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i
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
Maria Aparecida Domingues Dias
Estudos de Inclusões Fluidas em Veios de Quartzo Associados ao Granito Nhandu no Depósito de Ouro Trairão - Província Aurífera
Alta Floresta – MT
Orientador
Prof. Dr. Francisco Egídio C. Pinho
CUIABÁ
2012
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - UFMT
Reitora
Profª. Drª. Maria Lucia Cavalli Neder
Vice-Reitor
Prof. Dr. Francisco José Dutra Solto
Pró-Reitora de Pós-Graduação
Profª. Drª. Leny CaselliAnzai
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA – ICET
Diretor do Instituto de Ciências Exatas e da Terra
Prof. Dr. Edinaldo de Castro e Silva
DEPARTAMENTO DE RECURSOS MINERAIS - DRM
Chefe do Programa de Pós-Graduação em Geociências
Prof. Dr. Paulo César Corrêa da Costa
iii
Universidade Federal de Mato Grosso – www.ufmt.br
Instituto de Ciências Exatas e da Terra – www.ufmt.br
Curso de Graduação em Geologia – [email protected] Departamento de Recursos Minerais – www.ufmt.br
Programa de Pós-Graduação em Geociências – [email protected]
Campus Cuiabá – Avenida Fernando Corrêa, s/nº - Coxipó
78.060-900 – Cuiabá, Mato Grosso. Fone: (65) 3615-8000
Os direitos de tradução e reprodução são reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser gravada, armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada
ou reproduzida por meios mecânicos ou eletrônicos, ou utilizada sem a observância das normas de
direito autoral.
A. FICHA CATALOGRÁFICA
D541e Dias, Maria Aparecida Domingues.
Estudos de inclusões fluidas em veios de quartzo
associados ao granito Nhandu no depósito de Ouro Trairão – Província Aurífera Alta Floresta - MT / Maria
Aparecida Domingues Dias. – 2012.
xiv, 90 f. : il. color.
Orientador: Prof. Dr. Francisco Egídio C. Pinho.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de
Mato Grosso, Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Departamento de Recursos Minerais, Pós-Graduação em
Geociências, Área de Concentração: Geologia Regional e
Recursos Minerais, 2012.
Bibliografia: f. 89-90.
1. Recursos minerais – Mato Grosso. 2. Depósito de ouro Trairão – Mato Grosso. 3. Granito Nhandu –
Depósitos minerais. 4. Província aurífera – Alta Floresta
(MT). I. Título.
CDU – 553.04(817.2)
Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn –
CRB-1/931
iv
CONTRIBUIÇÕES ÁS CIÊNCIAS DA TERRA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
N° 39
Estudos de Inclusões Fluidas em Veios de Quartzo Associados ao
Granito Nhandu no Depósito de Ouro Trairão - Província
Aurífera Alta Floresta MT
Maria Aparecida Domingues Dias
Orientador
Prof. Dr. Francisco Egídio C. Pinho
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Geociências do Instituto de
Ciências Exatas e da Terra da Universidade
Federal de Mato Grosso como Requisito para a
Obtenção do Título de Mestre na Área de
Concentração: Geologia Regional e Recursos
Minerais.
CUIABÁ
2012
i
ii
MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________
Orientador: Prof. Dr. Francisco Egídio C. Pinho.
__________________________________________________________________
1º Examinador: Prof. Dr. Mauro César Geraldes
(Examinador Externo UERG)
________________________________________________________________
2º Examinador: Prof. Dr. Élzio Barboza
(Examinador Interno ICET/UFMT)
Data da Aprovação: 04/ 12/ 2012.
CUIABÁ
2012
iii
iv
v
Dedico,
Ao Senhor Deus por ter me dado à honra de confiar no seu poder e permitir que eu caminhe pelas
estradas da vida acreditando que vale a pena insistir para conquistar vitórias. E pela coragem e
esperança transmitidas nos momentos de solidão e tempestades e pelo socorro ao trazer amigos
para estarem comigo.
vi
Agradecimentos
Ao meu orientador professor Dr. Francisco Egídio C. Pinho pela paciência, confiança e a
oportunidade ao abrir as portas na área de pesquisa em metalogênese para a realização desta
dissertação de mestrado. Ao Prof. Dr. Elzio Barboza pelas sugestões e gentilezas oferecidas desde a
minha época de graduação.
Aos meus saudosos pais Ciro Domingues e Sebastiana Pires Domingues (falecidos) - Que a
importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós
(Manoel de Barros). Meus pais souberam me encantar ao valorizar o amor, o respeito, a dignidade!
Aos meus filhos Leandro Domingues e Daniele Domingues e as netas queridas Bruna, Juliana
e Maria Clara por existirem na minha vida. A verdade é que a gente não faz filhos. Só faz o layout.
Eles mesmos fazem a arte-final (Luis Fernando Veríssimo). Ao professor Dr. Roberto Xavier do
Instituto de geociências da UNICAMP pela paciência e competência ao me fazer compreender o
fascinante e complexo universo das Inclusões fluidas. E também aos técnicos e secretarias pelo
suporte durante minha estadia na UNICAMP. Agradeço aos professores e técnicos do instituto de
geociências da UFMT, que de forma direta e/ou indireta contribuíram na minha formação. Aos
professores doutores Maria Zélia e Kurt pelas cartas de apresentação, obrigada pela confiança. Ao
Prof. Dr. Denis pela excelência de um grande mestre em sala de aula, sua gentileza e carinho. Ao
prof. Dr. Amarildo Ruiz pela maestria em boa educação, gentileza e pelos momentos de apoio.As
amigas e amigos que a Ciência geológica me presenteou: Ezenildes (linda Flor do Cráton Amazônico),
Mariarosa, Dalila, Ana lídia, Débora, Brena, Jovana, Ivani, Raelita, Bárbara Becker e Fernanda
Rodrigues. E aos amigos Marcelo Galé pela amizade, companheirismo e auxílio no tratamento dos
dados desta dissertação, Danilo Queiroz, Renan Grilaud, Newton Diego (Tchun-Tchun) por serem
amigos solícitos e grandes colaboradores, os quais me aturaram com elegância nas fases de
aborrecimentos. A amiga Eline registro meus agradecimentos pela sua amizade, confiança e
solidariedade. A amiga Dra. Alane pela amizade e o bom convívio e apoio na UNICAMP/CAMPINAS. A
especial e querida Claudia Tokashik (doutoranda/USP). Obrigada amiga por tudo que você representa
na minha vida!Obrigada Rafael Assis pelo grande e novo amigo que você se tornou. Grande ser
humano! E será um dos mais prósperos e brilhantes cientistas na área da geologia. Muito bom
quando recebo seus emails cheios de palavras lindas, carinhosas e sempre dizendo:
coragem!Também agradeço as professoras Rúbia e Gislaine pelo carinho e atenção de sempre!
Professoras, que Deus as protejam em todos os seus caminhos! A CAPES e ao
PROCAD/UFMT/UNICAMP (68/2010 nº 23038. 000675/2010-75) pelo auxílio financeiro. Obrigada!
vii
A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou - eu não aceito.
Não aguento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.
(Manoel de Barros – Poeta Pantaneiro)
2
CAPÍTULO I
1.0- Introdução
1.1-Objetivo do Trabalho
1.2-Justificativa da Pesquisa
1.3-Localização Geográfica e Acesso a Área de Serviço
1.4-Materiais e Métodos
3
CAPÍTULO II
2.0- Contexto Geotectônico - Geológico
2.1-Cráton Amazônico
2.2-Província Aurífera Alta Floresta (PAAF)
4
CAPÍTULO III
3.0- Unidades Litológicas no Contexto Geológico Regional da Área de
Estudo
3.1-Complexo Cuiú – Cuiú
3.2-Suíte Intrusiva Juruena
3.3-Suíte Intrusiva Paranaíta
3.4-Granito Nhandu
3.5-Grupo Colíder
3.6-Grupo Beneficente
3.7-Depósitos Aluvionares
5
CAPITULO IV
4.0- Área de Depósito Trairão
4.1-Introdução
4.2-Características Levantadas na Área do Garimpo Trairão
6
CAPÍTULO V
5.0- Alteração Hidrotermal do Depósito de Ouro Trairão
5.1-Minerais Minérios
5. 2-Alteração hidrotermal
5.3-Descrição das Analises Petrográficas em Amostras da Rocha
Encaixante Mostrando os Aspectos da Alteração Hidrotermal do Depósito
Trairão
5.3.1-Afloramento 1 - Amostra 1
5.3.2-Afloramento 3 - Amostra 2
5.3.3-Afloramento 3 - Amostra 4
5.3.4- Afloramento 3 - Amostra 5
5.3.5- Afloramento 3 - Amostra 6
7
CAPÍTULO VI
6.0- Caracterizações Petrográficas e Microtermométricas de Inclusões
Fluídas Primárias do Depósito Trairão
6.1-Introdução
6.2-Métodos e Equipamentos
6.2.1-Amostragem de veios de Quartzo
6.2.2-Microscopia Convencional das Inclusões Fluidas
6.2.1.1-Classificação tipo I - Monofásica Líquida
6.2.1.2-Classificação tipo II - Monofásica Vapor
6.2.1.3-Classificação tipo III - Bifásicas (L + V)
6.2.1.4-Classificação tipo IV - Trifásicas Saturadas ( L +V + S)
6.2.1.5-Classificação tipo V - Multifásicas (L + V+ SSS)
6.2.1.6-Classificação tipo VI – Trifásicas Aquocarbônicas ( LH2O + LCO2 +
VCO2 )
6.3–Microtermométria das Inclusões Fluidas
6.3.1-Apresentação Descritiva dos Histogramas das Inclusões Fluidas dos
tipos III e IV.
