42

FICHA PARA CATÁLOGO - diaadiaeducacao.pr.gov.br · Brasileira de Letras de melhor romance do ano e o Prêmio Bravo!; seu romance mais recente , O Filho Eterno, conquistou, em 2007,

  • Upload
    lyquynh

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: A CRÔNICA PARANAENSE CONTEMPORÂNEA NO ÂMBITO ESCOLAR

Autor SOLANGE VILANI CHIELLA

Escola de Atuação COLÉGIO ESTADUAL SANTO AGOSTINHO

Município da escola PALOTINA

Núcleo Regional de Educação TOLEDO

Orientador MARIA BEATRIZ ZANCHET

Instituição de Ensino Superior UNIOESTE

Disciplina/Área (entrada no PDE) PORTUGÊUS

Produção Didático-pedagógica UNIDADE DIDÁTICA

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

SOCIOLOGIA

FILOSOFIA

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

ALUNOS DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

Localização

(identificar nome e endereço da escola de implementação)

COLÉGIO ESTADUAL SANTO AGOSTINHO

RUA GENERAL RONDON Nº 797

Apresentação:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

Tendo em vista a necessidade de trabalhar com textos

literários que enfoquem um assunto enquanto totalidade

no seu gênero e não enquanto fragmento, favorecendo a

relação entre o autor e o leitor – entre o processo de

produção e o de recepção das mensagens -, levando o

aluno à reflexão de temas inseridos no seu contexto

vivencial, este projeto busca desenvolver estratégias

utilizando quatro cronistas contemporâneos paranaenses

que compõem o corpus deste estudo: Cristovão Tezza,

2

Domingos Pellegrini, José Carlos Fernandes e Miguel

Sanches Neto. Especificamente, pretende-se confrontar

diferentes textos dos cronistas paranaenses como forma

de perceber abordagens e estilos diferenciados na

escritura de determinados temas; refletir com os alunos a

função social do gênero crônica bem como seu contexto

de produção; desenvolver e aprofundar a capacidade

reflexiva e argumentativa em relação à produção textual

dos alunos da 1º série do Ensino Médio; possibilitar o

interesse dos alunos pelas crônicas veiculadas no jornal

a partir da interação textual, via internet, com seus

autores. Considerando o corpus desse trabalho, a

fundamentação teórica terá por base uma perspectiva

sociologia e comparativa: abordagens de temas

semelhantes segundo autores/cronistas diferenciados.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Crônica contemporânea paranaense; leitura; análise; produção

3

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

MATERIAL DIDÁTICO

UNIDADE DIDÁTICA

1 IDENTIFICAÇÃO

1.1 Professor PDE: Solange Vilani Chiella 1.2 Área PDE: Língua Portuguesa 1.3 NRE: Toledo 1.4 Professor Orientador IES: Maria Beatriz Zanchet 1.5 IES vinculada: UNIOESTE 1.6 Escola de Implementação: Colégio Estadual "Santo Agostinho" 1.7 Público objeto da interação: Alunos da 1º série do Ensino Médio

1.8 Título: A crônica paranaense contemporânea no âmbito escolar

4

2 PRODUÇÃO: CONSIDERAÇÕES GERAIS E PROCEDIMENTOS

As propostas das Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná

(PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, 2008 p. 19) propõem o trabalho com

a linguagem como prática conscientizadora das ações por ela desencadeadas,

possibilitando ao aluno uma inserção social mais produtiva no sentido de poder

formular seu próprio discurso e de interferir na sociedade em que está inserido.

Na concepção interacionista de linguagem, a leitura é entendida como um

processo de produção de sentido que se dá a partir de interações sociais ou de

relações dialógicas que acontecem entre dois sujeitos – o autor do texto e o leitor.

Kleiman (2000), destaca a importância, na leitura, das experiências, dos

conhecimentos prévios do leitor, que lhe permitem fazer previsões e inferências

sobre o texto. Considera a autora que o leitor constrói (e não apenas recebe) um

significado global para o texto: ele procura pistas formais, formula e reformula

hipóteses, aceita ou rejeita conclusões, utilizando estratégias baseadas no seu

conhecimento linguístico e na sua vivência sociocultural.

Um dos papéis da escola é propor condições para o aluno perceber a

importância de interagir com os conhecimentos de forma crítica. O trabalho com o

texto literário em sala de aula apresenta oportunidades significativas de construção

de aprendizagem e estas devem remeter à vivência e à realidade do aluno para, a

partir daí, abrir caminhos para a independência da leitura e para uma interação

significativa.

Um gênero textual atrativo para ser trabalhado em sala de aula e interessante

devido à praticidade, à linguagem simples e à temática próxima da realidade é a

crônica. A crônica, por sua simplicidade e praticidade, transforma-se em algo

próximo do aluno que a lê, afinal, ocorre uma identificação de cenas vivenciadas

pelos personagens com situações da vida de cada um.

Por suas características, a crônica possui um caráter diário, o que a coloca na

interação entre o texto jornalístico e o literário, permitindo ao professor aproveitá-la

como um gênero acessível ao trabalho de leitura, de discussão e de produção

textual.

As considerações acima justificam a escolha da “crônica” como gênero de

abordagem para esta Unidade Didática. De forma mais específica, a escolha se

5

justifica com o intuito de estimular a leitura, a discussão e a produção textual e

perante a necessidade de discussão de textos literários que enfocassem um assunto

enquanto totalidade no seu gênero e não enquanto parcela textual fragmentada.

Justifica-se ainda porque as crônicas permitem a análise de situações mais

presentes no cotidiano dos alunos, situações que favorecessem a relação entre o

autor e o leitor, ou seja, entre o processo de produção e o de recepção das

mensagens, que levassem o aluno à reflexão de matérias inseridas no seu contexto

vivencial (temas abordados por autores do seu Estado, em veículos de comunicação

mais acessíveis como o jornal e a internet).

Quatro cronistas contemporâneos paranaenses compõem o corpus deste

estudo: Cristovão Tezza, Domingos Pellegrini, José Carlos Fernandes e Miguel

Sanches Neto. São conhecidos como contistas e romancistas, com atuação

destacada nesses gêneros e reconhecidos nacionalmente. A razão da inclusão

desses autores como integrantes do presente estudo se deu em virtude da extrema

disponibilidade e gentileza dos cronistas quando questionados a respeito da

possibilidade de participarem de um trabalho, no âmbito escolar, com alunos do

Ensino Médio.

A organização desta Unidade Didática observa, do ponto de vista estratégico

e de seu desenvolvimento, a sequência de seis etapas, assim denominadas e

explicitadas operacionalmente:

O lugar da crônica no jornal

Conhecendo cronistas

Interação texto x autor x leitor

Interação texto x leitor x conteúdo

Produção de crônicas: avaliação

Publicação de crônicas.

1ª Etapa: O lugar da crônica no jornal

O jornal é um material de fácil acesso. Também é enriquecedor porque é

texto, é palavra, é comunicação e, diariamente, nos mostra inúmeras matérias,

6

divididas em diversas seções. Levar o jornal para a sala de aula é levar a realidade e

permitir que os alunos tomem ciência dos fatos, falem sobre eles, opinem e até

mesmo produzam textos a partir do jornal. O jornal Gazeta do Povo possui uma

seção chamada “Ponto de Vista”, onde escritores publicam seus textos enfocando

temas do cotidiano.

Muitas são as atividades que podem ser realizadas com o jornal em sala de

aula, além de ler e interagir com os cronistas, interpretar, reescrever notícias. O

jornal oferece aos alunos a possibilidade de entrar em contato com diferentes

gêneros textuais, dada a sua diversidade textual, e pode servir como recurso

didático em todos os níveis escolares.

