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Diversos tipos de estacas e tubulões
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1. ESTACA DE MADEIRA
As estacas de madeira nada mais são do que troncos de árvore (os mais retos
possíveis) cravados no solo com bate-estacas de pequenas dimensões e martelos leves.
Antes da difusão da utilização do concreto, elas eram empregadas quando a camada de
apoio às fundações se encontrava em profundidades grandes.
No Brasil, a madeira mais empregada é o eucalipto, principalmente como
fundação de obras provisórias. Para obras definitivas tem-se usado as denominadas
“madeiras de lei”, como por exemplo, a peroba, a aroeira, a moçaranduba, o ipê e
outras.
A madeira tem duração praticamente ilimitada quando mantida
permanentemente submersa. Entretanto, quando submetida à variação de nível d’água
apodrece por ação de fungos aeróbios que se desenvolvem no ambiente água-ar. Por
isso, a durabilidade das estacas de madeira está condicionada a privá-la de um desses
fatores; como no solo é praticamente impossível obter um meio completamente seco, o
fator a eliminar é o ar.
As estacas de madeira enquadram-se na categoria das estacas de deslocamento,
caracterizadas por sua introdução no terreno através de processo que não promova a
retirada de solo. A cravação das estacas pode ser feita por percussão, prensagem ou
vibração, e a escolha do equipamento deve ser feita de acordo com o tipo, dimensão da
estaca, características do solo, condições de vizinhança, características do projeto e
peculiaridades do local. A cravação por percussão é o processo mais utilizado,
utilizando-se para tanto pilões de queda-livre ou automáticos.
2. ESTACA METÁLICA
Assim como as estacas de madeira, as metálicas também enquadram-se na
categoria das estacas de deslocamento, caracterizadas por sua introdução no terreno
através de processo que não promova a retirada de solo. Produzidas industrialmente, são
constituídas por peças de aço laminado ou soldado tais como perfis de seção I e H,
chapas dobradas de seção circular (tubos), quadrada e retangular, bem como os trilhos,
estes geralmente reaproveitados após sua remoção de linhas férreas, quando perdem sua
utilização por desgaste. Tanto os perfis quanto os trilhos podem ser empregados como
estacas em sua forma simples ou como composição paralela de vários elementos.
Embora seja relativamente elevado o custo das estacas metálicas comparado com
de outros tipos de estaca, em várias situações a utilização das mesmas se torna
economicamente viável, pois podem atender a várias fases de construção da obra além
de permitir uma cravação fácil, provida de baixa vibração, trabalhando bem à flexão e
não tendo maiores problemas quanto à manipulação, transporte, emendas ou cortes.
A cravação das estacas pode ser feita por percussão, prensagem ou vibração. A
escolha do equipamento deve ser feita de acordo com o tipo, dimensão da estaca,
características do solo, condições de vizinhança, características do projeto e
peculiaridades do local. A cravação por percussão é o processo mais utilizado,
utilizando-se para tanto pilões de queda-livre ou automáticos.
2.1 OBRAS COM ESTACAS METÁLICAS
2.1.1 Fundações para obras de Conjuntos Residenciais do Programa Minha Casa
Minha Vida
Fundações em estacas metálicas do tipo “trilho” para obras de construção dos
Conjuntos Residenciais Riacho Verde e Pássaro Verde, do Programa Minha Casa Minha
Vida (PAC), em Vespasiano - MG. Os serviços consistiram na execução de 474 estacas
(TR-68), perfazendo 10.845,30 metros lineares, em contrato com a MRV Engenharia e
Participações S/A. As cravações foram executadas entre os meses julho e novembro do
ano de 2014 com o uso de equipamentos com martelo hidráulico e martelo queda-livre.
Figura 2: Equipamento para cravação (a) das estacas metálicas tipo trilho (b)
(a)
(b)
3. TUBULÃO A CÉU ABERTO
Tubulão a céu aberto é uma fundação profunda, no qual elementos estruturais de
fundação são constituídos concretando-se um poço aberto no terreno, geralmente dotado
de base alargada, neste caso há descida de pessoal para alargamento da base ou limpeza
quando não há base.
