9
http://dx.doi.org/10.5902/2236117010444 Revista do Centro do Ciências Naturais e Exatas - UFSM, Santa Maria Revista Eletronica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental - REGET e-ISSN 2236 1170 - v. 17n. 17 Dez 2013, p. 3275 - 3283 Recebido em: 09.10.13 Aceito em:13.12.13 Gestão dos resíduos do setor industrial sucroenergético: estudo de caso de uma usina no município de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul Maria Aparecida Farias de Souza Nogueira 1 , Marli da Silva Garcia 2 1 Doutaranda em Ciências Ambientais e Sustentabilidade Agropecuária pela Universidade Católica Dom Bosco - Campo Grande, MS - Brasil 2 Doutoranda em Ciências Ambientais e Sustentabilidade Agropecuária pela UCDB - Campo Grande, MS - Brasil Resumo O setor sucroenergético tem proporcionado o desenvolvimento socioeconômico nas regiões onde estão implantadas as usinas de açúcar e álcool com geração de empregos diretos e indiretos, que é o fato gerador de renda. É necessário que haja um monitoramento das ativi- dades desenvolvidas dentro do processo produtivo com a implantação de um PGRS (Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos), para que o desenvolvimento não traga alto custo ao meio ambiente e, consequentemente, à saúde e ao bem estar da população. A pesquisa foi realizada como estudo de caso da gestão dos resíduos em uma usina no Mato Grosso do Sul, por meio de pesquisa exploratória, visitas técnicas e aplicação de questionário. Sobre o manejo dos resíduos e as práticas de sustentabilidade para reduzir os impactos ambientais, a pesquisa revelou alguns pontos importantes: a agroindústria estudada adota a política de reaproveitamento dos resíduos gerados visando o desenvolvimento sustentável de suas atividades. Palavras-Chave: Cana de açúcar, subprodutos, sustentabilidade, resíduos. Abstract The sugarcane industry has provided socio-economic development in the regions where they are deployed sugar mills and alcohol to gene- rate direct and indirect jobs, is the fact that income generator. There must be monitoring of activities within the production process with the implementation of a SWMP (Plan Solid Waste Management), so that development does not bring high cost to the environment and consequently the health and welfare of population. The survey was conducted as a case study of waste management at a plant in Mato Grosso do Sul, through exploratory research, technical visits and questionnaire. On waste management and sustainability practices to reduce environmental impacts, the survey revealed some important points: agribusiness study adopts the policy of reuse of waste generated for the sustainable development of its activities. Keywords: Sugar cane by-products, sustainability, waste.

Gestão dos resíduos do setor industrial sucroenergético: estudo de caso de uma usina no município de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Artigo científico

Citation preview

  • http://dx.doi.org/10.5902/2236117010444

    Revista do Centro do Cincias Naturais e Exatas - UFSM, Santa Maria

    Revista Eletronica em Gesto, Educao e Tecnologia Ambiental - REGET

    e-ISSN 2236 1170 - v. 17n. 17 Dez 2013, p. 3275 - 3283

    Recebido em: 09.10.13 Aceito em:13.12.13

    Gesto dos resduos do setor industrial sucroenergtico: estudo de caso de uma usina no municpio de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul

    Maria Aparecida Farias de Souza Nogueira1, Marli da Silva Garcia2

    1Doutaranda em Cincias Ambientais e Sustentabilidade Agropecuria pela Universidade Catlica Dom Bosco - Campo Grande, MS - Brasil2Doutoranda em Cincias Ambientais e Sustentabilidade Agropecuria pela UCDB - Campo Grande, MS - Brasil

    Resumo

    O setor sucroenergtico tem proporcionado o desenvolvimento socioeconmico nas regies onde esto implantadas as usinas de acar

    e lcool com gerao de empregos diretos e indiretos, que o fato gerador de renda. necessrio que haja um monitoramento das ativi-

    dades desenvolvidas dentro do processo produtivo com a implantao de um PGRS (Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos), para

    que o desenvolvimento no traga alto custo ao meio ambiente e, consequentemente, sade e ao bem estar da populao. A pesquisa foi

    realizada como estudo de caso da gesto dos resduos em uma usina no Mato Grosso do Sul, por meio de pesquisa exploratria, visitas

    tcnicas e aplicao de questionrio. Sobre o manejo dos resduos e as prticas de sustentabilidade para reduzir os impactos ambientais, a

    pesquisa revelou alguns pontos importantes: a agroindstria estudada adota a poltica de reaproveitamento dos resduos gerados visando o

    desenvolvimento sustentvel de suas atividades.

    Palavras-Chave: Cana de acar, subprodutos, sustentabilidade, resduos.

