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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 326 | JANEIRO DE 2017 FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT Muitas vezes e de muitos modos, Deus falou outrora aos nossos pais, pelos profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por meio do Filho (Hb 1, 1-2a)

FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT · 2017. 1. 2. · 35 3551.1013 E-mail [email protected] Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião

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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 326 | JANEIRO DE 2017FECH

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Muitas vezes e de muitos modos, Deus falou outrora aos nossos pais, pelos profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por meio do Filho

(Hb 1, 1-2a)

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“as enormes e rápidas mudanças culturais exigem que prestemos constante atenção ao tentar exprimir as verdades de sempre numa

linguagem que permita reconhecer a sua permanente novidade; é que, no depósito da doutrina cristã, ‘uma coisa é a substância (...) e outra é a

formulação que a reveste’.” [A Alegria do Evangelho 41]

Um ano novo se inicia, mais uma vez, nós, seres marcados pelo tempo, somos convidados a iniciar uma nova etapa, man-ter os percursos que estimamos, superar os obstáculos que não conseguimos vencer e buscar novos itinerários existenciais. A ce-lebração da vida na história nos dá a pos-sibilidade de vivenciarmos um fragmento do mistério que ocorre na Eternidade e que não se condiciona aos limites históricos.

Ainda sim, Deus se dirige até nós, mais que isso, faz morada em nosso meio, nos molda conforme a sua graça, estabelece os parâmetros para uma vida plena de signifi-cado e realizações. Somos vocacionados à

superação do tempo, atingindo no ápice de nossas vidas a cidadania celeste.

Entretanto, enquanto aqui estamos pre-cisamos conquistar a cada dia nosso mere-cimento da filiação divina, com nossos ges-tos, palavras e atitudes. A cada mudança de tempo, podemos nos reconfigurar, nos aperfeiçoar e nos aproximar do Filho de Deus.

Com os pés fixos na realidade, olhemos fitamente para os céus, pois de lá vem a inspiração divina que nos preenche e nos prepara para sermos sal e luz no mundo. O mundo todo e, principalmente, nosso país precisam perceber a presença dos cris-

tãos e das cristãs na realidade, homens e mulheres comprometidos com a Ética e a Fraternidade.

Que a experiência da Encarnação nos impulsione a fortalecer os laços que nos unem na busca de utopias, que nos abrem a porta da Esperança. Mantenhamos em 2017 a força que nos propicia vivenciar mais um ano da Graça do Senhor.

Esperamos que Maria Santíssima, sob o signo de Aparecida, possa nos indicar que a experiência de fé se dá na simplicidade e na confiança num Deus que olha para os mais pequeninos.

editorial

voz do pastor

expediente

Em todos os tempos, sempre foi muito difícil e desafiador evangelizar. Muitos e muitas deram a vida por causa do Evange-lho. As pessoas eram impulsionadas por motivos múltiplos. Cada qual à sua manei-ra, profetas, evangelizadores, pregadores, catequistas, missionários, quase sempre uma multidão de escolhidos, ungidos e enviados. Sempre se exigiu um profundo conhecimento da realidade histórica - cul-tura, religião, educação -, as mais diversas expressões de um povo.

Hoje, para alguém ser enviado a anun-ciar o Evangelho em algum lugar, faz-se necessária uma preparação, mas, mesmo assim, só o tempo é suficiente para al-guém evangelizar bem. Os entendidos no assunto dizem que muitas vezes o evange-lizador precisa de, no mínimo, três a cinco anos para conhecer a realidade e começar seus trabalhos. Estamos falando de uma realidade bem definida, onde se pode es-tudar suas estruturas, perceber pequenas mudanças e a evolução natural das coisas. Neste contexto, é possível e previsível uma

caminhada em vista do anúncio do Evange-lho ser mais palpável, sólida. Evangelizar tornou-se uma missão quase impossível.

Acreditava-se em outras épocas que tudo passaria e as transformações bené-ficas ou maléficas marcariam apenas par-te da história. Engano. Tudo entrou num ritmo frenético a partir das conquistas, das ciências, das tecnologias. Isso gerou uma mudança profunda e inovadora, que o próprio ser humano foi surpreendido pela “mudança de época”. Nada mais será como era, e tudo é visto a partir de um novo olhar que ignora e supera as ve-lhas concepções e princípios basilares, chegando mesmo a questionar o que é natural, biológico. Tudo isso influencia de maneira forte os povos e as nações, na natureza, na religião e na fé. E as pergun-tas que se faz são: É possível evangelizar? A partir do quê? Qual a realidade? Qual será o lugar do Evangelho? Terá lugar? Evangelizar a cultura. Qual cultura? Da morte? Da violência? Da fragmentação? Do provisório?

Estamos na cultura do descartável. Cer-tamente a história sofre “dores de parto”, o evangelho terá seu lugar, sua função. Não basta mais só conhecer a realidade, é pre-ciso ir além. Este tempo exige poesia, mís-tica, sabedoria e, acima de tudo, muita luz do Espírito Santo.

Além das estruturas sociais, científicas e mesmo religiosas – o Evangelho pos-sui forças transcendentes, supera todas e quaisquer tentativas humanas de sufo-cá-lo ou substituí-lo. Por que também é assim o coração humano. Tanto o Evan-gelho, boa notícia e boa semente, como o coração humano, bom terreno, são ca-pazes de guardar toda força e renovação. O Evangelho traz em si toda profecia, ci-ência e sabedoria, aparecendo por último o Amor.

Quando a semente não encontra con-dições favoráveis para geminar, reserva para si o tempo oportuno. O grande após-tolo afirma que é necessário anunciar oportuna e inoportunamente. Sejamos os bons semeadores.

Diretor geralDOM JOSÉ LANZA NETO EditorSÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808

Equipe de produçãoDouglas RibeiroJane MartinsJulianne Ribeiro

RevisãoJANE MARTINS

Jornalista responsável ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265

Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

Tiragem3.950 EXEMPLARES

RedaçãoRua Francisco Ribeiro do Vale, 242 Centro - CEP: 37.800-000 | Guaxupé (MG)

Telefone35 3551.1013

[email protected]

Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé

www.guaxupe.org.br

EVANGELIZAR NOS AREÓPAGOS DE HOJE

Dom José Lanza Neto,Bispo da Diocese de Guaxupé

2 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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Acabamos de vivenciar o tempo litúrgico do Natal. Mais uma vez nos foi dada a graça de celebrar

a Encarnação do Verbo de Deus no meio da humanidade, mistério que nos enche de espanto e só pode ser entendido na ótica do amor. Como pode o Criador ter nascido da criatura? E, no entanto, é isso que celebramos e é nisso que cremos. Com efeito, ao recitarmos o credo apostólico dizemos justamente isso em referência ao Filho: “concebido pelo Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria”.

Em todos os tempos e lugares muitas são as interrogações acerca desse misté-rio tão grandioso. Por que Jesus nasceu naquele tempo e não em outro? Por que preferiu o povo de Israel e não outra na-ção? Enfim, as questões se sucedem quase infinitamente. Já o apóstolo Paulo ofereceu uma resposta quanto ao tempo do nasci-mento do Salvador. Ele diz que “quando, porém, chegou a plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a Lei” (Gál. 4,4). Ele nasceu, portanto, na plenitude do tempo, ou seja, no tempo certo, segundo o critério divino. Era aquele e não outro o momento da encarnação do Verbo eterno de Deus.

