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FACULDADE CAPIVARI
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ANDRÉCIA DA SILVA CASCAES
FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA EM UMA PRESTADORA DE SERVIÇOS
ELÉTRICOS ATRAVÉS DO GERENCIAMENTO DE CUSTOS
CAPIVARI DE BAIXO, 2017.
ANDRÉCIA DA SILVA CASCAES
FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA EM UMA PRESTADORA DE SERVIÇOS
ELÉTRICOS ATRAVÉS DO GERENCIAMENTO DE CUSTOS
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em
Ciências Contábeis da Faculdade Capivari, requisito
parcial à obtenção do título de bacharel em Ciências
Contábeis.
Orientação de: Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo.
CAPIVARI DE BAIXO, 2017.
ANDRÉCIA DA SILVA CASCAES
FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA EM UMA PRESTADORA DE SERVIÇOS
ELÉTRICOS ATRAVÉS DO GERENCIAMENTO DE CUSTOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao curso de Graduação em Ciências Contábeis
da Faculdade Capivari, como requisito parcial
à obtenção do título de bacharel em Ciências
Contábeis aprovado com nota ____.
Capivari de Baixo, ____ de _________ de _____.
______________________________________
Prof.ª. Maria Aparecida Cardoso, Msc. CCO
Coordenador (a) do Curso
Membro Titular
______________________________________
Prof. Edilson Citadin Rabelo, Msc. CCO
Professor orientador
Membro Titular
______________________________________
Prof. ______, Esp. (SIGLA DO CURSO)
Membro Titular
Dedico este trabalho de conclusão de curso aos meus familiares e a
minha filha, que sempre estiveram ao meu lado me apoiando e me
incentivando.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus pela vida, por guiar-me nesta caminhada, dando-
me força, saúde e discernimento para enfrentar os obstáculos por maiores que fossem.
A minha mãe Noêmia e as minhas irmãs Ana Carla, Angela, Alen e Andrelize que
sempre estiveram ao meu lado encorajando-me, apoiando e incentivando a nunca desistir dos
meus objetivos. Obrigada pelo carinho, paciência e compreensão que sempre tiveram comigo,
vocês são meu alicerce.
A minha filha Nicolly Cascaes Antonio que sempre entendeu meus momentos de
ausência. Obrigada minha filha você é a razão que me encoraja a seguir em frente a cada dia.
Ao meu pai José Carlos Cascaes, (em memória), há dezessete anos foi para junto
de Deus e não pode acompanhar esta minha caminhada pessoalmente, mas tenho certeza que
olhou por mim e esteve ao meu lado em cada situação.
A minha tia Fátima, que zelou pelo bem estar da minha filha nos momentos de
minha ausência.
Ao meu orientador Edilson Rabelo, primeiramente por ter aceitado meu pedido de
orientação, por toda a paciência que teve comigo no decorrer do desenvolvimento deste
trabalho de conclusão de curso e pela tranqüilidade que o mesmo me fez sentir.
Aos demais professores deste curso por todo comprometimento e ensinamentos
que levarei comigo.
Aos colegas de sala de aula que estiveram comigo durante esses quatro anos.
“É melhor tentar e falhar, que
preocupar-se e ver a vida passar. É
melhor tentar, ainda que em vão que
sentar-se, fazendo nada até o final. Eu
prefiro na chuva caminhar, que em dias
frios em casa me esconder. Prefiro ser
feliz embora louco, que em conformidade
viver”.
(Martin Luther King)
CASCAES, Andrécia da Silva. Formação do preço de venda em uma prestadora de
serviços elétricos através do gerenciamento de custos. Capivari de Baixo, 56 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Contábeis) – Faculdade Capivari, 2017.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo estudar a formação do preço de venda em uma
empresa prestadora de serviços elétricos, localizada na cidade de Capivari de Baixo – SC. O
presente trabalho é caracterizado como estudo de caso e aborda a forma qualitativa e
quantitativa, pois constarão em seu interior todos os dados obtidos por meio de tabelas e
gráficos Utilizaram-se dessas informações para poder dar continuidade na análise do
problema e chegar a uma conclusão. A pesquisa foi feita durante três meses para efeito de
comparação, sendo estes: junho, julho e agosto de 2017. Durante o período de pesquisa
obtiveram-se os custos incorridos na prestação de serviços. Por meio da análise realizada é
possível conhecer o valor de preço de venda através do índice Mark-up. O estudo realizado
evidencia a realidade de empresas que não efetuam controle formal de seus gastos.
Palavras-chave: Custos. Preço de venda. Mark-up.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABC - ActivityBaseadCosting
CFT - Custo Fixo Total
CNPJ- Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
COFINS- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CP- Custo Produção
CSLL- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
INSS- Instituto Nacional do Seguro Social
IPTU - Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana
IRPJ- Imposto de Renda - Pessoa Jurídica
ISS- Imposto Sobre Serviços
MC- Margem de Contribuição
ME - Microempresa
MOD- Mão de obra direta
PIS - Programa de Integração Social
SC - Santa Catarina
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Estrutura externa da empresa ..................................................................................... 40
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1Levantamento de percentual dos serviços ................................................................. 46
Gráfico 2 Média dos serviços ................................................................................................... 47
Gráfico 3 Comparativo da prestação de serviço ....................................................................... 48
Gráfico 4 Média de horas ......................................................................................................... 50
Gráfico 5 Fixos X Variáveis ..................................................................................................... 52
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Levantamento de percentual dos serviços ................................................................ 48
LISTA DE TABELAS
Tabela 1Capital Social da empresa ........................................................................................... 41
Tabela 2 Tipo de serviços e modalidade de cálculo ................................................................. 43
Tabela 3 Custos Diretos (Junho/Julho/Agosto/2017) ............................................................... 44
Tabela 4 – Custos Indiretos (Junho/ Julho/ Agosto/2017) ....................................................... 45
Tabela 5– Valores dos serviços realizados pela empresa (Junho/ Julho/ Agosto/2017) .......... 47
Tabela 6- Tipo de serviços e valor/hora ................................................................................... 49
Tabela 7– Tempo de serviço realizado horas/minutos (Junho/ Julho/ Agosto/2017) ............... 50
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 15
1.1 PERGUNTA DE PESQUISA ............................................................................................ 16
1.1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................. 16
1.1.2 Objetivo Geral ................................................................................................................. 16
1.1.3 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 16
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 16
1.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ..................................................................................... 17
1.4 ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................................................... 17
2 EMBASAMENTO TEÓRICO ........................................................................................... 19
2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA CULTURAL DA CONTABILIDADE ................................. 19
2.1.1 Objetivo e função da contabilidade .............................................................................. 20
2.2 CONTABILIDADE GERENCIAL COMO UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO ........... 22
2.2.1 Contabilidade Gerencial ............................................................................................... 22
2.3 APLICABILIDADE DOS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS À CONTABILIDADE DE
CUSTOS ................................................................................................................................... 23
2.3.1 Origem da contabilidade de custos .............................................................................. 23
2.3.2 Princípios contábeis aplicados aos custos ....................................................................... 24
2.4 CUSTOS E SUA COMPOSIÇÃO ..................................................................................... 25
2.4.1 Definição, classificação e composição de custo. .......................................................... 25
2.4.2 Custos fixos ..................................................................................................................... 27
2.4.3 Custos variáveis ............................................................................................................... 27
2.4.4 Custo direto ..................................................................................................................... 27
2.4.5 Custo indireto .................................................................................................................. 28
2.4.6 Apuração, planejamento e controle de custos ................................................................. 28
2.4.7 Métodos de custos para a formação de preço de venda ................................................... 29
2.5 FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA NAS PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS .............. 32
2.5.1 Composição do preço .................................................................................................... 32
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS .................................................................................... 37
3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO ...................................................................... 37
3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................................... 39
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................. 39
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO .......................................................... 39
4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................ 42
4.2.1 Método para formação do preço de venda .................................................................. 42
4.2.2 Identificação dos custos ................................................................................................... 43
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... ...54
REFERÊNCIAS......................................................................................................................56
15
1 INTRODUÇÃO
Atualmente a sociedade vive em um processo constante de mudança e
transformação, principalmente na esfera econômica, e cabem a cada organização acompanhar
e se adaptar a essas transformações, sabendo avaliar os custos que possui para se manter ativa,
para atender seus clientes com eficiência, qualidade e preço justo, e conseqüentemente obter
retorno financeiro da venda de serviços ou produtos.
A contabilidade serve como instrumento básico para o gerenciamento de custos,
pois ela utiliza instrumentos que buscam gerar informações para explicar os fenômenos que
afetam o patrimônio das empresas, e através do gerenciamento de custos a contabilidade
contribui para o controle patrimonial.
O gerenciamento de custos auxilia o desenvolvimento, crescimento e sucesso de
qualquer organização empresarial independente do seu ramo de atividade, principalmente para
um planejamento e a formação de preço de venda de um determinado produto ou serviço.
Com a grande concorrência vista atualmente no ramo empresarial, as grandes e
pequenas empresas precisam estipular e desenvolver meios necessários para o controle das
despesas e os custos que possuem para a comercialização de seus produtos e serviços.
A formação do preço de venda de um serviço ou produto deve ser formulada
criteriosamente pelas empresas para o alcance de um resultado positivo e não negativo, pois o
que muito acontece hoje no ramo empresarial devido a grande competitividade, é o foco em
grandes resultados sem a percepção de preço justo ou se o mesmo está coerente com todas as
despesas e gastos que se obteve para chegar aos resultados.