Este tipo de tubulação é executado acima do nível da água ou rebaixado, ou, em
casos especiais, em que o solo se mantenha estável, sem risco de desmoronamento e
seja possível controlar a água do interior o tubulão.
3.1 EXECUÇÃO
O diâmetro mínimo exigido para o fuste é de 60cm, devido ao alargamento
manual da base, que deverá ter altura limitada a 2m.
A concretagem do tubulão deve ser processada imediatamente após a conclusão
da abertura da base (no máximo 24h, conforme NBR 6122) e o concreto deve ser
autoadensável (abatimento em torno e 15cm), propiciando adequado preenchimento sem
a necessidade de adensamento.
Recomenda-se ainda o lançamento através de funil para evitar desagregação e
contaminação com o solo, normalmente ocorrentes quando lançado diretamente no
interior da escavação.
3.2 OBRAS COM TUBULÕES A CÉU ABERTO
Execução de 11.500 mt Tubulões Mecanizados para o Prédio e Linhas da
Laminação em Açailândia-MA.
Figura 3: Escavação (a) e colocação das ferragens (b) no tubulão a céu aberto
(a)
(b)
4. TUBULÕES PNEUMÁTICOS (AR COMPRIMIDO)
Ao executar tubulões onde o solo esteja abaixo do nível d’água, torna-se inviável
o processo de esgotamento (bombeamento), pois existe o risco de desmoronamento das
paredes do fuste e/ou base. Nesse caso são utilizados tubulões pneumáticos, também
conhecidos como a ar comprimido.
São fundações profundas, normalmente verticais, empregadas para transmitir
cargas de médio e grande valor ao solo. Geralmente possuem seções transversais
circulares, porém as mesmas podem ter outras formas, como por exemplo, ovais.
O processo consiste na utilização de uma campânula para atingir o lençol
freático, a partir desse ponto injeta-se ar comprimido com pressão suficiente para
equilibrar as subpressões da água, propiciando assim condições de escavação a seco.
Essas fundações podem ser de concreto simples ou armado, variando conforme a
necessidade de esforço. Já as bases dos tubulões podem ser alongadas para distribuírem
a carga em pressões compatíveis com as tensões admissíveis dos solos na cota de
assentamento.
4.1 EXECUÇÃO
O dimensionamento do tubulão é análogo ao tubulão a céu aberto, com exceção
do fuste que deve prever um diâmetro mínimo de 70cm no interior da sua camisa de
concreto, esta com espessura mínima de 15cm. O resultado é o fuste com diâmetro
mínimo de 100cm.
A camisa de concreto é sempre armada e a NBR 6122 recomenda que toda a
armadura longitudinal seja colocada, preferencialmente, nela.
A concretagem do tubulão deve ser processada imediatamente após a conclusão
(no máximo 24h, conforme NBR 6122) e o concreto deve ser autoadensável
(abatimento em torno de 15cm) para propiciar o preenchimento adequado sem a
necessidade de adensamento. O lançamento deve ser feito através do “cachimbo” de
concretagem.
4.2 OBRAS COM TUBULÕES PNEUMÁTICOS
4.2.1 Rodovia Anchieta
A Rodovia Anchieta ou anteriormente Via Anchieta (SP-150) faz a ligação entre
a capital paulista, São Paulo e a Baixada Santista onde fica o Porto de Santos, passando
pelo ABC Paulista. É uma das vias de maior movimentação de pessoas e de mercadorias
de todo o Brasil, bem como a Rodovia dos Imigrantes, que constitui o mesmo sistema
da Via Anchieta, o Sistema Anchieta-Imigrantes. Faz parte do sistema BR-050, que liga
Brasília a Santos. A rodovia é o maior corredor de exportação da América Latina.
Figura 4: Tubulão sob Ar Comprimido - Rodovia Anchieta
5. ESTACA DE CONCRETO PRÉ-MOLDADO MEGA OU DE REAÇÃO
Definida pela norma NBR 6122/1996. Indicada para substituir fundações ou
corrigir danos estruturais e pode ser empregada em terrenos de difícil acesso onde não
se admite vibrações e não é preciso a interdição do local. É uma estaca pré-moldada
cravada de forma segmentada com equipamento hidráulico.
