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FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
i
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
FFUUNNCCIIOONNAALLIIZZAAÇÇÃÃOO DDEE NNOONNTTRROONNIITTAA DDOO GGRRUUPPOO SSEERRRRAA
DDAA MMEESSAA DDOO EESSTTAADDOO DDEE TTOOCCAANNTTIINNSS CCOOMM AASSPPEERRGGIILLLLUUSS
NNIIGGEERR EE AAPPLLIICCAAÇÇÃÃOO EEMM PPRROOCCEESSSSOOSS DDEE AADDSSOORRÇÇÃÃOO CCOOMM
OO SSIISSTTEEMMAA CCdd22++
//PPbb22++
Autor: MARCOS ALBERTO DE CARVALHO
Orientador: Prof. Dr. Denis Lima Guerra
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
MARCOS ALBERTO DE CARVALHO
FFUUNNCCIIOONNAALLIIZZAAÇÇÃÃOO DDEE NNOONNTTRROONNIITTAA DDOO GGRRUUPPOO SSEERRRRAA
DDAA MMEESSAA DDOO EESSTTAADDOO DDEE TTOOCCAANNTTIINNSS CCOOMM AASSPPEERRGGIILLLLUUSS
NNIIGGEERR EE AAPPLLIICCAAÇÇÃÃOO EEMM PPRROOCCEESSSSOOSS DDEE AADDSSOORRÇÇÃÃOO CCOOMM
OO SSIISSTTEEMMAA CCdd22++
//PPbb22++
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
Programa de Pós-Graduação em Geociências do
Instituto de Ciências Exatas e da Terra (ICET) da
Universidade Federal de Mato Grosso, como
requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em
Geologia.
ORIENTADOR: PROFESSOR DR. DENIS LIMA GUERRA
CUIABÁ-MT/Fevereiro/2011
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
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C331f
Carvalho, Marcos Alberto de. Funcionalização de Nontronita do grupo Serra da Mesa do estado de
Tocantins com Aspergillus niger e aplicação em processos de adsorção
com o sistema Cd2+
/Pb2+. / Marcos Alberto de Carvalho. -- Cuiabá
(MT): Instituto de Ciências Exatas e da Terra, 2011.
94 f.: il.; 30 cm.
Dissertação (Mestrado em Geociências). Universidade Federal de Mato Grosso. Instituto de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós -
Graduação em Geociências.
Orientador: Prof. Dr. Denis Lima Guerra. Inclui bibliografia.
1. Nontronita natural – Análise. 2. Nontronita – Funcionalização – Aspergillus niger. 3. Cd
2+/Pb
2+ - Processo de Adsorção. I. Título.
CDU: 550.84
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ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
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FFUUNNCCIIOONNAALLIIZZAAÇÇÃÃOO DDEE NNOONNTTRROONNIITTAA DDOO GGRRUUPPOO SSEERRRRAA
DDAA MMEESSAA DDOO EESSTTAADDOO DDEE TTOOCCAANNTTIINNSS CCOOMM AASSPPEERRGGIILLLLUUSS
NNIIGGEERR EE AAPPLLIICCAAÇÇÃÃOO EEMM PPRROOCCEESSSSOOSS DDEE AADDSSOORRÇÇÃÃOO CCOOMM
OO SSIISSTTEEMMAA CCdd22++
//PPbb22++
Aprovada pela banca examinadora:
_______________________________________
Prof. Dr. Denis de Jesus Lima Guerra
Orientador
_______________________________________
Prof. Dr. Hildo Silva
Examinador
________________________________________
Prof. Dr. Paulo César Correa da Costa
Examinador
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ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
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“O que quer que você seja capaz de fazer, ou imagina
ser capaz, comece. Ousadia contêm gênio, poder e
magia.”
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Goethe, 17491832.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter iluminado encaminhado os meus passos para
realização desta meta.
Agradeço ao meu orientador Profa. Dr. Denis de Jesus Lima Guerra, que aceitou me
orientar prontamente, indicando que para o conhecimento não há limites entre as áreas de
atuação, visto que sou Químico e Biólogo e desta forma pude sanar grandes curiosidades em
Recursos Minerais para um maior aprendizado. Além disso, depositou apoio e confiança para que
em conjunto obtivéssemos um trabalho qualificado e isso tendo a certeza de que o trabalha em
equipe engrandece a cada um de nós.
Agradeço a Prof. Dra. Rúbia Ribeiro Viana, pelo esforço dedicado a este trabalho que
com seus conhecimentos contribuiu de maneira significativa além de fornecer o recuso financeiro
para a aquisição do material utilizado na execução deste trabalho.
Agradeço ao Prof. Dr. Cláudio Airoldi, do Instituto de Química da Universidade
Estadual de Capinas-UNICAMP, que com muita atenção e incentivo ás pesquisas realizadas.
Agradeço a todo o corpo técnico dos laboratórios do Departamento de Recursos
Minerais e do Departamento de Química da Universidade Federal de Mato Grosso. Que com toda
a seriedade dos profissionais que são, trabalharam com a mais alta precisão, cautela e disposição,
para dessa forma contribuir com dados concisos das análises realizadas.
Agradeço a todo corpo técnico da Empresa LAPROTEC, que disponibilizou o
laboratório de microbiologia para a realização de parte deste trabalho.
Agradeço aos meus pais, Aparecida Maria de Carvalho e Antonio Pedro de Carvalho,
que sempre se preocuparam com a minha educação na medida de nossas possibilidades.
Agradeço a minha vidinha Marcy Kellen Rodrigues dos Reis e sua família. Meu coração,
obrigado pelo apoio e incentivo para sempre conquistar vitórias.
Aos meus companheiros da turma de mestrado, que sorriram juntos ao receberem o
resultado de aprovados para o curso, e os sorrisos sinceros continuaram durante todo este
percurso e se formaram amizades com bases sólidas que me fizeram acreditar que sempre
podemos aumentar nossos laços leais de amizade. Em especial agradeço aos companheiros Ana
Lídia, Aliane, Josane do Nascimento Ferreira, Jovana Marli Cogo, Jurandi, Ivani Souza Mello,
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ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
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Ricardo Aparecido Rodrigues da Silva. Que mostraram a mim que existe beleza em construir
laços de sinceridade na amizade.
Agradeço ao apoio de um amigo Rafael Rodrigues da Silva, que em todos os momentos
explanou com suas motivações sempre sorridentes, que na vida não existem dificuldades nós
fazemos nossas felicidades e facilidades de viver. Com sorrisos conquistamos o mundo.
Agradeço o esforço e a conceção da argila utilizada neste trabalho bem como das fotos
do local de coleta concedidas por Hudson Almeida de Queiroz.
Agradeço ao apoio técnico-profissional do servidor Paulo Fernando Chmik, que com seu
companheirismo ajudou sempre aconselhando e se esforçando em fazer o possível para a
realização do andamento deste trabalho.
Em especial agradeço a pessoas que se tornaram brilhantes para iluminar o inicio real
dessa caminhada e consideram que plantaram essa semente comigo Amarildo Salina Ruiz,
Francisco E. Cavalcante Pinho, Márcia Aparecida de Sant Ana Barros, Paulo César Correa da
Costa, Ricardo Weska e Rogério Junqueira Prado. Foi com essa equipe de amigos que comecei a
dar os primeiros passos reais deste sonho. E hoje venho dizer que nossa amizade está
devidamente documentada, eternamente.
Agradeço a Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
pelo suporte financeiro; e a todos que contribuíram diretamente e indiretamente de alguma forma
para a realização deste trabalho.
Muito Grato a todos!
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/Pb2+
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Dedico este trabalho a toda minha família, que muito me
incentivou na conclusão dos trabalhos. Dedico a todos
aqueles que de uma forma ou de outra contribuíram
para a conclusão deste trabalho.
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/Pb2+
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ÍNDICE LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. xi LISTA DE TABELAS............................................................................................................. xv
LISTA DE ABREVIATURAS ............................................................................................... xvi RESUMO ............................................................................................................................... xix
ABSTRACT ............................................................................................................................ xx RÉSUMÉ ................................................................................................................................ xxi
CAPÍTULO I............................................................................................................................. 1 Introdução, Objetivos e Justificativas .................................................................................. 1
Introdução ........................................................................................................................... 1
Objetivos ................................................................................................................................ 3 Objetivo Geral ..................................................................................................................... 3 Objetivos Específicos .......................................................................................................... 3
Justificativas .......................................................................................................................... 4 CAPÍTULO II ........................................................................................................................... 6
Revisão Bibliográfica ............................................................................................................ 6 Filossilicatos ....................................................................................................................... 6
Argilominerais .................................................................................................................... 7 O Argilomineral Esmectita ................................................................................................ 12
Modificação química de argilas ......................................................................................... 15 Organofuncionalização ...................................................................................................... 20
Metais pesados .................................................................................................................. 21
O Fungo (Aspergillus niger) ............................................................................................... 23 Biossorção......................................................................................................................... 26 Bioacumulação .................................................................................................................. 27
Adsorção .............................................................................................................................. 27 Modelos de adsorção ......................................................................................................... 29
Modelo de Langmuir ......................................................................................................... 29 Modelo de Freundlich ....................................................................................................... 30
Modelo de Temkin ............................................................................................................ 30 Modelo de Sips ................................................................................................................. 31
Modelo de Redlich-Peterson .............................................................................................. 31
Cinética de adsorção ........................................................................................................... 32
Modelos cinéticos de adsorção ............................................................................................ 32 Modelos cinético de pseudo-primeira e segunda ordem ..................................................... 32
Modelo cinético Elovich .................................................................................................... 33 Modelo de difusão intra-partícula de Morris-Weber .......................................................... 33
Modelo de Avrami ........................................................................................................... 34
CAPÍTULO III........................................................................................................................ 35
Materiais e Métodos ............................................................................................................ 35 Material de partida ............................................................................................................ 35
Reagentes .......................................................................................................................... 38 Cultivo e método de imobilização do Aspergillus niger na argila ....................................... 38
Métodos de Caracterização ................................................................................................. 40 Análise elementar .............................................................................................................. 40
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/Pb2+
x
Difração de Raios–X ......................................................................................................... 40
Espectroscopia na região do infravermelho ........................................................................ 41 Análises térmicas .............................................................................................................. 41
Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) .................................................................... 41
Efeito na mudança da concentração ................................................................................... 41
Avaliação do tempo de contato ........................................................................................... 42 Influência do pH .................................................................................................................. 42
Resumo das Atividades ....................................................................................................... 44 CAPÍTULO IV ........................................................................................................................ 45
Resultados e Discussões....................................................................................................... 45 Caracterização da argila natural e imobilizada ................................................................... 45
Análise química................................................................................................................. 45 Difração de raios-X da amostra natural e imobilizada com Aspergillus niger ..................... 46
Espectro de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR) ...................................... 48 Análise Térmica Diferencial (ATD) e Análise Termogravimétrica (TGA) ......................... 50
Microscopia Eletrônica de Varredura ................................................................................ 51
Estudo de equilíbrio de adsorção: influência da concentração da solução sintética de
cádmio e chumbo ................................................................................................................. 53 Análise da cinética de adsorção de cádmio e chumbo utilizando argila natural e
imobilizada com Aspergillus Niger ..................................................................................... 61 Variação do pH no processo de adsorção da argila natural e imobilizada por Aspergillus
Niger. ................................................................................................................................... 66 CAPÍTULO IV ........................................................................................................................ 69
Conclusões ........................................................................................................................... 69 Recomendações ................................................................................................................... 71
Referências Bibliográficas .................................................................................................. 72
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/Pb2+
xi
LISTA DE FIGURAS Figura 1:Estrutura da moscovita como exemplo de filisilicato. .................................................... 6
Figura 2: Difratogramas de raios X de amostras da argila in natura e da fração < 2 μm após
peneiramento (Foletto et al., 2000). ............................................................................................. 8
Figura 3: Formação de diversos grupos de minerais de argila a partir do intemperismo de rocha-
matriz, com exclusão de clorita, vermiculita e minerais de argila fibrosos. Notar que a lixiviação
e a oxidação da vários minerais de argila diferentes podem dar origem ao grupo da caulinita
(Frederickson, 1951). .................................................................................................................. 9
Figura 4: Representação esquemática da estrutura da montmorilonita (Luna & Schuchardt, 1999).
................................................................................................................................................. 10
Figura 5: Processo de funcionalização da argila com o grupo funcional sulfidrila ocorreu através
da imobilização do composto 3-mercaptopropil-trimetoxissilano (MPTS) na estrutura da argila
bentonita ácido ativada com HCl (Guimarães et al., 2006)......................................................... 13
Figura 6: Seqüência de reações de imobilização (Guerra et al., 2009). ....................................... 13
Figura 7: Raios-X padrões de difração de esmectita natural-S (a) e amostra de esmectita
quimicamente modificada: SAL/SH (b)S ZR/SH (c) (Guerra et al., 2008). ................................ 14
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Figura 8: Estrutura da esmectita (Martins et al., 2007). ............................................................. 15
Figura 9: Esquema do procedimento de obtenção de argilas organofílicas. (a) Esquema de
estrutura de argila policatiônica; (b) esquema de estrutura de argila monocatiônica; e (c) esquema
de argila organofílica (Pereira et al., 2007). ............................................................................... 16
Figura 10: Estrutura Idealizada para o íon de Keggin (Pergher et al., 1999). .............................. 18
Figura 11: Representação esquemática do processo de pilarização (Luna & Schurchardt, 1999). 19
Figura 12: Diagrama esquemático do processo de organofilização, onde moléculas do sal
quaternário de amônio foram introduzidas entre as camadas interlamelares de uma argila
bentonítica sódica (Martins et al., 2007). ................................................................................... 20
Figura 13: Micrografia do aparelho de reprodução assexuada de Aspergillus niger (Read, 1991).
................................................................................................................................................. 24
Figura 14: Localização de retirada do material de partida, amostra de nontronita (Morais et al.,
2009). ....................................................................................................................................... 36
Figura 15: Local de retirada da amostra de argila nontronita. ..................................................... 37
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Figura 16: Cultivo do Aspergillus niger em Ágar Sabouraud Dextrose, temperatura de 308 K e
período de 5 dias. ...................................................................................................................... 38
Figura 17: Solução contendo conídios. ...................................................................................... 39
Figura 18: Etapa de agitação por um período de cinco dias. ....................................................... 40
Figura 19: Resumo das atividades desenvolvidas neste trabalho. ............................................... 44
Figura 20: Difração de raios-x da amostra da argila esmectita natural, após autoclavada e
imobilizada com Aspergillus niger. ........................................................................................... 47
Figura 21: Espectro de infravermelho da argila esmectita natural. ............................................. 48
Figura 22: Espectro de infravermelho da argila esmectita imobilizada com Aspergillus niger. ... 49
Figura 23: Análise Térmica Diferencial (ATD) e Análise Termogravimétrica (TG) da argila
esmectita natural. ...................................................................................................................... 51
Figura 24: Microscopia eletrônica de varredura da argila nontronita natural. ............................. 52
Figura 25: Microscopia eletrônica de varredura da argila nontronita imobilizada com Aspergillus
niger. ........................................................................................................................................ 52
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xiv
Figura 26: Microscopia eletrônica de varredura da argila nontronita imobilizada com Aspergillus
niger, após seca em estufa a 333 K por 24 horas........................................................................ 53
Figura 27: Isotermas de adsorção experimentais e calculadas da argila nontronita natural
adsorvendo o cádmio. ............................................................................................................... 56
Figura 28: Isotermas de adsorção experimentais e calculadas da argila nontronita natural
adsorvendo o chumbo. .............................................................................................................. 57
Figura 29: Isotermas de adsorção experimentais e calculadas da argila nontronita imobilizada
com Aspergillus niger adsorvendo o cádmio. ............................................................................ 58
Figura 30: Isotermas de adsorção experimentais e calculadas da argila nontronita imobilizada
com Aspergillus niger adsorvendo o chumbo. ........................................................................... 59
Figura 31: Passos do processo de adsorção. Adaptado de Weber & Smith, 1987. ...................... 62
Figura 32: Valores máximos de adsorção alcançados na adsorção dos íons cádmio e chumbo em
função do tempo pela argila natural. .......................................................................................... 64
Figura 33: Valores máximos de adsorção alcançados na adsorção dos íons cádmio e chumbo em
função do tempo de contato pela argila imobilizada. ................................................................. 65
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/Pb2+
xv
Figura 34: Valores máximos de adsorção alcançados na adsorção de Cd2+
e Pb2+
adsorvido por
grama de argila natural e imobilizada com Aspergillus niger em função do pH. ........................ 67
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/Pb2+
xvi
LISTA DE TABELAS Tabela 1: Resumo das principais características dos grupos de minerais de argilas (Deer et al.,
2000). ....................................................................................................................................... 11 Tabela 2: Processos para o tratamento de efluentes da indústria mineral (Rebouças et al., 2006).
