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GOVERNO DO ESTADO DO ESP!RITO SANTO
SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA
PROJETO CIDADES DE PORTE ~DIO
SUBPROJETO AGLOMERADO URBANO DE VITORIA
COMPONENTE A.41
- APOIO À PESCA ARTESANAL
PROJETO EXECUTIVO""
Governador do Estado do Espírito Santo
GERSON CAMATA
Secretário de Estado da Agricultura
RICARDO FERREIRA DOS SANTOS
Vitória, março de 1984
PROJETO CIDADES DE PORTE ~DIO
SUBPROJETO AGLOMERADO URBANO DE VIT6RIA
COMPONENTE A.4l - APOIO A PESCA ARTESANAL
ENTIDADES ENVOLVIDAS NA ELABORAÇÃO DO PROJETO
. EMATER-ES
• COPLAN/IJSN
EQUIPE RESPONSÁVEL:
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
do Estado do Espírito Santo
Instituto Jones dos Santos Neves
· Eng9 Agr9 Luiz Antônio Bassani - SEAG/ICEPACoordenador do Projeto
· Sociólogo Paulo Cezar Borges Martins - IJSNCoordenador da Pesquisa
• Socióloga Maria Heloísa Dias Figueiredo - IJSN
· Socióloga Angela Maria Baptista - IJSN
· Geógrafo Robson Luíz Pizziolo - IJSN
· Eng9 Agr9 Eurico Bayerl Júnior - EMATER-ES
· Eng9 Pesca Jaime Batista de Oliveira - EMATER-ES
• Eng9 Pesca José Reginaldo S'antana Valentim - EMATER-ES
· Eng9 Pesca Sileno Luiz de Alcântara - EMATER-ES
· Eng9 Pesca Antônio Carlos Cavalcanti de Souza - EMATER-ES
· Eng9 Pesca José Clézer de Oliveira - EMATER-ES
• Eng9 Pesca Jair Valentim da Silva - EMATER-ES
· Eng9 Agr9 Roberto Domingos de Oliveira - EMATER-ES
· Eng9 Agr9 José Brás Venturim - EMATER-ES
• Extensionista Doméstica Nelise Maria Federici Kehdi - EMATER-ES
• Eng9 Civil Renato Schalders - SEAG/CERMAG
• Eng9 Agr9 José Roberto Alves - SEAG/ICEPA
• Advogada Rosa Maria Assad Gomes - Consultora
• Médico Veterinário Welino Brust Spitz - Consultor/ DFA-ES
• Socióloga Andréia Curry Carneiro - Consultora
COORDENAÇÃO DA E LABORAÇÃO
. lCEPA - Instituto de Coordenação Estadual de Planejamento
Agrícola do Espírito Santo
SUMP,RIO
Página
Antecedentes ...••••.•. ., .
INTRODUÇÃO
Compromisso Teórico _ ..
1.
1.1.
1.2.
1.2.1. Dedução de Hipóteses de Trabalho .... ... - ..
05
05
07
08
2.
2.1.
METODOLOGIA
Montagem da Proposta e'e -.- ..
14
15
3. ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA POR CO-
Pe s ca ' ..
METAS u .
Infl:a.-Estrutura "' u .
19
19
26
32
39 ",I
46
55
64
73
73
73
82
96
99
100
101
102
104
106
106
109
I tapemirim ..
- Arlchieta ..
- Guarapari ..
- Vi tória ..
Conceição da Barra •..•.••.•.••..••.
- Vi la Ve lha .•..•..•••.•...••....•...
- P i ÚIIla ..
Colônia Zl
Colônia Z2
Colônia Z3
Colônia Z4
Colônia Z5
Colônia Z8
Colônia Z9
Introduçao a· ..
MATRI Z INSTITUCIONAL .•••.••••••.••.•.••...•..••.
Análise dos Estatutos das Colônias, Federaçãoe Confederação Nacional dos Pescadores ....•.•••.
LONIA - - ..
Benefici&rios ...........................•.......
Análise dos Questionários das Colônias de
OBJETIVOS GERAIS .••••••.•.•.•••.•.•..••...•••.•.
RESUMO DA PROPOSTA .••.•••.•••••....••••..•...•••
ASsistência Técnica. .
Especificação da Matriz Institucional .
Organograma das Associaçoes ao Final doProcesso de Assistência Técnica ••..••.••••.••••.
Área de Abrangência das Associações .
4.
4.1.
3.1.
3.2.
3.3.
3.4.
3.5.
3.6 •
3.7.
4.1.1.
4.2.
4.5.
4.6 .
4.3 •
4.4.
6 •
7 •
7.1.
7 .2 .
5.
8.
8.1.
8.2.
8.2.1.
8.2.2.
8.2.3.
8.3.
9.
9.1.
9.1.1.
9.1.2.
9.2.
9.2.1.
9.2.2 ..
10.
LOCALIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO •..•.............•.
Lo ca. li zaçã o ..
Dimensionamento das Unidades .....•....•.•.••.•.•
Associação de Pescadores do Norte ....••..•...•••
Associação de Pescadores do Centro ....••••••....
Associação de Pescadores do Sul .•..••.......••.•
Relação de Pessoal Necessário paraOperacionalizar as Associações .....•....•....•..
Investimentos Previstos .••........•.....•..•..•.
TECNOLOGIA DO PESCADO .•.. , ...•....••.....•.....•
Processos de Conservação a serem usados ....•..•.
Conservação pelo Frio •••......•.•. " •..•....•..••
Sa19a u ..
Equipamentos Operacionais " .
De seruba rque ........ li .. .. .. .. .. .. .. .. .. .... ., .. .. .. .. .... ., .. .. .. .. .. .. .... .. .. .. .. ..
Transporte ." ..
ESTRUTURA FíSICA (anexos I eII)
113
113
114
114
122
134
144
147
157
157
157
157
160
160
161
" .164
11. 2.1. Associação de Pescadores do Norte ..............................11.2.2. Associação de Pescadores do Centro ...........................11. 2.3. Associação de Pescadores do Sul .. .. .. .. .. .. .. ....................
Descrição Geral "' ..
Estruturas Físicas e Equipamentos a seremImplantados e Sistema de Comercializaçãodo Pescado por Comunidade •.••..•......•....••...
11.
11.1.
11.2.
COMERCIALIZAÇÃO .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 165
167
168
168
169
174
12.
12.1.
12.2.
12.3.
12.4.
13.
13.1.
13.1.1.
13.1.2.
13.1. 3.
13.1.4.
PROJETO EXECUTIVO DE ASSIST~NCIA T~CNICA ....•...
INTRODUÇÃO ............•.•.......•.............••
Projeto de Apoio à Produção ......•.........•....
Projeto de Associativismo .•........•.........•..
Projeto de Recursos Humanos .....•...............
Projeto de Apoio Administrativo eFinanceiro ..
ANÁLISE FINANCEIRA .........................•.•..
Associação de Pescadores do Norte •............•.
Orçamento Operacional ..•.....•.....•......•.•.••
Quadro Financeiro .....•..••.•...•..•.•..•.....•..
Ponto de Nivelamento ......•...............•...•.
Memória de cálculo ••........•.......•............
179
179
185
258
295
315
321
321
321
322
323
324
13.2.
13.2. 1.
13.2.2.
13.2. 3 •
13.2.4.
13.3.
13.3.1.
13.3.2.
13.3.3.
13.3.4.
13.4.
13.5.
13.6.
14.
14.1.
14.1.1.
14.1.2.
14.2.
14.2.1.
14.2.2.
14.3.
14.3.1.
14.3.2.
Associação de Pescadores do Centro .•..•....•..•
Orçamento Operacional ••...•.••.•...••.•....•.••
Quadro Financeiro .
Ponto de Nivelamento •.....•••.•.••.•••••....••.
Memória de Cálculo ..
Associação de Pescadores do Sul .
Orç amento Ope raciona 1 ...•.....•..••.•.• ...•.•••
Quadro Financeiro •••......•...••.•...••.•.•••.•
Ponto de Nivelamento ....•.••••..•.•..•..•......
Memória de Cálculo ..
Quadro ou Usos e Fontes ........•...............
Cronograma Financeiro .
Cronograma Físico~Financeiro .
ANÁLISE ECONÔMICA
Associação de Pescadores do Norte .
Quadro Econômico .
Benefícios Gerados pelo Projeto .
Associação de Pescadores do Centro .
Quadro Econômico .
Benefícios Gerados pelo Projeto .
Associação de Pescadores do Sul .
Quadro Econômico .
Benefícios Gerados pelo Projeto .•...•..........
321
328
329
330
331
336
336
337
338
339
344
345
347
349
349
349
350
352 "
352
353
355
355
356
$i'
15. ROTEIROS DOS LEVANTAMENTOS DE DADOS REALIZADOS
NAS COMUNIDADES PESQUEIRAS DO ESpíRITO SANTO;
DE ENTREVISTA COM COLÔNIAS DE PESCA E JUNTO AEMPRESAS QUE ATUAM NO ESTADO 358
05
1. INTRODUÇÃO
1.1. Antecedentes
·Por figurar na matriz institucional do Projeto Ci
dades de Porte Médio na condição de Unidade Executora do Compone~
te A-41 -"APOIO À PESCA ARTESANAL", a Secretaria de Estado da
Agricultura do EspIrito Santo, em janeiro/81, vinha de dar a pu
blicação o documento intitulado PLANO INTEGRADO PARA O DESENVOLVI
MENTa DA PESCA, com o objetivo fundamental lide promover o desen
volvimento sócio-econômico do setor pesqueiro, principalmente o
do pescador artesanal de baixa renda ll• Para tanto, advogava-se a
criação de uma 'cooperativa de âmbito estadual, constituída de
vários entrepostos~ um central localizado em Vitória, sede da
instituição, e vários outros de pequeno porte dispersos ao longo
do litoral, cobrindo diversos pontos existentes de desembarque de
pescado. ",.
Como forma de encaminhar esses objetivos à instru
mentalização, foram elaborados dois projetos, o de infra-estrutu
ra e o de Assistência Técnica. No primeiro, resultado do lavor
de equipe multidisciplinar integrada por técnicos do Instituto
CEPA, SUDEPE, EMATER/ES, Instituto Jones dos Santos Neves, CERMAG
e Delegacia Federal da Agricultura, propôs-se a execução das se
guintes obras: a) Em Vitória - sede da cooperativa e posto cen
traI de recepçao; b) Barra do Itapemirim, Guarapari, Conceição
da Barra e PiÚIDa - entrepostrspara recepção. Em paralelo, foi a
EMATERJES encarregada de confeccionar um projeto de assistência
técnica, objetivando não só referenciar sócio-comunitariamente a
parte fIsica, mediante mobilização e conseqüente engajamento dos
pescadores artesanais na proposta, mas também capacitá-los a assu
mir tecnicamente a operação dos novos equipamentos que se prete~
dia implanta::ç.
- "Mais recentemente, todavia, a Superintendenc~~ do
Desenvolvimento da Pesca, 6rgão Setorial Federal a quem está afe
ta a supervisão nacional deste componente, atraves do ofIcio 037/
83, de 06.05.83, trazia ao conhecimento da UASJADV que resolvera,
aFrovar . o anteprojeto tal como encaminhado pela Unidade
Exe~utora, oportunidade em que deixou claro que esse acolhimento
teria caráter precário, porquanto, na ocasiao da feitura dos com
petentes projetos executivos, sanar-se-iam as deficiências encon
tradas na análise da respectiva documentação, notadamente o super
visionamento das metas e a incoincidência entre as áreas de loca
lização da infra-estrutura e as de desencadeamento das ações ex
06
tensionistas, entre outros aspectos apontados. Por outro lado, em
manifestação superveniente enfocando precipuamente o projeto exe
cutivo de assistência técnica, o Parecer 06/83, o OSF atesta, em
suma, a impossibilidade de analisar aquela programação pela ausen
cia de um diagnóstico a nível de comunidade.
Paraiel~~ente~ ao. posicionamento da SUDEPE, a
própria SEAG tomara a iniciativa de reunir os técnicos respons~
veis pela elaboração dos projetos, com a finalidade de rediscutir
os fundamentos da proposta agora à luz das diretrizes programáti
cas do governo est~?ual., qua~s sejam, f.lpoio à população de
baixa renda e planejamento participativo. Por conseguinte, as aten
ções serão voltadas para os pescadores, ampliando-se de certa for
ma as anteriores preocupaçoes que remanesciam exclusivamente na
produção pesqueira tomada de maneira isolada e auto-suficiente.
Nessa conformidade, tratar-se-á, agora, de centr?~
os esforços de análise noS pescadores artesanais, verdadeiramente
trabalhadores da pesca, desprovidos àe ~cesso~ propriedade dos
meios.. ,1e 'p.roduç.ão- inclusive de recursos junto a instituições pu
blicas, especialmente de crédito. Para a SEAG, os problemas des
ses trabalhadores começariam pelo estabelecimento de sua identida
de, de vez que a sociedade abrangente não guarda em relação a
eles urna perspectiva clara, confundindo-os, antes, com seus pa
trões, os proprietários de embarcação. Essa distorção merecerá re
paro sob a nova administração, para quem a tarefa deve começar
pela revelação dos liili~es que se estabelecem entre os pescadores
e o universo social maior onde eles estão imersos, ainda q~e es
sa situação, no momento, não lhes seja perfeitamente inteligível,
por causa da ação de diversos mecanismos que se originaram no
caráter assimétrico de relações sociais que configuram basicamen
te sua prática existencial histórica e concreta. Em resposta a
essa constatação, preconiza a Secretaria que a conscientização dos
pescadores deverá ser o equador do processo que desaguará no prQ
jeto executivo de assistência técnica.
Vejamos, isto posto, corno esse caminho se harmoni
za dentro da proposta geral, com as soluções vislumbradas para
a parte física do componente, por sinal um dos "calcanhares de
Aquiles" da proposi"t:.ura ora em rediscussão, conforme observação
constante da mencionada correspondência da SUDEPE.
pa
bar
07
1.2. Compromisso Teórico
A equipe do projeto concebe à pesca artesa
nal diferentemente do tratamento descritivo que vágorava até assu
mir a execução do trabalho. Bem longe daqueles que só vêem esse
subsetor da atividade pesqueira através de variáveis como a tone
lagem das embarcações ou o nível de tecnologia empregado nas ati
vidades de captura, o ~rupo pretende uma abordagem mais anaiítica
e, conseqüentemente, explicativa. Esse ngyo.. enguaQ[amento .teórico
da pesca artesanal tenta apreendê-la a partir das relações
produç~o em que ela se contextualiza, para só então aferir o
péI real que têm as já assinaladas dimensões de tamanho dos
cos e de tecnologia, para não mencionar inúmeros outros
ao nível da organização da produção.
aspectos
Essa discussão impõe, antes de mais nada, sejam
revistas as categorias correntes de conceitualização do artesana
to pesqueiro, abandonando-se o reducionismo etnocentrista dbs
que querem· subjugar o pescador artesanal às construções teóricas
clássicas que teriamyalidade âmbi to das relaçõ~s
do mercado capitalista e dos respectivos agentes econômicos. D
que se pretende desnudar, ao contrário disso tudo, é a lógica que
parece presidir o modo de vida dessas comunidades de pescadores,
organizadas sobre bases bem distintas das prevalecentes na socie
d~de global~ Em primeiro lugar, antes da entabulação dos vínculos
com a chamada economia de mercado, inexistiria nessas comunidades
quaisquer regulações da produção que não as ditadas pelas necessi
dades de auto-subsistência do grupo de pescadores. O grupo pesca
para a satisfação das necessidades da comunidade, regra que dire
ciona os excedentes obtidos, quando há, para obtenção das utilida
des não produzidas por eles. Assim sendo, garantidos os bens ne
cessários, só voltará a haver captura quando eles se acabarem. A
organizaçao do trabalho, por sua vez, processar-se-ia através de
padrões alternativos em relação à sociedade inclusiva. ~ por isso
que, pOF exemplo, a escolha dos camaradas que constituirão a tri
pulação,em uma pescaria, seria balisada pela consideração de ele
mentos como o parentesco, que deve ser entendido ao nível da pra
tica social dos pescadores, e a amizade. No contexto dessa crite
riologia própria, teria relevante valor a perspectiva geracionaI,
caso em que os mais velhos teriam posição destacada em face dos
jovens, a quem, por outro lado, encarregar-se-iam de educar. Tam
pouco no momento de partilhar os resultados da pesca se apresen
tariam fatores distintos dos já assinalados. Em suma, não haveria
nessas comunidades intuito de lucro ou de acumulação capitalista.
08
A vinculação, entretanto, dessa IIEconomia da Pesca
Artesanal" a economia de mercado implica em que o pescador seja
metamorfoseado em agente de produção de pesca, verdadeiro opera
rio do mar. Isto pàrque o estabelecimento desses liames se faz pe
la subordinação dessas comunidades ao capital, com o conseqüente
-desfazimento de todos os laços anteriores, ensejando, assim, à
criação das condições favorecedoras da produção e reprodução do
capital. E é essa nova lógica que regerá a atividade do pescador,
fazendo com que o controle e direção da produção saiam da órbita
das comunidades para cair nas mãos de outros grupos sociais, os
proprietários dos meios de produção do pescado e do capital finan
ceiro investido no setor.
Diante disso, não se pode fugir à necessidade de
identificar os diversos interesses empresariais ligados ã pesca,
corno também, após essa tarefa ,esclarecer a natureza dos mecanis
mos de controle do capital, no interior de cada esquema;.:j..pentif~
cado, tudo ·isso corno forma de, partindo desses aspectos por assim
dizer coercitivos, chegar às relações de produção.
1.2.1. Dedução de Hipóteses de Trabalho
Primeiramente, parece importante aprofundar o es
tudo das duas mais expressivas frações do capital envolvidas na
pesca, quais sejam, a industrial e a comercial. Esta última agl
ria explorando tanto o produtor como o destinatário final, com
prando o pescado por preços muito baixos, visando, com isso,reve~
dê-lo mais caro. Os agentes comerciais procurariam manter os pe~
cadores presos a si graças ã manipulação de um sistema de dívidas
originadas do fornecimento de insumos, normalmente gelo, combusti
vel, rancho alimentar e adiantamento em dinheiro. Continuando nes
se percurso a diagnase, não se pode afastar do primeiro plano o
acesso ã propriedade das embarcações como condicionante fundamen
tal, viabilizando a instauração da cadeia expoliativa do trabalho
dos pescadores. Em função disso, além da propriedade direta des
ses meios de produção por parte de capitalistas mercantis, nao
podem ser perdidas de vista outrás modalidades assecuratórias de
controle desses bens, através de artifícios contratuais dissimpla
dores de um relacionamento empregatício com os produtores, como
os conseguidos através do aluguel e arren:3..arrento de arbarcações e apetrec1Jos.
Num nível menos geral, cabe acrescentar que a co
mercialização pode abranger uma rede de intermediários de porte
diferenciado em termo de capacidade (quantidade) de negócios. Nes
09
sacontextura, encontrar-se-ia uma espécie de "continuum", englQ
bando tanto o comprador articulado a esquemas maiores, a exemplo
dos que são a ponta de captação de sistemas regionais ou interes
taduais, corno os pequenos peixeiras cujo papel parece ser ponde
rável na distribuição local de pescado menos nobre, não sendo ab
surdo registrar que suas condições de vida são idênticas às do
pescador.
A discussão ficará bastante enriquecida se constar
dessa ida ã realidade um esforço no sentido de apanhar informa
ções sob~e fatores nao rigorosamente econômicos, nas acepções co~
riqueiras, mas que têm capital relevância no exercício de contra
le do capital sobre a força de trabalho, é o domínio dos mecanis
mos de poder e do sistema de lealdades, especialmente em decorrên
cia de favores prestados que e preciso retribuir. ~.
:t; usual que os próprios comerciantes de pescado
auxiliem os pescadores em emergências, corno obter assistência me
dica para um filho doente, o que leva freqüentemente os produto
res, em agradecimento, a resignarem-se com os preços vis do interme
diário.
Já no capital industrial, o indigitado aspecto da
propriedade ganha um complicador, a frota própria de captura das
unidades industriais que convive com a dos pescadores artesanais,
sem eliminá-la. Disso resulta que a propriedade não é estratégica
para a manutenção do controle da força de trabalho diretamente p~
las empresas, na medida em que esses capitalistas vêm comprando
a produçao dos pescadores, o que acarreta a destruição das formas
mais comunitárias que cedem lugar a práticas expoliativas inter
nas - entre pescadores -, substituindo-se as antigas relações de
camaradagem pelas de patronato entre pescadores proprietários e
pescadores não proprietários dos meios de produção de pescado. Va
le aduzir que essa situação não ~ de forma alguma inédita, mormen
te em se tratando de agroindústria, cujo funcionamento tem se
dado sob idêntica racionalidade, â exemplo do relacionamento yer
tente entre o frigorlfico SADIA e criadores de suínos e aves, na
regiã~ de Concórdia, em Santa Catarina, onde aquele fabricante
distribui os animais entre os pequenos proprietários, que também
recebem ração, com a obrigação de vendê-los, na época do abate,
ã SADIA que, com esse expediente, reduz seus gastos em termos de
10
instalações, manutenção de criatórios, folha de pagamento e encar
gos sociais. Tanto quanto lá, o enlace se verifica a partir dos
preços pagos, fulcro da dependência e instrumento de repasse dos
custos de produção do pescado.
Aludida sistemática de preços e custos convida a
questionar sobre a possibilidade de estender,no futuro, o conheci
mento na direção das possíveis dominações do mercado de peixe do
Espírito Santo por estruturas empresariais de porte superior as
dos locais, sobremaneira aquelas situadas em outros Estados da Fe
deração e quiçá no Exterior, caso em que o encadeamento nao se es
gotaria obviamente no arrematador da comunidade, mas,em certa me
dida, ele seria também explorado por outro empreendedor do Rio de
Janeiro e de são Paulo. No interior desse capitulo, um assunto
ainda carecedor de iluminação é I indubi tavelmente I o papel que d~
sernp2J1hariao capital financeiro, ou seja, como através do financia
mento se estabelecem nexos de dependência com os empresários.;.'
Apenas para não deitar a perder o tema, o mesmo
foco analítico merece ser apontado para um desdobramento mais par
ticularizado dessa questão, isto é, o crédito bancário, inclusive
o rural (que por ser rural, mesmo a juros subsidiados, sendo age~
ciado por estabelecimentos governamentais, nunca deixa de ser ban
cário). Dito de outra-forma, uma avaliação do significado desses
financiamentos, como os concedidos para compra de embarcações, s~
rá levada adiante coerentemente com o alinhamento aqui .defendido,
pesquisando-se as implicações que têm diante das duas citadas ver
sões do capital interessadas na pesca. Veríamos, por exemplo, da
dos os limites ou coerções advindos do capital industrial, quem
realmente se beneficiaria com urna difusão de empréstimos propici~
tórios da compra de barcos, se os pescadores ou as empresas, ain
da que aqueles passem a ser formalmente proprietários de meios de pr~
dução.
Retornando a indagação central que nos remeteu ao
levantamento dos vínculos dos pescadores com a economia de werca
do, sugere-se a pertinência no trabalho de um entendimento sobre
a tendência hegemônica entre as duas frações de capital, posto
que n~o estamos face a face com um processo de supressão de uma
delas,pela outra, mas de uma divisão do trabalho que pode estar
alicerçada, quer sobre a destinação final das espêcies captur~
das - mercados local, regional e internacional -, quer sobre o
grau de tecnologia introduzido nas atividades, quer ainda, sonre
uma coTnbinação desses dois ítens.'
11
Como resultado da submissão as duas feições do
capital, precisaria ser avaliada a extensão da marca imprimida
por cada uma delas às respectivas comunidades satelizadas, tarefa
que exige adentramento em pormenores ao nível da organização do
trabalho, sistemas de remuneração, enumeração das espécies caE
turadas, clarificaçao dos vínculos dos pescadores com o comercio
ou a indústria, com destaque especial para aquelas variáveis den~
tadoras dos resultados do processo expoliativo, tais" como histó
rico das comunidades e as estratégias de sobrevivência dos pesc~
dores, onde entrariam arrolados aspectos como o envolvimento de
suas famílias na atividade pesqueira, eventual dedicação do pesca
dor a outros trabalhos de obtenção de renda, em paralelo a pesca.
Convém notar que, como importante corolário desse esquema de ex
ploração, que algumas comunidades vem-se constatando uma forte p~
netração do capital imobiliário tornando crítica para o pescador
a manutenção de sua moradia. A referência aqui é àqueles agreg~
dos residenciais pesqueiros artesanais sitúados na fímbria ,< de
zonas densamente urbanizadas, onde essa atividade econômica, com
o transcorrer do tempo, como que se exauriu, no término do pr~
gressivo declínio do manancial de recursos de que as famílias re
tiravam seu sustento. Em decorrência disso, assiste-se ao malogro
da pesca artesanal em inúmeras comunas outrora pujantes, no di
zer dos mais velhos do local. Nesse momento, como se obedecesse
a uma orquestraçao, entra em cena a especulação imobiliária para
vibrar o golpe de misericórdia nos raros sobreviventes - os que
resistem pescando apesar do pouco rendimenEo - e que serão empur
rados para longe da orla marítima, decretando~se com essa expu!
sao sua morte profissional.
Querem alguns associar o fracasso da pesca _ aos
efeitos danosos sobre o meio ambiente que advêm de uma poli tica
de produção e reprodução do espaço urbano, em nome de que popul~
ções de menor renda têm sido compelidas, por absoluta falta de al
ternativas, ã ocupação dos manguezais seu conseqüente aterramen
to, prática que se reflete calatimosamente sobre a biologia de
inúmeras espécies da fauna maritima, na medida em que lhes supri
me mn "habitat" de transcedental influência no seu ciclo vital.
Some-se a isso, porém, a poluição hídrica vulnerando leitos flu
viais que desembocam no oceano, pela descarga, neles, de esgotos
industriais e outros dejetos quimicamente agressivos, além da
pesca praticada predatoriamente, ~diante emprego abusivo de ar
tefatos capazes tanto de reter filhotes ainda imaturos, comprome
tendo o desenvolvimento posterior do grupo de indivíduos captur~
dos, como de alterar irreversivelmente o fundo do mar pelo arras
12
to que consigo leva ã coleta de pequenos organismos inaproveitá
veis, mas que desfrutam de importante papel na dieta de peixes e
crustáceos.
Certo é 'que, escasseando o pescado, as comunidades
vem diminuindo, com o êxodo da mão-de-obra em busca de outras
oportunidades de vida. O investimento necessário para manter-se
constante a capacidade de captura está fora do alcance dos pesc~
dores e não permite, por outro lado, os níveis usuais de rentabi
lidade para o capital mercantil interessado na pesca. Abrem-se os
portões para a especulação imobiliária, atraída pela chance de
lucros fáceis, porquanto as areas ocupadas pelos pescadores so
muito raramente estão em situação regular perante o Serviço de
Patrimônio da União, Diga-se aliás de passagem que as exigências
para concessões de aforamento são de tal ordem, que só com asses
soria de técnicos especializados é possível levar essa tarefa a
cabo, independentemente de outros aspectos como prestígio e capa
cidade de organização, enfim recursos só factíveis de mobiliz~ção
pelo capital. Prosseguindo, percebe-se claramente que, para os
loteadores, a a(ex)-propriação desses terrenos não constitui pro
blema de monta, tampouco lhes demanda grande aporte de recursos
para cada operaçao, até porque são áreas que, em virtude do uso
de várias gerações, receberam contínuos melhoramentos que não vão
ser ressarcidos por indenização. Por outro lado, sua comercializa
ção não oferece grandes dificuldades, pois se trata de mercado
ria com um ingrediente bastante atrativo, sua localização ã beira
mar, o que dá a adicional vantagem de poder ser vendida a clien
tes de fora do Estado, hábito, por sinal, com larga tradição no
Espírito Santo, balneário favorito de potenciais compradores, em
geral residentes em regiões não litorâneas do País, como Minas
Gerais, Distrito Federal e Goiás.
Infelizmente as expulsões creditáveis a atuação do
capital imobiliário não têm sido verificadas somente nos lugares
de decadência da pesca artesanal. Em comunidades outras, sob os
eflúvios do capital industrial, é iminente o risco de intromissão
de especuladores fundiários. Intenciona esta equipe avaliar as
implicações dessa simbiose - indústria e capital imobiliário -,su
gerindo que, nos agrupamentos sob ameaça de loteamentos, a presen
ça de considerável número de pescadores empregados e empregáveis
(exêrcito de reserva) em barcos da frota das fábricas, diferente
mente das comunidades onde tal forç? de trabalho inexiste, pode
de alguma fOrIT3 estar associada a essa convivência entre as duas
versões do capital.
13
Para concluir essa digressão, a equipe arrisca a
construção de um modelo de distribuição das comun~dades nas re
giões delimitadas pelas colônias de pesca, consoante a divisão do
trabalho entre as feições industrial e mercantil, a partir de
que se definiram grupos polares. Em torno de cada grupo, corno urna
outra dimensão da mesma divisão basilar inicial, posicionar-se
iam comunas dedicadas ã produção destinada ao comércio local e
ã auto-subsistência. Num segundo momento, detalhar-se-ia esse de
senho inicial para rebatê-lo ao nível interno das próprias comunl
dades concebidas enquanto polares, para, então, revelar dentro de
las o setor dinâmico, isto é, o ligado aos compradores fabris ou
aos comerciais, ao lado do setor que s~ encarrega do mercado e
auto-subsis~ência ..
14
2. METODOLOGIA
O trabalho de pesquisa consiste no levantamento
de informações, simultanea e independentemente, em quarenta e
três(43) comunidades pesqueiras artesanais, sete(7) ,colônias
de pescadores, além de alguns intermediários atuantes nas comu
nas visitadas.
Pretendia-se conduzir a investigação num plano
acentuadamente qualitativo, com vistas a conhecer melhor a di
nâmica dos processos sociais objeto das considerações teóricas
arroladas na introdução deste relatório. Todavia o pouco tem
po fixado para a realização de tarefa desse porte forçou a
equipe a optar, neste primeiro momento, pela arrecadação de
material quantitativo, deslocando-se para o futuro, já no bojo
da própria intervenção, o aprofundamento das questões de cara
ter mais analítico.
Com exceção das comunidades localizadas .1. rrás
areas de jurisdição das colônias Z5 Vitória e z2 Vila Velha,o~
de o levantamento foi realizado diretamente pelos técnicos do
Instituto CEPA e do IJSN, nas demais contou-se com a partic~
pação da equipe de campo da EMATER/ES, tirando-se, assim, par
tido do anterior relaci.onamento entre o pessoal da extensão e
os pescadores. A execução propriamente dita foi precedida de
treinamento, assegurando-se, destarte, entre outras coisas
uniformidade de procedimento por parte de todos os entrevista
dores.
A tarefa foi dividida por area de abrangência de
colônia, compreendendo os seguintes locais:
Colônias MunLcipios
Zl Conceição da Barra esão Mateus
Z2 Vila Velha
Z3 Guarapari
Z4 Anchieta
'Z5 Vitória, Serra eAracruz
Comunidades
'Meleiras, Morcego, Bugia,Itaúnas, Barreiras, Sede e são Mateus
Itapoã, Barra do Jucu e Pontada Fruta
Meaípe, Setiba, Santa MOnica,Perocão e Jabaraí
Ubu, Sede, Inhauma, Ponta dosCastelhanos e Parati
Praia do Canto, Praia do Suá ,Carapebus,Manguinhos,Bicanga,Jacaraípe, Nova Almeida, Santa Cruz, Barra do Sahy e Barra do Riacho
Colônia Município
Z8 Itapemirim e PresidenteKennedy
Z9 Piúma
15
Comunidades
Barra do Itapemirim,Pontal ,Itaipava, Marataízes, Itaóca,Saco dos Cações, Praia do Siri, Lago D'Anta, Boa Vista doSul, Marobá e Praia das Neves
Piúma
Após a fase de coleta, tiveram lugar as de críti
ca dos formulários, tabulação e análise dos resultados, seguindo
se-lhe a realização de uma reuniao de trabalho, para a qual fo
ram convocados os dois engenheiros de pesca de maior experiência
a serviço da EMATER, e mais um técnico da Delegacia Federal ,! da
Agricultura, com conhecimentos especializados em refrigeração
com a finalidade de, partindo dos dados elaborados, formular pr~
- ,,'postas de intervençao, tanto em termos de infra-estrutura corno
de assistência técnica.
Novamente, voltou-se às comunidades para devolução
das informações por elas prestadas, aproveitando-se o ensejo de~
se retorno para iniciar a discussão das alternativas vislumbra
das pela equipe técnica, ocorrendo, após isso, D fechamento da
proposta global do componente. Antes, porém, dessa ida aos pes
cadores,promoveu-se um encontro com dois técnicos da SUDEPE/DF ,
tendo participado também o responsável no CNDU pelo projeto CPM
de Vitória, ocasiao em que, mais uma vez, foram debatidos os re
sultados da pesquisa e respectivas recomendações de intervenção.
Convém salientar que o regresso ao campo se deu com a companhia
desses três profissionais.
2.1. Montagem da Proposta
Procurando operacionalizar as proposiçoes discuti
das na intrOdução, imaginou-se que os equipamentos a serem des
tinados aos pescadores artesanais com recursos deste projeto te
riam que, além do ôbvio requisito da viabilidade econômica, ter
porte compatível com a capacidade de assumí-Ios, por parte de
seus beneficiários. Esclareça-se que em momento algum se pensou
que os próprios produtores teriam que operá-los diretamente, pos
to que isso implicaria em abandono de sua atividade principal ,
mas nao se perdeu de vista o fato de que todas as melhorias
concebidas deverão ser por eles 'geridas e controladas, para que
16
nao venham a cair nas mãos dos grupos de intermediários que ho
je exploram os pescadores"
Essa idéia geral comporta alguns desdobraméntos
ao nível da fase de implantação das. diversas infra-estruturas.
Assim e que se deseja um ritmo graduàl no processo de aparelh~
mento das diversas comunidades, iniciando-se com pequenas aqu!
sições, para, progressivamente, ir acrescentando os ,demais
itens planejados. Com isso, tirar-se-á,vantagem dos crescen
tes envolvimento e experiência dos pescadores na direção de
seus próprios negócios. Em suma, a estratégia tem como eixo
principal todo um trabalho de ASSOCIATIVISMO a ser desenvolvi
do pela EMATER/ES, no cumprimento do que for traçado no proj~
to de Assistência Técnica, que :é um complexo de ações educati
vas voltadas para sensibilizar, motivar, envolver, apoiar e c~
pacitar os pescadores para que eles, ao final do tempo apraza
do, reúnam condições efetivas de profícua auto-gestão do siste~I
ma que se criará.
Por trás disso, cabe explicitar alguns importa~
tes aspectos. O primeiro deles, dizendo respeito ao caráter
coletivo que terá a apropriação das benfeitorias, permite . '. a
conjugação de dois princípi~s por assim dizer fundamentais,co~
sistindo um deles na idéia de que recursos públicos não podem
beneficiar Indivíduos isoladamente, enquanto que o outro e uma
constatação haurida na prática social das comunidades pesquei
ras, qual seja, o caráter grupal da atividade do pescador que
organiza seu trabalho não corno produtor estanque dos demais,p~
rem, integradamente, o que transparece tanto no óbvio mister
da captura, mas'~gualmente, como já aconteceu no passado, na
responsabilidade que todos os que ficar~ na terra teriam em
face das famílias dos que estão no mar, indo muito além da sim
pIes solidariedade. Por outro lado, tratando-se de interferên'
cia de entidade governamental aom cunho eminentemente educati
vo, aspirou-se a unir, nas ações preconizadas, teoria e prát!
ca, de tal maneira que o associativismo ultrapasse o discurso,
para ser enriquecido com passos concretos que possibilitem o
vivenciamento contínuo e progressivo do potencial que se pr~
tende em alguns casos atualizar e, em outros, reforçar. Dito
de outra forma, se se vai ensinar gestão, só com a prática ef~
tiva de atos de gestão, desde os p~órdios do projeto, conse
guir-se-á sucesso na assimilação das novas condutas. A obtenção disso, contudo, exige que as comunidades sejam levadas a
participar não só nos enlaces mais diretos que têm com o proj~
to-gestão, acompanhamento, fiscalizacão, etc, mas nos indire
17
tos, corno, por exemplo, ter prioridade no caso de contratação
de mão-de-obra para construção; aproveitamento, sempre que po~
sível das famílias dos pescadores notadamente mulheres e fi
lhos, para exercício rlas atividades de comercialização, gere~
cia, contabilidade e muitas outras.
Corno assinalado anteriormente, esse projeto in
clui ainda estudo de aprofundamento da realidade das comunida
des beneficiadas, para suprir as lacunas jã apontadas da pes
quisa inicial, especialmente com vistas a apreender as que~
toes de organização, nos diversos níveis da vida desses agreg~
dos - produção, cerimonial, etc, o que será feito para adequar
o projeto de associativismo às realidades especificas em que
se busca implantação.
A adoção dessa postura implica numa modificação
significativa do comportamento normal da extensão, não sendo
demais repetir que a ênfase dos têcnioos de campo recairá so
bre o associativismo. Espera-se, ao contrário da prática cor'
rente, que a perspectiva que se quer introduzir esteja associa
da a novas atitudes em relação aos pescadores e também ao pr~
prio trabalho de extensionismo. Para não alongar muito essa
colocação, é preferível indicar que nao se pode persistir con
siderando a variável tecnologia como capaz de por si só acarre
tar mudanças na forma de exploração e, por conseqüência, de ,vi
da das comunidades. Mais do que isso, dentro da linha suge
rida pela pesquisa, é preciso ser capaz de ver que a pobreza
do pescador corresponde a um modo de organização da produção,
contexto em que ele não so e privado da apropriação dos frutos
de seu trabalho, mas principalmente é levado a ';',,'conformar-se
com essa fo~a de ser das coisas, sobretudo, através da difu
são de conhecimentos e crenças que reforcem aquela re1ação bá
sica de pr~vação,mormente juízos a acerca de sua pretensa in
capacidade e desarticulação. O associativismo, mediante práti
cas de- reorganização dos produtores, procurará também resgatar
uma visão consentânea com os processos sociais reais de que
são partícipes, habilitando-os pois a romper com a situação vi
gente.
Não se quer corno isso dizer que a difusão tecno
lógica desmerecerá as atenções do trabalho, mas ela, apenas,t~
rã que ser submetida ao direcionamento geral associativo aqui
advogado na medida em que se reconheceu a sua importância tan
to para o incremento da produtividade corno também para ampliar
a capacidade de os pescadores lidarem com os equipamentos pr~
piciados pelo projeto.
