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Filosofia Prof. Everton da S. Correa 1

Filosofia Prof. Everton da S. Correa 1. Estética e Filosofia da Arte O caminho através dos Sentidos e do Belo 2

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FilosofiaProf. Everton da S. Correa

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Estética e Filosofia da ArteO caminho através dos Sentidos e do Belo

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A Virgem, Jesus criança e Santa

Ana (1507/1510)

A estética procura compreender o

encanto que obra de arte proporciona ao

espírito humano.

Leonardo da Vinci

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Em sua origem, o termo estética (perceber, sentir) vem da palavra grega aisthetiké, que

se refere a tudo aquilo que pode ser percebido pelos sentidos.

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Baseado nessa etimologia, Kant definiu a estética como a ciência que trata das

condições da percepção pelos sentidos.

Foi, no entanto, o alemão Alexander Baumgarten (1714-1762) quem a utilizou pela primeira vez no sentido que ela tem hoje, isto é, como teoria do belo e das suas manifestações através da arte.

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De acordo com Kant para se ter uma investigação crítica a respeito do belo, devemos estar orientados

pelo poder de julgar.

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Estudou na Universidade de

Halle. O primeiro curso de estética que ministrou foi em

1742 nessa mesma

universidade.

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Mona Lisa(Leonardo da Vinci)

Assim, como ciência e teoria do belo, a

estética pretende alcançar um tipo

específico de conhecimento: aquele que é captado pelos

sentidos.

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Mulher com sombrinha

(1875)

A obra de arte ultrapassa os

particularismos do artista e as

contingências nas quais foi produzida, afirmando-se como objeto de prazer e

reflexão universais.

Monet

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A estética parte da experiência sensorial, da sensação, da percepção sensível, para

chegar a um resultado que se poderia dizer “confuso” e “obscuro”. Seu principal objeto

de investigação é a obra de arte.

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Afinal, isso é Arte?http://www.youtube.com/watch?v=qJ1bijmrIpI

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O que é uma obra de arte?

Conjunto organizado de signos e materiais colocados em forma por um espírito criador

e formando um todo harmonioso e belo capaz de nos proporcionar uma satisfação

estética desinteressada.

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Roda de bicicleta(versão de 1951)

Isso é arte? Arte é isto. A arte pode recontextualizar

objetos, retirando-os de sua função

cotidiana e dotando-os de outros sentidos: crítica sociocultural,

apropriação das novas tecnologias, criação de novas linguagens.

Marcel Duchamp

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O que é o Belo?

O homem pode fazer juízos de valor (julgar se determinada coisa é boa, ruim, agradável, bonita,

feia, etc.). E entre os juízos de valor podemos distinguir dois:

• o juízo moral

• e o juízo estético.

E é este último que nos interessa.

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Através do juízo estético, julgamos se algum objeto, algum acontecimento, alguma

pessoa ou algum outro ser é belo.

Mas o que é a beleza?

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De uma forma geral, a maioria das pessoas concordaria que belo é algo que nos agrada,

que nos satisfaz os sentidos, que nos proporciona prazer sensível e espiritual.

No entanto, essas mesmas pessoas não chegariam a um consenso sobre se

determinado ser ou objeto é belo ou não. Tanto assim que já se tornou senso comum a afirmação de que “gosto não se discute”.

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O retorno do filho pródigo(1669)

Devido a sua empatia pela condição

humana, Rembrandt teria sido chamado de

"um dos grandes profetas da civilização".

Rembrandt Harmenszoon van Rijn

(1606-1669)

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Os filósofos que se dedicaram à investigação do que é a beleza se dividem

quanto a essa questão:

• para uns, a beleza é algo que está objetivamente nas coisas;

• para outros, a beleza é apenas um juízo subjetivo, pessoal e intransferível a

respeito das coisas.

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Mas afinal, onde se encontra a beleza?

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Idealistas

Para os filósofos idealistas, cuja tradição começa com Platão, a beleza é algo que

existe em si mesma. Para o filósofo grego, a beleza seria uma forma ideal que subsistiria por si mesma, como um modelo, no mundo

das ideias.

