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FACULDADE CAPIVARI – FUCAP
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
EVIDENCIAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA:
ESTUDO DE CASO REALIZADO NA EMPRESA MAMPITUBA PANIFÍCIOS
EIRELI.
Autor: Gamaliel Frank De Oliveira Bello
Orientador: Profº Aladim Rocha de Jesus, Esp.
RESUMO
Necessariamente as empresas precisão elaborar seus custos de forma a ser eficaz, pois
um dos grandes pilares do sucesso de uma organização está na obtenção de um custo
compatível e mesurado com a realidade a qual está inserida, deste modo é notória a
importância da veridicidade do custo para que os gestores adotem os melhores preços, a
fim de serem amplamente competitivo no mercado. Nesse sentido o presente artigo
identifica os custos diretos e indiretos e estabelecer o preço de venda da empresa
Mampituba Panifícios EIRELI. Sendo que está pesquisa tem como objetivos a
identificação de como a empresa formula seu preço de venda, em seguida levanta todos
os gastos e apura os custos com seus rateios, para calcular o preço de venda do produto
da organização. A metodologia utilizada no artigo científico é de natureza exploratória
baseada em autores que abordam o assunto e prática por investigar um objeto com
profundidade, sendo um estudo de caso classificado como qualitativo resultando em
conhecimento aplicado. Por se tratar de um estudo teórico e prático observou-se como
resultado a extrema necessidade da empresa em ter um método de custo e formação do
preço de venda bem alinhado, a fim de alcançar os resultados esperados pelo
empresário.
Palavras-chaves: Contabilidade de Custo. Empresa Mampituba Panifícios EIRELI.
Preço de Venda.
1 INTRODUÇÃO
A formação do preço de venda no passado era considerado como fator
secundário na organização, não se dava muita importância enquanto a isso, porém com
o passar dos anos começou-se a destacar a necessidade do conhecimento mais
aprofundado do assunto, pois se tornou uma ferramenta essencial na tomada de decisões
gerencias. Em virtude disso se viu a obrigação de se elaborar um preço de venda dentro
dos padrões necessários, para que se alcançasse um preço de venda que venha atender
todos os agentes que fazem parte da organização (PEREIRA, 2000).
O avanço da competitividade no mercado, as mudanças que surgem
constantemente, e outros fatores intrínsecos ao ambiente organizacional, tem trazido
para todas as organizações uma grande necessidade de avaliação quando se fala de
custos. Diante disso, um dos grandes desafios que as empresas brasileiras enfrentam,
principalmente as médias e pequenas, está associado à gestão do custo de modo a
transparecer a realidade, relegando aspectos imprescindíveis para uma boa gestão, sendo
que é preciso que os empresários consigam diminuir seus custos aumentando seu lucro.
Nesse sentido foi realizado um estudo de caso na organização Mampituba
Panificios, empresa essa do ramo alimentício, onde foi realizado um estágio para
levantar os dados necessários para a elaboração do plano de custo, de forma a vir
atender a organização na formação de um preço de venda correspondente a realidade, já
que a mesma não possui uma gestão aprofundada de seus gastos.
Com base no exposto elaborou-se a pergunta de pesquisa que norteia este
estudo: Quais os custos para a realização do preço de venda na empresa Mampituba
Panifícios EIRELI?
Diante desse contesto, levando em consideração todas as transações que
ocorreram em um mês na empresa objeto de estudo, a vir interferir nos seus produtos,
está pesquisa teve como objetivo geral, identificar os custos para a realização do preço
de venda na empresa Mampituba Panifícios EIRELI.
Para alcançar o objetivo geral, foi proposta a realização de quatro objetivos
específicos de modo que venha sanar a necessidade demonstrada no estudo que são:
Identificar a formação do preço de venda adotado pela empresa; Levantar os gastos na
compra de matéria-prima e mão-de-obra; Apurar os custos diretos e indiretos do produto
da organização; Calcular o preço de venda pelo Mark-up utilizando o método de custeio
por absorção.
A pesquisa tem o motivo de demonstrar o quanto se faz necessário para a
empresa ter seus custos bem claros e a importância de se ter um método de formação de
preço que venha atender a perspectiva da empresa, já em uma visão mais acadêmica
fica perceptível a utilização de métodos confiáveis, mediante processos de gestão
alicerçados em dados e informações concisas não apenas dos custos, mas acerca de todo
o contexto gerencial.
O estudo contribuirá em demonstrar os custos e a formação do preço de venda
estruturada, no conhecimento da rentabilidade, no desenvolvimento e na perenidade do
negócio, permitindo assim a utilização de ferramentas, que possibilitam viabilizar os
objetivos almejados pela organização, obtendo reais vantagens competitivas perante a
concorrência.
O estudo está organizado em cinco seções, iniciando com essa introdução. Na
sequência faz-se uma abordagem teórica com destaque para a história da contabilidade
de custo e suas definições. Em seguida tem-se a caracterização do objeto de estudo,
após apresenta-se os resultados da pesquisa, além das considerações finais.
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
Nesta seção apresenta-se o embasamento teórico que servirá de sustentação para
o desenvolvimento deste estudo, assim trazendo os conceitos que é o fundamento dos
temas abordados, incluindo uma breve discussão a cerca da Contabilidade Gerencial, de
Custos e Formação do Preço de Venda
2.1 A CONTABILIDADE DE CUSTO COM ENFOQUE HISTÓRICO
Em um passado recente não se via a necessidade de se falar em custo de modo
geral, pois não se tinha como fator importante para se obter vantagens competitivas e
estratégicas no mercado, por ainda não haver a globalização e a concorrência não se
tinha ameaças, aumentava-se a receita como bem se entendia. No entanto com o
surgimento da globalização da economia, a chegada da concorrência, a percepção do
consumidor na observância da qualidade, entre outros fatores, fez com que se houve
uma mudança na cultura dos empresários (SCHIER, 2011).
Porém tudo isso não ocorreu de um dia para o outro, no entanto foi criada por
algum matemático ou empresário de grande sucesso, conforme expõe Martins (1985)
que até meados do séc. XVIII, antes da revolução industrial, era praticada somente a
contabilidade geral, que foi desenvolvida na era mercantilista, estava muito bem
adaptada a servir as empresas comerciais, onde praticamente para se fazer um
levantamento do resultado e fechar o balanço do período, eram necessários
simplesmente contar os estoques físicos e apurar seus valores monetários.
Com a revolução industrial, essa contagem simples de estoque não servia para as
indústrias, já que seu ramo não era a simples compra e venda de mercadorias, e sim a
fabricação das mesmas. Para Martins (1985) com isso a função do contador passou a ser
mais difícil, pois não conseguiria obter os dados tão facilmente para apurar os valores
dos estoques e consequentemente se obterem um levantamento de resultado ou
fechamento de balanço.
A contabilidade de custo começou o seu desenvolvimento na revolução
industrial, para se adaptar a nova realidade que estava surgindo, as produções de grande
quantidade com a utilização das maquinas, traria uma mudança se tratando da
contabilidade de maneira geral, já o sistema de apuração de custo trazia as primeiras
informações do que chamamos de Custo de Mercadoria Vendida (CMV), pois se tinha o
estoque de inicio adicionando as compras do mesmo período e deduzia-se o que restava
em estoque. Antes disso as empresas apenas compravam e revendiam mercadorias, ou
seja, só havia o comércio (CREPALDI, 2004).
No começo da contabilidade de custos, a prioridade dos contadores e auditores
era a apuração monetária dos estoques para se alcançar resultados mais fidedignos, e
não transformar custos em uma eficiente arma de auxílio a tomadas de decisões e
controle interno. Com o crescimento das empresas, a complexidade em administrá-las
foi aumentando e esses recursos da contabilidade de custos, foram também sendo
utilizados por outros ramos de atividades, não ligadas à indústria, como as instituições
financeiras, empresas de prestação de serviço, onde se tem ausência de estoque.
(MARTINS, 1985).
Complementa Crepaldi (2010) que nos últimos anos, a contabilidade de custo
obteve uma grande evolução, deixou de ser aquela contabilidade que apenas auxiliava
na gestão e nas avaliações dos estoques, tendo seu foco apenas em lucros, passando a
ser um grande instrumento que auxilia os gestores como apoio às tomadas de decisões
nas organizações.