18
Cabe agora dedicar algumas linhas às implicações
do associativismo, começando pelo alcance pretendido. Voltando
a uma colocação precedente, qual seja, a de caráter coletivo
do atendimento viabilizando com recursos deste componente, a
equipe, analisando as vá~i~-iriformaçaés das comunidades,de
parou-se com o desejo de muitos dos pescadores de constituir
uma cooperativa. Ocorre, entretanto, que o vivenciamento des
sas entidades pressupõe uma articulação bastante fort~ de seus
associados, sob pena de que estes venhàm a ser subjugados por
grupos estranhos cos seus ~nteresses. A história de cooperati
vismo em nosso país vem mostrando que esse incànveriien~e radi
ca também na forma de implantação dessas unidades. Como al
ternatíva, então, a isso, acreditou-se que uma intensa exp~
riência em simples associações que podem resultar da formaliza
ção de grupos de comercialização quer os já existentes, quer
outros animados pelo trabalho de extensão sob a presente orie~_ _ _.. .,t
taçao, podera melhor encaminhar essa pretensao dos entrevlsta
dos, fortalecendo-a em bases reais, efetivamente sentidas no
dia a dia, de tal modo que, transcorrido determinado tempo,
tenham eles condições de formular um projeto de cooperativa
naturalmente, conhecendo-o do seu interior, ou seja, suas po~
sibilidades e limitações.Essa fOrilla d.:; propor combina-se com o ritmo gra
dual de implantação dos equipamentos: no início, '. associações
gerindo pequenos pontos de venda, ao final,grandes associações
e até mesmo uma cooperativa, assumindo fábrica de gelo e um
esquema interestadual de comercialização.
Finalmente, a execução sera definida em planos
anuais de trabalho, iniciados por um semestral, que a Secreta
ria de Agricultura encaminhará para exame da SUDEPE e da CNDU,
sendo que, até um mês antes do vencimento de um exercício, de
verá ser feita a remessa do documento relativo ao período sUb
sequente. Esses planos serão acompanhados de detalhada descri
ção das atividades que se pretende desempenhar, além dos indis
pensáveis cronogramas e orçamentações.
],9
3. ANÂLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA POR COLCNIA
3.1. Colônia Zl Conceição da Barra
A pesquisa na colônia Zl abrangeu 6 comunidades do: municí
pio de conceição da Barra: Meleiras, Morcego, Barreiras, Itaúnas,
Bugia e a Sede.
As comunidades de Meleiras, Morcego e Barreiras têm a co
mercialização de sua produção vinculada ao capital comercial quando
transacionam sua produção com pequeno~ intermediários da própria co
munidade ou da Sede em,troca do gelo. O contrato com esses agentes
comerciais é realizado antecipadamente pelos próprios pescadores
quando é combinado o dia da entrega do gelo e do pescado. O gelo
condicionado em caixas isotérmicas ou em isopor, chega de carro até
a comunidade de Quadrado, onde é recebido por 3 pescadores que o dis
tribuem aos pescadores das comunidades supra citadas, utilizando a
canoa. Neste gelo, os pescadores condicionam o pescado cujo princi;' -
paI produto e o camarao e o transporta de canoa até a Sede, uma vez
por semana, A produção dessas comunidades é comprada pelo intermed!,
ário por um preço baixo para ser revendida mais cara para os inter
mediários da indústria Jandira Guerra, nas feiras, armazéns, peix~
rias e supermercados de outras praças. Nesse processo o pescador
perde o contro~e de sua produção e não tem idéia do "quantum" que
o intermediário ganha sobre ela.
Os insumos parq a pesca sao comprados nas industrias da se
de de conceição da Barra, mediante pagamento a vista.
A frota destas três comunidades é constituída de canoas e
caíques, num total de 40 embarcações para 63 pescadores. O cangoá,
o robalo e o camarao da água doce são as espécies mais pescadas nes
sas comunidades.
A comercialização da produção de pescado das :comunidades
de Itaúnas, Bugia e da Sede de Conceição da Barra, está vinculada ao
capital comercial. A maioria das embarcações dessas comunidades peE
,tencem a não pescadores l Apenas 77 pescadores de um .total de 390
sao proprietários de embarcações. Esse dado demonstra que a maioria
das embarcações pertencem a particulares'. Apesar de não serem pr2.
prietários dessas embarcações, as empresas estabelecem um vinculo
com os pescadores ao fornecer insumos (gelo, óleo e Isca) em troca da
produção. Percebe-se assim, que os pescadores não têm controle algum
de seu processo de trabalho. são totalmente absorvidos pelo interme-
1. As embarcações pertencentes às i,ndústrias de pesca situadas no município não foram computadas nessa pesquisa.
20
diário - as indústrias - pois mais de 60% de toda sua produção fica com
ela.
Um fato interessante é observar que os botes e as canoas
também sao a maioria da frota pesqueira dessa comunidade, pois existem
somente 21 barcos num total de 363 embarcações. Isso é em decorrência
do tipo de pescado predominante nessas comunidades: o camarao.
caminhões frigoríficos e carros para os
(Rio de Janeiro, são Paulo, Minas Ge-
Toda essa produção
do município. E transportada em
intermediários de outras praças
rais e Vitória) •
é comercializada fora das comunidades
Toda a capacidade instalada de frios existente pertence as
Indústrias: Frigorífico Jandira Guerra, BARRAPESCA e FRIESP.
QuA0~GOJ. R=~kho Bu~ in_b_~~~G_
conceição da Barra.
Produção Número Número % da produção
MunicípioComunidades Diária de de Vinculada aoPesqueiras (kg) Pescadores Embarcações Intermediário
Meleiras
MorcegoConceição Barreiras 135 63 40 70%
Quadrados
da
Bugia 1.204 70 67 80%
Barra Sede 3.461 290 226 60%
'Itaúnas 370 30 30 70%
T O T A I S 5.170 453 363 -
FONTE: Pesquisa de Campo - SEAG/ES Agosto de 1983.
\
QUADRO 02. ',.,
Principais caréncias e Kelvínd~caçoes d0s ~e~CadoLe~ nrtesanals
da Colônia de Pesca Z-l - Conceição da Barra.
COMUNIDADES PESQUEIRAS
Meleirase
Morcego
Bugia
CA~NCIAS
Falta médico e dentista
Não há material de pesca
Subordinação as firmas que
fornecem insumos aos pescadores
Problema fundiário
REIVINDICAÇÕES
Posto de revenda
Constituição de cooperativa
Constituição de cooperativa
· Legalização fundiária
Itaúnas Dificuldade de aquisição
apetrechos
de · Posto de revenda de pescado
Barreiras
Sede
• Falta de assistência médica
Não há material de pesca
· Subordinação às firmas que forneceminsumos aos pescadores
· Falta de assistência mécânica e dereparo as embarcaçõ~s, hoje quem a~sume esse encargo sao as empresas
· Problema de posse fundiária
· Constituição de cooperativa
· Constituição de cooperativa
• Legalização de posseNN
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
QUADRO 03 Identificação do Número de Pescadores, Número de Embarcações e a Propriedade
das Embarcações que Atuam na Colônia Z-l - Conceição da Barra.
Número de Pescadores Pescadores Embarcações Número deComunidades Pescadores Proprietários Não Propriet. Não Pescador. Embarcações
Quadrado
Morcego63 30 33 - 40Me1eiras
Barreira
Bugia 70 18 52 3 67
Itaúnas 30 15 15 2 30
Sede 290 44 246 24 226
TOTAL 453 107 346 29 363
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
Nw
QUADRO 04 Volume de Produção, Destino de Produção e Principais Espécies Capturadas
na Colônia de Pesca Z-l Conceição da Barra.
VARIÂVEIS
Barreiras,Meleiras ,Morcego eQuadrado .
Bugia Itaúnas Sede TOTAL
Quem Compra e Mascates Indústrias Indústrias IndústriasPercentual 70% SO% 70% 60%
Produção Bruta Pescado Kg/mês 2.700 24.0S0 7.410 69.235
Camarão Ag.Doce camarão 7B. cação camarão 7BEspécies Pescadas Cangoá Pescadinha Pescadinha Pescadinha
Robalo Camarão VG Peroá camarão VG
103.425
Destino da ProduçãoFeiras, ArmazénsPeixarias e Supermercados
Rio de Janeiro,São Paul0,Santo~
Minas Gerais eVitória
Intermediâ . Intermediáriosrios .de ou de outras Pratras Praçis ças. -
N9 kg N9 kg N9 kg N9 kg N9 kg
Produção Diária Barcos - - 7 515 - - 14 1.024 21 1.539Canoas 14>i -Ir.: 40~6S9 30 ·370
2~~>2.437Caíques 26 .YJ 20 342 3.631
TOTAL 40 135 67 1.204 30 370 226 3.461 363 5.170
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agos·to de 1983.
QUADRO 05 Capacidade Instalada de Frios EXQstente na Colônia Z-l - Conceição da Barra
FrigorIficoGuerra IBARRAPESCA - Sede FRIESP ."- Sede Total Geral
Especificação
N9 Capo (t) N9 Capo (t) N9 Capo (t) N9 Cap. (t)
Túneis - - 1 10,0 1 6,0 2 16,0
Armários - - - - 1 2,6 1 2,6
Câmara de Resfriado 1 3,0 1 10,0 2 60,0 4 73,0
Câmara Isotérmica 1 6,0 - - 2 12,0 3 18,0
Câmara de Congelados - - - 80,0 - 120,° - 200,0
Fábrica de Gelo 16,0 - 36,0 40,0 92,0- J. - -
Silo de Gelo - 30,0 - 20,0 - 80,0 - 130,0
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
\
NU1
3.2. Colônia Z2 - -Vila Velha
26
As comunidades componentes da Colônia de
Pesca Z-2, situarn-se no município de Vila Velha e são denomina
das Itapoã, Barra do Jucu e Ponta da Fruta.
Os pescadores em atividade na colônia so
mam cerca de 80 pessoas, dispondo para o exercício da profissão
de 20 barcos a motor, 14 canoas e 39 caiques. Ressalta-se que
somente 48 pescadores trabalham todos os dias, por conseguig
te, dependem diretamente da atividade para sobreviverem. Os de
mais pescam em fins de semana ou na epoca da safra.
A presença de intermediários é uma realida
de, principalmente na época da safra, quando até caminhões fri
goríficos vão ao local comprar o pescado. ~,
O peixe quenãoé consumido, na própria comu
nidade, geralmente é comercializado na sede do município, indo
também para Vitória e mesmo para outros centros consumidores, co
mo Rio de Janeiro e são Paulo.
O intermediário não mantém o vínculo com
o pescador através do fornecimento de insumos, mas o atrelamen
to se dá através da imperiosa dificuldade do armazenamento do
pescad~ que praticamente não existindo em nenhuma das comunida
des, faz com que a produção seja imediatamente comercializada,
sob o jugo de vê-la se perder totalmente.
A produção diária da Colônia, em epoca de
safra, está em torno de 3.559 kg, assim distribuída: Itapoã
3.029 kgi Barra do Jucu - 295 kg e Ponta da Fruta ~ 235 kg.
As comunidades em questão situam-se em uma
faixa territorial onde a presença do capital imobiliário tem a
maior presença e interesse no Espírito Santo, principalmente
com a suposta conclusão da 3a. ponte, ligando Vitória a Vila Ve
lha, o que ocasionará uma super valorização dos terrenos. Por
isso, garantir área para o pescador satisfazer suas atividades
profissionais e habitacionais, se torna uma questão importantepara sua sobrevivência.
QUADRO 06 Resumo das Informações Básicas da Pesca Artesanal na Colônia Z-2 - Vila Velha
produção % da produção
Município Comunidades Diária Núméro de Número de Vinculada aoPesqueiras (kg) Pescadores Embarcações Intermediário
Itapoã 3.029 45 49 90%
Vila Velha Barra do Jucu 295 15 04 50%
Ponta da Fruta 235 20 20 50%
T O T A I S 3.559 80 73 -
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
\
QUADRO 07 Principais Carências e Reivindicações dos Pescadores Artesanais da Colônia Z-2 - Vila Velha
~omunidadesPesqueiras
Variáveis
Carências
e
Reivindicações
Itapoã
Abono na época de entressa
fra.
Espaço para comercializa
çao.
Barra do Jucu
Ancoradouro.
Recuperar o prédio constr~
ido pela PMVV para mercado
de peixe.
Ponta da Fruta
Entreposto para comercia
lização, armazenar exce
dente e guardar o materi
al.
Financiamento de material
de pesca a juros baixos e... .preços aceSSlvelS.
Pequeno mercado.
Garantir a área para o pe~
cador morar perto da praia.
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
\
N(X)
QUADRO OS Identificação do Número de Pescadores, Número de Embarcações e Proprietários
das Embarcações que Atuam na Colônia de Pesca Z-2 - Vila Velha -
Número de Pescadores Pescadores - ,;denao Numero
Comunidades Pescadores Proprietários Proprietários Embarcações
. " - ~--.
Itapoã 45 15 30 49
Barra do Jucú 15 04 11 04
Ponta da Fruta 20 11 09 20
T O T A L 80 30 50 73
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
N\.O
QUADRO 09 - Volume de Produção, Destino da Produção e Principais Espécies Capturadas
na Colônia de Pesca Z-2 Vila Velha -
Variáveis Itapoã Barra do Jucu Ponta da Fruta TOTAL
Quem compra a produção Intermediários de ou- Intermediários locais Consumidor e intermedi-tros locais (Vila Ve- e de Vila Velha ário de Vila Velha.e lha/Vila Rubim)
Percentual 90% 50% 50% -
Produção Bruta pescado 51.500 5.000 4.000 60.500kg/mês
Número Embarcaçõesbarco motor - 8 barco motor - 1 barco motor - 11de Canoas - 11 canoas - 3 -Caíques - 30 - Caíques - _9
Total - 49 Total - 4 Total - 20 73
Pescadinha, Pescada, Pe- Enchova, Sarda, Xaréu, Pescada, Sardinha,PeroãEspécies Pescadas roá, Corvina, Manjuba, Obarana, Coibira,Perôá Baiacu,Xixarro, Galo -
Xixarro.
Intermediários das ou-_
Destino da Produção tras praças (Vila Ve-Consumidor Consumidor -lha, Rio de Janeiro,
são Paulo) •
\
produção Diária pescado 3.029 295 235 3.559
kg
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983. wo
QUADRO 10 Identificação dos Intermediários que Atuam na Colônia Z-2 Vila Velha
TransportesComunidade In·termediários Procedência Insumos Fornecidos Utilizados
ItapoãJoão Vila Velha In·termediár ios nao for- Bicicleta
Baiano Vila Velha necem Bicicleta
Edmundo Vila Rubim Caminhão
Carlinhos Jucu Intermediários nao for- Transporte Coletivo
Alvino Jucu necemBarra do Jucu
Mineiro Vila Velha
Waldemar Vila Velha Intermediários - for- Pequenas quantidadesnao -
Luiz Dentinho Vila Velha necem (ônibus) ePonta da Fruta
Grandes quantidades -Elomar Vila Velha (carros fri-com urnas
gorificas) .
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
3 .3. Colônia Z3 - Guarapari
A colônia de Pesca z3_ está localizada no municí
pio de Guarapari e sua área de abrangência compreende as comunidades
de Meaípe, Setiba, Santa Mônica! Perocão e Jabaraí.
Nesta Colônia! segundo a pesquisa, foi constata
da a existência de 186 pescadores artesanais, sendo que destes, 49
são proprietários de embarcações,e os 137 restantes. atuam como tri
pulantes nos 50 barcos a motor e 27 canoas e caíques r distribuídos
nas comunidades pesquisadas#Com exceção dos pescadores de Santa
Mônica, que na entre-safra exercem a atividade de pedreiros, durante
uns 10 dias no mês, percebendo em média Cr$ 1.500,OOjdia, que servi
rá como complementação da renda, nas demais. comunidades vivem exclu
sivamente de pesca.
Como na maioria das Colônias, a açao do inf~rme
diário e UIDfato real, principalmente na época de safra.
o excedente da produção, ou seja, o pescado não
consumido na própria comunidade, tem sido comercializado no Mercado
Municipal de Guarapari, ou exportado para outros centros consumido
res,como por exemplo, Vitória e Rio de Janeiro.J -
Segundo o levantamento realizado nas comunida
des pesqueiras de Guarapari, os pescadores não possuem nenhum víncu
lo com íntermediário, no que diz respeito ao fornecimento de insu
mos. De modo geral,quem fornece o rancho, petrechos, óleo, gelo ,
etc... , são os próprios donos dos barcos, que os adquirém ~através de
créditos no comércio local.
A grande dependência de pescador para com o in
termediário, fica por conta da falta de infraestrutura de frios nas
comunidades, dificultando a conservação e o armazenamento do exceden
te de prodnção e também a ausência de meios de transportes adequ~
dos para escoá-lo. Mediante este quadro, o pescadcrnão tem outra
alternativa, senão, entregar imediatamente ao intermediário, a pre
ços irrizórios, o produto de seu árduo trabalho, isto porque,na nato
ria das vezes o intermediário, mesmo que precariamente, detém as
condições necessárias para armazenamento e transporte do pescado.
A produção média diária de pescado na Colônia e
de 7.814 kg, sendo a comunidade de Meaípe responsável por 2.752 kg;
Setiba por 676 kg; Santa Mônica por 72 kg e Perocão e Jabarai por
4.314 kg.
Por ser um balneário conhecido internacionalmen
te e em consequência disto, existir uma ação 'bastante ativa do Capi
tal imobiliário, devido principalmente a crescente valorização dos
terrenos, seria interessante tentar garantir para os pescadores, a
posse das áreas onde moram e desenvolvem suas atividades profissi
onais. Esta providência, de vital importância, evitaria o que vem
ocorrendo em algumas comunidades pesqueiras do Estado, ou seja, a
expulsão do pescado~ para locais de difícil acesso e longe do seu
local de trabalho (o mar) , e conseqüentemente a extinção da comunida
de. De acordo com o levantamento realizado nas comunidades pesquei
ras, os terrenos onde moram os pescadores, em quase sua totalidade,
nao sao legalizados e portanto, estão sob o domínio da União.
..f
QUADRO 11 Resumo das Informações Básicas da Pesca Artesanal na Colônia Z-3 - GUARAPARI -
MUNIC!PIOComunidades Produção Número Número % da ProduçãoPesqueiras' Diária de de vinculada ao
(kg) Pescadores Embarcações Intermediário
Meaípe 2.752 72 32 ·..
Setiba 676 24 07 ·..GUARAPARI
Santa Mônica 72 03 06 ·..
Peracão e
Jabaraí 4.314 87 32 · ..
T O T A I S 7.814 186 77 ·..
FONTE: Pesquisa de Campo
Sem informações.
SEAG/ES Agosto de 1983.
QUADRO 12 Principais Carências e Reivindicações dos Pescadores Artesanais da Colônia de Pesca Z-3
Guarapari
~comunidades
._ . ~~~queirasvarlavei~
Meaípe Setiba Santa Mônica Perocão e Jabaraí
Reinvidicações
e
Carências
O principal problema é ofator tempo;
Existem problemas de comercialização; -
Exigem uma estrutura deapoio em função dos altos preços dos insumos;
Assistência Técnica defi-ciente da EMATER;
A maior dificuldade vempor ocasião da alta produção,quando o produto cai de preço;
Assistência para aume~
tar a renda diminuindo ospreços dos insumos;
Posto médico;
Estrutura de compra evenda dos produtos oucooperativa.
Falta de embarcação ematerial de pesca;
Financiamento;
Representação direta dafábrica para compra dematerial de pesca;
Necessitam de assistên~
cia de um modo geral;
Há pessoas fazendo aterro prejudicando a produção de camarão, caran =guejo e siri;
Para' melhorar as condi, çoes de vida, poderia =
ser feito uma peixaria,supermercado, farmácia,Grupo Escolar, hospitale calçamento.
Documentação;
Falta de Barcos;
Cooperativa;
Boa casa de revendade material de Pesca;
Financiamento em Geral;
Igreja;
Farmáêia;
Posto médico;
Escola;
Padaria;
Supermercado.
Documentação;
Falta de Barcos;
Casa de Pesca que vendamaterial barato;
Uma c·ooperativa;
Curso de motorista, demestre e cozinheiro;
Posto de saúde;
Farmácia;
Supermercado;
Correios;
Banca de Revistas;
Iluminação;
Água Encanada;
Creche.
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
wU1
QUADRO 13 Identificação do Número de Pescadores, Número de Embarcações e a de Propriedade das
Embarcações que Atuam na Colônia Z-3 Guarapari.
Número de Pescadores Pescadores Embarcações Número deComunidades Pescadores Proprietários Não Propriet. de
EmbarcaçõesNão Pescadores
Meaípe 72 18 54 02 32
Setiba 24 08 16 - 07
Santa Mônica 03 - 03 - 06
Perocão e
Jabaraí 87 23 64 - 32
T O T A L 186 49 137 02 77
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
W0"1
QUADRO 14 Volume de Produção, Destino da produção e Principais Espécies Capturadas
na Colônia de Pesca Z-3 Guarapari -
TOTALPerocã.o eJabaràíSanta MônicaSetibaMeaipe
_---------:-:::--:::--.-----------r----------,-------------r----------,--------________" Comunidades._~__Eesqueiras
VarlavelS ~- "----_......._--_...::::::::::::--!---_·_--------I----------.,------------!----------------"----..--..
Quem compra e
Percentual
Intermediário
p/o consumidor oup/o intermediáriode Guarapari.
p/o intermediáriode Perocão.
Produção Bruta Pesc~
do - kg/mês
44.032 10.816 1.152 69.024 125.024
Perõá, cação, Manju Peroã, Xixarro,EQ Peroá, Xixarro,P,e~ Xixarro, Peroá, Ca.- -ba, Sarda, Enxova, Sarda, Cadinha, Camarão - Lagosta, Q-xova, Par- e marao,
Espécies Pescada Lagosta e Pescadi- Camarão La r,agosta. lho de Boi Bes-go, e enha. gosta. -
cada.
Destino da Produção Guarapari, Vitória,Guarapari VitórLI. Romário Reis no Romário Reis.Rio de Janeiro. e Mercado de Pero-
cao.
N9 kg. N9 kg N9 kg N9 kg N9 kg
Produção Barcos 16 2.560 4 640 - - 30 4.290 50 7.490Diária Canoas 2 24 2 24- - - - - -
Caiques 16 192 3 36 6 72 - - 25 300
TOTAL 32 2.752 7 676 6 72 32 4.314 77 7.814
FONTE: Pesquisa de Campo - SEAG/ES
... Sem informações.
Agosto de 1983 .
QUADRO 15 Identificação dos Intermediários que Atuam na Colônia Z-3 - Guarapari
TRANSPORTE
C O M U N I D A D E NOME PROCED:t:NCIA INSUMO FORNECIDO UTILIZADO
Ailton Santana O Intermediário~
for-naoAvilmar Marvila Pode ser da Comuni nece insumos . (só o
Meaípe Carlos dade-
barco) . CaminhãoBoronon ou nao. dono doRestaurantes
O intermediário nao for- Bicicletas eSetiba Sr. Nilson Guarapari nece insumos.
(é o próprio pescador) . Onibus
Santa Mônica Romário Reis Mercado de Perocão Oleo Kombi e Camionete
Perocão e Jabaraí Romário Reis Mercado de Perocão O intermediário nao forne Barco-ce insumos. (é o própriopescador) .
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
\
LVco
39
3.4. Colônia Z4 - Anchieta
o levantamento de dados nesse município, onde se
localiza a sede da Colônia Z-4, abrangem cinco comunidades - Ubu, Sede,
Inhaúma, Ponta dos Castelhanos e Parati.
De acordo com a ótica de análise deste trabalho,
todas as comunidades, à exceção de Parati, parecem ser do tipo mercan
til, dado que sua produção destina-se a comerciantes que a repassam a
intermediários de outras praças. Menção especial deve ser feita em re
lação aos agregados de Ubú e Inhaúma, posto que as informações coleta
das indicam, quanto ao primeiro, vinculação à rede de comercialização
de Guarapari, onde são adquiridos os insumos e, também, local de pro
veniência de três entre os quatro principais compradores do pescado
ali produzido. Já Inhaúma se prende à rede de comercialização de PiÚIna~ ~
por ser nao so o ponto de partida dos compradores que nela funcionam,
como também local onde são obtidos os insumos utilizados na pesca. Em
todas elas, os destinatários da produção são intermediários de outras
praças.
Na localidade de Parati, por outro lado,
do grande número de embarcações com que conta, tem grande peso
ro de canoas e caíques,13 no contexto de uma frota comunitária
apesar
o nÚIne-
de 16
Unidades, em resultado de que sua produção é constituída por um pesca
do que interessa a negociantes pequenos, que, para levá-lo aos consumi
dores, destinatários da produção, utilizam-se de ônibus.
Pelo exposto, parece interessante tentar entender
o papel das comunidades de Ubú e Inhaúma no seio das colônias de, res
pectivamente, Guarapari e PiÚfia.
Quanto a problemas de posse fundiária, so há re
gistro deles em Ubú e Parati.
Por outro lado, ve-se que, na atuação dos interme
diários r com quem, aliás r inexistem vinculas pelo fornecimento prévio
de insumos, salvo talvez no caso de um certo Jurandir, de PiÚIna, dese~
penha papel estratégico no fator transporter de que todos dispõem. As
sim, não tendo os produtores meios de escoar a produção, sequer também
de armazená-la, em vista da carência de estrutura física e de frios
para estocagem r sua opção única reside em submissão aos preços do pe
queno grupo de compradores locais. Não é, pois, por acaso que, no qua
dro das carências denunciadas pelos entrevistados, figura a dependên
cia exclusiva de intermediários para comercialização da produção, em
paralelo ao baixo preço obtido nessas operações. Bem dentro das expec-
40
tativas sugeridas por essas constatações, surgem reclamos quanto ã fa!
ta tanto de transporte da produção, como de capacidade de armazenamen
to.
",'
QUADRO 16 Resumo das Informações Basicas da Pesca Artesanal
na Colônia Z-4 Anchieta.
Comunidades Produção Número de Número de I% da ProduçãoMUNIC!PIO Diária IVinculada ao
Pesqueiras kg Pescadores Embarcações Intermediário
Ubú 1.484 35 16 50%'
Sede 4.457 65 39 50%
ANCHIETA Inhaúma 776 23 09 97%
ponta dosCastelhanos 669 16 10 98%
Parati 654 50 16 50%
---,---,--,--~- --""""--'---
T O T A I S 8.040 189 90 -
FONTE: Pesquisa de Campo da SEAG/ES Agosto de 1983.
QUADRO 17 Principais Carências e Reivindicações dos Pescadores Artesanais da
Colônia de Pesca Z-4 Anchieta
COMUNIDADES CAR:t:NCIAS REIVINDICAÇÕESI
Ubú Faltam óleo, gelo, materiais de pesca. ConstituIção de Cooperativa
Dependência exclusiva dos intermediá-rios para a comercialização da produ-çao.
Barcos nao permitem grandes delocamen-Sede tos, Constitulção~de Cooperativa
Baixo preço de comercialização.Dificuldade em conseguir insumos
Tamanho das Embarcações.Dificuldade em conseguir gelo.
InhaÚTIla Dificuldade em conseguir material de Constituição de Cooperativapesca.Transporte para o pescado..
Ponta ,dos Falta local de armazenamentoConstituição de Cooperativa
Castelhanos Baixo preço do pescado
ParatiAlto custo de 'material de pescaFalta local de comercialização e esto constituição de Cooperativacagem do pescado
, -~
FONTE: Pesquisa de Campo da SEAG/ES Agosto de 1983.
QUADRO 18 Número de Pescadores, Número de Embarcações e a Propriedade das
Embarcações que atuam na Colônia Z-4 Anchieta
Número de Pescadores Pescadores Embarca~ões .1Número de
COMUNIDADES Pescadores Proprietários Não Propriet. de Nao IEmbarcações
Pescadores '.
Ubú 35 04 31 01 16
Sede 65 20 45 . 06 39
Inhaúma 23 03 20 - 09
Ponta dosêasÜühan6s 16 04 12 - 10
Parati 50 04 46 - 16
T O T A L 189 35 154 07 90
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
QtJADJ:{O 1':1..' '; \ \
c...~e~ ~d.l--_u_aL..J.s
Comunidades,~
Ponta dosvariáveis Pesqueiras Ubú Sede InhaÚIna Castelhanos Parati , TOTAIS
I
II
Quem Compra Produção Intermediário~ Intermediários Intermediários Intermediários !Intermediários
Percentual 50% 50% 97,6% 98% 50% -
Produção Pescadokg/mês
Espécies Pescada
23.752
Peroá, Cação,Enchova, Pescadinha, Robalo eSarda
71.312
Camarão, Peroá,Tainha, Pargo,Pescadinha eRobalo.
12.056
Pargo, Peroá,Pescadinha eCamarão
10.704
Peroá, pargo,Baiacú, xixarro, cação, eCamarão
10.472
Pescadinha, Xixarro, GoibiraUbarana, Sardae Peroá
128.296
Intermediários Intermediários IntermediáriosDestino da produção de outras
ças.Pra- de outras Pra-
ças.de outras Pra Não ~abem-ças.
Consumidor
N9 kg N9 kg N9 kg N9 kg N9 Kg N9 kg-
Produção472 46 7.424Barcos 8 1. 372 26 4.275 5 720 4 585 3
Diária CanoasCaíques 8 112 13 182 4 56 6 84 13 182 44 616
I
T O T A L 16 1.484 39 4.457 9 776 10 669I
16 664 90 8.040
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
QUADRO 20 Identificaç~o dos Intermediários que Atuam na Co16nia Z-4 Anchieta·
Comunidade
Ubu
Sede
InhaÚTIla
Ponta dos Castelhanos
Parati
Intermediários
Jo~oCiciDurvalZézinho
Jo~o
ArgenilJurandirToninho
JurandirEliasTotonhoAgnaldo
ArgenilJurandirToninhoJo~o
zé BingoJoãoMarquinhoVéio
Procedência
GuarapariGuarapariGuarapariCachoeiro
AnchietaM~e- BáPiÚTIlaAnchieta
PiÚTIlaPiúmaPiúmaPiúma
M~e-Bã
PiúmaAnchietaAnchieta
MeaipeAlfredo ChavesGuarapariGuarapari
Transporte Utilizado
Kombi
Carro Frigorifico
Kombi
Carro Frigorifico
Onibus(quando permitidopelo motorista) •
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
\
3.5. Colônia Z5 Vitória
46
A pesquisa abrangeu dez comunidades: Praia do
Canto e Praia do Suá, em Vitória; Carapebus, Bicanga, Manguinhos,
Jacaraípe e Nova Almeida, na Serra; Santa Cruz, Barra do Say e Barra
do Riacho, em Aracruz. Nesse universo, declarou-se a existência de
527 pescadores artesanais.
Depara-se aqui com pescadores da regiao da Gran
de Vitória, campo, por excelência, da atuação dos demais componentes
do subprojeto AUV do CPM que, todavia, não se estende ao Município
da Eerra. Aracruz, por sua vez, está fora de sua área de interesse.
Nas comunidades em que aparece ação de interme
diários, estes vendem o pescado ao consumidor. Tal, entretanto, não
se verifica em Manguinhos, Bicanga, Barra do Say e Carapebus, porque
ali ocorre comercialização direta do produtor, o que não é inc~~~
te por tratar....se do maior mercado consumidor no Estado.
Examinado o vínculo dos empresários com os pesca
_dores, registrou-se um único caso de fornecimento prévio de vales em
dinheiro para aquisição de insumos, exatamente no local de maior ex
pressividade em termos de produção - Praia do Suá. Convém _ .aduzir
que o negociante responsável pelos adiantamentos, Sr. C~SAR STOCCO,
acumula a condição de comprador de peixe com as de 1) dono de peixa
ria; 2) dono de infraestrutura de -frios - são duas camaras de resfri
ado, comportand~ um total de 20 toneladas; 3) armador possui três
barcos pesqueiros, importando em 17 toneladas de TBAi e 4)PRESIDENTE
DA COLDNIA DE PESCADORES Z.5 - Cargo que vem desempenhando. continua
mente há cerca de 13 (treze) anos, numa diretoria integrada por um
irmão, ARMANDO STOCCO, ocupando o posto de tesoureiro. Ao positi
var-se na entrevista. que o indigitado intermediário é o principal
comprador da comunidade, reforçou-se a idéia de que essa posiçao e
atribuível, pelo menos em parte, ao exercício da presidência da colô
nia.
Tomadas, agora, as carências e reivindicações ma
nifestadas pelos entrevistados, percebe-se que eles pretendem basica
mente a disponibilidade de locais para venda de pescado dotados das
necessárias equipagens de refrigeração, financiamento para aquisição
de embarcações, além de obras para implantação de ancoradouros de de
sembarque da produção. Com isso, pensa-se, será minimizada a explora- -
47
ção a que estão submetidos pelos comerciantes de pe~cado.
Isto'posto, passando aos problemas em relação
aos terrenos onde vivem e trabalham os pescadores, nos dois bairros
de Vitória, vêem-se eles às voltas com a dificuldade de trazer seus
produtos ã terra_ Na Praia do Canto, isto vem acontecendo como re
sultado da ação dos proprietários das áreas vizinhas que ilegalmen
te, ao que tudo indica, vêm realizando acrescidos, mediante aterro,
em prejuízo do tradicional ponto de ancoragem dos barcos locais. Ao
passo que, na Praia do Suá, a perda desse ponto deveu-se a um aterro
seguido de colocação de alambrado, obras, vale dizer, de responsabi
lidade do Boder PUblico. Hoje, o desembarque é feito por especial fa
vor de um particular, proprietário de estaleiro nas proximidades do
antigo cais dos pescadores_ Nas demais comunidades, ~_ que pese a
geral falta de documentação junto ao SPU, demOnstrando, no particu--'lar, mais uma vez a omissão da Colônia, a quem cabe estatutariamen-
te, e a mais 'ninguém, diligenciar para que situações desse tipo não
aconteçam, só em Jacaraípe há risco de grilagem, demandando os terre
nos onde vivem os pescadores.
QUADRO 1'\
Resumo das Informaçoes Básicas de Pesca Artesanal da Colônia Z-5 Vitória
Comunidades Produção Número de Número de % da ProduçãoMunicípio Diária
Pescadores Embarcações Vinculada aoPesqueiras (kg) Intermediário
, ~,--~..
Praia do Canto 30 06 10 100%
Praia do Suá 5.456 120 60 · ..Jacaraípe 240 30 16 ·..VitóriaSanta Cruz 240 08 12 10%
Manguinhos e
Bicanga 42 50 21 Consumidor
Barra do Riacho 4.515 200 48 90%
Barra do Say 150 15 09 ·..Nova Almeida 900 80 37 20%
Carapebus 02 18 02 ·..
•T O T A I S 11.584 527 215 -
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES
••. Sem Informações.
Agosto de 1983.
\
Principais Carências e Reivindicações dos Pescadores Artesanais CA Colônia Z-S - Vitória -"DRO 22
COMUNIDADES
PESQUEIRAS CARENCIAS REIVINDlCAçl)ES
49
Praia do Canto
.Praia do Suá
~anta Cruz
r~nguinhos e Bicanga
Acabar com os que se apropriam do dinheiro do Govêrno.Falta de local para atracar embarcações.
Transporte do peixe entre o atracadouro e o local de venda (Colônia). Falta de local para atracar embarcações e desembarque do pescado.
Armazenamento deficiente.
Problema do cais, tornando difIei Idescer e colocar o barco n'água.
Morar pert.o da praia.Financiamento para possibilitar o acesso ã embarcaçaBancada com geladeira para venda de pescado.
Terminal Pesaueiro.Frigorífico para Colônia.Local para reparo das embarcações.
Area de comercialização maior.
Abertura da barraAncoradouro (Existe projeto da Pl'.5 e Har;inha)Financiamento para aquisição de barcos.
Mercado público com infra-estrutura de frio.Financiamento para barcos.Cooperativa de pesca para compra de material,õleo,etAssistência médica e dentária.
Mercadinho para venda de pescado.Frigorífico.Local para armazenamento de peixe.Financianlento de barco a juros baixos.Sistema carretilha para levar os barcos para o mar.
-~ ..... _-----------1i--------------------+---------:-----------------------.---
Na Almeida
arra do Riacho
~- Irra do Say
C'''Irapebus
Falta de barco próprio,
Problema àa barra do rio causado poruma barragem feita p~la Aracruz Cel~
lose.Poluição em virtude de descargas industriais no rio.
Assistência lnédico/financeira.Coopera ti va •Frigorífico.Financian~nto para barcos.Cais.
Dragagem do rio.
Fnbrica de gelo (existe uma ã venda).Posto de óleo.
·Assistência medica.Cooperativa, armazem de material de pesca com vendasà crédito e para venda àe g~neros alimentícios ã ba~
xo custo./>lercado para a venda de peixes.
Frigorlfico.Ancoradouro.Barcos maiores.Financiamento para barcos.Abertura e dragagem da barra do rio.Instalar posto da Colônia.
Financiamento para barcos.Construção de cais.Assistência medica.
.E: Pesquisa de Camp9 SEAG/ES Agosto de 1983.
QUADRO 23 Número de Pescadores, Número de Embarcações e a Propriedade das Embarcação
que Atuam na Colônia de Pesca Z-5 Vitória
Número de Pescadores Pescadores nao Embarcações Total deCOMUNIDADES Pescadores Proprietários Proprietários não Pescado Embarcações
Praia do Canto 6 6 - - 10
Praia do Suá 120 10 110 50 60.
Jacaraípe 30 (" 6 24 4 26
Santa Cruz 8 1 7 8 12
Manguinhos eBicanga 50 20 30 2 21
Barra do . Riacho 200 15 185 40 48Barra do Say 15 5 10 2 9
Nova Almeida 80 4 ,76 21 37
Carapebus 18 ·2 16 - 2
T o t a 1 527 ,69 458 131 227
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.\
U1o
-rc ~\u· 1E' p( 1Ç ....P F
na Colônia de Pesca Z-5
~,é' y<"-w- ~ ""\:r~11í 1r"'\i T''?f ~p~ <pr- ('-'F'~~:1(!-',s
Vitória
Variáveis Praia do Canto Praia do Suá Jacaraipe Santa Cruz Manguinhose Bicanga
Quem Compra produção Mascate Mascate Mascate Mascate Consumidor
Percentual 100% 10%
produção Bruta Peixe 510 92.900 4.080 4.080 715kg/mês
Camarão, Corvina, Camarão, Pargo, Pescadinha, Tainhé pescadinha,Cação, Pescadinha, Pargo,Espécies Pescadas Peroá, Mariscos, Rea1ito, Peroá, Rea1ito, Robalo, Camarão, Corvina, Peroá, Rea1ito, -
Siri,Carangueijo Papaterra, cação. Pargo, Carapeba. Lagosta. Badejo, Camarão.
Consumidor Consumidor ConsumidorDestino da Produção Consumidor 99% na Consumidor 90% na 100% na
Comunidade Comunidade Comunidade
N9 kg N9 kg N9 kg N9 kg N9 kg
produção
Barcos 06 24 50 4.755 10 210 05 205 06 27Diária
(kg) Canoas 04 06 10 710 04 31 04 35 15 15
Caiques - - - - 02 - 03 - - -
T O T A I S 10 30 60 5.465 16 240 12 240 21 42. ,
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983. \
QUADRO 24
Conto ••
V?J )lei dr ~rQ)dw;ã~, Dest ino da ~rop\J9ã~, .e ~r-lnrcinçd 9 RST"'i$(';.e~ (''1tr*\U'''flc'l~f'
na Colônia de Pesca Z-S Vitória
Barra do Riacho Barra do Say Nova Almeida Carapebus
Consumidor ConsumidorT O T A L
Mascate Mascate
90% 20% .
