View
254
Download
1
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Evaluación audiológica en el primer año de vida
Citation preview
CEFAC
CENTRO DE ESPECIALIZAO EM FONOAUDIOLOGIA
CLNICA
AUDIOLOGIA CLNICA
AVALIAO AUDITIVA NO PRIMEIRO ANO
DE VIDA
MAGALI DILL VOLKWEIS
PORTO ALEGRE.
1999.
Monografia de concluso do cursode especializao em AudiologiaClnica.Orientadora : Mirian Goldenberg
2Resumo
A audio um dos sentidos mais importantes que capacitam o
indivduo a interagir com o mundo que o cerca.
Sabe-se que os dois primeiros anos de vida constituem-se no
perodo crtico para a aquisio e desenvolvimento da capacidade
auditiva. Portanto, todos os profissionais que possuem contato com a
criana devem estar atentos para a possibilidade de alteraes nesta
rea.
No trabalho, foram revisadas as principais tcnicas de avaliao
da audio em bebs de zero a um ano de vida, alm de uma reviso
sobre o desenvolvimento normal da mesma neste perodo.
Tambm foi salientado a extrema importncia da deteco
precoce da deficincia auditiva, com o objetivo de evitar alteraes do
desenvolvimento global da criana.
3Sumrio
Introduo 04
Justificativa 08
Discusso terica 10
Importncia da audio para o desenvolvimento da linguagem 11
Desenvolvimento auditivo normal no primeiro ano de vida 13
Avaliao da audio em neonatos e crianas at um ano de
idade
15
Triagem auditiva neonatal 21
Avaliao auditiva no primeiro ano de vida 26
Teste de Boel 28
Audiometria de Observao Comportamental 29
Despistagem Auditiva 30
Audiometria do Condicionamento do Reflexo de Orientao
COR, Tcnica de Suzuki e Ogiba
32
Audiometria com Reforo Visual 34
Observao das Respostas a Estmulos Verbais Reao
voz e reconhecimento de comandos verbais
35
Consideraes finais 36
Referncias bibliogrficas 38
Anexo 1
Anexo 2
Anexo 3
4Introduo
Este trabalho tem como objetivo principal, verificar os tipos de
avaliao da audio existentes no primeiro ano de vida da criana,
pois durante os primeiros meses de vida, quando o crebro do beb
dobra de peso, que formam-se dentro dele as conexes necessrias
para o aprendizado, e durante toda a vida, haver poucos desafios
intelectuais to difceis de superar como nesta primeira fase.
Ser realizada uma reviso bibliogrfica, onde sero estudadas
algumas das diversas tcnicas de avaliao da audio de crianas
pequenas, desde o nascimento at o primeiro ano de vida.
fundamental que a perda da audio seja detectada o mais
precocemente possvel, pois a alterao da audio, tanto a nvel
perifrico como central, resulta em graves consequncias para o
desenvolvimento global da criana.
Com a identificao precoce dos distrbios da audio, torna-se
possvel a interveno especializada imediata, prevenindo futuras
alteraes.
O ato de ouvir envolve uma srie de mecanismos , e a perda da
audio pode se estabelecer em qualquer lugar no caminho que o som
percorre, desde a orelha externa at o Sistema Nervoso Central. A
criana apresenta dificuldade em captar os sons ou de transformar os
estmulos sonoros em impulsos compreensveis pelo crebro. A
consequncia disto, que a criana no consegue distinguir os
diferentes sons, acarretando em prejuzo certo para o desenvolvimento
da linguagem compreensiva e expressiva.
Para que se possa ajudar a criana deficiente auditiva,
necessrio que o fonoaudilogo conhea diferentes tcnicas para
avaliar a criana, desde o beb recm-nascido, pois atualmente pode-
se realizar avaliaes no prprio berrio.
5Alm do conhecimento de diversas tcnicas de avaliao
auditiva, necessrio principalmente, que o fonoaudilogo goste de
trabalhar com crianas pequenas, pois um trabalho que exige amor,
pacincia, dedicao e uma boa vontade, para poder realmente
interagir com elas, proporcionando-lhes um futuro mais digno e justo, e
para que as mesmas possam se integrar na sociedade de ouvintes em
que vivem.
6 Justificativa
Este trabalho visa a um estudo do desenvolvimento auditivo do
beb em seu primeiro ano de vida. Objetiva-se tambm salientar a
importncia do conhecimento das diversas tcnicas de avaliao da
audio. Com isto, torna-se factvel o diagnstico precoce de quaisquer
alteraes, possibilitando uma interveno a tempo de atenuar, ou
mesmo impedir, danos maiores ao desenvolvimento global da criana.
Cabe tambm lembrar ao fonoaudilogo de sua importncia
como elemento de alerta aos profissionais da rea da sade que
possuem contato com bebs, sobre o desenvolvimento normal da
audio perifrica e central. Com isto, pequenos desvios deste podem
ser detectados, permitindo uma atuao especializada precoce, e, se
necessrio, o encaminhamento teraputico.
Lichtig, Couto e Monteiro (1997), afirmam que o fonoaudilogo
tem o dever de informar a enfermeiros, pediatras, neonatologistas e
obstetras sobre os fatores de risco da deficincia auditiva, medidas
preventivas quanto ao rudo existente em berrios e recomendaes
para reduzir nveis de rudo, objetivando melhorar a qualidade de vida
dos bebs de alto-risco, no que se refere a conservao da audio,
como tambm minimizar os efeitos negativos psicolgicos e fisiolgicos
da exposio prolongada desses bebs em UTIs neonatais.
Por ltimo, mas com igual importncia, deseja-se lembrar e
esclarecer a populao em geral da necessidade de observao dos
bebs, para o reconhecimento de alteraes auditivas, salientando a
sua importncia para o desenvolvimento da linguagem, com vistas ao
crescimento global do indivduo.
Muitos pais comeam a suspeitar que seus filhos possam ter
alguma deficincia, quando estes deveriam comear a falar, e isto no
acontece. Freqentemente, essas crianas j possuam um
comportamento diferente das demais, mas os pais relutam em aceitar
7que h um problema no desenvolvimento de seu filho, e em funo
disto, justificam esse comportamento e acabam protelando a procura do
mdico, e em conseqncia, torna-se tardia a avaliao auditiva e o
diagnstico da surdez.
Se profissionais, pais e pessoas envolvidas com a criana,
souberem reconhecer achados indicativos de surdez e da importncia
da interveno precoce, pode-se evitar a ocorrncia de prejuzos srios
em relao ao seu desenvolvimento, e melhorar a qualidade de vida da
criana surda.
8Discusso Terica
Trabalhar com crianas, principalmente com bebs, no tarefa
fcil, pois necessrio que o profissional goste de crianas e conhea o
seu desenvolvimento normal, para poder identificar qualquer distrbio,
por menor que este seja.
Baseando-se nisto, o trabalho apresenta uma pesquisa sobre o
desenvolvimento auditivo normal no primeiro ano de vida e a
importncia da audio para o desenvolvimento da linguagem.
Sabe-se que uma perda da audio acarreta srios problemas
para uma pessoa, principalmente se esta ocorre no incio da vida.
Para evitar seqelas e comprometimentos irreversveis e
irrecuperveis, necessrio que a perda auditiva seja detectada o mais
cedo possvel.
Levando-se em conta este fato, h um levantamento sobre
triagem auditiva neonatal em berrios, bem como sobre tcnicas de
avaliao auditiva de bebs de zero a um ano.
