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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE NUTRIÇÃO Bruna Santos Martins Heloisa Millen da Silveira Ribeiro Jeane de Oliveira Rocha Silva FATORES DETERMINANTES DO ESTADO NUTRICIONAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS Governador Valadares 2008

FATORES DETERMINANTES DO ESTADO … · Trabalho de conclusão de curso (Graduação Nutrição). Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE, Governador

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE NUTRIÇÃO

Bruna Santos Martins

Heloisa Millen da Silveira Ribeiro

Jeane de Oliveira Rocha Silva

FATORES DETERMINANTES DO ESTADO NUTRICIONAL EM IDOSOS

INSTITUCIONALIZADOS

Governador Valadares

2008

Bruna Martins dos Santos

Heloisa Millen da Silveira Ribeiro

Jeane de Oliveira Rocha Silva

FATORES DETERMINANTES DO ESTADO NUTRICIONAL EM IDOSOS

INSTITUCIONALIZADOS

Trabalho de Conclusão

de Curso para obtenção de

grau de bacharel em Nutrição,

apresentado a Faculdade de

Ciências da Saúde da

Universidade Vale do Rio Doce.

Orientadora: Profa. Ms. Nízia

Araújo Vieira Almeida

Governador Valadares

2008

FATORES DETERMINANTES DO ESTADO NUTRICIONAL EM IDOSOS

INSTITUCIONALIZADOS

Bruna Santos Martins

Heloisa Millen da Silveira Ribeiro

Jeane Oliveira Rocha

Aprovada em / /

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Profª. Ms. Nízia Araújo Vieira Almeida

(Orientadora)

_______________________________________________

Profª Nubia Cristina Freitas Barbosa

_____________________________________________

Profª Doracy Silva Diniz

CONCEITO FINAL: _________________

Agradecemos primeiramente a Deus, por nos ter concedido esta

vitória em nossas vidas. Aos nossos familiares e amigos, pela

força e carinho. Agradecemos também a nossa orientadora Nízia

pela dedicação, compreensão e apoio.

Não importa se a estação do ano muda...

Se o século vira, se o milênio é outro.

Se a idade aumenta...

Conserva a vontade de viver,

Não se chega a parte alguma sem ela."

(Fernando Pessoa)

LISTA DE SIGLAS

ANVISA - Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

DM - Diabetes mellitus

DCNTs - Doenças Crônicas não Transmissíveis

OMS - Organização Mundial da Saúde

ONU - Organização das Nações Unidas

RESUMO

MARTINS, Bruna Santos; RIBEIRO, Heloisa Millen da Silveira; ROCHA, Jeane Oliveira; ALMEIDA, Nízia Araújo Vieira. Fatores determinantes do estado nutricional

em idosos institucionalizados. 2008. Trabalho de conclusão de curso (Graduação Nutrição). Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE, Governador Valadares, MG.

A busca por instituições de longa permanência para idosos surge como uma

alternativa para as famílias de baixa renda ou para idosos que perderam seus

vínculos familiares. Porém, a mudança para a instituição impõe alterações na rotina

diária dos idosos, sobretudo na área da alimentação, que podem acarretar

modificações de hábitos alimentares e fragilizar a saúde destes indivíduos.

Considerando o rápido e intenso envelhecimento da população nos últimos anos e o

aumento da demanda por instituições de longa permanência, este trabalho teve

como objetivo reunir informações sobre os fatores determinantes do estado

nutricional de idosos institucionalizados, considerando o grande impacto dos hábitos

alimentares do idoso no seu estado de saúde. A metodologia utilizada foi a revisão

da literatura, sendo a pesquisa realizada pela análise de aproximadamente 53

artigos científicos, publicados no período de 2000 a 2008, tendo como referência as

palavras chaves idosos, estado nutricional, determinantes do estado nutricional,

determinantes do envelhecimento e idosos institucionalizados. A literatura mostra

que, à medida que a pessoa envelhece, sua qualidade de vida se vê determinada,

em grande parte, por sua capacidade para manter a autonomia e a independência. A

nutrição geriátrica adquire grande importância, visto que nesta fase, existem

implicações nutricionais que variam desde a má nutrição, alterações fisiológicas,

interações medicamentosas que associadas a fatores sociais, econômicos e

psicológicos podem contribuir para o declínio e comprometimento de várias funções

orgânicas e aumentar a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis. O

processo de envelhecimento requer cuidados diferenciados, considerando os

diversos fatores que influenciam a qualidade de vida do idoso e seu estado

nutricional.

Palavras-chave: idosos institucionalizados; envelhecimento e qualidade de vida;

estado nutricional; fatores determinantes

ABSTRACT

The search for long-stay institutions for the elderly emerged as an alternative for low-

income families or for elderly people who lost their family ties. However, the change

to the institution requires changes in daily routine of the elderly, especially in food,

which can cause changes in eating habits and weaken the health of these

individuals. Considering the rapidly aging population and intense in recent years and

increased demand for long-stay institutions, this study aimed to gather information on

the factors determining the nutritional status of institutionalized elderly, considering

the great impact of the eating habits of the elderly in their state of health. The

methodology used was a review of the literature, the research conducted by analysis

of about 53 scientific papers, published in the period 2000 to 2008, with reference to

the keywords elderly, nutritional status, determinants of nutritional status,

determinants of aging and elderly institutionalized. The literature shows that, as a

person ages, their quality of life can be seen determined, in large part on its ability to

maintain the autonomy and independence. The geriatric nutrition acquires great

importance, since at this stage, there are implications ranging from nutrition to poor

nutrition, physiological changes, drug interactions that factors associated with social,

economic and psychological can contribute to the decline and commitment of various

functions and to improve prevalence of chronic diseases later. The aging process

requires different care, considering the various factors that influence the quality of life

of the elderly and their nutritional status.