6.3.1.1-Inclusão tipo III
6.3.1.2-Inclusão Tipo IV
6.3.1.3–Diagramas de Dispersão para Inclusões Fluidas tipo III e IV
6.3.2-Demonstrações de Regimes Fluidos Responsáveis pela Gênese de
Vários Depósitos Auríferos Estudados na Província Alta Floresta Servindo
como Termo de Comparação aos Regimes Fluidos do Depósito Estudado
6.3.2.1-Garimpos Estudados por Assis (2006)
6.3.2.2-Garimpos Estudados por Silva et al. (2008)
8
CAPÍTULO VII
7.0–CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
7.1-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
9
CAPÍTULO VIII
8.0 - Anexo
8.1-ARTIGO SUBMETIDO PARA PUBLICAÇÃO
viii
Sumário
Resumo
Abstract
CAPÍTULO I ..................................................................................................................................15
1.0 - Introdução.................................................................................................................................16
1. 1 - Objetivo do Trabalho ...........................................................................................................17
1.2 - Justificativa da Pesquisa ........................................................................................................18
1 . 3 - Localização Geográfica e Acesso à Área de Trabalho ..........................................................18
1.4 - Materiais e Métodos..............................................................................................................19
CAPÍTULO II .................................................................................................................................21
2.0- Contexto Geotectônico - Geológico. ...........................................................................................22
2. 1 – Craton Amazônico ..............................................................................................................22
2. 2. Província Aurífera Alta Floresta (PAAF) ..............................................................................23
CAPÍTULO III ...............................................................................................................................26
3.0- Unidades Litológicas no Contexto Geológico Regional da Área de Estudo. ................................27
3. 1 - Complexo Cuiú-Cuiú ...........................................................................................................27
3. 2 - Suíte Intrusiva Juruena .........................................................................................................28
3. 3 - Suíte Intrusiva Paranaíta ......................................................................................................29
3. 4 - Granito Nhandu ...................................................................................................................29
3. 5 - Grupo Colíder ......................................................................................................................30
3. 6 - Grupo Beneficente ...............................................................................................................31
3.7 - Depósitos Aluvionares ..........................................................................................................31
CAPITULO IV ................................................................................................................................32
4.0- Área Do Depósito Aurífero Trairão ............................................................................................33
4.1 - Introdução ............................................................................................................................33
4.2 – Características Levantadas na Área do Garimpo Trairão .......................................................33
CAPÍTULO V .................................................................................................................................39
5. 0 - Alteração Hidrotemal do Depósito de Ouro Trairão. .................................................................40
5.1 – Minerais inérios ...................................................................................................................40
5. 2 - Alteração Hidrotermal ..............................................................................................................41
5. 3 - Descrição das Análises Petrográficas em Amostras da Rocha Encaixante Mostrando os Aspectos da Alteração Hidrotermal do Depósito Trairão. .................................................................................43
5. 3. 1 - Afloramento 1 - Amostra 1...............................................................................................43
5. 3. 2 - Afloramento 3 - Amostra 2. ..............................................................................................44
ix
5. 3. 3 - Afloramento 3 – amostra 4. ..............................................................................................45
5. 3. 4 - Afloramento 3 - amostra 5 ................................................................................................46
5. 3. 5 - Afloramento 3 - Amostra 6...............................................................................................47
CAPÍTULO VI ................................................................................................................................48
6. 0 - Caracterizações Petrográficas e Microtermométricas de Inclusões Fluidas Primárias do Depósito
Trairão. .............................................................................................................................................49
6. 1 - Introdução ................................................................................................................................49
6.2 - Métodos e Equipamentos ..........................................................................................................50
6. 3 - Microtermometria das Inclusões Fluidas Tipo III e IV ..............................................................52
CAPÍTULO VII ..............................................................................................................................65
Conclusões e Considerações Finais ...............................................................................................66
Referências Bibliográficas ............................................................................................................69
CAPÍTULO VIII .............................................................................................................................72
Anexo ...........................................................................................................................................73
8.1 – ARTIGO SUBMETIDO À REVISTA BRASILEIRA DE GEOCIÊNCIAS EM 13/11/12 .....73
8.1.2- Resumo ..............................................................................................................................73
8.1.3- Abstract ..............................................................................................................................73
8.1.4- INTRODUÇÃO ..................................................................................................................74
8.1.5- MÉTODOS ANALÍTICOS .................................................................................................75
8.1.6- CONTEXTO GEOLÓGICO - GEOTECTÔNICO REGIONAL ..........................................76
8.1.7- DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .............................................................................78
8.1.8- RESULTADOS E DISCUSSÕES DOS ESTUDOS DE INCLUSÕES FLUIDAS DO
DEPÓSITO AURÍFERO TRAIRÃO. ...........................................................................................81
8.1.9- CONCLUSÕES ..................................................................................................................87
8.1.10- AGRADECIMENTOS ......................................................................................................88
8.1.11- REFERÊNCIAS ...............................................................................................................88
x
Lista de Figuras da Dissertação
Figura 1.1: Mapa de Localização da Área de estudo no Norte de Mato Grosso e vias de Acesso....................................................................................................................... ..............................19
Figura 2.2: Compartimentação dos Modelos Geotectônicos e Geocronológicos do Cráton Amazônico
Propostos Segundo Tassinari & Macambira (1999) em (A) e Santos et al., (2000) em (B)..................23
Figura 2.3: Feição Fisiográfica da Província Aurífera Alta Floresta com seus Domínios Geológicos, Modificado e Simplificado de Lacerda Filho et al. (2004) e Marcelo Galé et al. (201l)......................25
Figura 3.4: Mapa Geológico Indicando as Unidades Litoestratigráficas Envolvendo a Área de Estudo
na Província Aurífera Alta Floresta - MT...............................................................................................27
Figura 4.5: Representação de Frente de Lavra do Garimpo Trairão em Avançado Processo de
Alteração Intempérica.............................................................................................................................33
Figura 4.6: Feições Observadas na Área de Estudo. A) - Amostra Capeada por uma Crosta de
Oxidação Exibindo Fratura Extensional Preenchida com Grãos de Quartzo. B) - Brecha Hidrotermal Englobando Veios de Quartzo. C) - Granito Nhandu Mostrando Estrias de Falha. D) - Veio de Quartzo
com Sulfeto de Pirita, Associado ao Granito Nhandu Hidrotermalizado. E) - Dique Fraturado Cortando
o Granito. F) - Vista Parcial da Principal Frente de Lavra do Depósito AuríferoTrairão......................34
Figura 4.7: Dados Petrográficos e o Diagrama com a Composição Normativa Qtz - Fk – Pl para
Amostras dos Diques Básicos na Área de Entorno do Garimpo Trairão......................................35
Figura 4.8: Amostras de Mão Colhidas na Área do Garimpo Trairão. (A) Amostra com Textura Deformada. (B) Veio de Quartzo com Presença de Sombra de Pirita. (C) Fragmentos de Veios de
Quartzo Alterados e Oxidados. (D, E, F,G) Amostras Alteradas da Rocha de Coloração Acinzentada a
Avermelhada Mostrando em (E) Presença de Pirita Disseminada e em (G) uma Fina Capa de Óxido de
Ferro, Característico na Área. Em (H) Amostras de Dique que Corta o Granito Nhandu.....................37
Figura 5.9: Microfotografia Exibindo Modo de Ocorrência da Pirita. (A) Cristal de Pirita Isolado na
(Parte Esquerda Inferior) nas Proximidades de Fratura em Cristal de Quartzo. (B) Pirita com Textura
Corroída e Preenchida com Inclusões de Quartzo. (C) Cristais de Piritas Associados a uma Massa Sericítica Fina.........................................................................................................................................39
Figura 5.10: Fotomicrografia mostrando o Intenso estilo de alteração hidrotermal (Seritização) da
Rocha Hospedeira Granito Nhandu na Área do Garimpo Trairão..........................................................41
Figura 6.11: Fotomicrografia de Inclusões Fluidas Hospedadas em Cristal de Quarzto. A-a1) Inclusão
com feição de Estrangulamento. B-b1) Inclusão Trifásica Saturada de Contorno Irregular e Relevo
Proeminente e B-b2) Inclusão Bifásica Subarredondada Fase Vapor Escura. C-c1) Inclusão Bifásica
Isolada Subtriangular e C-c2- Inclusão Monofásica de Forma Irregular Ocorrência Isolada. D) Fratura Intragrão Oxidada. E) Fratura Intragranular Preenchida por Inclusões Fluidas Tardias. F-f1) Inclusão
Fluida Trifásica Saturada em Arranjo Planar e F-f2) Trilha de Inclusões Intra Grãos Cortando
Obliquamente Fratura Descontínua........................................................................................................50
Figura 6.12: Platina de Aquecimento/Resfriamento Chaixmeca e Aparelho LIKAM THMS/600, com
Controlador de Temperatura Acoplado ao Microscópio Petrográfico Jenapol Carl Zeiss Jena (foto
compilada de Marcelo Galé, 2012).........................................................................................................52
Figura 6. 13: Histograma das Inclusões Fluidas do tipo III Indicando a Relação Frequência Versus: A) - Tfg°C; B) - Te°C; D) - Salinidade % Equiv. em peso de NaCl e D) - Tht°C......................................54
Figura 6.14: Histogramas Mostrando a Distribuição de Frequência das Propriedades
Microtermométricas das Inclusões Fluidas Saturadas doTipo IV entre: A) - Tfg°C; B) - Te°C; C) - Salinidade % peso de NaCl - D) - Th °C................................................................................................55
xi
Figura 6.15: Diagrama de correlação Temperatura de Homogeneização Total x Salinidade para as
Inclusões Tipo Bifásicas Tipo III (Thtot(L)) e Tipo IV Trifásicas Saturadas (Thtot(s)). B - Diagrama de
valores de Te°C x Thtotv de Inclusões Bifásicas e Te°C x Thtots das Trifásicas Saturadas.....................57
Lista de Figuras do Artigo
Figura 1.1: Mapa Contendo os Domínios Geológicos da Província Aurífera Alta Floresta (Modificado
de Lacerda Filho et al. 2004 e Marcelo Galé 2011)................................................................................74
Figura 2: Mapa Geológico Simplificado da Área de Entorno do Depósito Trairão..............................77
Figura 3: A e B) - Aspecto Geral Destacando Intenso Grau de Alteração nas Frentes de Lavras a Céu
Aberto. C) - Bloco da Rocha Encaixante Assumindo Feições de Alteração: D) - Detalhe de Veios
Cisalhados Cortando o Granito Nhandu Alterado..................................................................................78
Figura 4: (A) Veio de Quartzo com Textura em Pente: B) Brecha Hidrotermal: C) Dique Básico Cortando o Granito Nhandu no Garimpo Trairão e em D) Blocos de Granitos com Estrias de
Falhas......................................................................................................................................................79
Figura 5: Veios de Quartzo com Presença de Pirita..............................................................................80
Figura 6: Fotomicrografias. A - a1) Inclusão com feição de Estrangulamento; B - b1 e b2) Inclusões
Bifásicas Ocorrendo Paralelamente a Fraturas Internas Cicatrizadas; C - c1 e c2) Inclusões de
Ocorrência Isolada Bifásica e Monofásica, Respectivamente; D) Fratura Intragranular Oxidada Bordejada por Inclusões; E) Inclusões Decorando e Seccionando Fratura Curta Intragrão; F) Fratura
Intragranular Cortada por Trilha de Inclusões e Trifásica Saturada em f1.............................................81
Figura 7: Histograma das Inclusões Fluidas Indicando a Relação Frequência Versus: A) - Tfg°C; B)
- Te°C; C) - Salinidade % equiv. em peso de NaCl e D) - Tht°C.....................................................83
Figura 8: Histogramas Mostrando a Distribuição de Frequência das Propriedades Microtermométricas
das Inclusões Fluidas Saturadas entre: A) - Tfg°C; B) - Te°C; C) – Salinidade % peso de NaCl; D) Th
(°C).............................................................................................................................. ...........................84
Figura 9: A) - Diagrama de correlação Temperatura de Homogeneização Total x Salinidade para as
Inclusões Tipo Bifásicas (Thtot(L)) e Tipo IV Trifásicas Saturadas (Thtot(s)). (B) - Diagrama de valores de
Te°C x Thtotv de Inclusões Bifásicas e Te°C x Thtots das Trifásicas Saturadas......................................85
xii
Lista de Tabelas do Trabalho de Dissertação
Tabela 6.1: Síntese dos Resultados advindos de Análises Microtermométricas para Inclusões Fluidas dos Veios de Quartzo Encaixados no Granito Nhandu..........................................................................56
Tabela 6.2:Variações de Temperaturas do Eutético (Te°C) com Correspondências Aproximadas ás
das Inclusões Analisadas no Garimpo Trairão. Borinseko (1977) e em parêntese, Crawford (1981)......................................................................................................................................................56
Lista de Tabela do Artigo
Tabela 1: Dados referentes às temperaturas eutéticas (°C) dos respectivos sistemas de Borisenko
(1977) correspondendo aproximadamente às encontrados nos estudos com inclusões fluidas dos veios
de quartzo do granito Nhandu – Depósito Trairão.................................................................................81
Tabela 2 - Dados referentes ás temperaturas eutéticas (°C) dos respectivos sistemas de Borisenko
(1977) correspondendo aproximadamente aos encontrados nos estudos com inclusões fluidas dos veios
de quartzo do granito Nhandu – depósito Trairão........................................................................82
xiii
Resumo
A pesquisa aborda dados de campo, geoquímicos e de hidrotermalismo da rocha hospedeira com foco
na microtermometria das inclusões fluidas em veios de quartzo do granito Nhandu na parte central da
Província Aurífera Alta Floresta. O Alvo Trairão apresenta evidências de intensa alteração hidrotermal
sericítica (sericita fina) obliterando totalmente a textura primária da rocha encaixante. Os estudos
permitiram o reconhecimento da sequência de estágios de alteração hidrotermal e da evolução
paragenética: silicificação pervasiva; muscovita fina pervasiva; muscovita grossa pervasiva;
silicificação fissural (veios e vênulas tardias de quartzo). Com base nas características petrográficas as
inclusões fluidas analisadas foram classificadas em tipos: Tipo I compreendendo monofásicas líquidas,
tipo II monofásicas vapor, tipo III bifásicas (L+V), Tipo IV trifásicas saturadas (L+V+S) e tipo V
trifásicas aquo-carbônicas (LH2O+LCO2+VCO2), raras. As inclusões fluidas inseridas no tipo III e IV,
de caráter primário, ocorrendo em todas as amostras analisadas. As Inclusões Fluidas foram levadas a
estudos microtermométricos para obtenção de medidas de fusão e de homogeneização das fases. A
partir de dados microtermométricos identificou inclusões fluidas pertencentes aos sistemas: a) -
H2O+NaCl+ CaCL2; H2O-NaCl (Tipo III - bifásicas) distribuídas em grupos de baixa salinidade,
intermediária e alta salinidades com (Thtot(v)) entre 50°C a 180°C e moda de 80°C a 90°C: b) -
H2O+NaCl+ CaCL2; H2O-MgCl2 (Tipo IV- trifásicas saturadas) mostrando grupo de alta salinidade de
(Thtot(s)) )) de 120 a 240°C e frequência modal entre 170°C a 240°C. Esta distribuição pode ser
interpretada como mistura de fluidos de composições diferentes, onde inclusões de baixa salinidade
representam fluido meteórico, as Inclusões intermediárias como misturam de fluidos meteórico e
magmático, enquanto os de alta salinidade definem fluidos de origem magmática com diminuição de
temperatura durante seu caminho de ascensão.