9 Importncia da Audio para o Desenvolvimento da Linguagem
A audio um dos sentidos fundamentais para compreender o
mundo que o cerca, e segundo Simonek e Lemes (1996), ela que
permite a localizao e serve de alerta aos perigos.
Para Russo e Santos (1994), a audio informa sobre as
atividades que ocorrem distncia, funcionando como mecanismo de
alerta e defesa contra o perigo, e pela sua integridade, pode-se
localizar a fonte sonora.
Lichtig (1997), afirma que a perda da audio durante a infncia,
pode dificultar ou atrasar a aquisio da linguagem, alterando o
desenvolvimento normal da criana, pois esta no consegue se fazer
entender e nem compreender o que acontece ao seu redor. A autora
tambm diz que at mesmo uma leve perda nos dois primeiros anos de
vida, por ser este o perodo crtico para o desenvolvimento da
linguagem, poder acarretar problemas futuros de aprendizagem.
fundamental a integridade do Sistema Auditivo para a
aquisio e desenvolvimento da linguagem; Azevedo, Villanova e Vieira
(1995), dizem que este fator um pr-requisito para tal, pois a criana
deve ser capaz de prestar ateno, detectar, discriminar, localizar sons,
memorizar e integrar experincias auditivas para poder reconhecer e
compreender a fala.
Russo e Santos (1994) concordam com os autores acima, que a
audio desempenha um papel fundamental e decisivo para a criana
desenvolver a linguagem falada, devendo a mesma possuir a
integridade do sistema auditivo, tanto perifrico como central.
As autoras tambm afirmam que a relao entre audio e
linguagem prpria do ser humano, por ser uma funo fechada
no
10
tempo e posssuir relao aos perodos maturacionais que ocorrem
muito cedo na vida do beb; se o mesmo no receber estimulao de
linguagem durante os dois ou trs primeiros anos de vida, nunca ter
seu potencial de linguagem completamente desenvolvido,
independendo do motivo de sua privao.
Gordo e colaboradores (1994), concordam que a integridade
anatomofisiolgica do sistema auditivo constitui um pr-requisito para a
aquisio e desenvolvimento da linguagem, pois na primeira infncia
ocorrem os maiores progressos no campo lingustico e intelectual da
pessoa.
Portmann e Portmann (1993) concluem que a audio
importante para o desenvolvimento da linguagem e da inteligncia, e
sem a mesma, a criana ter consequncias graves que podero
repercutir para o resto da vida.
Segundo Oliveira e Oliveira (1994) a audio o elemento
fundamental , pois atravs dela que o ser humano adquire linguagem
e se comunica com seus semelhantes.
Pode-se verificar o quanto a audio possui um papel importante
e at mesmo decisivo para o bom desenvolvimento do indivduo, e a
falta dela traz consequncias srias, citadas por Boothroud (1982),
como problemas perceptuais, de fala, comunicao, cognitivo, social,
emocional, educacional, intelectual, vocacional e familiares.
11
Desenvolvimento Auditivo Normal no Primeiro Ano de Vida
A audio do ser humano no igual desde o nascimento at a
idade adulta; ela se modifica com o tempo, devido aos processos
maturacionais do sistema auditivo, passando por vrias etapas de
desenvolvimento.
Russo e Santos (1994) dizem que, ao nascer, o ser humano
possui audio do tipo reflexa, e aps inicia-se o processo de
aprendizagem, passando a serem desenvolvidas respostas aos sons,
as quais dependem de experincias auditivas anteriores.
Para Northern e Downs (1989), existem discriminaes inatas no
recm nascido, que auxiliam a preferncia pela voz da me e requerem
competncias auditivas para discriminar ritmo, entoao, freqncias,
acentos (aspectos supra-segmentais da fala)e componentes fonticos
(aspectos lingsticos). Estas discriminaes estariam presentes desde
o nascimento, pois a cclea possui funo adulta desde a vigsima
semana de gestao, e desta forma os bebs j escutam pelo menos
quatro meses antes de nascer, o que justifica o beb ser tranqilizado
pelos batimentos cardacos da me nos seus primeiros dias de vida.
Casper (1980) comprovou que os recm nascidos
preferem as vozes de suas mes s de outras mulheres, e que os
neonatos tm competncia para discriminar a fala de
uma pessoa, evidenciando a existncia de processos pr-
adaptativos para dimenses acsticas da fala.
Simonek e Lemes (1996) afirmam que o recm-nascido j
capaz de prestar ateno aos sons leves e prolongados e se assusta
com sons intensos.
12
Segundo Russo e Santos (1994), os primeiros anos de vida de
um beb so repletos de aprendizagem, pois neste perodo ele adquire
todos os tipos de habilidades e informaes que provm da viso,
audio, tato, olfato e gustao.
A criana armazena informaes, pois a audio vem mais tarde,
quando os sons passam a ter significado para ela, e se estabelece o
processo de aprendizagem para ouvir. Os fatores ambiental e
emocional podem influenciar neste processo , apesar do fator primordial
ser a maturao do Sistema Nervoso Central, da mielinizao das fibras
nervosas aos centros corticais correspondentes. Por este motivo, as
respostas do recm-nascido so reflexas, e quando ocorrer a
maturao do SNC, estas sero inibidas, passando a serem
comandadas pelo crtex.
As autoras afirmam que os sons de maior significado para os
bebs, como a voz da me, so mais facilmente aprendidos. Com duas
semanas de vida adquire atitude a voz humana, e com quatro semanas
acalmada pelos sons, modificando seu comportamento ao ouvi-los.
Aos quatro meses de vida, o beb volta a cabea em direo aos sons,
at mesmo aos de fraca intensidade. At os quatro meses, o beb
apresenta conscientizao do som, discriminao entre presena e
ausncia de som, e capacidade de procurar a fonte sonora.
Northern e Downs (1989) elaboraram um quadro de maturao
das respostas auditivas em bebs de 0 a 24 meses:
Recm-nascidos - apresentam respostas reflexas (RCP, Moro,
Startle) e despertar do sono.
Trs a quatro meses - virada rudimentar de cabea.
Quatro a sete meses - localizao do som para os lados.
Sete a nove meses - localizao para os lados e indiretamente
para baixo.
Nove a treze meses - localizao para os lados e diretamente
para baixo.
13
Treze a dezesseis meses - localizao para os lados, para baixo
e indiretamente para cima.
Dezeseis a vinte e um meses - localizao diretamente para os
lados, para baixo e para cima.
Vinte e um a vinte e quatro meses - localizao dos sons em
qualquer ngulo.
Azevedo (1995), elaborou uma nova tabela de maturao das
respostas da criana:
Zero a trs meses - RCP, sobressalto e ateno. Orientao ao
som.
Trs a seis meses - ateno, procura da fonte e localizao
lateral (direita / esquerda).
Seis a nove meses - Localizao lateral ( direita / esquerda),
indireta para baixo e indireta para cima.
Nove a treze meses - localizao lateral (direita / esquerda),
direta para baixo e indireta para cima.
Treze a dezoito meses - localizao lateral (direita / esquerda),
direta para baixo e para cima.
Durante muitas dcadas, imaginou-se que os bebs s reagiam
de forma reflexa a sons intensos. Segundo Simonek e Lemes (1996),
este conceito mudou, e os bebs, mesmo os prematuros e de risco, so
capazes de se orientar em direo ao som. Esta orientao depender
do estado da criana, da postura, do tipo de som e de sua utilizao.