Enquanto o macaco hidráulico abre, a estaca é cravada e usa a estrutura como
reação. As estacas são pré-moldadas, ou seja, seus elementos já foram concretados e
curados, no caso de concreto, ou preparados, serrados e aplainados, no caso se forem de
aço.
As estacas são seguimentadas: uma estaca é formada por um ou mais
seguimentos que são elementos pré moldados com 50 cm de altura e diâmetro variável.
Durante a execução após a cravação completa de um elemento outro elemento é
colocado por sobre o primeiro e assim consecutivamente até o término da estaca.
As estacas são cravadas com equipamento hidráulico adequado, de acordo com
as normas técnicas atuais.
São usadas as vigas, paredes e lajes da estrutura do imóvel, nos locais de
cravação, como ponto de apoio e reação para o avanço da cravação das estacas. Poderá,
então, ocorrer o renivelamento ou erguimento da estrutura de forma parcial ou total,
sendo esses, efeitos inerentes à cravação.
A carga atingida pelas estacas e sua profundidade é valor dependente da
possibilidade de reação da estrutura, podendo atingir a carga nominal das estacas, que é
o desejável, ou uma carga menor, sendo cravada até a máxima possível.
A energia de cravação, obtida da estrutura, é transferida para o solo na lateral da
estaca (atrito lateral) e para a camada de solo imediatamente abaixo da ponta inferior da
estaca (resistência de ponta), sendo a soma das duas forças a carga total.
Para o término da estaca é feito o calçamento: é colocado um elemento
horizontal especial sobre a parte de cima da estaca e o macaco de calçamento é
acionado. Após isso são batidas as cunhas. Depois da retirada deste macaco de
calçamento a estaca estará forçando a estrutura resistente (ponto a ser reforçado) com
uma determinada carga através das cunhas. Esta carga permanece presente na estaca
após a execução da mesma. Isto minimiza, ao máximo, a possibilidade de novos
recalques nos locais de cravação.
6. ESTACA DE CONCRETO PRÉ-MOLDADO VIBRADA
Não são recomendadas para terrenos com camadas de pedregulhos, com
profundidades variáveis e próximos à construções vizinhas em estado precário, pois a
cravação das mesmas produz vibração e danifica tais edificações.
Possui seção quadrada, cantos chanfrados, vibrada em mesa vibratória ou com
vibrador manual de imersão e, por isso, não forma “bicheiras”. Sua armadura é
longitudinal com estribos reforçada nas extremidades.
Capacidade:
20 x 20 cm, 4 a 10 m de comprimento = carga de 20 tf;
25 x 25 cm, 4 a 14 m de comprimento = carga de 30 a 35 tf;
30 x 30 cm, 4 a 10 m de comprimento = carga de 35 a 40 tf.
4.1 OBRAS COM ESTACAS VIBRADAS
A empresa SETE Engenharia realizou a execução de estacas de concreto pré-
moldado vibradas na obra do viaduto da BR 153 na cidade de Anápolis em Goiás.
Figura 5: Estaca de concreto pré-moldado já cravada no solo
7. ESTACA DE CONCRETO PRÉ-MOLDADO CENTRIFUGADA
As estacas centrifugadas são caracterizadas pela seção circular vazada com
diâmetros externos variando de 26 a 80 centímetros.
Pelo processo de adensamento - através da centrifugação do concreto – as
estacas atingem capacidades de carga estrutural que variam de 500 a 5000 kN, com
comprimento de até 12 metros, podendo ser projetadas em elementos com até 15
metros, de acordo com as necessidades da obra e condições de transporte.
As características dos componentes do concreto são fundamentais para se obter
um produto de alta qualidade e confiabilidade. Utilizam-se matérias-primas
selecionadas, controle tecnológico apurado e usinas automatizadas a fim de se obter a
consistência adequada do concreto para a centrifugação.
