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GOVERNADOR DO ESTADORUI COSTA
SECRETÁRIO DE SAÚDEFÁBIO VILAS-BOAS
SUBSECRETÁRIA DE SAÚDETEREZA PAIM
DIRETORIA DE GESTÃO DA REDE PRÓPRIA (DGRP)IGOR LOBÃO
REALIZAÇÃO:
ELABORAÇÃO DO PROJETO - 2020FRANKLIN SANTANA SANTOS
KAROLINE APOLÔNIA
“Os cuidados paliativos assumirão um papel central nos cuidados aos pacientes em uma pandemia de influenza.”
- Rosoff (1)
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SUMÁRIO:
1. LISTA DE CHECAGEM DO ATENDIMENTO E EVOLUÇÃO EM CUIDADOS PALIATIVOS NO CONTEXTO DA COVID-19................................................................................................. 05
2. ANEXO 1 - LISTA DE CHECAGEM - COMPARTILHANDO MÁS NOTÍCIAS .................................................................................... 06
3. ANEXO 2 - LISTA DE CHECAGEM - REUNIÃO FAMILIAR ............................................................................................. 07
4. ANEXO 3 - LISTA DE CHECAGEM - TOMADA DE DECISÃO BIOÉTICA - DELIBERAÇÃO MORAL ......................................... 09
5. ANEXO 4 - LISTA DE CHECAGEM - METAS PARA A
COMUNICAÇÃO AO FINAL DA VIDA.............................................10
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1. Lista de Checagem do Atendimento e Evolução em cuidados paliativos no contexto da COVID-19:
1-Status Covid-19
2-Critérios NECPAL/SESAB
3-Escalas de Performance e de Sintomas
4-DAM-Dor Física, Dor Psicológica, Dor Social e Dor Espiritual (Dor Total)
5-Discussão do caso por uma equipe multiprofissional de cuidados paliativos
6-Devolutiva para o paciente (Diagnóstico/Prognóstico, valores, preferências de cuidado e de cuidador,
comunicação de más notícias (Ver Protocolo SPIKES e checar Anexo 1), entendimento da situação,
capacidade de decisão do paciente)
7-Conferência Familiar online-Conhecimento e Visão da família, desconstrução da cerca do silêncio,
entendimento do caso, aceitação das escolhas do paciente, nomeação do cuidador (Caso já discutido pela
equipe e pelo paciente. Checar Anexo 2)
8- Discussões bioéticas, se houver conflitos (Checar Anexo 3)
9-Elaboração do plano de cuidados de acordo com necessidades, possibilidades e valores do paciente e
familiares e as normas éticas, científicas e legais do país
10- Escrita da DAV
11-Aplicação do plano de cuidados e reavaliação constante (evolução diária com os itens 3 a 5) até desfecho
(alta/óbito-Ver protocolo de controle de sintomas cuidados fim de vida e checar Anexo 4)
12-Alimentação diária da planilha de evolução e indicadores de cuidados paliativos/Sesab
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Anexo 1 - Lista de checagem - Compartilhando Más Notícias
1-Encontre um local apropriado e tempo adequado. Garanta conforto, privacidade e silêncio e ausência de
interrupções.
2-Prepare-se a si mesmo, recapitule pontos chaves e observe suas reações pessoais.
3-Considere o envolvimento da família, especialmente nas questões decisivas e outros profissionais de
saúde. Pergunte ao paciente quem deveria estar presente. No hospital, inclua um enfermeiro e psicólogo.
A menos que a conversação ocorra no contexto de uma relação bem estabelecida, comece por ´sentir`o
paciente e a família. O que o paciente e a família sabem? O que eles desejam saber ? Permita-os fazerem
perguntas e absorverem as informações aos seus próprios modos. Procure entender a perspectiva do
paciente e ou família.
4-Ouça. Atender ao paciente é frequentemente mais importante do que o que você diz. Ouça e responda
às preocupações e emoções. Aceite o silêncio. Estimule perguntas. Clarifique. O que é ´´esperança`` para
este paciente?
5-Seja breve e simples, dando uma mensagem chave em poucas sentenças. Dê explicações plenas e claras
no jargão de uma linguagem livre. Esteja atento a eufemismos. Repita pontos chaves e sublinhe-os.