Nesta primeira etapa, os alunos serão familiarizados a respeito do gênero

textual “crônica” e do lugar que esse gênero ocupa no jornal. Serão destacadas as

especificidades inerentes a cada seção (crônica esportiva, econômica, etc.), bem

como a fragilidade de fronteiras específicas e limítrofes entre esse gênero e outros,

como é o caso do conto ou, às vezes, do artigo de opinião.

A escolha do jornal Gazeta do Povo deu-se em virtude de que os quatro

cronistas, que gentilmente se dispuseram a participar do projeto, escrevem

semanalmente para esse jornal, o qual é de circulação estadual. Esse dado justifica

o acesso dos educandos paranaenses a tal veículo de comunicação, pois a

biblioteca do colégio, a biblioteca pública e mesmo alguns alunos, embora em menor

número, costumam dispor da assinatura.

2ª Etapa: Conhecendo os cronistas

Após o primeiro contato com o gênero textual objeto deste trabalho, os alunos

serão familiarizados com os autores cujas crônicas constituem o principal foco de

estudo. Serão levados a conhecer outros trabalhos desses autores, bem como

atividades a que se dedicam fora do âmbito literário. Vários romances e novelas dos

respectivos cronistas serão trazidos à sala de aula como forma de fomentar o

conhecimento e o interesse por outras leituras dos autores. Em relação a Cristovão

Tezza, os alunos serão informados que o autor nasceu na cidade de Lajes, em

Santa Catarina, em 1952. Aos sete anos ele perdeu o pai, e, aos dez, sua família se

7

transferiu para Curitiba. A capital paranaense se tornou uma paisagem dileta de

suas obras, nas quais os protagonistas caminham pelas ruas de Curitiba. Aos 13

anos já teve passagens significativas pelo teatro. Conquistou o Prêmio Petrobrás de

Literatura com a obra Aventuras Provisórias; em 1998, com o romance Breve

Espaço entre Cor e Sombra, recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Biblioteca

Nacional; em 2004, com a obra O Fotógrafo, ele obtém o Prêmio da Academia

Brasileira de Letras de melhor romance do ano e o Prêmio Bravo!; seu romance

mais recente, O Filho Eterno, conquistou, em 2007, o Prêmio da APCA (Associação

Paulista dos Críticos de Arte), de melhor obra de ficção do ano. Em 2008, ele obtém,

por essa obra, os prêmios de melhor romance, Bravo!, de melhor obra, Portugal-

Telecom de Literatura em Língua Portuguesa, e Prêmio São Paulo de Literatura

como melhor livro do ano.

O seu romance O Filho Eterno, publicado pela Record, recebeu, na França, o

Prêmio Charles Brisset, concedido pela Associação Francesa de Psiquiatria, cuja

tradução foi intitulada de Le Fils du Printemps, isto é, O Filho da Primavera.

Quanto a Domingos Pellegrini, os alunos serão informados de que ele é

escritor e jornalista paranaense, nasceu em Londrina, em 1949, onde passou sua

infância e adolescência. Começou a escrever aos 14 anos, quando ganhou uma

máquina de escrever de presente do pai. Foi secretário de Cultura em Londrina, de

1989 a 1992. Escreve colunas para um jornal de Londrina e para a revista Globo

Rural. É destacado colunista da Gazeta do Povo e bastante conhecido como

contista. Entre suas obras destacam-se Terra Vermelha, O Caso da Chácara Chão e

O Homem Vermelho, tendo, por estas duas últimas obras, ganho duas vezes o

Prêmio Jabuti.

O cronista José Carlos Fernandes é natural de Curitiba. É jornalista da

Gazeta do Povo desde 1989. É professor da UFPR e da PUCPR. Publica editoriais e

crônicas. Publicou recentemente um livro sobre os 90 anos do jornal Gazeta do

Povo.

Miguel Sanches Neto nasceu em Bela Vista do Paraíso, em 1965, mas foi

criado em Peabiru, pequena cidade do interior do Paraná. Escritor, atualmente

reside em Ponta Grossa, onde também é professor universitário e Pró-Reitor de

Extensão da UEPG. Como crítico literário paranaense, tem assegurado seu nome no

âmbito literário. Com o lançamento do livro Chove sobre Minha Infância, o escritor

começa a ser reconhecido. Essa obra foi traduzida para a língua espanhola, bem

8

como Um Amor Anarquista. Desde então, é um dos nomes mais representativos da

nova literatura paranaense. O escritor recebeu o Prêmio Nacional Luis Delfino por

Inscrições a Giz; o Prêmio Cruz e Souza, por Hóspede Secreto; e Medalha do Mérito

Fernando Amaro, da Câmara Municipal de Curitiba. Destaca-se, também, no âmbito

da literatura infantil com a publicação de O Rinoceronte que Ri (2006) e A Cobra que

não Sabia Cobrar (2006).

3ª Etapa: Interação Texto X Autor X Leitor

Nesta etapa, após o estudo e a interpretação das crônicas são objeto de

estudo desta Unidade Didática, os alunos serão levados a interagir com os autores,

via e-mail, através da internet.

As crônicas selecionadas para o estudo constituem análise própria, em

capítulo específico, intitulado "Crônicas paranaenses: leitura interpretativa" e são,

respectivamente:

a) Vaga (tecnológica) para idosos, de Cristovão Tezza;

b) Piratas e chapéus, de Domingos Pellegrini;

c) Iolando e Margarida, a camélia e os cupins, de José Carlos Fernandes;

d) O que fazer com essas mãos, de Miguel Sanches Neto.

4ª Etapa: Interação Texto X Leitor X Conteúdo

Nesta etapa, os alunos, após análise do tema referente às respectivas

crônicas, elencarão determinados assuntos estudados em sala de aula ou conforme

o interesse do grupo, como motivos para elaboração de entrevistas com a

comunidade e conversa com a turma de idosos que está sendo atendida no

laboratório de informática, pelos alunos do Curso de Informática do colégio, para

saber se eles também sentem saudades desses momentos, lembrados pelo autor da

crônica “Temas em fuga”; se enfrentam ou enfrentaram certas dificuldades em

relação às informações e o que pensam sobre o país ser governado por uma

9

mulher. Deverão registrar os resultados das entrevistas e trazê-los para a sala de

aula, para compartilhar com seus colegas.

Como os jornais noticiam, todos os dias há inúmeras ocorrências e situações

que merecem destaque ou que marcam a população de uma ou de outra maneira.

Então podemos questionar: O que nós podemos observar no cotidiano das

pessoas e da nossa cidade? As notícias veiculadas procedem? O que, em sua

opinião, mereceria destaque? Os alunos deverão esquematizar, com seu grupo,

uma entrevista junto a pessoas da comunidade para levantar as informações que

julgam importantes.

5ª Etapa: Produção de crônicas: avaliação

De posse das entrevistas, é a vez de os alunos colocarem suas ideias no

papel. Para escreverem uma crônica é necessário observar as características desse

gênero textual. Para escrever é preciso pensar nos objetivos e no leitor, e perguntar

se queremos levar o leitor a refletir, se queremos fazer uma crítica ou se queremos

divertir o leitor.

A crônica poderá apresentar a opinião do autor ou a de uma das personagens

envolvidas na história. A linguagem poderá ser direta e objetiva, buscando

proximidade com o leitor.

Quando os alunos terminarem, deverão fazer uma revisão cautelosa.

6ª Etapa: Publicação das crônicas

As crônicas selecionadas a partir da produção textual serão publicadas no

jornal da cidade, ou seja, Folha de Palotina. O jornal possui uma coluna chamada

“Fazendo Escola”, onde, semanalmente, são publicados textos, trabalhos e ou

atividades elaboradas pelos alunos dos educandários dos municípios de Francisco

Alves, Maripá e Palotina, juntamente com as propostas de trabalho solicitadas pelos

professores em sala de aula.

