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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: UNIDADE DIDÁTICA: LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DO GÊNERO POÉTICO-SOCIAL
Autor: LOURDES APARECIDA GALHARDO
Escola de Atuação COLÉGIO ESTADUAL DR. GASTÃO VIDIGAL
Município da escola MARINGÁ
Núcleo Regional de Educação MARINGÁ
Orientador PROFº DR. MILTON HERMES RODRIGUES
Instituição de Ensino Superior UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM
Disciplina/Área (entrada no PDE) LÍNGUA PORTUGUESA
Produção Didático-pedagógica UNIDADE DIDÁTICA
Relação Interdisciplinar
Público Alvo
ALUNOS DA 6ª SÉRIE OU 7º ANO
Localização
COLÉGIO ESTADUAL DR. GASTÃO VIDIGAL
RUA LÍBERO BADARÓ, 252 – ZONA 7 – MARINGÁ-PR.
Apresentação:
O ensino da leitura dos diversos gêneros textuais é um dos principais caminhos que leva o aluno a “conhecer o mundo” que o cerca. O ensino da leitura e interpretação de poemas de cunho social é o foco do nosso trabalho. Esta prática permitirá ao aluno melhor compreensão dos problemas que o cerca, de forma poética, isto é, menos densa. Os princípios teóricos que norteiam este trabalho estão pautados na teoria sócio-interacionista da linguagem. A metodologia empregada será a da Estética da Recepção que privilegia as relações obra/autor/leitor. O objetivo deste trabalho é implementar no aluno o gosto pela leitura da poesia
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social, de modo a incutir o prazer e o exercício da consciência crítico-reflexiva, bem como propiciar maior interação com o objeto de estudo e a vida, num constante enriquecimento cultural e social, além de incentivar o aluno a desenvolver sua capacidade crítico-reflexiva, por meio da denúncia contida nos versos e, nesses aspectos, trabalhar também o conteúdo linguístico da disciplina de Língua Portuguesa para concretizar a melhoria da educação básica.
Palavras-chave Ensino-aprendizagem, Leitura, Interpretação, Poemas Sociais.
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Apresentação
O ensino da leitura de poemas crítico-sociais, conforme projeto de
implementação, será aplicado em uma turma de 6ª série do Ensino Fundamental
do Colégio Estadual Dr. Gastão Vidigal. Os princípios teóricos que norteiam este
trabalho estão pautados na teoria sócio-interacionista da linguagem. A metodologia
empregada será a da Estética da Recepção que privilegia as relações
obra/autor/leitor, dando aos alunos leitores papel ativo, uma vez que é interagindo
por meio desta tríade que eles alargarão seus horizontes de leitura. Assim,
pretendo utilizar as cinco etapas do processo metodológico para concretizar o
ensino da leitura de poemas crítico-sociais, ou seja: 1ª) Sondagem dos horizontes
de expectativas que tem por objetivo reconhecer os valores apreciados pelos
alunos em termos de modismos, estilos de vida, preferências, crenças e
preconceitos, ou seja, a bagagem que trazem de seu mundo para a escola; 2ª)
Atendimento aos horizontes de expectativas que deve proporcionar aos alunos
experiências com textos literários que atendam aos seus questionamentos e
anseios; 3ª) Reavaliação dos horizontes de expectativas que tem por objetivo
dinamizar com os costumes, as crenças e as certezas vivenciados pelos alunos em
relação às leituras; 4ª) Questionamento dos horizontes de expectativas momento
em que se dá a comparação entre as questões anteriores com as que surgem após
a ruptura de seus horizontes e, por último 5ª) Ampliação dos horizontes de
expectativas, cuja função essencial é levar o aluno a perceber que as leituras
realizadas causam transformações na maneira de ver o mundo ao seu redor.
Tomaremos por base a teoria de Jauss, a partir dos estudos de Zilberman e Bornini
& Aguiar para a implementar esta unidade pedagógica em sala de aula.
O objetivo deste trabalho é implementar no aluno o gosto pela leitura da
poesia social, de modo a incutir o prazer e o exercício da consciência crítico-
reflexiva, bem como propiciar maior interação com o objeto de estudo e a vida, num
constante enriquecimento cultural e social, além da pretensão de incentivar no
aluno a capacidade crítico-reflexiva por meio da denúncia contida nos versos e,
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considerando esses aspectos, trabalhar também o conteúdo linguístico da
disciplina de Língua Portuguesa para concretizar a melhoria da educação básica.
Para desenvolvermos este trabalho utilizaremos uma coletânea de poemas
e/ou músicas considerados de cunho social, ou poema-denúncia da condição
humana encontrados em muitos poemas de autores consagrados, mais
especificamente naqueles que denunciam a miséria humana como a pobreza, a
fome, a violência e preconceitos “sofridos” pelos indivíduos em decorrência dessa
miséria humana. A escolha em trabalhar esse tema foi para mostrar ao aluno que a
poesia, além de ser um texto literário, lido para lazer/prazer, também é utilizado por
muitos poetas para fazer denúncias político-sociais.
A coletânea de textos poéticos pretendida para a realização deste trabalho
é: “O bicho” (Manuel Bandeira), “José” (Carlos Drummond de Andrade), “O açúcar”
e “Não há vagas” (Ferreira Gullar), “Meu guri” (Chico Buarque de Holanda), “A triste
partida” (Patativa do Assaré), “Além da imaginação” (Ulisses Tavares), “Canção do
exílio” (Gonçalves Dias), “Cidadão” (Lúcio Barbosa), “Casinha branca” (Gilson e
Joran) e “Paradoxo” (Gabriel o Pensador). Acredito que essa coletânea, além de
resgatar o prazer da leitura de poesia, a sensibilidade, a cidadania do aluno,
também o atrairá a ampliar sua capacidade crítico-reflexiva, por meio da denúncia
contida em seus versos. Assim sendo, acredito que quanto mais leituras abordando
o mesmo tema e temas correlatos o aluno acumular, melhor será sua capacidade
de romper, modificar e ampliar seus horizontes. E, além disso, também serão
trabalhado os conteúdos linguísticos da disciplina de Língua Portuguesa para
concretizar a melhoria da educação básica.
As aulas serão desenvolvidas numa carga horária total de 32 (trinta e duas)
horas-aulas, subdivididas em oficinas de 2 (duas) horas-aulas cada.
Sendo esta proposta a de atender a alunos de sexta série do Ensino
Fundamental é importante salientar aqui que, ao desenvolver as atividades
propostas em cada texto, será levada em conta a capacidade da faixa etária do
aluno, ou seja, crianças com 10 a 12 anos de idade, podendo ser aprofundado ou
minimizado o grau de dificuldade das atividades de acordo com as séries
trabalhadas, caso as propostas deste projeto interessem a outras situações e
séries.
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Inicialmente será informado aos alunos da participação deles no presente
trabalho, os esclarecimentos sobre a relevância do tema e a informação aos pais
sobre a participação dos filhos no projeto, solicitação do material para uso nas
aulas como: um caderno para o registro das atividades que serão trabalhadas nas
oficinas, lápis preto, lápis de cor, borracha, apontador, caneta, dicionário, revistas e
jornais que possam ser recortados e outros, bem com sua participação no blog.