E sobre a finalidade da Encarna-ção, bem como a preferência pelo povo is-raelita, o que dizer? Desde cedo não foram poucos os Padres da Igreja que, refletindo sobre o nascimento do Senhor, procuraram explicar o porquê de Deus ter se encarna-do em uma cultura própria, no seio de uma família, nascendo de uma mulher. Homens como Ireneu de Lião, Atanásio, Leão Mag-no e João Crisóstomo, para citar apenas alguns, se debruçaram sobre a questão de forma especial. Todos são concordes em falar de um admirável intercâmbio (admi-rabile commercium) entre o divino e o hu-mano, ou seja, o divino se humanizou para que o humano se divinizasse. Ireneu assim expressou sua convicção: “Este é o motivo pelo qual o Verbo de Deus se fez homem e o Filho de Deus Filho do homem: para que o homem, unindo-se ao Verbo de Deus e recebendo assim a adoção, se tornasse fi-lho de Deus” (Adv. Haer. III, 19,1).

Por disposição soberana da Providên-cia, Israel foi escolhido como povo da Aliança, a partir do qual Deus pudesse espalhar os seus desígnios de salvação a todo o mundo. Nessa direção apontavam muitas profecias, desde os tempos mais antigos. E todas se cumpriram. Leão Magno

explica que, embora Deus tenha “escolhi-do a nação israelita, e, nesta mesma nação, uma determinada família para assumir-lhe a natureza humana comum, não quis, to-davia, que as primícias da sua vida ficas-sem escondidas nos estreitos limites da casa materna; quis, ao contrário, fazer-se conhecido, sem demora, de todos, ele que se dignava nascer para todos” (Disc. 31,1). E isso já se realizaria com a visita dos ma-gos do Oriente, representantes de povos distantes, ao Menino, na manjedoura. Mais tarde, ao enviar os discípulos em missão, Jesus revelaria, definitivamente, que sua mensagem se destinava a todas as cultu-ras: “Ide e fazei discípulos meus todos os povos” (Mat. 28,19). Não foi, pois, à toa que a Igreja se chamou católica, isto é, aberta à universalidade dos povos.

Ao assumir a nossa humanidade, en-trando em uma cultura específica, Cristo nos ofereceu a possibilidade de tornarmos aquilo que ele é, ou seja, perfeitos. Nesse sentido, dizia Gregório Nazianzeno: “Pro-curemos ser como Cristo, já que também Cristo se tornou como nós [...] Tomou o pior sobre si, para nos doar o melhor” (Disc. 1,5). Deus, com efeito, não nos salva de-legando, mas assumindo. Ele assumiu a

opiniãoA ENCARNAÇÃO DO VERBO: Por meio de um povo, salvar a todos os povos

nossa humanidade. É como diz aquela bela canção do padre Zezinho: “Ele assumiu nossas dores, veio viver como nós”. Por isso pode ser causa de salvação para toda a humanidade, porque, se assim não fizes-se, não poderia nos resgatar do pecado. “Aquilo que não foi assumido pelo Verbo, não foi redimido” (Ep. 101,32), afirmava ain-da o Nazianzeno.

O mistério da Encarnação, além de re-velar a predileção divina pela humanidade, revela, ao mesmo tempo, a incomparável dignidade do ser humano, obra-prima da criação. Mais uma vez são os Padres da Igreja que nos recordam essa dimensão. Agostinho de Hipona diz, enfaticamente: “Desperta, ó homem: por tua causa Deus se fez homem” (Disc. 185). E Leão Magno, em um de seus sermões sobre a natividade do Salvador, sublinha essa mesma verdade ao dizer: “Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade” (Disc. 1).

Na Encarnação, como escreveu Paulo, Deus “esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fil. 2,7). É o que a teologia con-vencionou chamar de kénosis, ou seja, es-vaziamento. Trata-se de um Deus que não se apega à sua condição divina, mas se inclina sobre o ser humano para elevá-lo, revelan-do, assim, toda a sua paixão pela criatura por ele feita à sua imagem e semelhança.

A paixão incomensurável de Deus pela humanidade é um amor louco (manikon eros), assim a definiu o místico bizantino medieval, Nicolas Cabásilas. Aliás, já o pro-feta Oséias, no Antigo Testamento, tinha se referido a um Deus/Esposo enlouquecido em seu amor passional por sua Esposa/Povo (Cf.: Os. 2). E o papa Bento XVI reto-mou e precisou esse argumento quando, ao falar sobre o amor de Deus por Israel, escreveu: “este seu amor pode ser quali-ficado sem dúvida como eros, que, no en-tanto, é totalmente ágape também” (DCE, 9). Eis, pois, o amor louco da divindade pela humanidade, revelado, sobretudo, na Encarnação. No entanto, essa “loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria huma-na” (1Cor 1,25).

A realização desse desígnio salvífico requer, no entanto, um fiat (faça-se) por parte das criaturas, como se deu com Ma-ria. Deus jamais impõe algo; ele propõe. Somos livres para dizer sim ou não. A sua delicadeza é extraordinária. Ele nunca é in-vasivo da nossa liberdade e sempre pede permissão para entrar em nossa vida: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta...” (Ap. 3,20). A cada um de nós cabe refletir sobre as tan-tas manifestações do amor de Deus – das quais o mistério da Encarnação é a maior – e dar a nossa resposta.

Por Padre Hiansen Vieira Franco, doutor em História da Igreja, pároco em Poços de Caldas

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 3

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notícias

Com o intuito de oferecer à juventude um espaço para reflexão e oração, a Pa-róquia São Pedro Apóstolo promoveu nos dias 19 e 20, no Colégio CRA, um encontro com a juventude da comunidade paroquial.

O objetivo foi proporcionar uma experi-ência aprofundada da fé católica. Com apoio da Comunidade Mariana Resgate de Alfe-nas, jovens crismandos, acólitos e membros do grupo São João Paulo II foram provoca-dos em dois pontos fundamentais: conheci-mento pessoal e vivência comunitária.

Na manhã do sábado, a reflexão partiu do conhecimento pessoal e compreensão de si. Os temas foram os valores pessoais

“Na celebração do centenário da Diocese de Guaxupé, Deus tem nos abençoado abun-dantemente para continuarmos nessa missão evangelizadora”, dentre essas graças, Dom José Lanza destacou e agradeceu o “sim” do Diácono Leandro José de Melo, ordenado presbítero nesta sexta-feira (25) na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Campestre.

Em sua homilia, o Bispo salientou as vir-tudes do neo-sacerdote, e afirmou “estamos esperançosos de que você coloque todos esses dons, recebidos de Deus, a serviço da diocese. De modo especial, na formação presbiteral”. E concluiu colocando o ministé-

Na manhã do dia 6 de dezembro, os bispos da Província Eclesiástica de Pouso de Alegre – dom José Luiz Majella Delga-do, arcebispo de Pouso Alegre; dom Pedro Cunha Cruz, bispo de Campanha; e dom José Lanza Neto, bispo de Guaxupé – es-tiveram reunidos com a comunidade aca-dêmica da Faculdade Católica de Pouso Alegre (Facapa) para celebrar a missa pelo encerramento do ano letivo de 2016.

Dom José Lanza, que presidiu a euca-ristia, parabenizou os alunos pela dedica-ção despendida no ano de 2016. E exortou

Para a formação de equipes de liturgia aconteceu, entre os dias 18 e 20 de novem-bro, um encontro de Liturgia e Canto Pasto-ral na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, em Itaú de Minas. O encontro foi assessorado pela cantora e compositora irmã Miria Therezinha Kolling, que atua na área há mais de 40 anos. São mais de 600 obras musicais, abrangendo missas, can-tos de mensagem, catequese, hinos diver-sos e outros cantos. Também assessorou o encontro o padre Gledson Domingos, da Paróquia São Benedito em Passos, coorde-nador diocesano de Liturgia.