76.735 2.550 15.300 34 196.924
Pescadinha,Cação; Pescadinha, Lago.§. Pescadinha, Peroá Peseadinha, Den-Roneador, Peroá, ta, Camarão e Realito,Robal0,Cã tudo e Lagosta. -Camarão. cação. marão,Lagosta. -
Consumidor e In- Consumidortermediários de Consumidor Consumidor 100% naVitória e Ibiraçú Comunidade -
N9 kg N9 kg N9 kg N9 kg N9 kg-
45 4.500 02 115 30 850 - - 154 10.686
03 15 02 35 02 50 - - 44 896
- - 05 - 05 - 02 02 17 02
48 4.515 09 150 37 900 02 02 215 11.584
Fonte: Pesquisa de Campo - SEAG/ES - Agosto/83.\ U1
N
QUADRO 25 Identificação dos Principais Intermediários que Atuam na Colônia Z-5
53
Vitória -
Comunidades
Prai.à do Canto
Praia do Suá
Jacaraípe
Nome
Bispo
'César Stocco
Edgar 1'.1varenga
Gil DurvalUrbano !'..achadoWaldirzé MariaWilson Bituca
xexéuMariaEuclideszé Rarrülton
Procedência
Bairro Qa Penha
Comunidade
Vitória
ComunidadeMercado Vila Rubirn
Comunidade
Insumo Fornecido
Não fornece
Vales em di~~eiro Dara compra de óleo, gelo esardinhaAdiantamento para ôleo esardinha.Não fornece
Não Fornece
TansporteUtilizado
Carrinho de mao
Carrinho de mao
carrinho de mao
Carro
Carro ou.a I,:;é
------------!---------.!---------f------------+-------
Santa Cruz
Mangui~hos e Bicanga
Barra_ do Riacho
B.::rra do Say
Nova Almeida
Carapcbus
Robson
Ot.llcIlio
Não há Intermediários.
José 1".ariaPedro CoutinhoOtávioAntonio
Não há Intermediários_
DucaRabinhoRubensDenilson
Não há intermediá
rios.
Nova Almeida
Nova Almeida
Comunidade
Comuni d.ade
Não Fornece
Oleo e Gêlo
Não Fornece
Carro, Onibus,Bicieleta.
Caminhonete Frigo
rIfica.
Caixas de Isopor
em-Onibus
FONTE: Pesquisa àe Campo
/
//
SEAG/ES Agosto de 1983.
QUADRO 26 Capacidade Instalada de Frios Existentes na Colônia Z-S Vitória
CIBRAZEM VIOLA MAIO CAPIXABA LASTRO S/A TOTAL GERAL
ESPECIFICAÇÕES Praia do Suá Vitória Praia do Suá Ilha Sta. Maria\
N9 Cap.(t) N9 Cap.(t) N9 Cap.(t) N9 Capo (t) N9 Capo (t)
Câmara,
20 70 90de Resfriados - - - - 2 1 3
Caixa Isotermica - - - - - - 1 20 1 20
Câmara de Congelados - - - - - - - - - -Fábrica de Gêl0 - 18 - 30 - - - 30 - 78
Silo de Gê10 - 100 - 180 - - - 200 - 480
.
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
3.6. - Colonia Z.8 - ItaDemirim -
o levantamento dé dados cobriu as cornunida
des de BARRA DO ITAPEMIRIM, PONTAL, ITAIPAVA, MULQATAIZES, ITAOCA, SA
CO DOS CAÇÕES, PRAIA DO SIRI, LAGOA D'ANTA, BOA VISTA DO SUL, MJ>..EO.BÃ,
e PRAIA DAS NEVES, onde estão congregados 2120 pescadores artesanais,
a quem cabe a responsabilidade pela maior produção pesqueira do Esta
do, hoje importando em 215.408 Kg/mensais.
Examinando o posicionamento das comunida
des ã luz da criteriologia proposta no marco teórico deste trabalho ,
percebe-se que a vinculação predominante na região se dá com~o capi
tal mercantil. Cabe sublinhar, em algumas comunidades, o controle da
força de trabalho através da propriedade de barcos por não pescadores
e mesmo pescadores com a propriedade de mais de uma embarcação, cir-cunstância que assume contornos mais nítidos em Pontal, onde 0S .. f ·nao
pescadores possuem 67% das embarcações existentes, em Marataizes, es.
se percentual é de 40%, e Barra do Itapemirim, comunidade em que nao
pescadores têm 50% da frota. Verifica-se, como agravante, que em Itai
pava, enquanto os nao pescadores estariam em~'poslção"_minóri:tárj..a
24%, ou 16. embarcações, muitos dos 30 pescadores proprietários o são
de mais de uma das 50 restantes. E é nessa comunidade que está . ~ a
maior produção, totalizando 188.144 Kg/mensais, ou 87%.
No que diz respeito. ao fornecimento de in
sumos, outro fato através de que se prendem os pescadores aos. interr -
mediários, mormente gêlo, iscas e óleo, vemos que isso acontece em
Pontal, Itaipava, Marataízes e Boa Vista do Sul. Novamente três dos
principais produtores, concentrando 179.088 Kg mensais, ou 83% ( a
quarta comQ~idaàe apontada captura menos de 1,5% da zona).
Não restam dúvidas, pelo exposto, que POU
taL, Marataízes e Itaipava sao as conceituadas comunidades polares do
grupo ora abordado. Daí porque sua produção deve ser carreada pelos
intermediários locais para seus congêneres de outras praças, como Rio
de Janeiro, são Paulo, Belo Horizonte etc, conclusão a que se chega
mesm~ diante da ignorância manifestada pelos respondentes dos questio
nários.
Vistas as reivindicações, emerge como fun
damental a pretensão de fuga do danoso sistema de intermediação a
que estão submetidos esses produtores. Para não estender muito essa
questão, detenhamo-nos nos seguintes dados de uma pescaria, flum. bar
co acirr.a de 3 m, em Itaipava, ficando 5 dias no mar, realizando 3 via
gens mensais:
Gastos Isca 70 Kg
61eo 400 1 t
Gélo 200 BaL
Água ~Potável .
Rancho para 5 homens.café, açúcar,carne,farinha, etc -::
TOTAL
= 14.000,00
5;;.000,00
=-40.000,00
= 1.500,00
50.000,00
= 157.500,00
Produção: 1.000 kg ce pelxe
Receita Bruta: Produção x Preço pago pelo intermediário
1.000 kg x 400,00 = 400.000,00
Receit~ Lfqu±da: Rece±ta Bruta-Gastos
* 40Q,000,OO - 157.500,00 242.000,00
Rateio: aI Parte do Barce = 50% Receita Líquida = 121.000,00
bI Parte dos Pescadores
Considerando que todos ganham igual tem-se:
121.000,00 7 5 = 24.200,00 por homem
24.2CW -t- 5 (ne:' d.i'as de pescaria I = 4.840,00
dI Remuneração mensal
24,2QQ)Ç 3 (n9 mensal de víagensl = 72 .. 600,00
Dbs: informaçõe$ .de agos,to de 1983
"I
Mesmo sem considerarmns~ os custos com rancho, de car
regar o barco, os números já dados são por demais eloqüentes, dispen
sando maiores comentários.Sug~rir-se-ia,apesardisso, fossem consul
tados os preços da segunda comercialização, a partir de que se pod~
ria entender a real magnitude da exploração,. demonstrando cabalmente
quem se beneficia nesse processo.
Ainda no capítulo das reiYindicações, necessitam os
pescadores de acesso direto aos insumos, além de capacidade de arma
zenamento, estocagem e de transporte da produção.
Além disso, há as importantes questoes ligadas à nave
gação e manobras das embarcações por problemas de inexistência. de
at~acadouros, o que demanda a execução de diversas obras civis, corno
enrocamento r cais e semelhantes,
A especulação imobiliária já chegou à região, atingin
do as comunidades de Marohá e Pr~ía das Neves, através de loteamen
tos que vêm expulsando os pescadores para longe da orla. Em Itaipava
57
a Prefeitura de Itapemirim, sob a alegação de que há outros propriet~
rios, está reclamando -terrenos acupados por pescadores, até mesmo dos
que já dispõem de protocolo fornecido pelo Serviço de Patrimônio da
União. Tanto quanto nas demais zonas, é de lastimar-se a omissão da
sua colônia, a quem cabe, na forma de seus estatutos diligenciar, p~
rante as repartições competentes, a regularização da posse fundiária
em nome de seus associados. Ressalta-se, apenas, que as duas comunas
apontadas estão, no contexto ora examinado, em situação mais desfavorá
vel em termos de produção, número de embarcações, em suma,apresentando
_sintomas de que, se nada for feito, os especuladores imobiliários se
encarregarao de desmantelá-las, síndrome essa que poderá reiterar-se
em BOA VISTA DO SUL.
QUADRO 27 . - Resumo das Informações Básicas da Pesca Artesanal na Colônia Z8 - Itapemirim.
Comunidade Produção Diária Número Número % da produçãoMunicipio Pesqueira (I~>g) de de vinculada
Pescadores Embarcacões ao intermediário
B.do Itapemirim 566 200 20 ...Pontal 1. 300 300 30 90%
Itaipava 8.365 800 66 95%
Maratalzes 1. 528 300 38 70%
Itapemirim
Itaoca 578 206 18 90 %
Saco dos Cações,Praia do Siri eLagoa d'Anta 470 180 14 90%
Boa Vista do Sul 186 40 4 50%
Morobá e Praiadas Neves 470 100 17 90%
-TOTAIS 14.463 2.120 207 -
Fonte: Pesquisa de Campo - SEAG!GS - Agosto/83.
Sem Informações.
tnOJ
,QUADRO 28 Número de Pescadores,NGmero de Embarcações e Proprietários das Embarcações que atuam na
Colônia Z8 - Itapemirim.
,Comunidades Número Pescadores Pescadores Pescadores Não Embarcações de nao r-:rúmero de EmbarcaçõesProprietários Proprietários Pescadores
Barra do Itapeml:rim 20 O 10 190 10 20
Pontal 30 O 10 290 20 30
Itaipava 800 30 770 16 66
Marataízes 300 23 277 15 38
Itaoca 200 12 188 6 18
Saco dos Cações,Praia do Siri, ISO 16 164 3 14Lagoa D'Anta
Boa Vista do Sul 40 4 36 - 4
Morobá e Praiadas Neves 100 13 87 4 17
TOTAL 2.120 118 2.002
I74 207
Fonte: Pesquisa de Campo - SEAG - Agosto/83.
\
,V1I..D
60
QUADRO 29. - Principais Carências e Reivindicações dos Pescadores
Artesanais da Colônia Z8 - Itapemirim.
ComunidadesPesqueiras
Barra do Itapemirim
Pontal
Itaipava
Carências
· Falta embarcações;· Falta aparelho;
Não tem onde estocar o pescado e entrega ao atravessador; -
· Erosão provocadapelo Rio Itapemirim;
Dificuldade no carregamento do barco, nodes embarque do pes ca ..do e na comercializaçao.
Reivindicações
· Cooperativa através deAndréia
· Posto para venda equipamentos de captura
· Posto de Saúde· Libertar do atravessa~
dor;· Corrigir a erosao.
· Um cais;Um estaleiro;
· Uma carreira;Boa comercialização e
· Financiamento facilitado.
Maratalzes · Falta de atracamento; . Cooperativa.· Falta de uma Coopera
tiva;· Material de pesca.
..'
Itaoca
Saco dos CaçõesPraia do SiriLagoa DIAnta
Boa Vista do Sul
Morobá e Praiadas Neves
· Posto de Saúde;· Trabalhar para os ou
tros por não possuirembarcação.
· Comercialização dopescado.
· Venda do pescado;· Aquisição do gêlo;· Aquisição do combus
tIvel.
· No desembarque;· Oleo combustlvel,ge
lo; equ~pãm~ntos; -· Comercialização.
· Não tem onde compraro material;
· Venda do pescado.
· Condições para comprarbarco;
· Condições para venderbem o pescado.
· Posto Médico;· Lugar para comprar in
sumos;· Boa comercialização do
pescado;· Combustível e Gêlo.
· Posto Médico;Venda de insumos:
· Porto para atracar;· Boa venda do peixe.
Criar cooperativa;Assistência Médica;
· Crédito facilitado.
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
61
QUADRO 3Q Volume de Produçâo,Destino de Produção e Principais Espécies capturadas na Colônia Z8
- Itapemirim
LV'lUH \l_C
i'l'APE'U 'U '1 I TlI.I í'.'\'JA
QUL~ COMPRA PRODUÇÃO E··· ... ERCENTUAL P/FORA
~
IO.'lEHO DE L'lBARCAÇÕES
Intermediários Locais NãoResponderam
-Barcos a motor * 12 (sete,; p/peixes e 5 p/camarão)
Caiques = 8
Intermediários Locais90%
Barcos a motor = 3010 - peixe20 - camarao
Intermediários Locais95%
Barcos a motor = 41(38 peixe e 3 camarão)Barco a vela = 10Caiques = 15
•..ESP['CIES PESCADAS LagostaPeroãCama.rão
La,gostaCamarão
Badejo; Xerne; Namorado;Garoupa; Dourado; Cação.
'ESTINO DA PRODUÇÃO Não sabem I~termediãrios de outraspraças - (B.H., Recife;
etc. )
Não sabem
8,365 Kg1. 300 Kg566 KgRODUÇÃO DIÂRIA PESCADO
Kg
-,.c-------------f------------+--- -+- _
--,=====~~--'9_---------...!----~~-__'__......!......__~ _
VARIÂVEIS COMUNIDADE COLONIA : Z.8
. MARATAl ZES ITAOCA i SACO DOS CAÇOES, PRAIA DO SIRI,LAGOA D'ANTA
JUE!'\ CC»lPRA PRODUÇÃO E,·PERCENTUAL P/E'ORA
Intermediários Locais
70\Intermediários Locais
90%
I9terrnediários Locais
90 ..
Barcos a motor • 10{5 peixes e 5 camarão elaoostas
C!,iques • 8
Ba rcos a moto r c 34(12 peixes e 22 camarão!Caiques c - 4
'Om:fW DE E~mA'lCAçÕE:S-- .-------+----------1-----------1'-----.:.-.-------
Lagosta, Camarão, Pescadae Pero;;' I
,CamarãoPeroáPescada
Robalo; Pescada;CaJl!larao; CaÇa0;Peroã.
OESTINO DA PRODUçAo Não sabem Intermediários de outras Nao sabempracas(Vitôria, Rio de Janeiro)
pROD\rçJ.c) DIÂR IA PESCADOKg 1. 528 "g 578 Kg 470 kg
VARIÂVEISCOMUNIDADE COLONIA : Z. 8
BOA VISTA DO SUL ~OROBA E PRAIA DAS NEVES TOTAL GERAL
_OUE'1 COMPRA PRODUÇÃO E'ERCENTUAL P/FORA
Intermediário de PiúmaI 50 ..
Intermediário de fora eLocais
90%
PRODUÇÃO BRUTA~""EIXE Kg ~1ENSAL I 2.976 kg f 7.520 kg 215.408 kg
DE E~lBARCAÇÕES QUESAEM ROTINEIRAMENTE
Barco a motor
Caiques
= Dl
* 03
Barcos a motor = 05(3 peixes/2 camarão!Barco a vela = 12(12 peixes)
Barcos a motorBarco a velaCaiques
= 143= 22= 207
IRobalo; Pescada; CurvinaPeroá e Cação.
Pescada, Robalo; Lagosta;Cação; PeroÃ.
13.463 K9470 Kg
Intermediários de outraspraças e Cachoeiro
Não sabem
FONTE:
RODUÇ~O OlARIA PESCADOKg
- DESTINO DA PRODUÇÃO
I 186 Kg I__________---.JL --+-1
....1- -'- ----,
Pesquisa de Campo - SEAG/GS - Agosto/83.
r - - - 'C"""' ) ) ) )Comunidades Nome Procedência Insumo Fornecido Transporte Utilizado
Barra do Itapemirim Ailton Itapemirim Não fornece· Carro frigorífico.Manoel Caixas de isopor em pequenos carros
(automóveis ).Caixas de plásticos em bicicletas.
Pontal Gildo Sem informaçãoToquinho li Barco e material de caE Caminhões e outros veículos.Juju li tura.
Itaipava Manoel Viana (Biduca) Sem informação Gelo, iscas, conserto Caminhões frigoríficos.Palmerino (Palminho) li dos barcos.Ediel Peçanha (Diel) "Paulino Viana
Marataízes Âlvaro Sem informação 1. Gelo, isca e eguip. : Camin.hões frigoríficos~
Necídio li Qd9 barco nao e do ~
Sebastião li pescador. Caixas de isopor em outros veículos.Elias li 2.Equip. quando o bar
é do pe.scador. -co
Itaoca Lourival Sem informação Não fornece.Eloi Peçanha " Carros frigoríficos.Domires " Caixas de isopor.
Saco dos Cações Adilson Sem informaçãoPraia do Siri Sebastião " Não fornece.Lagoa D'Anta Betinho " Caixas de isopor.
Boa Vista do Sul Jurandir PiÚIna Gelo e isca. Carro frigorífico.Caixas de isopor.
Morobá e Praia das Ailton Gomes Sem informação Não fornece. Carro·Neves Gedeci li Bicicleta·
Ademildo " Cavalo.Célio "
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983. \
QUADRO 32 Capacidade Instalada de Frios Existente na Colônia Z8 - Itapemirim
.ANDm;A - IND. DE PESCA S/A - SEDE INFRICOPEL - ITAIPAVA TOTAL GERAL
EspecificaçõesNúmero NúmeroNúmero Capacidade (t) Capacidade (t) Capacidade (t)
Túneis 1 15,0 - - 1 15,0
Armários 1 5,0 -, - 1 5,0
Câmara de Resfriado 1 10,0 1 12, O 2 22,0
Caixa Isotérmica - - - - - -
Câmara de Congelados - 150,00 - - - 150,0
Fábrica de Gê10 - 8,0 - 17,5 - 25,5
Silo de Gê10 - 30,0 -, - - 30,0
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
\
3.7. Colônia Z9 - Piúma
A colônia Z.9 abrange exclusivamente a comunidade
pesqueira de PiÚIDa localizada ao sul do estado, com cerca de 230
pescadores.
A atividade pesqueira está vinculada predominant~
mente, à nível local, ao Capital comercial, embora o destino final
de grande parte da produção, não esteja bem identificado, uma vez
que os pescadores repassam o pescado num primeiro momento para in
termediários locais que escoam a produção para ioutras praças Vitó
ria, Rio de Janeiro e são Paulo), onde não se pode assegurar se o
produto continua sobre a égide do capital comercial, ou se eindus
trializado. Apenas 30% da produção é vendida nos mercados públicos,
peixarias e armazens para a comunidaàe de Piúma, indo 70% da produ
ção para fora da comunidade. ~,
Os intermediários locais, identificados pela' pe~
quisa de campo, Arlécio Taylor, Joel Fernandes Lima, Elias e Juran
dyr costumam pagar pelo pescado o preço médio em junho/83, de
Cr$ 150,OOjKg na safra e Cr$ 200,OO/Kg na entresafra. Sendo revendi
do a intermediários de outras praças, à Cr$ 400,OO/Kg, isto e, com
um lucro médio de cerca de 100%, não computando os gastos com trans
portes e armazenagem.
As· principais espécies capturadas na pesca artesa
nal em Piúrna, sao o Peroá, o Pargo, o Cação, a Sarda, o Bonito e o
Dourado. Com exceção do último, que tem como época de safra o verão'
os demais são pescados durante todo o ano. Utilizam principalmente
como apetrecho para a pesca, o currico para o dourado; a parqueira
para o Peroâ e o Pargo; e a Rede (caceia) para a Cação, a Sarda e o
Bonito.
Não existem indus·trias de pesca na comunidade. O
único equipamento industrial relacionado ao setor é uma fábrica de
gelo, com capacidade de produção de 4000 Kg/dia, de prop~iedade do
. já citado, Joel Fernandes Lima, intermediário local.
Os insumos utilizados na pescaria, gelo, isca, o
leo combustível,' etc, são comprados no próprio município de PiÚIDa,e
à vista. Em geral são fomecides pelos intermediários, ficando o
pescador comprometido à entregar a produção ao preço estabelecido /
Dela mesmo. Para cada viagem de duração de 3 dias, gasta-seem torno
de Cr$ 30.000,00 so com insumos, (Gelo = Cr$ 12.000,00 i iscás
Cr$ 10.000,00 ; Oleo combustível Cr$ 7.800,00 ; e lubrificantes =Cr$ 40.000,OO/mês) fora os gastos com alimentação (farinha, arroz, a
çúcar, peixe) que são em torno de Cr$ 7,000,00 por viagem/barco. Es
ses custos são divididos geralmente por 3 pessoas, que é a tripulação
normal de um barco.
De acordo com o sistema de partilha adotado na re
gião, nos barcos que capturarem peixes de qualidade inferior, 1/3 da
produção fica para o proprietário do barco e os 2/3 restantes são di
vididos em partes iguais com a tripulação; Nos barcos que capturam
peixes finos, barcos de maior autonomia, 50% da produção fica para o
proprietário do barco e o restante é dividido com a tripulação,
Das 70 embarcações existentes em píuma, 39 são bar
cos a motor c/urna, possuindo mais de 8 ID5 de cumprimento. Em geral
as viagens dessas embarcações tem duração de 3 dias, com uma produção
de cerca de 600 kilos de pescadO/Viagem/barco. 18 das embarcações são
barcos ã motor com menos de 8 metros de comprimento, sem urna, que
possuem menor autonomia, vão.e vol tam dos pesqueiros todos os dias,1 A
produção diária desses barcos está em torno de 150 Kg de pescado por
barco. O restante das embarcações, 13 (trezeÃ, sao caiques e canoas ,
com cerca de 3 metros de comprimento, que também vão e voltam dos pe~
queiros todos os diás, e sua produção diária de pescado está em'tornb
de 12Kg/ canoa ou caíque.
A produção de pescado total da co~unidade de PiÚIDa
está em torno de 115.896 Kg/mês e 7243,50 Kg/dia.
Tomando como exemplo a produção dos barcos àe
maior autonomia, 600 Kg/dia/barco,~e considerarmos o valor pago pe
los intermediários d.e Cr$ l50,OO/kg pescado, e os gastos com insumos
e alimentaçao/barco l37. 000,0013 tripulantes), além do pagamento ao
dono do barco, verificar-.se que Cr$ 90.000,00 (600 Kg x Cr$ 250,OO)pro
duzidos por viagem/barco,Cr$ 45.000,00, ou seja, 50% da produção vão
para o dono do barco. Os Cr$ 45.000,00 restantes sao divididos pelos
3 tripulantes, ficando ~ .Cr$ 15.000,00 para cada um. Desses Cr$15.000,
J pescador paga Cr$ 12.333,00 ( 37.000,00' -:- 3) de insumos e· alimenta
;ao, restando~lhe a quantia absurda de Cr$ 2.667,00, ou seja, 2,96 %
30 total da produção.
Fica claro, que o fato dos pescadores, nao deterem
1 propriedade dos meios de produção e meios favoráveis a comerciali
,ação do produto, leva-se à uma condição de subvida, com rendimentos
lédios mensais entorno de Cr$ 50.000,00, ou sej a 1.1/2 salário míni
,0 I sendo explorado q cada ;tnstante de. sua atiyidade.
66
De acordo com a pesquisa de campo, os pescadores ju~
tificam o fato de venderem para os intermediários, devido a falta
de local para armazenamento da produção e de transportes próprios ,
para o escoamento do pescado para um centro consumidor de maior por
te. Por outro lado, o fato dos pescadores estarem sempre devendo ao
intermediário o fornecimento de insumos, e comprometerem em geral
metade da produção pro dono da embarcação, que alguma das vêzes é o
próprio intermediário, faz com que esse tenha Condições favorã
véis - para pressionar sempre para baixo o preço de compra do pesca
do, tirando assim a possibiliàade do pescador vir algum dia a deter
os meios de produção, com recursos próprios de sua atividaàe pesque!
ra.
Dos 230 pescadores, apenas 32 são proprietários de
embarcações. Isto significa, que a maior parte das embarcações está
em mãos de não pescadores, sendo apenas 45/71% de propriedade dos
pescadores,
o local de desemba~que ª na própria oomunidade. Os
pescadores buscam os pesqueiros de Ascova, Tapoca, Itaúna à ..-.uma
distancia de cerca de 27.780 ms, não buscando outrps pesqueiros
pela falta de autonomia das embarcações.
No que se refere ã manutenção das embarcações, a
maior parte dos serviços são realizados na própria comunidade, pelos
estaleiros do Sr. Camilo F. Gomes e-Antônio Miranda Neto, consistin
do na maioria das vezes na troca do tabuado devido a presença de bu
zano no calafeto e -algumas vêzes em problemas relacionados ao motor.
Na safra, o n? médio de viagens/mês são de 20 via
gens. Já na entresafra reduzem para 15 o n? de viagens por mes. A es
colha dos pescadores para sairem no barco é feita, conforme afirma
ção dos entrevistados, pelo mestre da embarcação, em geral proprie
tário do barco, pelo grau de responsabilidade e qualificação do pes
cador. Na execução; das tarefas durante a pescaria, percebe-se uma
centralização das decisões pelo mestre da embarcação, que a conduz
para o pesqueiro, estando os pescadores sempre participando, sem mui
ta escolha, de qualquer tarefa desde o momento da embarcação até o
desembarque do pescado, ficando inclusive o cuidado dos apetrechos ,
a manutenção do barco, e a distribuição da produção, após a pesca
ria, na maioria das vezes ã cargo da própria tripulação.
A colônia de PiÚIDa, parece vir consolidando cada vez
mais suas características de comunidade pesqueira.
Através do levantamento realizado, nao foi possível/
detectar a época em que se formou a comunidade, mas verificou-se que
<)s primeiros pescadores foram Antonio Serafln, Arthur Caboclo, Anto
67
nio Rosa, Luis Inácio, etc, todos já falecidos e que alguns de seus ia
miliares ainda residem na comunidade. Ao contrário 40 que vêm aconte
cendo em outras colônias do litoral do Estado, em PiÚIDa, segunda afir
mação dos entrevistados, tem aumentado o n9 de famílias ligadas à ati
vidade pesqueira.
Os pescadores dédicafl-se exclusivamente a pesca,
e veem passando esta tradição aos seus farnil~ares. O aprendizado infor
mal da profissão de pescador se dá em media aos 12 anos de idade. Os
.pais ou irmaos mais velhos, são quem ~epassam as conhecimentos para
os mais novos, levando em media Dl ano para o ãprendizado.
A família do pescador, esposa e filhos, costumQm
participar das atividades à todo o instante, ajudando desde a captura
até o desembarque, comb também na comercialização do produto.
Pelo levantamento, constatou-se que inexiste qual
quer tipo de organização formal ou informal, da qual os pescadores par
ticipam, com excessão da Colônia ã qual, por Lei, todos são obrigados
a associar-se para o exercício da atividade pesqueira. A ação da Colô,,-'
nia restringe-se aos' serviços medicos e odontológicos prestados aos
pescadores, óque leva ã afirmarem estarem satisfeitos, e de 'possuirem
uma boa relação com a entidade.
Em PiÚIDa, os pescadores 'pe~anecenmorando próxi
mos a praia, o que. facilita bastante o exercicd.:o de sua profissão I mas
nao possuem ainda os terrenos legalizados perante a Marinha. A maioria
ç9n~truiu sua prppria casa de alvenaria, com água encanada; luz eletri
~a, adotando como sistema de tratamento de esgoto a fossa.
QUADRO 33 Resumo das Informações Básicas de Pesca Artesanal na Colônia Z.~ - Pi~ma
COMUNIDADE PRODUÇÃO NOMERO DE PESCADORES NOMERO DE % DA PRODUÇÃO VINCULADAMUNIC1PIO PESQUEIRA DIÁRIA (kg) EMBARCAÇÕES AO INTERMEDIÁRIO
PIOMA P!OMA 7 . 243,50 230 70 70 %
TOTAIS 7.243,50 230 70 70 %
FONTE: Pesquisa de Campo - SEAG/GS Agos to/83.
QUADRO 34 Principais Carências e ~eivindicacões dos Pescadores Artesanais
da Colônia Z.9 Piúma.
COMUNIDADE PESQUEIRA
PIÜMA
CAR~NCIAS E REIVINDICAÇÕES
Dragagem do canal de acesso ao local de desembarque dopescado.Maior facilidade no crédito.Maior facilidade na compra de apetrechos de pesca,Diminuir dustância da compra do combustível,Principalmente - aquisicão de um caminhão para que se forme um grupo de vendas cômo também uma câmara frigorlficapara armazenar o pescado.
FONTE: Pesquisa de Campo, - SEAG/GS - Agosto/83.
QUADRO 35. - Identificação do Número de Pescadores, Número de Embarcações e Proprietarios das Embarcações
que atuam na Colônia Z.9 - Piúma
COLCNIA COMUNIDADES N9 DE PESCADORES PROPRIETÁRIOS NÃO PROPRIETÂRIOS EMB. NÃO PESCADORES N9 DE EMBARCAÇÕES
Z - 9 Piúma 230 32 198 25 70
FONTE: Pesquisa de Campo - SEAG/GS Agosto/83.
\
QUADRO 36 Volume de Produção, Destino de produção e Principais Espécies Capturadas na
Colônia - Z. 9 - Piúma.
VARIÁVEIS COLONIA Z-9 : PIú~1A
- Quem compra produção e percentual p/fora: Intermediários locais
70 %
- Produção bruta
pescado kg/mensal Total 115.896 kg
- Número de embarcações Barco a motor - 57; canoas - 13: total - 70 barcos
- Espécies pescadas Peroá; Pargo; Cação; Sarda; Dourado; Bonito.
- Destino da produção Intermediário de outras praças (Vitória, Rio de Ja-neiro, são Paulo)
- Produção diária - Pescado/kg 7.243,50 kg.
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/GS - Agosto/83.
\
QUADRO 37 Identificação dos Intermediários que atuam na Colônia Z.9 - PiÚIDa.
NOME PROCED:t:NCIA INSUMO FORNECIDO TRANSPORTE UTILIZADO
Arlécio Taylor Piúma Isca, gelo, . óleo Vende para intermediários de outras praças
Joel Fernandes Lima PiÚIna Isca, gelo, óleo Vende para intermediários de outras praças
Elias PiÚIna Isca, gelo, óleo Vende para intermediários de outras pa:;aças
Jurandir PiÚlna Isca, gelo, óleo Vende para intermediários de outras praças
- -FONETE: Pesquisa de Campo SEAG/GS Agosto/83.
\
4.
4.1.
MATRI Z INSTITUCIOl-IAL
Análise dôs Estatutos
4.1.1. Introduçao
Decreto-Lei 22 de 28.02.67
Artigo 94 - As Colônias, Federações e Confederação Nacio
nal terão suas atividades regulamentadas pelo
Poder Executivo.
Portaria 895 de 15.12.75, do Ministro da Agricultura
Obriga os pescadores a associarem-se às Colônias
ESTATUTOS DAS COLONIAS (aprovado pelo Ministro da Agricul
tura, através da Portaria n9 471,de 26.12.73).
Definição .. 'Colônias sao associações "civiS daqueles que fàzern da
p=sca sua profissão ou rre.io .prinéipa.l de vida (Art.19).
Objetivos
Representação e a defesa dos direitos e interes
ses dos seus associados, subordinados às respectivas Federações
Estaduais e ã Confederação Nacional (parte n in fine" do Art.19) .
&eria de se esperar, dados essa definição ~ obje
tivos das Colônias, tivessem elas, mesmo neste nível institucio
nal, um mais claro papel de defensoras dos interesses de seus
pretensos be&ficiârios. Todavia, como se demonstrará, a seguir,
essas entidades, quando caminham na direção do atendimento dos
pescadores, praticamente se cingem a aspectos assistencialis
tas. Vejamos, pois, o artigo 49, onde se concentram quase todas
as normas regedoras da sua competência:
colaborar noS planos gerais sobre a atividade pesqueira,
mas CUMPRINDO DETERMINAÇÕES DA SUDEPE, Diretoria de Portos
e Costas, CONFEDERAÇÃO/FEDERAÇÃO. alínea ai
defender a execução das normas da legislação pesqueira CO
LABORANDO COM AS AUTORIDADES NA FISCALIZAÇÃO, ~línea ei
Representação de assàciados junto a autoridades, alínea b;
ver Art.45 - instituir postos ou mercados, mas o superavit
reverterá para a colônia
74
Organizar cooperativas de produção, alínea di
Pleitear para os associados concessoes legais relativas a
terrenos ~e marinha, alínea f;
Receber sUbvenções, alínea ~; ..Concorrer para a "manutenção da Federação, alínea h.
Essas disposições nao vão além, na prática, de
confirmar o papel SUBORDINADO dessas instituições aos seus orga
nismos superiores e, em última análise,ao ESTADO, de que se
constituem,aliãs, em apêndice. Para essa conclusão, reportamo
nos nao so ao fato de seus estatutos serem, como vimos, ditados
pelo Poder Executivo, mas também a historia de sua implantação.
Nesse último particular, tomemos a parte primeira do relatório
de Dario Franco a propósito da Colônia de Macapá-AP, onde se
contém interressante descrição do processo de criação desses en
tes jurídicos: tudo decorreu de iniciativa governamental, em
meados da década de 20, ocasião em que a marinha, com o objeti
vo de mobilizar os pescadores para a defesa da costa.. '
brasilei
ra, integrou-os à"sua reserva, oportunidade em que criava o
sistema de colônias. Como assinalado pelo autor, sua implanta
çao nao saiu de um movimento dos pescadores.
Regressando à demonstração do atrelarnento desses
seres formais ao Estado, parece interessante examinar diversos
dispositivos dos estatutos ora em discussão, ítens esses em que
mais do que se patenteia a subordinação das Colônias a Con
federação. Antes, porém, para esclarecimento dos que não tive
ram acesso à leitura dos regulamentos, é bom informar que, na
forma do §19 do Art. 59 dos Estatutos da Confederação (baixados
pela Portaria n9 478,de 01.07.50, do Ministro da Agricultura),
seu Presidente será sempre nomeado, em comissao, pelo Ministro
da Agricultura. Voltemos às normas das Colônias para ai detec
tar os pontos em que elas estão algemadas Pela CONFEDERAÇÃO:
1- registro das Colônias, Art. 39;
2- determinação da localização de sua sede, Art.29 §Onicoi
3- fiscalizar, orientar e normatizar a vida da Colônia, Art.
19, § Úníco;
4- dirigir o seu processo de constituição, Art. 29;
5- fixar-lhe a area de atuação, Art. 19 § Onico;
6- autorizar alienação de bens antes de pronunciarnento da
Assembléia Geral da Colônia, Art. 13;
7- acompanhar processo de exclusão de associado, sob
de nulidade, Art. 10 § 29;
pena
pescadores
75
8- registrar tens das colônias, Art. 13 § Onico;
9- aprovar chapas concorrentes ã Diretoria das Colônias,Art.
24 § 59; _.10- autorizar a inclusão de sócios cooperadores (armadores de
pesca, industrlais de pesca e pescadores amadores, confor
me Art. 69) nas chapas concorrentes, salvo apenas para
os cargos de Diretor Presidente e o da Presidência do Con
selho Fiscal, porque estes são privativos de
profissionais, Art. 24 § 14;
11- autorizar as intervenções da Federaçao na colônia, quando
não houver "quorum" de 20% dos associados em duas convoca
çoes para eleição, Art. 24 § 11;
12- autorizar criaçao de capatazias (são as representações das
colônias junto às comunidades, o que significa integrar
cada local à colônia), Art. 44 § 19;
13- intervir nas colônias sempre que julgar necessário e pelo
prazo que entender conveniente .. Art. 53;
14- -resolver os casos omissos nos estatutos, Art. 54;
15- aumentar o numero de cargos componentes da Diretoria,Art.
25;
16- Acompanhar a execuçao financeira, Art. 51;
17- decidir sobre a realização de Assembléia Geral Extraordi
nãria, quando houver a esse respeito conflito entre o Pre
sidente da Colônia e 10% dos associados que a reivindica
raro, Art. 17 § 49.
Uma leitura desses nao poucos artigos revela o
óbvio: a dependência se processa DO essencial, restando ã colô
nia o papel de mero provedor de médico, dentista, medicamentos
e que tais, como se constatou na pesquisa.
Quadro Social .
Podem existir três categorias de associados, se
gundo estipula o Art. 69:
a} Efetivos os pescadores profissionais cuja fi~iação e
compulsória "ex-vi" da Portaria 895,de 15.12.
75, do Ministério da Agricultura;
b) Cooperadores - armadores de pesca, industriais de pesca e
os pescadores amadores;
c} Beneméritos - têm quaisquer vantagens, direi tos- que nao
ou deveres.
44_ Apesar de
como Ja assi
mas sim de
7:6'
Os direitos dos sócios efetivos estão contidos
no Art. 89, cabendo a propósito dele mencionar o caráter, por
assim dizer,supérfluo das suas quatro qlíneas. A primeira de
.las, a a, estrallhamente, diz que e direito dos inscritos nes
sa categoria gozar de todos os benefícios e prerrogativas que
são atribuídas por lei aos pescadores profissionais. Ora, sera
possível que a aplicabilidade de uma lei benéfica à profissão
dependa da edição de um estatuto de colônia?
A segunda letra, a b, permite que os pescadores
participem de todas as Assembléias, propondo, discutindo, votan
do e sendo votados.Monstruoso seria se assim não fosse, na medi
da em que idêntico direito se dã aos sócios cooperadores, con
forme Art.20 e § Único conbinado com Art. 24 § 14 (participação
nas Assembléias abertas para todos os associados e possibilida
de de coopera~or ser votado para Diretoria e Conselho Fiscal).
o terceiro item, o c, cuida do exercício da fun
çao de capataz. Este cargo que se resume ã representação .. ' da
Diretoria junto às comunidades, vide § 29 do Art.44,não e eleti
vo como os demais integrantes daquela.Sua criaçao,
nalado, independe de manifestação dos pescadores,
autorização da Confederação Nacional, §19 do Art.
tudo, o cargo parece ser exclusivo de pescador..
A última letra do artigo, a d,assegura a seus só
cios efetivos o direito de representar contra atos de Di~etoria
e recorrer aos órgãos superiores. De saída, o direito de repre
sentação nao decorre de simples estatuto~ A própria Lei Maior
inclui o capítulo dos Direitos e Garantias Individuais, daí
porque uma norma hierarquicamente bem inferior não poderia re
tira-lo. Em suma, este dispositivo estatutário é tranqüilamente
despiciendo. No tocante ã sua parte "in fine",onde se cogita do
recurso aos orgaos superiores, podemos dizê-l~ igua~mente desne
cessaria, pois tal disciplinamento está contido em diversas
outras passagens do texto a exemplo do § 19 do Art. 10, onde
esse direito é exercivel por-todos os associados da colônia.
Em suma, retirando-se este artigo; .ITerDS sua álínea c,
ele poderia, sem qualquer problema, ser suprimido do texto.
