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Fernando Augusto Thesing
A UL TRA-SONOGRAFIA COMO METODO AUXILIAR NOESTADIAMENTO DAS DISFUN<;;OES TEMPOROMANDIBULARES
Monografia apresentada ao curso de Especializar;aoem Disfun~ao Temporomandibular e Dor Orofacial, daUniversidade Tuiuli do Parana, como requisite parcialpara a obtenr;ao do titulo de especiaJista.
Orientador: Prof. Jose Stechman Neto
Curitiba2005
TERMO DE APROVA9AO
Fernando Augusto Thesing
A UL TRA-SONOGRAFIA COMO METODO AUXILIAR NOESTADIAMENTO DAS DISFUN90ES TEMPOROMANDIBULARES
Esta monografia foi julgada e aprovada para a oblen<;ao do titulo de Especialisla no curso de Oisfunyao
Temporomandibular e Dor Orofacial da Universidade Tuiuti do Parana
Curitiba. 22 de setembro de 2005
Prof. Dr. Eduardo Carrilho
Disfun<;c3o Temporomandibular e Dor Orofacial
Universidade Tuiuti do Parana
Orientador:
ff~~z(~:'Chman Neto
~idade Tuiutido Parana
Profa. Paula de Moura
Universidade Tuiuti do Parana
Prof. Dr. Luis Fernando Lobo Leandro
CDATM
nWe men and women are al/ in the same boat, upon a stormy sea. We owe to each
other a terrible and tragic loyalty."
Gilbert Keith Chesterton (1874-1936)
RESUMO
Devida aos avanc;os no conhecimento na area das Disfunc;oes Temporomandibulares eao evidente progresso tecnol6gico, a possibilidade de se determinar urn acuradodiagn6stico torna-se majorada, bern como se permite que seja trac;ado urn prognosticomais confiavel. Os metodos de exame per imagem sao corriqueiramente empregadoscomo exames complementares da articulaC;ao temporomandibular. Alguns dessesexames fica ram consagrados na pratica clinica, como e 0 case da TomografiaComputadorizada e da Ressonimcia Nuclear Magnetica. Cabe ao profissional indicar 0
exame complementar mais indicado para cada case, levando-se em considerac;ao asvantagens e desvantagens conhecidas. Contudo, naD e passive I a visualizaty2l0dinamica das articulatyoes temporomandibulares atraves desses metod os, incluindo ostecidos moles, em tempo real. 8aseados nesse conceito, e encorajados pelo amplo usoda Ultra-sonografia na area medica, uma serie de autores dirigiu seus estudos paraessa tecnica, direcionando-a as articulagoes temporomandibulares. Isso legitimou umarevis2l0 litera ria acerca do assunto, abordando as tecnicas propostas e aspossibilidades diagnosticas, bem como as vantagens e os inconvenientes. Aspesquisas realizadas encorajam a busca de majs informay2l0 nessa area,principaJmente no que tange a minimizag2l0 das contradigoes, enfase no conhecimentode anatomia e estabelecimento de para metros para uma interpretagao rnais eficaz dosexames.
Palavras-chave: articulagao temporomandibular; ultra-sonografia
ABSTRACT
Due to knowledge's advances in Temporomandibular Disorder area and to the evidenttechnological progress, the possibility of determining an accurate diagnostic becomesmajored, as well as being able to trace a more reliable prognostic. Imaging is regularlyused as complementary exam of the temporomandibular articulation. Some of theseexams stay consecrated in the practical clinic, such as the Computerized AxialTomography and Magnetic Nuclear Resonance. It's up to the professional to indicate themost suitable complementary exam in each case, considering its known advantages anddisadvantages. However, it's not possible the dynamical visualization in real time of thetemporomandibular articulations through these methods, including the soft tissues.Based in these concepts, and encouraged by the wide use of Ultrasonography inmedical area, a large number of authors directed their studies to this techniqueregarding the temporomandibular articulations. It legitimated a literary revisionconcerning the matter, approaching the techniques and the diagnostic possibilities aswell as the advantages and inconvenients. The accomplished researches encourage thesearch for more information in this area, especially when it comes to contradictionunderstate, emphasis in the anatomy and establishing parameters to a more accurateinterpretation of the exams.
Keywords: temporomandibular joint; ultrasonography
SUMARIO
1INTRODUCAO 9
2 REVISAO L1TERARIA 12
2.1 DIAGNOSTICO DAS DISFUN<;:OES TEMPOROMANDIBULARES 12
2.2 ANATOMIA MACROSCOPICA DA ATM 16
2.2.1 Aspectos anatomicos de relevancia 17
2.2.1.10ssos 17
2.2.1.2 Cartilagem 19
2.2.1.3 Capsula articular e ligamenlos 20
2.2.1.4 Liquido sinovial 21
2.2.1.5 Disco articular 22
2.2.1.6 Fisiologia do sislema eslomatognata 23
2.3 ULTRA-SOM 26
2.3.1 Bases fisicas para entendimento das ondas scnoras 26
2.3.1.1 Definiyao 26
2.3.1.2 Velocidade 27
2.3.1.3 Impedancia Acuslica 28
2.3.1 A Frequencia 28
2.3.1.5 Comprimento de Onda 29
2.3.1.6 Amplilude 29
2.3.1.7 Periodo 29
2.3.2 Transmissao do sam 30
2.3.2.1 Reflexao 30
2.3.2.2 Refral'ao 30
2.3.2.3 Atenual'ao 31
2.3.2.4 Dispersao 31
2.3.3 Ultra-sonografia e utiliza~ao do transdutor emissor-receptor 32
2.3.4 Modos de processamento dos ecos 33
2.3.4.1 Modo A (Amplitude) 33
2.3.4.2 Modo B (Brilho) 34
2.3.4.3 Modo TM (Tempo-movimento) 34
2.3.5 Tipos de transdutores 34
2.3.6 Caracteristicas da imagem 35
2.3.6.1 Compensal'ao em funl'ao do tempo 35
2.3.6.2 Reflexao perpendicular 36
2.3.6.3 Textura ecogenica 36
2.3.6.4 Reforl'o posterior 37
2.3.6.5 50mbra acustica 37
2.3.7 Efeito Doppler 38
2.4 ULTRA-50NOGRAFIA DA ARTICULAi;AO TEMPOROMANDIBULAR __ 40
3 CONSIDERA<;:OES FINAlS 51
4 REFERENCIAS 53
1 INTRODUCAO
As disfun<;6es temporomandibulares sao urn grupo heterogeneo de
disturbios que envolvem as musculos, as articula<;6es temporomandibulares e
estruturas associadas. Atualmente, devido a maior disponibilidade de conhecimento
nessa area e conseqOente aumento da capacidade de S8 diagnosticar estes
problemas par parte dos profissionais da area odontol6gica, grande parte dos
autores concorda com a necessidade de uma abordagem multidisciplinar baseada
no modelo biopsicossocial, bern como de uma acurada avaliac;ao clinica. No
entanto, as tecnicas de imagem seguramente representam urn auxilio de grande
valia, mesmo nos cases em que a semiologia par si e capaz de definir a diagnose.
Leandro e Nunes (2000) cr"em que, devido aos avan,os na imageologia,
os exames complementares para a avalial):aa das lesoes internas das articula96es
temporomandibulares devem ser realizados ratineiramente.
Para que uma tecnica de imagem seja bem aproveitada, e essencial que
existam referencias dos para metros de narmalidade. Nao ha validade para a
aquisi,ao de uma imagem consistente e de qualidade, caso nao seja devidamente
interpretada.
Zarb et a/. (2000) citam, como os exames complementares atraves de
imagens mais empregados habitualmente, os radiograficos, os tomograficos, os
artrograticos, os artroscopicos e por ressonancia nuclear magnetica. Relatam
tambem que os dados sobre 0 uso da ultra-sonogralia para explora,ao da
articula,ao temporomandibular sao limitados, e que a qualidade das imagens nao loi
considerada suficiente para garantir 0 usa cUnico imediato desta tecnica par
enquanto.
10
Sernik e Cerri (2002) referem 0 sistema musculoesqueletico como um dos
campos em que a ultra-sonografia obteve maiores progressos na aplicag80 clinica.
Avangos tecnol6gicos possibilitaram 0 desenvolvimento de equipamentos de alta
resolugao que permitiram a identifica980 de estruturas inacessiveis aD exame
radiologico. Esse incremento permitiu 0 diagn6stico de les6es musculotendineas,
ligamenta res e neurovasculares de forma rapida, precisa e naG invasiva a urn custo
relativamente baixo. Complementam ainda que, na area medica, as exames par
ultra-som do sistema musculoesquelE~tico tern como objeto de estudo estruturas
muito diversas em tamanho e profundidade, desde as superficiais que exigem
definigao espacial milimetrica, ate as mais profundas como grandes muscu!os.
Para que a aprecialfao das estruturas seja a!canlfada, a examinador pode
contar com transdutores de varias frequencias, apare!hos multifreqOenciais e
softwares avan9ados integrados ao aparelho.
Em medicina, a ultra-sonografia do sistema musculoesqueletico e muito
bem documentada e amplamente empregada. As tecnicas para investiga9ao dos
diversos musculos e articulalfoes sao detalhadamente descritas em termos
anat6rnicos, sendo feilo urn paralelo com os achados ultra-sonograficos ja
comprovados, bem como a descrilf80 minuciosa do metodo de execu980,
equipamentos e configura90es dos aparelhos. Sernik e Cerri (2002) destacam
minuciosamente as processos para exame dos ombros, joelhos, cotovelos, punhos,
maos, quadril, tornozelos, pes, museu los e ossos. No entanto, nao e corriqueira a
cita,ao na Iiteratura medica da aplica,ao do exame por ultra-som das articula,oes
temporomandibulares.
