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Este caderno apresenta as propostas de nível preliminar para o projeto do Estacionamento junto ao prédio do curso de Arquitetura e Urbanismo, feitas a pedido da Chefia de Departamento do curso e do Centro Tecnológico da UFSC. Coordenação e Orientação: Vera Helena Moro Bins Ely, Isabela Fernandes Andrade. Colaboradora: Julia Moraes Callado de Amorim. Bolsistas: Gabriela Hall Banki e Leodi Antônio Covatti.
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Roselane NeckelReitora
Débora Peres MenezesPró-Reitora de Pesquisa e Extensão
Edison da RosaDiretor do Centro Tecnológico
Sônia AfonsoChefe de Departamento de Arquitetura e Urbanismo
Fernando WestphalCoordenação do Curso de Arquitetura e Urbanismo
Grupo PET - Arquitetura e Urbanismo
Vera Helena Moro Bins Ely, Dr. Eng., Professora do curso de Arquitetura e Urbanismo
Isabela Fernandes Andrade, MSc.,Doutoranda do Pós-ARQ/UFSC
Orientadoras
Julia Moraes Callado de Amorim, Mestranda do Pós-ARQ/UFSC.
Colaboradora
Gabriela Hall BankiLeodi Antônio Covatti
Bolsistas
2012 - Grupo PETArquitetura e Urbanismo
Universidade Federal de Santa Catarina
Lista de Figuras / Lista de Siglas
1. Introdução...........................................................pg 07 1.1.JustificativaeApresentação.............................pg10 1.2.Objetivos..........................................................pg12 1.2.1.ObjetivoGeral 1.2.2.ObjetivosEspecíficos 1.3.Metodologia.....................................................pg13 A.PesquisaDocumental B.PesquisaBibliográfica C. Entrevista Semiestruturada D.EntrevistaNãoEstruturada E. Visitas Exploratórias 1.4.LimitaçõesdeProjeto.......................................pg17
2. Fundamentação Teórica.......................................pg 23 2.1.AcessibilidadeEspacial.....................................pg26 2.2.Legislação.........................................................pg29 2.3.Pisos.................................................................pg30 2.4.Paisagismo.......................................................pg36
3. Resultados...........................................................pg 43 3.1.EstudodaÁrea.................................................pg44 3.2.ModelosdeTraçado.........................................pg60 3.3.DecisõesdeProjeto..........................................pg74 3.3.1.DecisõesPaisagísticas........................pg75 3.3.2.Propostas...........................................pg78
4. Considerações Finais............................................pg 91
5. Referências..........................................................pg 95
6. Apêndice.............................................................pg 99
Lista de FigurasFigura1:Localizaçãodoterreno-originaldisponívelem<http://maps.google.com.br/>Figura2:Localizaçãodoterreno-originaldisponívelem<http://maps.google.com.br/>Figura3:Projetooriginalparaoedifício,emCAADFigura4:ProjetoparaoedifíciofornecidopelaChefiadeDepartamento,emCAADFigura5:ProjetoparaoedifíciofornecidopeloarquitetoMaurícioPontesHoller,emCAADFigura6:ProjetoparaoedifíciofornecidopeloDPAE,emCAADFigura7:PlantadeRestituiçãoPlanialtimétricadaUFSC,emCAADFigura8:Fotodoedifício,acervopessoadeLeodiCovattiFigura9:Fotodoedifício,acervopessoadeLeodiCovattiFigura10:ImagemretiradadeNeufert(1998)Figura11:ImagemretiradadaNBR9050Figura12:ImagemretiradadeSelwynGoldsmith(2000)Figura13:ProjetoemCAAD,commarcaçãodelocaçãodevagasespeciaisFigura14:http://www.tbssul.com.br/home/index.php?submenu=obrasIntertravadoFigura15:http://www.insideflorida.com/detail/park-ave/Figura16:http://www.imoveismidia.com.br/MaisAnuncio.asp?CodProduto=227Figura17:http://www.forcedgreen.com/2010/12/follow-the-green-brick-road/Figura18:http://www.psdb-sc.org.br/representantes/conteudo.cfm?representante=454&tipo=noticia¬icia=2988Figura19:http://www.gizmag.com/tiger-stone-lays-paving-bricks/16951/Figura20:http://www.probaseartefatos.com.br/?link=paversFigura21:http://www.paverscuritiba.com/imagens/img_produtos/1/67020175186917.jpgFigura22:http://www.interpavi.com.br/brazil/tecnico.htmFigura23:http://www.interpavi.com.br/brazil/tecnico.htmFigura24:http://www.maski.com.br/prefabricados/assentamento-do-pavimento-intertravado/#.TzuNBFz2aAhFigura25:http://www.interpavi.com.br/brazil/tecnico.htmFigura26:http://www.interpavi.com.br/brazil/tecnico.htmFigura27:http://www.maski.com.br/prefabricados/wp-content/uploads/2011/08/passo-14.jpgFigura28:Projetodoedifício,emCAAD,comalteraçõesfeitaspelaequipe.Figura29:Projetodoedifício,emCAAD,comalteraçõesfeitaspelaequipe.Figura30:Projetodoedifício,emCAAD,comalteraçõesfeitaspelaequipe.Figura31:Projetodoedifício,emCAAD,comalteraçõesfeitaspelaequipe.Figura32:Fototiradadamaquetedoprojeto,acervodeLeodiCovatti.Figura33:Fotodoedifício,apartirdeGoogleStreetViewFigura34:Estudodeacessos,projetoemCAADFigura35:Estudodeacessos,projetoemCAADFigura36:Implantaçãodoedifício,commodificaçãofeitapelaequipe,emCAADFigura37:Implantaçãodoedifício,commodificaçãofeitapelaequipe,emCAADFigura38:Plantabasedesenvolvidapelaequipe,projetoemCAADFigura39:Estudoinicial,projetoemCAADFigura40:Desenhodevaga,projetoemCAAD
Figura41:EstudoA1,projetoemCAADFigura42:EstudoA2,projetoemCAADFigura43:EstudoA2,modeloemSketchUPFigura44:EstudoB1,modeloemSketchUPFigura45:EstudoB2,pranchaFigura46:EstudoB3,modeloemSketchUPFigura47:EstudoB3,modeloemSketchUPFigura48:EstudoB3,pranchaFigura49:EstudoB3,modeloemSketchUPFigura50:Croquisdepaisagismo,desenvolvidospelaequipeFigura51:Croquisdepaisagismo,desenvolvidospelaequipeFigura52:Croquisdepaisagismo,desenvolvidospelaequipeFigura53:Proposta1,projetoemCAADFigura54:Proposta2,projetoemCAADFigura55:Proposta3,projetoemCAADFigura56:Proposta3,projetoemCAADFigura57:Proposta3,projetoemCAADFigura58:Croquisdepaisagismo,desenvolvidospelaequipeFigura59:Proposta3,modeloemSketchUPFigura60:Proposta3,modeloemSketchUPFigura61:Proposta3,modeloemSketchUPFigura62:Proposta3,modeloemSketchUPFigura63:Proposta3,detalhamentodepisos,modeloemCAADFigura64:Proposta3,projetoemCAAD
Lista de SiglasCTC:CentroTecnológicoPET/ARQUFSC:ProgramadeEducaçãoTutorialdocursodeArquiteturaeUrbanismodaUniversidadeFederaldeSantaCatarinaCERTI:FundaçãoCentrosdeReferênciaeTecnologiasInovadorasDPAE:DepartamentodeProjetosdeArquiteturaeEngenharia
Cap 1. INTRODUÇÃO
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INTRODUÇÃO O Centro Tecnológico da Universidade Federal de SantaCatarina (CTC/UFSC), em Florianópolis, designou o Programa deEducação Tutorial do curso de Arquitetura e Urbanismo (PET/ARQ)para o desenvolvimento de uma proposta de estacionamento juntoaoedifíciodoreferidocurso,vistoquevinharecebendoreclamaçõesrelacionadasàdivergênciaentreaofertadevagaseaquantidadedeveículosautomotores,à inexistênciadeumadefiniçãoclaradaáreadestinada para o estacionamento e a falta de pontos de controle(entradaesaída). Paraodesenvolvimentodaproposta,compôs-seumaequipeformada por dois bolsistas, um colaborador e dois orientadores,que aliaram a temática da acessibilidade espacial à elaboração doprojetodoestacionamento,sendonecessáriaacapacitação,apartirde revisão bibliográfica, acerca dos seguintes temas: acessibilidadeespacial, legislação, espaços abertos e paisagismo. Em seguida,partiu-separaaaplicaçãodemétodose técnicasquepossibilitarammelhorentendimentodosassuntosenvolvidoseaelaboraçãodeumprogramadenecessidadesedeprojetosemníveldeestudopreliminar.Os resultadosdesse trabalhoestãoaqui apresentadosem formadecaderno. Duranteo levantamentodas informações,ogrupo lidoucoma incompatibilidadedeprojetos fornecidospordiferentes fonteseaincertezaemrelaçãoaoprojetodefinitivodoprédioeseuentorno,oquedificultouadefiniçãodaáreade intervenção.Apósencontradasalgumas maneiras de compatibilizar informações, o grupo sugeriupropostaseasapresentouaosprincipais interessados.Aspropostasincluíam zonas definidas para trânsito de pedestres e veículos,considerandoadiversidadedopúblicoelocaisparaplantioecultivodevegetação,desdeforraçõesatéárvoresdemaiorporte,comointuitodedefinirlimitesemarcaroacessoaoespaço.
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Caberessaltar,queoresultadofinaldestecadernonãoéumprojetoemníveltécnicoeexecutivoparaoestacionamentodoedifício.Deve-se esclarecer que o Grupo PET não tem base de informaçõessuficientemente precisas – como será melhor explanado no sub-capítulo1.4.(LimitaçõesdeProjeto)–nemautonomiaparaapresentaruma decisão de projeto definitiva. Coube à equipe transformar emsoluções gráficas as várias ideias sugeridas tanto pelos requerentesquantopelosprópriospesquisadores,buscandodiferentesformasderesolveroproblema.Cadaumadelaspriorizoualgumaspecto,comoporexemplomaiornúmerodevagasoumaiorarborização. A partir das propostas preliminares, cabe, então, à Chefiade Departamento decidir quais diretrizes de projeto são maisconvenientes e qual das propostas abrange omaior número delas,e assim, definir a melhor abordagem. É possível quemais de umapropostasejaaproveitadaouatéquesejamunidasemnovasescolhasdeprojeto, sendoquealgumaspossibilitamexecuçãoemdiferentesetapas e outras reservam espaço para ampliações futuras. Tem-se,porfim,sugestõesconceituais,aníveldeestudopreliminar–asquaisnecessitamdemais informações técnicasacercado localparaseremdetalhadaseexecutadas–quebuscamatenderasnecessidadesdosusuários,comênfasenaAcessibilidadeEspacial,alémdevisaraintegraçãocomoentorno. Aspropostastêmdiretrizesfuncionaisepaisagísticascomunsparaoespaçoetêmigualvaloremquestãoqualitativa,apresentandosomentediferençasnosníveisdedetalhamento.
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1.1. Justificativa e Apresentação
O entorno do edifício do curso de Arquitetura e UrbanismodaUniversidadeFederaldeSantaCatarinaé formadoporumaárealivre,terraplanadaecobertacompedriscoepódebrita.Esseespaçofoi utilizadodurantea construçãodaedificaçãoparao transporteedepósito de equipamentos e materiais e, embora não tenha sidoprevistapavimentaçãoadequada,demarcaçãodasvagas,sinalizaçãoou iluminação,atualmentefuncionacomoestacionamento informalparadocentes,discentesevisitantes,conformefiguras1e2.
Figuras1e2:Imagensdesatéliteindicandoalocalizaçãodocampusemrelaçãoaosbairrosedetalhe,emvermelho,indicandooedifíciodocursodeArquiteturaeUrbanismo;Em2,Espaçoreservadoaoestacionamento-emamarelo.Semescala.