Keywords: institutionalized elderly, aging and quality of life, nutritional status;

determinants

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................10

2. JUSTIFICATIVA.................................................................................................12

3. METODOLOGIA.................................................................................................13

4. REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................14

4.1 Processo de envelhecimento............................................................................14

4.2 Instituição de longa permanência para idosos e seus cuidadores....................15

4.3 Idosos institucionalizados..................................................................................18

4.4 Aspectos emocionais.........................................................................................20

4.5 Alterações fisiológicas.......................................................................................21

4.6 Estado nutricional do idoso................................................................................22

4.7 Consumo Alimentar e Qualidade Higiênico-Sanitária........................................23

4.8 Doenças Crônicas Não Transmissíveis.............................................................25

4.9 Efeitos Secundários dos Medicamentos............................................................28

5. CONCLUSÕES....................................................................................................30

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................32

10

1 INTRODUÇÃO

A população brasileira vem envelhecendo de forma rápida e intensa desde o

início da década de 60, como parte do fenômeno da transição demográfica, quando

a queda das taxas de natalidade e mortalidade começaram a alterar sua estrutura

etária, estreitando progressivamente a base da pirâmide populacional. No Brasil

constata-se o aumento do número de idosos associado ao aumento da

morbimortalidade por doenças crônicas não transmissíveis (VIDIGAL, VASQUES,

RIBEIRO, 2006).

A nutrição geriátrica adquire grande importância, visto que nesta fase, existem

implicações nutricionais que variam desde a má nutrição, alterações fisiológicas,

interações medicamentosas que associadas a fatores sociais, econômicos e

psicológicos podem contribuir para o declínio e comprometimento de várias funções

orgânicas e aumentar a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis. Cerca

de 85% dos idosos apresentam pelo menos uma dessas doenças e 10% pelo menos

cinco (CARDOSO et al., 2006; VIDIGAL, VASQUES, RIBEIRO, 2006).

De acordo com o Estatuto do Idoso implantado pela Lei nº 10.741, de 10 de

Outubro de 2003 classifica-se idoso o indivíduo com idade igual ou superior a 60

anos. O Brasil destaca-se por apresentar uma das maiores taxas de crescimento da

população, com projeções para 2025 de cerca de 30 milhões de pessoas idosas

(LOPES, MENEZES, MARUCCI, 2007).

O envelhecimento dos brasileiros tem despertado o interesse das políticas de

saúde publica, tendo em vista a demanda social implicada nesse fenômeno, já

observado em países desenvolvidos. A nutrição e a alimentação na terceira idade

ainda são poucos explorados, não tendo recebido a devida atenção. Com o aumento

de pessoas acima de 60 anos de idade, aumenta a necessidade de estudos que

investiguem o perfil nutricional e o estado de saúde para que as proposta de

educação continuada tenham adesão e impacto na qualidade de vida desses

indivíduos (BUENO et al., 2008).

Os efeitos acumulados de eventos socioeconômicos, demográficos e de

saúde, refletem a situação familiar dos idosos e tem como principal conseqüência a

exclusão do idoso de seu convívio familiar. Normalmente, essa exclusão ocorre

através da institucionalização em asilos. Fora do âmbito familiar, as instituições

11

asilares constituem a modalidade mais antiga e universal de atendimento ao idoso

(HATTANDA et al., 2004; GUBERT, SCHIMITZ, TORAL, 2006;).

É importante considerar que as necessidades de saúde dos idosos requerem

uma atenção especifica que pode evitar altos custos para o sistema de saúde e,

sobretudo, proporcionar melhores condições de saúde a essas pessoas. Dessa

forma, o crescimento da população idosa no país deve merecer, cada vez mais, o

interesse dos órgãos públicos, das políticas sociais e da sociedade em geral,

levando-se em consideração, principalmente, as características demográficas,

econômicas, sociais e de saúde do país (FIGUEIREDO, GALANTE, SOUSA 2003).

Considerando o rápido e intenso envelhecimento da população nos últimos

anos e o aumento da demanda por instituições de longa permanência, este trabalho

teve como objetivo reunir informações sobre os fatores determinantes do estado

nutricional de idosos institucionalizados, considerando o grande impacto dos hábitos

alimentares do idoso no seu estado de saúde.

12

2 JUSTIFICATIVA

Os idosos constituem o segmento que mais cresce na população brasileira,

isso devido à expectativa de vida aumentada. Com o avançar da idade ocorre o

estabelecimento de doenças incapacitantes, levando à dependência de cuidados

externos, sejam eles provenientes da própria família ou de profissionais

especializados no atendimento geriátrico, o que aumenta a demanda por instituições

de abrigo ou asilos para atender às necessidades dessa população.

O efeito acumulado de eventos socioeconômicos e demográficos e também

de saúde, ocorridos em etapas anteriores do ciclo de vida, reflete a situação familiar

dos idosos. O tamanho da geração, a mortalidade diferencial, o celibato, a viuvez, as

separações, os recasamentos e as migrações vão conformando, ao longo do tempo,

tipos distintos de arranjos familiares ou domésticos, que, com o avanço da idade,

adquirem características específicas, podendo colocar o idoso, do ponto de vista

emocional e material, em situação de segurança ou vulnerabilidade.

Considerando estes aspectos do envelhecimento da população, crescimento

deste grupo etário, aumento das instituições de abrigo para terceira idade, o

presente estudo propõe verificar os fatores determinantes do estado nutricional dos

idosos institucionalizados.

13

3. METODOLOGIA

A presente revisão foi realizada a partir da busca de periódicos indexados em

base de dados científicos, sítios da área relacionada, publicados no período que

correspondem entre os anos de 2000 a 2008. O conjunto de estudos analisados teve

como fontes principais as bases de dados Lilacs, Scielo a partir das expressões

envelhecimento, instituições asilares, cuidadores de idosos, alterações fisiológicas,

comportamento emocional de idosos, consumo alimentar. Também foram revisados

periódicos disponíveis na biblioteca (UNIVALE), além de livros sobre o assunto.

As aplicações deste trabalho residem na utilização de um referencial teórico

que é baseado em uma revisão da literatura focada em teorias que buscam explicar

os fatores determinantes do estado nutricional de idosos institucionalizados. Tal

análise pode inspirar propostas de pesquisa que auxiliem a responder os mesmos

questionamentos em nosso meio.

Para analisar o conteúdo dos artigos relacionados, realizou-se uma

leitura horizontal dos mesmos, selecionando aqueles que abordavam mais

especificamente o tema escolhido.

14

4 REVISÃO DA LITERATURA

4.1 Processo de Envelhecimento

Nas ultimas décadas observou-se um nítido processo de envelhecimento

demográfico. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera o período de

1975 a 2025 a era do envelhecimento. Nos países em desenvolvimento, esse

envelhecimento populacional foi ainda mais significativo e rápido, destacando-se o

Brasil por apresentar uma das maiores taxas de crescimento da população, com

projeções para 2025 de cerca de 30 milhões de pessoas idosas (CARVALHO e

GARCIA, 2003).