10

O projeto, de iniciativa do próprio jornal Folha de Palotina, tem por objetivo

incentivar o educando e seus professores a trabalharem com o jornal em sala de

aula e, para tanto, a empresa distribui, gratuitamente, exemplares para todas as

escolas dos municípios envolvidos no projeto. O número de exemplares para cada

escola corresponde ao número de alunos de uma turma, ou seja, em torno de 35 a

40 exemplares. Essa atividade torna possível o trabalho com o jornal e serve de

incentivo para os alunos lerem e fazerem suas produções, para que sejam

publicadas no jornal.

Ao término do ano letivo, o jornal Folha de Palotina convida todos os alunos

que tiveram seus trabalhos publicados para uma cerimônia pública e faz a entrega

do certificado de “Repórter Mirim”. Além dos alunos, os professores que solicitaram a

atividade publicada, diretores e autoridades, também são convidados a participarem

do evento.

11

3 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS

Muitos escritores se dedicam ao gênero crônica dando-lhe diversas

características. Afrânio Coutinho, no estudo que dedica à crônica, acentua a

especificidade que este gênero adquire no Brasil. A singularidade se exerce no fato

de que há autores, de superior categoria, que entram para a história da literatura

com o gênero.

Antonio Candido (1989, p. 5-6), ao refletir na crônica enquanto gênero, chama

atenção para o fato de que, por estar tão próxima do dia a dia, foge ao estilo

grandiloquente, pomposo e monumental. Afirma que ela é “amiga da verdade e da

poesia nas suas formas mais diretas”, mas, igualmente, “nas suas formas mais

fantásticas”. Enfatiza ainda que, por seu caráter original transitório – “é filha do

jornal” –. Assim, a perspectiva da crônica “não é a dos que escrevem do alto da

montanha, mas do simples rés-do-chão”, embora sua durabilidade possa

surpreender quando passa do jornal ao livro.

De origem grega, a palavra crônica está presa à ideia de tempo. Ela está

relacionada aos acontecimentos diários que são registrados e remonta à mitologia

greco-romana: Cronos (Saturno), filho de Urano (céu) e Gaia (terra), depois de matar

o pai, usurpa-lhe o trono e casa-se com sua irmã Reia. Sabedores do futuro, os pais

profetizaram que ele seria destronado por um dos filhos resultantes dessa união.

Para que tal não acontecesse, Cronos devorava todos os filhos de sua união com

Reia. Esta consegue enganá-lo e Zeus (Júpiter) sobrevive. Este dá a Cronos uma

droga que o faz vomitar os filhos que havia devorado, lidera uma guerra contra o pai

e acaba derrotando-o, cumprindo assim a profecia. Para Commelin (1980, p. 26),

“[...] em grego, Saturno é designado pelo nome de Cronos. A alegoria é transparente

nesta fábula de Saturno; este deus que devora os filhos é, diz Cícero, o Tempo, o

Tempo que se não sacia dos anos e que consome todos aqueles que passam”.

De linguagem direta, espontânea, jornalística, de imediata compreensão, a

crônica é um texto que permite acompanhar os fatos cotidianamente através do

jornal. O cronista se aproveita de acontecimentos do cotidiano como um estímulo

para a sua produção e utiliza a linguagem com naturalidade, o que faz da crônica um

gênero textual atrativo e interessante para a prática escolar, visto que, por meio de

uma linguagem simples, trata dos fatos cotidianos, auxiliando no estabelecimento da

12

dimensão das coisas e das pessoas, algumas vezes de forma humorística, outras

vezes de forma crítica, sarcástica ou irônica, conforme o estilo do escritor.

É possível perceber a noção de crônica a partir do mito enquanto um gênero

textual enraizado na ideia de momento e de atualidade dos fatos que o escritor

procura registrar.

De acordo com Massaud Moisés (1979), a palavra crônica, do grego

choronikos, significa tempo; no latim, Chronica designa uma lista ou relação de

acontecimentos ordenados cronologicamente. Na Antiguidade, a crônica estava

vinculada ao relato de fatos e acontecimentos históricos. Na atualidade, a crônica

passou a ser captura de fatos circunstanciais da vida comum, escrita em linguagem

próxima da realidade do leitor e é um dos gêneros mais ricos da literatura brasileira,

atingindo um grau de excelência a ponto de transformar-se na principal porta de

entrada da literatura para boa parte do público leitor.

Na concepção de Moisés (1979), a crônica constitui um lugar geográfico entre

a poesia e o conto: apresentando sempre a visão pessoal, subjetiva ante um fato

qualquer do cotidiano, a crônica estimula a veia poética do prosador; ou dá margem

a que ele revele seu talento de contador de histórias.

Ainda segundo Moisés, a crônica sobrevive à transitoriedade e à leveza do

jornalismo quando busca na notícia-base a essência dos acontecimentos graças à

linguagem utilizada pelo cronista. A notícia, por ser passageira, faz com que a

crônica também se afaste e vá envelhecendo à medida que outros fatos vão

acontecendo e outras crônicas vão surgindo. Daí a sensação de, por vezes, ser

considerado um gênero menor, de ser um produto literário inferior a outros gêneros

como a poesia, o conto, a novela, o romance e o teatro.

Em ensaio significativo sobre a crônica, Antonio Candido discute a inserção

do gênero no âmbito da literatura:

A crônica não é um “gênero maior” [...] ”Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque sendo assim ela fica perto de nós. E para muitos pode servir de caminho não apenas para a vida, que ela serve de perto, mas para a literatura [...] Por meio dos assuntos, da composição aparentemente solta, do ar de coisa sem necessidade que costuma assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo dia, principalmente porque elabora uma linguagem que fala de perto ao nosso modo de ser mais natural (CANDIDO, 1980, p. 5).

13

É esse traço de naturalidade com a linguagem que faz da crônica, nos dias

atuais, um gênero textual atrativo. Graças a essa simplicidade e despretensão, a

crônica consegue ser insinuante e reveladora. Assim, acaba como que

transformando, segundo Antonio Candido, “[...] a literatura em algo íntimo com

relação à vida de cada um, e quando passa do jornal ao livro, nós verificamos meio

espantados que a sua durabilidade pode ser maior que ela própria pensava” (p. 6).

Sá (1987) destaca igualmente que a crônica, assim como o jornal, nasce,

cresce, envelhece e morre em vinte e quatro horas. Essa veia jornalística imprimiu-

lhe fugacidade e um traço popular que se contrapõe ao caráter eterno e elitista do

gênero literário. Talvez, por essas características, a crítica, em geral, a considere um

gênero menor.

Percebe-se, assim, a noção teórica de crônica enquanto um gênero preso à

ideia de momento, de oportunidade, de atualidade dos fatos que procura registrar.

Bender e Laurito (1993) acentuam que, no Brasil, a crônica começa a ganhar

espaço como gênero jornalístico no século XIX. A crônica diferenciava-se do

folhetim-romance porque apresentava fatos variados da vida cotidiana presa ao

momento, ao registro da circunstância.

No decorrer do século XX, a organização do jornal fica bem diferente. Com a

evolução da imprensa, o abrangente folhetim de variedades do século XlX foi

desaparecendo, para dar lugar a seções especializadas de articulistas,

comentaristas, analistas e críticos especializados em determinadas matérias. Entre

eles, o cronista, o escritor-jornalista ou jornalista-escritor que prende e solta sua

imaginação criadora num espaço específico da imprensa diária.