INTRODUÇÃO
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Alémdisso,percebe-seumcrescentefluxodiáriodeveículoscirculandonocampussemque,aparentemente,existaapreocupaçãoem disponibilizar espaços adequados para estacionamento, acessose circulações. O caso do curso de Arquitetura e Urbanismo não édiferente, assim como o das ampliações da Fundação Centros deReferência e Tecnologias Inovadoras (CERTI) e do Laboratório dePesquisa em Gás e Energia, ambos prédios vizinhos do objeto deestudo, que também terão seus espaços livres reduzidos e, dessaforma,necessitarãoqueosusuáriosencontremvagasnoentorno.Amobilidade está cada vezmenor e as áreas não comportammais ofluxoexcessivoquetransformaviasdepassagememlocaisestreitos,sinuososeesburacados.Osveículosestacionamde formaaleatória,acentuandoapossibilidadedeacidentes,oquejustificaaimportânciados estudos feitos pela equipe. Devido à urgência demandada peloprojeto,oprazoparaelaboraçãodaspropostasfoicurto,sendopoucomais de um semestre. Um dos anseios dos requerentes, principalmente da ChefiadoDepartamentodo curso, eraqueaproposta retomassepartedoconceitooriginaldoprédio(Figura3),valorizandooacessodos‘fundos’,organizandofluxosepriorizandopedestres.Dever-se-iatambémcriaráreasdedescanso,espaçosarborizados,agradáveis,quepropiciassema vivencia dos usuários e complementassem a edificação existente,gerandoumconjuntomaisharmônicoecondizenteàáreaqueabrigaocursodeArquiteturaeUrbanismo.
Figura 3:Noconceitooriginal,partedoespaçoqueatualmente comporta o estacionamento informal(demarcadoemvermelho)serviacomoespaçoparalaboratórios e depósito de materiais úteis, alémde acolhimento ao acesso que se faria pela partetraseiradoedifício.Semescala.
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1.2. Objetivos
Pretende-se apresentar projetos em fase de estudo preliminar deum estacionamento funcional e acessível, adequado aos fluxos deveículosepessoas,alémdepropostapaisagísticacapazdeidentificarosprincipaisacessoselimitesepossibilitarzonasdesombreamento.
1.2.1. O objetivo geral édesenvolverumapropostadeestacionamento,baseada nos princípios da Acessibilidade Espacial, aproveitando aáreadestinadaaesseusojuntoaoedifíciodoCursodeArquiteturaeUrbanismodaUniversidadeFederaldeSantaCatarina,emFlorianópolis.
1.2.2. Objetivos específicos:
a)Delimitaraáreadestinadaaoestacionamento,prevendoounãosuaexpansãoemetapas,definindoseusfluxos,acessos,distribuiçãodevagas,pavimentaçõesecontroledeacesso.
b)Inserirnoestacionamentoelementosquerespeitemosconceitosdeacessibilidadeespacial,principalmenteaquelesligadosaoscomponentesdeslocamentoeorientaçãoespacial.
c)Revitalizarosfundosdoprédio,destinandoumaáreaabertaparaatividadesacadêmicas,resgatandooespaçodocanteirodetrabalhodeacordocomoprojetooriginal.
d)Definirsoluçõespaisagísticasadequadas,considerandonecessidadedesombra,segurançaeaspectosestéticos.
INTRODUÇÃO
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1.3. Metodologia
A. Pesquisa Documental ConformeLakatoseMarconi (2008,p.176), “Acaracterísticadapesquisadocumentaléqueafontedecoletadedadosestárestritaadocumentos, escritosounão, constituindooque sedenominadefontes primárias.” Estes documentos podem ser arquivos públicos,particulares,fontesestatísticas,entreoutros,compiladospelopróprioautor, que ainda não tenham sido objeto de análise, ou que aindapodem ser reelaborados de acordo com o propósito da pesquisa(LakatoseMarconi2008,p.178;MartinseTheóphilo2009,p.55). Logo,estemétodofoiaplicadoemduasetapasdistintas.UmadelasfoiaobtençãoeposteriorentendimentodasplantasarquitetônicasdoprojetodoedifíciodocursodeArquiteturaeUrbanismoemsuasdiversasetapaseseuentorno,alémdelevantamentosplanialtimétricosabrangendo o campus da Universidade Federal de Santa Catarina.As fontes que fornecerammateriais para a pesquisa compreendemarquivos públicos e particulares, principalmente por meio doDepartamentodeProjetosdeArquiteturaeEngenharia (DPAE)edoArquitetoMaurícioPontesHoller,umdosprincipaisresponsáveispeloprojetodoedifício. Teve-se acesso a documentos em arquivo digital (extensão.DWG)econsultasemversõesimpressas.Ambosserviramcomobasepara as propostas e os resultados obtidos podem ser encontradosnoCapítulo3 (Resultados).Nessaetapa, apartirdaaplicaçãodestemétodo,foifeitaacompatibilizaçãodasplantas,osapontamentosdosobstáculosencontradoseadefiniçãodaplantabasedeprojeto.Esteprocessoencontra-sedetalhadonoitem1.4.(LimitaçõesdeProjeto). Asegundaetapaconsistiunacatalogaçãodenormasreferentesàsquestõesdeacessibilidadeepavimentação,apartirdedocumentos
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oficiaisepúblicos.Ospesquisadorestiveram,portanto,ocuidadodeapenasselecionaraspartesdeinteresseaseremaplicadasaoprojeto,interpretar e comparar osmateriais obtidos, tornando-os utilizáveis(Lakatos2008,p.180).Osresultadosdaspartesaproveitadasdestasnormativas,assimcomooutrasleiturasdemesmocaráter,encontram-senoCapítulo2(FundamentaçãoTeórica).
B. Pesquisa Bibliográfica Assemelha-semuitoàPesquisaDocumental,porém,aprincipaldiferençaentreelaséanaturezadafontededados(MartinseTheóphilo2009,p.55).Apesquisabibliográficaabrangefontessecundárias,ouseja,basicamentematerial jápublicado,englobando livrose artigoscientíficos (Brandão 2011, p. 32). Este método busca analisar ascontribuições já pesquisadas e escritas acerca do tema estudado,solucionarproblemasconhecidosetambém,aprofundartemasaindanãoelucidados,ouseja,pretendedeixarospesquisadoresemcontatocomoquejáfoipesquisadoacercadotema.“Dessaforma,apesquisabibliográficanãoémerarepetiçãodoquejáfoiditoouescritosobrecertoassunto,maspropiciaoexamedeumtemasobnovoenfoqueouabordagem,chegandoaconclusõesinovadoras”conformeLakatos(2008,p.185). Nestetrabalho,osdados foramobtidosatravésda leituradeteses, livros, cadernos depesquisa e outras publicações. As leiturasabrangeramdiversostemas,comoacessibilidadeespacial,paisagismoe a própria metodologia de pesquisa. A partir destas, houve acompilação de informações de interesse, o embasamento teóricodeste trabalhoeoestudopara a aplicaçãode conceitos emétodosparaocasoemquestão.Osdadosforammodificadoseaproveitadosconformeasnecessidadesdoprojetoeencontram-seaolongodetodoocaderno.
INTRODUÇÃO
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C. Entrevistas Semiestruturadas Tem-se como definição de entrevista, segundo Lakatos(2008,p.197), “[...] um encontro entre duas pessoas, a fim de queumadelasobtenha informaçõesarespeitodedeterminadoassunto,mediante uma conversação de natureza profissional”. Adotou-se aentrevista semiestruturada para dois casos específicos devido aocarátermaisinformaldodiálogoeaosurgimentodequestionamentosenovasdúvidasaolongodaconversa. Segundo Martins e Theóphilo (2009, p.88) “A entrevistasemiestruturadaéconduzidacomusodeumroteiro,mascomliberdadede serem acrescentadas novas questões pelo entrevistador.” Logo,este tipo de entrevista consiste em um roteiro pré-estabelecido detópicosapenascomoguiadeassuntos,podendoacrescerinformaçõesconformenecessário. Foram realizadas estas entrevistas primeiramente com oArquitetoMaurícioPontesHoller,afimdeobtermaisinformaçõeseesclarecimentossobreoprojeto,alémdeconhecersuasexpectativasem relação ao novo projeto de estacionamento. Posteriormente,entrevistou-se a Arquiteta e Paisagista Juliana Castro, do escritórioJardins e Afins, com a intenção de obter sugestões de vegetaçãoadequadaeamelhorformadeinserí-lanaspropostas. D. Entrevista Não Estruturada Este tipo de entrevista possui o mesmo conceito dasemiestruturada, porém neste caso não há roteiro, ou seja, osentrevistadoresnãoapresentamtópicosouperguntasprontas,apenasoassuntocentraldaconversa.ConformeMartinseTheóphilo(2009,p.88),“[...]naconduçãodaentrevistanãoestruturadaoentrevistadorbuscaobterinformações,dados,opiniõeseevidênciaspormeiodeumaconversaçãolivre,compoucaatençãoaprévioroteirodeperguntas.”
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Este método foi adotado em reuniões com a Chefe doDepartamento de Arquitetura e Urbanismo, Profª. Sônia Afonso,quandoogrupoquestionouosobjetivosemrelaçãoaousodoespaço.Suasconsideraçõesencontram-sedetalhadasnoitem3.1.(EstudodaÁrea–Acessos,limitesdoterreno,diretrizesdeprojeto).
E. Visitas Exploratórias Segundo Sheila Ornstein e Marcelo Romero (1992, p.23),as visitas exploratórias consistem na análise da funcionalidade doambienteconstruído,propiciandoaindicaçãodosprincipaisaspectospositivosenegativosdoobjetodeestudo,sugerindorecomendaçõesneste último caso. Nesta pesquisa, foram feitas diversas visitas aolocal, principalmente a fim de recolher e conferir dados, além deobservaraspectosligadosàorientaçãosolar.Oconstantecontatocomoespaçotrouxeoconhecimentodesuasreaiscondiçõeseasvisitasforamatreladasaum levantamento fotográficoemedições técnicassimplificadas. As fotografias serviram principalmente para o estudode insolação e para uma noção tridimensional do local, enquantoasmedições foram realizadas a fim de locar vegetações, portões eoutroselementosnãopresentesnosprojetos recebidosequeeramimportantes no desenvolvimento das propostas. Estas locaçõesfizeram-se necessárias no decorrer do processo de projeto, vistoque influenciavamdecisões.Asmesmasencontram-seapresentadasnoitem3.2.(ModelosdeTraçado), juntamentecomosdesenhosdealgumasdaspropostas.
INTRODUÇÃO
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1.4. Limitações de Projeto
Inicialmente, os pesquisadores receberam com satisfaçãoa proposta devido ao interesse em trabalhar com o tema, vistoque usufruem do espaço e vivenciam diariamente os problemasenfrentados. Porém, durante o desenvolvimento da pesquisa,as etapas para a elaboração do projeto tiveram de se adaptar àslimitaçõesquesurgiam.Exemplodissopode-seevidenciarduranteabuscadosprojetosarquitetônicosreferentesaoedifícioeseuentorno,vistoque,alémdedesatualizaçãodeinformações,haviafaltadedadosrelevantesedelegibilidade,alémdeincompatibilizaçãodosarquivosexistentes,comoindicadoaseguir. Identificou-sequeoprojetoeaconstruçãodoedifício foramalteradosemdiferentesetapas,oquegerouatrasonaidentificaçãodabaseadequadaaserutilizadacomoreferência.AsplantaspertencentesàChefiadoDepartamento(Figura4)etidascomoasmaisrecentesnãocondiziam coma realidade construída e, ao seremapresentadas aoarquitetoMaurícioHoller,mostraram-sedesatualizadas.Holler,então,forneceuaúltimaversãodoprojeto(Figura5)emarquivodigitalaqual,após estudos da equipe, também apresentavam incompatibilidadetantocomosarquivosadquiridosposteriormentecomoDPAE(Figura6),quantocomaversãoexecutada.
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Figura4:PlantafornecidapelaChefiadoDepartamento.
Figura5:PlantafornecidapeloarquitetoMaurícioHoller.
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Figura 4
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Figura6:PlantafornecidapeloDPAE.
OgrupoaindacontoucomumaplantadeRestituiçãoDigitalPlanialtimétrica1(Figura7)desenvolvidapelaprefeituraMunicipaldeFlorianópolis-equeaparentementenãoeraortorretificada. Foram obtidos também o mapa de estacionamento esistema viário desenvolvido pelo DPAE e os projetos de expansãodoLaboratóriodePesquisaemGáseEnergiaedaFundaçãoCERTI,cedidos a pedido dos pesquisadores, respectivamente porMaurícioHollereFranciscoEduardoGonçalvesSilveira,arquitetosresponsáveis.AmbososedifíciossãovizinhosdoprédiodaArquiteturaeinfluenciamnoentornoimediatodoedifício.1 Segundo a arquiteta Leila da Silva Cardozo, do DPAE, trata-se de uma restituiçãoplanialtimétricafeitapelaprefeituradeFlorianópolis,eportantoamesmanãopodiaassegurarosdadosapresentados,mascomentouqueestematerialtemsidoutilizadoscomobaseparalevantamentosfeitospeloLaboratóriodeTopografiadaEngenhariaCivildaUFSC(ECV),oquedemonstraconfiabilidade.