Muitas empresas se esquecem de formular os preços baseados em seus custos, o
que por vezes acarreta na desvalorização do produto ou serviço prestado, e consequentemente
traz prejuízos para a empresa, o preço ofertado deve ser sempre justo para o comprador e
adequado para a sobrevivência da empresa, não se deve vender um serviço ou produto se o
preço não puder cobrir os custos (LEÃO, 2008).
A finalidade deste trabalho é estudar a formação de preço de venda através do
gerenciamento de custos no ramo de prestação de serviços elétricos da empresa Autronics
Automação Industrial, bem como identificar possíveis falhas na formação de preço, buscando
solucioná-las, tendo em vista que a formação de preço de venda é uma das características do
sucesso ou insucesso de uma empresa.
16
1.1 PERGUNTA DE PESQUISA
Estabelecer uma política correta de formação de preços nos serviços de
instalações elétricas pode melhorar os resultados relacionados a um retorno financeiro
adequado. E é em busca deste resultado que é desenvolvido o tema: formação do preço de
venda em uma prestadora de serviços elétricos através do gerenciamento de custos. Nesse
contexto, a pergunta dessa pesquisa é: como formar o preço de venda em uma prestadora de
serviços elétricos através do gerenciamento de custos.
1.1.1 OBJETIVOS
Essa seção trata dos objetivos que levaram ao estudo dessa pesquisa, sendo eles
objetivo geral e específico.
1.1.2 Objetivo Geral
Para responder à pergunta de pesquisa o objetivo geral é apresentar uma proposta
para a formação do preço de venda em uma prestadora de serviços elétricos através do
gerenciamento de custos da empresa Autronics Automação Industrial.
1.1.3 Objetivos Específicos
Para tanto, tem-se como objetivos específicos:
I Levantar informações sobre as atividades desempenhadas na empresa;
II Identificar os elementos de custos que envolvem as atividades desempenhadas
pela empresa;
III Apresentar uma proposta de formação de preços de venda a partir do custo dos
serviços.
1.2 JUSTIFICATIVA
Cada vez mais se faz necessário as empresas adotarem métodos, políticas e
estratégias para a obtenção de seu sucesso, o mercado competitivo tem gerado cada vez mais
17
essa necessidade, a formação de preço de venda deve estar ligada às reais necessidades da
empresa como também as necessidades do público consumidor.
O bom gerenciamento de custos e uma boa política para a formação de preço de
venda garantem a empresa um bom resultado, é necessário que o gestor saiba quais as
melhores adequações a fazer para que seu serviço ou produto seja ofertado aos consumidores
com qualidade e preço justo, alcançando desta forma seu objetivo de venda.
A pequena, média e a grande empresa necessitam cada vez mais do controle e
análise de custos. A análise foi colocada de propósito, pois não basta controle sem a
respectiva análise, a fim de se concluir e avaliar o desempenho como subsídio para novas
decisões (SANTOS, 2009).
Estudar e analisar as melhores medidas para a formação de preço de venda através
do gerenciamento de custos ajuda ao acadêmico a se tornar um profissional capacitado para
tomar decisões precisas e estratégicas para alcançar o objetivo de poder ofertar seu produto ou
serviço com boa qualidade e preço adequado e justo à sociedade.
1.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
Essa seção trata da estrutura do trabalho de conclusão de curso e compreende-se
da seguinte forma, introdução, objetivos da pesquisa, justificativa, capítulos e subcapítulos.
1.4 ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa está organizada em cinco capítulos, sendo que o primeiro capítulo
discorre sobre aspectos introdutórios relevantes a este estudo de caso, considerando a
pergunta de pesquisa, o objetivo geral e objetivos específicos que levaram ao estudo deste
trabalho, bem como a justificativa que delimita este estudo.
Em seguida tem-se o embasamento teórico, que discorre sobre a evolução
histórica cultural da contabilidade, seu desenvolvimento econômico e cultural, trazidos pela
sua expansão comercial, e a evolução da mesma no Brasil, abordando também o objetivo e
função da contabilidade.
Nesse mesmo capítulo têm-se ainda a contabilidade gerencial como um sistema de
informação, bem como a aplicabilidade dos princípios contábeis na contabilidade de custos,
abordando a origem da contabilidade de custos, a definição e composição de custos, definindo
18
custo como sendo a parcela fundamental para a formação do preço de venda, classificando
ainda os custos, segue como subcapítulo a apuração, planejamento e controle dos custos bem
como os métodos de custos para a formação do preço de venda.
Em seqüência tem-se a formação do preço de vendas nas prestações de serviços,
sendo o preço visto como aquele que cobre os custos de produção ou comercialização do
produto ou serviço, tendo como subcapítulo a formação de preço e a composição do preço.
No terceiro capítulo tem-se a metodologia da pesquisa, que apresenta os
procedimentos que foram realizados para a elaboração desse estudo, tanto para a pesquisa
como para obtenção dos resultados.
O quarto capítulo demonstra o resultado da pesquisa bem como o relatório de
estágio, subdividido pela caracterização e histórico da empresa a qual foi objeto desse estudo,
sendo apresentada a Autronics Automação Industrial, e apresentação da análise e resultados
alcançados. Ainda, nesta seção também será respondida à pergunta norteadora do trabalho:
quais os principais métodos utilizados na formação do preço de venda em uma prestadora de
serviços elétricos através do gerenciamento de custos.
No último capítulo, serão expostas as considerações finais, que apresenta o
resultado desse estudo, respondendo ao objetivo geral e objetivos específicos, por fim as
referências bibliográficas utilizadas nesse estudo.
19
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
Essa seção trata do referencial teórico dessa pesquisa abordando a evolução
histórica cultural da contabilidade, a aplicabilidade dos princípios contábeis à contabilidade
de custos, a contabilidade de custos e seu gerenciamento e a formação de preço de venda nas
prestações de serviços.
2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA CULTURAL DA CONTABILIDADE
Para Iudícibus (2010) é possível identificar que os primeiros exemplos completos
de contabilização surgiram no terceiro milênio antes de Cristo, na civilização Suméria e da
Babilônia, que hoje nada mais é que o Iraque, no Egito e na China, sendo ainda provável que
algumas formas mais rudimentares de contagem de bens tenham sido realizadas bem antes de
Cristo.
O autor afirma ainda que foi a partir do século XII até o início do século XVII,
que na Europa, e mais particularmente na Itália que se explodiu o desenvolvimento
econômico e cultural trazido pela grande expansão comercial, e com isso trazendo o
desenvolvimento da contabilidade, a Itália expandiu para todo o mundo sua descoberta de
como registrar as variações ocorridas no patrimônio (IUDÍCIBUS, 2010).
Através de pesquisas feitas por outros países, principalmente pelos Estados
Unidos, é que se observou que a contabilidade era capaz de agregar todas as informações e
variações econômicas de um determinado período, tendo desta forma um papel mais relevante
na gestão de empresas, e servindo como base para as tomadas de decisões (IUDÍCIBUS,
2010).
Ainda de acordo com Iudícibus (2010) a contabilidade teve uma evolução lenta,
sendo os primeiros sinais evidenciados quando do homem primitivo passou a contar o número
de instrumentos de caça e pesca a contagem de seus rebanhos, ao contar suas ânforas de
bebidas, sendo uma característica similar aos dias de hoje.
O homem ainda se preocupa na contagem de suas propriedades, e o
aperfeiçoamento no instrumento de avaliação da situação patrimonial a medida que as
atividades vão se desenvolvendo, é uma constante característica da contabilidade que o ser
humano possui (IUDÍCIBUS, 2010).
20
Devido ao homem ser responsável da modificação do patrimônio, a contabilidade
é classificado como uma ciência social aplicada, e que utiliza como ferramentas, métodos e
técnicas quantitativas e qualitativas para atingir os seus principais objetivos (SANTOS;
VEIGA, 2014).
Para Martins (2010) a contabilidade foi desenvolvida na era mercantilista, e servia
de estrutura para as empresas comerciais, como base para apuração do resultado de cada
período, bem como para o levantamento do balanço patrimonial, computando estoques
iniciais, venda de produtos e estoques finais.
Ainda de acordo com o autor Martins (2010) o desenvolvimento da contabilidade
esteve sempre ligado as transformações ocorridas no aspecto econômico e nas transformações
sociopolíticas e socioculturais, caracterizando a evolução do modo de avaliação patrimonial,
devido a complexidade das atividades econômicas.
De acordo com Iudícibus (2010) no Brasil a contabilidade evoluiu sob a forte
influência da escola italiana, pelas paixões em torno das escolas reditualista, patrimonialista,
contista e materialista, que foram tão acesas aqui quanto na Itália, e que provavelmente a
primeira escola especializada no ensino da contabilidade no Brasil foi a Escola de Comércio
Álvares Penteado, criada em 1902.
Mesmo alguns autores afirmando que a Escola Politécnica de São Paulo tenha
sido pioneirismo nesse ensino por possuir a disciplina de escrituração mercantil. Ainda para
Iudícibus (2010), D’ Auria, professor de grande nome, teve o mérito de ser o brasileiro dos
autores famosos da época, no sentido de que conseguiu formar o que se poderia chamar de
embrião de uma autêntica escola brasileira.
2.1.1 Objetivo e função da contabilidade
A contabilidade reflete um dos aspectos mais dominantes do homem, ou seja, de
colocar ordem nos lugares em que reina o caos, toma o pulso do empreendimento e compara
uma situação inicial com outra mais avançada no tempo, de certa maneira o homem contador
coloca ordem, classifica, agrega e inventaria o que o homem produtor produz, dando
condições para este aprimorar cada vez mais a quantidade e qualidade da sua produção
(MARTINS, 2010).
