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Março de 2011 Ano XV Número 185
Coleção Princesa Isabel traz fotos inéditas do Império Brasileiro
Pág.8
É hora de reler o texto de Ruy Barbosana íntegraMonarquista, Ruy, às vésperas da proclamação da
república bandeou-se, como muitos, em favor desta
inglória causa e depois arrependeu-se. Suas
colocações dizem respeito exatamente às suas
frustações com o novo regime de governo, em
seguida à deposição do imperador D. Pedro IIPág.3
Pág.11
Capela de São Miguel Arcanjo, de 1622, é restaurada e abre para visitação
Em artigo, jornalista Edvaldo Esquivel aborda o filme “O Discurso do Rei”
Pág.7
A diversidade de pensamentos é uma marca da democracia. Em
países onde o regime Parlamentar Monárquico é vigente, temos não
só isso, mas também prosperidade e igualdade de oportunidades.
Isso tem que ser difundido por todo monarquista nesta fase difícil
em que o País vive. O PT, braço do movimento socialista
internacional, não vai sossegar enquanto não acabar com o
pluralismo de ideias. A cada dia que passa vemos sinais de que isso
está em marcha. Não vai demorar a chegar o dia em que será crime
se assumir como monarquista ou qualquer outra denominação que
não seja do gosto dessa quadrilha que hoje está no poder.
É preciso ter muito cuidado quando pensamos também nos partidos
que dizem fazer oposição. Muitos deles também tem a raíz
socialista e compactuam em maior ou menor grau do ideário do PT.
O PSDB é inspirado no fabianismo, aquele que promete implantar
um socialismo sem revolução. Então fica difícil encontrar algo que
seja diferentes entre os dois partidos, além da briga por cargos e
benesses dos cofres públicos. É preciso ter outras vozes, abrir
caminhos para pensamentos que sejam bem antagônicos ao que
está aí, que não enxerguem o povo apenas como massa de
manobra em processos políticos.
Precisamos de um movimento que não tenha compromissos apenas
com o próximo pleito, que tenha um projeto de País a longo prazo,
que mostre a sociedade que só o parlamentarismo monárquico pode
oferecer isso! Os monarquistas devem ocupar este espaço. A
Gazeta Imperial é um fórum para expormos as nossas ideias. Utilize
este espaço. Ele é seu!
Acesse www.brasilimperial.org.br, clique no banner e faça seu
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contribuição para que possamos dar sustentação às
nossas campanhas.
Saudações Monarquistas!
Um País sem partido esem ideias divergentes
Imperial ImperialGazetaGazeta
02
Prezados Monarquistas,
Imagem do MesImagem do Mes^
Imperial ImperialGazetaGazeta
Jornal editado pelo Instituto Brasil ImperialAno XV Número 178
www.brasilimperial.org.br
A Gazeta Imperial é uma publicação do
Instituto Brasil Imperial. Artigos, sugestões de
reportagens, divulgação de eventos
monárquicos e imagens podem ser enviados
para [email protected]
Alessandro Padin Editor e jornalista responsável
Da. Amelia de Orleans e Braganca
´
Completou mais um aniversário Da. Amélia Maria de
Fátima Josefa Antônia Miguela Gabriela Rafaela
Gonzaga de Orléans e Bragança e Ligne (Bruxelas,
Bélgica, 15 de março de 1984), princesa do Brasil e
princesa de Orléans e Bragança. Segunda filha e
primeira varoa de D. Antônio João de Orléans e
Bragança, príncipe do Brasil, e de Da. Cristina de
Ligne, princesa de Ligne. Ficam os cumprimentos do
comendador Antonyo da Cruz, presidente do Instituto
Brasil Imperial, e dos seus associados
Primeira reunião do InstitutoBrasil Imperial é um sucesso
Palavras de Ruy Barbosa, que raramente são ditas na
totalidade, expõem realidade republicana
Muitas pessoas que nunca leram
completamente a página de Ruy
Barbosa, na qual ele afirma
“desanimar da virtude, a rir-se da
honra, a ter vergonha de ser
honesto”, desconhecem a história
toda em torno de suas colocações.
Monarquista, Ruy, às vésperas da
proclamação da república bandeou-
se, como muitos, em favor desta
inglória causa e depois arrependeu-
se. Suas colocações dizem respeito
exatamente às suas frustações com
o novo regime de governo, em
seguida à deposição do imperador
D. Pedro II.
Divulgar este texto é uma tarefa dos
monarquistas de nossos dias. Mas
que seja em sua íntegra, tal como
aqui se apresenta. Eis o que nos
expõe seu autor:
“De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra, de
tanto ver crescer a injustiça, de tanto
ver agigantarem-se os poderes nas
mãos dos maus, o homem chega a
desanimar da virtude, a rir-se da
honra, a ter vergonha de ser honesto
... Essa foi a obra da República nos
últimos anos.
No outro regime (Monarquia) o
homem que tinha certa nódoa em
sua vida era um homem perdido
para todo o sempre - as carreiras
políticas lhes estavam fechadas.
Havia uma sentinela vigilante, de
cuja severidade todos se temiam a
Da Redação que, acesa no alto, guardava a
redondeza, como um farol que não
se apaga, em proveito da honra, da
justiça e da moralidade gerais.