................................................................................................................................................. 23 Tabela 3: Equações a serem utilizadas para o modelamento ...................................................... 31
Tabela 4: Análise química da argila natural ............................................................................... 45 Tabela 5: Principais picos no espectro FTIR da amostra de argila natural de acordo com a
literatura. .................................................................................................................................. 48 Tabela 6: Principais picos no espectro FTIR da amostra de esmectita imobilizada com Aspergillus
niger, de acordo com a literatura. .............................................................................................. 50 Tabela 7: Parâmetros das equações de Langmuir, Freundlich e Temkin para a adsorção dos
metais em nontronita natural, obtidos pelo método não-linear. .................................................. 59 Tabela 8: Parâmetros das equações de Sips, Redlich-Peterson para a adsorção dos metais em
nontronita natural, obtidos pelo método não-linear. ................................................................... 60 Tabela 9: Parâmetros das equações de Langmuir, Freundlich e Temkin para a adsorção dos
metais em nontronita imobilizada com Aspergillus niger, obtidos pelo método não-linear. ........ 60 Tabela 10: Parâmetros das equações de Sips, Redlich-Peterson para a adsorção dos metais em
nontronita imobilizada com Aspergillus niger, obtidos pelo método não-linear. ........................ 60 Tabela 13: Constantes cinéticas encontradas para as reações de adsorção obtidas com modelo de
regressão não-linear, para amostras de nontronita natural e imobilizada e metais pesados (Cd2+
e
Pb2+
) com os modelos de pseudo-segunda ordem de Lagergren e modelo de Elovich. ............... 66
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
xvii
LISTA DE ABREVIATURAS
CTC Capacidade de Troca catiônica
intGo Variação interna da energia livre de
Gibbs
K Kelvin
E Esmectita
Q Quartzo
F Feldspato
MPTS 3-mercaptopropil-trimetoxissilano
Kps Produto de solubilidade
MTS Metalotioneínas
IUPAC União Internacional de Química Pura e
Aplicada
Ce Concentração do adsorvato na solução
após o sistema atingir o equilíbrio
KL Constante de afinidade de Langmuir
Qmáx Capacidade máxima de adsorção do
material
KF Constante de Freundlich
n Expoente de Freundlich
A Parâmetro da equação de Temkin
(coeficiente angular)
B Parâmetro da equação de Temkin
(coeficiente linear)
Nf Número de mmol adsorvidos final por
grama de adsorvente
C Concentração no equilíbrio
Ce Concentração do adsorvato na solução
após o sistema atingir o equilíbrio
qe Capacidade de adsorção no equilíbrio
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
xviii
qmax Máxima capacidade de sorção
KS Constante de equilíbrio de Sips
ß Parâmetro adimensional do modelo
KR Constante de Redlich-Peterson
qt Quantidade de adsorvato que foi
adsorvido em um tempo t
qe Capacidade de adsorção no equilíbrio
kf Constante de pseudo-primeira ordem
t é o tempo de contato Tempo de contato
ks Constante de pseudo segunda ordem
α Taxa de adsorção inicial
β Relação entre o grau de cobertura da
superfície e a energia de ativação
envolvida na quimiossorção
ki Constante de velocidade do modelo de
difusão intra-partícula
q Quantidade do adsorbato adsorvida
por grama de adsorvente
NEQ Número de mmol adsorvidos final no
equilíbrio
Kav Constante de Avrami
Δint h Variação interna da entalpia
ΔR h Entalpia integral da reação
N S Quantidade de cátions necessários para
a formação da monocamada
R Constante dos gases reais 8, 314 x10-3
k
J K-1
UTM
U-Pb Urânio-Chumbo
Ma Milhões de anos
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
xix
EDX Fluorescência de Raios-X
DRX Difração de raios-X
MEV Microscopia Eletrônica da Varredura
FTIR Infravermelho com Transformada de
Fourier
TG Termogravimetria
DTA Análise térmica diferencial
ATCC
rpm Rotação por minuto
DRM Departamento de Recursos Minerais
UFMT Universidade Federal de Mato Grosso
Ni Número de moles de cádmio ou chumbo
no início do processo
Ns Número de moles de cádmio ou chumbo
no equilíbrio do processo
m Massa em gramas
R2 Coeficiente de determinação
MG Minas Gerais
pKH log negativo da constante de hidrólise
Cs Concentração do sobrenadante
TOT Tetraédrica-Octaédrica-Tetraédrica
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
xx
RESUMO
O argilomineral nontronita foi coletado no estado de Tocantins, Brasil. A amostra de nontronita natural foi
caracterizada por análise elementar, microscopia eletrônica de varredura, análise térmica e Espectroscopia
de infravermelho (IR-FT). A amostra natural de nontronita foi funcionalizada com o fungo Aspergillus
niger. A habilidade desses materiais para remover os metais divalentes Cd2+
e Pb2+
foi verificada por uma
série de isotermas em temperatura ambiente, em solução aquosa e pH 4,0. O número máximo de moles
adsorvidos foi determinado em 0,364 e 0,016 mmol g-1
para Cd2+
e Pb2+
, respectivamente. Os dados
cinéticos foram mais bem modelados pelo modelo pseudo-segunda ordem de Lagergren. Os dados
termodinâmicos indicam a existência de condições favoráveis para a interação de Cd2+
e Pb2+
com as
superfícies das amostras de argila natural e modificada.
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
xxi
ABSTRACT
The original smectite clay mineral has been collected from Tocantins States, Brazil. The natural nontronite
sample was characterized by elemental analysis, scanning electron microscopy, thermal analyses, and
infrared spectroscopy (FTIR). The nontronite natural sample was functionalized with the Aspergillus
Niger fungus. The ability of these materials to remove divalent metals Cd2+
and Pb2+
from aqueous
solution was followed by a series of adsorption isotherms at room temperature and pH 4.0. The maximum
number of moles adsorbed was determined to be 0,364 and 0,016 mmol g-1
for Cd2+
and Pb2+
, respectively.
The kinetic data were better fitted to Lagergren pseudo-second order model. Thermodynamics indicated
the existence of favorable conditions for Cd2+
and Pb2+
interactions with the clay surface of natural and
modified samples.
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
xxii
RÉSUMÉ
L’original argilomineral smectite a été rassemblé dans l’État de Tocantins, Brésil. Le échantillon de
nontronite naturelle ont été caractérisée par analyse élémentaire, microscopie électronique à balayage,
analyse thermique et spectroscopie infrarouge. l'échantillon de nontronite naturel a été fonctionnalisé avec
le fongus Aspergillus Niger. L'habilité de ces matériaux pour enlever le Cd2+
et Pb2+
métaux divalent dans
solution aqueuse a été vérifiée par une série d'isothermes dans température ambiante et pH 4,0. Le nombre
maximum de moles adsorbée a été déterminé dans 0,364 et 0,016 mmol g-1
à Cd2+
et Pb2+
, respectivement.
Les données cinétiques meilleur ont été formées par le modèle pseudo-seconde ordre de Lagergren. Les
données thermodynamiques indiquent l'existence de conditions favorables pour l'interaction Cd2+
et
Pb2+
superfície de l'argile naturel et modifiés.
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
1
CAPÍTULO I
Introdução, Objetivos e Justificativas
Introdução
O estudo dos minerais de argila alcançou maior destaque com o desenvolvimento das pesquisas de
petróleo, pois determinados tipos de minerais de argila surgem em horizontes ou áreas potencialmente
petrolíferas e, além disso, de 50% a 60% das rochas sedimentares contêm minerais de argila (Suguio,
1980).
As aplicações dos minerais argilosos são múltiplas, particularmente adequados para serem usados
como componentes das lamas de sondagens, outros como catalisadores na indústria de petróleos, outros
como inerte no fabrico de papel e outros ainda como matéria prima de produtos cerâmicos e refratários
(Deer et al., 2000). As argilas que ocorrem em depósitos sedimentares ou de outra ocorrência são produtos
de meteorização ou de alteração hidrotermal, tendo as diferentes argilas resultado das condições físicas e
químicas além da natureza dos materiais originais, tais como feldspatos, micas, vidros vulcânicos ou
minerais ferromagnesianos (Deer et al., 2000).
As argilas do grupo da esmectita, do qual a montmorilonita faz parte, exibem uma alta capacidade de
troca de cátions (CTC), importante propriedade das argilas, pois pela troca de cátions é possível modificá-
las quimicamente influenciando diretamente sobre suas propriedades físicas e químicas resultando em
possíveis aplicações tecnológicas, agregando valores a esse abundante recurso natural (Guerra et al., 2008;
Guimarães, 2009; Guerra et al., 2009; Teixeira et al., 2009; Guerra et al., 2010). Diversos estudos
apontam argilas quimicamente modificadas, como poderosos agentes absorventes, e sua grande eficiência
nos mais variados processos industriais e no tratamento de efluentes. (Guerra et al., 2008; Souza, 2008;
Guimarães, 2009; Guerra et al., 2009; Guerra et al., 2010).
Dentre as técnicas utilizadas para a remoção de metais de efluentes destacam-se aquelas baseadas no
fenômeno de sorção de íons (adsorção + absorção) combinada ou não com a flotação. As técnicas
disponíveis envolvem a sorção ou a bioacumulação realizada em colunas, em leito fluidizado, em
biofiltros ou separação simples por flotação de partículas sorventes. A sorção fará a concentração do
poluente em materiais inorgânicos (em geral minerais), orgânicos (carvão ativado ou polímeros) ou de
origem biológica (biossorção e biocumulação) (Guerra et al., 2009; Guerra et al., 2010).
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A avaliação da capacidade vinculativa de metais em alguns tipos de biomassa ganhou ímpeto desde
1985 (Volesky et al., 1995). Na literatura se encontra diversos trabalhos onde os pesquisadores têm
examinado Aspergillus niger por sua capacidade de remover contaminantes metálicos (Akthar et al., 1995;
Bosshard et al., 1996), alguns exemplos de aplicações seria remoção de cromo utilizando biomassa
fúngica de Aspergillus niger investigada por alguns pesquisadores (Bai et al., 1998; Bag et al., 2001; Park
et al., 2005) e imobilização de Aspergillus niger em sepiolita para uso em pré-concentração de Fe2+
e Fe3+
em amostras de água usando técnica de coluna. Sabe-se que alguns metabolitos de Aspergillus niger como
ácidos orgânicos, tais como cítrico, ácido oxálico e glucanóico são obtidos pela fermentação aeróbia
utilizando fontes de carbono. Portanto, a disponibilidade de nutrientes baratos, como fontes de
carboidratos, ricos em águas residuárias industriais, produtos lácteos e outros, podem ser usados
convenientemente como alimento para microorganismos (Vieira et al., 2000).
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Objetivos
Objetivo Geral
O trabalho tem como objetivo caracterizar a amostra de argila in natura, oriunda da formação Grupo
Serra da Mesa, localizada em Tocantins, no sudeste da região Norte do Brasil, e imobilizada com o fungo
Aspergillus niger, dando origem a um biomaterial. O processo de imobilização de microorganismo na
argila objetiva melhorar as propriedades físicas e químicas desta matriz, através do ancoramento de
células na estrutura lamelar da argila, adicionando novos sítios ácidos, pela produção de ácidos orgânicos
pelo fungo e básicos adsortivos na estrutura original da esmectita, pela biomassa. A investigação da
capacidade de adsorção dos íons Cd2+
e Pb2+
pela matriz natural e imobilizada também é parte relevante
do trabalho, tal investigação foi realizada levando em consideração condições bem estabelecida de pH,
temperatura e concentração inicial da solução dos metais divalentes.
Objetivos Específicos
Caracterizar a argila in natura e imobilizada com Aspergillus niger, observando as mudanças na
estrutura cristalina da amostra de argila.
Avaliar o poder de adsorção do argilomineral natural e imobilizado com microorganismo em
processos de adsorção com metais pesados e estabelecer uma relação entre as performances
adsortivas para cada metal, comparando as matrizes na forma natural e imobilizada.
Investigar e formatar os resultados experimentalmente obtidos, com os ensaios de adsorção,
através das equações de Langmuir, Freundlich, Temkin, Sips e Redlich-Peterson pelo método de
batelada, com levantamento de isotermas e avaliar o desvio médio padrão para cada modelamento
matemático, confrontando com os resultados experimentais e comparar os resultados através de
regressão não linear.
Avaliar a termodinâmica do processo de adsorção em temperatura de 301 K, através do cálculo da
Energia livre de Gibbs (intGo).
Realizar estudos cinéticos do processo de adsorção, variando o tempo de permanência
adsorvente/adsobato, para obter valores de constantes que definam o processo com os modelos de
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pseudo-primeira, pseudo-segunda ordem de Lagergren, Elovich, Avrami e modelo de difusão intra
partícula comparando com regressão não linear.
Justificativas
As esmectitas são constituintes freqüentes de rochas sedimentares e têm, também, um papel
importante nos solos com respeito à estrutura e à retenção dos nutrientes. É utilizada, como a maioria dos
outros minerais de argila, na manufatura de tijolos, cerâmica, lamas de sondagens, papel, borracha, tintas e
areias de moldagem. Também são empregadas para descolorar, branquear, filtrar e como catalisadores da
hidrogenação e de outras reações químicas. A sua capacidade de troca catiônica (CTC) permite a sua
utilização no tratamento de diversos resíduos radiativos (Deer et al., 2000).
Aplicações de argilominerais como matrizes para a intercalação de grupos funcionais específicos
capazes de formar complexos estáveis com os íons metálicos, e menos reversíveis que os resultantes da
adsorção por troca catiônica, apareceram a partir de 1995, como uma alternativa para o desenvolvimento
de novos materiais adsorventes (Guimarães et al., 2006). Hoje, são também bastante difundidas as argilas
quimicamente modificadas como as argilas intercaladas, pilarizadas ou argilas termicamente e /ou
acidamente ativadas que atuam como descontaminantes ambientais, mostrando-se bastante eficientes na
adsorção de íons contaminantes, em meio aquoso saturado com metais pesados, como os derivados de
vários setores industriais, principalmente nos rejeitos de indústrias químicas e petroquímicas (Airoldi,
2005; Guerra et al., 2006).
O aprimoramento e o desenvolvimento de novas técnicas de imobilização de célula, associadas ao
uso de novos materiais como suporte, têm permitido que os processos fermentativos com células
imobilizadas sejam realizados em condições adversas de pH, de esterilidade e agitação. O emprego de
células livres não seria possível, em meios de cultivo mais tóxicos, como por exemplo, no tratamento de
águas residuais contaminadas com fenóis e derivados (Junter & Jouenne, 2004; Wang et al., 2005).
Os microrganismos são abundantes em solos e sedimentos e preferem a aderir ao revestimento de
partículas minerais e à medida que crescem, elas utilizam o efeito interfacial para ajudar a concentrar
nutrientes e efetivamente encerrar as partículas em um biofilme (Costerton, 1988; Marshall, 1988). Na
natureza, é raro encontrar as partículas do solo não envolto com microorganismos e seus detritos. Na
verdade, a maioria da matéria orgânica (por exemplo, ácidos húmicos e fúlvicos) em solos é produzido
durante a decomposição microbiana de plantas, animais e polímeros microbianos. Pelo menos alguns dos
mais duráveis polímeros orgânicos decorrem diretamente de envelopes das paredes da célula bactérias
degradadas (Walker et al., 1989).
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Peças de cerâmicas têm sido utilizadas como suporte para a Candida tropicalis no tratamento de
resíduos ricos em carboidratos procedentes de indústrias alimentícias, e, peneiras de aço inoxidável, são
utilizadas para imobilizar células de P. chrysosporium, visando à produção de peroxidases (Gerin et al.,
1997). Outros exemplos de matrizes sólidas são: madeira, serragem, bagaço de cana de açúcar, materiais
inorgânicos como rochas, porcelanas e vidros porosos (Dominguez et al. 2001).
A imobilização é definida por Cantarelli (1989) como a fixação de enzimas ou células vivas em um
ambiente, de maneira que sua atividade catalítica não seja afetada negativamente. Em sistemas com
células imobilizadas consegue-se maior massa de células por unidade de volume de trabalho do que em
sistemas descontínuos, contínuos e de recuperação de células trabalhando com células livres (Williams &
Munnecke, 1981; Pilkington et al., 1998). O uso em processo contínuo, o aumento da estabilidade e o
reaproveitamento do material biológico são considerados como as principais vantagens propiciadas pela
imobilização (Vitolo, 1988; Carvalho et al., 2006).
O trabalho contribui de maneira significativa no entendimento de como os agregados porosos e
biomateriais influenciam o transporte e destino de metais pesados. Portanto, necessária não só para o
desenvolvimento de melhores métodos de eliminação de resíduos, mas também para fornecer informações
relevantes para a avaliação dos riscos ambientais presentes e futuros (Walker et al., 1989). O
conhecimento da cinética e termodinâmica favorece o conhecimento sobre o mecanismo de adsorção deste
mineral na forma natural e modificada, fornecendo informação relevante sobre constantes termodinâmicas
obtidas pelos modelos matemáticos propostos por Langmuir, Freundlich, Temkin, Sips e Redlich-Peterson
(Souza, 2008).
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CAPÍTULO II
Revisão Bibliográfica
Filossilicatos
O termo argilominerais é usado para designar especificamente os filossilicatos (Santos, 1992;
Bergaya et al., 2006) que são hidrofílicos e conferem a propriedade de plasticidade às argilas.
Quimicamente os argilominerais são considerados silicatos de alumínio hidratados, podendo conter certo
teor de elementos alcalinos e alcalino-terrosos (como magnésio, ferro, cálcio, sódio, potássio e outros) de
estrutura cristalina em camadas lamelares ou de estrutura fibrosa (Figura 1). Não há uniformidade no uso
dos termos argilas e argilominerais na literatura científica e, portanto, são usados de forma intercambiável
(Teixeira et al., 2009).
Figura 1: Estrutura da muscovita como exemplo de filosilicato.
A sílica ocorre na natureza com a fórmula empírica aproximadamente igual a (SiO2). A substituição
parcial de átomos de silício por alumínio dá origem ao grupo dos aluminossilicatos. Os principais
componentes deste grupo são as argilas e as zeólitas (Cotton et al., 1999). Como o alumínio apresenta
valência 3+
menor do que a do silício 4+
, a estrutura do aluminossilicato apresenta uma carga negativa para
cada átomo de alumínio. Esta carga é balanceada por cátions alcalinos ou alcalino-terrosos, chamados de
cátions de compensação, intersticiais ou trocáveis, normalmente o Na+, K
+ ou Ca
2+, que são livres para se
moverem nos canais da rede e podem ser trocados por outros cátions em solução (Aguiar et al., 2002).