11
Se hit objetivo em apontar alternativas aos metod os de imagem ja
consagrados pela pratica odontol6gica, legitima-se uma revisao de literatura acerca
da apreciac;:ao das articulat;oes temporomandibulares par ultra-sonografia.
12
2 REVISAO LlTERARIA
2.1 DIAGNClSTICO DAS DISFUN<;;OES TEMPOROMANDIBULARES.
A avaliac;:8.o da func;:ao e condiryao articulares necessita de uma abordagem
coesa e uma investigac;ao bastante abrangente. Para urn diagnostico efetivo e
necessaria uma vasta coleta dos dados relatados pelos pacientes sabre seus
sintomas e historica, e a avalia/yao da relevancia destes atraves de uma minuclosa
confronta,ao por exame clinico. Segundo Stechman et al. (2002), um correto
diagnostico e fundamental. Quando S8 aborda urn paciente com disfunC;:8o
temporomandibular deve-s8 ter em mente que naD existe urn tratamento unico, nem
definitiv~, adequado a todos as casas. Sendo assim, para S8 realizar uma
terapeutica adequada individualizada, e necessaria entender a disfunC;:8o
temporomandibular como uma sind rome multifacetada, com causas multiplas.
Qualquer tratamento que seja proposto para a articula,ao
temporomandibular devera ter sempre urn carater funcional, po is esta sendo
abordada uma disfun,ao. Para serem tratadas as disfun,oes efetivamente, eimperativo que sejam compreendidos os varios tipos de problemas que possam
existir, bem como a variedade de etiologias.0 clinico deve ter em mente que, para
cada diagn6stico, ha um tratamento apropriado. Nenhum tratamento isolado e
adequado para as disfun,oes temporomandibulares. Isto posto, nao e possivel
propor interven,ao reabilitadora sem que seja tratada a organiza,ao muscular,
restaurando a mem6ria muscular de aprendizado, 0 equillbrio neuromuscular
(LEANDRO; NUNES, 2000 apud STECHMAN; STECHMAN et al., 2002).
13
Nao obstante, pade-s8 reconhecer 0 beneficio substancial que resulta da
aquisi<;:Elode exames complementares, que auxiliam 0 profissional no conhecimento
de processos que podem fiear obscuros mediante correlato com sinais, sintomas,
hist6rico e abordagem clfnica. A solicitaC;30 de exames complementares,
particularmente as de imagem, e calcada no anseio de que eles possam contribuir
para uma avaliayao diagnostica mais precisa, 0 que certamente influencia 0
tratamento proposto. Conforme exp6em Zarb et al. (2000), a imagem e 0 unico
metoda para S8 abter informac;oes visuais sabre as condi<;:oes dos tecidos
articulares, al8m da artroscopia e da cirurgia em campo aberto da articulac;ao
temporomandibular.
Com 0 avan<;:o da imageologia, as exames complementares para avaliar as
les6es intra-articulares devem ser considerados uma rotina, pois, alem de sua
extrema importancia diagnostica, estao cada vez mais ao alcance do cirurgiao-
dentista (LEANDRO; NUNES, 2000).
Inumeras tecnicas de exame por imagem foram propostas com 0 passar do
tempo, sendo que algumas delas ficaram sedimentadas na pratica.
A tecnica radiografica e a pratica mais corriqueira dentre os exames por
imagem. Contudo, de acordo com Leandro e Nunes (2000), 0 emprego de metodos
extrabucais da obten,ao de imagem radiogrilfica est'; sempre associado adificuldade de execuryao da tecnica, e sobreposiryao de estruturas anatomicas. Ela
permite, em algum grau, ter registro da conformaryao dos componentes os seas da
articula,ao temporomandibular. Quando e detectada uma anomalia no contorno das
estruturas, deve-se suspeitar de alteraryoes patologicas. As demais estruturas nao
14
limitaC;030em se obter informa<;:oesfuncionais da articulac;ao temporomandibular par
esse metoda.
Atraves de metodos tecnologicamente mais avanc;ados, e passive I a
obtenC;c30de imagens sem distorc;6es e sobreposic;6es.
A tomografia pade ser considerada 0 exame padrao atualmente para a
avalia,ao das estruturas osseas das articula,6es temporomandibulares (LEANDRO;
NUNES, 2000). Pode ser definida como urn metodo de medida da densidade
radiol6gica dos volumes elementares de urn corte. Esse metoda radiologico produz
imagens de urn corte do corpo com urn estudo das densidades, com acuidade 100
vezes maior que as obtidas pela radiografia convencional. A tomografia
computadorizada e urn incremento da tecnica, em que as cortes axiais obtidos
podem ser reconstituidos em computador para que Qutros cortes possam ser
analisados. 0 metoda nao permite, contudo, visualizaC;:30 de tecidos moles, alem de
baseado em radiay3o, e encerrar custo elevado.
A artrografia permite a delimita,ao das estruturas que comp6em a
articula,ao temporomandibular par meio de inje,ao de contraste nos espa,os
articulares. Apos a opacificac;:ao desses sitios, e possivel visualizar a cinematica dos
componentes da juntura par meio da fluoroscopia. Imagens radiograticas ou
tomogrilficas podem tambem ser obtidas (ZARS et al., 2000). Segundo Leandro e
Nunes (2000), e 0 metodo mais confiilvel para se obter informa,6es sobre
perfurac;:oes do disco. Entretanto, e um exame que causa muito desconforto aD
paciente,e depende de uma tecnica de dificil execu,ao.
As imagens par ressonancia magnetica utilizam as propriedades
magneticasdos protons de hidrogenio.As caracteristicas principais da ressonancia
magnetica sao a capacidade tridimensional, seu aspecto nao-invasivo e a boa
15
capacidade de contraste tissular espontimeo. Como 0 plano de corte e determinado
pelo agrupamento de gradientes de campos magneticos, podem ser obtidos cortes
nos tres pianos espaciais. Tambem e passive I que S8 consigam volumes inteiros.
NaG depende de Raios-X e, desta feita, naD apresenta efeitos colaterais. E contra-
indicada principalmente para as portadores de marca-passo e de clipes metalicos
vasculares intracerebrais (MONNIER; TUBIANA, 1999). Essa modalidade de exame
permite dar contraste aDs tecidos moles e diagnosticar deslocamentos de disco
complexos em mulliplos pianos (LEANDRO; NUNES, 2000). Como principais
inconvenientes podem ser citados a impossibilidade de se investigar a cinematiea da
articulac;aotemporomandibular, e 0 elevado custo da tecnica.
Envolvidos nesse contexto, alguns autores direcionaram 0 foco de seus
estudos para a ultra-sonografia da articula<;:<3otemporomandibular, instigados pelas
virtudes desta pratica quando indicada para outras areas anatamicas na medicina, e
tambem pelo prop6sito de sobrepujar as desvantagens das modalidades de exame
ja arraigadas pela pratica.
a exame par ultra-sonografia permite uma abordagem dinamica e nao
invasiva da articula9<30 temporomandibular, dernonstrando a funcionalidade da
articula\,ao em tempo real (STEFANOFF e/ al., 1992). Permite 0 armazenamento do
exame em filme ou impressao. A tecnica de Doppler possibilita a capta\,ao dos
ruidos articulares, sincronizados com a imagem. E um exame que demonstra
facilidade de execu\,ao, rapida realiza\,ao, ampla disponibilidade em diversos
laboratorios de imagem e nao envolve emissao de radia<;:8o.
Todavia, convem reiterar que a busca constante pelo aperfei<;:oamentodas
tecnicas de imagem e de sua interpreta9c3o,nao deve autorizar que se relegue a urn
plano secundario a avalia9<30clfnica do paciente. E absolutamente necessario que
16
deva haver uma queixa antes de urn achado poder ser considerado importante para
o diagnostico.
2.2 ANATOM1AMACROSCOPICA DA ARTICULA<;AO TEMPOROMANDIBULAR
Zarb et al. (2000) descrevem as articula90es temporomandibulares como
parte de urn sistema complexo que envolve urn crania estatico que comporta uma
arcada dentiuia superior fixa e uma mandibula mover que suporta a arcada inferior.
Esses componentes anatomicos compreendem as articula90es bilaterais entre as
cabe9as da mandibula e as fossas articulares da paryao escamosa dos ossos
temporais. Apesar de distintas anatomicamente, as duas articula90es sao
interdependentes. Essas estruturas, juntamente com as OSS05, ligamentos, dentes,
museu los e urn complexo sistema de controle neurol6gico compoem uma unidade
funcional do corpo chamado sistema estomatognata. Esse conjunto e responsavel
primordialmente pela tala, mastiga9ao e degluti9ao. Tambem tem atua9ao no
paladar e respira9ao (OKESON, 2000).
o conhecimento da anatomia da articulal):80 temporomandibular e essen cia I
para 0 entendimento das distun90es temporomandibulares, bem como dos exames
complementares necessarios, por vezes, para a complemental):ao do diagnostico.
17
2.2.1 Aspectos anatomicos de relevancia
Especificamente em rela9ao ao exame par ultra-sonografia, a pon;ao medial
da articulac;ao temporomandibular nao e passivel de ser visualizada. De acordo com
Elias et al. (2002), devido a barreira imposta pelas estruturas 6sseas da artieula~ao
temporomandibular a propaga~ao profunda do feixe de ultra-som, apenas 0 aspeeto
lateral do disco e sua insen;ao no ligamenta capsular podem ser visualizados.
