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FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES: PROPOSTA … · envolvidos foram os participantes de um curso que ofertamos de formação de professores, cuja temática foi o uso das tecnologias

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FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES: PROPOSTA PARA O USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO COMO MEIO

FACILITADOR AO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Renata Vasco Amaral1 Rosângela Abreu do Prado Wolf2

RESUMO Este artigo é parte proposta pelo Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná PDE, vinculado à Secretaria de Estado da Educação do Paraná entre os anos de 2016 e 2017. Dentre os objetivos da presente pesquisa destacamos: motivar os professores a repensarem a sua metodologia no tocante ao uso das tecnologias; utilizar os diversos recursos tecnológicos que estão disponíveis para trabalhar não só com os alunos da SRM (Sala de Recursos Multifuncional) Tipo I como também com os alunos do ensino comum atividades e experiências comunicativas e cooperativas de aprendizagem, na perspectiva da aprendizagem colaborativa. O suporte teórico que fundamentou os estudos e que norteou as análises e discussões teve como base diversos teóricos, dentre eles destacamos Libâneo (2004), Litwin (2001), Mercado (2016) e Moran (2016). A pesquisa realizada em campo foi de cunho qualitativo do tipo pesquisa-ação, na qual os sujeitos envolvidos foram os participantes de um curso que ofertamos de formação de professores, cuja temática foi o uso das tecnologias da informação e da comunicação como meio facilitador ao processo de ensino e aprendizagem. Durante o percurso do curso todo trabalho desenvolvido possibilitou aos participantes a constante reflexão sobre a importância da formação continuada de professores quanto ao uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação- TIC´s. Um dos resultados da pesquisa foi de identificar que esse tema não é novo na dinâmica escolar, mas que os professores ainda têm dificuldades, e em alguns casos resistência, justamente pela falta de conhecimento e de domínio no uso dos recursos disponíveis pelas TIC´s. PALAVRAS-CHAVE: Educação Especial. Tecnologia. Sala de Recursos Multifuncional Tipo I.

1 INTRODUÇÃO

O projeto desenvolvido no PDE - Formação continuada para professores:

proposta para o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação como meio

1Professora da Educação Especial, PDE 2016 e-mail: [email protected]. 2 Professora orientadora, lotada no Departamento de Pedagogia da Universidade Estadual do

Centro-Oeste/UNICENTRO, com especializações em Supervisão Escolar e Educação Ambiental, mestrado em Linguística Aplicada pela UEM, e doutorado em Educação pela PUC-PR. e-mail para

contato: [email protected].

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facilitador do processo ensino e aprendizagem, visava levar aos professores as

informações necessárias sobre as TIC´s como recurso a ser utilizado durante o

processo de ensino e aprendizagem.

As Tecnologias da Informação e da Comunicação podem ser congregadas na

escola como apoio a aprendizagem, favorecendo não somente o aluno como

também poderá facilitar a comunicação entre a comunidade escolar.

Atividades curriculares e extracurriculares, elaboração e execução de

projetos, atividades colaborativas, comunicação constante entre alunos, professores,

pais e escola, produções diversas, entre tantas outras atividades podem ser

desenvolvidas com o uso das TIC´s.

O uso das TIC´s não é uma nova tendência, uma vez que as tecnologias já

fazem parte do dia a dia das pessoas, sejam elas de pequeno, médio ou grande

porte, por isso nossa pretensão é ampliar esse espaço dentro do ambiente escolar,

levando até o professor novas formas de utilizar as tecnologias em favor da

aprendizagem do aluno, de forma colaborativa, criando uma grande rede de

conhecimento interativo.

Não ousamos “preparar” o professor, mas sim, dar subsídios para que possa

utilizar-se dos recursos disponíveis na escola e também dos que estão à disposição

dos alunos em casa para desenvolver uma formação baseada em novos paradigmas

educacionais que é a tecnologia, utilizando-se da própria proposta curricular que tem

concepções sócias construtivistas e propõem a interação para o pleno

desenvolvimento da aprendizagem.

Intenção, meta e objetivos nos levaram a propor a formação continuada para

os professores com uma carga horária de trinta e duas horas, almejando

desenvolver atividades que os levassem a entender e compreender a importância

quanto à utilização das TIC´s como aliada no processo de ensino e aprendizagem,

sendo esses recursos facilitadores para a aquisição de conhecimentos, a troca de

informações e ajuda mútua entre os educandos.

A Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) tem um impacto

significativo não só na produção de bens e serviços, mas também no conjunto das

relações sociais e nos padrões culturais vigentes. A tecnologia deve ser entendida

como uma ferramenta sofisticada e alternativa no contexto educacional, pois a

mesma pode contribuir para o aumento das desigualdades, ou para inserção social

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se vista como uma forma de estabelecer mediações entre o aluno e o conhecimento

em todas as áreas.

Na escola há equipamentos e uma política de uso das tecnologias de

informação, mas percebemos que de fato a inclusão digital dos professores e alunos

não ocorre. As tecnologias estão inseridas em todos os lugares, na sociedade, em

casa, na escola e o aluno muitas vezes não tem o conhecimento do básico, de como

digitar um texto, elaborar atividades com os programas básicos do computador, tais

como editores de textos, de apresentações, de planilhas entre outros.

Na sala de recursos multifuncional tipo I percebemos que os alunos faltam,

têm auto estima baixa, e essa produção teve por objetivo investigar se com o uso da

tecnologia pelos professores melhoraria essa condição.

Considerando todo o contexto escolar e social em relação ao uso das TIC´s

na sala de recursos multifuncional e ensino comum, espaços escolares onde

desenvolvemos a pesquisa consideramos ser possível oportunizar a partir da

formação continuada aos professores, novas possibilidades metodológicas e

didáticas que poderiam corroborar com o desenvolvimento cognitivo dos educandos

e consequentemente elevar a autoestima, visto que os alunos sentir-se-ão

reforçados pela nova proposta de aprendizagem e pela troca de experiências que

farão por meio da aprendizagem colaborativa, a qual, por meio das tecnologias

instigará a busca de maiores conhecimentos e o desafio entre os educandos na

utilização das TIC´s. Acreditamos que, esse encaminhamento favorecerá

significativamente a aprendizagem.

Nas escolas estaduais do Paraná há laboratórios de informática chamados de

Paraná Digital (PRD)3, com recursos do Governo Estadual, cuja as instalações

iniciaram no ano de 2006, sendo que na grande maioria das escolas também há

laboratórios de informáticas chamados de PROINFO, com recursos do Governo

Federal. A partir desse programa as instituições recebem um kit multimídia destinado

as SRM Tipo I, sendo que Secretaria de Educação efetua a adesão, o cadastro e a

indicação das escolas a serem contempladas pelo programa, esse recurso é

3 O laboratório do Paraná Digital é composto por uma tecnologia denominada de Multi-terminal,

desenvolvida por pesquisadores e colaboradores do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da Universidade Federal do Paraná. Nela, funciona quatro monitores, teclados e mouse ligados num único computador, a uma CPU, funcionando como se fossem quatro computadores independentes, sendo que esta CPU central vai estar ligada ao servidor.