6-Coloque objetivos realísticos para a discussão inicial, evitando sobrecarga de informação. Entenda que
más notícias são um processo, não um evento. Adapte a informação ao ouvinte. Exposição gradual para
assuntos difíceis. Mantenha em mente objetivos chaves: o que realmente o paciente precisa saber?
7-Seja honesto e fale de maneira firme e franca. Evite falso otimismo e falsa confiança, mas também excesso
de desencorajamento. Respeite preferências pessoais e culturais ao compartilhar informações. Evite falsas
certezas ou exatidões, mas atenda às necessidades do paciente com relação à informação prognóstica.
8-Responda com afeto. Aja ativamente e encoraje relações emocionais. Seja companheiro. Tenha empatia.
Reconheça dificuldades. Transmita seu cuidado. Identifique apoios atuais e ofereça recursos adicionais.
9-Ofereça os próximos passos que conduzam uma atenção continuada. Planeje um seguimento para
compartilhar informação, resolver dúvidas e apoiar. Garanta disponibilidade e atenção continuada.
10- Documente a informação compartilhada e comunique sobre isto para a equipe dos cuidados de saúde.
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1- BARTOLOMEU, Sandra Martins; SAPETA, Ana Paula Antunes Gonçalves (2013) - Cuidar a família: realização de conferências familiares: revisão sistemática da literatura. IPCB. ESALD. 26, [16] p.
Anexo 2- Lista de checagem-Reunião Familiar (1)
1-Avaliação da Dor Total
2-Discussão e consenso da equipe sobre o caso
3-Devolutiva ao paciente (Devolutiva para o paciente sobre diagnóstico/prognóstico, valores do paciente,
comunicação de más notícias (Ver protocolo SPIKES) , preferências de cuidado e de cuidador, entendimento
da situação, capacidade de decisão do paciente)
4- Definir os objetivos do cuidado ao doente e discutir o plano de cuidados. Nomeadamente, discutir
questões como: Diretivas Antecipadas de Vontade (DAV) e Ordem de Não Reanimação (ONR); tratamentos,
designadamente a transição para uma vertente não-curativa, controle de sintomas; remoção de medidas
de suporte de vida (p.e.quimioterapia, antibióticos); e, nutrição/hidratação.
5-Consenso da equipe sobre o caso após reunião com o paciente
6-Escolha de pelo menos dois profissionais da equipe de cuidados paliativos para conduzir a reunião com
familiares
7-Agendar dia e horário com familiares e dizer objetivo da reunião, definir número máximo de participantes
(de preferência aqueles nomeados pelo paciente, incluindo o cuidador responsável)
8-Apresentação da equipe, o conceito dos cuidados paliativos e sua função, objetivo da reunião e a
necessidade da discussão de pontos importantes do cuidado
9-Escuta dos familiares sobre conhecimentos e sentimentos da situação do paciente, (situações pré-
existentes e agora agregada ao diagnóstico da COVID-19) pelos profissionais da equipe de cuidados
paliativos
10- Identificar membros da família potencialmente vulneráveis ou que possam necessitar de apoio adicional
no luto
11- Apresentar o caso com o consenso da reunião paciente e equipe
12- Discutir o prognóstico do doente com sensibilidade e promover a compreensão da gravidade da doença
(Ver protocolo SPIKES)
13-Apresentar os objetivos do cuidado ao doente, salientando a autonomia do paciente e dos seus
valores, e discutir, quando cabível e na recomendação do paciente, o plano de cuidados com familiares.
Nomeadamente, apresentar valores e preferências do paciente em questões como: Diretivas Antecipadas
de Vontade (DAV) e Ordem de Não Reanimação (ONR); tratamentos, designadamente a transição para uma
vertente não-curativa, controle de sintomas; remoção de medidas de suporte de vida (p.e. quimioterapia,
antibióticos); e, nutrição/hidratação, ritos de passagem de acordo com sua crença/religião, questões
sociais (plano funerário, enterro, seguros, direitos assistenciais etc) .
14- Discutir o local mais adequado à prestação de cuidados: Hospital (enfermaria), ILPI, Casa com Home
Care, Casa sem Home Care.