2.2.1.1 Ossos
A por~ao 6ssea da artieula~ao temporomandibular e eomposta pela cabe~a
da mandibula e pela fossa mandibular, que e uma concavidade formada pela face
inferior da paryao escamosa do osso temporal. Esta fossa tern como limite posterior
a parede timpaniea (ZARB et al., 2000). Nela se encontra a fissura
escamotimpanica, que se estende medio-Iateralmente. A medida que se estende
medialmente, divide-S8 anteriormente em fissura petroescamosa e posteriormente
em fissura petrotimpanica (OKESON, 2000). A fissura petrotimpanica e acesso do
nerve corda do timpano, da arteria e da veia timptmicas. Esta pon;:ao nao esta
dentro dos limites funcionais da articula~ao temporomandibular (MACIEL, 1996). 0
limite medial e a espinha do osso esfen6ide. Acima desse fino O$SO esta situada a
fossa media do cranio que aloja 0 lobo temporal do encefalo. Lateralmente pode-se
delimitar a articula~ao temporomandibular pela raiz do processo zigomatico do osso
temporal (ZARB et al., 2000). A parte anterior e chamada de emin€mcia articular e,
anatomicamente, apresenta duas vertentes, uma anterior e outra posterior. A
vertente posterior e normalmente mais ingreme e delimita, juntamente com parte da
18
cabe,a da mandibula, a superficie articular propriamente dita. A sua inclina,ao
anat6mica e fator determinante da trajet6ria dos movimentos condilares, que, na
maiaria das vezes, term ina na crista da eminencia articular. Casa esse movimento
ultrapasse 0 limite da crista, e caracterizada hipermobilidade articular. A face
articular mandibular esta na cabe,a deste osso. A cabe,a da mandibula geralmente
apresenta convexidade em todos os lados. Vista anteriormente, a cabeya da
mandibula apresenta uma proeminencia lateral e outra medial, esta mais saliente.
Sao chamadas de palos. 0 polo laterallocaliza-se mais posterior e inferiormente em
compara921o com 0 lateral. Entre as dais p6los, na pentao anterior, esta localizada a
fovea pterigoidea, local de inser,ao do musculo pterigoideo lateral inferior e parte
das fibras do superior (ZARS et a/., 2000). As dimensoes latero-mediais ficam entre
15 e 20 milimetros, as antero-posteriores entre 8 e 10 milimetros (OKESON, 2000).
Do ponto de vista estrutural, tanto a cabet;:a da mandibula quanta os componentes
articulares temporais sao compostos de 05S0 esponjosQ, coberto de uma camada de
osso compacto de espessura variavel, sendo mais denso na area da eminencia
articular. Estes ossos sao revestidos por uma camada de tecido conjuntivo fibroso
(ZARS et ai, 2000).
19
2.2.1.2 Cartilagem
"A cartilagem articular representa urn tecido conectivo altamente
especializado, composto por uma densa matriz extracelular e celulas, como
condroblastos ou condr6citos fundamentalmente, e alguns poucos fibroblastos"
(LEANDRO; NUNES, 2000).
De acordo com Leandro e Nunes (2000), este tecido e bastante particular,
uma vez e desprovido de vasos sangOfneos, linfaticos e nervos. Tern composi~ao
bioquimica cartilaginosa variavel, dependendo da sua profundidade.
Diferente de outras articulac;oes do corpo humano, este tecido que recobre
as estruturas 6sseas nao e composto de cartilagem hialina, mas sim de urn tecido
fibroso (LEANDRO; NUNES, 2000; OKESON, 2000). A porl'ao rna is superficial desta
cartilagem e chamada de zona articular, e e capaz de suportar as forl'as do
movimento, e menos suscetivel 80 envelhecimento e tern maior capacidade de
reparo, se for comparada a cartilagem hialina (OKESON, 2000). Mais
profundamente, a zona proliferativa e situ ada. Esta camada e responsavel pela
proliferag3o da cartilagem em resposta a demanda funcional. Uma terceira camada,
a zona fibrocartilaginosa, tern uma composiC;:c30 que oferece resistencia contra for~as
compressivas e laterais. A quarta, e mais profunda, e a zona calcificada, que fornece
um lado ativo para a remodela~ao na medida em que 0 crescimento 6sseo endosteal
continua (OKESON, 2000).
A cartilagem articular e nutrida pela difusao do liquido sinovial (OKESON,
2000).
20
2.2.1.3 Capsula articular e ligamentos
A capsula articular e uma capsula fibrosa que S8 estende desde as
margens da fossa mandibular e da eminencia articular superiormente, envolve a
cabeC;:8da mandibula, e S8 insere inferiormente no peri6stea do processo condilar
(ZARB et a/., 2000). Ainda que resistente, permite que ocorram as movimentos
mandibulares (LEANDRO; NUNES, 2000).
De acordo com Lobo e Nunes (2000), as fibras da capsula articular
incorporam-se as fibras do musculo pterigoideo lateral, anteriormente, e ao
ligamento temporomandibular - ligamento lateral - lateralmente. A sustenta,ao
medial e dada pelo ligamenta esfenomandibular. Este ligamento esta delimitado
entre a espinha do osso esfenoide ate a lingula da mandibula. Posteriormente, 0
ligamenta estilomandibular tern origem no processo estil6ide, e S8 insere no bordo
posterior do ramo.
A capsula articular atua com fun9ao de S8 contrapor a fOf98S medianas,
latera is e inferiores que tendam a separar ou deslocar as superficies articulares.
Oesta maneira tambem define os limites anatomicos e funcionais da articulac;:ao
temporomandibular (MACIEL, 1996).
Conforme descrevem Zarb et a/. (2000), a parede da capsula articular e
espessada lateral e medialmente, unindo 0 disco aos polos da cabe,a da mandibula
por meio de dois cordoes. Estes ligamentos foram considerados colaterais da
articula,ao temporomandibular.
21
2.2.1.4 Liquido sinovial
A superficie interna da cavidade articular e revestida por celulas que
formam a membrana sinovial. Esta membrana, em conjunto com Dutra que S8
encontra na paryao anterior dos tecidos retrodiscais, produzem 0 liquido sinovial,
que preenche a articulayao. Haja vista que os tecidos articulares das articulayoes
temporomandibulares sao avasculares, esse liquido tern par funC;8o suprir as suas
necessidades metab6licas. 0 fluido sinovial tam hem serve como lubrificante entre as
superficies articulares durante a fun,ao (OKESON, 2000).
o fluido sinovial representa basicamente urn dialisado de plasma
sanguineo, produzido par celulas que recobrem as superficies articulares, cham adas
celulas sinoviais (membrana sinovial), e caracterizado par elevadas taxas
metab6licas, capacidade regenerativa, proliferativa e secretora de substimcias que
agregam 0 liquido sinovial. As celulas sinoviais controlam nao somente a qualidade,
mas tambem a quantidade de liquido sinovial. A quantidade de liquido sinovial e
bastante exigua, s6 aumentando em casos de processos inflamat6rios (sinovite)
(STECHMAN et a/., 2002).
22
2.2.1.5 Disco articular
o disco articular e uma estrutura firme, flexivel, localizado entre as
superficies articulares. Sendo estas superficies anatomicamente convexas, 0 disco
passui urn formata biconcavo, de modo que possa S8 adaptar entre as superficies
reciprocas contn;rias (MACIEL, 1996). 0 disco e unido fortemente a cabeya da
mandibula nos polos lateral e medial. Ele S8 acomoda mais anteriormente e
medialmente, favorecendo os movimentos fisiol6gicos da articula«ao
temporomandibular. Quando dos movimentos mandibulares, a caberya da mandibula
roda sob 0 disco sem move-la, e 0 leva consigo na translagao. Se houver distensao
au falta de insen;:ao do disco com a mandfbula, pade haver ruidos articulares
(LEANDRO; NUNES, 2000).
A POryaOperiferica do disco e mais espessa, e delimita uma parte mais
delgada no centro. Secyoes coronais do disco demonstram que ele e mais espesso
medialmente (ZARB et al., 2000). Sua paryao central tem espessura de cerca de 1 a
2 milimetros, e a periferica em torno de 4 a 5 milimetros (MACIEL, 1996). As
margens lateral e medial inserem-se na capsula articular. Na regiao anterior 0 disco
se fusiona com a capsula e com a superficie superior das fibras musculares que
constituem 0 componente superior da cabeya do musculo pterigoideo lateral. Na
area posterior, entre a pon;ao que se insere na capsula e fissura timpanoescamosa,
e a poryao que se une ao periostea do colo da mandibula, ha uma regiao preen chid a
por tecido conjuntivo vascular frouxo - a zona bilaminar (ZARB et al., 2000).
Alem do exposto, 0 disco articular divide a articulayao em dois
compartimentos: um superior, entre 0 disco e a fossa mandibular; e um inferior, entre
o disco e a cabeya da mandibula (OKESON, 2000)
23
2.2.1.6 Fisiologia do sistema estomatognata
Para que a ATM possa desempenhar movimentos para executar as suas
func;:oes, e necessario que os museu los que agem sabre ela atuem na execuc;:ao das
trajet6rias de abertura, fechamento, retrusao, protrusao e lateratidade (STECHMAN,
2002). Quatro pares de museu los formam urn grupo chamado musGulos da
mastigac;:8.o.Sao eles os musculos masseteres, os museu los temporais, os museu los
pterig6ideos laterais e os musculos pterigoideos mediais. Apesar de nao serem
considerados museu los da mastigayElo, os musculos digastricos tambem
desempenham um papet importante na fun9ao mandibular (OKESON, 2000).