    Abstract

    The sugarcane industry has provided socio-economic development in the regions where they are deployed sugar mills and alcohol to gene-

    rate direct and indirect jobs, is the fact that income generator. There must be monitoring of activities within the production process with

    the implementation of a SWMP (Plan Solid Waste Management), so that development does not bring high cost to the environment and

    consequently the health and welfare of population. The survey was conducted as a case study of waste management at a plant in Mato

    Grosso do Sul, through exploratory research, technical visits and questionnaire. On waste management and sustainability practices to reduce

    environmental impacts, the survey revealed some important points: agribusiness study adopts the policy of reuse of waste generated for the

    sustainable development of its activities.

    Keywords: Sugar cane by-products, sustainability, waste.

  • NOGUEIRA; GARCIA

    REGET - v. 17 n. 17 Dez. 2013, p. 3275 - 3283

    3276

    1 INTRODUO

    O sistema agroindustrial da cana de acar um dos mais tradicionais do Brasil e teve grande influncia no perodo de colonizao e na procla-mao da repblica atingiu o terceiro lugar nas exportaes brasileiras, atrs apenas do caf e da borracha. Atualmente, o Brasil o maior produtor de cana de acar e maior exportador de acar.

    O Brasil reconhecido e elogiado mun-dialmente pelo forte componente renovvel de sua matriz energtica. Hoje, mais de 47% de toda a energia utilizada no pas vem de fontes renovveis. O setor sucroenergtico tem papel-chave nesse quadro: a cana-de-acar, matria-prima para a produo de etanol e bioeletricidade, a segunda maior fonte de energia do pas, respondendo por 18% de toda a energia consumida pelo Brasil Unio da Indstria da Cana de Acar (UNICA, 2012).

    O territrio brasileiro se destaca mundial-mente neste setor devido s vantagens conferidas pelo seu tamanho, pelas condies climticas e pelas tcnicas de plantio desenvolvidas no Pas. O setor sucroenergtico vive atualmente uma opor-tunidade histrica, o setor gera etanol, acar e energia eltrica de forma sustentvel, competindo com o petrleo que uma fonte de energia esgo-tvel e poluente, o setor sucroenergtico atende a necessidade urgente da humanidade de encontrar fontes alternativas e sustentveis de energia. As mudanas climticas e a preocupao em reduzir as emisses de carbono na atmosfera tm aberto portas para que a prtica de cogerao de energia (entre outras atividades das usinas) seja inserida no mercado de carbono.

    Assim o objetivo desta pesquisa foi efetuar um estudo de caso da gesto dos resduos em uma usina no Mato Grosso do Sul, no municpio de Rio Brilhante.

    2 CANA DE ACAR

    A cana de acar originada da Nova Guin e foi introduzida na Amrica por Cristvo Colombo e, no Brasil por Martin Afonso de Souza, no ano de 1532 (ZANOTTI, 2007).

    Inicialmente a cana foi plantada como planta ornamental, depois sendo utilizada para garapa, acar e aguardente. Atualmente a cana de acar matria prima para muitos produtos como: acar, lcool, energia (DINORAH, 2008).

    No sculo XVI, a cana passou a ocupar terras frteis e para facilitar a exportao do acar

    para a Europa, expandiu-se no Nordeste brasileiro, ocupando a Mata Atlntica. A atividade canavieira foi primeira atividade agroindustrial do Brasil. Em So Paulo, grande centro das indstrias sucro-alcooleiras, aps alguns perodos onde perdeu importncia para a atividade do caf, e em Minas para a minerao, a cana reencontra relevncia a partir de 1933 com a criao do Instituto do Acar e do lcool por Getlio Vargas (IAA), que passou a regulamentar o setor, distribuindo cotas entre as usinas para a produo de acar, a comercializao com preos fixos e cotas para a exportao (ROSSETO, 2008).

    A lavoura de cana de acar continua em expanso no Brasil. As reas em produo conti-nuam com progressivo aumento nos Estados de: Mato Grosso do Sul 12,5%, Gois 7,9%, Esprito Santo 7,35%, Bahia 5,3%, Mato Grosso 5,5%, e Minas Gerais (3,5%) Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2012).

    A rea cultivada com cana de acar que ser colhida e destinada atividade sucroalcooleira na safra 2012/13 est estimada em 8.567,2 mil hectares, distribudos em todos estados produtores conforme suas caractersticas. O estado de So Paulo o maior produtor com 51,66% (4.426,45 mil hectares), seguido por Minas Gerais com 8,97% (768,64 mil hectares), Gois com 8,54% (732,02 mil hectares), Paran com 7,17% (614,01 mil hectares), Mato Grosso do Sul com 6,31% (540,97 mil hectares), Alagoas com 5,35% (458,09 mil hectares) e Pernambuco com 3,48% (298,39 mil hectares). Nos demais estados produtores as reas so menores, com representaes abaixo de 3%. A produtividade mdia brasileira est estimada em 70,289 kg/ha, 2,9% maior que na safra 2011/12, que foi de 68.289 kg/h (CONAB, 2012).