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enviado às escolas por meio do Sistema de Gestão Tecnológica do Ministério da

Educação – SIGETEC. Dependendo do ano deste cadastro, as escolas receberam o

kit multimídia para SEM e a Escola Estadual Carmela Bortot, na cidade de Pato

Branco, no Paraná, recebeu no ano de 2013, dois computadores desktop, uma

impressora multifuncional, web cam, um notebook e dois estabilizadores.

Este estudo teve como proposta trabalhar com os professores da sala de

recursos multifuncional tipo I e professores do ensino comum, na perspectiva de

auxiliá-los na elaboração de atividades pedagógicas com os recursos tecnológicos,

disponíveis na escola ou particulares, que resultassem em aprendizado diferenciado

para os respectivos alunos.

Os objetivos propostos foram os seguintes: desenvolver competências

pedagógicas melhorando o atendimento aos educandos, focando as Tecnologias da

Informação e Comunicação – TIC´s; promover a qualificação dos professores que,

comprometidos com a educação desenvolvam suas atividades com competência e

determinação nas áreas das TIC´s.; estimular a curiosidade e criatividade para

melhorar o aperfeiçoamento com o mundo educacional; propiciar momentos de

integração, trocas, aprendizagens, convivência e socialização na área das TIC´s;

Incentivar e oferecer aos professores conhecimentos, técnicas e oportunidades de

crescimento para uso das tecnologias.

A partir do exposto iniciaremos a fundamentação teórica que sustentou a

implementação com os professores participantes da pesquisa-ação.

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

O tema formação continuada de professores está sendo discutido em todos

os níveis de ensino, tanto pela escola pública, quanto pela iniciativa privada. O

discurso geralmente versa sobre a necessidade de o professor desempenhar sua

atividade profissional unindo teoria e prática. Nos últimos anos temos vivenciado a

afirmativa durante as semanas pedagógicas, formação continuada, grupos de

estudos que envolvem a equipe multidisciplinar, além de palestras, encontros e

seminários com temas afins a formação continuada que nos remetem a refletir sobre

a importância de pensar e repensar a educação através das suas especificidades.

A formação continuada do professor para a práxis docente, no nosso

entendimento, é um processo de reflexão-ação-reflexão, sendo um verdadeiro

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agente mediador voltado às mudanças da comunidade escolar e da sociedade.

Corroborou com nosso posicionamento leituras para busca de conhecimentos

Libâneo (2004, p.230) afirma que:

A profissão de professor combina sistematicamente elementos teóricos com situações práticas reais. É difícil pensar na possibilidade de educar fora de uma situação concreta e de uma realidade definida. Por essa razão, a ênfase na prática como atividade formativa é um dos aspectos centrais a ser considerado, com consequências decisivas para a formação profissional.

Faz-se necessário compreender que as mudanças fazem parte das

transformações, o que vivemos ontem é passado, o hoje é presente e o amanhã é o

futuro e desse tríplice contexto fazemos parte e se não estivermos abertos, nos

preparando para o futuro, não teremos alicerces suficientes para nos garantir na

profissão de ser professor educador e não um mero “repassador” de conteúdos.

Precisamos da formação continuada abrangendo diversos temas para que nossa

prática pedagógica esteja em constante aperfeiçoamento. Seguindo a linha de

raciocínio de Libâneo que afirma que a profissão docente abrange singularidades

que a diferencia dos demais profissionais, ou seja, não é suficiente apenas carregar

um título acadêmico, é preciso dedicação, degrau que não se alcança apenas pelo

simples querer ser, mas que só estará disponível quando há compromisso deste

profissional consigo mesmo, sob uma ação pautada pela ética e pelo compromisso

de crescer tanto no plano profissional quanto pessoal. Mais uma vez entendemos

que estamos no caminho certo ao propor a formação continuada aos professores

alvo da pesquisa, pois é através da formação que conseguiremos atingir nossos

objetivos que é ampliar o espaço acadêmico voltado as tecnologias.

Entendemos que trabalhar com as TIC´s não é tarefa fácil, contudo, ao

participar da formação continuada o professor poderá se apossar do conhecimento e

transformá-lo em recursos para a aprendizagem, o pré-projeto dessa pesquisa era

voltada para o aluno, mas durante o processo entendemos que uma formação

continuada para professores abrangeria um maior número de alunos. O que fizemos

não é assunto novo, porém, ainda, “assusta” aqueles que não dominam as

tecnologias. Nesse sentido, após consultar nossos pares no colegiado escolar,

constatamos interesse por parte dos professores em participar dos grupos de

estudos, das reuniões pedagógicas, da formação continuada e de outros encontros

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onde seja possível aprofundar conhecimentos e discutir projetos de inovação, o que

somente será possível a partir da formação continuada e permanente do

professorado, público alvo da pesquisa.

Para esta afirmativa Libâneo (2004, p.227) assinala que:

Neste sentido, a formação continuada do professor, apodera-se de uma definição ímpar, no que diz respeito à condição para a aprendizagem permanente e para o desenvolvimento pessoal, cultural e profissional de professores e especialistas. É na escola, no contexto de trabalho, que os professores enfrentam e resolvem problemas, elaboram e modificam procedimentos, criam e recriam estratégias de trabalho e, com isso, vão promovendo mudanças pessoais e profissionais.

A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996) determina que as

exigências quanto à formação docente, não nascem do acaso, apesar de, às vezes,

serem consideradas desumanas, conforme as cobranças conhecidas na voz das

agências internacionais, que datam início e fim para que o processo transcorra,

compreende-se a necessidade do professor atualizar-se, no sentido de ministrar um

ensino que corresponda à formação do cidadão que a evolução social aponta.

Consoante o disposto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nº 9.394/96,

são apresentados como critérios para formação do educador, que:

Art. 61. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos: I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço; II - aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades. Quanto às exigências que emitem os critérios de atuação na educação básica, a referida Lei reza que “a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação” (BRASIL,1996).

A partir da citação de Libâneo e da LDB consideramos que a formação

continuada está prevista e legalmente amparada. Vários são os encaminhamentos

para que a formação se concretize em todas as instituições.

TECNOLOGIA

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Na sociedade contemporânea e pós-moderna, a tecnologia e, principalmente,

a informática estão presentes em toda parte. A educação não pode ficar de fora

dessa realidade. A tecnologia faz parte a muito tempo da educação, o quadro, o giz,

o livro impresso.