Estrutura da Colônia
A entidade se compoe dos seguintes orgaos: ~ssem
bléia Geral, Conselho Fiscal e Diretoria_
Detenhamo-nos, agora, sobre as regras que abor
77
dam suas competências e composiçao.
A Assembléia constituída por todos os associa
dos, reune-se por convocação do presidente de colônia diretamen~
te (Art. 17) ,ou por solicitação escrita de 10%'dos sócios (Art.
17 § 49). No entanto, ocorrendo a hipótese de não atendimento
aos interessados, deverá ser providenciada autorização da Confe
deração Nacional (Art.17 § 49, "in fine"). Outras formas de con
vocação foram deferidas ao Conselho Fiscal: na impossível vacân
cia concomitante dos três cargos da Diretoria (Art.27 §39) e,
também, extraordinariamente, pelo Artigo 39.
Está evidente que é impossível aos associados le
var adiante qualquer discussão contra a vontade dos dirigentes
da entidade, pois a sustentação de sua demanda dependeria de
apoio do órgão de cúpula do sistema, de quem, na maioria das
vezes, as direções locais são simples delegados ou prepostos.E~
sa interpretação se reforça quando examinamos os tipos de
"quorum" previstos para as deliberações nos dois tipos de ,..treu
niao: para aquelas solicitadas diretamente pelo presidente, exi
ge-se a manifestação de metade do quadro social em la. convoca
ção e, qualquer numero, na segunda convocação qüe terã lugar
uma hora após a primeira (Art. 18, alíneas a e b); em contrapa~
tida, vigorará, para as assembléias reunidas por provocação dos
sócios, o "quorum" de 20% dos associados inseri tos, em regime
de convocaçao única (Art. 18 § Ünico) .
Estudada a questão de sua competencia, vê-se que
as assembléias podem deliberar sobre todos os assuntos referen
tes ã colônia (Art. 15). Porém elas não detêm a soberania que
lhes empresta o estatuto, conforme tivemos ocasião de comentar
quando falamos no papel subordinado das colônias em face da
Confederação. ~ o caso, por exemplo, da alienação patrimonial
a que alude o Artigo 13, subordinando a manifestação "soberana"
dos sócios ã conveniência da instituição superior.
o processo eleitoral, que tw~ém incumbe as as
seIDbléias, merece mais pormenorizaçao nessas linhas sobre sua
competência. Impõem respectivas normas que a inscriçao. de candi
datas ã Diretoria e Conselho Fiscal seja instruída com vários
documentos policiais, destacando atestado da polícia política
(DOPS}-(Art.24 § 19, alíneas a e ~), além de várias exigências
de quitação junto ã tesouraria da própria entidade, perante ar
gãos governamentais e,tambem, relativamente a prestações devi
das por financiamentos ou empréstimos ligados a pesca (Art. 20
78
§ Onico). Esse disciplinamento minucioso quanto ao cumprimento
de obrigações de caráter financeiro atinge sabidamente os pe~
cadores, tendo força de impedir sua inclusão nos pleitos. O mes
mo nao acontece com os sócios cooperadores (armadores e indus
triais de pesca), Ja que eles participam da colônia enquanto
pessoas físicas, não sendo por esse motivo ameaçados pelas nor
mas em questão, na hipótese de as respectivas pessoas jurídicas
estarem inadimplentes financeiramente diante dos órgãos apont~
dos de apoio à atividade pesqueira. Essa desigualdade de trata
mento surge com maior nitidez ainda no caso do malicioso requi
sito de apresentação de atestado da agencia repressiva políti
ca, posto que a probabilidade de um pronunciamento desabonador
é obviamente maior para o pescador, do que para o empresário.Só
mesmo ao nível do absurdo, e muito absurdo, conceber-se-ia num
estudo capitalista a existência de registros da polícia políti
ca incriminando os proprios capitalistas.
Vemos, a seguir, as determinações estatutá~~as
quanto ao ."quorum" das eleições, cujos votos serão secretos
(Art. 24 § 69), será de no mínimo 20% dos associados em duas
convocaçoes, feitas com espaço de quinze dias. Na hipótese do
não comparecimento do nUmero exigido de sócios, caberá ao pre
sidente, via Federação, dar. ciência do fato ãConfederação que
decretará na Colônia (Art. 24 § 11) o regime de intervenção.
Causa espécie, por outro lado, verificar a omis
sao, no seio desta pletora de normas·assecuratórias de co~trole
d? Confederação sobre a Colônia, de qualquer disciplinamento
acerca do acompanhamento do processo eleitoral. A Confederação
restrInge sua interveniência, na espécie, ao registro das cha
pas, na forma do §59 do Art.24, e mesmo assim o faz, se9UDdo es
se mesmo parágrafo, atendo-se a relatório informativo sobre os
componentes das chapas elaborado pela Colônia, vale dizer, con
feccionado assim ao sabor dos interesses do grupo que está no
poder. Regimentalmente, então, o grupo do poder tem a incumbên
cia de dar parecer sobre conçorrentes que podem até estar a
fazer-lhe oposição. Convindo notar que a Confederação decidirá
com base nesse pronunciamento. Em suma, ê como se estivéssemos,
mais uma vez, diante da fábula do lobo e do cordeiro, ,ainda
mais por autorizar o estatuto a hipótese de reeleição (§ Onico
do Art. 25).
Em contrapartida, nada existe para garantir a
lisura do processo, mormente em termos da fiscalização dos pro
cedimentos convocatórios para o pleito, que ocorrerá em Assem
79
bléia Geral ordinária (Art. 24, "caput"). :E de espantar que
rígida vigilância da Confederação, ciosa em cercear os
tuais laivos autonômicos das Colônias, afrouxe em matéria
.capi tal importância como a escolha de dirigentes .. E o que
pior, pairando sempre o risco de urna intervenção, ato de.
resultará, na prática, continuidade do mesmo grupo ã frente
Colônia, só que com aval da Confederação que, além do mais,
tem prazo que limite essa açao - ver, mais uma vez, a parte
fine" do Art. 53.
a
even
de-e
que
da-nao
"in
o que causa maior preocupaçao, além de todas es
sas questões aqui pelo menos superficialmente arranhadas, é
que, admitida a presença de armadores e industriais de pesca
na direção das Colônias, consoante dispõe o Art. 24 § único, es
sas entidades estarão servindo de instrumento do exercício de
controle direto do capital sobre a força de trabalho. Assim, so
para argumentar, o eventual apoio da instituição ã comercializa
ção do pescado, na forma do Art. 45, beneficiando os pescadp,
res, seria suscetível de obstaculização se, na sua diretoria e~
tivessem empresários, que, para evitar concorrência, atuariam
para reforçar exclusivamente ° aspecto assistencialista do si~
tema, administrando, destarte, contra os interesses dos associa
dos. Nessas condições, em lugar da pretendida hipotética sus
tentaçao, a Colônla persistiria na linha de prestação de servi
ços médicos, odontológicos e coisas semelhantes. :E bom lembrar
os poperes quase absolutos do presidente da Colônia em face
da Assembléia que não pode, "ex-vi" do Art. 17 § 49, autoconvo
car-se em última análise sem anuência da Confederação.
Essa Última observação remete-noS outra vez ao
mencionado caráter soberano da Assembléia. Se nos restringirmos
ã letra do Art. 15, imaginaremos poder esse órgão de delibera
ção coletiva decidir sobre todos os assuntos de interesse da
Colônia, mas na prática é a diretoria quem age sem peias, super
pondo-se ao ente plural, pois este, ao contrário daquela, foi
condenado ao jugo da não autoconvocatoriedade. Cotejem-se, a
propósito dessa momentosa discussão, os Art.27 e 17 §4.9,atentan
do para o fato de que ã diretoria, independentemente das ses
soes ordinárias mensais ali estipuladas, abriu-se a faculdade
de, por provocação de qualquer de seus membros, encontrar-se ex
traordinariarnente sempre que assim o desejar. E, por isso, vai
a vontade da maioria, irremediavelmente,sendo submetida aos
pequenos grupos encastelados nos cargos executivos da Colônia
cumprindo recordar que, para eles, vige o instituto da reelei
çao (§ único do Art. 25).
Em outros estatutos, os legisladores, cedendo
ã realidade, mormente considerando a dificuldade de reunir as
sembléias com mais freq5ência, têm apelado para o instituto do
Conselho Consultivo, espécie de pequena representação perrnanen
temente reunida da assembléia, sendo dotado de poderes nao so
para influir em assuntos corriqueiros, mas também de convocar
o corpo maior sempre que entender necessário. Fique claro que
esse Conselho não elimina nem substitui a Assembléia. Graças a
esse expediente, apenas mantém-se a ação das diretorias debai
xo das vistas dos associados. Dentro do próprio sis~ema ora em
estudo, só que a nível da Federação de Pescadores, Portaria
n9 323 de 03 de junho de 1975 do Ministro da Agricultura, insti
tuiu-se órgão dessa natureza, o Conselho de Representantes (v.
Capítulo VII), eleito pela respectiva P~sembléia Geral com as
apontadas competências: a de examinar os atos da diretoria da
Federação (Art. 20 - alínea c) e a de convocar assembléia (Art.
11 § 29). No entanto, quanto a essa última faculdade, considera.. . ~ ,/;-
mo-Ia_aí lirni tadíssima, daí porque nos perrni timos reiterar os
comentários motivados pelo teor do Art. 17' § 49, do estatuto da,Colônia. Um outro dado interessante está no organograma da Colô
nia Zl de Macapá, onde Dario Franco detectou a existência de um
Conselho de Administração possivelmente dentro dessa mesma pers
pectiva. Tivesse esse sistema outro espírito, animar-nos-íamos
a propor a criaçao, dentro da estrutura das colônias, de um Con
selho formado por representantes das comunidades, escolhidos de
mocraticamenté. Mas isto dependeria de muitíssimos outros aspec
tos: reformabilidade dos estatutos pelos próprios pescadores;
interdição definitiva do acesso dos sócios cooperadores a quàl
quer cargo; maior autonomia às assembléias; revogação de todos
os freios da Confederação à ação da Colônia; fim da exigibili
dade de controle policial sObre os candidatos a cargos; acampa
nhamento do processo eleitoral por parte das comunidades; insti
tuição de escolha democrática em todos os níveis ,'inclusive pa
ra a Confederação Nacional, e para nao nos alongarmos mais nes
se tópico, fim da tutela esta~al sobre os pescadores. Talvez,se
nao muito, essas colocações forneçam pelo menos urna base. teóri
ca, de o~de se tirem hipóteses para tentar explicar as razoes
do generalizado baixo nível de participação dos pescadores nas
Colônias.
Voltemos, isto posto,a uma constatação registra
da no inedigitado trabalho de Dario Francó, pertinentemente a
manifestações de associativismo entre pescadores: as institui
.',
81.
çoes por e les cri adas espontaneamente têm tradição de ampla vi
vência entre eles, passando de geração em geração, indepenàent~
mente de normas escritas ou qualquer outra formalização. Isso
é simplesmente sintomático: as causas do afastamento dos pesca. -dores das colônias. (para usar uma linguagem de cunho positivi~
ta, que nao nos agrada, vale dizer) parecem repousar menos no
chamado caráter dos próprios pescadores, do que no autoritaris
mo que reveste e permeia a implantaçao e prática dessas entida
des.
82
4.2. Análise dos Questionários das Colônias de Pesca
Os questionários foram aplicados aos presidentes das
Colônias:
Zl - "Comandante Ferreira da Silva" - Conceição da Barra
Z2 - "Conselheiro Costa Ferreira" - Vila Velha
Z3 - "Almirante Noronha" - Guarapari
Z4 - "Marcílio Dias" - Anchieta
Z5 - "Maria Ortiz" - Vitória
Z8 - "Nossa Senhora dos Navegantes" - Itapemirim
Z9 - "PiÚIna" - PiÚIna
OBS: O presidente da Colônia Z2' que dirige concomitantemente a Fede
ração dos Pescadores, recusou-se a responder.
A seguir, com breves comentários, estão os resultados do levan
tamento.
1. FUNDAÇÃO
Do grupo pesquisado, as mais recentes sao: Z9' cria-
da em 1945 e Z8 em 1966. As demais começaram a existir no período
compreendido entre os anos de 1927 a 1934.
2. ELEIÇÃO
Com exceçao da Colônia de Guarapari, em regime de in
tervenção desde 1977, sob a alegação do não aparecimento de candida
to para assumí-la, as outras tiveram suas atuais diretorias eleitas,
no período de junho de 1982 a março de 1983. Entretanto, é preciso
assinalàr que o resultado dessas eleições significou garantir o ter
ceiro mandato consecutivo das atuais diretorias de Conceição da Bar
ra, Anchieta, Itapemirim e PiÚIna. A Colônia "Maria Ortiz", de Vitó
ria, tem situação mais grave ainda, pois seu presidente está no exer
cício desse cargo, ininterruptamente, há 13(treze) anos.
Para Vitória e PiÚIna há menção expressa ã chapa úni
ca, no último pleito, regra essa que, parece ter prevalecido igual
mente para todas as restantes, como está a indicar o fato de que
taiS eleições, sem exceção alguma, apenas perpetuaram nos cargos os
mesmos diretores, servindo, por isso mesmo, de mero anteparo formal
para as manobras de um grupo que se apoderou dessas entidades e, ao
que tudo indica, não está disposto a correr o risco de submeter-se
ao referendo dos pescadores.
83
3. COMPOSIÇÃO DA DIRETORIA E PRO-LABORE
Não foram colhidas informações pertinentemente aos
ocupantes dos cargos das diretorias e da interventoria, o que seria
de extrema validade para conhecer-se mais acerca do grupo que hoje
domina as colônias do Espírito Santo. Nesse sentido seria interes
sante saber, por exemplo, se se trata, ou não, de pescadores profi.§.
sionais.
No caso de Vitória, por ocasião da aplicação do
questionário da comunidade da Praia do Suá, maior produtor do grupo
reunido sob a Colônia Z5' foi apontado pelos pescadores, na condi
ção de mais expressivo comprador de pescado, o Senhor C~SAR STOCCO,
que acumula as seguintes posições: 1) Intermediário de Pescado - co
merciante estabelecido na praça de Vitória, possuindo a "Peixaria
Capixaba ll que funciona no mesmo logradouro onde está sediada a Colô
nia Z5' praticamente em frente a ela; 2) Proprietário de Infraestru
tura Frigorífica - composta de duas câmaras de resfriamento, com ca
pacidade total de 20 toneladas; 3) Armador - dono de três barcos
pesqueiros, importando em 17 toneladas de T.B.A.; 4) Presidente --tia
Colônia de Pescadores Z5 - em cujo exercício encontra-se continua
mente há, pelo menos, 13 (treze) anos, numa diretoria de que partici
pa, corno tesoureiro, um seu irmão, Armando Stocco. Com isso reflita
-se, mais uma vez, sobre os comentários ensejados pelo § 14 do Art.
24 do Estatuto.
QUADRO 38 - Sistema de Pro-labore das Colônias de Pesca do Espírito
Santo
mensalcada
Colônia
Zl Conceição da Ba~ra
Z3 Guarapari
Z4 Anchieta
Sistema de Pro-labore
· Percentual (20%) sobre a arrecadação mensal que é pago apenas ao presidente •
· 1 salário mínimo somente para a secretária do interventor.
• No caso de viagens, despesas de gasolina,hotel, etc, além de 1 salário mínimo para a Secretária.
· Não há.
• Percentual sobre a arrecadaçãopresido = 15%; 2 diretores = 7,5%um.
• No caso de viagens, despesas de gasolina,hotel, etc.
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
84
Desconhecido o volume de arrecadação, não se tem
idéia do que representam os percentuais. E,nas hipóteses de
inexistência de Pro-labore em virtude da cobertura de despesas
de viagem, só através' de auditoria contábil será possível apu
rar a magnitude e procedência dos valores gastos a esse título,
para, então, compará-los com a outra sistemática (a dos percen
tuais). O que parece estranho é que haja tanta diversidade e
indefinição de critérios de remuneração de diretorias, quando
se sabe que as colônias, como de resto as federações e a confe
deração, têm, como já visto, estatutos de inspiração verdadeira
mente draconiana.
4. COMPOSIÇÃO DO QUADRO SOCIAL
Uma informação básica deixou de ser investigada,
no quadro social, na medida em que não se quantificou a categ~
.. tria de sócios colaboradores.
Os encargos devidos pelos pescadores às colônias
variam bastante em termos de valor e modalidade, situação que
contrasta flagrantemente com o rigor normativo dos estatutos,
ainda mais a informação quanto ao caráter aleatório do dízimo
cobrado em Vitória. (QUADRO 39).
5. PARTICIPAÇÃO
Confirmando os juízos emitidos na precedente ana
lise dos regulamentos, apresentam-se os dados de participação
pesquisados, a saber: número de pescadores em dia com suas con
tríbuições, de reuniões realizadas e de respectivos presentes a
elas.
O percentual de pescadores em dia com suas con
tribuições e em geral m~nor~tário, porém, em Anchieta, ultrapas
sa 50%, nao chegando a cair abaiXo de 25% nas demais. Isso tal
vez seja conseqüência do fato de que, para obter os serviços as
sistenciais de que precisam, os associados tenham de manter
seus encargos em estado de regularidade, sob pena denicarem
sem atendimento.
A realização de reunioes, por sua vez, so foi re
gistrada em CONCEIÇÃO DA BARRA, ANCHIETA e VITORIA. Nas outras
nada aconteceu, o que contradiz as informações colhidas sobre
as eleições. Dito em poucas palavras, impossível dar crédito
QUADRO 39 composição do Quadro Social.
NÇ> de Pescadores Pagamento Cobrança de Dizimo ReuniõesColônia Em dia comColon.i:zados contribuições
Forma Valor (Cr$ ) Existência Modalidade NÇ> Realiza N9 Médio Predas 1982 sentes
Cr$ 100,00Conceição Barra 1.200 556* mensal 450.000,00(1) sim mensais 3 25
Guarapari (2 ) 100 400 anual 2.000,00 nao
Anchieta 280 160 anual 2.600,00 nao 3 60
.1.800 600 anual 4.000,00 sim 1 a 5% do pro 3 40
Vitóriaduto,dependendo da vontadedo pescador
Itapemirim 1. 391 360 anual 4.000,00 nao
Piúma 300 90 mensal 340,00 nao
(*) Dados de 1982
(1) Total arrecadado
(2 ) Sob intervenção desde 1977
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
\- O)
V1
86
as declarações de realização desses pleitos no ano de 1982, em I'l'A
PEMIRIM e PIOMA, se a estatística de assembléias não consigna ter
acontecido qualquer encontro naquele período. ~ bom lembrar, além
do mais, que a inexistência de reuniões constitui também violação
do disposto no artigo 23 do Estatuto, que determina a realização, o
brigatória, de uma assembléia anual, para efeito de deliberação e
julgamento do relatório e das contas da diretoria atinentes ao exer
cício financeiro anterior.
Verificando, agora, os números dos comparecentes às
reuniões nas mencionadas colônias onde elas aconteceram, nota-se
que essas presenças foram insignificantes, chegando a 21,43% dos
pescadores colonizados somente na Z4' mas ficando abaixo de 2,3% em
Vitória e Conceição da Barra, o que revela uma participação insufi
ciente para garantir que as eleições ali supostamente realizadas em
1982 tenham atingido o "quorum" de 20% dos associados, conforme exi
ge o Estatuto no § 11 de seu Artigo 24. Nesse sentido, um exercício
mesmo superficial com os números poderá suscitar algumas hipóteses
elucidadoras:
A)
Vitória
1800 associados
3 reuniões
40 sócios presentes, em média
Supondo realizadas as eleições, o "quorum" fixado pe
lo Estatuto- artigo 24, § 11 7 seria de 360 votantes. Ora, se às
duas outras reuniões declaradas não houvesse comparecimento algum,
o que é absurdo, pois pelo menos a obrigatória do artigo 23, que é
Ordinária, implica deliberação com qualquer número, a média de com
parecimentos, computando-se as 3 reuniões, seria muito superior aos
40 sócios informados.
Dessa maneira, ou o entrevistado sonegou informações,
e e preciso saber o porquê dessa conduta, ou o processo.eleitoral
nao seguiu a norma regulamentar.
B)Conceição da Barra
1200 associados
3 reuniões
25 sócios presentes, em média
Utilizando o mesmo raciocínio, teríamos um "quorum"
de 240 votantes, numero que puxaria a média para muito mais que os
25 comparecentes que se fez constar do questionário. Logo, as con
clusões são exatamente as que se chegou em Vitória.
Para complementar este item sobre participação, há
duas perguntas mais qualitativas:
87
3.3. "Como se dá a participação dos pescadores nas decisões?"
5.1. "0s pescadores participam ativamente da vida da colônia?
Como?"
De um modo geral, os respondentes alegaram nao par
ticipação dos pescadores, não se podendo omitir a menção que se faz,
em CONCEIÇÃO DA BARRA e GUARAPARI, ao fato de os pescadores prefer~
rem discutir as questões da colônia fora de suas sedes, optando por
fazê-lo nas ruas e bares. Curioso que, segundo o informante da pri
meira dessas duas entidades, alguns pescadores, em torno de 5 a 10%,
têm participado, ou seja de 60 a 120, posto que ali estão registra
dos 1200 profissionais. Ocorre, entretanto, que esses números estão
superando em muito os minguados 25 consignados na pergunta sobre o
número médio de comparecentes às assembléias lá realizadas em 1982,
o que reforça as conclusões de que ou deve ter havido omissão de in
formações, ou há irregularidades no processo eleitoral.
VITORIA, por sua vez, registra a mesma ausência de
participação dos pescadores, mas esclarece o entrevistado que suas
reuniões são convocadas por edital e, mais do que isso, a cüíonia
se desloca para as comunidades, porque é difícil trazê-los até a se
de. Vale acrescentar que essas gestões da colônia não têm respaldo
nas declarações coletadas junto às comunidades pesquisadas, pergun
ta 7.1., muito até pelo contrário, há pescadores reclamando a ausen
cia 'de sua instituição representativa, como Praia do Canto, Jacaraí
pe, Santa Cruz, Manguinhos, Barra do Riacho e Nova Almeida.
Em Piúma, assinalou o entrevistado que nunca foi ne
cessário fazer reuniões, assertiva que se coaduna perfeitamente com
a inexistência de reuniões declarada no respectivo item deste ques
tionário.
ITAPEMIRIM esclarece que os pescadores so procuram a
colônia quando dela necessitam, explicação que parece nao diferir
muito da de Anchieta, cujo dirigente entende que a participação dos
pescadores na colônia se dá, apenas, para usufruição dos beneficios
oferecidos. Não se pode deixar de notar que, nessa última, apesar
disso, foi dito que os pescadores discutem os problemas com a colô
nia, Capitania dos Portos e EMATER, o que contrasta com a outra ma
nifestação.
88
QUADRO 40 - Como se dá a Participação dos Pescadores nas Decisões
e na Vida da Colônia de Pesca.
Colônia
, ,Conceição._,0 Barra
Guarapari
Anchieta
Vitória
Itapemirim
PiÚIna
da
Resumo das 'respostas
3.3. Pescadores discutem problemas nas esquinas, ruas e bares. Só vão à colônia5 a 10%
5.1. Alguns participam efetivamente 5 a 10%
3.3. Peixarias, bares, ruas
5.1. Só procuram quando necessitam
3.3. Discutem os problemas com a colôniarc~
pitania dos portos e EMATER
5.1. Usufruindo os benefícios
3.3. As reuniões são convocadas por edital.A colônia se desloca para as comunidades r porque é difícil trazer os pesc~
dores até a sede.
5.1. Não há participação" ,
3.3. Não há participaçao
5.1. Só procuram quando necessitam
3.3. Falta de interesser nunca foi necessa-rio fazer reuniões. Bãsta- urrl contatodo Presidente com os pescadores.
5.1. Não há participação
,PONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
Em suma r as colocações dos diversos informantes
em nada alteram o que já se ponderou sobre a questão da part~
cipaçao dos pescadores no processo decisório das colônias: os
pescadores em nada opinam r tampouco são motivados a fazê-lo.
Por outro lado, não há indícios de que as colônias propiciem
condições objetivas para aumentar esse nível ;de participação ,
pois os esforços propalados nesse sentido a prática tem revela
do mais fnuto de um discurso r do que de passos efetivamente da
dos por seus atuais dirigentes, com vistas a envolver os pesca
dores na vida das instituições que teoricamente os representam.
Não se atribuam, por outro lado, os motivos desse alhearnento
a pretensas características culturais dessa parcela da popula
ção, na medida em que ficou evidenciado que, de sua iniciati
va, há interesse e discussões, sô que informalmente e fora do
âmbito da categoria. E r por causa disso, novamente deve ser
pensada a questão do autoritarismo, como sugerido na conclusão
da análise dos estatutos.
896. SERVIÇOS PRESTADOS
O levantamento estruturou-se em dois níveis, o de
"ASSISTENCIALISMO" e o de "APOIO 'A PESCA", tendo os dirigentes en
trevistados prestado as informações seguintes:
QUADRO 41 - Serviços Assistenciais Prestados pela Colônia de Pesca
Assistencialismo
Colônia
Médico
C. Barra Sim
Guarapari
Anchieta Sim
Vitória Sim
Itapemirim Sim
PiÚIna Sim
Dentista
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Encaminhamento
FUNRURAL
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Advogado
Sim
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
QUADRO 42 - Infraestrutura ou Serviços de Apoio a Pesca, de Propri~
dade das Colônias de Pesca.
Apoio à Pesca
ColôniaTrapiche ou Instalação decais de de-sembarque Frios
Postos p/venda Insumos queao
consumidor fornece
C. da Barra Sim (1) Sim
Guarapari
Anchieta - (2)
Vitória Sim
Itapemirim Redes, linha,anzol,bóias,tralhas ecordas.
PiÚIna
(1) Encontra-se avariada
(2) Possui oficina mecânica própria para atendimento aos pescadores.
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
Mesmo reconhecendo que as perguntas foram cons
truídas com alternativas fechadas, ensaiou-se uma pequena
abertura, na parte de ASSISTENCIALISMO, para tentar obter da
dos um pouco mais livremente. O resultado não surpreende em
momento algum: CONCEIÇÃO DA BARRA, ANCHIETA e VITORIA mostra
ram alguma atividade a nível de promoção de funerais, distri
buição de leite (convênio com a LBA) e medicamentos, e enca
minhamento a laboratório de análises clínicas (FUNRURAL).
A tabulação das respostas mostra que a dedica
ção central das colônias é à prestação de serviços assisten
ciais, enquanto que o apoio à pesca está em segundo plano.Nes
se particular, apenas duas têm peixaria, e entre elas, a de
Vitória, cujas instalações limitam-se a um prosàico balcão do
tado de balança, sem possuir qualquer equipamento de refrige
raçao, nem mesmo uma simples geladeira, em que pese consti
tuir sua localização excelente ponto comercial, situado em~,
rua de grande movimento, onde tem como concorrentes mais duas
peixarias, uma delas a de propriedade do Presidente da Colô
nia Zs.
A atribuição de pleitear para seus associados
as concessões legais relativas a terrenos de marinha, previ~
ta na alínea f do artigo 49 dos estatutos, não foi mencionada
por qualquer dos informantes. Mas quando examinada a situação
dos pescadores em face dos terrenos onde vivem e trabalham,no
formulário próprio, flagrou-se a geral falta de documentação,
além do olímpico distanciamento nos casos em que comunidades
inteiras estão à mercê da ação de especuladores e grileiros ,
submetidas assIm ao risco de expulsão dos locais que sao in
dispensáveis à contrnuidade de seu trabalho.
Uma outra função dessas instituições, a de
promover a organização de cooperativas entre seus filiados ,
nos termos da alínea "d" do artigo 49 do regulamento, não con
segue passar do estratosférico plano das boas intenções. Não
é absurdo, pois, sublinhar que o desempenho real das colônias
no atinente ao "APOIO A PESCA" permite suspeitar que t.nada
acontecerá em termos de cooperativismo, no que depender de
seus atuais dirigentes. Ainda assim, compulsem-se as respos
tas colhidas:
91
QUADRO 43 - Resumo das Respostas dos Presidentes de Colônia de Pes
ca sobre a Possibilidade de Organização de uma Coopera
tiva de Pescadores Artesanais.
Colônia
Conceição da Barra
Guarapari
Anchieta
Vitória
Itapemirim
PiÚIna
Como encara a possibilidade da organização deuma cooperativa de pescadores artesanais?
Como uma boa opçao para a classe.
Acredita mais num trabalho junto as colônias,porque elas já existem.
Difícil
Não funcionará porque os pescadores estão muitodispersos e não desejam agrupar-se.
Boa idéia, pois as cooperativas de leite e cafétêm dado certo. Acha que resolveria o problemada comercialização e do gelo. E atualmente opescador está mais. conscientizado.
No início nao havia interesse. Hoje, já existeuma conscientização maior, principalmente, dosdonos de barcos financiados pelo BNCC.
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
Na mesma linha abstrata, sem tomar um posicionamento
decisivo, está o papel que os dirigentes pesquisados vislumbram pa
ra a colônia no processo de instituição da cooperativa:
QUADRO 44 - Resumo das Respostas dos Presidentes de Colônias de Co
mo Podem Contribuir na Constituição de Cooperativas
.Colônia Resumo das Respostas
Conceição da Barra Com apoio das pessoas a altura de desenvolver oprojeto.
A presidência .- conversando pescads::Ja vem com os
Guarapari res e eles acreditam num trabalho conjunto coma colônia constituindo as estruturas ,- necessá~
rias.
Anchieta Doando o terreno para a construção da Cooperativa.
Vitória A colônia nao possui condições de ajudar e nemve possibilidade de êxito.
Itapemirim Apoia no que necessário for, principalmente dou-trinando o pescador.
PiÚIna Dará total apoio, pois sente necessidade.
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
92
A resposta de Guarapari é inconsciente quando compa
rada com os quest ionários das cinco [5 t comunidades locais, onde a
cooperativa está sendo reclamada por quatro delas MEA::tPE, SANTA MO
NICA, PEROCÃO e JABARAI. Apenas em SETIBA não surgiu essa reivindi
cação. Portanto, tudo está a indicar que o desejo de reforçar exclu
sívamente a colônia, sem instituir cooperativa, é muito mais uma
idiossincrasia do dirigente entrevistado do que pensamento dos pes
cadores.
Na colônia Z9' narrou-se o sucedido com uma malogra
da cooperativa, mas, ino-stantemente essa experi~ncia, sua direção
se posiciona favoravelmente à proposta.
7. SEDE
Todas as colônias visitadas t~m sede própria,
estado e o seguinte:
QUADRO 45 - Condições em que se encontram as instalações das
nias de Pesca
cujo
Colô-
Colônia Condições em que se encontram asinstalações
Conceição da Barra Em boas condições.
Regulares, necessitando reformas . Há projeto•
Guarapari para construção de ambulatório mais amplo que
o atual.
Anchieta Regulares
Vitória Em boas condições
Regular, necessitando ampliação para reuniãoItapemirim dos sócios.
PiÚIna Regulares, necessitando reformas.
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
93
8. PROBLEMAS ENFRENTADOS PELA CQLQNIA
Os principais problemas enfrentados pelas colônias
de pesca existentes no Estado do Espírito Santo.
QUADRO 46 - Resumo dos Problemas Enfrentados Belas Colônias
Colônia Resumo dos Problemas
Conceição da Barra Dificuldades com o trabalho da EMATER
Guarapari Falta de assistência médica
Anchie.ta Falta de mais convênios
Vitória Falta de recursos financeiros para desenvol-ver atividades
Itapemirim Falta de convênio com FUNRURAL
PiÚIna Falta de recursos para compra de materialde pesca, para revendê-lo aos pescadores.
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
De um modo geral, no diagnóstico de suas dificuldá
des, houve um balizamento do ASSISTENCIALISMO, a partir de que se
identificaram as carências. De acordo, então, com esse modo de ver
as coisas, está tudo bem, faltando somente alguns recursos para
que as mesmíssimas atividades, sem inovação alguma, continuem sen
do executadas.
QUADRO 47 - Apoio Pretendido pelas Colônias para Solução dos Pro
blemas, a Curto Prazo
Colônia Expectativa
Conceição da Barra Técnico para elaborar projeto e orçamento dareforma geral das instalações de frios.
Convênio com o FUNRURAL e construção de umaGuarapari secretaria, liberando a atual para assistên-
cia médica.
Anchieta Apoio do governo através da LBA e do hospi-tal local.
Aquisição de - embarquejdesembaruma area para
Vitória que, bem como de implantação de est.aleiro p~
ra reparos. Nesse mesmo local seria criada apeixaria.
Itapemirim Convênio com FUNRURAL
PiÚIna Reforma das instalações atuais.Recursos para comprar material de pesca.
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto de 1983.
94
As respostas nao fogem ao padrão comentado, em
que o ASSISTENCIALISMü parece ser o eixo principal, todavia em
Vit6ria a t8nica ª diversa, voltando-se a preferência para o se
tor de "APOIO À PESCA li ..
9. CONCLUSÃO
:E: comum que, em análisES de instituições de pr~
tenso caráter representativo de uma categoria profissional, os
pesquisadores procurem, cotejando respectivos discurso e práti
ca, revelar nesta as contradições daquele. Estas linhas, entre
tanto, não comportam sequer tal tratamento, na medida em que as
contradições emergem ainda no nível do próprio discurso. Dito
em poucas palavras, a esta altura dos acontecimentos soaria fal
so afirmar que a prática das col8nias de pescadores sediadas no
Espírito Santo está muito distante dos prop6sitos que o Minist~;
rio da Agricultura fez constar da parte "in fine" do artigo 19
de seus estatutos, quais sejam, a representação e a defesa dos
direitos e interesses dos seus associados. Soaria falso por
que, no próprio contexto regulamentos emergiram inúmeras limita-çoes que, mais do que simples dificuldades, singelamente poem
por terra qualquer desempenho que não se dê sob o controle do
Estado. Para dizer com clareza, o discurso aí nao:pretendeu
ocultar nada, e, o que é píor, a prática não o desmentiu, antes
pelo contrárIo.
Entretanto, maís do que nos artigos dos regula
mentos, deve-se buscar apreender a vísao do mundo que lhes pr~
sidi~ a elaboração, e aí, sim, estará na mão o verdadeiro dis
curso, consistindo no pensamento de uma classe, matér.ia-prima
de que o Estado se valea para construir seus disciplinamentos.
:E: o Poder público que determina a obrigatorieda
de de pertencimento dos pescadores a seus quadros e, como con
tra partida, junge todos a um sistema de prestação de serviços
puramente assistencial. Por trás disso, duas contradições: pri
meiro, o paternalismo inçado de ambigfiidades, que dá
médico, dentista e outros servi'ços do gênero, através de diver
sos convênios, envolvendo a gestão das co18nias na preocupaçao
de torná-los eficientes, pois s6 assím haverá arrecadação de
anuidades, mesmo que as direções pretendam administrar no senti
do da representação e defesa de interesses, o que nao e o caso
das col8nias pesqueiras. Por outro lado, a submissão do pesca
95
dor a um rígido quadro normativo, à luz de que ele não pode em
momento algum assumir a condução de seus próprios interesses,
até p::n:que- está decretà.~ a incapacidade do trabalhador do mar, so
bretudo pelo atrelamento dos órgãos de base a urna direção na
cional de cuja eleição ele não participou, mas que, mesmo as
sim, tem poder de vida e morte sobre as colônias. Esse mesmo
poder absoluto, paradoxalmente, se qociliza para permitir que
empresários assumam a direção dessas entidades, reforçando sua
dimensão assistencialista, em detrimento dos benefícios pote~
ciais que dela poderiam advir em termos da organização dos pr~
dutores, coletivamente, em padrão alternativo ao da exploração
das indústrias e do sistema de comercialização.
B o mesmo Estatuto que exige atestado da polícia
política do pescador pretendente a cargo eletivo na colônia,
mas que não acompanha o desenrolar-se do processo eleitoral
fiscalizando se os editais convocatórios são mesmo publicados,
ou se não são colocados por trás das portas dos prédios das co'
lônias, inacessíveis, portanto, àqueles que têm de lê-los.
-4 ~ 3.' Especi::icac;ão da Hatriz Institucional
A princípio tudo se encaminhava para que as colô
nias de pescadores desempenhassem um papel de maior projeção na
condução deste projeto. Esse propósito esbarra/entretanto/com se
rias limitações objetivas de três ordens: primeiro, sentindo-se
desde a mobilização das comunidades, há urna imensa desconfiança
dos pescadores em relação à colônia, não sendo poucas as suas ma
nifestações nesse sentido, deixando claro que nada fariam se esco
lhida essa alternativa; segundo, que ficou patenteado, à socieda
de, na pesquisa junto às colôniasrque estas têm vocação nitidame~
te assistencialista, não interferindo no apoio à produção; terce~
ro, a submissão das colônias institucionalmente ao interesse de
empresários, inclusive registrando-se o caso de intermediários de
pescado que estão na presidência dessas entidades. Por todas es
sas razões, a equipe inclinou-se pela adoção de um sistema ..-tinde
pendente de associações que fortaleceria, em muitas comunidades,
esquemas organizativos informais vivenciados pelos pescadores, c~
mo grupos de venda e similares, dentro da proposta
dualista já detalhada no precedente item acerca da
neste relatório.
educativa gra
metodologia
Essas associaçoes merecem um pouco mais de pormeno
rização. Pensa-se em constituir trê?, urna com sede em CONCEIÇÃO
DA BARRP., com abrangência atê Linhares;' a segunc.a, em ITÂPEMIRIM,,'
com Jurisdição até PiÚÍaa é a' terceiràcx:ril s'e:1e em BARRA IX) RIl'"l.rno.Em cada localidade, existirão núcleos da associação, com respaldo
de CONSELHOS COMUNITÁRIOS, matriz da ASSEMBL:t:IA de Sócios, de que
a diretoria do núcleo será delegada. Prevê-se que, além da ASSEM
BL:t:IA, exista um CONSELHO CONSULTIVO, que será eleito por ela,
com poderes de convocá-la, servindo corno supervisor e fiscal da
DIRETORIA, ficando estabelecida uma forte amarração entre a asso
ciaçao e as respectivas comunidades constituintes. Com isto, evi
tar-se-á que as DIRETORIAS, órgão executivo, se sobreponham aos
associados, pois as bases, dentro dessa proposta, dispõem de um
sistema constante de acompanhamento, além da ASSEMBL:t:IA, que não
se reúne permanentemente. Cabe ponderar apenas que esse esquema
completo não surgirá repentinamente, da noite para o dia, mas sua
estruturação ocorrera de forma lenta e gradativa, assegurando-se
ampla discussão entre os pescadores de forma continuada ao longo
de todo o processo educativo / e, o que é mais importante, marcan
do sua implantação com características profundamente democráticas
nao por artifícios meramente retóricos, mas de práticas
de organização - ver organograma.
97
efetivas
Apesar disso, a equipe entende que seria melhor pre
servar os pescadores, ao máximo, da violentação que quase sempread
vém desses elaborados esquemas formais. Porém, não há como fugir
aos esquemas vigentes de encaminhamento de fluxos de recursos entre
as entidades que exigem personificação jurídica dos grupos que se
rão beneficiados pelo projeto. Dessa forma, não existe abertura pa
ra a experimentação de ensaios organizativos, bem mais consentanea
mente, pois, com a prática social dos pescadores artesanais brasi
leiros. Por cansativo que seja, retorne-se ainda uma vez mais ãabordada questão das organizações informais, vista neste relatório,
quando se comentou o estatuto das colônias.