Objetivos: Geral e Específicos:
a) Geral:
Implementar no aluno da 6ª série o gosto pela leitura da poesia social, de
modo a incutir o prazer e o exercício da consciência crítica-reflexiva.
b) Específicos:
- Estimular o aluno para desenvolver o gosto pela leitura do texto poético;
- Proporcionar ao aluno a compreensão da linguagem do texto literário,
especialmente no poema;
- Identificar elementos estruturais do texto poético como: verso, estrofe, rima,
ritmo, métrica, melodia, dentre outras;
- Refletir sobre as características imagéticas do texto poético, como: a
ambiguidade (duplo sentido), a polivalência (um mesmo significante com
significados diferentes, portanto, signos diferentes entre si), a musicalidade (o
efeito sonoro) decorrente da seleção e da combinação entre os fonemas que
compõem os significantes dos signos da mensagem, o rompimento com as normas
gramaticais e, principalmente, o que melhor caracteriza a linguagem poética: a
conotação;
- Contribuir para a formação de leitores de poemas sociais;
- Selecionar e fornecer aos alunos uma coletânea de poemas de cunho
social;
- Estimular a pesquisa de poemas sociais em livros, internet e outros meios;
- Proporcionar momentos de leituras de poemas sociais;
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- Permitir a participação do aluno nas aulas, por meio da leitura de textos
poéticos de forma mais significativa;
- Perceber a importância da leitura de poemas como reflexão e
entretenimento;
- Estabelecer relação entre o texto lido e os acontecimentos do cotidiano;
- Refletir a relação entre o texto lido e o contexto histórico de sua produção;
- Criar condições para que os alunos possam ler, analisar e interpretar
poemas sociais com autonomia;
- Ouvir e proceder a leitura de poemas sociais;
- Incentivar a criação de um blog de postagem de atividades referentes aos
poemas;
- Organizar um sarau de declamadores de poemas;
- Sugerir a confecção de um caderno de poemas.
Avaliação
Os alunos serão avaliados com base na sua participação nas discussões em
classe, participação concentrada e racional na pesquisa individual e em grupos,
nas respostas dadas às questões que acompanham cada um dos textos, bem
como nas participações no blog.
Resultados Esperados
Espera-se com esse trabalho que o aluno desenvolva o prazer pela leitura
da poesia social, a sua capacidade de interpretação textual, e o exercício da
consciência crítico-reflexiva, transformando-o em um cidadão consciente, capaz de
interagir em seu meio.
Recursos a serem utilizados
Textos poéticos e musicais digitados, laboratório de informática, tv
multimídia, internet, pendrive, CDs, além dos materiais didáticos do aluno já
mencionados na apresentação deste trabalho.
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CRONOGRAMA
Implementação do Projeto Carga horária
Apresentação do projeto à Equipe Pedagógica e Direção 1h
Apresentação do projeto aos professores e funcionários
na Semana Pedagógica
1h
Oficina 01 2h
Oficina 02 2h
Oficina 03 2h
Oficina 04 2h
Oficina 05 2h
Oficina 06 2h
Oficina 07 2h
Oficina 08 2h
Oficina 09 2h
Oficina 10 2h
Oficina 11 2h
Oficina 12 2h
Oficina 13 2h
Oficina 14 2h
Oficina 15 - Sarau final 2h
TOTAL 32h
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OFICINA 01
Reconhecendo um Poema
Serão trabalhadas questões orais com a finalidade de preparar o aluno ao
tema do projeto. Para que isso ocorra, faremos inicialmente uma conversa informal
sobre o que eles já sabem sobre poema.
Para o desenvolvimento desta aula registraremos aqui, a título de sugestões,
algumas questões para este primeiro contato, podendo ser incluídas outras,
conforme sejam necessárias:
a) Vocês costumam ler poemas? Gostam de ler poemas?
b) Que tipo de poemas vocês mais gostam?
c) Vocês costumam retirar na biblioteca livros de poemas? De que autores?
d) Nas aulas vocês leem poesias?
e) Há algum poema que vocês se lembram que marcou mais em vocês? Qual?
f) Por que esse poema marcou em vocês? (situação do momento em que
estavam vivenciando...)
g) Essas marcas foram positivas ou negativas? Relatem.
h) Que assuntos vocês acham que podem aparecer nos poemas? Por quê?
i) Vocês sabem dizer qual a diferença entre um texto em prosa e um texto em
forma de poema?
j) Para vocês, a leitura de um texto em versos é feita da mesma forma que a
de um texto em prosa? Por quê? Como ela é feita?
k) A linguagem empregada num texto poético é a mesma da empregada num
texto em prosa? Tente explicar o que vocês sabem sobre esta questão.
Em seguida será apresentado o poema CONVITE de José Paulo Paes.
CONVITE
Poesia
é brincar com palavras
9
como se brinca
com bola, papagaio, pião. (...)
(PAES, José Paulo. “É isso ali”. 10. ed. Rio de Janeiro. Salamandra. 1993).
Sugestões:
Antes de entregar o poema aos alunos, escrever a palavra CONVITE no
quadro negro e perguntar-lhes o que esta palavra lembra? Quais os tipos de
convites que eles conhecem? Se já receberam algum convite? Para que foi? E
outras questões que se fizerem necessárias. Após sua exploração, dizer aos
alunos que o poema que lerão em seguida também tem a conotação de um convite
ao estudo de poemas que faremos em nossas aulas.
Solicitar que os alunos leiam o poema – primeiro silenciosamente, depois em
voz alta. Em seguida a professora lê em voz alta com entonação poética para que
os alunos percebam a diferença entre a leitura de um texto em versos e de um
texto em prosa.
Compreendendo melhor o poema
1. Peça aos alunos (em duplas) o que entendem com os seguintes versos:
“Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião”.
2. Podemos perceber que “A leitura de poesias é uma brincadeira mais
interessante do que a de brincar de pião.” Que argumentos o poeta usou para
defender esta ideia?
3. Você concorda com essa ideia? Por quê?
4. No poema aparecem algumas comparações. Destaque-as.
5. Na sua opinião, por que as palavras não se “gastam” de tanto brincar,
como acontecem com a bola, o papagaio e o pião?
6. Para o poeta a palavra é como a água que está sempre nova. O que
ele quis dizer com estes versos? Você concorda? Comente.
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7. Para manter a ideia de que a palavra, a poesia e a água estão sempre
novas, o poeta cria uma figura de linguagem chamada metáfora. Identifique-a e
explique o sentido que esta metáfora adquire neste poema.
8. Justifique o título do poema.
9. Que outro título caberia neste poema? Por quê?
10. Escreva um acróstico com a palavra c o n v i t e. Leia para seus colegas
o que você escreveu e exponha no mural da sala.
Para refletir:
A palavra tem uma força cosmogônica. (caos = desordem,
desconhecimento; cosmos = é a ordem, o conhecimento). A palavra é a ponte
entre o caos e o cosmos.
