Existência - Essência; Desafios Teóricos e Práticos Das Psicoterapias Relacionais

8/18/2019 Existência - Essência; Desafios Teóricos e Práticos Das Psicoterapias Relacionais

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RIBEIRO, Walter. Existência Essência: Desafios Teóricos e práticos dasPsicoterapias Relacionais; !o Pa"lo, P: "##"s. $ Res"#o %aseado na apresenta&!oe 'ap.()*

+ nossa istória pessoal, o #o#ento istórico e# -"e i e#os, asnossas ori/ens, fala# de nós, da-"ilo -"e sa%e#os, de nossasidiossincrasias. de nossos preconceitos -"e nos infl"encia# se#pre de"#a for#a o" de o"tra. Da #es#a for#a -"e a istória 0 deter#inantepara a co#preens!o da sociedade e de se"s pro%le#as.

Rece%e#os desde nosso pri#eiro encontro co# o #"ndo e co# aspessoas si/nificati as e# nossa ida "#a esp0cie de 1script2, papel aser dese#pen ado. + #ensa/e# de -"e, para ser a#ados e aceitos,precisa#os ass"#ir "# persona/e#, de certa for#a, pr03deter#inado

pelo siste#a fa#iliar, representante pri#eiro da c"lt"ra, -"e #arca,n!o apenas nossa is!o de #"ndo co#o nossos encontros4desencontrosco# as pessoas do #"ndo, escol a de profiss!o, alores 5 enfi#, a nossaidentidade.

E# torno de todas essas infl"ências e das de#andas sociais so#os1condenados 6 li%erdade2, li%erdade de escol a de ca#in os e reali7a&8es pessoais 5 n!o se pode decidir n!o escol er. 9r/ente 0portanto o con eci#ento dessa identidade constr" da e de s"asinfl"encias sofridas, alores paradi/#áticos, filosóficos eepiste#oló/icos -"e norteia# nossas escol as.

"ito #ais efica7 do -"e -"al-"er a%orda/e# e# psicolo/ia 0 oprofissional -"e escol e" a -"e #ais se identifica e# s"a prática.

'on ecere#os a partir de a/ora "# po"co da proposta da <estalt3Terapia, s"a is!o de o#e#, de #"ndo, de o#e#3no3#"ndo, s"a

proposta episte#oló/ica -"e ne# de lon/e 0 a #el or #as se prop8e aser apenas #ais "#a dentre tantas o"tras de i/"al i#port=ncia erecon eci#ento.

O -"e está a e# todas as sociedades con ecidas e a"todeno#inadasci ili7adas 0 "#a concep&!o el ssi#a, fr"to do pensa#entoa"toritário se/"ndo a -"al o ser "#ano 0 errado de nascen&a, 0portador do pecado ori/inal e c eio de instintos e i#p"lsos n!o

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confiá eis -"e precisa# ser controlados e4o" corri/idos pelos1ed"cadores2 dessa sociedade a -"e pertence. + istória nos di7 -"ese#pre s"r/ira# pessoas -"e p"sera# essas el as cren&as e# xe-"e e-"e siste#atica#ente essas contesta&8es 3 de "#a for#a o" de o"tra 3fora# esca#oteadas e se"s a"tores, ta#%0# de al/"#a for#a, fora#esca#oteadas e i/norados e4o" perse/"idos.

+s cren&as prof"ndas de -"e esta#os tratando est!o fora do alcancei#ediato da #anip"la&!o da # dia na s"a prod"&!o da s"%>eti idadecoleti a $preoc"pa&!o de <"atari, )??(*

+ partir dessa arrai/ada e endê#ica cren&a $descren&a* naori/inalidade de cada ser "#ano, nada #ais nat"ral do -"e odesen ol i#ento e a idolatria da P+@ +TARI+ e da peda/o/iane/ra $+lice iller, I ?C a*, co#o os "ni ersais a%sol"tos i#prescind eis instr"#entos de 1ed"ca&!o2 -"e de e#os identificarco# s"as #il faces, cores e #ati7es.

e acredita#os na necessidade do "so da pal#atória $p"ni&!o4refor&os"porte4fr"stra&!o, casti/o4incenti o, co#peti&!o*, 0 claro e ó% io n!o acredita#os nas potencialidades do ser "#ano, -"ando li re,

aceito e confir#ado. e, por o"tro lado, acredita#os -"e ele, real#ente,só se #o e a partir de "#a #oti a&!o intr nseca e -"e esta só s"r/e nali%erdade e na aceita&!o, n!o pode#os acreditar e# nen "#a das caras#eta#orfoseadas do a"toritaris#o e de s"as pal#atórias.