Na atualidade o grande desafio é cortar os custos e as despesas, pois são eles os
grandes vilões das empresas, não há como buscar o melhoramento dos resultados de
uma organização sem ao menos tratar das despesas e os custos. O grande lema que se
tem é a relação do custo versus benefícios para se permanecer em expansão nos
negócios (SCHIER, 2011).
O instrumento de controle chamado custo é essencial e insubstituível nas
empresas, pois um dos diferenciais que uma organização pode ter nesse mercado atual e
tão competitivo está no custo, pois quando se consegue diminuir os custos, logo se tem
a possibilidade de obter um aumento nos lucros.
2.2 DEFINIÇÕES E CONCEITOS DA CONTABILIDADE DE CUSTO
Para entender melhor e poder aprofunda-se mais em contabilidade de custos é
preciso entender alguns conceitos básicos bastantes utilizados na área, podendo ser
confundido na sua essência, quando não se está bem alinhado com os conceitos.
Receita é o custo que a empresa recupera na venda de seus produtos, onde nas
empresas comerciais é adquirida através da venda de seus produtos, nas empresas
prestadoras de serviços são os valores recebidos pelos serviços prestados, nas empresas
financeiras a receita são os juros pagos pelo crédito concedido. Não se pode confundir
receita com o dinheiro recebido, pois pode haver a venda a prazo, que não é um
recebimento de dinheiro no ato (FRANCO, 2006).
Para Santos et al. (2006) receita são as entradas de caixa no momento da venda
ou futuramente, vindas das principais atividades da empresa, geralmente são
reconhecidos quando há troca foi formalmente concluída.
Pode-se proferir que a receita é todo ganho que a empresa teve na vendo de seus
produtos ou serviços, provenientes de sua atividade fim.
Despesa para Martins (1985) é todo bem ou serviço gasto direto ou
indiretamente, que reduz o patrimônio líquido, vindo apresentar uma característica de
sacrifício no processo de adquirir receita.
São consideradas despesas as saídas de caixa que são reconhecidas no momento
que um ativo é consumido nas operações da empresa, podendo ser reconhecidas no
momento do ato ou futuramente (SANTOS et al. 2006).
Observa-se então que a despesa é todo valor despendido na obtenção da receita,
desde que proveniente da atividade principal da empresa. Nesse sentido Wernke (2005)
refere-se à despesa como gastos naturais que ocorrem dentro de um ambiente
administrativo da empresa, onde é todo o esforço indireto que o empreendimento faz
para fabricar e/ou vender seu produto.
Segundo Santos et al. (2006) ganho e perda são aumentos do patrimônio líquido
vindas de outros eventos que não seja a atividade principal da empresa, como uma
doação. O ganho é mensurado pelo seu valor liquido e seu reconhecimento é feito na
hora que é realizado.
Em um sentido explicito, o ganho é um valor reconhecido devido há outras
atividades da empresa que não seja sua principal, podemos exemplificar como um
investir na bolsa de valores, podendo vir futuramente auferir um ganho.
Para Martins (1985) é algum bem ou serviço que foi consumido de forma
involuntária ou anormal, que não foi feito nenhum sacrifício com a intenção de
recuperá-lo, como: incêndio no prédio da fábrica, inundação, furtos de matérias-primas,
entre outras possibilidades. Wernke (2005) complementa que toda essa anormalidade
não faz parte da rotina da empresa, ou seja, não podem fazer parte dos custos de
fabricação, pois são fatos oriundos da falta de eficiência da organização.
A perda é a diminuição do patrimônio líquido vindas de eventos econômicos que
ocorreram de forma anormal e involuntário, desde que não tenham gerado despesa aos
proprietários devem ser classificados como perda (SANTOS et al, 2006). Martins
(1985) destaca que esses fenômenos a que ocorreram devem ir diretamente para contas
de resultado.
Perda no seu sentido mais amplo é algo que não acontece com frequência, que
em muitas vezes não está previsto no orçamento e podem ter grande influência para sua
continuidade, pois afeta diretamente a empresa, e se não controladas podem levar a
dissolução da empresa.
Perante isso Schier, (2011) traz exemplos de perda comuns como: Perdas
ocorrentes de incêndios, estoques ultrapassados, vazamento de matérias líquidas ou
gasosas, materiais que estejam com sua validade vencida, roubo e greve.
Martins (1985) refere-se ao custo como todo gasto de bem ou serviço utilizado
na fabricação de outro bem ou serviço. O custo também é um gasto, só que reconhecido
como custo no momento de sua utilização na fabricação de um produto ou execução de
um serviço.
Custo é o preço pelo qual se paga na aquisição de um bem ou serviço, observa-
se ainda que quando se compra uma matéria prima para produção não se pode dizer
ainda que seja um custo, pois custo é somente após o consumo, e existem custos que são
específicos de cada empresa, mas existem aqueles custos que praticamente todas as
empresas irão possuir com: água, energia, salários, impostos, seguros e telefone
(FRANCO, 2006).
Santos et.al (2006) conceitua custo como sendo um consumo de ativo para
fabricação de bens ou para disponibilidade desses bens aos clientes nos pontos
comerciais. Sendo assim tem-se custo como todo valor despendido para a aquisição ou
produção de bens ou serviços.
Resumidamente tem-se o custo como um gasto na fabricação de um determinado
produto, nesse contesto o custo só irá afetar o resultado da parcela do consumo, que vai
corresponder ao total de produtos vendidos, ou seja, está diretamente ligado ao processo
produtivo (CREPALDI, 2010).
Para Martins (1985) investimento é um gasto ativado devido à utilização de sua
vida útil ou de benefícios imputáveis a períodos futuros. Partindo desse ponto pode-se
proferir que investimento é também um gasto ou aplicação do recurso com uma
expectativa de retorno favorável no futuro, podendo haver perdas devida ao uso desse
bem.
Esses ativos podem ser bens e direitos que estão registrados no Ativo do Balanço
Patrimonial como, por exemplo, na compra de uma máquina industrial, foi
desembolsado recursos com o ativo, porém é um investimento, pois tem a visão de que
trará retorno futuro, com a produção de produtos fabricados pela máquina (WERNKE,
2005).
2.3 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
Não importa o método de industrialização a ser utilizado, o preço sempre serão
os recursos contábeis que iram indicar e ajudar no controle das eficiências dos bens e
serviços fabricados, preços são o reflexo do resultado da própria eficácia de produção da
organização, sendo que os produtos terão que sobreviver no sistema da concorrência, até
mesmo os casos de concorrência imperfeita onde a monopólio e oligopólio fazem seus
preços ficarem bem mais elevado que o custo, gerando assim para a empresa uma
lucratividade exorbitante (DUBOIS; KULPA; SOUSA, 2006).
Santos (1995), Afirma que a formação de um exato preço de venda de produtos
ou serviços é essencial no decorrer e no crescimento de uma vida saudável e lucrativa
de uma organização, não importando se são empresas grandes ou pequenas, ou a
natureza de seus produtos ou o setor econômico que a mesma situa-se, todas devem
obter um preço de venda bem formalizado, tendo suas despesas, custo e margem de
lucro, todas bem alinhadas. Nesse sentido é que esta a dificuldade de obter uma boa
formação do preço de venda, pois se deve atingir toda a cadeia produtiva, começando
pelo fornecedor, depois o fabricante, em seguida a distribuidora, o varejista ate chegar
ao consumidor final que vai pagar toda essa conta.
Partindo do ponto que é o consumidor final que vai arcar com os valores Pereira
(2000), diz que a partir desse relato, pode-se proferir que o preço de venda é nada mais,
nada menos que o valor numérico que o cliente deve pagar, para obter um produto ou
serviço, sendo assim o consumidor paga monetariamente para a empresa que em contra
partida sede seu produto ao consumidor, porém atualmente os clientes estão ficando
cada vez mais exigentes e detalhistas, em relação à qualidade aliada a preços
competitivos no mercado,
A partir desse ponto surge à dificuldade dos empresários em formar
corretamente os preços dos produtos com a existência de vários fatores que influenciam,
quais fatores deve se analisar, como alocá-los perfeitamente no produto, e quais
estratégias se usar para ser eficiente e eficaz no mercado atuante. Esses são os
problemas mais comuns nas micros e pequenas empresas, aonde geralmente seus
dirigentes não possuem uma capacitação técnica juntamente com uma visão estratégica
que são essencial nas tomadas de decisões gerencias (PEREIRA 2000).