Quando se brinca com palavras se está exercitando o conhecimento, a “luz”.
“A palavra é a que tudo cria, tudo nomeia, tudo explica, tudo define e por fim a tudo
pode transformar”.
Podemos perceber essa ideia na Gênese Bíblica "No princípio, criou Deus
os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do
abismo; ...E disse Deus: Haja luz. E houve luz...” Gen. 1:1-3. “No princípio era a
Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus”. Jo. 1:1. O ponto de
partida é a palavra, a expressão oral do conhecimento, do sentimento, do desejo. A
palavra por excelência anuncia a ação, que traça roteiro ou desnorteia, que traz
consolo ou desesperação.
A expressão: brincar com a palavra é permitir que se conheça o mundo, é
uma grande experiência.
Os demais poemas que vamos estudar são feitos de palavras.
Reflexão: E para você, o que é a palavra? Escreva um parágrafo ou uma
estrofe respondendo esta questão e publique-a no blog, se preferir, exponha
também no mural da sala.
Você sabia? José Paulo Paes nasceu em Taquaritinga SP, em 1926.
Estudou química industrial em Curitiba, onde iniciou sua atividade literária
colaborando na revista Joaquim, dirigida por Dalton Trevisan. De volta a São Paulo
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trabalhou em um laboratório farmacêutico e numa editora. Desde 1948 escreve
com regularidade para jornais e periódicos literários. Toda sua obra poética foi
reunida, em 1986, sob o título Um por todos. No terreno da tradução verteu do
inglês, do francês, do italiano, do espanhol, do alemão e do grego moderno mais
de uma centena de livros. Em 1987 dirigiu uma oficina de tradução de poesia na
UNICAMP. Faleceu no dia 09.10.1998.
Observação: Pode-se sugerir que os alunos pesquisem a biografia do autor
em vez do professor levar pronta a eles.
OFICINA 02
Aprendendo um pouco sobre a estrutura do poema
Nota: É importante lembrar que se os alunos não conhecem ou nunca
estudaram sobre versificação ou a estrutura do poema, deve-se trabalhar esse
assunto neste momento antes de dar prosseguimento aos estudos dos textos da
coletânea.
Nesta aula vamos aprender (ou recordar) um pouquinho sobre a estrutura do
poema.
1.Você consegue conceituar algumas características ou recursos utilizados
nos poemas como: versos, estrofes, rimas, métrica, escansão, repetição,
aliteração, assonância, sonoridade?
2.Vamos pesquisar em dicionários ou na internet (caso opte pela internet
deve-se levar os alunos ao laboratório de informática), cada um dos itens acima.
3. Aproveite também para pesquisar no dicionário e ou internet qual o
significado de poema e poesia. Registre em seu caderno.
Sugestão: O professor, se desejar, poderá apresentar o conteúdo abaixo
em Power point.
Observação: O conteúdo a seguir foi adaptado da Gramática da Língua
Portuguesa de Roberto Melo Mesquita. São Paulo: Saraiva. 1994, mas leva em
conta a reforma ortográfica posterior.
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1) Estrofe: é o conjunto de versos de um poema, ou seja, o agrupamento de
versos separados por um espaçamento maior para formar outra estrofe. Veja um
exemplo de estrofe:
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá. (“Canção do Exílio”, Gonçalves Dias)
Você sabia que pode ocorrer estrofe de um verso só?
Fique por dentro: Você sabia que os poemas recebem nomes especiais
conforme o número de estrofes? E que as estrofes recebem também nomes
especiais de acordo com o número de versos que contêm cada uma?
Quanto ao número de versos agrupados, as estrofes recebem
diferentes denominações. Veja:
Classificação Número de versos
Monóstico 1 verso
Dístico 2 versos
Terceto 3 versos
Quadra ou
quarteto
4 versos - popular por
excelência
Quintilha 5 versos
Sextilha 6 versos
Sétima 7 versos
Oitava 8 versos
Nona 9 versos
Décima 10 versos
Curiosidades: 1) A estrofe com mais de 10 versos é chamada de Irregular;
2) A estrofe de oito versos, quando possuir o esquema rítmico (ABABABCC)
recebe a denominação oitava-rima ou oitava heróica (um exemplo desse tipo de
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composição são “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões, que vocês estudarão no
1º ano do Ensino Médio); 3)Os poemas de formas fixas são denominados de:
Soneto: poema formado por dois quartetos e dois tercetos, geralmente
composto por versos decassílabos e de conteúdo lírico;
Balada: poema normalmente formado por três oitavas e uma quadra;
Rondel: poema normalmente formado por duas quadras e uma quintilha;
Rondó: poema normalmente com estrofação uniforme de quadras;
Sextina: poema normalmente formado por seis sextilhas e um terceto;
Trova: poema monostrófico de quatro versos heptassilábicos.
Haicai: poema monostrófico com três versos: dois pentassilábicos e um
heptassilábico (o segundo).
2) Verso: é cada uma das linhas que formam uma estrofe.
Quanto ao número de sílabas os versos classificam-se em:
Classificação Número de sílabas
Monossílabos 1 sílaba
Dissílabos 2 sílabas
Trissílabos 3 sílabas
Tetrassílabos 4 sílabas
Pentassílabos ou redondilha menor 5 sílabas
Hexassílabos 6 sílabas
Heptassílabos ou redondilha maior 7 sílabas
Octossílabos 8 sílabas
Eneassílabos 9 sílabas
Decassílabos 10 sílabas
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Curiosidades: a) Os versos bárbaros são bastante raros, pois se
aproximam da prosa; b) Versos livres são muito usados pelos poetas modernistas,
não tem número exato de sílabas nem faz uso de rimas. É também chamado de
versos brancos ou soltos.
Fique por dentro: Quando um verso se repete no início de todas as estrofes
de um poema, é designado de antecanto. Se essa repetição ocorrer no final, é
designado por bordão. Ao conjunto de versos repetidos no decorrer do poema
chama-se estribilho ou refrão.
3)Rima: é a identidade ou semelhança de sons entre as palavras que se
localizam no final e também podem aparecer no meio dos versos.
Ó Guerreiros da Taba sagrada,
Ó Guerreiros da Tribo Tupi,
Falam Deuses nos cantos do Piaga,
Ó Guerreiros, meus cantos ouvi.
(“O canto do piaga”, Gonçalves Dias)
Atenção: quanto a sua disposição nos versos as rimas recebem diferentes
nomes. Vejam:
a)Cruzadas ou alternadas: apresentam-se em verso alternados formando o
esquema ABAB. Exemplo:
Ó Guerreiros da Taba sagrada, A
Ó Guerreiros da Tribo Tupi, B
Hendecassílabos 11 sílabas
Dodecassílabos 12 sílabas
Bárbaros Mais de 12 sílabas
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Falam Deuses nos cantos do Piaga, A
Ó Guerreiros, meus cantos ouvi. B
(“O canto do piaga”, Gonçalves Dias)
b) Interpoladas ou opostas: rimam os versos extremos de uma estrofe.