Figura 6
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Oprocessoquecompreendeuaobtençãodearquivosdurouumtempoconsiderável,umavezqueasinformaçõeseramobtidasemfrações,dificultandoacompreensãodotodo.Aofinaldessabusca,aequipepossuíaemmãosasplantasdoedifíciodaArquiteturaapartirde diferentes fontes, o planialtimétrico abrangendo o Campus daUFSCcomoumtodo,omapaviário,asfotosaéreasdisponíveisparadownloadnositeGoogle2eosprojetosdeprédiosadjacentes,comoosdaCERTIedoLaboratóriodePesquisaemGáseEnergia.Aosobreporomaterialpercebeu-sequehaviadivergênciasdedados.Emalgunscasos, o edifício daArquiteturapossuía um contornodiferente e asparedesnãoeramcompatíveiscomarealidadeconstruída.
2maps.google.com.br/
INTRODUÇÃO
Figura 7: Restituição Planialtimétricacomos limitesnaturais,comoocórrego,disposiçãoarbóreaecurvasdenível.
Córrego
Vegetaçãoexistente
CurvasdeNível
Edificações
Legenda:
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Alémdisso,sua localizaçãoemrelaçãoàvizinhançatambémvariavaconformecadaarquivo.Logo,nãosetinhaumreferencialprecisoquepermitisselocaroedifício. Outro importante limitante identificado foi o curso d’águaexistente–córregooucanalização,segundoalgumasfontes–naáreade intervenção, aos fundos do terreno. A localização deste córregovariava nas imagens, o que impossibilitou a definição do real limiteque deveria ser respeitado para a área de estacionamento. Alémdisso não foi possível precisar se esse curso d’água eramesmo umcórregonaturalouseeraumacanalização,comomuitasencontradasnocampus,surgindoassimochoquecomasnormasambientaisqueexigemdistânciamínima3dequinzemetrosdeumcórregoparaqueseiniciequalquertipodeconstrução. Outro condicionante considerado foi o subsolo - espaço quesurgiuduranteaexecuçãodoprojeto,resultantedorebaixamentodolençol freático - e que, atualmente, não serve a nenhumpropósito.Afaltadedefiniçãoporpartedodepartamentodeumafunçãoparaoespaço levouaequipeamanterosdoisacessosexistentes(AeB,Figuras8e9,respectivamente),assimcomoaposiçãodeumarampaimprovisadanoacessodafigura9.Logo,aáreaprevistaparaessarampaaparecenaspropostas,porémsemprojetodefinidooudetalhado.
3 Lei complementar nº 239/2006 – Institui o código de vigilância em saúde, dispõe sobrenormasrelativasàsaúdenomunicípiodeFlorianópolis,estabelecepenalidadesedáoutrasprovidências. Art. 121. A faixa de 15 (quinzemetros) nasmargens dos rios flutuáveis ou navegáveis, eao longodequalqueráguas correntesedormentes,destina-seàdefesa contraaerosãoea garantir o perfeito escoamento das águas pluviais das bacias hidrográficas, sendo nelasproibida a supressão de quaisquer formas de vegetação, a implantação de edificações, arealizaçãodeaterroeodepósitoderesíduossólidos.
Figura9:Fotodoacesso‘B’aosubsolo.
Figura8:Fotodoacesso‘A’aosubsolo.
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Aequipetrabalhou,portanto,comessaincertezadedados,semprecisarqualfontepossuíaa informaçãomaispróximadarealidade.Nãohaviaacorretadimensãodoespaçoasertrabalhado,suarelaçãoprecisacomavizinhançaeoprojetoatualdeexpansãodoedifício,oquejustificaadificuldadeenfrentadaparadesenvolveraspropostas. Devido à urgência da demanda por este trabalho e danecessidadedefinalizá-loparadarcontinuidadeaoutrasatividadesnoGrupoPET,decidiu-seporcompatibilizarosdadosdamelhormaneirapossível.Muitasdaspropostasforampensadasedesenvolvidassemgrandepartedestesdados,poisoacessoaalgunsdelessedeupróximodo términodoprazopré-estabelecido.Assim,deseja-sealertarparaa imprecisão dos resultados obtidos - lembrando que as propostasoraapresentadastratamdeumestudopreliminar-edanecessidadedediscussãosobreaspropostas,ouatémesmorealizaçãodenovosestudos por outras equipes.
INTRODUÇÃO
Cap 2. FUNDAMENTAÇÃOTEÓRICA
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Durante a pesquisa, a equipe se concentrou embuscar umadefinição de estacionamento que possibilitasse seu uso pelomaiornúmerodepessoas.Apartirdisso,fatorescomoacessibilidade,normas,pisosepaisagismoforamestudados.Umprojetodeestacionamentonão tem uma fórmula pronta, contudo deve seguir certos padrõespara que fique confortável ao usuário e supra a demanda do local.Paraisso,osestudostiveramcomobaseoautorNeufert(1998)queemseulivrocompilaprincípios,normaseregulamentossobreprojeto.Isso possibilitou analisar diferentes disposições de vagas (Figura 10)eauxiliounadefiniçãodedimensõesdestasedasviasdecirculação,juntamentecomaNBR9050eSelwynGoldsmith(2000),figuras11e12,respectivamente.
Figura10:Estudodedimensõesdevagasevias.Neufert.
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Figura11:Dimensõesparavagasespeciais.NBR9050.
Figura12:Estudodedimensionamentodevagas.SelwynGoldsmith.
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2.1. Acessibilidade
Uma vez que o grupo trabalharia com um ambienteuniversitário,envolvidoemtodasuapluralidade,maisdoquenuncaasideiasconduziamàAcessibilidadeEspacial. AcessibilidadeEspacial édefinidacomoacondiçãocomqueo usuário não só acesse o ambiente visado como também possautilizarosequipamentoseparticipardasatividadesdisponíveiscomindependência,compreendendooespaço(BinsEly,DischingerePiardi,2009).Nesse contexto, foramestudadososquatro componentesdeacessibilidade definidos pelasmesmas autoras: orientação espacial,deslocamento,usoecomunicação.Abaixo,asdefiniçõesdadaspelapublicação:
1. Orientação Espacial: Édeterminadapelascaracterísticasambientaisquepermitemaos indivíduos reconhecer a identidade e as funções dos espaços,assim como definir estratégias para seu deslocamento e uso. Sãoimportantesaforma,ailuminação,ascoreseadisposiçãodoslugareseequipamentos,assimcomoas informaçõesescritasoudesenhos–letreiros,mapas,imagens–queauxiliamnacompreensãodoslugares.
2. Deslocamento: As condições de deslocamento são dadas pela possibilidadedequalquerpessoapodermovimentar-sedeformaindependenteaolongodepercursoshorizontais – corredores–e verticais –escadas,rampas,elevadores–,tantoemambientesinternos:salas,sanitários,saguõescomoemexternoscomocaminhos,pátios, jardins,etc.Sãoimportantesotipoeaqualidadedospisos,apossibilidadedesubirdesníveisatravésderampasouelevadores,eaexistênciadeespaço
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livredebarreirasquesejasuficienteparaomovimento.
3. Uso: As condições de uso dos espaços e dosequipamentos referem-se à possibilidade efetivade realização de atividades por todas as pessoas.São importantes todas as características físicasdos equipamentos e mobiliários, tais como forma,dimensões, relevo, textura e cores, assim como suaposição nos ambientes para permitir que sejamalcançadoseutilizadosportodos.
4. Comunicação: Diz respeito às possibilidades de troca deinformações entre pessoas, com ou sem auxílio demeios de comunicação alternativa, e à aquisição deinformações gerais através de suportes informativos.Sãoimportantesaacústicadosambientes,poisexcessoderuídodificultaacomunicação;apresençadesinais,pictogramas complementando informações escritas;e os meios de tecnologia assistiva, como programascomputacionaisparasurdosecegos.
Apósaassimilaçãodessasdefinições,aequipecompreendeuquepor se tratardeumestacionamento, somenteos componentesOrientação Espacial e Deslocamento influenciariam diretamentenas propostas. Posto isso, pode-se tomar algumas decisões: paracontemplar o componente Orientação Espacial optou-se pelacolocaçãodepisoguianopercursodasvagasespeciaisàsecretaria,e em relação ao componente Deslocamento, eliminou-se a
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diferenciaçãodeníveiseoptou-sepelademarcaçãodeviasecalçadascompisosemdiferentescores.Casohouvessemaistempohábileumdetalhamentomaiorsobremobiliários(lixeiras,postes)erelaçãocompossíveisequipamentosinterativos,umprojetomaishumanizadoserianecessário,apropriando-setambémdocomponenteUso. Nesse contexto, Eugênia Fávero (2004) discorre sobre asobrigatoriedades no atendimento aos requisitos da acessibilidade,como ser prevista quantidade sufuciente de vagas reservadas àspessoas com deficiências e sua obrigatoriedade em edificaçõespúblicas e privadas. Duarte e Cohen (2010) salientam que umaedificaçãoque“rejeita”oacessoaousuário,ofarárejeitá-laemtroca.Desta forma entende-se que ao criar um estacionamento acessível,dever-se-iainterviretornaroprédioacessível,eumavezqueissonãoé competência desta pesquisa, decidiu-se propor mecanismos queauxiliassemnestarelaçãoentreaedificaçãoeoentorno,apartirdacontinuaçãodopisoguiaatéasecretariadocurso(ficandoacargododepartamentoadisposiçãodomesmo)edaprevisãode largurasdepasseioscapazesdesuprirasnecessidadesdequaisquerusuários. Vale ressaltar que o projeto do edifício contempla sistemade rampas e elevador, porém muitos acessos carecem de atençãoespecialemrelaçãoàAcessibilidadeEspacialdevidoanãoconclusãodaobra.Osdoismaisrelevantesàpropostasão:oacessoaoprédioapartirdoestacionamentoeapartirdoLaboratóriodeMaquetes.Aintençãodogrupoéfazercomqueosambientesdemaiorcontatocomo estacionamento integrem-se a ele apesar da infraestrutura aindadefasada do edifício, fornecendomaior independência e segurançaaosusuários.
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2.2. Legislação
Com relação à legislação que serviu de embasamento paraas definições de vagas e percursos, tem-se a Norma Brasileira deAcessibilidade(NBR9050/2004),aLeinº10.741eoDecreto5296/041. Anormadefinecritérioseparâmetrostécnicosparaqueumprojeto,construção, instalação, mobiliário, espaço ou equipamento urbanoestejaadequadoàscondiçõesdeacessibilidade,pautadanaideiadareduçãodeobstáculosemqualquertipodeambiente,possibilitandoseuusocomconfortoesegurançapeloindivíduo.Dischinger,BinsElyePiardi(2009)complementam-comovistonoitem2.1(Acessibilidade)-asdisposiçõesdanormaedispõemdiretrizesparaqueaacessibilidadeespacialsejaalcançada.Jáonúmerodevagasreservadasparaidosose deficientes físicos foram instituídas pelas Lei nº 10.7412 e Lei nº10.0983 ,respectivamente,easmesmasforamposicionadasduranteodesenvolverdaspropostasdemodoadiminuirotrajeto(Figura13),cumprindotambémcomasdisposiçõesdodecreto5296/04.
1ODecreto5296/2004,nocapítuloIV,daImplementaçãodaAcessibilidadeArquitetônicaeUrbanísticadispõe: Art.10.Aconcepçãoeaimplantaçãodosprojetosarquitetônicoseurbanísticosdevematenderaosprincípiosdodesenhouniversal,tendocomoreferênciasbásicasasnormastécnicasdeacessibilidadedaABNT,alegislaçãoespecíficaeasregrascontidasnesteDecreto. Art. 11. A construção, reforma ou ampliação de edificações de uso público oucoletivo,ouamudançadedestinaçãoparaestestiposdeedificação,deverãoserexecutadasde modo que sejam ou se tornem acessíveis à pessoa portadora de deficiência ou commobilidadereduzida.2Artigo41:Éasseguradaareserva,paraosidosos,nostermosdaleilocal,de5%(cincoporcento)dasvagasnosestacionamentospúblicoseprivados,asquaisdeverãoserposicionadasdeformaagarantiramelhorcomodidadeaoidoso.3 Parágrafo único. As vagas a que se refere o caput deste artigo deverão ser em númeroequivalenteadoisporcentodototal,garantida,nomínimo,umavaga,devidamentesinalizadaecomasespecificações técnicasdedesenhoe traçadodeacordocomasnormas técnicasvigentes.
Figura 13: No detalhe, em magenta, localizaçãopreferencialdevagasespeciais.