Palavras Chave: Depósito de Ouro Trairão - Inclusões fluídas - Província Alta Floresta.
xiv
Abstract
The research focuses on field data, geochemical and hydrothermal host rock with a focus aimed at
microthermometric studies of fluid inclusions in quartz veins in granite Nhandu central part of the Alta
Floresta gold province. The Target Trairão shows evidence of intense sericitic alteration (sericite fine)
completely obliterating the texture of the primary rocks. The studies allowed the recognition of the
following stages of hydrothermal alteration and paragenetic evolution: pervasive silicification,
pervasive muscovite fine, coarse muscovite pervasive; silicification fissure (late veins and veinlets of
quartz). Based on the petrographic characteristics of fluid inclusions were classified into types such as
single-phase liquid comprising type I, type II single-phase vapor, biphasic type III (L + V), Type IV
saturated three-phase (L + V + S) and three-phase type IV aqueous-carbonic (LH2O LCO2 + +
VCO2), rare. The fluid inclusions placed on the type III and IV, a primary, occurring in all samples,
microthermometric studies were carried out in a platinum cooling / heating Chaixmec, apparatus Likan
THMS/600, from -180 ° C to 600 ° C , respectively, for obtaining measurements of melting and
homogenization of the phases. Platinum is coupled to a model microscrospio petrographic JENA Phol,
which allows observation of the blade shaft bipolidas samples in all steps of the assay. From data
microthermometric identified fluid inclusions belonging to the systems: a) - H2O + NaCl + CaCl2
H2O-NaCl (Type III - biphasic) distributed in groups of low salinity, intermediate and high salinities
with (Thtot (v)) between 50 ° C to 180 ° C and fashion of 80 ° C to 90 ° C, b) - H 2 O + NaCl + CaCl
2, H 2 O, MgCl 2 (Type IV-three-phase saturated) showing a group of high salinity (Thtot (s)))) 120
240 ° C and modal frequency between 170 ° C to 240 ° C. This distribution can be interpreted as a
mixture of fluids of different compositions, which represent inclusions of low salinity meteoric fluid
inclusions intermediate as a mixture of meteoric and magmatic fluids, while the high salinity is
defined as magmatic origin with decreasing temperature during its way ascension.
Keywords: Deposit Gold Trairão - Fluids Inclusions - Province Alta Floresta.
15
CAPÍTULO I
1.0- Introdução
1.1-Objetivo do Trabalho
1.2-Justificativa da Pesquisa
1.3-Localização Geográfica e Acesso a Área de Serviço
1.4-Materiais e Métodos
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1.0 - Introdução
A dissertação de mestrado em pauta foi realizada junto ao Programa de Pós-Graduação em
Geociências da Universidade Federal de Mato Grosso, denominada de “Estudos de Inclusões Fluidas em
Veios de Quartzo Associados ao Granito Nhandu, no Depósito de Ouro Trairão - Província Aurífera Alta
Floresta MT”, na qual faz parte do convênio PROCAD UFMT/UNICAMP N° 23038.000675/201015.
Dentro do projeto maior “Estudos das Mineralizações de Au e Cu Associados ás Rochas Graníticas da
Província Alta floresta”.
A Província Aurífera Alta Floresta é conhecida como importante região metalogenética,
principalmente por sustentar ricos e produtivos garimpos de ouro extraídos principalmente de depósitos
secundários (aluviões, eluvios/colúvios e de perfil saprolítico) e após quase exaustão destes, mineralizações
primarias passaram a ser alvo de exploração.
Entre as décadas de 1970 e 1990, esta região essencialmente aurífera, teve uma produção entre 200
e 300 toneladas de ouro (Dardene & Schobbenhaus, 2003) tornandou-se assim uma grande produtora no
Brasil expressa pela presença de centenas de depósitos com mineralizações na forma de veios, sistemas de
veios ou disseminadas. A Província aurífera Alta Floresta é atualmente uma área de grande potencial
exploratório para depósitos de ouro do tipo primário.
A descoberta de novos depósitos de ouro bem como avaliação econômica dos já existentes depende
de um conjunto de dados de informações geológicas como princípios básicos para subsidiar
antecipadamente possíveis investimentos.
Neste contexto a partir de estudo no Depósito Trairão (inserido na região do distrito Peixoto de
Azevedo-Novo Mundo), objetivou caracterizar a natureza das soluções que transportaram o minério de
ouro bem como conhecer os parâmetros físico-químicos responsáveis pela deposição deste, a partir de
Inclusões Fluidas em veios de quartzo.
A seleção da área de estudo foi definida, já que se tratando do Garimpo Trairão ainda há
deficiência de dados com maior consistência sobre a sua gênese, e levando em consideração também que
quando se trata de pesquisas desenvolvidas a partir de inclusões fluidas estas são vistas como importantes
fontes geradoras de dados permitindo levantar consideráveis conclusões sobre a natureza do fluido portador
do metal, elucidando as condições de precipitação da mineralização.
Até anos atrás esse depósito vinha sendo explorado por atividade garimpeira em material de
aluvionar e com frentes de lavra a céu aberto e com infraestrutura rústica. Atualmente paralisado, este vem
sendo alvo de pesquisas por parte de pesquisadores das universidades e de empresas de exploração mineral.
Na área do garimpo se distingue uma unidade ígnea, paleoproterozóica, denominada granito
Nhandu, tipo I, oxidado. Toda esta unidade sofreu localmente intrusões de diques de natureza básica,
vênulas e veios tipo padrão stockswork. As zonas de sulfetação são encontradas associadas aos veios de
quartzo em zonas de cisalhamento com avançado grau de alteração hidrotermal.
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Estudos em depósitos minerais realizados com Inclusões Fluidas (IFs), procurando caracterizar os
fluidos mineralizadores dos depósitos, tem como foco primordial buscar um modelo de gênese e que
segundo Bates & Jackson, (1987) trata-se de uma hipótese de trabalho ou simulação precisa, por meio de
descrição, dados estatísticos ou analogia de um processo que não pode ser ou que dificilmente poderia ser
observado de forma direta. E que em tese constitui excelente ferramenta na prospecção (Ronchi et al.,
2003).
Fuzikawa (1985) ressalta a importância de pesquisas com essas micro amostras de fluidos que
revela as condições físico-química reinantes no período da cristalização e da recristalização do mineral que
as contém ou ainda, marcando o processo de eventos posteriores impostos a formação destes minerais.
Estudo de inclusões fluidas tem ganhado notoriedade expressiva nos últimos anos, principalmente
para o esclarecimento dos processos que envolvem a formação de um depósito mineral de ouro. Segundo
Costa Neto (1998) não apenas do ponto de vista acadêmico, mas também de grande auxílio na definição de
estratégias de exploração de regiões potenciais para mineralizações auríferas.
Segundo Faleiros (2009) a partir da caracterização dos fluidos de diferentes gerações podem ser
estabelecidas relações entre as mineralizações e as soluções responsáveis pela sua formação. E entre estas
etapas, segundo os mesmos autores, e os principais eventos geológicos da área, proporcionando,
adicionalmente, uma escolha mais criteriosa de novas áreas de prospecção ou mesmo uma pesquisa mais
consciente das extensões de um dado depósito.
Desta forma, as pesquisas com inclusões fluidas para o depósito Trairão permitiram em tese definir
os sistemas fluidos mineralizadores a partir de características tais como composições, salinidades e as
condições mínimas de temperaturas do ambiente de deposição do minério. A partir daí, sendo permitido
traçar uma linha de similaridade e homogeneidade entre os resultados do garimpo estudado com dados de
inclusões fluidas obtidos por outros estudiosos em vários depósitos de ouro na província Aurífera Alta
Floresta.
1. 1 - Objetivo do Trabalho
O objetivo deste trabalho de dissertação de mestrado é fazer uma caracterização das propriedades
físico-químicas dos sistemas fluidos mineralizadores a partir de inclusões fluidas em veios de quartzo
associados ao granito Nhandu por meio do estudo analítico de microtermométria, com intuito de definir um
modelo de gênese para o depósito de ouro do Trairão.
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1.2 - Justificativa da Pesquisa
Ainda existem muitas dúvidas e problemas relacionados à gênese, idade, composição dos fluidos
associados à formação de minérios, mecanismos de transporte e deposição das mineralizações dos
depósitos. Advindo deste fato, o atual estágio de conhecimento a cerca dos aspectos metalogenéticos a
respeito das jazidas de ouro na Província Alta floresta são ainda fragmentados e insuficientes para a
caracterização dos parâmetros geológicos responsáveis pela formação dos depósitos auríferos da região.
Este problema, via de regra, tem envolvido principalmente o garimpo pesquisado pela escassez de
trabalhos científicos vindo esta pesquisa fomentar mais dados aos já obtidos por poucos pesquisadores com
Inclusões Fluidas nos veios de quartzo no local, oportunizando melhor avaliação sobre a origem dessa
mineralização aurífera.
1 . 3 - Localização Geográfica e Acesso à Área de Trabalho
A área de estudo depósito de ouro Trairão (figura 1.1) localiza-se no norte do estado de Mato
Grosso na região do alto curso do rio Trairão afluente do Rio Teles Pires. Encontra-se na sua totalidade
inserida na porção central da Província Aurífera Alta Floresta expressa na folha topográfica Alta floresta
(SC.21-X-C) entre os Paralelos 09°00’ e 10°00’ S e Meridianos 55°30’ e 57°0’ W.
O acesso ao local estudado é feito de início pela capital Cuiabá via BR 364 (Eixo Norte/Sul –
Cuiabá - Santarém) passando pelos principais municípios de Sorriso, Lucas do Rio Verde e Sinop seguindo
até Nova Santa Helena.
A partir desta última, indo pelas MT 320 e MT 280 respectivamente até a Cidade de Carlinda, esta
há aproximados 40 km do Garimpo Trairão. O trajeto a partir de Carlinda ate o local de pesquisa se faz por
estrada de terra até a balsa D4 no Rio Teles Pires. Após travessia do rio uma estrada vicinal não
pavimentada facilita o acesso ao local pesquisado, tendo nas suas imediações como ponto de referência a
fazenda Cinco Irmãos.
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Figura 1.1: Mapa de Localização da Área de Estudo no Norte de Mato Grosso e Vias de Acesso.
1.4 - Materiais e Métodos
Neste item visando os objetivos propostos são apresentados os procedimentos para o
desenvolvimento do trabalho desta pesquisa. Parte dos métodos encontra-se desenvolvida com maiores
detalhes em capítulos específicos.
1. 4. 1 - Revisões de bibliografias: constituíram na primeira etapa de trabalho enfocando um levantamento
geral de dados geológico regional e local e sobre o tema específico inclusões fluidas. Cabendo ressaltar que
estas foram apoiadas em diversos tipos de publicações como dissertações de mestrado, teses de doutorado,
livros didáticos e em artigos em revistas especializadas.
1. 4. 2 - Trabalho de Campo: Foi realizada uma etapa técnica de campo consistindo em levantamento das
feições estruturais e geológicas da área, permitindo esta etapa na coleta sistemática de veios de quartzo e da
rocha encaixante.
1. 4. 3 - Petrografia: Caracterização petrográfica da mineralogia hidrotermal do Granito Nhandu para
definição do tipo de alteração e da paragênese do minério com os quais o ouro pode estar associado.
1. 4. 4 - Petrografia e Microtermometria: Análises petrográfica e microtermométrica das Inclusões
Fluidas dos Veios de quartzo do Granito Nhandu, realizadas no laboratório do instituto de Geociências da
Universidade de Campinas. Com isso, caracterizando a natureza e evolução dos fluidos mineralizantes
para o entendimento de mecanismo envolvendo a origem e deposição do minério.
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1. 4. 5 - Organização dos Dados: Na sistematização e tratamento dos dados e confecções de figuras,
tabelas e histogramas inseridos neste trabalho teve como suporte o auxílio de softwares como programa
Flincor, arcGIS, Corel Draw versão X5, Microsoft Oficce Excel 2007 e o Oficce Word 2003.
1. 4. 6- Fechamento da Dissertação: Para a finalização deste trabalho dados de campo e laboratório foram
tratados, consolidados e interpretados, arregimentadas discussões elucidativas para melhor compreensão na
modelagem metalogénetica para o depósito pesquisado, dando respaldo para o fechamento desta
dissertação de mestrado de forma impressa.
21
CAPÍTULO II
2.0 – Contexto Geotectônico - Geológico
2.1-Cráton Amazônico
2.2-Província Aurífera Alta Floresta (PAAF)
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2.0- Contexto Geotectônico - Geológico.
2. 1 – Craton Amazônico
O Craton Amazônico localizado na região norte da América do Sul, contido predominantemente
em território brasileiro, segundo Brito Neves (2005) é o mais completo e legítimo descendente do
supercontinente Rodínia, pela forma notória e incomum como preservou o registro da evolução crustal, de
embasamento e de coberturas, do Arqueano e do Proterozóico.
Para explicar a evolução do Cráton Amazônico existem modelos similares considerando um núcleo
mais antigo sobre o qual foram acrescidos vários arcos magmáticos. De gênese e evolução controversas,
várias compartimentações foram adotadas para a evolução deste Cráton, onde trabalhos de âmbito
geocronológico-geotectônico como de Tassinari & Macambira (1999) e Santos et al (2000) (Fig.2.2) são
exemplos de modelos revistos e províncias redefinidas. Segundo Tassinari & Macambira (1999) este
seguimento crustal trata-se de uma das maiores áreas Cratônicas do mundo (4,3 x 105
km2), ficando assim
dividido: Província Amazônica (>2,3 Ga); Maroni-Itacaiunas (2,2 - 1,9 Ga); Ventuari-Tapajós (1,95 - 1,80
Ga); Rio Negro-Juruena (1,80-1,55 Ga); Rondoniano-San Ignáceo (1,55-1,30 Ga) e Sunsás (1,25-1,0 Ga).
Santos et al. (2000) propuseram uma subdivisão do Cráton Amazônico com base em datações pelos
métodos Sm-Nd e U-Pb em zircões. Desta maneira, foi proposta a seguinte compartimentação de
províncias geocronológicas: Carajás-Imataca (3,10 a 2,53 Ga); Transamazônica (2,25 a 2,0 Ga); Tapajós-
Parima (2,01 a 1,87 Ga); Amazônia Central (1,88 a 1,70); Rio Negro (1,86 a 1,52 Ga); Rondônia - Juruena
(1,76 a 1,47) k’Mudku (1,10 a 1,33 Ga) e província Sunsás (1,33 a 0,99 Ga).