Envelhecer pode ser definido como um processo de desgaste cumulativo,

irreversível, universal e não patológico que envolve diversos fatores psíquicos,

ambientais e biológicos e que podem acelerar ou retardar esse processo. A forma

como esse processo de desgaste ocorre e como é encarado, no caso do ser

humano, não é a mesma para todos os homens, nem igual em todos os contextos.

Depende de características individuais, de como os homens produzem e

reproduzem a sua vida material e espiritual, e se modifica de acordo com a cultura e

os valores de cada sociedade concreta (LEFÉVRE e MAZZA, 2004; FONSECA e

RIZZOTTO, 2008).

À medida que a pessoa envelhece, sua qualidade de vida se vê determinada,

em grande parte, por sua capacidade para manter a autonomia e a independência.

Tal constatação fez surgir o conceito de esperança de vida saudável, que significa

por quanto tempo podem as pessoas esperar viver sem incapacidades. Esse

conceito reveste se de maior importância em um país como o nosso, onde o

aumento da longevidade está alterando a sociedade de uma forma muito mais

profunda do que o simples crescimento do segmento idoso da população. População

essa que envelhece aceleradamente sem desfrutar, na sua maioria, das condições

que poderiam proporcionar um envelhecimento bem sucedido. Para que o

envelhecimento seja uma experiência positiva, deve vir acompanhado de

oportunidades contínuas de saúde, participação e seguridade (AVLUND.,et al,

2004).

Embora a grande maioria dos idosos seja portadora de, pelo menos, uma

doença crônica, nem todos ficam limitados por essas doenças, e muitos levam vida

15

perfeitamente normal, com as suas enfermidades controladas e expressa satisfação

na vida. Um idoso com uma ou mais doenças crônicas pode ser considerado um

idoso saudável, se comparado com um idoso com as mesmas doenças, porém sem

controle destas, com seqüelas decorrentes e incapacidades associadas. Assim, o

conceito clássico de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra-se

inadequado para descrever o universo de saúde dos idosos, já que a ausência de

doenças é privilégio de poucos, e o completo bem-estar pode ser atingido por

muitos, independentemente da presença ou não de doenças (RAMOS, 2003).

Na verdade, o que está em jogo na velhice é a autonomia, ou seja, a

capacidade de determinar e executar seus próprios desígnios. Qualquer pessoa que

chegue aos oitenta anos capaz de gerir sua própria vida e determinar quando, onde

e como se darão suas as atividades de lazer, convívio social e trabalho certamente

será considerada uma pessoa saudável. Pouco importa saber que essa mesma

pessoa é hipertensa, diabética, cardíaca e que toma remédio para depressão, que

infelizmente é uma combinação bastante freqüente nessa idade. O importante é que,

como resultante de um tratamento bem-sucedido, ela mantenha sua autonomia, seja

feliz, integrada socialmente e, para todos os efeitos, uma pessoa idosa saudável

(MOTTA e AGUIAR, 2007).

A velocidade do processo de envelhecimento traz uma série de questões

cruciais, tanto para os gestores e pesquisadores contemporâneos dos sistemas de

saúde quanto para a sociedade como um todo. Não bastassem os problemas

próprios do fenômeno epidemiológico, também é preciso levar em conta que as

mudanças se dão num contexto nacional de acentuada desigualdade social, de

pobreza e de fragilidade de instituições (VERAS, 2007).

No entanto, enquanto o processo natural é previsto na evolução dos seres

vivos percebe-se que a pessoa não fica incapacitada porque envelhece. Ou seja, a

pessoa não necessita da totalidade de sua reserva funcional para viver bem e com

qualidade.

4.2 Instituição de longa permanência para idosos e seus cuidadores

O número de indivíduos idosos vem aumentando na população brasileira,

fenômeno acompanhado por uma série de conseqüências sociais. Dentre os

16

desafios a serem vencidos frente às mudanças do perfil demográfico de uma

população está à provisão de cuidados de qualidade para idosos com diferentes

condições funcionais, econômicas e sociais. As Instituições de Longa Permanência

são "instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial,

destinada a domicilio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos,

com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade e dignidade e cidadania”.

Esse sistema surge da complexidade alcançada nas sociedades funcionalmente

diferenciadas, para desenvolver atividades que se restringem ao cumprimento e

satisfação de metas específicas e de muitas das necessidades humanas,

desempenhando uma função social (CREUTZBERG, GONCALVES e SOBOTTKA,

2008).

A maioria dessas instituições são filantrópicas, e são geralmente mantidas por

associações religiosas (espíritas, católicas, evangélicas), por associações de

imigrantes e seus dependentes ou outras organizações beneficentes. Sem infra-

estrutura adequada e sem profissionais qualificados para atender os residentes, são

instituições privadas, algumas clandestinas (MENDONÇA, 2006).

Assim, o idoso se vê compelido a reconstituir seus vínculos, a buscar formas

de viver seu cotidiano, sem contar mais com as redes de apoio familiar. O idoso

pode ser forçado a aprender conviver com aqueles totalmente desconhecidos, após

longa trajetória de vida convivendo com aqueles com quem mantinha laços de

amizade e consangüinidade, deixando para trás seu estilo de vida pessoal e de viver

seu cotidiano. É nesse contexto que o residente em Instituições de Longa

Permanência para Idosos reconstitui o seu cotidiano, no qual se faz funcionar "todos

os seus sentidos, todas as suas capacidades intelectuais, suas habilidades

manipulativas, seus sentimentos, paixões, idéias, ideologias” (DAVIM et al.,2004).

Residir em uma Instituição de Longa Permanência leva a um

restabelecimento da vida na sua integralidade, o que, para quem vivencia o

envelhecimento pode ser um evento por demais complexo. Culturalmente essas

instituições são rejeitadas socialmente pelo simbolismo que carrega, por outro lado,

está cada vez mais sendo a alternativa de quem ficou sem condições de tocar a vida

autonomamente (BESSA e SILVA, 2008).