    A previso do total de cana moda na safra 2012/13 de 602,2 milhes de toneladas, com aumento de 5,4% em relao safra 2011/12, que foi de 571,4 milhes de toneladas, significando que a quantidade que ser moda deve ser 30,7 milhes de toneladas a mais que a moagem da safra anterior. A produo de cana da regio Centro- Sul deve ser de 532,0 milhes de toneladas, 6,1% maior que a produo da safra anterior (CONAB, 2012).

    O progresso do setor sucroalcooleiro obser-vado no Brasil foi baseado no uso de apenas um tero do potencial energtico da cana-de-acar: o caldo, para produo do acar e etanol. Agora estamos no limiar do uso em larga escala dos outros dois teros da planta o bagao e a palha para gerar eletricidade, conhecida como bioeletricidade (JANK; RODRIGUES, 2007).

  • REGET - v. 17 n. 17 Dez. 2013, p. 3275 - 3283

    Gesto dos resduos do... 3277

    O presidente da Biosul Associao de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul, Roberto Hollanda Filho relata que o setor sucroenergtico em Mato Grosso do Sul fechou a safra 2012/2013 com a exportao de 1.292 giga Watts hora (GWh) de energia, um crescimento de 17% em relao a safra passada (2011/2012). Na ltima safra, nove das 22 usinas injetaram 17% a mais de bioeletricidade a partir do bagao da cana no sistema eltrico, apontou o presidente. Per-centualmente, o estado foi o primeiro em tonelada de cana moda por exportao de bioeletricidade em todo o Pas.

    Hollanda (2013) enfatiza que a eletricidade a partir da cana uma alternativa interessante porque complementa a gerao hdrica no per-odo de seca, entre abril a novembro, as unidades sucroenergticas esto moendo para produzir a-car e etanol e gerando energia a partir da queima do bagao. O investimento das usinas em novas plantas e a readequao das antigas, com aquisi-o de maquinrios mais modernos garantiu que esse bagao fosse transformado em eletricidade. A iniciativa privada tambm investiu na construo de linhas de transmisso, o que possibilitou que a indstria de cana-de-acar tivesse mais um produto: a bioeletricidade.

    Na avaliao de Hollanda (2013) em face ao potencial, a cogerao da bioeletricidade a partir da cana-de-acar ainda tmida. A indstria tem feito sua parte, agora necessrio estruturar investimentos principalmente as formas de comer-cializao. Atualmente existem duas formas de comercializao desse produto. Uma delas a venda direta para os grandes consumidores e a outra por meio de leiles.

    2.1 Resduos gerados pelo setor sucroenergticoO setor conhecido por gerar grande quan-

    tidade de resduos, por sua dimenso. O setor desenvolveu-se dimensionando a retirada dos resduos da unidade industrial em velocidade pra-ticamente proporcional sua gerao, pois seria impraticvel o armazenamento de todos os resduos nos perodos de produo (JENDIROBA, 2006).

    Vilaa (2012) destaca que implantao de um sistema de gesto ambiental em uma usina promove a ordem e consistncia na administrao dessas questes atravs da previso, priorizao e distribuio de recursos (humanos, financei-ros, materiais), atribuio de responsabilidades e avaliao de suas atividades, sendo um processo contnuo e interativo.

    Quando os resduos sucroenergtico no

    so bem gerenciados, aumentam sobremaneira os riscos de problemas ao meio ambiente, contudo, quando bem utilizados, diminuem significativa-mente os custos de produo, melhoram a imagem da empresa e as perspectivas de negcios e, princi-palmente, diminuem os riscos de danos ambientais.

    Assim, os interessados beneficiaro de ativi-dades de projetos que resultem em redues certi-ficadas de emisses. Este processo se d mediante investimentos em tecnologias mais eficientes, subs-tituio de fontes fsseis por renovveis, e racio-nalizao do uso de energia e reflorestamento, devendo conduzir a resultados mensurveis e estar exclusivamente relacionados a determinados tipos de gases e setores responsveis pela maior parte das emisses (GODOY, 2005).

    2.2 A sustentabilidade do setor sucroalcooleiroA busca por alternativas de utilizao de

    resduos industriais tornando-os apenas subpro-dutos e ainda agregar valor tornou-se uma busca incessante de todas as cadeias produtivas. Buscas por processos de sustentabilidades e aumento dos ganhos faz com que produtos antes considerados problemas passem hoje a ser fontes de renda considerveis para todas as empresas (CHUBA et al., 2010).

    A sustentabilidade um ideal sistemtico que se perfaz principalmente pela ao, e pela constante busca entre desenvolvimento econmico e ao mesmo tempo preservao do ecossistema (ABREU, 2010).

    Sustentabilidade de fato um conceito sist-mico, relacionado com a continuidade de aspectos econmicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana que, preservam a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo em sua manuteno. Estes projetos de sustenta-bilidade ambiental so um meio de configurar as atividades humanas, de tal forma que a sociedade e as suas economias possam satisfazer as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente (VILAA, 2012).