Antes de serem enfocados os demais aspectos desta ma
triz, há que colocar dois últimos pontos do tema associação. Um, a
participação direta da EMATER/ES, no Conselho Consultivo, durante o
prazo do programa de Assistência Técnica. Outro, a possível modifi
caça0 do organograma ora sugerido, sem a perda, quer da qualidade~t
jurídica da pessoa, quer do caráter democrático que a reveste, espe
cia1mente seu elo de ligação com as comunidades.
Feitas essas considerações, convém passar ao exame,
sucintamente, do papel que se espera de outras instituições públi
cas e privadas envolvidas pelo projeto V, anexo II:
· EMATER-ES - execuçao do projeto de Assistência Técnica e partici
paçao no Conselho Consultivo das Associações.
· Prefeituras Municipais de Vitória, Vila Velha, são Mateus, Anchie
ta, Guarapari e Serra - concessão gratuita de área do interior
dos respectivos mercados para operação das peixarias.
• Governo do Estado - através do sistema GERES/BANDES financiamento
do capital de giro das associações.
· Governo do Estado SEAG/EMCAPA - convênio para compra de pescado
das associações para se destinar ao restaurante dos funcionários.
• Governo do Estado SEAG/EMATER-ES - convênio para compra de pesca
do das associações para uso do restaurante (CALiR).
Governo Federal: Min. Minas e Energia - CST - convênio para com
pra de pescado das associações para uso do restaurante em Tubarão.
· Governo Federal: M.M.Energia ~ CVRD - convênio para compra de pe~
cado das associações para uso do restaurante.
• Governo Federal: M.Trabalho - SESC/SENAC - convênio para compra
de pescado das assoc~ações para uso do restaurante dos comerciá
rios e Hotel Escola.
98
• Governo Federal: M.Exército - 389 B.I - convênio para compra de
pescado das associações para se destinar à guarnição do batalhão
sediado em Vila Velha .
• Governo Federal: M.Marinha - EAMES - convênio para compra de pe~
cado das associações para se destinar ao rancho da Escola de
Aprendizes localizada em Vila Velha.
Governo Federal: M.Agricultura - COBAL - convênio para compra de
pescado salgado das associações para distribuição nos postos da
rede SOMAR, bem como concessão de box para instalação de peixa
ria no Hortomercado de Vitória.
4.4. FUTURO ORGANOGRAMA DA ASSOCIAÇÃO AO FINAL DO PROCESSO DE ASSIST~NCIA T~CNICA
IMPLANTAÇÃO PROGRESSIVA
COMUNIDADE A
CONSELHOCOMUNITÁRIO
COMUNIDADE B
CONSELHOCOMUNITÁRIO
COMUNIDADE C
CONSELHOCOMUNITÁRIO
COMUNIDADE D
CONSELHOCOMUNIT1\RIO
CONSELHO CONSULTIVO(COMUNIDADES E EMATER/ES)
c=nIRETORIA I
CONSELHO FISCAL
100
4.5. Área de Abrangência das Associações
4.5.1. ASSOCIAÇÃO DO NORTE - com sede em CONCEIÇÃO DA BARRA, abran
gendo os seguintes núcleos:
- QUADRADO
- SEDE (Conceição da Barra)
- ITAONAS
4.5.2. ASSOCIAÇÃO DO CENTRO- - com sede em BARRA DO RIACHO, abrange~
do os seguintes núcleos:
- BARRA DO RIACHO
- NOVA ALMEIDA
- JACARAIpE
- MANGUINHOS
- PRAIA DO SUÁ
- BARRA DO JUCU
- PONTA DA FRUTA
- PRAINHA
- GUARAPARI
- MEAIpE
,t
4.5.3. ASSOCIAÇÃO DO SUL - com sede em ITAPEMIRIM, abrangendo os se
guintes núcleos:
- ITAIPAVA
- ITAPEMI RIM
- MARATAIzES
- PIOMA
- ANCHIETA-SEDE
- UBU
101
4.6 - Beneficiários
A implantação das três Associações de Pescadores deve
rá beneficiar diretamente, no 39 ano, cerca de 515 pescadores artesa
nais e gerar 59 empregos diretos. Portanto, considerando-se uma média
de 5 dependentes por família, teremos um total de 574 famílias e
2.870 dependentes beneficiados, que atualmente encontram-se inseri
dos na faixa de baixa renda.
De modo geral, a população também será beneficiada, p~
dendo adquirir um produto de melhor qualidade, a preços mais acessí
veis.
Para um melhor entendimento, anexamos um Quadro conten
do a relação entre o total de pescadores artesanais existentes no Es
tado e os pescadores a serem beneficiados diretamente pelo Projeto.
QUADRO 48 - Relação entre Total de Pescadores/Pescadores Beneficiados
"Total de Pescadores
Associação~
Pescadores Beneficiados o
(A) (B) (B/A)
Norte 453 140 30
Centro 793 115 15
Sul 2.539 260 10
TOTAL GERAL 3.785 515 14
FONTE: Pesquisa de Campo SEAG/ES Agosto/83.
1025. OBJETIVOS GERAIS
Os objetivos do projeto "Apoio à Pesca Artesanal ll
identificam~se às diretrizes mais amplas do atual Governo do Espír~
to Santo no sentido de apoiar a população de baixa renda, e promo
ver ao máximo a participação popular, principalmente a nivel de pla
nejamento.
Dentro dessa linha, o projeto surge como uma tent~
tiva de integração do setor pesqueiro tradicional à dinâmica da so
ciedade abrangente, ao mesmo tempo em que pretende melhorar as con
dições de vida do pescador artesanal que, permanecendo à margem do
desenvolvimento social, têm numa série de intermediários seu prin
cipais vínculos com o mercado onde se realizam seus produtos. Esses
intermediários, além de expoliar os pescadores comprando sua produ
ção a preços excessivamente baixos, também têm majorado os preços
do produto ao consumidor.
Na atual situação, a sobrevivência do pescador ar
tesanal encontra-se seriamente ameaçada e, neste sentido, o projeto... .~.
busca resgatar ao produtor o controle de seu trabalho, alem de pro-
piciar condições para o desenvolvimento autônomo de toda comunidade
estruturada em torno da pesca.
Com este propósito, pretende-se atingir os seguin-
tes objetivos:
· Proporcionar o aumento da renda líquida do pesca
dor artesanal, melhorando assim as condições de vida de sua família.
• Promover a valorização da pesca artesanal no to
do da produção social.
• Implementar uma infra-estrutura básica de comer
cialização de pescado e distribuição de insumos, para se conseguir,
pelo menos, minimizar a ação do primeiro intermediário.
· Introduzir tecnologias mais racionais as ativida
des de captura, processamento e distribuição do pescado de forma a
propiciar uma melhor utilização dos recursos naturais, materiais e
humanos disponíveis no setor.
· Aumentar o poder de barganha do pescador artesa-
nal.
• Organizar os pescadores em Associações auto-ges
tionáveis e independentes, fundamentados numa estruturaparticipati
va.
103
· Resgatar a identidade do pescador artesanal en
quanto grupo cultural.
· Aumentar a produção pesqueira estadual a níveis
condizentes com a utilização ótima do potencial pesqueiro disponí
vel.
· Oferecer ao consumidor um produto de melhor qu~
lidade higiênico-sanitária, e a preços mais acessíveis.
.. .
104
6. METAS
Em vista dos objetivos propostos para o projeto, se
guem-se, então, as respectivas metas.
· Construir um Entreposto Pesqueiro em Conceição da
Barra para recepção, manipulação, refrigeração e expedição de pesca
do, com capacidade para estocar 3.000 kg de pescado.
· COnstruir em Conceição da Barra uma unidade para
salgar 200 kg de pescado "in natura"/dia.
· Construir em Conceição da Barra uma peixaria com
capacidade para 200 kg pescado/dia, onde o pescado será vendido, pe
lo pescador artesanal e seus familiares, diretamente ao consumidor.
de pescado, com
· Construir um Entreposto Pesqueiro
para recepção, manipulação, refrigeração e expedição
capacidade para estocar 4.000 kg de pescado.
em Vila Velha
· Construir um Posto de Coleta em Barra do Riacho
para recepçao, manipulação, resfriamento e expedição de pescado, com,t
capacidade para estocar 2.000 kg de pescado.
· Construir um Posto de Coleta em Guarapari para r~
cepção, manipulação, resfriamento e expedição de pescado, com capaci
dade para estocar 2.000 kg de pescado.
• Equipar a peixaria local com um Freezer para 200
kg de pescado e uma balança para 20 kg.
· Equipar a peixaria da Praia do Suá, de proprieda
de da Colônia ZS' com um Freezer para 300 kg de pescado e uma balan
ça para 20 kg.
· Construir um Entreposto Pesqueiro em Itapemirim
para recepção, manipulação, refrigeração e expedição do pescado, com
capacidade para estocar 11.000 kg de pescado.
· Construir um pOsto de Coleta em Itaipava para re
cepção, manipulação, resfriamento e expedição do pescado, com capac~
dade para estocar 2.000 kg de pescado.
· Construir um Posto de Coleta em PiÚIDa para recep
ção, manipulação, resfriamento e expedição do pescado, com capacida
de para estocar 2.000 kg de pescado.
· Construir em PiÚIDa uma unidade para salgar 200 kg
de pescado "in natura"/dia.
· Construir em PiÚIDa uma peixaria com capacidade pa
ra 200 kg pescado/dia~ onde o pescado será vendido, pelo pescador e
seus familiares, diretamente ao consumidor.
105
· Reformar e equipar com um Freezer para 200 kg e
uma balança para 20 kg, a peixaria existente em Anchieta.
· Nuclear os pescadores artesanais e suas famílias
para operaçao das peixarias, Postos de Coleta e Entrepostos, visan
do a progressiva auto-gestão.
· Organizar os pescadores em grupos de apoio à ins
talação progressiva dos equipamentos.
· Organizar três(3) Associações de Pescadores, uma
com Sede em Conceição da Barra, outra com Sede em Barra do Riacho e
a última com Sede em Itapemirim, com estrutura administrativa com
posta por Conselhos Comunitários, Assembléia Geral, Conselho Consul
tivo, Conselho Fiscal e Diretoria.
106
7.0. RESUMO DA' PROPOSTA
7.1. Infra-estrutura
7.1.1. Colônia de Pesca Zl - Conceição da Barra
- Implantação de um Entreposto de Pesca com:
a) fábrica de gêlo;
b) silo de gêlo;
c) câmara frigorífica;
d) sala para salga de pescado (mistura que vem no arrasto de
camarão) i
e) bomba de óleo combustível.
Implantação de uma peixaria equipada, na sede, onde os pe~
cadores e familiares farão a venda do pescado diretamente
ao consumidor.
7.1.2. Colônia de Pesca Z2 - Vila Velha
- Implantação de um Entreposto de Pesca com:
a) fábrica de gêlo;
b) silo de gêlo;
c) câmara frigorífica;
d) bomba de óleo combustível.
7.1.3. Colônia de Pesca Z3 - Guarapari
- Construção de um posto'de coleta na Comunidade de Guarap~
ri;
- Garantir junto à Prefeitura Municipal, um espaço no Merca
do Municipal já existente na sede, onde os pescadores e
seus familiares farão a venda direta do pescado para o con
sumidor;
- Aquisição de equipamentos para o Mercado Municipal da sede
(freezeres, balanças, etc.)
7.1.4. Colônia de Pesca Z4 - Anchieta
- Aquisição de equipamentos para o Mercado de Peixe de An
chieta;
- Caixa isotérmica na Comunidade de UbÚi
7.1.5. Colônia de Pesca Z5 - Vitória
107
7 . 1. 5 . 1. Vi t ór i a
- Aquisição de Freezer para o Mercado da Colônia de Pesca da
Praia do Suá;
- Box para venda do pescado, pelos pescadores, no Mercado da
Vila Rubim e Hortomercado da Praia do Suá (COBAL);
7.1.5.2. Comunidade de Jacaraípe
Ponto de venda móvel (triciclo)
de Somar;
próximo a Mercearia da Re
7.1.5.3. Comunidade de Barra do Riacho
- Construção de sala isotérmica;
7.1.6. Colônia de Pesca Z8 - Barra do Itapemirim
- Implantação de Entreposto de Pesca na sede, com:
a) fábrica de gêlo;
b) silo de gêlo;
c) câmara de resfriamento. .. ;
- Construção de Posto de Coleta em Itaipava;
- Construção de trapiche em Itaipava;
- Bomba de óleo combustível em Itaipava;
7.1.7. Colônia de Pesca Z9 - PiÚIDa
Construção de Posto de Coleta;
- Implantação de peixaria equipada, para uso dos pescadores
e familiares;
- construção de sala para salga de pescado (principalmente
peroá) ;
- Bomba de óleo combustível.
7.1.8. Estratégia de Ação
7.1.8.1. Recepção e Transporte do Pescado
A produção de pescado deverá ser recebida nos três
entrepostos a serem construídos em Conceição da Barra, Vitória e
Itapemirim e nos demais postos de recepção, distribuídos conforme
consta no Resumo das Propostas de infra-estrutura. Nos entrepostos
o pescada será recepcionado, lavada, inspecionado, classificado,.~~
sado, acondicionado em monoblocos com gelo, estocado em câmaras fri
goríficas ou distribuído para ser comercializado no mercado interno.
108
A comercialização interna será realizada nos boxes
ou postos de vendas alugados ou adquiridos para venda do produto
direto do pescador para o consumidor e através de uma kombi isotér
mica que atuará nas feiras livres da Grande Vitória. Também deve
rão ser firmados convênios para fornecimento de pescado a rede ho
teleira, hospitais, orgaos e entidades ligados ao Setor Público Fe
deral e Estadual.
Para coletar o excendente da produção das unidades
para ser armazenada nos entrepostos, será necessário a aquisição
de três (3) caminhões isotérmicos de médio porte. Estes caminhões
também serão utilizados na distribuição de insumos (isca, gelo, o
leo, etc ... ) dos três entrepostos para as demais estruturas a se
rem implantadas nas comunidades.
O excedente da produção da Associação de Pescadores
do Centro deverá ser armazenado no entreposto de Itapemirim, cami
nho natural do pescado exportado para o Rio de Janeiro.
A construção das estruturas serão moduladas, poss~
bilitando a ampliação, quando necessária, sem os incovenientes de
obras que atrapalhem as operações do estabelecimento. ~I
O fluxograma operacional deverá atender as normas
técnicas e sanitárias minimas exigidas pelo SIPA, para este tipo
de atividade.
109
<.
7.2. Assistência Técnica
7.2.1. Associativismo..
Em linhas gerais, a EHATER-ES, em todas as loca
lidades beneficiadas pela insbUàç~ de pontos de venda, deverá
nuclear pescadores artesanais com vistas à operação dessas pei
xarias. Para tanto, a equipe de campo contará com a participa
ção do especialista em co~ercialização que subministratá todo
apoio teórico e prático para o desenvolvimento do projeto, com
preendendo o treinamento dos pescadores para supervisão(gestão)
do empreendimento, formação de pessoal específico para opera
ção propriamente dita das lojas - administração,contabilidade,
compra e venda -, acompanhamento permanente através de asses
soria e avaliação junto e com pescadores, esperando-se que es
tes, ao final de um ano, tenham condições de sozinhos levaDI
adiante os negócios.
Paralelamente, serão constituídos os Conselhos
Comunitários, ou seja, dentro do mesmo movimento de animaçao
do subprojeto básico de nucleação. Está claro para a equipe
que essas ações deverão considerar a história presente e passa
da das comunidades, tirando-se, na medida do possível, partido
das experiências vivenciadas pelos pescaddres. Esse processo
passa pela formalização do grupo, mediante o registro de uma
associaçao de pescadctres. Porém,o trabalho da Assistência Téc
nica, não é demais repetir, prossegue até que os empreendimen
tos apresentem condições de auto-sustentação, o que deverá
ocorrer dentro de um ano de atuação.
Nos casos em que está prevista a dotação de fá
bricas de gelo e salas ou caixas isotérmicas, a comerciali
zação tem dimensão maior, implicando a participação conjunta
de comunidades mais distantes fisicamente, exigindo, por con
seguinte, um esforço maior de organização. Deve, então, o Pro
jeto de Assistência Técnica, a partir mesmo da primeira 'nu
cleação,ir motivando os produtores para essa modificação,ações
que deverão ocorrer no contexto da própria instalação das pei
xarias, nao se constituindo em movimento isolado, mas fortemen
te integrado.
110
Está implícito que a contribuição dos técnicos da
equipe de Coordenação e dos consultores contratados ocorra, seja~ao
nível da elaboração de toda a parte teórica, planejando cursos, en
contros, seminários e, acima de tudo, uma sistemática de avaliação,
seja ao nível da execução, o que significa vivenciar ao lado dos
pescadores, permanecendo fisicamente junto com eles, no trabalho de
erguimento dessas novas entidades.
7.2.2. Extensionismo
Como tarefa inicial do esforço de nucleação, já
dentro do processo de criação das peixarias, sugere-se um curso de
Direitos e Deveres, onde, mais do que legislação, trabalhe-se sobre
a visão que os pescadores têm de si mesmos e da sociedade envolven
te.
Pensa-se, além disso, que a difusão de conhecimen
tos sobre o funcionamento dos equipamentos, suas necessidades em
termos de manutenção e operação, devem ser passados aos pescadores,
ainda que estes não vão diretamente assumir essa ~Tesponsabilidâde,... t
mas como elemento auxiliar do processo de gestão. Por mais que pare
ça óbvio, não pode deixar de figurar na programação a difusão de co
nhecimentos sobre sociedades, cooperativas, sistemas de crédito, fi
nanciamento, gestão comunitária, mas dentro de uma orientação peda
gógica ativa, que não conceba os pescadores como ignorantes a quem
é preciso transformar, mas que os respeite como homens, cujas idé
ias são importantes para o sucesso do projeto, quanto as dos técni
cos. Para ser coerente com essa diretriz fundamental de respeito ao
homem do mar, é preciso que as atividades a serem desenvolvidas não
se distanciem da respectiva prática social, razao pela qual desca
bem os processos coerentes de transmissão de comhecimentos que têm
de ser substituídos por formas mais dinâmicas, críticas e integra
das ã experiência concreta dos beneficiários, constituindo-se em mo
mentos de toda uma prática e uma simples teoria.
Ainda que isto seja cansativo, a equipe quer enfa
tizar que deverá se introduzir na prática, a reflexão sem qualquer
afastamento dela, e levando-a em consideração, como ponto de parti
da da ação transformadora dos pescadores sobre a realidade, e não a
dos técnicos. Os pescadores certamente hão de recusar esquemas tra
dicionais de transmissão, simplesmente porque estes sistemas não fo
raro concebidos para eles e, mais do que isso, sua introdução signi
fica pura e simplesmente o exercitamento de uma dominação que só re
produzirá a situação vigente, daí porque esse conhecimento acabado,
eficaz, supostamente científico, disfarçado sob um artesanal de ap~
111
relhos da tecnologia moderna, simplesmente nao serve aos propósitos
deste projeto, nem encontrará ressonância no universo cognitivo dos
pescadores. Ao contrário, a situação de privação dos pescadores re
flete os mesmos princípios ideológicos que jazem detrás desse conhe
cimento, para quem a distribuição da riqueza se dá apenas em função
da competência ou da incompetência dos indivíduos isoladamente, sem
ver que isso decorre de uma ideologia que mantém os que são explora
dos na crença até de uma certa "justiça" do processo de dominação a
que estão submetidos.
o projeto, ao contrário, sem pretender nenhuma revo
lução social, parte da suposição de que tanto quanto a falta de pr~
priedade dos insumos, a visão do mundo imposta ao pescador é compo
nente da expoliação, correspondendo a uma forma de organização da
produção de pescado em que o produtor nao tem papel hegemônico, e
por isso é expropriado do fruto de seu trabalho. Para os que elabo
raram este projeto, a transformação começa pelo restabelecimento da
confiança do pescador em si mesmo, pelo resgate de sua identidade,
pelo desnudamento do papel que tem no contexto da produção. _ .Isto
nao quer dizer que o projeto tenha outro objetivo além dos já assi~'
nalados, afinal espera-se apenas que tudo isso permita que o pesca
dor aumente sua produtividade e tenha maior participação nos resul
tados de seu trabalho.
7.2.3. Aspectos Administrativos
Uma equipe multidisciplinar constituída por técni
cos das áreas de Ciências Sociais, de Ciências Econômicas e de Co
mercialização, funcionando ligada à Coordenação Estadual do Progra
ma de Pesca, junto à Secretaria de E~tado da Agricultura, exercerá
a supervisão técnica do projeto, tanto em sua linha metodológica,
quanto nas suas metas quantitativas.
Consultorias deverão ser alocadas de acordo com o
andamento do projeto, sendo recomendadas as seguintes áreas: Direi
to, Contabilidade, Administração, Arquitetura, Engenharia Civil e
Portuária, Instalação de Entrepostos e Refrigeração, suprindo assim,
as atividades não cobertas pela equipe mas necessárias ao ,__ esquema
de supervisão estabelecido.
A EMATER-ES providenciará a lotação de um engenhei
ro de pesca no escritório que mantém no município da SERRA, para a~
sistência às comunidades ali locaiizadas, além das de VITORIA, AP~
CRUZ e VILA VELHA. Será instalado'um escritório em PIÚMA, dotado de
engenheiro de pesca, para atendimento às comunidades lá estabeleci
das e às de ANCHIETA. Nos demais escritórios nos municípios envolvi
112
dos pelo projeto, a saber: ITAPEMIRIM, GUARAPARI e CONCEIÇÃO DA BAR
RA, deverão contar com um Engenheiro de Pesca. Serão, por outro lado
contratadas 3(três) Assistentes Sociais para lotação em ITAPEMIRIM,
SERRA e CONCEIÇÃO DA BARRA, que, além das atividades específicas des
te projeto, supervisionarão o trabalho das extensionistas domésticas
que nele continuarão em exercício.
Todas essas particularidades serão objeto de cl~usu
las de convênio a ser celebrado entre a SEAG e a EMATER-ES, discipl!
nando a execução do projeto de Assistência Técnica.
113
8. LOCALIZAÇÃO E DIMENSIONAMENTO
8.1. Localização
A localização dos equipamentos a serem implantados p~
lo Projeto,obedeceram a alguns critérios e fatores que serão descritos
a seguir:
a) os terrenos onde deverão ser implantados os
mentos, foram escolhidos juntamente com os
res, em reuniões realizadas nas comunidades
raso
equip.§:
pescadS2,
pesque~
de desembarque, por
pontos de eventuãl
bl alguns fatores foram levados em consideração na
colha do local, tais como:
- condições de acesso aos pontos
terra e por água, bem como aos
comercialização do pescado;"
es
disponibilidade de terrenos adequados, que nao one
rem o custo de implantação do Projetoi
facilidade de acesso a meios de comunicação, agua,
energia elétrica, etc.;
infra-estrutura já existente nas comunidades, e
sua distribuição ao longo do litoral; e,
proximidade ao ponto tradicional do desembarque de
pescado de cada Comunidade.
c) o que limitou o número e a localização dos entrepo~
tos, postos de coleta, caixa isotérmica e peixarias,
foram os fatores citados anteriormente, além de toda
uma gama de informações necessárias para se fazer
uma análise de viabilidade econômico-financeira, co
mo por exemplo, número de familias de pescadores
existentes na comunidade, número de pescadores, n9
de embarcações, volume de produção, tipo do pescado,
espécies capturados, volume de pescado que deverá
ser comercializado para as Associações, etc.
114
Para um melhor entendimento da distribuição espacial
dos equipamentos a serem implantados, anexamos dois mapas do Espírito
Santo, um contendo os principais pontos de desembarque de pescado e o
outro, os principais equipamentos a serem implantados ao longo do lito
ral do Estado. (Figura 01 e Figura üZ).
8.2. Dimensionamento das Unidades
8.2.1. Associação de Pescadores do Norte
8.2.1.1~ Entreposto de Conceição da Bárra
· Da produção total da colônia (5.170 kg/pescado/dia) ,
cerca de 70% está comprometida com intermediários e empresas locais,
sendo os 30% restantes comercializado livremente na comunidade.
· Para efeito de dimensionamento, optou-se por
lhar inicialmente com um volume de 1.000 kg/pescado/dia, que
ponde a aproximadamente 20% da produção total da colônia.
traba
corres
· Considerando-se que das 363 embarcações existentes na
colônia, 334 são de propriedade de pescadores e a produção m~dia de
14,21 kg de pescado/embarcações/dia, deduz-se que com a produção de
70 embarcações chega-se ao valor usado para o dimensionamento(l.OOOkg/
pescado/dia) .
· Deve-se consíderar que a unidade a ser implantada em
Conceição da Barra, deverá operar durante 300 dias/ano e possuir uma
Câmara Frigorffica-eom capacidade para estocar o pescado por no máximo
3 (três) dias, acondicionado em caixas plásticas com gelo, at~ que se
consiga um volume suficiente para ser exportado principalmente para os
mercados de Vitória, Bahia, Rio de Janeiro, são Paulo, Santos, etc.
· Baseando-se no exposto anteriormente, chega-se ao se
guinte dimensionamento, para o Entreposto a ser construido em Concei
ção da Barra:
a) Área suja coberta para recepção, pesagem e lavagem
de pescado, com 22,09 m2.
b) Salão para classificação, inspeção, pesagem, acondi
cionamento do pescado em caixas plásticas com gelo,
com 23,00 m2.
ESTADO DO ESPIRITO SANTO 115
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Santo, 1984.
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FIGURA 02. Localizaçio dos Principais Equipamentos a serem Impla~
tados no Litoral do Espírito Santo 1984.
117
c) Câmara Frigoríficacom capacidade para estocar 3.000
kg de pescado, acondicionado em caixas pl~sticas com
gelo, na proporção de 0,5 kg de gelo/l,O kg de pesca
do, com 16,46 m2.
C~lculo eapacidade da Câmara
· 1.000 kg pescado x 3 dias = 3.000 kg de pescado
acondicionado em caixas plásticas com gelo.
capacidade das caixas pl~sticas = 17,0 kg de pe~
cado + 8,5 kg de gelo.
· 3.000 kg ~ 17,0 kg ~ 177 Cx pl~sticas com 17,0
kg de pescado + 8,5 kg de gelo.
· considerando-se os dados apresentados anterior
mente, chega-se ao dimensionamento de uma camara-,,'
para estocar 6 blocos de 4 caixas, em pilhas com
8 caixas = 6 x 4 x 8 = 192 caixas plásticas com
0.73 x 0.44 x 0,25 m cada.
Resumindo as informações apresentadas anteriormente, te
remos:
- Capacidade Câmara Frigorificac= 3.000 kg pescado
- Área Otil = 16,46 m2
pé direito = 3,60 fi
Regime =
d) Fábrica de Gelo
Para o dimensionamento da fábrica de gelo, os
ces us~dos foram os seguintes:
indi
- acondicionamento interno: 0,5 kg de gelo/l,O kg de
pescado.
- uso nas embarcações: 1,0 kg de gelo/l,O kg de pe~
cada.
transporte pescado/veículo: 0,5 kgde gelo/l,O kg
de pescado.
Demanda de gelo nos dias em que houver transporte do
excedente (2.000 kg/pescadol.
gelo/estocar pescado camara
abastecer embarcações
transporte pescado/veículo
SUBTOTAL
perdas de 10%
necessidade total/gelo/dia
500 kg
1.500 kg
1. 000 kg
3.000 kg
300 kg
3.300 kg
118
- ~Nos dias em que nao houver transporte a demanda sera de
2.200 kg de gelo.
Dos modelos convencionais existentes no mercado, o que
mais aproxima-se do dimensionamento é o gerador de gelo em escamas com
capacidade nominal de produç~o para 4,0 t/24 hs.
A área útil da sala do gerador de gelo deverá ser de
16,65 m2.
e} Silo de Gelo_ ,;,-f
Como o gerador de gelo devera atender a demanda do
projeto com folga, optou-se pela construção de um
silo com capacidade para estocar uma vez e meia(1,5)
e produção diária de gelo, o que equivale à 6 tonela
das.
f) Apoio ao Setor Frigorífico
A area útil da casa de máquinas deverá ser de 10,00
m2 e possuir os seguintes equipamentos:
- um compressor de êmbulo para amônia, capacidade p~
28.000 kcal/h tempo de 20 oc/ ora a uma - + 35 c;
- um condensador evaporativo com capacidade para
60.000 kc~l/h, completo;
recipiente para amôniaco com capacidade para 500
litros, completo;
- um gerador de gelo em escamas, automático, com ca
pacidade de produç~o para 3.600 kg/24 hs, completo;
- um separador de líquidos horizontal, completo;
um quadro de comando elétrico para 220 volts, 60
ciclos.
119
g) Dep6s~to com 8,00 m2.
hl Almoxarifado geral com ~rea fitil de 19,84 m2.
i1 Prédio de Administração com:
- Sala I.F 11,21 m2
- Vesti~rio I.F 2,96 m2
- WC I.F 2,88 m2
- Administração 11,21 m2
- WC Administração 2,96 m2
- Admin~stração 11,21 m2
- Copa 2,88 m2
- Vesti~rio Feminino 9,06 m2
- Vesti~rio Masculino - 9,06 m2
- WC Pescadores 7,60 m2
TOTAL 71,03 m2
j) Unidade para Salga com capacidade para benefi'éiar
200 kg de pescado "in natura"/dia, com 64,61 m2.
L) Sistema de Abastecimento de Água.
- Cálculo do Consumo Água/dia
· Consumo humano:
IF
Administração
Operários
Pescadores
Total
2
7
6
5
20 pessoas
20 pessoas x 35 1 = 700 1
Abastecimento dos Barcos =
· Lavagem do Pescado
2.000 1
1.000 kg x 41/kg = 4.000 1
· Lavagem Caixas Pl~sticas
60 cx x 4 l/cx = 240 1
· Fabrica de gelo.
Para produzir em média
2.750 kg gelo/dia + 10% de perdas = 3.000 1
120
. Lavagem de Pisos
internos 26 m2 x 20 1/m2 520 1
externos 18 m2 x 10 1/m2. 180 1
SUBTOTAL 10.640 1
Folga - de "picol! 3.360 1para epocas
TOTAL 14.000 l
Sugere-se a colocação de um reservatório para 4.000 li
tros sobre a sala do gerador de gelo e uma cisterna com capacidade p~
ra 17.500 1, dotada de bomba de recalque.
m) Sistema de Abastecimento de 61eo Combustível
Considerando-se que o Entreposto deverá abastecer di
ariamente; 50% das embarcações quenão possuem víncu
lo de dependência com as empresas locais (21 embar
cações), e que segundo dados de Pesquisa real~~ada
pela SEAG em Agosto/83, o consumo médio/dia/embarca
ção é de 20 litros de óleo diesel, chega~se a segui~
te demanda:
11 embarcações x 20 íL, = 220 ~./dia
. 220 I),,/dia x 17 dias pesca/mês = 3.740 Q,fmês
Acredita-se que com um reboque pipa com capacidade para
1.000 litros, equipado com medidor volumétrico colocado próximo ao tra
piche, será possível resolver o problema do abastecimento de óleo com
bustível. Este reboque deverá ser reabastecido no Posto mais próximo,
no máximo de 4 em 4 dias. O deslocamento do reboque deverá ser feito
pelo caminhão isotérmico da própria Associação de Pescadores.
8.2.1.2. Peixaria de Conceição da Barra
. Da produção total diária da Sede (3.461 kg/pescado) ,
cerca de 60% esta comprometida com as 3 (três) empresas de pesca que
atuam na comunidade. Este pescado é beneficiado e comercializado para
intermediários; armazens, peixarias e supermercados de outras praças,
principalmente de Vitória, Rio de Janeiro, são Paulo, Santos e Minas
Gerais. O restante é consumido a nível local ou vendido diretamente
à pequenos intermediários locais e de outras praças.
121
Para efeito de dimensionamento da peixaria, tomou-se
como base, cerca de 200 kg de pescado/dia, ou seja, em torno de 5% da
produç~o diãria da Sede. (3.461 kgl.
· Considerando-se que a produção média diãria/ embarca
ção é de aproximadamente 15 kg de pescado, conclui-se que com a produ
ção de 13 Ctreze) embarcações, atinge-se o valor usado para dimensio
namento, que é de 200 kg/pescado/dia. Este baixo rendimento/embarca
ç~o, observado na comunidade, é justificado, pois, das 226 embarca
çoes da Sede, 212 são canoas e caíques e apenas 14 barcos ã motor.
· A cómunidade apresenta um fluxo normal de turistas
praticamente durante todo ano, provocando uma demanda mais ou menos
constante de pescado, sem grandes saz·ohalidades.
· A comunidade comporta, sem maiores problemas, outra
peixaria, desde que o produto seja vendido a um preço mais acessível
do que os praticados nas existent@s no local. ~ •
. Baseando-se no exposto anteriormente, chega-se ao se
guinte dimensionamento para a peixaria e os equipamentos a serem im
plantados em Conceição da Barra:
a) Construção de uma peixaria com capacidade para 200kg
de pescado e ãrea útil de 20,25 m2.
b) Aquisição de 1 Cum) freezer com capacidade para 200
kg de pescado "in natura 11 •
c) Aquisição de 1 (uma) balança Mod. L, com capacidade
para 20 kg.
di Aquisição de 10 (dez) caixas plásticas - tipo Guana
bara (GOYANAl, ou similar, para manipulação e expos~
ç~o do pescado.
e) Aquisição de 1 (um) depósito para lixo (vísceras) es
camas, e te. ) .
122
8.2.2. Associação de Pescadores do Centro
8.2.2.1 - Entreposto de Vila Velha
• A unidade de Vila Velha deverá ser dimensionada
receber o excedente: dos Postos de Coleta de Guarapari e Barra do
cho, além de uma pequena parte do pescado das Comunidades de Praia
Suá e Vila Velha.
para
Ria
do
· A câmara frigorifica deverá ter capacidade para esto
,car o pescado por 2(dols) dias.
· Considerando-se que existe uma previsão para forneci
mento de cerca de 500 kg de pescado "in natura"/dia, através da .. venda
direta nas feiras livres da Grande Vitória, boxes do hortomercado da
Praia do Suá e CEASA e controle de fornecimento, chega-se ao segui~
te dimensionamento:
a) Árêa suja coberta para recepçao, pesagem e
do pescado, com 30,76 m2.
lav~,gem
Total
b} Salão para classificação, inspeção, pesagem, acondi
sionamento em caixas plásticas com gelo, com 37,95m2.
c} Câmara Frigorifica'com, c~pacidade para estocar 4.000
kg de pescado, acondicionado em gelo, na proporçao
de 0,5 kg de gelo, 1,0 kg de pescado, com 271;50 m2.
Cálculo capacidade da camara
1.000 kg pescado Barra do Riacho
1.000 kg pescado Guarapari
500 kg pescado Vitória/Vila Velha
2.500 kg pescado/dia
Considerando-se que 500 kg deverão ser fornecidos dia
riamente, teremos.
2.500 kg - 500 kg = 2.000 kg/dia
2.000 kg/dia x 2 dias = 4.000 kg
• Capacidade caixas plásticas = 17,0 kg pescado + 8,5 kg
gelo
4.000 kg ~ 17,0 kg - 235 Cx plásticas com 17,0 kg de
pescado + 8,5 kg de gelo.
123
. Considerando-se os dados apresentados anteriormente ,
chega-se ao dimensionamento de uma camara para esto
car 8 blocos de 4 caixas em pilhas com 8 caixas =8 x 4 x 8 = 256
caixas plásticas com 0,73 x 0,44 x 0,25 m cada.
Resumindo as informações, teremos:
-- Capacidade camara
- Área útil
- pé direito
Regime
4.000 kg/pescado
27,50 m2
3,60 mOOc
d) Fábrica de Gelo
Para o dimensionamento da fábrica de gelo, os dados
utilizados foram os seguintes:
- Demanda de gelo nos dias em que o caminhão for a
bastecer Barra do Riacho e Guarapari.
· gelo para Posto de B.Riacho 2.000 kg"'f
· gelo resfriar pescado Vitória 250 kg
· gelo resfriar pescado B.Riacho 1.000 kg
· gelo fornecido barcos Vitória 350 kg
TOTAL 3.600 kg
Neste caso, optou-se por uma fábrica de gelo com capaci
dade nominal para 4,0 t/24 hs, que produz em condições STANDARD 3,6 t/
24 hs.
A area útil da Sala de Gerador de Gelo deverá ser de
16,20 m2.
e) Silo de Gelo-Corno praticamente nao existe folga entre a capacida
de de produção do gerador de gelo e a demanda, sug~
re-se a construção de um silo com capacidade para
estocar 9.000 kg de gelo, ou seja, 2,5 vezes a cap~
cidade de produção da fábrica. Esta folga deverá
ser usada no caso de manutenção ou reparo dos equipa
mentos.
f) Apoio ao Setor Frigorifico
A área útil da Casa de Máquinas deverá ser de 16,20
m2 e possui os seguintes equipamentos:
124
- uma unidade compressora para as camaras.
- uma unidade compressora para a fábrica de gelo.
um condensador evaporativo com capacidade para
60.000 k~h, completo.
- um recipiente de líquido (amoníaco).
- um separador central de líquidos.
- um gerador de gelo em escamas, com capacidade de
produção para 3.600 kg/24 hs, completo.
- um quadro de comando elétrico para 220 volts, 60
ciclos.
g) Sala para Beneficiamento de Pescado
Sala com capacidade para beneficiar cerca de 500 kg
de pescado "in natura"/dia Cdescamação, eviceração e
descabeçamento), com área útil de 26,97 m2.
h) Lavagem de Caixas Plásticas
Sala com capacidade para lavar 150 cx plásticas e es
tocar 300, com área útil de 21,52 m2.
i) Almoxarifado Geral com area útil de 19,84 m2.
j) Prédio da Administração com:
- Sala IF 11,21 m2
- Vestiário IF 2,96 m2
WC IF 2,88 m2
Administração 11,21 m2
WC Administração 2,96 m2
Administração 11,21 m2
Copa 2,88 m2
- Vestiário Feminino 9,06 m2
- vestiário Masculino 9,06 m2
WC Pescadores 7,60 m2
TOTAL 71,03 m2
L) Sistema de Abastecimento de Âgua
- Cálculo do consumo de água/dia
. Consumo humano
IF 2
125
Administração 7
Operários 7
Pescadores 9
25 pessoas
25 pessoas x 35 1 = 875 1
· Abastecimento barcos 2.925 1
· Lavagem Pescado
2.500 kg x 4 l/kg = 10.000 1
· Lavagem cx Plásticas
150 cx x 4 l/cx = 600 1
· Fábrica de Gelo 3.500 1
· Beneficiamento Pescado
500 kg x 4 l,/kg = 2.000 1
· Lavagem de Pisos
internos 35,00 m2 x 20 11m2 700 1
externos 30,00 m2 x 10 L/m2 300 1 ",t
SUBTOTAL 20.900 1
Folga - "picol! 6.600 1para epoca
TOTAL 27.500 1
Sugere-se a colocação de um reservatório para 10.000 li
tros sobre a sala de gerador de gelo e a construção de uma cisterna
com capacidade para 17.500 litros, dotada de bomba de recalque.