Na fixação do preço de venda teve-se observar fatores internos como externos,
dessa forma, as decisões em relação ao preço de seus produtos e serviços de uma
organização devem estar integrados a sua estratégia total do seu negocio ao seu meio-
ambiente, com isso faz necessário uma gestão eficaz ao procedimento de gestão das
atividades relacionadas ao preço, principalmente guando se trata da fixação do preço,
tendo sempre em vista conseguir alcançar seu preço de equilíbrio, o que é um ponto
crucial em qualquer instituição (SANTOS 1995).
Para Dubois; Kulpa; Sousa (2006), o preço de venda do produto já acabado na
maioria das vezes ira refletir o total dos custos que foram alocados para a elaboração
dos bens da firma, e para tal elaboração se faz necessário a utilização da contabilidade
de custo, pois só assim que será medido corretamente todos os insumos que foram
utilizados para a industrialização.
Existem vários métodos de custeio, onde podemos citar como exemplo: variável
ou direto, custeio baseado em atividade (ABC), RKW e o custeio padrão. Neste estudo,
vamos abordar o custeio por absorção e o custeio variável ou direto. Para Vieira (2008)
custeio é o método aonde vai se apurar todos os custos é a maneira da qual se chega a
um determinado resultado, podendo utilizar diversas formas, porém todos possuem seus
pontos positivos e negativos.
Na formação dos custos será utilizado o método de custo por absorção que
segundo Bruni (2008) esse modo de custeio absorve todos os gastos produtivos,
incluindo os indiretos, que devem ser incorporados ao valor de estoque.
Nesse processo de acumulação dos gastos com a produção se tratando do
estoque será necessário a utilização de rateio ou a divisão destes gastos que não são os
diretos. Existe certa complexidade na observância desse processo de divisão, que pode
proporcionar certas vezes uma distorção nas informações relevantes de custos obtidas
pelo custeio por absorção (BRUNI 2008).
Desse modo será utilizado apenas o método conhecido como Mark-up, onde foi
feito um estude de caso na empresa Mampituba Panificios - Eireli, onde foram
utilizados apenas três produtos da firma, sendo levantados todas as despesas e os custos,
para depois ser alocada a margem de lucro assim gerando o preço de venda através do
markup.
O Mark-up é um dos métodos mais fácil que existe para determinar o preço de
um determinado produto fabricado pela empresa, onde o mesmo refletirá um percentual
sobre o custo unitário, que tende a cobrir os custos e a ainda gerar lucro para a empresa,
porém ele é limitado a 100% e não oferece uma indicação do valor do lucro que a
empresa deseja obter, simplesmente consiste em adicionar uma margem de lucro a ser
definida pela empresa aos custos do produto fabricado ou ao serviço prestado
(DUBOIS; KULPA; SOUSA, 2006).
Segundo Crepaldi (2010) refere-se ao Mark-up como o valor acrescentado ao
custo de um produto para determinar o preço de venda final, podendo ser em valores
percentuais.
3 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA
Com a intenção de acolher ao objetivo proposto essa seção apresenta a
classificação da pesquisa, enquadramento e o procedimento metodológico da pesquisa, a
fim de juntar evidências da natureza do problema ao espaço temporal no qual a pesquisa
se encontra.
3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO
Quanto à natureza do objetivo essa pesquisa se enquadra como exploratória, pois
buscar conhecer com profundidade o assunto abordado, segundo Beuren (2008) a
pesquisa exploratória geralmente ocorre quando não se contém muito conhecimento do
assunto, desse modo utiliza-se o método exploratório para se aprofundar e construir
questões importantes dentro da pesquisa, sendo que seu ponto interessante é que o
mesmo contribui para esclarecer questões de modo superficial abordado dentro da
pesquisa.
No que se refere à natureza da pesquisa trata-se de um estudo teórico e prático.
Os aspectos teóricos ficam a cargo da busca de conceitos e teorias em livros, revista e
demais publicações que tratam do tema. De acordo com Prodanov, Freitas (2013) o
estudo teórico caracteriza-se por abordar um único tema do qual se exige indagação do
pesquisador na área cientifica em que o tema se situa, buscando solucionar o problema
em questão a investigação. Já quanto ao aspecto prático o estudo investiga um único
objeto em profundidade da empresa Mampituba Panificios. A pesquisa prática é aquela
em que o pesquisador tem a oportunidade de fazer grandes contribuições, conseguindo
conciliar a teoria com o aprendizado, gerando conhecimentos práticos da pesquisa
(YIN, 2001).
A lógica da pesquisa se da de forma dedutiva, pois parte dos conhecimentos
gerais para o estudo especifico de Custo. Para Prodanov, Freitas (2013) no raciocínio do
método dedutivo tem por intenção explicar o conteúdo da preposição por intermédio de
um entendimento descendente partindo de uma visão do geral para o particular para
chegar a uma conclusão.
Em relação à abordagem da pesquisa o estudo se classifica como qualitativo,
pois não se utiliza de cálculos estatísticos complexos para que o objetivo seja alcançado.
Para Beuren (2008) a pesquisa qualitativa analisa mais profundamente os fenômenos
que estão sendo abordados, destacando as características não ressaltadas em um estudo
quantitativo, destacando que na abordagem de um problema qualitativamente pode vir a
ser uma forma apropriada para conhecer a natureza de um fenômeno social, porém cabe
destacar que para possibilitar a análise é necessário o rateio dos custos indiretos e o
cálculo da taxação do Mark-up no preço de venda.
Quanto ao resultado da pesquisa pode-se afirmar que trata de um estudo
aplicado, pois gera conhecimento em resposta á solução da pergunta: Quais os custos
para a realização do preço de venda em uma empresa do setor alimentício do estado de
Santa Catarina? O estudo aplicado, examina, apresenta e pondera o método e a técnica
da pesquisa de modo que venha possibilitar a coleta e o processamento de informações,
visando à solução de um problema ou questão de investigação. (PRODANOV;
FREITAS, 2013)
Os procedimentos técnicos perpassam pela pesquisa bibliográfica e estudo de
caso. Bibliográfica em livros e revistas com objetivo de enaltecer o conhecimento sobre
o tema e despertar a visão sistêmica da ciência contábil, sendo que a pesquisa
bibliográfica é adquirida através de matérias já existentes, onde os livros são a
excelência das fontes bibliográficas, sendo que a revista é considerada juntamente com
o jornal as fontes mais importantes dos dias atuais, pois tendem a ser mais profundas e
bem elaboradas (GIL, 2007)
Gil (2007) ainda destaca que o estudo de caso é uma modalidade bastante
utilizada, pois consiste no aprofundamento do estudo, de modo que permite ter um
amplo e detalhado conhecimento, sendo que seu propósito consiste em proporcionar
uma visão global do problema podendo ser possível identificar fatores que influenciam
ou possam ser influenciados por ele mesmo. A pesquisa trata-se de um estudo de caso,
pois envolve um estudo profundo na empresa Mampituba Panificios.
Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram: Entrevista e Observação,
sendo que a entrevista segundo Beuren (2008), Ruiz (2008) consiste no diálogo para
obter o maior número de informações possíveis, com o objetivo de que o investigador
obtenha os dados necessários de modo a ser criteriosamente selecionada para responder
á questão estudada.
A coleta se da a partir de dados secundários, sendo que as informações são
úteis para pesquisadores em qualquer tipo de pesquisa, pois sem este não há como ter
pesquisa, serve para apontar o assunto em questão, definir a problemática da pesquisa e
na elaboração das hipóteses verificando a validade da mesma (PRODANOV;
FREITAS, 2013).