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Figura 2.2: Compartimentação dos Modelos Geotectônicos e Geocronológicos do Cráton Amazônico Propostos
Segundo Tassinari & Macambira (1999) em (A) e Santos et al., (2000) em (B).
2. 2. Província Aurífera Alta Floresta (PAAF)
Na porção norte de Mato Grosso a Província Aurífera Alta Floresta (PAAF) apresenta-se
distribuída na forma de uma extensa faixa alongada de direção W-NW com vários domínios geológicos
(fig. 2.3) e fisiograficamente delimitada ao norte pelas bordas do Grabén do Cachimbo separando-a da
Província Aurífera Tapajós e no limite sul pela Serra dos Caiabis.
O embasamento desta província aurífera ora denominado de Cuiú-Cuiú por Moreton & Martins
(2001) é composto por granitóides de composição granítica a monzogranítica, incluindo gnaisses graníticos
a tonalíticos e presença de xistos, rochas máficas, ultramáficas, além da presença de bifes e migmatitos
(Dardene & Schobbenhaus, 2001).
De acordo com compartimentação geocronológica-geotectônica do Craton Amazonas de Santos et
al. (2000), esta província (PAAF) engloba partes das faixas Tapajós-Parima (2,03 a 1,88 Ga) e Rondônia-
Juruena (1,82 a 1,54 Ga), enquanto no modelo criado por Tassinari & Macambira (1999) encontra-se
inserida entre os limites das províncias Ventuari-Tapajós (1,95 - 1,8 Ga) e Rio Negro-Juruena (1,8 - 1,55
Ga).
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Concepções de Tassinari & Macambira (1999) retratam estas províncias como extensas porções de
crosta continental juvenil, originadas de rochas do manto, acrescidas de sucessivos arcos magmáticos,
possivelmente gerados por subducção de litosfera oceânica sob a Província Amazônica Central,
acompanhada pelo choque de massas continentais.
A área de trabalho inserida na parte central da Província Alta Floresta abrange parte do domínio
geocronológico-geotectônico Rondônia - Juruena no domínio Juruena denominado este de Arco
Magmático Juruena (Lacerda et al. 2001).
A Província Rondônia - Juruena representa um segmento crustal formado no intervalo de 1,8 Ga a
1,72 Ga sendo constituída de terrenos granitóides e vulcanossedimentares evoluídos em sistemas de arcos
magmáticos (Scandalorra et al. 1999; Santos et al, 2000). Lacerda Filho et al. (2004) ao redefinirem a
Província Rondônia – Juruena propuseram a existência de três domínios: Juruena (1,85-1,72 Ga),
Rossevelt-Aripuanã (1,76-1,74 Ga) e Jauru (1,79 – 1,72 Ga).
O domínio Juruena ou Arco Juruena segundo dados de Lacerda Filho et al, (2004) encontra-se
representado por rochas plutônicas e vulcânicas felsicas de filiação cálcio-alcalino e alto potássio, onde
Souza et al, (2004) descreveram para este domínio dois tipos de terrenos: um ao norte plutono-vulcânico,
pós - colisional, deformado em regime rúptil a rúptil-dúctil representados pelas unidades suítes Juruena,
Paranaíta, Colíder, Matupá, Flor da Serra e Granito Nhandu. O outro, um terreno acrescionário de médio a
alto grau metamórfico, granítico-gnáissico, deformado em regime dúctil é formados pelo complexo Bacaerí
- Mogno e Nova Monte Verde, Suíte Intrusiva Vitória e granitos São Pedro, São Romão e Apiacás. A
região de Peixoto de Azevedo-Pólo Novo Mundo constitui parte do terreno plutonovulcânico.
Dentro deste contexto geotectônico a Província Alta Floresta (PAAF) eminentemente aurífera tem
dentro dos seus limites a região de Peixoto de Azevedo – Novo Mundo, estabelecido este como o principal
produtor de ouro desta província e que segundo Barros (2007) as ocorrências e depósitos desta região
aurífera refletem um alinhamento na direção NW, refletindo o traçado de zonas de cisalhamento,
principalmente, onde essas estruturas interceptam terrenos granito-gnaíssico.
Os autores supracitados citam que as mineralizações deste distrito são representadas em filões
sinuosos (extensos localizados nas zonas de cisalhamento dúcteis onde muito destas disseminadas nos
granitos Novo Mundo e Santa Helena e em veios e vênulas de quartzo e Stocwork alojados em granitos do
tipo Nhandu e Peixoto.
Trabalho de Coutinho et al. (1998) em referência as mineralizações a ouro da Província Mineral
Alta Floresta, de caráter primário, principalmente as hospedadas na suítes graníticas de idade
Paleoproterozóica, tem sido descritas como silmilares a do tipo Cu-Au pórfiro e Orogenético ou lode
mesotermal (Paes de Barros 1994).
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Figura 2.3: Feição Fisiográfica da Província Aurífera Alta Floresta com seus Domínios Geológicos, Modificado e
Simplificado de Lacerda Filho et al. (2004) e Marcelo Galé et al. (201l).
26
CAPÍTULO III
3.0- Unidades Litológicas no Contexto Geológico Regional da Área de Estudo
3.1-Complexo Cuiú – Cuiú
3.2-Suíte Intrusiva Juruena
3.3-Suíte Intrusiva Paranaíta
3.4-Granito Nhandu
3.5-Grupo Colíder
3.6-Grupo Beneficente
3.7-Depósitos Aluvionares
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3.0- Unidades Litológicas no Contexto Geológico Regional da Área de Estudo.
Neste capítulo o mapa geológico simplificado mostra a distribuição da complexa variação
litoestratigráfica da Província Alta floresta limitando o Granito Nhandu no qual se insere a área pesquisada
no Norte de Mato Grosso (Figura 3.4). A seguir é mostrada resumidamente a caracterização dessas
unidades a partir de revisão bibliográfica.
Figura 3.4: Mapa Geológico Indicando as Unidades Litoestratigráficas Envolvendo a Área de Estudo na Província
Aurífera Alta Floresta - MT.
3. 1 - Complexo Cuiú-Cuiú
O complexo Cuiú-Cuiú admitido como o embasamento da região, esta relacionado à idade modelo
datado em U-Pb SHRIMP em zircão de 1992±7 Ma (Souza et al., 2004), compatível com as idades U-Pb
SHRIMP (2005± 7 Ma) obtidas por Santos et al. (1997) e (Klein et al., 2000) em granitóides e rochas
gnaisses deste complexo aflorante na província Tapajós.
Esta unidade segundo Moreton & Martins (2005) compreende uma associação de rochas
representadas por granitóides de composição granítica a monzogranítica, incluindo gnaisses graníticos a
tonalíticos, parcialmente migmatizados e presença de xistos, rochas máficas, ultramáficas, além de bifes e
migmatitos (Dardene & Schobbenhaus, 2001). Dados de Silva & Abram (2008) apresentam para estas
rochas um bandamento composicional, milimétrico a centimétrico, trazendo alternância de faixas quartzo-
feldspática e máficas, caracterizadas por biotita e hornblenda.
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Paes de Barros (2007) ao discriminar as raras ocorrências do embasamento granito gnáissico na
região de Peixoto de Azevedo-Novo Mundo, descreveu estas poucas manifestações como granitóides
cálcio-alcalinos, metaluminosos a francamente peraluminosos, de composição quartzo diorítica, tonalítica a
granodiorítica.
Estudos realizados por Klein et al., (2000) apontam para estas rochas um quimismo cálcio-alcalino
de baixo potássio, com termos de meta a peraluminosos, com características de formação em ambiente de
arco vulcânico.
3. 2 - Suíte Intrusiva Juruena
Denominação esta dada por Silva et al. (1974) a um conjunto de rochas graníticas na região norte
de Mato Grosso, ocorrendo segundo um trend NW-SE, sob a forma de blocos, ou em lajedos maciços,
compondo batólitos aglutinados e amalgamados.
Amostras estudadas pelo JICA/MMAJ (2000) ao norte da folha Vila Guarita, fora da área de
abrangência do projeto Alta Floresta, permitiram o cálculo de idades U – Pb em zircão 1.848 ± 17 Ma;
1.823 ± 35 Ma e 1.817 ± Ga, atribuídas a idades de cristalização desta unidade. Dados de Silva & Abram
(2008) demonstram idade de 1817± 12 Ma, em amostras datadas pelo método U-Pb em zircão, onde os
mesmos autores retratam que estudos isotópicos de Sm-Nd demonstraram uma idade de 1999 Ma, com
valor de εNd(t) de + 1, 93.
Esta suíte intrusiva de acordo com Souza et al (2005) é representada de biotita granitos, com
monzonitos, granodioritos e monzonito subordinados. Possuem estrutura homogênea e textura granular fina
a grossa. Segundo Souza et al (2005) não foram observadas deformações ou transformadas relacionadas ao
metamorfismo regional.
Estudos petrográficos realizados por Oliveira & Albuquerque (2005) apontam uma composição
mineralógica composta por feldspato potássico, plagioclásio, quartzo e biotita, acompanhados geralmente
por produtos de alteração hidrotermal, epidoto, sericita, clorita, muscovita, carbonato e argilo minerais e
acessórios como titanita, allanita, apatita, opacos e zircão.
Resultados litogeoguímicos de Souza et al. (2004) apontam para esta suíte magmatismo de série
cálcioalcalina, alto potássio, metaluminosa a peraluminosa, com características similares as rochas
graníticas formadas em ambiente de arco magmático de margem continental ativa.
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3. 3 - Suíte Intrusiva Paranaíta
Esta suíte apresenta a partir de dados geocronológicos obtidos por Silva & Abram (2008) idade de
referência U-Pb de 1808±14 Ma, interpretadas como de cristalização de zircão, sendo compatível com
dados de Santos (2000) pelo método U-Pb reportada a cristalização de zircão, revelando idades de 1.793±6
Ma; 1.803±16 Ma; 1.801±7,8 Ma e 1816±57 Ma. Análises isotópicas Sm-Nd durante o projeto Alta
Floresta mostraram idade modelo de 2.221 Ma, com εNd(t) de -1,25 (silva & Abram, 2008).
O termo Suíte Intrusiva Paranaíta inicialmente usado por Oliveira & Albuquerque (2003) foi
caracterizada por Santos et al. (2005) por extensos corpos batolíticos, portadores de mineralizações
auríferas e quartzo azulado, revelando posicionamento crustal de meso a epizonal, com enclaves, foliações
confinadas e feldspatos pertíticos.
Oliveira & Albuquerque (2005) apresenta para esta suíte um clã de rocha, constituído por
monzogranitos, biotita-quartzo monzogranitos, biotita granitos, hornblenda-biotita granitos e magnetita-
biotita granito, de textura porfirítica a equigranular, estrutura homogênea e isotrópica, trazendo uma
composição à base de feldspato potássico, plagioclásio, quartzo, biotita e, ás vezes hornblenda geralmente
acompanhada por epidoto±sericita±clorita±argilominerais±carbonatos, produtos de alteração hidrotermal, e
minerais acessórios como magnetita, ilmenita, apatita e outros.
Dados litoquímicos de Souza et al. (2004) traduzem uma natureza de caráter calcioalcalino de
médio a alto potássio, metaluminosa a levemente peraluminosa de quimismo compatível a granitos
relacionados a arcos vulcânicos, similares ás intrusões encontradas em margens continentais ativas.
3. 4 - Granito Nhandu
Souza et al (1979) introduziram o termo Granito Nhandu para rochas aflorantes a leste de Alta
Floresta, médio curso do rio homônimo.) A idade deste granito se estabelece entre 1,889 ± 17 Ga a 1,879 ±
5,5 Ga, concordantes, interpretadas como de cristalização (Silva e Abram, 2008). Segundo Moreton &
Martins (2003; 2005) o Granito Nhandu é representado por magnetita-biotita monzogranito e sienogranito,
além de uma fácies subvulcânica com granito e monzogranito, fino porfirítico, com presença de enclaves e
sills de gabro e diorito, indicativo de atividade magmática bimodal. Para Souza et al. (2005) as fácies
subvulcânicas, principalmente os monzonitos finos porfiríticos e granofíricos e os monzogranitos
microporfiríticos, mostram evidências de interação com fluidos hidrotermais, com disseminação de sulfetos
e de magnetita.
Paes de Barros (2007) estudando garimpos do distrito aurífero Peixoto de Azevedo Novo - Mundo
norte de Mato descreveu o Granito Nhandu como um monzogranito a granodiorito de cor cinza, de
tonalidade creme a róseo, isotrópico, leucocrático, equigranular grosseiro a localmente porfirítico,
mostrando fenocristais de feldspato alcalino subeuhedrais, zonados, com inclusões de plagioclásios e
biotita, textura pseudo rapakivi e biotita fina disseminada, parcialmente cloritizada.