8.2.2.2. Posto de Coleta de Barra do Riacho
• Da produção total da comunidade (4.515 kg/dia}, cerca
de 90% está comprometida com mascates, que a destinam, principalmente,
para o mercado consumidor da Grande Vitória.
· Atualmente a demanda local é baixa em relação a ou
tros balneários mais conhecidos. A inexistência de uma rede hotelei
ra, também tem contribuido para uma demanda menor.
· Existe um mercado em potencial que poderá ser explor~.. .
do, a medida em que se dote a comunidade de infra-estrutura mlnlma
necessária para comercialização. Um destes mercados, que deve ser .ex
plor~ é o de Aracruz, onde encontra-se instalada a Aracruz Florestal
e Aracruz Celulose, com uma população com poder aquisitivo
rio.
satisfató
126
· Para efeito de dimensionamento do Posto de Coleta, 0E.
tou-se por trabalhar inicialmente com um volume de 1.000 kg de pesc~
do/dia, que corresponde a cerca de 22 % da produção total da comunida
de (4.515 kg pescado/dia).
· Considerando-se que a produção média de pescado da
comunidade é de 95 kg/ embarcação/dia, conclui-se que com o produto de
10 embarcações chega-se ao valor usado para o dimensionamento (l.OOOkg
pescado/dia) .
· De posse das informações acima, optou-se pela impla~
tação em Barra do Riacho de uma Sala Isotérmica com capacidade para e~
tocar o excedente da comunidade por no máximo 2 (dois) dias, acondi
cionado em caixas plásticas com gelo, quando o caminhão da Associação
de Pescadores do Centro o transportaria para o Entreposto de Vila Ve
lha.
· Baseando-se no exposto anteriormente, chega-se aO~1 s~
guinte dimensionamento do Posto de Coleta a ser construido em Barra
do Riacho.
a) Área suja coberta para recepçao, pesagem e acondici
onamento de pescado em caixas plásticas com gelo
16,45 m2.
bl Sala isotérmica com capacidade para estocar 2.000 kg
de pescado, acondicionado em caixas plásticas com
gelo, na pr9Porção de 0,8 kg de gelo/l,O kg de pesc~
do, com 16,80 m2.
- Cálculo de capacidade da sala
1.000 kg pescado x 2 dias 2.000 kg de
pescado acondicionado em caixas plásticas com
gelo.
127
• consíderando-se os dados apresentados, chega-se
ao dímensionamento de uma sala isotérmica para
estocar 4 blocos de 4 caixas, em pilhas com 9
caixas = 4 x 4 x 9= 144 caixas plásticas com
0,73 x 0,44 x 0,25 m cada.
c) Almoxarifado geral com área fitil de 20,00 m2.
d) Prédio de Administração com:
Gerência 11,21 m2
- Administração 11,21 m2
- WC Administração 2,96 m2
- Copa 2,88 m2
- WC Feminino 7,00 m2
- WC Masculino 7,00 m2
- WC Pescador 7,60 m2
TOTAL 49,86 m2
",t
e) Sistema de Abastecimento de Água
- Cálculo do consumo Água/dia.
· Consumo humano
Administração
Operários
Pescadores
la pessoas x 35 1
2
1
7
10 pessoas
= 350 1
· Abastecimento dos Barcos
· Lavagem do Pescado
1.000 kg/dia x 4 l./kg =
Lavagem das caixas plásticas
1. 000 1
4.000 1
60 cx x 4 l/cx
· Lavagem de Pisos
= 240 1
externos
SUBTOTAL
30 m2 x 10 L/m2 300 1
5.8901
Folga para epocas de "pico"
TOTAL
1.110 1
7.000 1
Sugere-se a colocação de 2 reservatórios de 1.000 litros
sobre a _ ante-câmara e uma cisterna com capacidade para
9.000 litros, dotada de bomba de recalque.
128
f1 Si.stema de Abasteci.mento de 61eo Combustível.
- Cálculo do consumo de 61eo Diesel
total embarcações = 48
n9 embarcações a serem abastecidas = 24
consumo médio/embarcações/dia = 20 1
24 embarcações x 20 1 x 2 dias = 960 litros
No caso específico de Barra do Riacho, será usado um
sistema composto por 5 toneis de 200 litros, interligados, fixos e co
bertos, equipado com medidor volumétrico. Este sistema deverá ser a
bastecido de 2 em 2 dias, por um reboque pipa (julieta) com capacidade
para 1.000 litros, tracionado pelo caminhão isotérmico da Associação.
8.2.2.3. Posto de Coleta de Guarapari
· A produção total das comunidades pesqueiras de Guara
pari é de 7.814 kg de pescado/dia.
· Para efeito de dimensionamento do Posto de Coleta, 0E
tou-se por trabalhar com um volume de 1.000 kg de pescado/dia, que
corresp:mde a apenas 13% da produção total (7,814 kg pescado/dia).
· Considerando-se que a produção média de pescado gira
em torno de 100 kg/embarcação, deduz-se que com o produto de apenas
10 das 77 embarcações existentes na comunidade, chega-se ao valor· .usa
do para o dimensionamento U.OOO kg pescado/dia) •
· Tomando-se como base as informações anteriores, 0E
tou-se pela implantação em Guarapari de uma Sala Isotérmica com capaci
dade para estocar o excedente da comunidade por-no máximo dois dias
acondicionado em caixas plásticas com gelo, quando então o caminhão da
Associação do centro o transportaria para o Entreposto de Vila Velha.
Baseando-se no exposto, chega-se ao seguinte dimensiona
mento do Posto de Coleta a ser implantado em Guarapari.
a) Área suja coberta para recepção, pesagem e acondicio
namento do pescado em caixas plásticas, com 15,70m2.
b) Sala isotérmica com capacidade para estocar 2.000kg
de pescado, acondicionado em caixas plásticas com
gelo, na proporção de 0,8 kg de gelo/l,O kg de pesca
do, com 15,20 m2.
129
- Cálculo de capaci-dade da sala.
• 1.000 kg pescado x 2 dias = 2.000 kg de pescado
acondicionado em caixas plásticas com gelo.
· capacidade das caixas plásticas =14,0 kg de pescado + 11,0 kg de gelo
• 2.000 kg de pescado ~ 14,0 kg = 144 cx
plásticas com 14,0 kg de pescado + 11,0 kg
de gelo - proporç~o 0,8 : 1,00
· considerando-se os dados apresentados, chega-se
ao dimensionamento de uma sala isotérmica para
estocar 4 blocos de 4 caixas em pilhas com 9
caixas = 4 x 4 x 9 = 144 cx plásticas com
0,73 x 0,44 x 0,25 m cada
c} Almoxarifado Geral com 15,00 m2.
dt Prédio da Administraç~o com 18,63 m2.
e} Sistema de Abastecimento de Água:
- Cálculo do consumo de água/dia.
· Consumo humano
Administração 2
Operários 3
Pescadores 15
20 pessoas
20 pessoas x 35 1
Abastecimento dos barcos
· Lavagem do pescado
1. 000 kg/dia x 4 l!kg
· Lavagem caixas plásticas
60 cx x 4 l'/CX
=
=
=
=
700 1
500 1
4.000 1
240 1
Lavagem de pisos
externos 30 m2 x lOl/m2 = 300 1
Folga para epoca de "pico"
TOTAL
= 1.260 1
7.000 :1
Sugere-se a colocação de 2 reservatórios de 1.000 li
tros sobre a ante-câmara e uma cisterna com capacidade para 7.000 li
tros, dotada de bomba de recalque.
130
8.2.2.4. Peixaria de Guarapari
· Guarapari possui uma característica diferente da mai
oria dos balneários do Espírito Santo, pois é um dos poucos municípios
que possui vida própria, não dependendo do fluxo de turistas no verao
para sobreviver.
· Devido a existência de um forte sistema de comercia
lização" realizado pelos intermediários locais e de outras praças, 0E
tou-se por começar com uma quantidade menor de pescado, para venda di
~eta ao consumidor, pois é muita pretenção tentar de imediato, romper
esta cadeia de intermediação, que vem atuando no Mercado Municipal a
"algum tempo.
· Para efeito do dimensionamento do equipamento, tomou
se como base um volume a ser comercializado diariamente de 300 kg/pes
cado. Essa quantidade corresponde a cerca de 4% do total produzido no
município, que é de 7.814 kg de pescado. Considerando-se que a prodE
ção média diária das embarcações no município gira em torno de 100 ~g,
deduz-se que, com a produção de 3 (trêsl embarcações, chega-se ao volu
me utilizado no dimensionamento.
· Existe na sede do Município de Guarapari, um JlMerca
do Municipal Jl , bem localizado, onde é feita a venda do pescado ao con
sumidor. Este mercado fica próximo ao canal de Guarapari, local tra
dicional de desembarque do pescado. Atualmente, dos 32 boxes existen
tes no Mercado, apenas 1 Cum) vem sendo usado por pescador e os 31
restantes, explorados por intermediários locais.
· A maior revindicação dos pescadores da comunidade éno sentido de se conseguir junto ã Prefeitura, um espaço no Mercado
Municipal, onde possam vender seu produto diretamente ao consumidor.
· Baseando-se no exposto anteriormente~ chega-se ao se
guinte dimensionamento para os equipamentos a serem implantados em
Guarapari.
a} Cessão por parte da Prefeitura Municipal de Guarapa
ri de um espaço no Mercado Municipal, onde os pesc~
dores possam vender seu produto diretamente ao consu
midor.
b} Aquisição de 1 (um) freezer com capacidade para 300
kg de pescado.
131
c) Aquisição de 1 (uma} Balança, modelo L, com capaci
dade para 20 kg.
d) Aquisição de 15 (quinze) caixas plásticas tipo Gua
nabara CGoyanal, ou similar, para manipulação e ex
posição de pescado.
e) Aquisição de 3 (três) depósito para lixo, visceras,
escamas, etc.).
8.2.2.5. Peixaria da Praia do Suá
um
(Bor
li
para
kg/
diá
• Considerando-se que já existe na Grande Vitória
sistema de comercialização direta ao consumidor bem distribuido
tomercado da Praia do Suá, Vila Rubim, diversas peixarias, feiras
vres}, tomou-se como base, para dimensionamento do equipamento c
peixaria da Colônia Z5' localizada na Praia do Suá, cerca de 300
pescado/dia, o que corresponde a aproximadamente 5% da produção~ I
ria total, que é de 5.465 kg.
-· Considerando-se alnda que, a frota da comunidade e
compostrd por 60 embarcações, sendo 10 (dez) de propriedade de pescado
res é a produção média diária de 91 kg/embarcação, conclui-se que, com
a produção de 3 embarcações, atinge-se ao valor de 300 kg/pescado/dia,
us.ado para dimensionar os equipamentos.
· Baseando-se no exposto, sugere-se equipar o Mercado
de Pescado da Praia do Suá, de propriedade da Colônia, com os seguig
tes equipamentos:
a) Aquisição de 01 Cum} freezer com capacidade para 300
kg de pescado.
b) Aquisição de 01 Cuma} balança modelo L, com capacida
de para 20 kg.
c) Aquisição de 15 (~uinze) caixas plásticas - tipo Gua
nabara (Goyana), ou similar, para manipulação e ex
posição do pescado.
d) Aquisição de 2 (dois) depósitos para lixo (visceras"
escamas, etc.).
132
8.2.2.6. Barraca e Carro para Venda de Pescado em Jacaralpe.
. Cons~derando-se que a produção média diár~a da comuni
dade é pequena, girando em torno de 240 kg de pescado, e que já existe
um s~stema de comercial~zação trad~c~onal, feito de porta em porta do
consumidor, optou-se num primeiro ~omento por:
a) Ponto de venda próx~mo à Mercear~a da Rede Somar,com
barraca desmontável, modelo "Varejão SEAG/COBAL" ,
adaptada para venda de pescado.
b) Aquisição de uma balança de mola suspensa, com cap~
cidade para 20 kg.
cI AqUisição de 3 (trêsl caixas plásticas - tipo Guana
bara CGoyana), ou s~m~lar, para manipulação e exposi
ção do pescado.
d) Aquisição de 1 (um) depós~to de lixo (visceras, esca
mas, etc.).
e) Aquisição de um triciclo para venda direta ao consu
mdor, de porta em porta, de acordo com o sistema
tradic~onal de comercialização praticado atualmente
na comunidade.
f) Aquisição de uma balança suspen~a com capacidade pa
ra 20 kg.
g) Aquisição de 3 (três) ca~xas plásticas - tipo Guana
bara CGoyana) ou similiar, para acondicionar o ,pe.§..
cado em gelo.
8.2.2.7. Barraca para Venda de Pescado em Ponta da Fruta
. Da produção total da comunidade (235 kg/dia), 50% es
tá comprometida com ~ntermediários de Vila Velha. Dos 50% restantes,
parte é consumida pelas famílias dos pescadores e parte vendida dire
tamente ao consumidor local .
. Para efeito de dimensionamento, tomou-se cerca de 20%
da produção total, que é de aproximadamente 50 kg de pescado/dia. Con
133
siderando-se que a frota de Ponta da Fruta é composta por 20lvinte)e~
barcações, sendo 11 de propriedade de pescadores e que a produção mê
dia diária ê de 12 kg/embarcação, deduz-se que, com a produção de 4
(quatro) embarcações, chega-se ao valor utilizado para dimensionamento.
. Considerando-se que o volume de pescado a ser mani
pulado diariamente (50 kg), é pequeno e que atualmente boa parte da
venda direta ao consumidor é feita em uma banca de madeira, em condi
ções precárias, localizada na praia, optou-se em um primeiro
por:
momento
a) Implantação de um ponto de venda para substituir o
que é usado atualmente, por uma barraca desmontável,
modêlo "Varejão SEAG!COBAL", adaptada para venda de
pescado.
b) Aquisição de 3 (três) caixas plásticas - tipo
bara (Goyana), ou similiar, para manipulação e
sição do pescado.
Guana
expo,;,f -
c) Aquisição de 1 (uma) balança de mola suspen,~a com ca
pacidade para 20 kg.
d) Aquisição de 1 Cum) depósito para lixo (visceras, es
camas, etc.)~.
134
8.2.3. Associação de Pescadores do Sul
8.2.3.1. Entreposto de Itapemirim
A produção total diária da Colônia é de 13,463 kg
de pescado, sendo que, cerca de 8S% está comprometida com intermedi~
rios locais, que a destinam principalmente, aos mercados do Rio de
Janeiro, Belo Horizonte e Vitória.
Para efeito do dimensionamento do Entreposto de Pes
ca a ser implantado em Itapemirim, optou-se por trabalhar com um vo
lume de pescado de 1.SOO kg/dia, que corresponde a cerca de 10 à 11%
do total produzido pela Colônia, que é de 13.463 kg.
Deve-se salientar que, para dimensionamento deste En
treposto, outras variáveis deverão ser consideradas, pois este será
o responsável pela exportação do maior volume do excedente de pesca
do da Associação de Pescadores do Sul e do Centro. Para tanto terá
que ser dimensionado para receber o excedente de pescado de Ubú, Piú
ma e Itaipava, além do das comunidades pesqueiras da Associação do
Sul.
Considerando-se que a estocagem do pescado se
por no máximo (3) três dias, teremos a seguinte situação:
- Volume de Pescado de cada comunidade:
• Ubú - 200 kg/pescado/dia
• PiÚIDa - 1.000 kg/pescado/dia
· ltaipava - 1.000 kg/pescado/dia
· Itapemirim - SOO kg/pescado/dia
dará
- Situação do Pescado estocado:
19 dia - 2.000 kg (Ubú + Pi úma) +l.S00 kg (Itaipava + Itapemirim)= 3.S00kg
29 dia - 1. SOO kg (Itaipava + I tapemi rim) = 1. SOOkg
39 dia - 2.000 kg (Ubú + PiÚIDa) +l.S00 kg (Itaipava + Itapemirim)= 3.S00kg
Total 39 dia = 8.S00kg
Prevendo-se uma folga de 2.S00 kg para estocar even
tuais excedentes de pescado, provenientes da AssocLação de Pescado
res do Centro, para ser exportado pela Associação de Pescadores do
Sul, chega-se então ao dimensionamento de um Entreposto com capacid~
de para manipular 11.000 kg de pescado.
Baseando-se nas informações apresentadas, chega-se
ao seguinte dimensionamento:
135
a) Ârea suja coberta para recepçao, pesagem e lava2gem do pescado, com 45,00 m •
b) Salão para classificação, inspeção, pesagem, acon2dicionamento em caixas plásticas com gêlo, com 60,00 m •
c) Câmara Frigoríficacom capacidade para estocar
11.000 kg de pescado, acondicionado em caixas plásticas com gêlo, na
proporçao de 0,5 kg de gêlo/l,O kg de pescado, com 59,40 m2.
cálculo da Capacidade da Câmara:
. 11.000 kg ~ 17,0 kg = 647 caixas plásticas com
17,0 kg de pescado + 8,5 kg de gêlo .
. Considerando-se o dado anterior, chega-se ao di
mensionamento de uma câmara para estocar 21 blo
cos de 4 caixas em pilhas com 8 caixas = 21 x 4
x 8 = 672 caixas plásticas com 0,73 x 0,44 x
0,25 m cada.
Resumindo as informações, teremos:
- Capacidade da Câmara - 11.000 kg
- Ârea útil - 59,40 m2
- pé direito - 3,60 m
- Regime - 00 C
d) Fábrica de Gêlo
Para o dimensionamento da Fábrica de Gêlo, os dados
utilizados foram os seguintes:
400 kg
1.500 kg
1. 000 kg
1. 750 kg
1. 000 kg
500 kg
600 kg
5.750 kg
575 kg
6.325 kg
Sub-total
10% perdas
Total
Demanda de gêlo nos dias em que o caminhão abaste
cer PiÚIDa e Ubú (de 2 em 2 dias).
gêlo para caixa isotérmica Ubú
gêlo Posto Coleta PiÚIDa
gêlo Posto Coleta Itaipava
gêlo resfriar pescado recebido
gêlo fornecido barcos Itaipava
gêlo fornecido barcos Itaipemirim
. reserva para resfriar eventuais
excedentes de Vitória
1. 000 kg
750 kg
1. 000 kg
500 kg
Demanda de gêlo nos dias em que abastecer somente
Itaipava e Itapemirim.
gêlo Posto Coleta Itaipava
gêlo resfriar pescado recebido -
• gêlo barcos Itaipava
• gêlo barcos Itapemirim
. reserva para resfriar eventuais
excedentes de Vitória
Sub-total
10% perdas
Total
136
600 kg
3.850 kg
385 kg
4.235 kg
optou-se por uma unidade com Capacidade Nominal pa
ra 8[0 t/24 hs[ por ser a que mais se aproxima do valor encontrado
no dimensionamento.
Neste caso, a area útil da Sala do Gerador de Gelo2deverá ser de 16,00 m .
e) Silo de Gelo
o silo deverá ter capacidade para estocar 12 t de
gelo[ o que corresponde a 1[5 vezes a produção diária da fábrica.
f) Apoio ao Setor Frigorífico
A área útil da Casa de Máqu:Lnas deverá ser de 27,242m e possuirá os seguintes equipamentos:
- Uma unidade compressora para as camaraSi
- Uma unidade compressora para a fábrica de gelo;
- Um condensador evaporativo com capacidade
60.000 kca1/h, completo;
- Um recipiente de líquido;
- Um separador central de lIquidos;
para
- Um gerador de gelo em escamas, com capacidade de
produção para 8.000 kg/24hs, completoi e,
- Um quadro de comando elétrico para 220 volts, 60
ciclos.
g) Sala Lavagem de Caixas Plásticas
Sala com capacidade para lavar 260 caixas plásticas
e estocar 260, com área útil de 25[16 m2 .
h) Almoxari fado Geral~ útil de 19,84 2
com area m .i) Prédio da Administração com:
Sala IF 11,212- m
Vestiário IF 2,96 2- m
2,88 2- WC IF m
Administré3:ção 11,21 2- m
WC Administ. 2,96 2- m
Administração 11,21 2- m
2,88 2- Copa m
- Vestiário Feminino
- Vestiário Masculino
- WC Pescadores
Total
j) Sistema de Abastecimento de Água
- Cálculo consumo água/dia:
. Consumo humano
IF 2
Ad.ministração 8
Operários 5
Pescadores 15
30 pessoas
9,06
9,06
7,60
71,03
2m2m2
m2m
137
30 pessoas x 35 litros/dia
Abastecimento barcos
. Lavagem Pescado
4.000 kg/dia x 41itros/kg
= 1.050 litros
4 .150 litros
= 16.000 litros
Lavagem Caixas Plásticas
260 cx x 4 litros/cx
Fábrica de Gêlo
=
=
1. 040 litros
8.000 litros
. Lavagem de Pisos
internos 60 2 20 litros/m2 1.200 litrosm x =externos 60 2 10 litros/m2 600 litros- m x =
Sub-total 32.000 litros
Folga epoca "pico" 9.700 litros
Total 41. 700 litros
Sugere-se a colocação de um reservatório para 16.000
litros sobre a sala do Gerador de Gêlo e a construção de uma cisterna
com capacidade para 25.700 litros, dotada de bomba de recalque.
8.2.3.2. Posto de Coleta de Itaipava
A produção total diária da Comunidade é de 8.365 kg
de pescado, sendo que 95% está comprometida com intermediários locais
que os destina principalmente a intermediários do Rio de Janeiro.
Atualmente a única alternativa para o pescador comer
cializar o seu produto é o intermediário, que detêm a posse dos prin--cipais insumos na comunidade (gêlo, isca e óleo). Estes insumos sao
fornecidos pelos intermediários locais, que através de um compromisso
informal, obrigam os pescadores a lhes entregarem toda produção a um
preço aviltado.
138
Acredita-se que com a implantação de um Posto de Co
leta equipado e em condições de fornecer os insumos básicos e um pr~
ço compensador pelo pescado, se consiga minimizar a açao destes in
termediários locais e carrear boa parte da produção para Associação.
Para dimensionamento da sala isotérmica, optou-se
por trabalhar com um volume de 1.000 kg de pescado/dia, que corres
ponde à cerca de 12% da produção total diária, que é de 8.365 kg.
Considerando-se que das 66 embarcações que atuam na
Comunidade, 50 são de propriedade de pescadores e que a produção mé
dia diária é de 126 kg pescado/embarcação, conclui-se que com a pro
dução de 8 embarcações, atinge-se o volume usado no dimensionamento.
Baseando-se no exposto anteriormente, chega-se ao s~
guinte dimensionamento do Posto de Coleta a ser construído em Itaip~
va:
a) Área suja coberta para recepção, pesagem e acond~
cionamento do pescado em caixas plásticas com gêlo - área útil 18,612
m •
b) Sala isotérmica com capacidade para estocar 2.0DO
kg de pescado, acondicionado em caixas plásticas com gêlo, na propor
ção de 0,8 kg de gêlo/l,O kg de pescado, com área útil de 16,00 m2 .-
- Cálculo da Capacidade de Sala
. 1.000 kg pescado x 2 dias = 2.000 kg de pescado
acondicionado em caixas plásticas com gêlo.
Capacidade das caixas plásticas = 14,0 kg pesca
do + 11,0 kg de gêlo.
2.000 kg de pescado - 14,0 kg = 143 caixas plás
ticas com 14,0 kg de pescado + 11,0 kg de gelo
proporção 0,8: 1,0 .
. Considerando-se os dados apresentados, chega-se
ao dimensionamento de uma sala isotérmica para
estocar 4 blocos de 4 caixas em pilhas com 9 cai
xas 4 x 4 x 9 = 144 caixas plásticas com 0,73 x
0,44 x 0,25 m cada.
c) Almoxarifado geral área útil de 15,00 2com m .
d) Prédio da Administração com:
Administração 12,95 2- m
WC Administração 2,80 2- m
WC Pescadores 2,88 2m
Total 18,63 2m
139
e) Sistema de Abastecimento de Água
cálculo do Consumo Água/dia:
Consumo humano
Administração 2
Operários 1
Pescadores 7
10 pessoas
10 pessoas x 35 litros
Abastecimento barcos
Lavagem Pescado
1.000 kg/dia x 4 litros/kg
Lavagem Caixas plásticas
60 ex x 4 litros/ex
=
350 litros
1.000 litros
4.000 li tros
240 litros
Lavagem Pisos
Externo - 30 m2 x 10 litros/m2
Sub-total
Folga épocas "pico"
Total
300 litros
5.890 litros'" '1.110 litros
7.000 litros
Sugere-se a colocação de 2 reservatórios de 1.000
litros sobre a ante-câmara e uma cisterna com capacidade para 7.000
litros, dotada de bomba de recalque.
f) Sistema de Abastecimento de Oleo Combustível
Cálculo do Consumo de Oleo
N9 embarcações a serem abastecidas - 25
Consumo médio/emb/dia - 80 litros
25 emb x 80 litros = 2.000 litros
8.2.3.3. Posto de Coleta de PiÚffia
A produção total diária da Comunidade é de 7.244 kg
de pescado, sendo que cerca de 70% está comprometida com intermediá
rios locais, que as destina aos mercados de Vitória, Rio de Janeiro
e são Paulo. Os 30% restantes são comercializados na própria comuni
dade, através de peixarias locais ou diretamente no ponto de desem
barque.
Num primeiro momento, optou-se pela implantação em
Piúma de um Posto de Coleta, peixaria e uma unidade para salga devi
damente equipada.
140
Para efeito de dimensionamento da Sa la isotéL11lica [
optou-se por um volume de 1.200 kg de pescado/dia, que corresponde
à 17% do total produzido (7.244 kg) [ ou a uma de 50% do pescado
disponível (não comprometido com intermediários). Deve-se salien
tar que diariamente deverão ser retirados 200 kg deste total, para
ser salgado.
Considerando-se que das 70 embarcações que atuam
na Comunidade [ 45 são de propriedade de pescadores e que a produ
ção média diária é de aproximadamente 100 kg de pescado/embarcação,
conclui-se que com a produção de (12) doze embarcações [ atinge-se
ao valor usado para dimensionamento.
Analisando-se o fluxo de comercialização do Estado,
nota-se que a maior parte do pescado salgado aqui consumido tem si
do importado[ principalmente de Santa Catarina e Rio Grande do Sul
e que existe um mercado satisfatório para o produto[ principalmen
te no interior do Estado, onde a população não tem acesso ao pesca
do "in natura". Baseando-se nestes fatos, sugere-se a implantação
em PiÚIDa de uma unidade para salga com capacidade para 200 kg d~1
pescado/dia. Esta unidade deverá beneficiar e salgar, principalme~
te o Peroá[ pescado abundante na região. Atualmente, . o pescador
tem recebido pelo Peroá "in natura" em torno de Cr$ 80[00 a
Cr$ 100,00 por kg. A associação poderá comprar o produto do pesca
dor por um preço mais vantajoso e ainda vender o pescado salgado
por um preço bem acessível.
Tomando como base as informações apresentadas ante
riormente, sugere-se o seguinte dimensionament.o para o Posto de Co
leta a ser implantado em Piúma:
a) Ârea suja coberta para recepçao[ pesagem e acon
dicionamento do pescado[ com área útil de 16[45 m2
2.000 kg
com area
b) Sala isotérmica com capacidade para estocar
de pescado, acondicionado em caixas plásticas com gêlo,
útil de 16[80 m2
c) Almoxarifado geral com área útil de 15[00 m2 .
d) Prédio da Administração
• Sala administração
· WC Administração
· WC Pescadores
Total
com:
12,95
2[80
2 [88
18[63
2m
2m
2m
2m
e) Unidade de Salga com capacidade para 200 kg pe~
cada "in natura" e área útil de 64[61 m2
•
141
f) Sistema de Abastecimento de Água
Cálculo Consumo Água/dia.
Consumo humano
Administração
Operários
Pescadores
- 2
- 4
- 9lSpessoas
15 pessoa s x 35 li tros
Abastecimento barcos
Lavagem Pe s ca do
1.000 kg/dia x 4 litros/kg
Lavagem de Caixas Plásticas
60 ex x 4 litros/ex
=
=
525 litros
1. 000 litros
4. O00 li tros
240 li tros
Lavagem Pisos
externo - 30 m2 x 10 li tros/m2 300 litros
interno (salga) 65 m2 x 20 litros/m2 1.300 litros
Beneficiamento Pescado (salga)
200 kg pescado x 5 litros/kg =Sub-total
Folga epoca "pico"
Total
1. 000
8.365
2.635
11.000
litros
li tros
li tros
litros
Sugere-se a colocação de três (3) reservatórios para
1.000 litros sobre a salga, dois (2) sobre a ante-câmara para abast~
cer a administração e a peixaria e uma cisterna de 9.000 litros, do
tada de bomba de recalque.
g) Sistema de Abastecimento de Oleo Combustível
Total embarcação 57
Embarcações a serem abastecidas
57 emb x 40% = 22
Consumo médio/dia = 40 litros/emb.
22 emb. x 40 litros/dia = 880 litros/dia
O sistema de abastecimento poderá ser idêntico ao em
pregado em Barra do Riacho.
8.2.3.4. Peixaria de PiÚffia
Da produção total diária (7.244 kg de pescado), 70%
é vendida a intermediários locais, que a destinam a intermediários
de Vitória, Rio de Janeiro e são Paulo.
A venda do pescado para os consumidores locais,
feita, em sua maioria, no Mercado Público, alguns armazéns e
peixarias existentes na comunidade.
142
..e
nas
Para efeito de dimensionamento da peixaria,tomou-se
corno base cerca de 200 kg de pescado/dia, o que corresponde a ape
nas 2,8% da produção diária (7.244 kg). Deve-se salientar, que de
início, optou-se por este baixo percentual, devido a existir na co
munidade um satisfatório sistema de fornecimento de pescado ao con
sumidor. No caso de PiÚIDa, o dimensionamento da estrutura física,
sera realizado, prevendo uma expansão da capacidade de comercializa
çao.
Considerando-se que a fro ta da comunidade é compos
ta por 70 embarcações, sendo (45) quarenta e cinco de propriedade
de pescadores e que a produção média diária é de aproximadamente
100 kg/pescado/embarcação, conclui-se que, com a produção de (02)
duas embarcações, no primeiro momento, atinge-se o valor usado para
o dimensionamento, que é de 200 kg/pescado/dia.
Esta peixaria deverá ser implantada juntamente .-com
as demais estruturas previstas para a comunidade. (depende da libera
ção da área junto ao SPV) .
Tomando-se corno base as informações anteriores, che
ga-se ao seguinte dimensionamento:
a) Construção das instalações físicas de urna peixa
ria com área úti 1 de 18,25 m2•
b) Aquisição de (1) um freezer com capacidade para
200 kg de pescado.
c) Aquisição de (1) urna ba lança modelo L com capaci
dade para 20 kg.
d) Aquisição de (10 ) dez caixas plásticas - tipo Gua
nabara (GOYANA), ou similar, para manipulação e exposição do pesca
do.
e) Aquisição de (2) duas lixeiras (vísceras, esca-
mas, etc •.. )
8.2.3.5. Peixaria de Anchieta
Da produção total da sede (4.457 kg/dia), 50% está
comprometida com intermediários de outras praças, e os 50% restan
tes, não tendo os produtores meios para escoarem a produção, sequer.
de armazená-la, sua única opção reside em submissão aos preços de
pequenos intermediários e consumidores Locais.
143
Considerando-se que a frota da comunidade (Sede) é
composta por 39 embarcações, sendo (33) trinta e três de proprieda
de de pescadores e a produção média diária é de 115 kg/pescado/ em
barcações, conclui-se que com a produção de (2) duas embarcações,
atinge-se ao valor usado para o dimensionamento, que e de 200kg/pe~
cada/dia. Devido a facilidade de acesso à comunidade, pois a Rodo-
via do Sol passa dentro da cidade, existe uma demanda de
normal durante todo o ano, que deve ser explorada.
trânsi to
No caso especifico de Anchieta, devido à existência
na comunidade de uma Peixaria de propriedade da Prefeitura Munici
pal de Anchieta, atualmente usada pelos pescadores, na comercia li~
çao direta do produto ao consumidor, sugere--se o seguinte:
a) Reforma da peixaria existente na Sede e de pro
priedade da Prefeitura Municipal (azulejos até 1,5 m; melhorar piso;
verificar instalações hidro-elétricas, etc ..,.).
b) Aquisição de (1) um freezer com capacidade para
200 kg de pescado.
c) Aquisição de (1) uma balança suspensa com ca~c~
dade para 20 kg.
d) Aquisição de (10) dez caixas plásticas - tipo
Guanabara (GOYANA), ou similar, para manipulação e exposição do pe~
cado.
e) Aquisição de (2) dois depósitos de lixo (visce
ras, escamas, etc ..• ).
8.2.3.6. Caixa Isotérmica Ubú
A produção total diária da Comunidade é de 1.484 kg
de pescado, sendo que cerca de 50% está comprometida com intermedi~
rios de outras praças, principalmente de Guarapari. Dos 50% restan
tes, parte da produção é consumida na comunidade, parte vendida pa
ra consumidores e turistas das comunidades vizinhas ou para consumi
dores transeuntes! pois Ubú fica localizada às margens da Rodovia
do Sol.
Baseando-se no exposto anteriormente, optou-se num
primeiro momento! pela implantação em Ubú, de uma caixa isotérmica
com capacidade para armazenar cerca de 200 kg de pescado/dia! condi
clonado em gêlo. Este pescado poderá ser vendido para intermediá
rios por um preço mais acessível, ou recolhido pelo veiculo da Asso
ciação do Sul, quando o mesmo fôr levar o gêlo para a Unidade a ser
implantada em PiÚIDa.
83-
QUADRO 49 - Relação de Pessoal/Cargo e Salários (mensal) - Associação! de Pescadores do Norte
(Cr$ 1, OO)
Total TotalDiscriminação N9 Salários
salários Encargos Sociais* Total Geral
. Conceição da Barra
· Gerente do Entreposto 01 180.000 180.000 65.700 245.700
· Encarregado Setor de Vendas de Produção 01 150.000 150.000 54.750 204.750
· Encarregado Setor contábil, Fiscal,
Pessoal e Tesouraria 01 150.000 150.000 54.750 204.750
· Auxiliar de Escritório 03 120.000 360.000 131.400 491. 400
· Motorista 01 120.000 120.000 43.800 163.800
· Operários - Entreposto 03 60.000 180.000 65.700 245.700
Salga 03 60.000 180.000 65.700 245.700
TOTAL GERAL 13 - 1.320.000 481. 800 1.801.800
* Encargos Sociais = 36,5%.
QUADRO 50 - Relação de Pessoal/Cargos/Salários (mensal) - Associação de Pescadores do Centro
(Cr$ 1 Ou),- - . . .. Total Total
Discriminação N9 Salários Salários Encargos Sociais Total Geral
· Entreposto de Vila Velha
· Gerente do Entreposto 01 180.000 180.000 65.700 245.700
· Encarregado Setor Vendas de Produção 01 150.000 150.000 54.750 204.750
· Encarregado Setor Contábil, Fiscal,
Pessoal e Tesouraria 01 150.000 150.000 54.750 204.750
· Auxiliar de Escritório 03 120.000 360.000 131.400 491.400
· Motorista 02 120.000 240.000 87.600 327.600
· Operários - Entreposto 04 60.000 240.000 87.600 327.600
Beneficiamento 03 60.000 180.000 65.700 245.700
· Posto Coleta Barra do Riacho
· Encarregado do Posto de Coleta 01 150.000 150.000 54.750 204.750
· Auxi1i.ar de Escritório 01 120.000 120.000 43.800 163.800
· Operário 01 60.000 60.000 21.900 81.900
· Posto Coleta Guarapari
· Encarregado do Posto de Coleta 01 150.000 150.000 54.750 204.750
· Auxiliar de Escritório 01 120.000 120.000 43.800 163.800
· Operários - Posto de Coleta 01 60.000 60.000 21.900 81.900
Beneficiamento 02 60.000 120.000 43.800 163.800
TOTAL GERAL ~2 - 2.280.000 832.200 3.112.200
* Encargos Sociais = 36,5%.\
QUADRO 51 - Relação de Pessoal/Cargo e Salários (mensal) ~ Associ~ção de Pescadores do Sul
(Cr$ 1,00)
Total TotalDiscriminação N9 Salários Salários Encargos Sociais* Total Geral
· Entreposto de Itapemirim
· Gerente do Entreposto 01 180.000 180.000 65.700 245.700
· Encarregado do Setor de vendas-Produção 01 150.000 150.000 54.750 204.750
· Encarregado Setor Contábil, Fiscal,
Pessoal e Tesouraria 01 150.000 150.000 54.750 204.750
· Auxiliar de Escritório 03 120.000 360.000 131.400 491.400
· Motorista 02 120.000 240.000 87.600 327.600
· Operários 05 60.000 300.000 109.500 409.500
· Posto de Coleta de Itaipava
· Encarregado do Posto de Coleta 01 150.000 150.000 54.750 204.750
· Auxiliar de Escritório 01 120.000 120.000 43.800 163.800
· Operário 01 60.000 60.000 21.900 81. 900
· Posto de Coleta de Piúma
· Encarregado do Posto de Coleta 01 150.000 150.000 54.750 204.750
· Auxiliar de Escritório 01 120.000 120.000 43.800 163.S00
· Operários - Posto de Coleta 01 60.000 60.000 21.900 Sl.900
Salga 03 60.000 lS0.000 65.700 245.700
TOTAL GERAL 23 - 2".220.000 810.300 3.030.300
* Encargos Sociais = 36,5%.\
147
8.4. Investimentos Previstos
Do. volume de recursos necessários à implantação da in
fra-estrutura para o início da operação das três Associações de Pesca
dores a serem implementados no Estado, 70% serão pleiteados junto ao
SDU/MINTER - Programa de Cidades de Porte M~dio e os 30% restantes,co~
trapartida dos Governos Estadual e Municipais.
O investimento total será da ordem de Cr$ 992.698.484,00
(Novecentos e noventa e dois milhões, seiscentos e noventa e oito mil
e quatrocentos e oitenta e quatro cruzeiros), a preços de fevereiro de
1984 e com aplicação prevista para 3 anos.
Nos quadros a seguir, serao ap:cesentados os investimen
tos necessários para implantação de cada Associação separadamente.