15- Identificar e intervir junto das necessidades da família, designadamente discutir preocupações e
sentimentos relacionados com a doença (p.e. o que o paciente pode experienciar na agonia), preocupações
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relativas ao conforto do paciente/qualidade de vida/atividades, questões espirituais, problemas sociais e
financeiros e, assim, promover o bem-estar dos familiares.
16- Documente a informação compartilhada em prontuário e comunique sobre isto para a equipe dos
cuidados de saúde.
17- Providenciar, nas reuniões subsequentes, atualização do estado clínico do paciente e discutir o plano de
alta do doente, possibilitando delinear um plano à equipe de seguimento, facultar informação para futuro
contato e, capacitar para a realização de cuidados ao doente.
18-Rever o plano de cuidados quando necessário, p.e. por súbito agravamento do estado geral do paciente.
1- BARTOLOMEU, Sandra Martins; SAPETA, Ana Paula Antunes Gonçalves (2013) - Cuidar a família: realização de conferências familiares: revisão sistemática da literatura. IPCB. ESALD. 26, [16] p.
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Anexo 3 - Lista de checagem - Tomada de Decisão - Bioética- Deliberação Moral (2)
Na clínica, há sempre, ao menos, duas pessoas envolvidas: o usuário e o profissional. Assim, a deliberação
moral, na prática clínica, deverá ser feita, no mínimo, pelo diálogo entre os dois. E um diálogo que possibilite
a troca de fatos, emoções, sentimentos, crenças, valores, enfim, muito mais que apenas os dados dos sinais,
sintomas e resultados de exames, sem desses prescindir. Serão essenciais a escuta, o reconhecimento
do vínculo, os afetos e o respeito pela diferença e diversidade, em um clima de respeito mútuo, como é
próprio para a deliberação.
Na deliberação, o raciocínio não se baseia em um processo de quantificação, mas de argumentação.
Enquanto a quantificação almeja resolver a questão de maneira matemática e completamente racional,
a argumentação aspira apenas ser razoável, tendo um caráter aberto’. A argumentação é a apresentação
fundamentada e justificada das razões para atuar. Dai admitir-se variabilidade nas soluções e que esta não
será somente urna, pois es interpretações da situação pelos envolvidos e afetados diferem.
A - Deliberação sobre os fatos 1- apresentação do caso clínico2- esclarecimento dos fatos do caso clínico
B - Deliberação sobre valores 3- identificação dos problemas morais do caso clínico4- indicação do problema moral fundamental5- identificação dos valores em conflito
C - Deliberação sobre os deveres 6- identificação dos cursos de ação extremos7- identificação dos cursos de ação intermédios8- Identificação do curso de ação ótimo
D - Deliberação sobre as responsabilidades
9- aplicação das provas de consistência ao curso de ação ótimo: tempo, publicidade e legalidade10- decisão final
2-Zoboli, ELCP. Deliberação: leque de possibilidades para compreender os conflitos de valores na prática clínica da atenção básica. Tese de Doutorado-USP. Disponível em https://teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/7/tde-22022011-104726/pt-br.php
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Anexo 4 - Lista de checagem - Metas para a comunicação ao final da vida
Ao final da vida, espera-se que uma comunicação adequada permita:
1-Conhecer os problemas, anseios, temores e expectativas do paciente e familiares;
2-Facilitar o alívio de sintomas de modo eficaz e melhorar sua autoestima;
3-Oferecer informações verdadeiras, de modo delicado e progressivo, de acordo com as necessidades do
paciente;
4-Identificar o que pode aumentar seu bem-estar;
5-Conhecer seus valores culturais, espirituais e oferecer medidas de apoio;
6-Respeitar/reforçar a autonomia;
7-Tornar mais direta e interativa a relação profissional de saúde-paciente;
8-Melhorar as relações com os entes queridos;
9-Detectar necessidades da família;
10-Dar tempo e oferecer oportunidades para resolução de assuntos pendentes (despedidas, agradecimentos,
reconciliações);
11-Fazer com que o paciente se sinta cuidado e acompanhado até o final;
12-Diminuir incertezas; e
13-Auxiliar o paciente no bom enfrentamento e vivência do processo de morrer.