Exemplo:
Eu, filho do carbono e do amoníaco, A
Monstro de escuridão e rutilância, B
Sofro, desde a epigênese da infância, B
A influência má dos signos do zodíaco. A
(“Psicologia de um Vencido”, Augusto dos Anjos)
c) Emparelhadas: Rimam-se os versos que se sucedem formando pares.
Exemplo:
No rio caudaloso que a solidão retalha, A
na funda correnteza na límpida toalha, A
deslizam mansamente as garças alvejantes; B
nos trêmulos cipós de orvalho gotejantes... B
(“Queixas do poeta”, Fagundes Varela.)
d) Encadeadas: As rimas acontecem entre palavras de fim de verso com o
interior do verso seguinte. Exemplo:
Quando alta noite n'amplidão flutua
Pálida a lua com fatal palor,
Não sabes, virgem, que eu te suspiro
E que deliro a suspirar de amor. (“Não sabes”, Castro Alves.)
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Curiosidade: Você sabia que todo bom compositor de músicas têm o
domínio técnico dessas rimas?
4) Metro: é a medida do verso. O estudo do metro chama-se metrificação e
escansão é a contagem dos sons dos versos. As sílabas métricas, ou poéticas,
diferem das sílabas gramaticais em alguns aspectos. Um deles é que se conta as
sílabas ou sons até a tônica da última palavra de um verso. Veja um exemplo numa
estrofe do poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias:
Mi/nha/ ter/ra/ tem/ pal/mei/ras
1 2 3 4 5 6 7
On/ de/ can / ta o/ sa/ bi/ á
1 2 3 4 5 6 7
As/ a/ves/ que a/ qui/ gor/jei/am
1 2 3 4 5 6 7
Não/ gor/ jei/ am/ co/ mo/ lá.
1 2 3 4 5 6 7
Fique por dentro: a) A contagem termina sempre na sílaba tônica da última
palavra de cada verso. Dispensa-se da contagem as demais sílabas dessa mesma
última palavra, se houver;
b) A cada verso inicia-se nova contagem;
c) Na contagem, ignora-se sempre quaisquer pontuações;
d) Quando uma palavra terminar por vogal átona e a palavra seguinte
começar por vogal, também átona, as sílabas que contêm essas vogais constituirão
uma só sílaba poética.
Observação: Por se tratar de um projeto para ser aplicado na sexta série do
ensino fundamental, achamos por bem não aprofundarmos o ensino da
metrificação, pois se trata de assunto um tanto complexo para a referida faixa
etária, além de que este assunto é objeto de estudos no primeiro ano do ensino
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médio e os alunos terão a oportunidade de aprofundar um pouco mais, quando
estiverem cursando esta série.
Sugestão: Para melhor compreensão deste conteúdo, sugere-se neste
momento outras atividades com estrofes de poemas e músicas.
OFICINA 03
Outros recursos empregados na composição poética:
1) Onomatopeia: A construção onomatopaica tem grande importância
estilística e poética, pois nela se concentram a melodia, a harmonia e o ritmo da
frase. Num poema a onomatopeia sugere uma relação entre o significante (massa
sonora) e o significado (imagem mental). Veja um exemplo no fragmento abaixo do
poema de Vinícius de Moraes:
Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora...
(“O Relógio” de Vinícius de Moraes).
2) Aliteração : repetição de sons consonânticos idênticos ou semelhantes
em um verso ou em uma frase. Exemplo de aliteração em V e Z:
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
(“Violões que choram”, Cruz e Souza).
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3) Assonância: é uma figura de linguagem que consiste em repetir sons de
vogais em um verso ou em uma frase, especialmente as sílabas tônicas. A
assonância é largamente utilizada em poesias, mas também pode ser empregada
em prosas. Exemplo de assonância em “a”:
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De Luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incensos dos turíbulos das aras... (“Antífona” Cruz e Sousa).
4) Comparação: Comparação é uma figura de linguagem semelhante à
metáfora usada para demonstrar qualidades ou ações de elementos. Exemplos:
Ver minh'alma adejar pelo infinito
Qual branca vela n'amplidão dos mares...
((“Espumas flutuantes”. Fragmento de “Mocidade e morte” Castro Alves)
É que teu riso penetra n'alma
Como a harmonia de uma orquestra santa...
(“A volta da primavera”, Castro Alves)
5) Metáfora: é uma figura de estilo (ou tropo linguístico), que consiste na
comparação de dois termos sem o uso de um conectivo.Exemplo:
Grinaldas e véus brancos, véus de neve,
Véus e grinaldas purificadores,
Vão as Flores carnais, as alvas Flores
Do Sentimento delicado e leve.
(“Primeira comunhão”, Cruz e Souza)
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A metáfora se encontra no sentido dos versos: "Vão as flores carnais, as
alvas Flores/ Do Sentimento delicado e leve" - referência direta às crianças ainda
sem máculas, sem maus pensamentos, inocentes, verdadeiras flores.
6) Personificação ou prosopopeia: é uma figura de estilo que consiste em
atribuir a objetos inanimados ou seres irracionais sentimentos ou ações próprias
dos seres humanos.Este recurso é muito usado no poema. Exemplo:
Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
- Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!
(“Círculo vicioso”, Machado de Assis)
O poeta utiliza as expressões: “bailando”, “gemia inquieto”, “loura estrela e
“arde no eterno azul”, características próprias de seres humanos para designar
atitudes de seres não humanos como vagalume e estrela.
Nota: Há muito o que se descobrir por trás de uma simples estrofe e de um
simples verso, especialmente da chamada poesia social. Na maioria das vezes o
objetivo do poeta é fazer uma denúncia, um alerta, uma critica a algo relacionado
ao contexto social como: a fome, a miséria, a violência e o desemprego etc., são
dores que machucam, que ferem a dignidade de milhões de seres humanos, tão
humanos quanto você e eu. Somente iremos compreender tudo isso por meio do
nosso conhecimento de mundo. É o que chamamos "Análise do Discurso". Através
dela conseguimos desvendar a intencionalidade do autor e fazer com que a leitura
de um modo geral, nos faça sentido.
Sugestão: Fazer outros exercícios com este conteúdo para fixar melhor a
aprendizagem.
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OFICINA 04
Texto I - O Bicho
Vi ontem um bicho
Na imundice do pátio
Catando comida entre os detritos.
(...)
(BANDEIRA, Manuel. In: Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro:
J.Olympio/MEC. 1971. 145 p).
Sugestão: Iniciar apresentando a palavra “bicho” e indagar aos alunos qual
o significado desta palavra para eles. Em seguida apresentar o vídeo abaixo:
Vídeo “O Bicho”: http://www.youtube.com/watch?v=JyhQYitZ10g&feature=related.
Acesso em 16/jun/2011.
Entregar aos alunos uma cópia do poema “O Bicho” de Manuel Bandeira
Refletindo sobre o texto:
1. Agora que você assistiu ao vídeo e leu o poema, você fazia idéia de
que o bicho poderia ser um homem?
