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Falar de Jornal Pesca Nº3 Fevereiro 2016 Feeder Surf Casting Pesca embarcada Montagem Anti-Tangle Pesca de inverno com Messias Oliveira As canas para jigging Pesca à boia Canas de 7 metros?

Falar de pesca 3

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Publicação sobre técnicas de pesca

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Falar de

Jorn

al

PescaNº3

Fevereiro 2016

Feeder

Surf Casting

Pesca embarcada

Montagem Anti-Tangle

Pesca de inverno com Messias Oliveira

As canas para jigging

Pesca à boia

Canas de 7 metros?

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Feeder

O Anti-Tangle, montado a seguir ao feeder, é um acessório que não

prescindo nas minhas montagens, para minimizar o efeito dos enleios. O facto de ser muito simples de preparar, torna a sua utilização muito frequente.

Na pesca com feeder é importante assegurar que o anzol esteja tão próximo quanto possível do engodador e, obviamente, da nossa engodagem. Para que isso aconteça é importante que o empate não se embrulhe na linha do carreto ou no próprio feeder.Para isso existem no mercado alguns acessórios com esta função, a de criar uma zona de alguma rigidez, evitando que isso ocorra. São os denominados anti- tangles e cumprem perfeitamente essa função. No entanto, e perante

a dificuldade que alguns poderão ter em arranjar tais acessórios, nada melhor do que sermos nós próprios a prepará-los.

Material necessário

Para o efeito vamos precisar apenas de um pedaço de fio Power Gum, um produto siliconado com alguma elasticidade que tem como principal objetivo absorver os choques em ação de pesca como

se fosse uma espécie de “air bag”, dois destorcedores rolling e dois pedaços de tubo de silicone. A preferência recairá sobre o Power Gum da Trabucco com uma espessura de 1.0mm, pois, assim garantiremos alguma rigidez da trencina que com ele faremos.

Anti-Tangle passo a passo

1 – Em primeiro lugar começamos por enfiar o Power Gum no destorcedor, assegurando que este fique a meio do seu comprimento para ambos os lados do destorcedor. A partir daí começaremos a enrolar, a fazer a trencina propriamente dita, tal como se vê na imagem (fig.1).

Faça você mesmo - Montagem Anti-Tangle

Anti-tangle em Power Gum

Fig.1

Carlos Trigo fala sobre uma das suas montagens preferidas.

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2 – A extensão da trencina variará de acordo com as necessidades de cada um e da montagem utilizada, mas o mais habitual é fazer algo que ronde os 10/15 centímetros de comprimento.

3 – Por fim, colocar na outra extremidade o outro destorcedor, rematando o trabalho com um nó de oito ou outro da nossa confiança, sendo importante que ambas as pontas passem pelo olhal do destorcedor.

4 – Para terminar e como acabamento, colocamos os pedaços de silicone a proteger a zona de união do Power Gum e o destorcedor. E pronto está feito o nosso anti-tangle.

Este acessório para além da utilidade que tem em prevenir que o empate se embrulhe com o feeder ou com a linha do carreto como atrás já foi descrito, tem também a vantagem de, em pescas cujos peixes se desferrem com alguma facilidade, atenuar bastante esta situação, pois tem um efeito amortecedor.

Power Gum torcido

Destorcedores Rolling

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Surf CastingPesca de invernoAs dicas de Messias Oliveira

Pescar no inverno é sinónimo de chuva, vento, frio e mar forte mas também de bons

peixes. Depois dos mares mais calmos e das temperaturas agradáveis do verão e inicio do outono, com a chegada do inverno começam os dias de mar revolto, chuva e ventos fortes, condições típicas de inverno e com elas surgem boas oportunidades de fazermos pescarias memoráveis e a possibilidade de capturar aquele exemplar que à tanto tempo desejamos.No inverno os peixes maiores aproximam-se mais dos nossos areais pelo que é uma época propícia à captura de bons exemplares em especial de sargos, robalos e bailas, estas últimas mais presentes na costa Alentejana e Algarvia. Após vários dias de mar revolto e ventos fortes em que é impossível pescar, quando finalmente há uma trégua nas condições de mar e tempo, surge o melhor momento para a realização de uma boa pescaria. O mar remexeu o fundo e colocou muita comedoria ao alcance dos peixes e estes não vão desperdiçar a oportunidade de se alimentar, pelo que devemos aproveitar o momento.