O Brasil, a exemplo de outros países, tem valorizado a manutenção dos

idosos em seus domicílios, recebendo cuidados de sua família. Esta estratégia,

dentre outros objetivos, visa reduzir custos com assistência hospitalar e instituições

17

asilares. Por outro lado, demanda a disponibilidade de um parente para assistir a

necessidade do idoso dependente. Assim, a factibilidade desta proposta deve ser

vista de forma crítica, pois é necessário considerar a estrutura familiar, social e

cultural do idoso. Entretanto, apesar dessa valorização, percebe-se uma tendência

de aumento das taxas de institucionalização, aparecendo como causas desse

fenômeno mudanças na estrutura familiar (como redução do número de filhos) e

nível de dependência dos idosos (RIBEIRO et al., 2008).

A escassez de programas sociais e de saúde voltados tanto para a promoção

da independência como para a manutenção do idoso dependente no seu domicílio

levam, em muitos casos, à internação precoce em instituições de longa permanência

como casas de repouso e asilos, que deveriam ser utilizadas como última alternativa

por anciãos muito frágeis e dependentes que não pudessem ser mantidos em seus

lares. Estes estabelecimentos são a modalidade mais antiga de atenção ao idoso

fora da família, mas têm o inconveniente de levar esta população ao isolamento e à

inatividade física em decorrência do manejo técnico inadequado e dos custos altos

dos serviços de apoio (REIS e CEOLIM, 2007).

O Decreto nº 1.948, de 03 de julho de 1996, artigo 3°, existem formas distintas

de atendimento aos idosos: a modalidade asilar, atendimento, em regime de

internato, ao idoso sem vínculo familiar ou sem condições de prover a própria

subsistência, de modo a satisfazer as suas necessidades de moradia, alimentação,

saúde e convivência social, que rege a vida do mesmo por meio de normas

específicas, e o ampara civil e socialmente; e a modalidade não - asilar, que se

compõe de Centro de Convivência, Centro de Cuidados Diurno, Hospital-Dia, Casa-

Lar e Oficina Abrigada de Trabalho e destina-se a atender o idoso por determinado

período do dia (YAMAMOTO e DIOGO, 2002).

Segundo Resolução RDC 283 de 27 de setembro de 2005, regulamenta o

funcionamento de instituições que cuidam de idosos, criado pela ANVISA (Agencia

Nacional de Vigilância Sanitária) o objetivo é garantir à população idosa moradia

com qualidade, serviços e direitos assegurados na Lei 8.842/94 e também previstos

no Estatuto do Idoso. A nova legislação garante a prevenção e redução de riscos

sanitários à saúde, aos quais ficam expostos os idosos usuários de instituições de

longa permanência com caráter residencial e destinado à moradia coletiva – asilos –,

que comportem pessoas com idade igual ou superior a 60 anos

As normas para o funcionamento técnico desses estabelecimentos abrangem, em

18

suas condições gerais, a garantia dos direitos humanos (civis, políticos, econômicos,

sociais, culturais e individuais), a organização legal do lugar (alvará sanitário), os

recursos humanos que atendem aos idosos e a infra-estrutura física da casa

(BRASIL, 2005).

Na maioria das vezes, os asilos costumam surgir, espontaneamente, das

necessidades sociais da comunidade, ocorrendo, nesse caso, problemas na

qualidade de vida que os residentes lá encontram. Dessa forma, os principais

serviços existentes oferecidos a essa população dirigem-se à saúde, sendo comum,

em grande parte das capitais do país, instituições asilares privadas ou filantrópicas

direcionadas ao idoso, e, com raras exceções, aquelas mantidas pelo Estado

(MARIN e ANGERANI, 2002).

Segundo PIMENTEL (2001) a grande maioria das instituições não estão

preparadas para proporcionar aos seus residentes, serviços individualizados que

respeitem a personalidade, privacidade e modos de vida diversificados. Há uma

desvalorização das necessidades do idoso, por se acreditar que estas se limitam a

certas prioridades fisiológicas (alimentação, vestuário, moradia, cuidados de saúde e

higiene) remetendo ao esquecimento as de nível social, afetivo e sexual.

Os asilos, geralmente, são casas inapropriadas e inadequadas às

necessidades do idoso, as quais não lhes oferecem assistência social, cuidados

básicos de higiene e alimentação. Ademais, esses locais vêm também dificultar as

relações interpessoais no contexto comunitário, indispensáveis à manutenção do

idoso pela vida e pela construção de sua cidadania. Constitui, também, a

modalidade mais antiga e universal de atendimento ao idoso, fora do seu convívio

familiar, tendo como, inconveniente, favorecer seu isolamento, sua inatividade física

e mental, tendo, dessa forma, conseqüências negativas à sua qualidade de vida

(BORINI e CINTRA, 2002).

4.3 Idosos Institucionalizados

À medida que a idade avança, existe uma progressiva perda de recursos

físicos, mentais e sociais, a qual tende a despertar sentimentos de desamparo. O

envelhecimento parece deixar o indivíduo impotente, indefeso, fragilizado para tomar

suas próprias decisões, para enfrentar seus problemas, o cotidiano, não só diante

dos familiares, mas também da sociedade como um todo. Sendo assim, o idoso tem

19

sido visto como uma pessoa improdutiva, ultrapassada, e pouco se tem feito para

recuperar sua identidade e elevar sua auto-estima. Além disso, nem sempre é

amparado pelos familiares e, muitas vezes, são obrigados a morar em asilos ou

albergues, forçados a viverem isolados, na solidão, longe de parentes e amigos

(DANTAS et al.,2004; DAVIM et al.,2004; PLATI et al., 2006).

O efeito acumulado de eventos socioeconômicos e demográficos e também

de saúde, ocorridos em etapas anteriores do ciclo de vida, reflete a situação familiar

dos idosos. Morar sozinho, com parentes ou em asilos pode ser resultado de

desenlaces ou celibato, da não existência de descendentes, do falecimento dos

filhos, ou ainda da decisão de não viver com os filhos ou com qualquer outra pessoa,

caso tenha recursos para tanto. À medida que a população envelhece, aumenta a

demanda por instituições de longa permanência (CAMARGOS, MACHADO e

RODRIGUES, 2008).