Para Litwin (2001, p. 131) o desenvolvimento da tecnologia atinge as formas

de vida da sociedade e que a escola não pode ficar de fora, adquirindo uma “função

mediadora entre a cultura hegemônica da comunidade social e as exigências

educativas de promoção do pensamento reflexivo”.

O fato de transferir o que se fazia com o quadro negro para o computador não

assegura o fato de estar se usando a tecnologia na escola. A ideia de uso é que o

aluno seja orientado por diferentes recursos, imagem, vídeo, links, noticiário.

Neste sentido o uso das TIC´s nas escolas é bem mais do que instigar o

aluno, o professor deve prepará-lo para aquilo que encontrará na sociedade, no

mercado de trabalho, isso exigirá do mesmo um perfil baseado no conhecimento,

manuseio e aplicabilidade. No artigo Como utilizar as tecnologias na escola, Moran

(2000, p 2), afirma que se faz necessário “um educador como mediador e

organizador de processos e não como repetidor de informações, que seja capaz de

transformar o espaço escolar, modificar e inovar o processo ensino-aprendizagem”.

O tempo urge reflexões em torno do assunto tecnologias na educação.

Demoramos décadas para registrar na história avanços significativos em diversos

segmentos, porém, na sociedade contemporânea tudo está andando muito rápido.

As transformações da sociedade chegam a ser assustadoras e o homem não para,

está em busca de novos conhecimentos e ao atingi-los, adapta-se a eles por

curiosidade ou por necessidade.

A implantação de tecnologias na escola não pode ficar aquém das mudanças,

e diante desta evidência fazemos o seguinte questionamento: causará impacto a

comunidade escolar propostas relacionadas ao uso das tecnologias?

Particularmente nós a creditamos que sim, inclusive que e não são poucos os

impactos, são impactos significativos e importantes. Por esse e tantos outros

motivos já elencados em nossas menções ao projeto, propomos a formação

continuada para os professores com a finalidade de minimizar impacto com as

mudanças que com certeza ocorrerão e por outro lado, facilitar aos mesmos o

acesso ao conhecimento tecnológico para que suas ações pedagógicas sejam

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facilitadas por meio de um recurso que está e ou estará presente no ambiente

escolar como facilitador do processo de ensino e aprendizagem.

BREVE HISTÓRICO DO PROINFO

É sabido que o aluno tem direito ao acesso às tecnologias na escola. Nossa

experiência profissional no setor das tecnologias enquanto assessora pedagógica da

CRTE4 do Núcleo Regional de Educação nos respalda a tecer comentários sobre a

importância do acesso as tecnologias. Diante do frenético movimento da sociedade,

não cabe pensar a escola sem recursos tecnológicos.

Segundo o MEC/SEED (1997):

A sólida base teórica sobre informática educativa no Brasil existente em 1989 possibilitou ao MEC instituir, através da Portaria Ministerial nº 549/89, o Programa Nacional de Informática na Educação - PRONINFE, com o objetivo de desenvolver a informática educativa no Brasil, através de atividades e projetos articulados e convergentes, apoiados em fundamentação pedagógica sólida e atualizada, de modo a assegurar a unidade política, técnica e científica imprescindível ao êxito dos esforços e investimentos envolvidos.

Considerando ainda a referência do próprio MEC em relação ao tema,

comungamos com o pressuposto de que a escola deve implementar programas de

informática na educação. Os projetos devem ser implementados e os já existentes

precisam passar por reformulações que deem suporte pedagógico ao professor e

acadêmico ao aluno.

Em 1997 O PROINFO5 (Programa Nacional de Tecnologia Educacional) um

programa educacional criado pela portaria nº 522/MEC, de 9 de abril de 1997, para

promover o uso pedagógico de Tecnologias de Informática e Comunicações (TIC) na

rede pública de ensino fundamental e médio, foi incorporado ao PRONINFE,

mudando sua estrutura inicial. Por outro lado também com a intenção de formar

professores e atender estudantes a partir da compra e distribuição de cerca de cem

4 Coordenação Regional de Tecnologia da Educação.

5 Desde 1999, no Estado do Paraná, destaca-se as políticas do Programa Nacional de Formação

Continuada em Tecnologia Educacional – PROINFO, o qual no Decreto no 6300/2007, no Artigo 1º, diz: “O Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional – PROINFO, executado no âmbito do MEC, promoverá o uso pedagógico das tecnologias da informação e da comunicação nas redes públicas da educação básica”.

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mil computadores interligados a Internet. Por meio do PROINFO, o MEC compra,

distribui e instala laboratórios de informática nas escolas públicas de educação

básica. Em contrapartida, os governos locais (prefeituras e governos estaduais)

providenciam a infraestrutura das escolas, indispensável para que elas recebam os

computadores. Esta ação vem contribuindo para que os computadores invadam a

escola, exigindo dos professores uma postura sobre como aproveitar os recursos

disponíveis para a melhoria da qualidade de aula e dos resultados.

As Instituições de Ensino receberam do MEC alguns equipamentos, tais

como: computadores desktop e notebook que deveriam ser destinados as Salas de

Recursos Multifuncionais com uso exclusivo para os alunos, orientado pelos

professores, objetivando promover a inclusão digital. Esse é outro motivo que

justifica nosso projeto.

Outra situação que nos cabe abordar colocando os pontos positivos e

negativos, considerando a ação de grande relevância por parte do Governo Federal,

contudo, não raro, tanto enquanto estávamos no NRE como depois assumindo

função docente na escola estadual, tomamos conhecimento de que nem sempre os

recursos chegaram até o seu destino (muitos foram “retidos” pela equipe gestora e

disponibilizados para outros setores na escola).

Com frequência, ao participarmos de cursos de formação na área da

Educação Especial ouvimos professores dizendo que receberam os equipamentos e

que estes são de grande valia para trabalhar com os alunos, enquanto outros se

queixam que nada receberam, e outros ainda relatam que há casos em que os

equipamentos vêm para a escola, mas não chegam na sala para acesso dos

professores. Essas queixas que ouvimos não podemos confirmar e nem negar, mas

nos serviram de base para propormos esse projeto com intuito de ampliar essa

discussão.

EDUCAÇÃO ESPECIAL

A sociedade contemporânea busca a instalação e o resgate de valores

humanos unificadores, o que coloca em evidência o conceito de diversidade, que

pressupõe a existência de diferenças entre as pessoas e que essas devem ser

respeitadas. Neste contexto, a sociedade solicita da escola a viabilização de uma

educação que atenda a todos. Essa intenção já se faz presente nas legislações

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brasileiras, como a Constituição de 1988, que institui que a educação destinada às

pessoas com deficiência deva ocorrer “preferencialmente no ensino regular” e nas

reformas educacionais já consta essas tendências, como é o caso da Lei Nº

5692/71(SEED, 1999).