QUADRO 52 - Resumo dos Recursos Necessários
Associação de Pescadores do Norte (Cr$l,OO)
Discriminação Preços correntes-fevereirb/84
Elaboração do Projeto
Terrenos
Movimentação de terras
Construções
Fiscalização e Supervisão de Obras
Equipamentos
Capital de giro
SUBTOTAL
5.000.000
20.000.000
1.366.676
59.692.235
1.193.844
84.070.700
3.259.500
174.582.955
Associação de Pescadores do Centro
Elaboração do Projeto
Terrenos
Movimentação de terras
Construções
Fiscalização e Supervisão de Obras
Equipamentos
Capital de giro
SUBTOTAL
10.000.000
36.000.000
4.353.789
127.220.988
2.501.339
122.312.700
20.010.000
322.398.816
Associação de Pescadores do Sul
148
Elaboração do Projeto
Terrenos
Movimentação de Terras
Construções
Fiscalização e Supervisão de Obras
Equipamentos
Capital de Giro
SUBTOTAL
TOTAL GERAL
15.000.000
57.600.000
4.484.752
247.832.805
4.956.656
147.849.700
17.992.800
495.716.713
992.698.484
.. t
)l D ) ( i11 :) ~ 1 e ) n ~' ':: '.e t fe i' ':c "e ?r , (" d t"(
Preços Correntes - fevereiro/84(Cr$ 1,00)
Discriminação Quan ti dade s Custo UnitárioTotal Geral
L O. Elaboração do Projeto Executivo 01 5.000.000 5.000.000
Sub-total - 5.000.000 5.000.000
2. O. Terrenos 01 20.000.000 20.000.000
Sub-total - 20.000.000 20.000.000
3. O. Movimentação de Terras - 1.366.676 1.366.676
Sub-total 1.366.676 1.366.676
4.0. Construções
· construç~o do Entreposto com Administração 01 44.698.094 44.698.094
· Construçao da Unidade de Salga 01 10.051.129 10.051.129
· Construção da peixaria 01 4.943.012 4.943.012
Sub-total 03 59.692.235 59.692.235
5.0. Fiscalização e Supervisão de Obras (2 %) - 1.193.844 1.193.844
Sub-total - 1.193.844 1.193.844
6. O. Equipamentos
· Chassis caminhão/4 toneladas líquidas 01 15.790.000 15.790.000
· Carroceria Isotérmica/4 toneladas líquidas 01 3.170.000 3.170.000
· Instalações Frigoríficas - Fábrica de gê lo (3, 6t/ 01 56.598.000 56.598.eOO2 4hs)
\~
-X t 11 ç 'J lC C 7';: 1.(
Discriminação
· Hesas Aço inox. (1,0 x 2,5m)· Balança Plataforma/200 kg· Balança Hodelo L/20 kg (peixaria)· Freezer para 200 kg/pescado (peixaria)· Depósito para vísceras (peixaria)· Caixas plásticas monobloco para 25 kg· Carros Plataforma - transporte caixas plásticas· Poltronas com 3 acentos· Mesas para escritório· Mesas para datilografia· Mesas para telefone· Cadeiras• Arquivo de Aço com 4 gavetas· Cestos para lixo· Máquinas de escrever profissional (manual)· Máquinas de ca lcular com visor e fi ta· Te lefone
Sub-total
7.0. Capital de Giro
Sub-total
TOTAL GERAL
Quantidades
0102010101
3000203030201060106020201
Custo unitário(Cr$ 1, OO)
630.000240.000308.000650.000
10.0007. 840
300.00080.000
132.00090.00045.00014. 80 O
180.00018.000
329.000353.000880.900
Total Geral
630.000480.000308.000650.000
10.0002.352.000
600.000240.000396.000180.000
45.00088.800
180.000108.000658.000706.000880.900
84.070.700
3.259.500
3.259.500
174.582.955
OBS: Nos preços unitários e total geral, já estão incluídos IPI, frete, seguros, etc ...
\
QUADRO 54 - Componentes do Investimento Prevlsto - Assoclaçao de ~escadores dO ~entro
Preços Correntes - fevereiro/84(Cr$ 1,00)
Discriminação Quantidades Custo unitário Total Geral
1. O• Elaboração do Projeto Executivo 01 10.000.000 10.000.000
Sub-total 01 10.000.000 10.000.000
2.0. Terrenos 03 - 36.000.000
Sub-total 03 - 36.000.000~
3. O• Movimentação de Terras - - 4.353.789
Sub-total - - 4.353.789
4. O. Construções
· construçªo Entreposto Vila Velha 01 69.766.935 69.766.935
· Construç~o Posto Coleta Barra Riacho 01 33.064.434 33.064.434
· Construçao Posto Coleta Guarapari 01 24.389.619 24.389.619
Sub-total 03 127.220.988 127.220.988
5. O. Fiscalização e Supervisão de Obras - 2.501.339 2.501.339<
Sub-total - 2.501.339 2.501.339
"6 . O• Equipamentos
6.1. Entreposto de Vila Velha. Chassis caminhão/6 toneladas líquidas \ 01 21.200.000 21.200.000
Carrocería Isotérmica/6 toneladas líquidas ~ 01 4.770.000 4.770.000.J--'V1J--'
Discriminação
· Equipamentos Frios/Fábrica Gêlo (3,6t/24hs)· Mesa Aço Inox• Balança Plataforma/ZOO kg· Balança Modelo L/20kg (Kombi isotérmica)• Balança Modelo L/20 kg (Peixaria Praia do Suá)· Freezer para 300 kg/pescado (Peixaria Praia Suá)· Depósito para vísceras (Peixaria Praia do Suá)· Caixas plásticas monobloco/25 kg· Carros Plataforma para transporte caixas· Poltronas com 3 acentos· Mesas para escritório• Mesas para datilografia· Mesa para telefone· Cadeiras· Arquivo de Aço com 4 gavetas• Cestos para lixo· Máquina de escrever (manual)• Máquina de calcular· rre lefone· Barracas Feira - tipo VAREJÃO SEAG/COBAL
(Ponta da Fruta, Jacaraipe e Kombi Feira Livre)· Triciclo para venda pescado (Jacaraípe)
(Cr$ 1,00)
Quantidades Custo Unitário Total Geral
01 59.982.800 59.982.80004 630.000 2.520.00002 240.000 480.00001 310.000 310.00001 310.000 310.00001 910.000 910.00002 10.000 20.000
450 7.840 3.528.00002 300.000 600.00003 80.000 240.00003 132.000 396.00002 90.000 180.00001 45.000 45.00006 14.800 88.80001 180.000 180.00006 18.000 108.00002 329.000 658.00002 353.000 706.00001 1.376.000 1.376.000
03 210.000 630.00001 400.000 400.000
Sub-total - - 110.818.600
6.2. Posto Coleta Barra do Riacho
· Balança Plataforma/200 kg 01 240.000 240.000
· Caixas Plásticas Monobloco para 25 kg 200 7.840 1.568.000
· Poltrona com 3 acentos 02 80.000 160.000
· Mesa para escritório 02 132.000 264.000
· Mesa para datilografia 01 90.000 90.000
· Mesa para telefone \01 45.000 45.000- f-'
lJ1N
Continuaç~o do QUADRO
Discriminação
Cadeiras· Arquivo Aço com 4 gavetas· Cestos para lixo
Máquina de escrever (manual)· Máquina de calcular· Te 1efone
Sub-total
6.3. Posto de Coleta G1Jarapari
Balança Plataforma/200 kg· !vlesa s Aço Inox· Balança Modelo L/20 kg (Peixaria)· Freezer para 300 kg/pescado (Peixaria)· Depósito para vísceras (Peixaria)
Caixas Plásticas Monobloco para 25 kg· Poltrona com 3 acentos
!vlesa para escritório· Mesa para datilografia
Mesa para telefone· Cadeiras
Arquivo aço com 4 gavetasCestos para lixoMáquina de escreverMáquina de calcularTelefone
Sub-tota 1
7.0. Capital de Giro
Sub-total
Quanti da de s
020102010101
0103010103
20001010101020102010101
Custo Unitário
14.800180.000
18.000329.000353.000880.900
240.000630.000310.000910.00010.000
7.84080.000
132.00090.00045.00014.800
180.00018.000
329.000353.000
1.096.000
Total Geral
29.600180.000
36.000329.000353.000880.900
4.175.500
240.0001.890.000
310.000910.000
30.0001.568.000
80.000132.000
90.00045.00029.600
180.00036.000
329.000353.000
1. 096.000
7.318.600
20.010.000
20.010.000
TOTAL GERAL
._--------------- -------------------------_."----
322.398.816 f-'UlLv
OBS: Nos preços unitários e total geral, já estão incluídos IPI, frete, seguros, etc ...
QUADRO 55 - Componentes do Investimento Previsto - Associação de Pescadores do Sul
Preços Correntes - fevereiro/84(Cr$ 1,00)
Discriminação Quantidades Custo Uni tário Total Geral
1. O. Elaboração do Projeto Executivo 01 15.000.000 15.000.000
Sub-total - 15.000.000 15.000.000
2.0. Terrenos 03 - 57.600.000
Sub-total - - 57.600.000
3. O• Movimentação de terras - 4.484.752 4.484.752
Sub-total - 4.484.752 4.484.752
4. O. Construções
· Construçªo Entreposto Itapemirim 01 62.996.863 62.996.863
· Construç~o Posto Coleta Itaipava 01 22.783.922 22.783.922
· Construç~o Posto Coleta Piúma 01 26.413.585 26.413.585
· Construcao Salga PiÚfia 01 10.051. 129 10.051.129.~
Peixaria Piúma 01 4.943. O12 4.943. O12· Construç~o
· Constru2ao Enrocamento Pontal 01 115.725.600 115.725.600
· Adaptaçao Peixaria Anchieta 01 4.918.694 4.918.694
Sub-total - 247.832.805 247.832.805
5 . O• Fiscalização e Supervisão de Obras - 4.956.656 4.956.656
Sub-total - 4.956.656 4.956.656
Continuação do QUADRO
Discriminação Quantidades Custo Unitário Tota 1 Geral
6.0. Equipamentos
6.1. Entreposto de Itapemirim
· Chassis caminhão/04 toneladas líquidas· Carroceria isotérmica/04 toneladas líquidas· Chassis caminhão/06 toneladas líquidas· Carroceria isotérmica/06 toneladas líquidas· Equipamentos Frios/Fábrica Gêlo (7,2t/24 hs)· Mesa aço inox· Balança Plataforma/200 kg· Balança Modelo L/20 kg (Peixaria Anchieta)· Freezer/200 kg pescado (Peixaria Anchieta)· Depósitos vísceras (Peixari.a Anchieta)• Caixas Plásticas Monobloco/25 kg· Carros Plataforma para transporte caixas· Poltronas com 3 acentos· Mesas para escritório· Mesas para datilografia· Mesa para telefone· Cadeiras· Arquivo aço com 4 gavetas· Cestos para lixo· Máquina de escrever (manual)· Máquina de calcular· Te lefone
Sub-total
6.2. Posto de Cole-ta de Itaipava
· Balança Plataforma/200 kg· Caixas Plásticas Monobloco/25 kg· Poltrona com 3 acentos• Mesa para escritório· Mesa para datilografia
01 15.790.000 15.790.00001 3.170.000 3.170.00001 21.200.000 21.200.00001 4.770.000 4.770.00001 80.352.000 80.352.00002 630.000 1.260.00002 240.000 480.00001 310.000 310.00001 648.000 648.00002 10.000 20.000
800 7.840 6.272.00003 300.000 900.00003 80.000 240.00003 132.000 396.00002 90.000 180.00001 45.000 45.00006 14.800 88.80001 180.000 180.00006 18.000 108.00002 329.000 658.00002 353.000 706.00001 880.900 880.900
- - 138.654.700
01 240.000 240.000200 7.840 1.568.000
01 80.000 80.00001 132.000 132.00001 90.000 90.000
f-'\ U1
U1
continuaçao ao QUI\JJROI r::r<l; 1, (\ O)
--Discriminação Quantidades Custo unitário Total Geral
· Mesa para telefone 01 45.000 45.000
· Cadeiras 02 14. 80 O 29.600
· Arquivo de aço com 4 gavetas 01 180.000 180.000
· Cestos para lixo 02 18.000 36.000
· Máquina de escrever 01 329.000 329.000
· Máquina de calcular (manual) 01 353.000 353.000
· Telefone 01 880.900 880.900
Sub-total - - 3.963.500
6.3. Posto de Coleta de PiÚIna
· Ba lança PIa ta forma /2 OO kg 01 240.000 240.000
· Carro Plataforma (salga) 01 300.000 300.000
· Balança Modelo L/20 kg (Peixaria) 01 310.000 310.000
· Freezer/200 kg pescado (Peixaria) 01 648.000 648.000Depósito .. (peixaria) 02 10.000 10.000· Vlsceras
· Caixas Plásticas Monobloco/25 kg 200 7.840 1.568.000
· Poltrona com 3 acentos 01 80.000 80.000
· Mesa para escritório 01 132.000 132.000
· Mesa para da ti logra fia 01 90.000 90.000
· Mesa para telefone 01 45.000 45. OOO
· Cadeiras 02 14.800 29.600
· Arquivo de aço com 4 gavetas 01 180.000 180.000
· Cestos para lixo 02 18.000 36.000
· Máquina de escrever (manua 1) 01 329.000 329.000
· Máquina calcular 01 353.000 353.000
· Telefone 01 880.900 880.900
Sub-total - - 5.231.500
7 . O• Capital de Giro - - 17.992.800
Sub-tota 1 - - 17.992.800
\
TOTAL GERAL ~ - - 495.716.713
OBS: Nos preços unitários e tota 1 geral, já estão incluídos IPI, fre-te, seguros, etc ...
157
9. TECNOLOGIA DO PESCADO
9.1. Processos de Conservação a serem usados:
9.1.1. Conservação pelo Frio
No caso especifico deste Projeto, o único processo de
conservação pelo frio que será utilizado é o de resfriamento.
As quantidades de gelo, tipo de gelo, proporções gelo/
peixe, tempo de estocagem usados neste projeto são as seguintes:
a) Conservação do pescado no barco
· Será usado o gelo em escamas na proporçao de 1,0
kg de gêlo/l,O kg de pescado.
b) Conservação nos Postos de Coleta
Será usado o gelo em escamas na proporçao de 0,8
kg de gê10/1,Okg de pescado. Este pescado deverá ser estocado no Pos
to de Coleta por no máximo três (3) dias..-'
c) Transporte do Pescado dos Postos de Coleta para os
Entrepostos de Pesca
· Devido à proximidade dos Postos de Coleta para os
entrepostos, o pescado deverá ser transportado dentro das caixas mon~
bloco com o restante do gelo que estava sendo usado para conservação
na sala isotérmica. Deve-se salientar que este pescado, ao chegar no
Entreposto, será imediatamente lavado, inspecionado, classificado por
tamanho e espécie, pesado e novamente acondicionado em caixas plásti
cas com gelo, para ser armazenado nas câmaras de resfriamento e, pos
teriormente expedido.
d) Conservação nos Entrepostos
· Será usado o gelo em escamas, na proporçao de 0,5
kg de gêlo/l,O kg de pescado. Este pescado deverá ser estocado no En
treposto por no máximo três (3) dias e posteriormente expedido para o
mercado interno ou exportado.
e) Transporte dos Entrepostos aos Postos de Comerciali-zaçao
· Será usado também o gelo em escamas na proporçao
de 0,5 kg de gelo/l,O kg de pescado.
9.1.2. Salga
9.1.2.1. Localização
Deverão ser instaladas duas unidades de salga, sendo
158
uma no Entreposto de Conceição da Barra (Sede da Associação de Pesca
dores do Norte do Espírito Santo), e a outra em Piúma (Posto de Cole
ta da Associação do Sul do Espírito Santo).
9.1.2.2. Tipo de Salga
Optou-se pela utilização da Salga em Salmoura, por ser
um processo já conhecido e praticado a nível doméstico por algumas fa
mílias de pescadores artesanais.
De início, o que se pretende com a implantação destas
unidades é disseminar este processo de conservaçao, pouco utilizado
no Estado, oferecendo ao pescador mais uma alternativa de comerciali
zaçao para seu produto. A princípio, não serão usados equipamentos s~
fisticados, pois o objetivo principal é de se obter um produto de boa
qualidade a preços acessíveis. Para tanto, optou-se por uma proposta
intermediária entre o que se pratica atualmente no Estado, e o que e
xiste de mais sofisticado em tecnologia de Salga, sem prejudicar a
qualidade do produto final.
9.1.2.3. Etapas do Processo a ser usado
a) Beneficiamento: O pescado deverá ser lavado, escam~
do, eviscerado, decapitado e lavado novamente, o mais rápido possível.
Considerando-se que iremos de início trabalhar com 200
kg de pescado "in natura", teremos o seguinte resultado:
· 120 kg de filetes de pescado (60%)
80 kg de resíduos (40%)
b) Salmoura: Considerando-se que o período de permane~
cia do pescado nos tanques será de 4 dias, e o volume a ser trabalha
do por dia de 120 kg de filetes! e que a proporção da Salmoura sera
de 100 kg de pescado/6 kg de sal fino esterilizado/ 17,5 litros de
água, teremos:
· 120 kg de pescado = 240 litros
· 240 litros/pescado + 7 kg de sal + 21 litros de agua
= 268 litros (volume diário) •
Como o período de maturação é de 4 dias, sera necessa
rio uma bateria com 4 caixas de 300 litros, ou 8 caixas de 150 litros.
c) Secagem: a secagem deverá ser feita dentro do pro
prio galpão, durante 4 dias, com o pescado espalmado e pendurado atra
vés de ganchos! em estruturas semelhantes a cabides.
159
- Considerando-se que o pescado a ser salgado terá, em
média, 200 gramas por peça') (Peroá e mistura), tere
mos:
. 120 kg ~ 0,2 kg = 600 peças
- Se cada carcaça espalmada ocupar um espaço de 20x20
em, teremos necessidade de uma área de:
. 600 peças x 0,2m x 0,2m = 24m2/dia
24 m2/dia x 4 dias = 96m 2
Baseando-se neste dado (96m 2), nota-se que seria bas
tante oneroso secar tal volume de pescado à sombra e sobre estrados.
Por este motivo, optou-se pelo sistema de secagem utilizando-se de c~
bides (giral), onde o pescado deverá ser pendurado através de ganchos.
Estes cabides deverão ter 2,Om de comprimento x 1,9m de altura x 0,9m
de largura. Considerando-se um esp0çamento de 4cm entre ganchos, de
duz-se que cada 2,Om comporta 50 peças. Construindo-se um sistema de
cabides (giral), contendo três (3) varas por nivel e com quatro (4)
níveis, distantes 4'Ocm um do outro, conseguiremos pendurar as 600 pe-"I
ças que serão trabalhadas diariamente.
. 50pç/vara x 3 varas/nível x 4 níveis = 600 peças
Para atender as necessidades desta unidade de salga,
sera necessária a aquisição de quatro (4) sistemas de cabides (giral),
pois o período de secagem do pescado à sombra e dentro do galpão, de
verá ser de quatro (4) dias.
Durante a noite, o pescado deverá ser retirado dos ga~
chos e colocado em caixas de madeira, protegida com tela, em pilhas
de no máximo um (1) metro.
d) Cura do Pescado - sera feita em caixas de madeira
com proteção de tela contra insetos.
o produto acabado deverá ser embalado e armazenado em
local seco e fresco.
e) Embalagem - caixas de madeira com capacidade para
10 kg de pescado, com 60cm de comprimento x 30cm de largura x l2cm de
altura.
Para se embalar os 120 kg do produto acabado, será ne
cessário 12 caixas de madeira por dia.
f) Destino do Pescado SalgadO-devido ao pequeno volume
inicial (120 kg de produto acabado/dia/unidade), este pescado deverá
ser consumido a nível local. Se houver algum excedente, poderá ser in
teriorizado, principalmente para locais de dificil acesso ao pescado
"in natura".
160
No caso específico de Conceição da Barra, existe um mer
cada tradicional consumidor de pescado salgado - Sul da Bahia - que de
verá ser explorado.
g) Obras complementares.
depósito para sal nao esterilizado;
- depósito para sal esterilizado;
- esterilizador de sal;
- caixa d'água.
h) Resíduos - deve-se pensar em montar uma pequena uni
dade para farinhar os resíduos da salga (pele ,víSceras', cabeça, ossos,
espinha, etc ... ), que giram em torno de 40% do peso bruto do pescado e
também algum pescado que não apresentar características organolepticas
desejáveis. Esta farinha teria um mercado garantido, pois é largamente
utilizada em ração animal.
i) Matéria Prima - inicialmente pensou-se em' utilizar
na unidade de Piúma, o Peroá, peixe encontrado em abundância na região.
Em Conceição da Barra, utilizar-se-ia o peixe menos nobre e a mistura
que vem no arrasto do camarão, atualmente vendida a preços irris6;ios
ou mesmo abandonada na praia.
9.2. Equipamentos Op€racionais
9.2.1. Desembarque
Baseando-se no volume de pescado que deverá ser traba
lhado nos Entrepostos e Postos de Coleta a serem implantados, ao longo
do litoral do Estado, chega-se a conclusão que o desembarque por meio
de recipientes é o mais indicado.
Neste processo, o pescado é retirado manualmente do pa
ra0 do barco, e acondicionado em caixas plásticas. As caixas plásticas
sao largamente utilizadas, pois apresentam as seguintes vantagens:
- são higiênicas, de fácil limpeza e desinfecção;
- maleáveis e lisas ao contato com o pescado, não dani-
ficando o produto;
- fáceis de armazenar;
- possuem boa resistência, leveza e durabilidade;
- sua aparência facilita a avaliação da limpeza durante
a inspeção, e o seu formato permite o transporte em
pilhas.
161
Devido ao baixo volume de pescado a ser trabalhado dia
riamente nos Entrepostos e Postos de Coleta, o processo de desembarque
deverá ser realizado pelos próprios tripulantes das embarcações (pesca
dores), auxiliados e orientados pelo(s) operário(s) da unidade.
9.2.2. Transporte
a) Postos de Coleta
Quando o pescado for descarregado no Posto de Coleta,
seu transporte até a sala isotérmica será feito pelos pescadores ou
operários, manualmente. O pescado deverá ser retirado das embarcações
dentro de caixas plásticas, pesado, acondicionado em gelo em escamas
na proporção de 0,8 kg de gêlo/l,O kg de pescado, e estocado na sala
isotérmica. Para recolher o excedente de pescado dos Postos de Coleta,
no máximo de dois em dois dias, e transportá-lo para o Entreposto mais
próximo, será necessária a aquisição de (3) três caminhões isotérmicos,
sendo (2) dois de médio porte (6 toneladas liquidas cada um) para as
Unidades de Vitória e Itapemirim e (1) um de pequeno porte (4 tonela-~ ~f
das líquidas) para Conceiçao da Barra. Deve-se salientar que estes ca-
minhões também serão usados na distribuição dos insumos básicos para
os Postos de Coletas, principalmente do gêlo e óleo combustível.
b) Entrepostos
O Entreposto deverá ser dimensionado para receber o pe~
cada da Comunidade e também o excedente dos Postos de Coletas mais pró
ximos.
A exemplo do Posto de Coleta, também nos Entrepostos, o
pescado será descarregado normalmente pelos próprios pescadores ou op~
rários da unidade. O pescado será desembarcado na plataforma de receE
ção, dentro de caixas plásticas, pesado, lavado em tanques localizados
na área suja do Entreposto, e encaminhado através de um óculo para o
salão de classificação. Neste salão, utilizando-se de mesas de aço
inox com dimensões de 1,0 x 2,5m, o pescado será inspecionado, classi
ficado por tamanho e por especle, acondicionado em caixas plásticas, e
pesado novamente. Após estas operações, o pescado está preparado para
ser expedido "in natura", armazenado na câmara isotérmica em caixas
plásticas, com gêlo na proporção de 0,5 kg de gêlo/l,O kg de pescado
ou industrializado.
O transporte do pescado em caixas plásticas do salão de
classificação para a expedição, armazenamento ou industrialização, de
verá ser feito com carros - plataforma com quatro pneumáticos e ca
pacidade para 500 kg.
162
o transporte de gelo para o abastecimento da câmara de
resfriamento, beneficiamento e fora do Entreposto (Posto de Coleta e
comercialização), deverá ser feito também com carros-plataforma.
c) Transporte para fora do Entreposto
o maior volume de exportação interestadual de pescado
dar-se-á pelo Entreposto de Itapemirim, caminho natural do Estado con
sumidor da maior parte do pescado produzido no Espírito Santo, que é
o Rio de Janeiro. Isto não quer dizer que os Entrepostos das Associa
ções do Centro e do Norte não poderão exportar. No caso de Conceição
da Barra, Associação de Pescadores do Norte, existe um mercado em po
tencial - Sul da Bahia - que deverá ser explorado, além de Vitória,
principalmente como tradicional consumidor de grande parte do camarão
produzido naquela Colônia de Pescadores. No caso da Associação do Ce~
tro, acredita-se que a maior parte do volume manipulado diariamente,
sera comercializado na Grande Vitória, através de convênios de forne
cimentos, feiras livres, hortomercado da Praia do Suá, mercado da Vi
la Rubim, CEASA/ES, etc. O excedente, dependendo do volume, poderá
ser vendido para intermediários locais ou de outras praças, exportado
diretamente, ou enviado ao Entreposto de Itapemirim e aguardar o mo
mento oportuno para ser exportado.
Para viabilizar este sistema de Comercialização do Pes
cado, será necessária a existência da seguinte frota de carros isotér
micos, por Associação:
- Associação de Pescadores do Norte - Conceição da Bar
ra.
· 1 (um) caminhão isotérmico com capacidade para (4)qu~
tro toneladas líquidas - exportação do excedente do Entreposto para
outros centros consumidores (Bahia, Vitória, etc.).
- Associação de Pescadores do Centro - Vila Velha
· 1 (um) caminhão isotérmico com capacidade para (6) to
neladas líquidas - coletar o excedente dos Postos de Coletas - distri
buir insumos básicos (gêlo e óleo) - exportar excedente quando nao
houver outra alternativa para comercialização.
· 1 (uma) Kombi isotérmica - venda direta ao consumidor
nas feiras livres da Grande Vitória - entrega do pescado comprometido
através de convênios.
- Associação de Pescadores do Sul - Itapemirim
· 1 (um) caminhão isotérmico com capacidade para (4) to
neladas líquidas - coletar o excedente dos Postos de Coleta - distri
buir insumos básicos (gêlo e óleo) .
163
. l(um) caminhão isotérmico com capacidade para (6)seis
toneladas liquidas - exportar o excedente da Associação do Sul e do
Centro.
165
11. O CONERCIALIZAÇÃO
Historicamente, grande parte do pescado comercia
lizado a nível de mercado interno no Espírito Santo, compreende
basicamente o produto "in natura", que é levado até o consumidor
através das peixarias, boxes localizados nos mercados públicos
ou mesmo nas feiras livres, sem nenhum apoio institucional para
a comercialização. A nível do segmento produtor, que no caso es
pecial desse projeto engloba particularmente o pescador artesa
nal, o setor comercial encontra-se totalmente desestruturado! e
por isso mesmo, constantemente, à mercê dos ditames dos interme
diários.
Atualmente, o tipo de comércio existente apresen
ta deficiências graves, uma vez que os agentes comerciais procu
ram manter os pescadores presos a si, graças a manipulação de um
sistema de dívidas originadas no fornecimento de insumos que se
resumem normalmente a gelo, óleo combustível, rancho alimentar e
adiantamento em dinheiro. Como se não bastasse, ocorre ainda que,.em razão da falta de um local dotado de infra-estrutura para ar-
mazenamento da produção, o pescador artesanal se vê obrigado a
comercializar seu produto em locais nao apropriados (praia, tra
piche, etc.) e a preços verdadeiramente irrisórios. Assim sendo,
essa forma do capital comercial envolvido na pesca agiria explo
rando tanto o produtor como o destinatário final, ou seja, com
prando o pescado por preços aviltados para depois vende-lo majo
rado.
Dessa forma, com o objetivo fundamental de promo
ver o desenvolvimento sócio-econômico do setor pesqueiro, princ~
palmente do pescador artesanal, o projeto que ora é elaborado v~
sa na área da comercialização, dotar as principais colônias de
pesca do litoral do Espírito Santo de uma infra-estrutura capaz
de atender às necessidades básicas dos pescadores.
Além disso, para maior fortalecimento das comuni
dades pesqueiras, assim como para legitimar e viabilizar a comer
cialização do pescado pelos próprios pescadores artesanais, deve
rão ser criadas três associações: Associação dos Pescadores do
Norte que engloba as seguintes comunidades - Quadrado, Conceição
166
da Barra (sede da Associação) e Itaúnasi Associação dos Pescado
res do Centro que engloba, Barra do Riacho (Sede da Associação),
Nova Almeida, Jacaraípe, Manguinhos, Praia do Suá, Barra do Jucu,
Ponta da Fruta, Prainha, Guarapari (sede do município) e Meaípei
e Associação dos Pescadores do Sul que engloba, Itaipava, Itape
mirim (Sede da Associação), Marataízes, PiÚIDa, Anchieta (Sede do
Município) e Ubú.
Assim sendo, através dessas Associações as várias
espécies de pescado deverão ser adquiridas, utilizando-se para
isso duas condições básicas: a primeira seria a compra do produ
to à vista, onde num primeiro momento utilizar-se-ia capital de
giro, que também é parte integrante do projeto. A outra, seria a
compra em consignação, ou seja, o pescador entregaria o produto
no Entreposto ou Posto de Coleta e as Associações se encarregar~
am de comercializá-lo com terceiros, para, posteriormente ressaE
cir o pescador. Nesse caso seriam descontados os custos operaci~
nais.
o movimento de cada associado será controlado ~~or
um sistema de fichas individuais que deverá conter todos os cré
ditos e débitos de cada beneficiário. Outro aspecto comercial
que poderia ser explorado pela Associação e a lI venda do pescado
à distância ll (por telefone, telex, etc.). Esse método é utiliza
do largamente na horticultura e até o momento vem obtendo grande
sucesso entre os produtores. Haja visto os vários produtores de
tomate que vendem o produto na CEASA-Salvador, sem sair de sua
residência. No caso, o produtor faz a entrega do produto pelo
preço combinado, obedecendo naturalmente, o período determinado
pelas duas partes.
O preço a ser pago pelo pescado, quando adquirido
a vista pela Associação, será resultado de uma pesquisa diária,
feita pela administração aos grandes centros consumidores de pe~
cado, através de telefone, telex ou rádio, a partir da qual se
rão obtidos os preços médios que representarão as cotações para
as várias espécies. Vale ressaltar, no entanto, que êsses preços
sõmente terão validade por um dia.
A forma de fazer chegar esses preços aos pescado
res poderá ser por rádio, jornais, tabelas afixadas nas colônias,
167
Entrepostos, locais de concentrações de pescadores, etc. O im
portante é manter um esquema de informação o mais eficiente po~
síve1.
11.1. Descrição Geral do Esquema de Comercialização
Para o melhor entendimento do caminho a ser per
corrido pelo pescado até o consumidor, apresentamos o seguinte
fluxograma:
DESEMBARQUE DO PESCADO
.. f
consumidor
IconsumidorlColeta
Consumo no
Estado
Peixe Peixe
Resfriado Salgado
Peixe Peixe
esfriado Salgado
O produto que sair dos postos de coleta para os
entrepostos, ou mesmo dos entrepostos para outros consumidores,
deverá ser transportado em caminhões com carrocerias isotérmi
caso Para o consumo no Estado o peixe resfriado sera trans
portado pelo próprio comprador, ou mesmo, esporadicamente, pelo
próprio veículo da Associação.
Maiores detalhes deverão ser discutidos posterioE
mente.
168
11.2. ESTRUTURAS FíSICAS E EQUIPAMENTOS A SEREM IMPLANTADOS NAS
COMUNIDADES PESQUEIRAS E SISTEMA DE COMERCIALIZAÇÃO DO
PESCADO EM CADA COMUNIDADE
Os benefícios do projeto deverão atingir indire
tamente todas as comunidades pesqueiras, e, diretamente apenas
aquelas cuja produção de pescado justificar o investimento. As
sim sendo, passaremos a abordar as estruturas físicas e equipa
mentos que deverão ser propriedade das Associações, para uso e~
clusivo dos pescadores artesanais associados e de seus famíli~
ares.
11.2.1. Associação dos Pescadores do Norte
• Conceição da Barra (Sede da Associação)
Para o município de Conceição da Barra, optou-se
pela construção de um entreposto pesqueiro que deverá apresen-..,'
tar todas as condições necessárias para a manipulação e comer-
cialização do pescado.
A produção média da colônia situa-se em torno de
5.170 kg/pescado/dia, da qual estima-se que 70% esteja comprome
tida com pequenos intermediários e empresas locais. Assim, para
o dimensionamento do Entreposto levou-se em conta um volume de
pescado disponível em torno de 1.000 kg/dia, que corresponde a
aproximadamente 20% do total produzido pela colônia. Dos 10%
restantes,cercade200kg será comercializado na peixaria da Ass~
ciação. O restante, estima-se que seja consumido pelos próprios
pescadores.
Portanto, sendo o volume de 1.000 kg/pescado/dia
sujeito à exportação, e considerando uma distância relativamen
te grande entre a sede e os principais consumidores (Sul da Ba
hia e Grande Vitória), optou-se pela construção de uma Câmara
de resfriamento com capacidade de armazenar a produção de pelo
menos três dias (1.000 x 3= 3.000 kg). Com isso, sem nenhum pr~
juízo na qualidade do produto, é possível exportar a cada três
dias, pelo menos, 3.000 kg de pescado. Outro ponto a considerar,
169
é que, devido a introdução de inovações nas técnicas de captura
do pescado (através dos Programas de Assistência Técnica e Ex
tensão Pesqueira) e outros incentivos que também deverão ser me
ta do projeto, acredita-se que a médio e longo prazos a produ
ção tenda a aumentar. Assim sendo, tendo a câmara de resfriamen
to tal capacidade de estocagem (3.000 kg), a mesma poderá aten
der um crescimento da produção de até 200%.
Outro ponto a considerar é a construção de uma
salga com capacidade diária para beneficiar 200 kg/pescado "in
natura" que deverá ter corno matéria prima o peixe menos nobre e
a mistura que vem no arrasto de camarao que atualmente é vendi
da a preços irrisórios ou mesmo abandonados na praia.
à comercialização do pescado salgado -deverá ser
~eita no Norte d6 Eétadoe Sul da Bahia. umavéz quenéstes lo
cais já existe um ~ercadó consumidor, tradicionàl desse pescado.
Outra opçâo de come~cialização seria a venda do prodütonas féi
ràs .livres,principalmente aquelas que atendem o.corisurhidorda
periferia dbsgrandés centros urbanos. ".'
Por outro lado, a fim de atender o deslocamento
do pescado, interno e externo, a estrutura de transporte inici
al necessária para o volume de produção previsto, se constitui
rá inicialmente em um caminhão com carroceria isotérmica, dota
do de uma capacidade de carga líquida mínima de 3.000 kg.
A comercialização do pescado poderá ser realiza
da no local de desembarque através da peixaria coletiva,_ ou por
meio do Entreposto que deverá realizar o comércio intermunici
pal e interestadual. Dessa forma, considerando que a administra
ção desse Entreposto ficará a cargo da Associação, a mesma pod~
rá adquirir o pescado a vista ou em consignação.
11.2.2. Associação dos Pescadores do Centro
Conforme já mencionado anteriormente, a área de
açâo da Associação dos Pescadores do Centro abrange dez comuni
dades pesqueiras, tendo corno sede Barra do Riacho, uma vez que
a mesma congrega o maior número de pescadores artesanais (200
pescadores) e também o maior volume de produção de pescado
(4.515 kg/pescado/dia) .
170
• Barra do Riacho - Aracruz
Da produç~o total de Barra do Riacho (4.515 kg/pesca
do), estima-se que90% estejacomprometida com pequenos intermediários
(mascates), que após adquirirem o pescado por preços irrisórios, co
mercializam-no na Grande Vitória, auferindo significativa margem de
lucro.
Nesse sentido, com o objetivo de fornecer uma nova 0E
çao de comercializaç~o para o pescador artesanal, assim como de fa
zer chegar até sua comunidade os principais insumos utilizados na
captura do pescado (gelo, óleo combustível, etc. ),.optou-se pela cons
truç~o neste local de um Posto de Coleta.
Num primeiro estágio,dever~o ser trabalhados 1.000 kg/
pescado/dia, o que corresponde a aproximadamente 20% do total captu
rado. Considerando que o consumo local é pequeno, o excedente, deve
rá ficar numa primeira etapa estocado na sala isotérmica para poste
riormente ser encaminhado ao Entreposto que se localizará em Vila Ve
lha, e daí, comercializado na Grande Vitória ou mesmo para outros Es
tados (8P, RJ, MG). A referida sala isotérmica deverá ter uma capac~
dade de estocagem de 2.000 kg/pescado, possibilitando a coleta em
dias alternados do excedente dessa unidade para o Entreposto de Prai
nha (Vila Velha). Este transporte será feito por um caminh~o isotér
mico que também levará para o Posto de Coleta os insumos básicos, como
gelo e óleo combustível.
Para as outras comunidades pesqueiras cujas produções
de pescado não justificam a construç~o de posto de coleta, a comer
cialização deverá se realizar da seguinte forma:
. Nova Almeida
Da produç~o total (900 kg/pescado/dia), 20% já está
comprometida com o pequeno intermediário (mascates).Dados 80% restan
tes, parte é consumida pelo próprio pescador, parte comercializada
pelas peixarias locais e uma terceira parcela vendida livremente pe
lo pescador, que no momento atual, conta apenas com uma infra-estru
tura precária de apoio à comercialização. Nesse sentido a Prefeitura
Municipal deverá construir uma peixaria (projeto em andamento), fi
cando para o presente projeto apenas a miss~o de equipá-la. Para is
so, tomou-se como base uma comercializaç~o diária de 200 kg de pesca
do, o que representa aproximadamente, 20% da produção total. Assim,
deverá ser adquirido um freezer com capacidade para 200 kg de pesca
do, uma balan.ça com capacidade para 20 kg, 10 (dez) caixas plásticas
para manipulação e exposiç~o do pescado e 1 (um) depósito de lixo
171
(vísceras ,escamas, etc.). Esses equipamentos deverão ser de propri~
dade da Associação,para uso exclusivo dos pescadores artesanais e
seus familiares, ampliando com isso o seu poder de barganha, atra
vés da venda direta ao consumidor, sem o inconveniente de no findar
de um dia de trabalho ter que entregar, a preços irrisórius, seu
produto aos intermediários, por não dispor, principalmente,de equi
pamentos de refrigeração para armazenar seu produto.
• Jacaraípe
Como a produção média diária dessa comunidade e pe
quena (240 kg/pescado/dia) e já existe uma certa tradição na comer
cialização do pescado, em que o próprio pescador, ou o pequeno in
termediário, leva o produto para venda até a residência do consumi
dor (utilizam bicicletas, com depósito acoplado no seu bagageiro
sem nenhum sistema de conservação do pescado) optou-se num primeiro
momento, pela aquisição de determinados equipamentos, que têm por
finalidade dinamizar,de forma mais ordenada e higiênica,o sistema
de comercialização precário já existente. Assim sendo, devem ~~er
adquiridos os seguintes equipamentos:
· Uma (1) barraca desmontável, modelo "Varejão SEAG/
COBAL" , adaptada para venda de pescado, que deverá
ser montada, a princípio, próximo ã Mercearia da
Rede SOMAR lá existente.
· Um triciclo para venda direta ao consumidor (porta
em porta) de acordo com o sistema tradicional de
comercialização já existente.
Outros equipamentos, tais como: balança de mola sus
pensa, caixas plásticas e depósito de lixo, deverão compor a barra
ca desmontável e o triciclo.