Simonek e Esmeraldo (1996) elaboraram um trabalho de
respostas auditivas no primeiro ano de vida, aps a observao de 539
bebs, no perodo de 1990 a 1995.
Recm-nascido - inatividade alerta - o beb presta ateno e
volta os olhos para o lado em que o som produzido (resposta de
orientao com facilitao dos movimentos da cabea)
Recm-nascido - sono leve - acordar do sono; contrao de
plpebras e movimentos corporais generalizados ( RCP, reao de
susto e sobressalto ).
14
Trs a quatro meses - inatividade alerta - o beb volta a cabea
em direo ao som e os olhos seguem na mesma direo ( resposta de
localizao ).
Cinco a oito meses - inatividade alerta - o beb volta a cabea
para o lado e para baixo.
Seis meses - inatividade alerta - o beb volta a cabea para o
lado e para cima.
Seis a oito meses - inatividade alerta - o beb volta-se no sentido
da fonte sonora.
Oito a dez meses - inatividade alerta - o beb volta a cabea
diagonalmente para o som.
Apesar de haver discordncia entre uma tabela e outra,
principalmente entre a primeira citada com as demais, pode-se verificar
que os primeiros anos de vida de uma criana so cruciais para o seu
desenvolvimento. Portanto, qualquer alterao da audio, at mesmo
em grau leve, pode acarretar conseqncias srias para o seu
desenvolvimento, o que novamente confirma serem os dois primeiros
anos o perodo crtico da audio.
15
Avaliao da Audio em Neonatos e Crianas
at Um Ano de Idade
Avaliar a audio de uma criana pequena no tarefa fcil.
Exige do fonoaudilogo um conhecimento do desenvolvimento normal
da criana e de mais diversas tcnicas de acordo com a faixa etria
correspondente.
Para Russo e Santos (1994), o propsito desta avaliao est
voltado para trs aspectos principais: detectar perdas auditivas leves,
moderadas, severas ou profundas; estabelecer diagnstico diferencial
com quadros que possuem retardo de linguagem; avaliar
quantitativamente e qualitativamente a deficincia auditiva, o mais
precocemente possvel, para auxiliar no diagnstico mdico e
encaminhar para habilitao ou reabilitao auditiva.
Portmann e Portmann (1993) dizem que a explorao auditiva
em crianas muito mais delicada do que em adultos, e que os testes
utilizados devem levar em conta a sua idade e a sua possibilidade de
participao. fundamental um equipamento adequado e um
examinador treinado em contato com crianas pequenas e que conhea
os possveis problemas de desenvolvimento psicointelectual, lingstico
e auditivo.
Russo e Santos (1994), citando Hodgson (1978), mostram que a
avaliao audiolgica a observao das respostas comportamentais
da criana em determinada situao.
As autoras colocam que a avaliao da criana e de sua audio,
devem estar de acordo com o tipo de resposta que esta possa dar e
com o perodo de desenvolvimento que se encontra, sendo, portanto,
fundamental conhecer o desenvolvimento da funo auditiva normal.
Muitas vezes, pode-se detectar um distrbio na criana devido a
alterao destas funes.
16
Segundo Rabinovich (1997), a avaliao da audio na criana
uma rea altamente especializada e um desafio Audiologia Clnica,
pois devido as crianas serem diferentes umas das outras, pode
adquirir aspectos pluridimensionais. Por isto , as tcnicas utilizadas
para avaliar a audio de uma criana devem ser simples, prticas,
fceis de se aplicar, flexveis e adequadas s necessidades individuais
de cada criana.
A autora recomenda criar um ambiente agradvel com a criana,
para que responda adequadamente, de acordo com sua idade
cronolgica e mental, e dos estados neurolgicos,fisiolgicos e
psicolgicos. A sala deve ser tratada acusticamente e o examinador
deve conhecer o equipamento a ser utilizado.
Katz (1989) alerta para o cuidado em avaliar as crianas
pequenas, evitando-se um diagnstico errneo, pois, como afirmam
Northern e Downs (1989), no h bebs com respostas mais pobres,
apenas profissionais inadequadamente preparados, devendo dar o
estmulo certo, na situao estruturada, para obter a resposta correta.
O autor tambm coloca da importncia dos procedimentos
utilizados na avaliao de uma criana, pois devem ser determinados
pelo tipo de respostas que esta pode dar. A avaliao deve ser
orientada para que se obtenha o maior nmero de informaes o mais
rpido possvel. Suas respostas dependero de sua idade mental, idade
cronolgica, estado neurolgico, nvel de audio, motivao para
cooperar, experincias anteriores e circunstncias de teste.
Rabinovich (1997) diz que o examinador deve, antes de iniciar a
avaliao audiolgica da criana, ter conhecimento e experincia em
avaliar crianas com desenvolvimento normal da funo auditiva.
Oliveira e Oliveira (1994), orientam que a avaliao deve ser
realizada quando suspeita-se de perda da audio congnita ou
adquirida antes do desenvolvimento da fala, para que a criana seja
encaminhada o mais cedo possvel para treinamento especializado.
Com isto, evitam-se repercusses em sua personalidade, comunicao
17
e socializao, sendo que atualmente j possvel fazer um diagnstico
preciso em qualquer idade.
Os autores tambm afirmam da importncia da deteco
precoce da deficincia auditiva para encaminhamento a fim de
protetizao, visando o bom desenvolvimento lingustico da criana,
pois de acordo com Rabinovich (1997), a deteco e identificao da
surdez, permite um trabalho imediato, oferecendo condies para o
desenvolvimento de fala, linguagem, psquico, social e educacional da
criana.
Butross, Gearhart e Peck (1995) relatam que a descoberta e o
tratamento precoce da perda auditiva pode prevenir uma vida toda de
dificuldade.
Para Azevedo(1995), a avaliao instrumental da criana no
primeiro ano de vida, juntamente com a avaliao eletrofisiolgica ,
podem fornecer informaes importantes sobre o sistema auditivo da
criana. Com isto, obtm-se um diagnstico precoce dos distrbios da
audio, tanto a nvel perifrico, da acuidade auditiva como do
processamento auditivo central.
A autora fala da importncia do diagnstico audiolgico ser
realizado durante o primeiro ano de vida, pois possibilita a interveno
mdica e/ou fonoaudiolgica no perodo crtico de maturao e
plasticidade funcional do SNC, o que permite um prognstico mais
favorvel em relao ao desenvolvimento da criana.
As crianas consideradas de risco para distrbio da audio,
devem ser submetidas a uma avaliao no incio da vida e a um
acompanhamento audiolgico, para verificar o desenvolvimento de sua
audio e identificar qualquer tipo de alterao da audio ainda no
perodo ideal.
A avaliao audiolgica em consultas peridicas durante o
primeiro ano de vida, possibilita verificar as respostas das crianas
frente aos estmulos acsticos com o aumento da idade, observando-se
18
o processo de maturao do SNC e caracterizar o desenvolvimento
auditivo de cada criana.
Simonek e Lemes (1996) citam diversas metodologias para se
avaliar a audio de crianas pequenas, como a Audiometria de Tronco
Cerebral (ABR), Emisses Otoacsticas e Avaliao Auditiva
Comportamental, sendo que Lichtig (1997) cita tambm a
Imitanciometria, alm de Buttrosss, Gearhart e Peck (1995), que
acrescentam a Audiometria de Reforo Visual.
