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GalactosemiaGalactosemia
Sabrina Karla Silva
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO Escola de Medicina e Cirurgia – EMC
Disciplina de Genética II
IntroduçãoIntroduçãoDoença genética rara do metabolismo da
galactose a glicose, erro inato do metabolismo;
Pode resultar em complicações com risco de vida: dano hepatocelular, hemorragia e sepse em recém-nascidos não tratados;
Autossômica recessiva;Alta penetrância;Apresentação em 3 formas clínicas:
Galactosemia clássica( com variante de Duarte), Galactosemia tipo II e Galactosemia tipo III.
HistóricoHistórico1908: primeira descrição por Von Ruess
como “Excreção de açúcar na infância”;1917: descrição detalhada por Göppert e
tratamento com a retirada de produtos lácteos da dieta;
1935: reconhecida e descrita em detalhes por Mason e Turner;
1963: Guthrie e Paigen desenvolveram um método de triagem neonatal para Galactosemia.
HistóricoHistóricoOutros nomes para a doença: doença da deficiência de galactose-1-fosfato
uridil transferase ; doença da deficiência de galactoquinase; doença da deficiência de UDP-galactose-4-
epimerase; deficiência GALT.
EpidemiologiaEpidemiologia Incidência : Varia entre as formas clínicas, mas
geralmente em torno de 1: 10 000 a 1: 100 000 em recém-nascidos.
Não há dados da predileção por gênero ou
grupos étnicos.
EtiologiaEtiologia
Herança autossômica recessiva;Mutações nos genes GALT, GALK1 ou GALE.
GenéticaGenéticaOs genes GALT, GALK1 e GALE codificam
enzimas responsáveis por etapas diferentes do metabolismo da galactose a glicose:
GALT codifica a galactose-1-fosfato-uridiltransferase (enzima GALT);
GALK1 codifica a galactoquinase (enzima GALK);
GALE codifica a UDP-galactose-4-epimerase (GALE).
GenéticaGenética
GenéticaGenéticagene GALT: localizado no cromossomo 9
(9p13). mutação(identificadas mais de 180)
redução ou eliminação da atividade da galactose-1-fosfato uridiltransferase Galactosemia clássica (inclusive a variante de Duarte).
GenéticaGenéticagene GALK1: localizado no cromossomo 17
(17q24). mutação(identificadas mais de 20)
instabilidade ou inativação da galactoquinase Galactosemia tipo II.
GenéticaGenéticagene GALE: localizado no cromossomo 1
(1p36-p35) mutação(identificadas mais de 20)
instabilidade ou perda de função da UDP-galactose-4-epimerase Galactosemia tipo III.
Galactosemia clássicaGalactosemia clássicaDeficiência da GALT(atividade menor que 5%)
acúmulo de galactose-1-fosfato e galactose danos tissulares e impedimento da formação de glicose-1-fosfato que entraria na via glicolítica.
O acúmulo de galactose gera por metabolismo oxidativo e redutor, respectivamente, galactonato e galactitol, produtos tóxicos que causam danos ao fígado, rins, cérebro, ovários, olhos.
Ocorre preferencialmente em neonatos, poucos dias após o nascimento e introdução da lactose na sua dieta.
Os danos podem se iniciar na fase pré-natal a partir da galactose transplacentária vinda da mãe heterozigota.
Incidência: 1:30 000 a 1:60 000 ( 1: 10 000 ).
Galactosemia clássicaGalactosemia clássica
Galactosemia clássicaGalactosemia clássicaManifestações clínicas: Hepáticas e gastrointestinais: icterícia,
hepatomegalia, esplenomegalia, ascite, cirrose hepática, desordens de coagulação, vômitos, diarréia, anorexia, baixo ganho de peso.
Renais: proteinúria, aminoacidúria, síndrome de Fanconi.
Neurológicos: irritabilidade, letargia, retardo mental, problemas de fala e coordenação motora.
Endócrinas: disfunção ovariana com amenorréia primária ou secundária, provável aumento de risco de câncer ovariano.
Galactosemia clássicaGalactosemia clássicaOculares: catarataSepse e choque: a galactose inibe a
atividade anti-bacteriana dos leucócitos e isso aumenta a freqüência de mortes neonatais por infecção principalmente por E. coli.
Déficit de crescimentoEdemaAcidose metabólicaHipoglicemia
Galactosemia clássicaGalactosemia clássica
Galactosemia clássicaGalactosemia clássicaVariante Duarte: Variante da galactosemia clássica, sem as
complicações associadas; Diagnóstico nas primeiras semanas de vida,
com atividade da GALT de 25-75%; D/N=75%; D/D= 50%; D/G=25% ; Há controvérsias em relação à restrição
dietética; Restrição de galactose até 1 ano =>
reintrodução gradativa com dosagem da atividade da enzima.
Galactosemia IIGalactosemia IIDeficiência da atividade da GALK.Causa menos problemas que a forma
clássica.Os pacientes desenvolvem catarata devido
ao acúmulo de galactitol nas fibras do cristalino, causando morte celular por dano osmótico.