Durante o processo de centrifugação, o concreto fresco e plástico é distribuído
de maneira uniforme pela força centrífuga. Como resultados, as distâncias entre
agregados e outras partículas sólidas são reduzidas e parte da água e partículas finas de
baixa resistência são expulsas do concreto.
Assim o fator água/cimento é reduzido ao extremo, conferindo à estaca as mais
elevadas características que se podem desejar para elementos de concreto, ou seja:
Impermeabilidade
Alta resistência mecânica
Durabilidade em ambientes altamente agressivos.
7.1 OBRAS COM ESTACA CENTRIFUGADA
O Terminal Pesqueiro da cidade de Natal utilizou estacas de concreto pré-
moldado centrifugadas para a construção de sua fundação.
Nele será gerado cerca de 9 mil empregos e comportará embarcações com até 30
metros de comprimento.
Figura 6: Estaca centrifugada na fundação do Terminal Pesqueiro de Natal
8. ESTACA DE CONCRETO PROTENDIDO
Recurso tecnicamente superior e economicamente vantajoso, a tecnologia do
concreto protendido é capaz de resolver grandes problemas de engenharia. As estacas
protendidas possibilitam introduzir, numa estrutura, um estado prévio de tensões que
melhoram sua resistência ou seu comportamento, sob diversas condições de carga. Com
garantia de resistência, as estacas protendidas empregam aços de alta resistência,
possuem capacidade de auto-recuperação do concreto, reduzem as fissurações e seções
transversais.
Vantagens do uso das estacas protendidas:
Menor custo comparado com as estacas de concreto armado;
A linha de produção permite a fabricação em qualquer comprimento;
Maior vida útil, em função da maior resistência do concreto
Nível de fissuração reduzido devido à protensão;
Grande capacidade de resistência aos ambientes agressivos
Elevada resistência aos esforços de compressão, Flexão composta e tração;
9. ESTACA BROCA
É o tipo mais rudimentar de estaca moldada no local. É cravada em pequena
profundidade, no máximo até 4 metros. São executadas sem molde, por perfuração no
terreno com o auxílio de um trado, sendo o furo posteriormente preenchido com o
concreto apiloado. O trado é composto por quatro facas que formam um recipiente (tubo
acoplado a tubos de aço galvanizado) com diâmetro de 10 a 30 cm, sendo o de 20 cm
mais utilizado. Ao atingir a profundidade desejada e antes do início da concretagem,
deverá ser procedida a limpeza do fundo da perfuração, com remoção do material
desagregado durante a escavação. Caso haja ocorrência de água, toda a lama e a água
eventualmente acumuladas deverão ser removidas. O concreto deverá ser lançado do
topo da perfuração com o auxílio de funil. Todas as brocas serão armadas longitudinal e
transversalmente prolongando-se esta armadura até o interior do bloco de coroamento.
10. ESTACA RAIZ
Indicada para qualquer tipo de terreno, a técnica de estaca raiz é especialmente
empregada em solos rochosos e em canteiros que apresentam dificuldade de acesso a
equipamentos de maior porte, como bate-estacas e perfuratrizes para hélice contínua.
Outra vantagem é a ausência de vibração do equipamento de perfuração, que torna a
execução mais silenciosa e atrativa para canteiros com casas vizinhas.
O diâmetro das estacas varia entre 10 cm e 50 cm e, quanto maior a medida,
maior a carga usual de trabalho à compressão que elas suportam. Esse tipo de sistema
pode ser executado na vertical ou em posição inclinada e permite alcançar
profundidades de até 60 m.
Para calcular o diâmetro, a profundidade e a quantidade de armação a serem
utilizadas em cada estaca é preciso fazer sondagem SPT no terreno.
10.1 PRINCIPAIS CUIDADOS DE EXECUÇÃO
10.1.1. Posicionamento da perfuratriz
Para posicionar corretamente a perfuratriz, o terreno deve estar nivelado. Antes
de começar a perfuração, é importante conferir a verticalidade e o ângulo de inclinação
do tubo metálico em relação à estaca locada.