Na República os tarados são os
tarudos. Na República todos os
grupos se alhearam do movimento
dos partidos, da ação dos
Governos , da p rá t i ca das
instituições. Contentamo-nos,
hoje, com as fórmulas e aparência,
porque estas mesmo vão se
dissipando pouco a pouco, delas
quase nada nos restando. Apenas
temos os nomes, apenas temos a
reminiscência, apenas temos a
fantasmagoria de uma coisa que
existiu, de uma coisa que se deseja
ver reerguida, mas que, na
realidade, se foi inteiramente.
E nessa destruição geral de nossas
instituições, a maior de todas as
ruínas, Senhores, é a ruína da
justiça, colaborada pela ação dos
homens públicos, pelo interesse
dos nossos par t idos, pe la
influência constante dos nossos
Governos. E nesse esboroamento
da justiça, a mais grave de todas as
ruínas é a falta de penalidade aos
criminosos confessos, é a falta de
punição quando se aponta um
crime que envolve um nome
poderoso, apontado, indicado, que
todos conhecem ..."
(Ruy Barbosa - D iscursos
Parlamentares - Obras Completas
Vol. XLI - 1914 - TOMO III - pág.
86/87)
“De tanto ver triunfar as nulidades...”, texto que merece ser lido na íntegra
Monarquista, anuncie seusprodutos e serviços aqui
MemoriaMemoria´
Cais da Imperatriz ressurge em escavação no Rio de Janeiro
Uma relíquia arqueológica surgiu das
escavações do Projeto Porto
Maravilha que estão sendo feitas na
Avenida Barão de Tefé, na Região
Portuária do Rio de Janeiro. Ela é o
Cais da Imperatriz e o Cais do
Valongo, obras realizadas do século
XIX. Para o prefeito carioca Eduardo
Paes, que foi vistoriar o achado, ali
“estão nossas ruínas romanas”.
Dizendo-se bastante surpreso com a
descoberta, ele anunciou na ocasião
que vai autorizar a implantação na
área de praça como uma existente em
Roma. Ela se situará entre o Hotel
Barão de Tefé e o Hospital dos
Servidores do Estado, ao longo e no
entorno da Avenida Barão de Tefé.
O Cais da Imperatriz, que foi
implantado sobre o Cais do Valongo,
numa grande reforma com o intuito de
receber a futura imperatriz Teresa
Cristina, que se casaria com Dom
Pedro II, data de 1840. O projeto foi do
paisagista Grandjean de Montigny. O
Cais do Valongo, igualmente do
século XIX, foi o lugar onde aportaram
milhares de escravos.
Museu Paes disse na oportunidade
Da Redação
ResgateResgate
que, além da praça, haverá um
centro de referência sobre os
achados e um museu que abrigará
objetos ali encontrados. Ficará
sediado na Casa da Guarda e no
Jardim do Valongo, no Morro da
Conceição, na Zona Portuária. Sua
dec isão f i ca dependente de
aprovação do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Tanto o Cais da Imperatriz como o
Cais do Valongo deram lugar ao
aterro feito pelo prefeito Pereira
Passos na primeira década do Século
XX
Princesa Maria Elisabeth de Orleans e Bragançae Pablo Trindade de Souza casam~se em agosto
Familia ImperialFamilia Imperial´
Está agendado para 6 de agosto
deste ano o casamento da filha do
Príncipe D. Francisco e de Da.
Claudia de Orleans e Bragança, a
Princesa Da. Maria Elisabeth. Noiva
do médico Pablo Trindade de Souza,
Da. Maria Elisabeth subirá ao altar na
Igreja de Nossa Senhora da Glória do
Outeiro.
Da. Maria Elisabeth Josefa Angela
Michaela Gabriela Rafaela Gonzaga
de Orleans e Bragança nasceu em 1º
de março de 1982, no Rio de Janeiro.
Seu pai é de D. Francisco de Orleans
e Bragança, nono filho e sétimo varão
do Príncipe D. Pedro Henrique de
Orleans e Bragança, Chefe da Casa
Imperial do Brasil de 1921 a 1981,
sendo, D. Francisco, portanto, irmão
de D. Luiz de Orleans e Bragança,
atual Chefe da Casa
Imperial. Sua mãe é Da.
Cláudia de Orleans e
Bragança. Da. Mar ia
Elisabeth é formada em
medicina, atuando na área
de pediatria. A Princesa é membro da
equipe de profissionais voluntários da
Organização Não Governamental
Médicos Sem Fronteira, já atuou em
Moçambique, na África, e também na
América Central. Pós-graduou-se
recentemente na área de infectologia
na Antuérpia
Guerra do Prata, o sonho de um vice-reinado - Parte IIDurante a menoridade do imperador D. Pedro II,
atravessou um período de rebeliões internas causadas
pelas disputas por poder entre facções regionais em
algumas províncias. Uma destas, a Guerra dos Farrapos
liderada por Bento Gonçalves, iniciou-se como mais uma
disputa entre grupos políticos na província de Rio Grande
do Sul, mas logo evoluiu para uma rebelião separatista
O Império do Brasil era o país mais
rico e poderoso da América Latina e,
ao contrário das outras nações
latinas, não sofria nas mãos de
caudilhos, ditadores ou golpes de
estado. Durante a menoridade do
imperador D. Pedro II, atravessou
um período de rebeliões internas
causadas pelas disputas por poder
entre facções regionais em algumas
províncias. Uma destas, a Guerra
dos Farrapos liderada por Bento
Gonçalves, iniciou-se como mais
uma disputa entre grupos políticos
na província de Rio Grande do Sul,
mas logo evoluiu para uma rebelião
separatista financiada por Rosas.