Não existem dados oficiais atuais a respeito do número de instituições para

idosos nem quantos idosos vivem nelas no Brasil. Nos Estados Unidos (EUA), cerca

de 5% dos idosos residem em abrigos que oferecem serviços de saúde, lazer e

assistência social. Na Inglaterra, a freqüência de institucionalizações é minimizada

por meio do atendimento em hospitais-dia, com assistência multidisciplinar à saúde,

oferecida a essa população, principalmente na área da reabilitação, e elas prestam-

se, em grande parte, para "aliviar" o trabalho extra dos familiares de idosos

dependentes (XIMENES e CÔRTE, 2007).

As mudanças nos padrões demográficos, com a queda da mortalidade e da

fecundidade, e o processo de migração das populações mais jovens em direção aos

grandes centros, tendeu a enfraquecer o papel da família como provedora de

suporte aos idosos. Embora a composição das famílias seja de predomínio nuclear

(pai, mãe, filhos), observa-se uma forte tendência para o aumento das famílias

monoparentais com um número maior de mulheres como chefes. O número cada

vez maior de divórcios e de segundos e terceiros casamentos têm influenciado

também a mudança dessa estrutura nuclear e multigeracional alterando o perfil de

poder e de tomada de decisões dentro das famílias que passam atualmente por uma

construção de modelos alternativos de relações e papéis (LEFÉVRE e MAZZA,

2004).

A participação feminina no mercado de trabalho retira do domicílio a figura

tradicionalmente convocada para os cuidados dos pais ou sogros. Novos arranjos

20

familiares, mulheres sós, mães solteiras, casais sem filhos, filhos que emigraram

reduzem a perspectiva de envelhecimento em um ambiente familiar seguro. Fatores

de risco para a institucionalização como morar só, suporte social precário e baixa

renda (associada à viuvez, aposentadoria, menor oportunidade de empregos formais

e estáveis e aumento dos gastos com a própria saúde) são cada vez mais

freqüentes no Brasil. Com essa nova composição familiar, onde a mudança de

atribuição de papéis experimentada pela mulher, que tradicionalmente era provedora

de cuidados para seus familiares, o idoso em particular é o maior afetado, essa

redução da rede de apoio social pode ser considerada como um dos fatores que

culminam em sua condução ao processo de institucionalização.

4.4 Aspectos emocionais

No processo de institucionalização, o idoso asilado vê-se excluído de seu

contexto familiar perdendo, em muitos casos, o contato com seus parentes. Na nova

realidade que se apresenta, o mesmo passa a enfrentar e a buscar novas formas de

adaptação a todas as mudanças, pois, em geral já não conta com o apoio de sua

família e de seus amigos. Atualmente, a idade avançada é descrita como desprovida

de força, solitária e repleta de amargura. No passado, certas sociedades garantiam

ao idoso o poder, a honra e o respeito. Entretanto, na sociedade moderna,

consumista e imediatista, os idosos são encarados como um peso social, sempre

recebendo benefício e nada oferecendo em troca. Os valores da juventude

predominam como os de beleza, de energia e de ativismo (BARREIROS et al., 2006;

OLIVEIRA, GOMES e OLIVEIRA, 2006 ).

A depressão é a doença psiquiátrica mais comum entre os idosos,

freqüentemente sem diagnóstico e sem tratamento. Ela afeta sua qualidade de vida,

aumentando a carga econômica por seus custos diretos e indiretos e, pode levar a

tendências suicidas. Os pacientes deprimidos mostram-se insatisfeitos com o que

lhes é oferecido, havendo interrupção em seus estilos de vida, redução de seu nível

socioeconômico quando ficam impossibilitados de trabalhar. Além disso, há privação

interpessoal particularmente naqueles que se isolam em decorrência da depressão

e, naturalmente, naqueles que encurtam suas expectativas de vida, seja por suicídio

ou por doenças somáticas relacionadas à depressão. Estudos epidemiológicos

21

indicam taxas de prevalência que variam de 1 a 16% entre idosos vivendo na

comunidade (OLIVEIRA, GOMES e OLIVEIRA, 2006).

Segundo ROACH (2003) três em cada 100 pessoas que tem 65 anos ou mais

sofrem de depressão, sendo que nos idosos com mais de 80 anos esta prevalência

é maior.

Em pesquisa realizada por JESUS e LAMA (2003) sobre a concepção do

idoso em relação ao processo de envelhecimento, em um asilo 65% concordaram

que o envelhecimento é uma passagem natural, 25% afirmaram que é ruim estar

nessa idade e 10% definem como idade da invalidez, sendo que, foi possível

observar alto índice de depressão entre os entrevistados.

É fundamental, portanto, que os profissionais de saúde tenham familiaridade

com as características da depressão no idoso e estejam preparados para investigar

a presença de sintomas depressivos entre aqueles em contato com eles, pois esta

patologia está diretamente relacionada ao estado nutricional dos idosos, visto que, a

presença desta causa o isolamento e está diretamente associada à diminuição do

apetite e da ingestão de alimentos, uma vez que os idosos tendem a consumir maior

quantidade de alimentos numa refeição quando a fazem na companhia de amigos e

familiares do que quando a fazem sozinhos.

4.5 Alterações Fisiológicas

O processo de envelhecimento é caracterizado por alterações fisiológicas que

afetam o estado nutricional e a capacidade produtiva dos idosos repercutindo

também na sua condição sócio-econômica (ACUNÃ e CRUZ, 2004).

As alterações relacionadas à idade ocorrem praticamente em todas as partes

do corpo, trazendo diversas mudanças funcionais ao organismo do idoso. Dentre

essas alterações estão, menor eficiência do bombeamento do coração, podendo

haver diminuição do fluxo sangüíneo, redução da massa magra após os 70 anos,

aumento do tecido adiposo corpóreo dos 40 aos 60 anos de idade, redistribuição de

gordura com diminuição a nível periférico e aumento na região abdominal,

diminuição da acuidade no olfato e paladar, perda dos dentes com dificuldade na

mastigação, menor secreção de ácido clorídrico e bile dificultando a digestão e a

perda do tônus do trato gastrointestinal levando à constipação (SANTOS, 2005).

22

4.6 Estado Nutricional dos Idosos

O estado nutricional expressa o grau no qual as necessidades fisiológicas por

nutrientes estão sendo alcançadas, para manter a composição e funções adequadas

do organismo, resultando do equilíbrio entre ingestão e necessidade de nutrientes.

As alterações do estado nutricional contribuem para aumento da morbi-mortalidade.