O Encontro contou com a participação de leigos de todos os setores pastorais da dio-cese, totalizando mais de 170 participantes. Irmã Miria ressaltou dois aspectos fundamen-

(amizade, família, felicidade) e a confronta-ção desses valores com o projeto de sal-vação de Deus. À tarde, após a celebração eucarística, os jovens revisitaram os temas explanados em oficinas de teatro, música e dança.

No domingo, a proposta foi o tema do engajamento comunitário. Partindo do exemplo de alguns santos contemporâ-neos, o enfoque foi a vocação batismal. À tarde, pastorais e movimentos da paróquia realizaram uma “feira pastoral”, na qual pu-deram expor os trabalhos realizados. O en-contro foi concluído com a Celebração da Palavra presidida pelo diácono Dione Piza.

rio do padre Leandro aos cuidados de Nossa Senhora do Carmo para que, se espelhan-do nela, possa também acolher o Verbo de Deus com coragem para cumprir a missão.

Padre Leandro escolheu como lema sa-cerdotal o convite do Senhor no evangelho de João 21,17: “Apascenta as minhas ove-lhas”. E, em seus agradecimentos, disse: “meu coração está repleto de alegria, por-que nós formamos aqui uma grande família, rebanho do Senhor” e afirmou estar disposto a ajudar no pastoreio deste rebanho. “Neste dia me consagro a serviço da Igreja, dos jo-vens, dos homens e mulheres de Deus”.

os alunos seminaristas das três dioceses a se debruçarem ainda mais nos estudos, preparando-se para servir melhor o povo de Deus, que precisa, deseja e espera por pastores que respondam às necessidades do contexto atual.

O bispo de Guaxupé agradeceu a direto-ria acadêmica, o corpo docente e os funcio-nários e funcionárias que colaboram com o cumprimento da missão da Facapa. E apro-veitou para agradecer, também, seus irmãos no episcopado, pela comunhão demonstra-da na caminhada das três dioceses.

tais: a função do canto litúrgico, que consiste em cantar o que acontece de essencial no altar. “As músicas não devem ser individualis-tas, mas, sim, sempre ser um canto dialoga-do, do povo com Deus. As letras devem pri-mar pela inspiração bíblica”. Também se deve evitar trocas constantes de cânticos, pois “na Liturgia, quanto menos você mexe, mais o povo participa e celebra”, afirmou a religiosa. Enalteceu a importância da música dentre as artes sacras, pois atinge diretamente a alma por ser a mais espiritual de todas elas.

A assessora realizou uma oficina com os participantes, ensinando técnicas para deixar o corpo sem tensão, fazer boa res-piração e realizar um aquecimento vocal adequado para melhorar a produção vocal dos cantores.

Paróquia promove integração de grupos juvenis

Diocese de Guaxupéacolhe novo sacerdote

Bispo preside missa de encerramento na Facapa

Encontro oferece formação para o canto litúrgico

Evento propiciou um dia de evangelização com linguagem nova

Irmã Míria é uma das maiores compositoras de música litúrgica do país

Padre Leandro exercerá seu ministério no Seminário São José e na Paróquia de Muzambinho

Bispos reforçam a caminhada pastoral da Província de Pouso Alegre, em evento acadêmico

Texto e foto: Pascom São Pedro Apóstolo/Alfenas

Texto e foto: Filipe Zanetti/Pascom São José - Muzambinho Texto e foto: Pascom Diocesana

Texto e foto: Cássio Machado

4 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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Cerca de 100 participantes estiveram presentes no Encontro de Secretários Pa-roquiais promovido pelo departamento ad-ministrativo da Diocese de Guaxupé, no dia 14. O foco do encontro foi o alinhamento com os responsáveis diretos pelos procedi-mentos administrativos nas paróquias.

Durante toda a manhã, os colaborado-res puderam compreender as alterações e as exigências da estrutura administrativa da instituição religiosa e qualificar-se para a execução das atividades em suas unida-des.

O aproveitamento do encontro motivou a secretária paroquial de Carmo do Rio Claro, Daniela Cardoso Ferreira. “Essa reci-clagem deve haver constantemente, pois, com as mudanças, precisamos nos adaptar.

Você deve ter percebido que o Jor-nal Comunhão está de cara nova. São muitas novidades, a começar pela nova marca que ganhou a companhia de um novo elemento: a figura de um galo. O símbolo representa aquele que anuncia e denuncia assim como propõe a linha editorial do Comunhão: “O galo é uma figura que sai na frente, anunciando um novo dia, um novo tempo. Também é ele quem denuncia, assim como aconteceu com Pedro, na noite da Paixão de Cris-to” – explica Sílvio Leossi, designer res-ponsável pela criação da nova proposta.

Para Alexandre Oliveira, jornalista responsável pelo novo projeto gráfico,

Na manhã do dia 3 de dezembro, as lide-ranças de toda a Diocese de Guaxupé, leigos e clérigos, se reuniram na Cúria Diocesana para a Reunião Geral de Pastoral, coordena-da pelo padre Henrique Neveston, coordena-dor diocesano de pastoral, com a presença do bispo diocesano, dom José Lanza Neto. Durante a oração inicial, houve espaço para uma retrospectiva do Centenário Diocesano, da situação sociopolítica do país e da realida-de eclesial que afetaram as ações pastorais dos grupos e das comunidades.

O coordenador de pastoral apresentou o resultado de uma pesquisa feita com os con-selheiros do Conselho Diocesano de Pastoral e dos Conselhos de Pastoral Setoriais. As in-formações colhidas contribuirão para as de-finições de metas e iniciativas para os próxi-mos anos. Após a partilha, alguns convidados

Servirá muito para a gente no dia a dia. Nós precisamos sempre buscar capacitação

testemunharam a experiência das Semanas Missionárias em suas paróquias.

Em busca de estabelecer objetivos com-patíveis com as diversas realidades que com-põem a diocese, os setores se reuniram para discutir as urgências da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (A Igreja em estado perma-nente de Missão; Igreja: casa de iniciação à vida Cristã; Igreja lugar de animação bíblica da vida e da Pastoral; Igreja: Comunidade de Comunidades; Igreja a serviço da vida plena para todos), além de algumas propositivas do Regional Leste 2 (Igreja como comunidade de comunidades; Iniciação à vida Cristã na Co-munidade; Cuidado com a Casa Comum).

Após a apresentação das discussões em grupo, foi apresentada a equipe que atuará na Assembleia Diocesana de Pastoral, forma-da por clérigos, religiosos e leigos.

Reunião Geral apresenta metas pastorais para próximos anos

Comunhão ganha novo projeto gráfico

Encontro de Secretários ofereceformação administrativa e contábil

Pesquisa realizada nos conselhos setoriais contribuiu para definição do planejamento pastoral

Processo de formação dos colaboradores é base para avanço administrativo

Nova marca ganha a companhia de um galo, que simboliza aquele que anuncia e denuncia. Novo slogan revela a vocação missionária conquistada após a celebração do centenário da Diocese de Guaxupé

Texto: Pascom Diocesana

Texto e foto: Assessoria de Comunicação

Texto e foto: Assessoria de ComunicaçãoTexto e foto: Assessoria de Comunicação

para conseguir informar e motivar os fiéis nas paróquias”.