A Declaração de Salamanca (1994) constitui o marco da comunidade

educacional internacional que oficializa as determinações sobre a igualdade de

direito a todos e principalmente para as pessoas com necessidades educacionais

especiais (NEE). No termo NEE inclui-se: todas as crianças independentemente de

suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras.

Aquelas deveriam incluir crianças deficientes e superdotadas, crianças de rua e que

trabalham, crianças de origem remota ou de população nômade, crianças

pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais, e crianças de outros

grupos em desvantagem ou marginalizados. Tais condições geram uma variedade

de diferentes desafios aos sistemas escolares.

A origem da Declaração de Salamanca é atribuída aos movimentos em favor

dos direitos humanos e na data de sua instituição, mais de duas décadas atrás,

objetivou discutir sobre os direitos das pessoas com deficiência e os participantes se

posicionaram contrários às instituições segregacionistas. Um dos maiores

documentos em favor da Educação Inclusiva abre legalmente as portas das

instituições escolares para receber os alunos com necessidades especiais.

Enquanto profissionais da Educação Especial, sabemos que de 1994 para cá

(2016) as conquistas em favor da pessoa com necessidades especiais foram

significativas. Em relação aos alunos mais ainda, uma vez que documentos foram

construídos pelo princípio da inclusão e pelo reconhecimento de atender uma

demanda que até o momento, na sua grande maioria, estava fora das escolas de

ensino regular. A proposta foi pensar e executar ações que viessem a capacitar as

escolas para atender os alunos com necessidades educativas especiais. As

instituições deveriam a partir daí incluir os alunos, aceitar as diferenças e promover

a aprendizagem não só dos alunos com NEE, mas também de outros que por

motivos diversos estivem aquém do processo de ensino e aprendizagem. Questões

que rezam na Declaração de Salamanca (1994) sobre a inclusão:

o princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou

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diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parceiras com a comunidade […] Dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades educacionais especiais deveriam receber qualquer apoio extra que possam precisar, para que se lhes assegure uma educação efetiva […]”.

Como já nos referimos anteriormente, o documento afirma e reafirma uma escola efetivamente inclusiva. No preâmbulo da Declaração de Salamanca (1994) ainda se lê:

[…] as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas se devem adequar através duma pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao encontro destas necessidades, […] as escolas regulares, seguindo esta orientação inclusiva, constituem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando comunidades abertas e solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos; além disso, proporcionam uma educação adequada à maioria das crianças e promovem a eficiência, numa ótima relação custo-qualidade, de todo o sistema educativo.

O documento afirma que os alunos com necessidades educativas especiais

devem ter acesso às escolas regulares e que estas devem trabalhar com uma

pedagogia centrada no aluno, além disso, afirma que esta instituição tem meio

capazes de combater as atitudes discriminatórias. Infelizmente, ainda não

conseguimos favorecer aos alunos com necessidades educativas especiais todas as

ações que prevê a Declaração de Salamanca.

Ainda nos deparamos com escolas que não estão abertas ao processo de

inclusão. Não raro, encontramos colegas professores não querendo trabalhar com

determinada turma (porque nessa turma tem alunos com NEE). Nem sempre

encontramos gestores dispostos a adequar o espaço da instituição para receber o

aluno com necessidades especiais. Fácil também não é adequar o currículo, num

trabalho realmente efetivo, junto com os pares que fazem parte do contexto escolar

que atende determinado aluno especial.

Essas e tantas outras dificuldades impedem o avanço de uma escola

efetivamente inclusiva. Porém, eu, enquanto educadora, sonho e luto por uma

escola inclusiva, aberta a todos. Não perco a esperança de que num futuro próximo

possamos olhar para trás e constatar que nossos esforços não foram em vão,

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porque, ao olhar para o horizonte, haveremos de confirmar que a inclusão é possível

sim, basta que instiguemos as pessoas a olhar ao seu redor e perceber que todos

têm direitos de estar e se fazer presente.

O Brasil adotou esta concepção a qual encontra-se nos princípios da

Educação Inclusiva preconizada na Lei de Diretrizes Bases da Educação (LDB) nº

9394/96. Tal legislação que norteia o acesso à escola pública gratuita a todos em

todos os níveis e modalidades de ensino do Sistema Brasileiro de Ensino.

O Capítulo V da LDB 9394/96 especifica o atendimento às pessoas com

necessidades educacionais especiais, que parte da premissa de que os aprendizes

possuem modos diferentes de aprender no sistema regular de ensino em todas as

modalidades e níveis (BRASIL, 1996).

Nesse viés todas as crianças que apresentam deficiências sejam elas quais

forem, deveriam ser matriculadas em escolas de ensino regular para que houvesse

a oportunidade de crianças especiais serem aceitas e incluídas no meio escolar e

social.

Levando em consideração a Declaração de Salamanca, a nossa experiência

enquanto profissional da educação, o PPP – Projeto Político Pedagógico da

instituição onde atuo, bem como, o direito do acesso à matrícula, permanência e

efetiva inclusão do aluno com necessidades educativas especiais, reafirmaram a

importância do planejamento e execução do nosso projeto que é trabalhar com os

professores através da formação continuada. Como o foco de estudo é o uso das

tecnologias da informação e da comunicação como meio facilitador a aprendizagem,

entendemos que não só o aluno com deficiência intelectual será beneficiado, como

também, todos os alunos do ensino regular.

Aos alunos com necessidades educativas especiais na área da deficiência

intelectual será oportunizado mais um acesso à aprendizagem, o que poderá

corroborar com a aquisição do conhecimento com metodologias diferenciadas e aos

alunos do ensino regular que tem suas facilidades específicas, também será

oportunizado novos acessos ao conhecimento através das tecnologias, pois os

professores estarão participando da formação e nosso objetivo é que após as

oficinas se amplie o uso das TIC´s nas salas de aula, utilizando-as como um recurso

didático de acesso ao currículo.

SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL TIPO I

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A Secretaria de Estado da Educação (SEED) através do Departamento

Estadual de Educação Especial e Inclusão Educacional (DEEIN), normatiza o

atendimento aos alunos com necessidades educativas especiais tendo em vista a

Instrução nº 016/2011 – SEED/SUED, sendo:

INSTRUÇÃO N° 016/2011 – SEED/SUED - A Superintendente da Educação, no uso de suas atribuições e, considerando: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional N° 9394/96; o Decreto Federal N° 7611, de 17 de novembro de 2011; e os preceitos legais que regem a Educação, emite DEFINIÇÃO Sala de Recursos Multifuncional – Tipo I, na Educação Básica é um atendimento educacional especializado, de natureza pedagógica que complementa a escolarização de alunos que apresentam deficiência Intelectual, deficiência física neuromotora, transtornos globais do desenvolvimento e transtornos funcionais específicos, matriculados na Rede Pública de Ensino.