No que se refere à entrevista, se deu de modo não estruturada, que para Beuren
(2008) é tipo de entrevista que permite ao investigador possibilitar ao entrevistado uma
maior liberdade no desenvolvimento de cada questão exposta, buscando sempre a
direção mais adequada ao momento, explorando melhor a questão abordada. Já a
observação foi alcançada de modo participante de forma natural, em que o pesquisador
participa verdadeiramente com o grupo ao qual está inserido, confundindo-se como
membro da comunidade a fim de estudar e participar das atividades normais da
organização, (MARCONI; LAKATOS, 2006).
3.2 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA E ANÁLISE DOS DADOS
No decorrer do estudo foram coletados os dados com o intuito de responder a
pergunta de pesquisa, através de entrevista não estruturada pela sua flexibilidade na
aplicação com a viabilidade na comprovação e no esclarecimento das respostas e pela
necessidade de se obter informações que não se encontram em fontes documentais. Para
isso foi entrevistado o administrador e dono da empresa com perguntas sobre despesas,
matéria-prima, mão-de-obra, formação de preço e custo, a fim de sanar a pergunta de
pesquisa.
Para que o estudo alcançasse maior perfeição na coleta de dados utilizou-se da
observação com a finalidade de ouvir, ver e examinar fatos da empresa de modo
participante legítimo com o grupo, de forma natural permitindo uma observação diária
sem critérios científicos. Essa técnica possibilitou observar como a empresa é
organizada e como consiste seu processo de produção, de assamento, de empacotamento
e de estocagem dos produtos, com o intuito de abranger a organização como um todo.
Os dados foram todos alocados em planilhas separadas devidamente, sendo que
cada planilha foi essencial para o alcance do objetivo, para tal elaborou-se quadros das
matérias primas utilizadas na produção pelo seu valor de aquisição, os custos diretos
com salários assim como os custos indiretos de fabricação, e as despesas incorridas no
procedimento. No decorrer do processo observou-se o total de receita fabricada de cada
produto analisado para alcançar o custo de uma receita, logo após multiplicou-se esse
valor encontrando um custo diário e mensal.
Como critério de rateio dos custos indiretos utilizou-se o método de custeio por
absorção na mão-de-obra direta da empresa, para chegar ao valor unitário de custo em
cada produto. No decorrer da pesquisa aplicou-se a formação do preço de venda
utilizando o método Mark-up, com as devidas comissões, impostos, despesas e a
provisão de lucro almejado pela empresa sob cada produto pesquisado, no alcance do
objetivo de formular o preço de venda dos produtos da organização estudada.
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
O estudo de caso foi elaborado na empresa a partir de um estágio vivenciado de
312 horas que possibilitou todo o levantamento dos dados para a realização da pesquisa,
onde o estágio foi dividido em duas fases sendo que na primeira foi realizada a
caracterização e identificação da empresa como um todo, já a segunda fase obteve-se a
coleta de dados para a pesquisa afim de que se alcançasse o objetivo proposto.
Essa seção tem por intenção levantar os custos num período de 30 dias do mês
de agosto de 2017, apesar de a organização produzir cerca de cinquenta produtos, será
apenas analisado os quatro tipos que servem como base para todas as demais receitas
feitas pela empresa no entendimento do empresário, sendo eles: Tipo 1 Média; Tipo 2
Pequena; Tipo 3 Grande e Tipo 4 Broa.
Os dados das quantidades produzidas pela empresa foram coletados em um
período de alta produção, visto que a empresa sofre uma sazonalidade, os dados foram
apurados em um momento de grande demanda, não servindo como base para outros
períodos.
4.1 CARACTERÍSTICA DO OBJETO DE ESTUDO
Mampituba Panifícios é uma Empresa Individual de Responsabilidade Ilimitada,
atualmente tributada pelo simples nacional, sendo que sua contabilidade é totalmente
terceirizada, onde são imitidos anualmente o Balanço Patrimonial, Demonstração de
Resultado e as Notas Explicativas. Atualmente a empresa possui apenas um pequeno
controle de seu caixa e planilhas de custos que servem para a formação do preço de
venda, sendo que todas foram criadas pelo próprio empresário que é formado em
administração.
A empresa está a oito anos no mercado de biscoitos dos mais variados tipos,
atualmente possui doze funcionários, distribuídos entre Administrador, Padeiro,
Assador, Empacotador e Vendedor. A empresa foi criada pelo empresário Gilmar
Rechia no ano de 2008 com a compra da marca Biscoitos Gabriel, que atendia a região
sul de Santa Cataria, a empresa era modesta, vendendo para cidades como: Tubarão,
Capivari de Baixo, Laguna, Jaguaruna e Sangão, fornecendo oito tipos de bolachas.
Para não ficar apenas nesses poucos produtos o empresário resolveu pegar
produtos terceirizados para comercializar, fazendo assim que suas vendas aumentassem,
gerando mais lucros para a organização.
Os anos foram se passando até que no ano de 2011 surgiu a oportunidade de
comprar uma nova marca, a Menegheli, onde já atendia a região mais central
catarinense, região de Florianópolis, São José, Balneário Camburiu, Imbituba, Garopaba
e Brusque fazendo com que a empresa atingisse maior expansão, junto da marca
adquirida vieram novos produtos e novas receitas.
Com a aquisição da nova marca, não seria possível fazer à industrialização de
forma manual, a partir do ano de 2011 a empresa passou a produzir só através de
máquinas para conseguir atender toda a demanda.
No ano de 2014 as vendas de bolachas deram uma queda, onde o mercado já não
estava tão impulsionado como em anos anteriores, porém o empresário para não ficar no
prejuízo fez um investimento, e adquiriu máquinas para produção de voadeiras, com
isso as vendas foram melhores do que o planejado.
Atualmente a empresa possui cerca de 50 produtos distintos, atendendo toda
região da Amurel e todo o litoral catarinense, nesse mesmo ano já se instaurou dez
novos produtos diferentes da concorrência, para atender seus clientes que solicitavam.
No final do ano de 2016 o empresário e/ou administrador contratou seu filho
para ajudá-lo na administração e gestão da Mampituba, onde o mesmo possui uma visão
mais aprofundada e perspectivas de grandes crescimentos no futuro, trazendo inovações
no que se trata de gerenciamento da empresa, com padronização dos produtos e
controles internos que tendem a surtir efeito e gerar o crescimento tão buscado pela
organização.
Para o início do ano de 2018 o empregador visa à necessidade de começar a
produzir uma classe de produtos sem glúten e sem lactose. Na atualidade já foram
iniciados os testes da linha de produtos mais saudáveis, pois é uma necessidade dos dias
atuais, por ser de grande procura.
Em uma visão sistemática e pensamento de futuro a empresa tem como foco
aumentar ainda mais seu ramo de atuação, dessa vez saindo de Santa Catarina e explorar
regiões como Porto Alegre e Curitiba, sendo que o empresário vê um público forte
nessas duas cidades.
4.2 ANÁLISE E DISCURSSÃO DOS RESULTADOS
Essa seção trata dos resultados levantados do artigo, é a resposta da pergunta de
pesquisa abrangendo o objetivo geral a partir de cada objetivo específico proposto.
4.2.1 Identificar a formação do preço de venda adotado pela empresa;
A empresa pratica seu preço de venda de duas maneiras, sendo que a primeira é
a visualização da concorrência e a segunda a formação do preço pelo próprio
empresário, a organização tenta sempre que possível praticar um preço mais baixo que
os concorrentes, pois na visão do empresário os valores do produto juntamente com a
qualidade são os pontos essenciais para o sucesso da empresa.
O empresário possui cinco planilhas de Excel que são empregadas como
parâmetro para a formação do seu preço, todas as planilhas que possui são de difícil
entendimento na sua visualização, não possuindo fórmulas ou regras de formação de
preço e custo, no entanto não foi permitido pelo mesmo alocar as planilhas dentro do
artigo, porém será relatado como acontece na prática os preços adotados pela empresa.
O administrador possui uma boa noção das despesas e custos fixos da empresa,
tendo como meta todo mês produzir para pagar no mínimo suas despesas fixas, já às
despesas e custos variáveis, vão variar de acordo com a produção fazendo com que não
seja utilizado na formação do preço as variáveis, mas somente as fixas, sendo assim fica
notável que não se aplica o rateio dos custos indiretos na formação do preço.
