Cabe à Áustria comandar o

universo) e que, na época de

Carlos 5º (*1500 +1558), por pouco

não foi bem-sucedida no seu

intento ao possuir um Império onde

o sol não se punha. A Dinastia

começa com Rodolfo 1o (*1218-

+1291) e atinge um paroxismo de

grandeza com Maximiliano 1o

(*1459 +1519), eleito Rei de Roma

em 1486 e se auto elege Imperador

do Sacro Império Romano em

1508. Ele faz publicar uma

autobiografia em três volumes:

Theuerdank, Weisskunig e Freydal,

que retroage os ancestrais dos

Habsburgo até os Reis Judeus, os

Príncipes de Tróia, os Imperadores

de Roma e relaciona como seus

avós mais de 100 santos, num

completo delírio imaginativo, pois

ele era obcecado por genealogia e

a usava como um instrumento

político de propaganda de sua

Casa de Áustria visando mostrar ao

mundo que a missão dos

Habsburgo ia alem da Europa e

deveria atingir o mundo inteiro.Os samurais japoneses, antes de

um combate entre pares, recitam

sua genealogia para o oponente,

que faz o mesmo para assim se

q u a l i f i c a r e m e n t r e s i e

glor i f icar/honrar os próprios

antepassados com mais essa luta

entre iguais.Na Amazônia Brasileira, toda tribo

indígena mantém seus registros

genealógicos por tradição oral e o

cacique passa a cada jovem da

tribo, a história dos seus pais, dos

seus avós e da sua tribo para que ele

os conheça, os honre e os perpetue

e se orgulhe de ser quem é.Nota: Caio Prado Jr. reconhecia que

a monarquia, durante os anos de

Império, garantiu a unidade e a

estabilidade do Brasil, sempre

apoiada na aristocracia rural

(Oliveira Vianna) que continha em

seus quadros o que havia de mais

c u l t o n o B r a s i l e e v i t o u

exemplarmente a desordem

completa de nossos vizinhos sul-

americanos, vivendo sob ditadura

ou desenfreada demagogia.Uma vez entendido esse conceito

de continuidade genealógica pode-

se definir que:

Família: é o conjunto de pessoas

que reverenciam os mesmos

ancestrais mortos.Fatria: é o conjunto de famílias.Tribo: é o conjunto de fatrias.Cidade: é uma associação religiosa

e política de um conjunto de tribos.

A genealogia como fator básicona formação da Pátria - Parte III

ArtigoArtigo

Urbe: é o santuário comum dessas

tribos, um lugar de reunião que

permite o culto ao deus comum a

todas as tribos que compõem a

cidade. É o lugar do ato religioso da

cidade.Minha Pátria, (terra patrum): é a

terra onde estão os Manes (os

deuses do lar, os ancestrais mortos)

de minha família, ou seja, a minha

pátria é a terra onde estão

enterrados os meus ancestrais

mortos.

Por tudo isso se vê que, há uma

cultura genealógica arraigada/

inser ida nas mais diversas

civilizações, tanto nas ocidentais

como orientais, em qualquer estágio

cultural em que se encontrem, e que

é e s s a c u l t u r a ,

in ic iada/baseada/apoiada na

genealogia dos ancestrais mortos,

q u e n o s f a z

individualizar/identificar/marcar a

nossa presença no mundo sempre

através dos nossos ancestrais, nos

i n s e r i n d o n e s t e

fluxo/corrente/seqüência imemorial,

e contínuo, que nos traz desde a

origem do homem, no alvorecer da

vida no planeta, até o presente e

segue para sempre através de um

filho que nos continua e que nos

levará para o futuro sem limite da

história, pois é o registro da

seqüência genealógica da família

que nos remete para a imortalidade

na aventura sem fim da civilização.(continua na próxima edição)

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Imperial ImperialGazetaGazeta

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Restaurada, Capela de São Miguel Arcanjo, de 1622, ganha circuito de visitação