10.1.2. Perfuração
Para executar a perfuração, o equipamento injeta água com golpes de baixa
pressão ao mesmo tempo em que insere o tubo metálico de modo rotativo. O tubo
perfura até atingir a profundidade indicada em projeto. Um cuidado importante nessa
etapa é verificar o material que sai pelo tubo para conferir se é o mesmo tipo de solo
indicado nas sondagens SPT.
10.1.3. Limpeza
Assim que a perfuração atingir a cota de projeto, ainda são injetados golpes de
água dentro da estaca, sem avançar a perfuração, apenas para promover a limpeza
interna do tubo.
10.1.4. Armadura
É o diâmetro de cada estaca que determina a quantidade de armadura a ser
empregada nos fustes. O importante é garantir que, durante a concretagem, os estribos -
geralmente em aço CA-50 - permaneçam na posição correta. Para isso, utilizam-se
espaçadores plásticos ou em argamassa espaçados conforme projeto para manter a
estrutura centralizada e o cobrimento determinado em projeto.
10.1.5. Concretagem
Durante a concretagem, que acontece de baixo para cima até que a argamassa
extravase pela boca do furo, o macaco hidráulico deve ser programado para que a
retirada dos tubos metálicos não aconteça de maneira muito rápida a fim de não
comprometer a distribuição uniforme da massa.
10.2 OBRAS COM ESTACA RAIZ
10.2.1 Estádio Maracanã
Estádio Jornalista Mário Filho, mais conhecido como Maracanã, é um estádio de
futebol localizado no bairro do Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro e inaugurado
em 1950.
Foi um dos locais de competição dos Jogos Pan-Americanos de 2007, recebendo
o futebol, as cerimônias de abertura e de encerramento. Sediará o futebol e as
cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016, que serão
realizados na cidade do Rio de Janeiro. Foi também o palco da partida final da Copa das
Confederações de 2013 e da Copa do Mundo FIFA de 2014.
Após diversas obras de modernização, a capacidade do estádio é de 78.838
espectadores, sendo o maior estádio do Brasil.
Figura 7: Equipamento utilizado (a) na colocação das estacas no Estádio Maracanã (b)
(a)
(b)
11. ESTACA STRAUSS
A estaca strauss é uma estaca de concreto moldada in loco, executada através da
escavação, mediante emprego de uma sonda (também denominada piteira), com a
simultânea introdução de revestimento metálico em segmentos rosqueados, até que se
atinja a profundidade projetada.
Esse tipo de estaca possui diversas vantagens em relação às demais, das quais
destaca-se a leveza e simplicidade do equipamento que emprega. Por isso, pode ser
aplicada em terrenos acidentados, em locais confinados ou ainda no interior de
construções existentes com pé-direito reduzido. Possui aplicações interessantes por não
causar vibrações, podendo ser executada próximo a estruturas existentes.
Na maioria dos casos a estaca do tipo Strauss não é armada. A armadura
utilizada serve somente para arranque ou ancoragem.
11.1 ETAPAS DE EXECUÇÃO DA ESTACA STRAUSS
A escavação da estaca Strauss não é feita por trado, como muitas vezes se pensa.
O equipamento para a colocação da estaca Strauss é conhecido como bate-estaca Strauss
e consiste basicamente de um guincho, um tripé com uma roldana fixada no topo, tubos
guia, pilão e sonda. A escavação é feita através de um tubo que pesa em torno de 700
kg com um diâmetro um pouco menor do que o tubo de revestimento.
Para o início da escavação abre-se um furo no terreno com um soquete para
colocação do primeiro tubo. Aprofunda-se o furo com golpes de sonda de percussão.
Conforme a descida do tubo, rosqueia-se o tubo seguinte até a escavação atingir a
profundidade determinada.
Atingida a cota prevista no projeto de fundação da edificação, o operador do
bate estacas Strauss faz a checagem se a piteira já não entra tanto no solo. Isso ocorre
quando atinge-se um nível em que o SPT é 20. Se isto acontecer, autoriza-se
a concretagem.