Os mtodos e tcnicas no so excludentes entre si, e sim,
complementares. Nos casos de respostas comportamentais claras e
consistentes, no h necessidade de avaliao fisiolgica, mas em
respostas duvidosas, sua realizao obrigatria para concluso do
diagnstico, segundo as autoras.
Russo e Santos (1994), recomendam a realizao de programas
de deteco precoce da deficincia auditiva em berrios, sendo que
estes visam a preveno, a identificao, o diagnstico e a habilitao
da criana deficiente auditiva, o mais precocemente possvel. Esta
avaliao deve ser simples, exigir pouco tempo, pequeno custo, pouco
equipamento e deve detectar o maior nmero de bebs, sendo menos
subjetiva possvel e com respostas claras.
As autoras tambm falam da importncia dos pais do beb
retornarem ao hospital para que a criana possa ser avaliada com um
ms, trs meses, seis meses, nove meses e um ano de idade. Esses
retornos so necessrios, para evitar que o beb seja diagnosticado
como surdo, quando este apresenta audio normal (falso-positivo) ou
que seja diagnosticada como ouvinte, quando este realmente surdo
(falso negativo).
Northern e Downs (1989), falam da importncia destes retornos,
devido ao fato da audio da criana modificar-se durante o primeiro
ano de vida.
Lichtig e colaboradores (1997), chamam a ateno do
fonoaudilogo para os bebs de alto risco, que apresentam
19
intercorrncias pr, peri ou ps-natais, pois devido aos avanos
tecnolgicos, a sobrevida destes bebs tem aumentado, devendo-se
criar condies para o desenvolvimento das futuras aquisies destes.
importante selecionar os bebs que apresentem um ou mais fatores
de risco, submetendo-os triagem auditiva o mais cedo possvel e
encaminh-los avaliao audiolgica completa.
Segundo a American Speech and Hearing Association (Joint
Commite on Infant Hearing, 1994), a prevalncia de deficincia auditiva
(DA), em neonatos que no possuem intercorrncias de 1 para 1000,
enquanto que em neonatos e lactentes com um ou mais fatores de
risco de 1,5 a 6,0 para 1000 nascimentos.
Para Oliveira e colaboradores (1994), a triagem o mtodo mais
eficaz de deteco precoce da DA, pois simples, rpido e barato,
podendo ser aplicado a um nmero relativamente grande de crianas.
O objetivo no o de diagnosticar a DA, mas determinar se existe a
possibilidade de perda da audio. O berrio o local ideal para a
realizao da triagem pois os bebs permanecem l em mdia 36 a 48
horas.
Portmann e Portmann (1993), falam da importncia dos mtodos
de avaliao de bebs serem objetivos, simples e fceis de serem
aplicados, pois o recm-nascido um ser subcortical, comandado
essencialmente por reflexos inatos, e que encontram-se num estado de
no diferenciao em relao ao seu meio.
Castro (1980) diz que a faixa etria de diagnstico de problemas
auditivos ocorre tardiamente, entre o vigsimo quarto e trigsimo ms
de vida. Por este motivo, Lichtig, Couto e Monteiro (1997), enfatizam a
importncia da deteco da DA ser efetuada durante o perodo que o
beb se encontra no berrio.
Na reunio realizada pelo Joint Committe on Infant Hearing, em
1994, enfatizou-se a realizao da triagem ser universal, ou seja, em
todos os recm-nascidos, pois apenas 50% das deficincias auditivas
so detectadas mediante o uso do registro de alto risco.
20
Azevedo(1997), enfatiza que toda a criana que apresente em
sua histria pregressa algum fator de risco para distrbios da audio,
perifrica ou central, deve ser avaliada periodicamente, em relao as
habilidades de processamento dos estmulos acsticos.
Os critrios de alto risco elaborados pelo Comit em 1990, para
neonatos at 28 dias so:
1. Histria familiar de perda auditiva congnita ou tardia
neurossensorial.
2. Infeco congnita: toxoplasmose, sfilis, rubola, citomegalovrus e
herpes.
3. Anomalias craniofaciais, incluindo pavilho auricular e canal auditivo.
4. Peso ao nascer inferior que 1500 gramas.
5. Hiperbilirrubinemia em nvel exsangneo transfuso.
6. Medicaes ototxicas.
7. Apgar de 0 - 3 nos primeiros cinco minutos.
8. Meningite bacteriana.
9. Ventilao mecnica por perodo igual ou maior a dez dias.
10. Sinais ou outros achados associados a sndromes que incluam
perda auditiva neurossensorial.
No Brasil, inclui-se tambm o critrio PIG - Pequeno para Idade
Gestacional.
Azevedo (1994) inclui tambm a exposio de neonatos a rudos
intensos na incubadora alm de sete dias, e drogas ou lcool utilizados
pela me durante o perodo gestacional.
Kountakis e cols (1997) encontraram como fatores de risco para
deficincia auditiva, outras trs variveis, quais sejam tempo de
permanncia em UTI, Sndrome da Angstia Respiratria e fibroplasia
retrolental.
Verificou-se que podem ser muitos os fatores causadores de
perda auditiva em crianas, mas independente da causa, as seqelas
decorrentes da perda so as mesmas, por isto a importncia da
avaliao ser realizada ainda no primeiro ano de vida.
21
Triagem Auditiva Neonatal
A triagem auditiva neonatal uma avalio rpida que possui o
objetivo de detectar alteraes da audio, o mais cedo possvel, a fim
de prevenir maiores problemas de desenvolvimento na vida das
crianas deficientes auditivas.
Downs (1978) enfatiza a importncia da implantao da triagem
auditiva universal, pois a identificao precoce da perda auditiva pode
modificar a qualidade de vida da criana deficiente auditiva.
Mehl e Thomson (1998) tambm consideram importante a
triagem auditiva universal devido a incidncia alarmante de perda
auditiva congnita bilateral.
Lichtig, Couto e Monteiro (1997) e Azevedo (1995), enfatizam da
importncia desta avaliao ser realizada no perodo prximo da alta
hospitalar, quando o neonato encontra-se em condies de ser
manipulado, sem uso de sondas e em bom estado geral de sade.
Esta avaliao pode ser triada atravs de mtodos
eletrofisiolgicos (Potencial Evocado Auditivo do Tronco Cerebral -
PEATC e Emisso Otoacstica Evocada - EOAE) ou pelo Mtodo de
Observao de Respostas Comportamentais.
Ser dada nfase aos procedimentos comportamentais por
serem de baixo custo, de fcil aplicao e flexveis em uma
programao.
Russo e Santos (1994) dizem que a avaliao auditiva do recm-
nascido, atravs de mtodos comportamentais, mais qualitativa de
que quantitativa, pois limitada elicitao de respostas reflexas a
estmulos acsticos conhecidos, normalmente intensos.
Para as autoras, as respostas mais freq:uentemente encontradas
so: reflexo ccleo-palpebral, reflexo de Moro, a reao de sobressalto
(Startle) e o despertar do sono.
22
importante observar o estado de sono ou viglia em que a
criana se encontra durante a avaliao. O estado de sono ideal
aquele situado entre o leve e o profundo, no qual se coloca o dedo
sobre a plpebra da criana e sente-se o movimento do globo ocular
sem que ela desperte.
As autoras enfatizam da importncia do beb estar bem
alimentado, limpo e vestido com pouca roupa, ou com roupa que lhe
permita grandes movimentos, a fim de que se possa avaliar
adequadamente as suas respostas.