2. A que problema social o autor aborda no texto?
3. Quem é o eu- lírico do poema?
4. O que você entende com as expressões: “Engolia com voracidade” e
“Na imundície do pátio”?
5. Consulte um dicionário e veja os significados das palavras abaixo, em
seguida registre em seu caderno os significados de acordo com o contexto:
a) Imundície b) pátio c) detritos d) voracidade
6. Faça a escansão dos versos da 1ª estrofe e dê a sua denominação de
acordo com o número de sílabas poéticas.
21
7. O poema apresenta rimas? Em caso afirmativo, cite-as?
8. O poeta nos mostra a animalização do ser humano através das ações
que a personagem pratica: catando, achava, examinava, cheirava, e engolia. Você
acha que ele (o poeta) foi infeliz nesta abordagem ou ele quis, neste poema, fazer
um alerta, uma denúncia do grave problema que nos cerca no dia-a-dia, ou seja, a
fome? Comente.
9. Na sua opinião, por que o poeta usou a expressão “meu Deus”?
10. O que você sentiu ao ler o poema?
11. A cena vista pelo poeta é real ou imaginária? Por quê?
12. Quais as possíveis causas de haver tantas pessoas na condição de
bicho como retrata o texto?
13. O que poderia ser feito para solucionar o problema da miséria no
mundo?
14. Transforme o poema em um texto narrativo. Procure colocar - se no
lugar do eu- lírico e narrar o que vê. Não se esqueça dos elementos da narrativa:
tempo, espaço, personagem, ação, clímax e desfecho.
15. Usando sua criatividade, imagine a cena vista pelo eu-lírico e faça
uma bonita ilustração do poema em folha sulfite ou cartolina, exponha-a no mural
da sala.
16. Encontre outros poemas que abordem o mesmo tema.Comente este
tipo de produção no blog.
OFICINA 05
Texto II - O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. (...)
22
(Ferreira Gullar, “Dentro da noite veloz”. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1975, p. 44 e 45).
Antes de entregar o poema, escrever a palavra AÇÚCAR no quadro de giz e
perguntar aos alunos o que esta palavra lembra? O que pode ser feito com açúcar?
De onde vem o açúcar?
1. Após a leitura do poema, destaque as palavras desconhecidas, consulte
um dicionário e copie os significados de acordo com o contexto.
2. Qual é o objetivo do poeta neste poema?
3. Quem é o eu-lírico?
4. Sabe-se que no texto poético, não é o autor que fala, mas cede a palavra
a voz que enuncia o poema, esta voz é o eu-lírico. Como o eu-lírico manifesta sua
fala no poema?
6. O eu-lírico faz comparações com o açúcar que consome. Cite-as.
7. Qual a antítese que configura uma imagem da divisão social do trabalho
na sociedade brasileira e é expressa poeticamente na oposição entre a doçura do
branco açúcar?
8. O eu-lírico diz que o açúcar não surgiu do açucareiro por milagre. Relate a
trajetória da cana até ser transformada no açúcar dentro do açucareiro.
9. Segundo o poema, quem produz o açúcar? Como é a vida destas
pessoas?
10. No poema em estudo vemos um tipo de dependência do homem em
relação aos outros homens. Quais são as relações de dependência expressas.no
poema?
11. O poema permite uma reflexão com relação à produção do açúcar e ao
respeito aos direitos humanos. Qual é essa relação?
23
12. Pesquise na internet, enciclopédia ou outros meios, a origem da cana-
de-açúcar e como ela chegou ao Brasil.
14. Qual o interesse atual do Brasil, sob o ponto de vista econômico, de se
manter grandes áreas com plantações de cana-de-açúcar? Você concorda com
esses interesses? Por quê?
15. Podemos concluir que a realidade dos trabalhadores das usinas de
açúcar é boa? Por quê?
16. A cana-de-açúcar é matéria-prima para diversos produtos. Cite alguns.
17. Numa folha de sulfite, ilustre a trajetória do açúcar em quatro partes: 1ª.
o plantio da cana; 2ª. a colheita; 3ª. a produção do açúcar nas usinas; 4ª. a
distribuição e consumo. Compartilhe seu trabalho com os colegas expondo-o no
mural da sala.
Pesquisa: Em duplas, pesquisar outras fontes de se extrair o açúcar.
OFICINA 06
Texto III - José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
24
que ama, protesta?
e agora, José?
(...)
(“José”, Carlos Drummond de Andrade, In Poesias. Ed. José Olympio, 1942)
Após a leitura do poema, apresente o vídeo da música para a turma:
Música de Paulo Diniz na voz de Chico Buarque
<http://www.youtube.com/watch?v=R_4NS50okUc&feature=related>Acesso em:
16/jun/2011.
1. Agora procure o significado das palavras desconhecidas no dicionário, em
seguida responda as seguintes questões?
2. Quem é o eu-lírico?
3. Pode-se considerar que o poema retrata um problema social? Comente.
4. Por que o poeta escolheu o nome JOSÉ para a personagem de seu poema?
5. Com base nos versos, caracterize a personagem José: seu caráter, situação
financeira, atitudes e responda: ele representa um bom ou mau exemplo de ser
humano? Justifique sua resposta.
6. O personagem José pode ser considerado uma metonímia. A quem ele se
refere?
7. Qual é o tema central do poema José?
8. Quais os sentimentos expressos na figura de José que perpassam todo o
poema? O que esses sentimentos deixam evidentes?
9. O poeta repete o verso “A noite esfriou”; na sua opinião o que pretende o
poeta com essa repetição?
25
10. Faça a escansão dos versos abaixo e diga como se denominam quanto
ao número de sílabas poéticas:
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
11. Copie o verso que exprime que José é “ninguém”.Você concorda com isso?
12. Baseando-se em todas as informações fornecidas pelo texto, coloque-se no
lugar de José e responda à indagação presente em todo o texto e, inclusive, no
título.
Pesquisa Pesquisar vida e obra de Carlos Drummond de Andrade.
Memorize o poema para declamar na sala de aula.
Fique por dentro:
Cabe aqui lembrar que o poema está intimamente relacionado a
acontecimentos históricos, ocorridos no nosso país, bem como no mundo, os quais
projetam consequências que repercutem no ambiente nacional.
A publicação do poema foi em 1942, época da Segunda Guerra Mundial,
neste ano ocorre a política do Estado Novo no Brasil. Conforme relata a história,
neste período decorre uma série de acontecimentos políticos e econômicos que
marcam a sociedade brasileira, tais como a repressão política, o preconceito
institucional, a precariedade das condições de trabalho, a modernização industrial,
a implantação e a afirmação de condutas autoritárias, a urbanização dispersiva,
entre outros. Esses acontecimentos resultam na intensificação da situação de
miséria sofrida pela população em geral e um descontexto social, ou seja, o
surgimento das desigualdades de privilégios concedidos à sociedade, favorecendo
ainda mais a formação de classes opressoras e oprimidas.