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Lacerda et al. (2004) definiram o Granito Nhandu com um granito de caráter calcioalcalino de alto
potássio, do tipo I oxidado composto por magnetita-biotita granito, de coloração vermelha. Segundo Paes
de Barros (2007) trata-se de um granito metaluminoso a peraluminoso, álcali-cálcico a cálcio alcalino de
médio potássio e enriquecido em FeOtot.
Estudos de Paes de Barros (2007) baseado em diagramas, por exemplo, Rb versus Y+Nb,
indicativo de ambiente geotectônico, o granito Nhandu estende-se entre os campos dos granitos de arco
magmático e dos intraplaca, mas dentro do limite propostos para os corpos pós colisionais e no diagrama
(Hf – Rb/30 - Ta3٭), indicativo de fonte do magma em sistemas colisionais, esse granito se alinhou com os
do tipo I, intrusões cálcio-lcalino, précolisionais. Já no diagrama (k2O+Na2O)/CAO x Zr+Nb+CE+Y
mostra-se relativamente alinhado com o campo dos granitos tipo A.
3. 5 - Grupo Colíder
O grupo Colíder se caracteriza por uma diversidade de rochas subvulcânicas, vulcânicas (lavas e
piroclásticas), piroclásticas e epiclásticas de composição intermediária a ácida em menor proporção (Silva
& Abram, 2008).
Os termos subvulcânicos de acordo com dados de Moreton & Martins (2005) são essencialmente
representados por microgranitos, micro-quartzo monzonitos, micromonzonitos, micromonzogranitos e
granófiros, todos associados a derrames de riolitos, dacitos porfiríticos e andesitos localmente.
Quanto aos termos vulcanocláticos este são compostos por sedimentos areno-conglomeráticos, por
vezes intercalados por lentes conglomeráticas e sedimentos arenosos (Souza et al., 2005).
Para Silva & Abram, (2008) dentre as vulcânicas destacam-se corpos andesíticos, ricos em
magnetita, possuindo estrutura maciça trazendo texturas microlítica fluidal, porfirítica a microfirítica, com
fenocristais euédricos de plagioclásio e raros fenocristais de quartzo com golfos de corrosão.
Ainda os autores supacitados, riolitos também ocorrem, com textura de fluxo bem desenvolvida,
com fenocristais euédricos de feldspato potássico e de quartzo de alta temperatura. Intercalações de lavas
andesíticas e riolíticas, com rochas piroclásticas e epiclásticas, foram encontradas.
Pimentel (2001) datando riolitos pórfiros, atribuído a suíte Colíder pelo método U-PB em zircão,
obteve idade entre 1.785 ± 8 Ga. E idade modelo Tdm de 2.344 Ma com End (T) de -3,75, revelando uma
fonte geradora híbrida, mantélica, com contaminação crustal.
Souza et al. (2005) apresentam esta unidade como erigida entre 1,85 a 1,75 Ga, ligada ao Arco
Magmático Juruena, incluindo rochas vulcânicas de afinidade cálcio-alcalina alto potássio, de composição
ácida a intermediária e com evolução vinculada ás suítes Juruena, Paranaíta e Granito Nhandu.
31
3. 6 - Grupo Beneficente
Citação dada por Almeida & Nogueira (1959) para caracterizar uma sequência litoestratigráfica
sedimentar representada por duas litofácies, uma inferior quartizítica próximo ao povoado Beneficente e
outra superior predominantemente pelítica aflorando no baixo curso do rio Igarapé das Pedras. Autores
como Silva et al., (1980) e outros usam esta mesma denominação para os sedimentos encontrados desde o
Rio Sucunduri até a rodovia BR-163 que liga Cuiabá a Santarém na região da Serra do Cachimbo.
Se tratando de idades obtidas como mínimas para este grupo se pautam em estudos obtidos por
Tassinari et al. (1978) em siltitos aflorantes a sul da Base Aérea da Serra do Cachimbo, de 1.485±32Ma –
Rb-Sr em rocha total e 1.331±28Ma – Rb-Sr ( em fração fina). Enquanto Leite & Saes, (2002) obtiveram
por datação de referência Pb-Pb em populações de zircões detríticos mais jovens da base conglomerática
para uma idade de deposição de 1,74 Ga para esta unidade.
Carvalho & Figueiredo (1982) estudando este grupo na região de Pedra Preta no vale do Rio
Sucunduri, observaram que este repousa transgressivamente sobre rochas vulcânicas constituindo uma
sequência transgressivo-regressiva.
Carvalho & Figueiredo (1982) ao mapear esta unidade e subdividi-la em seis unidades, os autores a
caracterizam como essencialmente marinha, composta de quartzo-arenito, siltitos, quartzo-arenito, calcários
dolomíticos, conglomerados, folhelhos, dolarenitos e brechas intraformacionais.
Quanto a sua deposição segundo Ribeiro & Villas Boas (2005) inicia por uma sequência clástica
cuja base é um conglomerado assentado sobre um substrato formado de rochas vulcânicas. Sobreposto a
este conglomerado ocorrem quartzitos brancos recobertos de modo concordante por uma sequência pelítica
composta por ardósias e metassiltitos de baixo grau metamórfico.
3.7 - Depósitos Aluvionares
Os sedimentos aluvionares que compõem estes depósitos ocorrem com características variadas em
diferentes dimensões ao longo do curso do rio principal Teles Pires e de seus afluentes.
No contexto da região em estudo as coberturas aluvionares compostas por materiais inconsolidados
e semiconsolidados, caracterizados como sub-recentes e recentes, são essencialmente representadas por
materiais arenosos e argilosos, com níveis de cascalhos associados (Oliveira & Albuquerque, 2005).
32
CAPITULO IV
4.0 – Área do Deposito Tairão
4.1-Introdução
4.2-Características Levantadas na Área do Garimpo Trairão
33
4.0- Área Do Depósito Aurífero Trairão
4.1 - Introdução
O Garimpo Trairão compreende uma associação de características marcantes encontrando-se
inserido no âmbito da Província Alta Floresta, porção nordeste da Folha Alta Floresta (SC.21-X-C)). É
caracterizado por frentes de lavras a céu aberto, abandonado marcado por intenso grau de alteração
intempérica. O trabalho de campo no local permitiu observações do controle estrutural, litológico, texturais,
alteração hidrotermal e morfologia.
4.2 – Características Levantadas na Área do Garimpo Trairão
Na geologia da área, o Granito Nhandu hidrotermalizado representa a rocha encaixante dos veios
de quartzo mineralizados. Esse granito ocorre aflorante no local da pesquisa em forma de pequenos
morrotes em terreno de topografia suave à plana expostos por processo erosional em meio a material
aluvionar, material este recobrindo praticamente toda a área circunscrita pesquisada.
Segundo dados de Abram et al. (2007) observa-se neste local que estas rochas foram submetidas a
alteração hipogênica (cor esverdeada) e supergênica (amarelo avermelhado). Por quase todo o garimpo a
alteração é tão avançada que não é mais possível distinguir a rocha encaixante (Figura 4.5).
As amostras de mão da rocha menos intemperizadas presentes no depósito Trairão (Figura 4.8 - D,
E, F e G) em termos texturais são granulares a inequigranulares, estrutura maciça, granulometria de média
a fina apresentando coloração cinza esverdeado a avermelhadas fortemente oxidadas.
Figura 4.5: Representação de Frente de Lavra do Garimpo Trairão em Avançado Processo de Alteração Intempérica.
34
Conforme descrito por Souza et al. (2005) as rochas do granito Nhandu do ponto de vista
petrográfico, são compostas por biotita monzogranitos, biotita monzogranitos finos, granofíricos a
microporfiríticos e biotita-hornblenda monzogranitos isotrópicos e magnéticos.
A composição mineralógica segundo Abram et al. (2008) é dada pela presença de feldspato
potássico, normalmente ortoclásio (parcialmente microclinizado), quartzo, biotita e por vezes, hornblenda (
em torno de 5%), e como minerais acessórios, presença de magnetita, titanita, apatita e allanita.
Na área do garimpo foram avaliadas várias feições (Figura 4.6), entre elas uma grande quantidade
de veios de quartzo leitoso apresentando espessuras variadas de milimétricas a centimétricas, chegando a
20 cm de largura, muitos deles preenchendo fraturas, marcadas muitas vezes por textura em pente,
indicativo de características extensionais (Figura 4.6A), presença de cavidades drusiformes e geodos de
quartzo.
Os veios de direções variadas caracterizando o estilo do depósito como um sistema stockwork são
por vezes revelados por feições de brechas hidrotermais (Figura 4.6B). Pirita e calcopirita inclusa na pirita
encontram-se alinhadas paralelamente aos limites e dentro dos veios, vistas a olho nu, marcando as zonas
de sulfetação (Figura 4.6D) cavidades drusiformes e geodos de quartzo.
Figura 4.6: Feições Observadas na Área de Estudo. A) - Amostra Capeada por uma Crosta de Oxidação Exibindo
Fratura Extensional Preenchida com Grãos de Quartzo. B) – Brecha Hidrotermal Englobando Veios de Quartzo.
C) - Granito Nhandu Mostrando Estrias de Falha. D) - Veio de Quartzo com Sulfeto de Pirita, Associado ao
Granito Nhandu Hidrotermalizado. E) - Dique Fraturado Cortando o Granito. F) - Vista Parcial da Principal Frente de Lavra do Depósito AuríferoTrairão.Os veios encaixados no granito Nhandu em afloramentos secionados por
falhas apresentam textura deformada, mas com baixa alteração (Figura 4.7A), enquanto que a maioria dos
restantes são altamente fraturados, extremanente alterados pela ação intempérica (Figura 4.7C) e oxidados,
normalmente apresentando expressivas sombras de piritas oxidadas (Figura 7B).
35
Nas frentes de lavras, características peculiares, porém restritas, revelaram pelo menos dois tipos de
famílias ou sistemas, posicionando-se em tal situação estrutural veios mais finos subparalelos (de baixo
ângulo com atitude N81E/ 22SE) cortados subverticalmente por veios mais espessos (de alto ângulo de
atitude N98W/46NE).
De modo localizado, em afloramento mais preservado da ação do intemperismo (Figura 4.6F) foi
verificada a presença de diques básicos fraturados (Figura 4.6E) com direções (N20W/70NE, N50-60W/75-
90SW e N82E/38NW) de espessuras centimétricas a métricas, coloração cinza esverdeada, de textura fina
(Figura 4.7H).
Figura 4.7: Amostras de Mão Colhidas na Área do Garimpo Trairão. (A) Amostra com Textura Deformada. (B) Veio
de Quartzo com Presença de Sombra de Pirita. (C) Fragmentos de Veios de Quartzo Alterados e Oxidados. (D, E,
F,G) Amostras Alteradas da Rocha de Coloração Acinzentada a Avermelhada Mostrando em (E) Presença de Pirita
Disseminada e em (G) uma Fina Capa de Óxido de Ferro, Característico na Área. Em (H) Amostras de Dique Básico
que Corta o Granito Nhandu.
36
Foi observada a ocorrência de rochas básicas na entrada de acesso ao garimpo. Esse dique de 12
metros de expessura apresenta a mesma orientação dos que ocorrem dentro do garimpo, porém sem
alteração expressiva. A composição modal desta rocha básica concentra-se no campo no campo dos
basaltos toleíticos, conforme diagrama STRECHEISEM (fig. 4.8).
A descrição petrográfica deste dique básico definiu uma rocha de granulação fina, holocristalina,
de textura sub-ofítica, porfirítica, por calçamento e intersticial. A matriz exibe textura panidiomórfica
(automórfica) em que os cristais estão justapostos (calçamento). Uma sutil textura fluida, conferida pela iso
orientação das ripas de plagioclásio observada na trama da rocha.
A matriz é composta essencialmente por plagioclásio euédrico (raramente anédrico) e raras
ocorrências de piroxênio anédrico, enquanto que os fenocristais, que perfazem aproximados 15-20% do
volume da rocha, são representados por cristais de piroxênio e eventual plagioclásio.
A rocha é composta por plagioclásio (65%), clinopiroxênio (21%), quartzo (2%) e feldspato
alcalino (<1%). Magnetita (~3%) e rutilo ocorrem como fases acessórias enquanto que clorita, epídoto,
hematita e pirita como minerais hidrotermais.
O plagioclásio corresponde ao mineral dominante, restringindo-se quase que exclusivamente a
matriz, embora raros fenocristais euédricos a sub-euédricos possam ser observados. Ocorre como cristais
ripiformes que na matriz não excedem os 1,3 mm. O quartzo ocorre nos interstícios do plagioclásio e
apresenta granulação muito fina a fina.
Augita corresponde ao piroxênio dominante, sendo representada essencialmente por cristais
anédricos, embora formas sub-euédricas também possam ser observadas. É comum a augita englobar
parcialmente o plagioclásio. Magnetita ocorre como cristais de granulação fina e de formatos euédrico a
anédrico, embora os sub-euédricos sejam dominantes.
São observados dois tipos de alteração hidrotermal que ocorrem em estilo pervasivo e que são
temporalmente representados por: (i) alteração sericítica e (ii) cloritização.