Por ser#os seres3e#3rela&!o. o pri#eiro /rande paradoxo co# -"ete#os de lidar $co#o acent"ara# Perls et. ai., )?? , notada#ente no'ap t"lo FI* 3 0 o conflito existente entre a sociedade -"e precisa#oscriar para nela ser#os confir#ados desen ol er#os as nossaspotencialidades e i er#os essa essencialidade de seres relacionais e sociedade desconfir#adora, a"toritária, desn"triti a e parca de a#or eaceita&!o, -"e >á está a , criada por o"tros, prod"to de "#a lon/a istó3ria de /"erras, conflitos e l"tas pelo poder $por #ais insi/nificante -"eeste possa ser, sociedade -"e nos 0 i#posta pronta e aca%ada ; por3tanto, se# disposi&!o para se reexa#inar, para d" idar dos se"s conf"3sos e fre-Gente#ente "ltrapassados alores.

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Diante de tais reflex8es 0 -"e s"r/e# as a%orda/ens "#anistas.To#a# partido do "#ano e n!o das nor#as istorica#entepreesta%elecidas, dos el os #itos a"toritários, das pse"docerte7as das il"sórias se/"ran&as e, por isso, s!o #"ito a#ea&adoras para os

nossos precáriose paralisantes a>"stes ne"róticos. O 1%ar"l o2 dessas id0ias ainda nos inco#oda #"ito, cont"do, Perls

canso"3se de di7er -"e n!o se cresce se# sofri#ento e 0 a experiênciane/ati a -"e nos possi%ilita a li%erta&!o dos do/#as. +lice iller$)?? , 'ap. II*, di7 -"e o /randioso está preso 6 s"a /randiosidade e sóte# oport"nidade de se li%ertar depress!o o pe/ar.

Defender tais id0ias n"#a co#"nidade cient fica conta#inada,i#pre/nada de alores deter#inistas, ideolo/i7ada pelos dita#eseconH#icos e #antenedores do poder a"toritarista -"e ainda asso#%rao o#e# conte#por=neo /era# incerte7as, d idas. <era#inse/"ran&a, -"e, por s"a e7, #o%ili7a a defensi idade e a resistênciaenri>ecendo o caráter e, assim, dific"ltando ainda #ais oentendi#ento da teoria: "erros teóricos fundamentais invariavelmentesão caracterológicos,o resultado de falhas neuróticas de percepção,sentimento ou ação , >á escre era# Perlset aI., 1997, Cap lI.

Ser-em-relação: context"ali7a&!o das terapias feno#enoló/ico3existenciais o" relacionais

'aracteri7a#3se por ser +%orda/ens inacabadas por oca&!o e essência.

@"ta# contra #odelos cientificistas, essencialistas, apesar de o #odelodesses cientificistas ter sido s"perado e# -"ase todas as frentes cient ficas, a

co#e&ar pela f sica.Ja7e# parte do /rande #o i#ento art stico3cient fico3filosófico -"e seacent"o" na passa/e# do s0c"lo KIK para o s0c"lo xx e -"e isa a $ isa* 6s"pera&!o do pensa#ento #ecanicista do s0c"lo KIK; #o i#ento ocorridonotada#ente na E"ropa continental.

Priori7a a experiência de contato do psicólo/o direta#ente co# se" cliente3



$se# a inter#edia&!o de preconceitos anteriores*

L!o s!o co#preens eis apenas "tili7ando3se do pensa#ento racional

Especial#ente a <estalt3Terapia op8e3se forte#ente contra os O9 e aderedecisi a#ente aos E: so#os isso E a-"ilo, consciência E corpo, ra7!o Ee#o&!o, e assi# por diante. Dessa for#a, toca de #aneira prática no pontocr"cial da nossa concep&!o do conceito de nor#alidade e, ao #es#o te#po,e# co#o opera o processo de des io e4o" interr"p&!o do cresci#entonor#al; co#o ainda, possi%ilita a cria&!o de poderosos instr"#entos cl nicoco#o a atit"de de co#preens!o clara e confir#adora -"e possi%ilita otra%al o pessoal de inte/ra&!o criati a de polaridades conflitantes.

Priori7a as rela&8es. T"do 0 rela&!o e nada existe fora dela $se a #aioria dopro%le#as ad 0# das rela&8es, elas 3 por exe#plo, a rela&!o terapê"ticata#%0# pode# ter #aior infl"ência so%re eles*

+ /rande #arca dessa no idade e a -"e #ais nos interessa 0 o resgatetanto do s"%>eti is#o -"e o o%>eti is#o ne/a, -"anto do o%>eti is#o.

Esse res/ate nos o%ri/o" o% ia#ente a pri ile/iar de #aneira crescente arela&!o. + s"a context"ali7a&!o 0 cada e7 #ais i#prescind el parentender o ser "#ano e os se"s pro%le#as.