Entretanto, a maior parte da sua
população, assim como as maiores
e mais prósperas c idades,
permaneceram leais ao Império.
Pedro II foi capaz de restaurar a
ordem, perdoando os rebeldes e
pacificando a nação. Até mesmo o
r e b e l d e d e r r o t a d o B e n t o
Gonçalves, e le própr io um
monarquista convicto, jurou
lealdade ao Imperador em pessoa
quando este último visitou a
província do sul do Brasil em 1845.
Os membros do Gabinete Nacional
não chegaram a um acordo sobre o
que fazer com Rosas, alguns
ministros defendendo uma solução
pacífica a todo custo e outros que
acreditavam que só restava a
alternativa militar. Para o Brasil, um
Da Redação vizinho republicano poderoso na
região, como a Argentina poderia se
tornar caso conseguisse cumprir
seus planos, era visto como uma
ameaça à soberania do Paraguai e
Uruguai . A manutenção da
independência de ambos os países
era vital para o Império, que temia
uma possível nacionalização dos
rios platinos por parte da Argentina,
o q u e i m p o s s i b i l i t a r i a a
comunicação entre a província do
Mato Grosso com a capital
brasileira. Também não interessava
ao Império a ampliação da fronteira
com a Argentina, pois acreditava
que isso facilitaria uma eventual
agressão por parte de Rosas. Em
1849, o Presidente do Conselho de
Ministros, o antigo regente e
inflexível partidário da paz a
qualquer custo, Pedro de Araújo
Lima, futuro marquês de Olinda,
temia a guerra, pois acreditava que
o Brasil não estava preparado e
uma possível derrota poderia vir a
abalar a própria monarquia. Ele
acreditava que se o Brasil entrasse
em uma guerra contra a Argentina,
poderia levar a uma situação similar
àquela ocorrida 20 anos antes,
quando a perda da Cisplatina
contribuiu como uma das causas
para a abdicação de D. Pedro I.
Sabendo que havia se tornado um
estorvo não só para os demais
ministros, mas também para o
próprio Imperador, Lima pediu
demissão. Um novo gabinete foi
formado, sendo presidido por José
da Costa Carvalho, futuro marquês
de Monte Alegre e para a pasta de
Negóc ios Es t range i ros , f o i
nomeado Paulino de Souza, futuro
visconde do Uruguai, que era
decididamente a favor da guerra
contra a Argentina. O novo
Conselho de Ministros optou por
uma alternativa arriscada a fim de
resolver a complicada situação na
região platina. Ao invés de fortalecer
o Exército Brasileiro através de
conscripção e recrutamento geral,
preferiu enviar um contingente
razoável para o sul. O Brasil
possuía a vantagem de uma
marinha poderosa e moderna, e
exército profissional sólido e com
experiência suficiente devido aos
anos de guerras internas e
externas. Nenhum outro país na
América do Sul tinha marinhas reais
ou exércitos regulares até então. As
tropas argentinas de Rosas e os
uruguaios de Oribe foram formados
quase em sua totalidade por
assassinos dos caudilhos que os
HistoriaHistoria´
D. Pedro II, Imperador do Brasil, em 1851
apoiavam. Entretanto, havia o fato
do Brazil ter recentemente saído de
um período turbulento e não estar
em condições de assumir a
responsabilidade pela luta de uma
guerra. Então, preferia usar as
táticas do inimigo e financiar
oponentes, para enfraquecê-lo
interna e externamente.
A aliança contra Rosas
O governo brasileiro enviou uma
embaixada à região liderada por
Honório Hermeto Carneiro Leão,
futuro marquês do Paraná, e
assistida por José Maria da Silva
Paranhos, futuro visconde de Rio
Branco. Eles assinaram um tratado
de aliança com a Bolívia que,
apesar de não enviar tropas para a
guerra, não seria uma potencial
frente de batalha e optou por
proteger suas fronteiras contra um
ataque eventual de Rosas. Em
1844, José Antônio Pimenta Bueno
chegou ao Paraguai, como primeiro
e n c a r r e g a d o d e n e g ó c i o s
brasileiros neste país e, no dia 14 de
setembro do mesmo ano, assinou o
a to de reconhec imento da
independência paraguaia, sendo o
Brasil o primeiro país a fazê-lo.
