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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE LÍLIAN BATISTA NUNES EVIDÊNCIAS DO TREINAMENTO DE TRABALHADORES DE HIGIENE E LIMPEZA HOSPITALAR NA MELHORIA DO CONHECIMENTO E PRÁTICAS DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE REDENÇÃO PA 2015

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

LÍLIAN BATISTA NUNES

EVIDÊNCIAS DO TREINAMENTO DE TRABALHADORES DE HIGIENE E

LIMPEZA HOSPITALAR NA MELHORIA DO CONHECIMENTO E PRÁTICAS DO

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

REDENÇÃO – PA

2015

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

LÍLIAN BATISTA NUNES

EVIDÊNCIAS DO TREINAMENTO DE TRABALHADORES DE HIGIENE E

LIMPEZA HOSPITALAR NA MELHORIA DO CONHECIMENTO E PRÁTICAS DO

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Ciências e

Meio Ambiente da Universidade Federal do

Pará para obtenção do título de Mestre em

Ciências e Meio Ambiente.

Orientador: Dr. Marcelo de Oliveira Lima.

Co-orientadora: Dra. Adriana Paiva Camargo

Saraiva

REDENÇÃO – PA

2015

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Nunes, Lílian Batista, 1972- Evidências do treinamento de trabalhadores dehigiene e limpeza hospitalar na melhoria do conhecimentoe práticas do gerenciamento de resíduos de serviços desaúde / Lílian Batista Nunes. - 2015.

Orientador: Marcelo De Oliveira Lima; Coorientadora: Adriana Paiva CamargoSaraiva. Dissertação (Mestrado) - UniversidadeFederal do Pará, Instituto de Ciências Exatas eNaturais, Programa de Pós-Graduação em Ciênciase Meio Ambiente, Belém, 2015.

1. Resíduos sólidos-Saúde ehigiene-Administração. 2. Acidentes detrabalho-Prevenção. 3. Avaliação de riscosambientais. 4. Infecção hospitalar. 5. Higienedo trabalho-Treinamento. I. Título.

CDD 22. ed. 363.7285

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)Sistema de Bibliotecas da UFPA

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Aos meus pais Martins e Cecília, mesmo

distante apoiaram e incentivaram mais um

sonho. Amo vocês!

Aos meus irmãos Newman e Evandro, minha

tia Terezinha e minha cunhada Amanda por

me incentivarem.

A Ivanir, Carlos e Leonardo pelas palavras de

estímulo e carinho.

Ao meu amado esposo Eduardo pelo

companheirismo, dedicação e compreensão

em todos os momentos. Te amo muito!

A minha filha Ana Alice, minha inspiração e a

minha vida! Mamãe te ama!

Com amor, compartilho e dedico a vocês mais

essa conquista!

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AGRADECIMENTOS

A Deus pelo privilégio da vida e por ter me direcionado por

caminhos de paz e ao lado de pessoas abençoadas que compartilharam

muitas experiências comigo.

Aos meus pais Martins e Cecília obrigada pelo apoio sempre

incondicional, pelo incentivo, pelas palavras de estímulo e carinho e,

sobretudo, pelos exemplos de vida e pela dedicação a nossa família.

Amo vocês! Sou e sempre serei MUITO grata a vocês!!

Ao meu esposo amado, Eduardo pelo amor, amizade, carinho e

paciência que tem demonstrado a cada dia que passamos juntos. Por

ser meu grande companheiro e confidente em todos os momentos.

Sinto-me privilegiada por ter ao meu lado um homem tão especial.

Obrigada, meu amor!

A minha filha Ana Alice, minha inspiração, meu presente de

Deus, te amo minha princesa!

Aos meus irmãos, Newman e Evandro, pelas constantes

demonstrações de amor e carinho. Vocês fazem parte dessa conquista!

Aos minha querida e amada família, tia Terezinha, Carlos Alberto,

Ivanir, Leonardo e Amanda pelas palavras de carinho e incentivo.

À minha amiga Liwcy Keller por estar comigo sempre em que eu

precisei pelos momentos de grande aprendizagem científica e pela

doação de tempo e amizade!!!

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As minhas amigas Fabiana Ferreira de Oliveira e em especial a

Luciana Bernardino de Souza pelo carinho, compreensão, colaboração

e apoio para esta conquista.

À direção do Hospital Regional Público do Araguaia pelo

incentivo e compreensão, por me liberar das minhas atividades de

trabalho nos dias que precisei.

À Profa. Dra. Adriana Paiva Camargo Saraiva, minha gratidão

especial, uma querida que se tornou uma grande amiga, pela pessoa e

profissional que é. Obrigada por sua dedicação, que a fez, por muitas

vezes, deixar de sua família de lado, seus momentos de descanso para

me ajudar e me co-orientar. Obrigada, principalmente por ter

acreditado e depositado sua confiança em mim, ao longo dessa

trajetória. Sem sua co-orientação, apoio, confiança e amizade, nada

disso seria possível.

Ao prof. Dr. Marcelo de Oliveira Lima, meu orientador, em meio

a tantos compromissos, se dispôs a contribuir para melhorias e

direcionamento na construção deste trabalho.

Aos docentes componentes da banca de defesa por

disponibilizarem tempo e empenho em me ajudar, revelados por suas

preciosas contribuições para a construção dessa pesquisa. Muito

obrigada aos: Prof. Dr. Marcelo de Oliveira Lima, Profa. Dra.

Adriana Paiva Camargo Saraiva, Profa. Dra. Cláudia Marinovic de

Oliveira, Prof. Dr. Pretrus Agrippino de Alcantara Junior.

A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desse sonho... Muito Obrigada!!!

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“Acredite nas pessoas... Naquelas que possuem algo mais... Aquelas que, às vezes, a gente

confunde com anjos e outras divindades... Digo daquelas pessoas que existem em nossas

vidas e enchem nosso espaço com pequenas alegrias e grandes atitudes... Falo daquelas que te

olham nos olhos quando precisam ser verdadeiras, tecendo elogios, que pedem desculpas com

a simplicidade de uma criança...

Pessoas firmes... Verdadeiras, transparentes, amigas, ingênuas... Que com um sorriso, um

beijos, um abraço, uma palavra te faz feliz... Aquelas que erram... Acertam... Não tem

vergonha de dizer não sei... aquelas que sonham... Aquelas amigas... Aquelas que passam pela

vida deixando sua marca, saudades, aquelas que fazem à diferença... Aquelas que vivem

intensamente um grande amor..”

Paulo Freire

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RESUMO

Os resíduos de serviços de saúde (RSS) são provenientes de todos os estabelecimentos que

prestam assistência à saúde. O conhecimento e as boas práticas em gerenciamento dos RSS

são fundamentais no controle e prevenção de acidentes, em especial com os resíduos

perfurocortantes. A inexistência ou ineficácia no gerenciamento dos RSS pode aumentar os

riscos de acidentes ocupacionais. Os trabalhadores de serviços de higiene e limpeza hospitalar

estão susceptíveis a contaminações e riscos de infecção e encontram-se em desvantagem

quando comparados a outros profissionais de saúde, uma vez que seu grau de escolaridade é

menor, além de não ser possível a identificação do paciente-fonte. Com o objetivo de analisar

os impactos do conhecimento e práticas em gerenciamento dos RSS e na redução de acidentes

ocupacionais envolvendo trabalhadores de serviços de higiene e limpeza hospitalar no

manuseio dos resíduos perfurocortantes, foi realizada uma revisão integrativa da literatura,

com a busca nas bases de dados MEDLINE, LILACS, COCHRANE e IBECS por meio do

cruzamento das palavras-chave: training, healthcare waste management e sharps injury.

Foram incluídos estudos primários de intervenção publicados nos últimos 10 anos nos

idiomas: inglês, português e espanhol. Foram localizados 153 estudos, dos quais 33 formam

selecionados pelo título, 5 pelo resumo e apenas 3 atenderam aos critérios de inclusão/

exclusão previamente estabelecidos. Os dados foram coletados, categorizados e analisados de

forma descritiva, devido à heterogeneidade dos procedimentos metodológicos e dos desfechos

medidos nos estudos primários incluídos. Foi realizada a análise da qualidade dos estudos

primários por um instrumento devidamente validado. Todos os estudos mostraram que após o

treinamento houve melhora do conhecimento e nas práticas de gerenciamento de RSS por

parte dos trabalhadores de higiene e limpeza hospitalar. Contudo, são necessários mais

estudos de intervenção com esses profissionais, com melhor qualidade metodológica para

aumentar a força das evidências disponíveis na literatura e de um protocolo de treinamento

padronizado.

PALAVRAS-CHAVE: gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. perfurocortantes.

trabalhadores de higiene e limpeza. treinamento.

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ABSTRACT

Health services residues (RSS) come from all establishments providing health care. The

knowledge and best practice in management of RSS are essential in the control and

prevention of accidents, particularly with sharps waste. The absence or ineffectiveness in

managing the RSS can increase the risk of occupational accidents. Hygiene service workers

and hospital cleaning are susceptible to contamination and risk of infection and are at a

disadvantage when compared to other health professionals, since their level of education is

lower, and not be possible to identify the patient-source. In order to analyze the impacts of

knowledge and practices for managing RSS and reducing occupational accidents involving

hygiene care workers and hospital cleaning in the handling of sharps waste, a systematic

review of the literature was conducted, with the search on the basis of Data MEDLINE,

LILACS, COCHRANE and IBECS by the crossing of keywords: training, healthcare waste

management and sharps injury. Primary intervention studies included were published in the

last 10 years in the languages: English, Portuguese and Spanish. 153 studies were found, of

which 33 form selected for the title, the 5 summary and only 3 met the inclusion / exclusion

previously established. Data were collected, categorized and analyzed descriptively, because

of the different methodological procedures and outcomes measured in the primary studies

included. The analysis of the quality of primary education by a validated instrument was

performed. All studies have shown that after training there was an improvement of knowledge

and RSS management practices by care professionals and hospital cleaning. However, it

needs more intervention studies with these professionals, with better methodological quality

to increase the strength of the evidence available in the literature and a standardized training

protocol.

KEYWORDS: health services waste management. sharps. professional cleaning and hygiene.

training.

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RESUMÉN

Residuos de servicios de salud (RSS) provienen de todos los establecimientos que prestan

atención médica. El conocimiento y las mejores prácticas en gestión de RSS son esenciales en

el control y prevención de accidentes, sobre todo con objetos punzantes residuos. La ausencia

o ineficacia en la gestión del flujo pueden aumentar el riesgo de accidentes de trabajo.

Trabajadores de los servicios de higiene y limpieza del hospital son susceptibles a la

contaminación y el riesgo de infección y están en desventaja en comparación con otros

profesionales de la salud, ya que su nivel de educación es más bajo, y que no sea posible

identificar al paciente -fuente. Con el fin de analizar los impactos de los conocimientos y las

prácticas de gestión de RSS y la reducción de accidentes de trabajo con los trabajadores de la

higiene y del hospital de limpieza en el manejo de los desechos cortopunzantes, se llevó a

cabo una revisión integrativa de la literatura, con la búsqueda en la base de Los datos

MEDLINE, LILACS, Cochrane y IBECS por el cruce de palabras clave: la formación, la

gestión de residuos sanitarios y lesiones cortopunzantes. Estudios de intervención primaria

incluidos se publicaron en los últimos 10 años en los idiomas: Inglés, Portugués y Español. Se

encontraron 153 estudios, de los cuales 33 forma seleccionada por el título, el resumen 5 y

sólo 3 se reunió la inclusión / exclusión previamente establecidos. Se recogieron datos,

clasificados y analizados descriptivamente, debido a los diferentes procedimientos

metodológicos y resultados medidos en los estudios primarios incluidos. Se realizó el análisis

de la calidad de la educación primaria mediante un instrumento validado. Todos los estudios

han demostrado que después del entrenamiento se produjo una mejora de conocimientos y

prácticas de gestión de RSS por profesionales de atención y limpieza hospitalaria. Sin

embargo, se necesita más estudios de intervención con estos profesionales, con una mejor

calidad metodológica para aumentar la fuerza de la evidencia disponible en la literatura y un

protocolo de entrenamiento estandarizado.