26
Fonte: História do Brasil – Luiz Koshiba & Denise Manzi Frayze Pereira.
Editora Atual. São Paulo, 2006. 496 p.
Para saber mais: Converse com seu professor de História sobre a Política
do Estado Novo para saber mais sobre este assunto.
Para refletir: A figura de José vem nesse poema representar um problema
do coletivo. O poema todo está centrado na reflexão sobre a existência de José
que tenta resistir e seguir vivendo. Inicia e finaliza de forma interrogativa o que vem
realçar o problema do direcionamento da existência. Os versos iniciais apresentam
uma sensação de despojamento, esvaziamento, situação sem saída, conforme
podemos notar pelos verbos “acabou”, “apagou”, “sumiu”, “esfriou”.
Em grupos produza uma paródia para esse poema. Exponha no mural da
sala e no blog.
OFICINA 07
Texto IV. O Meu Guri
Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome
E eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando, não sei lhe explicar
Fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí
Olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
27
Olha aí, é o meu guri
E ele chega
(...)
(“O meu guri” – Chico Buarque).
Antes de entregar o poema, apresentar o vídeo da música “O meu guri”
http://www.youtube.com/watch?v=xAKolC3PqR4&feature=related. Acesso em
10/jul/2011.
Após assistir ao vídeo e ler o poema, procure responder as seguintes
questões:
1. Qual é o tema da canção “O Meu guri”?
2. Trace um perfil do eu-lírico, caracterizando-o.
3. Qual o foco narrativo do poema?
4. Liste as palavras desconhecidas no texto, consulte um dicionário e atribua
às palavras o respectivo significado, de acordo com o texto.
5. Por que a mãe declara que não era o momento de seu filho rebentar?
6. Pode-se considerar a canção um lamento materno sobre um menino pobre.
Como é a vida desse menino?
7. Como é a relação afetiva entre a mãe e o filho? Aponte os versos que falam
dessa relação.
8. Na terceira estrofe, o ato de rezar deixa evidente a ingenuidade da mãe. Por
quê?
9. A mãe fala do retrato do guri, manchete, venda nos olhos, legenda e iniciais.
O que sugerem estas imagens?
28
10. A oração “Eu consolo ele” não está de acordo com a norma culta. Como
ficaria no padrão culto? Na sua opinião qual a razão do poeta não seguir a norma
padrão?
11. As três primeiras estrofes do texto terminam mostrando a crença da mãe na
promessa do menino de “um dia chegar lá”. O que significa “chegar lá”? Isso
realmente acontece com o garoto? Justifique.
12. Quais as possíveis causas que levam um garoto à delinquência?
13. Em sua cidade existem muitos meninos abandonados? Em caso afirmativo,
você tem conhecimento da existência de algum programa para tentar resolver o
problema?
14. Produza uma notícia de jornal utilizando as informações contidas na canção.
Crie uma manchete de impacto para sua notícia. Exponha no mural da sala.
15. O que você pensa da falta de uma política mais séria para tirar os meninos
da rua? Dê a sua opinião e publique-a no blog.
OFICINA 08
Texto V – A triste partida
Setembro passou, com outubro e novembro
Já tamo em dezembro.
Meu Deus, que é de nós?
Assim fala o pobre do seco Nordeste,
Com medo da peste,
Da fome feroz.
A treze do mês ele fez a experiença,
Perdeu sua crença
Nas pedra de sá.
29
Mas nôta experiença com gosto se agarra,
Pensando na barra
Do alegre Natá.
(...)
(“A triste partida”, Patativa do Assaré)
Após leitura atenta do poema “A triste partida”, faça um levantamento das
palavras que você não conhece o significado, consulte um dicionário.
1. O texto foi escrito na variante linguística “caipira”. Em duplas,
reescreva as duas primeiras estrofes do poema usando a norma culta da língua.
2. Quem é o eu- lírico? Identifique a sua profissão e onde vive.
3. Qual é o tema do poema?
4. Você acha que esse tema aborda um problema social? Qual?
5. Como é visto o pobre no Brasil?
6. Na primeira estrofe o poeta nos passa um pressentimento vivido pelo eu-
lírico. Indique-o.
7. Explique o que você entende com os versos: “A treze do mês ele fez a
experiença, / Perdeu sua crença / Nas pedra de 29sá. /Mas 29nôta experiença/
com gosto se agarra, / Pensando na barra / Do alegre Natá.”
8. Há rimas no poema? Em caso afirmativo, copie pelo menos cinco pares.
9. Para o sertanejo, com a chegada das festas natalinas vem a época das
chuvas, entretanto, no poema esse fato não se concretiza. Indique os elementos
que confirmam essa ideia.
Observação: Para o sertanejo, a salvação seria a queda da chuva, com a
terra molhada há a esperança de se plantar e colher, entretanto, todos os indícios
são de seca prolongada: barra que não vem, sol nasce vermelho, cigarra
buzinando nas árvores.
10. Sem chuva, esperança perdida, isso implica em tomada de decisão para
não morrer de fome. O que o sertanejo resolve fazer?
11. O que São Paulo simboliza para o povo nordestino?
30
12. O que ele faz para obter dinheiro para as passagens dele e da família?
13. Qual a figura de linguagem predominante nos versos: “A seca terrível /
Que tudo Devora / Lhe bota pra fora / Da terra natal”?
14. O que representa para as crianças a perda dos animais de estimação,
do contato afetuoso com cada um deles?
15. A família chega a São Paulo. O que acontece nessa nova vida? São
bem sucedidos?
16. Você tem conhecimento de alguma política pública para ajudar o
sertanejo ou o homem do campo em nosso país? Consulte seu professor de
história ou seus pais.
Pesquise a biografia de Patativa do Assaré e conheça outros poemas
escritos por ele.
OFICINA 09
Texto VI - Além da imaginação
“Tem gente passando fome.
E não é a fome que você imagina
entre uma refeição e outra.
Tem gente sentindo frio.
E não é o frio que você imagina
entre o chuveiro e a toalha.
(...)
(Ulisses Tavares. “Caindo na real”. São Paulo: Brasiliense, 1984. 66 p.)
31
O poema “Além da imaginação” de Ulisses Tavares é uma verdadeira crítica
às mazelas da sociedade, uma denúncia, principalmente no que se refere a
desigualdade que tanto assola o nosso país atualmente e que pouco se faz para
solucionar tantos problemas.
Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?gl=BR&hl=pt&v=Zd9YcJHOKtA
Após a leitura do poema e assistir ao vídeo, responda:
1. Qual é o tema do poema?
2. O poema aborda problema social? Comente.
3. Quem é o eu-lírico?
4. Para que tipo de leitor o autor teria criado esse poema? Justifique sua
resposta.
5. Relacione o título do poema ao último verso e diga qual a ideia contida
neles.
6. A expressão “Tem gente” se repete diversas vezes ao longo do poema. Na
sua opinião, qual o efeito da repetição para o leitor?
7. Além das situações expressas no poema, que outras situações há pelas
quais as pessoas sofrem diariamente? .
