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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: O Cotidiano e o Humor de Stanislaw Ponte Preta em Sala de Aula
Autor Rogel Antonio Camargo Barreto
Escola de Atuação Col. Est. Padre Sigismundo – Ens. Fundamental, Médio, Normal e Profissional.
Município da escola Quedas do Iguaçu
Núcleo Regional de Educação Laranjeiras do Sul
Orientador Prof. Célia Bassuma Fernandes
Instituição de Ensino Superior UNICENTRO
Disciplina/Área (entrada no PDE) Língua Portuguesa
Produção Didático-pedagógica Unidade Didática
Relação Interdisciplinar
Público Alvo:
Alunos (as) da 3ª. Série do curso de Formação de Docentes.
Localização: Col. Est. Padre Sigismundo – Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissional. Rua Marfim,,1177 – Centro - Quedas do Iguaçu – Paraná
Apresentação: Quando se fala na prática de leitura, a maioria dos alunos está distante daquilo que propõem os documentos oficiais, que é saber compreender a variedade de textos que circulam socialmente. Pouca leitura e dificuldades na interpretação é, de fato, uma das realidades constantes nas escolas, que dificulta o processo de aprendizagem da Língua Portuguesa, e o entendimento sobre os diversos sentidos que estão no texto. O grande desafio do professor e da escola é desenvolver a prática da leitura, tornando o sujeito-leitor um cidadão crítico. A partir desta problemática, é que a crônica constitui um material eficaz para desenvolver o interesse pela leitura, visto ser um texto curto e frequentemente marcado pelo humor, e, portanto, de interesse dos alunos. - Desenvolver nos alunos o interesse pela leitura através da leitura das crônicas de Stanislaw Ponte Preta. A pesquisa fundamenta-se na linha do Análise do Discurso francês de Michel Pecheux e em Eni Orlandi que são autores conceituados e, outros que afiliam-se na mesma corrente teórica.A metodologia se constitui em pesquisa ação, uma vez que após pesquisa , leitura e análise da realidade será implementado um projeto de intervenção.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Leitura; crônica; cotidiano; humor;análise do discurso.
3
NOME DO PROFESSOR PDE: Rogel Antonio Camargo Barreto
ÁREA: Língua Portuguesa
NRE: Laranjeiras do Sul
IES: UNICENTRO
NOME DO ORIENTADOR: Prof. Célia Bassuma Fernandes
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Col. Est. Padre Sigismundo –
Ens. Fundamental, Médio, Normal e Profissional.
PÚBLICO-ALVO: alunos (as) da 3ª série do curso de Formação de
Docentes.
GUARAPUAVA-PR
2011
4
SUMÁRIO
Apresentação 05
1.Crônicas de Stanislaw Ponte Preta: uma perspectiva
discursiva da leitura
06
1.1 Leitura 06
1.2 O que é crônica? 06
2. Biografia de Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto) 13
3. Lendo e entendendo as crônicas 15
3.1 Texto I: Sinal vermelho e moça idem 15
3.2 Texto II: Inferno Nacional 21
4.Outras leituras, outros autores 27
5. Outras Linguagens e Informações 27
6. Produção textual 28
7. Referências Bibliográficas 31
5
APRESENTAÇÃO
O presente material tem como objetivo principal
desenvolver nos alunos o gosto pela leitura e fornecer subsídios
para o ensino dessa prática, por meio das crônicas de Stanislaw
Ponte Preta, conhecidas pelo teor humorístico. Para atingir nossos
objetivos, embasaremos nosso trabalho na Análise do Discurso de
origem francesa – teoria da leitura – iniciada por Michel Pêcheux,
em 1969, e mais recentemente no Brasil, por ORLANDI (2009, p.
26), que “visa à compreensão de como um objeto simbólico produz
sentidos.”
Esta Unidade Didática fornece elementos que podem
contribuir para a formação de leitores críticos, capazes de
analisar os diferentes sentidos que perpassam um mesmo texto,
em especial, os “futuros profissionais”, que atuarão nas séries
iniciais da educação básica.