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2.3. Pisos
Apavimentaçãoéumelementofundamentalaserdefinidonaelaboraçãodoprojetodoestacionamentoe, segundoSenço (1997),trata-sedeumaestruturaconstruídasobreaterraplanagemdestinada,técnicaeeconomicamente,a:resistiraesforçosverticaisoriundosdotrafego e distribuí-los; resistir aos esforços horizontais (desgastes),tornando mais durável a superfície de rolamento; e melhorar ascondiçõesde rolamentoquantoao confortoe segurança.Conformedecisõesdaequipeopisoescolhidodeveser:resistente,permeável,econômico, antiderrapante, colorido, com superfície convencional etátil,respeitandoascaracterísticasmínimasexigidaspornorma4. Diferençasdecoretexturaauxiliamnaidentificaçãodecaminhosemarcaçõesdevagasespeciais,oque facilitaaorientaçãoespacial,como se pode observar na Figura 14, onde as calçadas, esquinas efaixas depedestrepossuemcores contrastantes, vermelhoe cinzas,facilitando a tomada de decisão e o deslocamento dos pedestres.Definiu-se que dentre as opções de pavimentação disponíveis nomercado - tais comoaasfáltica,adeconcreto (placasdeconcreto),osparalelepípedos,apoliédrica,entreoutros-ospisosintertravadosseriamaopçãomaisadequadaaoestacionamentodoedifícioporsetratardeumacoberturapermeável,defácilmanutençãoeaplicaçãoepossuirvariedadesdecores. Basta uma caminhada despretensiosa para evidenciar oaumento da utilização dos pisos intertravados (também chamadospaversoublocosintertravados)nomunicípiodeFlorianópoliseregião.
4NBR9781/1987:PeçasdeConcretoparaPavimentação–Especificação. NBR9780/1987:PeçasdeConcretoparaPavimentação–DeterminaçãodaResistênciaaCompressão.NBR9050/2004:Acessibilidadeaedificações,mobiliário,espaçoseequipamentosurbanos.
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Figura14:RuaXVdeNovembro,Blumenau,SC. Figura15:WinterPark,Florida,EUA. Figura16:Cond.JardinsdoRibeirão,Florianópolis,SC.
Figura17:Kaatsheuvel,Holanda. Figura18:RuaJoãoAssis,Penha,SC. Figura19:MáquinaTigerStoneemuso.
O uso em loteamentos, entidades públicas e privadas,comércioseruasnãoserestringiusóàcapitalcatarinense,masvemsedifundindopordiversosmunicípios,estadosepaísesconformeFigurasde14a19.
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A primeira rua pavimentada com piso intertravado, de quese tem notícia5, situa-se na cidade de Stutgartt, na Alemanha, paísde origemde seu criador, Fritz Von Langsdorff6. Este piso foimuitoutilizadonareconstruçãodasruaseuropeiasapósaSegundaGuerraMundial,nadécadade60,chegandoaoBrasilsomentenadécadade70,popularizando-senoiniciodoséculovinteeum. Agrandeaceitaçãodopaversedádevidoassuascaracterísticasquealiameconomiaequalidade.Destacando-seasseguintesvantagens(ABCP, 2010; BLOCOBRASIL, 2011; BRICKA, 2012; GO PAVERS 2011;INTERPAVI,2011;SERAFIM,2010):
a) Não exige mão de obra especializada para a instalação - utilizaferramentas comuns e a mão de obra pode ser capacitada comum simples treinamento in loco, o que reduz o custo e facilita oassentamentoeamanutenção;b) Possui alta resistência mecânica, suportando tráfego intenso,em volume e carga (abrasão e compressão). Na figura 20 tem-seesquematizadaatransferênciadecarga,pisoapiso,quealiviaapressãounitáriatransmitidaàcamadadeassentamentoeabase,reduzindoapossibilidadededeformações;c)Nãodeterioraemdecorrênciadeóleosououtrosagentessolventesdeasfaltodevidosuaaltaresistênciaaagentesagressivos;d)Proporcionaaltapermeabilidadedopavimento(percolaçãodaágua),evitandoacumulodeáguaeaumentandoaeficiêncianafrenagemdeveículos;e) Não necessita de base armada de concreto, proporcionando apossibilidadedereaproveitamentodaspeçasemanejoparaobrasdeinfraestrutura,comoapassagemdetubulações,porexemplo;f) Disponível em diversos formatos, dimensões e cores (cinza claro5Disponívelemhttp://www.gopavers.com/pavers/history-of-pavers/6http://www.langsdorff.com/html_docs/success.html
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eescuro, amarelo, vermelho, terracotae camurça), éesteticamenteagradável, antiderrapante e possibilita diferentes paginações (verFigura21);g)Nãopossuitemperaturaelevada–reduzasensaçãoematé7ºCsecomparadoaoasfalto;h)Podeserestocadoporperíodoilimitadodetempo;i) Possibilita autilização imediata tantoparao tráfegodepedestresquantoaodeveículos.
Figura20:Esquemadetransferênciadecargas. Figura21:Disposiçãoemespinhadepeixe.
Nãoexistemmuitasdesvantagens,excetopor:a) Possuírem como característica uma maior reflexão da luz sobreo pavimento (difusão solar), o que por um lado gera economia nailuminação, mas, pode acarretar problemas para identificação dapessoa com baixa visão – obrigando os projetistas a serem maiscriteriosos quanto à composição das paginações e cores envolvidasparareverterasituação;b) Considerado por alguns usuários como a versão moderna dosparalelepípedos,podemgerarumpoucodetrepidaçãoebarulho;c) A compra dos pisos coloridos (em palets fechados/porm²) exige
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Figura22:Pisoalertaedirecional.
umamaiorantecedêncianaencomendaehádiferenciaçãodepreço,emdecorrênciadasdiferentespigmentações. DeacordocomasnormasdaABNTecomadisponibilidadedospisosnomercado7,omodelo selecionadodevepossuiras seguintescaracterísticas:a)Resistênciamínimaacompressãode50MPa,possibilitandootráfegode veículos especiais e/ou solicitações que produzam acentuadosefeitosdeabrasão;b) Dimensão de 8x10x20cm podendo variar, no máximo, 3mm nocomprimento/largurae5mmnaalturadaspeças;c) Especificados nas cores cinza e cinza escuro para os pisosconvencionaisevermelhoparaospodotáteis(alertaedirecional–videFigura22).
7EmpresascomprocessosindustriaiseequipamentosqueatendamàsnormasdaABNT.
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Figura 23: Esquema denivelamento.
Figura24:Fotodeinstalaçãodascontenções.
Figura25:Esquemadeespalhamento.
Figura26:Esquemadecolocaçãodopiso. Figura 27: Foto de vassouramentodo piso.
Dessaforma,aequipedefiniuqueospisosserãoassentadosnapaginaçãodeespinhadepeixea90ou45grausemrelaçãoaosentidodotráfego(videFigura21),sobreosolo,combasedebrita,areiadeassentamento e rejuntamento e travamento com guias ou vigas deconcreto, indicando-se a utilização das vigas. Deve ser respeitada aNBR15953/2011eseguir,preferencialmente,asseguintesetapasdeexecução:
a)Nivelamentoe compactaçãodo subleito – caimentode1%,basecompactaparaevitarrecalques;
b)Instalaçãodascontençõeslaterais(guias)ecompactaçãodabase;
c)Espalhamentodeareiaparaassentamento–3a5cm;
d)Colocaçãodopiso–alinhamento,cortes,ajusteserejuntamento–juntasde1a3mm(2,5mmideal).Espalharareiafinasobreecompactarcomplacavibratória;
e)Vassouramento,pintura(faixasdesegurança,vagasesinalização)eliberaçãoparaotrafego.
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2.4. Paisagismo Aimportânciadadanosprojetosaopaisagismoéidentificadanãosomentepeloaspectovisual,mastambémpelaseleçãodeespéciesnativaseadaptadasàsituaçãoproposta,interagindocomoedifícioeentorno. Aáreaatualmentecomportaumestacionamentoinformalqueestáemdesacordocomnormasenãorepresentaumpontodistribuidordefluxoscomonoconceitooriginaldaedificação.Apartirdeleiturasacerca de paisagismo e das necessidades de um estacionamento,além de entrevista com a paisagista Juliana Castro, a vegetação foipensadaparaquesuadisposição,coloraçãoevolumesejamfatoresdevalorizaçãodoespaçoeassimpossamtorná-lomaisbemdistribuídoelegível. O estudo paisagístico deu-se em duas etapas distintas. AprimeirafoialeituradocadernodeumapesquisajádesenvolvidapelogrupoPET/ARQ,quepropõeumJardimUniversalparaaUniversidadeFederaldeSantaCatarinaequecontemplaumatabeladeinformaçõessobre diversas vegetações, além da escolha empírica de espéciesacompanhadadepesquisabibliográficaemenciclopédia emanuais.Foram analisadas qualidades como formas, cores e disposição paratornaroespaçoagradávelvisualmenteesensorialmente,umavezqueoconjuntovegetalétambémumfatordelocalização.
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Procurou-seentão:A. Variedade de cores – a partir de diferentes flores e períodos defloração–paracriarumespaçodefácilidentificação,alémdeatrativovisualmente;B. Pouca ou inexistente frutificação pois, na maioria dos casos, asfrutas,quandomaduras,podemcairdotopodasárvores,manchandocarros, sujando pisos e deixando-os escorregadios, dificultando naconservaçãoelimpezadoespaço;C.Variedadescaducaseperenesutilizadassimultaneamente,poisnoverãogarante-seamplosombreamentoeno invernopossibilitam-seaberturas de sol; D.Grandelarguradecopaparasombreamento;E.Raízesprofundas,paraquenãodanifiquemospisosepossamsercultivadasemcanteirosreduzidos;F.Adequaçãoaoclimaeterreno,paramelhorcrescimentodasplantas;G. Altura de fuste8 acima de 2,10m, que permite visualização livreparaaspessoasegarantemenorchancedegalhosbaixostornarem-seobstáculosnocaminho;H.Nãoatraçãodeinsetos,evitandodesconfortoealergiaapartirdepicadas.
8Alturadefuste=alturadaárvoreinteirasubtraindo-seaalturadacopa.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Realizadaaprimeiraetapa,partiu-separaumaentrevistacomapaisagistaJulianaCastro,citadaanteriormente.Aequipelevoualistadeespéciespreviamenteescolhidaserecebeudiversasindicaçõesdeoutrasqueseriamigualmenteoumaisinteressantes.Umainformaçãoimportantecoletadanaentrevistafoiadeevitarousodevegetaçãoquetornasseoespaçoaindamaisinseguroeperigosoequepossibilitasseo esconderijo de assaltantes. Logo, a paisagista sugeriu o uso deárvoresquesombreiamedesenhamapaisagem,masquepermitempermeabilidadedevisãoatéacimadaalturadosolhos. Alémde indicaçõesdasespécies, foramsugeridasopçõesdeposição desta vegetação, as quais foram adotadas nas propostas eencontram-se detalhadas no Capítulo 3, subtítulo 3.3.1 (Resultados- Decisões de Projeto - Decisões Paisagísticas). Os arbustos foramutilizados commais cautela, aproveitando espécies de baixa alturaeelementosvisuaisatrativos,semoprimiracessosou janelas. Tudoissofoidegrandeimportânciaparaqueavegetaçãoadquirissepapelpaisagístico e compusesse com as propostas desenvolvidas, semagredí-laseacrescentandoqualidade. Segue a lista de plantas escolhidas e suas características,elaborada a partir das compilações de informações e imagens deLorenzi(1998),LorenzieSouza(2008)eRomahn(2004).
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Arbustos e Forrações
Nomepopular:PITTOSPORO DO JAPÃO
NomeCientífico:Pittosporo tobira "nana"
Característicasmorfológicas:Até1mdealtura,dotadadecopaarredondada.
Folhas:Dispostasemespiral,coloraçãoverde-escuro.
Luminosidade:SolplenoouMeia-sombra.
Fenologia:Floresceaofinaldaprimaveraouiníciodoverão.
Nomepopular:AGAPANTO
NomeCientífico:Agapanthus africanus
Característicasmorfológicas: 0,30-0,60mdealtura.
Informaçõesecológicas:Plantaperenifólia.Adaptadaaclimaameno.Gostadeágua,masnãodesoloencharcado.Necessitadesoloricoemmatériaorgânica.
Luminosidade:SolplenoouMeia-sombra.
Utilidade:Idealparaserusadacomomaciçoecomobordadura.
Fenologia:Florescenoverãoenaprimavera.FloresCarnosasornamentais.Sãoaltasenacoloraçãoazul,comalgumasvariaçõesemazul-clarooubranco.
Nomepopular:GRAMA-PRETA
NomeCientífico:Ophiopogon japonicus
Característicasmorfológicas: 0,20-0,30mdealtura.