    Para uma melhor visualizao e entendi-mento, segue Fluxograma ilustrando a produo de acar, etanol, bioeletricidade e resduos (Fig.1).

    2.2.1 Bagao/palhaEntre as vantagens que tornam o uso do

    bagao uma alternativa competitiva para a coge-rao de energia mecnica e eltrica, Pellegrini (2002) cita: a) a lavoura da cana organizada e os custos de produo do bagao so debitados no produto nobre, o acar e/ou o lcool; b) o

  • NOGUEIRA; GARCIA

    REGET - v. 17 n. 17 Dez. 2013, p. 3275 - 3283

    3278

    umidade oferece poder calorfico inferior de 7,49 MJ.kg-; a 20% de umidade esse valor passa a ser de 13,57 MJ.kg-. Um poder calorfico de 18,62 MJ.kg- pode ser alcanado com a queima do bagao para gerao de eletricidade

    De acordo com a definio de Ripoli, T. e Ripoli, M. (2009), palhio o material que fica sobre o solo aps a colheita mecanizada (antes eliminado pela queima da plantao na fase da pr-colheita), constitudo de folhas verdes, palha, ponteiros e suas fraes, fracos de colmos (indus-trializveis ou no), fraes de razes e partculas de terra a eles aderida.

    Segundo Ripoli (2001), podem permanecer no campo de 9 a 28 t. ha de palhio, dependendo das condies da cultura. A quantidade de palhio por hectare de 14,4 t de matria seca, equivalente a 14% dos colmos de cana-de-acar, segundo o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) da Coo-persucar (2005). Para os 350 milhes de toneladas de cana-de-acar produzidos nacionalmente h um potencial de coleta de 49 milhes de toneladas de palhio matria seca.

    Sartori (2001) defendeu que a disponibili-dade de palhio muda de acordo com a variedade de cana e os diferentes nmeros de corte Segundo Furlani Neto et al. (1997), aps a colheita mecnica em canaviais sem queima prvia, a quantidade de palhio encontrada de 24,32 t.ha-1 para SP 71- 1406 e 10,25 t.ha-1 para SP71-6163; contra

    sistema de transporte entre campo e indstria organizado e vinculado ao mesmo produto nobre; c) a produo de bagao grande e concentrada e o produto liberado semibeneficiado depois da moagem da cana.

    Segundo a Unio da Indstria de Cana de Acar (Unica, 2012), uma tonelada de cana produz em mdia 280 Kg de bagao e 234 Kg de palha e pontas. Considerando apenas o bagao seria possvel gerar 85,6 kWh de energia de exportao, utilizando caldeira de 65 bar. Supondo a utilizao de 75% do bagao disponvel em 2012/13 e 50% da palha disponvel no mesmo ano, uma tonelada de cana poderia gerar 210 kWh para exportao. Finalmente, uma tonelada de bagao gera 342,4 kWh para exportao enquanto que uma tone-lada de palha gera 500 kWh em funo da menor umidade.

    A bioeletricidade uma energia limpa e renovvel, feita a partir da biomassa: resduos da cana de acar (bagao e palha), restos de madeira, carvo vegetal, casca de arroz, capim-elefante e outras. No Brasil, 80% da bioeletricidade vm dos resduos da cana-de-acar. Com alto teor de fibras, o bagao de cana, desde a revoluo indus-trial, tem sido empregado na produo de vapor e energia eltrica para a fabricao de acar e etanol, garantindo a autossuficincia energtica das usinas durante o perodo da safra. NICA (2012)

    Para Moeda (2012) o bagao com 50% de

    Figura 1: Produo de acar, etanol, bioeletricidade e resduos

    Fonte: Gurgel, 2012

  • REGET - v. 17 n. 17 Dez. 2013, p. 3275 - 3283

    Gesto dos resduos do... 3279

    13,51 t.ha-1 e 8,09 t.ha-1, respectivamente, aps a colheita mecnica com cana queimada.

    2.2.2 Torta de Filtro resultante do processo do filtro a vcuo

    ou do filtro prensa do lodo recebido do decantador de caldo, a quantidade gerada deste produto em mdia 40 kg/tonelada de cana e sua disposio final a lavoura e/ou compostagem.

    As impurezas presentes no caldo de cana so removidas atravs de floculao ou decantao, resultando um lodo rico em acar, que tratado em filtro rotativo a vcuo, que extrai o acar residual atravs de lavagem e filtrao. Resulta desta operao a torta de filtro, um resduo slido produzido na proporo de 1% a 4 % do peso da cana moda. Este resduo , ento, prensado para reduzir sua umidade, que inicialmente de 75 %. A torta de filtro produzida de forma contnua, sendo que cada tonelada de cana produz 40 kg de torta (CTC, 2008).

    constituda de cerca de 1,2 a 1,8% de fs-foro e cerca de 70% de umidade, que importante para garantir a brotao da cana em plantios feitos em pocas de inverno nas Regio Sul e Sudeste. A torta tambm apresenta alto teor de clcio e considerveis quantidades de micronutrientes. Sua aplicao feita em rea total ou diretamente no sulco de plantio. (ROSSETO; SANTIAGO, 2007).