MemoriaMemoria

Foi um trabalho minucioso em busca de suas origens

com o objetivo de manter a autenticidade de sua

arquitetura e de seus elementos artísticos

Foram sete anos de obras de

restauração do mais antigo Templo

da Cidade de São Paulo. O custo da

obra foi de R$ 6 milhões de reais,

restaurada, capela de 1622 ganha

circuito de visitação e vai ser

reaberta ao público no próximo dia

26 de março de 2011.Esta é a segunda restauração. A

primeira aconteceu em 1938, quase

três séculos depois da sua

construção, a Capela dos Índios

( c o m o é c o n h e c i d a ) ,

descaracterizada e praticamente

destruída, passou por um processo

de revitalização. Foi um trabalho

minucioso em busca de suas

origens com o objetivo de manter a

autenticidade de sua arquitetura e

de seus elementos artísticos.

Pinturas do período colonial

paulista, arte barroca e traçados

incas foram encontrados. A

Da Redação do IBI recuperação incluía ainda o

resgate de peças e ornamentos de

madeiras vendidos a antiquários. E

com a idéia de dar mais visibilidade

ao local, a Praça Aleixo Monteiro

Mafra, em frente, também foi

restaurada. Implantou-se uma

área ajardinada e foram retiradas

construções que impediam a visão

da igreja. Para a preservação,

houve um acordo com a sociedade

em suspender o uso religioso.

Optou-se em organizar visitações,

com vitrines, painéis e placas,

o n d e s e r ã o a p r e s e n ta d a s

pesquisas arqueológicas, história

e influência dos povos da região

(índios, jesuítas, franciscanos,

c o l o n i z a d o r e s , i m i g r a n t e s

nordestinos), demonstração do

processo de fabricação de

cerâmica indígena, totens que

tratam da arte de elementos como

altares, púlpito, coro e pia batismal

e acervo com imagens de santos,

entre outros. O programa conta

ainda com palestras e oficinas

visando à conscientização da

necessidade de preservar o bem

tombado.A Capela de São Miguel Arcanjo foi

construída pelos índios guaianases

em 1622, sob a orientação do

carpinteiro e bandeirante Fernão

Munhoz, é considerada a mais

antiga da cidade de São Paulo e que

já serviu de área de descanso para

os bandeirantesA capela, cu jo término da

construção foi em 1622, Foram

utilizados taipa de pilão, pau a pique

e adobe (tijolo grande de argila,

cozido ao sol e às vezes misturado à

palha ou a capim para ficar mais

resistente). "Cada cômodo contará

uma história", disse Vinicius Silva

da Mercês, assistente de projetos

da Associação Cultural Beato José

de Anchieta. A visita ao local, passa

das técnicas de construção do

período colonial até um monitor de

TV com depoimentos de moradores

do bairro de São Miguel Paulista.

"Vai dar para entender a história e a

influência dos que passaram por

´

aqui, desde José de Anchieta até os

nordestinos", disse Vinicius. Imagens Sacras - A sacristia, que

conserva o mesmo chão do século

17, é único local que não poderá ser

visitado. No restante da construção,

o piso foi protegido por uma manta e

sobreposto por outro material.

Durante a visita, também poderão

ser conhecidas imagens sacras dos

séculos 17 a 19. Algumas delas

foram recuperadas após terem sido

destruídas, em junho de 1952, por

um morador. Uma delas é uma

Nossa Senhora com Menino Jesus,

imagem de terracota de 60

centímetros que foi um dos alvos do

vândalo e, na época do restauro, foi

descoberta como uma jóia: é do frei

beneditino Agostinho de Jesus. De

acordo com historiadores, ele é o

escultor da imagem encontrada por

pescadores e que deu origem à

adoração de Nossa Senhora

Aparecida.

CAPELA DE SÃO MIGUEL

ARCANJO Praça Padre Aleixo Monteiro

Mafra, 11 - São Miguel Paulista

(11) 2032 4160 e (11) 2032 3921

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Ao comemorar, dia 16 deste mês de março, 68 anos de sua inauguração e os 168 de fundação da cidade

de Petrópolis, o Museu Imperial desta cidade serrana do Rio de Janeiro teve reinaugurado o pórtico de

pedra do palácio, que passou por uma restauração de três meses. Na oportunidade, foi lançado o Guia

de Visitação do Museu, que passará a ser distribuído gratuitamente ao seu público visitante