PALABRAS CLAVE: servicios de salud gestión de residuos. cortopunzantes. limpieza e

higiene profesional. entrenamiento.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1. Etapas do gerenciamento de RSS ............................................................................ 36

Quadro 2. Classificação dos níveis de evidência ...................................................................... 39

Quadro 3. Descrição da estratégia PICO .................................................................................. 40

Fluxograma 1. Etapas da revisão integrativa ............................................................................ 41

Figura 1. Amostragem da revisão integrativa ........................................................................... 46

Quadro 4. Referências dos estudos incluídos na revisão integrativa ........................................ 47

Quadro 5. Publicações agrupadas quanto à base de dados, graduação dos autores, país de

origem, idioma, tipo de instituição sede do estudo e periódico ................................................ 48

Quadro 6. Quadro sinóptico do estudo 1 .................................................................................. 49

Quadro 7. Quadro sinóptico do estudo 2 .................................................................................. 50

Quadro 8. Quadro sinóptico do estudo 3 .................................................................................. 51

Quadro 9. Distribuição dos estudos segundo a qualidade metodológica dos estudos incluídos

na revisão integrativa ................................................................................................................ 56

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LISTA DE SIGLAS

AIDS Acquired Immunodeficiency Syndrome

AL& C América Latina e Caribe

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CDC Centers for Disease Control and Prevention

CDSR Cochrane Databasis of Systematic Review

CENTRAL Cochrane Central Register of Controlled Trials

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

DeCS Descritores em Ciências da Saúde

ECRC Ensaio Clínico Randomizado Controlado

HBV Hepatitis B virus

HCV Hepatitis C virus

HIV Human Immunodeficiency virus

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IC Intervalo de Confiança

LILACS Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde

MB Material Biológico

MBE Medicina Baseada em Evidências

MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System

MeSH Medical Subject Headings

MS Ministério da Saúde

OMS Organização Mundial da Saúde

OPAS Organização Pan-Americana da Saúde

OR Odds Ratio

PBE Prática Baseada em Evidências

PICO Participante; Intervenção; Comparação; Outcome

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PNSB Pesquisa Nacional de Saneamento Básico

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

RR Risco Relativo

RRR Redução de Risco Relativo

RSS Resíduos de Serviços de Saúde

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 24

2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 29

2.1 Geral ............................................................................................................................. 29

2.2 Específicos .................................................................................................................... 29

3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 30

3.1 Trabalhadores De Higiene E Limpeza Hospitalar ................................................... 30

3.2 Resíduos Sólidos ........................................................................................................... 31

3.3 Resíduos de Serviços de Saúde ................................................................................... 32

3.3.1 Classificação dos resíduos de serviços de saúde .......................................................... 33

3.3.1.1 Grupo A (Potencialmente infectantes) ..................................................................................... 33

3.3.1.2 Grupo B (Químicos) ................................................................................................................. 34

3.3.1.3 Grupo C (Rejeitos radioativos) ................................................................................................. 34

3.3.1.4 Grupo D (Resíduos comuns) .................................................................................................... 34

3.3.1.5 Grupo E (Perfurocortantes) ...................................................................................................... 34

3.4 Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde ................................................... 34

3.4.1 Etapas do Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde ...................................... 35

4 METODOLOGIA ....................................................................................................... 38

4.1 Pergunta da Revisão Integrativa ................................................................................ 42

4.2 Critérios de Inclusão/Exclusão e Estratégia de Busca ............................................. 43

4.3 Categorização dos Estudos ......................................................................................... 45

4.4 Avaliação dos Estudos Incluídos ................................................................................ 45

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 46

6 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 57

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 58

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 59

ANEXO A .................................................................................................................... 68

ANEXO B .................................................................................................................... 71

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1 INTRODUÇÃO

Com os avanços tecnológicos e a necessidade do homem se adequar aos mesmos,

aumenta o consumo de bens materiais e como consequência se tem o aumento na geração de

resíduos sólidos. As deficiências nos processos de segregação, coleta e disposição final de

resíduos sólidos podem acarretar impactos ambientais, comprometer a qualidade de vida dos

trabalhadores (POSSAMAI, 2007; LOPES; XIMENES, 2011) por meio dos inúmeros riscos

que estão, constantemente, expostos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE - MS, 2002).

Esses resíduos incluem os gerados em serviços de saúde, necrotérios, funerárias,

serviços de medicina legal; drogarias e farmácias, estabelecimento de ensino e pesquisa na

área de saúde, dentre outros relacionados ao atendimento à saúde humana ou animal, inclusive

nos serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo (ANVISA, 2004; CONAMA,

2005).

Apesar das informações relativas à biossegurança, os profissionais da área de saúde

(PAS) estão expostos a vários riscos, entretanto o risco biológico (RB) é o de maior

relevância para esses profissionais pela constante probabilidade de exposição a material

biológico (MB) (MARZIALE et al., 2010).

Estima-se que ocorram 385.000 casos de acidentes ao ano com material

perfurocortante em trabalhadores de saúde nos hospitais americanos pelo Center for Disease

Control and Prevention (CDC). Dentre os vários tipos de acidentes, os que ocorrem com

materiais perfurocortantes são os mais frequentes e os mais graves, por possibilitarem o

desenvolvimento de doenças letais para os trabalhadores (FELLI; SARQUIS, 2002).

Dentre as doenças infectocontagiosas associadas à exposição ocupacional em

ambientes de saúde, podemos destacar a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS,

Hepatites Virais (B,C), Herpes e Tuberculose (KOHN et al., 2003; CDC, 2001; 2005; MS,

2006). Nesse contexto, a Hepatite B é a doença que tem se apresentado com maior

prevalência (MICHELIN; HENDERSON, 2010), porém, a AIDS é a que mais preocupa os

profissionais, mesmo apresentando menor risco de transmissão ocupacional (CDC, 2001; MS,

2004, 2006).

Estudos evidenciaram que o risco de aquisição ocupacional do Vírus da

Imunodeficiência Humana (HIV) é cerca de um caso para cada 300 exposições percutâneas a

sangue contaminado. O risco de infecção do Vírus da Hepatite B (HBV) varia de 6,0% a

30,0%, podendo chegar a 60,0% dos casos de exposição, enquanto para o Vírus da Hepatite C

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(HCV), a exposição percutânea a sangue contaminado está em torno de 1,8% (CARDO, 1997;

WERNER, 1982).

Na Nova Zelândia, Treasure e Treausre (1997) realizaram um inquérito nacional para

investigar os procedimentos realizados com os resíduos dos consultórios de odontologia. Foi

verificado que 56,4% dos entrevistados colocavam resíduos infectantes na lixeira destinada a

resíduos comuns, enquanto que 24,4% não segregavam os resíduos perfurocortantes dos

demais. Por outro lado, Cannata et al. (1997), na Austrália encontrou que 100% dos resíduos

infectantes odontológicos eram segregados dos comuns.

Os profissionais de apoio, higiene e limpeza, quando ocorrem acidentes com material

potencialmente contaminado ficam expostos a riscos de infecção por patógenos sanguíneos e

tem como agravante, na maioria das vezes, a falta de identificação do paciente-fonte

(OLIVEIRA; KLUTHCOVSKY, A.; KLUTHCOVSKY, F., 2008) (CANINI; GIR;

MACHADO, 2006).

Na Índia foi realizada uma pesquisa que delineou uma incidência 19,3% de acidentes

percutâneos entre trabalhadores de higiene e limpeza, ficando apenas abaixo da frequência

encontrada nas equipes de enfermagem (CHAKRAVARTHY et al., 2010). Um outro estudo,

realizado no Líbano, por Musharrafieh et al. (2008), também observou que em 10% dos

acidentes da categoria dos trabalhadores de higiene e limpeza eram expostos a patógenos de

transmissão sanguínea, taxa inferior apenas das equipes de médicos e enfermeiros.

Nos Estados Unidos da América foi realizado um levantamento em 32 hospitais, no

qual se constatou que os profissionais mais afetados pelo gerenciamento inadequado dos RSS

foram os enfermeiros, seguidos dos médicos, porém os trabalhadores da limpeza também

foram citados nesta estatística com incidência de 2,1% (INTERNATIONAL HEALTHCARE

WORKER SAFETY CENTER IHWSC, 2009).

Os trabalhadores de higiene e limpeza frequentemente estão expostos a Material

Biológico (MB) potencialmente contaminado, pois são responsáveis pela limpeza,

desinfecção e conservação das superfícies fixas e equipamentos permanentes, além da coleta

(GONZALES; CARVALHO, 2003; CHILLIDA; COCCO, 2004; MOCHUNGONG, 2010;

CRUZ et al., 2011; LAKBALA; AZAR; KAMALI, 2012; DEBERE et al., 2013).

Oliveira et al. (2009) em um estudo realizado no Serviço Hospitalar de Epidemiologia

de um hospital público de ensino, na capital do Mato Grosso do Sul, observaram que de um

total de 238 acidentes com os RSS, entre todos os profissionais avaliados, 12,4% eram

profissionais do grupo de apoio, higienização e limpeza, sendo este índice referente ao

terceiro grupo de maior frequência. A localização mais frequente dos perfurocortantes que

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ocasionaram estes acidentes foi em sacos de lixo, seguido de material encontrado no chão e

locais inadequados para o descarte destes resíduos.

Corroborando com essa ideia Pereira et al. (2013) presenciaram, durante o

desenvolvimento dos seus estudos um acidente com material perfurocortante de trabalhador

de serviços de limpeza. Neste caso, o mesmo foi exposto a material biológico durante a coleta

de resíduo comum da copa, problema associado ao erro na segregação dos RSS.

Pereira et al. (2013) em seu estudo sobre gerenciamento de resíduos em unidades não

hospitalares de urgência e emergência observaram que 3,8% de resíduos infectantes (A) e

0,6% de perfurocortantes (E) foram segregados diariamente de forma errônea, como se

fossem resíduos comuns (D). Este fato contaminou os resíduos comuns e, dessa forma, ao

serem encaminhados para coleta pública não receberam nenhum tratamento se transformando

em potencial dano ao meio ambiente e representando riscos aos trabalhadores da limpeza

pública e aos catadores que atuam na segregação nos lixões a céu aberto.

Uma pesquisa realizada no interior de São Paulo com os trabalhadores de higiene e

limpeza, o total de acidentes foi de 6,5% e, ainda destacaram que 16,4% dos acidentes com

perfurocortantes ocorreram devido ao descarte inadequado de RSS (LIMA; OLIVEIRA;

RODRIGUES, 2011).

A taxa de acidente com MB encontrada em uma pesquisa realizada em um município

de Goiânia, entre os trabalhadores de higiene e limpeza foi de 11,6% (REAM, 2014) inferior a

alguns estudos internacionais, os quais variaram de 19,34% a 42,1% (CHAKRAVARTHY et

al., 2010; FERREIRA; TEIXEIRA, 2010; LAKBALA; AZAR; KAMALI, 2012;

SHIFERAW; ABEBE; MIHRET, 2012) e superior aos dados brasileiros de estudos recentes

de Lima, Oliveira e Rodrigues (2011) e do PSBIO (2013), respectivamente 6,5% e 7,4%.