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Argilominerais
Uma definição de argila baseada na composição química define que as argilas compreendem os
silicatos de alumínio hidratados pertencentes aos grupos da caulinita, montmorilonita, ilita e também
clorita, e vermiculita de granulação fina (Suguio, 1980). Outra definição sobre argila foi descrita por
Santos (1989), que propõe ser a argila um material natural, terroso, de granulação fina, que geralmente
adquire certa plasticidade, quando umedecido com água. Em trabalhos publicados recentemente, propõe o
significado do termo argilas como às partículas do solo que possuem diâmetro inferior a 2 μm e das quais
podem fazer parte diferentes tipos de minerais: silicatos lamelares de magnésio e de alumínio
(filossilicatos), quartzo, feldspato, carbonatos, óxidos metálicos e até mesmo matéria orgânica (Teixeira et
al., 2009).
Na Figura 2 são mostrados difratogramas de raios-X de uma amostra de argila, in natura (bruta) e
após fracionamento por peneiramento com corte granulométrico de 2.0 μm. A atribuição dos picos nos
difratogramas mostra que a argila bruta é formada por minerais do grupo das esmectitas (E) contendo
impurezas, como quartzo (Q) e feldspato (F). Grande parte das impurezas como quartzo e feldspato, pode
ser removida com um corte granulométrico abaixo de 2 μm, como pode ser observado pela variação nas
intensidades relativas dos picos E, Q e F, obtendo-se uma amostra rica no argilomineral do grupo das
esmectitas (Teixeira et al., 2009).
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Figura 2: Difratogramas de raios X de amostras da argila in natura e da fração < 2 μm após peneiramento
(Foletto et al., 2000).
As argilas são constituídas por minúsculos cristais lamelares que formam grãos menores que 0,1 mm.
Com adição de água e agitação os grãos podem ser desfeitos obtendo-se dispersões coloidais. Na
determinação de sua composição química aparecem como elementos essenciais a sílica (SiO2) e a alumina
(Al2O3), além de óxidos de ferro (Fe2O3), magnésio (MgO), cálcio (CaO), sódio (Na2O), potássio (K2O) e
outros como também quantidades variáveis de água de constituição (Lira, 1973).
A distância interplanar define o grupo estrutural ao qual pertence o mineral de argila. Espaçamentos
de cerca de 7, 10 e 14 Å são característicos de caulinita, mica e montmorilonita, respectivamente. Testes
suplementares de aquecimento e processos químicos, como o tratamento com etilenoglicol, são
necessários para a identificação dos diferentes tipos de minerais de argila (Suguio, 1980).
Os argilominerais apresentam granulometria menor que 2,0 µm, e a peculiaridade desses minerais
iniciam-se por baixa cristalinidade. Alguns deles são bem cristalizados, outros apresentam periodicidade
no plano com desordenação no empilhamento desses planos. O aparecimento de camadas mistas
(interestratificadas) é outra característica. Camadas mistas são argilominerais com interestratificação de
tipos diferentes, por exemplo, ilita e esmectita, e que apresentam espaçamentos intermediários aos das
espécies componentes (Deer et al., 2000).
Na hidrólise parcial, em função de condições de drenagem menos eficientes, parte da sílica
permanece no perfil; o potássio pode ser total ou parcialmente eliminado. Esses elementos reagem com o
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alumínio, formando aluminossilicatos hidratados (argilominerais) (Toledo et al., 2000). Em função do
grau de eliminação do potássio, quando parte do potássio não é eliminada em solução forma-se outro tipo
de argilomineral, a esmectita, com eliminação de 87.0% do potássio, 46.0% da sílica e permanência de
todo o alumínio (Toledo et al., 2000).
A maioria dos sedimentos argilosos são misturas de dois ou mais minerais e suas propriedades são,
conseqüentemente, intermediárias entre os tipos extremos. O significado geológico dessas associações
deve ser encarado em função das variedades de minerais de argila presente conforme apresentado na
Figura 3 abaixo (Suguio, 1980).
Dessa maneira, é comum estudar-se argilominerais mediante amostras orientadas pelas quais se visa à
identificação do grupo (caulinita, esmectita, ilita, clorita, vermiculita, sepiolita e paligorskita) (Gomes,
1984). Os minerais de argila têm certo número de características comuns. E as suas estruturas salvo
poucas exceções baseiam-se em estratos complexos formados a partir de componentes com cátions de
coordenação tetraédrica (Deer et al., 2000).
Figura 3: Formação de diversos grupos de minerais de argila a partir do intemperismo de rocha-matriz, com
exclusão de clorita, vermiculita e minerais de argila fibrosos. Notar que a lixiviação e a oxidação da
vários minerais de argila diferentes podem dar origem ao grupo da caulinita (Frederickson, 1951).
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Os diferentes grupos de argilas são definidos de acordo com a maneira com que as folhas tetraédricas
e octaédricas se arranjam, formando as lamelas: 1:1 – na qual apenas uma folha tetraédrica está ligada a
uma folha octaédrica; e 2:1 – na qual uma folha octaédrica está no meio de duas folhas tetraédricas Figura
4 (Velde, 1992). As folhas octaédricas são compostas por cátions Al3+
ligados a ânions O2-
e OH-,
resultando em uma fórmula química efetiva de AlO (OH)2 (Teixeira et al., 2009). Entre as argilas 2:1, a
montmorilonita é a mais abundante e tecnologicamente relevante (Teixeira et al., 2009) Figura 4.
Figura 4: Representação esquemática da estrutura da montmorilonita (Luna & Schuchardt, 1999).
As variedades de montmorilonita podem ser diferenciadas por sua composição. Os membros
extremos de uma série, com substituição quase completa do Al3+
por outros íons na lâmina octaédrica,
possuem nomes especiais: nontronita (Fe3+
), saponita (Mg2+
), sauconita (Zn2+
) e hectorita (Li+) (Suguio,
1980).
De acordo com Deer et al., (2000) os principais grupos de argilominerais (Tabela 1) são, grupo da
caulinita que inclui a caulinita, dickita, nacrita e haloisita; grupo da ilita, as hidromicas, fengita, bramalita,
glauconita e celadonita; grupo da esmectita, englobando a montmorilonita, beidelita, nontronita, hectorita,
saponita e sauconita; vermiculita; grupo da paligorskita, que inclui a paligorsquita e a sepiolita.
Alguns grupos de argilominerais exibem propriedades expansivas quando se adiciona água ou outros
líquidos polares, como glicol e glicerina, causam expansão por sua entrada nos espaços interlamelares.
Assim por exemplo, as esmectitas têm seu espaçamento aumentado de 12,0 ou 14,0 Å para
aproximadamente 17,0 Å pela adição de glicol (Gomes, 1984).
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Tabela 1: Resumo das principais características dos grupos de minerais de argilas (Deer et al., 2000).
Grupo da Caulinita Ilitas Esmectitas Vermiculita
Tipo de estrutura:
1:1 componentes
tetraédricos e
octaédricos
2:1
2:1
2:1
Componentes
octaédrico:
Di-octaédrico
Principalmente di-
octaédrico
Di- ou Tri-octaédrico
Principalmente tri-
octaédrico
Principais cations
de interestratos:
Nenhum
K
Ca, Na
Mg
Água interestratos:
Unicamente na
haloisite (uma camada
de moléculas de água)
Algumas na
hidromoscovite
Ca, duas camadas; Na,
uma camada de moléculas de água
Duas camadas
Espaçamento basal:
7,1 Å (10 Å na
haloisite)
10 Å
Variável; a maior parte
das vezes ~ 15 Å (para
Ca)
Variável; 14,4 Å
quanto totalmente
hidratada
Glicol:
Apenas retido pela
haloisite
Nenhum efeito
Retém duas camadas
de glicol, 17 Å
Retém uma camada
de glicol, 14 Å
Fórmula química:
Al4Si4O10(OH)8 com
pequenas variações
K1,0-1,5Al4(Si,Al)8O20(OH)4
M+0,7 (Υ
3++, Υ2+) 4-6
(Si,Al)8 O20 (OH)4 n
H2O
M2+0,66 (Υ
2+ , Υ3+)6 (Si, Al)8 O20 (OH)4
8H20
Ácidos:
A caulinite é muito
pouco solúvel em
ácidos diluídos
Facilmente atacadas
Atacadas
Facilmente atacadas
Aquecimento a
200oC
A haloisite colapsa
para aprox. 7,4 Å; os
outros não se modificam
Nenhuma modificação
notória
Colapsa para
aproximadamente 10 Å
Esfoliação; contração
do espaçamento dos
estratos
Aquecimento a
650oC
Caulinite→
metacaulinite (7 Å)
10 Å
9,6 - 10 Å
Colapsa para 9 Å
Dickite → metadickite
(14 Å) forte
Paragênese
Alteração de rochas
ácidas, feldspatos, etc. Condições ácidas.
Alterações de micas,
feldspatos, etc. Condições
alcalinas. Concentração
elevadas de Al e K.
Alteração de rochas
básicas ou material
vulcânico. Condições alcalinas.
Disponibilidade de Mg
e Ca; deficiência de K.
Alteração de palhetas
de biotite ou de
material vulcânico,
clorites, horneblenda, etc.
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Outra característica dos argilominerais é o fato de serem hidratados, apresentando OH ou mesmo
H2O na estrutura (paligorskita e sepiolita). A água poderá situar-se nos espaçamentos interlamelares
(esmectitas e haloisita). O aquecimento a temperaturas adequadas poderá eliminar a água dos
argilominerais, provocando modificações estruturais passíveis de detecção no difratograma de raios X.
Esmectitas, quando aquecidas a 763 K, perdem H2O, diminuindo o espaçamento de 14,0 ou 12,0 Å para
10,0 Å; caulinitas são destruídas por esse aquecimento desaparecendo os picos de 7,0 e 3,5 Å (Gomes,
1984).
O Argilomineral Esmectita
Diversos estudos comprovam a eficiência das argilas em processos adsortivos e catalíticos, sendo que
as argilas mais comumente empregadas em estudos de adsorção pertencem ao grupo da esmectita,
principalmente a montmorilonita (Sterte et al., 1988; Valverde et al., 2002; Guerra et al., 2009; Guerra et
al., 2010).
Recentemente, alguns trabalhos têm-se voltado para modificação estrutural das argilas através da
organofuncionalização (Figura 5) (Sayilkan et al., 2004; Barbosa et al., 2008; Guerra et al., 2008; Guerra
et al., 2009; Guerra et al., 2010). Este processo consiste no uso de um composto organosilano modificado
com grupos funcionais específicos. A introdução desse composto ocorre pela interação entre o radical
alcoxi e as hidroxilas superficiais da argila (Guimarães et al., 2006). Os silanos normalmente utilizados
apresentam estrutura do tipo R-SiX3, onde R é o grupo funcional orgânico e X é o grupo hidrolisável,
normalmente, metoxi (-OCH3) ou etoxi (-OC2H5). O grupo funcional R contém um grupo reativo R’
ligado à cadeia carbônica da seguinte maneira: R’-C(CH2)3-SiX3. Estes grupos reativos podem ser os
grupos: vinil (-HC=CH2), amina (-NH2) ou mercapto (-SH) (Mercier et al., 1995; Sayilkan et al., 2004).
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Figura 5: Processo de funcionalização da argila com o grupo funcional sulfidrila ocorreu através da imobilização do
composto 3-mercaptopropil-trimetoxissilano (MPTS) na estrutura da argila bentonita ácido ativada com HCl (Guimarães et al., 2006).
Na Figura 6 Guerra et al.(2009) apresentam a seqüência de imobilização da montmorilonita natural e
sintética heulandita modificado pela organofuncionalização com 1,4-bis (3- aminopropil piperazina) e a
reação subseqüente com metilacrilato em rota heterogênea, para posterior aplicação na remoção de Th4+
,
U6+
e Eu3+
de meio aquoso.
Figura 6: Seqüência de reações de imobilização (Guerra et al., 2009).
Uma amostra natural de esmectita da Serra de Maicuru, Estado Para, Brasil, teve polioxicátions de
alumínio e zircônio inserido dentro do espaço interlamelar por Guerra et al. (2008). O precursor a
esmectita pilarizada foi organofuncionalizada com o agente silante 3-mercaptopropiltrimetoxissilano. O
OH
OH
+ Si(OCH3)3(CH2)3-SH
Argila Ácido Ativada
Refluxo
Meio anidro OH
OSi(OCH3)2(CH3)3-SH
+ CH3OH
Argila Funcionalizada
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espaçamento basal da 1,47 nm de argila natural aumentou para 2,58 e 2,63 nm Figura 7, para os pilares de
alumínio, SAL /SH, e de zircônio, S ZR / SH, e aumentou em relação à superfície de 44,0 para 583,0 e 585,0 m2
g-1, respectivamente (Guerra et al., 2008).
As argilas do grupo das esmectitas, do qual a montmorilonita faz parte, exibem uma alta capacidade
de troca de cátions. Isto é, os cátions dentro das lamelas cristalinas e, principalmente, os cátions
interlamelares podem ser trocados por outros cátions presentes em uma solução aquosa sem que isso
modifique a estrutura cristalina das argilas. A capacidade de troca catiônica é uma propriedade importante
das argilas, pois pela troca de cátions pode-se modificá-las quimicamente influindo diretamente sobre suas
propriedades físico-químicas e possíveis aplicações tecnológicas. Os cátions trocáveis podem ser
orgânicos ou inorgânicos. Adicionalmente, a hidratação dos cátions interlamelar causa o acúmulo de
moléculas de água no espaço interlamelar das argilas e seu conseqüente inchamento ou expansão,
(Sayilkan et al., 2004; Velde, 2005; Barbosa et al., 2008; Guerra et al., 2008; Bosco et al., 2006)
aumentando as distâncias interlamelar.
Figura 7: Raios-X padrões de difração de esmectita natural-S (a) e amostra de esmectita quimicamente modificada:
SAL/SH (b)S ZR/SH (c) (Guerra et al., 2008).
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Modificação química de argilas
A modificação química das argilas permite o ajuste de suas propriedades físicas e químicas,
agregando funcionalidades aos materiais para uso em diversos tipos de aplicações tecnológicas (Coelho et
al., 2007, Guerra et al., 2008; Airoldi et al., 2008 e Teixeira et al., 2009). As substituições isomórficas do
Al3+
por Si4+
na folha de tetraedros e Mg2+
ou Fe2+
por Al3+
na folha de octaedros acontecem na formação
geológica das argilas, resultando em carga negativa na superfície das mesmas (Shen, 2001). Essa carga
negativa é compensada pela presença de cátions no espaço interlamelar (Kozak et al., 2003). Estas
substituições podem ser do Si4+
pelo Al3+
nos sítios tetraédricos, do Al3+
pelo Mg2+
ou do Mg2+
pelo Li+
(ou uma vacância) nos sítios octaédricos como esquematizado na Figura 8.
Algumas argilas do tipo 2:1, como a montmorilonita, possuem deficiência de cargas positivas em sua
estrutura cristalina, causada por substituições isomórficas, resultando em um excesso de cargas negativas
distribuídas pela superfície das lamelas (Teixeira et al., 2009).
Figura 8: Estrutura da esmectita (Martins et al., 2007).
O excesso de cargas negativas resultante é contrabalanceado por cátions interlamelares
hidratados alcalinos, Na+, K
+, ou alcalinos terrosos Ca
2+ e Mg
2+ (Teixeira et al., 2009), como representado
no diagrama esquemático da Figura 9.
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/Pb2+
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Figura 9: Esquema do procedimento de obtenção de argilas organofílicas. (a) Esquema de estrutura de argila policatiônica; (b) esquema de estrutura de argila
monocatiônica; e (c) esquema de argila organofílica (Pereira et al., 2007).
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/Pb2+
17
As esmectitas são classificadas de acordo com a localização e o tipo de cátions presentes na estrutura
cristalina (Luna & Schuchardt, 1999) e a capacidade de troca de cátions (CTC) das esmectitas varia de 80
a 150 meq/100 g de argila, sendo superior à dos demais argilominerais que geralmente não ultrapassa 40
meq/100 g da argila (Santos, 1992), sendo que cerca de oitenta por cento da CTC das esmectitas é devida
às cargas resultantes da substituição isomórfica na estrutura cristalina e em torno de 20% devida às cargas
resultantes das ligações quebradas nas arestas (Santos, 1989).
Barrer & MacLeod (1955) sintetizaram a primeira argila pilarizada, criando uma nova classe
de materiais porosos, que poderiam vir a ser usados como catalisadores heterogêneos (Luna &
Schuchardt, 1999). Recentemente, a modificação química de minerais de argila natural,
principalmente de esmectitas, especialmente por reações envolvendo a superfície intercalar tem
sido investigada por apresentar propriedades para o desenvolvimento de catalisadores,
adsorventes, suporte de drogas ou de enzimas e complexos de intercalação (Pinnavaia et al.,
1984; Occelli et al., 1987; Liu et al., 2004; Sayilkan et al., 2004 e Bruce, 2006).
Argilas pilarizadas são materiais que possuem porosidade permanente, obtida através da introdução
de compostos químicos que funcionam como pilares de dimensão molecular entre as lamelas da argila,
mantendo-as afastadas e dando origem aos micros poros. Os compostos químicos que funcionam como
suportes, ou pilares moleculares, entre as lamelas da argila são denominados agentes pilarizantes (Luna &
Schuchardt, 1999).