A planilha de produção, estoque, venda, despesa e custos das matérias-primas
foram desenvolvidos pelo dono da empresa, pois o mesmo possui certo conhecimento e
já está a um bom tempo no mercado e assim aplica os preços que acha conveniente,
sempre buscando satisfazer seus clientes. Tem sempre buscado o melhor preço para as
matérias primas, pois algumas delas possuem um custo elevado, fazendo assim com que
o dono se preocupe com isso, tendo uma planilha própria para tentar sempre encontrar o
melhor preço no mercado.
Outro método que o empresário usa é sempre observar o valor dos produtos dos
concorrentes, na visão dele manter o preço um pouco abaixo do concorrente é um ponto
positivo para a empresa, pois para ele o mercado é bem competitivo e ter um preço mais
acessível em tempos difíceis pode manter a empresa viva no mercado.
A empresa não possui uma noção real da diferença entre despesas e custo, em
alguns pontos ambos se confundem, não possuindo nenhum tipo de gestão ou sistema
de controles voltado para a produção e estocagem, para ajudar na formação do preço,
sendo assim o que a empresa possui foi tudo criado pelo empresário de maneira
ineficiente, deixando a desejar em vários aspectos.
4.2.2 Levantar os gastos na compra de matéria-prima e mão-de-obra;
De início foi levantado os valores junto ao administrador da empresa a fim de
trazer veracidade aos valores mencionados, os custos de aquisição das matérias primas
estão expostas pelos seus valores expressos nas notas, todos esses valores demonstrados
no quadro 01. As matérias-primas serão utilizadas para o levantamento dos custos dos
quatro tipos de bolachas da empresa a fim de alocar seu preço de venda.
Perante isso, têm-se as matérias primas a ser utilizado na produção dos produtos
pelo seu valor de aquisição, tendo ovos em bandejas com 30 unidades, o açúcar em saco
de 50 Kg, a margarina em baldes de 15 Kg, a farinha e o amido em sacos de 25 Kg, o
fermento é comprado em pacotes de 1 Kg, assim como o sal amoníaco, a essências em
pó, o coco ralado e as embalagens. A essência líquida é adquirida em frascos de 960 ml,
a caixa em forma de unidade assim como os rótulos, e o papel manteiga é comprado a
partir de 400 folhas.
Os gastos com matérias primas são todas diretas e de fácil identificação no
produto, lembrando que cada uma está exposta pelo seu valor monetário de aquisição,
que inicialmente é um investimento enquanto essas matérias se encontram no estoque,
mas ao entrar para o processo produtivo se tornará custo direto na produção.
Outro fator importante e que tem grande influência no custo é a mão-de-obra
direta, estando alocada diretamente ao processo produtivo, geralmente esse é o custo
mais significante na formação do preço de venda, pois a mão-de-obra é literalmente a
mais cara, isso como regra geral em empresas panificadoras.
Se observar o quadro 02 percebe-se que a empresa consegue administrar bem
sua mão-de-obra, pelo fato de sua fabricação ser produzida boa parte através de
máquinas, fazendo com que a mão-de-obra seja mais enxuta, apenas no setor de
empacotamento é que se tem um número maior de funcionários, pois o local ainda não
possui maquinário que auxiliem na embalagem e armazenamento do produto, fazendo
com que esse setor necessite de mais colaboradores.
Quadro 01- Custo com matéria-prima no período de agosto
Bandeja 30 Ovos - 1und. 8,90R$
Açucar - 50 kl 105,50R$
Margarina - 15 kl 68,90R$
Farinha - 25 kl 45,90R$
Amido - 25 kl 47,90R$
Sal amuníaco - 1 kl 6,89R$
Essência Pó - 1 kl 12,50R$
Essência Líquida - 960 ml 12,20R$
Coco Ralado - 1 kl 15,14R$
Caixa - 1 und. 0,99R$
Rótulo - 1000 und. 60,50R$
Embalagem - 200 und. 14,00R$
Papel Manteiga - 400 und. 75,70R$
Fermento - 1 kl 11,95R$
TOTAL -
MATÉRIA - PRIMA
AGOSTOAgo R$
Fonte: Elaborado pelo autor
Quadro 02 – Custo com salários da produção do mês
Salário dos Funcionarios 9.400,00R$
FGTS 8% s/ salários 752,00R$
Prov. 13ª 783,33R$
FGTS 8% s/ 13° 62,67R$
Férias 783,33R$
Terço das Férias 261,09R$
FGTS 8% s/ terço de férias 20,89R$
SALÁRIO E ENCARGOS R$ 12.063,31
CUSTOS DIRETO C/
SALÁRIOS Ago R$
Fonte: Elaborado pelo autor
Como visto no quadro 02 a empresa tem seu custo direto de mão-de-obra no mês
de agosto de 2017 um valor de R$ 12.063,31, já contabilizado todos os encargos
trabalhistas inerentes aos seus colaboradores, sendo que é um mês de grande demanda
dos produtos da organização.
A empresa não possui salários que possam vir a ser descontados IRPF, por esse
fato não se foi calculados os valores de Imposto de Renda, assim só se obteve o FGTS
devido perante a parte patronal.
4.2.3 Apurar os custos diretos e indiretos do produto da organização;
Inicialmente tem-se o custo da matéria-prima pelo seu valor de aquisição, dos
quais foi dividido em unidade, quilo, gramas e mililitro, para chegar ao custo de uma
receita, esse raciocínio foi utilizado para os quatro produtos analisados, com exceção do
custo da essência em pó e a caixa, pois ambos são comprados por unidades e são
aplicadas diretamente na receita, sem ser preciso dividi-los.
Na visualização do custo do produto se tem como exemplo o ovo, onde uma
bandeja com 30 ovos possui o valor de R$ 8,90, dividindo esse valor por 30 o custo
unitário para cada ovo é R$ 0,30, em uma receita se utiliza x ovos, multiplicando a
quantidade utilizada pelo valor unitário, chega-se ao valor de custo para uma receita,
que depois multiplicado pela quantidade de receitas fabricadas no mês encontra-se o
custo total do ovo.
Quadro 03 - Custo de matéria-prima da bolacha 1
Quantidade Quantidade 55
Contida Utilizada Receita Mês
Bandeja 30 Ovos - 1und. 8,90R$ ÷ 30 = 0,30R$ x 75 = 22,25R$ 1.223,75R$
Açucar - 50kl 105,50R$ ÷ 50 = 2,11R$ x 6 = 12,66R$ 696,30R$
Margarina - 15kl 68,90R$ ÷ 15 = 4,59R$ x 4 = 17,00R$ 934,74R$
Farinha - 25kl 45,90R$ ÷ 25 = 1,84R$ x 7 = 12,85R$ 706,86R$
Amido - 25kl 47,90R$ ÷ 25 = 1,92R$ x 7 = 13,41R$ 737,66R$
Sal amuníaco - 1kl 6,89R$ ÷ 1000 = 0,01R$ x 100 = 0,69R$ 37,90R$
Papel Manteiga - 400und. 75,70R$ ÷ 400 = 0,19R$ x 22 = 4,16R$ 228,99R$
Caixa - 1und. 0,99R$ - 0,99R$ 8 7,43R$ 408,38R$
Rótulo - 1000und. 60,50R$ ÷ 1000 = 0,06R$ x 90 = 5,45R$ 299,48R$
Embalagem - 200und. 14,00R$ ÷ 200 = 0,07R$ x 90 = 6,30R$ 346,50R$
TOTAL - - 102,19 5.620,55
BOLACHA TIPO 1: Pequena
R$und/kl/m
lx= = 1 Receita÷Matéria-Prima
Fonte: Elaborado pelo autor
Observando o quadro 03 se pode perceber que o ovo tem o maior custo dentro
dessa receita, seguido pela margarina, o amido, a farinha e o açúcar, que são as
matérias-primas fundamentais para a fabricação de todas as receitas feitas pela empresa,
e são as geradoras de maiores custos dentro das quatro receitas expostas nesse artigo. O
menor custo ficou com o sal amoníaco que é um cloreto de amônia usado na fabricação
de biscoito como forma de crescimento das bolachas, é um produto bastante forte, por
esse motivo utiliza-se apenas 100 gramas para cada receita gerando no final do período
um custo não muito elevado. No entanto o custo total da receita 1 do mês de agosto foi
de R$ 5.620,55.