A alteração sericítica é representada por uma paragênese dominada por sericita que substitui
essencialmente o plagioclásio. No entanto, essa alteração é pouco desenvolvida na rocha, e suas relações
petrográficas nem sempre estão claras. Por outro lado, a cloritização corresponde a alteração melhor
desenvolvida e representada pela paragênese clorita ± epídoto ± calcita ± hematita que afeta essencialmente
a matriz ígnea. Duas variedades composicionais de clorita foram observadas: (i) clorita anômala, rica em
ferro (clorita ferrífera, chamosita), e (ii) clorita com birrefringência bege-dourada, rica em magnésio
(clorita magnesiana, clinocloro), geralmente associada à calcita. A primeira variedade composicional é
dominante, enquanto que a segunda é de ocorrência mais restrita. Hematita ocorre como produto de
oxidação da magnetita, especialmente daquelas afetadas pela alteração clorítica.
37
Figura 4.8: Dados Petrográficos e o Diagrama com a Composição Normativa Qtz - Fk – Pl para Amostras dos
Diques Básicos na Área de Entorno do Garimpo Trairão.
38
O levantamento estrutural na área não foi suficiente para um entendimento da complexidade das
estruturas geológicas apresentadas na superfície das cavas do garimpo. Parros (1998) reconhece nessa área
uma estruturação N65ºE com presença de estruturas de direção E-W. Dados coletados por Silva et al.
(2008) apontam para a existência de uma estruturação de direção NE-SW, mostrando esta, por vezes,
truncada por uma estrutura de direção NW. Ainda Silva et al. (2008), nesse garimpo determinados veios de
quartzo dispõem preferencialmente com atitudes N 45ºW/57/SW.
39
CAPÍTULO V
5.0-Alteração Hidrotermal do Depósito de Ouro Trairão
5.1-Minerais Minérios
5. 2-Alteração hidrotermal
5.3-Descrição das Analises Petrográficas em Amostras da Rocha Encaixante
Mostrando os Aspectos da Alteração Hidrotermal do Depósito Trairão
5.3.1-Afloramento 1 - Amostra 1
5.3.2-Afloramento 3 - Amostra 2
5.3.3-Afloramento 3 - Amostra 4
5.3.4- Afloramento 3 - Amostra 5
5.3.5- Afloramento 3 - Amostra 6
40
5. 0 - Alteração Hidrotemal do Depósito de Ouro Trairão.
5.1 – Minerais Minérios
O Granito Nhandu no Garimpo Trairão e seus veios de quartzo de natureza stockwork minerais
opacos diversos: pirita, hematita, calcopirita, rutilo, digenita, covelita e galena. Estes minerais têm formas e
tamanhos variados, onde alguns deles são substituídos nas suas partes internas e nas suas bordas por outros.
A Pirita, predominante, geralmente, de modo isolado, pode estar presentes nas proximidades de
fraturas em cristais de quartzo (figura5.9A). Muitas vezes, estes possuem uma textura corroída, possuindo
inclusões de quartzo bem como de sericita fina (Figura 5.9B). Em determinados pontos a ocorrência da
pirita é de modo isolado, aglomerado disseminado e alinhado dentro e nas bordas das fraturas e vênulas de
quartzo, bem como distribuída em matriz sericítica (Figura 5.9C). A Pirita apresenta granulação fina, média
e grossa. Alguns desses cristais de Pirita são caracterizados pelas formas anédrica, euédrica e subédrica,
mostrando mais comumente o intercrescimento gráfico e raramente os dos tipos simples (manchado) e em
forma de gotículas.
Figura 5.9: Microfotografia Exibindo Modo de Ocorrência da Pirita. (A) Cristal de Pirita Isolado na (Parte Esquerda
Inferior) nas Proximidades de Fratura em Cristal de Quartzo. (B) Pirita com Textura Corroída e Preenchida com
Inclusões de Quartzo. (C) Cristais de Piritas Associados a uma Massa Sericítica Fina.
41
Grãos de calcopirita de forma subédrica estão inclusos na Pirita, enquanto a hematita de granulação
fina é representada por cristais anédricos e subédricos ocorrendo inclusa na pirita e muscovita grossa. A
covelita anédrica, de granulação fina, aparece substituindo a hematita, isto é, associada à alteração da
hematita e subordinadamente a alteração da pirita. Normalmente a covelita apresenta-se bordejando os
limites dos cristais de pirita tanto como ao longo dos planos de fraturas interceptando a pirita, evidenciando
ser o produto da sua alteração.
Inclusões muito pequenas de digenita ocorrem raramente na pirita e na calcopirita. O rutilo, sob a
forma de finos cristais, é observado incluso nos grãos de quartzo.
5. 2 - Alteração Hidrotermal
A alteração hidrotermal expressiva e desenvolvida nas porções internas do garimpo (Figura 5.10) é
representada por seritização (sericita fina) mascarando a textura da rocha. Observa-se (figura 5.10A)
muscovita grossa dobrada espacialmente em contato com cristais de quartzo. Os grãos de quartzo se
apresentam com fraturas tardias (figura 5.10B) preenchidas por sericita fina, apresentando contatos
irregulares e dispersos numa massa sericítica (figura 5.10 C e D) corroídos no centro e preenchidos por
halo sericítico (figura 5.10 E).
Nota-se cristal de muscovita grossa em palheta em associação com pirita numa massa composta de
sericita fina (figura 5.10F). Por vezes vênulas tardia de pirita (figura (5.10G) ocorrem envolvidas por
sericita fina, onde esta conferindo um estilo hidrotermal engolfando cristais de quartzo recristalizados
(Figura 5.10H).
Com base em estudos petrográficos em lâminas delgadas polidas da rocha encaixante alterada
observando as reações ocorridas foi possível reconhecer a partir de uma sequência paragenética os
principais tipos de estágios hidrotermais representados em ordem temporal, ou seja, do primeiro para o
último, da seguinte forma: (i) silicificação pervasiva; (ii) muscovita fina pervasiva; (iii) muscovita grossa
pervasiva; (iv) silicificação fissural(veios e vênulas tardias de quartzo).
Estes estágios em lâmina são indicados pela obliteração da alteração anterior pela nova, onde a
muscovita grossa pervasiva substitui a muscovita fina, também pervasiva. E tudo isso ainda é cortado por
veios e vênulas tardias de quartzo. Neste contexto, a alteração com muscovita (fina e grossa) é muito
intensa no depósito aurífero Trairão. O minério está espacial e geneticamente relacionado à alteração com
muscovita fina (chamada de alteração sericítica).
O inicio do processo de alteração hidrotermal ocorreu com elevada injeção de sílica do sistema.
Esta fase é representada pela grande quantidade de quartzo hidrotermal. Posteriormente, o fluido tornou-se
mais quente e ácido, propiciando a estabilidade da muscovita, com geração, inicialmente de muscovita fina
(sericita) e depois, de muscovita grossa.
Temporalmente associado a este estágio ocorreu a sulfetação, dominada por pirita. Contudo, dentro
da alteração com muscovita, a sulfetação está relacionada ao seu momento mais precoce, ou seja, na
alteração com muscovita fina.
42
O sistema (fluido) torna-se mais frio e alcalino, com a geração de grande quantidade de veios e
vênulas de quartzo hidrotermal.
Figura 5.10: Fotomicrografia mostrando o Intenso estilo de alteração hidrotermal (Seritização) da Rocha Hospedeira
Granito Nhandu na Área do Garimpo Trairão.
43
5. 3 - Descrição das Análises Petrográficas em Amostras da Rocha Encaixante
Mostrando os Aspectos da Alteração Hidrotermal do Depósito Trairão.
5. 3. 1 - Afloramento 1 - Amostra 1
Sulfetos ocorrem de forma disseminada, perfazendo aproximadamente de 1 a 3% do
volume da rocha, predominando a pirita, exibindo granulação muito fina a fina. Por vezes ocorrem
concentrados nas bordas de pequenos bolsões irregulares de quartzo leitoso. Pequenas vênulas de
quartzo truncam a rocha. A estas vênulas podem estar associados pirita fina e muito fina.
Petrograficamente a rocha não preserva mais as feições ígneas (primárias) devido à intensidade da
alteração hidrotermal. São reconhecidos pelo menos quatro tipos de alterações hidrotermais nesta
amostra.
Silicificação Pervasiva: representada por Quartzo de granulação fina a grossa, com
heterogeneidade quanto à forma. O quartzo exibe contatos recortados (irregulares). Nas porções
de granulação mais grossa, o quartzo por vezes apresenta textura pente (Comb-texture). Os cristais
de quartzo exibem forte a moderada extinção ondulante. O quartzo não é recristalizado, os cristais
exibem dominantemente, contatos suturados entre si.
Muscovita Fina Pervasiva: Representada por muscovita + sericita + pirita + quartzo onde
a muscovita perfaz aproximadamente 70 - 80% da alteração. A muscovita fina é fibrosa, raramente
radial. A alteração do feldspato oblitera o estágio anterior (silicificação fissural), causando a
substituição do quartzo e também de sua irregularidade quanto à forma. Por vezes, pequenas
fraturas truncam esta zona alterada. Contudo parece se tratar de fraturas de fechamento, não
havendo geração de fases minerais nestes locais.
Muscovita Fina Grossa Pervasiva: este estágio é marcado por muscovita + sericita (mais
abundante nesta lâmina do que do afloramento 1). A muscovita tende a ser ligeiramente mais grossa,
exibindo texturas fibro-radiais, de granulação fina a média, placóide exibindo por vezes textura radial.
Alguns pontos são semelhantes com outros depósitos das Províncias: Novo Mundo (Pães de Barros, 2007);
Pé Quente (Assis, 2011).
Muscovita Grossa Pervasiva: estágio idêntico a da lâmina do afloramento 1. Presença de
muscovita média a grossa, sub-euhédrica a euhédrica, às vezes dobrada (Fig. 5.10A) e fraturada.
Sulfetação disseminada associada aos estágios (muscovita Fina pervasiva e muscovita grossa pervasiva). A
Paragênese mineral é composta por Py±cpy±gn±hem. A hematita não ocorre apenas inclusa na Py, mas
também inclusa e disseminada na Muscovita Grossa. Sulfetos perfazem aproximadamente de 2% a 5% do
volume da rocha, onde o domínio é da Pirita, aproximadamente 98%.
44
Muscovita Grossa Pervasiva: representada por muscovita grossa euhédrica, que se
sobrepõe ao estágio anterior (muscovita fina pervasiva). A birrefringência desta muscovita mostra
o fenômeno de iridescência, apresentando esta, um pleucroísmo de fraco a médio. Uma
característica comum e interessante desta alteração é à geração e preservação de kink-bands na
muscovita, e também de cristais fraturados. Estes possivelmente correspondam em lâminas
delgadas, ao indício mais claro e direto da atuação de um regime rúptil-dúctil na hospedeira.Este
regime rúptil-dúctil afetou o minério, mas possivelmente não tenha sido responsável pela sua
precipitação, pois não é verificada a presença de sulfetos nas fraturas. O minério, disseminado,
associado predominantemente a alteração do tipo muscovita fina pervasiva é representado pela
pirita, a qual ocorre como cristais anédricos a subeuhédricos de granulação fina a grossa. A
paragênese mineral é representada por Py ± Cpy ± Gn ± Hem. Os demais minerais da paragênese
ocorrem como pequenas inclusões na pirita. A ordem de abundância é representada por Py >>>
Cpy > hem ≥ Gn. O minério fissural é extremamente restrito, associado à silifissificação Fissural.
Silicificação Fissural: corresponde a vênulas submilimétricas com quartzo ± pirita que
truncam todas as alterações anteriores. Os minerais geralmente exibem granulação fina a média.
A análise petrográfica aponta para a seguinte sequencia paragenética
Tipo/estágio: (1) (2) (3) (4)
Quartzo ----------- -----
Musc. Fina --------------
Musc. Grossa ----------
Pirita ------------ --
Galena --- ---
Hematita ---
Calcopirita ---
5. 3. 2 - Afloramento 3 - Amostra 2.
Alteração hidrotermal intensa obliterando a textura ígnea. Quatro estágios hidrotermais foram
reconhecidos na amostra:
Vênulas de Quartzo: são de ocorrência restrita na amostra, e sem associação com a fase sulfetada.
Este estágio parece ser recorrente na evolução do sistema hidrotermal do depósito Trairão, pois estas
vênulas ocorrem aleatoriamente dispersas entre os padrões de alteração.
Silicificação Pervasiva: semelhante ao processo da lâmina do Afloramento um (1), menos intenso.
O quartzo se apresenta com extinção ondulante de moderada a forte.
45
Evolução Paragenética:
Tipo/Estágio (1) (2) (3) (4)
Quartzo -----------------
Muscovita Grossa ---------------------------
Sericita -----------
Pirita -------
Hematita ------
5. 3. 3 - Afloramento 3 – amostra 4.
Três estágios hidrotermais, com a seguinte ordem temporal: silicificação pervasiva, muscovita fina
pervasiva e muscovita grossa pervasiva. Em relação aos estágios da alteração hidrotermal, as relações
petrográficas são as mesmas das lâminas do afloramento 1 e afloramento 3 amostra 2.
A Sulfetação, dominada por Pirita ocorre restrita a alteração a base de muscovita fina. Por vezes,
vênulas de sulfetos milimétricas, descontínuas podem estar presentes.