Informações ecológicas: Planta perenifólia. Adaptada a clima quente e úmido ou climaameno.Necessitadesolosempreúmidoericoemmatériaorgânica.Luminosidade:Sombra.Nãotolerasoldireto,masprecisadeluzindiretaporpelomenos3horasouplenosol.Utilidade:Funcionabemcomoforraçãoemsubstituiçãoàgrama,masnãosuportapisoteio.Idealparaserusadacomobordadura.
Fenologia:Floresrarasnoclimabrasileiro.
grama-japonesa
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Nomepopular:QUARESMEIRAflor-de-quaresma,quaresmeira-roxa,quaresma
NomeCientífico:Tibouchina granulosa
Característicasmorfológicas:8-12mdealtura.
Ocorrência: Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo eMinas Gerais, principalmente na florestapluvialdaencostaAtlântica.
Utilidade:Pelabelezaepeloporte,nãopodefaltaremqualquerprojetopaisagístico.
Informações ecológicas: Planta perenifólia ou semidecídua, heliófia, característica daflorestapluvialAtlântica.Fenologia:Florescedejunhoaagostoededezembroamarço,sendonessaúltimaépocamaisabundante.Osfrutosamadurecemnofinaldejunho,atéagostoedeabrilamaio.
Árvores
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Nomepopular:GRAMA-AMENDOIM
NomeCientífico:Arachis repens
Característicasmorfológicas:0,10-0,20mdealtura.
Informações ecológicas: Planta perenifólia. Necessita de solo rico emmatéria orgânica,permeáveleirrigado.
Luminosidade:Solpleno.
Utilidade:Cultivadacomoforração,efeitodecorativonotável.Nãoresisteaopisoteio.
Fenologia: Floresce no verão e na primavera. Flores pequenas, de coloração amarela,numerosasmaspoucovistosas.Valorornamentalsecundário.
Nomepopular:FALSO-ÍRIS
NomeCientífico:Neomárica caerulea
Característicasmorfológicas:0,90-1,20mdealtura.
Informações ecológicas: Planta perenifólia. Adaptada a Clima ameno. Aceita clima frio.Gostadeágua,masnãodesoloencharcado.Necessitadesoloricoemmatériaorgânica.
Luminosidade:SolplenoouMeia-sombra.
Utilidade:Idealparaserusadocomomaciçoecomobordadura.
Fenologia:Florescenoverãoeprimavera.Floresmédiasdecoloraçãoazulouarroxeada,perfumadas,atraemabelhaseborboletas.
lírio-roxo-das-pedras
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Nomepopular:AROEIRA-MANSA
NomeCientífico:Schinus terebinthifolia
Característicasmorfológicas:5-10mdealtura,dotadadecopaarredondada.
Ocorrência:PernambucoatéoRioGrandedoSuleMatoGrossodoSul,emváriasformaçõesvegetais.
Utilidade:Podecausaralergiaapessoassensíveisseemcontatocomasfolhas.
Informaçõesecológicas:Plantaperenifólia,heliófita(solpleno)epioneira.Suadispersãoéampla,ocorrendodesdearestingaatéasflorestaspluvialesemidecíduadealtitude.Fenologia: Floresce principalmente durante os meses de setembro a janeiro e frutificapredominantementenoperíodojaneiroajulho.
aroeira-vermelha,aroeira,aroeira-precoce,aroeira-pimenteira,aroeira-da-praia,aroeira-do-brejo
Nomepopular:CÁSSIA AMARELApau-cigarra,caquera,aleluia,canafístula
NomeCientífico:Senna multijuga
Característicasmorfológicas: 6-10mdealtura.
Ocorrência:Quasetodoopaís,principalmentenamatapluvialdaencostaAtlântica.
Utilidade:Empregadanaarborizaçãoderuas,parquesejardinsnaregiãosudestedopaís.Éparticularmenteindicadaparaaarborizaçãoderuasestreitassobredeselétricas.Informações ecológicas: Planta decídua no inverno, heliófita, pioneira, indiferente àscondiçõesfísicasdosolo,característicadasmatassecundáriasdaflorestapluvialAtlântica.Fenologia:Floresceduranteoperíododedezembroaabril.Amaturaçãodosfrutos(vagens)ocorredeabrilajunho,entretantopermanecemabertosnaplantapormaisalgunsmeses.
Nomepopular: PATA-DE-VACA
casco-de-vaca, mororó, pata-de-boi,unha-de-boi,unha-de-vaca
NomeCientífico: Bauhinia forficata
Característicasmorfológicas:Plantaespinhenta,5-9mdealtura.
Ocorrência:RiodeJaneiroeMinasGeraisatéoRioGrandedoSul,principalmentenaflorestapluvialAtlântica.
Utilidade:Plantabastanteornamental,recomendadaparapaisagismo.
Informaçõesecológicas:Plantadecíduaousemidecídua,heliófita,característicadaflorestapluvialAtlântica.Ocorrepreferencialmenteemplaníciesaluviaisúmidasouiníciodeencostas.Fenologia:Floresce a partir do final do mês de outubro, prolongando-se até janeiro. Amaturaçãodosfrutosocorreduranteosmesesdejulhoaagosto.
Cap 3. RESULTADOS
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Os resultados que serão apresentados a seguir tiveramembasamento a partir da junção de diversos fatores, tais como: osestudosdasetapasdoprojetodoedifício;osresultadosdasentrevistascomoArquitetoMaurícioHoller,comaChefiadeDepartamento,comoDPAEe comapaisagista JulianaCastro;osestudosdas condiçõesatuaisdolocaleasleiturasapartirdaliteratura.Nestemomento,serãoapenasretomadososaspectosqueforammaisrelevantesàformaçãodoprojetobaseedoprogramadenecessidades.
3.1. Estudo da Área – Acessos, limites do terreno, diretrizes de projeto.
Segundo o Arquiteto Maurício Holler, o estacionamentonão teve grande relevância ou detalhamento durante as primeiraselaboraçõesdoprojetodaedificação.Seudesenhofoiapenassugeridode formamais simplificadae lógica, seguindoodesenhodoprédio,semnenhumaprofundamentoouprevisãodepaisagismo. Contudo, Holler ressaltou que a posição do estacionamentoemrelaçãoàedificação,emprojeto,tinhacaráterdiferenteparaquemchegaviacarro.Oprojetooriginalcontavacomumavolumetriamaisimponente (Figura28), estandooestacionamentonumaposiçãodeacesso principal ao edifício. Havia um grande eixo que ligava esteacesso ao interior do prédio, integrando-o (Figura 29). Durante aexecuçãodasetapasdaobra,oacessofoieliminado(Figura30)assimcomoaprojeçãodovolumeecobertura(Figura31),fazendocomquetodaaedificaçãoperdessecontatoeconexãocomoestacionamento.
RESULTADOS
45Figura28:Implantaçãodoprojetooriginalcommarcaçãoemvermelhodavolumetria.
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RESULTADOS
Figura29:Pavimentotérreo,daplantabaixaoriginal,commarcaçãodoeixodesimetriaeacessosdepedestres.
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Figura30:Pavimentotérreo,plantabaixadaversãoconstruída,comanovamarcaçãodosacessos.
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Figura31:Implantaçãodoprojetomaisatual,comdemarcaçãodotraçadooriginaldaFigura28sobreoconstruído.
RESULTADOS
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Onde antes deveria existir um acesso, espaço de convíviode alunos e professores, local de ampliação e expansão externa delaboratórios e uma face relevante e marcante do edifício, tornou-se apenas uma vista de fundos. A própria forma do prédio, então,contribuiuparaacentuaresseisolamento.Alémdomais,comaperdadoacessotraseiro(videFigura29)ousuáriodoestacionamentotemquepercorrerumtrajetomaiorparaacessaroedifício. Oarquitetoexplicouqueasintençõesdogrupodeprojetistaseram muito mais ambiciosas de início já que estavam projetandoum edifício que deveria ser representativo por abrigar o curso deArquitetura e Urbanismo da UFSC. Porém, devido à dificuldade naobtençãoderecursosenosvárioscortesnoorçamento,oprojetofoisendoresumidoesimplificado,perdendoempartedesuaidentidadeeasintençõesqueonortearam. As figuras 32 e 33 apresentam estas mudanças. A primeiraimageméumafotodamaqueteapresentadanoconcursoqueelegeuoprojetodoedifíciocomovencedorparaserexecutadoedemonstraaprimeirapropostaparaavolumetria.Jáaimagem33éumafotodoprédioatual,sempartedovolumeposterior.
Figura32:Maquetedoprimeiroprojetodoedifício. Figura 33: Foto do edifício construído. Fonte: Google StreetView.
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Aequipetambémcolocouemquestãoasmudançasocorridasno acesso ao estacionamento, e solicitou a opinião do projetista.Segundoele, foramprimeiramentediscutidos três acessos ao longodas etapasdedesenvolvimentodoprojeto: dois deles seriam feitospela frente (AcessosA e B, figura 34) do edifício, ummais próximoà entradade acesso àUniversidade (A) eoutrono ladooposto (B).Oterceiro(AcessoC)seriafeitopeloestacionamentojáexistentedoedifíciodaCERTI.
Figura34:Estudosdeacessosfeitosapartirmodificaçõesnosarquivosobtidos.
RESULTADOS
A-Acessofrontalesquerdo
B-Acessofrontaldireito
C-AcessopeloestacionamentodaCERTI
D-Acessoatual
Legenda:
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O acesso A foi descartado pelos responsáveis de obras naReitoriadaUFSCdevidoaotranstornodetráfegoquepoderiacausarestandotãopróximodaruaexternaàUniversidadeedaentradaparaa mesma, mas, principalmente, por necessitar aterrar um terrenoalagadoqueéummicrosistemabiológico. Já o acesso B (com saída direta à via) e o acesso C (que seconectacomoestacionamentodaCERTI,utilizandosuasaída)foramdescartadosporteremconflitoambiental,sobrepondoocursod’águaaliexistente.Alémdisso,oacessoCfoidesconsideradopoispoderiagerar conflitos ao fazer o usuário atravessar o estacionamentiopertencenteaoutroedificio,aumentandosignificativamenteofluxodeveículos. Por fim, houve a sugestão da utilização do acesso lateral(AcessoD,figura34),próximoaoprédiodoLaboratóriodePesquisaem Gás e Energia, já utilizado pelo atual estacionamento informal.Alémdeserumacessojáemuso,oqueacarretariamenorimpacto,háapossibilidadedeserfeitoumbinômioconformeafigura35.
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RESULTADOS
Figura 35: Binômiode acesso. Ambosos prédios vizinhosestão em suas versõesampliadas.
NareuniãoqueseseguiucomoDPAE,foramessencialmentereforçadas as informações já obtidas com o arquiteto Maurícioe discutida a questão do acesso viário, tendo como resultado amanutençãodojáexistente. Surgiutambémadiscussãosobreaviabilizaçãodaquintaetapado edifício.O projeto original foi idealizado para ser construído emdiferentesetapasdeacordocomotemponecessáriopara liberaçãoderecursosfinanceiros.Astrêsprimeirasetapasdapropostajáforamconcluídaseconstituemaconstruçãoemcurvaexistente,assinalada
Acessoaoestacionamento
Propostadebinômio
Legenda:
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emvermelhonafigura36.Aquintaetapa,cujalicitaçãofoiaprovadaantes da etapa 4, será a próxima a ser executada e consiste naconstrução de extensões nas laterais do prédio, construindo-se umbloco de salas em cada uma das pontas e demolindo-semais umapartedoedifícioexistenteemmadeira,videfigura36,emamarelo.Aetapa4éaúltimaeconsistenaconstruçãodemaisumbloco,deformasemelhanteaojáexistente,naporçãodoterrenohojeocupadapeloedifícioemmadeira.
Figura 36: Edifício com as diferentes etapasde execução, esquema baseado na planta deetapabilidadefornecidapeloarquitetoMaurícioHoller.
Comooprojetodoestacionamentoéconsideradodeurgência,colocou-se que talvez necessitasse suportar o canteiro de obras deumapróximaetapaquepossivelmenteseráconstruídaem2012,oqueinfluenciounaescolhadotipodepisoaserempregado.Comooanode
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RESULTADOS
2012éapenasumaexpectativadeiníciodasobrasdasduaspontasdoprédio,foramdefinidasduasetapasdeexecuçãodoestacionamento. Aequipedecidiuqueaprimeiraetapaconsiderariaoedifícioexistenteeosacessosdepedestresatuais,ouseja,aoladodasescadasexternas laterais. Posteriormente, assim que concluídas as obras, oestacionamento seria prolongado até suas novas extremidades e oacessodepedestresseriamodificadojáqueosatuaispossivelmentenãoexistirão(Figura37).