Para Lilian Bento, responsável pela gestão de Recursos Humanos na Diocese, a iniciativa é importante para o entrosa-mento dos colaboradores envolvidos na administração. “É importante este contato da Diocese com as paróquias, porque hoje tudo é feito à distância. Propiciar momen-tos de estudo como este é investir no apri-moramento da gestão diocesana e isso é primordial para o desenvolvimento dos profissionais”.

O avanço da dimensão administrativa na diocese se deve em grande parte ao relacionamento entre a Cúria Diocesana, que centraliza a administração de todas as paróquias, e os secretários paroquiais que atuam nas 87 paróquias, alinhados às orientações da administração central.

o Jornal Comunhão precisava de uma mudança que representasse a beleza

que é o anúncio do evangelho: “Busca-mos ser o mais minimalistas possível.

Adotamos uma cor única que privilegia a leveza”.

O jornalista também explica que a escolha do azul, presente em todas as editorias do jornal, é uma singela home-nagem à Maria, mãe de Jesus: “O azul é uma cor que acolhe, traz paz... acalenta. Representa o manto da mãe que prote-ge e cuida da nossa diocese.” – explica.

A nova tipografia também se des-taca: “escolhemos a família PROXIMA NOVA CONDENSED. É uma fonte muito completa, de fácil leitura sem perder o aspecto moderno e inovador, caracte-rística presente no Jornal Comunhão” – conclui Alexandre.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 5

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liturgia

vida espiritual

O BATISMO: ENTRADA DO CRISTÃO NO MISTÉRIO DA IGREJA

SOLENIDADE DE SANTA MARIA MÃE DE DEUS

Por Padre Vítor Aparecido Francisco, pároco em São João Batista do Glória

Da redação

Ninguém pode compreender o Batismo sem adentrar no mistério da Ressurreição de Jesus. Ao sermos

batizados e mergulhados nas águas da purificação do Batismo, nos tornamos cristãos, filhos adotivos de Deus Pai, recebemos a vocação à santidade e somos purificados do pecado original.

O Batismo nos faz seguidores de Je-sus de Nazaré e, como expressa o Docu-mento de Aparecida, nos torna discípulos e missionários do Cristo. O Batismo incor-pora o cristão em Jesus Cristo pelo misté-rio da Paixão, Morte e Ressurreição do Fi-lho Unigênito. E, por meio desse mistério, recebemos o Espírito Santo que nos faz participantes da missão de Jesus Cristo. Ser batizado é tornar-se outro Cristo no meio do mundo, testemunhando e anun-ciando o mistério de Cristo, por isso o Batismo constitui a porta de entrada da Igreja, o primeiro sacramento que o cris-tão recebe.

A Igreja proclama um único Deus no Pai e no Verbo, por isso, a Santíssima Virgem é a Mãe de Deus. Este título

traz em si um dogma que dependeu de dois Concílios, em 325 o Concílio de Nicéia, e em 381 o de Constantinopla. Estes dois concílios trataram de responder a respeito desse mistério da consubstancialidade de Deus uno e trino, Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

A antiguidade da celebração mariana pode ser constatada nas pinturas com o nome de Maria, Mãe de Deus (Theotókos) que foram encontradas nas Catacumbas ou antiquíssimos subterrâneos que estão cavados debaixo da cidade de Roma, onde se reuniam os primeiros cristãos para as celebrações nos tempos das perseguições.

No terceiro Concílio Ecumênico, o de Éfeso, em 431, foi declarado que Santa Ma-ria é a Mãe de Deus. Foi a primeira festa mariana que apareceu na Igreja ocidental. Substituiu o costume pagão das dádivas e começou a ser celebrada em Roma no sé-culo IV. Desde 1931 era no dia 11 de outu-bro, mas, com a última revisão do calendá-rio religioso, passou à data atual, a mesma onde antes se comemorava a circuncisão de Jesus, oito dias após ter nascido.

No primeiro dia do ano civil, a Igreja ce-lebra a Solenidade da Virgem Maria, Mãe

Já no Antigo Testamento, o batismo en-contra sinais de purificação e conversão. Ser batizado era mudar de vida, buscar um mundo novo, ser libertado e transfor-mado em pessoa nova. Essa prefiguração é simbolizada no dilúvio, na passagem do mar Vermelho. Essas passagens se rela-cionam profundamente com o batismo de João Batista e com a força renovadora da Palavra do Cristo, já no novo testamento. Os apóstolos são revestidos pelo espírito, através do sopro de Cristo no alto da Cruz (cf. Jo 19,30).

O papa São João XXIII afirmou em uma de suas alocuções que o dia mais impor-tante de sua vida não era o dia em que foi eleito papa, mas o dia em que recebeu o Batismo. Também Santo Agostinho expres-sou a magnitude do batismo numa de suas afirmações mais conhecidas: “Me alegra que estou convosco, me entristece o que sou para vocês. Com vocês, eu sou cristão, para vocês sou bispo”.

de Deus. A comemoração de Maria, neste dia, soma-se ao Dia Universal da Paz. Nin-guém mais poderia encarnar os ideais de paz, amor e solidariedade do que ela, que foi o terreno onde Deus fecundou seu amor pelos filhos e de cujo ventre nasceu aquele que personificou a união ente os homens e o amor ao próximo, Nosso Senhor Jesus Cristo.

“Vós tendes, ó Maria, autoridade de Mãe para com Deus, e por isso alcançais também o perdão aos mais abjetos peca-dores. Em tudo vos reconhece o Senhor por sua verdadeira Mãe e não pode deixar de atender a cada desejo vosso” (Santo Afonso Maria de Ligório).

6 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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um outro olhar

em pauta

O BATISMO: ENTRADA DO CRISTÃO NO MISTÉRIO DA IGREJA

DEVOÇÃO POPULAR: O ENCONTRO DA FÉ E DA CULTURA DE UM POVO

Por Richard Oliveira, seminarista – Filosofia

Por Padre Aloísio Miguel, pároco em Pratápolis

Tive o primeiro contato com a congada na minha cidade natal, Areado, na tradicional Festa de Nossa Senhora

do Rosário. Era ainda menino e, às vezes, por medo do som dos tambores e do colorido das vestimentas dos congadeiros, escondia-me atrás de minha mãe.

Hoje, como padre, pastoreando a co-munidade paroquial do Divino Espírito San-to de Pratápolis, cidade onde a congada sempre apresentou uma marca profunda em sua cultura, deparei-me com a magia das roupas, dos cantos e dos instrumentos. Aquilo que antes causava medo, me des-pertou paixão.

As manifestações públicas de fé são parte integrante da religiosidade popular e constituem um

testemunho simples e eficaz da confiança que as pessoas têm em Deus e naquilo que lhes manifesta sua presença.

Entende-se por religiosidade popular a confiante busca de um povo que ao con-sagrar-se aos auspícios de um santo se ex-pressa por meio de gestos, orações e rituais próprios. O sul e o sudoeste de Minas Gerais são marcados historicamente por esses mo-vimentos populares, seja pela herança por-tuguesa, seja pelo sincretismo religioso no contato com as religiões africanas.

CongadaExemplo dessas raízes são as festas

de São Benedito que dão início aos movi-mentos das Congadas. A Congada é uma expressão religiosa que mistura elementos africanos, principalmente do Congo, com a devoção religiosa dos cristãos portugue-ses. Sua origem remonta ao final do século 17 na época do Brasil Colonial.