O amparo aos alunos com necessidades educativas especiais encaminhados

através de avaliação psicoeducacional a frequentar a SRM Tipo I, tem por objetivo

apoiar o sistema de ensino com vistas a complementar a escolarização de alunos

com deficiência intelectual, deficiência física neuromotora, transtornos globais do

desenvolvimento e transtornos funcionais específicos, matriculados na Rede Pública

de Ensino.

A instrução acima citada estabelece critérios para o atendimento educacional

especializado em Sala de Recursos Multifuncional Tipo I na Educação Básica nas

áreas já citadas. Para atuar na referida turma o professor deverá ter formação

específica em Educação Especial (tendo cursado estudos adicionais ou

especialização na área).

O atendimento destina-se aos alunos que apresentam problemas de

aprendizagem com atraso acadêmico significativo, distúrbios de aprendizagem e/ou

deficiência mental, e que necessitam de apoio especializado complementar. O

trabalho desenvolvido em sala de recursos não deve ser confundido com reforço

escolar.

Os alunos da sala de recursos multifuncional tipo I, apresentam em sua

maioria, dificuldades em reter a atenção em atividades longas, dificuldades também

em atividades que envolvam memória, raciocínio e alguns alunos apresentam

dificuldades na socialização.

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O ingresso do aluno em sala de recursos dar-se-á após avaliação pedagógica

no contexto escolar, realizada pelos professores do ensino regular, equipe técnico

pedagógica, professor especializado com assessoramento, quando necessário, de

equipe multiprofissional, equipe do Núcleo Regional de Educação (NRE) e/ou

Secretaria Municipal de Educação (SME). As parcerias são estabelecidas, porque

durante a avaliação no contexto escolar, com frequência, se constata a necessidade

de complementar a avaliação para definir o diagnóstico com competência e

responsabilidade, muitas vezes os alunos precisam ser submetidos não só a

avaliação psicológica (que complementa a avaliação acadêmica), mas também a

avaliação clínica (médico pediatra, neuropediatra, fonoaudiólogo, entre outras

áreas).

Seu atendimento dar-se-á de forma individual ou em pequenos grupos,

obedecendo a um cronograma previamente estabelecido, de duas horas aula por

dia, cujos encontros ocorrem de duas a quatro sessões semanais, de acordo com a

necessidade.

O trabalho na sala de recursos é realizado com ênfase na área do

desenvolvimento cognitivo, sócio afetivo, emocional e motor; na área do

conhecimento, da linguagem oral, da escrita, dos cálculos matemáticos

fundamentado na metodologia da ludicidade, ou seja, por meio de jogos,

brincadeiras, competições, entre outras.

METODOLOGIA

Acreditamos ser fundamental o preparo adequado para o professor que vai

utilizar as TIC´s em sua prática docente, ou seja, para facilitar a aprendizagem do

aluno ou para implementar novas tecnologias que venham a favorecer o

desenvolvimento cognitivo e ou a ampliação dos conhecimentos.

Faz-se necessário conhecer quais são as concepções que os professores têm

sobre as TIC´s, para que assim, se possa desenvolver estratégias que atendam às

necessidades educativas específicas dos alunos. Motivo esse que nos levou a

encaminhar a pesquisa por meio da pesquisa-ação, pois segundo Barbier (2002, p.

03) apud Franco (2005) que a pesquisa-ação:

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[...] tem sido utilizada, nas últimas décadas, de diferentes maneiras, a partir de diversas intencionalidades, passando a compor um vasto mosaico de abordagens teórico-metodológicas, o que nos instiga a refletir sobre sua essencialidade epistemológica, bem como sobre suas possibilidades como práxis investigativa. Parece unânime considerar que a pesquisa-ação tem suas origens nos trabalhos de Kurt Lewin, em 1946, num contexto de pós-guerra, dentro de uma abordagem de pesquisa experimental, de campo. Suas atividades com pesquisa-ação foram desenvolvidas quando trabalhava junto ao governo norte-americano. Suas pesquisas iniciais tinham por finalidade a mudança de hábitos alimentares da população e também a mudança de atitudes dos americanos frente aos grupos éticos minoritários. Pautava-se por um conjunto de valores como: a construção de relações democráticas; a participação dos sujeitos; o reconhecimento de direitos individuais, culturais e étnicos das minorias; a tolerância a opiniões divergentes; e ainda a consideração de que os sujeitos mudam mais facilmente quando impelidos por decisões grupais. Suas pesquisas caminhavam paralelamente a seus estudos sobre a dinâmica e o funcionamento dos grupos. Sua forma de trabalhar a pesquisa-ação teve grande desenvolvimento nas empresas em atividades ligadas ao desenvolvimento organizacional.

Continua o autor afirmando que se alguém opta por trabalhar com pesquisa-

ação, por certo tem a convicção de que pesquisa e ação podem e devem caminhar

juntas quando se pretende a transformação da prática. No entanto, a direção, o

sentido e a intencionalidade dessa transformação serão o eixo da caracterização da

abordagem da pesquisa-ação. Observou, em recentes trabalhos de pesquisa-ação,

no Brasil, pelo menos três conceituações diferentes: a) quando a busca de

transformação é solicitada pelo grupo de referência à equipe de pesquisadores, a

pesquisa tem sido conceituada como pesquisa-ação colaborativa, em que a função

do pesquisador será a de fazer parte e cientificizar um processo de mudança

anteriormente desencadeado pelos sujeitos do grupo; b) se essa transformação é

percebida como necessária a partir dos trabalhos iniciais do pesquisador com o

grupo, decorrente de um processo que valoriza a construção cognitiva da

experiência, sustentada por reflexão crítica coletiva, com vistas à emancipação dos

sujeitos e das condições que o coletivo considera opressivas, essa pesquisa vai

assumindo o caráter de criticidade e, então, tem se utilizado a conceituação de

pesquisa-ação crítica; c) se, ao contrário, a transformação é previamente planejada,

sem a participação dos sujeitos, e apenas o pesquisador acompanhará os efeitos e

avaliará os resultados de sua aplicação, essa pesquisa perde o qualificativo de

pesquisa-ação crítica, podendo ser denominada de pesquisa-ação estratégica.

Referendados nas afirmativas descritas, consideramos que nossa pesquisa

envolve a pesquisa-ação colaborativa, uma vez que contamos com a participação

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efetiva dos professores; também crítica, pois os envolvidos participaram opinando

seus interesses em relação não só a formação continuada como também na

elaboração de atividades envolvendo as TICs.