8. Que mensagem pode-se extrair do poema?
9. Em grupos tente explicar o que cada estrofe do poema quer dizer.
10. O título do poema é “Além da imaginação”. Você o acha coerente com o
texto? Por quê? Que outro título você daria ao poema?
11. Explique o que o autor quis dizer com o verso: “Tem gente que existe e
parece imaginação.”
12. Em grupos, elaborar um painel ilustrando cada uma das estrofes, com
recortes de jornais e revistas. Exponha no mural da sala.
Sugestão: distribuir uma estrofe para cada grupo.
Pesquisar outros poemas que abordam o mesmo tema, monte um painel no
pátio da escola para que outros colegas também possam ler.
32
OFICINA 10
Texto VII – Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
(“Canção do Exílio”. Gonçalves Dias).
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Sugestão: Antes de entregar o poema aos alunos, trabalhar a palavra exílio;
escrever no quadro negro a palavra EXÍLIO e perguntar o que sabem a respeito
dela. Após sua exploração distribuir o poema à Classe. Proceder à leitura
silenciosa, individual, oral, coletiva. Solicitar que os alunos façam um acróstico em
verso com a palavra EXÍLIO.
1. Quem é o eu-lírico do poema?
2. Qual é o tema do poema?
3. Que mensagem você pode tirar dessa leitura?
4. Faça a escansão dos versos da primeira estrofe e indique a denominação
dos versos quanto ao número de sílabas poéticas.
5. Quantas estrofes há no poema e como elas são denominadas?
Nota: Este poema foi produzido no primeiro momento do Romantismo
Brasileiro, época na qual se vivia uma forte onda de nacionalismo, que se devia ao
recente rompimento do Brasil-colônia com Portugal. O poeta trata, neste sentido,
de demonstrar aversão aos valores portugueses e ressaltar os valores naturais do
Brasil.
6. Qual é a função dos advérbios “lá”, “cá” e “aqui” no poema?
7. Quando Gonçalves Dias escreveu este poema, cursava Faculdade de Direito
em Coimbra, em Julho de 1843. O eu lírico assume um papel de exilado, desta
forma, um exílio físico e geográfico. Tradicionalmente, esta é a situação do exílio.
Como é visto o exílio hoje?
8. Você tem conhecimento de pessoas da atualidade que foram exiladas por
algum motivo? Comente.
9. Você considera o exílio um problema social? Por quê?
10. Pesquise em livros e internet paráfrases da “Canção do Exílio”. Monte um
painel com os diversos textos pesquisados para compartilhar com outros colegas.
34
OFICINA 11
Texto VIII – Cidadão
Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
olho pra cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
e me diz desconfiado, tu tá aí admirado
ou tá querendo roubar?
(...)
(Barbosa, Lúcio. “Cidadão”).
Observação: Antes de entregar a letra da música, converse com os alunos:
A letra da música que vamos estudar tem como título a palavra Cidadão. O
que é cidadão para você?
O que você espera encontrar nesta composição? Escreva algumas palavras
que você supõe que a música retrata.
Nota: Cidadão: s.m. 1. indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um
estado, ou no desempenho de seus deveres para com este.(Novíssimo Dicionário
Aurélio de Língua Portuguesa).
Após a leitura da letra da música, apresentar o vídeo para os alunos
assistirem.
Video: http://www.youtube.com/watch?v=SJcl3eiMd_w. Acesso em 12/jul/2011.
35
1. Na sua opinião, a letra da música possui conteúdo real ou imaginário?
2. Quem é o eu-lírico da canção, isto é, a que cidadão ela faz referência?
3. Qual o tema da canção?
4. Quem são as pessoas que realizam o trabalho de construção?
5. Comente o fato de pessoas que tendo ajudado a construir obras, muitas
vezes não têm direito ao acesso e, muitas vezes, são vistas como ladrões, pelos
cidadãos comuns, ao admirá-la. O que você pensa disso?
6. Por que o eu-lírico teria deixado o norte?
7. A música aborda um problema social? Qual?
8. A letra da música “Cidadão” traz uma reflexão sobre uma escolha de
mudança de vida de um homem em determinado momento de sua existência.
Comente o que você entendeu sobre essa reflexão.
9. Há visivelmente no texto um momento em que o personagem arrepende-
se de ter saído de sua terra natal. Copie o trecho que justifica essa afirmativa.
10. Sentindo-se excluído, cita outra faceta comum de infortúnio que cerca os
desprivilegiados: a falta de lazer e o alcoolismo (“meu domingo está perdido / Dá
vontade de beber”). Você acha correto uma pessoa se entregar à bebida, quando
se está com um problema? Isso resolverá ou agravará ainda mais a situação?
Explique.
11. Há algo em comum entre esta canção e o poema de Patativa do Assaré?
Explique.
12. Você acha que existe preconceito entre as pessoas do sul para com as do
norte e nordeste ou esse preconceito acontece com as pessoas de baixa condição
social, não importando a qual região ela pertence? Comente.
13. O que você entendeu com a conclusão do poema? Dê uma resposta
argumentativa para esta questão. Publique sua resposta no blog.
36
OFICINA 12
Texto IX - Casinha Branca
Eu tenho andado tão sozinho, ultimamente
Que nem vejo em minha frente
Nada que me dê prazer
Sinto cada vez mais longe a felicidade
Vendo em minha mocidade
Tanto sonho perecer
(...)
(“Casinha branca”, Gilson e Joran)
Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=nQvSd5LTYfo. Acesso em 12/jul/2011.
Após ver o vídeo e fazer a leitura do texto, responda:
1. Que sentimentos você teve ao ler o texto?
2. Quem é o eu-lírico? Descreva num parágrafo o que você pode deduzir dele.
3. Qual é o tema do texto?
4. O que poderia ter levado o eu-lírico a desejar viver isolado no campo?
5. Você considera a solidão um problema social? Comente.
6. Na sua opinião, uma pessoa pode se sentir só, mesmo estando no meio da
multidão? Comente.
7. Quais as consequências para uma pessoa que vive na solidão?
8. No texto, o que o eu-lírico vê no rosto da multidão? O que isso lhe causa?
Curiosidades: O Arcadismo perdurou pela maioria do século XVIII, tanto na
Europa quanto no Brasil. A principal característica é o bucolismo (bucolismo
significa pastoril). Bucólico é adjetivo que qualifica aquele que exalta a vida no
campo, levando a vida despreocupada e idealizada nos campos. Muitos dos
participantes da Conjuração Mineira foram poetas árcades, isto é, pertenceram a
esta escola literária. Entre outras características do Arcadismo destacam-se:
37
Fugere urbem: (“fuga da cidade”, da urbanização). Os árcades buscavam
uma vida simples, bucólica, longe do burburinho citadino.
Locus amoenus: (“lugar tranquilo”, agradável onde se encontram os
amantes).
Inutilia truncat: (“corta o inútil”, eliminar os excessos, principalmente em
termos linguísticos). A frase em latim resume grande parte da estética árcade. Ela
significa que "as inutilidades devem ser banidas" e vai ao encontro do desprezo
pelo exagero e pelo rebuscamento, característicos do Barroco.