Segundo Amaral (2008), com a implantação da imprensa em todas as partes

do mundo, a crônica contemporânea é um gênero que se consolidou por volta do fim

do século XIX. A partir dessa época, os cronistas, além de fazerem o relato em

ordem cronológica dos grandes acontecimentos históricos, começam a usar a

crônica para registrar de modo ora mais literário, ora mais jornalístico, os

acontecimentos sociais, políticos e o cotidiano de sua época, publicando-as em

veículos de grande circulação.

Os cronistas passam a escrever crônicas como gênero literário, recriando os

fatos que relatam e escrevem de um ponto de vista pessoal, buscando atingir a

sensibilidade de seus leitores. Por relatar o cotidiano de modo conciso e serem

publicadas em jornais, as crônicas têm existência breve, isto é, interessam aos

14

leitores que podem partilhar esses fatos com os autores por terem vivido

experiências semelhantes num determinado tempo.

Assim, uma forte característica do gênero é ter uma linguagem que mescla

aspectos da escrita com outros da oralidade, por conta do uso de linguagem

coloquial e da proximidade com os fatos cotidianos. Por serem breves, leves, de fácil

acesso, envolventes, elas possibilitam momentos de fruição a muitos leitores que

nem sempre têm acesso aos romances.

Afrânio Coutinho (1966), no estudo que dedica à crônica, acentua a

especificidade que esse gênero adquire no Brasil, em contraste, por exemplo, com

Portugal. A singularidade se exerce no fato de que há autores – como é o caso de

Rubem Braga – que entram para a história da literatura exclusivamente como

cronistas.

A crônica é um gênero literário que tem assumido no Brasil, mormente no século

presente, além da personalidade de gênero, um desenvolvimento e uma categoria que

fazem dela uma forma literária de requintado valor estético, um gênero específico e

autônomo, a ponto de ter induzido Tristão de Ataíde a criar o termo “cronismo” para a sua

designação geral. [...] Como fato muito significativo é a posição da crônica, sua importância,

o grau de perfeição a que

atingiu, depois de longa evolução através da qual se especializou, se desenvolveu uma forma literária específica, inclusive com um estilo próprio, uma maneira peculiaríssima (COUTINHO, 1966, p. 304-305).

Considerando o caso brasileiro, é mister ressaltar, ainda conforme Coutinho,

a natureza literária da crônica. Por ser publicada no jornal, isso não implica a

desvalia do gênero. Enquanto que o jornalismo tem no fato o seu objetivo, para a

crônica o fato é, quando utilizado, um meio ou um pretexto do qual o cronista retira

o máximo, com estilo, com graça e com sua inventividade. A crônica é um gênero

altamente pessoal, apresenta uma reação individual e íntima, dotada de lirismo, e é,

na essência, uma forma de arte da palavra. O cronista é solidário e comunica-se

com proficiência, através desse meio vivo, insinuante e ágil que é a crônica. A

literatura, através da palavra, apresenta uma imaginação criadora, dando ênfase a

despertar o prazer estético – nada mais literário que a crônica – que não tem

pretensão de informar, nem ensinar e nem mesmo de orientar. Ligado ao jornal ou

15

ao livro, o prazer de leitura é o mesmo e isso se deve ao trabalho de alguns artistas

de superior categoria.

A natureza ensaística da crônica é outra característica que Afrânio Coutinho

enfatiza. Para compreendê-la é necessário distinguir o ensaio formal, crítico,

biográfico, histórico, filosófico, discursivo sinônimo de estudo e o ensaio informal,

familiar, coloquial em que são exímios os ingleses. Esse último ensaio confunde-se

com a nossa crônica pelas suas características de natureza livre, em estilo coloquial,

provocada pela observação do cotidiano refletida através de um temperamento

artístico.

Eduardo Portela (apud COUTINHO, 1966, p. 306) diz que as dificuldades em

classificar a crônica resultam do fato de que tem a caracterizá-la não a ordem ou a

coerência, mas exatamente a ambiguidade, que, não raro, a conduz ao conto, ao

ensaio por vezes e, frequentemente, ao poema em prosa. A crônica vive presa ao

dilema da transcendência e do circunstante. As suas condições jornalísticas e sua

base urbana devem ser superadas para que a transcendência vá além da notícia,

seja enriquecendo-a com humor, com elementos de tipo psicológico, metafísico, com

subjetivismo, entre outros.

Os cronistas costumam ter seus leitores fiéis. Hoje, há os cronistas que vêm

do meio jornalístico ou de outras mídias como rádio e TV. Por isso, a publicação do

gênero também ocorre em outros meios, como programas de TV ou rádio e outros,

que publicam os textos em sites na internet. Independente do espaço que a crônica

recebe, a sua função é a de levar o leitor a ver mais longe, a posicionar-se diante de

determinadas situações sendo um agente da própria história.

16

4 CRÔNICAS PARANAENSES: LEITURA INTERPRETATIVA

4.1 A CRÔNICA DE CRISTOVÃO TEZZA

Cristovão Tezza, em seus textos como colunista da Gazeta do Povo, vale-se

de um procedimento que investe, quase sempre, no âmbito do terreno reflexivo. Tal

é o conteúdo da crônica “Vaga (tecnológica) para idosos”.

A crônica, apelando para um processo associativo, discute e reflete a

dificuldade que as pessoas mais velhas, a chamada 3ª idade, têm de se inserirem na

modernidade tecnológica do mundo virtual.

A crônica pode ser dividida em três partes:

1ª parte: Cristovão Tezza busca suporte na literatura, terreno em que

encontra domínio seguro, pois é romancista e, como autor de várias publicações,

tem um repertório significativo para, em suas obras, fazer menções a outras obras

publicadas que venham a enriquecer o seu trabalho, como é o caso da crônica

acima citada que menciona a obra Admirável Mundo Novo publicada em 1932, do

escritor inglês Aldous Huxley, autor de uma linhagem de reconhecidos intelectuais.

Na obra, Huxley denuncia os aspectos desumanizadores do “progresso” científico e

material e apresenta uma antevisão de um futuro no qual o domínio quase integral

das técnicas e do saber científico produz uma sociedade desumana e totalitária.

Essa ficção científica surpreende pela apresentação clara do texto, pela lucidez do

autor e pela atualidade das questões levantadas já no começo do século passado.

2ª parte: O autor faz uma relação entre o texto de Huxley (fantasia delirante)

escrito em 1932 e o mundo contemporâneo no que diz respeito ao horror ao

envelhecimento físico - “até mesmo no nosso horror ao envelhecimento físico, à

própria ideia de velhice” - e a tudo estar voltado para o culto da juventude. Além

dessa relação, ele busca refletir sobre essa corrida incessante ao culto da juventude:

“Mas talvez seja o momento de se repensar esse quadro mental”.

No trecho a seguir se percebe que o autor de Admirável Mundo Novo

levantava a discussão, já naquela época, do envelhecimento do ser humano:

“Quando se tornam adultos, os habitantes deste mundo fantástico 'estacionam'

17

fisicamente no tempo – aos 20, 40 ou 60 anos terão sempre a mesma aparência

jovem”.1

Hoje há uma corrida incessante no sentido de buscar auxílio em técnicas de

rejuvenescimento, não somente por parte das pessoas que querem se manter

jovens, mas também da indústria do ramo que quer atender à demanda e lucrar,

acima de tudo. Na crônica, Tezza diz que: “Tudo na civilização contemporânea está

voltado ao culto da juventude. Mas talvez seja o momento de se repensar esse

quadro mental”.