Os ternos, grupos de congadas, se apresentam em forma de procissão ou des-file. Os principais instrumentos musicais utilizados são violões, violas, reco-recos, atabaques, sanfonas e cavaquinhos. Com movimentos de dança, cantos e músicas, os congadeiros encenam momentos his-tóricos como a coroação dos antigos reis do Congo, as batalhas entre mouros e cris-tãos nas Cruzadas, sempre culminando na valorização da vitória dos cristãos. À frente do cortejo, vão os estandartes dos santos, principalmente de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário.

Em Poços de Caldas, a festa reúne pessoas de todas as paróquias na sua or-ganização, sendo integrada ao calendário turístico da cidade, recebendo milhares de pessoas todos os anos. A pequena igreja de São Benedito e sua praça, localizada na região mais central da cidade, transforma--se num centro religioso, cultural e gastro-nômico nos dias da festa.

Já em Machado, a festa em louvor ao santo acontece geralmente entre os meses de agosto e setembro, coincidindo com o final da colheita de café. Quem expressa satisfação em participar da festa é o padre Rovilson Ângelo, vigário paroquial e natural da cidade. “Eu percebo o quanto o povo expressa suas experiências de fé, louvor e devoção ao Santo. Uma piedade que está inserida na raiz da vida do povo católico machadense”.

Outras cidades da região mantêm a

tradição da Congada. Em São Sebastião do Paraíso, é preparado um congódromo para os desfiles dos ternos. Em Pratápolis, no dia 8 de dezembro, são hasteadas as bandeiras com as imagens dos santos ho-menageados pelas congadas. Em Itamogi, onde as festas de congadeiros são muito animadas e conhecidas regionalmente, é oferecido o jantar a toda a população, gra-tuitamente. Em Passos, existe o terno dos Jerônimos, todos da mesma família.

Folia de ReisOutra expressão religiosa e cultural

muito marcante nas cidades sul mineiras são as Folias de Reis. A origem desse mo-vimento no formato conhecido atualmente remete a uma tradição portuguesa, utiliza-da pelos padres missionários como forma de catequizar as pessoas mais simples. Suas origens mais antigas apontam para

a celebração do Deus Sol no antigo Egito, adotada também pelos romanos e depois pelos cristãos para marcar o nascimento de Jesus. As folias de Reis acontecem princi-palmente nesse período entre as festas do Natal e da Epifania, ou dia dos Santos Reis, mas, em algumas regiões do Brasil, podem acontecer também em outras épocas, sen-do adaptados os cantos.

Em sua representação, de forma alegre e sempre muito colorida, os foliões per-correm um trajeto passando de casa em casa, saudando os moradores e fazendo homenagens diante da representação do presépio ou de uma imagem do menino Jesus. O grupo geralmente é formado por três homens que representam os Reis Ma-gos que levam presentes ao menino Jesus. Um palhaço, ou bastião, é o integrante que pede entrada na casa das pessoas e motiva os donos da casa a fazer doações aos foliões, sendo o interlocutor entre os donos da casa e os cantores. Além desses personagens, há também o mestre da folia, cantor principal, e o coro. Por fim, o alferes da bandeira carrega a bandeira dos Santos Reis.

Uma marca dessa festa são as músicas compostas em versos que fazem saudação e homenagem ao Menino Jesus deitado na manjedoura. Ao final das saudações e homenagens, as famílias juntamente com os foliões se confraternizam e seguem seu itinerário até chegar à última casa onde acontecerá a celebração principal e o almoço, que reúne dezenas de pessoas, parentes e conhecidos do Festeiro e dos membros da Folia de Reis.

Apesar da congada fazer parte da his-tória deste povo, a mesma encontrava-se sem motivação, gritando por socorro, pois poucos persistiam para não deixar morrer a tradição.

Por ser a congada uma manifestação

cultural, mas também religiosa, senti a ne-cessidade de dar minha contribuição para o reencontro da arte com a história de um povo. Assim, crianças e jovens, adultos e idosos passaram a valorizar a tradição.

Há três anos, com um grupo de amigos,

formamos o terno do Divino Espírito San-to, com aproximadamente 80 integrantes, composto na sua maioria por jovens. O terno do Divino Espírito Santo passou a re-vestir-se de uma profunda espiritualidade, o que caracteriza uma relação imaterial, ou seja, experiência vivida em Cristo com a fa-mília, a comunidade e os irmãos congadei-ros. Descobri que a congada é vida, saúde, alegria e fé!

“Voam fitas amarelas, voam fitas mul-ticores/ fitas amarelas levando as nossas dores/ fitas amarelas, soam os tambores/ voam as fitas amarelas levando as nossas dores”. (Consuelo de Paula)

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 7

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bíblia

reviver

MATEUS, O EVANGELHO JUDEU

PROJETO “RUMO AO NOVO MILÊNIO”

Janela

O Evangelho segundo Mateus é o que tem maior número de citações da Bíblia. Tudo o que ele relata

é ilustrado com uma citação bíblica. Começa com a genealogia ou listas dos antepassados de Jesus. Parte de Abraão, pai do povo judeu.

Jesus não veio destruir o Primeiro Tes-tamento, a história, as tradições e a Bíblia do povo judeu. Jesus veio realizar comple-tamente tudo o que está na Bíblia, chama-da também de Lei e Profetas, pois eram as duas partes em que os judeus dividiam a Bíblia.

Como os judeus, esse Evangelho evita empregar a palavra Deus. É uma atitude de respeito pelo nome santíssimo. Em vez de dizer “Deus”, diz “os Céus”, no plural, tam-bém maneira de falar dos judeus. Jesus, por exemplo, confia a Pedro as chaves do “Rei-no dos Céus” para abrir e fechar, ligar ou desligar, na terra, não no céu.

Os judeus tinham “a Morada”, a presen-ça de Deus no meio deles no Templo de Jerusalém. Esse Templo, quando o Evange-lho é escrito (a. 85), está destruído, mas no Evangelho, comparando-o com uma casa, na porta da sala (1,23) Jesus é o Emanuel, Deus conosco, e na porta da cozinha (28,20) ele diz “estarei convoco todos os dias”.

As comunidades ApostólicasA comunidade que nos deu este Evan-

gelho começou em Jerusalém, logo após a morte-ressurreição de Jesus. Tiago, cha-mado “irmão do Senhor”, foi a principal liderança dessa comunidade. Ele tinha o apelido de “justo” e era realmente muito fiel à Lei judaica. Converteu muitos judeus à fé em Jesus. Talvez por isso tenha sido

H á 20 anos, as comunidades cristãs do Brasil iniciavam uma caminhada em preparação

ao Jubileu dos anos 2000 com a concretização do projeto eclesial e pastoral Rumo ao Novo Milênio. Um dos pilares do projeto era o revigoramento da evangelização que inspirasse os cristãos a assumir seu protagonismo no anúncio de sua fé. A inspiração para a criação do projeto estava nas palavras da carta apostólica Tertio Milennio Adveniente

Por Padre José Luiz Gonzaga do Prado, mestre em Teologia Bíblica, reside em Nova Resende

Da Redação

morto (a.62).Os sitiantes galileus, que haviam perdi-

do suas propriedades para pagamento de dívidas, começaram a formar grupos de assaltantes e passaram a ser chamados de “bandidos”. No ano 66 os diversos grupos se uniram e tomaram o poder em Jerusa-lém. A comunidade cristã abandonou a cidade e saiu da Palestina. Continuou mi-grando de um lugar para outro e, por volta do ano 85, escreveu o Evangelho segundo Mateus.