Vários cátions têm sido relatados na literatura como agentes pilarizantes, como por exemplo,
alumínio, titânio, zircônio, silício e ferro. No entanto, o chamado íon de Keggin de alumínio,
[Al13O4(OH)24(H2O)12)]7+
(normalmente representado por Al13) Figura 10 é o mais utilizado e estudado
(Burch, 1988; Parker et al., 1997). Esses macrocátions podem alterar o espaçamento basal da argila de
12,0 Å para 18,0 a 30,0 Å (Figueras et al., 1998).
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/Pb2+
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Figura 10: Estrutura Idealizada para o íon de Keggin (Pergher et al., 1999).
As argilas pilarizadas com complexos de alumínio podem apresentar atividade em reações do tipo
ácido e base, como esterificação, eterificação, alquilação, acilação e craqueamento, dentre outros
processos, por apresentarem sítios ácidos de Brönsted-Lowry e Lewis (Figueras et al., 1988; Ohtsuka,
1997; Leite, 1993 e Coudary et al., 1997).
O processo de preparação de uma argila pilarizada está resumido nos seguintes procedimentos
apresentados na Figura 11 inchamento da esmectita com água; troca dos cátions interlamelares por
complexos metálicos oligoméricos ou poliméricos parcialmente hidratados; secagem e calcinação para
transformação dos precursores polioxocátions em pilares de óxido metálico (Kloprogge et al., 1998; Ding
et al., 2001; Vaccari et al., 1999; Luna & Schurchardt, 1999 e Pergher et al., 1999). Nessa última etapa os
pilares óxidos se ligam covalentemente às folhas tetraédricas da argila, mantendo-as separadas
permanentemente (Teixeira et al., 2009).
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/Pb2+
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Figura 11: Representação esquemática do processo de pilarização (Luna & Schurchardt, 1999).
O objetivo do processo de pilarização é conferir microporosidade ao sistema, criando materiais
contendo poros de dimensões complementares aos das zeólitas, ou seja, maiores que 7,0 e menores que
20,0 Å. Isso pode ser obtido simplesmente combinando-se uma esmectita com carga negativa baixa com
um agente pilarizante catiônico de alta carga. Dessa forma, se os agentes pilarizantes estiverem
distribuídos de maneira homogênea sobre a superfície das lamelas, um sistema de canais bidimensionais
será criado. Também é necessário que a lamela de argila seja rígida e não se curve; que a adsorção de
agentes pilarizantes na superfície externa seja desprezível, e que todas as lamelas de argila estejam
pilarizadas (Schoonheydt et al., 1991). As argilas utilizadas nos processos de pilarização possuem
geralmente altas áreas superficiais (50,0 a 200,0 m2 g
-1), grandes volumes de poro e tamanhos de poro
ajustáveis, além de fornecerem acidez superficial forte e pilares de óxidos metálicos cataliticamente ativos
(Teixeira et al., 2009).
Calcinação
Pilar Molecular
Cátions Naturais
PILARIZAÇÃO
INTERCALAÇÃO
Lamelas de silicato
Íons de Keggin
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Organofuncionalização
As argilas organofílicas são obtidas pela troca iônica dos cátions interlamelares de argilas catiônicas
por cátions orgânicos, principalmente tensoativos quaternários de amônio (Teixeira et al., 2009), podem
também ser sintetizadas a partir de sais de amônio primários, secundários, terciários ou quaternários, com
12 ou mais átomos de carbono (Boyde et al., 1988). O sal é adicionado a uma dispersão aquosa de argila
bentonítica sódica altamente delaminada, cujas camadas encontram-se totalmente separadas, e a parte
catiônica das moléculas do sal quaternário de amônio ocupa os sítios onde anteriormente estavam os
cátions sódio e as longas cadeias orgânicas situam-se entre as camadas dos argilominerais, passando de
hidrofílica para hidrofóbica (Jordan, 1949; Laba, 1993 e Valenzuela Díaz, 1999), um esquema deste
processo está representado na Figura 12.
Figura 12: Diagrama esquemático do processo de organofilização, onde moléculas do sal quaternário de amônio
foram introduzidas entre as camadas interlamelares de uma argila bentonítica sódica (Martins et al.,
2007).
A transformação da bentonita em argila organofílica consiste em um procedimento laboratorial
simples e pode ser realizada através de reação de troca dos cátions Na+ ou Ca
2+ presentes na superfície e
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no espaço interlamelar dos argilominerais, por cátions de sais quaternários de amônio (Barbosa et al.,
2008). Dessa forma, a superfície das lamelas individuais de argila torna-se hidrofóbica. A hidrofobização
das lamelas também pode ser obtida pela adsorção de tensoativos não-iônicos etoxilados sobre suas
superfícies, via interação eletrostática com os cátions interlamelares (Teixeira et al., 2009).
Em dispersões aquosas as partículas da argila encontram-se em elevado grau de delaminação, isto é,
as partículas elementares da argila, que são lamelas, devem encontrar-se (em maior ou menor grau) umas
separadas das outras (e não empilhadas), facilitando a introdução dos compostos orgânicos, que as irão
tornar organofílicas (Valenzuela Díaz, 1994; Valenzuela Diaz, 2001 e Barbosa et al., 2008). O tipo de sal
quaternário de amônio e o processo de obtenção da argila organofílica irão definir os solventes orgânicos
nos quais as argilas irão inchar (Valenzuela Díaz, 1999). Santos (1992) afirma que a preferência quanto ao
uso de esmectitas nessas sínteses deve-se às pequenas dimensões dos cristais e à elevada capacidade de
troca de cátions (CTC) desses argilominerais. Isso faz com que as reações de intercalação sejam muito
rápidas e eficientes.
A expansão que ocorre na distância interplanar basal que passa de valores geralmente entre 12 e 16 Å
para valores situados entre 20 e 40 Å permitindo seu estudo preciso por técnicas como difração de raios X
e espectroscopia no infravermelho obtendo-se informação sobre a forma como os íons do sal (argilas
organofílicas) estão orientados entre as lamelas da argila (Lagaly, 1986 e Valenzuela Díaz, 1992, 1999).
Metais pesados
A remoção dos metais pesados de soluções aquosas é geralmente feita pela precipitação de cátions
metálicos, realizada a partir da elevação do pH, com adição de uma base, que promove a precipitação dos
hidróxidos metálicos (Rebouças et al., 2006). São também utilizados como precipitantes sais inorgânicos e
agentes floculantes poliméricos, estes para acelerar a separação sólido/líquido. No entanto este método
apresenta diversas limitações tais como (Rebouças et al., 2006):
A formação ineficiente (incipiente) do hidróxido metálico em efluentes diluídos onde as
concentrações estão muito próximas da solubilidade (Kps);
A forma distinta em que ocorre a precipitação de hidróxidos, dependendo da natureza do
metal;
A precipitação incompleta dos metais quando na presença de agentes complexantes dos
metais;
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O volume e a alta porcentagem de água do lodo formado, levando à necessidade de
grandes áreas de disposição e, como conseqüência, maiores custos;
O alto custo da filtragem dos precipitados devido ao tamanho pequeno das partículas.
O aumento do pH causa a precipitação dos hidróxidos dos metais de ferro, manganês, alumínio,
chumbo e metais pesados presentes no meio aquoso. Entretanto, essa precipitação depende do pH do meio
e a eficiências do processo visa à insolubilização conjunta (simultânea) de todos ou da maioria dos metais
pesados. Os melhores resultados, obtidos durante os últimos dois anos foram remoções completas dos íons
de Zn2+
, Ni2+
e Fe2+
e em torno de 87% do Mn presente nas drenagens ácidas avaliadas (Rebouças et al.,
2006).
Rubio & Tessele (2004) destacam que efluentes com fluxos da ordem de 0,2 a 2,0 m3/s e contendo
íons metálicos em concentrações da ordem de 1,0 a 2,0 mg/L não são possíveis de serem tratados por
coagulação-sedimentação, por problemas cinéticos e de escala, constituindo um dos maiores desafios para
a indústria de mineração moderna.
Além da aplicação de tecnologias já consolidadas em outros setores industriais e técnicas emergentes,
diversos esforços vêm sendo envidados para o desenvolvimento de tecnologias mais limpas de remoção-
separação de ânions e metais pesados dissolvidos em efluentes da indústria mineral (Rebouças et al.,
2006). Dentre as técnicas listadas na Tabela 2 destacam-se aquelas baseadas no fenômeno de sorção de
íons (adsorção + absorção) combinada ou não com a flotação.
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Tabela 2: Processos para o tratamento de efluentes da indústria mineral (Rebouças et al., 2006).
Processos Generalidades
Extração por solventes
Extração através do contato com uma fase orgânica, imiscível com o meio aquoso a ser
tratado. Altos custos de capital e de operação; tecnologia bem estabelecida.
Adsorção/ troca iônica
Adsorção em carvão ativado, biomassa, resinas poliméricas, zeólitas e oxi-hidróxidos
metálicos.
Eletrólise redutiva e
eletroosmose
Eletroquímica aplicada na remoção de elementos poluentes.
Separação magnética
Remoção de poluentes através da utilização de partículas magnéticas adsorventes.
Bioacumulação e
biorremediação
Processos microbiológicos de remoção de poluentes.
Oxidação por fotólise ou
aeração
Destruição de complexos cianetados.
Flotação não-convencional
Remoção de precipitados, sólidos suspensos, óleos (emulsificados ou não) remoção por
flotação de partículas sorventes.
O Fungo (Aspergillus niger)
Aspergillus niger é um fungo (Read, 1991) das espécies mais comuns do gênero Aspergillus,
encontrado-nos mais diversos tipos de ambiente Figura 13. É também um contaminante comum de
alimentos e provoca uma doença chamada bolor negro em determinados frutos e produtos hortícolas,
como uvas, cebolas e amendoim (Baytak et al., 2007). Seu crescimento ocorre rapidamente e em uma
variedade de substratos, produzindo colônias que consistem de um compacto basal branco ou amarelo,
coberto por uma densa camada de marrom-escuro ao preto, cabeças de conídios (Baytak et al., 2007).
Na literatura se encontra diversos trabalhos onde os pesquisadores têm examinado Aspergillus niger
por sua capacidade de remover contaminantes metálicos (Akthar et al., 1995; Bosshard et al., 1996),
alguns exemplos de aplicações seria remoção de cromo utilizando biomassa fúngica de Aspergillus niger
tem sido investigada por alguns pesquisadores (Bai et al., 1998; Bag et al., 2001 e Park et al., 2005)
imobilizou Aspergillus niger em sepiolita para uso em pré-concentração de Fe2+
e Fe3+
em amostras de
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água usando técnica de colunas, (Price et al., 2001) utiliza do micélio de Aspergillus niger mortos para
fazer a remoção de cobre e zinco de águas residuais suína, exemplo de utilização de Aspergillus niger é
relatado (Bosshard et al., 1996) para remoção de cobre, zinco e outros metais de cinzas de resíduos sólidos
urbanos incinerados por lixiviação de ácido orgânico, devido o fungo ser conhecido por produzir grandes
quantidades de citrato e gluconato, os quais são capazes de lixiviação ou precipitar metais (Price et al.,
2001). A análise dos resultados obtidos demonstra um processo ativo como sendo responsáveis, pelo
menos em parte, pela capacidade do fungo de remover grandes quantidades de cobre e zinco de solução
aquosa.
Figura 13: Micrografia do aparelho de reprodução assexuada de Aspergillus niger (Read, 1991).
A biomassa fúngica viva é capaz de remover mais de duas vezes a quantidade de cobre da solução do
que a biomassa morta (Price et al., 2001), devido os componentes da parede celular fúngica, ou
complexação dos metais com ácidos orgânicos produzidos pelo fungo (Akthar et al., 1995 e Bosshard et
al., 1996). Estudos espectroscópicos confirmam presença de grupos -NH2-COO sobre a superfície da
biomassa. A parede celular do Aspergillus contém quitina, quitosana e os 20 aminoácidos
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(Mukhopadhyay, 2008). As células mortas dos fungos seqüestram substâncias químicas através de grupos
funcionais do material que compõe a célula e, em particular a parede celular, que constitui uma grande
porcentagem do peso seco. A superfície das células fúngicas podem ser consideradas como um mosaico
de diferentes grupos funcionais. Entre estes grupos estão carboxila (-COOH), amina (-NH2), tióis (-SH),
fosfato (PO43-
), hidróxido de sódio e (-OH) (Volesky, 1990).
Já os verdadeiros mecanismos que o Aspergillus niger utiliza como desintoxicador de metais
presentes em seu ambiente é desconhecido. Metalotioneínas (MTS) são proteínas ligadas ao metal que tem
sido postulada como responsável pela desintoxicação de uma variedade de metais classe II b em muitas
espécies diferentes (Lerch, 1980; Jeyaprakash et al., 1991; Mehra et al., 1991; Gadd, 1993; Cervantes et
al., 1994; Kosman, 1994; Cizewski-Culotta et al., 1995; Joho et al., 1995; Kelly et al., 1996; Ramirez-
Salgado et al., 1996 e Perego et al. (1997).
Sabe-se que alguns metabolitos de Aspergillus niger como ácidos orgânicos, tais como cítrico, ácido
oxálico e glucanóico são obtidos pela fermentação aeróbia utilizando fontes de carbono. A segurança deste
fungo permite a sua aplicação na indústria de fermentação para produzir os ácidos citados, os quais
servem de matérias-primas para a alimentação, produtos farmacêuticos e outras áreas industriais (Jain et
al., 2004). A formação de ácido oxálico depende do valor de pH (Cameselle et al., 1997). Alguns autores
consideram pH próximo neutro como o mais adequado, embora utilizando sacarose como fonte de
carbono, o pH 6,0 tem sido relatada como ideal (Kubicek et al., 1988).
O ácido cítrico é um dos mais importantes metabólitos microbianos, sendo este produzido em escala
comercial em nível de tonelada (Leangon et al., 1999). O método mais comum empregado para a
produção comercial envolve fermentação submersa utilizando os fungos filamentosos, crescimento de
Aspergillus niger em meio contendo sacarose ou glicose (Tkacz et al., 2004). Os esporos requerem um pH
> 5 para germinar. Em segundo lugar, o pH para a produção de ácido cítrico deve ser baixa (pH ≤ 2)
(Papagianni, 2007). Alguns autores recomendam que o melhor pH inicial para maximizar a produção de
ácido cítrico é de 3,7 (Aghaiea et al., 2009).
O tipo de fonte de carbono e sua concentração são parâmetros apontados como fundamentais quando
o objetivo do processo de fermentação é obter maior quantidade de ácido cítrico em relação a outros tipos
de metabólitos (Papagianni, 2007). A sacarose é fonte preferível que a glicose devido o Aspergillus niger
ter um micélio potente ligado invertase extracelular que está ativo em pH baixo e rapidamente hidrolisa a
sacarose (Kubicek et al., 1989). Porém, a concentração de açúcar muito elevada leva a uma maior
quantidade de açúcar residual, tornando o processo antieconômico. Embora uma menor concentração de
açúcar ocasione a menor produção de ácido cítrico, devido ao acúmulo de ácido oxálico no caldo de
cultura (Haq et al., 2003). Aghaiea et al. (2009) sugere que a melhor concentração de açúcar, a fim de
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atingir máxima de ácido cítrico geração é 73,12 g L-1
. Portanto, a disponibilidade de nutrientes baratos,
como fontes de carboidratos, ricos em águas residuárias industriais, produtos lácteos e outros, podem ser
usados convenientemente como alimento para microorganismos (Vieira et al., 2000).
Biossorção
A avaliação da capacidade vinculativa de metais em alguns tipos de biomassas ganhou ímpeto desde
1985 (Volesky et al., 1995). Biossorção é uma tecnologia emergente e atrativa que envolve a absorção de
substâncias dissolvidas por um biomaterial (Mungasavalli et al., 2007). A distinção entre biossorção e
biocumulação merece destaque. Na biossorção, as substâncias são adsorvidas pela biomassa de
organismos mortos (bactérias, algas ou fungos ou organismos de origem vegetal), enquanto na
bioacumulação a remoção envolve processos ativos metabólicos de microorganismos vivos (Rebouças et
al., 2006).
Vieira et al. (2000) propõem que a biossorção pode ser uma parte da solução devido alguns tipos de
biosorventes como algas, fungos, leveduras, bactérias serem exemplos de biomassa testada para
biossorção de metais com resultados muito encorajadores. Citando que a biomassa pode vir a partir de (i)
resíduos industriais que deverão ser obtido gratuitamente, (ii) organismos facilmente disponíveis em
grandes quantidades na natureza, e (iii) organismos de rápido crescimento, especialmente cultivadas ou
propagadas para fins de biossorção. Ainda ressalta que não só a biomassa microbiana deve ser utilizada
diretamente, mas biosorventes dela derivados, em processos simples de baixo custo de remoção de metais.
Ao se considerar o número de tipos de biomassa candidatos, e o número de metais de interesse todos
multiplicados pelo número de modelos experimentais de parâmetros ou processo, a tarefa de prospecção
de novos e potencialmente viáveis biosorventes de metais tem um alcance muito amplo (Volesky et al.,
1995). Devendo-se levar em conta que alguns biosorventes podem ligar e recolher uma ampla gama de
metais pesados, sem prioridade específica, enquanto que outros são específicos para determinados tipos de
metais (Volesky et al., 1988).
A disponibilidade é um fator importante a ter em conta a escolha da biomassa para fins de limpeza,
assim como a economia da reabilitação ambiental exige que a biomassa deva provir da natureza ou mesmo
tem de ser um material residual (Vieira et al., 2000).