PESQUISA- AÇÃO

A implemetação do projeto de intervenção pedagógica aconteceu por meio

de um curso de extensão com carga horária de trinta e duas horas com encontros de

quatro horas, no período de treze de março até dezenove de junho de 2017, de

quinze em quinze dias, no horário intermédiario ou seja 17h e 40 min até 21h e

40min, nas segundas-feiras na Escola Estadual Carmela Bortot. A Escola de Ensino

Fundamental – Anos Finais, começou suas atividades em doze de agosto de 1958

na sala da casa da professora Graciolina Bortot. Seu funcionamento são nos turnos

Matutino e Vespertino, está localizada à Rua Rui Barbosa, 175 Bairro Bortot, Pato

Branco Paraná, com o total de quatrocentos e um alunos, entre os dois turnos. No

turno matutino há oito turmas, dois sextos anos, dois sétimos anos, dois oitavos

anos e dois nonos anos, no turno vespertino há seis turmas, dois sextos anos, dois

sétimos anos, um oitavo ano e um nono ano. A Escola possui Sala de Recursos

Multifuncionais Tipo I, uma em cada turno, matutino e vespertino, Sala de Apoio de

Matemática e Português, Aulas Especializadas em Treinamento Desportivo Xadrez

no Turno Matutino e Fustal no período Intermediário das dezessete horas e trinta e

cinco minutos às dezenove horas, nível sócio econômico dos alunos em sua grande

maioria classe média baixa, oitenta por cento dos alunos são do espaço urbano e os

demais residem em várias comunidades do interior do município. Essa Escola foi

escolhida para realizar a implementação, porque como professora de Educação

Especial não temos lotação de padrão, é a Escola que mais atuamos e estávamos

vinculados no período de inscrição do PDE, ainda pelo fato do laboratório de

informática funcionar para podermos realizar a prática, por conhecer a realidade dos

alunos, do ambiente escolar e a equipe de educadores da Escola, finalmente pelo

projeto ter sido aceito pelo conselho escolar, por isso pensamos que seria um

ambiente favorável para fazermos a implementação. Fizemos uso do laboratório, de

informático do Proinfo, contendo quinze máquinas mas treze funcionando,

utilizamos computadores, internet, multimideia, recursos disponíveis na escola e

particulares, como celulares. Os cursistas foram nove professores da sala de

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recursos multifuncional tipo I, e uma professora do ensino comum, faixa etária entre

trinta e sete a cinquenta anos,

Divulgamos esse curso na semana pedagógica em fevereiro de 2017 início do

ano letivo, e no grupo do whats app dos professores da educação especial, visto que

em várias escolas eles atuam, e os professores interessados entraram em contato

conosco. Para a ficha de inscrição foi criado um formulário pelo google docs, e com

o link elas realizaram as inscrições. O curso iniciou no dia treze de março de 2017.

O curso foi realizado com temáticas e atividades referentes ao uso do

computador especificamente os editores, navegação pela internet, uso das nuvens,

gimp e aplicativos para tablet e celulares, conforme previsto na produção didática.

Realizamos atividades juntos no laboratório de informática com o objetivo dos

professores realizarem com seus alunos e postarem essas atividades na wiki por

nós criada, servindo como um canal para as atividades colaborativas com objetivo

dos alunos interagirem entre eles nas produções.

A avaliação ocorreu durante todo o processo, tanto no momento presencial

quanto no momento à distância observando o que os professores postavam na wiki.

Como instrumentos avaliativos utilizamos a observação quanto ao

envolvimento de cada cursista e o comprometimento durante todas as etapas do

curso.

Ao final do curso, os participantes avaliaram por meio de um questionário a

importância de termos mais cursos práticos voltados para o uso das TIC´S.

No primeiro encontro, no dia treze de março de 2017, no período

intermediário entre 17h40 min às 21h40min, foi realizada a apresentação do projeto

de pesquisa proposto durante o PDE de Desenvolvimento Educacional, com o título:

Formação continuada para professores: proposta para o uso das tecnologias da

informação e da comunicação como meio facilitador ao processo de ensino e

aprendizagem.

Mostramos o video Tecnologia versus Metodologia, discussão do vídeo, e em

seguida realizado o primeiro questionário, a fim de fazermos levamento de como o

computador e os editores são utilizados pelos alunos durante vinte minutos. As

quatro horas do primeiro encontro, consistia de ideias, questões sendo quatro

fechadas, uma semi-aberta e uma dissertativa. Noventa por cento das colegas

colocaram que o aluno tem acesso ao computador somente na escola, e dez por

cento colocaram na escola e em casa. Quanto ao saber digitar setenta por cento

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colocaram que os alunos sabem, e trinta por cento que eles não sabem; setenta por

cento afirmaram que conhecem os editores báscios e os alunos utilizam o editor de

texto, desconhecendo o editor de planilha e editor de apresentação, trinta por cento

não conhece nada sobre editores, sessenta por cento disseram que os alunos não

sabem utilizar a internet e nem fazer pesquisa, quarenta por cento afirmaram que os

alunos sabem, em relação as redes sociais e oitenta por cento utilizam, vinte não

utilizam; sobre a principal atividade que os alunos realizam sessenta por cento jogos

e pesquisa, dez por cento não tem computador na sala de recursos funcional tipo I,

dez por cento utilizam as redes sociais, vinte por cento para digitar um texto mas

com ajuda da professora.

Após o questionário feito, cada professora recebeu uma apostila para seguir o

passo a passo durante todo o curso e para recorrer no momento da dúvida.

Trabalhamos a Internet, navegação, segurança na internet, lemos várias dicas de

segurança na rede, a importância de sempre sair das páginas em locais públicos

como a Escola. Acessamos e fizemos o cadastro dos professores na wiki e

navegamos a fim de conhecer e aprender como fazer o uploud das atividades

realizadas com os alunos nas suas respectivas Escolas. No uso do e-mail, surgiram

algumas dúvidas que juntos encontramos as respostas. Uso das nuvens, apenas

duas professoras sabiam como usar as nuvens, ativamos nos celulares o uso das

nuvens e encontramos algumas fotos e documentos que estariam perdidos, mas na

realidade estavam guardados nas nuvens. Atividade presencial criar e editar um

documento nas nuvens, drive. Nesse primeiro encontro não tivemos atividade para

realizar com os alunos.

O segundo encontro com a duração de quatro horas, no dia vinte e sete de

março, no período intermediário entre 17h40 min às 21h40min, trabalhamos com o

editor de texto: BR Office writer, exploramos todos os comandos e barras, barra de

título, barra de comandos, barra de ferramentas e barra de formatação. Como

atividade presencial elas digitaram uma receita no BR Office, salvamos e fizemos o

upload na nossa wiki, no link: http://formacaodeprofessoresrenata.pbworks.com/w/

page/112643350/FrontPage.