21
Para Cardoso (2002) a contabilidade é a ciência que tem por objetivo estudar e
analisar as variações quantitativas e qualitativas ocorridas no patrimônio das entidades, ou
seja, a variação de bens, direitos e obrigações variáveis em um determinado período, ela
implica na análise a partir de diferentes setores, desta forma todas as variações ocorridas nas
entidades são registradas pela contabilidade.
Ainda de acordo com o autor a contabilidade resume os fatos ocorridos através de
relatórios, a fim de controlar, avaliar e mensurar a riqueza patrimonial da entidade
empresarial, sendo também objetivos da contabilidade registrar, informar, planejar e dar
orientação à tomada de decisões (CARDOSO, 2002).
Segundo Marion (2009) a contabilidade é a linguagem dos negócios. Mede
resultados das empresas, avalia o desempenho dos negócios, dando diretrizes para tomadas de
decisões, é dela que são extraídas as informações para a sobrevivência da empresa, a
utilização da Contabilidade é indispensável para uma empresa, tanto para uma de pequeno
porte quanto para outra de grande porte.
Para Iudícibus (2010) o objetivo da contabilidade pode ser resumido em fornecer
informações econômicas para os vários usuários, de forma que propiciem decisões racionais,
a fim de formar um arquivo base de informação contábil capaz de fornecer saídas,
periodicamente e que as mesmas sejam de utilidades para o alcance de metas de maior
número de usuários possível.
Nesse contexto a contabilidade busca demonstrar a situação financeira real da
entidade, através da mensuração e do acompanhamento de suas despesas e receitas, fatores
geradores de lucro ou prejuízo para a empresa, e que conseqüentemente gera variações em seu
patrimônio (MARION, 2009).
Para Franco (1996) a função da contabilidade nada mais é que registrar,
classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das
entidades, a fim de fornecer informações, interpretações e orientação sobre a composição e as
variações do patrimônio, para chegar a tomada de decisão por partes dos administradores
desse patrimônio.
Ainda de acordo com Franco (1996) a contabilidade alcança sua finalidade através
do registro, da classificação, da demonstração, da auditoria, da análise e interpretação de
todos os fatos que de alguma forma estão relacionados às movimentações e variações
22
quantitativas do patrimônio, assegurando um controle do patrimônio, além de informar o
estado patrimonial da entidade.
Seguindo ainda o mesmo pensamento Franco (1996) afirma que a contabilidade
desempenha em qualquer organismo econômico, o mesmo papel que a história na vida da
humanidade, pois sem ela não é possível conhecer o passado nem o presente na vida
econômica da entidade, sendo também impossível de fazer previsões para elaborar planos e
orientações administrativas para o futuro.
2.2 CONTABILIDADE GERENCIAL COMO UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO
Nessa seção será abordada a contabilidade gerencial como um sistema de
informação, visto que a mesma é utilizada como ferramenta da contabilidade nas empresas de
qualquer ramo de atividade.
2.2.1 Contabilidade Gerencial
As empresas estão em constantes mudanças, e cada vez mais, necessitam de
controles precisos e de informações oportunas sobre seu negócio para adequar suas operações
às novas situações de mercado, com isso a contabilidade gerencial tem sido utilizada como
um sistema de informações que geram relatórios e registram as informações das organizações
(CREPALDI, 2011).
Um dos primeiros passos para a contabilidade gerencial é que essa esteja
atualizada, conciliada e mantida com respeito às técnicas contábeis. Para Crepaldi (2011) as
empresas de pequeno porte normalmente são administradas pelos próprios sócios, que têm
formação técnica ligada ao seu negócio, porém sem a administração das finanças, economia e
marketing, pode acabar levando o negócio à falência.
Ainda de acordo com o autor a existência de controles financeiros dentro das
organizações visa diminuir os custos tributáveis envolvidos na operação de um negócio, pois
sem o conhecimento do mercado, da concorrência, da formação de preço, do controle de
gastos, do equilíbrio, do planejamento, os empresários acabam tomando decisões
incompatíveis com os objetivos das empresas (CREPALDI, 2011).
Santos e Veiga (2014) entendem que os gestores e administradores devem
conhecer e auxiliar o desenvolvimento do sistema de informações contábeis da empresa, pois
23
ainda que eles não possam fornecer as informações (alimentar o sistema), devem ter acesso
aos dados básicos para a tomada de decisão, diante de dados compreensíveis, relevantes,
confiáveis e compráveis.
Para Souza, Lisboa e Rocha (2003) a contabilidade gerencial tem sido
reconhecida como um instrumento alimentador das informações utilizadas pelos gestores
empresariais, visto que a maior complexidade do ambiente empresarial traz maiores
necessidades e exigências quanto ao gerenciamento, particularmente nos procedimentos e
planejamento, execução e controle operacional.
De acordo com Iudícibus (2010) a contabilidade gerencial para ser utilizada como
instrumento no processo de tomada de decisões, necessita da integração com a contabilidade
de custos, e por sua vez, com todos os procedimentos contábeis financeiros ligados ao
orçamento empresarial.
O processo de geração de informações gerenciais precisa estar apto a atender as
demandas informacionais que viabilizem, para a empresa, a manutenção da competitividade
no novo ambiente, de forma que contribua cada vez mais para o alcance da eficácia na
condução dos negócios (SOUZA; LISBOA; ROCHA 2003).
2.3 APLICABILIDADE DOS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS À CONTABILIDADE DE
CUSTOS
Nessa seção será abordada a origem da contabilidade de custos, como também a
aplicabilidade dos princípios contábeis aplicados na contabilidade de custos, uma vez que a
aplicação dos mesmos favorece a empresa na normalização da prática da contabilidade.
2.3.1 Origem da contabilidade de custos
Segundo Martins (2010) a contabilidade de custos nasceu da contabilidade
financeira, com o intuito de avaliar estoques na indústria, e que os princípios contábeis
derivam dessa finalidade, representando a normalização da prática contábil de toda e qualquer
organização.
A contabilidade de custos teve origem da necessidade de maiores e mais precisas
informações, que permitissem uma tomada de decisão correta, sendo definida como o
24
processo ordenado de usar os princípios da contabilidade geral para registrar os custos de
operações de um negócio (BRUNI; FAMÁ, 2004).
Para Silva (2008) a contabilidade de custo surgiu da necessidade de atender todos
os anseios de informação de administração, interessadas no controle dos custos e suas
atividades, bem como da busca pela lucratividade, ainda segundo o autor a contabilidade de
custos é atualmente um dos principais ramos da contabilidade, e que merece maior atenção
por parte dos contadores.
2.3.2 Princípios contábeis aplicados aos custos
Os princípios contábeis constituem as normas gerais delimitadoras da ciência
contábil, são fundamentais para que cada entidade possa mensurar corretamente sua riqueza
patrimonial, os princípios representam o núcleo da própria contabilidade, constituem sempre
as vigas-mestras de uma ciência, pois traz seguridade a informação contábil, estabelecendo
formas de conduta contábil que visam a ética e transparência da gestão patrimonial
(IUDÍCIBUS,2010).
Ainda de acordo com Iudícibus (2010) os princípios existem para fundamentar e
justificar as ações, sendo presentes na formulação das normas brasileiras da contabilidade,
vistos como os verdadeiros pilares do sistema de normas que estabelecem, registra e relata a
demonstração e análise das variações patrimoniais, e representam a essência das doutrinas e
teorias relativas a ciência da contabilidade.
Para Martins (2010) alguns princípios contábeis são aplicados a contabilidade de
custos, como o princípio da realização da receita, que reconhece o lucro ou prejuízo da
entidade, princípio da competência ou da confrontação entre despesas e receitas, princípio do
custo histórico como base de valor, e ainda princípio da atualização monetária.
Seguindo ainda o pensamento de Martins (2003) o princípio da realização da
receita significa o reconhecimento contábil do resultado lucro ou prejuízo que ocorre apenas
quando da realização da receita, ocorrendo desta forma da transferência de um bem ou serviço
para terceiros. Sendo a confrontação de despesas e receitas a dedução de todos os valores
representativos dos esforços para a sua consecução.
Iudícibus (2010) também destaca o princípio da realização da receita e da
confrontação da despesa, considerando como ponto usual do reconhecimento da receita o
25
ponto em que os produtos ou serviços são transferidos ao cliente, sendo muitas vezes
considerado como o ponto de vendas.
A contabilidade assim o faz, porque o ponto em que ocorre a transferência é
usualmente aquele em que a maior parte do esforço em obter a receita já foi desenvolvida,
sendo ainda o ponto ideal para estabelecer um valor objetivo de mercado para a transação
(IUDÍCIBUS, 2010).
Bruni e Famá (2004) entendem também que há alguns princípios contábeis que
devem ser considerados e aplicados aos custos, o princípio da realização, o princípio da
uniformidade e o princípio da prudência, entendem ainda os autores que se os princípios por
um lado facilitam e padronizam a prática contábil, por outro dificultam a gestão com base nos
números extraídos da contabilidade.
2.4 CUSTOS E SUA COMPOSIÇÃO
Nessa seção serão abordadas a definição e composição de custo, bem como a
apuração, planejamento e controle de custos, além dos métodos de custos para a formação do
preço de venda.
2.4.1 Definição, classificação e composição de custo.
Custo é um gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros
bens ou serviços, pode ser considerado como uma espécie de despesa, pois advém das
despesas necessárias para a produção dos produtos de determinada empresa (MARTINS,
2010).
Ainda de acordo com Martins (2010) custo significa também preço original da
aquisição de qualquer bem ou serviço, sendo possível caracterizar como custo de uma obra,
custo de automóvel adquirido, custo de uma consulta, dente outras formas de caracterizar
custos.