Em um estudo realizado em municípios de Minas Gerais, de um total de 460

participantes, quase metade dos acidentes ocorreu entre os auxiliares e técnicos de

enfermagem (46,7%), seguidos por enfermeiros (8,0%) e médicos (7,0%). Quando agrupadas,

as ocupações relacionadas à higiene, limpeza, garis e catadores de materiais para reciclagem

respondem 12,4% dos acidentes (JULIO; FILARDI; MARZIALE, 2014).

Em outro estudo, na região Nordeste, observou-se que 52,0% dos setores não

realizavam a segregação dos resíduos de forma adequada, separando apenas os resíduos do

grupo E. Os demais, por sua vez, (48,0%) não realizavam nenhuma forma de segregação

(DINIZ et al, 2013).

Saker et al (2014) evidenciaram que as más práticas e o conhecimento inadequado a

respeito do gerenciamento dos RSS foram mais prevalentes entre técnicos e trabalhadores do

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serviço de higiene e limpeza. Este conhecimento inadequado poderia ser devido à falta de

treinamento sobre gestão de resíduos no trabalho. Outra hipótese apontada para o

conhecimento inadequado poderia ser devido ao baixo nível de escolaridade, em particular a

deficiente compreensão sobre o programa de gerenciamento dos RSS associadas à negligência

por parte da equipe de serviço de higiene e limpeza.

Segundo Hakim, Mohsen e Bakr (2013) em seu estudo sobre conhecimentos, atitudes e

práticas de cuidados do profissional de saúde sobre eliminação de resíduos, realizado em uma

Universidade e em um Hospital do Cairo, comparou o grau de conhecimento em relação a

essa prática e, verificou que os médicos apresentaram um grau de conhecimento melhor

(68,3%) do que os enfermeiros (60,9%), que por sua vez, melhor do que os trabalhadores de

higiene e limpeza (40,4%) e concluiu que quanto maior o conhecimento específico sobre risco

biologico, maior a compreensão sobre o gerenciamento dos RSS.

De acordo com Erdem, Talas (2004) a baixa instrução e o treinamento insuficiente

tornam esse grupo, trabalhadores de higiene e limpeza vulnerável ao risco de adoecimento

associado à exposição ocupacional. Morais et al. (2009) evidenciaram em seu estudo que o

fortalecimento de práticas integradas é capaz de proporcionar segurança e ambiente saudável,

para isso, devem ser fortalecidos o sistema de informação para subsidiar a política

institucional, além da formação continuada dos profissionais que geram resíduos

perfurocortantes ocasionando acidente nos trabalhadores de higiene e limpeza.

Em outro estudo evidenciou-se uma ausência, no programa de gerenciamento de RSS

de educação permanente dos trabalhadores de higiene e limpeza, bem como a falta de

capacitação sobre a ativação dos dispositivos de segurança adotados pelos estabelecimentos

de saúde, além disso, observou-se que a escolaridade e a especificidade do trabalho devem ser

consideradas para o planejamento de estratégias educativas para a capacitação desses

trabalhadores (REAM, 2014).

Neste contexto, é de suma importância o estudo voltado a esses trabalhadores de

higiene e limpeza, que no ambiente hospitalar são considerados profissionais de saúde, pois

são responsáveis pela limpeza, desinfecção e conservação de locais potencialmente

contaminantes, fato que os coloca frequentemente expostos ao risco de acidentes com

Material Biológico (MB). A impossibilidade da identificação do paciente fonte, o baixo nível

de escolaridade, a ausência de treinamento, a dificuldade de compreensão da linguagem

técnica utilizada quando ocorre um treinamento, os torna mais vulneráveis a contaminação

quando comparados a outros profissionais de saúde (OLIVEIRA; KLUTHCOVSKY, A.;

KLUTHCOVSKY, F., 2008) (CANINI; GIR; MACHADO, 2006).

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Diante do exposto, a proposta deste estudo foi analisar as evidências do gerenciamento

dos RSS na melhoria do conhecimento, práticas e atitudes em prol da redução de acidentes

com resíduos perfurocortantes envolvendo trabalhadores de serviços de higiene e limpeza

hospitalar, sob a hipótese de que treinamento e educação continuada em gerenciamento dos

RSS podem reduzir acidentes com materiais perfurocortantes nos trabalhadores de serviços de

higiene e limpeza hospitalar e reduzir riscos de contaminação.

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2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Analisar as evidências do gerenciamento dos RSS na melhoria do conhecimento,

práticas e atitudes em prol da redução de acidentes com resíduos perfurocortantes envolvendo

trabalhadores de serviços de higiene e limpeza hospitalar.

2.2 Específicos

Analisar o impacto do treinamento de trabalhadores de higiene e limpeza hospitalar

sobre o conhecimento, atitudes e práticas no gerenciamento de RSS;

Verificar a influência do treinamento de trabalhadores de higiene e limpeza hospitalar

na redução de acidentes com materiais perfurocortantes;

Avaliar a qualidade metodológica dos estudos incluídos na revisão integrativa;

Identificar limitações e/ou vieses nos estudos incluídos na revisão integrativa.

Classificar os estudos incluídos na revisão integrativa quanto aos níveis de evidência.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Trabalhadores de Higiene e Limpeza Hospitalar

Há uma grande diversidade de terminologia para se referir aos trabalhadores de

higiene e limpeza, seja nas empresas contratantes, como pelos nomes a que são chamados no

cotidiano por profissionais da saúde e pela população em geral. No manual “Segurança do

paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies” o termo utilizado é

Profissionais de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de Saúde (ANVISA,

2010).

Segundo, a Norma Regulamentadora (NR) número 32, utiliza-se a terminologia

Trabalhadores da Limpeza e Conservação de Serviços de Saúde (TLCSS) (MTE, 2005). A

profissão mais próxima a essa atividade laboral, citada na Classificação Brasileira de

Ocupações, é “coletor de resíduos sólidos de serviços de saúde”, porém a atividade dos

TLCSS não se restringe, apenas, à coleta e ao transporte dos RSS (MTE, 2010).

Essa diversidade para referir-se aos TLCSS reproduz em artigos científicos nacionais e

internacionais. Em pesquisas brasileiras que abordam o tema, aparecem várias denominações:

trabalhadores da higiene e limpeza (ANDRADE; MONTEIRO, 2007), trabalhadores da

limpeza (FERNANDES et al., 1999), auxiliar de higienização (LIMA; OLIVEIRA;

RODRIGUES, 2011), operacionais de limpeza (MARTINS et al., 2013), coletor de lixo

(SPAGNUOLO; BALDO; GUERRINI, 2008), auxiliares de serviços gerais ou somente

serviços gerais (SPAGNUOLO; BALDO; GUERRINI, 2008; CHIODI et al., 2010;

ASSUNÇÃO et al., 2012) – esses dois últimos termos, geralmente, incluem os serviços de

lavanderia e copa.

Na língua inglesa, também são verificadas divergências nessa denominação como

observado por Mochungong (2010): waste collectors/ waste handlers/ waste pickers

(MOCHUNGONG, 2010; CHOWDHURY et al., 2011), cleaners (KHAN et al., 2009;

MOCHUNGONG, 2010), housekeeping staff/ housekeeping workers/ housekeepers

(MUSHARRAFIEH et al., 2008; CHAKRAVARTHY et al., 2010; MOCHUNGONG, 2010;

LAKBALA; AZAR; KAMALI, 2012), janitorial staff/ janitors(LAVOIE et al., 2010;

MOCHUNGONG, 2010), sanitary staff (MATHUR et al., 2011), sweeping staff

(AGGARWAL et al., 2012).

Essa diversidade acontece em ambos os idiomas, a despeito da existência de palavras-

chave oficiais do Medical Subject Headings (MeSH) “hospital housekeeper” e dos

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Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) “Housekeeping, hospital/ Servicio de Limpieza en

Hospital/ Serviço Hospitalar de Limpeza”.

3.2 Resíduos Sólidos

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2006), os

resíduos sólidos são definidos como todos os materiais nos estados sólidos e semi-sólidos que

resultam de atividade industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola e de serviços de

varrição. Nessa definição incluem-se os lodos provenientes de sistema de tratamento de água,

aqueles gerados em sistema ou tratamento de controle de poluição, dentre outros.

Segundo Ferreira (1995) os efeitos dos resíduos, no meio ambiente podem ter impactos

importantes. Quando lançados em água, podem comprometer o equilíbrio de oxigênio e

assim, interferir a cadeia biológica. Quando dispostos no solo, de forma inadequada, os

componentes perigosos podem ser arrastados e comprometer a qualidade das águas dos

lençóis subterrâneos.

Um dos caminhos para a manutenção da qualidade do meio ambiente da terra e,

principalmente, para alcançar um desenvolvimento sustentável e ambientalmente saudável em

todos os países é a aplicação da política dos “3R”, que consiste em: reduzir, reutilizar e

reciclar (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas, por meio da Norma Brasileira NBR

10.004/2004, classifica os resíduos quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde

pública em: classe I - perigosos e classe II – não perigosos (ABNT, 2004).

Os resíduos da classe I ou perigosos são aqueles que podem apresentar riscos à saúde

ou ao meio ambiente, em função de suas propriedades físicas, químicas e/ ou biológicas. São

caracterizados por possuir, no mínimo, uma das seguintes propriedades: inflamabilidade,

corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade (ABNT, 2004).

Os resíduos da classe II ou não perigosos são subdivididos em dois grupos: classe II-A,

aqueles não inertes, que podem ter as propriedades de biodegrabilidade, combustibilidade ou

solubilidade em água e classe II-B aqueles inertes, que não apresentam nenhum de seus

constituintes solubilizados a concentrações superiores, aos padrões de potabilidade de água,

com exceção dos aspectos de cor, turbidez, dureza e sabor (ABNT, 2004).

Os resíduos sólidos, também, podem ser classificados com relação à origem ou

natureza, que são: domiciliar, comercial, varrição e feiras livres, serviços de saúde, portos,

aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários, industriais, agrícolas e resíduos da

construção civil (ANVISA, 2006).

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Em relação à responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos sólidos, esses podem

ser agrupados em dois grupos: 1 – Resíduos sólidos urbanos que se caracterizam por: resíduos

domésticos ou residenciais, comerciais e públicos. 2 – Resíduos de fontes especiais: resíduos

industriais, da construção civil, rejeitos radioativos, resíduos de portos, aeroportos e terminais

rodoferroviários, agrícolas e resíduos de serviços de saúde (RSS) (ANVISA, 2006).

Os RSS são definidos como aqueles gerados em todos os serviços relacionados ao

atendimento à saúde humana ou animal, inclusive nos serviços de assistência domiciliar e de

trabalhos de campo, sendo classificados em cinco grupos: A) infectantes, B) químicos, C)

radioativos, D) comuns e E) perfurocortantes (ANVISA, 2004; CONSELHO NACIONAL

DO MEIO AMBIENTE – CONAMA, 2005).

Para Bidone e Povinelli (1999), os RSS são fontes potenciais de disseminação de

doenças, podendo oferecer perigo tanto para os trabalhadores dos estabelecimentos de saúde

em todos os níveis hierárquicos, quanto para os pacientes internados ou de frequência

eventual. O manuseio dos RSS oferecem riscos biológicos e químicos por meio de ferimentos

com materiais perfurocortantes através do contato com resíduos de sangue contaminados ou

resíduos de produtos químicos.

Corroborando com essa ideia, Schneider e Rego (2001) descreveram que os RSS

representam riscos potenciais associados ao manuseio, à propagação de infecção hospitalar e

ao meio ambiente. A incidência de acidentes com perfurocortantes e a possível contaminação

com agentes infectantes, de acordo com a ANVISA (2004), está relacionada com o

gerenciamento inadequado dos RSS em todas suas etapas, seja intra-estabelecimento

(segregação, acondicionamento, transporte, armazenamento, tratamento), ou nas etapas

posteriores de transporte, tratamento e disposição final.