Para atividade presencial todos receberam um caderninho de receitas, para

escolherem uma e digitarem com o objetivo de usar os recursos aprendidos e

treinar a digitação. Para essa atividade o princípio era de os cursistas fazerem com

seus alunos a mesma digitação de uma receita culinária. Portanto o resultado

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obtido foi a identificação da dificuldade que o aluno tem de ler e escrever

corretamente as palavras e que eles não sabiam digitar e não sabiam alguns

comandos do computador como por exemplo a tecla shift para fazer a letra

maiúscula. Também com essa atividade percebemos que todos os professores

conseguiram que seus alunos fizessem as receitas, não conseguiram postar na wiki,

isso foi feito no terceiro encontro com a nossa ajuda.

No terceiro encontro, que teve a duração de quatro horas e que ocorreu no

período intermediário entre 17h40 min às 21h40min do dia dez de abril, o propósito

era o de dar a continuidade dos conteúdos sobre o editor de texto BR Office, a partir

de atividades como: a utilização da internet, com pesquisa e busca de imagens e a

correta forma de salvar, as inserções de imagem no editor de texto e como explorar

todas as funções que tem para editar essa imagem. Também ensinamos como

inserir e tabular uma tabela também no editor de texto, o recurso do frontwork, que é

similar ao wordart e geralmente os alunos gostam muito de utilizar e não conhecem

o recurso, mas quando aprendem querem escrever tudo com esse recurso, inserir e

formatar o uso do recurso desenho, explorar as formas que estão disponíveis para

utilizar em histórias em quadrinhos ou qualquer outra atividade, aprender ou rever

para algumas como paginar. Por utilizarmos o laboratório do PROINFO, muitos

professores não conheciam esse layout, alguns recursos mudam da plataforma

Windows para o Linux, mas o nosso objetivo com esse curso era oportunizar que

eles usem o que a maioria tem disponível nas escolas que é o sistema operacional

Linux.

Nesse caso a atividade à distância sugerida para os alunos consistiu em que

eles inserissem uma imagem no editor texto e encaminhassem para que outro aluno

fizesse um texto sobre a imagem. Poderia ser no formato de um poema, um guia,

dicas, um cardápio, e essa atividade tiveram por objetivo trabalhar com a

aprendizagem colaborativa, como também o de socializar na nossa wiki. Com essa

atividade ficou para os cursistas a dica de que o professor pode explorar os

diferentes gêneros textuais

O quarto encontro, com quatro horas, no período intermediário entre 17h40

min às 21h40min, no dia vinte e quatro de abril, foi sobre o Editor de Apresentação

Impress. Esse editor geralmente é utilizado em palestras ou aula para auxiliar na

explicação de um conteúdo, ele permite que sejam inseridos vídeos, imagens e sons

para demonstrar melhor o que se pretende ensinar. Mostramos os recursos, como

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inserir uma imagem do computador como plano de fundo do slide, inserir imagem,

relembramos como salvar para utilizar na TV Multimídia, e a atividade presencial era

elaborar com o editor de apresentação algumas histórias em quadrinhos, nos quais

os personagens poderiam ser salvos da internet ou com o recurso do desenho,

desenhar os personagens.

Com o resultado dessa atividade detectamos que noventa por cento dos

cursistas não usavam para fazer histórias em quadrinhos e ao propor para os

alunos, eles gostaram muito do layout da apresentação ela é diferente do editor de

texto, mais atrativa e poder criar os personagens foi o que eles mais gostaram de

fazer. Quanto à atividade à distância, propomos aos cursistas fazerem uma

apresentação, uma aula, ou uma história em quadrinhos para socializar na wiki.

Neste caso setenta por cento fizeram uma história em quadrinhos, sendo que alguns

professores ainda encontraram dificuldade em postar na wiki.

O quinto encontro teve duração de quatro horas, no período intermediário

entre 17h40 min às 21h40min do dia oito de maio de 2017, e teve como objetivo a

elaboração de um jogo interativo no editor de apresentação impress, por meio do

uso de hiperlinks, no qual é feito o jogo avançar ou recuar, depende se o jogador

acerta a resposta ou não, pois precisa ter concentração para fazer a atividade.

Nessa atividade as cursistas tiveram muita dificuldade para realizar. Os resultados

obtidos com esse encontro foram o de termos aproximado os professores do ensino

comum com os da sala de recursos multifuncionais. Com o uso do editor de

apresentação explicamos para três turmas do regular do colégio do turno da manhã

e para uma turma do turno vespertino, o uso adequado desses recursos. A

experiência foi muito gratificante, porque na sala de aula eu tinha meus alunos da

sala de recursos e como eles já sabiam utilizar o editor, porque tínhamos feito isso

na aula, eles estavam à frente da turma, desmistificando um pouco o conceito

errôneo de que quem frequenta a sala de recursos “não sabe nada”. No sétimo ano

alguns alunos perguntaram como fazia para se matricular na sala de recursos,

porque eles gostariam de aprender também como os outros colegas. Com a parceria

da professora de história, de português, geografia, elaboramos várias atividades

com os alunos utilizando o conteúdo de sala de aula, extremamente positiva essa

interação. A professora de História utilizou a elaboração ou de uma apresentação ou

do jogo como forma de avaliação o aluno podia escolher o assunto trabalhado

durante um período e elaborar a atividade. A atividade à distância consistia em

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propor aos cursistas que elaborassem um jogo sobre um tema que eles desejassem,

para ser socializado na wiki.

O sexto encontro ocorreu com duração de quatro horas, no período

intermediário entre 17h40 min às 21h40min do dia vinte e dois de maio, que teve

como atividade contemplar o editor de planilhas Calc, sendo que o uso desse

recurso era conhecido por apenas vinte por cento das cursistas. A atividade

consistia em elaborar listas, cálculos, gráficos, cruzadinha e caça palavras fizemos

todos esses modelos na planilha fica evidente que a utilização para cálculos é o que

mais utilizam. No encontro elaboramos uma cruzadinha e um caça-palavras,

postamos na wiki, e a atividade à distância consistia em elaborar junto com os

alunos uma cruzadinha, que deveria ser levada à sala de aula para os alunos da

turma, no ensino regular, resolverem. Como resultado dessa atividade em parceria

com a professora de Geografia, nosso aluno elaborou uma cruzadinha sobre

urbanização, que foi utilizada com os alunos na aula regular. A maioria dos

professores do curso não conseguiu realizar com os alunos as atividades, somente

vinte por cento. Outro resultado foi o fato de sempre publicarmos o que o aluno faz,

com o objetivo dos pais começarem a entrar na wiki para ver os trabalhos dos filhos,

e isso ocorreu, o que representou para nós algo muito positivo, pois demonstrou o

interesse dos pais nos trabalhos dos filhos.