Assim sendo, a desnutrição predispõe a uma série de complicações graves,

incluindo tendência à infecção, deficiência de cicatrização de feridas, falência

respiratória, insuficiência cardíaca, diminuição da síntese de proteínas a nível

hepático com produção de metabólitos anormais, diminuição da filtração glomerular

e da produção de suco gástrico (ACUNÃ e CRUZ, 2004).

Por outro lado, a obesidade leva aos distúrbios das condições de saúde do

organismo, sendo representados por distúrbios psicológicos, sociais, aumento do

risco de morte prematura e do risco de doenças de elevada morbimortalidade, como

diabetes mellitus, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e câncer. Além

disso, pode estar associada a outras doenças que podem interferir na qualidade de

vida do indivíduo obeso (AMADO e ARRUDA, 2004).

Nos últimos anos os estudos têm mostrado prevalências altas de idosos

desnutridos. Os valores oscilam de 15 a 60% dependendo do local, de onde o idoso

se encontra (hospitalizado, em casa ou asilos) e da técnica utilizada para

diagnóstico. A avaliação nutricional pode detectar precocemente a desnutrição em

pacientes idosos, o que atualmente representa uma crescente preocupação

nutricional. Caso não diagnosticada a mesma pode resultar deterioração da saúde

levando até mesmo à morte prematura (EMED, MAGNONI e KRONBAUER, 2006).

Em estudo realizado com 232 idosos com idade a partir de 60 anos,

residentes em instituições geriátricas do município de Florianópolis (SC), a

prevalência de estado nutricional inadequado atingiu 66,5% da população estudada,

com um número alarmante de idosos com baixo peso 45,5% (RAUEN, 2008).

A prevalência de obesidade nos idosos longevos residentes em Veranopolis-

RS, foi alta e similar à de países desenvolvidos. A associação entre obesidade,

fatores de risco e morbidades cardiovasculares foi sexo-dependente. Os resultados

obtidos tendem a ser similares a estudos previamente descritos na literatura

internacional. A prevalência de obesidade, pelos critérios de classificação da OMS,

23

foi de 23,3%, sendo igual a 55% nos homens e a 62 % nas mulheres (DA CRUZ,

2004).

Considerando que nos idosos são freqüentes os desvios nutricionais,

principalmente o baixo peso e o sobrepeso, torna-se fundamental a identificação dos

mesmos com maior risco para melhor acompanhamento de intervenção e controle

de complicações à saúde (SAMPAIO, 2004).

A avaliação antropométrica pode predizer o diagnóstico dos desvios

nutricionais, principalmente nas fases iniciais ou ainda quando há dúvidas na

interpretação de dados subjetivos. Para avaliação do estado nutricional de idosos,

utilizam-se parâmetros, como história clínica, dietética, exames laboratoriais e

medidas antropométricas para que se possa, efetivamente, chegar a um diagnóstico

com segurança (GARCIA, LIRA e ROMANI, 2007).

Desta forma a avaliação do estado nutricional do idoso é importante na

determinação do estado de saúde, uma vez que o mesmo está associado à maior

morbimortalidade (CARDOSO et al., 2006).

4.7 Consumo Alimentar e Qualidade Higiênico-Sanitário

O processo de envelhecimento coincide com uma redução progressiva dos

tecidos ativos do organismo, perda da sua capacidade funcional e modificação das

funções metabólicas. Nessas características biológicas e funcionais se agregam a

pobreza, o analfabetismo, a cultura, a solidão e uma série de enfermidades crônicas

não transmissíveis que se associam direta ou indiretamente com a quantidade e

qualidade de alimentos consumidos. Outro ponto que deve ser considerado é a

utilização crônica de medicamentos, exatamente pela natureza das patologias mais

freqüentes, que interferem na ingestão e absorção de alimentos, assim como na

utilização biológica dos nutrientes (COSTA-ROSA, 2003).

Os aspectos relativos à alimentação oferecida pelos asilos são essenciais,

considerando o grande impacto dos hábitos alimentares do idoso no seu estado de

saúde. A Portaria n° 810, do Ministério da Saúde, sancionada em 1989, estabelece

as normas para o funcionamento de instituições geriátricas e destaca a

responsabilidade da própria instituição no que diz respeito à produção de refeições

para os internos. Dessa forma, o planejamento adequado da alimentação,

considerando as características nutricionais e higiênico-sanitárias, são de

24

responsabilidade do setor de produção de refeições dos asilos (GUBERT,

SCHIMITZ, TORAL, 2006).

Em estudo realizado em instituições geriátricas no Distrito Federal foi

constatado que essas instituições ofereciam no mínimo quatro refeições diárias, em

comparação com a recomendação média de consumo da Pirâmide Alimentar, a

avaliação nutricional qualitativa dos cardápios registrados mostrou que os grupos de

alimentos com maior inadequação na oferta, em comparação com as

recomendações da Pirâmide Alimentar Brasileira, foram o das hortaliças, com oferta

média de apenas 53,0%, seguida das frutas 60,0%, enquanto a oferta de

leguminosas e de alimentos do grupo dos óleos e gorduras foi considerada

excessiva 120,0% da recomendação. A oferta dos grupos alimentares fontes de

proteína (leite e derivados, leguminosas, carnes e ovos) apresentou adequação igual

ou superior a 100,0%.

A baixa oferta do grupo dos açúcares e doces, bem como do grupo dos pães

e massas, pode contribuir para um consumo deficiente de energia e carboidratos na

dieta dos idosos. O consumo energético insuficiente nessa população,

freqüentemente observado na literatura, pode prejudicar o estado nutricional do

idoso e dificultar o alcance das recomendações de micronutrientes, favorecendo o

estabelecimento de carências nutricionais. Contudo, o consumo de açúcares e

doces não deve ser estimulado, pois seu uso excessivo na alimentação relaciona-se

à maior incidência de cárie dental e alteração dos níveis lipídicos e glicêmicos,

(GUBERT, SCHIMITZ, TORAL, 2006).

Dietas pobres nesses grupos alimentares entre a população idosa constituem

um risco de deficiência de micronutrientes, que correspondem às principais fontes

de vitaminas e minerais. A presença de problemas de saúde, interferindo na

alimentação do idoso, é referida como algo comum na instituição, indicando um fato

que merece ser valorizado pelas equipes de saúde e pelas pessoas responsáveis

pela alimentação (CERVATO, LEFERVE e SANTELLE, 2007).