3.3 Resíduos de Serviços de Saúde

As resoluções que regulamentam o manejo de RSS no Brasil são a RDC 306/2004

(ANVISA, 2004) que dispõe sobre o gerenciamento interno desse resíduo e a 358/2005

(CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, 2005) que aborda o

gerenciamento externo dos RSS.

Merece destaque, neste estudo, o RSS que expõem os trabalhadores aos

perfurocortantes e está inserido no Grupo E. Esse grupo de resíduo deve ser armazenado em

recipiente especial adequado, que seja rígido, resistente à punctura, ruptura e vazamento,

devendo possuir tampa, sendo mandatório o tratamento do mesmo, antecedendo a disposição

final (ANVISA, 2004).

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A RDC número 306 (ANVISA, 2004) aborda a necessidade da criação de um Plano de

Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) para todas as unidades geradoras

de RSS. Esse documento deve conter informações de todas as etapas relacionadas desde a

produção até a disposição final dos RSS, contando com medidas de proteção da saúde pública

e do meio ambiente.

3.3.1 Classificação dos resíduos de serviços de saúde

Os RSS são classificados em função de suas características e consequentes riscos que

podem acarretar ao meio ambiente e à saúde. De acordo com a RDC ANVISA no 306/04 e

Resolução CONAMA no 358/05, os RSS são classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E.

3.3.1.1 Grupo A (Potencialmente infectantes)

Compreende os resíduos com possível presença de agentes biológicos que, por suas

características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. De

acordo com a periculosidade e a necessidade de tratamentos diferenciados os resíduos do

grupo A são classificados em cinco subgrupos: A1, A2, A3, A4 e A5.

O subgrupo A1 – inclui as culturas e estoques de microrganismos; resíduos de

fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de

microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para

transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratório de manipulação

genética.

No subgrupo A2 estão: Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos

provenientes de animais submetidos a processo de experimentação com inoculação de

microrganismos, bem como suas forrações e os cadáveres de animais suspeitos de serem

portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que

foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica.

Compõem o subgrupo A3 - as peças anatômicas (membros) do ser humano e, também,

os produtos de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura

menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor

científico ou legal e não tenham sido requisitados pelo paciente ou familiar.

O subgrupo A4 contempla os Kits de linha arteriais, endovenosas e dialisadores,

quando descartados. Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante

de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa entre outros similares.

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3.3.1.2 Grupo B (Químicos)

Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública

ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade,

reatividade e toxicidade. Ex: medicamentos apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos

contendo metais pesados, dentre outros.

3.3.1.3 Grupo C (Rejeitos radioativos)

Correspondem a materiais resultantes de atividades humanas que contenham

radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas

da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, como, por exemplo, serviços de medicina

nuclear e radioterapia.

3.3.1.4 Grupo D (Resíduos comuns)

São resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou

ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Ex: sobras de

alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas administrativas.

3.3.1.5 Grupo E (Perfurocortantes)

Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como lâminas de barbear, agulhas,

ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, espátulas e outros

similares. A partir dessa classificação dos resíduos por grupos, proposta pela RDC 306/2004,

os resíduos gerados pelos profissionais são identificados, segregados e descartados

adequadamente para garantir um efetivo gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde

(ANVISA, 2004).

3.4 Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) constitui-se

em um conjunto de procedimentos de gestão planejados com o objetivo de minimizar a

produção de resíduos e proporcionar seu encaminhamento de forma eficiente, visando à

proteção dos trabalhadores e à preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio

ambiente (ANVISA, 2004).

Conforme Takada (2003), o PGRSS tem por objetivo promover o bem-estar do

profissional de saúde no seu ambiente de trabalho, bem como da comunidade em geral. O

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gerenciamento dos RSS implica cuidados, devido à contaminação biológica, química e

radioativa de parte desses resíduos, fazendo-se necessários a segregação e o

acondicionamento na fonte e no momento de sua geração. A adoção de um PGRSS deve

considerar três aspectos fundamentais: a) a organização do sistema de manuseio dos RSS; b)

aspectos técnicos-operacionais; c) recursos humanos devidamente capacitados para o

funcionamento do sistema.

Neste contexto, deve haver o gerenciamento adequado dos RSS com o intuito de

minimizar a geração de resíduos e proporcionar um manuseio seguro e eficiente dos mesmos,

visando à proteção e preservação da saúde dos trabalhadores, dos recursos naturais e do meio

ambiente (CONAMA, 2005). Dessa forma, é importante que a segregação dos RSS ocorra em

locais apropriados desde o momento em que for gerado (ANVISA, 2006).

3.4.1 Etapas do gerenciamento de resíduos de serviços de saúde

As etapas do gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde, segundo a resolução

número 306/04 da ANVISA (ANVISA, 2004) consistem em: coleta, segregação,

acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento

intermediário/temporário, tratamento, coleta e transporte externos e, por último, disposição

final, demonstrada no quadro abaixo.

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Quadro 1. Etapas do gerenciamento de RSS

ETAPAS DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

Coleta Entende-se como sendo a retirada do RSS do

local onde foi gerado.

Segregação

Separação dos resíduos no momento e local

de sua geração, de acordo com as

características físicas, químicas e biológicas,

o seu estado físico e os riscos envolvidos. A

segregação inadequada de resíduos

compromete todas as outras etapas do

gerenciamento de resíduos.

Acondicionamento

É a ação de embalar os RSS previamente

segregados, em sacos ou recipientes

apropriados compatíveis com o que foi

gerado continuamente, sendo que os sacos ou

recipientes não podem ocorrer vazamentos e

devem ser resistentes à punctura e/ou

ruptura.

Identificação

Reconhecimento dos resíduos sólidos

contidos nos sacos e/ou recipientes,

fornecendo informações ao correto manejo

dos RSS.

Transporte Interno Deslocamento dos resíduos dos locais de

geração até o local para o armazenamento

intermediário.

Armazenamento Intermediário

Local destinado para a guarda temporária dos

recipientes contendo os resíduos já

acondicionados e visa agilizar a coleta de

resíduos dentro dos estabelecimentos de

saúde, além de facilitar o deslocamento desse

material para a sua disposição final ao reunir

o resíduo gerado na unidade em um só local.

Coleta e Transporte Externos

retirada dos resíduos da área de

armazenamento intermediário para

disposição final e o encaminhamento dos

resíduos das áreas de armazenamento

intermediário até o local de sua disposição

final.

Disposição Final

Retirada dos resíduos da área de

armazenamento intermediário para

disposição final e o encaminhamento dos

resíduos das áreas de armazenamento

intermediário até o local de sua disposição

final.

Fonte: ANVISA, 2004

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De acordo com Silva (1999), aproximadamente um terço dos acidentes em unidades

hospitalares decorreram por materiais perfurocortantes, principalmente devido a acidentes

com as agulhas no recapeamento indevido das mesmas, após a utilização pelos profissionais

de saúde, ou acidentes ocorridos com trabalhadores das empresas de serviços gerais, limpeza

ou coleta de RSS, principalmente no decorrer das atividades de recolhimento do lixo

hospitalar se o mesmo foi descartado de forma inadequada usando caixas erroneamente

adaptadas ou despejado em local inapropriado juntamente com o lixo comum, quando

ocorrem acidentes com material potencialmente contaminado.

Diante dessa problemática, no Brasil desde 1954, foram criadas leis que apresentassem

as diretrizes para a coleta, o transporte e o destino final dos resíduos sólidos. Recentemente,

em dois de agosto de 2010, houve um grande avanço na gestão dos resíduos sólidos com a

instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil, por meio da lei federal Nº

12.305 (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 2010).

Quanto aos RSS, desde 1993 o adequado manejo, tratamento e disposição final desses

resíduos são abordados pela legislação nacional, tendo como publicações mais recentes a

Resolução CONAMA Nº 358 e a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) Nº 306, 2004.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2010)

diariamente no Brasil são gerados 259.547 toneladas de resíduos, sendo que 891 toneladas são

de RSS, e desses, 10 a 25,% diariamente necessitam de cuidados especiais.

Dados recentes publicados por uma Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB)

de 2008 (IBGE, 2010), mostram que dos 5.564 municípios brasileiros, 80,3% realizam os

serviços de coleta e/ou recebimento de resíduos sólidos de serviços de saúde, sendo que entre

esses apenas 52,8% dispõem de locais destinados para a disposição final no solo, sendo a

maioria caracterizada como vazadouros e lixões.

Morosino (2000) afirma que o desconhecimento e falta de informações sobre o assunto

faz com que, em muitos casos os resíduos sejam ignorados ou recebam um tratamento com

excesso de zelo, onerando ainda mais os já escassos recursos das instituições hospitalares.

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4 METODOLOGIA

A prática baseada em evidências (PBE), movimento estruturado como facilitador da

tomada de decisão, pode ser definida como um processo de busca, avaliação e aplicação de

evidências científicas para o tratamento e gerenciamento de saúde (HAMER, 1999).

As evidências científicas são construídas de maneira sistemática, destacando-se a

preocupação com a qualidade da informação durante este processo. A partir de 1970, o

epidemiologista britânico Archie Cochrane se destacou em publicações pioneiras neste

contexto, e suas idéias de prática baseada em evidência ganharam crescente aceitação. Em sua

homenagem, seu nome posterga na Colaboração Cochrane, que consiste em uma organização

que integra centros colaboradores de diversos países, com a finalidade de produzir e manter

pesquisas, principalmente de revisões sistemáticas das mais importantes intervenções médicas

e de áreas afins (URSI, 2005; FABER, 2008; SARAIVA, 2010).

A revisão integrativa é um recurso importante da PBE, que tem a finalidade de

sintetizar as pesquisas disponíveis do tema investigado para direcionar a prática fundamentada

no conhecimento científico (GALVÃO; SAWADA; MENDES, 2003; MENDES; SILVEIRA;

GALVÃO, 2008).

Tal abordagem tem auxiliado a construção de protocolos clínicos e de diretrizes

clínicas em diversas áreas da saúde, além de nortear o desenvolvimento de futuras pesquisas.

A construção de protocolos ou o estabelecimento de práticas recomendadas por especialistas e

publicadas em revistas especializadas, baseadas em evidências científicas, são recursos que

podem possibilitar a melhoria da prática dos profissionais de saúde no cuidado de seus

clientes (HORLIANA et al., 2007).

No movimento da PBE, existem classificações hierárquicas que retratam a força das

evidências encontradas nas pesquisas. As classificações consideram uma evidência de

natureza forte ou fraca de acordo com o delineamento metodológico empregado na pesquisa.

Assim, uma evidência é tão mais forte quanto maior for o rigor metodológico da pesquisa

(URSI, 2005).

De acordo com Melnyk e Fineout-Overholt (2005), em sua publicação, a qualidade das

evidências foi classificada em sete níveis conforme a Quadro 2.

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Quadro 2. Classificação dos níveis de evidência

Nível de

evidência

Fontes de evidência

I Revisão sistemática ou metanálise de todos os relevantes ECRC ou oriundos

de diretrizes clínicas baseadas em revisões sistemáticas de ECRC

II Pelo menos um ECRC bem delineado.

III Ensaios clínicos bem delineados sem randomização

IV Estudos de coorte e de caso-controle bem delineados.

V Revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos.

VI Um único estudo descritivo ou qualitativo.

VII Opinião de autoridades e/ou relatório de comitês de especialistas

Fonte: Melnyk e Fineout-Overholt (2005).