Por fidelidade à sua fé judaica, para ler Jesus com os óculos dessa fé e para con-quistar os judeus, Mateus respeita e valori-za tudo o que é da sua gente. Por isso, cita o mais que pode a Bíblia, usa o modo de falar dos judeus (“Céus” em vez de “Deus”) e apresenta Jesus como realização comple-ta de toda a Bíblia.

As comunidades de hojeNós caímos, hoje, na tentação de, sem-

pre e em todo o lugar, dizer a mesma coisa. Pensamos: “A verdade é sempre a mesma e deve ser dita sempre da mesma forma”. Mas, quem acha que possui a verdade única e absoluta acaba falando para as paredes.

A realidade muda cada vez mais rapida-mente. O que convinha dizer ontem, hoje já não tem importância. Os problemas são outros e a resposta da Palavra de Deus tam-bém deve ser outra.

Como para acender uma lâmpada não basta o fio que traz a corrente elétrica, é preciso o outro que está bem enterrado no chão, assim o conhecimento teórico nunca vai acender nossa luz se não esti-ver ligado ao conhecimento e à observa-ção da realidade, bem enterrado no chão que pisamos.

do papa São João Paulo II, que foi adaptada à realidade brasileira pelo trabalho dos bispos em sua assembleia geral. A execução do projeto esteve calcada sobre quatro eixos fundamentais: Serviço, Diálogo, Anúncio e Comunhão. Ao longo de três anos (1997-1999), os fiéis refletiram sobre a Santíssima Trindade e seus desdobramentos teologais e sacramentais: Fé e Batismo, Esperança e Crisma e Caridade e Reconciliação, respectivamente.

8 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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catequese

personagem

A UNIDADE DOS SACRAMENTOS DE INICIAÇÃO CRISTÃ: elemento fundamental para uma catequese de inspiração catecumenal

Fala-se muito hoje em Catequese de Inspiração Catecumenal, ou seja, numa prática catequética que conduza

progressivamente a criança, o jovem ou o adulto a uma verdadeira iniciação à vida de fé cristã e não a um verniz de Evangelho que deixa as coisas bonitas, agradáveis, boazinhas, mas não penetra e transforma a vida a partir de dentro, dando-lhe um sabor e uma motivação verdadeiramente cristãs para o agir cotidiano. Muitas vezes nossa catequese é uma gracinha, mas nossos catequizandos percorrem todas as etapas com frequência e dedicação exemplares e terminam todo o processo sem se tornarem cristãos de verdade. Continuam pensando, sentindo e agindo como se nunca tivessem tido contato com Jesus Cristo e seu Evangelho. Às vezes isso acontece até mesmo com os(as) catequistas. E nós ficamos nos perguntando: por que é que os jovens saem da Igreja depois da crisma? Por que não perseveram? Seria tão bom…

A inspiração catecumenal é um proces-so de volta às fontes cristãs da catequese, de volta ao fazer catequético de Jesus e dos primeiros discípulos para encontrar lá, nas origens, as grandes intuições que deram certo e atualizá-las para a nossa realidade hodierna. Deste modo, alcançamos a ver-dadeira Iniciação Cristã, que gerou e ainda gera homens e mulheres tão parecidos com Jesus Cristo que são capazes de dar a vida como e por Ele. Dentre vários elementos que fizeram parte do Catecumenato e hoje inspiram a ação catequética, destaca-se a unidade dos sacramentos da iniciação cris-tã. O que é isso?

No início não era assim: batizar crian-

N e s s e s ú l t i m o s a n o s g a n h e i u m p r e s e n t e m u i t o e s p e c i a l d o S e n h o r. P u d e

c o l o c a r m e u s d o n s , m i n h a p r o f i s s ã o à d i s p o s i ç ã o d o s e u R e i n o ! T i v e a o p o r t u n i d a d e d e t r a b a l h a r c o m o a s s e s s o r a d e c o m u n i c a ç ã o n o p r o j e t o d o C e n t e n á r i o d a D i o c e s e d e G u a x u p é . U m a i n i c i a t i v a q u e c o m e ç o u a n o s a n t e s e f o i c o n c l u í d a e m 2 0 1 6 . F o r a m m u i t o s d i a s d e d e d i c a ç ã o , l e i t u r a s , p e s q u i s a s , t e x t o s . R e s u m o

Por Padre Jean Poul Hansen, mestre em Teologia Dogmática ecoordenador pastoral da Diocese da Campanha, professor na Faculdade Católica de Pouso Alegre

Por Julianne Batista, jornalista, reside em Poços de Caldas

t u d o e m m o m e n t o s i n c r í v e i s n o q u a l p u d e c o n h e c e r p e s s o a s e s p e c i a i s q u e f a z e m p a r t e d e s s a h i s t ó r i a d e e v a n g e l i z a ç ã o . S ó p o s s o s e r g r a t a a D e u s p o r t u d o q u e v i v i e p o r t u d o q u e n o s s a e q u i p e d e c o m u n i c a ç ã o c o n s t r u i u n e s s e t e m p o . C r e s c e m o s j u n t o s ! M a i s d o q u e s i m p l e s m e n t e r e l a t a r o p a s s a d o o u p r o m o v e r u m g r a n d e e v e n t o . P o s s o d i z e r q u e c o m e ç a m o s a e s c r e v e r o s p r i m e i r o s c a p í t u l o s d o s p r ó x i m o s 1 0 0 a n o s !

ças, dar a primeira comunhão aos pré-a-dolescentes e crismar os adolescentes. O processo catecumenal de iniciação à vida cristã era um só e conduzia à celebração da tríade sacramental. Batismo, crisma e euca-ristia eram celebrados numa única ocasião: a noite da páscoa. Assim, os catecúmenos, após um longo processo de inserção na vida da comunidade cristã, faziam a expe-riência de mergulhar de uma só vez no mis-tério cristão e dele participar em plenitude, partindo então, a partir dessa experiência, para a aprendizagem da doutrina.

Esse processo mistagógico poderia du-rar anos a fio, num contato diário e pessoal com a Palavra de Deus, com um acompa-nhamento personalizado, com um exame comunitário permanente da conduta e de-pois de provada conversão, com os sacra-mentos. Só se tornava cristão quem quises-se mesmo seguir a Jesus Cristo, viver de fato o Evangelho, ser verdadeiro discípu-

lo-missionário. Ninguém recebia em vão os sacramentos. Quem os recebia, vivia o que celebrava.

Com o passar do tempo e o surgimento da cristandade, veio a conversão dos reis e o consequente batismo de seus súditos, ou ainda a pregação e conversão de massas que, em seguida, eram batizadas. Passou--se a batizar para depois catequizar. Dado que o batismo era administrado pelos pres-bíteros e os bispos viviam longe, a crisma passou a ser celebrada na ocasião da visita do bispo. Com isso, os sacramentos da ini-ciação, que antes constituíam uma unidade, foram sendo separados. Hoje, a maioria dos cristãos já não percebe a estreita rela-ção que existe entre todos os sacramentos, especialmente entre os sacramentos da Iniciação Cristã. Isto leva a uma catequese que visa a recepção do sacramento e não à vida cristã na qual os sacramentos iniciam. Por isso, nossos catequizandos participam

da catequese para a primeira eucaristia e depois para a crisma e, em seguida, podem ir embora. Essa mentalidade está muito presente também na cabeça dos pais que querem que seus filhos recebam os sa-cramentos e não que tenham suas vidas transformadas pela graça do sacramento para viver como cristãos, “outros Cristos no mundo”.