6
1.CRÔNICAS DE STANISLAW PONTE PRETA:
UMA PERSPECTIVA DISCURSIVA DA LEITURA
1.1 Leitura
Pela perspectiva discursiva, a leitura não é somente fonte de
informação, mas uma forma de compreender como a língua produz
sentidos para e por sujeitos. Interpretar um texto, desse ponto
de vista teórico, significa, portanto, compreender como ele
funciona. De acordo com essa vertente teórica, a interpretação é
um “gesto” que consiste em determinar as condições em que os
discursos foram produzidos, levando em conta a junção do
simbólico (linguístico) e do imaginário (ideológico), a partir da
relação que se estabelece entre a língua, o sujeito e a história.
1.2 O que é crônica?
Inicialmente, a crônica foi utilizada para relatar fatos
históricos da antiguidade, como na Idade Média, por exemplo.
Desse modo, ela já esteve a serviço dos grandes reis, e num
passado bem distante, era também a forma de registrar, de forma
cronológica, os feitos dos grandes personagens, uma vez que o
cronista fazia um registro baseado nas ações, batalhas e outros
acontecimentos considerados importantes.
Em Portugal, no início do século XV, a Carta de Pero Vaz de
Caminha ao El- rei D. Manuel, destaca, pela primeira vez, o Brasil
como palco das crônicas, cujo princípio básico é o registro do
7
circunstancial. Como afirma Sá (1987, p. 05), “[...] é que o texto
de Caminha é criação de um cronista no melhor sentido literário
do termo”. Em outras palavras, esta carta constitui uma crônica do
achamento do Brasil, sendo considerado o marco inicial da
literatura brasileira.
Entretanto, esse tipo de texto vem mudando de estilo,
formato e estrutura ao longo dos tempos. Com o advento da
imprensa, em especial do jornal, ela foi perdendo seu caráter
histórico. Em Paris, passou a fazer parte dos periódicos, no final
do século XVIII, mais precisamente em 1799, quando Julien-Louis
Geoffroy passa a escrever para o Journal de Débats.
No Brasil, é a partir do século XIX, que alguns escritores
brasileiros, como José de Alencar, Machado de Assis entre
outros, passam a se dedicar à crônica jornalística. Posteriormente,
Paulo Barreto (1881 – 1921) ou João do Rio – seu pseudônimo mais
conhecido - iniciou uma busca por fatos para escrever as suas
histórias nos bairros e em lugares badalados do Rio de Janeiro. Ao
invés de esperar que as notícias chegassem até ele, saiu em busca
das circunstâncias, do momento.
Há ainda, outros escritores brasileiros do século XX, que
também se destacaram escrevendo esse tipo de texto, dentre os
quais podemos destacar: Rubens Braga; Fernando Sabino; Sergio
Porto (Stanislaw Ponte Preta), Lourenço Diaféria, Paulo Mendes
8
Campos, Carlos Heitor Cony, Carlos Drummond de Andrade e
Vinícius de Moraes.
Por ser uma leitura diária e por ser sufocada pelas grandes
manchetes, a crônica jornalística tornou-se efêmera. O leitor lia,
e no final do dia, o jornal era destinado a outros fins. Logo, vinte e
quatro horas era o tempo da sua duração. Há até um dizer popular
que retrata bem esta ideia: “mais velho que jornal de ontem”.
Nesse sentido, a crônica era uma leitura do cotidiano pelo
cotidiano, feita por pessoas apressadas, que logo a descartavam.
No entanto, não deixava de ser arte, um registro do brevíssimo,
do circunstancial. Enfim, literatura.
Diante deste contexto, muitos autores sentiram a
necessidade de registrar de modo mais duradouro, no sentido de
permanência, essas pequenas “histórias”, que apesar do tempo,
provocavam reflexão e encanto nos leitores.
Um dos escritores preocupados com a “durabilidade” e que
inicia o processo de seleção e de registro desse tipo de texto foi
Rubem Braga, que passa selecionar e a registrar as crônicas em
coletâneas. Criteriosamente, ele descartava os textos mais velhos
e ultrapassados, e selecionava aqueles cuja escrita e teor ainda
provocavam o prazer da leitura nos leitores. E assim, o que antes
era escrito para determinado jornal, passa a fazer parte de
coletâneas. Conforme Sá (1987, p.17):
9
[...] o cronista de jornal também é um escritor, e também ele
deseja escrever algo que fique para sempre. A crônica [...]
quando reunida em um livro, onde se percebe com maior
nitidez a busca de coerência no traçado da vida, a fim de
torná-la mais gratificante e, somente assim, mais perene.