Nesta época devemos usar canas fortes com capacidade de pescar pesado pois é frequente ser necessário pescar com chumbadas da ordem das 150 a 180g devido a ondulação, vento ou correntes laterais fortes. Nesta época gosto bastante de pescar com Barros Surf Team Energy, Barros Surf Team R16 e a Barros Surf Team K2W, são canas fortes e robustas e não me deixam ficar mal quando é necessário pescar com chumbadas mais pesadas ou alcançar distâncias maiores.

Os carretos devem ser robustos e com bobines largas e altas de forma a facilitar o lançamento, devendo estar bobinados com linhas entre o 0,20 e o 0,28. Um bom exemplo é o novo Barros Quest, um carreto bastante forte e robusto tal como necessitamos. Nos estralhos linhas entre o 0,25 e o 0,33 preferencialmente flurocarbono, sendo o meu eleito o Trabucco XPS Salt Water, para mim o melhor fluor do mercado, praticamente sem memória ou elasticidade e bastante resistente à

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abrasão. Os anzóis estão relacionados com o tipo de iscos utilizados e o tamanho das iscadas, devendo ser fortes e afiados mas sem serem muito grossos uma vez que nem sempre é fácil detetar os toques, pelo que na maioria das vezes os peixes já se encontram ferrados quando damos conta do toque. Os modelos que mais utilizo são o Barros Titanus Iska do nº4 ao nº1 e os Trabucco Shinken Pint nº 4 e nº2. As montagens que mais utilizo nesta época são de dois anzóis pela sua polivalência e maior simplicidade, sendo que o tamanho das mesmas varia entre 1,2 e 2m sendo tanto mais curta quanto maior a distância a que pretendo pescar. Os meus iscos preferidos nesta época do ano são: casulo, teagem, minhoca branca, ameijoa, navalha, caranguejo de 2 cascos e grilo/fole com iscadas generosas, exceção feita para quando pretendo pescar mais longe em que reduzo o tamanho das iscadas de forma a conseguir alcançar mais alguns metros.

O exemplo de um pesqueiro em que gosto de pescar encontra-se representado na figura em cima. Procuro escolher um pesqueiro em que tenha uma coroa de areia a uma distância tal que nos permita alcançar ou mesmo ultrapassar. Devemos explorar toda a área

do pesqueiro, seja em cima da coroa (2 na fig), na queda da mesma para o fundo pelo lado de dentro (1 na fig.) assim como do lado de fora (3 na fig) quando conseguimos lançar para além da mesma. Convém não esquecer de levar roupa quente e leve para nos sentirmos confortáveis durante as nossas jornadas pois é natural encontrarmos ventos frios e temperaturas baixas, no caso de estar prevista chuva não podemos esquecer o impermeável. O Calçado também devera ser quente e confortável sendo que o meu conselho vai para a utilização de um vadeador de preferência transpirável para nos manter secos e quentes mesmo que seja necessário entrar dentro de agua

para finalizar uma captura de maior porte. Não há situação mais desagradável que nos molharmos durante uma jornada de surf casting em particular nesta época.

Desfrutem e bons lançamentos

Iscada de casulo atado com elásticoIdeal para pescar a maior distância ou na presença de peixespequenos a “roubar o isco”.

Iscada de casulo

Iscada de ameijoa

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Pesca embarcadaAs canas para jiggingSaiba tudo sobreo que ter em contana escolha da sua canapara pesca à zagaiaem zonas profundas.

Se tivermos em conta que o jigging abraça muitas ver-tentes que vão desde a pesca

muito ligeira com pequenos jigs ou amostras em vinil montadas em cabeçotes de chumbo, até à pesca extrema de grandes exem-plares com jigs que podem atingir as 500g, fica claro que a escolha da cana deve ser alvo de alguma atenção. Nesta edição do Falar de Pesca vamos abordar tudo o que deve equacionar na escolha da cana para pesca de jigging vertical a grande profundidade (50 a 100m), sabendo que a estas profundi-dades, na maioria das situações,

usaremos jigs entre as 100g e as 350g e as capturas podem variar entre pargos de 3kg até grandes pelágicos que podem atingir 80kg ou mais.