    2.2.3 VinhaaConhecido como vinhaa, vinhoto ou res-

    tilo, o lquido derivado da destilao do vinho, que resultante da fermentao do caldo da cana de acar ou melao. O volume varia basicamente entre 10 a 15 litro/litro de lcool, dependendo do teor alcolico do vinho e o vapor direto utilizado.

    A vinhaa um resduo cido (pH 4,0 a 4,8), de cor escura, com alta demanda bioqu-mica de oxignio - DBO mdio de 19.800 mg L-1 (caldo + mel) (Glria, 1983), e emite um cheiro forte caracterstico. Aproximadamente de 10 a 18 litros de vinhaa so obtidos por 1 litro de etanol produzido e sua composio varia de acordo com a matria prima e equipamentos utilizados no processo de obteno do etanol (WADT, 2008).

    Dos efluentes produzidos pelas destilarias de etanol, a vinhaa a que possui a maior carga poluidora. A vinhaa constitui um dos grandes problemas ambientais, quando lanada nos meios hdricos, em funo da alta demanda bioqu-mica de oxignio (DBO) possuindo ao redutora extremamente alta e requerendo elevada taxa de oxignio para estabilizar-se. Resiste tenazmente aos mtodos usuais de tratamentos de resduos,

    muito volumosa, apresentam caractersticas cidas e corrosivas, o que dificulta o seu armazenamento e transporte sem prvio tratamento (SZMREC-SNYI et al, 2008).

    A vinhaa empregada no setor agrcola como fertilizante principalmente nos cultivos de cana de acar. Este resduo pode promover melhoria na fertilidade do solo, no entanto, as quantidades no devem ultrapassar sua capacidade de reteno de ons, ou seja, as dosagens depen-dem das caractersticas do solo. A quantidade a ser utilizada deve considerar a profundidade e a fertilidade do solo, a concentrao de K na vinhaa e a extrao mdia desse elemento pela cultura, conforme frmula constante no item 6 da Norma Tcnica CETESB-P4.231(GURGEL, 2012).

    Os seguintes efeitos benficos da aplicao da vinhaa no solo podem ser enumerados: (i) ele-vao do pH; (ii) aumento da disponibilidade de alguns ons; (iii) aumento da capacidade de troca catinica (CTC); (iv) aumento da capacidade de reteno de gua e; (v) melhoria da estrutura fsica do solo (GLRIA; ORLANDO FILHO, 1983).

    A vinhaa deve ser vista, tambm, como agente do aumento da populao e atividade micro-biana no solo. O pH dos solos tratados com vinhaa aumenta principalmente em reas cultivadas h mais tempo (Silva e Ribeiro, 1998), embora nos primeiros dez dias aps sua aplicao, o pH sofra uma reduo considervel para, posteriormente, elevar-se abruptamente, podendo alcanar valores superiores a sete; este efeito est ligado ao dos microrganismos (ROSSETTO, 1987).

    2.2.4 Cinzas/FuligensSegundo Gurgel (2012), a cinza oriunda

    da queima do bagao nas caldeiras, so dispos-tas em reas de aterro ou aplicadas no solo, so gerados em mdia 2,06 kg/tonelada de cana. A fuligem proveniente do sistema de lavagem de gases instalado na chamin, direcionada para lagoas de decantao e sua produo mdia de 11,76 kg/tonelada de cana, seu destino final a aplicao no solo.

    2.2.5 Outros resduosO lixo comum um resduo slido resul-

    tante das atividades de escritrio, sanitrios e varrio, compostos principalmente de papis, papeles, plsticos, estopa, so coletados e clas-sificados dando destinados corretos, o lixo que pode ser reciclado destinado reciclagem, o que no recicla so dispostos no aterro sanitrio do Municpio.

  • NOGUEIRA; GARCIA

    REGET - v. 17 n. 17 Dez. 2013, p. 3275 - 3283

    3280

    Tm-se como sucatas ferrosas e no ferrosas os resduos resultantes da manuteno da inds-tria, troca de equipamentos, tubos e chaparias. As sucatas ferrosas, principalmente ao carbono e ao inox, so dispostas a granel em local aberto. J as sucatas no ferrosas, principalmente o cobre e o bronze, so armazenadas em tambores em local prprio. Este material comercializado no decorrer da safra.

    Os leos lubrificantes usados so conside-rados como classe I (perigosos), de acordo com a classificao da associao brasileira de normas tcnicas (ABNT), e coletadas normalmente em tambores de 200 litros, sendo parte reutilizada na lubrificao de correntes e rodetes das correias transportadoras da usina. A parte restante arma-zenada e vendida para empresas recuperadoras de leo (GURGEL 2012)

    3 METODOLOGIA

    A pesquisa exploratria, com reviso de literatura nacional e internacional. Para a coleta de dados, utilizou-se a visita tcnica, entrevista e questionrio com questes abertas e fechadas. Quanto aos meios de investigao, a pesquisa caracterizou-se como um estudo de caso, desen-volvido em uma agroindstria de transformao de cana de acar, situada no Estado de Mato Grosso do Sul, no municpio de Rio Brilhante cujo nome real foi preservado.