Quando o autor diz que seria o momento de repensar esse quadro,

certamente ele se refere aos extremismos a que o ser humano é capaz de chegar,

principalmente a mulher, em prol da beleza e da juventude. As pessoas buscam o

bem-estar de várias maneiras, o que é saudável, e para tanto buscam ajuda na

ciência, mas o bom senso e a saúde deveriam ser prioridade.

3ª parte: O mundo evolui rapidamente em vários setores: a tecnologia é um

deles. A cada instante há um produto novo ou um aparato tecnológico sendo

lançado no mercado. Os manuais que acompanham esses produtos tecnológicos

são tão técnicos que é preciso muito esforço e capacidade de compreensão para

entender o que dizem. O Capitalismo está a serviço de um mercado com interesses

bem definidos e se expande para todos os setores e atinge toda a população. Como

um idoso ou uma pessoa sem formação vai dar conta de interpretar um manual com

uma linguagem técnica, e muitas vezes com letra minúscula que mal dá para ler?

Na crônica, o autor lembra que

o próprio capitalismo e sua fantástica capacidade de se transformar [...] nosso mundo será cada vez mais um mundo de velhos. E velhos aposentados, com dinheiro e tempo de sobra [...]. Mas a indústria de entretenimento eletrônico ainda não percebeu que, depois dos 65, [...] exigem um curso do usuário para chegar ao play. E assim vai: parece que, na tecnologia de ponta, não há vaga para a terceira idade.

Cristovão Tezza, como escritor e romancista, vale-se da própria literatura

(romance de Huxley) para mostrar que, passados quase 80 anos, aquilo que parecia

futurismo, fantasia delirante e doideiras, para o leitor do século XXI são expressões

de um mundo bastante real.

1 Todas as citações referentes à crônica foram extraídas de: TEZZA, Cristovão. Uma vaga (tecnológica) para idosos. Gazeta do Povo, Curitiba, p. 3, 30 nov. 2010, e, nesta análise, serão referidas em itálico.

18

4.2 A CRÔNICA DE DOMINGOS PELLEGRINI

Na crônica Piratas e chapéus, Domingos Pellegrini, faz algumas reflexões e

chama atenção para um fato corriqueiro presente no dia a dia dos consumidores.

Inicia o texto afirmando que não comprava filmes piratas, mas hoje mudou de atitude

e, agora, passou a só comprar filmes piratas.

Através de linguagem oralizada, apresenta e discute o fato e, no decorrer da

crônica, justifica os motivos que o levaram a agir dessa maneira. De forma

expressiva, o escritor lembra que a indústria tem uma boa parcela de contribuição na

propagação da pirataria, evidenciada no exagero do preço dos produtos: “Mas

também notei que, morrendo, não abriam mão dos preços, decerto porque a

indústria do cinema e as distribuidoras também não”.2

Na sequência da narrativa, o cronista discute a pirataria e, em contrapartida,

aponta justificativas para o seu endosso. Talvez, a principal delas seja o preço que a

indústria coloca nos produtos até chegarem ao consumidor. “Então, com as

locadoras do bairro fechadas, eu tinha de rodar 15 quilômetros até a cidade, para

locar fitas que teria de devolver dias depois, com multa por atraso”.

Pellegrini, com seu jeito tranquilo e observador, dialoga com seus leitores e

revela que: “Mas, por acreditar que isso era o certo, continuava a evitar a pirataria”.

Nesse momento o cronista toca num ponto delicado e lança um olhar crítico para a

sociedade que, muitas vezes, é vencida por apelos incondicionalmente.

Quando se deparou com um vendedor astuto e cheio de argumentos,

anunciando um filme que ainda ia estrear nos cinemas, como muitos, não resistiu. O

uso do diálogo enfatiza aquilo que o autor narra ao longo do texto, a linguagem

coloquial do vendedor e a presença do discurso direto dão ao texto uma visão mais

verossímil dos fatos.

As marcas do discurso do vendedor enfatizam e mostram que ele é mestre ou

doutor naquilo que faz. Vem do cotidiano o tema abordado. Como enfatiza Afrânio

Coutinho (1966), a crônica traz uma natureza ensaística, pelas suas características

2 Todas as citações referentes à crônica foram extraídas de: PELLEGRINI, Domingos. Piratas e chapéus. Gazeta do Povo, Curitiba, p. 3, 31 out. 2010, e, nesta análise, serão referenciadas em itálico.

19

de natureza livre, em estilo coloquial, provocada pela observação do cotidiano

refletida através de um temperamento artístico.

No decorrer do texto, é possível identificar outras críticas e justificativas em

torno da pirataria. Muitos são os motivos para esse tipo de comércio ilegal. Seria um

território sem leis, ou “culturas” diferentes?

Nem mesmo um discurso do tipo: quem compra pirataria leva aquilo que

paga, “o barato sai caro”, convence os compradores. O principal motivo é o preço,

mas as pessoas não levam em conta os direitos autorais e nem respeitam a

propriedade intelectual.

Entende-se por pirataria a reprodução, venda e distribuição de produtos sem

a devida autorização e o pagamento dos direitos autorais. A pirataria é crime e prevê

pena de reclusão de até quatro anos, de acordo com a Lei 9.609, do software, de 12

de fevereiro de 1998, mas isto não intimida os contraventores.

O encontro do “freguês” com o vendedor comprova o que se vê e o que se

pode comprar não somente nas ruas, mas em muitos lugares. “O Oscar da geração

de renda, freguês, devia ser pra piratagem!” O neologismo piratagem: pirataria +

vantagem, confirma o objetivo desse tipo de comércio.

O vendedor apresenta argumentos, dignos de reflexão: os impostos são

altíssimos e nem sempre são aplicados aqui; a burocracia é lenta demais; empregos

são gerados, embora informais, se a “qualidade” não é boa , ainda troca o produto.

Onde estão aqueles que deveriam ver esse tipo de situação? Impostos são

necessários, mas por que outros países podem estabelecer taxas menores para

seus produtos? E a crítica que o “pirateiro” faz em relação ao SEBRAE? Livros,

revistas e outros materiais, que preço possuem? No décimo quarto parágrafo o

vendedor “detona” e com a maior simplicidade revela o que grande parte da

população pensa a respeito das “vantagens” da pirataria.

4.3 A CRÔNICA DE JOSÉ CARLOS FERNANDES

A singularidade do cronista se revela nos temas e na forma de expressá-los,

ou seja, nos recursos da linguagem com que manipula o discurso. José Carlos

Fernandes é o verdadeiro cronista de Curitiba. O assunto de seus textos é um

20

registro divertido do mundo curitibano: ora são tipos característicos, pessoas que se

individualizam no pitoresco humano da cidade; ora são cenários que investem na cor

local; ora são locais públicos – a exemplo de “A travessa dos incontinentes” – que,

para a ironia da cidade ecológica, se presta “[...] a aliviar a bexiga e intestinos dos

corpos desesperados, cujos imperativos costumam ser implacáveis” (FERNANDES,

Gazeta do Povo, 9 abr. 2010). É como prosador desse cotidiano pitoresco que José

Carlos Fernandes resgata gente, tempo, lugares e coisas. Nesse resgate, porém, a

presença do olhar arguto e crítico se faz viva e consciente. É assim a crônica

“Iolando e Margarida, a camélia e os cupins”, publicada em 19 de março de 2010 no

jornal Gazeta do Povo.

O assunto da crônica, espécie de personagem principal, gira ao redor da

casinha de madeira de Iolando e Margarida, situada na Rua Alexandre Gutierrez, n.

766, que sobrevive ao boom imobiliário na Praça do Japão, em Curitiba.