O Brasil estabeleceu excelentes
relações com o Paraguai, e o
embaixador Pimenta Bueno
também se tornou um conselheiro
de López. Um tratado entre os dois
países foi assinado em 1850 no
qual o Paraguai se comprometia a
fornecer ao Império cavalos para
seu exército. Entretanto, o ditador
paraguaio Carlos Antonio López se
recusou a enviar tropas para
combater Rosas uma vez que
acreditava que Justo José de
Urquiza também desejava anexar o
seu país. Luís Alves de Lima e Silva,
o futuro duque de Caxias, assumiu
a presidência do Rio Grande do Sul
e o comando das quatro divisões do
exército brasileiro alocadas na
província. Desde 1849, o governo
imperial auxiliava diretamente o
sitiado governo legal uruguaio em
Montevidéu e, após isso, procurou
por apoio interno contra Rosas na
Argentina. Em 6 de setembro de
1850, o representante uruguaio,
Andrés Lamas, assinou um acordo
com Irineu Envagelista de Souza,
futuro visconde de Mauá, que fora
encarregado pelo governo imperial
de realizar os fornecimentos em
dinheiro para o governo do Uruguai
através de seu banco. Em 25 de
dezembro de 1851 o Império
brasileiro assinou um tratado de
aliança defensiva com o governo
paraguaio. Em 16 de março de
1851, o Império do Brasil declarou
publicamente que auxiliaria o
Uruguai contra o exército liderado
por Oribe, algo que já vinha sendo
feito secretamente por mais de dois
anos. A notícia não agradou o
governo argentino e isto iniciou
preparações próprias para a guerra.
Pouco mais de um mês depois, em
1º de maio, a província argentina de
Entre Ríos, governada por Justo
José de Urquiza declarou a Rosas
que "era vontade de seu povo
reassumir o inteiro exercício de sua
soberania e os poderes que
delegara ao governador de Buenos
Aires", seguida pela província de
Corrientes, governada por Virasoro
que também realizou o mesmo
pronunciamento. Tal declaração era
d e c a r á t e r e s s e n c i a l m e n t e
econômico, uma vez que Entre Ríos
exigia a livre navegação dos rios,
considerada de suma importância
para o crescimento de sua
economia, pois permit i r ia o
intercâmbio de produção com o
exterior sem a necessidade de
passar por Buenos Aires.
O Brasil então enviou uma força
naval para a região do Prata, que se
concentrou em quase toda a
totalidade no porto de Montevidéu.
Para comandá-la, foi nomeado o
britânico comandante-de-esquadra,
John Pascoe Grenfell, veterano da
Guerra da independência do Brasil e
da Guerra da Cisplatina. Ele
alcançou Montevidéu em 4 de maio
de 1851 e assumiu o comando da
Esquadra Brasileira composta pela
fragata a vapor Amazonas; corvetas
União, Dona Januária, Dona
Francisca, Berenice, Euterpe,
Baiana e Bertioga; brigues Éolo,
Calíope e Capibaribe; e vapores
Dom Afonso, Dom Pedro, Pedro II,
Golfinho, Recife e Paranense. A
Armada brasileira possuía um total
de 59 embarcações de vários tipos
em 1851: 36 barcos a vela armados,
dez barcos a vapor armados, sete
barcos a vela desarmados e seis
transportes de navegação. Em 29
de maio de 1851 foi assinado um
tratado de aliança ofensiva entre o
Uruguai, Brasil e as províncias
argentinas de Entre Rios e
Corrientes. Seu texto declarava que
o objetivo da aliança era manter a
independência uruguaia e pacificar
seu território, expulsando as tropas
comandadas por Oribe. Urquiza
ficou com o comando das forças
argentinas dissidentes e as
uruguaias ficaram sob as ordens do
general Eugenio Garzón, ambos
recebendo ajuda financeira e bélica
do Império do Brasil. Em 2 de
agosto de 1851, desembarcou a
primeira força brasileira a pisar em
território uruguaio: cerca de 300
soldados do 6º Batalhão de
Caçadores que haviam sido
designados para a guarnição do
Fuerte del Cerro.] Juan Manuel de
Rosas consequentemente declarou
guerra contra o Brasil em 18 de
agosto de 1851.
Guerra dos Farrapos
Edvaldo F. EsquivelBaiano, jornalista e estudioso
da monarquia brasileira
É o contexto mais interessante da
trama tão oportunamente revelada
ao público brasileiro, neste belo
filme dirigido por Tom Hooper.
Ressalto este contraponto, neste
comentário que faço especialmente
para os leitores da Gazeta Imperial,
por considerá-lo a espinha dorsal de
“O Discurso do Rei” (The King´s
Speech). Refiro-me à intercalação
no f i lme de um t recho de
documentário de época que mostra
um dos inflamados discursos do
ditador Adolf Hitler ao povo alemão.
A metáfora é perfeita para a
compreensão deste filme premiado
este ano com quatro Oscar da
Academia Cinematográfica de
Hollywood, incluindo os de melhor
filme, diretor, roteiro original e ator.O espectador, naquele momento em
q u e a pa r e c e o t r e c h o d o
documentário em preto-e-branco da
propaganda nazista, já está
suficientemente a par do drama
vivido pelo personagem principal do
filme, o príncipe Albert Frederick
Arthur George, magnificamente
vivido pelo ator britânico Colin Firth.