A crônica supera, dessa forma, a brevidade dos fatos e se
torna durável. Essa sensação de definitivo descarta seu caráter
de superficialidade ou de coisa sem sentido. De acordo com o
autor citado, “[...] quando a crônica passa do jornal para o livro, se
amplia a magicidade do texto, permitindo ao leitor dialogar com o
cronista de forma bem mais intensa [...]” (SÁ, 1987, P.86).
Parafraseando o autor, é possível afirmar que ler um livro de
crônicas, no qual as possibilidades de análise se ampliam e a
complexidade aumenta, permite que cresçam as possibilidades de
leitura, ou seja, que sejam compreendidos os diferentes sentidos
sobre o que se está lendo.
Com relação aos aspectos formais, conforme já assinalamos, a
crônica retrata de forma leve e breve, algum fato do cotidiano.
Para tanto, apresenta mais ou menos os mesmos elementos que os
demais textos que compõem o gênero narrativo, como, por
exemplo, o romance, a novela, o conto e a fábula. Quem conta e
escreve a história é o próprio autor, que busca, no dia-a-dia, fatos
que realmente aconteceram, e o faz, quase sempre, na 1ª. ou 3ª.
pessoa.
10
Diferentemente do romance e do conto, em que os
personagens são ficcionais por natureza, nesse tipo de texto, eles
parecem ter uma existência real.
A linguagem empregada é quase sempre a coloquial, sendo
comum, o uso de palavras com mais de um sentido, do humor e da
ironia.
Cabe ainda destacar, que muito se tem discutido se a crônica,
se enquadra no gênero jornalístico ou literário. De acordo com
Fernandes (2002, p. 58), perceber a crônica como ponto de tensão
entre esses dois gêneros “[...] implica reconhecê-la como um
contraponto crítico a qualquer um dos dois pólos. Na contradição,
cada um deles revela o outro pelo que não é”.
Do nosso ponto de vista, ela está entre o jornalismo e a
literatura, visto se situar na fronteira entre a informação sobre a
atualidade e o relato poético da realidade cotidiana.
Por apresentar as características acima mencionadas, e
constituir um gênero textual em que nem o sujeito-autor nem o
sujeito-leitor são passivos, mas ao contrário, produzem sentidos
durante o processo da leitura, é que a crônica constitui um
material eficaz para atingir os objetivos propostos nesse projeto.
11
ATIVIDADES
1) Verifique nos jornais e em revistas locais se neles circulam
crônicas, bem como quem as escreve. Registre essas informações
nas linhas abaixo:
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2) Com base nas discussões realizadas em sala de aula e também
no que você pesquisou, explique o que você entende por crônica.
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3) Pesquise sobre a vida de Stanislaw Ponte Preta. Você poderá
falar da sua produção literária, e em especial, sobre quais são as
principais características que compõem a sua obra.
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
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12
4) Pesquise o que é humor e diga em que outros gêneros textuais
esse recurso pode ser encontrado.
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_________________________________________________
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DICAS IMPORTANTES
SITES PARA PESQUISA E LEITURA:
http://www.bn.br
http://www.bibvirt.futuro.usp.br
http://www.biblio.com.br
http://www.mundocultural.com.br
http://www.sitedoescritor.com.br
http://www.releituras.com
http://www.infoescola.com
http://www.caotico.com.br
http://pensador.uol.com.br
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br
http://www.dominiopublico.gov.br/
13
SUGESTÕES DE OUTRAS CRÔNICAS DO AUTOR:
Crônicas de humor carioca
Dois amigos e um chato
Tia Zulmira e Eu
Primo Altamirando e Elas
Rosamundo e os Outros
2.BIOGRAFIA DE STANISLAW PONTE PRETA
(SÉRGIO PORTO)
Imagem disponível em http://www.releituras.com
Sérgio Porto (Sérgio Marcus Rangel) nasceu no Rio de
Janeiro, em 11 de janeiro de 1923. Sua vocação para o humor
despertou cedo, ainda nos tempos de colégio. Foi um menino
alegre, de bom-humor e um pouco gordinho. Daí seu primeiro
apelido: “bolão”. Conforme Jorge de Sá, “o humor tipicamente
brasileiro que um dia apareceu nos poemas de Gregório de Matos,
14
reaparece com total força expressiva nas crônicas de Stanislaw
Ponte Preta”.