Figura 37: Planta comdemarcação de acessosatuais e futuros depedestres.
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Com relação às plantas recebidas, os estudos, as conversase a compatibilização de dados resultaram na planta básica para oprojeto(Figura38).Lembrandoqueosarquivosforamconseguidosemmomentosdistintos,nãopermitindoqueogrupoutilizasseopadrãodafigura38emtodososestudosaquicontidos.
Figura38:Plantabase-MapaPlanialtimétricosomadoàimplantação fornecidaporMaurícioHoller.
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RESULTADOS Como primeiro estudo, a equipe decidiu manter o traçadooriginal do estacionamento, levando em conta os novos limitantes.Apartirdesta,definiu-seodesenhodeEstudoInicial(figura39),quecontacomoacessodeveículosdefinido(AcessoA-emvermelho)eapenasoedifícioconstruídoatéomomento,considerandooacessodepedestres atual. Estaproposta surgiuapartirdanecessidadedadefiniçãodoterrenoa serocupadopeloprojetoedonúmerodevagaspossível.Oslimitesdoespaçoforam:opróprioedifício,ocórregoeapossívelduplicação da Rua Dep. Antônio Edu Vieira. Este último item foiconsiderado em virtude das discussões a respeito da cessão deterreno por parte da UFSC. Apesar de – segundo dados da Chefiade Departamento – boa parte dos acadêmicos em Arquitetura daUFSCnãoconcordaremcomacessão,duranteodesenvolvimentodapesquisa,haviagrandeindefiniçãoporpartedaUniversidade. Foidefinidatambémalocalizaçãodacaixadeenergiadoprédioe foramdeixadosespaçosparaosportõesdeacessoao subsolo,osquais nãotinham sido locados nessa etapa. As vagas definidas emmagentacorrespondemàs jáexistentesnoprojetooriginaleque,aequipe decidiu eliminar por serem agressivas quando relacionadasàs questões naturais, sobrepondo o córrego. As vagas em laranjacorrespondemàexpansãomáximadevagaspossível,considerandoocórregocomolimitefinalnapartesuperiordafiguraeomanguecomolimitantenaesquerdainferiordafigura.Conseguiu-se,apartirdisso,umnúmerode114vagas.
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Figura39:DesenhodoEstudoInicialeprimeirapropostadevagas.
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RESULTADOS
Apósoreconhecimentodoespaçoedeseuslimites,ocorreramdurante todo o desenvolver da pesquisa diversos encontros coma Chefia do Departamento, representada na figura da Profª. SôniaAfonso.Elesseconfiguraramemconversasinformais,quandoaequipeapresentavaosestudosquevinhadesenvolvendo.Suasopiniõesacercadesses estudos nortearam e, algumas vezes, limitaram as decisões.Essencialmente,seusanseiosdemaiorimportânciaforam:1.Primeiramente,dever-se-iatentarretomaremparteafunçãoinicialdesejadapelosarquitetosparaaentradaposteriordoedifício,ondeselocalizaoestacionamentoeestedeveriarecepcionare‘abrir’oprédio.2. Devido ao reduzido número de vagas, o uso do estacionamentoseria em prioridade para professores, funcionários e pesquisadoresdocurso,havendoainstalaçãodecancelaeletrônicaparacontroledeacesso.Possivelmente,algunsalunostambémteriampossibilidadedeingresso,comobolsistas,alunosdepós-graduaçãoemonitores.3. A equipe poderia, se desejasse, propor uma expansão doestacionamento com um estudo de novas vagas, mas em etapaposterior,ficandoclaroquedeveriaserpreservadaamaiorpartedavegetação existente. Devido à dificuldade na obtenção de recursosparaasobras,aseparaçãoemetapasgarantiriaumamaiorchancedeexecução.4. A equipe poderia reservar um espaço do estacionamento paratrabalhoaoarlivre,expansãodasatividadesdoslaboratórios,reuniãodealunos,oficinase canteiroexperimental. Esteespaço funcionariana parte central do estacionamento, onde, anteriormente, comoconversado comoarquitetoMaurícioHoller, jáhaviaesta intenção.Originalmente, estas atividades aconteceriam na parte do edifícioque acabou sendo suprimida da construção (parte já mostradaneste capítuloe ilustradanasfiguras31e32). Esteespaço seriadegrandeimportânciaporserumambienteinexistenteenecessárionas
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instalações e por possibilitar, demaneira simbólica, a retomada dealgumaslinhaseintençõesdoprojetooriginaldaedificação.5.Opaisagismodeveria ter função importante e valor relevantenaproposta,agregandobelezaeconfortoaoespaço.6. Deveria ser previsto espaço de carga e descarga próximo aoslaboratórios.7. Manter o acesso ao subsolo por rampa conforme existente,considerando-aemseucaráterprovisório,sendoestadefinitivamentesolucionadaapenasapósadefiniçãodousodosubsolo.8.Criarpasseios,priorizandoopedestre.
Osanseiosforamouvidoseanalisadospelogrupoe,namaiorparte, incorporados às propostas. Como eles não foram trazidos àequipeemumúnicomomento,masduranteodesenvolverdasnovaspropostas,algumasdecisõesforamsendoagregadasapenasemetapasfinais.
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RESULTADOS
Figura40:Exemplodavariaçãodadimensãodasvagas.Semescala.
3.2. Modelos de Traçado
A princípio, ficou decidido que o projeto do estacionamentoiria seguir o desenho original, acompanhando o traçado do prédio,pois este se desenvolvia melhor com a proposta e com o espaçoexistente. Decidiu-se, também, que só seriam utilizadas vagasortogonaisentresi,ouseja,aquelasqueformamângulodenoventagraus, independentemente do desenho seguir linhas curvas. Apesardas vagas inclinadas em ângulos 45° necessitarem de menor via eespaçodemanobra,percebeu-sequeestasnãoseadaptavambememcurvaepoderiamficardistorcidas,criandoumdesenhodesorientador,poucoeficienteeconfuso.EssetipodevagafoiutilizadonoestudoA2,posteriormente mostrado. Como padrão foram definidas vagas com aproximadamente2.60mpor5m,eumavezqueoformatodaedificaçãoéradial,ocorreráumavariaçãodotamanho(Figura40).Alarguradeviasestáentre5,80e6mparapossibilitarasmanobras.Nosestudosemqueasvagasparacadeirantessãomostradas,asmesmasobedecemàNBR9050.
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Surgiram então duas ideias para o estacionamento: Projetocomvagasradias(EstudosA1eA2)eprojetocomvagasconcêntricas(EstudosB1,B2eB3).
A. Estudos com vagas paralelas ao edifício
Este projeto surgiu em discussões do grupo e foi estudadoem duas etapas. É formado basicamente por um eixo principal decirculação, onde as vagas são colocadas paralelas em relação aoedifício, trazendo uma nova concepção de projeto, diferente dosdesenhospropostosanteriormente.Entreduaslinhasdevagasexisteumcanteiroeentrecadabloco formadoporesteconjunto–vagas,canteiro,vagas–existeumanovaviaadjacente.Agrandevantagemépossibilitarainclusãodevegetaçãonoestacionamento,integrando-ocomoamploespaçoverdeexistenteaos fundos,apartirdoplantiode árvores cujas sombras criam ambientes agradáveis em questõesvisuaisedeconforto. Oprimeiroestudo (A1,Figura41) foi concebidodesenhandoum passeio de pedestres ao redor de toda a parte posterior do edifício, adjacente a uma única via de mão dupla. A partir desta,foramdesenhadas as radiais, que se estenderiamao limitemáximodoterreno,atéaproximar-sedocórrego.Estasradiaispartiramdeumponto central do desenho, que norteia todas as curvas do edifício,dandocontinuidadeaessalógica.
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RESULTADOS
Figura41:EstudoA1-Primeiroestudodedisposiçãodevagasintercaladasporcanteiros.
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Para que o estacionamento seguisse o padrão de vagasestabelecido,devidoaconstantemudançadeangulação,oscanteirostiveramdesermuitoampliadosafimdequeasvagasnãoficassemdistorcidas ou de tamanhos variados, tomando uma proporçãoexagerada face o espaço existente. Além disso, as curvas formadaspelasviastornaram-semuitoacentuadas,criandoumcaminhoconfusoedemanobrasexcessivas.Logo,surgeumsegundoestudonatentativadesolucionarosproblemasencontrados. NoEstudoA2(figuras42e43),estabeleceram-seentãoduasvias,afimdemelhorarotrajeto.Aprimeiraseriacontínuaecentralapartirdoacessoviário,possibilitandovisualizaçãodiretaparaqualquerusuário, enquanto a segunda seria uma via adjacente próxima aoedifício.Juntoaessa,foramdesenhadasvagasinclinadase,apartirdaviacentral,foramdesenhadasasvagasparalelas,damesmamaneiraquenoestudoA1.Emnenhumdosestudosasentradasdo subsoloestãodefinidas,poisnãotinhamsidofeitasasmediçõesemcampo. Devido ao menor prolongamento dos blocos de vagas ecanteiros,aaberturadosmesmostambémdiminuiu,solucionandoagrandedimensãoobtidanoestudoA1.Odesenhocontinuouelaboradoediferenciado,porémmaiseficiente.Onúmerodevagasdiminuiuemrelaçãoaoestudoinicial(figura39),masagregoudesenhopaisagísticoe uma nova organização dos veículos. Foi possível a criação de umespaço orientador e dinâmico, que permitisse a integração com avegetação,podendoganharempaisagemeconforto,alémdepossuirumalógicaeficientedecirculaçãodeveículos.
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RESULTADOS
Figura42:EstudoA2-Segundoestudodedisposiçãodevagasintercaladasporcanteiros.
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Figura 43: Estudo A2 - modelos 3D em SketchUP -Semescala.
O estudo A2 foi então discutido entre os pesquisadores osquais definiramalgumas vantagens e desvantagens da proposta emrelação ao estudo inicial (figura 39). Considerou-se interessante aoriginalidade e eficiência do estudo, sendo ummodelo de traçadodiferentedoinicial,alémdesersimples,deusointuitivo,edetambémtrazeropaisagismoparadentrodoestacionamento. Entretanto,desejava-sedesdeo inícioqueoestacionamentotivesseapossibilidadedeserexecutadoemdiferentesetapas-comocitado no item 3.1. (Estudo da Área) - e o desenho proposto nãopossuía essa liberdade. Caso o estacionamento fosse feito apenasocupando o terreno que hoje já tem este uso informalmente, apropostaperderiaboapartedesuasqualidades,poisseunúmerodevagasreduziria,passandoanãosuprirademandaeasdimensõesdoscanteirosdiminuiriam,nãocomportandoárvoreseperdendomuitodesuaintençãopaisagística. Alémdisso,eraimportanteparaaequipeconsiderarosanseiosdachefiadedepartamento,quenãodesejavagrandesexpansõesdaáreadoestacionamentoportrêsprincipaismotivos:oprimeiroseriaquenoterrenoaindanãoocupadoexisteumavegetaçãonaturalquedeveserpreservada;segundoque,comoaáreaadjacenteàutilizadacomoestacionamentoéalagadiçaearenosa,haviaanecessidadedeaterramento, descaracterizando o ecossistema local; e terceiro quecomo as informações das plantas utilizadas eram incompatíveis emalgunspontos, não sepodiaprecisar a localizaçãodo córrego, logo,oestacionamentoexpandidopoderiaestar invadindo-o,tornando-seinviável. Assim,comosepretendiaumprojetofuncionalnasquestõesdeuso,acessoepaisagismo,tantonasdimensõesdoestacionamentoatualquantoempossíveisampliaçõesfuturas,equeagregasseanseiosdaequipeedaChefiadeDepartamento,apósanálises,constatou-seque a proposta não atingiu a qualidade desejada. A partir disso, os
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estudos foram abandonados e apenas apresentados neste cadernocomoregistrodedesenvolvimento.