O então príncipe de York, e depois
rei da Inglaterra, George VI, desde
a infância convivia com um
constrangedor problema de
gagueira que o impedia de falar em
público. Bertie, como também era
chamado em família, teve de
recorrer com o incentivo da esposa,
Elisabeth (a futura rainha mãe,
interpretada pela atriz Helena
Bonham Carter), aos serviços de um
especialista da fala. O escolhido foi
o plebeu australiano Lionel Logue,
interpretado pelo ator Geoffrey
Rush, que dá início a um
interessante embate entre os dois.
Um contraponto entre a tirania e a monarquia
ArtigoArtigo
Filme de Tim Hooper, premiado com quatro Oscar, valoriza a história e leva o espectador a
fazer reflexões novas e pertinentes nos dias de hoje
Mesmo discordando de algumas
colocações, cito a matéria “Rei por
acaso” (Veja – 9/02/2011), da
jo rna l i s ta I sabe la Boscov,
pub l i cada por ocas ião do
lançamento do filme no Brasil. Ela
faz o seguinte comentário: “É
penalizante a cena em que Bertie,
então duque de York, tem de fazer
um discurso na Exposição Imperial
Britânica de 1925, diante de um
mar de rostos divididos em
expressões de paciência e de
constrangimento”. Em seguida,
observa que as aflições de Bertie
se agravavam com a questão
d i n á s t i c a , o u s u c e s s ó r i a ,
considerando o caráter do irmão
mais velho (Eddie, que no decorrer
de 1936 seria o rei Edward VIII).
“Eddie era um playboy tolo,
vaidoso e irresponsável. Às
vésperas da morte de seu pai,
George V, ele batia o pé que, uma
vez coroado, faria da divorciada
americana Wallis Simpson sua
rainha, o que só para começar,
ser ia uma imposs ib i l i dade
constitucional”, completa Isabela
Boscov.Embora o filme não dê destaque, o
irmão mais velho de Bertie nutria
umas simpatias meio estranhas
pelo führer e pelo nazismo que, por
certo, também dificultariam sua
permanência no trono britânico.
Uma agravante, portanto, não
bastasse sua paixão submissa
pela norte-americana Wallis
Simpson. Tanto que já em 1937,
após a abdicação em favor do
irmão Bertie, o casal já reduzido a
duque e duquesa de Windsor foi
visitar o ditador alemão em Berlim.A história da gagueira de Bertie,
visto como um fraco, absorve todo
o filme “O Discurso do Rei”. A
superação do problema era vista
como um desafio que tinha a ver
com força de vontade. E Bertie, já na
condição de Rei George VI, contava
com a ajuda do australiano Logue
para perseguir os progressos
necessários. E emergentes. Sim. A
Segunda Guerra Mundial era
questão de tempo, o plano dos
nazistas era dominar a Europa, a
invasão da Polônia era iminente. A
Inglaterra, como a potência da
época, opunha-se firmemente às
ambições hitleristas; todas as
investidas diplomáticas pareciam
infrutíferas diante da determinação
do führer. E chega o momento
crucial: o Rei George VI teria de
fazer o discurso histórico à nação,
transmitido por todas as emissoras
de rádio, no qual a Inglaterra
declarava guerra à Alemanha
nazista!É o desafio do rei. O teste definitivo
do começo da cura da gagueira. É o
ponto alto do filme. E também o
contraponto a que nos referimos no
in íc io deste comentár io . O
espectador é levado a fazer uma
reflexão nova. Ou seja: se é que
realmente seria possível fazer tal
comparação, jungir mentalmente os
dois líderes, o Rei George VI e Adolf
Hitler. Famoso pelo poder da
oratória -- mesmo que hoje nos
pareça por vezes patética ou
verborrágica -- o ditador alemão
soube como nenhum outro líder tirar
p r o v e i t o p o l í t i c o d e s e u s
pronunciamentos públ icos e
transmitidos pelo rádio, então o
fenômeno da comunicação de
massa da época.E assim “O Discurso do Rei” parte
com todos os méritos para o
emocionante final e, por tabela, para
a disputa dos Oscar 2010. A
mensagem do filme é de pura
nobreza, independentemente de
todas as qualidades técnicas da
produção, inclusive montagem,
fotografia, figurino e trilha sonora.
O resgate, porém, está no roteiro
original, que recorre ao passado
para trazer aos dias de hoje a figura
um tanto esquecida do Rei George
VI. O monarca que conseguiu
superar seus limites e fazer o
discurso mais convincente e
emocionante da Inglaterra. O
pronunciamento que conseguiu
unir todo um povo em volta do seu
soberano para enfrentar outra
guerra, contra outro tirano. Desta
vez, ironicamente, com o poder da
oratória e o dom de conquistar
multidões. Ou, como quiserem, um
mestre na arte de iludir. A última
cena é a da família real saudando
os súditos, após o discurso, do
balcão principal do Palácio de
Buchkingam, que praticamente
fecha a cortina do passado. Bem,
no presente, após se assistir ao
“Discurso do Rei”, contabiliza-se a
figura desse monarca inglês agora
redescoberto pela magia do cinema
e que, sem dúvida , agiganta-se
sozinho perante a História. A
jornalista Isabela Boscov, apesar
de “não ver majestade” no filme de
TomHooper, reconhece: “George VI foi
um soberano que, depois de um
início vacilante, se alçou à altura
dos acontecimentos que enfrentou,
e que preparou com sucesso
notável a filha, a atual rainha
Elisabeth II, paralhe suceder após sua morte, em
1952”.É simples. Bertie teve a majestade
(somada à dignidade humana) que
Hitler, por exemplo, nunca teve!
