2
Carolina Adloff . Iale Camboim . Janaína Tavares Como se chega a ser o que é? Foi partindo dessa premissa que iniciamos os questionamentos, que a posteriori, resultou no conceito FEIÇÕES: Luz. Cara. Identidade. Obviamente, que para estabelecermos a plástica compositora da vitrine, da loja DELLA’S ILUMINAÇÕES; uma simples indagação não nos desnudaria todo o aporte de recursos: seja no tocante a materiais, palhetas de cores e objetos a serem usados na composição. Contudo, desde o princípio do processo criativo, e como a atividade encontra-se no contexto do dia internacional da mulher, logo após a entrevista, algo ficou latente em nossa visão, ou melhor, em nossa indagação, a qual, iniciamos o texto. Toda a discursão transcorreu em torno da ideia de refletir sobre o roteiro das histórias que contaram sobre nós, sobre os arquétipos que nos permeiam desde criança. Já nascemos com uma identidade traçada: feminino e masculino. Fato inquestionável. A anatomia que o diga! Entretanto, a forma como teleguiam as nossas ações, e as entrelaçam, formam uma poderosa teia construída pela consciência coletiva, a qual forma sutilmente o nosso caráter, no intento de nos tornarmos pessoas “bem educadas” e conformadas com o que o sistema nos exige. De tudo isto, surgem os preconceitos, juízos de valor, como deve ser a nossa própria identidade enquanto gênero, dentre outros. Poderíamos discorrer sobre a luta travada, pelas mulheres, para construírem o universo onde estão inseridas hoje; da saída do gineceu (Grécia antiga), perpassando pelo direito de ser inserida no mercado de trabalho e por igualdade de trabalho (um dos motivos que serviu como marco para esse dia. Atearam fogo em uma fábrica e mulheres foram mortas, por almejar melhores condições de trabalho.) Mas, não cabe fazermos uma dissertação pormenorizada de como se originou o dia internacional da mulher.

FEIÇÕES Conceito

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Conceito para montagem de uma vitrine.

Citation preview

  • Carolina Adloff . Iale Camboim . Janana Tavares

    Como se chega a ser o que ? Foi partindo dessa premissa que iniciamos os

    questionamentos, que a posteriori, resultou no conceito FEIES: Luz. Cara. Identidade.

    Obviamente, que para estabelecermos a plstica compositora da vitrine, da loja

    DELLAS ILUMINAES; uma simples indagao no nos desnudaria todo o aporte de

    recursos: seja no tocante a materiais, palhetas de cores e objetos a serem usados na

    composio.

    Contudo, desde o princpio do processo criativo, e como a atividade encontra-se no

    contexto do dia internacional da mulher, logo aps a entrevista, algo ficou latente em

    nossa viso, ou melhor, em nossa indagao, a qual, iniciamos o texto. Toda a

    discurso transcorreu em torno da ideia de refletir sobre o roteiro das histrias que

    contaram sobre ns, sobre os arqutipos que nos permeiam desde criana.

    J nascemos com uma identidade traada: feminino e masculino. Fato inquestionvel.

    A anatomia que o diga! Entretanto, a forma como teleguiam as nossas aes, e as

    entrelaam, formam uma poderosa teia construda pela conscincia coletiva, a qual

    forma sutilmente o nosso carter, no intento de nos tornarmos pessoas bem

    educadas e conformadas com o que o sistema nos exige. De tudo isto, surgem os

    preconceitos, juzos de valor, como deve ser a nossa prpria identidade enquanto

    gnero, dentre outros.

    Poderamos discorrer sobre a luta travada, pelas mulheres, para construrem o

    universo onde esto inseridas hoje; da sada do gineceu (Grcia antiga), perpassando

    pelo direito de ser inserida no mercado de trabalho e por igualdade de trabalho (um dos

    motivos que serviu como marco para esse dia. Atearam fogo em uma fbrica e

    mulheres foram mortas, por almejar melhores condies de trabalho.) Mas, no cabe

    fazermos uma dissertao pormenorizada de como se originou o dia internacional da

    mulher.

  • O nosso propsito trazer baila questionamentos, por meio do que for exposto. Por

    isso sugerimos algo como uma cortina (no para encobrir, mas para descortinar e

    revelar), feita a partir da interface da metade do rosto de diferentes mulheres. E a

    escolha do nome IGUALDADE ocorreu por ser atemporal; e porque o dia 8 de maro

    prima h sculos por essa igualdade. No a igualdade entre homens e mulheres, mas

    a igualdade entre os seres humanos, qui, mesmo entendendo que o dito agora tenha

    algo de utpico, seja uma irmandade. A paleta de cores indo do magenta ao azul; veio

    do intuito de demonstrar que cor no define gnero, ou seja, rosa no pertence

    somente ao universo feminino, como tampouco azul configura a cor do masculino.

    Essa escolha se deu, primeiramente porque, a prpria loja, no meramente uma loja

    de iluminao, mas tem um engajamento cultural (faz exposies de artes), e a prpria

    vitrine, tem um que, dessa proposta. Esse foi o nosso mote, propor uma instalao,

    usando a fotografia e rosto de bonecas, unidas e expostas em painis. Sem contar que

    na loja, nesse perodo ser lanada a exposio da artista plstica Rosmarie Mani, com

    o ttulo FACES LUZ. Desde o princpio, imaginamos que deveramos usar faces,

    para coadunar com a exposio da artista. No entanto, a velha pergunta trilhada por

    quem estar a criar, como?

    A escolha da fotografia das faces; foi, alm de usar uma forma artstica, uni-la com a

    fisicalidade do corpo, fazendo-a entrar em contato com a arte, e porque no histria,

    cultura, identidade, gnero, forma, cara, figura, configurao, aspecto, modo, maneira,

    igualdade, similitude, diferena? Enfim... Usar as feies (diferentes mulheres) como

    moldura para a produo artstica e emoldura-las em painis, configurando uma cortina

    que descortina a igualdade, a identidade, a diversidade cultural e tnica; ou fazendo

    uso do que dizia o crtico de arte, brasileiro, Mrio Pedrosa arte o exerccio

    experimental da liberdade. E pedimos um adendo potico, a Pedrosa arte o

    exerccio experimental da liberdade e da igualdade.

    O tema da exposio no emerge somente nas faces luz, ento qual luz usar? A ns

    coube o misto da luz da razo e da emoo. A luz tcnica, ou luminotcnica, a

    liberdade apregoada prpria loja.

    Podemos, por fim, resumir o conceito da vitrine como sendo a identidade e a forma que

    so reveladas pela luz que atravessa, transgride e reafirma a relevncia da igualdade.