    De acordo com Beuren (2010) uma carac-terstica da pesquisa exploratria consiste no aprofundamento de conceitos preliminares sobre determinada temtica no contemplada de forma satisfatria anteriormente. Seguindo o mesmo raciocnio, Marion et al (2009) afirmam que a pes-quisa exploratria antecede uma fase de trabalho de campo, pois a considera como pesquisa desen-volvida quando o autor tem pouco conhecimento a respeito do assunto pesquisado. A produo especfica bem varivel sendo apresentados nmeros bsicos que do uma ordem de grandeza, baseados em sua maioria nas mdias encontradas nas usinas, que devem ser utilizados com critrios, pois variam caso a caso (porte da usina, caracte-rsticas do processo e da matria prima).

    Para obteno dos dados primrios foi realizada visita na usina para obter informaes tcnicas que permitissem melhor compreender os processos e particularidades dos resduos gerados, assim como os subsistemas adotados para alcanar a sustentabilidade.

    A pesquisa busca quantificar os resduos e coprodutos em uma usina sucroalcooleira do municpio de Rio Brilhante no Mato Grosso do Sul em funo de sua capacidade instalada.

    Mato Grosso do Sul conta hoje com 24 usinas instaladas (Biosul, 2013).

    A pesquisa foi efetuada analisando-se os dados do perodo de processamento de produo de julho a agosto de 2013 da usina em questo.

    4 ANLISE E DISCUSSO DOS RESULTA-DOS

    O municpio de Rio Brilhante onde est localizada a usina pesquisada tem uma populao 31.280, IDH 0,747 mdio, PIB de R$ 600.120 mil, formado de migrantes, que se juntaram aos mato-grossenses, dando uma miscigenao de raas e culturas. Para a cidade vieram os paulis-tas, nordestinos e sulistas formando uma cultura mpar. A localizao de fcil escoamento da produo com estradas vicinais de boa qualidade, sendo servida por duas rodovias federais: BR 163 e BR 267, que liga a cidade aos grandes centros ou aos portos, como o caso do Porto Murtinho no Rio Paraguai. Com isso a cidade est num ponto estratgico, para o Mercosul, estando na rota dos pases signatrios do Conesul.

    A agroindstria estudada processa dia-riamente em mdia 10.545 toneladas de cana de acar. Produz diariamente:

    Acar 18.000 sacas de 50 quilos de acar.

    lcool - 486,57 m Energia eltrica 38 MWh

    Os resduos gerando como o bagao, vinhaa, torta de filtro, cinzas e fuligens so trans-formados em coproduto e totalmente utilizados dentro dos processos agroindustriais da usina.

    4.1 BagaoO bagao o resduo da moagem da cana

    e sua gerao varia conforme as caractersticas da matria-prima. O resduo bagao e palha so usados para cogerar energia, atravs da sua queima nas caldeiras. Segundo Cordeiro et al (2010) os avanos tecnolgicos e a necessidade de amplia-o do parque de gerao de energia eltrica do setor sucroalcooleiro, valorizaram o bagao como fonte primria de energia que, alm de atender a demanda energtica das usinas tambm gera um

  • REGET - v. 17 n. 17 Dez. 2013, p. 3275 - 3283

    Gesto dos resduos do... 3281

    excedente passvel de ser comercializado. A usina estudada tem uma estimativa da

    gerao de bagao de 230 a 260 kg por tonelada de cana processada, ou seja, corresponde de 23% a 26% da matria-prima de entrada, sendo que 100% so queimados na caldeira, cogerao de energia mecnica para alimentar a indstria e o excedente transformado em energia eltrica por uma central de transformao e exportado para o Sistema Integrado Nacional de energia eltrica. A comercializao da energia esta sendo uma das maiores fontes de retorno econmico para a usina. O bagao transportado at as caldeiras por meio de esteiras rolantes e o seu excesso armazenado no ptio da indstria a cu aberto.

    4.2 Cinza A cinza misturada com o resduo na

    lagoa, portanto, esse material tambm retirado por p carregadeira e colocado em caminhes basculantes que transportam esse material at a lavoura onde armazenado a cu aberto para ser utilizado como fertilizante.

    A usina estudada indica que so gerados 25 kg de cinza por tonelada de cana, ou seja, corresponde a 2,5% da matria-prima de entrada, que so aproveitadas no campo como fertilizantes.

    4.3 Torta de filtroA torta de filtro o resduo gerado no

    processo de filtrao do lodo, proveniente do decantador de caldo, que realizado por um filtro rotativo a vcuo e um filtro prensa. O resduo armazenado e transportado por caminho bascu-lante at a lavoura e estocado a cu aberto para ser utilizado como fertilizante, pois contm matria orgnica, nitrognio, fsforo e potssio.