A bolacha tipo 2 (média) é o tipo de receita mais fabricada pela empresa, de
acordo com o quadro 04 é possível verificar que além das matérias-primas fundamentais
para a receita, tem-se a essência em pó com um elevado custo dentro do produto, por
cada receita conter 1 kl de essência em pó e cada quilo custar R$ 12,50 no final do mês
foi verificado uma quantia de R$ 1.075,00 de custo só de essência, quase que se
igualando ao custo do açúcar.
Quadro 04 - Custo de matéria-prima da bolacha 2
Quantidade Quantidade 86
Contida Utilizada Receita Mês
Bandeja 30 Ovos - 1und. 8,90R$ ÷ 30 = 0,30R$ x 75 = 22,25R$ 1.913,50R$
Açúcar - 50kl 105,50R$ ÷ 50 = 2,11R$ x 6 = 12,66R$ 1.088,76R$
Margarina - 15kl 68,90R$ ÷ 15 = 4,59R$ x 4 = 17,00R$ 1.461,60R$
Farinha - 25kl 45,90R$ ÷ 25 = 1,84R$ x 5 = 9,18R$ 789,48R$
Amido - 25kl 47,90R$ ÷ 25 = 1,92R$ x 8 = 15,33R$ 1.318,21R$
Sal amuníaco - 1kl 6,89R$ ÷ 1000 = 0,01R$ x 100 = 0,69R$ 59,25R$
Essência Pó - 1kl 12,50R$ - = - 1 = 12,50R$ 1.075,00R$
Essência Líquida - 960 ml 12,20R$ ÷ 960 = 0,01R$ x 250 = 3,18R$ 273,23R$
Coco Ralado - 1kl 15,14R$ ÷ 1000 = 0,02R$ x 300 = 4,54R$ 390,61R$
Papel Manteiga - 400und. 75,70R$ ÷ 400 = 0,19R$ x 20 = 3,79R$ 325,51R$
Caixa - 1und. 0,99R$ - = - 7 = 7,01R$ 602,79R$
Rótulo - 1000und. 60,50R$ ÷ 1000 = 0,06R$ x 95 = 5,75R$ 494,29R$
Embalagem - 200und. 14,00R$ ÷ 200 = 0,07R$ x 95 = 6,65R$ 571,90R$
TOTAL - - 120,51 10.364,13
Matéria-Prima R$ und/kl/ml
BOLACHA TIPO 2: Média
1 Receita÷ x= =
Fonte: Elaborado pelo autor
No final do mês obteve-se um custo total da bolacha 2 de R$ 10.364,13 sendo
quase o dobro do custo da receita anterior, por ser uma receita que contém mais
matérias-primas como essências e coco ralado seu custo fica mais elevado, no entanto
são essas receitas médias que são as mais procuradas pelos clientes da organização, e
são elas as responsáveis por uma boa parte da receita da empresa.
Na demonstração dos custos diretos de cada receita tem-se a bolacha tipo 3
(grande), sendo essa a receita que mais rende em pacotes de produtos acabados, como o
próprio nome já diz é uma receita grande, porém cada receita fabricada tem seu custo de
R$ 190,62 podendo perceber que apesar da mesma render bastante seu custo por receita
é grande ao confrontar com as receitas anteriores.
Ao observar o quadro 05 percebe-se que como nas anteriores o maior custo
continua sendo o ovo, onde no final do mês de agosto foi levantado um custo de R$
2.759,00, destacando-se depois o amido, seguido pelo açúcar, a margarina e em seguida
a farinha como o esperado.
O custo com caixas vem logo depois, antes mesmo da essência em pó, pelo fato
de uma receita render 160 pacotes e sabe-se que em cada caixa contém 12 pacotes,
então se dividido a quantidade de pacotes de uma receita pela quantidade de produtos
contida em uma caixa, tem-se a necessidade de 13,33 caixas para cada receita,
considerando 62 receitas no mês, multiplicado pela quantidade de caixa para cada
receita chega-se a um valor de 826,46 unidade de caixa necessária, tratando-se de R$
0,99 o valor unitário, no final do mês atinge o custo de R$ 818,40 a bolacha 3.
Quadro 05 - Custo de matéria-prima da bolacha 3
Quantidade Quantidade 62
Contida Utilizada Receita Mês
Bandeja 30 Ovos - 1und. 8,90R$ ÷ 30 = 0,30R$ x 150 = 44,50R$ 2.759,00R$
Açucar - 50kl 105,50R$ ÷ 50 = 2,11R$ x 10 = 21,10R$ 1.308,20R$
Margarina - 15kl 68,90R$ ÷ 15 = 4,59R$ x 4 = 18,37R$ 1.139,15R$
Farinha - 25KL 45,90R$ ÷ 25 = 1,84R$ x 9 = 16,52R$ 1.024,49R$
Amido - 25 KL 47,90R$ ÷ 25 = 1,92R$ x 14 = 26,82R$ 1.663,09R$
Essência Líquida - 960 ml 12,20R$ ÷ 960 = 0,01R$ x 250 = 3,18R$ 196,98R$
Essência Pó - 1kl 12,50R$ - 12,50R$ x 1 = 12,50R$ 775,00R$
Fermento - 1 kl 11,95R$ ÷ 1000 = 0,01R$ x 500 = 5,98R$ 370,45R$
Papel Manteiga - 400und. 75,70R$ ÷ 400 = 0,19R$ x 40 = 7,57R$ 469,34R$
Caixa - 1und. 0,99R$ - 0,99R$ x 13 = 13,20R$ 818,40R$
Rótulo - 1000und. 60,50R$ ÷ 1000 = 0,06R$ x 160 = 9,68R$ 600,16R$
Embalagem - 200und. 14,00R$ ÷ 200 = 0,07R$ x 160 = 11,20R$ 694,40R$
TOTAL - - 190,62 11.818,65
Matéria-Prima R$ ÷
BOLACHA TIPO 3: Grande
= und/kl/ml x = 1 Receita
Fonte: Elaborado pelo autor
A matéria-prima que tem seu menor custo na receita de bolacha grande é a
essência líquida, por conter na receita substância aromática em pó, o aroma líquido vem
para agregar mais sabor ao produto, por esse fato o custo ficou em apenas R$ 196,98
para o tipo 3. No entanto o custo total da receita grande é o mais elevado sendo que só
de custo direto de matéria-prima na fabricação dessa receita foi de R$ 11.818,65 no mês
de agosto de 2017
O quadro 06 demonstra a quantidade de matéria-prima utilizada na fabricação da
bolacha tipo 4 (broa), essa é a receita menos produzida pela empresa, onde o ovo
continua sendo o custo mais elevado seguido pelo amido, depois pela margarina e o
açúcar, já antes mesmo da farinha vem a caixa com custo maior. A receita de broa não
contém muita farinha, por ser uma receita mais crocante se utiliza mais do amido.
