3
INTRODUÇÃO A filosofia em língua latina teve um início tardio, mas isso não significa que a fosse desconhecida antes do séc. I. a.C.: abertura da aristocracia, como os Cipiões, que não deve ser confundido com um interesse profissional, mas era um auxílio na construção de um tipo preciso de homem e de político. As leituras filosóficas preferidas de Cipião Emiliano e Lélio era a Ciropedia, que também tinha a simpatia até mesmo de Catão. Embaixada filosófica para a remissão de uma multa dirigida pelo acadêmico Carnéades, o estóico Diógenes e o peripatético Critolau em 155 a.C., que causou entusiasmo entre os jovens romanos. Em Plauto, o termo filósofo é um insulto que designa quem ludibria com as palavras; em Terêncio, essa conotação negativa desaparece. PIONEIROS Primeiro autor cujo texto chegou até nós: Lucrécio; o epicurismo foi o pioneiro nos textos latinos por causa da má impressão que causava e da consequente necessidade de enfrentar o preconceito: segundo Cícero, por muito tempo a única produção filosófica latina foi epicurista (Tusc. IV, 3), com Tito Albúcio, Caio Amafínio e Cácio; o poema de Lucrécio não é o texto de um sábio, mas um exercício

Filosofia Romana

Embed Size (px)

Citation preview

INTRODUOA filosofia em lngua latina teve um incio tardio, mas isso no significa que a fosse desconhecida antes do sc. I. a.C.: abertura da aristocracia, como os Cipies, que no deve ser confundido com um interesse profissional, mas era um auxlio na construo de um tipo preciso de homem e de poltico. As leituras filosficas preferidas de Cipio Emiliano e Llio era a Ciropedia, que tambm tinha a simpatia at mesmo de Cato. Embaixada filosfica para a remisso de uma multa dirigida pelo acadmico Carnades, o estico Digenes e o peripattico Critolau em 155 a.C., que causou entusiasmo entre os jovens romanos. Em Plauto, o termo filsofo um insulto que designa quem ludibria com as palavras; em Terncio, essa conotao negativa desaparece.PIONEIROSPrimeiro autor cujo texto chegou at ns: Lucrcio; o epicurismo foi o pioneiro nos textos latinos por causa da m impresso que causava e da consequente necessidade de enfrentar o preconceito: segundo Ccero, por muito tempo a nica produo filosfica latina foi epicurista (Tusc. IV, 3), com Tito Albcio, Caio Amafnio e Ccio; o poema de Lucrcio no o texto de um sbio, mas um exerccio filosfico destinado a rememorao para si e para difundir a doutrina aos outros; o medicamento da salvao podia ser mais facilmente ministrado se acompanhado do mel da poesia.

Ccero: maior parte da produo filosfica escrita entre 46 e 44 a.C., quando se afastou da poltica. Textos com estrutura modelada sobre o procedimento judicirio: exposio argumentada das exposies contrrias, doxografia; o objeto da atividade filosfica se torna os contedos da prpria tradio; filosofia latina: ligar a filosofia e eloquncia; no entanto, sua tentativa no teve poucos seguidores.IDADE DE AUGUSTOA filosofia absorvida pelos intelectuais e poetas da idade de Augusto encontra sua expresso escrita em breves consideraes e mximas ou integradas em discursos autobiogrficos. Influncias do epicurismo e do estoicismo em Horcio e Virglio, mas especialmente a sua forma mais tica.ESTOICISMO E PLATONISMOSneca: retomada da filosofia em latim, aps ser afastado da vida poltica por Nero; o escrito filosfico essencial para construir a si mesmo e a prpria imagem; a filosofia no est in verbis, mas in rebus; a teoria produzia tambm efeitos positivos sobre o plano moral; filosofia como medicina da alma; seus textos no como textos de um sbio, mas itinerrios de busca.Filosofia latina em grego: Musnio Rufo, Epicteco, Marco Aurlio, Plotino. Aulo Glio, Noites ticas, erudio filosfica. Apuleio: filosofia platnica, ligao com a religio e a magia.CRISTIANISMOCristianismo: novas formas literrias, S. Agostinho. Declnio do conhecimento do grego na Antiguidade tardia e, com isso, o aparecimento de novas tradues. Mrio Vitorino, Calcdio (Timeu), Bocio; Macrbio: Comentrios ao Somnium Scipionis; Marciano Capela: De nuptiis Mercurii et Philologiae, enciclopdia das artes liberais.BIBLIOGRAFIACAMBIANO, G. Os textos filosficos latinos. In: CAVALLO, G. & FEDELI, P. & GIARDINA, A. O espao literrio da Roma Antiga. Belo Horizonte: Tessitura, 2010.