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Materialistas-empiristas

Para os filósofos materialistas-empiristas, como Hume, por exemplo, a beleza não está nos objetos (não é algo objetivo, portanto),

mas depende do gosto de cada um, da maneira como cada pessoa vê o objeto, ou

seja, o juízo do que é ou não belo é subjetivo.

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Duas Mulheres Correndo na Praia(1922)

Pablo Picasso foi reconhecidamente um dos mestres da arte do

século XX. É considerado um dos

artistas mais famosos e versáteis de todo o

mundo, tendo criado milhares de trabalhos.

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Mas como superar esse impasse?

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Tentando superar esse impasse, Kant buscou mostrar, em seu livro Crítica da

faculdade do juízo, que, ainda que o juízo estético sobre as coisas seja uma

capacidade subjetiva, pessoal, há, no entanto, aspectos universais na percepção

estética dos indivíduos (os órgãos dos sentidos e a imaginação).

Vejamos como o filósofo justifica isso.

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Kant entendia que o juízo estético não é guiado pela razão e sim pela faculdade da

imaginação.

Julgamos belo aquilo que nos proporciona prazer, o que não é nada lógico ou racional e sim algo subjetivo, já que se relaciona ao

prazer ou desprazer individual.

Para Kant, “todos os juízos de gosto são juízos singulares”.

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No entanto, Kant também diz que “belo é o que apraz universalmente sem conceito”.

O que isso significa?

Kant afirma que é impossível conceituar, definir racionalmente o belo, pois “quando se julgam os objetos simplesmente segundo conceitos, toda a representação da beleza é

perdida”.

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Mas, quando dizemos que algo é belo, pretendemos que esse juízo esteja

afirmando algo que pertence ao objeto realmente, ou seja, não dizemos “isto é belo

para mim”, mas sim “isto é belo”, esperando que os outros concordem com

esse julgamento.

Esse julgamento pretende ser voz universal, pois contém uma expectativa de que aquilo que julgamos belo seja, de fato,

belo.

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Pietà(1499)

Juntando capacidades

criadoras geniais a uma técnica

perfeita, o artista toscano

Michelangelo criou a sua mais

acabada e famosa escultura: a Pietá.

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Essa expectativa se torna possível, para Kant, devido ao fundamento do juízo de gosto, que seria a vinculação universal

entre o belo e o sentimento de prazer.

E, como determinados objetos despertam em grande quantidade de pessoas o mesmo

sentimento de prazer, é possível supor a existência de certa universalidade nos

juízos estéticos.

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Universalidade ou historicidade do Belo?

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Diferente de Kant, Hegel foi um filósofo que trabalhou a questão da beleza numa

perspectiva histórica.

Para ele, o entendimento do que é belo e o relativo consenso acerca de quais são as

coisas belas depende do momento histórico e do desenvolvimento cultural.

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Por isso, em Hegel, a beleza artística não diz respeito apenas à sensação de prazer

que determinada obra possa proporcionar, mas à capacidade que ela tem de sintetizar um dado conteúdo cultural de um momento

histórico.

Em outras palavras, a arte não é apenas fruição, mas tem como função mostrar, de modo sensível, a evolução espiritual dos

homens ao longo da história.

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Essa concepção hegeliana implica também que a percepção da beleza é uma construção social que depende do

alargamento da capacidade de recepção do indivíduo, ou seja, da sua capacidade de ver,

ouvir, sentir.

Portanto, tanto a definição do que é beleza quanto a capacidade individual de percebê-

la são construções histórico-sociais.

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Buquê(1603)

Jan é muito conhecido pelas suas

naturalistas paisagens

campestres ou pelos seus realistas

bouquets de flores.

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Perguntas I

1. O que podemos entender por estética? Explique.

2. É possível distinguirmos estética e filosofia da arte? Comente.

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Perguntas II

1. Qual é a posição dos filósofos idealistas a respeito da beleza?

2. E a dos filósofos empiristas?

3. Como Kant pretendeu superar esse impasse?

4. O que é o belo, segundo Kant?

5. Qual é a crítica de Hegel a Kant quanto ao conceito de belo?

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