Definir a pergunta a ser pesquisada, identificar, reunir e selecionar os estudos

pertinentes ao tema da pergunta, bem como avaliar a qualidade dos estudos e realizar a coleta

e síntese dos dados obtidos são os passos que garantem a eficácia de uma revisão integrativa

(MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

A PBE propõe que os problemas clínicos que surgem na prática assistencial, de ensino

ou pesquisa, sejam decompostos e a seguir organizados utilizando-se a estratégia PICO

(AKOBENG, 2005; FLEMMING, 1999; BERNARDO, 2004) representa um acrônimo para

Paciente, Intervenção, Comparação e “Outcomes” (desfecho). Dentro da PBE esses quatro

componentes são os elementos fundamentais da questão de pesquisa e da construção da

pergunta para a busca bibliográfica de evidências. (AKOBENG, 2005; ANTES, 1999;

SACKETT, 1997; NOBRE, 2003; STONE, 2002)

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Quadro 3 - Descrição da estratégia PICO

Acrônimo Definição Descrição

P Paciente ou problema Pode ser um único paciente, um grupo de pacientes

com uma condição particular ou um problema de saúde

I Intervenção Representa a intervenção de interesse, que pode ser

terapêutica, preventiva diagnóstica, prognóstica,

administrativa ou relacionada a assuntos econômicos.

C Controle ou

comparação

Definida como uma intervenção padrão, a intervenção

mais utilizada ou nenhuma intervenção.

O Desfecho(“outcomes”) Resultado esperado

Fonte: Bernardo; Nobre; Jatene (2004).

A seleção dos termos de busca: identificação dos termos (descritores) relacionados a

cada um dos componentes da estratégia PICO. Os descritores são classificados como

controlados e não controlados. Os controlados conhecidos como “títulos de assuntos médicos”

ou “descritores de assunto” são utilizados para indexação de artigos nas bases de dados. Os

vocabulários de descritores controlados mais conhecidos são o MeSH (MEDLINE/PubMed),

o DeCS (BIREME) e o EMTREE (EMBASE). Os Não-controlados representam as palavras

textuais e seus sinônimos, variações de grafia, siglas e correlatos. A utilização dos termos

booleanos (delimitadores) AND, OR e NOT permitem realizar combinações dos descritores

que serão utilizados na busca, sendo AND uma combinação restritiva, OR uma combinação

aditiva e NOT uma combinação excludente. (KOBENG, 2005; STEVENS, 2001;

BERNARDO, 2004; NOBRE, 2003; WYATT, 2002; STONE, 2002).

As etapas a seguir apresentam a estrutura metodológica desse estudo, que também

podem ser resumidas no fluxograma apresentado na Figura 1.

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Fluxograma 1. Etapas da revisão integrativa.

Fonte: Mendes; Silveira; Galvão (2008).

A formulação da pergunta da revisão integrativa norteia as demais etapas deste método

de pesquisa. É fundamental que seja clara e objetiva, pois a partir dela serão definidos os

descritores controlados e palavras-chave utilizados na estratégia de localização dos estudos, e

também quais os dados coletados em cada estudo selecionado.

Formulada a questão norteadora da revisão, o próximo passo consiste em localizar as

publicações nas bases de dados selecionadas para a identificação dos estudos que serão

analisados. Esta etapa é fundamental para a validade interna da revisão, na qual são

estabelecidos os critérios de inclusão e exclusão dos estudos, claramente expostos e

discutidos.

Durante o procedimento de busca, face aos estudos encontrados, é plausível a

reorganização dos critérios de inclusão/exclusão e até mesmo do problema (URSI, 2005).

Estabelecida à amostragem, os dados a serem extraídos de cada estudo são padronizados

através de um instrumento elaborado e validado para esse fim, e devem incluir: tamanho da

amostra, definição dos sujeitos, delineamento metodológico, mensuração das variáveis,

métodos de análise e embasamento teórico e conceitual utilizado. Esta é considerada uma fase

análoga à coleta de dados de qualquer pesquisa (GANONG, 1987).

A análise crítica dos dados extraídos requer uma abordagem organizada que inclui a

categorização, ordenação e sumarização dos resultados obtidos nos estudos selecionados. Esta

etapa é similar à análise dos dados de uma pesquisa primária e pode ser realizada de maneira

descritiva.

1ª Formulação da

questão de pesquisa

2ª Critérios inclusão/

exclusão, estratégia de busca e amostragem

3ª Categorização dos

estudos

4ª Avaliação dos estudos

incluídos

5ª Interpretação dos

resultados

6ª Apresentação da

revisão (Conclusão)

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No caso de contar com estudos homogêneos pode ser realizada a metanálise, que

utiliza testes estatísticos cuja escolha depende da natureza dos dados que serão analisados. Os

parâmetros mais utilizados são: Intervalo de Confiança a 95% (95% IC), Odds Ratio (OR) ou

Risco Relativo (RR) e Redução de Risco Relativo (RRR). Atualmente outros métodos

estatísticos como análise multivariada e meta-regressões estão sendo introduzidos (VAN-

HOUWELINGEN et al., 2002; CLARK et al. 2007).

Os dados extraídos serão apresentados em quadros sinópticos, que contém as

informações detalhadas de cada estudo, tais como: referência bibliográfica, tipo de estudo,

variáveis que caracterizem os participantes, dados que indicam exposição ou intervenção e os

efeitos associados que confirmem evidência dos resultados (BERALDO, 2008).

Subsequentemente serão discutidos e sintetizados à semelhança da discussão dos resultados

de pesquisas primárias.

Para concluir a revisão, o conhecimento evidenciado nos estudos analisados é

sintetizado devendo conter informações detalhadas e pertinentes que busquem responder à

questão norteadora. Quanto melhor o delineamento dos estudos incluídos mais confiáveis e

fidedignas serão as evidências (GANONG, 1987).

Para o alcance dos objetivos propostos foi realizado uma revisão integrativa, por ser

considerado importante recurso da PBE. Os dados foram obtidos a partir dos resultados das

pesquisas disponíveis na literatura com textos completos, on-line, nas bases de dados

LILACS, MEDLINE, IBECS e COCHRANE LIBRARY, publicados em português, Inglês ou

Espanhol até abril de 2015, que avaliaram a eficácia do treinamento em gerenciamento dos

resíduos de serviços de saúde envolvendo trabalhadores de serviços de higiene e limpeza

hospitalar.

4.1 Pergunta da Revisão Integrativa

A formulação da pergunta da revisão integrativa tem fundamental importância, pois

ela conduz o método da pesquisa. A partir da pergunta definem-se os descritores controlados e

não-controlados (palavras-chave), a estratégia de busca para a localização dos estudos, os

estudos a serem incluídos e os dados que necessitam ser coletados em cada estudo

selecionado.

Desta forma, definiu-se como questão norteadora da pesquisa a seguinte pergunta,

formulada com o intuito de atingir o objetivo proposto nesta revisão integrativa: Quais são as

evidências científicas do treinamento, na melhoria do conhecimento e das práticas em

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43

gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde envolvendo trabalhadores de serviços

de higiene e limpeza hospitalar?

4.2 Critérios de Inclusão/Exclusão e Estratégia de Busca

A busca de estudos foi realizada de forma sistematizada utilizando os recursos

disponíveis nas principais bases de dados eletrônicas da literatura médica disponível, a saber:

LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE

(Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line), em duas bases de dados da

COCHRANE LIBRARY, denominadas Registro Cochrane de Ensaios Controlados

(Cochrane Central Register of Controlled Trials – CENTRAL) e Base de dados Cochrane de

Revisões Sistemáticas (Cochrane Database of Systematic Reviews – CDSR) e na IBECS

(Indice Bibliográfico Espanhol de Ciências da Saúde).

LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde) criada em

1985, inicialmente como extensão e evolução do IMLA (Index Medicus Latino-Americano),

criado em 1978, constitui atualmente o principal índice e repositório da produção científica e

técnica em saúde nos países da América Latina e Caribe (AL&C). Coordenada em âmbito

regional pela BIREME/OPAS/OMS, é resultado de um esforço cooperativo de centenas de

Centros Cooperantes de 37 países da América Latina e Caribe (AL&C). Complementa índices

internacionais, como MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) e

Web of Science, e está disponível em três idiomas: português, espanhol e inglês. É produzida

de forma cooperativa pelas instituições que integram o Sistema Latino-Americano e do Caribe

de Informação em Ciências da Saúde e registra a literatura científico-técnica em saúde

produzida por autores latino-americanos e do Caribe publicada a partir de 1982.

Seu acesso é gratuito através da Biblioteca Virtual em Saúde, da BIREME, no

endereço eletrônico http://www.bireme.br, que é um Centro Especializado da Organização

Panamericana de Saúde estabelecido no Brasil desde 1967, contando com a colaboração do

Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e

Universidade Federal de São Paulo.

A MEDLINE é a principal base de dados na área médica e da saúde produzida pela

National Library of Medicine. Esta base indexa referências bibliográficas e resumos das

principais revistas biomédicas publicadas nos Estados Unidos e em outros 70 países. Reúne

registros da literatura, desde o ano de 1966 e engloba as áreas de medicina, enfermagem e

ciências afins. O acesso às citações bibliográficas e aos resumos é gratuito por meio da pré-

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MEDLINE, conhecido como PubMed, e está disponível no endereço eletrônico

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/.

A Biblioteca Cochrane inclui diferentes bases de dados, dentre as quais se destaca a

Cochrane de Revisões Sistemáticas (CDSR) e Registro Cochrane de Ensaios Controlados

(CENTRAL), de principal interesse no presente estudo. Seu acesso é gratuito através da

Biblioteca Virtual em Saúde, da BIREME, no endereço eletrônico http://www.bireme.br.

IBECS - Índice Bibliográfico Espanhol de Ciências da Saúde é produzido pela

Biblioteca Nacional de Ciencias de la Salud del Instituto de Salud Carlos III del Ministerio de

Sanidad y Consumo de España - contém referências bibliográficas de artigos científicos

publicados em revistas de Ciências da Saúde editadas na Espanha, abrangendo áreas como

Medicina (incluindo Saúde Pública, Epidemiologia e Administração Sanitária), Farmácia,

Veterinária, Psicologia, Odontologia e Enfermagem.

As bases de dados eletrônicas propiciam a busca através dos descritores que são

indexados por assunto. O descritor controlado é parte do vocabulário estruturado e organizado

para facilitar o acesso à informação. Esses vocabulários são utilizados como uma espécie de

filtro entre a linguagem descrita pelo autor e a terminologia da área, autorizada e reconhecida

mundialmente. Diante do exposto, o primeiro passo foi localizar esta terminologia

(PELLIZZON, 2004).

A MEDLINE foi a precursora no estabelecimento dos descritores controlados, em

1963, através do recurso MeSH (Medical Subject Headings). A utilização deste recurso tem

auxiliado a padronização da terminologia em saúde para a indexação nas principais bases de

dados eletrônicas. Em 1986, a BIREME criou o DeCs (Descritores em Ciências da Saúde)

adaptado do MeSH e apresentado em vocabulário trilingue (português, espanhol e inglês).

Os critérios de inclusão e exclusão dos estudos incluídos nesta revisão integrativa

foram definidos previamente e são explicitados a seguir:

Textos completos disponíveis online nas bases de dados LILACS, MEDLINE, IBECS

e COCHRANE LIBRARY, publicados nos idiomas em Português, Inglês e Espanhol

nos últimos 10 anos. Artigos que analisaram o nível de conhecimento associado à

redução de acidentes com perfurocortantes antes e após treinamento sobre o

gerenciamento de RSS, envolvendo trabalhadores de serviços de higiene e limpeza

hospitalar.