B. Estudos com vagas concêntricas
Nesta fase, a equipe já havia recebido algumas plantas doprojetoedeseuentorno,tendomaisembasamentoparadelimitaraproposta.QuandooestudoAfoideixadodelado,aequiperesolveudesenvolverumestacionamentomaissimples,baseadonosdesenhossugeridosjánoprojetodoedifícioenoestudoinicial(figura39).Tentou-seadaptaro traçadopara suprir tantoos anseiosdodepartamentoquantoosconceitosconsideradosderelevânciapelogrupo. Foimantidaacalçadaaoredordoprédio(comonoestudoA2),criandoumaáreadeestarmaisamplanasentradasdoslaboratórios,na parte central do edifício. Durante o desenvolvimento dessaproposta, surgirampedidos tantodos funcionáriosdestesespaços–principalmentedoLaboratóriodeMaquetes–quantodosalunosdagraduação por uma área de canteiro experimental, onde pudessemdesenvolver atividades práticas e manuais relacionadas ao curso equesãocarentesaocurrículo.Talsugestãofoiapoiadapelaequipeetambémpelachefiadedepartamento,pois trariamaisvitalidadeaoespaçoegarantiriasuaapropriaçãopelosusuários. Napossedasplantasmaisatualizadas, jásetinhaaprojeçãoexatadosbrisesverticaisdoprédio,oquepermitiuamontagemdeum modelo eletrônico tridimensional mais detalhado do edifício eumnovoestudodeprojeto (EstudoB1,figura44). Apartirdeumasugestão da chefia de departamento para que houvesse vegetaçãopróximaà fachadadoprédio,aequipedecidiuproporcanteirosnosespaçosresiduaisformadospelosvãosentreosbrises. Optou-sepordeixarumalinhadevagasdeestacionamentoem
RESULTADOS
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seguidadacalçadae,sequenteaesta,umaviaúnicademãoduplaemaisumaviadeestacionamentonasduaslaterais,masnãonapartecentral,porpossivelmenteinvadirocórregooucanalização. OEstudoB1contoucomummodelodesenvolvidonoprogramaSketchUP,disponívelgratuitamentenowebsiteGoogle.Houvegrandeimpasse em relação a locar e compatibilizar o estudo com a PlantaViáriadaUFSC,desenvolvidapeloDPAEouasfotosaéreasdoGoogle,pois, ambas pareciam desatualizadas e divergiam muito quanto adistância entre o edifício e o córrego. Logo, o grupo trabalhou emparalelocomasduaspossibilidades,poiselaspossuíamdistorçõesempontosdiferentes.
Figura44:EstudoB1-Modelo3DemGoogleSketchUPsobreomapadosistemaviárioparafinscomparativos.Semescala.
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RESULTADOS Nocasodafigura44,foiutilizadaaplantaviária.Apropostafoientãocompatibilizadacomafotoaérea,paraquefossemanalisadasasdiferenças.Nestecaso,alocalizaçãodocórregopermitiaumalinhadeexpansãodevagasaolongodetodaaextensãodoestacionamentoeestafoiinseridanoEstudoB2. Comesteestudo,foimontadaumapranchadeapresentaçãoaserlevadaparaachefiadedepartamento(figura45).Estapranchacontém além das imagens de projeto, um estudo de insolação pormeiodefotosetambémfotostiradaspelaequipedeumexemplodecanteiropertencenteaocursodeEngenhariaMecânicadaUFSC. Como resultadodesse encontro, conformepedidoda chefia,foi feitaaremoçãodafaixacentraldevagas,maispróximaaocursod’água,devidoàincertezadedadosreferentesàsimagensaéreasdo website Google.
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Figura45–EstudoB2-PranchadeApresentaçãolevadaàChefiadeDepartamento
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RESULTADOS OsestudosB1eB2foramosprimeiroscomtraçadodevagasconcêntricas apresentados à chefia, além de também serem osprimeiros a conter a sugestão do espaço de canteiro experimental(tratadonoitem3.1.-EstudodaÁrea).Estasugestãofoibemaceitapelachefia,aqualsugeriuqueaáreadeixadaaesteusotivesseasmesmasdimensõesprevistasnoprojetooriginal.Apartirdisso, foi retiradaafaixadeestacionamentorenteaoedifício,aqualpassouapossuiromesmopisodacalçada,integrando-seaela.Esteespaçoentãopassouapriorizaropedestreeserdestinadoaousodos laboratóriosedosalunosemgeral,comoespaçodeentrada,convivênciaetrabalhoaoar livre. No caso deste uso, o local poderia ser facilmente fechadoporcorrentesououtrosobstáculose,emdiasdeatividadesnormaisoumuitomovimentode veículos, haveria a possibilidadedeutilizá-lo tambémcomoestacionamento. Alémdisso,ogrupopôde iniciara compatibilização com a planta planialtimétrica, a qual havia sidorecebidaduranteodesenvolvimentodestesestudos.Taisinformaçõesforam aplicadas por serem consideradas de maior confiabilidade.O número de vagas ficou em pouco mais de 50, abaixo das,aproximadamente,100vagasdisponíveisquandoemusoinformal. Estas novas sugestões de projeto e inserções de plantasresultaram nos Estudo B3 (Figuras 46 e 47) e em sua prancha deapresentação,mostradaaseguir(Figura48). Afigura47contémomesmomodeloda46,porémagoranabasedaFotoaéreadowebsiteGoogleparaumamelhorvisualizaçãodesuaintegraçãocomocontexto.AsimagensdesteestudosubstituíramasdoEstudoB2napranchadeapresentação(figura48).
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Figura46:EstudoB3–Modelo3DsobrePlantaPlanialtimétrica-SemEscala
Figura47:EstudoB3–Modelo3Dsobrefotoaérea-Semescala.
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Figura48:EstudoB3-Segundapranchadeapresentação.
RESULTADOS
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Figura49:EstudoB4-Semescala.
A prancha da figura 48 foi levada à chefia de departamentopara receber um parecer sobre a proposta, a qual, em quesitos dedisposiçõeseformatosfoiaprovada.Foisolicitadoàequipeummaiordetalhamentodomodelodevagasconcêntricas(EstudoB3),mantendooespaçodecanteiroexperimentaleasvegetaçõesrentesaoedifício,massugerindoestudoscomvariadosnúmerosdevagasediferentesaplicaçõesdeárvores. Antesdestasnovaspropostas,aequipeconsiderounecessáriodesenvolverumnovoestudodenúmeromáximodevagas,semelhanteaoestudoinicial(figura39),masagoracomotraçadodefinidonoestudoB3.Foiutilizadaaimplantaçãoapartirdafotoaérea,poisestagarantiamaiorabrangênciaepoderiaconsideraramaiorchancedeexpansão.Gerou-seentãooestudoB4(figura49),emcoresesquemáticas. Esteestudopermitiuaverificaçãoaproximadadonúmerodevagas em cada linha de estacionamento, totalizando emmédia 100vagas.
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3.3. Decisões de Projeto
Comojámostradoaolongodetodoocaderno,asdefiniçõesdeprojeto foramsendodesenvolvidasemdiversasetapaseatravésdeváriosestudos,osquais resultaramnaspropostasdo item3.3.2.(Propostas).Porém,caberesumirasprincipaisdecisõesdefinidasatéesteponto, algumas já citadasanteriormente.Estasdecisões sãoasquesetornaramcomunsatodasaspropostasqueserãoexpostasnoreferidoitem3.3.2.1. Forammantidosos canteirospróximosaoprédiodoEstudoB3eaáreadeampliaçãodos laboratórios, como jáditoaofinaldo itemanterior;2. A planta final foi essencialmente baseada numa sobreposição ecompatibilizaçãodediversosprojetos,emarquivosdigitais(extensão.DWG),tentandoseaproximardasmedidasmaisconfiáveispossíveis;3. Foi adotada a entrada lateral do edifício, damaneira já utilizadaatualmentee,apósaconstruçãodafasefinaldoprédio,asentradasfeitaspelassuasnovasextremidades;4.Foideixadoumespaçodestinadoparaoposteriorprojetodarampadeacessoaosubsolo;5.Acalçadafoiprojetadacircundandooedifício,apartirdaprojeçãodosbrisesecontornandoaáreareservadaparaa rampatratadanoitem1.4(LimitaçõesdeProjeto);6.Foramfeitastrêsmarcaçõesdevagasespeciaisparaidososeduasparadeficientes,nalateralpróximaàentradadeveículos.Decidiu-seporesse localpela facilidadedeacesso,estandopróximoàentradadoestacionamentoetambémporencontrar-senasproximidadesdaentradalateraldoedifícioedasecretariadocurso.Asmarcaçõesseriamfeitaspormeiodepintura,poiscasohouvesseaexpansãodeprojetoeestasnecessitassemsermudadasouampliadas,atransferênciaseria
RESULTADOS
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mais simples;7.Optou-sepelacolocaçãodepisotátilapenasnopercursodasvagasdestinadas a pessoas com deficiências até a secretaria do edifício.Nopontoonde inicia o piso da edificação (cerâmicabranca), deixa-secomosugestãoousodepisoguiaemborrachadoautocolante.Estedetalhamentofoifeitonaetapafinaldestecaderno.8.Optou-sepelopisodeblocointertravado,pelasvantagensjácitadasno subtítulo referente ao tema. A fim de valorizar a acessibilidadeespacial, trabalhou-se com diferenciação de cores para melhororientação,demarcandovagas,acessosecalçadas.Optou-seaindaportrabalharsemdiferençasdenível,deformaafacilitaramobilidadedepessoascomdificuldadededeslocamento.
3.3.1. Decisões Paisagísticas
Naquestãodelocaçãodavegetação,foimantidaemtodasaspropostasasugestãodoscanteirospróximosaoedifício.Foramnelesaplicadosarbustos,herbácease forraçõesdebaixaaltura, comsuascaracterísticasjádetalhadasnatabeladevegetação.Suascomposiçõesencontram-seemcroquisaseguir.Paraousodasárvores,surgiram,apartirdaarquitetaJulianaCastro,trêssugestões:aprimeiraseriaadecriar‘rasgos’naproposta,intercalandocanteirosàsvagas,garantindopaisagemesombra,poder-se-iatambémtrabalharcomcoresvariantesconformeasestações,tornandoolocalmaisaconchegante(figura50);a segunda foi a de fazer ao invés dos rasgos, um canteiro contínuocom árvores entre duas linhas de estacionamento (figura 51); e aterceirafoiadefazerumalinhadeárvoreslimitantes,maispróximaaocórrego,tantoparaprotegerestelocal,quantoparaformarumlimiteaele(figura52).
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Figura50:CroquisdaSugestão1-Paisagismo,desenvolvidopelaequipe.
Figura51:CroquisdaSugestão2-Paisagismo,desenvolvidopelaequipe.
RESULTADOS
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Figura52:CroquisdaSugestão3-Paisagismo,desenvolvidopelaequipe.
Cada proposta do item seguinte abrangeu pelomenos duasdestassugestões.Asespéciesescolhidasnecessitamdenomínimoumcanteirodeummetroquadradoporárvore,oquefoipossívelcomaremoçãodealgumasvagas.Apesardaperdadevagascomaadiçãodevegetação,valorizou-seoambientecomganhosemconfortovisualetérmico.
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3.3.2. Propostas
Asdefiniçõesprincipais deprojetoe a conclusãodeestudospaisagísticos geraram três propostas distintas, cada uma delaspriorizando aspectos diferentes, como maior número de vagas oumaiorarborização,porexemplo.Coubeàequipedapesquisaexporomáximodesoluçõesencontradas,afimdequeaspropostaspermitamentãoqueodepartamentodocursooptepelaescolhadoprojetoqueconsiderepertinente. A proposta 1 (figura 53) prioriza os preceitos da criação deum ambiente arborizado, qualificando um espaço mais reduzido,utilizando ao máximo a vegetação. Logo, tendo o paisagismo e amenorinterferêncianasáreasverdesexistentescomofocosprincipais,incluíram-secanteirosacadaduasvagas,tantonalinhamaispróximado edifício quanto na mais afastada, além de árvores próximas aocórrego,comosugeridopelapaisagistaJulianaCastro. Optou-se também pela não ampliação do estacionamento,permanecendo emapenas duas linhas de vagas, estendendo-se atéofinaldoedifícioconstruído.Onúmerodevagasobtidofoipequeno,chegando a 44. Pode-se colocar que esta proposta é a que maisabrangeosanseiosdachefiadodepartamento,queprezaporumlocalagradávelealtamentearborizado,oqualnãoavançasobreoterrenoeredesenhaaslinhasdoprojetooriginal,ocupandoapenasoespaçojáutilizadocomoestacionamentoinformal,apesardoreduzidonúmerodevagasobtidodessaforma.
RESULTADOS
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Figura53:Proposta1-Primeirapropostabaseadanosestudosdevagasconcêntricas.