Esta é precisamente a mensagem e
o contraponto do filme “O Discurso
do Rei”.
Dom Obá, a imagem que surgeem meio a uma coleção inéditaNova coleção de fotos pertencentes à Princesa Isabel e
ao Conde D´Eu vem à tona e surpreende
São 1 200 fotografias, a maioria em
bom estado de conservação. Entre
elas, a de Dom Obá II d’África, como
ficou conhecido Cândido da
Fonseca Galvão, figura das mais
curiosas do século XIX, que
comparecia às audiências públicas
de D. Pedro II como se fosse um
governante estrangeiro. Finalmente,
o alferes negro, assim como também
foi chamado, agora surge exposto
em seu verdadeiro uniforme.O acervo foi trazido à luz pelos
pesquisadores Bia e Pedro Corrêa
do Lago. Boa parte são fotos de
famí l i a , com mu i tas cenas
domés t i cas , i n t e r i o res das
residências imperiais do Rio de
Janeiro e de Petrópolis, e registros
até de animais de estimação.
Certamente cada uma delas um
repositório de muitas histórias que
fazem parte de relatos talvez ainda
não contados.Elas estão publicadas no livro
Coleção Princesa Isabel (432
páginas), lançado pela Editora
HistoriaHistoria´
Da Redação do IBI Capivara, com texto de seus
pesquisadores e apresentação de
Thereza Maria de Orléans e
Bragança, última neta viva da
princesa Isabel. Ela foi guardiã
desse tesouro, que começou a ser
formado em 1860 e acompanhou a
princesa e o conde em seu exílio
europeu até a morte dos dois, nos
anos 1920.
Dom Obá Cândido da Fonseca
Galvão, Dom Oba que em Ioruba
significa rei, um brasileiro de
primeira geração, nasceu na Vila
dos Lençóis no sertão da Bahia por
volta de 1845, filho de africanos
forros, e neto do poderoso Alá a Fin
Abiodun, o ultimo soberano a
manter unido o grande império do
Oyo e por direito de sangue era
príncipe africano. No período
compreendido entre os anos de
1865 a 1870 participou da guerra do
Paraguai. Em razão de sua grande
bravura foi condecorado como
oficial honorário do Exército
Brasileiro. Homem de estatura
elevada, ao regressar ao Brasil
Acima: Dom Obá, Cândido da Fonseca Galvão,
em seu uniforme de alferes. Ao lado: foto com a
Princesa Dona Isabel e o Conde D´Eu
fixou residência na cidade do Rio de
Janeiro, onde sua posição social
tornou-se no mínimo complexa. Era
considerado como figura folclórica
por uma cer ta camada da
sociedade, e por outro lado era
reverenciado como príncipe real por
escravos, libertos e homens livres
de cor.Dom Obá, amigo pessoal e
protegido de D. Pedro II, Dom Oba
assumiu nos momentos decisivos
d o p r o c e s s o d e a b o l i ç ã o
progressiva o papel histórico de elo
entre as altas esferas do poder
imperial e as massas populares que
emergiam das relações escravistas
com sua figura imponente e seus
modos soberanos, ao se vestir com
suas finas roupas pretas ou com seu
bem preservado uniforme de alferes
do exército brasileiro com sua
espada à cinta e seu chapéu armado
com penacho colorido nas ocasiões
mais especiais.Ao defender sua visão alternativa da
sociedade e do próprio processo
histórico brasileiro em razão de suas
idéias, com sua linguagem crioula
mesclada com o dialeto de Ioruba e
latim para uma elite letrada que não
compreendia os seus discursos e
para os escravos, libertos e
homens l i v re de co r que
compartilhavam com suas idéias e
contribuíam financeiramente para
a publicação das mesmas que
eram lidas nas esquinas e em
famílias, teoricamente Dom Oba
era um monarquista acima dos
partidos que mantinha uma política
muito bem matizada, cujas idéias
não eram de um conservador e
nem de um liberto ao combater ao
racismo e ao defender a igualdade
entre os homens.
Orgulho E em razão disto, ele se
orgulhava de ser preto e por não
acreditar em superioridade devido
ao fato de ser amigos de brancos, e
de não acreditar que houvesse
exatamente questão racial, mas
uma questão de cultura, de
informação e de refinamento
social, fato este que levou o
príncipe e os seus seguidores a
formulação pioneira quando da
criação de uma estética autônoma
de que a raça negra não era
apenas linda, mas superior do que
os mais finos brilhantes.