Segundo Lichtig, Couto e Monteiro (1997), o Mtodo de
Respostas Comportamentais pode ser realizado utilizando-se
equipamentos eletrnicos (screening automtico), tais como o Crib-O-
Gram e Auditory Response Cradle.
O mtodo Crib-O-Gram consiste na colocao de uma lanterna
especial, cujo foco direcionado a uma clula fotoeltrica no bero. Os
movimentos do beb acendem esta lanterna, e a luz, ao atingir a clula
fotoeltrica transforma-se em corrente eltrica e registrada. O
estmulo sonoro de um segundo um rudo de banda estreita centrado
na frequncia de 3000 Hz, apresentado a 92 dB NPS, atravs de um
alto-falante acima do bero, uma distncia de 1m. e 8cm. O
registrador controla as atividades do beb antes e depois dos estmulos
sonoros e registra em um grfico.
Atualmente, os modelos modernos so controlados por
microprocessador, e realizam o teste num perodo de 2 ou 3 horas, e
todos os movimentos do beb so automaticamente processados.
Kawakami e Okamoto (1986), em um trabalho realizado
concluram que h alta probabilidade de dficit neurolgico nas crianas
que fracassaram no Crib-O-Gram; portanto, deveriam receber
acompanhamento neurolgico e audiolgico.
O Auditory Response Cradle um equipamento que monitora as
vrias respostas comportamentais na presena do som. O recm-
nascido colocado em posio supina num colchonete de espuma
23
contendo transdutores. O rudo passa-alto de 2600 a 4300 Hz a 85 dB
NPS, apresentado em cada orelha atravs de um fone auricular, num
intervalo de 5 segundos. A instrumentao ajustada no bero permite
que as respostas auditivas, como os movimentos do beb, sejam
registradas poligraficamente.
O mtodo de Observao de Respostas Comportamentais,
segundo Lichtig, Couto e Monteiro (1997), consiste na avaliao
baseada na observao de respostas motoras do recm-nascido,
mediante um estmulo sonoro.
Northern e Downs (1989), afirmam que o estmulo sonoro mais
eficaz aquele situado em torno de 3000 Hz a 90 dB NPS, ao nvel do
pavilho auricular, sendo que o ambiente de testagem no pode
exceder a 60 dB NPS de nvel de rudo. O estmulo deve ser de 2
segundos, em no mximo oito vezes, com intervalos peridicos.
Segundo Russo e Santos (1994), a avaliao pode ser realizada
com o uso de audimetros peditricos, que geram tons puros e
modulados (warble tone), que, por serem pequenos, portteis, fceis de
manipular e por possurem um custo menor, facilitam a aplicao em
berrios.
Alguns destes audimetros possuem estmulo acstico e visual.
O estmulo sonoro consta de tons modulados em 500, 1000, 2000 e
4000 Hz, em intensidades de 20, 40, 60 e 80 dB NA, uma distncia de
50 cm do pavilho auricular, aumentando em 10 dB se a distncia for
reduzida para 10 cm. O estmulo visual composto por trs pequenas
lmpadas vermelhas que acendem e apagam em intervalos de tempo.
Estes estmulos, visuais e sonoros, podem ser apresentados
simultaneamente ou alternadamente, pois so controlados por
interruptores que se encontram na parede posterior do audimetro.
Para Lichtig, Couto e Monteiro (1997) importante a presena de
pelo menos dois fonoaudilogos na realizao da testagem, e que eles
concordem com as respostas observadas.
24
Aps a apresentao dos estmulos e observao das respostas,
estabelece-se o critrio passou-falhou. considerado passou o
neonato que apresentar um ou mais tipos de respostas pr-
estabelecidas em pelo menos uma orelha (Northern e Downs, 1989).
O recm-nascido que no apresentar nenhum tipo de resposta,
deve ser encaminhado para avaliao eletrofisiolgica da audio, a fim
de estabelecer o diagnstico. importante o acompanhamento deste
beb, para confirmao da perda auditiva.
Para Russo e Santos (1994), todo o programa de triagem
auditiva s est completo se os encaminhamentos necessrios ao beb
identificado como deficiente auditivo forem feitos. O primeiro passo
aps a deteco seria o diagnstico clnico, que deveria ser feito por
uma equipe composta pelo pediatra, otorrinolaringologista,
fonoaudilogo e psiclogo. O prximo passo seria de orientar os pais
quanto aos caminhos a buscar, as opes a fazer e as dificuldades que
podero encontrar. No momento em que o diagnstico da surdez foi
estabelecido, o profissional deve oferecer aos pais a possibilidade de
falar e de ser ouvido.
Northern e Downs (1989) comentam do perodo de tempo de
dois anos entre a suspeita da deficincia auditiva e o momento do
diagnstico final. Por este motivo, Lichtig, Couto e Monteiro (1997)
enfatizam a importncia do neonato ser encaminhado para o processo
de habilitao, assim que for diagnosticada a perda auditiva.
O objetivo da avaliao auditiva em berrios, de acordo com as
autoras, o de verificar se o beb possui alterao auditiva do tipo
neurossensorial, ou se apresenta desordem do processamento auditivo
central, levando-se em conta o perodo crtico da audio, para
estimulao da linguagem.
As autoras orientam que cabe ao fonoaudilogo a
responsabilidade de conscientizar a famlia sobre a necessidade de
acompanhar o desenvolvimento da audio dos bebs que apresentem
um ou mais fatores de risco para a DA durante o perodo neonatal. O
25
ideal que este acompanhamento seja realizado durante os dois
primeiros anos de vida da criana.
O fonoaudilogo deve conhecer e saber aplicar vrios mtodos
de triagem auditiva em bebs, para poder optar pelo que melhor se
adapta a situao de sua populao de teste, levando em conta a
rapidez e a eficcia dos mesmos.
26
Avaliao Auditiva no Primeiro Ano de Vida
Antes de comear a avaliao propriamente dita, o fonoaudilogo
dever realizar uma anamnese, uma entrevista inicial com os pais, com
o objetivo de coletar dados importantes sobre o desenvolvimento da
criana bem como sobre qual o melhor mtodo para avali-la.
Todo o trabalho realizado com criana envolve uma fase de
coleta de dados junto aos pais, para caracterizar a queixa e as
dificuldades que estes pais sentem em relao ao seu filho, declaram
Russo e Santos (1994).
As autoras consideram esta uma etapa importante do
diagnstico, devendo conter perguntas objetivas sobre a causa, e
fatores que predispem, agravam ou caracterizam o problema auditivo
e o estado atual do paciente.
A anamnese deve obter informaes relativas a identificao do
paciente, caracterizao dos problemas da criana queixa, a histria e
o estado atual do problema auditivo, historia mdica, desde a gestao
at o momento ( doenas infecciosas, medicamentos e antecedentes
familiares), aspectos socioculturais, desenvolvimento motor, social,
mental emocional e de linguagem, e histria audiolgica. (Anexo 1)
Northern e Downs (1989), dizem que deve-se perguntar aos pais
quanto principal preocupao que os levou ao fonoaudilogo, pois
pode ser que essa seja toda a informao que necessria antes da
testagem audiolgica, e nenhum detalhe deve ser esquecido. Indagar
aos pais quanto ao desenvolvimento oral e auditivo da criana, sendo
importante estabelecer um relacionamento descontrado com a me ou
pais, pois a criana observa o que acontece, e se sente mais vontade.