A articulac;:ao temporomandibular e uma juntura dupla, mas que envolve
apenas urn osso. Cada uma pode agir de modo individual, porem, sempre com
participa9ao da contralateral. Sendo uma articula9ao composta, pode ser dividida em
dais sistemas: 0 complexo condilo-disco, e 0 mesma complexo em relaC;:8oasuperficie articular do osso temporal. a primeiro se refere a liga9ao entre 0 disco e a
cabe9a da mandibula, atraves da firme inser9ao dos ligamentos colaterais.
Delimitam, portanto, a cavidade sinovial inferior. 0 unico movimento fisiol6gico
possivel e 0 de rota9ao do disco na superficie articular da mandibula. 0 segundo
sistema demarca a cavidade sinovial superior. Permite movimento de livre
deslizamento do complexo condilo-disco contra a eminencia articular, 0 movimento
de transla9ao (Id. /b).
Conforme descrevem Leandro e Nunes (2000), no estado de repouso pode
ser demonstrado um espa90 interdental de inociusao de 2 a 4 milimetros. A cabe9a
da mandibula fica situada na area anterior da cavidade articular, com 0 disco
amoldado a sua superficie. Haja vista que a mandibula fica suspensa, ha uma
24
pressao intra-articular negativa. Essa situaC;c30 e mantida pela tonicidade dos
musculos da mastigac;c3o.
Conforme Maciel (1996), 0 movimento de abertura e dividido em duas
fases. A primeira, cham ada de rota98.0, refere-s8 ao movimento da caberya da
mandibula que gira em torna de seu eixQ sob 0 disco, 0 que e permitido pelos
ligamentos colaterais. Caracteriza, portanto, urna articulac;8.o infradiscal. Em seguida,
esse conjunto desliza pela parede posterior da eminencia articular, determinando a
movimento de translac;c3o.E caracterizada, dessa maneira, a articulac;ao supradiscal.
Para que esta trajetoria seja passivel, os musculos pterig6ideos inferiores S8
contraem, tracionando 0 complexo c6ndilo-disco para anterior, enquanto os
museu los responsaveis pela eleva9ao mantE~m 0 tonus, sem se contraporem ao
movimento. Os musculos digastricos anteriores e 0 milohi6ideo completam a
abertura.
Por ocasiao do movimento de fechamento, os musculos elevadores devem
ser ativados, ficando 0 feixe superior do musculo pte riga ideo lateral com urn
importante papel de coordena9ao, enquanto 0 inferior relaxa paulatinamente. 0 feixe
superior parece controlar 0 retorno suave do disco a sua posi9ao (MACIEL, 1996).
A por9ao inferior do musculo pterigoideo lateral, juntamente com a atividade
de parte dos musculos elevadores, realiza 0 movimento protrusivo (ZARS et al.,
2000). Esse movimento possibilita ao sistema 0 desempenho de uma funyao de
proteyao, conhecida como guia anterior, na qual os dentes incisivos inferiores
contatam com os incisivos centrals superiores, e evitam que ocorra contato de
dentes posteriores. E possibilitado, dessa forma, um "repouso" dos musculos
elevadores, que se nao ocorresse, aumentaria consideravelmente a pressao
exercida sobre a cabe98 da mandibula (STECHMAN NETO et a/., 2002).
25
As fibras posteriores do musculo temporal, associado a parte dos
elevadores, realizariam a retrusao. 0 movimento lateral e conseguido atraves da
contra,ao do musculo pterigoideo lateral do lade de balanceio em a,ao combinada
com as museu los de elevaC;;03oe parte posterior do rnusculo temporal do lado de
trabalho.
26
2.3 ULTRA-SOM
o ouvido humane 56 e sensivel a and as sonoras com certas caracteristicas
de intensidade e de altura. Sao apreendidas por urn individuo saudavel, apenas as
ondas sonoras com freqOencias compreendidas entre 20 Hz e 20000 Hz,
aproximadamente. Se a freqLu§ncia for inferior a 20 Hz os sons sao denominados
infra-sons. Os ultra-sons, por sua vez, tern freqCI1§ncia superior a 20000 Hz. Nos
exames por ultra-som sao emitidas andas com freqOencias da ordem do milha.a de
ciclos por segundo, mega-hertz (MHz).
Edler e Hertz (1954) fcram os pioneiros nos estudos da ultra-sonografia na
decada de 1950, estudando 0 cora9ao (apud ARAUJO; PIMENTEL; COELHO,
1993). Desde esta epoca, os avan90s tecnol6gicos foram expressivos, 0 que refletiu
no incremento da tecnica do exame. Todavia, 0 conceito basico empregado para a
formac;ao das imagens e 0 mesma, ainda no momento presente. Aplica-se a
emissao e recepc;ao do ultra-som.
2.3.1 Bases fisieas para entendimento das andas sonoras
2.3.1.1 Defini9ao
A onda sonora e uma anda mecanica, pais precisa de um meia material
para se propagar. A forma9ao destas ondas e possivel a partir de fontes vibrantes. A
sua propaga9ao se da pela vibra9ao das particulas do meio, onde sao constituidas
areas alternadas de compressao e rarefa9ao. Uma vez cessada a produ9ao de
27
vibra.yao na origem, as particulas do ar voltam a sua situaC;030 de repouso. Muitas
das andas scnoras, bem como 0 ultra-som, nao transportam materia. Para que ista
seja possivel, e imprescindivel uma quantidade grande de energia. Dos dois tipos
existentes de cndas scnoras, longitudinais e transversais, apenas as primeiras sao
uteis para 0 ultra-som, pais tern direyc30 de propagac;clo igual ao da fonte vibrante
(CERRI; ROCHA, 1993).
2.3.1.2 Velocidade
A velocidade de propaga,ao das ondas sonoras depende das
caracteristicas do meio. Quanta maior for a densidade deste meio, tanto maior sera
a velocidade de propaga,ao (ARAUJO; PIMENTEL; COELHO, 1993). Ela depende
das propriedades elasticas e da densidade do material, mas e constante em cada
urn deles. Cerri e Rocha descreveram as velocidades nas estruturas de interesse: no
ar, 330 m/s; na gordura, 1460 m/s; na agua, 1480 m/s; no sangue, 1560 m/s; no
musculo, 1600 m/s; no osso, 4080 m/s. Com exce,ao leita ao ar e a agua, todas as
demais estruturas determinam semelhantes velocidades de propaga,ao. Posto que
as elementos de interesse imprimem velocidade de propagac;c3o semelhante, as
aparelhos sao calibrados na media de todas as estruturas - 1540 m/s.
28
2.3.1.3 Impedancia Acustica
ImpedElncia acustica e definida como sendo 0 produto da densidade pela
velocidade do meio (ARAUJO; PIMENTEL; COELHO, 1993; CERRI; ROCHA, 1993).
Na passagem de um meio para 0 outro, a intensidade do eco depende da diferen~a
de elasticidade entre as dois materia is, a diferenc;;a de impedancia acustica
(MONNIER; TUBIANA, 1999). Na pratica, e interessante ter ciencia de que, com
exce<;:ao do ar (gases e pulmoes) e do ossa, 0 restante dos constituintes passui
impedancias acusticas muito semelhantes (CERRI; ROCHA, 1993).
Como 0 ultra-som 56 S8 propaga em profundidade S8 nao S8 deparar com
estruturas de impedancia muito distintas, aD examinarmos as pacientes devemos ter
o cuidado de util1zar urn gel condutor, entre 0 transdutor e a pele, evitando esse
inconveniente do ar em rela<;:Eloa pele.
2.3.1.4 Frequencia
A frequencia de um som e determinada pelo numero de oscila~6es por
unidade de tempo que ele apresenta (ARAUJO; PIMENTEL; COELHO, 1993;
CERRI; ROCHA, 1993). A unidade de medida da frequencia e 0 Hertz (Hz), que
corresponde ao numero de oscila,oes por segundo (CERRI; ROCHA, 1993).
29
2.3.1.5 Comprimento de Onda
Cerri e Rocha (1993) a descrevem como a distancia em que as fen6menos
de compressao e rarefatrao S8 repetem, tanto podendo equivaler ao intervalo entre
duas compress6es, quanta entre duas rarefaltoes. De acordo com Araujo, Pimentel e
Coelho (1993), traduz a distancia entre dais picas de ondas consecutivQs. Esta
relacionado a frequencia do som e varia de forma inversamente proporcional a esta.
2.3.1.6 Amplitude
"Corresponde a magnitude au intensidade da onda sonora. Ou seja, no
casa da ar, aa maximo de cantrayaa au rarefayaa das particulas." (CERRI; ROCHA,
1993).
2.3.1.7 Periada
"Corresponde ao tempo necessaria para que a mesma fen6meno S8 repita.
Partanta, a periada e a inversa da frequencia." (CERRI; ROCHA, 1993).
30
2.3.2 Transrnissao do som
2.3.2.1 Reflexao
Conforme Monnier e Tubiana (1999), em um meio estruturalmente
heterogeneo, as andas sonoras tern a caracteristica de refletir a cad a obstaculo,
enviando urn eco. A cada separay80 entre dais meios de propriedades acusticas
diferentes, uma parte da energia e transmitida no sentido do feixe, enquanto Qutra e
refletida na interface.