Banhados em Cristo e ungidos pelo Es-pírito, os cristãos, membros do corpo de Cristo (a Igreja) são alimentados com esse mesmo corpo (a eucaristia) para viverem de tal forma no meio do mundo que o trans-formem a partir de dentro, tornando-o mais parecido ao Reino de Deus. A esta convic-ção não se chega com “prêmios” no fim das etapas, mas com uma verdadeira iniciação ao Mistério Pascal de Cristo, realizado e tor-nado presente para nós na tríade dos Sa-cramentos da Iniciação Cristã.

Símbolo da peregrinação da Igreja pelo mundo e do constante processo de conversão, fiéis se dedicam às peregrinações a Santuários, em todo o mundo

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 9

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missão

retrato missionário assembleia diocesana

MISSÃO E JUVENTUDE VALORIZAMEXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA ENTRE JOVENS

Por Erik José Cardoso, integrante das SMP em Cabo Verde | Foto, Jovens Conectados

Por Padre Renato César Gonçalves, pároco da Sagrada Família, Carmo do Rio Claro, vivenciou a Semana Missionária entre os dias 4 e 11 de dezembro

Por Assessoria de Comunicação

O Centro Cultural Missionário (CCM) e as Comissões Episcopais

para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, para a Juventude e para a Amazônia e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), promoveram, entre os dias 3 e 6 de novembro de 2016, o 7º Encontro Nacional da Missão Continental, com o tema: Juventude e Missão Permanente.

Essas comissões viram que foi chegado o momento de ava-liar e refletir sobre a riqueza dessas experiências e o que elas significam para os jovens na caminhada missionária da Igreja no Brasil e, assim, dis-cernir, conjuntamente, quais os novos horizontes para a ju-ventude numa Igreja em estado permanente de missão. O objetivo ge-ral de todo o encontro foi de elabora-ção, como também de contribuição à CNBB, ao traçar linhas de orientação e encaminhamento para introduzir e acompanhar os jovens em seus com-

“Ao avaliarmos nossa semana missionária percebemos a alegria de nossos irmãos de

comunidade e reconhecemos a importância de ir ao povo e conhecer as realidades. Foi uma semana silenciosa, sem muito alarde, como realmente deve ser a missão. Por isso, como gesto proposto, toda primeira sexta-

Na Reunião Geral de Pastoral, no dia 3 de dezembro, o coordenador de pastoral, padre Henrique Neveston,

apresentou a equipe de trabalho da

promissos missionários.Foi sugerido aos bispos e aos co-

ordenadores de pastoral o envio de um jovem que pudesse colaborar com o encontro, relatando a realidade das Santas Missões Populares (SMP) na diocese. O convite foi feito pelo CCM e

feira de cada mês novamente rezaremos o Ofício Divino, partilharemos o café e sairemos em visitação para não perdermos contato com as famílias visitadas e com a realidade missionária. Que as sementes lançadas possam encontrar terra boa e produzirem bons frutos, que serão novas sementes no futuro”.

próxima Assembleia Diocesana: A equipe é composta por clérigos, religiosos e leigos. O processo pastoral será desenvolvido nos próximos anos.

pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O jovem enviado foi Erik José Car-doso, de Cabo Verde, membro das Santas Missões Populares (SMP). O jovem avaliou o encontro como de suma importância para a Igreja em

estado permanente de missão. O encontro contou com a par-ticipação de jovens de quase todo o Brasil, além de padres e religiosos, que compartilharam as diversas ações missionárias dentro e fora do nosso país.

Erik teve a oportunidade de partilhar sua experiência nas SMP com todos os participan-tes, relatando seu engajamen-to e uma retrospectiva de todo o processo vivido até agora com as SMP. O jovem falou da expectativa que outros jovens respondam à proposta missio-nária da Igreja. Ele relatou a bonita experiência das Sema-nas Missionárias que já aconte-cem em algumas paróquias da diocese e finalizou motivando os jovens a convidar o povo de Deus para o grande mutirão em defesa da vida e da cidadania

de todos.Jovens de toda parte do Brasil vol-

taram para suas casas cheios de expe-riências e convictos de todo o trabalho que fizeram sobre essa nova realidade missionária da Igreja.

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atualidadeO CELIBATO COMO DOM E MISSÃO NA IGREJA

Por Padre Francisco Clóvis Nery, mestre em Direito Canônico e pároco em Monte Santo de Minas

R eflexões e estudos acerca do celibato vêm sendo realizados ao longo dos tempos. Até

nossos dias é tema instigante: como compreender seus fundamentos e sua adoção pela Igreja? Antes de procurar entender as razões, quaisquer que sejam elas, que levaram a Igreja a adotar o celibato como uma de suas marcas indeléveis, é preciso buscar tal conhecimento desde sua origem mais remota.

Na tradição cristã, o anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo com os Apóstolos gera a ação missionária e cria novas Comunidades, traz ao seio dos cristãos novos adeptos e ajuda a formar a Igreja. Partindo daí, a análise da vida e da pregação de Jesus, se-gundo os Evangelhos e os demais Es-critos Sagrados, possibilita dizer que Cristo foi celibatário, assim como fo-ram celibatários vários de seus segui-dores, tanto os primeiros como os que seguiram seus discípulos.

Não se pode entender o celibato apenas como experiência antropológi-ca ou sociológica, pois este instituto vai além: seu modelo singular é o do sacerdote virginal, Jesus Cristo. De fato, esta temática possui um signifi-cado amplo e somente será aclarada em seu sentido e raízes, numa visão total do celibato eclesiástico.

O Concílio de Elvira, realizado em torno do ano 304, no tocante às nor-mas jurídicas, foi o marco histórico na institucionalização do celibato, pelo fato de ser o primeiro Concílio no qual se encontram cânones disciplinadores desse tema, estabelecendo a Lei da Continência para presbíteros antes de sua ordenação.

Seguindo o curso da história ao lon-go dos séculos, chegamos ao Concílio Vaticano II, onde a questão do celiba-to sacerdotal foi abordada timidamen-te. Um ano e meio após a conclusão do Concílio Vaticano II, em 1967, o Papa Paulo VI lança a Carta Encíclica Sacerdotalis Caelibatus – Sobre o Ce-libato Sacerdotal. Valendo-se da his-tória e dos documentos dos primeiros séculos do cristianismo, remonta aos ensinamentos a respeito das origens do celibato-continência, confirmando plenamente o seu valor, comparando--o à pedra preciosa, sempre guarda-da na Igreja, que conserva todo o seu valor mesmo nos nossos tempos, em

transformação profunda na mentalida-de e nas estruturas.

A sustentação da disciplina do ce-libato alicerça sua base e modelo no Cristo puro e casto, fazendo uma in-terpretação além da Lei, mas como um caminho de vida inspirado no Mestre. O dom do celibato pode ser entendido se consideradas suas três dimensões ou nas chamadas três razões do Celi-bato Sagrado: Cristológico - plenitu-de do amor de Cristo e do sacerdote – resposta de amor e entrega, com-partilha o amor único e total por Cristo e por sua Igreja; Eclesiológico - con-figura-se mais perfeitamente a Cristo, também no amor com que o eterno Sacerdote amou a Igreja; e o Escatoló-gico - sinal dos bens celestes onde se faz presente o dom divino.

Na perspectiva meramente disci-plinar, o celibato pode ser compre-endido como um fardo imposto aos sacerdotes e não como um convite ao seguimento mais íntimo de entrega, um dom de amor mútuo e um serviço de caridade pastoral oferecido à Igre-ja. Na Exortação Apostólica Pastores Dabo Vobis - Eu vos darei Pastores, sobre a formação dos sacerdotes nas circunstâncias atuais, João Paulo II considera que quatro verbos carac-terizam a preparação para o celibato: “o futuro sacerdote deve <<conhecer, estimar, amar e viver>> o celibato, na sua verdadeira natureza e verdadeiras finalidades”.