Russo e Santos (1994) tambm salientam que a etapa da
entrevista pode ser uma etapa de aproximao entre o examinador e a
criana, e quando esta participa desta entrevista, mais fcil a sua
27
colaborao durante a avaliao, pois a barreira do desconhecido, do
medo e da novidade foram derrubados, principalmente com crianas
maiores.
As autoras salientam que durante esta fase, o examinador pode
levantar informaes que o ajudaro a selecionar o material e
procedimento que melhor se adapta criana em questo, e que estes
dados podero facilitar o processo de avaliao audiolgica.
Para realizar avaliao auditiva em crianas, Simonek e Lemes
(1996), sugerem nas testagens de recm-nascidos at 6 meses, a
Audiometria de Observao do Comportamento (utilizando os recursos
de despistagem, a bandinha, etc);a timpanometria e a pesquisa do
reflexo acstico; em suspeita de perda auditiva, sugerem a solicitao
da pesquisa das emisses otoacsticas transientes e/ou Produtos de
Distoro, e, se derem alteradas, a Audiometria de tronco Cerebral,
para complementao diagnstica.
Em crianas de seis meses a um ano, sugerem a realizao da
Audiometria de Reforo Visual (VRA) ou Audiometria de localizao em
Campo livre, utilizando tons puros modulados (warble), comeando da
menor intensidade para maior. Realizar o teste de reao chamada
do prprio nome, pelo examinador e depois pela me da criana,
comeando por voz baixa, depois mdia-alta e alta. Verificar se a
criana entende ou obedece ordens verbais e se necessita de pistas
visuais. As solicitaes verbais so propostas por Azevedo
(1991,1993), sendo a voz apresentada sem amplificao. Sugerem
tambm a avaliao das condies da orelha mdia, atravs da
timpanometria e da pesquisa do reflexo acstico.
Diversas so as tcnicas para avaliar a audio de crianas de
zero a um ano de idade. Ser dado um parecer sobre o teste de Boel,
respostas comportamentais ao estmulo auditivo, audiometria atravs
do condicionamento do reflexo de orientao COR (Suzuki e Ogiba,
1961), Audiometria do reforo visual (VRA), citadas por Russo e Santos
(1994) , Despistagem Auditiva, proposta por Simonek e Lemes (1996),
28
sendo que Azevedo (1993), utiliza tambm a Observao das
Respostas a Estmulos Verbais .
Northern e Downs (1989), salientam a importncia da sala de
testagem ser acusticamente tratada, o beb estar fisiologicamente
satisfeito e o som do teste ser de espectro conhecido.
Teste de Boel
O Teste de Boel, que significa o olhar guiado pelo som, foi
elaborado por Karin Stenslan Junker (1978), em Estocolmo. Este teste
serve para avaliar a audio de bebs de sete a dez meses de idade, e
para avaliar o desenvolvimento perceptual, motor, visual e o contato da
criana com o examinador.
Para realizao do teste, Junker (1978), citado por Russo e
Santos (1994) estabeleceu como padro, o uso de: um basto vermelho
de madeira; quatro pequenas fontes sonoras (dois sinos e dois guizos
de prata, presos em anis cujos espectros sonoros so conhecidos);
um mbile de prata.
O sino de prata ao ser percutido produz um estmulo de 45-55 dB
NPS , enquanto que o guizo produz de 35-45 dB NPS, ambos a 20 cm
de distncia.
O teste s dever ser comeado aps ser estabelecido um firme
contato de olho. O examinador movimenta o basto de madeira
vermelho para frente e para trs, depois no sentido horizontal e no
vertical. Enquanto o beb estiver atento ao estmulo visual, o
examinador apresenta os estmulos sonoros, a 20-30 cm atrs da
orelha do beb. O beb deve virar a cabea em direo ao som para
ser considerado positivo. Cuidar para que no se perca o contato visual.
29
As respostas positivas para cada som isolado devem ser
anotadas. Para ser considerado positivo, o beb deve virar a cabea
para 4 dos 5 sons apresentados.
Audiometria de Observao Comportamental
A avaliao da audio da criana nos primeiros meses de vida,
baseada na observao das respostas comportamentais que esta
apresenta frente a estmulos sonoros. Russo e Santos (1994) citam
como principais respostas reflexas o reflexo ccleo-palpebral (RCP),
reflexo de susto (Startle) e de acordar. Alm dessas respostas reflexas,
Azevedo (1991), classifica em ateno ao som, procura da fonte
sonora, localizao lateral, localizao de sons para baixo e localizao
de sons para cima, sendo que a localizao para baixo e para cima,
ainda pode ser classificada em indireta e direta.
Azevedo (1993) utiliza guizo (60 a 70 dB NPS), sino (80 dB
NPS), black-black (90 dB NPS) e agog (campnula grande 100 dB
NPS), como estmulos sonoros para elicitar respostas comportamentais
em bebs. Esses estmulos so apresentados em ordem crescente de
intensidade, no plano lateral, 20 cm do pavilho auricular do beb
durante 2 segundos, com um intervalo de 30 segundos entre as
estimulaes. A estimulao tambm realizada 20 cm abaixo e 20 cm
acima do pavilho auricular, direita e esquerda no plano lateral.
(Anexo 2)
Russo e Santos (1994) afirmam que um beb pode mostrar que
ouviu, modificando o seu comportamento quando o som foi
apresentado. Salientam que a avaliao audiolgica em bebs de at
seis meses muito mais qualitativa do que quantitativa.
As autoras enfatizam que a pesquisa das respostas
comportamentais em bebs de zero a um ano de idade, pode fornecer
30
informaes sobre a normalidade da audio da criana, como tambm
sobre o estgio de maturao da funo auditiva. Por exemplo, uma
criana de 12 meses de idade que apenas movimenta a cabea
lateralmente para localizar a fonte sonora, est se comportando como
um beb de trs a seis meses de idade, mostrando ento uma
defasagem no processo de desenvolvimento da sua funo auditiva.
Azevedo (1991) encontrou as seguintes respostas mais
freqentes em cada faixa etria: de 0 a 3 meses, Reflexo Ccleo-
Palpebral, reao de sobressalto e ateno ao som; de 3 a 6 meses,
localizao lateral ao nvel da orelha e respostas a tons puros de 80
dBNA; de 6 a 9 meses, localizao lateral, indireta para baixo e
respostas a tons puros de 60 dBNA; de 9 a 12 meses, localizao
lateral, direta para baixo, indireta para cima e respostas a tons puros de
20 dBNA. Sendo que o reflexo Ccleo-Palpebral esteve presente em
todas as crianas independendo da idade.
Azevedo, Vilanova e vieira (1995) tambm relatam a pesquisa
do fenmeno da habituao, onde h uma diminuio ou extino do
movimento frente a estmulos repetidos. Observa-se este fenmeno
para a reao de sobressalto, sendo que a habituao significa que h
integridade do SNC. Segundo os autores, em crianas nascidas a
termo, ocorre no segundo estmulo, em crianas nascidas pr-termo,
ocorre no terceiro estmulo, enquanto que em crianas com alterao
central este fenmeno ocorre no quarto estmulo ou h uma ausncia
deste.
Despistagem Auditiva
Esta tcnica descrita por Simonek e Lemes (1996), em que um
auxiliar ou o prprio examinador atrai a ateno visual da criana com
um objeto e com a outra mo faz um estmulo auditivo. Tambm
conhecida como Tcnica da Distrao, de acordo com Hodgson (1985).