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Bioacumulação
A sorção (adsorção e/ou absorção) de metais por microrganismos tem despertado a atenção de
pesquisadores pela capacidade superior da biomassa microbiana em comparação com outros sorventes
inorgânicos e orgânicos (Kurek et al., 1982). Estudos têm demonstrado que, na maior parte dos casos, a
bioacumulação de metais por microorganismos se deve a fenômenos de superfície (adsorção e/ou
precipitação) (Beveridge, 1989; Collins & Stotzky, 1992; Shokohifard et al., 1990).
Alguns fungos como os dos gêneros Aspergillus e Penicillium e, ainda, leveduras como
Saccharomyces cerevisiae exibem a propriedade de remover metais pesados do ambiente, pois tais
organismos apresentam maior resistência para metais tóxicos, o que proporciona o seu desenvolvimento
em meios com altas concentrações destes elementos (Blumer, 2002).
A bioacumulação de metais por microrganismos se deve principalmente a fenômenos de superfície,
ocorrendo adsorção, de forma estequiométrica, com os radicais aniônicos dos envoltórios celulares,
seguido ou não de precipitação dos metais (Voss et al., 2001).
Além dos mecanismos físicos e químicos, a remoção dos metais pesados do meio ambiente por
fungos e leveduras pode ser feita também por atividade metabólica, como a de transporte através da
membrana plasmática. O acúmulo de metais na superfície celular chama-se biossorção, no entanto, se tal
acúmulo depender da atividade metabólica do microorganismo, então, passa a ser chamada de
bioacumulação (Blumer, 2002). Uma vez dentro da célula, os íons metálicos podem se localizar em
organelas, ou ligarem-se proteínas, deslocando alguns íons de suas posições habituais, prejudicando assim,
as funções metabólicas (Gadd, 1993, 2004).
Adsorção
A terminologia química relacionada à adsorção e o próprio termo “adsorção” foi proposto por Bois-
Reymond. Entretanto, foi introduzido na literatura por Kayser, o qual também implementou alguns
conceitos teóricos que se tornaram a base da teoria da adsorção monomolecular adotada na atualidade
(Dabrowski et al., 2001).
As primeiras observações quantitativas de fenômenos associados à adsorção foram reportadas por
Scheele em 1773 e Fontana em 1777, com a remoção de gases por carvão e argilas naturais e modificadas
principalmente as zeolitas. Aplicações modernas deste fenômeno foram possíveis por meio de observações
feitas por Lowitz quando fez uso de carvão como adsorvente para a remoção de impurezas orgânicas em
solução de ácido tartárico. Estudos sistemáticos de adsorção realizados por Saussure, em 1814,
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constataram que os gases são removidos por substâncias porosas (carvão, asbestos) e que o processo
ocorre com liberação de calor (exotérmico) (Dabrowski et al., 2001).
Costuma-se dizer que ocorreu adsorção quando há mudança na concentração de uma substância na
interface de um sistema em equilíbrio relativamente às suas fases vizinhas. Dependendo das fases que
estão em contato, poderão ser considerados os sistemas: sólido-líquido, sólido-gás, líquido-líquido,
líquido-gás (Khraisheh, 2002).
A substância que adsorve é denominada adsorvente e, a que é adsorvida, adsorvato. A adsorção difere
da absorção. A absorção está relacionada com a difusão de uma substância para o interior de outro
material (normalmente de natureza porosa) (Dabrowski et al., 2001). Quando ambos os processos
(adsorção e absorção) ocorrem simultaneamente ou não se consegue distingui-los, esse fenômeno é
denominado sorção, termo introduzido por McBain em 1909.
Contrariamente a fisissorção, a quimissorção ocorre como uma monocamada específica (em algumas
superfícies de sólidos para um dado gás). A fisissorção é um processo reversível que ocorre em uma
temperatura abaixo ou próximo da temperatura crítica do absorvato. Apesar de alguns questionamentos,
acredita-se que adsorvente na fisissorção é termodinamicamente inerte. Sob condições favoráveis, esses
processos podem ocorrer simultaneamente ou alternadamente. A adsorção física é acompanhada por uma
diminuição na energia livre e na entropia, sendo um processo exotérmico (Dabrowski et al., 2001).
O processo de adsorção comumente está envolvido com materiais porosos. O significado dos poros
neste processo depende de seus tamanhos. De acordo com a IUPAC (União Internacional de Química Pura
e Aplicada), a porosidade total é geralmente classificada em três grupos: microporos (até 2,0 nm),
mesoporos (de 2,0 a 50,0 nm) e macroporos (acima de 50,0 nm). A nomenclatura nanoporo engloba micro
e mesoporos (Leng et al., 1996).
O mecanismo de adsorção em micro poros é diferente do que ocorre em poros maiores (meso e macro
poros). Em microcoporos a adsorção ocorre por preenchimento, sendo o volume do poro o principal fator
limitante. Nos mesoporos, a adsorção em mono e multicamadas ocorre na superfície de suas paredes,
completando-se com o preenchimento por condensação do adsorvato por capilaridade. No que se refere à
adsorção em macroporos, o mecanismo não difere do que ocorre em superfícies planas, sendo a área
superficial específica e a condensação do adsorvato por capilaridades negligenciáveis (Li et al., 2006).
A aplicação prática de processos de adsorção está baseada principalmente na remoção seletiva de
componentes individuais de misturas com outras substâncias. A adsorção seletiva foi descoberta por
Tswett em 1903, com remoção seletiva da clorofila de outros pigmentos vegetais com compostos de sílica
devido ao diferente grau de afinidade destes compostos. Esta técnica foi denominada de cromatografia de
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adsorção sólido/líquido em coluna, que além de representar o surgimento de uma técnica analítica,
originou um novo campo na ciência de superfície (Dabrowski et al., 2001).
A adsorção está sendo bastante utilizada pela indústria de alimentos para aumentar o tempo de vida
útil de sucos de frutas, reduzindo os polifenóis e melanoidinas presentes, os quais permanecem presentes
mesmo depois da etapa de ultrafiltração, a qual é submetida. Estas substâncias são as responsáveis pelo
processo de escurecimento (reação de Maillard), comprometendo a qualidade sensorial e nutricional dos
sucos (Arslanoglu et al., 2005).
Método de tratamento com cinzas usando técnica de microondas foi o mais rápido e eficiente para a
adsorção de corantes básicos quando comparado a métodos químicos convencionais e sonoquímico. As
cinzas tratadas com HCl tiveram sua capacidade adsorvida melhorada. Neste mesmo estudo, constatou-se
que o pH e a concentração de sais inorgânicos nas soluções de corantes influenciaram significativamente o
processo adsortivo (Wang et al., 2005).
Modelos de adsorção
Nos processos de adsorção normalmente prima-se por escolher equações que tenham a característica
de ser facilmente linearizáveis e, conseqüentemente, estimar os parâmetros graficamente, através de
coeficientes ângular e linear da reta resultante da linearização dos dados experimentais. Os modelos
comumente empregados são Langmuir, Freundlich, Temkin, Sips e Redlich-Peterson e estão apresentados
na Tabela 3 (Guerra et al., 2008).
Modelo de Langmuir
O modelo de Langmuir foi proposto por Irving Langmuir (1918) e foi à primeira isoterma a assumir
que ocorre a formação de uma monocamada sobre o adsorvente. A teoria de Langmuir fundamenta-se no
fato da adsorção ocorrer em sítios uniformes, considera a ocorrência da adsorção em uma superfície
homogênea contendo um número finito de sítios adsorventes com limitação adsortiva, em uma
monocamada (Atkins, 1994) além da energia de cada sítio ser igual, quando moléculas ocupam sítios
vizinhos a outras moléculas adsorvidas, não há interações entre as moléculas adsorvidas. A afinidade
iônica, independente da quantidade de material adsorvido, também considera que não há interação entre
moléculas adsorvidas em sítios próximos (Atkins, 1994 e Harter, 1984).
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ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
30
A Equação 2.1 de Langmuir possui os seguintes significados para os termos, onde Ce é a
concentração do adsorvato na solução após o sistema atingir o equilíbrio (mg L-1
), KL é a constante de
afinidade de Langmuir (L mg-1
), Qmáx é a capacidade máxima de adsorção do material (mg g-1
) assumindo
uma monocamada do adsorvato sobre o adsorvente (Royer, 2008).
Modelo de Freundlich
O modelo de Freundlich considera a não uniformidade das superfícies reais, corresponde a uma
distribuição exponencial dos efeitos térmicos da reação de adsorção, quando aplicados a materiais porosos
adsorvendo em meio líquido, descreve bem a adsorção iônica dentro de limites estabelecidos de
concentração, mas em processos de adsorção em concentrações de valores maiores, esta equação apresenta
limitações. Admitindo-se uma distribuição logarítmica de sítios ativos, que na verdade, constitui um
tratamento válido quando não existe interação apreciável entre as moléculas de adsorvato (Barrow, 1978 e
Harter, 1984).
A equação de Freundlich foi originalmente introduzida como uma correlação empírica de dados
experimentais, sendo só muito mais tarde derivada matematicamente por Appel em 1973 (Mpourmpakis,
2007), admitindo-se uma distribuição logarítmica de sítios ativos, que constitui um tratamento válido
quando não existe interação apreciável entre as moléculas de adsorvato.
A Equação 2.2 de Freundlich possui os seguintes significados para os termos, onde KF é a constante
de Freundlich relacionada com a capacidade de adsorção [mg g-1
(mg L-1
) -1/n
] e n é o expoente de
Freundlich (adimensional) (Royer, 2008).
Modelo de Temkin
O modelo de Temkin considera os efeitos das interações indiretas adsorbato-adsorbato no processo de
adsorção. Temkin observou experimentalmente que os calores de adsorção geralmente diminuem com o
aumento da adsorção sobre a superfície do sólido. Deste modo, Temkin derivou um modelo assumindo
que o calor de adsorção de todas as moléculas na camada diminui linearmente com a cobertura da
superfície do adsorvente (Masel, 1996).
A teoria de Temkin parte do princípio que não existe diferenciação na estabilidade dos centros de
adsorção que, no caso das matrizes pilarizadas, se considera na região externa dos pilares e nas superfícies
internas que foram expostas com a pilarização. Outra consideração relevante é que os sítios mais
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ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
31
energéticos são primeiramente ocupados pelos íons previamente em solução aquosa, estabelecendo uma
relação de inversão proporcional entre afinidade eletrônica e adsorção (Barrow, 1978). A Equação 2.3 de
Temkin possui os seguintes significados para os termos, A e B são parâmetros da equação. Fazendo-se o
gráfico de Nf versus ln C, obtêm-se os valores de A e B, onde B é o coeficiente linear e A é o coeficiente
angular da reta.
Modelo de Sips
O modelo de Sips é a combinação de isotermas de Langmuir e Freundlich, e esta representada pela
Equação 2.4 onde qe é a capacidade de adsorção no equilíbrio (mg g-1
), Ce é a concentração do adsorvato
na solução após o sistema atingir o equilíbrio (mg L-1
), qmax corresponde à máxima capacidade de sorção
(mg g-1
); KS é a constante de equilíbrio de Sips (L mg-1
) e n representa o grau de heterogeneidade do
sistema, podendo variar de 0 a 1. Se n = 1 significa que o sistema é homogêneo, igualando-se ao modelo
de Langmuir (Praus, 2008) e, n < 1 representa aumento da heterogeneidade (Guilarduci, 2006). Os três
parâmetros (qmax, Ks, n) desta equação são determinados a partir da análise de regressão não-linear
(Shinzato et al., 2009).
Modelo de Redlich-Peterson
A equação empírica proposta por Redlich-Peterson, Equação 2.5, apresenta três parâmetros e pode
ser usada para representar o equilíbrio de adsorção sobre um amplo limite de concentração (Allen et al.,
2003; Mourão et al., 2006). Onde ß é um parâmetro adimensional do modelo (0 = ß =1) e a constante da
equação é KR = Nmon bR. Quando ß = 0 a equação obtida é semelhante à equação de Freundlich. Já quando
ß = 1 a equação assemelha-se à de Langmuir (Santos, 2008).
Tabela 3: Equações a serem utilizadas para o modelamento
dos dados experimentais
Modelo Equação
Langmuir qe = Qmax . KL . Ce/ 1+ KL . Ce (2.1)
Freundlich qe = KF . Ce1/n (2.2)
Temkin Nf = A Ln C + B (2.3)
Sips qe = qmax (Ks Ce)1/n / + (Ks Ce)
1/n (2.4)
Redlich-Peterson Nf = KRCeq / 1 + bR (Ceq)ß (2.5)
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/Pb2+
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Cinética de adsorção
A cinética de adsorção descreve a velocidade com a qual as moléculas do adsorbato são adsorvidas
pelo adsorvente. Esta velocidade depende das características físicas e químicas do adsorbato (natureza do
adsorbato, peso molecular, solubilidade etc.), do adsorvente (natureza e estrutura de poros) e da solução
(pH, temperatura e concentração) (Claudino, 2003).
O mecanismo de adsorção de um adsorbato em sólidos porosos pode ser descrito como: Contato entre
as moléculas do adsorbato e a superfície externa do adsorvente; Adsorção nos sítios da superfície externa;
Difusão das moléculas do adsorbato nos poros; Adsorção das moléculas do adsorbato nos sítios
disponíveis na superfície interna (Claudino, 2003).
A etapa que frequentemente é a determinante é a etapa de Difusão das moléculas do adsorbato nos
poros, principalmente em adsorventes microporosos, como por exemplo, os carvões ativados (Soares,
1998). Entretanto, segundo (Srivastava et al., 2005), em adsorbatos de grande massa molecular e/ou com
grupos funcionais com alta carga, a etapa controladora pode ser também a difusão das moléculas da
superfície externa até os poros, devido a dificuldade de mobilidade de tais moléculas.
Modelos cinéticos de adsorção
Modelos cinético de pseudo-primeira e segunda ordem
O modelo de Lagergren (1898) consiste nas equações de pseudo-primeira ordem e pseudo-segunda
ordem à forma genérica das equações está expressa na Equação 2.6 (Bhattacharyya et al., 2006 e Karadag
et al. 2007). Este modelo cinético é empregado para descrever o processo de difusão entre o adsorvato e a
superfície do adsorvente em sistemas líquido/sólido baseada na capacidade do sólido (Royer, 2008). Ele
assumiu que a velocidade de remoção do adsorbato com o tempo é diretamente proporcional à diferença
na concentração de saturação e ao número de sítios ativos do sólido.
dq / dt = kf . (qe – qt) (2.6)
em que qt é a quantidade de adsorvato que foi adsorvido em um tempo t (mg g-1
), qe é a capacidade de
adsorção no equilíbrio (mg g-1
), kf é a constante de pseudo-primeira ordem (h-1
) e t é o tempo de contato
(h). A integração da Equação (2.6) com as condições iniciais qt = 0 para t = 0 e qt = qt para t = t, levam a
Equação 2.7 (Bhattacharyya et al., 2006 e Karadag et al., 2007; Royer, 2008):
Ln (qe – qt) = Ln (qe) – kf . t (2.7)
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
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/Pb2+
33
Após rearranjar a equação numa forma não-linear de cinética de pseudo-primeira ordem, tem-se a
Equação 2.8 (Bhattacharyya et al., 2006 e Karadag et al., 2007; Royer, 2008):
qt = qe . [1 – exp(-kf . t)] (2.8)
Através de uma segunda integralização é obtida a equação de pseudo-segunda ordem em que ks é a
constante de pseudo-segunda ordem (Equação 2.9) (Strasser et al., 1994 e Styriaková et al., 2000; Royer,
2008).
dqt / dt = ks . (qe – qt)2 (2.9)
em que , ks é a constante de pseudo segunda ordem (g mg-1
h-1
). Integrando a (Equação 2.9), com as
condições iniciais qt = 0 para t = 0 e qt = qt para t = t, o modelo cinético de pseudo segunda ordem não-
linear é (Bhattacharyya et al., 2006 e Karadag et al., 2007; Royer, 2008):
qt = ks . qe2 . t / 1 + qe . ks . t (2.10)
Modelo cinético Elovich
A equação de Elovich é uma equação cinética envolvendo processo de quimiossorção. Essa equação
é freqüentemente validada para sistemas em que a superfície adsorvente é heterogênea, e é formulada com
(Equação 2.11):
dqt / dt = α exp(-βqt) (2.11)
Integrando a Equação 2.11 para as condições limite, temos (Equação 2.12):
qt = 1/β Ln (α . β) + 1/β . Ln(t) (2.12)
em que α é a taxa de adsorção inicial (mg g-1
h-1
) e β é a relação entre o grau de cobertura da superfície e a
energia de ativação envolvida na quimiossorção (g mg-1
).
Modelo de difusão intra-partícula de Morris-Weber
De acordo com Weber e Morris, 1963, se a difusão intrapartícula é o fator determinante da
velocidade, a remoção do adsorbato varia com a raiz quadrada do tempo. A possibilidade da resistência da
difusão intra-partícula influencia na adsorção e foi investigada utilizando-se o modelo de difusão intra-
partícula (Perez et al., 2007) dado pela Equação 2.13:
qt = ki . (t)1/2
+ C (2.13)
o valor de ki (mg g-1
min0,5
) pode ser obtido da inclinação da curva do gráfico q (mg g-1) versus t
0,5
(min0,5
). Estudos prévios mostraram que o gráfico pode apresentar uma multi-linearidade, a qual
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/Pb2+
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caracteriza os diferentes estágios na adsorção: transferência de massa externa seguida por difusão
intrapartícula no macro, meso e microporo (Allen et al., 1989).