Pode se conceituar custo como sendo o consumo de ativos necessários para a
produção do produto ou para a colocação da mercadoria à disposição dos clientes no
estabelecimento comercial, de forma que a empresa alcance os seus fins específicos,
expressos em termos monetários, ou para a prestação de serviços aos clientes (NUNES et al.
2006).
26
De acordo com Leão (2008) o custo é a parcela fundamental da formação do
preço, composto pelos insumos empregados na obtenção do serviço ou na fabricação do
produto. Conforme o tipo de serviço ou produto, determinado insumo terá um peso maior que
o outro, é sete os insumos que formam a composição: mão-de-obra; veículos; equipamentos;
ferramentas; materiais, outros e administração.
Segundo Bruni (2008) os custos representam a transição de um investimento que
tem como destino final o valor de estoques, a conversão também de matéria em produto em
elaboração e a conversão dos produtos em elaboração em produtos acabados que nesse fim
representam os custos.
Silva (2008) concorda, entretanto com Martins quando afirma que os custos são
recursos aplicados nas transformações dos ativos, que são representados por gastos relativos à
utilização de bens e serviços aplicados na produção de outros bens e serviços.
De acordo com Franco (1996) os custos nas empresas prestadoras de serviços para
existir ou funcionar, são decorrentes de gastos como: ordenados de empregados, aluguéis,
impostos, seguros, comissões, publicidade, fretes, juros e demais despesas existentes.
Martins (2010) entende ainda que quando se fala em contabilidade de custos se
refere apenas a bens ou serviços utilizados para a produção de outros tipos de bens e serviços,
pois acredita que custo se refere a sacrifício na produção, sendo os custos de produção os
gastos incorridos no processo de obtenção de bens e serviços destinados à venda, não
incluindo as despesas financeiras, as administrativas e de vendas.
A contabilização dos custos pode partir de um extremo de simplificação, como a
contabilidade financeira, que separa custos de despesas e registrando diretamente a passagem
dos custos aos produtos, na prática quanto mais simples for o sistema de contabilização
melhor será (MARTINS, 2010).
De acordo com Martins (2010) o esquema básico da contabilidade de custos
consiste na separação de custos e despesas, na apropriação dos custos diretos aos produtos, na
apropriação mediante rateio dos custos indiretos aos produtos, podendo os rateios ter critérios
diferentes uns aos outros.
Para Martins (2003) os custos podem ser classificados em custos fixos e variáveis,
ou custos diretos e indiretos ao mesmo tempo, sendo desta forma a matéria prima um custo
direto e variável ao mesmo tempo, os materiais de consumo em seriam normalmente
27
classificados como custos indiretos e variáveis, os seguros de fábricas classificados como
custos indiretos e fixos, dentre outras classificações.
2.4.2 Custos fixos
Para Bruni e Famá (2004) os custos fixos são os custos que em determinado
período de tempo e em certa capacidade instalada, não variam qualquer que seja o volume de
atividade da empresa, e existem mesmo que não haja uma produção, pois podem ser
agrupados em custo por capacidade e custos relativo às instalações da empresa.
Os custos fixos são aqueles cujos valores são os mesmos, a qualquer que seja seu
volume de produção da empresa, dentro de um intervalo relevante, ou seja, eles não
representam nenhuma variação em função do nível de produção existente e normalmente os
custos fixos são atribuídos aos produtos elaborados por meio de cálculos (DUBOIS et al.
2006).
2.4.3 Custos variáveis
São os custos em que seu valor total altera-se diretamente em função das
atividades da empresa, e quanto maior a produção da empresa, maiores serão os custos
variáveis, exemplo desses custos podem ser o gasto com matéria prima, quanto maior a
produção maior será o gasto dessa matéria (BRUNI; FAMÁ, 2004).
Os custos variáveis são aqueles cujos valores alteram em função do volume
produzido, e sempre apresentarão algum grau de variação em função das quantidades
produzidas, na medida em que as quantidades forem aumentando, os custos varáveis também
irão crescendo (DUBOIS et al. 2006).
2.4.4 Custo direto
De acordo com Silva (2008) custo direto é aquele diretamente identificado e
associado ao produto, não necessita desta maneira de nenhum critério para rateio para essa
associação, o autor cita como exemplos: matéria prima, embalagem e mão de obra direta.
Martins (2010) também concorda com Silva , quando fala que os custos diretos
podem ser apropriados diretamente aos produtos, bastando apenas haver uma medida de
28
consumo, ou seja, entende que quilogramas de materiais consumidos, embalagens utilizadas,
horas de mão de obra e até quantidade de força consumida caracterizam os custos diretos.
Para Bruni e Famá (2004), os custos diretos são aqueles diretamente incluídos no
cálculo de produtos, e consistem nos materiais diretos usados na fabricação do produto e mão
de obra direta, apresentando a característica de serem perfeitamente mensuráveis de maneira
objetiva.
2.4.5 Custo indireto
Para Martins (2010) os custos indiretos são classificados quanto à condição de
uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação feita de maneira estimada ou arbitrária,
e cita como exemplo: o aluguel, a supervisão e as chefias como custos indiretos.
Ainda o autor afirma que entre os custos indiretos podem existir os menos
indiretos, ou seja, ele classifica como sendo quase direto, para ele, materiais de consumo
poderiam se classificar como sendo esses custos um pouco menos indiretos (MARTINS,
2010).
Silva (2008) pôr sua vez entende que o custo indireto é aquele que possui
associação direta ao produto não possível, e que este necessita de critério de rateio para a sua
alocação. O autor cita ainda como exemplo: a depreciação, mão de obra indireta, seguros e
aluguel.
Segundo Bruni e Famá (2004) os custos indiretos necessitam de aproximação, ou
seja, de algum critério de rateio para serem atribuídos aos produtos, como os seguros e
aluguéis da fábrica, supervisão de diversas linhas de produção, e que assim nesses casos
poderiam ser classificados como custos indiretos.
2.4.6 Apuração, planejamento e controle de custos
Devido ao crescimento das empresas, e com o aumento da distância entre
administrador e ativos e pessoas administradas, a contabilidade de custos passou a ser
encarada como uma eficiente forma de auxílio no desempenho dessa nova forma gerencial, e
nesse novo campo a contabilidade assume duas funções importantes como o auxílio no
controle e na ajuda das tomadas de decisões (MARTINS, 2010).
29
Planejamento e controle existem em todas as áreas funcionais de uma
organização, controle consiste em assegurar que os objetivos, as metas e os padrões da
empresa sejam atingidos, sendo que os planos de longo prazo proporcionam uma visão
financeira e numérica em relação à qual as estratégias possam afetar os resultados da
organização (FREZATTI, 2009).
Freazatti (2009) entende ainda que planejar é quase uma necessidade intrínseca,
como o é alimentar-se para o ser humano. Não se alimentar significa enfraquecimento e o
mesmo ocorre com a organização, à falta de planejamento e controle pode acarretar
enfraquecimento, ou gerar até custos elevados e desnecessários.
Com relação ao controle, seu papel é fornecer dados, orçamentos e outras formas
de previsão, sendo que a tomada de decisões possui o papel da contabilidade de custos que
alimenta os valores relevantes que dizem respeito as conseqüências de curto e longo prazo,
tendo forte influência sobre as medidas com relação a cortes de produtos, opção de compra e
fixação para o preço de venda (MARTINS, 2003).
2.4.7 Métodos de custos para a formação de preço de venda
Com o significativo aumento de competitividade que vem ocorrendo na maioria
dos mercados, sejam industriais, comerciais ou de serviços, os custos tornam-se altamente
relevantes quando da tomada de decisões em uma empresa, o conhecimento dos custos é
essencial para saber se, dado o preço, o produto é rentável ou se não é rentável, e se pode ou
não reduzir os custos do mesmo (MARTINS, 2000).
De acordo com Silva (2008) os sistemas de custeamento surgiram da decorrência
do aumento do tamanho e complexidade das organizações, tendo a necessidade de integração
e coordenação das operações das empresas, devido também à necessidade de estabelecer
preços, que talvez possa ser o mais importante fator do desenvolvimento desses métodos.
Ainda para Silva (2008) os métodos de custeio atribuem de alguma forma os
gastos apresentados pela organização para cada um dos bens ou serviços produzidos, e os
mais relevantes métodos atualmente é o custeio por absorção, custeio variável, e custeio ABC.
2.4.7.1 Custeio por absorção
30
Custeio por absorção nada mais é que um método de custeio que consiste na
alocação de todos os custos diretos ou indiretos em cada fase de produção. Neste método,
todos os gastos que participam da elaboração dos produtos fabricados deverão ser absorvidos
por ele, pois com base no custo total, é possível a formação de preço de venda, sendo o custo
base de referência para atuação no mercado (DUBOIS et al. 2006).
De acordo com Martins (2000) o custeio por absorção deve consistir na
apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e apenas os de produção, e
quanto aos gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos
feitos.
Para Silva (2008) o custeio por absorção elenca a classificação dos custos em
diretos e indiretos, de acordo com as apropriações feitas aos produtos, considerando desta
forma que todos os custos de produção são alocados aos produtos e que não há consideração
dos gastos ocorridos fora da produção.
Para Cogan (1999) o método de custeio por absorção é considerado como o
método que reconhece o relacionamento casual direcionadores de custos para custear as
atividades através da mensuração do custo e do desempenho do processo relativo às
atividades e aos objetos de custos.
2.4.7.2 Custeio variável
O método de custeio variável pode ser definido como aquele no qual os custos
fixos são alocados aos resultados como se fossem despesas, sendo a grande vantagem de esse
método subtrair do preço de venda os custos e despesas variáveis, com base na utilização do
conceito de margem de contribuição, mesmo se o custeio variável ferir os princípios contábeis
e não sendo aceito para fins fiscais (DUBOIS et al. 2006).