31
As autoras colocam que a Despistagem Auditiva, apesar de
utilizar os mesmos princpios da Tcnica de Distrao, diferem entre si
quanto a metodologia de mensurao acstica dos estmulos utilizados,
objetos escolhidos, classificao e critrio das respostas, tempo e
distncia de apresentao dos estmulos, metodologia de aplicao do
estmulo, postura da criana e da me.
As autoras tambm afirmam que a Despistagem s tem valor
diagnstico, quando adicionada Audiometria de Observao do
Comportamento ou outros exames complementares.
Os procedimentos empregados so divididos para neonatos (RN
28 dias) e para bebs (4 a 12 meses). A partir do primeiro at o final
do terceiro ms deve-se evitar realizar a Despistagem, pois mais
difcil de se obter uma resposta auditiva (Siegler, 1991).
Os neonatos devem ser colocados em posio facilitadora, onde
o beb elevado aproximadamente 20 graus em supino, com a cabea
na linha mdia, apoiada pela mo do examinador, ficando livre para
girar.
O teste deve ser realizado no estado de Inatividade Alerta, o
qual seria o estado de viglia, em que os olhos do beb esto
totalmente abertos. Os estmulos so apresentados aleatoriamente
esquerda ou direita do beb, a uma distncia de 7 cm num ngulo de
90 graus. Os estmulos devem ser apresentados em ordem crescente
de intensidade, sendo que os estmulos de intensidades fracas e
mdias (20 dB NA a 70 dB NA) devem ser apresentados de forma
contnua e longa durao, durante 6 a 20 segundos. Os de forte
intensidade devem ser apresentados de forma sbita com curta
durao. Os estmulos devem ser repetidos por mais duas vezes
quando houver ausncia de resposta.
Simonek e Lemes (1996) orientam a no apresentar o estmulo
quando a criana estiver agitada, chorando, bocejando ou realizando
qualquer movimento.
32
Anota-se somente uma resposta, independendo do lado ou
nmero de apresentao, sendo que as autoras colocam que somente
anotam-se as respostas ntidas e claras.
O beb de quatro a doze meses deve ser colocado no colo da
me, afastado de seu peito. O examinador deve estar ao lado da
criana, com uma das mos atrai sua ateno para a frente e com a
outra emite o estmulo sonoro. Os estmulos devem ser apresentados
em ordem crescente de intensidade, a uma distncia de 7,5 cm a 15 cm
da criana. Os estmulos devem ser apresentados ao nvel horizontal e
na vertical acima ou abaixo da orelha, de acordo com a idade da
criana.
Anotam-se as respostas, independendo do lado ou nmero de
apresentaes, devendo serem claras e ntidas. Para finalizar, as
autoras chamam a ateno para se ter em mente que o critrio
qualitativo e que se obter uma estimativa da resposta do melhor
ouvido.
O protocolo das respostas auditivas utilizado pelas autoras
encontra-se no anexo 3.
Audiometria do Condicionamento do Reflexo de
Orientao - COR, Tcnica de Suzuki e Ogiba
Esta tcnica descrita por Russo e Santos (1994), sendo que foi
elaborada em 1961, pelos pesquisadores japoneses, Suzuki e Ogiba.
De acordo com as autoras, esta tcnica baseia-se no princpio de
que quando um estmulo visual apresentado criana, esta tende a
procurar de onde este estmulo surgiu, sendo que este um reflexo
no-condicionado, e se este reflexo for associado a um estmulo sonoro
(pode ser o tom puro ou outros estmulos), a criana ir procurar a fonte
sonora, independendo da estimulao visual.
33
A criana procurar a fonte sonora, esperando encontrar o
estmulo visual antes apresentado.
Para a realizao da COR (Suzuki e Ogiba,1961) necessita-se
de: duas caixas acsticas; duas bonecas de vinil iluminadas ou
qualquer estmulo visual iluminado; um dispositivo que controle tanto a
sada do som quanto a luz do boneco; um audimetro convencional
com sada para caixa acstica.
A criana deve estar no colo da me, a uma distncia
aproximada de 50 cm do equipamento, sendo que o estmulo sonoro,
de freqncia mdia ou grave (500 ou 1000 Hz) a 30 ou 40 dB NS,
deve ser apresentado durante cinco segundos, seguido de intervalo de
um segundo, quando apresenta-se o estmulo visual.
Tanto o estmulo sonoro como o visual devem ser apresentados
dos dois lados alternadamente, objetivando a criana procurar a fonte
sonora antes que aparea o estmulo visual, a iluminao do boneco.
Comea-se ento a pesquisa do limiar mnimo de audio da
criana, sendo importante apresentar a combinao luz-tom para
reforar o comportamento da criana.
Considera-se resposta verdadeira quando ocorre um movimento
de cabea da criana em direo fonte sonora, num perodo de
latncia de 0,5 a 1,5 segundo.
Russo e Santos (1994) observam respostas mais rpidas e
condicionamento mais efetivo quando utilizam estmulos de fala e rudo
de banda estreita ao invs do tom puro.
34
Audiometria com Reforo Visual VRA
Esta tcnica foi elaborado por Lidn e Kankkunen em 1961, onde
um estmulo visual apresentado logo aps um estmulo sonoro.
Segundo Widen (1993) e Azevedo (1993) esta tcnica indicada
para crianas nascidas a termo, a partir de cinco ou seis meses de
idade, para crianas nascidas pr-termo , Moore, Thompson e Folsom
(1992) indicam a partir de oito meses de idade corrigida e seis meses
de idade mental, enquanto que Azevedo (1993), indica para crianas
com nove meses de idade cronolgica.
Azevedo, Vieira e Vilanova (1995) realizam a pesquisa dos nveis
mnimos de resposta para tons puros modulados em freqncia
(warble) de 500 Hz, 1000 Hz, 2000 Hz e 4000 Hz atravs de
condicionamento estmulo-resposta-reforo visual 80 dB NA, 60 dB
NA, 40 dB NA e 20 dB NA. O estmulo apresentado em intensidade
decrescente a 20 cm do pavilho auricular direita e esquerda, nas
freqncias de 1000 Hz, 2000 Hz, 4000 Hz e 500 Hz, nesta ordem.
Quando a criana volta a cabea em direo ao som, refora-se com o
estmulo visual.
Azevedo (1993) realiza esta avaliao com o uso de audimetro
peditrico, enquanto que Russo e Santos (1994) citam caixa acstica
ou fones.
Russo e Santos (1994) observam respostas mais eficientes
quando o estmulo sonoro utilizado do tipo modulado (warble tone),
rudo de banda estreita (narrow band noise) ou fala.
As autoras iniciam a testagem a partir de uma avaliao
comportamental, identificando a faixa de audio da criana atravs de
estmulos no calibrados (instrumentos musicais, rudos ambientais,
etc), e aps este levantamento inicia-se o processo de condicionamento
com reforo visual.
35
Observao das Respostas a Estmulos Verbais Reao `a voz e
reconhecimento de comandos verbais.
Azevedo, Vieira e Vilanova (1995) descrevem este teste
utilizando de estmulo verbal a fala natural dos familiares, sem
amplificao sonora, a 50 cm de distncia, no plano lateral ao nvel do
pavilho auricular da criana, cuidando para no fornecer pista visuais.