O concreto é, então, lançado no tubo e apiloa-se o material com o soquete na
base da estaca. Para formar o fuste o concreto é lançado na tubulação e apiloado,
enquanto que as camisas metálicas são retiradas com guincho manual.
11.2 OBRAS COM ESTACA STRAUSS
A empresa TEC-GEO executou as fundações em estacas “Strauss” (Ø =
420mm) para obras de reforma e restauração do Museu da Liturgia - Paróquia de Santo
Antônio da Cidade de Tiradentes - Diocese de São João Del Rei.
12. ESTACA SIMPLEX
Estaca moldada “in situ” sem armação, com revestimento cravado com uma
ponteira de concreto em sua extremidade, ao atingir a cota de projeto, o revestimento é
preenchido com concreto e recuperado.
Crava-se um espesso tubo de aço, apoiado sobre um elemento pré-moldado de
concreto que lhe serve de ponteira, por meio de um pesado martelo de simples efeito,
geralmente acionado, a vapor, que desfere os golpes sobre um capacete de proteção
fixado no topo do molde.
Durante a descida, utiliza-se um pequeno peso de sonda, suspenso dentro do
molde por uma roldana presa ao topo do mesmo, para verificar se a ponteira permanece
intacta.
Qualquer dano à ponteira, constatado pela subida de material de dentro do
molde, obriga a arrancar-se o molde para repetir-se de início a cravação com nova
ponteira.
Alcançada a profundidade, enche-se o molde até o topo com concreto plástico, e
por um movimento lento, mas contínuo, arrancasse de uma só vez o molde inteiro.
Observa-se a variação do nível estabelecido pela massa de concreto plástico antes e
depois da retirada do tubo para ajuizar-se de estrangulamentos eventualmente sofridos
pelo fuste.
13. ESTACA DUPLEX
No caso de se duvidar da boa execução de uma estaca simplex procede-se, sem
perda de tempo, à cravação de uma segunda diretamente sobre a primeira, repetindo-se
integralmente o processo de execução da estaca.
Esse mesmo processo, da cravação repetida por duas ou três vezes no mesmo
ponto, é também empregado para constituir estacas de maior resistência que são
denominadas de: estacas duplex e triplex respectivamente.
Com isso obtém-se uma estaca de diâmetro maior e conseqüentemente de maior
capacidade de carga. Como vantagem específica, as estacas duplex e triplex apresentam
grande capacidade de carga e podem ser executadas com comprimento de até 20 m. A
capacidade de carga pode chegar a até 100 tons.
14. ESTACA RAYMOND
Estaca moldada no solo, pelo preenchimento de um tubo de aço metálico
previamente cravado no solo com a ponta fechada e utilização de um equipamento
rotativo com mandril, tubo este perdido ao chegar-se à cota de projeto e preenchido com
concreto.
O elemento característico desta estaca é o seu molde de chapa metálica ondulada
e de reduzida espessura.
Procede-se à cravação deste molde por intermédio de um cone metálico que o
enche completamente e lhe mantém a forma durante a cravação. Depois de efetuada a
cravação, retira-se o cone e enche-se com concreto o interior do molde.
Estacas deste tipo têm na ponta cerca de 20 cm de diâmetro e na extremidade
superior 30 cm. O seu comprimento não vai, normalmente, além de 12 m, mas mediante
disposições especiais, pode atingir 30 m.
Se empregar um molde de espessura suficiente, capaz de sozinho suportar a
cravação o cone interior pode ser dispensado. O cone interior, por ser muito pesado,
implica a utilização de bate-estacas muito potentes.
A estaca Raymond presta-se a ser armada. É explorada pela Raymond Concrete
Pile Company.
15. ESTACA FRANKI SIMPLES (STANDARD)
Caracterizada por ter uma base alargada, obtida introduzindo-se no terreno uma
certa quantidade de material granular ou concreto seco, por meio de golpes de um pilão.
Quanto ao fuste, ele é moldado no terreno com revestimento recuperado, no caso da
Franki Standard. Esta estaca tem sido largamente empregada.
É caracterizada pelo processo patenteado de enterrar o molde no solo.
