42
Hidráulica de linhas pressurizadas FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Hidráulica de linhas laterais

  • Upload
    trannhu

  • View
    226

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Hidráulica de linhas pressurizadas

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Dimensionamento da Tubulação

Consiste em:

Dimensionar o valor do diâmetro comercial.

Critérios:

Velocidade média permitida ao longo da linha;

Valores de perdas de carga pré-estabelecida

Aplicação da teoria de escoamento em condutos forçados

Análise econômica

minimização os custos totais da instalação (custos fixos mais custos variáveis).

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Revisão Escoamento em condutos forçados

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Revisão Escoamento em condutos forçados

• A energia da água está contida em três formas básicas ou componentes:

• Energia Cinética (V2/2g):

– devida à velocidade que possui o fluido.

•Energia potencial ou de elevação (h)

– devida à posição referencial do fluido

• Energia de Pressão (P/)

– devida a pressão que o fluido possui;

𝑉2𝜌

2+ 𝑃 + 𝜌𝑔𝑧 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 Princípio de Bernoulli

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

fhhP

g

Vh

P

g

V 2

2

2

21

1

2

1

22

Equação de Bernoulli

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Perda de carga ou de energia

• Atrito na tubulação: – interface líquido/material da tubulação

• Presença de forças viscosas:

– interface líquido/líquido FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Perda de carga ou de energia

• Equação Universal ou Darcy-Weisbach

como

gV

D

Lfhf

.2

2

2*

*4

D

Q

A

QV

5

2.0826,0.

5

2..

.2

8.

2

1.

2

2.

.4..

D

QLf

D

QL

gf

gD

Q

D

Lfhf

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Perda de carga ou de energia

• Independe da pressão na qual a água escoa;

• Proporcional linearmente ao comprimento da tubulação;

• Inversamente proporcional a algum expoente do diâmetro;

• Proporcional a algum expoente da velocidade;

• Dependente da rugosidade da tubulação;

• Dependente do regime de escoamento.

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Coeficiente de atrito (f) • Depende do regime de escoamento

– número de Reynolds:

• Regime laminar Re < 2000

VDRe

eRf

64

gD

QLhf

.Re..

..51252

2

υ = viscosidade cinemática da água

igual a 1,003 x 10-6 m2 s-1 (20ºC)

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Coeficiente de atrito (f)

• Regime Turbulento 4.000 < Re < 105

– Equação Blasius (tubos lisos)

– Swamee e Jain

25,0Re

3164,0f

2

9,0Re

74,5

7,3ln

325,1

D

f

ε = rugosidade absoluta do material em m FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Rugosidade absoluta

Material Rugosidade (mm)

Ferro fundido 0,25

Aço galvanizado 0,15

PVC 0,005

Polietileno 0,001

Alumínio 0,0015

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Diagrama de Moody – Determinação de f

Equações Empíricas • Equação de Hazen-Willians

– Q = vazão do escoamento (m3/s)

– J = perda de carga (m/m);

– D = diâmetro interno da tubulação (m);

– C = coeficiente de atrito (adm), assume valores entre 70 e 140, valor máximo para tubos lisos (irrigação).

• O uso dessa equação é recomendada para:

– diâmetros > 50 mm

– Velocidade de escoamento < 3 m/s.

87,4

852,1

643,10D

L

C

Qhf

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Coeficiente de Rugosidade (C)

Material Coeficiente (C)

Ferro fundido 100

Aço galvanizado (com costura)

125

PVC (até 75mm) 125

PVC (até 100 mm) 135

PVC (> 100 mm) 140

PE 150

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Dimensionamento de Adutoras

Critério: • Velocidade máxima na tubulação não deve

ultrapassar 2,0 m/s. Para evitar:

– Sobrepressão elevada quando há interrupção do fluxo

(golpe de Aríete)

– Vibrações na tubulação que reduzem a vida útil

– Perda de carga (pressão) excessiva, pois ela é

diretamente proporcional à velocidade da água

• Velocidade mínima de 0,5 m/s para evitar

deposição de partículas

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Aplicação Dimensionar o diâmetro da tubulação de recalque de um pivô central que tem 500 m de comprimento e opera com uma vazão de 350 m3.h-1. Determine a pressão na motobomba, sabendo que o pivô deve operar com uma pressão de 350 kPa na torre e que o desnível entre a bomba e o pivô é de 30 m.