Modelo de Avrami
O modelo de Avrami consiste em (Karadag et al., 2007) (Equação 2.14):
=1-Exp[Kav t]n (2.14)
Em que é uma relação entre número de moles finais no instante e no equilibro (Nf/NEQ) Kav é a taxa de
adsorção e n é o número de pontos que compõem a isoterma de tempo versus número de moles finais.
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35
CAPÍTULO III
Materiais e Métodos
Material de partida
A amostra de argila foi retirada do Grupo Serra da Mesa que são rochas metassedimentares que
ocorrem na porção norte de Goiás (Moreira et al., 2008). Estendem-se ao Estado do Tocantins e foram
correlacionados ao Grupo Araxá por Barbosa et al., (1969). Marini et al., (1977) as reuniram sob a
denominação de Grupo Serra da Mesa, cuja ocorrência também se estende a oeste dos complexos máfico-
ultramáficos de Cana Brava, Niquelândia e Barro Alto (Fuck & Marini, 1979, 1981; Schobbenhaus, 1993).
A deformação do Grupo Serra da Mesa é caracterizada por foliação de baixo ângulo e não raro
ocorrem dobras isoclinais a recumbentes com ápices espessados flancos transpostos que indicam tectônica
decollément, resultantes de vergência de oeste para leste, em direção ao Cráton São Francisco (Valente,
1991). O estado brasileiro fica no sudeste da região Norte como ilustrado na Figura 14 e o local de coleta
está situado próximo ao município de Figueirópolis na (TO-498) de acordo com as coordenadas UTM
770608/8558218.
A idade do Grupo Serra da Mesa é controversa, mas sua colocação no Mesoproterozóico deve-se à
intrusão neste das rochas alcalinas do Peixe de idade U-Pb em zircão de 1,503±5 Ma (Kitajima, 2002).
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/Pb2+
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Figura 14: Localização de retirada do material de partida, amostra de nontronita (Morais et al., 2009).
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/Pb2+
37
Após a retirada da amostra (Figura 15) a mesma foi submetida ao processo de trituração utilizando-se
um almofariz de ágata com pistilo e posteriormente seca em estufa a 333 K por um período de 2 horas. Em
seguida foi feita a caracterização da argila no estado natural utilizando as análises Fluorescência de Raios-
X (EDX), difração de raios-X (DRX), Microscopia Eletrônica da Varredura (MEV), Infravermelho com
Transformada de Fourier (FTIR) e as análises simultâneas de termogravimetria (TG) e análise térmica
diferencial (DTA).
Figura 15: Local de retirada da amostra de argila nontronita.
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/Pb2+
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Reagentes
Todos os produtos químicos utilizados foram de pureza analítica. Água ultra pura foram utilizada
para preparar as soluções. As soluções estoque de acetato de cádmio (II) 0,0030 mol L-1
e cloreto de
chumbo (II) 0,0018 mol L-1
, foram preparadas dissolvendo a quantidade apropriada dos compostos.
As soluções de trabalho foram preparadas diariamente a partir das soluções, diluindo a volumes
adequados.
Os materiais utilizados para o cultivo e imobilização do fungo bem como no processo de adsorção,
foram esterilizados em autoclave (Phoenix AV-30) a 394 K por 15 minutos.
Cultivo e método de imobilização do Aspergillus niger na argila
A cepa liofilizada do Aspergillus niger ATCC 9142 foi adquirido da Fundação André Tosello
localizada na cidade de São Paulo (Brasil). O fungo foi cultivado em placas de Petri em meio Ágar
Sabouraud Dextrose de composição (Peptona Micológica 10 mg L-1
, Dextrose 40.0 mg L-1
e Agar 15,0 mg
L-1
) por um período de sete dias a 308 K em estufa incubadora (Quimis 316 B-25) até o preenchimento de
toda a placa com esporos (Figura 16).
Figura 16: Cultivo do Aspergillus niger em Ágar Sabouraud Dextrose, temperatura de 308 K e período de 7 dias.
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/Pb2+
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Após o período de crescimento, os esporos de Aspergillus niger ATCC 9142 utilizados na preparação
da solução contendo os conídios foram removidos das placas com o auxílio de 4,0 mL de solução de tween
20 1% e transferidos para um balão volumétrico de 500 mL onde foram acrescentados 32,0 g de sacarose e
0,05 g/L, de cloranfenicol para conter a proliferação de bactérias como mostrado na Figura 17.
Figura 17: Solução contendo conídios.
A contagem dos esporos foi realizada a partir de suspensão de esporos, previamente agitada. Em
seguida, 1,0 mL da solução preparada foram transferidos para a câmara de Neubauer e a contagem
realizada em microscópio óptico.
Em seguida 10,0 mL da solução 2,4 x 1010
de conídios mL -1
, foram transferidos para um frasco de
polipropileno com tampa contendo aproximadamente 0,2 g de argila esterilizada em autoclave (Phoenix
AV-30) a 394 K por 15 minutos e colocados em mesa agitadora orbital SL 180 e agitado por um período
de 5 dias a 120 rpm (Figura 18).
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/Pb2+
40
Figura 18: Etapa de agitação por um período de cinco dias.
Métodos de Caracterização
Análise elementar
As análises químicas das amostras natural e imobilizada com Aspergillus niger foram realizadas em
um equipamento X-Ray Spectrometer da Shimadzu EDX – 700HS que pertence ao Departamento de
Recursos Minerais/DRM da Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT. Com varredura de
tempo de 400 segundos para os elementos Si4+
, Al3+
, Fe2+
, Ca2+
, Mg2+
, K+ e Mn
2+.
Difração de Raios–X
As amostras de argila foram caracterizadas através do método do pó em um aparelho de Raios-X da
Shimadzu-XRD 6000, radiação Cu-Kα (λ=1,540 Å), monocromatizado por um monocromador de grafite,
tensão e corrente de 40 kV e 30 mA, com tempo de exposição de 30 minutos, varredura em passo de 2θ,
faixa de varredura 0° a 60°, pertencente ao Departamento de Recursos Minerais/DRM/UFMT.
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/Pb2+
41
Espectroscopia na região do infravermelho
Para obtenção dos espectros de FTIR, foram utilizados 0,200 g de KBr e 0,0012 g de amostra
pulverizada, foi confeccionado uma partilha pelo método de prensagem, o aparelho utilizado pertence ao
Instituto de Química da UFMT, o aparelho utilizado foi um Varian espectrômetro com transformada de
Fourier, modelo 660 IR, em 50 varreduras na região entre 4000 e 400 cm-1.
Análises térmicas
Análise Térmica Diferencial (ATD) e Análise Termogravimétrica (TG): foram realizadas no
laboratório de Físico-Química do Departamento de Química da UFMT, em um equipamento simultâneo
de termogravimetria (TG) e de análise térmica diferencial (ATD) da Shimadzu, com uso de vazão de 50
ml/min. de ar, desde a temperatura ambiente até 1000 ºC, alfa alumina foi utilizada como material de
referência para as análises de ATD.
Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
As microscopias das amostras de nontronita natural e imobilizada com o fungo foram obtidas através
de microscópio eletrônico de varredura JSM 6360LV, sob vácuo, com aceleração do feixe de 20 kV. As
imagens foram obtidas por detecção de elétrons secundários. As amostras foram suportadas em porta-
amostra de cobre contendo uma fita de carbono. Após o preparo, as amostras sofreram metalização com
ouro para então, serem analisadas.
Efeito na mudança da concentração
A determinação do efeito na mudança da concentração para se atingir o equilíbrio da adsorção dos
íons Cd2+
e Pb2+
foram realizadas adicionando-se aproximadamente 0,2 g da argila natural em oito frascos
de polipropileno onde foram adicionados 10 mL de água ultra e diferentes volumes das soluções dos
metais, respectivamente (0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 3,0; 3,5; 4,0 mL) e o volume completado para 20 mL. Para
a argila modificada o procedimento de adsorção segue logo após o período de imobilização do fungo na
argila, de acordo como descrito para a argila natural.
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/Pb2+
42
Em seguida os recipientes foram agitados em mesa agitadora orbital SL 180 a 140 rpm, por um
período de 24 horas em temperatura ambiente de aproximadamente 298 a 300 K. Ao término desse
período os frascos foram deixados em repouso por 40 minutos, o sobrenadante foi recolhido para ser feita
a análise de determinação da concentração dos íons em no Espectro Fotômetro de Absorção Atômica
modelo Varian 220.
Avaliação do tempo de contato
Para avaliar o tempo de contato, foram utilizados oito recipientes de polipropileno contendo
aproximadamente 0,2 g de argila natural juntamente com 10,0 mL de água ultra pura, em seguida
adicionou-se 2,0 mL da solução estoque de acetato de cádmio 0,0030 mol L-1
e 2,0 mL da solução de
cloreto de chumbo 0,0018 mol L-1
em cada recipiente e o volume completado para 20,0 mL com água
ultra pura. Para a argila modificada a avaliação do tempo de contato, segue logo após o período de
imobilização do fungo na argila, de acordo como descrito para a argila natural.
Em seguida os recipientes foram agitados em mesa agitadora orbital SL 180 a 140 rpm, sendo
retirados um da argila natural e outro da modificada a cada 20 minutos de agitação, e deixados repousar
por 40 minutos, o sobrenadante foi recolhido para ser feita a análise de determinação da concentração dos
íons no Espectro Fotômetro de Absorção Atômica modelo Varian 220.
Influência do pH
Para avaliar a influência do pH, foram utilizados cinco recipientes de polipropileno contendo
aproximadamente 0,2 g de argila natural juntamente com 10 mL de água ultra pura, foram corrigidos os
pH para 2; 4; 6; 8; 10 utilizando soluções de HCl 0,1 M ou NaOH 0,1 M e em seguida adicionados 2 mL
da solução estoque de acetato de cádmio 0,0030 mol L-1 e 2 mL da solução de cloreto de chumbo 0,0018
mol L-1
, em seguida completou-se o volume para 20 mL com água ultra pura. Para a argila modificada a
avaliação da influencia do pH, segue logo após o período de imobilização do fungo na argila, de acordo
com o descrito para a argila natural.
Em seguida os recipientes foram agitados em mesa agitadora orbital SL 180 a 140 rpm, por um
período de 1 hora a 301 K. Ao término desse período os frascos foram deixados em repouso por 40
minutos, o sobrenadante foi recolhido para ser feita a análise de determinação da concentração dos íons no
Espectro Fotômetro de Absorção Atômica modelo Varian 220.
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
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/Pb2+
43
Para a leitura os sobrenadantes sofreram diluições para adequar sua concentração à janela de leitura
do equipamento. O termo Nf, que se refere ao número de moles de metal adsorvidos por grama de cada
matriz funcionalizada, foi obtido através da Equação 3.1 (Machado et al., 2006):
Nf = (N
i – N
s)/m (3.1)
Em que Ni e N
s são o número de moles de cádmio ou chumbo no início e no equilíbrio do processo,
respectivamente, e m é a massa em gramas, pesada para a obtenção dos dados em cada ponto do
experimento. As isotermas obtidas foram analisadas seguindo os modelos da isoterma de Langmuir,
Freundlich, Temkin, Sips e Redlich-Peterson (Machado et al., 2004; Ruiz e Airoldi, 2004 e Monteiro e
Airoldi, 2005).
Todos os modelos de adsorção, cinética e termodinâmica serão aplicados com método não linear,
utilizando função do programa Origin 6.0. Os parâmetros de adsorção (Karadag et al., 2007),
termodinâmica, cinética serão determinados pelo máximo valor do coeficiente de determinação (R2)
descritos pela Equação 3.2.
2
fEXPfCAL
2
fEXPfCAL
2
fEXPfCAL2
)N(N)NΣ(N
)NΣ(Nr
(3.2)
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
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44
Resumo das Atividades
Na Figura 19 está exposto o resumo das atividades desenvolvidas neste trabalho, que consiste na
preparação das amostras de mineral natural e imobilização do fungo, caracterização pelos métodos
expostos na seção “Métodos de caracterização”, estudos de adsorção com metais pesados e investigação
cinética dos processos de adsorção.
Figura 19: Resumo das atividades desenvolvidas neste trabalho.
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45
CAPÍTULO IV
Resultados e Discussões
Caracterização da argila natural e imobilizada
Análise química
A análise química consiste em determinar a composição de uma matéria-prima, fornecendo os
percentuais de óxidos presentes e também os valores de perda ao fogo (Emiliani & Corbara, 1999). A
análise química da amostra de argila natural comprovou a existência de nontronita, mineral alumossilicato
hidratado de ferro, sódio e magnésio do grupo das argilas montmoriloníticas. De acordo com Dana (1813-
1895) nontronitas pode conter Al significativamente e a coexistência de beidellite como esmectitas:
Ca0,18(Fe3+
1,94Mg0,10Al0,06Fe2+
0,05)(Si3,55Al0,45)S4O10(OH)2.nH2O. Os percentuais encontrados para cada
elemento são apresentados na Tabela 4:
Tabela 4: Análise química da argila natural
Elementos
Teor (%) da amostra
Nontronita†
Nontronita 1††
Nontronita 2††
Montmorillonite†
P.F (%) 15,41 - 7,40 7,49 -
SiO2 45,69 40,8-48,8 42,70 41,40 50,10-65,00
Al2O3 9,35 40,8-48,8 13,40 14,10 15,20-34,00
Fe2O3 24,67 20,4-32,4 22,90 23,30 0,00-13,61
CaO 1,34 0,77-2,2 traços traços 0,00-4,23
MgO 3,15 0,61-2,1 5,80 6,15 0,09-7,38
K2O 0,24 0-0,24 - - 0,00-2,80
MnO 0,07 - 0,18 0,23 0,00-0,03
ZnO 0,03 - - - -
CuO 0,02 - - - -
ZrO 0,01 - - - -
Na2O - 0-0,29 0,13 0,10 0,00-3,74
FeO - < 0,50 - - 0,00-1,61
TiO2 - 0,08-1,72 5,50 5,75 0,00-2,90
P2O5 - 0-0,02 - - 0,00-0,09
H2O+ - 7,8-11,4 - - 5,21-13,75
C.T.C. total meq/100g - 60,0 76,7 70,9 70-130
† Análise química e cátions trocáveis de nontronita (Dana 1813-1895).
†† Análise química e cátions trocáveis de nontronita de Sacramento (MG) (Santos, P.S., 1975).
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
46
O Fe2O3 e FeO são os minerais de ferro mais frequentemente encontrados nas argilas e seus efeitos se
fazem sentir principalmente na alteração da cor da argila queimada e na redução da refratariedade (Santos,
1975).
Esmectita ferruginosa tem a substituição parcial do alumínio por ferro. Em nontronita, quase todos os
íons de alumínio na camada octaédrica são substituídos por íon Fe3+
. Neste caso, a fórmula estrutural é
dada por [(M+)X.nH2O](Fe
3+ )4(Si4xAlx)O20(OH)4 de acordo com Ding et al. (2002), além disso as argilas
naturais podem conter como impurezas diversos tipos de óxidos de ferro cristalinos ou amorfos, tais
como: hematita (α-Fe2O3), goetita (α-FeOOH) e lepidocrocita (γ- FeOOH), além de outras formas
combinadas, como a magnetita (FeO.Fe2O3) e a ilmenita (FeO.TiO2) citados por Gomes (1987); Santos,
1989; Rueda et al., 1992.
No caso das esmectitas brasileiras, o ferro pode estar presente tanto sob a forma de óxidos isolados
quanto na forma de substituições isomórficas na rede cristalina. Estas esmectitas têm sido empregadas na
preparação de argilas pilarizadas, as quais são catalisadores para reações do tipo ácido-base. A presença de
ferro na estrutura da argila leva à diminuição da estabilidade térmica, limitando o seu uso para fins
catalíticos (Adams, 1987; Leite, 1998).
O conteúdo de SiO2 obtido através da analise química é devido a silicatos e à sílica livre. A sílica
livre é proveniente do quartzo (variedade cristalina), opala (variedade amorfa), ágata e calcedônia
(variedades criptocristalinas), e ácidos silícicos amorfos (Santos, 1975). A presença de cálcio,
principalmente em argilas montmoriloníticas, é geralmente, na forma de cátion trocável. Os álcalis
encontrados nas argilas são quase que totalmente devido a feldspato, micas ou cátions trocáveis (Santos,
1975).
Difração de raios-X da amostra natural e imobilizada com Aspergillus niger
Na Figura 20 estão apresentados os espectros de difração de rios-X para as amostras de argila natural
e imobilizada. A amostra de argila natural apresenta reflexão do grupo da esmectítica que correspondem a
distâncias basais d001 15,23 Å, para a argila natural autoclavada a 391 K por 15 minutos não muda
significativamente com d001 15,33 Ǻ. Segundo Dana (1813-1895) nas estruturas do grupo esmectita, o
espaço intercalar entre duas camadas TOT é ocupada por moléculas de água e cátions interlamelares. O
número de moléculas de água depende do ambiente deposicional e das condições de formação do
argilomineral, e o espaçamento entre as camadas pode variar de cerca de 9,6 Ǻ na situação completamente
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
47
desidratado, a cerca de 12,5 Ǻ de uma única camada de moléculas de água, para 14,5-15,5 Ǻ de duas
camadas molécula de água (normal de ar seco), até ≈ 18 Ǻ por três moléculas de água. De acordo com
Deer et al. (2002) o d001 frequentemente 10,0-15,0 Ǻ, dependendo do teor de água, com um mínimo de 9,6
Ǻ . O número de camadas de moléculas de água é influenciado, em certa medida, pela natureza do cátion
intercalado, tendo geralmente as montemorilonitas de cálcio (as mais abundantes na natureza) duas ou três
camadas por malha unitária e d001 ~ 15,5 Ǻ ou 19,0 Ǻ e apresentando as variedades de sódio uma camada
(d001~12,5 Ǻ), duas (15,5 Ǻ) três (19,0 Ǻ) ou mais por malha unitária. Diante disto pode-se afirmar que a
ausência de sódio na análise química é justificada. Em geral, os íons de maior valência têm um poder de
substituição mais elevado, mas menor será a sua própria substituição, pelo que o cálcio está ligado mais
fortemente do que o sódio (Deer et al., 2002).