09
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Anibal de Almeida Fernandes
7) A genealogia como formadora
da PátriaO conhecimento/respeito/descrição
da seqüência dos ancestrais, ou
seja, a genealogia dos nossos avós,
é um conceito inserido em todas as
grandes civilizações do mundo:
Sumerianos, Egípcios, Hindus,
Chineses, Japoneses, Gregos e
Romanos todos, sem exceção, tem
o hábito de relacionar os seus
a n c e s t r a i s p a r a t o r n á - l o s
conhecidos e qualif icarem o
indivíduo perante seus pares e isso
funcionou como a base elementar na
formação dessas civilizações que,
da célula unifamiliar, evoluem até
chegar à constituição da pátria mãe.Os escribas reais da Suméria em
2000 a.C., desolados com a derrota
e a queda da 3a Dinastia de Ur,
frente aos conquistadores de Isin,
restauram o orgulho nacional da
Suméria fazendo os registros dos
reis Sumerianos desde antes do
dilúvio, num códice de apenas cinco
reis que reinaram durante 241.200
anos (?) e mais 19 dinastias, pós-
dilúvio, que reinaram até chegar à
derrotada 3a dinastia de Ur, sempre
exaltando o glorioso, e inigualável,
passado dos Sumerianos frente aos
aventureiros conquistadores. Essa
abordagem delirante/ mítica/
grandiosa/teatral/intencional da
genealogia aparece em todas as
grandes Casas Reais/Imperiais do
mundo, é ela que faz os Faraós e os
Imperadores da China e do Japão
descenderem de um deus numa
seqüência milenar e contínua. Há
uma desvairada mistificação do
passado que é sempre romanceado
e atinge o ápice com a Casa Imperial
dos Habsburgo, que é muito mais
recente que a Casa Real da
Dinamarca que é a Casa Real mais
antiga da Europa, pois começa com
Gorm falecido em 940, ou a 3a
Casa Real de França, que começa
com Hugo Capeto (abade que
usava uma capa=capeto) em 987,
falecido em 996, mas justamente
por ser de origem muito mais
recente os Habsburgo quiseram
superá-las as mais antigas em
grandeza. A Casa Imperial dos
Habsburgo (dinastia que reinou
sobre a Áustria de 1218 a 1918)
escolheu como lema A E I O U =
Austriae est imperare orbi universo
(=Cabe à Áustria comandar o
universo) e que, na época de
Carlos 5º (*1500 +1558), por pouco
não foi bem-sucedida no seu
intento ao possuir um Império onde
o sol não se punha. A Dinastia
começa com Rodolfo 1o (*1218-
+1291) e atinge um paroxismo de
grandeza com Maximiliano 1o
(*1459 +1519), eleito Rei de Roma
em 1486 e se auto elege Imperador
do Sacro Império Romano em
1508. Ele faz publicar uma
autobiografia em três volumes:
Theuerdank, Weisskunig e Freydal,
que retroage os ancestrais dos
Habsburgo até os Reis Judeus, os
Príncipes de Tróia, os Imperadores
de Roma e relaciona como seus
avós mais de 100 santos, num
completo delírio imaginativo, pois
ele era obcecado por genealogia e
a usava como um instrumento
político de propaganda de sua
Casa de Áustria visando mostrar ao
mundo que a missão dos
Habsburgo ia alem da Europa e
deveria atingir o mundo inteiro.Os samurais japoneses, antes de
um combate entre pares, recitam
sua genealogia para o oponente,
que faz o mesmo para assim se
q u a l i f i c a r e m e n t r e s i e
glor i f icar/honrar os próprios
antepassados com mais essa luta
entre iguais.Na Amazônia Brasileira, toda tribo
indígena mantém seus registros
genealógicos por tradição oral e o
cacique passa a cada jovem da
tribo, a história dos seus pais, dos
seus avós e da sua tribo para que ele
os conheça, os honre e os perpetue
e se orgulhe de ser quem é.Nota: Caio Prado Jr. reconhecia que
a monarquia, durante os anos de
Império, garantiu a unidade e a
estabilidade do Brasil, sempre
apoiada na aristocracia rural
(Oliveira Vianna) que continha em
seus quadros o que havia de mais
c u l t o n o B r a s i l e e v i t o u
exemplarmente a desordem
completa de nossos vizinhos sul-
americanos, vivendo sob ditadura
ou desenfreada demagogia.Uma vez entendido esse conceito
de continuidade genealógica pode-
se definir que:
Família: é o conjunto de pessoas
que reverenciam os mesmos
ancestrais mortos.Fatria: é o conjunto de famílias.Tribo: é o conjunto de fatrias.Cidade: é uma associação religiosa
e política de um conjunto de tribos.
A genealogia como fator básicona formação da Pátria - Parte III
ArtigoArtigo
Urbe: é o santuário comum dessas
tribos, um lugar de reunião que
permite o culto ao deus comum a
todas as tribos que compõem a
cidade. É o lugar do ato religioso da
cidade.Minha Pátria, (terra patrum): é a
terra onde estão os Manes (os
deuses do lar, os ancestrais mortos)
de minha família, ou seja, a minha
pátria é a terra onde estão
enterrados os meus ancestrais
mortos.