Antes de ingressar no jornalismo e na literatura, Sérgio Porto
cursou a Faculdade de Arquitetura até o terceiro ano. Em 1942,
começou a trabalhar no Banco do Brasil, onde ficou durante três
anos. Ainda bancário, ingressou no jornalismo, atuando como
comentarista esportivo e repórter policial. Em 1949, passou a
assinar uma coluna na revista “Sombra”. Em 1951, transferiu-se
para o “Diário Carioca”, onde começa a assinar sob o pseudônimo
de Stanislaw Ponte Preta.
Em julho de 1968, sofre uma tentativa de envenenamento,
durante o seu “Show do Crioulo Doido”. Pouco tempo depois, em 30
de setembro do mesmo ano, morre no Rio de Janeiro, aos 45 anos
de idade, em pleno apogeu de sua atividade literária, vítima de um
terceiro infarto.
15
3. LENDO E ENTENDENDO AS CRÔNICAS
Dicas importantes:
Observe o título da crônica. Do que você acha
que ela trata?
Agora releia o texto para responder às questões
que seguem:
3.1.TEXTO 1
Sinal vermelho e moça idem (fragmento)
Cronista que escreve sobre o diário não devia ter nunca
automóvel. O andar na rua, trafegar em coletivos, ter contato
mais direto com a plebe ignara ajuda às pampas. A gente se
imiscuindo é que colhe material para estas mal traçadas.
Ontem, por exemplo, estava o neto do Dr. Armindo a aguardar
um reparo em seu carro e, enquanto o mecânico mexia os
parafusos, ficou Stanislaw na esquina a se distrair com o trabalho
do guarda. Parece que houve um exame de consciência no Serviço
de Trânsito e eles puseram guarda nas esquinas, tal como
acontece nas cidades civilizadas.
A turma está um pouco desacostumada e – a toda hora – vinha
um e desrespeitava o sinal. O guarda apitava, o cara parava, vinha
aquela espinafração regulamentar, etc., etc.,
16
Foi então que veio uma mocinha e diminuiu a marcha no
cruzamento. O sinal estava no maior vermelho, mas ela (...) foi em
frente. O guarda lascou o apito. Ela se assustou, o cara
ziguezagueou um pouco, mas a mocinha não parou [...].
(Trecho extraído do Livro: Stanislaw Ponte Preta. Crônicas de
humor Carioca. Rio de Janeiro. Agora Comunicação Integrada
Ltda, 1998. p. 68 - 70)
ATIVIDADES
Entendimento do texto:
1)Escreva o que você acha que significam as palavras:
a)plebe:___________________________________________
b)imiscuindo:_______________________________________
c)espinafração:_____________________________________
d)ziguezagueou:_____________________________________
e)transversal:______________________________________
f)cambono:_________________________________________
g)bossa-nova:_______________________________________
h)rabanada:________________________________________
2) Compare a sua definição com a do dicionário. Escolha o sentido
que mais se adapta ao texto e reescreva o trecho em que a palavra
ou expressão aparece:
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3) Já no primeiro parágrafo o autor ressalta uma das principais
características da crônica. Qual é ela?
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4) Segundo o Dicionário Aurélio (2005, p. 462), “imiscuir-se”
significa “intrometer-se”, “misturar-se em”. Explique de que
forma esse ato colabora para com o trabalho do cronista.
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5) Você sabe o que significam as expressões grifadas em “ajuda
às pampas” e “colhe material para estas mal traçadas” ? Elas
são bem próprias de determinado grupo de pessoas. Quais?
Justifique sua resposta.
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6) Observe como o texto foi construído: nos primeiros
parágrafos, temos um autor que narra e também observa a cena:
“(...) ficou Stanislaw na esquina a se distrair com o trabalho
do guarda.” Essa pessoa discursiva se mantém ao longo do texto?
Explique que efeito de sentido essa mudança produz.
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7) No segundo parágrafo, há uma crítica ao Serviço de Trânsito
da cidade. Qual é ela?
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8) O que provoca o riso em “Fiquei imaginando a raiva do guarda,
que logo puxou o caderno e anotou o número dela”?
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19
9) No trecho a seguir, quais os possíveis significados de: “ Só aí
deu pra ver que era uma mocinha tamanho universal, dessas de
fazer cambono largar o ´santo`” .
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10) Explique por que o autor, com exceção do título, sempre se
refere à personagem da crônica, como a “mocinha”.