D que S8 deseja em principia, do ultra-sam como metoda diagnostico, e que
apenas parte do feixe safra reflexao na interface entre duas estruturas, para que
seja possivel a visualiza,ao do limite entre elas, e que a maior parte seja transmitida,
a fim de que permita 0 estudo das estruturas mais profundas (CERRI; ROCHA,
1993).
2.3.2.2 Refra,ao
Cerri e Rocha (1993) a descrevem como a mudan9a de dire9ao da onda
sonora quando 0 som nao incide perpendicularmente na interface das estruturas,
sendo as velocidades de propaga,ao diferentes nos dois meios. Dizem ainda que
este fen omena Dcorre principalmente em formal):oes arredondadas, como cistos e
vasas sangliineos, gerando sombra acustica.
31
2.3.2.3 Atenua,ao
"A medida que 0 som se propaga em urn meio, parte da energia vai sendo
absorvida (transformada em calor) fazendo com que haja progressiva atenua,ao do
sinal Sonoro. A taxa de atenua,ao da propaga,ao do som e dependente da
densidade do meio e proporcional a freqOencia do som". (ARAUJO; PIMENTEL;
COELHO, 1993).
Conforme Monnier e Tubiana (1999), 0 feixe ultra-sonico se propaga em
linha reta em urn meio estruturalmente heterogemeo, e sao atenuados conforme a lei
do inverso do quadrado das distancias.
Conforme Cerri e Rocha (1993), a amplitude do feixe sonoro diminui em
funt;ao da distancia, sendo maior a atenuac;:ao quanta maior for a distancia
percorrida. Ademais, ela e tanto maior quanta for a freq(u§ncia do transdutor.
2.3.2.4 Dispersao
Araujo, Pimentel e Coelho (1993) relatam que a dispersao das ondas
sonoras ocorre quando a superficie refletora e de pequena dimensaa em relac;:ao ao
comprimento de onda. 5e for estudada a parede de um vaso, obtem-se reflexao do
ultra-som. Contudo, S8 houver incidemcia do feixe sabre uma hemacia, 0 ultra-som
sofrera dispersao, au seja, sera refletido em varias direc;:oes, devido a pequena
dimensao da hemacia em rela,ao ao comprimento de onda utilizado.
Cerri e Rocha (1993) denominam a dispersao de espalhamento.
32
2.3.3 Ultra-sonografia e utilizac;:aodo transdutor emissor-receptor
No diagnostico por ultra-som e necessaria uma fonte vibrante produtora de
sons na freqOencia de 1 MHz (1.000.000 Hz) a 15 MHz (15.000.000 Hz), e um
mecanisme de detecc;:ao e processamento das and as senoras refletidas (CERRI;
ROCHA, 1993).
Ha dispositivos capazes de transformar uma forma de energia em Dutra, as
transdutores. 0 microfone e 0 alto-falante sao exemplos de transdutores (CERRI;
ROCHA, 1993). Para que os transdutores utilizados em ultra-sonografia realizem sua
func;:ao e necessaria que eontem com 0 efeito piezoeletrico, que e definido como
sendo a propriedade que tern algumas ceramicas OU 0 quartzo de vibrar em certa
frequencia, casa sejam submetidos a uma corrente eletrica. Se esses mesmos
materiais forem sujeitos a uma pressao mecanica, como e 0 case do som, eles 0
transformam em impulso eletrico (CERRI; ROCHA, 1993). Dessa maneira, podem
atuar tanto como emissores, quanto captadores do ultra-som emitido (ARAUJO;
PIMENTEL; COELHO, 1993). Para que isto ocorra, os ultra-sons gerados pelos
transdutores devem ser pulsateis, 0 que torna possivel que, entre um pulso e outr~,
atuem como receptores (CERRI; ROCHA, 1993).
Segundo Araujo, Pimentel e Coelho (1993), os crista is sao em geral
estimulados eletricamente durante 2 a 5 milesimos de segundo, e ficam de 995 a
998 milesimos de segundo na captac;:ao dos ultra-sons refletidos. A freqOencia de
emissao do ultra-som e diretamente dependente do tamanho do cristaI piezoeletrico,
sendo que, via de regra, os crista is tern espessuras correspondentes a urn quarto do
comprimento de onda. Os transdutores podem apresentar um ou multiplos cristais
piezoeletricos, dependendo das caracteristicas almejadas na emissao e Capta9aO
33
dos ultra-sons. Cerri e Rocha (1993) relataram que 0 pulso gerado pelo transdutor e
composto par ondas de varias freqUencias, uma delas de maior amplitude,
determinante da freqOemcia do transdutor.
2.3.4 Modos de processamento dos ecos
o transdutor vibra apenas 0,1% do tempo, recebendo no tempo restante, os
ecos. Oepois que as ecos chegam ao transdutor e sao transform ados em impulsos
eletricos, sao enviados a urn amplificador e demonstrados em urn monitor com
intensidades proporcionais a sua energia. Pod em ser representactos de diversos
modos (CERRI; ROCHA, 1993).
2.3.4.1 Modo A (Amplitude)
De acordo com Monnier e Tubiana (1999), 0 tra9ado A e formado por uma
sucessao de ondas agudas que representam diferentes ecos em profundidade,
sendo a amplitude delas proporcional a intensidade dos ecos. Tern pouco usa em
medicina e sao usados principalmente para regular os aparelhos.
34
2.3.4.2 Modo B (Brilho)
Os ecos sao visualizados como pontcs luminosos no monitor, com
diferentes graus de brilho, num fundo escuro (MONNIER; TUBIANA, 1999). Quanto
mais intensa for a reflexao, mais brilhante sera 0 ponto (CERRI; ROCHA, 1993).
2.3.4.3 Modo TM (Tempo-movimento)
As informac;:5es obtidas no modo A podem ser estudadas em funC;Elo do
tempo por uma varredura horizontal permanente da tela do receptor. As estruturas
m6veis sao representadas par curvas, e as im6veis par retas. Este modo e utilizado
em cardiologia (MONNIER; TUBIANA, 1999).
2.3.5 Tipos de transdutores
Basicamente existem dais tip as de transdutores - lineares e setoriais. Nos
lineares a imagem e farmada aD lango de uma linha, tendo forma retangular no
monitor. Nos setoriais, ha uma movimentay30 sabre urn eixo, criando imagem em
forma de leque. Atualmente existem transdutores com outras configura90es, como 0
convexo, que e uma forma intermediiuia entre as supracitadas (CERRI; ROCHA,
1993).
Segundo Araujo, Pimentel e Coelho (1993) os transdutores lineares
geralmente sao compostos por cerca de 120 pequenos cristais dispostos
linearmente, que sao ativados sequencialmente de forma a produzir urn feixe de
35
ultra-som. Os convexos, par sua vez, tambem sao compostos par multiplos cristais
ativados seqOencialmente: porem, tem a disposi~ao desses cristais em forma de
arco convexo, e nao mais de forma linear. A vantagem desse tipo de transdutor e de
gerar um campo de imagem mais largo a partir de um transdutar menor, quando
comparado com a linear.
Cerri e Rocha (1993) afirmam que as transdutores setaria is eletronicos
empregam 0 mesmo principia dos lineares, porem tem superficie menar. Se for
alterado 0 tempo de disparo dos cristais, tanto a focaliza9ao eletronica quanto a
dire~ao do feixe podem ser cantroladas. Sao mais caros que os lineares e convexos
par possuirem urn circuita eletrica mais complexo, e por partarem cristais com
aproximadamente metade das dimensoes dos daqueles, mais dificeis, portanto, de
serem fabricados.
Sernik e Cerri (2002) descrevem as imagens geradas pelo transdutor linear
como retangulares, as geradas pelo convexo, trapezoidais, e as produzidas pelo
setorial, praticamente triangulares.
2.3.6 Caracteristicas da imagem
2.3.6.1 Compensa9ao em fun9ao do tempo
Cerri e Rocha (1993) expoem que quando 0 feixe sonoro atravessa os
tecidos, tem sua intensidade diminuida pelo fenomeno de atenua9ao, mesmo que a
diferen~a de impedancia acustica das interfaces seja a mesma. Isso resulta num eca
com intensidade inversamente proportional a distancia percorrida. No modo A seria
gerado um grafico com picas cada vez menores, e no modo B, pontos cada vez
36
menos brilhantes. Para compensar essa perda, as aparelhos possuem circuitos que
amplificam os sinais mais profundos, gerando imagens mais reais. Essa
compensac;ao e uma func;aodo tempo, uma vez que as aparelhos S8 baseiam no
tempo para avaliar a distancia.
2.3.6.2 Reflexao perpendicular
A intensidade do brilho dos pontos obtidos no exame depende muito da
relayao entre 0 angulo de incidencia e 0 de reflexao. Quante mais perpendicular for
o angul0 incidente, mais ecos retornarao ao transdutor. Se esse feixe for obliquo,
muitas das ondas serao refletidas em outras direl'oes, nao sendo captadas (CERRI;
ROCHA,1993).
2.3.6.3 Textura ecogEmica
Conforme descrevem Cerri e Rocha (1993), as estruturas organicas
examinadas por ultra-som determinam uma textura caracteristica, explicada pelo
fenomeno da dispersao, que e qualificado por urn granulado de inumeros tons de
cinza. As diferenciac;oes do padrao de normalidade dessas estruturas sao
denominados hipoecoico ou hipoecogenico para pontos pouco brilhantes, e
hiperecoico au hiperecogenico para pontos mais brilhantes.