P (Quanto à população dos estudos): trabalhadores de serviços de higiene e limpeza

hospitalar

I (Quanto ao tipo de intervenção dos estudos): treinamento para conhecimento e

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práticas em gerenciamento dos RSS

C (Quanto ao tipo de intervenção de comparação): não treinamento em gerenciamento

dos RSS;

O (Quanto às variáveis estudadas): acidentes com materiais perfurocortantes; mudança

de comportamento, melhorias das práticas; melhoria nos conhecimentos, estudos

primários de intervenção;

As estratégias de localização nas bases de dados LILACS, MEDLINE, IBECS e na

BIBLIOTECA COCHRANE foram realizadas utilizando os operadores booleanos, (OR, AND

ou NOT) através da combinação dos descritores não-controlados e palavras-chave, a seguir:

sharps injury OR healthcare waste management AND training.

4.3 Categorização dos Estudos

Após a leitura criteriosa dos estudos selecionados, a coleta dos dados foi realizada de

maneira sistematizada através de um instrumento (Anexo A) idealizado e validado por Ursi

(2005), composto por cinco itens, a seguir:

1) Identificação (título do artigo, título do periódico, autores, país, idioma e ano de

publicação);

2) Instituição sede do estudo;

3) Tipo de revista científica;

4) Características metodológicas do estudo (tipo de publicação, objetivo ou questão

da investigação, amostra, tratamento dos dados, intervenções realizadas,

resultados, análise, implicações e nível de evidência);

5) Avaliação do rigor metodológico (clareza na trajetória metodológica no texto),

bem como identificação de limitações ou vieses.

4.4 Avaliação dos Estudos Incluídos

Após categorização, os estudos primários selecionados foram submetidos ao instrumento

de Jadad (1996), (Anexo B) que avalia a qualidade do delineamento experimental dos estudos.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A aplicação da estratégia de busca utilizada neste estudo, bem como a seleção dos

estudos primários de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, resultou na amostragem

apresentada na figura a seguir:

Figura 1 Amostragem da revisão integrativa. Redenção, 2015.

Fonte: Nunes, L.B. (2015).

Na busca combinada a partir dos descritores controlados e palavras-chave foram

encontrados 217 artigos, sendo que na base de dados LILACS e IBECS a busca resultou em 0,

na COCHRANE LIBRARY foram localizados 54 artigos, dos quais nenhum atendeu aos

critérios de inclusão, na base de dados MEDLINE foram localizados 153 estudos primários,

dos quais 33 foram selecionados pelo título, 5 pelo resumo e apenas 3 atenderam aos critérios

de inclusão previamente estabelecidos, sendo assim, 100% dos artigos que atendiam aos

critérios foram utilizados na amostragem, conforme quadro 4, abaixo.

Busca combinada

n= 207

MEDLINE

n= 153

COCHRANE LIBRARY

n= 54

Elegíveis

n= 33

Elegíveis

n= 0

Elegíveis

n= 5

IBECS

n= 0

Elegíveis

n= 0

LILACS

n = 0

Elegíveis

n= 0

Total

n=3

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Quadro 4 Referências dos estudos incluídos na revisão integrativa

Nº do

estudo

Referência

1 KUMAR, R.; SOMRONGTHONG, R.; SHAIKH, B. T. Effectiveness of intensive

healthcare waste management training model among health professionals at teaching

hospitals of Pakistan: a quasi-experimental study. BMC Health Services Research.;

v.15, n. 81, 2015. doi:10.1186/s12913-015-0758-7.

2 BRUSAFERRO, S.; CALLIGARIS, L.; FARMETI, F.; GUBIAN, F.; LONDERO,

C.; BALDO, V. Educational programmes and sharps injuries in health care workers.

Occupational Medicine, v. 59, p. 512–514, 2009.

3 OGUAMANAM, O. E.; KEVIN, C. D. Knowledge, perception and practice of

injection safety and healthcare waste management among teaching hospital staff in

south east Nigeria: an intervention study. Pan African Medical Journal, v. 17, p.

218, 2014. doi:10.11604/pamj.2014.17.218.3084

Fonte: Nunes, L.B. (2015).

Não há um consenso na literatura científica sobre a terminologia que define os

trabalhadores de higiene e limpeza hospitalar, fato que dificultou a localização dos estudos

primários. A mesma dificuldade foi abordada por Ream (2014) que sugeriu a criação de uma

denominação específica para os trabalhadores de higiene e limpeza hospitalar ou a adequação

da descrição da profissão para dar uma identidade única a esses trabalhadores, no intuito de

facilitar a localização de estudos com essa população.

Os dados coletados foram reunidos quanto às categorias específicas do instrumento

utilizado (Anexo A) e então analisados. O método da revisão integrativa permite analisar

sistematicamente as evidências disponíveis de modo descritivo ou, caso os estudos primários

permitam, de modo estatístico. A metanálise é a revisão sistemática analisada através da

aplicação de testes estatísticos em determinadas categorias de resultados dos estudos

primários com o objetivo de integrá-los.

Nesta revisão, embora praticamente as mesmas variáveis tenham sido estudadas, cada

estudo foi conduzido de maneira diferente e com os resultados publicados em formatos

diferentes. Dada a heterogeneidade dos procedimentos metodológicos e dos desfechos

medidos nos estudos primários, a análise deste estudo será de forma descritiva.

A partir da análise da amostragem, verificou-se uma escassez de artigos científicos

disponibilizados na íntegra e na forma online, sem restrições de acessibilidade, com poder de

impacto a respeito dos trabalhadores de higiene e limpeza hospitalar. Nesse sentido, a difusão

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do conhecimento deveria ser expandida, com intuito de socialização da informação em prol da

redução do índice de acidentes com materiais perfurocortantes.

O quadro a seguir apresenta as publicações agrupadas quanto à base de dados,

graduação dos autores, país de origem, idioma, tipo de instituição sede do estudo e periódico

(Quadro 5).

Quadro 5. Publicações agrupadas quanto à base de dados, graduação dos autores, país de

origem, idioma, tipo de instituição sede do estudo e periódico.

Nº Base de

Dados

Graduação

dos autores

País de

origem

Idioma Instituição sede Periódico

1 MEDLINE Biomédicos Tailândia Inglês Colégio Público e

Universidade BMC Health Services Research

2 MEDLINE Médicos Estados

Unidos Inglês Universidade Occupational Medicine

3 MEDLINE Médicos Nigéria Inglês Hospital Pan African Medical Journal

Fonte: Nunes, L.B. (2015).

A revisão integrativa teve como amostra para o estudo 3 publicações, todas

selecionadas, a partir dos critérios estabelecidos, na MEDLINE.

Quanto à autoria observa-se que os estudos foram escritos por Biomédicos e Médicos,

dois por médicos e um por Biomédico.

Quanto à nacionalidade dos estudos, um foi realizado na Tailândia, outro nos Estados

Unidos e outro na Nigéria. Contudo, todos foram publicados no idioma inglês. Estes dados

sinalizam que o tema tem sido estudado e discutido entre pesquisadores de diferentes

continentes, levando a crer que seja relevante. Outra observação chama a atenção para a

importância de divulgar os resultados dos estudos em um idioma que possa permitir uma

divulgação mais ampla, no caso o inglês, bem como sua indexação em bases de dados online

para facilitar o acesso a um maior número de pessoas da comunidade científica.

Observa-se que os estudos foram desenvolvidos em colégios, universidades e

hospitais. Um estudo foi publicado em revista de Biomedicina, outro em revista medicina

Ocupacional e outro em revista de medicina.

Ponderando sobre as características metodológicas os dados coletados dos artigos

incluídos nessa revisão serão apresentados a seguir em quadros sinópticos.

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Quadro 6 - Quadro sinóptico do estudo 1

Número do estudo 01

Autores: RAMESH K.; RATANA S.; BABAR T. S.

Título: Effectiveness of intensive healthcare waste management training model among health

professionals at teaching hospitals of Pakistan: a quasi-experimental study.

Periódico: BMC Health Services Research

Ano: 2015

Tipo de Estudo: Quase-experimental

Objetivo: Avaliar os efeitos de um novo modelo de formação sobre conhecimentos, atitudes e

práticas de profissionais de saúde gestão de resíduos infecciosos nos hospitais

terciários no Paquistão.

Amostra: N=275 profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, paramédicos e trabalhadores

sanitários, selecionados para esse estudo) foram convidados para participar

voluntariamente e selecionados aleatoriamente em dois grupos:

N=138 profissionais de saúde foram incluidos no grupo de intervenção.

N=137 no grupo controle.

Detalhamento

Metodológico:

Os dados foram obtidos por meio de um questionário de forma compreensível para que

os profissioanis de higiene e limpeza pudessem responder. Foram coletados antes e

após três meses e analisados estatisticamente através de análise bivariada e

multivariada, independente, teste t pareado e não pareado, qui-quadrado com valores

de p, e a média das respostas foram calculadas. Em geral, a taxa de resposta foi de 92%

no final da intervenção

Intervenção: Três sessões de treinamento, cada um com 6 horas de duração, sendo o intervalo entre

2 treinamento de 4 semanas

Resultados: - (47%) dos participantes no grupo de intervenção e (42%) no grupo de controle possui

idade <25 anos.

- Sobre a distribuição dos sexos, a proporção M: F foi 47:53 no grupo de intervenção,

66:34 no grupo de controle.

- Mais de 1/3 do grupo controle, bem como do grupo de intervenção tinha graduação.

- (49%) dos sujeitos do grupo intervenção estavam trabalhando no departamento de

medicina; enquanto (37%) estavam trabalhando em situações de emergência e serviço

operacional no grupo controle.

- (54%) dos profissionais no grupo controle e 47% no grupo de intervenção tinha

tempo de experiência menor do que 5 anos;

- Os profissionais de saúde foram distribuídos em dois grupos: 81% no grupo

intervenção e 80% no grupo controle (que inclui médicos, enfermeiros e paramédicos);

enquanto o outro grupo composto por trabalhadores sanitários com 19% no grupo

intervenção e de 20% no grupo controle.

- Conhecimento aumentou no grupo de intervenção após a bem-sucedida intervenção

modelo de formação 20-25%; enquanto no grupo de controle apenas 1-3%

conhecimento melhorou.

- Houve uma diferença significativa no conhecimento, atitude e práticas (p <0,05) no

grupo de intervenção.

- Não foi estatisticamente significativa diferença no grupo controle antes e depois.

- No grupo de intervenção, houve uma diferença significativa P <0,05;

- No grupo controle não houve diferença significativa;

Conclusão: Os resultados do estudo sugerem que o treinamento sobre o gerenciamento de resíduos

de serviço de saúde poderia ser uma intervenção eficaz para melhorar os

conhecimentos, atitudes e práticas entre os profissionais de saúde em matéria de gestão

de resíduos infecciosos. Essa formação deve tornar-se uma característica regular de

todos os hospitais para reduzir os riscos ligados com resíduos infecciosos.

Comentários: Nesse os trabalhadores de higiene e limpeza foram tratados como trabalhadores

sanitários.

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Treinamentos individuais com demonstração são abordagem mais eficiente para

instruir e visualizaras técnicas apropriadas para usar Equipamento de Proteção Pessoal

(PPE).

Os trabalhadores faltam proficiência na boa prática com caixote do lixo, código de

cores e o uso de EPI no seu local de trabalho.

Nível de evidência: IV

Fonte: Nunes, L.B. (2015).

Quadro 7. Quadro sinóptico do estudo 2.

Número do estudo 02

Autores: BRUSAFERRO S.; CALLIGARIS L.; FARMETI F.; GUBIAN F.; LONDERO C.;

BALDO V.

Título: Educational programmes and sharps injuries in health care workers

Periódico: Occupational Medicine

Ano: 2.009

Tipo de Estudo Estudo descritivo ou qualitativo

Objetivo: Analisar a influência do Programa de Treinamento sobre os riscos biológicos dos

materiais pefurocortantes.

Amostra: Cerca de 700 profissionais da saúde por ano ao longo de 9 anos.