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11) Como você entende, interpreta: “É isso mesmo, minha filha.
Quem estava vermelho era o sinal. Não era eu não.”
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20
12) O que significa o trecho: “Ela deu uma rabanada e voltou
para seu carro pisando duro, a balançar aquilo tudo. “
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13) Qual(is) o(s) possível(is) sentido(s) do título “Sinal vermelho
e moça idem” ?
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14) A que outras leituras do dia-a-dia remete esta crônica?
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21
3.2 TEXTO II
Inferno nacional (fragmento)
A historinha abaixo transcrita surgiu no folclore de Belo
Horizonte e foi contada lá, numa versão política. Não é o nosso
caso. Vai contada aqui no seu mais puro estilo folclórico, sem
maiores rodeios.
Diz que era uma vez um camarada que abotoou o paletó. Em
vida, o falecido foi muito dado à falcatrua, chegou a ser candidato
a vereador pelo PTB, foi diretor de instituto de previdência, foi
amigo de Tenório, enfim... ao morrer nem conversou: foi direto
para o Inferno. Em lá chegando, pediu audiência a Satanás e
perguntou:
– Qual é o lance aqui?
Satanás explicou que o inferno estava dividido em diversos
departamentos, cada um administrado por um país, mas o falecido
não precisava ficar no departamento administrado pelo seu país de
origem. Podia ficar no departamento do país que escolhesse. Ele
agradeceu muito e disse a Satanás que ia dar uma voltinha para
escolher o seu departamento [...].
(Trecho extraído do Livro: Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e
um chato. 7ª. ed. São Paulo: Moderna, 1988. p. 30 – 31)
22
ATIVIDADES
Entendimento do texto:
1) Procure no texto as palavras que equivalem a:
a)fraude, logro:_____________________________________
b)audição, entrevista:_________________________________
c)repartição, seção:__________________________________
d)perpetuidade, para sempre:___________________________
e)estatuto, regulamento:______________________________
f)chicotada, pancada:_________________________________
g)tradições,costumes:________________________________
Imagem Disponível em: >
http://www.riototal.com.br
2) Qual a relação existente entre a charge acima e a crônica que
você acabou de ler?
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
23
3) Para começar a crônica, o autor utiliza uma fórmula bastante
comum em outro tipo de texto. Qual é ela? Em que tipo de texto
ela aparece?
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_________________________________________________
4) Por que você acha que a fila na entrada no departamento do
Brasil era maior do que a dos outros?
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5) Como o Brasil é retratado no texto? O que se diz sobre a
política e os políticos?
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6) Você sabe o que é provérbio? Explique o que significa: “Aqui
tem peixe por debaixo do angu”?
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7) Que questões de ordem ética e política próprias do nosso país
são abordadas no texto?
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_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
8) Explique o trecho a seguir: “A historinha abaixo transcrita
surgiu no folclore de Belo Horizonte e foi contada lá, numa
versão política. Não é o nosso caso. Vai contada aqui no seu
mais puro estilo folclórico, sem maiores rodeios”?
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_________________________________________________
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25
9) Explique por que o texto se chama “ Inferno Nacional”?
_________________________________________________
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10) Em linhas gerais, esse texto trata :
( ) da falta de ética dos funcionários do Inferno;
( ) do folclore de Belo Horizonte;
( ) da falsa aparência de algumas pessoas;
( ) da corrupção na política nacional;
( ) da história de superioridade dos EUA em tecnologia;
( ) da falta de comprometimento dos funcionários públicos.
11) Vimos que a crônica, assim como o romance, o conto, a novela e
a fábula, é um texto em prosa que pertence ao gênero narrativo.
Destaque os elementos que compõe o texto que você acabou de
ler:
- Quem participa da história?
_________________________________________________
_________________________________________________
- Quando o fato ocorreu?
_________________________________________________
- Onde o fato ocorreu?
_________________________________________________
26
- Quem conta a história?
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- Que fato é narrado?
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12) Podemos dizer que esse texto é uma crônica porque:
( ) É uma narrativa longa que apresenta um enredo complexo;
( ) É um texto breve que narra um problema do cotidiano;
( ) Os personagens são seres inanimados;
( ) No final, há uma lição de moral.