37
2.3.6.4 Refor,o posterior
Con forme descrevem Monnier e Tubiana (1999), estruturas que contenham
liquido apresentam textura homogenea e naD formam eco. Sua representaC;2Io nos
cortes ecotomograficos e vazia (preta), sendo considerada anec6ica. Quando 0 feixe
sonora percerre uma estrutura semelhante nao safre atenuac;ao alguma. 0 reterido
feixe sera proporcionalmente mais intense nas estruturas localizadas posteriormente
ao liquido que nas estruturas ecogenicas adjacentes percorridas. De acordo com
Cerri e Rocha (1993), este fenomeno e denominado, mesma que erroneamente, de
reforyo posterior.
2.3.6.5 Sombra acustica
Elementos como 0 ar, osso e calcic geram grande atenuac;8.o do feixe
sonoro, bern como apresentam impedancia acustica bern diferente dos tecidos
moles. 1550 faz com que 0 feixe direcionado sofra intensa reflexao, sendo
fracamente transmitido para as estruturas mais profundas (CERRI; ROCHA, 1993).
Monnier e Tubiana (1999) ressaltam que a intensa reflexao gera uma imagem nitida
de superficie seguida de uma sombra anec6ica.
38
2.3.7 Efeita Dappler
Segunda Cerri e Racha (1993), a efeita Dappler fai descrita pela primeira
vez em 1842, por Christian Johann Doppler. Consiste na variac;c3ode freqOemcia que
safre 0 som quando a fonte produtora do mesma S8 aproxima ou S8 afasta do
observador. Quando a fonte sonora S8 aproxima, a frequencia do som aumenta
proporcionalmente a velocidade deste movimento. Quando a tonte sonora S8 afasta,
a freqOencia do som diminui. Se a tonte sonora ou 0 observador nao estiverem em
movimento, nao ha variac;ao da freqCrencia do som. Na medicina, este conceito e
aplicada aDs elementos figurados do sangue que circulam dentro dos vasas au
atraves das cavidades cardiacas e valvas. Pode-s8 medir, utilizando-se esse
principia, a velacidade da sangue. Se far dirigida um feixe de ultra-sam em dire9aa
aDs elementos figurados que estao em movimento dentro de urn vaso, 0 eco
recebido tera frequfmcia maior ou menor conforme esses se aproximem ou se
afastem da transdutar, em fluxa sanguinea de avan9a au retarna em rela9aa a fante.
A representay8.o espectral consiste na analise simultanea da velocidade de
todas as hemacias contidas na amostra estudada atraves de urn processo
matematica denaminada "transforma9aa r<ipida de Faurie~'. As velacidades saa
representadas graficamente em funyao do tempo. Quando 0 fluxo e laminar, todas
as hemacias da amostra movem-se de forma homogenea. Obtem-se, portanto, uma
curva bem delimitada denaminada de faixa estreita, que indica que as velacidades
de tadas as elementas figuradas da sangue encantram-se proximas da velacidade
media, ista e, todas as hemacias movem-se aproximadamente com a mesrna
velocidade. Quando 0 fluxo e turbulento, observa-se uma curva grosseira e mal
39
delimitada, denominada de faixa larga, que indica a dispersao das velocidades em
torno'da media.
A obtenc;:ao do desvio Doppler pode ser realizada de suas maneiras:
atraves da emissao de urn sinal continuo, au por meio de pulsos de andas de ultra-
som. A forma mais utilizada, especial mente em Doppler vascular, e 0 Doppler
continuo cnde urn crista I emite continua mente urn feixe ultra-s6nico e urn Dutro
crista I recebe, tambem continuamente, os desvios Doppler refletidos. 0 Doppler
pulsado consiste na emissao de "pulsos" de and as de ultra-som por urn unico cristal,
o qual fica na recepC;:03o dos desvios Doppler provenientes das estruturas em
movimento durante 0 intervalo entre os pulsos. Assim, urn unico pulsa percorre os
tecidos de cad a vez, devendo S8r captado 0 seu sinal antes da emissao do proximo
pulso. Como 0 tempo requerido para receber a informayao e funyao da profundidade
das estruturas geradoras do sinal, a determinagao do local onde os desvios Doppler
foram produzidos e obtida com precisaa.
Outra modalidade consiste no Doppler bidimensional em tempo real com
codifica9ao em cores au, simplesmente, color-Doppler. Este sistema detecta os
desvios Doppler, em tempo real, provenientes de uma varredura semelhante avarredura do eco bidimensional, e codifica-os em cores. Par conven9ao, quando 0
fluxo aproxima-se do transdutor a cor resultante e vermelha e quando 0 fluxo afasta-
se do transdutor, a cor e azul. Para determinar a velocidade do fluxo analisa-se 0
brilho da cor. Assim, para baixas velocidades de fluxo a cor resultante sera vermelho
escuro quando 0 fluxa se aproxima e azul escuro quando 0 fluxo se afasta. As altas
velocidades emitem as cores vermelho claro ou azul claro. A ausencia de fluxo nao
transmite nenhuma cor, portanto e preto. Nos aparelhos atuais hit entre 32 e 64
grada90es para cada cor.
40
2.4 UL TRA-SONOGRAFIA DA ARTICULA<;:AO TEMPOROMANDIBULAR
Valeri Stelanoff e/ al. publicaram em um artigo de 1992 um estudo sobre 0
posicionamento do disco articular em individuos assintomi3ticos. Sugeriram com
base em um estudo de Westesson, de 1989, que e possivel verilicar deslocamentos
do disco em individuos assintomaticos. Para tanto, utilizararn um aparelho de ultra-
som Siemens sonoline Real B Mode com urna sonda linear de 5 MHz para avaliar 46
articulac;:oes temporomandibulares de 23 voluntarios assintomaticos, e sem sinais e
sintomas de disfuny80 temporomandibular. Encontraram urna incidemcia muito baixa
(2,1%) de incoordena<;:8o do disco em comparac;c3o com os estudos anteriores que
reportavam 15% e 31% utilizando Qutros metodos.
James Lieberman et al. estudaram a detecyao de abscessos p6s-cirurgicos
em articula90es temporomandibulares utilizando a ultra-sonogralia. Quatorze
pacientes que loram submetidos a cirurgia para coloca9;;0 de implante total Vitek e
enxerto aut6geno costocondral. Todos apresentavam dor periauricular e edema.
Buscaram, atraves dos exames com 5 a 7,5 MHz, a presen9a de cole9;;0 fluida intra-
articular, e verificaram a precis8.o da ultra-sonografia atraves da realizay8.o de
cirurgia e aspiray8.o de fluido intra-articular. Sugeriram que 0 exame e confiavel, pois
nao notaram falsos negativos e apenas urn falso-positivo.
Em 1994, Mario Marini et a/. associaram a ultra-sonografia em tempo real e
Doppler pulsado com analise espectral, normalmente utilizados em exames
vasculares, para avaliar 0 comportamento da articulay8.o temporomandibular. A
representay8.o espectral consiste na analise simultanea da velocidade de todas as
estruturas da articulay8.o temporomandibular durante os movimentos de abertura e
fechamento, atrav8S de urn processo matematico denominado "transformay8.o rapida
41
de Fourier", Foi passivel, atraves desse estudo, identificar deslocamento do disco e
travamento.
No ana seguinte, 0 mesmo autor estudou 0 comportamento da articulac;ao
temporomandibular tambem atraves do Duplex-Doppler, mas dessa vez associado
ao Cine-BMode. Um aparelho de Duplex - Doppler colorido Diasonics Spectra com
um transdutar de dupla freqOencia (7.5 MHz para imagem ultra-sonografia e 6.0 MHz
para 0 pulsado Doppler) para a analise morfol6gica e espectral dos movimentos
peri6dicos da articulaC;<3otemporomandibular durante a abertura e fechamento da
boca. 0 protocol0 descrito tambem analisou a amplitude da excursao da cabec;a da
mandibula atraves do Cine-BMode, que permite 0 armazenamento dos quadros
referentes aDs movimentos da caberya da mandibula. Foi medida a distancia entre as
imagens sobrepostas da cabe,a da mandibula com a boca fechada e em abertura
maxima. Para que fosse realizado esse estudo, foram examinados 38 pacientes com
diagnostico conhecido, sendo 10 deles normais. Para estes faram gerados graficos
de perfil espectral normal, com comportamento simetrico das duas metades do
espectro de freqOencia e simetria entre as curvas espectrais durante a abertura e
fechamento. A media de excursao da cabe,a da mandibula foi de 12 mm (±2mm).
Em todos os casos referentes aos outros 22 pacientes que apresentavam ruidos
articulares, que tinham altera,oes de diferentes graus de prevalencia e
complexidade, as escalas geradas mostraram variados niveis de irregularidade e
fragmentac;ao nas cuspides geradas pelo programa. Como esperado, a excursao da
cabec;a da mandibula mostrou-se reduzida apenas nos tres casos de deslocamento
sem redu,ao.
Encorajados pelos estudos e por uma palestra de Stefanoff, Scheffer et a/.
analisaram por ultra-sonografia 140 articula,oes temporomandibulares, a fim de que
42
o exame fosse comparado com a analise usual da equipe, a artrografia. Seis dos
pacientes eram clinicamente normais, e 64 disfuncionados. Destes, 54 eram
mulheres e 10 homens, sendo 15 pacientes operados. Atraves da ultra-sonografia
descreveram as imagens das articulac;oes normais e alteradas, bern como 0
comportamento demonstrado pelo exame dinamico. Comparando com 0 exame de
referencia para a equipe, demonstraram uma taxa de concordimcia de 63%.