O difratograma de raios-X da argila imobilizada com o Aspergillus niger mostra um d001 de 14,91 Ǻ.
Observa-se também, o seguinte pico principal que corresponde ao mineral não esmectítico: quartzo (Choy
et al. 1997; Wang et al., 2004).
0 5 10 15 20 25 30 35
0
500
1000
1500
Inte
ns
ida
de
2 theta
Argila natural
Argila autoclavada
Argila imobilizada com Aspergillus niger
Figura 20: Difração de raios-x da amostra da argila esmectita natural, após autoclavada e imobilizada com
Aspergillus niger.
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ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
48
Espectro de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR)
No espectro de infravermelho da amostra de argila natural, apresentado na Figura 21, observam-se
bandas esperadas em silicatos aluminosos. No caso da esmectita envolvem os grupos hidroxilas, tetraedros
SiO4 e octaédros AlO6. As freqüências de vibrações mais prováveis para os grupos hidroxilas e unidades
tetraédricas em espectros de infravermelho de silicatos estão indicadas na Tabela 21. As ligações Al-O na
banda de 630 cm-1
e as bandas de 920 e 800 cm-1
referem-se às camadas octaédricas (Bertagnolli1 et al.,
2009).
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0
25
20
15
10
5
0
% T
ran
sm
itâ
nic
a
Número de onda (cm-1
)
3700-3400
1750-1500
1100-1040
525-523
700
Figura 21: Espectro de infravermelho da argila esmectita natural.
Tabela 5: Principais picos no espectro FTIR da amostra de argila natural de acordo com a literatura.
Freqüência (cm-1
) Atribuição Referência
3400-3700 Vibrações de estiramentos de grupamentos O-H Farmer, 1974
1500-1750 Vibrações de estiramentos Si-O Bala et al., 2000
1100 a 1040 e 523 a 525 Estiramentos da ligação Si-O Zhang et al., 2003
700-400 Vibrações do agrupamento O-H relacionadas com o estiramento Zhang et al., 2003
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
49
Os espectros FTIR obtidos para a biomassa morta de Aspergillus niger, indicam que as amostras são
constituídas principalmente de polissacarídeos, apresentando predominantemente grupos hidroxilados,
carboxilados e aminados, como esperado para a parede celular fúngica (Chaves et al., 2008).
No espectro de infravermelho da esmectita imobilizada com Aspergillus niger apresentado na Figura
22, é possível avaliar as ligações e estiramentos em bandas de absorção características de grupos
funcionais de compostos orgânicos. Na Tabela 6 estão às freqüências confirmando a presença de
estruturas orgânicas.
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0
30
25
20
15
10
5
0
% T
ran
sm
itâ
cia
Número de onda (cm-1
)
Figura 22: Espectro de infravermelho da argila esmectita imobilizada com Aspergillus niger.
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
50
Tabela 6: Principais picos no espectro FTIR da amostra de esmectita imobilizada com Aspergillus niger, de acordo
com a literatura.
Freqüência (cm-1
) Atribuição Referência
3376 a 3288 Estiramento assimétrico de O-H
2930 a 2819 Estiramento assimétrico de C-H alifático
2930 e 2850 Grupo CH2 Bala et al., 2000
2361 †Estiramento assimétrico de NH2 ou de P-H
2335 Estiramento de ligação Si-C
1480 Grupo CH3 Bala et al., 2000
1469 Deformação angular fora do plano de metileno
1603 Estiramento de ligação do tipo C=C
1029
Deformação angular no plano da ligação C-O ou então
de formação angular no plano de Si-O-Si ou ainda deformação angular de S=O
783 De formação angular da ligação Si-C ou grupos propila ou etila
570-530 Deformação angular de SiO2
†Entretanto, as bandas de deformação axial N-H (próximas de 3264 e 3106 cm
-1), correspondentes às
ligações hidrogênio intermoleculares C=O.....H-N (Pearson et al., 1960; Focher et al., 1992).
Análise Térmica Diferencial (ATD) e Análise Termogravimétrica (TGA)
Na análise térmica apresentada na Figura 23 para a esmectita natural, observa-se a primeira perda de
massa de aproximadamente 8,28 % a temperatura de 110,97 ºC com evento endotérmico associado, tal
perda é atribuída à saída de água adsorvida a superfície e/ou na intercamada (Wolters et al., 2007).
Segundo Deer et al., (2000) a água intercamadas das esmectitas perde-se, na sua maior parte, por
aquecimento entre os 100 e os 250 ºC, mas permanece alguma até aos 300 ºC, temperatura a que se inicia
a perda lenta de água de constituição (OH).
De acordo com Deer et al., (2000) a perda rápida da água (OH) tem lugar a cerca de 500 ºC e
completa-se a cerca dos 750 ºC, as saponites e as esmectitas com elevados teores de Ferro decompõem-se
geralmente às temperaturas um pouco inferiores. Na amostra analisada isso pode ser comprovado quando
se observa a segunda perda de massa, de aproximadamente 15,41 %, a 486,24 ºC corresponde à perda de
hidroxilas estruturais em esmectitas ricas em ferro, fato coerente com a literatura que aponta um intervalo
entre 400 e 600 ºC para o evento (Brigatti, 1983).
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
51
-200 0 200 400 600 800 1000 1200
82
84
86
88
90
92
94
96
98
100
102
DT
A u
V
TG
A m
g
Temp (°C)
-60
-30
0
Figura 23: Análise Térmica Diferencial (ATD) e Análise Termogravimétrica (TG) da argila esmectita natural.
Microscopia Eletrônica de Varredura
Está técnica é indicada para o estudo da morfologia dos cristais individuais dos minerais argilosos,
bem como para a análise química elementar (Silva et al., 2007).
A argila esmectítica natural é composta por lamelas muito irregulares de diferentes tamanhos (Figura
24), que são de morfologia irregular (Rodrigues, 2003) de acordo com Deer et al., (2000) o empilhamento
das camadas nas esmectitas é, geralmente, desordenado (turbo-estático). Os cristais de argila apresentam
aglomerados formando fissuras, onde se observam irregularidades com boa separação e sem formato
definido, tendo apenas pequenas ondulações que indicam o empilhamento das camadas (Santos, 1975).
Aglomerados podem ser claramente observados, mesmo na fração argila.
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
52
Figura 24: Microscopia eletrônica de varredura da argila nontronita natural.
Nas imagens de microscopia abaixo estão representadas as imagens da argila nontronita imobilizada
com Aspergillus niger. Na Figura 25 com magnitude de 5,0 µm pode-se observar a formação do micélio.
Na Figura 26 é possível observar diversos conídios e hifas ancorados no material lamelar, formando uma
espécie de revestimento nos cristais de argila, também pode ser visto alguns espaços vagos no interior do
material, por onde provavelmente ocorre a percolação das soluções dos metais adsorventes.
Figura 25: Microscopia eletrônica de varredura da argila nontronita imobilizada com Aspergillus niger.
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
53
Figura 26: Microscopia eletrônica de varredura da argila nontronita imobilizada com Aspergillus niger, após seca
em estufa a 333 K por 24 horas.
Estudo de equilíbrio de adsorção: influência da concentração da solução sintética de cádmio
e chumbo
Um dos fatores mais importantes que influenciam na remoção metálica é a concentração do metal
pesado presente na solução. A influência da concentração da solução sintética de íons cádmio e chumbo
no processo de remoção desses metais pela argila natural e imobilizada pelo Aspegillus niger, foram
realizadas com o propósito de observar o efeito deste parâmetro na adsorção metálica.
Os resultados apresentados nas Figuras 27 e 28 mostraram que aumentando a concentração inicial
dos metais, a capacidade de adsorção aumentou até em torno de 0,364 mmol g-1
para o cádmio e 0,020
mmol g-1
para o chumbo na argila natural, 0,016 mmol g-1
para a imobilizada no que se refere ao chumbo,
e diminuiu consideravelmente para o cádmio na argila imobilizada 0,011mmol g-1
. Observa-se que a
eficiência de biosorção diminuiu com o aumento da concentração inicial de cádmio. Segundo Silva (2002)
para se obter maiores eficiências na remoção de metais pesados é necessário manter concentrações baixas
do metal pesado.
Neste trabalho, os experimentos de adsorção foram feitos para os modelos de Langmuir, Freundlich,
Temkin, Sips e Redlich-Peterson (ver Figuras 27 a 30 e Tabelas 7 a 10). Os modelos de Langmuir e
Redlich-Peterson se apresentaram satisfatórios, pois exibiram os ajustes dos dados teóricos de melhor
aproximação com os dados experimentais, utilizando regressão não-linear. As correlações foram pouco
significativas para os demais modelos, o que pode ser notado a partir das análises dos seus R2 e dos perfis
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
54
dos gráficos, conseqüentemente seus parâmetros estão muito distantes dos estimados e não são muito
confiáveis no que diz respeito à adsorção dos íons pelo adsorvente natural. A partir do perfil da curva, de
regressão não-linear, observa-se que os dados experimentais ajustam-se bem ao modelo de Langmuir para
a adsorção dos íons cádmio pela argila natural. Embora estes mesmo modelos não representem a
idealidade no que diz respeito à adsorção dos íons Pb2+
pelo mesmo material. Para a argila imobilizada o
modelo de Redlich-Peterson apresenta um R2 de 0,893 quando adsorve o Pb
2+ e passa a ter um valor
insignificante na adsorção do cádmio (II) pelo mesmo material.
Os valores de b e k indicam que o cádmio e o chumbo foram retidos nos adsorventes, em proporções
diferenciadas e com diferentes energias de ligação, e estas foram sempre maiores para o Cd2+
quando
usada a argila no estado natural. Quando feita a adsorção do Pb2+
, a argila imobilizada com Aspergillus
niger os parâmetros k e b na maioria dos modelos analisados possuem valores maiores em relação à
adsorção do cádmio.
O comportamento diferenciado de cádmio, em relação ao chumbo, pode ser atribuído, além das
diferentes características dos materiais adsorventes, às diferentes características dos metais, o que resulta
em diferentes afinidades pelos sítios de sorção (McBride, 1994; Pierangeli et al., 2004). Por exemplo, se o
raio hidratado do Pb2+
é menor que do Cd2+
(Pb2+
= 0,401 nm; Cd2+
= 0,426 nm), as interações
coulombianas do chumbo com os sítios de troca são favorecidas. Além disso, o chumbo tem maior
afinidade com a maioria dos grupos funcionais da matéria orgânica, inclusive os grupos carboxílicos e
fenólicos, que são fortes bases de Lewis (Linhares et al. 2009).
O chumbo, além de ser um forte ácido de Lewis, tem uma maior eletronegatividade (2,33 e 1,69 para
chumbo e cádmio, respectivamente), e menor pKH (log negativo da constante de hidrólise 7,71 e 10,1,
para chumbo e cádmio, respectivamente) do que o cádmio (Spark et al., 1995; Pardo, 2000). Segundo
McBride (1994), o comportamento diferenciado do cádmio em relação ao chumbo pode, em parte, ser
explicado pela configuração eletrônica desses metais [Pb2+
: (Xe) 4f14
5d10
6s26p
2; Cd
2+: (Kr) 4d
105s
2], em
cujas camadas externas o chumbo possui elétrons desemparelhados, o que facilita as ligações e o
compartilhamento de elétrons. Além disso, o espaço vazio nos orbitais desse elemento permite a formação
de complexos, o que não é verificado no cádmio. Cada um desses fatores faz o chumbo ter preferência
para reações de sorção/complexação, com formação de complexos de esfera interna, quando comparado
ao cádmio (McBride, 1994; Wulfsberg, 2000). A retenção preferencial do chumbo, em relação ao cádmio,
tem sido observada em outros trabalhos (Lu et al., 2005; Appel et al., 2008).
O chumbo tem sido listado, em vários trabalhos, em comparação ao cádmio, como o cátion mais
adsorvido (Fontes et al., 2000; Morera et al., 2001). Segundo McBride (1994), a retenção de cádmio
ocorre, em maior parte, por meio das forças eletrostáticas das partículas negativamente carregadas, o que a
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
55
torna altamente dependente da CTC dos solos. Quando o cádmio interage com a argila nontronita natural,
ocorre efetivamente à troca dos cátios interlamelar com o cádmio presente na solução, ao ocorrer à troca
catiônica o cádmio é retido no espaço interlamelar por forças eletrostáticas devido à atração que as cargas
negativas do argilomineral exercem sobre as cargas do cátion Cd2+
.
As interações de chumbo (Pierangeli et al., 2001) com os colóides dos solos são predominantemente
mais específicas e menos dependentes das cargas superficiais. A adsorção específica envolve a troca de
metais com ligantes presentes na superfície dos colóides, o que forma ligações covalentes e tem sido
indicado como causa de alguns solos adsorverem metais acima da sua capacidade prevista com base na
CTC (Abd-Elfatah & Wada, 1981).
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08
0,005
0,010
0,015
0,020
0,025
0,030
0,035
0,040
Exp
Lamgmuir
Freundlich
Nf /
mm
ol g
-1
Cs / mmol dm-3
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
56
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08
0,005
0,010
0,015
0,020
0,025
0,030
0,035
0,040
Exp
Tenkim
Sips
Redlich-Peterson
Nf /
mm
ol-1
Cs / mmol dm-3
Figura 27: Isotermas de adsorção experimentais e calculadas da argila nontronita natural adsorvendo o cádmio.
0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,010 0,012 0,014
0,002
0,004
0,006
0,008
0,010
0,012
0,014
0,016
0,018
0,020
0,022
Nf /
mm
ol g
-1
Cs / mmol dm-3
Exp
Lamgmuir
Freundlich
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
57
0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,010 0,012 0,014
0,002
0,004
0,006
0,008
0,010
0,012
0,014
0,016
0,018
0,020
0,022
Exp
Tenkim
Sips
Redlich-Peterson
Nf /
mm
ol g
-1
Cs / mmol dm-3
Figura 28: Isotermas de adsorção experimentais e calculadas da argila nontronita natural adsorvendo o chumbo.
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
0,003
0,004
0,005
0,006
0,007
0,008
0,009
0,010
0,011
0,012
0,013
Nf /
mm
ol g
-1
Cs / mmol dm-3
Exp
Lamgmuir
Freundlich
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
58
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
0,003
0,004
0,005
0,006
0,007
0,008
0,009
0,010
0,011
0,012
0,013
Nf /
mm
ol g
-1
Cs / mmol dm-3
Exp
Tenkim
Sips
Redlich-Peterson
Figura 29: Isotermas de adsorção experimentais e calculadas da argila nontronita imobilizada com Aspergillus niger
adsorvendo o cádmio.
0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08
0,000
0,005
0,010
0,015
0,020
0,025
0,030
0,035
0,040
0,045
0,050
Nf / m
mo
l -1
Cs / mmol dm-3
Exp
Langmuir
Freundlich
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
59
0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08
0,000
0,005
0,010
0,015
0,020
0,025
0,030
0,035
0,040
0,045
0,050
Nf / m
mo
l -1
Cs / mmol dm-3
Exp
Sips
Redlich-Peterson
Tenkim
Figura 30: Isotermas de adsorção experimentais e calculadas da argila nontronita imobilizada com Aspergillus niger
adsorvendo o chumbo.
Tabela 7: Parâmetros das equações de Langmuir, Freundlich e Temkin para a adsorção dos metais em nontronita natural, obtidos pelo método não-linear.
Adsorvato Langmuir Freundlich Tenkim
R^2 k b R^2 k n R^2 a
Cd+2 0,99995 108,37358 0,0394 0,93125 0,07404 3,65183 0,98168 0,00779
± 0,20678 ± 0,00002 ± 0,00276 ± 0.1565 ± 0,00014
Pb+2 0,48713 918,24574 0,02117 0,61544 0,07227 3, 48452 0,5697 0,00374
± 863,78327 ± 0,006 ± 0,05132 ± 1,57589 ± 0,00178
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
60
Tabela 8: Parâmetros das equações de Sips, Redlich-Peterson para a adsorção dos metais em nontronita natural,
obtidos pelo método não-linear.
Adsorvato Sips Redlich-Peterson
R^2 k b n R^2 k a b
Cd+2 0,96385 3,94015 0,06764 2,11232 0,98823 3,72962 87,74588 0,98287
± 2,31326 ± 0,01333 ± 0,29945 ± 0,21558 ± 2,67571 ± 0,02081
Pb+2 0,6133 0,70874 0,13335 320,556 0,59319 71,81273 1176,96225 0,75623
± 31,45188 ± 4,40105 ± 12,92762 ± 595,31245 ± 7569,56248 0,51416
Tabela 9: Parâmetros das equações de Langmuir, Freundlich e Temkin para a adsorção dos metais em nontronita
imobilizada com Aspergillus niger, obtidos pelo método não-linear.