O cronista, em 1ª pessoa, inicia dizendo que “Depois de um ano e três meses

de namoro [...] fui assaltado pela imagem de uma casinha”.3 Após situar a

localização da casa – rua e bairro –, o autor apela para o recurso que estrutura,

figurativamente, a sua crônica, ou seja, a oposição. Essa oposição encaminha o real

e o poético, o velho e o novo, o natural e o artificial, a estética passadista e a

arquitetura moderna, o mundo masculino e o mundo feminino, o interior e o exterior;

o jardim e o asfalto.

Como exemplos, podem ser observados:

a) Quanto ao tipo de construção: “[...] espetaculares condomínios verticais que

custam R$ 1 milhão a unidade” X “[...] a meia água de madeira não se compra. Tem

estilo [...] uma vista privilegiada [...] legítimo pinheiro – do – paraná dispensa

artifícios da estética moderna”.

b) Quanto à convivência do natural e artificial: “Há beijinhos a esmo, orquídeas

no xaxim” X “[...] uma árvore apinhada de coloridíssimas aves artesanais”.

c) Mundo do passado e do presente: “[...] meu objeto de desejo foi erguido por

volta de 1910 e pertencia a uma mulher [...] descendente de escravos, X [...] Iolando,

aquele que me abriu o portão”.

3 Todas as citações referentes à crônica foram extraídas de: FERNANDES, José Carlos. Iolando e Margarida, a camélia e os cupins. Gazeta do Povo, Curitiba, p. 3, 19 de mar. 2010, e, nesta análise, serão referenciadas em itálico.

21

d) Mundo feminino e mundo masculino: “[...] Planta rúcula e cebolinha. Poda

rosas e põe folhas de louro para secar. Mal larga a enxada e já pilota a vassoura.

Por dentro, tudo é um brinco. O piso feito um espelho.[...] A louça areada. Jesus no

Horto reza no quadro da sala”, X “O marido faz sesta.”

e) A camélia e os cupins: “[...] a sombra de uma camélia gigante, [...] Dá flores

brancas há oito décadas. Embaixo dela, Margarida descansa seus inacreditáveis 73

anos. X [...] Seria perfeito, não fosse o cupim [...]”.

Também, valendo-se da um tom lírico e irônico, José Carlos Fernandes, além

de apresentar fatos, dados e pessoas, faz a passagem do particular ao coletivo, uma

vez que se pode ler, subjacente à crônica, um mundo do passado curitibano que

sobrevive em seus costumes e mitos: “Planta rúcula e cebolinha. Poda rosas e põe

folhas de loro para secar. Mal larga a enxada e já pilota a vassoura. [...] A louça

areada. Jesus no Horto reza no quadro da sala. O marido faz a sesta”.

Se é através das oposições que José Carlos Fernandes constrói a sua

crônica curitibana, o final remete, num eterno retorno, à mesma estrutura que lhe

deu suporte. Se o título identifica o velho (“Iolando e Margarida, a camélia e os

cupins”), o final remete ao novo. Entretanto, é a singeleza do velho que sai

fortalecida, uma vez que, em relação ao novo, “Dá até pena dos arranha-céus sem

graça”.

4.4 A CRÔNICA DE MIGUEL SANCHES NETO

É comum Miguel Sanches Neto, nas suas obras, fazer uma retrospectiva da

sua vida, fazer um passeio pela sua infância, falar de seus sentimentos,

ressentimentos, tristezas. Ele escreve sobre as relações familiares, a figura paterna

e o mundo literário em contraponto ao não literário. Tais marcas confessionalistas,

que constituem uma constante em seus trabalhos, também se fazem sentir, de um

modo ou de outro, em suas crônicas, como é o caso de ”O que fazer com essas

mãos”, na qual ele, abertamente, fala sobre a timidez.

A timidez é um padrão de comportamento caracterizado pela inibição em

certas situações, geralmente acompanhada de sinais e sintomas que se destacam

na pessoa tímida. O tormento que a timidez traz é imenso. Na crônica, Miguel

22

Sanches Neto afirma: “Se possível, os tímidos não falariam. Também gostariam de

ser invisíveis”.4

A crônica se estrutura a partir de situações que são embasadas nas próprias

experiências do cronista. Então, pode-se dizer, o enfoque de apoio é bastante

confessionalista. O autor inicia com um ponto de vista aparentemente impessoal,

valendo-se da 3ª pessoa do singular. Esse início introdutório abrange os dois

primeiros parágrafos. Neles, o autor discorre sobre: a) o comportamento dos tímidos

frente ao mundo e o medo dos constrangimentos públicos; b) o desenvolvimento de

mecanismos de defesa: tentativas de invisibilidade; movimento sorrateiros; esquivar-

se; olhar para baixo, etc., que lhes são característicos.

Na sequência da crônica, a partir da mudança do ponto de vista (1ª pessoa), o

autor, incluído na categoria dos tímidos, discorre sobre determinadas experiências

pessoais caracterizadas como extremamente constrangedoras. O relato de tais

experiências inclui: a) tomar o elevador; b) receber elogios públicos, quando da

participação em eventos; c) falar em público.

Decorrente de tais experiências, o autor reflete sobre a forma como gostaria

de ser elogiado, pois que também é humano: „‟[...] prefiro saber deste elogio por

meio de outra pessoa. Ou identificar no silêncio de olhares de um interlocutor a sua

admiração pelo que faço. Ou mesmo ler um texto que revela a dedicação carinhosa

a algo que produzi”. A par disso, demonstra que, no perfil dos tímidos, desenvolve-

se, com o tempo, “Um senso de responsabilidade extremo”, talvez como

necessidade de compensação.

A conclusão da crônica remete ao título, apelando para a dificuldade dos

tímidos em relação à gesticulação: “os tímidos nunca sabem onde pôr as mãos”.

Ao final, deixa claro, numa frase tipo fecho de ouro, que as situações

constrangedoras por que passam os tímidos repercutem indefinidamente, como um

remoer atroz. A timidez não acaba no momento que acaba o ato que a gerou; ela

fica latejando e traz à tona as dificuldades, as inadequações, os vexames pelos

quais a pessoa passou como se eles ainda estivessem ocorrendo. É por essa razão

que o autor conclui dizendo que “um tímido sofre até na presença da própria

memória”.

4 Todas as citações referentes à crônica foram extraídas de: SANCHES NETO, Miguel. O que fazer com essas mãos. Gazeta do Povo, Curitiba, p. 3, 30 de nov. 2010, e, nesta análise, serão referenciadas em itálico.

23

Assim como o escritor se revela tímido, muitas pessoas sofrem desse mal e

por isso passam por diversas situações constrangedoras. Nas escolas, por exemplo,

muitos alunos com o mesmo problema podem sofrer bullying, uma situação que se

caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira

repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas; intensificando ainda

mais o problema.

Miguel Sanches Neto, através de uma linguagem confessional, estabelece um

diálogo entre o narrador e o leitor como se quisesse dividir suas inquietações.

Observando o estilo temático dos quatro cronistas estudados, percebe-se que

Cristóvão Tezza prepara pitadas reflexivas a partir de um enfoque literário, trazendo

outras obras como suporte; Pellegrini vai direto ao acontecimento diário, buscando a

praticidade do acontecimento e refletindo sobre ele; José Carlos Fernandes é o

típico cronista da periferia curitibana, desvendando o exótico e o inusitado da capital

paranaense; e Miguel Sanches Neto escreve em tom confessionalista, apoiado em

experiências pessoais que lhe servem de motivos. Diferentes no estilo e no enfoque,

esses cronistas propiciam quatro maneiras de ler e ver o mundo.