De acordo com o Guia Alimentar da População Brasileira a promoção da alimentação

saudável é uma diretriz da Política Nacional de Alimentação e Nutrição e uma das prioridades para a segurança

alimentar e nutricional dos brasileiros. Estar livre da fome e ter uma alimentação saudável e adequada são direitos

humanos fundamentais dos povos. Com base nas evidências científicas e nos hábitos culturais e alimentares do

brasileiro, este Guia busca contribuir para a melhoria da qualidade de vida e a prevenção de doenças relacionadas à

alimentação e nutrição (BRASIL, 2006).

25

Quanto às condições sanitárias das instituições, a Resolução RDC N° 216, de

15 de setembro de 2004, definida pela ANVISA, dispõe sobre o Regulamento

Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação em todo o Brasil. O objetivo

é estabelecer procedimentos de boas práticas para serviços de alimentação, a fim

de garantir as condições higiênico-sanitárias do alimento preparado. Essa norma

aplica-se aos serviços de alimentação que realizam algumas das seguintes

atividades: manipulação, preparação, fracionamento, armazenamento, distribuição,

tais como: cantinas, cozinhas industriais e cozinhas institucionais (BRASIL, 2004).

Os setores de produção das instituições geriátricas pesquisadas no Distrito

Federal apresentaram condições ambientais, estruturais e higiênicas extremamente

deficientes. A maioria apresentou classificação insatisfatória para os fatores

avaliados, o que constitui um risco acentuado para ocorrência de doenças

veiculadas pelos alimentos. Essa situação é favorecida pela "fragilidade" do idoso,

correspondente a um estado de debilidade do sistema imunológico, resultando numa

susceptibilidade maior a doenças.

VIANA (2000) avaliou as unidades de alimentação e nutrição de 117

instituições geriátricas de São Paulo e verificou que a maioria atendia às

recomendações quanto à estrutura física, operacional e organizacional. Contudo,

foram identificados aspectos falhos, como o desconhecimento da legislação sanitária

e dos riscos envolvidos na produção de alimentos, bem como o baixo nível de

escolaridade e qualificação dos funcionários envolvidos e atuação pouco significativa

ou mesmo inexistente de nutricionistas nas unidades.

4.8 Doenças Crônicas Não Transmissíveis

Com o envelhecimento populacional, há um aumento da prevalência de

doenças crônicas e incapacitantes, ocasionando uma mudança de paradigma na

saúde pública.

Constata-se que juntamente com o aumento do número de idosos houve o

aumento da morbimortalidade por doenças crônicas não transmissíveis. Os idosos

constituem a população mais acometida pelas doenças crônicas. A incidência de

doenças como hipertensão arterial, obesidade, diabetes, câncer, osteoporose e

patologias cardiovasculares aumentam com a idade. Esse aumento está relacionado

com a interação entre fatores genéticos predisponentes, alterações fisiológicas do

26

envelhecimento e fatores de risco modificáveis como tabagismo, ingestão alcoólica

excessiva, sedentarismo, consumo excessivo de sódio, lipídios saturados, colesterol

e carboidratos simples (VIDIGAL, VASQUES e RIBEIRO, 2006).

As doenças diagnosticadas num indivíduo idoso geralmente não admitem

cura e, se não forem devidamente tratadas e acompanhadas ao longo dos anos,

tendem a apresentar complicações e seqüelas que comprometem a independência e

a autonomia do paciente. A saúde não é mais medida pela presença ou não de

doenças, e sim pelo grau de preservação da capacidade funcional (COSTA-ROSA et

al., 2003).

As Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNTs) exercem papel muito

importante no perfil atual de saúde das populações humanas. Estimativas da OMS

apontam que as DCNTs já são responsáveis por 58,5% de todas as mortes

ocorridas no mundo e por 45,9% da carga global de doença. No Brasil, as DCNTs

respondem por 62,8% do total das mortes por causa conhecida (VIDIGAL,

VASQUES e RIBEIRO, 2006).

A hipertensão arterial e o diabetes mellitus estão associados à morbidade e à

mortalidade nos idosos e são responsáveis por complicações cardiovasculares,

encefálicas, coronarianas, renais e vasculares periféricas (TOSCANO 2004).

A hipertensão é definida como a pressão arterial maior que 140mmHg para

pressão sistólica e maior que 90mmHg para pressão diastólica. A hipertensão

arterial é uma doença multifatorial, caracterizada por níveis tensionais elevados,

associados a alterações metabólicas, hormonais e a fenômenos tróficos (hipertrofias

cardíaca e vascular). Em idosos, é considerada uma das causas mais importantes

de morbimortalidade prematura, pela alta prevalência e por constituir fator de risco

relevante para desenvolver doenças cardiovasculares. Com o avanço dos anos, o

sistema cardiovascular passa por uma série de alterações, tais como arteriosclerose,

diminuição da distensibilidade da aorta e das grandes artérias, comprometimento da

condução cardíaca e redução na função barorreceptora (AMADO e ARRUDA, 2003).

O diabetes mellitus (DM) é uma disfunção metabólica de múltipla etiologia

caracterizada por hiperglicemia crônica resultante da deficiência na secreção de

insulina, ação da insulina ou de ambos. É uma doença inicialmente assintomática e

de elevada prevalência, tendo grande impacto na morbimortalidade em idosos

(OLIVEIRA et al., 2007).

27

Com o aumento da expectativa de vida da população, verifica-se maior

prevalência do diabetes mellitus entre os idosos. Estudos realizados no Brasil

evidenciaram que entre os sujeitos de 30 a 39 anos de idade a prevalência da

referida doença é de 1,7%, aumentando nas outras faixas até atingir 17,3% entre

aqueles com 60 a 69 anos de idade (TAVARES et al., 2007).

A obesidade é considerada um importante problema de saúde pública em

países desenvolvidos e uma epidemia global pela Organização Mundial de Saúde

(OMS), essa doença é caracterizada pelo excesso de tecido adiposo no organismo,

sendo considerada uma doença crônica e inter-relacionada direta ou indiretamente

com outras doenças crônico não transmissíveis. A obesidade leva a distúrbios das

condições de saúde do organismo. Essas alterações podem ser representadas por

distúrbios psicológicos, sociais, aumento do risco de morte prematura e o aumento

de risco de doenças de grande morbimortalidade como diabetes mellitus,

hipertensão arterial, dislipidemias, doenças cardiovasculares e câncer (CABRERA e

FILHO, 2001; ABRANTES, LAMOUNIER e COLOSINO, 2003).