Quadro 06 – Custo de matéria-prima da bolacha 4
Quantidade Quantidade 34
Contida Utilizada Receita Mês
Bandeja 30 Ovos - 1und. 8,90R$ ÷ 30 = 0,30R$ x 100 = 29,67R$ 1.008,67R$
Açucar - 50kl 105,50R$ ÷ 50 = 2,11R$ x 8 = 15,83R$ 538,05R$
Margarina - 15kl 68,90R$ ÷ 15 = 4,59R$ x 5 = 22,97R$ 780,87R$
Farinha - 25KL 45,90R$ ÷ 25 = 1,84R$ x 5 = 9,18R$ 312,12R$
Amido - 25 KL 47,90R$ ÷ 25 = 1,92R$ x 13 = 24,91R$ 846,87R$
Essência Líquida - 960 ml 12,20R$ ÷ 960 = 0,01R$ x 500 = 6,35R$ 216,04R$
Coco Ralado - 1 kl 15,14R$ ÷ 1000 = 0,02R$ x 400 = 6,06R$ 205,90R$
Fermento - 1 kl 11,95R$ ÷ 1000 = 0,01R$ x 350 = 4,18R$ 142,21R$
Papel Manteiga - 400und. 75,70R$ ÷ 400 = 0,19R$ x 30 = 5,68R$ 193,04R$
Caixa - 1und. 0,99R$ ÷ = 0,99R$ x 10 = 9,90R$ 336,60R$
Rótulo - 1000und. 60,50R$ ÷ 1000 = 0,06R$ x 120 = 7,26R$ 246,84R$
Embalagem - 200und. 14,00R$ ÷ 200 = 0,07R$ x 120 = 8,40R$ 285,60R$
TOTAL - - 150,38 5.112,80
Matéria-Prima R$ ÷
BOLACHA TIPO 4: Broa
= und/kl/ml x = 1 Receita
Fonte: Elaborado pelo autor
A essência líquida tem seu custo maior nesse tipo de bolacha, vindo logo depois
da embalagem, pois nesse tipo de receita não contém aroma em pó, por esse fato gera
uma maior utilização de essências líquidas ficando com um custo de R$ 268,10 para as
34 receitas feitas no mês, onde o menor custo ficou com o fermento, porém no montante
final do período teve-se um custo de matéria-prima de R$ 5.112,80 sendo assim o
menor custo dos quatro tipos de bolachas, no entanto também foi o tipo de receita a ser
menos fabricado no mês de agosto na empresa.
Depois de levantar os custos diretos, se faz necessário a visualização dos custos
indiretos, que são aqueles de difíceis identificações nos produtos e que serão rateados
para que possam ser alocados a cada produto. O quadro 07 expõe os custos indiretos de
fabricação do mês em que se fez o levantamento dos custos, que foram repassados
diretamente pelo administrador da organização.
Na observância do quadro 07 fica notório que a empresa possui poucos custos
indiretos, tendo um destaque maior o aluguel da fábrica, o local é utilizado
especialmente para a produção com um custo indireto de R$ 1.500,00, já depreciação
forma um montante de R$ 1.295,00 em máquinas e equipamentos que estão diretamente
ligados na produção.
A empresa não possui um alto gasto com energia elétrica na produção, apesar de
a mesma ter seu sistema produtivo basicamente automatizado com máquinas e fornos
seu custo de energia é relativamente baixo, isso talvez seja pelo fato de que seus fornos
sejam a lenha, e por possuir planos de economia de energia, fazendo assim com que a
empresa gere menos gastos.
As demais despesas são inerentes ao processo produtivo, sendo consideradas
normais para a produção, sem grandes impactos fazendo com que a empresa consiga
controlar bem seus gastos indiretos, sem grandes influências no custo do produto.
Quadro 07 – Custo indireto
Aluguel 1.500,00R$
Energia 550,00R$
Água 50,00R$
Depreciação das Maq. 1.295,00R$
Mat. De Limpesa 500,00R$
Detetização 80,00R$
Custo de Manutenção 180,00R$
Seguro firma 153,00R$
Fita Durex 30 150,00R$
Lenha - 1m² 365,00R$
TOTAL 4.823,00R$
CUSTO INDIRETO
AGOSTOAgo R$
Fonte: Elaborado pelo autor
4.2.4 Calcular o preço de venda pelo Mark-up utilizando o método de custeio por
absorção.
Para que seja possível calcular o preço de venda se faz necessário saber o quanto
de mão-de-obra cada receita absorve, para isso tem-se o quadro 08 que demonstra o
custo do salário do mês sobre cada tipo de bolacha.
A empresa inicialmente teve um gasto com salários ligados diretamente a
produção no valor de R$ 12.063,31 com uma produção de 237 receitas fabricadas no
mês. Para se chegar a o valor de mão-de-obra de cada receita, dividiu-se o valor com
salários pela quantidade de receitas produzidas, chegando a um valor de R$ 50,90 de
mão-de-obra para cada receita no mês de agosto.
Quadro 08 – Gasto com salário proporcional a cada tipo de bolacha
BOLACHA BOLACHA BOLACHA BOLACHA
TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3 TIPO 4
CUSTOS COM SALÁRIO
Quantidade de Receita Fabricada 55 86 62 34 237
Salário da fábrica - - - - 12.063,31R$
Salário Por Receita Fabricada 50,90R$ 50,90R$ 50,90R$ 50,90R$ 50,90R$
Custo do Salário do Mês 2.799,50R$ 4.377,40R$ 3.155,80R$ 1.730,60R$ 12.063,31R$
GASTOS SUBTOTAL
Fonte: Elaborado pelo autor
A partir do valor encontrado de salário para cada receita, multiplicou-se pela
quantidade de receitas fabricadas no mês, chegando a um valor de R$ 2.799,50 para o
tipo 1, R$ 4.377,40 o tipo 2, R$ 3.155,80 a bolacha 3, a receita 4 ficou com o menor
custo com salário de apenas R$ 1.730,60.
Antes de fazer o rateio se faz necessário o levantamento do volume de produção
do mês analisado, para isso foi levantado os dados durante o período de estágio para
saber quanto cada receita rendia, e constatou-se que a bolacha pequena rendeu 90
pacotes, a média 95, já a receita grande 160 e a quarta receita apresentou 120 pacotes de
bolachas conforme quadro 09 a seguir.
Depois da observância da quantidade que cada receita é capaz de render em
produtos acabados, necessita-se saber a quantidade de receitas produzidas no mês, como
demonstrada no quadro 09. Multiplicando a quantidade de pacotes de uma receita pela
quantidade de receitas fabricadas no mês, encontra-se o volume de produção de cada
tipo de bolacha, sendo que o total de pacotes produzidos durante todo o período foi de
27.120 produtos abacados, sendo a soma dos quatro tipos de bolachas fabricados no
período de agosto de 2017.
Quadro 09 – Volume de Produção
BOLACHA BOLACHA BOLACHA BOLACHA
TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3 TIPO 4
RENDIMENTO POR PACOTE
Quantidade de Pacotes de UMA Receita 90 95 160 120 465
Quantidade de Receita por Mês 55 86 62 34 237
VOLUME DE PRODUÇÃO 4.950 8.170 9.920 4.080 27.120
VOLUME DE PRODUÇÃO SUBTOTAL
Fonte: Elaborado pelo autor
Após o levantamento de todos os custos e o volume de produção, utilizou-se o
método de rateio por absorção para se chegar ao custo dos quatro produtos que foram
propostos a serem analisados. O quadro 10 vem trazer o custo direto unitário de cada
tipo de bolacha, ressaltando que o salário direto foi aplicado de acordo com o quadro 08
conforme a quantidade de receitas fabricadas.
Quadro 10 – Custo direto unitário
BOLACHA BOLACHA BOLACHA BOLACHA
TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3 TIPO 4
CUSTOS DIRETOS
Materia-prima consumida 5.620,55R$ 10.364,13R$ 11.818,65R$ 5.112,80R$ 32.916,13R$ 32.916,13R$
Salário da fábrica 2.799,50R$ 4.377,40R$ 3.155,80R$ 1.730,60R$ 12.063,31R$ 12.063,31R$
Energia Elétrica da Fábrica -R$ 550,00R$ 550,00R$
Seguros da fábrica -R$ 153,00R$ 153,00R$
Materiais diversos da fábrica -R$ 1.015,00R$ 1.015,00R$
Manutenção da fábrica -R$ 180,00R$ 180,00R$
Água 50,00R$ 50,00R$
Detetização -R$ 80,00R$ 80,00R$
Depreciação das máquinas -R$ 1.295,00R$ 1.295,00R$
Aluguel 1.500,00R$ 1.500,00R$
SOMA DOS GASTOS DIRETOS 8.420,05R$ 14.741,53R$ 14.974,45R$ 6.843,40R$ 44.979,44R$ 4.823,00R$ 49.802,44R$
VOLUME DE PRODUÇÃO 4.950 UND 8.170 UND 9.920 UND 4.080,00 UND
CUSTO DIRETO UNITÁRIO 1,70R$ 1,80R$ 1,51R$ 1,68R$
GASTOS DIRETOS INDIRETOS TOTAL
Fonte: Adaptado de Bruni (2008)
Ao alocar todos os gastos diretos do produto, que são os custos com matéria-
prima consumida mais os salários dos funcionários da produção, tem-se um total de
gastos diretos, que divididos pelo volume de produção chegou-se a um custo unitário do
produto de R$ 1,70 para o tipo 1, R$ 1,80 para a bolacha 2, R$ 1,51 na terceira receita e
na última ficou com um valor de R$ 1,68 de custo direto para cada pacote de bolacha
fabricado.