24

REFERÊNCIAS

AMARAL, Heloisa. O gênero textual crônica. Na ponta do lápis, São Paulo, AGWM, 2009, n.10, p. 12-13. BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

BENDER, Flora C.; LAURITO, Ilka B. Crônica história, teoria e prática.São Paulo: Scipione, 1993. CANDIDO, Antonio. A vida ao rés-do-chão. Prefácio. In: Para gostar de ler. São Paulo: Ática, v. 1, p.4-13. COUTINHO, Afrânio. A literatura no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Sul América, 1971. _______________. Introdução à literatura no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Liv. São José,1966. COMMELIN, P. Mitologia grega e romana. Trad. Thomaz Lopes. Rio de Janeiro:

Ediouro, 1980. KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 7. ed. Campinas, SP: Pontes, 2000. MOISÉS, Massaud. A criação literária. 9. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1979. _______________. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 1974. PARANÁ; Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná. Curitiba: SEED, 2008.

RÖSING, Tânia; RETTENMAIER, Miguel; CAPELLARI, Caroline. Con perdón por la rima pobre: livro e leitura, fome versus fartura. In: NÚÑEZ, Eloy Martos; RÖSING, Tânia M. K. (Coords.) . Prácticas de lectura y escritura. Passo Fundo, RS: Ed. Universidade de Passo Fundo, 2009. SÁ, Jorge de. A crônica. 3. ed. São Paulo: Ática, 1987.

25

http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=1072747&tit=Vaga-tecnologica-para-idosos http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=1063003&tit=Piratas-e-chapeus. http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=984269&tit=Iolando-e-Margarida-a-camelia-e-os-cupins http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=1072656&tit=O-que-fazer-com-essas-maos.

26

ANEXOS

27

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Contrato de Cessão Gratuita de Direitos Autorais

Pelo presente instrumento particular, de um lado Solange Vilani Chiella,

brasileira, casada, professora, CPF nº 662.400.269-72, Cédula de Identidade RG nº

4339.451-7 residente e domiciliado à Rua Vereador Antônio Pozzan nº 554, na

cidade de Palotina, Estado do Paraná, denominado CEDENTE, de outro lado a

Secretaria de Estado da Educação do Paraná, com sede na Avenida Água Verde, nº

2140, Vila Izabel, na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, inscrita no CNPJ sob nº

76.416.965/0001-21, neste ato representada por seu titular Flávio Arns, Secretário

de Estado da Educação, brasileiro, portador do CPF nº….........................., ou, no

seu impedimento, pelo seu representante legal, doravante denominada

simplesmente SEED, denominada CESSIONÁRIA, têm entre si, como justo e

contratado, na melhor forma de direito, o seguinte:

Cláusula 1ª – O CEDENTE, titular dos direitos autorais da obra A crônica

paranaense contemporânea no âmbito escolar, cede, a título gratuito e universal,

à CESSIONÁRIA todos os direitos patrimoniais da obra objeto desse contrato,

como exemplificativamente os direitos de edição, reprodução, impressão, publicação

e distribuição para fins específicos, educativos, técnicos e culturais, nos termos da

Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988 – sem que

isso implique em qualquer ônus à CESSIONÁRIA.

Cláusula 2ª – A CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra

autoral ao qual se refere a cláusula 1.ª deste contrato em qualquer tipo de mídia,

como exemplificativamente impressa, digital, audiovisual e web, que se fizer

necessária para sua divulgação, bem como utilizá-la para fins específicos,

educativos, técnicos e culturais.

Cláusula 3ª – Com relação a mídias impressas, a CESSIONÁRIA fica autorizada

pelo CEDENTE a publicar a obra em tantas edições quantas se fizerem necessárias

28

em qualquer número de exemplares, bem como a distribuir gratuitamente essas

edições.

Cláusula 4ª – Com relação à publicação em meio digital, a CESSIONÁRIA fica

autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, em tantas cópias

quantas se fizerem necessárias, bem como a reproduzir e distribuir gratuitamente

essas cópias.

Cláusula 5ª - Com relação à publicação em meio audiovisual, a CESSIONÁRIA fica

autorizada pelo CEDENTE a publicar e utilizar a obra, objeto deste contrato, tantas

vezes quantas se fizerem necessárias, seja em canais de rádio, televisão ou web.

Cláusula 6ª - Com relação à publicação na web, a CESSIONÁRIA fica autorizada

pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se

fizerem necessárias, em arquivo para impressão, por escrito, em página web e em

audiovisual.

Cláusula 7ª – O presente instrumento vigorará pelo prazo de 05 (cinco) anos

contados da data de sua assinatura, ficando automaticamente renovado por igual

período, salvo denúncia de quaisquer das partes, até 12 (doze) meses antes do seu

vencimento.

Cláusula 8ª – A CESSIONÁRIA garante a indicação de autoria em todas as

publicações em que a obra em pauta for veiculada, bem como se compromete a

respeitar todos os direitos morais do autor, nos termos da Lei 9.610 de 19 de

fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988.

Cláusula 9ª – O CEDENTE poderá publicar a obra, objeto deste contrato, em

outra(s) obra(s) e meio(s), após a publicação ou publicidade dada à obra pela

CESSIONÁRIA, desde que indique ou referencie expressamente que a obra foi,

anteriormente, exteriorizada (e utilizada) no âmbito do Programa de

Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná –

SEED-PR.

Cláusula 10ª – O CEDENTE declara que a obra, objeto desta cessão, é de sua

exclusiva autoria e é uma obra inédita, com o que se responsabiliza por eventuais

questionamentos judiciais ou extrajudiciais em decorrência de sua divulgação.

29

Parágrafo único – por inédita entende-se a obra autoral que não foi cedida,

anteriormente, a qualquer título para outro titular, e que não foi publicada ou utilizada

(na forma como ora é apresentada) por outra pessoa que não o seu próprio autor.

Cláusula 11ª – As partes poderão renunciar ao presente contrato apenas nos casos

em que as suas cláusulas não forem cumpridas, ensejando o direito de indenização

pela parte prejudicada.

Cláusula 12ª – Fica eleito o foro de Curitiba, Paraná, para dirimir quaisquer dúvidas

relativas ao cumprimento do presente contrato.

E por estarem em pleno acordo com o disposto neste instrumento

particular a CESSIONÁRIA e o CEDENTE assinam o presente contrato.

Curitiba, de de

______________________________________

CEDENTE

______________________________________

CESSIONÁRIA

______________________________________

TESTEMUNHA 1

______________________________________

TESTEMUNHA 2

30

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Termo de Cessão Pessoa Física para Pessoa Física

Nos termos disponíveis do artigo 49 da Lei n. 9.610, por este instrumento o(a)

Sr Cristovão Tezza, RG ________________, CPF ___________________,

residente na _____________, bairro ________________, cidade

___________________, na qualidade de titular dos direitos autorais, doravante

denominado CEDENTE, cede gratuitamente, pelo prazo indeterminado e de modo

absoluto, para utilização exclusiva da Secretaria de Estado da Educação do Paraná

o direito de uso referente ao(s) seguinte(s) material(is):

A crônica “Vaga (tecnológica) para idosos” para o(a) professor(a) Solange Vilani

Chiella, RG 4339.451-7 da Rede Estadual de Ensino do Paraná, nesta ocasião

denominada CESSIONÁRIO(A).

O CEDENTE fica ciente de que o material cedido pode ser publicado nas

mídias impressa e/ou Web.

Esta cessão afasta o CEDENTE e seus herdeiros de receberem qualquer

espécie de indenização ou compensação em virtude do uso e administração do

material.

O(A) CESSIONÁRIO(A), por sua vez, compromete-se a utilizar o material

descrito para produção didático-pedagógica, sem fins lucrativos e com objetivos

educacionais.

Para efeitos, este termo vai assinado pelas partes.

31

Curitiba, _________ de __________________de __________.