Para Leone (1997) o critério do custeio variável fundamenta-se na idéia de que os
custos e as despesas devem ser debitados aos produtos em processamento e acabados, sendo
apenas aqueles diretamente identificados com a atividade produtiva e que sejam variáveis em
relação a uma medida dessa atividade.
Ainda para Leone (1997) do custeio variável extrai-se a margem de contribuição,
que é a diferença entre o preço de venda e o custo do produto e essa margem é utilizada para
31
responder a vários questionamentos dento do processo decisório de determinado produto ou
serviço.
2.4.7.3 Custeio baseado pelas atividades – ABC
A forma de custear todas as despesas que impactam nos produtos e nos serviços,
para Cogan (1999), é o método de custeio por absorção, método pelo qual os custos são
acumulados por função ou departamento, e posteriormente rateado, sendo o custeio baseado
pelas atividades- ABC.
O método de custeio ABC, tem como foco os recursos e as atividades como
geradores de custos, atribuindo-os as atividades, baseando-se no uso dos recursos, que são
ligados aos objetos, tais como produtos ou serviços, baseado no uso das atividades, o ABC
não mede o gasto e sim o consumo (COGAN, 1999).
Para Cogan (1999) o método por ABC permite melhoria nas decisões gerenciais,
pois deixa de ter produtos subcusteados ou supercusteados, permitindo-se a transparência
exigida na tomada de decisão empresarial, que busca aperfeiçoar a rentabilidade do negócio.
De acordo com Martins (2003) o custeio baseado em atividades é uma
metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo
rateio arbitrário dos custos indiretos, a idéia básica é atribuir primeiramente os custos às
atividades e posteriormente atribuir custos das atividades aos produtos.
Ainda Martins (2003) para atribuir custos as atividades e aos produtos são
utilizados direcionadores, que se distingue em direcionador de custos de recursos e
direcionadores de custos de atividades, o primeiro identifica a maneira como as atividades
consomem recursos e serve para custear as atividades, já o segundo identifica a maneira como
os produtos consomem atividades e serve para custear produtos. O fluxograma abaixo
apresenta a metodologia do custeio baseado em atividades.
32
FLUXOGRAMA 01 – Custeio baseado em atividades
Objeto do custeio:
Custos e despesas indiretas
Direcionadores de custos
Alocação (1º estágio)
Atividades
Alocação Direcionadores de custos
(2º estágio)
Fonte: Adaptado de LEONE, George Sebastião Guerra. Curso de Contabilidade de Custos.
São Paulo: Atlas, 1997.
De acordo com Cogan (1999) o sistema ABC se aplica perfeitamente aos setores
de serviços, pois a competitividade também exige que essas empresas conheçam seus custos
com boa precisão, mesmo porque, como essas empresas não possuem de forma geral
materiais diretos, a incidência de suas despesas indiretas é ainda mais predominante.
2.5 FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA NAS PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS
Nessa seção será abordada a composição de preço, visto que o mesmo reflete no
resultado na eficiência da empresa. Nessa seção ainda será abordado o método Mark-up e a
formação do preço de venda.
2.5.1 Composição do preço
Em qualquer procedimento de industrialização ou serviço, os preços são os
recursos contábeis que indicam e ajudam a controlar a eficiência dos bens e serviços
fabricados, sendo assim, os preços irão refletir um determinado resultado da própria eficiência
Produtos e serviços
33
de produção das empresas, o preço é a expressão quantitativa do valor de um bem ou serviço
(DUBOIS et al. 2006).
O preço de acordo com Bruni (2008) apresenta quatro componentes sendo eles: os
custos, as despesas, os impostos e o lucro. Para o autor os custos correspondem aos gastos
produtivos ou incorporados no produto, as despesas correspondem aos gastos não
incorporados ao estoque dos produtos.
As despesas acabam representando desta maneira gastos comerciais ou de vendas,
administrativos ou financeiros. Considera ainda Bruni (2008) que os impostos são os tributos
incidentes sobre os preços e por fim o lucro nada mais que remuneração representativa do
empresário.
A influência dos custos nos resultados da formação do preço de venda depende da
relação com o produto vendido ou serviço prestado, as despesas são confrontadas diretamente
com o resultado do período, sendo atribuídas aos produtos como forma de analisar o gasto e a
lucratividade de um produto ou serviço (BRUNI; FAMÁ, 2004).
Ainda de acordo com Bruni e Famá (2004) os lucros são genericamente expressos
por meio de margens de lucro, já os impostos não são incorporados nos custos contábeis dos
produtos e serviços, pois apresentam registros diferenciados, mas devem ser de alguma forma
analisados e contemplados com cuidado na formação de preço de venda.
Cogan (1999) compreende que os preços são historicamente formados
adicionando-se o lucro aos custos, e que o preço é também determinado pelo mercado
competitivo, que caminha desta maneira para uma competição perfeita, sendo o preço
estabelecido justo.
Para obter uma resposta mais exata do preço de venda, é essencial saber o valor
que deverá ser atribuído às despesas, impostos e também à margem de lucro desejada, assim o
preço de venda contemplará os seguintes elementos na sua equação final baseados nos
critérios contábeis: custo de produção vendida, tributos, despesas e a margem de lucro, o
Mark-up é um método que pode ser utilizado a fim de reduzir o julgamento utilizado pelas
empresas (DUBOIS et al. 2006).
2.5.1.1 Mark-Up
O preço a ser praticado precisa gerar certa margem de lucro para a empresa,
também chamada de Mark-up, pode ser calculada sobre o preço de venda ou sobre o custo
34
unitário de produção. O Mark-up é um método utilizado para calcular o preço de venda, tendo
como base o custo. Dada a sua fácil implantação, este método se tornou um dos mais
utilizados no mundo dos negócios e hoje é uma das práticas mais comuns nas formações de
preços (BRAGA, 2008).
Ainda de acordo com o autor o Mark-up funciona como um incremento
adicionado ao custo, visando um preço que proporcione o pagamento do custo do produto,
todos os outros custos variáveis e o lucro desejado (BRAGA, 2008).
Para Santos (2005) o Mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou
serviço para a formação do preço, tem por finalidade cobrir as seguintes contas: impostos
sobre vendas, taxas variáveis sobre vendas, despesas administrativas fixas, despesas de
vendas fixas, custos indiretos de produção fixos e lucro.
Entre os principais fatores que podem influenciar o valor do Mark-up podem-se
citar o tamanho da planta industrial, tendo como vista o valor do CFT e a elasticidade-preço
da demanda por esse produto ou serviço, quanto maior for o CFT, maior será o do Mark-up
(MENDES, 2009).
Para Bruni e Famá (2004) a palavra Mark-up nada mais é que o método utilizado
para fazer a precificação de determinado bem ou serviço. Neste se usa um índice formado
com base nos gastos fixos e variáveis, lucro desejado e impostos, permitindo-se com esse
índice chegar ao preço de venda.
Existem duas formas de calcular o Mark-up para Bruni e Famá (2004) pelo
método multiplicador que multiplica os custos variáveis pelo valor do Mark-up para chegar ao
preço de venda e pelo método divisor, que corresponde ao percentual do custo variável em
relação ao preço de venda.
2.5.1.2 Formação de preço de venda
Para Crepaldi (2009) é importante refletir sobre a importância de se conhecer e
identificar que a formação de preço é um fator determinante para a sobrevivência da
exploração da atividade da empresa, importância de ter os preços compatíveis com o mercado,
além de aprender a calcular os custos reais da sua atividade, fazer a gestão estratégica da
empresa e trabalhar na identificação de novas oportunidades de mercado.
35
Para Santos e Veiga (2014) os serviços é a utilização da mão de obra, muitas
vezes qualificada e especializada, podendo em alguns casos, utilizar peças e componentes que
podem ter sido estocados previamente, e que devem ser contabilizadas para a formação de
preço de venda.
A formação de preços é uma característica das atividades empresariais. Pois uma
definição errada do preço pode prejudicar ou até mesmo arruinar um negócio empresarial.
Três processos distintos podem ser empregados na definição de preços e costumam basear-se
nos custos, no consumidor ou na concorrência (BRUNI, 2008).
Para Bruni (2008) antes de se pensar nos preços que irá formar e praticar, a
empresa deve definir o que irá ofertar, em quais gastos incorrerá e como será a percepção de
valor pelo mercado, e assim poder formar o preço de venda dos serviços ou produtos
ofertados.
Ainda de acordo com o autor o preço pode ser visto como uma conseqüência, ou
seja, oferta-se um produto similar aos já existentes no mercado, praticando-se o preço da
concorrência e esforçando-se para incorrer os gastos inferiores aos preços praticados, o
processo de definição de preços baseados nos preços busca de alguma forma adicionar algum
valor aos custos (BRUNI 2008).
Os preços correspondem à importância recebida pelas empresas em decorrência
da oferta de seus produtos ou serviços, devendo ser suficientes o bastante para cobrir todos os
custos incorridos e ainda fornecer um lucro para a empresa (BRUNI; FAMÁ, 2004).
De acordo com Silva (2008) a formação do preço de venda é uma finalidade
bastante lembrada como um típico produto de um sistema de custos, o autor afirma também
que o cálculo de preço de venda não deve depender exclusivamente dos custos dos bens.
Segundo Bruni (2008) há uma dificuldade em estabelecer um preço atrativo ao
consumidor ao mesmo tempo em que a remuneração seja justa ao produtor, e definitivamente
um impasse, pois a formação do preço é um processo amplo, no qual se decide
primeiramente.