Esta amostra é marcada pela paragênese pirita ± hematita ± rutilo ± calcopirita ± rutilo,
apresentando uma assembléia de minérios representada por pirita, hematita, covelita, galena, calcopirita e
rutilo. A pirita apresenta cristais de granulação média, sub euhédricos a anédricos.
Hematita é representada por cristais de granulação fina, anédricos a sub heuédricos, que ocorrem
predominantemente disseminados na matriz. Contudo, também podem ocorrer como pequenas inclusões
anédricos na Pirita. Por vezes a Hematita acicular também está presente.
Covelita de ocorrência muito restrita a interstícios exibe granulação fina a habito anédrico. A
calcopirita corresponde a pequenas inclusões anédricas na pirita. O Rutilo de ocorrência restrita ocorre
como pequenas inclusões na pirita. No caso da galena encontra-se restrita a grandes inclusões na pirita.
Evolução Paragenética:
Tipo/Estágio (1) (2) (3) (4)
Quartzo --------
Musc. --------------------
Sericita -----------
Pirita ------------
Calcopirita ----
Hematita -------
Rutilo ---
Covelita ------------
Galena -----
46
5. 3. 4 - Afloramento 3 - amostra 5
Em análise petrográfica a rocha encontra-se intensamente hidrotermalizada, onde a matriz é
constituída basicamente por Quartzo. Uma observação feita sugere indícios de que houve plagioclásio, pois
há pseudomorfos do mineral intensamente sericitizado.
Em termos de alteração hidrotermal três estágios são temporalmente observados.
Silicificação Pervasiva: representada dominantemente por quartzo anédrico de granulação fina a
grossa. Não Há sulfetos associados a este estágio hidrotermal (estágio estéril). O contato entre os grãos é
suturado, com predomínio dos cristais de granulação grossa.
Sericitização Pervasiva: composta por sericita ± muscovita, correspondendo a um amplo estilo
hidrotermal ao quais os sulfetos estão associados. Trata-se de um estilo amplo, pois nas outras lâminas há
ocorrência preferencial de muscovita fina, e não de sericita.
Esta lâmina representa os estágios iniciais da alteração hidrotermal, marcada por sericita ±
muscovita. Os estágios mais tardios corresponderiam aqueles onde a muscovita fina é bem dominante do
que sericita. Associado este estilo ocorrem “vugs” (espaços), onde estes estão associados tanto a pirita
quanto as zonas intensamente sericitizada. Esta Sericitização se sobrepõe a silicificação, cominuindo o
quartzo, (Figura 5.10H).
Muscovita Grossa: de ocorrência pervasiva se sobrepõe a alteração sericítica. Demais
observações/características: idem as outras lâminas. O minério encontra-se disseminado em zona sericítica,
dominado por pirita. A covelita aparece substituindo a hematita. A paragênese do minério é dada por pirita
± hematita ± calcopirita.
Evolução Paragenética:
Tipo/estágio (1) (2) (3) (4)
Quartzo ----------
Sericita ------------
Musc. Grossa ----------------
Pirita -----------
Hematita ------------
Calcopirita ---
Covelita ------------
47
5. 3. 5 - Afloramento 3 - Amostra 6
Em termos petrográficos no que se refere às alterações hidrotermais observa-se os seguintes
estágios: silicificação pervasiva, muscovita fina pervasiva, muscovita grossa pervasiva e silicificação
fissural, estilos estes idênticos as das lâminas descritas anteriormente, sendo relevantes algumas diferenças
observadas.
Na silicificação fissural há ocorrência de sulfetos ao longo de pequenas vênulas discretas e
irregulares. O rutilo muito fino ocorre como diminutas inclusões nos cristais de quartzo. A presença de
quartzo de aspecto estriado e de granulação média a grossa é relativamente comum. O minério caracteriza-
se por dois estilos principais:
(a) estilo disseminado - ocorrência principal,está registrado pela paragênese pirita ± calcopirita ±
hematita ± galena ± rutilo que ocorrem em setor de alteração a base de muscovita fina. A covelita aparece
associada principalmente a alteração da hematita e subordinadamente a pirita, chegando a formar pequenas
auréolas nesta. A calcopirita ocorre como inclusões de pequenas a médias dimensões na pirita por vezes
substituídas por covelita, no entanto, isto não é uma característica comum. Embora incomum, a galena
ocorre como pequenas inclusões na pirita.
(b) estilo fissural – concentrado nas vênulas de quartzo corresponde a um estilo mais restrito do
minério, apresentado uma paragênese conferida por pirita ± calcopirita ± hematita ± galena ± digenita. A
covelita por sua vez aparece substituindo a hematita e a digenita, de ocorrência extremamente subordinada
está associada às pequenas inclusões de pirita e calcopirita. Como no estilo anterior, a calcopirita e a galena
ocorrem inclusas na pirita.
Nos cristais maiores de pirita nota-se uma borda fina de covelita, sendo esta feição também
observada ao longo dos planos de fraturas que interceptam a pirita, indicando a substituição da pirita por
covelita.
Evolução Paragenética:
Tipo/estágio (1) (2) (3) (4) (V)
Quartzo ------------ ----------
Muscovita Fina ---------------------
Sericita ---------
Muscovita Grossa ---------------------
Pirita ----------------------- -----------
Hematita ----------- ----
Calcopirita ----- ---
Rutilo ----- --
Digenita ----
Covelita -----------------
Galena ----------- ----
48
CAPÍTULO VI
6.0-Caracterizações Petrográficas e Microtermométricas de Inclusões Fluidas
Primárias do Depósito Trairão
6.1-Introdução
6.2-Métodos e Equipamentos
6.2.1-Amostragem de veios de Quartzo
6.2.2-Microscopia Convencional das Inclusões Fluidas
6.2.1.1-Classificação tipo I - Monofásica Líquida
6.2.1.2-Classificação tipo II - Monofásica Vapor
6.2.1.3-Classificação tipo III - Bifásicas (L + V)
6.2.1.4-Classificação tipo IV - Trifásicas Saturadas ( L +V + S)
6.2.1.5-Classificação tipo V - Multifásicas (L + V+ SSS)
6.2.1.6-Classificação tipo VI – Trifásicas Aquocarbônicas (LH2O + LCO2 + VCO2 )
6.3–Microtermométria das Inclusões Fluidas
6.3.1-Apresentação Descritiva dos Histogramas das Inclusões Fluidas dos tipos
III e IV.
6.3.1.1-Inclusão tipo III
6.3.1.2-Inclusão Tipo IV
6.3.1.3–Diagramas de Dispersão para Inclusões Fluidas tipo III e IV
6.3.2-Demonstrações de Regimes Fluidos Responsáveis pela Gênese de Vários
Depósitos Auríferos Estudados na Província Alta Floresta Servindo como
Termo de Comparação aos Regimes Fluidos do Depósito Estudado
6.3.2.1-Garimpos Estudados por Assis (2006)
6.3.2.2-Garimpos Estudados por Silva et al. (2008)
49
6. 0 - Caracterizações Petrográficas e Microtermométricas de Inclusões Fluidas
Primárias do Depósito Trairão.
6. 1 - Introdução
Pesquisas envolvendo Inclusões Fluidas (IFs) tem dado importante contribuição para
compreensão do caráter, origem e evolução dos fluidos hidrotermais, bem como a formação dos
bens minerais. O estudo destas segundo Shepher et al., (1985) é tão digno como o principal
componente mineralógico e químico da própria rocha.
Em relação aos depósitos minerais de acordo com informações de Faleiros (2009), antes do
desenvolvimento desses estudos, assumia-se que os fluidos formadores de determinado mineral
eram apenas enriquecidos nos constituintes presentes nos minerais observados petrograficamente.
Segundo Faleiros (2009) no momento em que dados geológicos foram integrados a
resultados obtidos da análise de inclusões fluidas, sendo estas as verdadeiras amostras dos fluidos
mineralizadores, observou-se que estas soluções possuíam componentes adicionais como
compostos voláteis e sais solúveis, os quais não estão presentes no mineral propriamente dito.
Segundo (Fusikawa, 1985) os dados gerados a partir destas inclusões oportunizam de
modo geral conhecer as condições físico-químicas reinantes durante ou após a cristalização e/ou
recristalização do mineral hospedeiro, fomentado informações sobre os processos que estão
relacionados á formação ou a eventos superimpostos a este mineral.
O conhecimento sobre os fluidos geológicos exige muito cuidado, paciência e perspicácia
por parte dos pesquisadores ao analisarem estas gotículas de líquido. Segundo Araújo et al.,
(1994) trata-se de paleolíquidos trapeados em cristais de minerais de rochas, que na verdade são as
verdadeiras amostras dos fluidos responsáveis pelas mineralizações. E que segundo Roedder
(1976) colaboram significativamente na construção de modelos metalogenéticos favorecendo a
descoberta de novas reservas com melhor potencial exploratório.
Como método aplicativo em centenas e milhares de depósitos e ocorrências minerais
espalhadas pela crosta terrestre o resultado destes estudos tem sido amplamente utilizado tais
como:
- na exploração de depósitos minerais, já que a partir dos líquidos mineralizantes é possível
verificar as impressões digitais dos fluidos formadores de minérios bem como definir áreas ondes
estes fluidos mineralizadores são mais susceptíveis de ocorrer. Além de proporcionar um
entendimento mais claro dos vários processos deposicionais das mineralizações (Roedder, 1982).
50
- na exploração de petróleo é outra área onde os estudos com inclusões fluidas podem ser
aplicados com sucesso na obtenção de dados sobre a abundância e distribuição de hidrocarbonetos
ou gás em rochas sedimentares (Burruss, 1981), assim como a possibilidade de identificar os
caminhos e episódios de migração do petróleo até a rocha reservatório bem como seu
preenchimento.
- outra aplicação importante é o uso destas inclusões como marcadores para a definição da
proveniência de minerais para fins de estudos sedimentológicos (Shepherd, 1977).
- outro uso, aplicado segundo Shepherd e Darbyshire (1981) é na cronometragem de
processos hidrotermais, onde esta abordagem oferece grande alcance para datar minerais
hidrotermais.
- segundo Araújo et al., ( 1994), tem sido utilizados, na determinação de paleotemperatura,
densidade e composições fluídicas, possibilitando diversos estudos em bacias sedimentares, por
exemplo, avaliação da história termal e de soterramento de bacias petrolíferas.
Desta forma, dados e resultados auferidos a partir de estudos com IFs, como por exemplo,
de salinidade, densidade e os parâmetros das condições físico-químicos (PT) tornam-se
fundamentais na avaliação e/ou reavaliação da evolução do ambiente de deposição de um depósito
mineral, tendo como consequência uma modelagem genética, permitindo apresentar de maneira
mais funcionalizada, sistemática e descritiva os aspectos potenciais de exploração dos depósitos
minerais.
6.2 - Métodos e Equipamentos
6. 2. 1 - Amostragem de Veios de Quartzo
Foi realizada uma única viagem de campo centrada na busca de amostragem para a execução deste
trabalho. Nesta etapa foram coletas dentro da área do garimpo Trairão amostras de veios de quartzo
objetivando o estudo petrográfico, microtermométrico das Inclusões Fluidas. Vinte e Três amostras de
veios de quarzto sulfetados foram coletadas em campo, destas oito foram aproveitadas para fabricação das
lâminas bipolidas devido a alteração intempérica.
6. 2. 2 - Microscopia Convencional das Inclusões Fluidas
Para o estudo das Inclusões Fluidas as observações feitas em temperatura ambiente (± 25°C) foram
realizadas em oito lâminas bipolidas confeccionadas na Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ.
No mapeamento petrográfico foi identificado uma população variada de Inclusões Fluidas (Figura
6.11), com predomínio de inclusões bifásicas, sendo observado que existe uma similaridade petrográfica
envolvendo todos os grupos de inclusões.
51
Figura 6.11: Fotomicrografia de Inclusões Fluidas Hospedadas em Cristal de Quarzto. A-a1) Inclusão com feição de
Estrangulamento. B-b1) Inclusão Trifásica Saturada de Contorno Irregular e Relevo Proeminente e B-b2) Inclusão
Bifásica Subarredondada Fase Vapor Escura. C-c1) Inclusão Bifásica Isolada Subtriangular e C-c2- Inclusão Monofásica de Forma Irregular Ocorrência Isolada. D) Fratura Intragrão Oxidada. E) Fratura Intragranular Preenchida
por Inclusões Fluidas Tardias. F-f1) Inclusão Fluida Trifásica Saturada em Arranjo Planar e F-f2) Trilha de Inclusões
Intra Grãos Cortando Obliquamente Fratura Descontínua.
Nesta etapa de petrografia utilizou-se como estudo preliminar o laboratório de microtermometria
do IG/UNICAMP (Campinas/São Paulo) fazendo uso do microscópio de luz transmitida e refletida modelo
JENA PHOL, ZEISS Axiophoto e Leica DM-EP, equipados com objetiva de 40x.