    Na usina estudada a torta de filtro mis-

    turada com a cinza na percentagem de 70 e 30% respectivamente para ser aplicado na fertilizao da lavoura. A indstria tambm estima uma gera-o de 24,8 kg de torta de filtro por tonelada de cana que corresponde a 2,48% da matria-prima de entrada.

    4.4 VinhaaVinhaa este efluente gerada na fase de

    destilao, armazenado em lagoas, transportados por dutos at a lavoura prxima da usina, onde realizada a fertirrigao. Segundo Alvarenga e Queiroz (2009) a vinhaa um subproduto da indstria sucroalcooleira rica em matria orgnica, potssio, clcio e enxofre utilizada na fertirrigao, pois apresenta vantagens como o favorecimento do desenvolvimento de microrganismos, entretanto, por ser gerada em altas quantidades, pode ser lanada no solo em uma super dosagem para que haja sua eliminao, esse uso inadequado causa impacto tanto no solo quanto no lenol fretico. Na usina pesquisada e estimada uma taxa de gerao de vinhaa de 10 a 15 litros por litro de lcool.

    4.5 PalhaA agroindstria utiliza colheita 100% meca-

    nizada, no usa nem um tipo de pr-limpeza da cana. Segundo Braunbeck e Oliveira (2006), em funo do aproveitamento da palha para aplicaes na gerao de energia e cobertura vegetal para agri-cultura convencional ou orgnica, o processo de colheita da cana vem sofrendo mudanas visando o seu aproveitamento integral.

    A indstria estudada ainda no utiliza a coleta de palha do campo para cogerao de energia.

    Segue a tabela 1 com os resultados finais da produo de resduos do processo agroindustrial.

    Tabela 1 - gesto dos resduos

    Resduos Local de gerao

    Quantidade Classe Armazena-mento

    Tratamento Transporte Disposio final

    Bagao Moagem 230 a 260

    Kg/t. cana.

    23% a 26%

    II A

    Ptio, industrial a cu aberto. ---------------

    Caminho

    basculante

    Caldeira

    Cinzas Caldeiras 25 Kg/t cana (2,5 %)

    II B Lagoa Decantao Caminho basculante

    Lavoura

    Torta de filtro Filtro 35 Kg/t cana (3,5%)

    II A Caminho

    basculante

    --------------- Caminhobasculante

    Lavoura

    Vinhaa Destilao 10 a 14 litros/ litros de lcool

    I A Lagoa --------------- Dutos Lavoura

    Fonte: dados da pesquisa

  • NOGUEIRA; GARCIA

    REGET - v. 17 n. 17 Dez. 2013, p. 3275 - 3283

    3282

    CENTRO DE TECNOLOGIA COPERSUCAR. Biomass power generation: sugarcane bagasse and trash. Disponvel em: , Acesso em: 15 de maio. 2013.

    CHUBA, C. A. M.; ARGANDONA, E. J. S.; HOMEM, G. R.; TOMMASELLI, M. A. G. Modelo de Viabilizao da Produo do Consrcio: Macaba (Acrocomia Aculeata) e Cana-De-Acar (Saccharum Officinarum). In: XXX Encontro Nacio-nal de Engenharia de Produo. ENEGEP, So Carlos, 2010.

    CONAB. Acompanhamento da safra Brasileira. Braslia: Companhia Nacional de Abastecimento, 2012. Apresenta informaes sobre a safra da cana--de-acar 2012/2013. Disponvel em: . Acesso em: 25 Nov. 2012.

    CORDEIRO, G. C.; TOLEDO FILHO, R. D. e FAIRBAIRN, E. M. R. Ultrafine sugar cana bagasse ash: high potential pozzolanic material for tropical countries. Revista IBRACON de estruturas e mate-riais, v. 3, n. 1, p. 50-67, mar. 2010.

    DINORAH, E. Novas tcnicas transformam palha da cana em bioleo, carvo siderrgico, carbeto de silcio e, no futuro, etanol. Pesquisa FAPESP, So Paulo, n. 154, p. 95-98, dez. 2008.

    GLRIA, N.A.; ORLANDO F., J. Aplicao de vinhaa como fertilizante. So Paulo: Copersucar, 1983.

    GODOY, S. G. M. O Protocolo de Kyoto e o meca-nismo de desenvolvimento limpo: uma avaliao de suas possibilidades e limites. 2005. 164 f. Disser-tao (Mestrado em Economia Poltica) Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo - PUC, So Paulo, 2005.

    GURGEL, M. N. A. Tecnologia para aproveita-mento de resduos da agroindstria sucroalcooleira como biofertilizante organomineral granulado. Tese de Doutorado (Universidade Estadual de Cam-pinas / Faculdade de Engenharia Agrcola). Campi-nas: SP, 2012.