Cogan (1999) considera que o preço ideal, é aquele que cobre os custos de
produção e de comercialização do produto ou serviço, contendo ainda o percentual de lucro
esperado, permitindo desta forma que a empresa se mantenha ativa e competitiva no mercado.
Ainda para o autor algumas estratégias de formação de preço de vendas podem
ser levadas em consideração na fixação do preço de venda ou de serviço, como a estratégias
36
de preços distintos, de preços competitivos, por precificação por linhas de produtos e também
pela estratégia de preços imagem e psicológica (COGAN, 1999).
Bruni (2008) cita dois aspectos que são preponderantes e anteriores a análise e
discussão sobre os preços, ou seja, os custos e valores, de acordo com o autor, se devem
pensar antes de formular o preço, a empresa deve primeiramente definir o que irá ofertar, em
quais gastos incorrerá e como será a percepção de valor pelo mercado, criando desta forma
um diferencial de valor para o produto.
Bruni (2008) ainda cita três processos para a formação do preço de venda, o
processo dos custos que é de simples aplicação, proporcionando talvez um retorno mais justo,
onde consiste em agregar basicamente o valor de custos a uma margem padrão de lucro.
Segundo processo citado pelo autor é o processo do consumidor, nesse caso o
ofertante leva em conta a percepção do consumidor, ou seja, quanto o mesmo é capaz de
pagar pelo produto ou serviço, e por último o processo da concorrência, que varia de acordo
com a demanda, e de acordo com as expectativas do valor cobrado pelos seus concorrentes
(BRUNI, 2008).
Para Martins (2003) o método de calcular o preço com base em custos é muito
utilizado pelas empresas, porém possui algumas deficiências que devem ser notadas, como a
de não considerar pelo menos inicialmente as condições de mercado, fixar a o percentual de
cobertura das despesas fixas de forma arbitrária. Pois para o autor se o critério de custeio for
variável, o Mark-up terá que ser acrescido de um percentual para cobrir os custos fixos.
Para Bruni e Famá (2004) além dos custos, o processo de formação de preço está
ligado às condições do mercado, ao nível de atividade e à remuneração do capital investido,
portanto o cálculo de preço de venda deve chegar a um valor que permita à empresa a
maximização dos lucros, sendo possível manter a qualidade, atenderem aos anseios do
mercado àquele preço determinado e melhor aproveitar os níveis de produção.
A formação de preços de serviços é, em geral, mais complexa do que a formação
de preços de produtos. Para calcular os preços de vendas nas prestações de serviços, devem
ser considerados os custos e despesas, além da análise da concorrência tanto nos serviços
prestados como no atendimento, deve ser utilizado como base para a formação do preço de
venda das prestadoras de serviços (TOCANTINS, 2016).
O cálculo da mão de obra, o cálculo dos materiais diretos, cálculo do custo
unitário do serviço, os custos fixos, custo variável de vendas, definição da margem de lucro,
37
cálculo da taxa de marcação para enfim chegar ao preço de venda, pois as prestadoras de
serviços diferenciam-se das empresas comerciais ou industriais (TOCANTINS, 2016).
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS
Essa sessão trata-se dos métodos utilizados na elaboração dessa pesquisa,
considerando-se o enquadramento metodológico e os procedimentos adotados para a análise
dos dados coletados.
3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO
A metodologia utilizada nessa pesquisa caracteriza-se como sendo exploratória,
tem como finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto, possibilitando sua
definição e seu delineamento, ou seja, facilitar a delimitação do tema da pesquisa, orientar a
fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descoberta de um novo enfoque para o
assunto (PRODANOV; FREITAS, 2013).
A pesquisa exploratória possui um planejamento flexível, o que permite um
estudo do tema por diversos ângulos e aspectos, em geral envolve levantamento bibliográfico,
entrevistas com pessoas e ou análise de exemplos que estimulem a compreensão
(PRODANOV; FREITAS, 2013).
Quanto à natureza da pesquisa, trata-se de um estudo teórico e prático. Teórico,
pois parte de pesquisas em livros e artigo científico da área contábil na busca de conceitos e
teorias reflete a cerca dos fundamentos teóricos do pesquisador e um balanço crítico da
bibliografia diretamente relacionada com a pesquisa (HEERDT et al. 2007).
A pesquisa se enquadra ainda como prática, pois o estudo investiga com
profundidade a empresa Autronics Automação Industrial ME no tema proposto. No que se
refere à natureza de pesquisa prática é quando o pesquisador encontra a necessidade de
conhecer, ou desvendar algumas situações de forma a se cumprirem (FACHIN, 1980).
Em relação à lógica da pesquisa, tem-se uma pesquisa dedutiva, pois parte de
princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis possibilitando chegar a conclusões
de maneira puramente formal, ou seja, em virtude unicamente de sua lógica (GIL, 2008).
A coleta se da a partir de dados primários onde os dados são coletados
diretamente na fonte, pois são dados que ainda não sofreram nenhum estudo e análises
38
anteriormente, podendo ser coletados mediante entrevistas, questionários e observação
(HEERDT et al. 2007).
Considerando a abordagem da pesquisa o estudo é predominantemente qualitativo
com alguns aspectos quantitativos. Qualitativo porque os resultados estão expostos de forma
descritiva. Para Gil (2008) o uso dessa abordagem propicia o aprofundamento da investigação
das questões relacionadas ao estudo.
O uso da descrição qualitativa além de captar a aparência do fenômeno, valoriza
também sua essência e permite a máxima valorização do contato direto com a situação
estudada, buscando- se o que era comum, mas permanecendo, entretanto, aberta para perceber
a individualidade e os significados múltiplos (GIL, 2008).
Os aspectos quantitativos se limitam a utilização de dados estruturados e dados
estatísticos, o modelo quantitativo estabelece hipóteses que exigem uma relação entre causa e
efeito, sendo os critérios de cientificidade a verificação, demonstração, testes e a lógica
matemática, transformando opiniões e informações em números (GRESSLER, 2003).
Trata-se de um estudo aplicado quando se refere ao resultado da pesquisa, por
quanto gera conhecimento em resposta a solução de um problema específico aplicado na
empresa Autronics Automação Industrial, parte ainda da necessidade de resolver problemas
concretos, tem finalidade prática (GIL, 2008).
Os procedimentos técnicos perpassam por um estudo de caso em uma empresa do
ramo de automação industrial. Trata-se ainda de uma pesquisa bibliográfica, pois se buscou
conceito em livros e artigos científicos da área contábil e financeira, ampliando o grau de
conhecimento em determinadas áreas, permitindo ao investigador compreender ou delimitar
melhor um problema de pesquisa (HEERDT et al. 2007).
A pesquisa bibliográfica é aquela que se desenvolve tentando explicar um
problema a partir das teorias publicadas em diversos tipos de fontes: livros, artigos, manuais,
meios eletrônicos e qualquer outro meio que permita ao investigador ter maiores
conhecimentos e informações mais precisas para a elaboração do problema de pesquisa,
fundamentação análise e discussão dos resultados da pesquisa (HEERDT et al. 2007).
A pesquisa caracteriza-se ainda como sendo um estudo de caso, pois se concentra
na investigação de uma única empresa. De acordo com Gil (2008) o estudo de caso é
caracterizado pelo estudo exaustivo e em profundidade de poucos objetos, de forma a permitir
conhecimento amplo e específico do mesmo.
39
Segundo Yin (2005) trata-se de uma forma de se fazer pesquisa investigativa de
fenômenos atuais dentro do seu contexto real, em situações em que as fronteiras entre
fenômeno e o contexto não estão claramente estabelecidos, envolvendo o pesquisador, sobre o
comportamento de um individuo ou grupo de indivíduos em uma determinada situação e
durante um período de tempo.
3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O primeiro procedimento para a realização da pesquisa foi à delimitação do tema
e pergunta de pesquisa que norteia esse estudo. Em seguida buscou-se o embasamento teórico
para nortear o processo, a partir de livros, periódicos e artigos da área de custos, contábil e
financeira, alcançando desta forma um melhor entendimento sobre o tema estudado. Buscou-
se ainda identificar se a empresa estudada possui um sistema e gerenciamento dos custos para
a tomada de decisões.
Logo após realizou-se uma pesquisa para verificar de que forma a empresa objeto
desse estudo verificava e elaborava a apuração dos custos, para a formação de preços das
prestações de serviços e a tomada de decisão. Por último foi desenvolvido um relatório a fim
de apresentar aos interessados os resultados do estudo, quanto à aplicação da gestão de custos
aplicados a uma prestadora de serviços.
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Para um melhor entendimento, essa seção apresenta de forma detalhada e clara os
passos percorridos durante o estudo de caso na empresa estudada, abordando algumas
particularidades da empresa Autronics Automação Industrial, será fundamentado o tema
através da identificação da entidade como um todo, além de sua participação na sociedade e
importância dos serviços na área em que abrange.1
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
1 As informações apresentadas nesse item foram geradas em entrevista junto ao proprietário da empresa.
40
A empresa apresentada nesse estudo de caso tem como personalidade jurídica
Everton Leandro Viana – ME, nome fantasia Autronics Automação Industrial, inscrita no
CNPJ 155754450001-77, situada na Rua Rodinei Liberato, n º 497/ bairro Três de maio na
cidade de Capivari de Baixo- SC. A figura abaixo mostra a estrutura da empresa como é hoje:
Figura 1 Estrutura externa da empresa
Fonte: Elaborada pela autora, 2017.
Possui como ramo de atividade a prestação de serviços de automação industrial,
serviços elétricos e manutenção industrial em empresas de pequeno, médio e grande porte da
região sul de Santa Catarina.
Os principais fornecedores são da região do sul de Santa Catarina, porém há casos
que é necessário solicitar componentes elétricos de outras regiões e até mesmo fora do estado
de Santa Catarina.