13) Após leitura das duas crônicas de Stanislaw Ponte Preta,
explique de que maneira o autor retrata o cotidiano? Que
importante mecanismo linguístico ele utiliza para tornar seus
textos interessantes? Retire trechos das crônicas que
justifiquem sua resposta.
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27
4. OUTRAS LEITURAS, OUTROS AUTORES
SUGESTÕES DE LIVROS:
Tubarão com faca nas costas (Cezar Dias)
Comédias da vida pública,266 crônicas datadas
( Luis Fernando Veríssimo)
Comédias da Vida Privada (Luis Fernando Veríssimo)
O Analista de Bagé (Luis Fernando Veríssimo)
Histórias de Humor (Luis Fernando Veríssimo)
5.OUTRAS LINGUAGENS E INFORMAÇÕES
SUGESTÕES DE VÍDEOS:
Sérgio Porto http://www.youtube.com/watch?v=lUIogL_xS7g&NR=1
Stanislaw Ponte Preta Copacabana http://www.youtube.com/watch?v=UxhUwf5bEWU&feature=related
Dois amigos e um chato http://www.youtube.com/watch?v=aNXm-03Hvts&feature=related
A burocracia do buraco http://www.youtube.com/watch?v=2y0Tc6LaGDc
A estranha passageira http://www.youtube.com/watch?v=dDleiBDJO58&feature=related
28
6. PRODUÇÃO
TEXTUAL
1) O anúncio
seguinte foi
publicado no
site “OLX –
classificados
grátis”.
Procuro amor branquinho – Manaus
Procuro um homem acima dos 30 anos, carinhoso, cúmplice, educado, calmo,
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Sou bonita, de bons princípios e inteligente.
A minha altura: 158.00cm
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Tipo de relação: Matrimônio - Namoro
Disponível em > http://manaus.olx.com.br/procuro-amor-
branquinho-iid-87925141.
RELEMBRANDO:
A CRÔNICA É UM TEXTO NARRATIVO QUE:
É, EM GERAL, CURTO;
ABORDA QUESTÕES DO
COTIDIANO;
GERALMENTE TEM TEOR
HUMORÍSTICO.
HUMORÍSTICO;
29
AGORA É COM VOCÊ!
Suponha que a mulher tenha ficado muito bem impressionada com
um dos e-mails que recebeu em resposta ao anúncio. Suponha
ainda, que um primeiro contato entre ela e o pretendente tenha se
estabelecido, e que um encontro tenha sido marcado.
Escreva uma crônica baseada no que pode ter acontecido a partir
do momento em que essas duas pessoas marcaram esse primeiro
encontro.
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30
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31
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DCE - Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da
Rede de Educação Básica do Estado do Paraná. 2008.
FERNANDES, C. F. Palavras sobre Palavras: Procedimentos
Discursivos Utilizados pela Mídia Escrita para o Controle e
Regulagem dos Efeitos de Sentido. Londrina: UEL, 2002.
Dissertação (Mestrado em Letras). Departamento de Letras
Vernáculas e Clássicas. Universidade Estadual de Londrina, 2002.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o dicionário
da língua portuguesa. 6. ed. Curitiba/PR: Positivo, 2005.
GERALDI, João Wanderlei. O texto na Sala de Aula - Leitura
& Produção. 6. ed. Cascavel/PR: Assoeste, 1991.
ORLANDI, Eni Puccinelli. Gestos de Leitura: Da História no
Discurso. 3. ed. Campinas/SP: Unicamp, 2010.
_____. A Análise de Discurso. Princípios & Procedimentos. 8.
ed. Campinas, SP: Pontes, 2009.
_____. Discurso e Leitura. 8. Ed. São Paulo: Cortez, 2008 a.
_____. Discurso e Texto: Formulação e Circulação de Sentidos.
3. Ed. Campinas /SP: Pontes, 2008b.
_____. Interpretação: Autoria, leitura e efeitos do trabalho
simbólico. 2. Ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 1998a.
_____. A Leitura e os Leitores. Campinas/SP: Pontes, 1998b.
32
MOISÉS, Massaud. A Criação Literária – Prosa. 13. ed. ,São
Paulo: Cultrix, 1997.
PONTE PRETA, Stanislaw. Crônicas de Humor Carioca. Rio de
Janeiro: Agora Comunicação Integrada Ltda, 1998.
SÁ, Jorge de. A Crônica. Série Princípios. 3. Ed. São Paulo: Ática,
1987.
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