Carpe diem: Aproveitar o dia, viver o momento presente com grande
intensidade, foi uma atitude inteiramente assumida pelos poetas desse período.
Fonte: ABAURRE, Maria Luiza. Português: língua, literatura, produção de
texto: ensino médio/ Maria Luiza Abaurre, Marcela Nogueira Pontara, Tatiana Fadel
- 1. ed. São Paulo: Moderna, 2005. P.65.
Observação: Este assunto vocês estudarão com mais profundidade no 1º
ano do Ensino Médio.
9. Sabendo disso, pode-se dizer que o poeta é um típico árcade?
10. O que você pensa da vida bucólica?
11. Idealize o desejo do poeta criando uma ilustração bem bonita. Exponha
no mural da sala.
38
OFICINA 13
Texto X - Paradoxo
Em nome da segurança;
Nós nos refugiamos.
Em condomínios fechados.
Cada um no seu quadrado.
Somos sempre vigiados.
Câmeras por todos os lados.
Nos muros arame farpado.
Cada um no seu quadrado.
(...)
Letra encontrada em: <http://letras.terra.com.br/gabriel-pensador/1489653/>.
Acesso 12/jul/2011.
PARADOXO : (cs) [Do gr. Parádoksos, pelo lat. paradoxon.] Substantivo
masculino. 1 Conceito que é ou parece contrário ao comum; contrassenso,
absurdo, disparate. (Dicionário de Língua Portuguesa - Aurélio século XXI).
Paradoxo: é a reunião de ideias contraditórias e aparentemente
inconciliáveis, num só pensamento, o que nos leva expressar uma verdade com
aparência de mentira.
Fonte: LIMA, Carlos Henrique da Rocha. Gramática Normativa da Língua
Portuguesa, José Olympio Editora. 45º ed. Rio de Janeiro. 2006.
Após a leitura do texto responda as questões propostas:
1. Qual é o tema de “Paradoxo”?
2. Quem é o eu- lírico? Como você o idealiza?
3. Que problema social o poema aborda?
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4. Para você o que significa viver “cada um no seu quadrado”?
5. Você acha isso positivo ou negativo? Comente.
6. Você concorda com o fato de “vivermos monitorados”, isto é, vigiados por
câmeras por todos os lados? Por quê?
7. Explique o que entende com os versos:
Todos nos encontramos;
Na escada e elevador.
Olhamos pro chão ou pro lado.
Cada um no seu quadrado.
8. Você concorda com o poeta quando diz que: “Dividimos as despesas; /Sem
saber quem mora ao lado./ Não dividimos amor./ Não fazemos favor./ Cada um no
seu quadrado”?Comente.
9. O que você acha do fato de que nos dias de hoje termos tantos amigos
virtuais, mas nem sequer sabemos quem mora ao nosso lado? Por que isso
acontece?
10. Para você o que significa os versos: “Mas na parede ao lado; / Não ouvimos
os ais;/ De alguém agoniado; / Sozinho, desesperado;”? Você concorda com isso?
Comente.
11. Explique o que o poeta quis dizer com os versos: “E no salão social; / Festas
que lembram velório”?
12. O que quer dizer “panelinha do escritório”?
Sugestão: Treine o canto da música e apresente na sala.
40
OFICINA 14
Não há vagas
O preço do feijão
não cabe no poema.
O preço
do arroz
não cabe no poema. (...)
(GULLAR, Ferreira. Antologia poética. Rio de Janeiro, Fontana/Summus, 1977,
p.70).
Encerraremos nosso projeto com o poema acima.
Fique por dentro: O poema “Não há vagas” de Ferreira Gullar pertence ao
Modernismo literário. Faz parte da literatura engajada.
A Poesia Engajada é instrumento de luta social. O poeta acredita em um
mundo melhor e usa a poesia como arma para alcançar seus objetivos. Para ele,
fazer poesia é defender uma causa. É ser movido por ideias. No mundo da Poesia
Engajada não há lugar para os neutros ou indiferentes. Este é um mundo exclusivo
dos que possuem a sensibilidade ou coragem de se posicionar. Ser engajado é
estar na defesa do “ideário político, filosófico ou religioso”, com o intuito maior de
alertar, informar, modificar, denunciar etc.
(Trecho baseado em conteúdo encontrado na internet. Portal do Professor:
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25038 >. Acesso em
12/jul/2011).
1. O que lembra o título do poema “Não há vagas”?
2. O que Ferreira Gullar quis dizer com o poema “Não há vagas”, ou seja,
qual problema social ele denuncia em seus versos?
41
Nota: Todo escritor é influenciado pelo contexto social, cultural e político da
época em que vive. Portanto, se a época muda, os problemas também mudam e a
literatura engajada acompanha, inevitavelmente, essa evolução.
3. Reflita sobre os acontecimentos atuais no nosso país e no mundo, liste
os acontecimentos que mais te afligem.
4. Por que o preço do feijão e do arroz não cabem no poema?
5. O que denunciam os versos: “Não cabem no poema o gás / a luz o
telefone / a sonegação / do leite / da carne / do açúcar /do pão”?
6. Por que o funcionário público não cabe no poema?
7. O que o poeta quis dizer com os versos:
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras.
8. Explique os versos:
“- porque o poema, senhores, / está fechado: / não há vagas”
9. Para o poeta, o que só cabe no poema?
10. O poeta parece fazer um desabafo quando diz: “O poema, senhores,
não fede nem cheira”. Você concorda com isso?
Para saber um pouco mais: Pesquise na internet a bibliografia de Ferreira
Gullar e conheça outros poemas do autor.
Sugestão: Para encerrar o projeto a turma será convidada a uma
confraternização com a declamação dos poemas que mais gostaram entre os
trabalhados nesta unidade e outros pesquisados pelos alunos.
42
REFERÊNCIAS:
ABAURRE, Maria Luiza; PONTARA, Marcela Nogueira; FADEL, Tatiana. Português: língua, literatura, produção de texto: ensino médio. São Paulo: Moderna, 2005. 65 p.
ANDRADE, Carlos Drummond de, In Poesias. São Paulo: José Olympio, 1942. 220 p.
BANDEIRA, Manuel. In: Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: J. Olympio/ MEC, 1971. 145 p.
BÍBLIA. N. T. João. Português. Bíblia Sagrada. Revista e corrigida no Brasil. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1995. 1248 p.
BORDINI, Maria da Glória e AGUIAR, Vera Teixeira de. Literatura: a formação do leitor: alternativas metodológicas. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
FERREIRA, A. B. H. Aurélio século XXI: o dicionário da Língua Portuguesa. 3. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. 2128 p.
GULLAR, Ferreira. Antologia poética. Rio de Janeiro: Fontana/Summus, 1977. 102 p.
GULLAR, Ferreira. Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975, p. 44 e 45.
JAUSS, Hans Robert. A história da literatura como provocação à teoria literária. Tradução de Sérgio Tellaroli. São Paulo: Ativa, 1994.
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