Para se chegar a um exato custo unitário de cada produto foi necessário ratear os
custos indiretos que foram expressos anteriormente, pois sem o rateio dos custos
indiretos não é possível achar o custo unitário do produto, desse modo foi dividido de
maneira proporcional utilizando o critério de rateio pela mão-de-obra direta.
Quadro 11 - Aplicando o critério de rateio mão-de-obra direta.
BOLACHA % BOLACHA % BOLACHA % BOLACHA %
TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3 TIPO 4
Salário da fábrica 2.799,50R$ 23,21 4.377,40R$ 36,29 3.155,80R$ 26,16 1.730,60R$ 14,35 12.063,31
CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO 1.119,26R$ 1.750,12R$ 1.261,71R$ 691,91R$
GASTOS TOTAL
Fonte: Adaptado de Bruni (2008)
Na observância do quadro 11 tem-se o valor do custo indireto de fabricação por
produto, sendo que o critério utilizado foi o da mão-de-obra direta de acordo com seu
nível de produção, desse modo obtém-se o valor do rateio para cada produto,
inicialmente aplicou-se a divisão pela quantia do salário que cada tipo de bolacha
absorve pela quantidade total de salários gastos, que multiplicado por cem encontra-se o
percentual que cada produto absorve no montante da folha salarial total.
Para saber quanto cada receita engloba de custo indireto, multiplicou-se o valor
total do custo indireto pelo percentual encontrado, ficando a bolacha 1 com R$
1.119,26, a bolacha 2 com R$ 1.750,12, bolacha 3 com R$ 1.261,71 e o ultimo tipo com
R$ 691,91 de custo indireto de fabricação pela mão-de-obra direta.
Na formação do custo unitário do produto se fez necessário somar os custos
diretos mais os indiretos, na sequência se dividiu o total dos custos do produto fabricado
pelo volume de produção do período conforme mostra o quadro 12. Ficando o custo
unitário da primeira receita no valor de R$ 1,93, a segunda bolacha com R$ 2,02, a
terceira com R$ 1,64 e o quarto tipo com um valor de R$ 1,85.
Quadro 12 - Custo do produto fabricado utilizando a mão-de-obra direta.
BOLACHA % BOLACHA % BOLACHA % BOLACHA %
TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3 TIPO 4
CUSTO DIRETO 8.420,05R$ 14.741,53R$ 14.974,45R$ 6.843,40R$ 44.979,44
CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO 1.119,26R$ 1.750,12R$ 1.261,71R$ 691,91R$ 4.823,00
TOTAL DO CUSTO DO PRODUTO FABRICADO 9.539,31R$ 16.491,65R$ 16.236,17R$ 7.535,31R$ 49.802,44R$
Volume de Produção 4950 8170 9920 4080 27.120,00R$
CUSTO UNITÁRIO DO PRODUTO 1,93R$ 2,02R$ 1,64R$ 1,85R$
GASTOS TOTAL
Fonte: Adaptado de Bruni (2008)
Para calcular o preço de venda foi utilizado o Mark-up, como ferramenta para
apurar o preço de cada produto, o valor monetário de cada produto é independente entre
si, apesar do empresário praticar um único valor para todos os tipos de produtos. No
entanto, para cada tipo de bolacha foi encontrado seu preço de venda.
A empresa é optante pelo simples nacional paga 4,5% de impostos, tendo suas
comissões de 2% e suas despesas somam aproximadamente de 8% no total dos quatro
produtos. Perante isso o empresário almeja ter um lucro de 20%, conforme quadro 13.
Quadro 13 – Elementos necessários na formação do preço de venda.
Preço de Venda % %/100
Comissão 2% 0,02
Imposto 4,5% 0,045
despesas 8% 0,08
Lucro 20% 0,2
Total 34,50% 0,345 Fonte: Adaptado de Bruni (2008)
Assim tem-se o Mark-up Divisor para a Bolacha tipo 1. (0,345 – 1 = 0,655).
Preço de Venda =Custo de Mercadoria
Mark − up Divisor
Preço de Venda =1,93
0,655
Preço de Venda = 2,95
Sabendo que o custo unitário da bolacha 1 é de R$ 1,93, e o Mark-up divisor
apresentou um total de 0,655 que será utilizado na aplicação do preço para os quatro
produtos analisados, pois tanto as comissões, os impostos, as despesas e o lucro
almejado servem para todos os produtos. Dividido o custo do produto pelo Mark-up
divisor chega-se o preço de venda da receita pequena no valor de R$ 2,95.
A segunda receita tem seu custo por produto de R$ 2,02, aplicando-se o Mark-up
divisor apresenta-se.
Preço de Venda =Custo de Mercadoria
Mark − up Divisor
Preço de Venda =2,02
0,655
Preço de Venda = 3,08
O preço de venda do tipo 2 ficou em R$ 3,08. A terceira receita possui seu custo
de R$ 1,64 sendo a mais barata que as demais, aplicando-se o Mark-up encontra-se:
Preço de Venda =Custo de Mercadoria
Mark − up Divisor
Preço de Venda =1,64
0,655
Preço de Venda = 2,50
Verificou-se então que o preço de venda do tipo 3 ficou com um valor de
R$2,50, na perspectiva de que com esse valor seja possível cobrir as despesas, os
impostos, as comissões e ainda conseguir seu lucro.
O último produto que são as broas contém um custo unitário de R$ 1,85,
aplicando no Mark-up tem-se.
Preço de Venda =Custo de Mercadoria
Mark − up Divisor
Preço de Venda =1,85
0,655
Preço de Venda = 2,82
Para que o empresário consiga alcançar seus objetivos traçados o mesmo terá
que vender o quarto tipo de bolacha no valor de R$ 2,82 no mínimo, pois um valor
menor que esse certamente não corresponderá com os lucros esperados.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sob essa perspectiva, o presente artigo teve como pressuposto o levantamento
dos custos dos produtos fabricados pela empresa Mampituba Panifícios, servindo de
subsídio para formação dos preços de venda. Foi analisado durante um significado
período, para que fosse possível ser levantado todo o processo produtivo da empresa.
Neste contexto, identificou-se primeiramente a realidade organizacional se
tratando de custos, onde foi realizado o levantamento dos produtos, seus respectivos
valores e as quantidades de matéria-prima utilizadas para sua produção. Com a
utilização do método de custeio por absorção, foi possível conhecer o custo unitário dos
produtos fabricados.
Após este processo, a formação de preços foi aplicada, tendo em vista o custo da
mão-de-obra direta, assim como todos os materiais diretos e indiretos. Para tanto,
aplicou-se uma taxa de marcação, mais conhecida como Mark-up, obtendo-se o preço
recomendado. Sobre os valores adquiridos através deste método, os preços praticados
atualmente pela empresa não foram comparados, pelo fato de que o empresário pratica
um mesmo valor para todos os produtos, porém cabe ressaltar que o preço aplicado pela
empresa é de R$ 2,50, sendo assim um valor abaixo do que o empresário almeja.
A partir dos dados levantados fica como sugestão para a empresa, tratar de
maneira mais adequada dando a devida importância para custos e o devido mérito para o
preço de venda, pois nem sempre altas vendas significam altos lucros, sendo que se as
despesas e os custos não estiverem bem alinhados para a formação do preço a empresa
pode estar caminhando para o fracasso.
Através de uma gestão de custo mais eficiente, sugere-se a aplicação da
ferramenta de fluxo de caixa como instrumento predominante na gestão do negócio.
Juntamente com a utilização de ferramentas financeiras. Cabe ressaltar a importância de
se analisar o futuro da empresa. Assim obedecendo à lei, a norma e as regras para que
possa pendurar no mercado da concorrência. De uma forma ou de outra é preciso levar
em consideração os custos da organização e os lucros do negócio, pois ambos
caminham juntos.
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