O sétimo encontro ocorreu com duração de quatro horas, no período

intermediário entre 17h40min às 21h40min do dia cinco de junho de 2017

trabalhamos com o Gimp editor de imagem, manipular e utilizar o editor. Apenas dez

por cento dos professores conheciam esse editor de imagem que é um editor livre e

pode ser instalado em qualquer máquina. Suas possibilidades de criação, edição

são ótimas, e com elas trabalhamos e conhecemos vários filtros, recortamos imagem

e colocamos outro fundo, remoção dos olhos vermelhos, rejuvenescimento de fotos,

enfim tivemos uma ampla oportunidade com esse editor e os cursistas gostaram

muito de utilizá-lo. A atividade em sala foi a própria exploração do editor, e

trabalhamos várias situações e postamos na wiki para socializar.

Quanto a atividade à distância propomos aos cursistas modificarem uma

imagem e socializar na wiki, e os resultados com nossos alunos foram as fotografias

tiradas dos setores do Colégio, com as quais eles fizeram uma montagem com a

foto deles, a qual eles gostaram muito a partir do uso desse editor.

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O oitavo e último encontro com quatro horas, no período intermediário entre

17h40 min às 21h40min do dia dezenove de junho, socializamos o que utilizamos de

aplicativos nos tablet e celulares, como por exemplo: Quatro Fotos e Uma Palavra,

Wordy Academy, Tabu Tabuada. Passamos boa parte do encontro conhecendo

esse aplicativo com o uso dos celulares. Encerramos a implementação com a

avaliação do curso proposto, por meio de um questionário, com nove questões

fechadas de assinalar, cem por cento das cursistas consideraram importante terem

participado dessa formação continuada, das atvidades que mais gostaram de

participar destacaram o editor de texto vinte por cento, o editor de apresentação

atividade de elaboração da história em quadrinhos oitenta por cento, o editor de

apreentação atividade de elaboraçao de jogos quarenta por cento da preferência, e

vinte por cento gostaram das atividades envolvendo o editor de planilha e o editor de

imagens, neste caso específico o gimp, com trinta por cento de professores que

gostaram dessas atividades, também setenta por cento afirmaram que os alunos

gostaram de elaborar as atividades propostas, outros trinta por cento não

conseguiram realizar as atividades com os alunos. Cem por cento das cursistas

analisaram que os alunos tiveram maior interesse pela sala de recursos. Outro dado

importante é que cem por cento afirmaram que utilizar os recursos tecnológicos

ajuda na melhoria da auto estima do aluno, setenta por cento afirmaram que

precisariam de mais formações como essa, par a ficarem seguros quanto ao uso dos

recursos tecnológicos em sala de aula. Oitenta por cento afirmaram que a escola

disponibiliza o acesso aos computadores, tanto para os alunos quanto para os

professores, dez por cento disponibiliza, mas têm poucos computadores, dez por

cento somente para os professores, oitenta por cento tem computadores na sala de

recursos multifuncional tipo I e vinte por cento não tem. Enfim, cem por cento

afirmaram aprenderem mais sobre a tecnologia com a formação continuada

Com esse questionário podemos perceber a importância da formação

continuada em relação à tecnologia e ao uso de recursos básicos. No nosso caso,

enquanto professora PDE, a proposta era o de oferecer oportunidades de

aperfeiçoamento para as TIC´s, com o propósito de favorecer o aperfeiçoamento

teórico e consequentemente, a prática docente no contexto escolar.

Por meio dessa formação continuada percebemos algumas das dificuldades

dos professores em realizarem certas atividades, sendo que alguns não se sentiram

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seguros para fazerem com os alunos e realizaram mais as atividades que fazíamos

na prática, juntos no laboratório.

Outro ponto interessante que pudemos observar é que todos consideraram

uma melhora na participação do aluno na sala de recursos multifuncional tipo I,

como também pudemos constatar isso durante as aulas, pois muitos colegas dos

nossos alunos ao verem seus colegas utilizando o computador, fazendo as

atividades e mostrando na sala de aula regular, passaram também a nos abordar

solicitando se poderiam frequentar essa sala, tirando o estigma de que a sala de

recursos é para quem não sabe, não aprende.

Esse panomara nos mostra a relevância dessa pesquisa, porque a proposta

era justamente que os alunos da sala de recursos, tivessem autonomia no uso dos

recursos tencnológicos, por meio de atividades que não dependessem da internet,

onde o aluno seria o criador dessas atividades. Aliado a esse trabalho, a ideia era

também de que o professor do ensino comum utilizasse o conhecimento que esses

alunos estavam tendo. Isso aconteceu conosco num dos colégios que atuamos,

fizemos parceria com a professora de história, geografia e lingua portuguesa, quanto

ao uso do editor de apresentação em três turmas do ensino fundamental, de um total

de noventa e seis alunos apenas sete por cento conheciam o editor de

apresentação. Esses dados reafirmam a necessidade desses recursos serem de

fato utilizados pelos alunos e professores, sendo que alguns professores utilizaram

as atividades realizadas pelos alunos nas salas de recursos multifuncional tipo I para

avaliá-los. Outro ponto positivo foi que nossa colega da sala de recursos do turno

da tarde fez a implementação, o que possibilitou atingir um maior número de

professores, visto que ela compartilhava o que os alunos estavam realizando com os

professores. Durante o curso uma wiki foi construída, com as atividades dos alunos

desses professores disponível em http://formacaodeprofessoresrenata.

pbworks.com/ w/page/112643350/FrontPage.

Ousamos dizer que esse foi o início de uma grande transformação na

formação acadêmica, que aos poucos vai alcançando níveis satisfatórios, pois temos

a esperança que num futuro breve possamos colher os frutos da semente plantada,

por meio do acesso efetivo das tecnologias no ambiente escolar.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de todo o exposto, e com os objetivos de proporcionar uma formação

continuada para o professor utilizar com os alunos na sala de recursos

multifuncionais tipo I e no ensino comum, consideramos que embora o tema não

seja novo muito ainda há para fazer. Muitas das atividades propostas os próprios

professores tiveram dificuldade em realizar, por isso esse projeto não se encerra

aqui há muito para ser feito. Percebemos que algumas escolas têm os

computadores outras não, algumas no caso as escolas do campo tem maior

dificuldade com a internet, mas que a escola ainda é o ambiente que proporciona o

acesso aos alunos dos computadores e o professor deve ser aquele que media essa

inclusão dos alunos com os recursos tecnológicos.

Com a realização dessa pesquisa, da formação continuada e das oficinas

temáticas pretendíamos não só apresentar aos professores exercícios diversos, bem

como, oferecer aos professores atividades que pudessem ser utilizadas no dia a dia

escolar, a fim de construir coletivamente atividades que pudessem ser utilizadas

pelos docentes, tanto da sala de recursos multifuncional como do ensino comum. As

atividades propostas foram discutidas com o grupo de estudos, onde

compartilhamos experiências por meio de um trabalho colaborativo constante

durante a execução do projeto.

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