Adsorvato Langmuir Freundlich Tenkim
R^2 k b R^2 k n R^2 a
Cd+2 0,72235 17,9132 0,01304 0,60076 0,01455 3,72319 0,6623 0,00258
± 12,326 ± 0,00242 ± 0,00356 ± 1,96236 ± 0,00106
Pb+2 0,70173 36,35092 0,04461 0,58783 0,11663 2,08264 0,64064 0,0172
± 22,46335 ± 0,01422 ± 0,06923 ± 0,71468 ± 0,00359
Tabela 10: Parâmetros das equações de Sips, Redlich-Peterson para a adsorção dos metais em nontronita
imobilizada com Aspergillus niger, obtidos pelo método não-linear.
Adsorvato Sips Redlich-Peterson
R^2 k b n R^2 k a b
Cd+2 0,75413 111,58445 0,01178 0,63773 0,81405 0,10974 15, 61477 1,8512
± 476,41103 ± 0,00263 ± 0,54277 ± 0,04345 ± 9,10503 ± 1,01201
Pb+2 0,60312 0,94375 0,18539 1,79231 0,89368 1,08309 2019,77975 2,70507
± 25,77878 ± 3,56351 ± 4,88701 ± 0,2607 ± 19515,80215 ± 3,77456
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
61
Análise da cinética de adsorção de cádmio e chumbo utilizando argila natural e imobilizada
com Aspergillus Niger
A cinética de adsorção descreve a velocidade com a qual as moléculas do adsorbato são adsorvidas
pelo adsorvente. Esta velocidade depende das características físico–químicas do adsorbato (natureza do
adsorbato, peso molecular, solubilidade, etc.), do adsorvente (natureza, estrutura de poros) e da solução
(pH, temperatura e concentração). O mecanismo de adsorção de um adsorbato em sólidos porosos pode
ser descrito como (Veghio et al., 1997; Vaghetti et al., 2003; Vadivelan et al., 2005; Yildiz et al., 2005;
Vivian et al., 2007; Xu et al., 2008; Vaghetti et al., 2009; Wilson et al., 2006 e Traoré et al., 2006) (Figura
31):
(a) Contato entre as moléculas do adsorbato e a superfície externa do adsorvente, envolve o movimento do
material a ser adsorvido através da superfície externa da solução líquida para a camada limite ou filme
fixo de líquido existente ao redor da partícula sólida do adsorvente;
(b) Transporte por difusão da camada limite, corresponde ao transporte de adsorbato por difusão através
da camada limite até a entrada dos poros do adsorvente (difusão externa);
(c) Transporte das moléculas do adsorbato nos poros, envolve o transporte do Adsorbato através dos poros
da partícula por uma combinação de difusão molecular através do líquido contido no interior dos
poros e difusão ao longo da superfície do adsorvente (difusão interna);
(d) Adsorção das moléculas do adsorbato nos sítios disponíveis na superfície interna, envolvendo vários
mecanismos, tais como: adsorção física, adsorção química, troca iônica, precipitação e complexação.
A etapa que freqüentemente é a determinante é a etapa c, principalmente em adsorventes
microporosos, como por exemplo, os carvões ativados, zeolitas e argilas. Entretanto, segundo Srivastava
et al.(2005), em adsorbatos de grande massa molecular e/ou com grupos funcionais com alta carga, a etapa
controladora pode ser também a difusão das moléculas da superfície externa até os poros da estrutura do
material, devido a dificuldade de mobilidade de tais moléculas.
A cinética de adsorção do sistema adsortivo adotado neste trabalho foi estudado através dos modelos
de Lagergren de pseudo-primeira e pseudo-segunda ordem, Elovich, Avrami e Difusão intra partícula. Os
estudos cinéticos do processo de remoção de cádmio e chumbo pela argila no estado in natura e
imobilizada com Aspegillus niger foram realizados com o propósito de observar a evolução da adsorção
até que o sistema atinja o equilíbrio.
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
62
Figura 31: Passos do processo de adsorção. Adaptado de Weber & Smith, 1987.
Os parâmetros cinéticos são necessários para determinar as melhores condições operacionais em um
processo contínuo de remoção de íons. Para investigar os mecanismos de adsorção, diferentes modelos
cinéticos foram utilizados para testar os dados experimentais (Pino, 2005). As Figuras 32 e 33 apresentam
o Nf (número de mmol adsorvido final de Cd2+
e Pb2+
por grama de adsorvente no estado natural ou
imobilizado) em função do tempo, mostrando que a cinética de adsorção e biosorção do cádmio e do
chumbo consistiram de duas fases: um rápido crescimento inicial onde a adsorção e biosorção foram
significantemente rápidas (60 minutos) até atingir o equilíbrio, exceto para a adsorção dos íons chumbo
pela argila natural. A partir de (60 minutos) uma segunda fase se comporta lentamente, e a adsorção e
biosorção total do metal não foi significante até atingir o equilíbrio da reação. Esta etapa pode ser
atribuída à adsorção do soluto nas superfícies interiores dos poros e capilares do adsorvente.
Os dados obtidos mostraram uma rápida adsorção no início do processo pela argila natural,
apresentando uma remoção de 0,0281 mmol g-1
de cádmio até atingir os 60 minutos e 0,0177 mmol g-1 de
chumbo adsorvido em 60 minutos de reação atingindo o equilíbrio.
Ao ajustar os modelos cinéticos, podem-se construir os gráficos mostrados nas Figuras 32 e 33,
respectivamente, onde se pode observar visualmente que o modelo cinético que melhor se ajustou aos
dados experimentais Tabela 13 foi de Lagergren pseudo-segunda ordem, empregado para descrever o
processo de difusão entre o adsorvato e a superfície do adsorvente (Royer, 2008), embora tenha sido
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
63
empregado os modelos de Largegren pseudo-primeira ordem, Difusão Intra Partícula, Elovich e Avrami,
no entanto, somente o modelo de Elovich foi quem apresentou resultado pouco significante.
Os resultados obtidos com a modelagem usando o modelo pseudo-segunda-ordem apresentou valores
de coeficiente de correlação superiores aos do modelo de Elovich, além deste fato os valores de Nf
estimados pelo modelo de pseudo-segunda-ordem estão mais próximo dos valores experimentais. Outros
parâmetros estimados por ambos os modelos são as constantes de velocidade k, que segundo Baldez
(2008) assume valores cada vez menores devido ao fato de a concentração do soluto diminuir com o
tempo; e segundo Olgun (2009) maiores valores da constante k indicam que adsorção é menos favorável,
ou seja, analisando a Tabela 13 pode-se verificar que a adsorção mais favorável é a de cádmio pela argila
natural.
20 40 60 80 100 120
0.0255
0.0260
0.0265
0.0270
0.0275
0.0280
0.0285
0.0290
Nf
/ m
mo
l g
-1
t / min
Exp
pseudo-segunda-ordem
Elovich
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
64
20 40 60 80 100
0.0166
0.0168
0.0170
0.0172
0.0174
0.0176
0.0178
0.0180
Nf /
mm
ol g
-1
t / min
Exp
pseudo-segunda-ordem
Elovich
Figura 32: Valores máximos de adsorção alcançados na adsorção dos íons cádmio e chumbo em função do tempo
pela argila natural.
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
0.0170
0.0172
0.0174
0.0176
0.0178
0.0180
0.0182
0.0184
0.0186
0.0188
0.0190
Nf /
mm
ol g
-1
t / min
Exp
pseudo-segunda-ordem
Elovich
FUNCIONALIZAÇÃO DE NONTRONITA DO GRUPO SERRA DA MESA DO ESTADO DE TOCANTINS COM
ASPERGILLUS NIGER E APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE ADSORÇÃO COM O SISTEMA Cd2+
/Pb2+
65
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
0.0166
0.0168
0.0170
0.0172
0.0174
0.0176
0.0178
0.0180
0.0182
0.0184
Nf /
mm
ol g
-1
t / min
Exp
pseudo-segunda-ordem
Elovich
Figura 33: Valores máximos de adsorção alcançados na adsorção dos íons cádmio e chumbo em função do tempo de
contato pela argila imobilizada.
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/Pb2+
66
Tabela 11: Constantes cinéticas encontradas para as reações de adsorção obtidas com modelo de regressão não-
linear, para amostras de nontronita natural e imobilizada e metais pesados (Cd2+ e Pb2+) com os modelos
de pseudo-segunda ordem de Lagergren e modelo de Elovich.
Amostras Pseudo-segunda ordem
k2 Nf
mmol(gmin)-1
(mmol g-1) r
2
Não linear
Cd (II)
Argila natural 13,80021 ±3,37632 0,02897 ±0,0004 0,882
Argila imobilizada 54,82159 ±5,99524 0,01868 ±0,00005 0,980
Pb (II)
Argila natural 79,02806 ±21,00839 0,01772 ±0,00009 0,855
Argila imobilizada 37,75625 ±7,63045 0,01797 ±0,00014 0,936
Elovich
α r2
g mmol-1
mim2 mmol g
-1 mim
-1
Não linear
Cd (II)
Argila natural 473958617,96266 ±2954845503,30816 0,00157 ±0,00053 0,684
Argila imobilizada 9,5986E12 ±8,1015E13 0,00068 ±0,00021 0,461
Pb (II)
Argila natural 5341151109045,27087 ±6,5544E12 0,00074 ±0,00037 -2,089
Argila imobilizada 475535629232,17871 ±4,4297E12 0,00074 ±0,00028 0,478
Variação do pH no processo de adsorção da argila natural e imobilizada por Aspergillus
Niger.
A partir dos resultados apresentados na Figura 34 observou-se que ocorreu pouca remoção de Cd2+
e
Pb2+
para valores de pH igual a 2,0 para os materiais adsorventes estudados. A capacidade de remoção dos
íons metálicos aumentou rapidamente com o aumento do pH entre 2,0 e 4,0 e, a partir de pH 4,0, a
capacidade de acumulação continuou a aumentar, mas de forma bem menos pronunciada. Entretanto os
aluminossilicatos não devem ser empregados em pH extremamente ácidos, exceto por períodos de tempo
muito curtos. A protonação da camada octaédrica é seguida pela lenta hidrólise da estrutura de alumínio
que acarreta a perda gradual da CTC (Stadler, 1994) e, em alguns casos, o colapso da estrutura.
Entretanto, a troca de íons metálicos multivalentes necessita de baixos valores de pH na solução, de
maneira a evitar o limite da solubilidade dos metais (Gong, 1997). Durante a pesquisa o pH do
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/Pb2+
67
experimento com a argila natural se manteve entre 4,0 e 4,5 e nos reatores com a argila imobilizada com o
fungo entre 3,5 e 4,0 redução ocasionada por produtos metabólicos produzidos pelo fungo ao degradar a
sacarose. Aguiar (2002) avaliou qual o pH ideal para a remoção de Pb2+
, Ni2+
, Cd2+
e Zn2+
. Os resultados
mostraram que na faixa de pH entre 4 a 7, a taxa de remoção permaneceu relativamente constante, tendo
uma média de remoção de 85, 83, 60 e 35% para o Pb2+
, Ni2+
, Cd2+
, e Zn2+
, respectivamente.
2 4 6 8 10
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
Nf/(m
mo
l g
-1)
(pH)
Cd2+
da natural
Cd2+
da modificada
Pb2+
da natural
Pb2+
da modificada
Figura 34: Valores máximos de adsorção alcançados na adsorção de Cd2+ e Pb2+ adsorvido por grama de argila
natural e imobilizada com Aspergillus niger em função do pH.
A sorção aumenta com o aumento do valor de pH, devido ao aumento da densidade de cargas
negativa na solução, gerando sítios ativos para interação com o metal pesado. Este fato pode ser explicado
pelo aumento da densidade de carga negativa na superfície da célula causando a desprotonação dos sítios
ligantes da célula e o aumento da sua capacidade de biosorção (Pino, 2005).
Em pH 8,0, a espécie predominante passa a ser o Cd(OH)2, na argila modificada sendo esperada uma
queda da remoção do cádmio devido à sua precipitação (Kuyucak et al., 1989; Gaballah et al.,1998).
Para a biossorção do cádmio por Pseudomonas aeruginosa, o pH onde se encontrou melhor adsorção, foi
6,0. O melhor pH para a adsorção do cádmio por Sphingonomas paucimobilis foi na faixa de 5,0 a 6,0 e o
melhor pH para a adsorção do mesmo metal por fungos foi 8,0 (Freundlich, 1907; Scorzelli,1999). Para o
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/Pb2+
68
Aspergillus niger, a biosorção ótima (mg de Cd/g de biomassa) foi alcançada numa faixa de pH entre 4,0 e
5,5 por (Silva et al. 2003).
Em relação ao chumbo, pode-se observar que há um aumento na adsorção com o incremento do pH,
até atingir o valor de pH igual a 6,0 para a argila natural e imobilizada. No entanto a partir deste valor a
adsorção começa a decrescer até um valor de pH 10,0 para a argila imobilizada. Esta mudança que ocorre
em pH 6,0 pode ser explicada por uma competição dos íons metálicos bem como dos prótons pelos
mesmos sítios de ligação, uma vez que nesta faixa de pH o cádmio apresenta-se como um cátion, podendo
ligar-se a uma superfície negativamente carregada.
Os resultados apresentados mostram claramente a importância do pH no processo de remoção de
metais por biomassa. O pH afeta a solubilidade dos metais e a ionização dos grupos funcionais presentes
na superfície, a sua influência é devida a uma competição entre os íons do metal e os íons H+ presentes em
solução pelos sítios ativos da superfície da biomassa (Chubar et al., 2004; Ozdemir et al., 2004; Selatnnia
et al., 2004).
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/Pb2+
69
CAPÍTULO IV
Conclusões
A amostra de argila do Grupo Serra da Mesa coletada no estado de Tocantis, Brasil, depois de feita a
sua caracterização pode-se concluir que é uma esmectita nontronita.
O presente estudo demonstrou que a remoção de cádmio e chumbo de soluções aquosas pode ser
realizada efetivamente utilizando a argila nontronita natural e imobilizada com Aspergillus niger. No
entanto a remoção de cádmio mostrou melhor resultado ao utilizar a argila na forma in natura, pois o
cádmio interage melhor com o adsorvente por força eletrostática e troca iônica em quanto o chumbo
combina com a matéria orgânica formando complexo.
Após decorrido o tempo do processo de interação da argila com o fungo, pode-se perceber que nem
toda a argila foi imobilizada devido o número de células adicionado a argila não representar um valor tão
alto em relação a massa de argila utilizada e o período de tempo de imobilização ser apenas de cinco dias,
quero deixar claro que como não foi separada a argila imobilizada da não imobilizada para se fazer o
processo de adsorção os resultados de adsorção apresentaram valores muito próximos, no entanto o
chumbo apresentou adsorção mais significativa na argila modificada. Diante disso à medida que se
aumentar o número de célula pode-se ter um elevação na adsorção.
As correlações para os modelos de equilíbrio de Langmuir e Redlich-Peterson foram significativas, o
que pode ser notado a partir das análises dos seus R2 e dos perfis dos gráficos, conseqüentemente os
demais modelos apresentam seus parâmetros obtidos experimentalmente e não são muito confiáveis no
que diz respeito à adsorção dos íons cádmio pelo adsorvente natural. A partir do perfil da curva, de
regressão não-linear, observa-se que os dados experimentais ajustam-se bem ao modelo de Lamgmuir para
a adsorção dos íons cádmio pela argila natural.
A cinética de adsorção e biossorção do cádmio e do chumbo consistiram de duas fases: um rápido
crescimento inicial onde a adsorção e a biosorção foram significantemente rápidas (60 minutos) até atingir
o equilíbrio, exceto para a adsorção dos íons chumbo pela argila natural. A partir de (60 minutos) uma
segunda fase se comporta lentamente, e a adsorção e biosorção total do metal não foi significante até
atingir o equilíbrio da reação. Esta etapa pode ser atribuída à adsorção do soluto nas superfícies interiores
dos poros e capilares do adsorvente.
O modelo cinético que melhor se ajustou aos dados experimentais foi de Lagergren pseudo-segunda
ordem, empregado para descrever o processo de difusão entre o adsorvato e a superfície do adsorvente, os
demais modelos analisados não apresentaram resultados significantes.
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/Pb2+
70
Aumentando a concentração inicial dos metais, a capacidade de adsorção aumentou até em torno de
0,364 mmol g-1
para o cádmio e 0,020 mmol g-1 para o chumbo na argila natural, 0,016 mmol g
-1 para a
imobilizada no que se refere ao chumbo, e diminuiu consideravelmente para o cádmio na argila
imobilizada 0,011 mmol g-1
. A eficiência de biosorção diminuiu com o aumento da concentração
inicial de cádmio. Portanto, para se obter maiores eficiências na remoção de metais pesados é
necessário manter concentrações baixas do metal pesado.
Observou-se que ocorreu pouca remoção de Cd2+
e Pb2+
para valores de pH igual a 2,0 para os
materiais adsorventes estudados. A capacidade de remoção dos metais pesado aumentou rapidamente com
o aumento do pH entre 2,0 e 4,0 e, a partir de pH 4,0, a capacidade de acumulação continuou a aumentar,
mas de forma bem menos pronunciada.
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/Pb2+
71
Recomendações
Os resultados obtidos sugerem, a princípio, que se podem alcançar melhores resultados de adsorção,
fazendo o tratamento da argila imobilizada com o fungo utilizando hidróxido de sódio. Devido os
metabólitos gerados pela degradação da sacarose serem ácidos e tornar o pH da solução contendo argila
imobilizada entre 3,5 e 4,0.
A competição pelos sítios ativos do material adsorvente pelos íons cádmio e chumbo pode ser motivo
de não se ter obtido melhores ajustes dos modelos de estudo de equilíbrio e cinética, portanto pode-se
adicionar um metal de cada vez.
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72
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