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Exemplo de aplicação Irriga LF DEFoFo

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Dimensionamento da Sucção

Critério: • Diâmetro comercial imediatamente superior ao

diâmetro do recalque da bomba (regra prática)

• Verificar se a velocidade resultante não supera o

valor mostrado na Tabela (NBR 12214-Projeto de

sistema de bombeamento de água para

abastecimento público).

Diâmetro nominal

(mm) 50 75 100 150 200 250 300 400

Velocidade

(m/s) 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,40 1,50

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Instalação básica de motobombas

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Dimensionamento de linhas laterais

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Dimensionamento de linhas laterais

• Critério

– A determinação dos diâmetros e do comprimento

das laterais deve garantir a uniformidade de

distribuição de vazão dos emissores;

– Recomenda-se que a diferença de vazão nos

emissores em uma lateral deve ser inferior a

10% da vazão nominal (vazão média na linha).

• Variação entre 10% e 20% é aceitável e maior que

20% inaceitável.

– Na aspersão recomenda-se o uso de um

diâmetro ou no máximo dois diâmetros em uma

linha lateral. FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof.

Roberto Testezlaf

Dimensionamento de linhas laterais

• Critério

– A variação de vazão de 10% da vazão nominal,

equivale a uma variação de 20% da pressão.

𝑞 = 𝑘𝐻𝑥 𝑑𝑞

𝑑𝐻= 𝑘 𝑥 𝐻𝑥−1 = 𝑘 𝑥

𝐻𝑥

𝐻= 𝑘 𝐻𝑥

𝑥

𝐻= 𝑞

𝑥

𝐻

𝑑𝑞

𝑞= 𝑥

𝑑𝐻

𝐻

Assumindo x = 0,5 e dq = 0,10

0,1𝑞

𝑞= 0,5

𝑑𝐻

𝐻→ 𝑑𝐻 = 0,2𝐻

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Exemplo de aplicação

Para um emissor com um expoente de x = 0,446, calcule a variação de vazão para um variação de pressão de 15%. Calcule também a variação de pressão permissível para uma variação de vazão do emissor de 10%.

𝑑𝑞

𝑞= 𝑥

𝑑𝐻

𝐻

1. 𝑑𝑞

𝑞= 0,446

0,15𝐻

𝐻→ 𝑑𝑞 = 0,07𝑞 ou seja 7%

2. 0,10𝑞

𝑞= 0,446

𝑑𝐻

𝐻→ 𝑑𝐻 = 0,224𝐻 ou seja 22,46%

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Escoamento em marcha com vazão decrescente

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

5,0

2

29,0

i

f

id

nd

i

f

P

P

gPAC

gPAC

q

q

81,09,0 2

i

f

P

Pif PP 81,0

Para o limite de variação de vazão de 10% na linha lateral, o limite de variação de pressão é equivalente a 20% da pressão de serviço ou pressão média na linha.

Critério de projeto das linhas laterais

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Variação da pressão na linha lateral (nível)

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

fi hPP4

3 Sn PPP

Simplificação

24

3 zhPP fi

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Critério de projeto das linhas laterais

O cálculo dos valores reais de perda de carga em linhas laterais de irrigação, pode ser realizado por dois procedimentos: • Calcular a perda de carga real em cada segmento

de canalização, computando a vazão que escoa nesse trecho;

• Usar um coeficiente de correção que considera a redução na perda de energia decorrente da redução na vazão.

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Perda de carga real Cálculo trecho a trecho

Pi

QT P1?

q1?

P2? P3? P4?

q2? q3? q4?

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Coeficiente de correção de perda de carga

• Escoamento em marcha com vazão decrescente

Sendo:

Hf = perda de carga real ao longo de uma linha lateral de irrigação;

h’f = perda de carga fictícia para uma tubulação sem saída;

F = Fator de correção de Christiansen (tabelado), ou fator de redução da perda de carga,

• F depende:

– Do expoente da vazão ou da velocidade na equação de perda de carga utilizada no calculo

– do número de saídas na tubulação

– e da distância do início da linha para a localização da primeira saída na linha lateral.

'. ff hFH

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Fator de Christiansen

• Escoamento em marcha com vazão decrescente

– Equação original

– Equação Modificada para posição do primeiro aspersor.