· Manguinhos
Devido ao pequeno volume de produção (42 kg/pescado/
dia), no. momento não se justifica economicamente nenhuma estrutura
para comercialização de pescado.
• Praia do Suá
Considerando que já existe na Grande Vitória um sis
tema de comercialização direta ao consumidor, bem distribuído (hor
tomercado da Praia do Suá, Vila Rubim , diversas peixarias e feiras
livres), tomou-se como base para dimensionamento do equipamento p~
172
ra a peixaria da Colônia Z-5 (Praia do Suá) cerca de 300 kg/pescado/
dia, que corresponde a aproximadamente 5% da produção diária total
que é estimada em 5.500 kg. são os seguintes os equipamentos a serem
adquiridos:
- um (1) freezer com capacidade para 300 kg/pescado;
- uma (1) balança suspensa com capacidade para 20 kg;
- quinze (15) caixas plásticas para manipulação e ex-
posição do pescado, e,
- dois (2) depósitos para lixo (víceras, escamas, etc.)
. Ponta da Fruta
Da produção t9tal da comunidade (235 kg/pescado/dia)
50% está comprometida com intermediários. Dos 50% restantes, parte é
consumida pelas famílias dos pescadores e parte vendida diretamente
ao consumidor. Entretanto, considerando a forma anti-higiênica com
que é processada a comercialização, optou-se numa primeira etapa pe
la aquisição de uma barraca desmontável, modelo "Varejão SEAG/COBAL",.,,*adaptada e equipada (com balança de mola suspensa, caixas plásticas
e depósito de lixo) para venda de pescado diretamente ao consumidor.
Essa barraca deverá ser colocada no local onde hoje se pratica a co
mercialização em bancadas anti-higiênicas de madeira em condições
precárias de conservação. Com isso espera-se melhorar a qualidade do
produto a ser oferecido ao consumidor.
. Guarapari
Considerando que Guarapari é um dos poucos balneários
do Espírito Santo que não depende exclusivamente do fluxo de turis
tas no verão para sobreviver criou-se, como consequência, um forte
sistema de comercialização nas comunidades pesqueiras desse municí
pio, realizado pelos intermediários locais e de outras praças. Assim
sendo, a fim de atender um dos principais objetivos do projeto
minimizar a ação do primeiro intermediário,é que se optou por equi
par o Mercado de Pescado já ex~stente na comunidade de propriedade
da Prefeitura Municipal,e pela construção de um Posto de Coleta de
Pescado. Para o dimensionamento dos equipamentos da peixaria, tomou
-se como base um volume diário a ser comercializado de 300 kg/pesca
do, que corresponde a aproximadamente 4% do total produzido no muni
cípio que é 7.814 kg de pescado.
Este mercado fica localizado no centro de Guarapari,
próximo ao canal, local tradicional de desembarque de pescado.
173
o Posto de Coleta, deverá ser implantado em frente ao
mercado, tendo acesso para o canal facilitando o desembarque do pes
cado. Para seu dimensionamento, levou-se em conta uma disponibilida
de inicial de pescado em torno de 1.000 kg/dia, e que corresponde a
aproximadamente 13% do total capturado no município.
Essa produção deverá ficar estocada 'por dois dias
(1.000 x 2 = 2.000 kg) na sala isotérmica, aguardando o momento de
ser transportado para o Entreposto de Vila Velha ou de Itapemirim.
Vale ressaltar ainda, que para coletar êsse excedente
do posto de coleta será utilizado um caminhão com carroceria isotér
mica que,ao mesmo tempo,fará a distribuição de gêlo e óleo diesel.
• Prainha - Vila Velha
o Entreposto de Prainha deverá receber o excedente de
pescado estocado (Postos de Coleta) nas comunidades pesqueiras que
compoem a Associação dos Pescadores do Centro,e ainda aquele resultan
te da captura na comunidade (4.000 kg/pescado/dia). ~,
Este pescado, além de poder ser comercializado nas
feiras livres, supermercados e hotéis (através de convênios) da Gran
de Vitória, poderá também, após beneficiado neste Entreposto Cdesca
mação,evisceração e descabeçamento), atender aos convênios que deve
rão ser firmados entre a Associação e as seguintes entidades: Resta~
rante Central da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), poli
cia Militar, Escola de Aprendiz de Marinheiro, Restaurante da Compa
nhia Siderúrgica Tubarão (C.S.T) e outras. Para isso deverá ser ad
quirida uma Kombi com carroceria isotérmica.
o excedente sera armazenado em camara de resfriamen
to, aguardando o momento oportuno para ser comercializado. Para cole
tar o excedente de produção dos Postos de Coleta e destiná-lo ao En
treposto, será adquirido um caminhão com carroceria isotérmica, dot~
do de uma capacidade de carga líquida de 6.000 kg. Ao mesmo tempo,c~
da viagem desse veículo, será aproveitada para a distribuição de ge
lo e óleo. Para o transporte do óleo diesel está previsto a aquisi
ção de um reboque, tipo "Julieta", com capacidade para 1.000 1.
o comércio interestadual, desde que economicamente
viável, poderá ser atendido por esse Entreposto. Caso contrário, o
excedente exportável encaminhado para o Entreposto de Itapemirim, e,
juntamente com o pescado excedente da Associação do Sul, comerciali
zado em tradicionais centros consumidores de pescado capixaba, como:
Rio de Janeiro, são Paulo e Minas Gerais.
174
11.2.3. Associação dos Pescadores do Sul
• Barra do Itapemirim (Sede da Associação)
A produção total diária (média) da colônia é de
13.463 kg de pescado, donde 85% está comprometida com intermediários
locais, que a destinam, principalmente, aos mercados do Rio de Janei
ro, são Paulo, Belo Horizonte e Grande Vitória.
Assim, com a intenção de propiciar novas opções de ga
nhos para o pescador artesanal e seus familiares,é que optou-se pela
construção de um Entreposto pesqueiro nesta comunidade. Para o dimen
sionamento deste componente deverão ser trabalhados, inicialmente,os
seguintes volumes de pescado:
Piúma
Ubú
1.600 kg a cada 2 dias
400 kg a cada 2 dias
Itapemirim
Itaipava
500 kg diariamente
1.000 kg diariamente
Como essa produção deverá ficar estocada pelo menos 3
(três) dias, teremos então a seguinte situação:
Dia 1 - 2.000 kg (Ubú e Piúma) + 1.500 kg (Itaipava + Itapemirim) =3.500 kg.
Dia 2 - 1.500 kg (Itaipava + Itapemirim) = 1.500 kg
Dia 3 2.000 kg (Ubú + Piúma) + 1.500 kg (Itaipava + Itapemirim) =3.500 kg.
Total pl 3 dias = 8.500 kg
Prevendo-se ainda estocar e vender eventuais exceden
tes provenientes da Associação do Centro (em tôrno de 2.500 kg), te
ríamos um total de 11.000 kg. Portanto, para viabilizar a comerciali
zação deste pescado nos vários segmentos, a estrutura de transporte
inicial se constituirá de dois caminhões com carroceria isotérmica 1
com capacidade líquida para 4 e 6 toneladas respectivamente.
Um se encarrêgará de recolher o e2:cedente dos Postos de Coleta e
distribuição dos insumos básicos, além de transportar o pescado, que
poderá ser comercializado com supermercados e hotéis de cidades in
terioranas, desde que seja economicamente viável. O outro encarre
gar-se-á da exportação do excedente para outros centros consumidores,
corno Praça lS-Rio de "Janeiro, são Paulo e r1inas Gerais, opção já uti
lizada normalmente pelos intermediários da pesca.
175
. Itaipava
A produção total diária desta comunidade é de aprox~
madamente 8.365 kg de pescado, sendo que 95% está comprometida com
intermediários locais.
Atualmente, esta é a única alternativa para o pesca
dor comercializar o seu produto, mesmo porque, é o intermediário
que detém a posse dos principais insumos utilizados na atividade
pesqueira, que sao, isca, gêlo e óleo diesel.
Assim sendo, optou-se pela implantação, nesta comuni
dade, de um posto de coleta através do qual será possível o forne
cimento dos insumos básicos (a princípio gêlo e óleo),e ao mesmo
tempo criar condições para oferecer um preço mais compensador pelo
pescado. Numa primeira etapa deverão ser trabalhados 1.000 kg/pesc~
do/dia (12% da produção total), que poderão ficar estocados por
até dois dias na sala isotérmica, antes de serem transportados para
o entreposto em Barra do Itapemirim.~t
A determinação do preço a ser pago pelo pescado deve
rá ser feita pela Associação, sendo que o pagamento ao pescador po
derá .. ser ã vista ou em consignaçoes.
• Piúma
A comunidade pesqueira de Piúma captura diariamente
7.244 kg de pescado. Entretanto,cerca de 70% dessa produção já está
comprometida com intermediários locais, que a destina aos merca
dos de Vitória, Rio de Janeiro e são Paulo. Os 30% restantes sao co
mercializadps na própria comunidade através de peixarias locais ou
diretamente no ponto de desembarque.
Assim, com o objetivo de aumentar o poder de barga
nha do pescador artesanal, optou-se pela construção de um Posto de
Coleta, uma Peixaria e uma unidade para Salga, todos devidamente e
quipados.
No Posto de Coleta serao trabalhados inicialmente um
volume de 1.000 kg de pescado/dia, que corresponde, aproximadamente
a 15% do total produzido, ou a 50% do pescado disponível. Este ex
cedente, conforme já mencionado anteriormente, poderá ficar estoca
do na sala isotérmica por até 2 dias (2 x 1.000 kg = 2.000 kg), an
tes de ser encaminhado para o Entreposto em Barra do Itapemirim pa
ra ser comercializado.
176
A Peixaria, que será para uso coletivo do pescador aE.
tesanal e seus familiares, deverá,numa primeira etapa,comercializar
200 kg/pescado diariamente.
A unidade de salga, dimensionada inicialmente para
200 kg de pescado "in natura" por dia, é mais uma opçao para se atin
gir uma das metas do projeto, o aumento da renda do pescador
artesanal e de seus familiares.
A principal matéria prima a ser usada nesta unidade
sera o peroá, espécie abundante na região,e que durante os meses de
baixa é comercializado a preços irrisórios.
Este pescado salgado, deverá ser interiorizado para
consumo nos locais de difícil acesso do pescado, principalmente "in
natura", e a preços bem acessíveis. Atualmente todo o pescado salga
do comercializado no Estado tem sido importado, notadamente de Santa
Catarina e Rio Grande do Sul.
• Ubú
A produção total diária da comunidade é de 1.484 kg
de pescado, sendo que, aproximadamente 50% já está comprometida com
intermediários locais e _de outras praças, principalmente Guarapari.
Dos 50% restantes, parte é consumida na comunidade, parte vendida
nas comunidades vizinhas,e uma terceira parcela comercializada com
turistas transeuntes, uma vez que Ubú se localiza às margens da Rodo
via do Sol.
Assim, com a finalidade de propiciar um maior poder
de barganha para o pescador~ decidiu-se pela implantação nesta co
munidade de uma caixa isotérmica, capaz de armazenar 400 kg/ pescado
(200 kg diariamente), acondicionados em gelo. Este excedente sera re
colhido pela Associação do Sul em dias alternados, que na mesma op0E.
tunidade,fará a distribuição do gelo.
Como o movimento de cada associado sera controlado
por um sistema de fichas individuais, todos os créditos e débitos de
cada beneficiário serão anotados para posterior prestação de contas.
Os preços dos pescados serão determinados e divulga
dos pela Associação.
177
• Anchieta
o volume total de pescado capturado nesta comunidade
é de 4.457 kg/dia, onde 50% está comprometido com intermediários
de outras praças. Os 50% restantes são comercializados pelos pró
prios pescadores, sem contudo apresentar uma infra-estrutura adequ~
da de comercialização, capaz de aumentar a competitividade do seg
mento produtor. Tanto é, que não tendo os produtores meios de escoa
rem a produção nem tampouco de armazená-la, sua única opção é se
submeter aos preços dos pequenos intermediários e consumidores lo
cais.
Dessa forma, optou-se por reformar e equipar a peixa
ria já existente no município, de propriedade da Prefeitura mas
utilizada pelos pescadores. Para efeito de dimensionamento, tomou
-se como base uma comercialização de 200 kg de pescado diárias
que representa aproximadamente, 5% da produção total.
Assim, deverá ser adquirido l(um) freezer com capac~
dade para 200 kg, uma balança com capacidade para 20 kg, 10 ~aez)
caixas plásticas para manipulação e exposição do pescado e l(um) de
pósito de lixo.
Estes equipamentos serão para uso exclusivo dos pes
cadores artesanais e seus familiares, ampliando com isso o período
de oferta do pescado, e consequentemente,a receita dos pescadores.
A verdade é que o município de Anchieta é cortado p~
la Rodovia do Sol, onde trafegam diariamente significativa parcela
de turistas. Estando a peixaria localizada estrategicamente neste
percurso, e ainda devidamente equipada, espera-se que principalmen
te no verão ocorra um sensível aumento na procura do pescado.
QUADRO 56 - Distâncias Entre as Principais Comunidades Pesqueiras do Espírito Santo (em Km) .
DISTÂNCIAS ENTRE
COMUNIDADES PES- ja Conceição Vila Barra do
da Barra Velha Riacho Guarapari Anchieta Piúma Itaipava ItapemirimQUEIRAS EM KM
de t>
Conceição da Barra - 293 130 339 369 379 430 451,
Vila Velha 293 - 129 46 76 86 167 188
Barra do Riacho 130 129 - 187 217 227 308 329
Guarapari 339 46 187 - 30 40 121 142
Anchieta 369 76 217 30 - 10 91 112
PiÚIDa 379 86 227 40 10 - 81 102
Itaipava 430 167 308 121 91 81 - 21
Itapemirim 451 188 329 142 112 102 21 -
FONTE: Empresa Capixaba de Turismo 1984.
\
179
PROJETO EXECUTIVO DE ASSISTÊNCIA T~CNICA COMPNENTE A. 41 - CPM!AUV
- 081/GM/81. "APOIO À PESCA ARTESANAL"
INTRODUÇÃO
",'
"~ a cultura - sIntese de todas as atividades
criadoras de um povo - que confere ao desen
volvimento sua verdadeira feição. Com seus in
telectuais, cientistas e artistas na vanguaE
da, cada povo deve assumir a sua identidade
própria, enriquecendo-a e reinventando-a con~
tantemente através de atos, palavras e obras.
Assim concebida, a cultura permite o acesso a
modernidade, graças - entre outros fatores a
certas formas de intercâmbio, à transferência
de conhecimentos e técnicas, processos que a
partir desse momento deixam de ser uma ameaça
e uma fonte de males."
in, "O Correio da Unesco", outubro/novembro
de 82 (revista publicada pela Fundaç~oGetúlio
Vargas)
180
A Pesca Artesanal no Espírito Santo é uma atividade
tradicional que remota a antepassados indígenas. Uma técnica de pro~
dução tão rústica, tão simples ... Um meio de vida e de sustento de
tantas e tantas pessoas ... Grande parte da população do litoral já
pescou em pelo menos algum momento de suas vidas.
o pescado do Espírito Santo tornou-se consumido in
clusive em outros mercados, como o do Rio de Janeiro e o de são Pau
lo, porque tem sido exportado em larga escala para essas praças.
Entretanto, quem está no centro deste sistema de pr~
dução, o pescador artesanal, tem sobrevivido a duras penas numa situ
ação onde o valor do produto de seu trabalho só se efetiva após ter
passado por outras mãos, que nao as suas. Porque a lógica que presi
de o modo de vida desses trabalhadores não tem sofrido grandes alte
raç5es, enquanto que na sociedade global, os acontecimentos e mudan
ças evoluem num rítmo muito mais acelerado.
o princípio do lucro, da produtividade, da acu~la
ção não estão presentes na maneira de pensar do pescador, entendendo
a pescaria apenas para a auto-subsistência de sua família e sua comu
nidade, que por sua vez, direcionariam o excedente alcançado para a
obtenção de utilidades não produzidas por eles. Assim sendo, garanti
dos os bens necessários, só voltaria a haver captura quando estes se
acabassem.
Os pescadores não têm tido base para se inserirem nu
ma economia de mercado ditada pelo capital em suas diferentes formas
(capital mercantil, capital industrial, capital financeiro e capital
imobiliário). Daí o espaço para a inserção de intermediários vários
entre o resultado de seu trabalho e a realização do mesmo, o que re
sulta na exploração do pescador em todos os níveis.
Esta exploração se dá principalmente porque, na maio
ria dos casos, o trabalhador do mar não dispõe de meios de produção
próprios (como barco, óleo diesel, isca e gelo), obrigando-se desta
forma, a comprometer uma grande parcela de sua produção na tentativa
de garantir estes insumos, envolvendo-se num sistema de dívidas per
manente. O pior é que estas' dívidas não se dão apenas a nível materi
aI, vez que, mecanismos de poder e sistemas de lealdades também ~~
sibilitam os pescadores de atitudes mais autônomas frente aos frutos
de seu trabalho, especialmente devido a necessidade de retribuição de
favores prestados. É usual que os próprios comerciantes de pescado
181
auxiliem os pescadores em emergências, tais como obter assistência mé
dica para um filho doente, o que leva frequentemente os produtores ,
em agradecimento, a resignar-se com os preços impostos pelo interme
diário.
Outra questão importante é a organização de trabalho,que
nas comunidades pesqueiras processa-se através de padr5es pr5prios
em relação à sociedade inclusiva. A escolha dos camaradas que const!
tuem a tripulação, em uma pescaria, realiza-se através do parentesco
e da amizade, elementos que devem ser entendidos ao nível da prática
social dos pescadores. Tem relevante valor a perspectiva geracional,
caso em que os mais velhos, em posição destacada face aos jovens, en
carregam-se de educá-los. A partilha dos resultados da pesca ocorre
mediante os mesmos critérios.
Uma boa parte dos pescadores encontra-se filiados às
Colônias de Pesca, que, em sua maioria, no Estado, têm sido um papel
apenas assistencialista. A estrutura formal da Colônia, o controle
burocrático, e até mesmo policial sobre os candidatos a cargos. (já
que tem que ter atestado ideo15gico emitido pelo Dept9 de PoliciaFe
deral) Aliados à firme tutela estatal, têm impdido que esta associa
çae' seja realmente representativa de seus associados, além de permi
tir o monop51io de grupos ( de comerciantes, intermediários e armado
res) com interesses diversos aos do pescador artesanal.
Assim, a ausência de capitais, a forma de organiza
çao do trabalho e a falta de uma associação verdadeiramente represen
tativa de seus interesses permite uma vinculação da pesca artesanal
à economia de mercado que implica na transformação do pescador em v~
dadeiro operário do mar. Isso porque o estabelecimento desses liames
se faz~pela subordinação da comunidade ao sistema capitalista, propi
ciando, assim, a criação das condiç5es favorecedoras à produção e re
produção do capital, ao mesmo tempo em que vai desfazendo os antigos
modos de produção e organização do pescador, mais frágeis que o exi~
tente na sociedade capitalista como um todo. Sobre esta nova 15gica,
o controle e direção da produção saem da 5rbita das comunidad~s para
cair nas mãos de outros grupos sociais, os proprietários dos meios
de produção do pescado e do capital financeiro investido no setor.
O capital comercial qge explorando tanto o produtor
quanto o destinatáriO final, comprando o pescado por preços muito
182
baixos, para revendê-lo mais caro. Os agentes comerciais procurariam'
manter os pescadores presos a si graças ã manipulação de um sistema
de dívidas originadas do fornecimento de insumos - normalmente gelo,
combustível, rancho alimentar e adiantamento em dinheiro. Também o
acesso à propriedade das embarcações é um condicionante fundamental
para a instauração da cadeia expoliativa do trabalho dos pescadores.
Além da propriedade direta destes meios de produção por parte de ca
pitalistas mercantis, existem outras modalidades asseguratórias de
controle destes bens, como através do aluguel e arrendamento de em
barcações e apetrechos.
A comercialização pode abranger uma rede de interme
diários de porte diferenciado de capacidade (volume) de negócios l c~
da um sendo englobado por um outro, desde pequenos pe~xeiros respon
sáveis pela distribuição local de pescado menos nobre l em condições
de vida idêntica às do pescador, até sistemas maiores de captação a
nível regional ou interestadual.".1
Com o capital industrial, novos dados significativos
surgem no panorama da pesca artesanal: a grota de captura das unida
des industriais que convive com a dos pescadores, sem eliminá-la; a
manptenção do controle da força de trabalho, efetuada diretamente pe
las empresas na,medida em que esses capitalistas vêm comprando a pro
duçãodos pescadores. As formas mais comunitárias de relacionamento
no trabalho cedem lugar a práticas expoliativas internas, substituin
do-se as antigas relações de camaradagem pelas de patronato entre pes
cadores proprietários e pescadores não proprietários dos meios de
produção de pescado. Aqui também, seria através dos preços pagos pe
lo pescado aos pescadores que se daria a exploração e o repasse dos
custos do processo.
Importa ainda considerar a possibilidade de estender,
no futuro, o conhecimento na direção das possíveis dominações do mer
cado de peixe do Espírito Santo por estruturas empresariais de porte
superior as locais, principalmente aquelas situadas em outros Esta
dos da Federação e até no exterior~
Outra questão a ser abordada diz respeito ao papel de
sempenhado pelo capital financeiro. Uma avaliação do significado des
ses financiamentos, como os concedidos para compra de embarcações,p~
183
derá revelar quem realmente se beneficia com a difusão de empréstimos,
se os pescadores ou as empresas de pesca, já que estas possuem seus in
teresses mais efetivamente organizados.
Passível de averiguação também seria a extensão da
marca imprimida pelos diferentes tipos de capital a cada comunidade
inserida no Plano de Apoio à Pesca Artesanal. Estas pesquisas seriam
possíveis através do conhecimento aprofundado da organização de trab~
lho do pescador, dos sistemas de remuneração, do tipo de vínculos dos
pescadores com o comércio ou a indústria,. das diversas atividades da
comunidade, enfim, de todo seu universo cultural a ser mais detalhada
mente analisado, ao longo da fase de implantação do projeto.
Finalmente, o capital imobiliário surge neste panora
ma tornando crítica para o pescador a manutenção de sua moradia. Atra
ído pela chance de lucros fáceis, já que as áreas ocupadas pelas comu
nidades de pesca muito raramente estão em situação regular perante o
Serviço de Patrimômio da União. Aliás, as concessões de aforamantosão
de tal ordem, que só com assessoria de técnicos especializados é pos
sível levar essa terefa a cabo, independentemente de outros aspectos
como prestígio e capacidade de organização, recursos só mobilizáveis
pera capital. Em comunidades de pescadores situadas nos limites de zo
nas densamente povoadas, ou em balneários valorizados, o capital imo
biliáriotem agido definitivamente obrigando os pescadores a construir
suas casinhas por sobre manguezais, quando não o expulsam para 'longe
de seu trabalho. Para os loteadores a expropriação destes terrenos não
se constitui num problema. Além de serem terrenos que receberam contí
nuos melhoramentos em virtude do uso de várias gerações, sua comercia
lização não oferece dificuldades por sua10calização à beira mar.
Esta é a situação do pescador artesanal, não compree~
dida inteiramente por ele no momento, por causa dos mecanismos origi
nados no caráter assimétrico das relações que configuram sua prática
existencial histórica e concret~. Vivenciando um momento da mais abso
luta carência de meios de produção; à margem da circulação de bens ,
serviços e informações; tendo sua moradia constantemente ameaçada;ex
cluído da realização imediata do produto de seu trabalho; sem ter urna
base real para poder organizar seus interesses e ter urna linha de ação,
o pescador muitas vezes tem abandonado seu antigo meio de vida e ido
tentar a sorte como operário de construções civis, mecânico, bombeir~
etc •••.
184
Encontramo-nos, assim, diante de um sério problema: a
extinção da pesca artesanal no Estado.
POSTURA DO PROJETO
No atual contexto da pesca artesanal este projeto sUE
ge como um esforço na tentativa de resgatar a participação do pesca
dor no processo social. Resgatar o homem enquanto sujeito de seu tra
balho e centro de suas decisões. Um sujeito que se redescobre em '. ou
tros sujeitos, interage com eles; e se organiza num grupo com as mes
mas aspirações. Que tenha uma visão clara dos diversos interesses em
jogo na sociedade para poder dialogar com eles.
Estes são objetivos que têm de ser trabalhados de den
tro prá fora para se recriar a forma concreta destes indivíduos produ
zirem sua existencia, tem de nascer das aspirações de uma clas~~ e não
apenas de um projeto do governo. Acreditamos ,que nada melhor que conhe
cer os pescadores e interagir com eles para viabilizar seu plano de
vida e estabelecer sua identidade, uma vez que a sociedade abrangente
nãaguarda em relação a eles uma perspectiva clara, confundindo-os com
seus patrões, os proprietários de embarcações e intermediários. E que
este conhecimento seja um conhecimento coletivo, a partir de um tra
balho de igual teor, onde os pescadores sejam muito mais que 'bbjetos",
mas que eles próprios descubram na prática que devem conquistar o p~
der de serem o sujeito de seu trabalho e de sua história.
Considerando, porém, o quanto a cultura do produtor
já está marcada por formas de dominação, reconhecemos que esta não s~
rá uma tarefa fácil, mas um processo permanente onde os técnicos ini
cialmente terão um papel fundamental, não só em relação à transferên
cia de tecnologia, mas principalmente, viabilizando canais de intera
ção entre as comunidades de pescadores e a sociedade mais abrangente.
Neste sentido, o Projeto requer um novo tipo de capacitação do técni
co, sobretudo no que se refere à competência da maneira de ver as di
ferentes sociedades, classes sociais e culturais envolvidas. E também
que valores como respei~o, solidariedade e participação democrática
presidam todo o processo de sua implantação.
185
12. PROJETO ESPECIAL CPM/AUV - 081/GM/81
COMPONENTE A.41 - I1APOIO À PESCA ARTESANAL"
PROJETO EXECUTIVO DE ASSISTÊNCIA TCCNICA
12. L PROJETO DE APOIO À PRODUÇÃO
12.1.1. INTRODUÇÃO
Geograficamente, o Estado do Espírito Santo possui
14 municípios costeiros e, destes, 10 possuem grande potencial para
desenvolvimento das atividades pesqueiras, possuindo 20 (vinte) im
portantes locais de desembarque do pescado (Figura 1).
A pesca extrativa estadual é feita por dois s1ste-,mas distintos: a pesca artesanal e a pesca industrial. A pesca arte
sanal, objeto principal deste projeto, caracteriza-se por utilizar
embarcações com capacidade de até 10 toneladas brutas, dedicando-se
ã exploração de pesqueiros próximos ã costa com níveis tecnológicos
de captura e processamento do pescado bastante rudimentares. Contu
do, a produção artesanal representa aproximadamente 55% da produção
estadual de aguas marinhas, segundo estatística realizada pela SUDEPE.
A produção, na maioria das vezes, é conseguida atra
ves de processos rudimentares de captura se comparados com uma tec
nologia mais avançada e, por não contar com uma infra-estrutura de
apoio e mão-de-obra especializada, apresenta baixo rendimento.
Basicamente, a comercialização do pescado se verifi
ca sob duas formas: através de intermediários ou diretamente ao con
sumidor.
No que diz respeito ã intermediação, o processo se
dá através de um vínculo informal de dependência financeira (giro)
- aquisição de apetrechos e insumos básicos - o que obriga o pesca
dor a entregar sua produção ao intermediário, ao preço que este es
tipular.
ESTADO DO ESPIRITO SANTO
186
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5.Gobri.1 dD FolhaO
(J)
JANEIRO
FIGURA 01 Principais Pontos de Desembarque de Pescado Espírito
Santo, 1984.
187
Pesquisa recente realizada nas comunidades pesquei
ras revelou que a grande dependência do pescador artesanal para com
o internediárior fica por conta da falta de infra-estrutura de frios
nas comunidades, dificultando a conservaçao e o armazenamento do ex
cedente e também a ausência de estrutura de transporte adequada ao
escoamento da produção. Face a isto, o pescador não encontra outra
alternativa senão entregar imediatamente o produto ao intermediário
detentor destas condições básicas de processamento.
A comercialização direta ao consumidor é feita atra
ves de mercados mal aparelhados, na maioria das vezes pertencentes
às colônias de pesca ou nos locais de desembarque em pequenas e an
ti-higiênicas bancas de madeira. Todavia r mesmo neste tipo de comer
.cialização, é marcante a presença do intermediário, sendo muito ra
ro o pescador que vende sua própria produção.
12.1.2. ANÁLISE DA REALIDADE DA PESCA ARTESANAL POR COLÔNIA
Recente pesquisa de campo, realizada nas comunida
des pesqueiras, revelou a realidade sócio-econômica da pesca artesa
nal em 7 colônias, abrangendo 43 comunidades.
12.1.2.1. Colônia Zl - Conceição da Barra
A pesquisa na colônia Zl abrangeu 6 comunidades do
município de Conceição da Barra: Meleiras, Morcego, Barreiras, Itaú
nas, Bugia e a Sede.
As comunidades de Meleiras, Morcego e Barreiras têm
a comercialização de sua produção vinculada ao capital corrercial quan
do transacionam sua produção com pequenos intermediários da própria
comunidade ou da sede em troca do gelo. O contrato com esses agen
tes comerciais é realiza~o antecipadamente pelos próprios pescado
res quando é combinado o dia da entrega do gelo e do pescado. O ge
lo, condicionado em caixas isotérmicas ou de isopor, chega de car
ro até a comunidade de Quadrado, onde é recebido por 3 pescadores
que o distribuem aos pescadores das comunidades supra citadas, uti
lizando a canoa. Neste gelo, os pescadores condicionam o pescado,
cujo principal produto é o camarão, e o transportam de canoa até a
188
Sede uma vez por semana. A produção dessas comunidades é comprada
pelo intermediário por um preço baixo para ser revendida mais cara
para os intermediários da Indústria Jandira Guerra, nas feiras, ar-~
mazens, peixarias e supermercados de outras praças. Nesse processo,
o pescador perde o controle de sua produção e não tem idéia do "qu~
tum" que o intermediário ganha sobre ela.
Os insumos para a pesca sao comprados nas indústrias
da sede de Conceição da Barra, mediante pagamento à vista.
A frota de embarcação é constituída de canoas e caí
ques, num total de 40 embarcações para 63 pescadores. O cangoá, o
robalo e o camarão de ~gua doce são as espécies mais pescadas nes
sas comunidades.
A comercialização da produção de pescado das comuni
dades de Itaúnas, Bugia e da Sede de Conceição da Barra está vincu
lada ao capital comercial. A maioria das embarcações dessas comuni-_ ~t
dades pertence a nao pescadores (1). Apenas 77 pescadores de um to-
tal de 390 pescadores são proprietários de embarcações. Esse dado
demonstra que a maioria das embarcações pertence a particulares.Ap~
sar de não serem proprietárias dessas embarcações, as empresas est~
be~ecem um vínculo com os pescadores ao fornecerem insumos (gelo,
óleo e isca) em troca da produção. Percebe-se, assim, que os pesca
dores não têm controle algum de seu processo de trabalho. são total
mente absorvidos pelo intermediário - as indústrias - pois mais de
60% de toda sua produção fica com elas.
Um fato interessante é observar que os botes e as
canoas também são a maioria na frota pesqueira dessas comunidades,
pois existem somente 21 barcos num total de 363 embarcações. Fato~
decorre do tipo de pescado predominante nessas comunidades: o cama-rao.
Toda essa produção é comercializada fora das comuni
dades do município. ~ transportada em caminhões frigoríficos e car
ros para os intermediários de outras praças (RJ, são Paulo, Santos,
Minas Gerais e Vitória).
Toda a capacidade instalada de frios existentes pertence
as Indústrias: Frigorífico Jandira Guerra, Barrapesca e FRIESP.
(1) As embarcações pertencentes às indústrias de pesca situadas nomunicípio não foram computadas nessa pesquisa.
189
QUADRO 1 - Resumo das informações básicas da pesca artesanal na co
lônia de pesca Zl - Conceição da Barra
I Prcx3.ução I _
NÚTIem de'% da produção
Milllicípio CoIDilllidades di-. Nurrem de vinculadaarla errbarcações ao(kg) pescadores interrrediário
.M:::>rc:ego
Meleiras 135 63 40 70
Cone. da Barra Barreiras
Bugia 1.204 70 67 80
Itaúnas 370 30 30 70
Sede 3.461 290 226 6Óf
To tal 5.170 453 363 280
"
Fonte: Pesquisa de campo - SEAG/ES - Agosto/83
190
QUADRO 2 - Principais carências e reivindicações dos pescadores ar
tesanais da colônia Zl - Conceição da Barra
Comunidades I
pesqueiras Carências Reivindicações
Meleiras
e
Morcego
· Falta médico e dentista . Posto de revenda
Não há material de pesca . Constituição de Cooper~
tiva
Bugia
Itaúnas
Barreiras
Sede
• Subordinação às firmasque fornecem insumos aospescadores
· Problema fundiário
Dificuldades de aquisição de apetrechos
Falta de assistência médica
· Não há material de pesca
· Subordinação às firmasque fornecem insumos aospescadores
Falta de assistência mecânica e de reparo às embarcações, hoje que~ as=sume esse encargo sao asempresas.
· Problema de posse fundiária
· Constituição de Cooper~tiva
· Legalização fundiária
· Posto de revenda de pe~
cado
"" *
· Constituição de Cooper~tiva
· Constituição de Cooperativa
· Legalização de posse
Fonte: Pesquisa de campo - SEAG/ES - agosto/83
QUADRO 4 - Volume da produção, destino da produção e principais espécies capturadas - colônia Zl
Conceição da Barra
Variáveis
Quem compra e percentual
Produção bruta pescadokg/mês
Espécies pescadas
Destino da produção
Barreiras,Meleiras,Morcego eQuadrado
Mascates70%
2.700
Camarão agua doce, Cangoá, Robalo
Feiras, Armazéns, Peixariase supermercados
Bugia
Indústrias80%
24.080
Camarão 7B, Pescadinha, Camarão VG
Rio de Janeiro,são Paulo e Santos, Minas Gerais e Vitória
Itaúnas
Indústrias70%
7.410
Cação, Pescadinha, Peroá
Intermediáriosde outras praças
Sede
Indústrias60%
69.235
Camarão 7B, pescadinha, Cama-rão VG
Intermediáriosde outras praças
Total
103.425
,N9 kg ,
N9 kg ,N9 kg , N9 kg ,
N9 kg
Barcos 7 515 14 1. 024 21 1.539Produção diária Canoas 14 135 40 689 30 370 200 2.437 342 3.631
Caíques 26 20 12
, Total , 40 135 , 67 1. 204 , 30 370 ,226 3.461 ,363 5.170
Fonte: Pesquisa de campo - SEAG/ES agosto/83
\
QUADRO 5 - Capacidade instalada de frios existentes na colônia Zl - Conceição da Barra}'
Frigorífico Guerra-Bugia Barrapesca - Sede Friesp - Sede Total GeralEspecificação
N9 Capo (t) N9 Capo (t) N9 Capo (t) N9 Capo (t)
Túneis 1 10,0 1 6,0 2 16,0
Armários 1 2,6 1 2,6
Câmara de resfriado 1 3,0 1 10,0 2 60,0 4 73,0
Câmara isotérmica 1 6,0 2 12,0 3 18,0
Câmara congelados 80,0 120,0 200 , O
Fábrica de gelo 16,0 36,0 40,0 92 , O
Silo de gelo 30,0 20,0 80,0 130,0
Fonte: Pesquisa de campo - SEAG/ES - agosto/83
\
194
12.1.2.2. Colônia Z2 ~ Vila Velha
As comunidades componentes da Colônia de Pesca Z-2
situam-se no município de Vila Velha e são denominadas Itapoã, Bar
ra do Jucu e Ponta da Fruta.
Os pescadores em atividade na colônia somam cerca
de 80 pessoas, dispondo para o exercício da profissão de 20 barcos
a motor, 14 canoas e 39 caíques. Ressalta-se que somente 48 pescado
res trabalham todos os dias, por conseguinte, dependem diretamente
da atividade para sobreviverem. Os demais pescam em fins de semana
ou na época da safra.
A presença de intermediários é uma realidade, prin
cipalmente na época da safra, quando até caminhões frigoríficos vão
ao local comprar o pescado.
O peixe que não é consumido na própria comunitlade
geralmente é comercializado na sede do município, indo também para
Vitória e mesmo para outros centros consumidores como Rio de Janei
ro e são Paulo.
O intermediário nao mantém vínculo com o pescador
através do fornecimento de insumos, mas o atrelamento se dá através
da imperiosa dificuldade do armazenamento do pescado, que pratica
mente não existindo em nenhuma das comunidades, faz com que a prod~
ção seja imediatamente comercializada, sob o jugo de vê-la se per
der totalmente.
A produçãà diária da colônia, em época de safra, e~
tá em torno de 3.559 kg, assim distribuída: Itapoã - 3.029 kgi Bar
ra do Jucu - 295 kg e Ponta da Fruta - 235 kg.
As comunidades em questão situam-se em uma faixa ter
ritorial onde a presença do capital imobiliário tem a maior presen
ça e interesse no Espírito Santo, principalmente com a suposta con
clusão da 3~ ponte, ligando Vitória a Vila Velha, o que ocasionará
uma super valorização dos terrenos. Por isso, garantir área para o
pescador satisfazer suas atividades profissionais e habitacionais,
se torna uma questão importante para sua sobrevivência.
195
QUADRO E - Resumo das informações básicas da pesca artesanal na co
lônia Z2 - Vila Velha
'ProoLÇão Ilo da produçãoNÚIrero de NÚIrero de 'Ô
Município Cormmidades diária pescadores enbarcações vinculada ao(kg) interrrediário
ltapoã 3.029 45 49 90%
Vila Velha B. do Jucu 295 15 4 50%
P. da Fruta 235 20 20 50%
Tota 1 I 3.559 80 73
Fonte: Pesquisa de campo - SEAG/ES - agosto/83
QUADRO 7 - Principais carências e reivindicações dos pescadores ar
tesanais da colônia Z2 - Vila Velha .. '
Comunidadespesqueiras
}:"" .
Itapoã
Barra do Jucu
Ponta da Fruta
Carências e Reivindicações
Facilidade de crédito para embarcações
· Liberar obra do entreposto embargada
Abono na época de entressafra
· Espaço para comercialização
· Drenagem do Rio Jucu
· Falta de barcos a motor
· Acesso a material de pesca
· Ancoradouro
· Recuperar o prédio construído pela PMVV paramercado do peixe
• Entreposto para comercialização, armazenarexcedente e guarda do material
Financiamento de material de pesca a jurosbaixos e preços acessíveis
· Pequeno mercado
· Garantir a area para o pescador morar pertoda praia
Fonte: Pesquisa de campo - SEAG/ES - agosto/83
QUADRO 8 - Identificação do número de pescadores, número de embarcações e proprietários dasembarcações que atuam na Colônia - Z2 - Vila Velha
Comunidades Número pescadores Proprietários Não proprietários Número embarcações
Itapoã 45 15 30 49
Barra do Jucu 15 04 11 04
Ponta da Fruta 20 11 09 20
Total 80 30 50 73
Fonte: Pesquisa de campo - SEAG/ES - agosto/83
\