Aumento da concentração plasmática de galactose e excreção urinária de galactitol.
Pacientes com inteligência normal. Incidência: 1: 100 000.
GALACTOSEMIA IIGALACTOSEMIA II
Catarata
Galactosemia IIIGalactosemia IIIAlteração da atividade da GALE, resultando
em duas formas da doença: benigna e grave. Incidência muito rara. Pode ocorrer desde o recém nascido ou no
decorrer da infância.Forma benigna: pacientes assintomáticos;
enzima deficiente apenas nas células do sangue, sendo normal nos outros tecidos; descoberta casual em teste neonatal onde a galactose-1-fosfato está elevada.
Forma grave: pacientes com sintomas clínicos idênticos à forma clássica da Galactosemia (tipo 1); enzima deficiente nas células sangüíneas e também nos fibroblastos (onde sua atividade é menor que 10% do normal).
DiagnósticoDiagnósticoTriagem neonatal (ativ.GALT, [galactose-1-P],
[galactose]) em alguns centros médicos o teste do pezinho testa pra Galactosemia;
Clínico;Níveis elevados de galactose e galactose-1-P
nos eritrócitos;Análise enzimática das células sanguíneas;Teste genético molecular de DNA;Biópsia hepática;Substâncias redutoras na urina.
OBS: Em caso de suspeita da doença alimentação com fórmula de soja deve ser implementada enquanto os testes diagnósticos estão em andamento.
TratamentoTratamentoRestrição alimentar de galactose e lactose
(basicamente leite; derivados do leite; molhos de tomate; doces, medicamentos:comprimidos, cápsulas, xaropes adoçados) instruir mãe a sempre ler os rótulos;
Monitoramento constante do nível de galactose e de seus metabólitos no sangue e urina;
Monitoramento multidisciplinar;Suplemento de cálcio e vitaminas ( D e K).
TratamentoTratamentoUma dieta isenta de galactose,
aparentemente, não impede o aparecimento de deficiência cognitiva, ataxia, retardo de crescimento e disfunção ovariana.
As complicações a longo prazo em indivíduos tratados com deficiência de GALT podem ser devido a pequenas quantidades de metabólitos tóxicos que continuam a acumular-se nestes doentes.
Outra possibilidade é que as complicações são resultados a longo prazo das disfunções que se originaram durante a vida fetal.
DietaDietaAs crianças podem ser alimentadas com
fórmulas de soja e outras fórmulas livres de lactose.
Os níveis sanguíneos de galactose-I-fosfato devem ser mantidos abaixo de 3 a 4 mg/ 100 mL.
DietaDieta
Diagnósticos diferenciaisDiagnósticos diferenciaisSídrome de Alagille; Colestase intrahepática progressiva familial
(Byler disease); Deficiência de citrina;Doença de Niemann-Pick tipo C; Doença de Wilson.
PrognósticoPrognósticoVaria em função do tipo de Galactosemia. Galactosemia clássica e forma grave da
Galactosemia tipo 3: mesmo que o tratamento seja realizado corretamente, podem ocorrer na criança: baixa intelectualidade, problemas de fala e disfunções ovarianas nas meninas.
Galactosemia tipo 2: a dieta rígida pode reverter cataratas formadas por causa da doença.
A forma benigna da Galactosemia tipo 3 apresenta bom prognóstico caso seja realizado seriamente o tratamento previsto por um diagnóstico precoce.
Aconselhamento genéticoAconselhamento genéticoDoença autossômica recessiva.Heterozigotos são assintomáticos e não
desenvolvem galactosemia.O teste para heterozigotos é feito medindo a
atividade da enzima GALT, que é aproximadamente 50% dos valores de controle.
Na concepção, cada irmão de um probando com galactosemia G/G tem 25% de chance de ser afetado, 50% de chance de ser um portador (heterozigotos) de um alelo causador da doença, e 25% de chance de ter dois alelos normais .
Aconselhamento genéticoAconselhamento genéticoNa concepção, cada irmão de um probando
com galactosemia D/G tem risco de 25% para galactosemia D/G se os pais são D/N e G/ N e um risco de 25% para galactosemia G/G se os pais são D/G e G/N. Assim, testes de genética molecular dos pais é recomendado.
Teste pré-natal é possível para os fetos em risco de 25% para G/G. A análise da atividade da enzima GALT e diagnóstico molecular dependem de células obtidas por biópsia de vilo corial, cerca de 10 a 12 semanas de gestação ou amniocentese, entre 15-18 semanas.
BibliografiaBibliografiahttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/bookshelf/br.fcgi?
book=gene&part=galactosemiahttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/bookshelf/br.fcgi?
book=glyco2&part=ch42#ch42.s7http://www.hepcentro.com.br/galactosemia.htmhttp://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/
article/000366.htmhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/omim/230400http://ghr.nlm.nih.gov/condition=galactosemiahttp://www.merck.com/mmpe/sec19/ch296/
ch296d.html#sec19-ch296-ch296d-2908http://www.galactosemia.org/galactosemia.asp
Obrigada!Obrigada!