Detalhamento

Metodológico:

Todos os incidentes com materiais perfurocortantes foram registrados de 01 de janeiro

de 1.998 à 31 de dezembro de 2.006, pelos departamentos: Centro de Educação e

Formação e Centro de Notificações de Lesões.

A incidência foi calculada ano a ano.

A análise Dados foi conduzida usando Epi Info 2000 para calcular o valor do qui-

quadrado e o risco relativo com Intervalo de confiança de 95%, assumindo um nível de

significância de p < 0,05.

Intervenção Treinamento de 8 horas, com turmas de 30 funcionários em média.

Resultados: Depois de 9 anos de treinamento a incidência de acidentes com perfurocortantes foram

reduzida de 77acidentes/1.000.000 de horas trabalhadas, para 32 acidentes/1.000.000

de horas trabalhadas.

Os índices de lesões nos funcionários treinados foram significativamente menores dos

que não foram treinados.

Em 1998 foram 85 incidentes e 19 (22,35% do total de lesões) com funcionários

treinados e em 2.006 foram 32 incidentes e apenas 4 (12,50% do total de lesões) com

funcionários treinados.

Aumento do índice de funcionários treinados de 26% (201 funcionários) em 1.998 para

69% (491 funcionários) em 2.006.

Ao longo do período de treinamento foi observado um aumento do numero de

profissionais da saúde treinados de acordo com os cargos: auxiliar de limpeza (de 39%

para 74%), médicos (de 6% para 39%), enfermeiros (de 39% para 87%) e finalmente

pessoal técnico (de 13% para 70%).

Conclusão: Uma educação contínuada para os profissionais de saúde leva uma redução com

materiais perfurocortantes.

Comentários: A eficiência dos treinamentos foi comprovada, considerando que o índice de

funcionários que fizeram treinamento e tiveram acidentes caiu drasticamente do

primeiro ano de treinamento para o último ano do mesmo.

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51

Com relação ao treinamento como prevenção e informação são muito importantes para

o hospital no sentido da diminuição de faltas ao trabalho por incidentes com

perfurocortantes.

Observou nesse estudo uma limitação pelo fato de não referir o numero de acidentes

por categoria profissional.

Nesse os trabalhadores de higiene e limpeza foram tratados como auxiliar de limpeza.

Nível de evidência: IV

Fonte: Nunes, L.B. (2015).

Quadro 8. Quadro sinóptico do estudo 3.

Número do estudo 03

Autores: OGUAMANAM O. E; KEVIN C. D.

Título: Knowledge, perception and practice of injection safety and healthcare waste

management among teaching hospital staff in south east Nigeria: an intervention study

Fonte: Pan African Medical Journal.

Ano: 2014

Tipo de Estudo Estudo descritivo ou qualitativo

Objetivo: Avaliar o conhecimento, percepção e prática de segurança com perfurocortantes e dos

resíduos hospitalares no pré e pós-treinamento com os profissionais de saúde.

Amostra: A população estudada: Médicos, pessoal de laboratório, enfermeiros, serventes e

manipuladores de resíduos de diversas alas e enfermeiros;

N=156 pessoas participaram do teste pré-treinamento;

N=139 participaram do teste pós-treinamento (perda amostral de 10,9%);

Idade média dos participantes foi de 35 anos (intervalo 20-54 anos).

A média de idade para o sexo feminino foi de 36,3 anos (± 7,2) em comparação com os

homens 35,8 anos (± 6,9) (p = 0,75).

O tempo médio de trabalho dos participantes de 9,6 anos (± 8,2), mediana de 5 anos

(faixa 6 meses -34 anos).

Detalhamento

Metodológico:

O local de estudo: Hospital Universitário, Orlu, Estado de Imo. Orlu com 200 leitos.

O instrumento de pesquisa foi um questionário de 37 itens, que avaliou o conhecimento

e prática dos trabalhadores de saúde em relação à segurança das injecções.

O instrumento foi inicialmente administrado antes do treinamento em segurança da

injeção começou no dia 1.

O mesmo instrumento foi aplicado novamente após o programa de treinamento e

uma comparação com a avaliação inicial feita para identificar o impacto da formação.

Intervenção O treinamento foi realizado em um período de 3 dias com os profissionais de saúde

sobre os métodos modernos de segurança universais, bem como os materiais

disponíveis para atingir a máxima segurança dos profissionais de saúde ao manusear

pacientes e seus produtos como o sangue, fluidos corporais e fezes.

Duração do treinamento cerca de 15 min.

O questionário foi auto-administrado para a equipe alfabetizados e entrevistador-

administrado para os semi-alfabetizados, com os manipuladores de resíduos e

auxiliares de enfermagem após a tradução para o idioma local

Resultados: - AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE SEGURANÇA DE INJEÇÃO:

- 125 (81,7%) tinham ouvido falar de segurança de injecção;

- 67,2% (84/125) tinham tido algum treinamento sobre segurança de injeção, mas

apenas 72 (46,2%) teve treinamento formal sobre esse tema;

- 88,7% (134/151) sabe que segurança das injecções traz benefício para o trabalhador

de saúde;

- 86,6% (123/142) sabe que uma injeção segura não expõe um profissional de saúde a

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52

riscos evitáveis;

- 68% (104/153) sabiam de profilaxia pós-exposição;

- 54% (81/150) conheciam ou tinham visto codificados por cores os escaninhos;

- 81,2% (121/149) sabiam de caixas de segurança.

PRÁTICA DE SEGURANÇA DE INJEÇÃO:

43,9% (54/123) acham que a seringa e agulha padrão deve ser abandonada.

66,7% (92/138) acreditam resíduos devem ser eliminados de uma maneira especial.

A maior proporção de pessoas com lesão por picada de agulha (NPI) anterior eram

médicos (66,7%); enfermeiros (52,6%), manipuladores de resíduos (50%), serventes

(42,1%), cientistas de laboratório (25%).

Apenas 30,7% (42/137) sabia que havia um protocolo hospitalar de acidentes com

feridos (NPIAM) e cadastro para a profilaxia pós-exposição.

Todos os médicos e profissionais de laboratório sempre utilizaram luvas em

comparação com 94,8% (91/96) enfermeiros, 88,9% (16/18), Manipuladores de

resíduos e 73,7% (14/19) serventes.

Todos os manipuladores de resíduos não usaram luvas ao manusear resíduos

industriais, apenas 16,7% (3/18) usaram botas durante o trabalho.

(58,2% = 89/153) dos entrevistados usam rotineiramente um avental / total ao trabalhar

com pacientes que necessitam de um procedimento. (significativamente maior entre os

médicos, enfermeiros e cientistas de laboratório em comparação com os serventes e

manipuladores de resíduos).

56,2% (86/153) dos entrevistados usam rotineiramente máscaras durante o manuseio de

resíduos. Enquanto 66,7% e 64,6% dos médicos e enfermeiros usam máscaras, 50%,

36,8% e nenhum dos manipuladores de resíduos, serventes e cientistas de laboratório,

respectivamente usar máscaras.

Pós-treino: Dezessete entrevistados composto por 16 enfermeiras e um assistente de enfermaria

não participou na avaliação pós-treinamento, devido à sua agenda de trabalho.

No pós-teste, apesar de uma maior proporção dos entrevistados acreditarem que a

segurança injeções é benéfica para os trabalhadores da saúde não foi significativo.

Um número significativamente maior estavam cientes da profilaxia pós-exposição

(82,4% para 68%, ou 0,5 CI 0,3-0,8) e proporções maiores foram semelhante agora

ciente de bandejas com código de cores e revestimentos (80,1% a 54%, ou seja, 0,29,

CI 0,2-0,5) e caixas de segurança (93,4% para 81,2%, ou 0,3, IC 0,1-0,7).

Também uma proporção maior acreditam que a seringa padrão deve ser interrompida

(59,7% a 43,9%, ou 0,5, IC 0,3-0,9).

Conclusão: O nível de conhecimento foi alto, mas pobre em Profilaxia Pós-Exposição e gestão por

picada de agulha.

Prática das normas de segurança de injeção foi baixa, exceto para o uso rotineiro de

luvas.

Avaliação pós-intervenção mostraram uma melhoria significativa em PEP / NPIAM e

codificados por cores caixas de consciência.

Há também a necessidade de formação de atualização regular da equipe sobre a

evolução das normas de segurança em sua prática.

Comentários: - Limitações do estudo:

1) Perda amostral foi de 10,1% (17/156) em grande parte devido aos enfermeiros que

não realizaram o teste pós-treinamento;

2) O viés de memória; uma vez que os entrevistados foram obrigados a se lembrar do

que tinha sido transmitido a eles no treinamento;

3) Avaliou uma seção do hospital e compreendendo cerca de um terço do pessoal

clínico.

Nesse os trabalhadores de higiene e limpeza foram tratados como serventes e

manipuladores de resíduos.

Nível de evidência: VI

Fonte: Nunes, L.B. (2015).

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53

Na medicina baseada em evidência o estudo clínico controlado randomizado é o

delineamento de pesquisa mais adequado para avaliar a eficácia das intervenções em saúde,

constituindo o “padrão-ouro” deste movimento (CLOSS; CHEATER, 1999). Contudo, dentro

dos limites pesquisados, nenhum ECRC foi localizado e os estudos disponíveis na literatura

que avaliaram o impacto do treinamento em gerenciamento de RSS nos trabalhadores de

higiene e limpeza hospitalar permitiram realizar uma revisão integrativa, na qual podem ser

incluídos estudos com diferentes delineamentos (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

Quanto ao delineamento de pesquisa e os níveis de evidência, um estudo foi

categorizado como Estudo Quase-experimental, este delineamento fornece um nível de

evidência IV, classificado como um estudo de coorte e de caso-controle bem delineados, os

outros dois nível de evidência VI, um estudo descritivo ou qualitativo, de acordo com Melnyk

e Fineout-Overholt (2005)

Em relação à população amostral dos estudos primários, todos os estudos abordaram

os profissionais de saúde, dentre eles o profissional de higiene e limpeza hospitalar também

foi descrito, o que possibilitou as comparações entre os resultados obtidos nos estudos

primários.

Todos os participantes dos estudos selecionados (amostra) apontaram que o

conhecimento e as práticas são instrumentos imprescindíveis para contribuir na redução dos

acidentes com materiais perfurocortantes. Corroborando com essa idéia Toraman et al. (2011)

observaram que as intervenções promoveram conscientização sobre os riscos de lesões por

materiais perfurocortantes e com isso, redução no número de acidentes (RAMESH, 2015;

JOSEPH et al, 2015).

Quanto à intervenção, observou-se falta da descrição detalhada do treinamento e

variabilidade do tempo de duração do mesmo, sendo de 3 dias, com 15 minutos por dia,

totalizando 45 minutos, no estudo de Oguamanam e Kevin (2014), de 8 horas no estudo de

Brusaferro et al. (2009) e de 3 sessões de 6 horas cada, totalizando 18 horas, no estudo de

Ramesh, Ratana e Babar (2015). Apesar da variação da carga-horária de treinamento, não é

possível comparar os resultados sem um protocolo a ser seguido, eficiente e reprodutível que

permita extrapolar achados de estudos independentes e avaliar a consistência dos resultados.

(MULROW, 1994)

Quanto aos resultados, todos os estudos mostraram que uma educação continuada para

os profissionais de saúde pode promover melhoria no conhecimento, atitudes e práticas na

gestão de resíduos de serviços de saúde, uma vez que esteja adequada.

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Na literatura, existem poucas pesquisas que mostram a realidade em que os

trabalhadores de higiene e limpeza hospitalar atuam e que objetivam investigar meios de

melhorar a segurança ocupacional dos mesmos. Muitas vezes são comparadas erroneamente

às práticas domésticas, no entanto isso é inadequado em razão do alto risco a que esses

profissionais estão expostos em serviços de saúde (GONZALES; CARVALHO, 2003;

DANCER, 2009; MOCHUNGONG, 2010).