A ação da cana:Independentemente da robustez da vara, dismistificando um pouco a ideia que peixes grandes e jigs pesados exigem canas duras, a cana deve ter ação de ponta, ou seja, o último terço da vara deve ser mole, aumentando progres-sivamente a rigidez em direção ao cabo. Este comportamento é muito importante porque, por um lado, a animação da zagaia

é amortecida, proporcionando movimentos mais naturais e, por outro lado, pelo facto de desem-penhar um papel determinante na economia de esforço do pescador a animar o jig. Ainda relacionado com a ação de ponta, importa tam-bém acabar com mais um mito, o das canas finas. A vara muito fina na base só serve para agradar ao pescador quando está exposta na loja de pesca. No terreno, quanto mais cónica for a vara, melhor será a ação de ponta pretendida.

Teste de curva:Este é uma das caracteristicas mais importantes, pois, está dire-tamente relacionado com o tama-nho dos peixes que pretendemos capturar e de quão combativos eles são. O teste de curva pode ser anunciado em kg ou em lbs e também pode ser referido como “MAX DRAG”, ou seja, a tração máxima com que devemos afinar a embraiagem do carreto para que ela deixe sair linha antes do limite de resistência da cana ser alcança-do. Nas topos de gama, a BAR-ROS costuma também anunciar a capacidade de levantamento de peso cuja relação com o teste de

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curva é óbvia.

Cabo e punho:Esta zona das canas de jigging, contráriamente ao que possa pare-cer, é tão importante como a ação, principalmente quando em com-bate com o peixe. A zona do cabo onde está aplicado o porta carretos deve ser o mais rija possível para que o mesmo não se descole e/ou se danifique, ao mesmo tempo que se consegue uma reserva adicional de potência durante o combate com os grandes predadores. Ob-viamente que esta característica, à semelhança da qualidade dos componentes que falaremos mais à frente, está diretamente relacio-nada com o preço da cana. Para conseguir a rigidez e robustez adequada, os fabricantes aplicam várias camadas de carbono de alto módulo cujo custo se vai refletir bastante no preço final do produto.

A zona do cabo, onde estáaplicado o porta carretos, deve ser muito rija.

A distância do porta carretos à base da cana deve ser superior a 35cm de modo a que, quando estamos a executar os movimen-tos, o gimbal não cause danos corporais.

A distância do porta carretos à base da cana deve ser superior a 35cm para não causar danos no braço e axila.

Gimbal em aluminio

A base do cabo deve ter um gimbal, para encaixe no cinto de combate. O gimbal pode ser em aluminio ou em borracha, de acor-do com a ação da cana. No caso dos topos de gama da BARROS, os modelos Scorpion Amber Jack, Scorpion Monster e Scorpion Dog Tooth que são canas para pesca extrema, vêm equipadas com gimbal em aluminio e no caso do modelo Scorpion Vertical Pro, mais adequadas para pesca de pargos, anchovas, lírios e xaréus, vem equipada com gimbal em borracha.

O punho que nos modelos Scor-pion da BARROS está posiciona-do na primeira secção, deve ser quanto mais longo e ergonómico quanto maior forem as espécies a capturar, para maior conforto e dominio do peixe durante o combate.

Componentes:Com tanta exigencia, a qualida-de dos componentes também é determinante. Porta carretos da marca Fuji, do tipo DPS é indis-pensável e passadores, também da Fuji, cuja cerâmica pode ser Alconite, sendo que para as pescas extremas, deve ser SIC, por ser um material muito mais resistente à abrasão provocada pelo con-tacto da linha multifilamento nos passadores. Para as pescas mais exigentes em termos de esforço (pesca de grandes pelágicos), é importante que os passadores sejam montados nas varas com um sistema de duplo enrolamento de fio, ou seja, há uma primeira camada de enrolamento que serve para proteger a vara do contacto da pata metálica do passador e, só depois, é aplicado o passador com um segundo enrolamento.Gimbal em borracha

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Pesca à boiaCanas de 7 metros?Sérgio Tente opinasobre as possíveisvantagens destascanas longas.

Algumas das questões recorrentes no que toca à escolha de uma cana

para pescar à bóia são muitas vezes “que tamanho deve ter a cana ideal”, “qual o tamanho mais indicado”, “não será 7 metros uma cana muito grande” e muitas outras possíveis questões sendo estas por vezes algo complexas de responder e dariam muitas páginas de argumentação.