Essa co#preens!o do ser "#ano co#o res"ltado co#o inte/ra&!o criati ados se"s processos e dos a>"stes poss eis nas s"as rela&8es, nos le orelati i7ar e re er al/"ns conceitos: notada#ente, a er as coisas #enos e#ter#os de preto o" de %ranco,de c0" o" de inferno. + pol tica da certe7apasso" a sofrer derrotas s"cessi as e cada e7 #aiores.

Essa is!o /lo%ali7ada do ser, 0 i#prescind el tanto para os f"nda#entosteóricos da <estalt3Terapia co#o para o tra%al o cl nico.

O ser só pode ser pensadoem relação, em contato . ó pode ser entendido secontext"ali7ado, "#a e7 -"e 0 i#pensá el se# o se" #eio, se# a s"a

istória, se# as s"as i ências passadas e se# os se"s son os a respeito dof"t"ro, e#%ora, 0 claro, só ten a#os acesso a eles no presente, no a-"i3e3

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a/ora.

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Esse paradi/#a 0 isceral#ente re ol"cionário por-"e afeta n!o apenasnossas opini8es racionais, #as nossos alores #ais arrai/ados, nossospreconceitos #ais el os e irred"t eis e, principal#ente, nossa se/"ran&anossa necessidade de controle e de esta%ilidade. M por isso -"e at0 o>e carea&8es, por e7es iolentas, e# -"ase todos nós. T!o iolentas -"e, #"itas

e7es, escol e#os n!o perce%ê3la, n!o entendê3la na s"a essência, apesdas cont"ndentes desco%ertas a se" fa or e# todas as ciências, e# todos osca#pos.

o#os, inel"ta el#ente, seres3e#3rela&!o: cresce#os, nos desen ol e#osnos constit" #os e nos for#a#os nela. o#os os a>"stes, a inte/ra&!ocriati a de nossas idiossincrasias e# confronto co# as for&as e aspossi%ilidades externas. 'o#o essas rela&8es >a#ais fora# tran-Gilas o"ideais nesse #"ndo de /"erras $e precisa#os, nelas, ser aceitos e a#ados*,"tili7a#os toda a nossa /a#a percepti a, toda a nossa sa%edoria e nossacriati idade para so%re i er o #el or -"e p"der#os e, assi#, nosdistorce#os, nos aliena#os o -"anto for necessário para nos adaptar da#el or for#a poss el a esses processos relacionais.

+ rela&!o 0 a pri#eira coisa, 0 anterior ao E", ao T" e ao Isso, 0 o -"eprecisa#os não só entender racional como aceitar emocionalmente paraficar#os confortá eis e l cidos e# nossa post"ra. Para isso, n!o te#osnecessidade de nos to#ar filósofos. Precisa#os apenas $apenasNentender a radicalidade da in ers!o -"e constit"i essa for#a >á el a#as, por #"itos #oti os, ainda re ol"cionária de entender a nós e ao#"ndo.

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Do existencialis#o, a /estalt 3 terapia destaca, entre o"tras coisas:

O pri#ado da vivência concreta e# rela&!o aos princ pios a%stratosPode ser considerado existencial t"do -"e di7 respeito 6 for#a co#o o

o#e# experi#enta s"a existência, a ass"#e, a orienta, a diri/e. +a"toco#preens!o para i er, para existir, se# se colocar -"est8es defilosofia teórica, 0 existencial, 0 espont=nea, i ida, n!o er"dit$refleti#os #as só para a/ir*;

+ sin/"laridade de cada existência "#ana, a ori/inalidade irred"t elda experiência indi id"al, o%>eti a e s"%>eti a;

+ no&!o de responsa%ilidade de cada pessoa -"e participa ati a#enteda constr"&!o de se" pro>eto existencial e confere "# sentido ori/inalao -"e l e acontece e ao #"ndo -"e a rodeia, criando, inel"ta el#ente,a cada dia, s"a relati a li%erdade.

Jeno#enolo/ia e <estalt 5 Terapia:

M #ais i#portante descre er do -"e explicar $o co#o ao in 0s do por-"e*

O essencial 0 a i ência i#ediata, tal co#o 0 perce%ida o" sentidcorporal#ente 3 at0 i#a/inada 3 assi# co#o o processo -"e está sedesen ol endo a-"i e a/ora

+ nossa percep&!o do #"ndo e do -"e nos rodeia 0 do#inada porfatores s"%>eti os irracionais, -"e l e confere# "# sentido, diferentepara cada "#

Isso cond"7, partic"lar#ente, 6 i#port=ncia de "#a to#ada deconsciência do corpo e do te#po i ido, co#o experiência nica decada ser "#ano, estran a a -"al-"er teori7a&!o preesta%elecida.

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