A partir da reflexão e da experi-ência, a disciplina do celibato foi se firmando e se fortalecendo, até tor-nar-se regra e norma na Igreja ociden-tal em virtude da legislação canônica, não somente consequência de um fato jurídico e disciplinar, mas como Dom à Igreja, amor único, ou podendo ser chamado de amor maior que dá sen-tido à vida do presbítero. Jesus Cris-to foi celibatário e não renunciou ao amor.

Compreender o celibato é aco-lher sua identidade originária, não é decisão voluntarista, mas provocada pelo Senhor e compreendida como missão. É somente numa visão de fé que alguém pode entender o celibato e aceitá-lo alegremente. Toda explica-ção humana sobre este estado de vida fica aquém da realidade da escolha. Haverá sempre um mistério.

“Não se pode entender o celibato apenas como experiência antropológica ou

sociológica, pois este instituto vai além: seu modelo singular é o do sacerdote virginal,

Jesus Cristo

”COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 11

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comunicaçõesaniversários janeiro

agenda pastoral

atos da cúria

nota oficial - ano santo mariano

Natalício05 Padre Gledson Antônio Domingues10 Padre Alesandro Oliveira Faria11 Padre José Luiz Gonzaga do Prado12 Diácono Dione Romualdo Ferreira Piza20 Padre Donizete Antônio Garcia20 Cônego Walter Maria Pulcinelli22 Padre Marcelo Nascimento dos Santos27 Padre Robervam Martins de Oliveira31 Padre Luiz Tavares de Jesus31 Padre Marcos Alexandre Justi

1 Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria – Dia Mundial da Paz7 – 8 Retiro do Conselho Diocesano da RCC em Petúnia8 Epifania do Senhor14 Reunião do Conselho Diocesano do ECC na Paróquia São João Bosco, em Poços de Caldas

Ordenação03 Padre Alexandre José Gonçalves03 Padre Hiansen Vieira Franco04 Padre Darci Donizetti da Silva10 Dom José Geraldo Oliveira do Valle (presbiteral)13 Padre Homero Hélio de Oliveira28 Padre Luiz Tavares de Jesus30 Padre Edimar Mendes Xavier31 Padre José Neres Lara

15 Reunião Preparatória Cursilho de Jovens16 -22 Diocese: Curso de Iniciação Teológica em Guaxupé29 Setor Poços: Ultreia do Cursilho

• Provisão nº 07/60- Livro nº 12 –Fo-lha 28v.- Concedendo a Provisão de Vigário Paroquial ao Revmo. Pa-dre Leandro José de Melo, no dia 28 de novembro de 2016, da Paró-quia São José – Muzambinho – MG.

• Provisão nº 07/61- Livro nº 12 –Fo-lha 28v.- Concedendo a Provisão de Uso de Ordens ao Diácono Dio-ne Romualdo Ferreira Piza para exercer as celebrações de batiza-

dos na Diocese de Guaxupé.

• Provisão nº 08/62- Livro nº 12 –Fo-lha 28v.- Concedendo a Provisão de Uso de Ordens ao Diácono Mi-chel Donizetti Pires para exercer as celebrações de batizados na Dio-cese de Guaxupé.

• Provisão nº 09/63- Livro nº 12 –Fo-lha 28v.- Concedendo a Provisão de Uso de Ordens ao Diácono Pau-

lo Rogério Sobral para exercer as celebrações de batizados na Dio-cese de Guaxupé.

• Provisãonº 10/64- Livro nº 12 –Fo-lha 28v.- Concedendo a Provisão de Uso de Ordens ao Diácono Sér-gio Aparecido Bernardes Pedroso para exercer as celebrações de ba-tizados na Diocese de Guaxupé.

• Provisão nº 11/65- Livro nº 12 –Fo-

lha 28v.- Concedendo a Provisão de Uso de Ordens ao Diácono Viní-cius Pereira Silva para exercer as celebrações de batizados na Dio-cese de Guaxupé.

• Provisão nº 08/66- Livro nº 12 –Fo-lha 28v.- Concedendo a Provisão de Vigário Paroquial ao Revmo. Padre Riva Rodrigues de Paula, no dia 02 de dezembro de 2016, da Paróquia São Benedito de Passos – MG.

Prezados Diocesanos,

No ano que se findou, celebramos com intenso júbilo o Centenário de nossa querida Diocese de Guaxupé.

Foi realizado um trabalho de preparação com as Santas Missões Populares, com retiros, estudo dos Evangelhos e a visitação da Imagem Peregrina de nossa padroeira diocesana, Nossa Senhora das Dores, a todas as paróquias.

Foi uma programação mariana que for-taleceu ainda mais nosso carinho, amor e devoção para com a Nossa Senhora, a Virgem Maria. Cada comunidade paroquial procurou fazer intensa experiência na re-cepção da Imagem Peregrina.

Vivenciamos uma grande ação de gra-ças pela beleza da fé e da devoção no Cen-tenário. O momento mais forte foi a Cele-bração Eucarística na Catedral Diocesana, em Guaxupé, com a presença de todo o clero, religiosos e religiosas, seminaristas e todo o Povo de Deus. A imagem da Se-nhora das Dores foi trazida do Seminário São José até a Catedral pelos movimentos que expressam a devoção mariana existen-te em nossa Diocese.

Em comunhão com o clero diocesano e

com a celebração jubilar dos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, buscamos a imagem no Santuário Nacional de Aparecida (SP), apresentando-a aos participantes da Ro-maria Missionária, em julho de 2016, com grande emoção e júbilo.

Sugerimos que cada paróquia, como já fôra combinado com cada pároco, or-ganize a visita da Imagem Peregrina numa data oportuna, de modo a contribuir com a evangelização e andamento pastoral de

cada realidade. O agendamento poderá ser feito de forma espontânea pelos páro-cos diretamente com a Catedral Diocesa-na, responsável pela tutela da imagem. A orientação litúrgica de nossa Igreja indica que não se multiplique iniciativas pastorais que possam confundir nosso povo. Todos sabemos que os títulos e as aparições re-lacionados à Nossa Senhora se referem à Maria de Nazaré, Mãe de Deus e nossa.

A celebração dos 300 anos do apareci-mento da imagem de Nossa Senhora Apa-

recida no rio Paraíba do Sul é um grande acontecimento a ser celebrado em todo o Brasil e, isso, acontecerá em todas as nossas paróquias ao longo do Ano Maria-no. Cada comunidade ao seu modo deve-rá organizar-se da melhor maneira para vivenciar com devoção e fé a intercessão de Nossa Senhora em nosso meio. Assim orientamos nossos diocesanos e pedimos as bênçãos de Nossa Senhora sobre todos nós.

Nesta Festa dos 300 anos, estaremos unidos em oração ao Santuário Nacional, como sempre estivemos, visto sermos uma das dioceses que mais visitam o Santuário Nacional, contribuindo de inúmeras formas e manifestações. Neste tempo rico em nossa Diocese Centenária e na celebração jubilar de Aparecida, intensificamos nossas orações e pedimos à Nossa Senhora que rogue a Deus por nossa diocese, espe-cialmente nesta época marcada por uma profunda crise econômica de todo o povo brasileiro.

Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós!

Dom José Lanza NetoBispo de Guaxupé

12 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