Num mercado onde a escolha é bastante diversificada encontramos variadíssimos modelos que na sua maioria englobam os tamanhos 5, 6 e 7 metros (podendo ter outros) ou pelo menos 2 destes tamanhos

atrás referidos mas neste artigo vamos centrar-nos apenas nas canas de 7 metros.

Este artigo serve para tentar de uma forma bastante genérica ajudar aqueles que não só se iniciam na pesca à boia e querem comprar uma vara deste tamanho mas também para os praticantes que desejam ter no seu leque de canas à disposição vários tamanhos para os diferentes cenários que vão abordar/encontrar.

Como para qualquer outra cana de bóia devemos analisar bem qual o objetivo para o qual compramos a nossa cana de 7 metros. Se

pretendemos fazer pesca de altura (tipo falésia), pesqueiros de meia altura ou pesqueiros perto ou ao nível da água temos que ter em atenção principalmente características como o peso da cana, a ação e o seu “lift” (peso que levanta).Por exemplo quando escolhemos uma cana de 7 metros para pescar em falésia a escolha recai numa vara mais robusta preferencialmente de ação progressiva tipo ação de ponteira ou semi-parabólica para que no momento de içar um peixe a vara responda eficazmente e a sua curva de esforço seja menor principalmente quando temos falésia irregulares e exemplares

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de bom tamanho para içar. A vara de 7 metros nesta e nas outras abordagens que irei referir adiante “mata” muito mais depressa o peixe grande nos “combates” mais épicos e o seu tamanho facilita muitas vezes o momento de tirar o peixe da água não deixando o peixe encostar tanto como uma vara de 4, 5 ou 6 metros. Aqui a grande possível desvantagem será num dia de vento moderado/forte ser uma vara que castiga mais o pescador mas quase sempre compensa o esforço adicional. Varas como a Barros Força 4 F1 Evolution e Cabo Mondego EVO II são excelentes canas para estas pescas de altura mas adaptam-se muito bem a qualquer cenário/”terreno”. Pela sua robustez tem um peso que sendo maior (720g e 685g respetivamente) dão uma segurança muito maior nas pescas altas, de meia altura e claro também ao nível da água. A ação destas varas permite pescar com bóias pesadas, piões de grande gramagem já que a ação vai até 100g e tem um “lift” elevado o que permite “apertar” mais com um peixe grande e içá-lo com mais confiança.

A nova e extraordinária vara Barros Titanus F1 pela sua versatilidade encaixa-se em todos os tipos de abordagem apesar de a sua ação ser até 70g é muito resistente e extraordinária a lançar

boias e piões médios, muito rápida e certinha já para não falar no facto de ter apenas 500g o que numa vara de 7 metros com a resistência e a qualidade desta cana não é comum acontecer. Por falar em lançamento uma das grandes vantagens das varas de 7 metros é o lançamento já que conseguimos lançamentos consideravelmente mais longos aumentando bastante a nossa zona de ação. Nas pescas de meia altura encaixam perfeitamente as varas que referi no ponto anterior. Pesqueiros como: molhes, pontões, pesqueiros de muitos obstáculos, arribas de altura média, etc., as canas de 7 metros são quase imprescindíveis para ultrapassar dificuldades como pedras dos molhes, os pés de galo, pesqueiros em que existe muita rocha entre o pescador e a água (este ultimo ponto encaixando-se também perfeitamente na pesca ao nível da água). Nas pescas ao nível da água a escolha prende-se com a preferência do pescador podendo aqui optar por canas mais leves como por exemplo a Barros Pilado Extra Perform III que pesa 465g e com uma acção até 70 g permite alguma margem na utilização de bóias

leves ou pequenos piões sendo ideal para pescas mais suaves e ligeiras. A Barros Titanus F1 será neste “terreno” a arma perfeita encaixando-se muito na pesca de ritmo e para os pescadores mais exigentes. Ao nível da água as canas de 7 metros permitem que o mar/ondulação “não agarre” tão facilmente no fio não arrastando a boia e permitindo mantê-la no local desejado mais tempo o que obviamente pode resultar em muito mais capturas.Em qualquer dos casos deverá o pescador analisar bem os pesqueiros em que pretende utilizar regularmente estas canas já que existem zonas em que a maleabilidade e o tamanho não permitem varas deste tamanho.Para um amante da pesca à boia será (na minha opinião claro) imprescindível uma vara deste tamanho para ter no seu rol de escolhas um “arsenal” completo.