Sendo n = número de saídas e m = exp. da velocidade na equação de perda de carga (1,853 ou 2)

26

1

1

1

1.2

.2)2/1(

n

m

mn

nF

26

1

2

1

1

1

n

m

nmF

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

N E1 = Ea E1 = Ea/2

1 1,0 1,0

2 0,64 0,52

3 0,53 0,44

4 0,49 0,41

5 0,46 0,40

6 0,44 0,39

7 0,43 0,38

8 0,42 0,38

9 0,41 0,37

10 – 11 0,40 0,37

12 – 15 0,39 0,36

16 – 20 0,38 0,36

21 – 30 0,37 0,36

31- 100 0,36 0,36

Tabela de F

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Exemplo de aplicação

Um tubo de PE com DI de 20,9 mm é utilizado como linha lateral para distribuição de água por microspray em uma plantação de pêssegos. O comprimento da lateral é de 150 m com sprays espaçados de 5 m. Sabendo que a vazão média do spray é de 40 L h-1, estime a perda de carga nessa linha lateral.

Utilizar Planilha

mcaD

QLf

fh 78,8

50209,0

200033,0.500.0826,0.0259,0

5

2.0826,0.'

mcahFH ff 9,237,0.78,8. '

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Variação de pressão em linhas laterais

• Linha Lateral em nível (Δz = 0)

nf PP 20,0

tsfi hhPP 4

3

nf PzP 20,0

hts = altura do tubo de subida do aspersor

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

• Linha Lateral em aclive (subindo)

zhzhPPPPPffiifif

zhPP fif

24

3 zhhPP tsfi

zPh nf 20,0

Pi

Pf

Δz

PNzhP ff 20,0

Variação de pressão em linhas laterais

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

• Linha Lateral em declive (descendo)

zhzhPPPPPffiifif

zhPP if

24

3 zhhPP tsfi

zPh nf 20,0

Pi

Pf Δz

PNzhP ff 20,0

Variação de pressão em linhas laterais

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Cálculo da linha lateral

• Selecionar um aspersor ou emissor adequado com os valores de vazão (qn) e pressão nominal (Pn) de catálogo.

• O número de emissores (n) na linha lateral é determinado pela divisão do comprimento da linha pelo espaçamento de emissores (L/se).

• A vazão de entrada na lateral é calculada por (QL=n.qn).

• O diâmetro da lateral deve atender o critério de variação de 20% da pressão.

• A perda de carga na (QL, qn, D and L) is calculada utilizando o fator F de Christiansen.

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Aplicação - Aspersão Dimensione o diâmetro de uma linha lateral de aspersão convencional posicionada nas curvas de nível do terreno, utilizando tubulações de PVC, para o comprimento máximo de 150 m, utilizando os aspersores da marca Agropolo (Catálogo abaixo), operando a uma pressão de 35 mca. Refaça os cálculos para a linha disposta em declive e aclive de 1%. Calcule a pressão no início e no final da linha.

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Aplicação - Localizada

Utilizando o gotejador caracterizado pela equação q = 0,96 H0,526 onde q = L/h H= mca, dimensione o diâmetro de uma linha lateral em nível, utilizando tubulações de PE com o comprimento de 120 m, para uma pressão de serviço de 1kgf/cm2 e espaçamentos entre emissores de 0,30m. Refaça os cálculos para a linha disposta em declive e aclive de 1%. Calcule as pressões no início e no final da linha.

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

L1 L2

Método para cálculo da perda de carga em linha lateral com dois diâmetros

Segundo Keller e Bliesner

• Estimar hf para o comprimento total com diâmetro maior

• Pf1 = [(L1+L2), D1, (Q1+Q2),(N1+N2)]

•Estimar hf para o comprimento total com diâmetro menor

• Pf2 = [(L1+L2),D2,(Q1+Q2),(N1+N2)]

• 357,0

12

1

2

ff

fa

PP

PPLL

Q1, N1, D1 Q2, N2, D2

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Aplicação - Aspersão Aplicar o conceito de linha com dois diâmetros para o exemplo anterior.

Dimensione o diâmetro de uma linha lateral de aspersão convencional posicionada nas curvas de nível do terreno, utilizando tubulações de PVC, para o comprimento máximo de 150 m, utilizando os aspersores da marca Agropolo (Catálogo abaixo), operando a uma pressão de 35 mca.

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf

Desafio para os engenheiros!

FEAGRI/UNICAMP - 2014 - Prof. Roberto Testezlaf