Segundo Barros (2012) essa classe encontra-se sujeita a acidentes com

perfurocortantes por exposição a material biológico, pela negligência de profissionais da área

da saúde, como o manuseio e o descarte inadequados de perfurocortantes. Associado ao

desconhecimento do paciente-fonte torna-se um dificultador para a tomada de decisão quanto

às condutas clínicas profiláticas pós-exposição (SECCO et al., 2008; MORAIS et al., 2009).

No estudo de Brusafferro et al (2009), estes profissionais ocuparam o 3º lugar em

número de acidentes com perfurocortantes durante a realização do estudo, em acordo com

Pinho, Rodrigues e Gomes (2007) e Silva et al (2009) verificou-se que a maioria dos

acidentes ocorreu entre profissionais da área de enfermagem, que envolve a categoria de

auxiliares e técnicos (54,8%), atrás encontra-se os de limpeza (13,0%) e médicos (6,2%).

Corroborando com essa ideia, Julio, Filardi e Marziale (2014) evidenciaram em seu

estudo que quase metade dos acidentes ocorreu entre os auxiliares e técnicos de enfermagem

(n=215/46,7%), seguida por enfermeiros (n=37/8,0%), médicos (n=32/7,0%) e trabalhadores

de higiene e limpeza, garis e catadores de materiais para reciclagem, quando agrupadas,

respondem por 12,4% (n=57) dos acidentes. De acordo com este estudo, muitos acidentes

ocorreram em função do descarte inadequado de materiais perfurocortantes, o que expõe os

diversos profissionais, inclusive do serviço de limpeza, ao risco de acidentes e a exposição a

materiais biológicos contaminados.

Contrapondo com os achados anteriormente, Canini; Gir e Machado, 2006 em seu

estudo, observaram que a categoria profissional que sofreu o maior número de acidentes foi a

dos trabalhadores de higiene e limpeza (80,2%). Outras pesquisas citam como o segundo

(LIMA; OLIVEIRA; RODRIGUES, 2011) e terceiro (MORAIS et al., 2009) grupos com

maior número de acidentes por perfurocortantes em hospitais.

Corroborando com essa ideia, outro estudo realizado no hospital Sema em Istambul,

na Turquia, avaliou a prevenção de acidentes com perfurocortantes nos profissionais de saúde

e observou uma incidência de acidentes com perfurocortantes de 64% (9 casos) nos

trabalhadores de higiene e limpeza, quando coletava os RSS e 36% (5 incidentes) em

enfermeiros Toraman et al (2011).

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De acordo com o estudo de Brusafferro et al (2009) o treinamento com os

profissionais de saúde, incluindo os de higiene e limpeza teve a maior duração quando

comparados com demais estudos incluídos. Foram 6 horas de duração, com atividades

teóricas e práticas proposta por um modelo de treinamento em gerenciamento intensivo, assim

como outros avaliados nesse estudo, todos observaram uma eficiência dos treinamentos, uma

vez que os índices de lesões nesses profissionais foram menores.

Segundo Toraman et al (2011) os trabalhadores de higiene e limpeza, em seu estudo,

receberam um programa de treinamento de 90 min de formação sobre fatores que causam

lesões por perfurocortantes e medidas preventivas para todos os trabalhadores de saúde. E

pôde verificar uma redução de acidentes com agulhas.

Karout e Altuwaijri (2012) puderam observar, em sua pesquisa que atividades de

educação para a saúde possibilitam, significativamente, o conhecimento sobre o manejo de

resíduos sólidos com melhores práticas em termos de gerenciamento e reciclagem, o que

implica em redução nos acidentes com perfurocortantes.

Contudo, Monteiro, Chillida e Bargas (2004) ao realizarem as atividades de educação

continuada junto aos trabalhadores de higiene e limpeza, evidenciou-se que é importante

utilizar uma linguagem e os termos presentes no cotidiano deles, possibilitando a aproximação

entre ambos. Nesse estudo, pode observar que a educação continuada era colocada em prática

no cotidiano dos funcionários, observando o trabalho desenvolvido e corrigindo, na hora,

possíveis erros que eles poderiam estar cometendo.

Segundo ANVISA (2010) os líderes das empresas devem estar engajados nesse

processo e devem se empenhar para conscientizá- los quanto aos riscos a que estão expostos

diariamente, oferecendo treinamentos teóricos e práticos de fácil compreensão. Recursos

como cartilhas, cartazes, dinâmicas de grupo, peças teatrais e outros podem auxiliar na

retenção do aprendizado, mais do que explanações teóricas monótonas. A teoria ministrada de

forma ilustrada, combinada com muitos exemplos práticos e filmes de impacto emocional,

costuma trazer bons resultados. É importante lembrar que a abordagem sobre riscos e formas

de prevenção deve ser feita por profissionais familiarizados com os riscos inerentes aos

agentes biológicos, e, portanto, habilitados para realização desse tipo de treinamento, como

enfermeiros do trabalho e de controle de infecção.

Sendo assim, torna-se imprescindível a existência de profissionais qualificados e com

grande bagagem de experiências nesse segmento, já que o ensino fundamental completo com

continuidade dos estudos vem sendo cada vez mais exigido, visto que a ausência de

alfabetização dificulta e retarda os treinamentos, além de inviabilizar determinadas práticas

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que podem expor o trabalhador a riscos desnecessários, como, por exemplo, a leitura de

rótulos de produtos saneantes antes de sua utilização. Cabe às instituições oferecerem

condições que possibilitem essa categoria dar continuidade aos estudos por meio de horários

especiais de trabalho (ANVISA, 2010; BRUSAFERRO, 2009; OGUAMANAN, 2014).

Quanto a avaliação do rigor metodológico, o instrumento de Jadad, 1996 (Anexo B)

foi aplicado para análise de questões pertinentes à randomização e ao mascaramento

(cegamento), conforme o quadro a seguir:

Quadro 9. Distribuição dos estudos segundo a qualidade metodológica dos estudos incluídos

na revisão integrativa, Redenção, 2015.

Nº Estudo

(autor, ano)

Descrito como

randomizado

Duplo

mascaramento

Perdas

amostrais

descritas

Escore

Jadad

inicial

Randomização

descrita e

adequada

Mascaramento

descrito e

adequado

Escore

Jadad

final

1 Ramesh et al.,

2015 Sim Não Sim +2 -1 -1 0

2 Brusaferro et

al., 2009 Não Não Não 0 -1 -1 0

3 Oguamanam

et al., 2014 Não Não Sim +1 -1 -1 0

Fonte: Nunes, L.B. (2015).

O quadro numero 9 apresenta os resultados sobre a qualidade metodológica dos

estudos incluídos, sendo que todos receberam escore considerado baixo (escores 0 - 2), dessa

forma nenhum dos estudos chegaram escore moderado (escore 3) ou alto (escore 5).

Há de se considerar que erros provenientes dos procedimentos utilizados para

selecionar indivíduos, e de fatores que influenciam a participação destes em um estudo,

podem levar à distorção das estimativas de associação e, assim afetar a validade dos estudos.

O delineamento metodológico apenas um randomizado, quanto ao duplo mascaramento, em

nenhum dos três foi realizado o mascaramento, em relação a perdas amostrais, em dois deles

foram descritas.

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6 CONCLUSÃO

As evidências científicas, oriundas de estudos primários de intervenção encontradas e

analisadas neste estudo, sugerem que o treinamento em gerenciamento de RSS pode melhorar

o conhecimento e as práticas, além de contribuir para a redução no número de acidentes com

resíduos perfurocortantes entre os trabalhadores de higiene e limpeza hospitalar.

Contudo, o número reduzido de estudos primários encontrados, bem como a baixa

qualidade metodológica dos mesmos, indica que são necessários mais estudos voltados a estes

profissionais sejam desenvolvidos com qualidade metodológica superior para que aumente a

força das evidências disponíveis na literatura científica.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escolaridade e a especificidade do trabalho dos trabalhadores de higiene e limpeza

hospitalar devem ser consideradas para o planejamento de estratégias educativas para a

capacitação desses trabalhadores.

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68

ANEXO A

Instrumento para coleta de dados

1. IDENTIFICAÇÃO

TÍTULO DO ARTIGO

TÍTULO DO PERIÓDICO

AUTORES NOME:

__________________________________________

LOCAL DE TRABALHO:

_____________________________

PAÍS

IDIOMA

ANO DE PUBLICAÇÃO

2. INSTITUIÇÃO SEDE DO ESTUDO

HOSPITAL

UNIVERSIDADE

CENTRO DE PESQUISA

INSTITUIÇÃO ÚNICA

PESQUISA

MULTICÊNTRICA

OUTRAS INSTITUIÇÕES

NÃO IDENTIFICA O LOCAL

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69

3. TIPO DE REVISTA CIENTÍFICA

PUBLICAÇÃO MÉDICA

PUBLICAÇÃO DE

ENFERMAGEM

PUBLICAÇÃO DE

BIOMEDICINA

PUBLICAÇÃO DE SAÚDE

OCUPACIONAL

PUBLICAÇÃO EM OUTRAS

ÁREAS DA SAÚDE

4. CARACTERÍSTICAS METODOLÓGICAS DO ESTUDO

1. TIPO DE PUBLICAÇÃO 1.1. PESQUISA

( ) Abordagem quantitativa

( ) Delineamento experimental

( ) Delineamento quase-experimental

( ) Delineamento não-experimental

( ) Estudo transversal

( ) Abordagem qualitativa

2. OBJETIVO OU QUESTÃO

DE INVESTIGAÇÃO

3. AMOSTRA

4. DADOS COLETADOS

5. FORMA DE ANÁLISE DOS

DADOS

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6. RESULTADOS

7. ANÁLISE DOS

RESULTADOS

8. CONCLUSÕES

9. NÍVEL DE EVIDÊNCIA

5. AVALIAÇÃO DO RIGOR METODOLÓGICO

CLAREZA NA IDENTIFICAÇÃO DA

TRAJETÓRIA METODOLÓGICA NO

TEXTO (MÉTODO EMPREGADO,

SUJEITOS PARTICIPANTES,

CRITÉRIOS DE

INCLUSÃO/EXCLUSÃO,

INTERVENÇÃO, RESULTADOS)

IDENTIFICAÇÃO DE LIMITAÇÕES

OU VIÉSES

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71

ANEXO B

Instrumento de Jadad et al. (1996) para avaliação da qualidade metodológica de ensaios

clínicos randomizados controlados

Primeira etapa:

Questionamento Sim Não

1 No estudo, o ensaio clínico é descrito como randomizado?

2 No estudo, o ensaio clínico é descrito como mascaramento duplo?

3 No estudo há descrição de perdas e saídas dos sujeitos participantes do ensaio

clínico?

Para cada resposta afirmativa atribui-se 1 ponto.

Para cada resposta negativa atribui-se o valor 0 (zero).

A somatória fornece o escore inicial de Jadad

O estudo pode receber no máximo 3 pontos até esse momento da avaliação.

Segunda etapa:

Questionamento Sim (+1) Não (-1)

O método de randomização foi

descrito e é apropriado?

Vinculado à questão 1 da

primeira etapa

Vinculado à questão 1 da

primeira etapa

O método de mascaramento é

descrito e é apropriado?

Vinculado à questão 2 da

primeira etapa

Vinculado à questão 2 da

primeira etapa

Para cada resposta afirmativa soma-se 1 ponto.

Para cada resposta negativa subtrai-se 1 ponto.

A somatória fornece o escore final de Jadad.

O estudo pode receber no máximo 5 pontos.

Leitura:

Escore 0-2: considerado baixo

Escore 3: considerado moderado

Escore 4-5: considerado alto