Enumeraram como limitac;oes encontradas pelos examinadores a dificuldade de
natureza anatomica devido as estruturas osseas, dificil distinc;ao entre disco e
tecidos retrodiscais, impossibilidade de S8 visualizar um deslocamento medial,
rotac;ao e perfurac;ao do disco e impossibilidade de detecyao de alterayoes teciduais
intra-articulares. Contudo, exaltam a facilidade de execuyao, baixo custo, curta
durayao, 0 fato de nao ser invasive e a evoluyao tecnol6gica esperada como fatores
de encorajamento para que esta modalidade de exame seja usada comumente,
ap6s a avaliayao clinica.
Rudiger Emshoff (1997) propos 0 exame ultra-sonogrilfico como alternativa
a artrografia e a ressonancia magnetica. Realizou ultra-sonografia de 17 pacientes,
de modo estatico e dinamico, comparando com ressonancia magnetica executada
imediatamente apes, para que fosse avaliado 0 posicionamento do disco. Para 0
exame estatico, encontraram sensibilidade de 0,41 e especificidade de 0,70. 0
exame dimlmico revelou sensibilidade de 0,31 e especificidade de 0,95. Atraves
desses dados inferiram que a ultra-sonografia dinamica e utiI na detec980 da
ausencia de deslocamento de disco. Ademais, com valor preditivo positiv~ de 0,61 e
valor preditivo negativo de 0,51 para ultra-sonografia estatica, e valor preditivo
positiv~ de 0,88 e valor preditivo negativo de 0,55 para ultra-sonografia dimlmica,
43
concluiu-se que desta forma 0 exame e insuficiente para ser determinante de urn
diagnostico de deslocamento de disco, mas encoraja mais estudos na area.
Motoyoshi et al. (1998) fizeram urn estudo demonstrando a inten<;:ao de
relatar a tecnica par eles desenvolvida para examinar as articulac;oes
temporomandibulares com a ultra-sonografia, de modo estatica e dinamico. 0 estudo
envolveu dais individuos; urn deles sem sinais e sintomas de disfunyao
temporomandibular; 0 Dutro com dar e fuida intra-articular. Ambos foram avaliados
tambem par ressonancia magnetica. 0 ultra-som fo; executado utilizando-se urn
transdutor convexo. Relataram dificuldade em comparar as imagens estaticas do
paciente sadie com as do disfuncionado, principalmente com a boca fechada.
Concluiram, portanto, que ° exame nao se presta para avaliar a articulac;ao
temporomandibular estatica. 0 exame dinamico, contudo, demonstra marcante
diferen<;a de comportamento dos tecidos representados pelas imagens ultra-s6nicas
nos pacientes disfuncionados, quando comparados aos assintomaticos, sendo uti I
para avaliar anormalidades estruturais.
o usa veterinario da avaliac;ao ultra-sonografica da articulac;ao
temporomandibular tambem foi descrito na literatura. Weller et a/. (1999)
compararam este exame com radiografia e cintilografia da articulac;ao
temporomandibular de um cavalo com artropatia severa da articulac;ao
temporomandibular esquerda. Provaram ser este 0 exame mais eficaz na detecc;ao
do problema, alem de ser de baixo custo, de facil realizac;ao e nao invasiv~,
vantagens estas tambem descritas em casos de avaliac;ao de humanos (autores).
Constantin Landes, em uma publicaC;<3o do ana de 2000, afirma que 0
diagnostico de um paciente portador de disfun<;ao temporomandibular e feito
essencialmente atraves de avaliac;ao clinica, exames funcianais, ressonilncia
44
magnetica e axiografia. Realizaram 60 exames de ultra-sonografia em 55 pacientes,
6 deles voluntarios naD portadores de disfunyc30 temporomandibular como grupo
controle. Atraves de urn aparelho Voluson 530D e uma sonda linear B-scan de 5-10
MHz, compararam as resultados com as obtidos atraves da avaliac;ao clinica,
axiografia e em alguns casas, ressonancia magnetica. Afirmou ser passivel
visualizar 0 tecido cut~meo, subcutaneo, glandula par6tida, musculo masseter,
capsula articular e cortical lateral da cabec;a da mandibula. Fai passive I visualizar 0
disco em 80% dos casas com boca fechada e em 90% dos casas com boca aberta.
Afirmou ser passive I medir 0 espac;o articular, visualizar 0 metal da osteossintese, a
cicatriz da cirurgia e ainda medir a grau de movimentary8o condilar como e feito com
a axiografia, tendo no estudo, coincidencia estatisticamente significativa para a
protrusao e abertura.
No ana de 2001, Siegfried Jank ef al. utilizaram a ultra-sonografia para
avaliar a articulary80 temporomandibular de pacientes com disfunry80 intra-articular
para determinar 0 valor diagnostico deste exame de modo estatico e compara-Io aressonancia magnetica. Para tanto, analisaram 132
temporomandibulares de 66 pacientes com urn aparelho de 12 MHz e sonda linear.
Encontraram um numero significativo de falso-positivos e falso-negativos. Foi
necessario, portanto, fazer analise retrospectiva dos resultados. Apos esta analise,
conseguiram resultados satisfatorios, mas nao suficientes para indicar a analise
estatica como exame confiavel.
Rudiger Emshoff ef al. (2002), em seu artigo relataram que a confiabilidade
do diagnostico de deslocamento do disco atraves da ultra-sonografia foi pouco
estudada de modo critico. Sugere uma abordagem que nao leve em conta
sensibilidade e especificidade. Realizou seu estudo, portanto, visando a
45
determinaC;c30 do valor preditivo positiv~ para a detecc;ao de deslocamento do disco
com ultra-sonografia de alta resoluC;30, usanda a ressonancia magnetica como
padrao de referencia. 0 exame de ressonancia magnetica foi indicado para 23
mulheres e 6 homens que apresentavam sintomas de disfunc;ao da articulac;ao
temporomandibular. Realizaram ultra-sonografia de alta resolulfao de 58
articulac;oes, portanto, imediatamente ap6s a ressonancia ter side feita. Encontraram
alta correlayc3o entre 0 diagn6stico prospectiv~ de deslocamento de disco par ultra-
sonografia de alta resoluyElo e as achados da ressonancia, com valor preditivo
positiv~ de 97% para boca fechada e 88% para abertura maxima. Este estudo, em
que se utilizou transdutor de 12 MHz, demonstrou resultados (valor preditivo positivo,
negativD e precisao) mais favoraveis que 0 de 1997, com sonda linear de 7,5 MHz.
Os mesmos autores (Rudiger Emshoff et a/.) publicaram em outro peri6dico
no mesmo ano (2002) um trabalho que teve por linalidade descrever os erros de
interpretac;ao da ultra-sonografia de alta resolugc3o da articulac;ao
temporomandibular, analisar a discrepancia entre os resultados obtidos par ultra-
som e ressonancia magnetica, e mensurar as variac;oes intra-observador e
interobservador da interpreta,ao das imagens. Foram examinados 208 pacientes par
ressonElncia magnetica e ultra-sonografia para a localizac;:;ao do disco articular
atrav"s de analise prospectiva e retrospectiva. Deste total, as imagens de 50
pacientes laram avaliadas independentemente por dois radiologistas para a analise
da discrepancia de resultados. A interpretaC;30 das imagens determinou uma
sensibilidade de 80%, especificidade de 87% e precisao de 82% para boca fechada.
Paras as imagens de abertura maxima a sensibilidade loi de 68%, especilicidade
93% e precisao de 82%. A concordancia intra-observadores foi de 93% e 88% para
boca fechada e aberta respect iva mente. A avalia<;.3o interobservadores demonstrou
46
concordimcia de 89% na posic;aodo disco com boca fechada e 84% para abertura
maxima.
Em 2002, Serdar Uysal e/ a/. lizeram uma compara9ao entre as imagens
obtidas por ressonancia magnetica e por ultra-sonografia em 23 pacientes que
tinham como queixa principal desconforto na articulaC;:8otemporomandibular e foram
diagnosticados clinicamente como portadores de disfunc;:ao intra-articular. Seus
exames fcram comparados com os de 9 voluntarios que naD apresentavam sinais ou
sintomas de disfunc;ao temporomandibular. Fai incluida no trabalho apenas a
articulac;ao mais comprometida, detectada atrav8S de exame clinico. No estudo
realizado houve total consonEmcia entre os resultados obtidos por ressonimcia
magnetica e por ultra-sonografia dentro do universe de pacientes escolhida.
Em 2003, Rudiger Emshoff e/ al. novamente publicaram um artigo sobre 0
usa da ultra-sonografia da articula<;:aotemporomandibular, mas desta vez buscando
pesquisar a viabilidade de se detectar erosaa condilar, juntamente com 0 ja descrita
deslocamento do disco. Para tanto, obteve imagens de 96 articula90es
temporomandibulares de 48 pacientes por ressonancia magnetica e ultra-sam. Os
autores utilizaram a ultra-sonografia dinamica com a finalidade de estudar a
morfologiada cabe9a da mandibula e a existencia de deslocamento do disco com
boca lechada e em abertura maxima. A morfologia condilar degenerada loi
classificada em ausente e presente, senda esta ultima caracterizada por
aplainamento, erosao, irregularidades da superficie e oste6fito. A rela9ao c6ndilo-
disco foi definida como normal, ou com deslocamento sem redU98.oou com redu<;:ao.