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RESULTADOS
Nesta fase da extensão, a equipe estava insatisfeita por tersido limitada durante todo o processo de projeto e quase sempreaceitar opiniões de superiores e suprimir seus próprios conceitos eideias, caminhando para soluções que eram carentes de diretrizesantestidascomo importantes. Foientãoqueemreuniãodecidiu-seproporsoluçõesvariadassemcomprometimentodeumprojetofinal,comojáesclarecidonaintroduçãodestecaderno.Tentou-setambém,logicamente,proporsoluçõesqueconciliassemambasasopiniões,masqueemessência,priorizassematenderademandaeasproblemáticasencontradas. A Proposta 2 (figura 54) é então contrária à proposta 1 econsideraademandaexistente,obtendoomáximonúmerodevagaspossível(99).Paraisso,optou-sepelamaiorextensãodasdimensõesdoestacionamento,contandocomtrêslinhasdevagaseduaspistasdemãodupla,asquaisseestendematéondeseráofinaldoedifícioquando este estiver concluído (final da Etapa 5 do prédio). Comodefinição paisagística, optou-se por um canteiro em linha contínuaentreduas linhasdevagas,oqual conservariaasvagas retiradasnaProposta 1 devido aos rasgos de vegetação.Manteve-se também alinhadeárvoresdeproteçãodocórrego.
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Figura54:Proposta2-Propostaquevisaomaiornúmerodevagasaliadoàarborizaçãoemcanteiroscontínuos.
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Neste momento, tinham-se bem claras duas soluções quepriorizavam dois pontos conflitantes: paisagismo e qualificação doespaço e suprimento da demanda. Portanto, optou-se por tentarconciliarestespontos,criandoumapropostaquetantoagradasseàsdiretrizesdospesquisadores,quandoàsdachefiadodepartamento.Asfiguras55a64queseseguemsãoodesenvolverdaProposta3,aqualfoiamaisdetalhadadocaderno. Na proposta 3, decidiu-se por utilizar os rasgos de canteirosna linhadevagasmaisafastadadoedifício,estandoestescolocadosacadaquatrovagas.Nalinhamaispróxima,optou-sepornãocolocarárvores,umavezqueoprópriovolumedaedificação já sombreariapartedasvagasemperíodosdodia.Alémdisso,aequipeconsideroua possibilidade da construção da Etapa 5 do prédio – estando oestacionamento estendido até a sua projeção – a qual poderia serprejudicadaporestasárvores,queficariamnapassagemdosveículosmaiores da obra. A figura 55 conta com a proposta ainda semvegetação,apenasmarcandooscanteiroscomhachura.Onúmerodevagaspossíveiscomessapropostachegaa65.
RESULTADOS
83Figura55:Proposta3-Propostacomvagasconcêntricascomlocaçãodecanteirosacadaquatrovagas.
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Figura56:Proposta3-Indicaçãodavegetação
RESULTADOS Nafigura56foiinseridaavegetação,assimcomoalocaçãodasespéciessugeridas.Asárvoresdemaioresatrativosvisuaisevariedadede coloração foram intercaladas ao longo do estacionamento,considerandotambémavariedadeentreespéciescaducaseperenes,afimde,noinverno,sombrearparcialmenteoespaço.AárvoreAroeirafoilocadamaisafastadadoedifício,formandoumalinhadevegetação,a fim de proteger o córrego, evitando a aproximação excessiva dosveículosepedestres.Suaescolhadeu-sepordoismotivosprincipais:oprimeirofoipossuircoloraçãopoucochamativa,variandoapenasemtonsdeverde,oquepermitesuainserçãonapaisagemdecoloraçãosemelhantesemquesedestaque,mas,aocontrário,possaconformarumabarreiradevegetação;eosegundofoiporserumaárvorequenãopropiciaaproximação,porcausaralergialeve.
Pata-de-Vaca
Aroeira
Quaresmeira
CássiaAmarela
Legenda:
* As cores da legenda nãocorrespondemàcordafloraçãodasárvoresdescritas.Alarguradacopaéaproximada.
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Figura57:Proposta3–definiçãodoscanteiros.
Afigura57contémoesquemadaslocalizaçõesdoscanteiroseafigura58contémcroquiscomasescolhasdearbustoseforraçãoparacadaumdeles.Noscanteirosentreasvagas(nãomarcadosnasfiguras)definiu-segramacomum.
Em a e b optou-se pela grama-preta, uma vez que o local ésombreado.Nos croquis (figura58),háa combinação sugeridaparaoscanteiros1,2e3,considerandojáasespéciespré-selecionadasporsuasqualidades,combinandoportesvariados,formatosecolorações.Noscanteirosdenúmero1,optou-seporgramacomum,grama-pretae lírio roxo; no 2, grama comum, grama-preta e agapanto; e no 3,grama-amendoim,lírioroxoepittosporo.
1
2
3
Figura 58: Croquis das composições dos canteirospróximosaedificação,1,2e3,respectivamente.
86
Figura59:Verão
Figura60:Outono
RESULTADOS
A seguir, nas figuras 59 a 62,há o estudo em modelagem digitaldas colorações da vegetação arbóreanas diferentes estações do ano,conformandopaisagensvariadas.
87
Figura61:Inverno
Figura62:Primavera
88
Afigura63mostraodetalhamentodepisos feitonesta fasefinal de projeto, identificando a pavimentação escolhida (conformedefinidonoitem2.3Pisos-FundamentaçãoTeórica)eocaminhodepisostáteisapartirdasvagasespeciaisatéoacessoaoedifício. Porfim,afigura64mostraaproposta3comaexpansãodoestacionamentoemprofundidade.Considerou-se,portanto,comoeradeanseiodaequipeedachefiadedepartamento,apossibilidadedoprojetoserfeitoemduasetapasdistintas,possuindomaiorchancenaobtençãodeaprovaçãoeconsequenteverba. Asfiguras55a63mostradaspertencemàetapa1eafigura64àetapa2.Essaexpansãoaumentariaonúmerodevagaspara92,portanto,aproximando-sedas100vagasatuais(valorestimado). Aexpansãoocorrecommaisumalinhadevagaseumaviademãodupla.Oscanteirosalongam-se,abrangendoafileiradeárvoresqueantesseencontravaaosfundos,foradoestacionamento. Para esta proposta ser detalhada e por fim, executada, sãonecessários projetos bases mais confiáveis e, principalmente, umlevantamento topográfico atual da área, pois, os dados existentessão imprecisosparaqueestaproposta,abrangenteemquestõesdeespaço,sejapossível.
RESULTADOS
89
Figura 63: Detalhamento de pisos, desenvolvidopela equipe.
Pisopodotátil
Pisointertravado(paver)
Gramado
Legenda:
90Figura64:Proposta3-Últimapropostafeita.Maiorexpansãopossívelsobreoterreno.
RESULTADOS
Cap 4. CONSIDERAÇÕESFINAIS
92
É importante considerar ao final deste trabalho que asinformaçõesnelecontidasresumemdiferentesetapasdesseprocessode projeto e os resultados obtidos, porém, não são capazes deapresentar completamente os conflitos enfrentados ao longo dotrabalho.Aspropostasforamestudadaserediscutidasemdiferentesmomentos e, por muitas vezes, o entendimento e a ordenaçãotornavam-seconfusos.Emalgunsmomentos,eradifícilsaberoquantooprojetohaviaevoluídoouregredido.E,devidoaocurtoperíodoatéasuaconclusão,muitassoluçõesnãoatingiramoníveldedetalhamentoarquitetônicodesejado. Étambémverdadequealgumaspropostassugeridas,porfim,podemnãoserasmaisadequadassobalgunsaspectoscomonúmerodevagas,extensãodaáreaocupadaecolocaçãodecancelas.Contudo,aequipeseorgulhadetertentadosuperarosobstáculosdamelhorformapossível. Por muitas vezes, havia o impasse de prosseguir devido àconfusãode dados ou a simples falta deles.Dependeu-semuito deinformaçõesexternas,asquaisnãopodiamserobtidaspormeiodepesquisasouleiturascomplementares.Certamente,gastou-seamaiorparte do tempo no aguardo dos projetos e em sua compreensão ecompatibilização. Além disso, a proposta foi em muitos momentoscontroladaporseusrequerentes,tornando-semaistímidadoqueeraanseiodaequipe.E,apesardaditaurgênciadeumasoluçãoparaoatualestacionamentoinformal,viu-sequeopróprioprojetodoedifíciopossuiproblemaseconflitosdeexecuçãohámuitosanos.Comisso,pouco se acredita na rápida execução de um projeto baseado nosestudosaquicontidos. Porém,cabecolocarquefoipositivoconhecernovostemaseaplicá-losdeformamuitopráticanumproblemavivenciadodiariamenteportodos.Paraosbolsistas,foiaprimeiravezquetrabalharamemum
CONSIDERAÇÕES FINAIS
93
projetoreal,tendoesteseuslimites,seucarátertécnicoesuagrandequantidade de envolvidos entre requerentes, projetistas do edifícioe outros interessados nas propostas, com os quais não estavamhabituados a contactar em trabalhos acadêmicos. Teve-se queenfrentarodesconhecimentoacercadestetipodeprojetoebuscarmuitasinformações,alémdeproporumespaçoqueémuitodiscutidodentrodocursodeArquiteturaeUrbanismo.Aequipetevetambéma chance de conversar, discutir e, principalmente, ser ouvida porarquitetos,dentroeforadauniversidade. Éclaroque,comasdiversasdificuldadesencontradas,aequipeconsideraterrealizadoseutrabalhoapartirdoquelhefoiproposto.Conseguiudriblarosimpassesenfrentadoseproduzir,aofinal,diversassugestões em nível de estudo preliminar. Como não cabe à equipedecidirporumapropostadefinitiva,foienriquecedorproporvariadasalternativasdeprojeto.Istopossibilitouverificarcomoosprojetossealteravamconformeasprioridadeadotadas. Este caderno contém, portanto, as primeiras sugestõesarquitetônicas e paisagísticas para o estacionamento do edifíciodo curso de Arquitetura e Urbanismo. Espera-se que este materialfundamentediscussõesparaqueseestabeleçaumprojetocapazdeatenderasexpectativasdeseususuárioseprincipalmentevalorizaraáreacomoparteimportantedoedifício.
Cap5. REFERÊNCIAS
96
ABNT - Associação Brasileira deNormas Técnicas.NBR 9780 –Peças de Concreto para Pavimentação –Determinação da Resistência aCompressão.ABNT,1987.
ABNT-AssociaçãoBrasileiradeNormasTécnicas.NBR9781–Peças de Concreto para Pavimentação –Especificação.ABNT,1987.
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REFERÊNCIAS
97
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SENÇO,Wlastermilerde.Manual de técnicas de pavimentação.SãoPaulo:Pini,1997.
Cap6. APÊNDICE
100
ResumoenviadoparaoeventoSemináriodeIniciaçãoCientífica(SIC)2012.
Autores:VeraHelenaMoroBinsEly,IsabelaFernandesAndrade,Júlia Moraes Callado de Amorim, Gabriela Hall Banki, LeodiAntônioCovatti.
Estetrabalhotevecomoobjetivodesenvolverpropostasde estacionamento para a área destinada a esse fim junto aoprédiodocursodeArquiteturaeUrbanismo/UFSC,aqualhojeapresentaumaocupaçãoinformaldemesmocaráter. A fim de conhecer os temas envolvidos na pesquisa,realizou-se revisão bibliográfica envolvendo paisagismo,acessibilidade espacial e espaços abertos. Foram realizadas,ainda, entrevistas com técnicos responsáveis por projetos daUniversidadeafimdeobterinformaçõesemateriaisimportantes.Outro procedimento empregado nesse estudo diz respeitoaos levantamentos das condições do local, a partir de visitasexploratórias,entrevistasemediçõestécnicasefotográficaspara,empossedessesdados,elaborarumprogramadenecessidades. A partir da catalogação de todas as informaçõesadquiridas,ogrupo lidoucoma incompatibilidadedeprojetosfornecidos por diferentes fontes e a dificuldade de obter umprojetodefinitivodoprédioeseuentornopara,comisso,definiraáreadeintervenção.Saciadasasdúvidas,ogrupodecidiuporsugerir diversas propostas com enfoques variados para queos requerentes do Departamento de Arquitetura pudessem optarpelasugestãoquelheserademaiorinteresse.Comisso,foram: definidas zonas para trânsito de pedestres e veículos,considerandoasnecessidadesespaciaisdasdiferentespessoas;
101
indicados locais para plantio e cultivo de vegetação, desdearbustivaatéárvoresdemaiorporte,comointuitodemarcaroacessoaoespaço,criarsombreamentoecomporcomoentornoimediato;sugeridasespéciesdevegetaçãoquemaisseadéquamàsituaçãoencontrada;definidoslimitesreaisdeespaço.Sugeriu-se,ainda,espaçodestinadoàspossíveisampliações. Os estudos resultaram então em projetos deestacionamentofuncionaisepaisagísticos,quebuscamatenderasnecessidadesespaciaisdetodasaspessoas,independentementedesuascapacidadese/oulimitações,alémdevisaràintegraçãocomoentorno.