A empresa foi fundada no ano de 2012, na cidade a qual está localizada, no estado
de Santa Catarina. Autronics Automação Industrial teve origem através de um convite
destinado ao proprietário a prestar serviços de instalações elétricas, manutenção e automação
industrial em seus horários de intervalo fora da empresa a qual o mesmo já possuía vínculo
41
empregatício. Devido à grande procura e o pouco intervalo de tempo para prestar esses
serviços extras surgiu então à idéia do empreendimento próprio.
A empresa atua a mais de quatro anos e conta apenas com o próprio proprietário
que exerce todas as funções inerentes à prestação de serviços aos clientes e com a
contabilidade terceirizada, responsável em receber toda a documentação da empresa e cuidar
da contabilidade da mesma, enquadra-se ainda no Simples Nacional. A Autronics Automação
Industrial tem seu capital social representado na tabela a seguir:
Tabela 1Capital Social da empresa
Sócio Proprietário Capital social (R$) (%)
Everton Leandro Viana 10.000,00 100
Fonte: Elaboração da autora, 2017.
Dentro do contexto a empresa Autronics Automação Industrial possui metas e
objetivos a serem seguidos, com o compromisso de fornecer serviços de qualidade, visando
suprir a necessidade de seus clientes, com respeito aos mesmos e ao meio ambiente, e para tal
a empresa possui sua missão, valores e visão definidos.
➢ Missão
Atender as necessidades de seus clientes, as pequenas, médias e grandes
empresas através das prestações de seus serviços;
➢ Visão
Ser uma prestadora de serviços de referência, reconhecida pela sua competência e
solução nos serviços prestados na região Sul de Santa Catarina e respeito ao cliente e meio
ambiente;
➢ Valores
• Respeito;
• Responsabilidade;
• Comprometimento;
• Competência;
42
• Eficiência;
• Ética, e
• Satisfação dos clientes.
4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Esta seção apresenta a proposta de estudo, detalhando de forma clara os passos
percorridos para a identificação dos preços e custos da empresa estudada.
4.2.1 Método para formação do preço de venda
A identificação dos preços e custos foi adquirida por meio de informações
disponibilizadas pelo responsável das atividades executadas na empresa, sendo
disponibilizadas pelo próprio proprietário. A empresa não dispõe de nenhum tipo de sistema
ou planilha para formular o preço de venda dos serviços prestados.
A empresa objeto desse estudo formula seus preços com base nas horas
trabalhadas, calculando de forma manual o tempo de execução de cada serviço prestado,
ressalta-se, portanto que não possui um preço fixo estipulado, visto que o tempo de execução
é que norteia o preço de venda. Simplesmente distribui o valor da mão de obra de acordo com
o tipo de serviço prestado, ou pelo tempo gasto para elaboração da obra.
Desta forma completa o ciclo de formação de preços dos materiais e da mão de
obra que geralmente a empresa utiliza para uma obra de instalações elétricas. Quando se fala
em geralmente é porque em algumas vezes ocorrem obras com diferenciação da mão de obra
em relação aos materiais utilizados. Como exemplo pode citar para este ocorrido o fato de
alguns clientes necessitarem apenas de mão de obra para alguns fins que não serão usados
materiais.
A forma de precificação das atividades realizadas pela empresa está demonstrada
na tabela a seguir:
43
Tabela 2 Tipo de serviços e modalidade de cálculo
Tipo de serviço Modalidade de cálculo
Manutenção industrial (urgente) Deslocamento + valor por hora
Manutenção industrial (agendado) Valor por hora
Serviços elétricos (urgente) Deslocamento + valor por hora
Serviços elétricos (agendado) Valor por hora
Fonte: elaborada pela autora, 2017.
A Autronics Automação Industrial considera seu preço como sendo de valor
médio, visto que é competitivo em relação aos concorrentes do mesmo ramo de prestação de
serviços, podendo ser o preço considerado um pouco mais acessível ou não que dos seus
concorrentes, por isso considera como sendo de valor médio.
A empresa trabalha através de agendamentos e pedidos, porém a casos em que há
necessidade de urgência, busca-se solução para atender os clientes urgentes sem que
prejudique outros agendamentos. A empresa considera ainda seu valor com base nos custos e
na concorrência, elementos estes considerados determinantes de preços.
Bruni e Famá (2004) entendem que através dos custos as empresas definem seus
preços de alguma forma adicionando algum valor aos custos, e que através da concorrência as
empresas acabam prestando pouca atenção à demanda, sendo entendido como preço de oferta
quando as empresas cobram a mais ou a menos dos seus concorrentes.
Os serviços que a empresa presta aos clientes da região sul de Santa Catarina,
correspondem 100% do faturamento total da mesma. O levantamento de custos e despesas foi
elaborado avaliando um período trimestral no ano de 2017.
4.2.2 Identificação dos custos
Os custos estão associados aos serviços ou produtos prestados pela empresa, na
empresa objeto desse estudo os custos estão apresentados conforme abaixo sendo levado em
consideração o período trimestral do levantamento dos dados.
44
Tabela 3 Custos Diretos (Junho/Julho/Agosto/2017)
CUSTOS DIRETOS
DESCRIÇÃO JUNHO
2017
JULHO
2017
AGOSTO
2017 Materiais de serviço 50,00 40,00 95,00
Administração/MOD/Pró- labore 1.800,00 1.800,00 1.800,00
Depreciações e amortizações 100,00 100,00 100,00
Energia elétrica 60,00 68,00 75,00
Manutenção e conservação de bens 50,00 0,00 0,00
Transferência de peças 150,00 100,00 155,00
Total 2.210,00 2.108,00 2.225,00
Fonte: elaborada pela autora, 2017.
As contas que compõem os custos diretos ficaram assim definidas a partir dos
seguintes critérios:
a) Materiais de Serviço: são aqueles utilizados e direcionados aos serviços
prestados, como por exemplo, fita isolante, luvas de borracha, chaves, alicates, furadeira,
parafusos, lanterna;
b) Mão de obra: é a remuneração mensal;
c) Depreciações e amortizações: foram alocadas como custos diretos as despesas
mensais de depreciação dos equipamentos sendo um computador;
d) Energia elétrica: foram alocados os custos proporcionais a potência instalada e
utilizada;
e) Manutenção e conservação de bens: manutenção realizada nas máquinas e
equipamentos utilizados;
f) Transferência de peças: custo mensal para aquisição das peças.
Os custos diretos no total que a empresa teve no trimestre foram de R$ 6.543,00
com esse valor a empresa teve um custo direto médio de R$ 2.181,00 mensal. Para alcançar o
valor médio o cálculo utilizado foi a soma dos valores de cada mês representado na tabela e
em seguida dividido o valor total do trimestre pelo número de meses verificados.
45
Tabela 4 – Custos Indiretos (Junho/ Julho/ Agosto/2017)
CUSTOS INDIRETOS
DESCRIÇÃO JUNHO 2017 JULHO 2017 AGOSTO 2017
Impostos faturados 171,39 172,73 217,56
Encargos Sociais 144,00 144,00 144,00
IPTU 80,00 80,00 80,00
Água e esgoto 40,00 35,00 45,00
Materiais de escritório 49,00 00,00 00,00
Material de limpeza 50,00 00,00 10,00
Contabilidade 150,00 150,00 150,00
Seguro 50,00 50,00 50,00
Alimentação 65,00 50,00 100,00
Gastos com veículo 150,00 225,00 250,00
Telefone/Internet 70,00 70,00 70,00
Total 1.019,39 976,73 1.116,56
Fonte: elaborada pela autora, 2017.
A Tabela 04 traz os custos indiretos da empresa, a composição dessas contas ficou
assim definida a partir dos seguintes critérios:
a) Impostos faturados: impostos incidentes sobre os serviços prestados;
b) Encargos Sociais: custos alocados no pagamento sobre a MOD;
c) IPTU: corresponde ao imposto sobre a área construída;
d) Água e esgoto: custo ligado a manutenção da instalação física;
e) Materiais de escritório: ferramentas utilizada no apoio a realização de serviços;
f) Material de limpeza: corresponde a todos os itens necessários à limpeza e
conservação diária;
g) Contabilidade: alocado como custos com terceiro da empresa;
h) Seguro: compete ao seguro da instalação física;
i) Alimentação: gastos com alimentação;
j) Gastos com veículo: corresponde a manutenção e os gastos alocados para
deslocamento das prestações de serviços da empresa;
k) Telefone /internet: custo de apoio.
46
A tabela 04 demonstra à relação e valores custos fixos indiretos da empresa objeto
de estudo, a primeira coluna corresponde à alocação das despesas e custos, nas colunas
seguintes corresponde o valor monetário de cada mês.
Os custos indiretos que a empresa teve no período trimestral correspondente aos
meses de junho, julho e agosto somaram o valor total de R$ 3.112,68. O que corresponde a
uma média de R$1.037,56 mensal. O cálculo teve como base a soma dos valores dos períodos
representados na tabela, posteriormente feito uma divisão pelo os três períodos para alcançar a
média final.
Gráfico 1Levantamento de percentual dos custos
Fonte: elaborada pela autora, 2017
Com a observação do Gráfico 1, e análise das informações da Tabela 4 e 3 ,
conclui-se que uma grande parcela dos custos da empresa são gastos com custos diretos , o
que demonstra a necessidade de um estudo na estrutura quantitativa dos serviços.