_____________________________

CEDENTE

_____________________________

CESSIONÁRIO(A)

32

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Termo de Cessão Pessoa Física para Pessoa Física

Nos termos disponíveis do artigo 49 da Lei n. 9.610, por este instrumento o(a)

Sr Domingos Pellegrini, RG______________________, CPF

_____________________, residente na _____________, bairro

___________________, cidade ___________________, na qualidade de titular dos

direitos autorais, doravante denominado CEDENTE, cede gratuitamente, pelo prazo

indeterminado e de modo absoluto, para utilização exclusiva da Secretaria de

Estado da Educação do Paraná o direito de uso referente ao(s) seguinte(s)

material(is):

A crônica “Iolando e Margarida, a camélia e os cupins” para o(a) professor(a)

Solange Vilani Chiella, RG 4339.451-7 da Rede Estadual de Ensino do Paraná,

nesta ocasião denominada CESSIONÁRIO(A).

O CEDENTE fica ciente de que o material cedido pode ser publicado nas

mídias impressa e/ou Web.

Esta cessão afasta o CEDENTE e seus herdeiros de receberem qualquer

espécie de indenização ou compensação em virtude do uso e administração do

material.

O(A) CESSIONÁRIO(A), por sua vez, compromete-se a utilizar o material

descrito para produção didático-pedagógica, sem fins lucrativos e com objetivos

educacionais.

Para efeitos, este termo vai assinado pelas partes.

33

Curitiba, _________ de __________________de __________.

_____________________________

CEDENTE

_____________________________

CESSIONÁRIO(A)

34

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Termo de Cessão Pessoa Física para Pessoa Física

Nos termos disponíveis do artigo 49 da Lei n. 9.610, por este instrumento o(a)

Sr José Carlos Fernandes, RG _____________________, CPF

_____________________, residente na _____________, bairro

___________________, cidade ___________________, na qualidade de titular dos

direitos autorais, doravante denominado CEDENTE, cede gratuitamente, pelo prazo

indeterminado e de modo absoluto, para utilização exclusiva da Secretaria de

Estado da Educação do Paraná o direito de uso referente ao(s) seguinte(s)

material(is):

A crônica “Iolando e Margarida, a camélia e os cupins” para o(a) professor(a)

Solange Vilani Chiella, RG 4339.451-7 da Rede Estadual de Ensino do Paraná,

nesta ocasião denominada CESSIONÁRIO(A).

O CEDENTE fica ciente de que o material cedido pode ser publicado nas

mídias impressa e/ou Web.

Esta cessão afasta o CEDENTE e seus herdeiros de receberem qualquer

espécie de indenização ou compensação em virtude do uso e administração do

material.

O(A) CESSIONÁRIO(A), por sua vez, compromete-se a utilizar o material

descrito para produção didático-pedagógica, sem fins lucrativos e com objetivos

educacionais.

Para efeitos, este termo vai assinado pelas partes.

35

Curitiba, _________ de __________________de __________.

_____________________________

CEDENTE

_____________________________

CESSIONÁRIO(A)

36

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Termo de Cessão Pessoa Física para Pessoa Física

Nos termos disponíveis do artigo 49 da Lei n. 9.610, por este instrumento o(a)

Sr Miguel Sanches Neto, RG _____________________, CPF

___________________, residente na _____________, bairro

___________________, cidade ___________________, na qualidade de titular dos

direitos autorais, doravante denominado CEDENTE, cede gratuitamente, pelo prazo

indeterminado e de modo absoluto, para utilização exclusiva da Secretaria de

Estado da Educação do Paraná o direito de uso referente ao(s) seguinte(s)

material(is):

A crônica “Iolando e Margarida, a camélia e os cupins” para o(a) professor(a)

Solange Vilani Chiella, RG 4339.451-7 da Rede Estadual de Ensino do Paraná,

nesta ocasião denominada CESSIONÁRIO(A).

O CEDENTE fica ciente de que o material cedido pode ser publicado nas

mídias impressa e/ou Web.

Esta cessão afasta o CEDENTE e seus herdeiros de receberem qualquer

espécie de indenização ou compensação em virtude do uso e administração do

material.

O(A) CESSIONÁRIO(A), por sua vez, compromete-se a utilizar o material

descrito para produção didático-pedagógica, sem fins lucrativos e com objetivos

educacionais.

Para efeitos, este termo vai assinado pelas partes.

37

Curitiba, _________ de __________________de __________.

_____________________________

CEDENTE

_____________________________

CESSIONÁRIO(A)

38

PARECER DO MATERIAL DIDÁTICO

PROFESSORES PDE

1. IDENTIFICAÇÃO a) INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: b) PROFESSOR ORIENTADOR IES: c) PROFESSOR PDE: d) NRE: e) ÁREA/DISCIPLINA: f) TÍTULO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: 2. CRITÉRIOS DE ANÁLISE

O professor orientador deverá emitir parecer com base nos seguintes critérios:

Pertinência do material didático com o projeto do professor PDE.

Relação do material didático com área/disciplina de atuação do Professor PDE.

Fundamentação teórica consistente.

Articulação entre a fundamentação teórica e o objeto de estudo.

Contribuição do material didático para a educação pública paranaense.

Viabilidade de implementação do material didático na escola.

Adequação do material à norma culta da Língua Portuguesa.

3. PARECER CONCLUSIVO

( ) Sou de parecer favorável quanto ao conteúdo, forma e adequação do texto à norma culta da Língua Portuguesa para fins de publicação. ( ) Sou de parecer desfavorável*. _____________________________, ____/____/_______ (Local) (Data)

_________________________ Assinatura do Professor Orientador

39

4. JUSTIFICATIVA

_____________________________, ____/____/_______ (Local) (Data)

__________________________ Assinatura do Professor Orientador

40

FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: A crônica Paranaense Contemporânea no âmbito escolar

Autor Solange Vilani Chiella

Escola de Atuação Colégio Estadual Santo Agostinho

Município da escola Palotina

Núcleo Regional de Educação Toledo

Orientador Maria Beatriz Zanchet

Instituição de Ensino Superior UNIOESTE

Disciplina/Área (entrada no PDE) Português

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Sociologia

Filosofia

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

Alunos do 1º ano do Ensino Médio

Localização

(identificar nome e endereço da escola de implementação)

Colégio Estadual Santo Agostinho

Rua General Rondon, Nº 797

Apresentação:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

Tendo em vista a necessidade de trabalhar com textos

literários que enfoquem um assunto enquanto totalidade

no seu gênero e não enquanto fragmento, favorecendo a

relação entre o autor e o leitor – entre o processo de

produção e o de recepção das mensagens -, levando o

aluno à reflexão de temas inseridos no seu contexto

vivencial, este projeto busca desenvolver estratégias

utilizando quatro cronistas contemporâneos paranaenses

que compõem o corpus deste estudo: Cristovão Tezza,

41

Domingos Pellegrini, José Carlos Fernandes e Miguel

Sanches Neto. Especificamente, pretende-se confrontar

diferentes textos dos cronistas paranaenses como forma

de perceber abordagens e estilos diferenciados na

escritura de determinados temas; refletir com os alunos a

função social do gênero crônica bem como seu contexto

de produção; desenvolver e aprofundar a capacidade

reflexiva e argumentativa em relação à produção textual

dos alunos da 1º série do Ensino Médio; possibilitar o

interesse dos alunos pelas crônicas veiculadas no jornal

a partir da interação textual, via internet, com seus

autores. Considerando o corpus desse trabalho, a

fundamentação teórica terá por base uma perspectiva

sociologia e comparativa: abordagens de temas

semelhantes segundo autores/cronistas diferenciados.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Crônica contemporânea paranaense; leitura; análise; produção