A reao a voz antes dos seis meses de idade a voz materna
ou de algum familiar prximo da criana, sendo que aps, a criana
pode reagir a voz do audiologista.
Rabinovich (1997) diz que alm da obteno da reao voz,
tambm deve-se observar se a criana capaz de compreender ordens
simples.
Para a pesquisa do reconhecimento de comandos verbais, pode-
se utilizar a classificao de respostas proposta por Azevedo (1991):
Nvel I D tchau! Atira beijo! Bate Palma! (Este reconhecimento
esperado em crianas de nove a doze meses). Nvel II Cad a
mame? Cad a chupeta? Cad o sapato? (Este reconhecimento
esperado em crianas de doze a quinze meses).
Estas so apenas algumas tcnicas utilizadas para avaliar a
audio de bebs de zero a um ano. Cabe ao fonoaudilogo a escolha
da tcnica ou tcnicas que melhor se adaptam a criana que est
testando. Alm disso, necessrio muita pacincia, criatividade e
flexibilidade para poder realizar modificaes e alteraes nestas
tcnicas no momento da testagem, adequando-as criana sob teste,
se houver a necessidade.
36
Consideraes Finais
Uma perda auditiva durante a infncia pode dificultar ou atrasar a
aquisio da linguagem, resultando no atraso do desenvolvimento das
habilidades comunicativas normais, sendo que a surdez no detectada
precocemente ter um enorme impacto no desenvolvimento normal da
criana.
Os primeiros dois anos de vida so os mais importantes para a
aquisio da fala e linguagem, por este motivo, fundamental
identificar, detectar e intervir o mais cedo possvel, para minimizar ou
prevenir efeitos adversos.
A perda auditiva nos primeiros anos de vida, mesmo em grau
leve e que no impea a aquisio da linguagem, pode comprometer o
desenvolvimento das habilidades lingsticas, acarretando problemas
mais tarde, no desempenho escolar da criana.
importante avaliar a criana, principalmente a que possui
critrio de risco para deficincia auditiva, ainda no primeiro ano de vida,
inclusive no prprio berrio, atravs de triagem auditiva.
A avaliao audiolgica realizada em consultas peridicas
durante o primeiro ano de vida, permite verificar como esto evoluindo
as habilidades de respostas a estmulos acsticos com o aumento da
idade; com isto pode-se verificar como encontra-se a audio perifrica,
bem como a maturao do sistema nervoso central.
Concluindo, deve-se enfatizar que existem vrias tcnicas para
avaliar a audio de bebs de zero a um ano, mas que cabe ao
fonoaudilogo utilizar a que melhor se adapta ao seu paciente, pois
independendo da tcnica, o objetivo deve ser sempre o de identificar o
mais cedo possvel a perda auditiva, visando prevenir srias alteraes
no desenvolvimento global da criana.
37
Espera-se que este breve apanhado sobre as principais tcnicas
de avaliao auditiva em bebs, possa contribuir de alguma forma aos
fonoaudilogos envolvidos neste processo to importante.
38
Referncias Bibliogrficas
AZEVEDO, M.F. Avaliao Audiolgica no Primeiro Ano de Vida. Em
Lopes Filho, O. Tratado de Fonoaudiologia. SP, Ed. Roca Ltda,
1997. Pg 239-63.
AZEVEDO,M.F. Desenvolvimento Auditivo de Crianas Normais e
de Alto Risco. 1993. ( Tese-Doutorado Universidade Federal de
So Paulo - Escola Paulista de Medicina ).
AZEVEDO, M.F. Distrbios da Audio em Crianas de Risco para
Alterao do Processamento Auditivo Central. Em LICHTIG, I. &
CARVALHO, R.M.M. Audio . Abordagens Atuais. SP, Pr-
Fono, 1997. Pg 187-208.
AZEVEDO, M.F.; VIEIRA, R.M.; VILANOVA, L.C.P. Desenvolvimento
Auditivo de Crianas Normais e de Alto Risco. SP, Ed. Plexus
Ltda1995. 222p.
BOOTHROUD, A. - Hearing Impairment in Young Children.
Englewood Cliffs, Prentice Hall. 1982.
BUTTROSS, S.L., GEAHARDT, J.G., PECK, J.E. Early identification
and management of hearing. Am. Fam Physician., May 1: 51 ( 6 )
: 1437 46, 1451 2, 1995.
DOWNS, M.P. Auditory screening. Otolaryngol Clin North Am., Oct,
11 ( 3 ) : 611 29, 1978.
GORDO, A.; PARLATO, E.M.; AZEVEDO, M.F.;GUEDES, Z.C.F. -
Triagem Auditiva em Bebs de 2 a 12 meses. Pr-Fono Revista
39
de Atualizao Cientfica, SP, Pr-Fono - Diviso Editorial.
1994.
KATZ, J. Tratado de Audiologia Clnica. SP, Ed. Manole Ltda,1989.
1127p.
KAWAKAMI, I. & OKAMOTO, M. The risk of neurological impairment of
infants failing audiological screening by Crib-O-Gram. Auris
Nasus Larynx., 13 ( 1 ):1-9, 1986.
KOUNTAKIS, S.E., PSIFIDIS, A. , CHANG,C.J. , STIERNBERG, C.M.
Risk factors associated with hearing loss in neonates. Am. J.
Otolaryngol., Mar-Apr.,18 ( 2 ) : 90 3, 1997.
LICHTIG,I. Consideraes sobre a Situao da Deficincia Auditiva
na Infncia no Brasil; em LICHTIG, I. & CARVALHO, R.M.M.
Audio. Abordagens Atuais, SP, Pr-Fono, 1997. Pg 5 22.
LICHTIG, I., COUTO, M.J.V., MONTEIRO, S.R.G. Avaliao de
Comportamento Auditivo em Neonatos no Berrio de Alto Risco.
Em LICHTIG, I. & CARVALHO, R.M.M. Audio. Abordagens
Atuais. SP, Pr-Fono, 1997. Pg 45-64.
MEHL, A. & THOMSON, V. Newborn hearing screening : the great
omission. Pediatrics., Jan, 101 ( 1 ) : E4, 1998.
MOORE, J.M., THOMPSON, G. FOLSOM, R.C. Auditory
responsiveness of premature infants utilizing visual reinforcement
audiometry ( VRA ). Ear Hear., 13 ( 3 ) : 187 94, 1992.
NORTHERN, J.L. & DOWNS, M.P. - Audio em Crianas. SP, Ed.
Manole. 1989. 432p.
40
OLIVEIRA, J.A.A. & OLIVEIRA,T.M.F. Avaliao da Audio. Em
COSTA,S.S.; CRUZ, O.L.; OLIVEIRA, J.A.A.
Otorrinolaringologia. Princpios e Prtica. RS, Ed. Artes
Mdicas Sul Ltda,1994. Pg 79-97.
PORTMANN, M.& PORTMANN, C. - Tratado de Audiometria Clnica.
SP, Livraria ROCA Ltda,1993. 323p.
RABINOVICH, K. Avaliao da Audio na Criana. Em Lopes Filho, O.
Tratado de Fonoaudiologia. SP, Ed. Roca Ltda, 1997. Pg 265-
83.
RUSSO, I.C.P. & SANTOS, T.M.M. - Audiologia Infantil. SP, Ed.
Cortez,1994. 231p.
SIMONEK, M.C.& LEMES, V.P. - Surdez na Infncia Diagnstico e
Terapia. RJ, SGDS Designers Ltda,1996. 109p.