Por ressomlncia magnetica, 18 casos de altera<;:6es6sseas foram detectadas, mas
apenas 15 delas loram percebidas atraves da ultra-sonogralia. Sensibilidade,
especilicidade e precisao loram de 83%, 63% e 67% respectivamente. 0 valor
47
preditivo positiv~ foi de 34% e 0 valor preditivo negativo foi de 94%. Deslocamento
do disco sem redu9ao e deslocamento do disco sem redw;:ao concomitante com
erosaa condilar fcram detectados com precisao de 93% e 80%. Conclui-se que a
ultra-sonografia e urn exame insuficiente para a detecy30 de erosao condilar, mas
confiavel para S8 localizar deslocamento de disco.
Brandlmaier, da equipe de Rudiger Emshoff, ern 2003, realizou mais urn
trabalho analisando a possibilidade de se detectar atraves de ultra-som a presenya
ou ausencia de disfuncyc30 do complexo candilo-disco, bern como a classificac;:ao
desta, em pacientes com disfuny<3o temporomandibular detectada clinicamente. 0
ultra-som de alta resoluc;:ao foi utilizado em 48 pacientes de modo estatico, com boca
aberta e em abertura maxima. Quando comparado a ressonancia magnetica, 0
exame por ullra-som demonstrou sensibilidade de 0,58 e 0,75, e especificidade de
0,92 e 0,84 para deslocamento com e sem redu9ao respectivamente. Ademais,
evidenciou um valor preditivo positiv~ de 0,83 e 0,71, e um valor preditivo negativo
de 0,81 e 0,87 para deslocamento do disco com e sem redu9ao.
o mesmo autor (Brandlmaier et al., 2003) executou uma pesquisa com
ultra-som de 12 MHz para verificar a eficacia deste exame para se identificar
osteoartrose da articula980 temporomandibular quando comparado com ressonancia
magnetica. Para isso, realizou exames de imagem atraves dos dois metodos, em 40
pacientes para observar a morfologia da cabe9a da rnandibula. Identificaram 0
problema atraves da presen9a de apiainamento, irregularidades da superficie
condilar, erosao e osteofito, com ou sem deformidade associada. A ressonancia
magnetica, padrao de referencia utilizado, evidenciou a presenc;:a de osteoartrose
em 70 articula90es temporomandibulares. Deste total, 61 foram identificadas por
ultra-sonografia.
48
Melchiorre e/ al. da Universidade de Pisa (2003) propuseram definir 0 valor
diagn6stico do exame par ultra-som da articulac;:ao temporomandibular em
comparayao com a ressonancia magnetica, na analise do envolvimento desta juntura
com artrite reumat6ide e artrite psoriaca. Buscaram a visualiz8c;:ao de alterac;:6es no
disco, alteragoes na cabe<;:8 da mandibula e derrame articular em 22 pacientes com
artrite reumat6ide e 11 com artrite psoriaca, ambas ativas. Altera<;oes no disco foram
vistas em 18 pacientes par ressonancia magnetica e em 14 par ultra-som, com
concordancia de apenas 57,58%. Altera<;oes da cabec;:a da mandibula puderam ser
observadas par ressonancia magnetica em 18 individuos, e em 23 par ultra-som,
porem, com apenas 8 coincidentes. 0 derrame articular, par sua vez, pede ser
visualizado em 18 pacientes par ressonancia magnetica, e em 16 par ultra-
sonografia.
Manfredini e/ al. da Universidade de Pisa (2003) conduziram um estudo
para investigar a viabilidade da ultra-sonografia (7,5 MHz) no estudo da articula,ao
temporomandibular, comparando os resultados deste exame para derrame articular
e deslocamento do disco com 0 diagnostico baseado em avaliagao clinica, que foi
compatibilizada com 0 exame padronizado RDC-TMD. Participaram do estudo 12
homens e 35 mulheres. Nos casas de derrame articular, 0 diagnostico clinico foi
definido em 43 das 94 articula,oes temporomandibulares. 0 exame ultra-sonografico
mostrou compatibilidade de 82% para as capsulas distendidas 3 milimetros ou mais.
Nos casos de deslocamento de disco, 25 foram diagnosticados como deslocamentos
com redugao, 3 deles sem redugao, e 66 tiveram ausencia de deslocamento
diagnosticada clinicamente. 0 exame ultra-sonografico mostrou 56 articulag6es
temporomandibulares sem deslocamento algum, demonstrando no cruzamento dos
dados, uma concordancia de 81,9%.
49
Tognini et al. da Universidade de Pisa (2003) estimaram a eficacia da ultra-
sonografia para a avalia<;:ao de derrame articular, comparando as resultados com as
da ressonancia magnetica, definido como padrao-ouro. Urn grupo de 44 pacientes
foi selecionado baseado em exame clinico padronizado que excluiu individuos com
disturbios musculares. A ressonancia magnetica determinou que 41 articularyoes
apresentavam derrame articular, enquanto a ultra-sonografia mostrou resultado
positiv~ para derrame em 42. Os resultados mostraram sensibilidade de 75,6% e
especificidade de 76,5% (concordancia de 76,1%; k=0,521).
as mesmas autores, ainda no ana de 2003, analisaram as achados ultra-
sonogrEificos de aumento das dimensoes da capsula articular, para avaliar S8
poderiam sinalizar derrame articular. Avaliaram 138 articula'foes
temporomandibulares por ultra-som e ressonancia magnetica para fazer uma amllise
ROC, a fim de determinar 0 valor de corte da largura da capsula que permitiria
distinguirentre um derrame articular e uma articulayao temporomandibular normal. A
precisao da ultra-sonografia na detecyao de derrame articular diagnosticado por
ressonancia magnetica foi boa, segundo os autores (area sob a curva ROC = 0,817).
Encontraram alta sensibilidade para medidas abaixo do valor de corte de 1,950
milimetros, e alta especificidade para medidas acima do valor de corte de 2,150
milimetros. A analise da curva ROC definiu, portanto, que a area critica e por volta
de 2 milimetros de largura.
Jank, Emshoff et al. (2005) desenvolveram um estudo que objetivava
comparar a eficacia do ultra-sam no diagnostico de altera'foes degenerativas,
derrame articular e deslocamento do disco, usando ressonancia magnetica como
referencia. 0 trabalho envolveu 100 pacientes portadores de disturbio articular (200
articulayoes) e que tin ham indicayao para serem submetidos a ressonancia
50
magnetica. Para altera96es degenerativas, a ultra-sonografia mostrou sensibilidade
de 94%, especilicidade de 100 e exatidao de 94%. Valor preditivo positivo loi
calculado em 100, e valor predilivo negativo de 45%. Na detec9ao de derrame
articular, a sensibilidade foi de 81%, a especificidade de 100% e exatidao de 95%. 0
valor preditivo positiv~ atingiu 100% e 0 valor preditivo negativo loi de 93%. Para
identifica9ao de deslocamento do disco, sensibilidade, especificidade e exatidao
fcram de 92% cada. 0 valor preditivo positiv~ foi de 96% e 0 valor preditivo negativD
atingiu 84%. Em abertura maxima, a sensibilidade foi de 86%, especificidade de 91 %
e exatidao de 90%. 0 valor preditivo positiv~ atingiu 86% e 0 valor preditivo negativo
encontrado foi de 92%.
51
3 CONSIDERA<;:OES FINAlS
A efetividade de uma terapia resulta da habilidade do cHnico em estabelecer
urn correto diagnostico. Urn exame complementar deve ser solicitado S8 ele for
capaz de confirmar au modificar a diagnose au 0 plano de tratamento. a profissional
deve saber indicar 0 exame mais adequado para cad a casa, levando em
considerac;ao suas vantagens e desvantagens. Os metodos de investigaC;8o par
imagem, que sao em geral utilizados como exame complementar da articulac;ao
temporomandibular, sao as radiografias, a artrografia, a artroscopia, a tomografia
computadorizada, a ressonancia magnetica e a cintilografia ossea. De acordo com
as indicac;6es das diferentes tecnicas de irnagem, depreende-se que as metodos de
ressonancia magnetica e tomografia computadarizada sao os mais ace itos. Nao
obstante, as imagens par ressonancia magnetica sao usadas como referencia na
maiaria das pesquisas, por serem consideradas uma modalidade precisa para a
avalia,ao de uma serie de anormalidades da articula,ao temporomandibular.
Contudo, alguns autores estudaram a ultra-sonografia, um metodo alternativo a
todos os exames classicos, que tem a capacidade de fornecer imagens dinamicas
em tempo real das articula,oes temporomandibulares. Este metodo foi proposto para
uso humano e veterinario, com indicac;ao na detect;ao de deslocamento do disco,
abscesso pos-cirurgico, alterac;oes degenerativas, envolvimento da juntura com
osteoartrites e derrame articular. Os ruidas articulares puderam ser analisados
atraves do metodo Doppler, indicado corriqueiramente para exames vasculares na
area medica. Um dos inconvenientes demonstrados foi a barreira imposta pelos
ossos, 0 que limita a penetra,ao do ultra-som na articula,ao temporomandibular.
Isso impede que a visualiza,ao do aspecto medial dessa estrutura seja obtida
52
(MANFREDINI e/ ai,2003), e exige do operador uma tecnica e equipamentos que
permitam a incidemcia do feixe ultra-sonico no pequeno espayo compreendido entre
esses componentes osseos. Outro transtorno foi a contradi9aO entre os diversos
autores, imposta pela lalta de referencias na interpreta9ao das imagens obtidas.
Todavia, esse exame demonstrou ser possivel uma abordagem dinamica e nao
invasiva da articula9ao temporomandibular em tempo real, sem a necessidade da
incidencia de radia9ao. Devido ao fato de haver um numero bastante restrito de
estudos conduzidos nesta area, torna-se evidente a necessidade de mais pesquisas.
53
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