A osteoporose é um problema de saúde pública mundial cuja importância e

impacto vêm crescendo nas últimas décadas. A osteoporose é uma doença

caracterizada por diminuição da massa óssea e deterioração na microarquitetura do

tecido ósseo, levando à fragilidade mecânica e, conseqüentemente, a predisposição

fraturas com trauma mínimo. As fraturas osteoporóticas mais importantes são as de

vértebras, colo do fêmur e radio distal, estas estão associadas a elevadas taxas de

co-morbidades (SZEJNFELD et al., 2007; BANDEIRA e CARVALHO, 2007).

Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer) o câncer é caracterizado

por um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento

desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo

espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. Dividindo-se rapidamente,

estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a

formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. O

câncer é uma doença com altas taxas de prevalência e de mortalidade entre os

idosos (FLORINI e SCHRAMN, 2006).

A insuficiência renal é uma doença muito comum em idosos e é caracterizada

pela incapacidade dos rins de remover os produtos de degradação metabólica do

corpo ou de realizar as funções reguladoras. As substâncias normalmente

eliminadas na urina acumulam-se nos líquidos corporais em conseqüência da

28

excreção renal comprometida, e levam a uma ruptura nas funções endócrinas e

metabólicas, bem como a distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos. A insuficiência

renal é uma doença sistêmica e consiste na via final comum de muitas diferentes

doenças do rim e do trato urinário (RIBEIRO et al., 2008).

A incidência de doenças crônicas é elevada nos indivíduos idosos e o risco de

desenvolvê-las ou de torná-las mais graves, levando a incapacidades, deve ser

identificado precocemente. Isso é possível a partir da avaliação adequada do estado

nutricional, a qual deve considerar as especificidades de cada indivíduo idoso, uma

vez que este é parte de um grupo bastante heterogêneo.

Um padrão alimentar mais balanceado e saudável deve ser incentivado.

Evidencias epidemiológicas de que a melhoria da alimentação apresenta um grande

potencial para prevenir as doenças crônicas não transmissíveis.

4.9 Efeitos Secundários dos Medicamentos

A terceira idade, em geral, apresenta multiplicidade de doenças, e, portanto,

consome maior número de medicamentos. O uso de diferentes medicamentos, nesta

época da vida, tem deixado de ser esporádico para converter em habitual. O

consumo simultâneo de vários medicamentos pelos idosos aumenta a incidência de

efeitos colaterais e interações medicamentosas e o seu uso inadequado,

freqüentemente, provoca complicações graves. Nesse sentido, a utilização, a longo

prazo de drogas terapêuticas que interferem na digestão, na absorção e no

metabolismo de nutrientes podem, também, ocasionar desnutrição nos idosos, além

de desenvolver anorexia (NÓBREGA e KARNIKOWSKI, 2005).

O uso de medicamentos causa diversos efeitos colaterais nos idosos, em

decorrência da queda de suas funções vitais, da múltipla e simultânea medicação e

de seu estado nutricional, muitas vezes deficiente nesta fase da vida. Os efeitos

metabólicos e digestivos adversos, que alguns medicamentos de uso habitual em

geriatria produzem,devem ser considerados na análise da ingestão de alimentos.

Muitos medicamentos têm como efeitos adversos ao organismo do idoso

relaxamento e diminuição da absorção intestinal, desidratação e desequilíbrio

eletrolítico, maus absorção de carboidratos, vitamina B12, ferro, cálcio e predispõem

ao surgimento de gastrite, osteoporose e hiperglicemia (MOLINA et al., 2003).

29

O uso de múltiplos medicamentos nesta população acaba por interferir no

apetite, no consumo de alimentos e na absorção dos nutrientes, podendo aumentar

o risco de desnutrição nos idosos, especialmente entre os institucionalizados

5 CONCLUSÕES

30

O envelhecimento populacional brasileiro é uma realidade que se apresenta

concreta e crescente, fazendo com que a adoção de políticas e medidas específicas

da assistência social e de saúde se façam urgentes, com vistas a propiciar a

manutenção da família enquanto unidade essencial provedora de cuidados ao idoso

seja ele autônomo e independente ou dependente.

Os idosos que vivem em asilos, casas geriátricas e clínicas apresentam

características importantes como aumento de sedentarismo, perda de autonomia,

ausência de familiares, que entre outros, contribuem para o aumento das

prevalências das morbidades.

O estado nutricional é um determinante importante do estado de saúde do

idoso e que implica na qualidade de vida destes, no entanto, aumenta a necessidade

de estudos que investiguem o perfil nutricional, desequilíbrio entre os grupos

alimentares, isolamento social, doenças crônicas não transmissíveis, capacidade

funcional, uso de medicamentos e o estado de saúde, pois são fatores

determinantes do estado nutricional dos idosos. Quanto ao consumo alimentar e as

condições higiênico-sanitárias os estudos verificados, observou-se inadequações no

consumo alimentar, com variações significantes nas quantidades das porções dos

grupos alimentares oferecidas pelas instituições quando comparadas às

recomendações adequadas pela pirâmide Alimentar Brasileira, além de terem

apresentado condições ambientais, estruturais e higiênicas extremamente

deficientes nos setores de produção de alimentos. A maioria apresentou

classificação insatisfatória para os fatores avaliados, o que constitui um risco

acentuado para ocorrência de doenças veiculadas pelos alimentos, comprometendo

assim o estado de saúde do idoso.

O processo de envelhecimento requer cuidados diferenciados, considerando

os diversos fatores que influenciam a qualidade de vida do idoso e seu estado

nutricional.

Desta forma, a presença de um profissional nutricionista, atuando em asilos é

de extrema importância, tendo em vista que este é capacitado para o cálculo da

adequação nutricional das preparações que serão oferecidas aos idosos,

considerando as alterações fisiológicas e as disfunções degenerativas

características desse estágio de vida. Além disso, o nutricionista é encarregado da

elaboração de cardápios e da coordenação do setor de produção de refeições, de

31

forma a garantir a manutenção da saúde, a prevenção de doenças ou a recuperação

destas por meio de uma alimentação saudável.

32

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