    HOLLANDA, R. Presidente da Associao dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul. Conquistas do setor sucroenergtico na matriz energtica brasileira, MS. Disponvel em .

  • REGET - v. 17 n. 17 Dez. 2013, p. 3275 - 3283

    Gesto dos resduos do... 3283

    ROSSETTO, A.J. Utilizao agronmica dos subpro-dutos e resduos da indstria aucareira e alcooleira. In: PARANHOS, S.B. (Ed.). Cana de acar: cul-tivo e utilizao. Campinas: Fundao Cargill, 1987.

    SARTORI, M. M. P. Otimizao da produo de energia e biomassa do resduo de colheita em variedades de cana-de-acar. 2001. 108 f. Tese (Doutorado em Agronomia/Energia na Agricultura)-Faculdade de Cincias Agronmicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2001.

    SILVA, A.J.N.; RIBEIRO, M.R. Caracterizao de um Latossolo Amarelo sob cultivo contnuo de cana de acar no Estado de Alagoas: propriedades qu-micas. Revista Brasileira de Cincia do Solo, 1998.

    SZMRECSNYI, T.; RAMOS, P.; RAMOS FILHO, L.O.; VEIGA FILHO, A.A. Dimenses, riscos e desafios da atual expanso canavieira. Texto para Discusso 32. Braslia: Embrapa Informao Tecno-lgica, 2008.

    UNICA - Unio da Indstria de Cana de acar. Conquistas do setor sucroenergtico na matriz energtica brasileira. Disponvel em: http://www.unica.com.br/faq/, acesso em 10 Jun. de 2013.

    VILAA, A.C.; PINTO, D. C. A. Sustentabili-dade do setor sucroalcooleiro. Disponvel em: < http://www.fazu.br/ojs/index.php/posfazu/article/viewFile/467/359> acesso em 24 de jun. de 2013.

    WADT, L.C. Cultivo de Pleurotus ssp em vinhaa visando a produo de biomassa e exopolissaca-rdeos. 2008, Dissertao (Mestrado em Biologia na Agricultura e Ambiente), Universidade de So Paulo). Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Piracicaba, 2008.

    ZANOTTI, N. E. (Coord.) Plano estratgico de desenvolvimento da agricultura capixaba: estudo setorial cana-de-acar. Vitria, ES: SEAG-ES, 2007. 46 p. Disponvel em: . Acesso em: 01 jun. 2013.

    sinas-exportaram-bioeletricidade-safra-060313/> Acesso 06 de Jun. 2013.

    JANK, M.S.; RODRIGUES, L. Dinmica e agenda do setor sucroalcooleiro na prxima dcada. Revista de Poltica Agrcola (Brazil). (Oct-Nov-Dec 2007), v. 16(4) p. 86-96. ISSN 1413-4969 disponvel em: http://www.embrapa.br/publicacoes/tecnico/revis-taAgricola/rpa-de-2007/RPA%204-2007ultima.pdf. Acesso 09 de Abr. 2013.

    JENDIROBA, E. Questes ambientais no manejo da agroindstria canavieira. In: SEGATO, S.V.; PINTO, A.S.; JENDIROBA, E.; NBREGA, J.C.M. Atua-lizao em produo de cana de acar. Piracicaba: CP 2, 2006.

    MAEDA, F. Influncias do protocolo agroambien-tal do setor Sucroalcooleiro na produo de acar, lcool e Energia: estudo de caso em uma usina no interior do Estado de So Paulo. Dissertao apre-sentada Faculdade de Cincias Agronmicas da Unesp Campus de Botucatu, So Paulo 2012.

    MARION. J.C.; DIAS, R.; TRALDI, M.C. Mono-grafia para os cursos de Administrao, Contabili-dade e Economia. Atlas: So Paulo, 2009.

    PELLEGRINI, M. C. Insero de centrais co-gera-doras a bagao de cana no parque energtico do Estado de So Paulo: exemplos de aplicaes de metodologia para anlise dos aspectos locacionais e de integrao energtica. 2002. 168 f. Dissertao (Mestrado em Energia)-Universidade de So Paulo, So Paulo, 2002.

    RIPOLI, T. C. C. Alternativa energtica. Cultivar mquinas, Pelotas, v. 1, n. 4, p. 26-27, 2001.

    RIPOLI, T. C. C.; RIPOLI, M. L. C. Biomassa de cana-de-acar: colheita, energia e ambiente. Pira-cicaba: Edio dos Autores, 2009.

    ROSSETTO, R.; SANTIAGO, A. D. Adubao: resduos alternativos. Braslia, DF: EMBRAPA, 2007. Disponvel em: Acesso em: 30 Mai. 2013.

    ROSSETO, R. A Cana de acar e a questo ambien-tal. In: MIRANDA, L. L. D. ; VASCONVELOS, A. C. M.; LANDELL, M. D. A. Cana de acar. Campinas: Instituto Agronmico, 2008.