Por tudo isso se vê que, há uma
cultura genealógica arraigada/
inser ida nas mais diversas
civilizações, tanto nas ocidentais
como orientais, em qualquer estágio
cultural em que se encontrem, e que
é e s s a c u l t u r a ,
in ic iada/baseada/apoiada na
genealogia dos ancestrais mortos,
q u e n o s f a z
individualizar/identificar/marcar a
nossa presença no mundo sempre
através dos nossos ancestrais, nos
i n s e r i n d o n e s t e
fluxo/corrente/seqüência imemorial,
e contínuo, que nos traz desde a
origem do homem, no alvorecer da
vida no planeta, até o presente e
segue para sempre através de um
filho que nos continua e que nos
levará para o futuro sem limite da
história, pois é o registro da
seqüência genealógica da família
que nos remete para a imortalidade
na aventura sem fim da civilização.(continua na próxima edição)
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10
Restaurada, Capela de São Miguel Arcanjo, de 1622, ganha circuito de visitação
MemoriaMemoria
Foi um trabalho minucioso em busca de suas origens
com o objetivo de manter a autenticidade de sua
arquitetura e de seus elementos artísticos
Foram sete anos de obras de
restauração do mais antigo Templo
da Cidade de São Paulo. O custo da
obra foi de R$ 6 milhões de reais,
restaurada, capela de 1622 ganha
circuito de visitação e vai ser
reaberta ao público no próximo dia
26 de março de 2011.Esta é a segunda restauração. A
primeira aconteceu em 1938, quase
três séculos depois da sua
construção, a Capela dos Índios
( c o m o é c o n h e c i d a ) ,
descaracterizada e praticamente
destruída, passou por um processo
de revitalização. Foi um trabalho
minucioso em busca de suas
origens com o objetivo de manter a
autenticidade de sua arquitetura e
de seus elementos artísticos.
Pinturas do período colonial
paulista, arte barroca e traçados
incas foram encontrados. A
Da Redação do IBI recuperação incluía ainda o
resgate de peças e ornamentos de
madeiras vendidos a antiquários. E
com a idéia de dar mais visibilidade
ao local, a Praça Aleixo Monteiro
Mafra, em frente, também foi
restaurada. Implantou-se uma
área ajardinada e foram retiradas
construções que impediam a visão
da igreja. Para a preservação,
houve um acordo com a sociedade
em suspender o uso religioso.
Optou-se em organizar visitações,
com vitrines, painéis e placas,
o n d e s e r ã o a p r e s e n ta d a s
pesquisas arqueológicas, história
e influência dos povos da região
(índios, jesuítas, franciscanos,
c o l o n i z a d o r e s , i m i g r a n t e s
nordestinos), demonstração do
processo de fabricação de
cerâmica indígena, totens que
tratam da arte de elementos como
altares, púlpito, coro e pia batismal
e acervo com imagens de santos,
entre outros. O programa conta
ainda com palestras e oficinas
visando à conscientização da
necessidade de preservar o bem
tombado.A Capela de São Miguel Arcanjo foi
construída pelos índios guaianases
em 1622, sob a orientação do
carpinteiro e bandeirante Fernão
Munhoz, é considerada a mais
antiga da cidade de São Paulo e que
já serviu de área de descanso para
os bandeirantesA capela, cu jo término da
construção foi em 1622, Foram
utilizados taipa de pilão, pau a pique
e adobe (tijolo grande de argila,
cozido ao sol e às vezes misturado à
palha ou a capim para ficar mais
resistente). "Cada cômodo contará
uma história", disse Vinicius Silva
da Mercês, assistente de projetos
da Associação Cultural Beato José
de Anchieta. A visita ao local, passa
das técnicas de construção do
período colonial até um monitor de
TV com depoimentos de moradores
do bairro de São Miguel Paulista.
"Vai dar para entender a história e a
influência dos que passaram por
´
aqui, desde José de Anchieta até os
nordestinos", disse Vinicius. Imagens Sacras - A sacristia, que
conserva o mesmo chão do século
17, é único local que não poderá ser
visitado. No restante da construção,
o piso foi protegido por uma manta e
sobreposto por outro material.
Durante a visita, também poderão
ser conhecidas imagens sacras dos
séculos 17 a 19. Algumas delas
foram recuperadas após terem sido
destruídas, em junho de 1952, por
um morador. Uma delas é uma
Nossa Senhora com Menino Jesus,
imagem de terracota de 60
centímetros que foi um dos alvos do
vândalo e, na época do restauro, foi
descoberta como uma jóia: é do frei
beneditino Agostinho de Jesus. De
acordo com historiadores, ele é o
escultor da imagem encontrada por
pescadores e que deu origem à
adoração de Nossa Senhora
Aparecida.
CAPELA DE SÃO MIGUEL
ARCANJO Praça Padre Aleixo Monteiro
Mafra, 11 - São Miguel Paulista
(11) 2032 4160 e (11) 2032 3921
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Ao comemorar, dia 16 deste mês de março, 68 anos de sua inauguração e os 168 de fundação da cidade
de Petrópolis, o Museu Imperial desta cidade serrana do Rio de Janeiro teve reinaugurado o pórtico de
pedra do palácio, que passou por uma restauração de três meses. Na oportunidade, foi lançado o Guia
de Visitação do Museu, que passará a ser distribuído gratuitamente ao seu público visitante