Consiste esse processo em fazer atuar um pesado pilão sobre um tampão, de
concreto fresco ou apenas brita e areia, colocado no fundo do molde. O atrito
desenvolvido entre o molde e o tampão (bucha) é suficiente para que, sob a ação das
pancadas do pilão, o molde seja arrastado e obrigado a penetrar no terreno (Ver figura).
Em virtude da forte compressão a que é sujeito o tampão (bucha), a água e os
extratos de terrenos atravessados não entram dentro do tubo.
Atingida pelo molde a profundidade desejada suspende-se a sua descida, deitase
concreto dentro do molde e volta-se a bater com o pilão, sem retirar o molde, pode
proceder-se ao alargamento da base da estaca.
Para execução do fuste da estaca, lança-se concreto dentro do molde, à medida
que se vai procedendo ao se arranque.
Por meio de referências colocadas nos cabos, vigia-se a altura de concreto dentro
do molde, de forma a evitar o perigo de entrar água ou terra para dentro dele.
Usualmente introduz-se a armadura logo após a execução da base. A figura
abaixo representa uma estaca que apenas recebeu armadura no trecho superior.
Como moldes empregam-se fortes tubos de aço, que se podem justapor até
atingir o comprimento desejado. O seu diâmetro pode ir de 35 à 60cm. O peso do pilão
varia entre 1.000 e 4.000 kgf.
As estacas Franki podem ser executadas verticais ou com inclinações formando
um ângulo até 25º com a vertical.
16. ESTACA FRANKI TUBADA
Trata-se de constituir o fuste das estacas, em todo o seu comprimento, por um
tubo de chapa de aço, continuando-se com a base alargada característica das estacas
Franki Standard.
Esse tipo de estaca apresenta vantagens sobre a estaca Franki Standard, em
certos casos especiais, como por exemplo:
1) Este tipo de estaca é utilizado quando se precisa usar a estaca em trechos
dentro d’água.
2) Execução de estacas com cota de arrasamento acima do nível do solo
(fundações de pontes, obras marítimas, etc...).
3) Diminuição do atrito negativo devido ao fuste liso; sendo necessário reduzir
radicalmente tal atrito, pode-se encher o espaço entre o tubo de chapa e o tubo Franki,
antes de ser arrancado, com um material pouco consistente, como por exemplo, argila
coloidal ou bentonita.
17. ESTACA FRANKI MISTA
Trata-se de uma estaca de fuste pré-moldado ancorado em uma base alargada
tipo Franki.
Inicia-se por cravar o tubo Franki e executar a base alargada Franki.
Coloca-se então sobre a base alargada uma certa quantidade de concreto de
ligação e em seguida desce-se o elemento pré-moldado provido, na extremidade
inferior, de pontas de ferro (ferro de ancoragem) para ancoragem ou ligação do
elemento pré-moldado na base.
Em seguida retira-se o tubo de cravação tipo Franki, ficando a estaca concluída.
As vantagens da estaca Franki mista sobre a Franki Standard, em certos casos
são:
1) Cravação de estacas de modo que as cabeças fiquem acima do nível do solo.
2) Ocorrência de águas intensamente agressivas.
18. ESTACA FRANKI VIBRADA
Obedece a mesma sequência da Franki Standard até o alargamento da base, daí
em diante o concreto é lançado de uma só vez com um volume tal de modo a assegurar
que a estaca concluída fique com no mínimo um metro acima da cota de arrasamento
prevista no projeto.
Adapta-se ao tubo Franki um vibrador capaz de produzir movimentos
preponderantemente verticais. A extração do tubo se processa então de forma contínua e
com as precauções necessárias para manter a integridade da coluna de concreto do fuste
da estaca.
Nesta operação são realizados dois controles:
A) Encurtamento da armação
indica a linearidade do fuste e a continuidade da coluna de concreto.
B) Controle do nível do topo da coluna de concreto
indica o abatimento da coluna de concreto quando da extração do tubo.
Neste tipo de execução do fuste deverá ser utilizado um concreto plástico com o
“slump-test” compreendido entre 8 ≤ slump ≤ 12.