4.2.2.1 Precificação da Hora / MOD
A fim de mostrar a metodologia utilizada, foi realizado o levantamento de dados
contábeis e financeiros relativo aos meses de junho, julho e agosto de 2017, os quais foram
alocados os valores dos serviços prestados no período trimestral, conforme a tabela 05:
47
Tabela 5– Valores dos serviços realizados pela empresa (Junho/ Julho/ Agosto/2017)
SERVIÇOS PRESTADOS
DESCRIÇÃO JUNHO 2017 JULHO 2017 AGOSTO 2017
Manutenção industrial (urgente) 463,65 632,25 758,70
Manutenção industrial (agendado) 1.750,00 1.900,00 2.450,00
Total Manutenção 2213,65
2532,25
3208,70
0 Serviços elétricos (urgente) 400,00 500,00 655,00
Seviços elétricos (agendado) 1.671,80 1.286,00 1.575,35
Total Serviços 2071,80
1786,00
2230,35
Total 4.284,65 4.318,25 5.439,05
Fonte: elaborada pela autora, 2017.
A tabela 05 representa os valores de serviços prestados pela empresa nos períodos
de junho, julho e agosto que foram como base para o estudo. Somando um valor trimestral de
venda de serviços de R$ 14.041,95, sendo o valor médio mensal de vendas de R$ 4.680,65.
Para chegar a este resultado médio mensal foi feita a soma dos três meses analisados e em
seguida dividido pelo número de meses.
Gráfico 2 Média dos serviços
Fonte: elaborada pela autora, 2017
Com base nos dados apresentados na tabela 05 e gráfico 2, entende se que os
serviços prestados pela empresa a modalidade de manutenção industrial sendo urgente ou
48
agendada, corresponde a 57% das vendas no trimestre, sendo desta forma os serviços elétricos
agendados ou urgentes correspondente a 43%das vendas.
Gráfico 3 Comparativo da prestação de serviço
Fonte: elaborada pela autora, 2017
Para chegar ao valor médio percentual de vendas do trimestre, utilizou-se o
processo prático matemático de regra de três simples com valores representados no quadro a
seguir:
Quadro 1Levantamento de percentual dos serviços
Modalidade Total trimestre
em serviços R$
Total venda
trimestre R$
% aplicado %(X)
alcançado
Manutenção 7.954,60 14.041,95 100 57
Serviços 6.087,35 14.041,95 100 43
Fonte: elaborada pela autora, 2017.
Com base nas informações repassadas pelo responsável da empresa objeto desse
estudo, o mesmo tem uma jornada diária de 8 horas trabalhadas. Tendo em vista os valores
repassados pelo mesmo dos serviços que realizou nos períodos de junho, julho e agosto de
2017 foram observados os seguintes valores por serviço/ hora:
49
Tabela 6- Tipo de serviços e valor/hora
Tipo de serviço Valor /hora R$
Manutenção industrial (urgente) 57,15
Manutenção industrial (agendado) 42,15
Serviços elétricos (urgente) 47,15
Serviços elétricos (agendado) 32,15
Fonte: elaborada pela autora, 2017.
Os valores demonstrados na tabela acima correspondem a R$ 12,15 do valor
MOD por hora que o proprietário estabeleceu, somados aos valores que o mesmo cobra por
serviço, sendo para manutenção industrial o valor de R$30,00 e para serviços elétricos o valor
de R$20,00. Os valores referentes ao deslocamento, o proprietário considerou um valor médio
de R$ 15,00, pois afirmou que este é atribuído devido à localidade de chamado, sendo
diferentes para cada região, sendo ainda um valor acrescido apenas para chamados de
urgência, pois aos agendados este valor já está inserido na mão de obra.
Para o cálculo da mão de obra ele considera os valores de salário, acrescidos dos
encargos sociais dividindo pela quantidade de horas que o mesmo considera trabalhar no mês.
Salário mensal nominal: R$ 1.800,00
Encargos sociais: R$ 144,00
Custo/hora: R$ 1.944,00 divididos por 160h = R$ 12,15 por hora
A tabela a seguir demonstra a quantidade de horas trabalhadas nos meses de
junho, julho e agosto de 2017 de acordo com cada modalidade de serviço:
50
Tabela 7– Tempo de serviço realizado horas/minutos (Junho/ Julho/ Agosto/2017)
Horas / Minutos
DESCRIÇÃO JUNHO 2017 JULHO 2017 AGOSTO 2017
Manutenção industrial (urgente) 008:11:00 011:06:00 013:28:00
Manutenção industrial (agendado) 041:52:00 045:08:00 058:13:00
Serviços elétricos (urgente) 008:48:00 011:00:00 014:29:00
Seviços elétricos (agendado) 052:00:00 040:00:00 049:00:00
Total 110:11:00 107:14:00 135:10:00
Fonte: elaborada pela autora, 2017.
Para chegar à quantidade de horas trabalhadas em cada período, foram utilizados
os valores da tabela 05 e 06. Dividindo o valor da tabela 05 pelo valor cobrado em cada
modalidade de serviço. O gráfico abaixo mostra a média de horas trabalhadas no período
trimestral.
Gráfico 4 Média de horas
Fonte: elaborada pela autora, 2017
4.2.2.2 Proposta para a Formação dos Preços
51
Várias metodologias de formação do preço de venda existentes utilizam a margem
de contribuição ou a margem de lucro na sua composição, o preço de venda é obtido
diretamente e com outras se obtém o Mark-up, para posterior aplicação na soma dos custos
para a obtenção do preço.
As vantagens que a margem de contribuição pode propiciar são: uma mesma
margem percentual de lucro, preços mais competitivos no mercado; a competitividade
proporcionada pode ser representada pelo menor preço ou, se esquivando desse tipo de
concorrência, viabiliza investimentos na busca da diferenciação, onde se concorrerá com o
produto, objetivando-se o lucro do inovador e a sustentabilidade da estratégia.
Para obter um valor pela margem de contribuição foi utilizado o seguinte método:
Margem de contribuição = valor das vendas – (custos variáveis + despesas
variáveis)
MC= 14.041,95- (6.830,00+2.808,39)
MC= 4.403,56
Os valores utilizados para o cálculo acima, foram retirados das tabelas 3,4 e
quadro 1, correspondentes ao total de vendas no trimestre menos custos e despesas variáveis,
também correspondentes ao valores totais no trimestre, dentre as contas utilizadas foram
alocados os valores de material de serviço, MOD, transferência de peças, gastos co
alimentação e veículo, para o cálculo das despesas variáveis foi utilizado o percentual de 20%
sobre as vendas.
A proposta que irá ser apresentada como método para ser usado na empresa
Autronics Automação Industrial será através do índice Mark-up aplicado para garantir uma
margem de contribuição adequada que consiga cobrir os custos e despesas fixas envolvidas
em uma obra de instalação elétrica.
Para poder começar uma proposta de formação de preço em uma obra de
instalações elétricas antes de qualquer coisa é preciso conhecer os caminhos para a obtenção
desta. Para isso se faz necessário saber quais custos que a empresa incorre durante o seu
processo, pois o foco é a apresentação de um sistema que certifique a cobertura de todos os
gastos da empresa para a realização dos serviços.
52
Desta forma devem-se relacionar os gastos que a empresa incorreu para realizar
uma determinada obra. Com exceção aos materiais, os outros valores dos gastos, foram
calculados em percentuais ou rateios ao total de obras realizadas dentro do trimestre, de
acordo com o gráfico abaixo:
Gráfico 5 Fixos X Variáveis
Fonte: elaborada pela autora, 2017
Para obter um valor pelo Mark-up foi utilizado o seguinte método:
Mark-up = 100/100-(DF+DV+LP)
Mark-up = 100/100 – (29 + 15+ 20)
Mark-up = 100/100 – (64)
Mark-up = 100/36
Mark-up = 2, 8
Para a definição do preço de venda é só multiplicar o custo pelo Mark-up, neste
caso como não é um produto, mas sim a prestação de serviços, foi utilizada para esse cálculo
o custo da mão de obra de 12,15
Preço de venda = CP x Mark-up
Preço de venda = 12,15 x 2,8
Preço de venda = 34,02
53
Com base nos cálculos acima, chegou ao valor de R$ 34,02 como o preço de
venda sugerido às prestações de serviço da empresa Autronics Automação Industrial.
54
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo objetivou analisar a estrutura de custos de uma empresa de prestação de
serviços elétricos a partir do questionamento em relação à formação de sua estrutura de
custos.
A pesquisa foi realizada na forma de estudo de caso, tendo como horizonte
espacial a empresa Autronics Automação Industrial, e como horizonte temporal o exercício do
ano de 2017.
Com base no objetivo principal, foram levantados três questionamentos que
orientaram a pesquisa: a) levantar informações sobre as atividades desempenhadas na
empresa; b) identificar os elementos de custos que envolvem as atividades desempenhadas
pela empresa; c) apresentar uma proposta de formação de preços de venda a partir do custo
dos serviços.
Para obter os resultados destes questionamentos foram realizadas observações da
rotina de trabalho na empresa, bem como questionamentos não estruturados ao proprietário
das atividades e documentações.
Por meio destas informações, foi possível comparar o preço de venda já utilizado
pela empresa com o novo preço formulado, identificando também o preço necessário para
cobrir os custos e despesas da empresa.
De maneira geral, o estudo realizado evidencia a realidade de empresas que não
controlam formalmente seus gastos. No caso apresentado, os resultados encontrados como
margem de contribuição e Mark-up foram positivos, porém, o resultado encontrado poderia
ter sido diferente, caso o proprietário não tivesse ao menos um controle informal de seus
gastos.
Com base nos resultados encontrados, torna-se possível o desdobramento da
pesquisa em outras análises mais direcionadas a conhecer o lucro gerado por cada serviço que
a empresa presta, bem como a composição dos custos. Recomenda-se também a utilização de
análises estatísticas, bem como ferramentas gerenciais.
55
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