Com base na caracterização microscópica foi possível traçar as características das inclusões fluidas
pautadas na ocorrência espacial, morfologia, relações cogenéticas, distinção quanto à origem (primárias,
secundárias e pseudosecundárias) bem como mensurando suas dimensões. Sendo estas agrupadas em
grupos de acordo com número de fases em:
6. 2. 1.1 - Classificação Tipo I - Monofásicas Líquidas: ocorrem de forma isolada (primárias), formando
agrupamentos e nuvens planares. Podendo formar trilhas curtas intragranulares, ditas como pseudo-
secundárias. Apresentam relevo de intermediário a alto, cor predominantemente clara e em certas regiões
de aspectos sujo, trazem contornos irregulares, às vezes alongadas, angulares a subangulares e
subarredondadas. Em alguns locais das seções bipolidas, ocorrem com volume bastante considerável, em
torno de 40% do total da lâmina. Não muito raramente estas inclusões mostram o fenômeno de “leakage”,
crepitação e estrangulamento. As inclusões maiores podem atingir em torno de 12μm onde a maioria ocorre
em tamanhos de dimensões bem reduzidas.
52
6. 2. 1.2 - Classificação Tipo II - Monofásicas Vapor: estes tipos de inclusões são pouco comuns, ficando
seus estudos restritos as observações microscópicas. O grau de preenchimento da fase vapor destas é de
cem por cento, ocorrem esporadicamente isoladas ou em trilhas junto a outros tipos de inclusões. Existe
uma similaridade entre estas e as anteriores, quanto à forma, ocorrência, relevo e tamanho.
6. 2. 1.3 - Classificação Tipo III: Bifásicas (Líquido + Vapor): estas inclusões ocorrem isoladas (tidas
como primárias), agrupadas, em forma de planos intragranulares e bordejando limites de grãos
(pseudossecundárias). Possuem relevo intermediário a alto, líquido claro (pouco comuns as de aspecto
sujo). Apresentam diâmetro variando entre 9μm e 12 µm, com formas irregulares, desde alongadas,
angulares, subangulares e menos comum as subarredondadas. No seu conjunto apresenta de forma
homogênea a fase vapor com volume de 5% da superfície da Inclusão, a fase gasosa forma uma bolha
escura.
6. 2. 1. 4 - Classificação Tipo IV: Trifásicas Saturadas (Líquido+Vapor+Sólido): ocorrem de formas
isoladas e caóticas, em nuvens dispersas, em trilhas intragranular e também alinhadas aos limites de grãos.
Estas inclusões apresentam a fase vapor escura com volume 5%, raramente atingindo 10% e a área da fase
sólida homogeneamente volume de 5% e esporadicamente aparecendo em torno de 10% a 15%. O sólido
apresenta hábito cúbico (podendo ser considerados provavelmente halita e silvita) e às vezes presença de
outro sólido com forma subarredondada. Possuem líquido incolor, trazendo às vezes o líquido com aspecto
sujo. Possuem dimensões homogêneas, na mesma proporção das bifásicas, entre 6μm e aproximados 12µm.
6. 2. 1. 5 - Classificação Tipo V: Multifásicas (Líquido+Vapor+SSS): ficaram restritas à análise
petrográfica em consequência da rara presença, ocorrendo de forma isolada e associada aos grupos variados
de inclusões. Com presença de três a quatro sólidos de hábito subarredondado e cúbico (possivelmente
cubo de halita e Silvita). Possuem as mesmas características de cor, forma, relevo e diâmetro dos tipos
anteriores.
6. 2. 1. 6 - Classificação Tipo VI: Trifásicas Aquocarbônicas (Líquido + LíquidoCO2 + VaporcO2: estas
inclusões de ocorrência isolada e dispersa, as vezes bordejando os limites de fraturas estando associadas a
todos tipos de Inclusões. Pela raridade bem como a má qualidade das características como cor na maioria
das vezes de aspecto sujo, imperfeição na morfologia externa e interna, ficaram restritas as observações
petrográficas, são inclusões sem muita variação de diâmetro, em torno de 9µm.
6. 3 - Microtermometria das Inclusões Fluidas Tipo III e IV
Os estudos microtermométricos foram realizados em 545 inclusões supostamente de caráter
primário, descartando aquelas com suspeitas de processo de alteração pós-aprisionamento. Os dados de
microtermometria realizados no instituto de Geociências da Unicamp foram obtidos em platina de
aquecimento-refriamento Chaixmeca e aparelho LINKAM THMS/600, com controlador de temperatura
acoplado ao microscópio petrográfico Jenapol - Carl Zeiss Jena (Figura 6.12).
53
Para a calibração instrumental contou-se com o apoio de um técnico do Instituto de Geociências da
UNICAMP/Campinas/SP, tendo sido usado os seguintes padrões sintéticos de inclusões fluidas: ponto de
fusão do gelo CO2 puro (TfCO2/ -56,6°C); temperatura do eutético (Te H2O-NaCl/-21,2°C); temperatura
do eutético (Te H2O-KCl/-10,7/C); ponto de fusão do gelo (Tfg H2O-gelo/0°C) e a temperatura crítica de
homogeneização/ou padrão de aquecimento de H2O pura ( T média de +383,1°C).
Esta fase objetivou a obtenção de medidas referentes aos valores das temperaturas de transição das
fases adquiridas no intervalo de -180°C e 600°C. Durante o resfriamento foram obtidos dados de
temperatura da fusão do gelo (Tfg°C) e a temperatura do eutético (Te°C).
Estas temperaturas foram usadas respectivamente para calcular a salinidade e a composição das
inclusões. Posteriormente as Inclusões Fluidas foram aquecidas, obtendo-se a temperatura de
homogeneização, indicando a temperatura mínima de cristalização do mineral.
Figura 6.12: Platina de Aquecimento/Resfriamento Chaixmeca e Aparelho LIKAM THMS/600, com Controlador de
Temperatura Acoplado ao Microscópio Petrográfico Jenapol Carl Zeiss Jena (foto compilada de Marcelo Galé, 2012).
6. 3. 1 - Apresentação Descritiva dos Histogramas das Inclusões Fluidas dos Tipos III e IV.
54
Estes tipos ocorrem em constante associação espacial onde as do tipo III são predominantes em
volume de ocorrência em relação as do tipo IV. Por apresentarem resultados de microtermometria
diferentes, tais dados serão discorridos separadamente. Para os dois grupos, durante ensaios
microtermométricos a obtenção das temperaturas do eutético (Te°C) foi muito trabalhosa, com
visualizações imprecisas e de difícil análise em consequência da formação das texturas típicas de ruptura
de derretimento dos primeiros cristais do gelo raramente serem observáveis.
Goldstein & Reynolds (1994) consideram estas texturas conhecidas como “casca de laranja,
difíceis de ser observadas, e este nível de dificuldade aumenta consideravelmente quando para inclusões
fluidas poucos salinas (<5% de NaCl) bem como para inclusões com medidas menores que 10µm . Para
Biondi et al. (2009) a variação de temperaturas do eutético (Te °C) se deve em consequência da dificuldade
em observar o início da fusão do gelo.
Para que tivesse certeza das medidas da Te°C, fez-se necessário a observação de um volume
expressivo de inclusões fluidas. Inclusões com diâmetros maiores e com contornos mais finos e menos
escuros mostraram-se mais didáticas para a observação do eutético. As principais características destas
Inclusões estão nos textos descritivos abaixo e compactados na tabela 6.1.
6. 3. 1. 1 - Inclusão Tipo III (Figura 6.13): as temperaturas de fusão do gelo variaram entre -18°C a -
0,75°C com moda -19,5°C a -18,1°C (Figura 6.13A). No diagrama da as temperaturas do eutético (Te°C)
foram registradas nas faixas -50,6°C a -30°C e -28,5°/C a -20,0°C, com moda de maior frequência nos
intervalos de -43,5°C a -42,5°C e -21,5/C a -20,0°C (Figura 6.13B). Os picos de concentrações dos
eutéticos estabelecem os sistema H2O -NaCl - CaCl2 e H2O - NaCl.
Os valores de salinidades deste grupo situam na faixa de 2,5% a 26% NaCl equiv., com picos
máximos entre 20,8% a 22,3% equiv. peso de NaCl (Figura 6.13C). As temperaturas de homogeneização
variaram entre 50°C a 140°C, com moda entre 80°C e 90°C (Figura 6.13D). A homogeneização total
(vapor) ocorre sempre para a fase líquida.
55
Figura 6.13: Histograma das Inclusões Fluidas do tipo III Indicando a Relação Frequência Versus: A) - Tfg°C; B) -
Te°C; D) - Salinidade % Equiv. em peso de NaCl e D) - Tht°C.
6. 3. 1.2. - Inclusão Tipo IV (Figura 6.14): para este tipo de inclusões fluidas as medidas da fusão de gelo
(Tfg°C) permitiram estabelecer temperaturas que variam entre -26°C a -6°C, com moda de maior
frequência entre -20°C a -18°C (Figura 6.14A). As medidas das temperaturas do eutético (Figura 6.14B)
correspondem ao intervalo de -49,7°C a -39,0°C e -36,4°C a -31,5°C com respectivas modas nos intervalos
de -45,0°C a -43,5°C e -33,0°C a -31,5°C temperaturas estas obtidas para fluidos de H2O-CaCl2 e H2O-
MgCl2 respectivamente.
Os resultados das medidas de salinidade constam no histograma variando numa faixa de 28,5% a
35,0% com moda equivalente variando de 29% a 29,5% em peso de NaCl (Figura 6.14 C). A
homogeneização total (dissolução da fase sólida se deu após o desaparecimento da bolha escura de vapor)
ocorreu para líquido a temperaturas entre 120°C a 240°C com valores modais entre 170°C a 180°C (Figura
6.14D).
56
Figura 6.14: Histogramas Mostrando a Distribuição de Frequência das Propriedades Microtermométricas das Inclusões Fluidas Saturadas doTipo IV entre: A) - Tfg°C; B) - Te°C; C) – Salinidade % peso de NaCl - D) - Th °C.
57
Tabela 6.1 - Síntese dos Resultados advindos de Análises Microtermométricas para Inclusões Fluidas dos Veios de Quartzo Encaixados no Granito Nhandu.
Grupo Natureza Tfg°C Moda Te°C Moda ThtV (L) Moda Salinidade Equiv.
% peso NaCl. Moda Sistemas
Bifásica
(L+V) Primária
-18,5 a -
0, 75°C
-19,5 a -
18,1°C
-50,6 a -30°C e -
28,5 a - 20°C
-43,5 a -42,5°C
e -21.5 a -
20°zC
50 a 140°C 80 a
90°C 2,5% a 26,0% 20,5 a 22,3%
H2O- NaCl-
CaCl2 e
H2O-NaCl
Grupo Natureza Tfg°C Moda Te°C Moda (Te °C) ThtS (L) Moda Salinidade Equiv.
% peso NaCl. Moda Sistemas
Trifásica Primária -26 a ---24C e
-22 a -6/C
-20 a -
18°C
-49,7 a -39°C
e -36,4 a -
31,5°C
-45 a -43,5°C e
-33 a -31,5°C
120 a 260°C 170 a
180°C 28,5 a 35.0% 29,0 a 29,5%
H2O-NaCl-
CaCl2 e
H2O-
MgCl2
Tabela 6.2 -Variações de Temperaturas do Eutético (Te°C) com Correspondências Aproximadas ás das Inclusões Analisadas no Garimpo Trairão. Borinseko (1977) e em
parêntese, Crawford (1981).
Te°C
Sistema Te°C Sistema Te°C Sistema Te°C Sistema
(-20,8) /-21,2
H2O-NaCL -21,8 H2O-NaCL-NHCO3 -37,0 H2O-NaCl-FeCl2 -52,2 H2O-MgCl2-CaCl2
-21,4
H2O-NaCl- Na2CO3
H2O-NaCl-NaSO4
-33,6 H2O-MgCl2 -49,8 H2O-CaCl2 (-52,0) /-55 H2O-NaCL-CaCl2
-35,0 H2O-NaCl-MgCl2 e H2O-FeCl2 -50,5 H2O-KCL-CaCl2
58
6. 3. 1. 3 - Diagramas de Dispresão para Inclusões Tipo III e IV (Figura 6.15): c) – Diagramas de
Dispersão para Inclusões Tipo Bifásica e Trifásica Saturada: na Figura (6.15 A) observa-se a presença
de um “trend” denominado curva de saturação representado para grupos de salinidades alta. Mostra
este trend que as inclusões trifásicas saturadas (L+V+S) sofrem um decréscimo na salinidade com a
queda da temperatura até 125 °C. Trend este similar aos discutidos em trabalhos de Shepherd et al.
(1985); Barr (1990); Almada & Villas (1999); Weber et al. ( 2008); Silva et al. (2008). As inclusões
bifásicas (L+V) de salinidade variada (figura 6.15 A) apresentam um decréscimo de salinidade dentro
de uma faixa com intervalos de temperatura definidos entre 50°C e aproximados 150 °C.
Na (Figura 6.15B) se percebe a diferenciação entre as inclusões bifásicas (Tipo III) e trifásicas (Tipo
IV) que se homogeneizam em diferentes temperaturas (Th°C) mostrando sistemas fluidos em campos
distintos em consequência dos padrões de Te°C sintetizando a entrada de íons como Ca2+, Cl-, Na+,
Mg+ e outros componente como KCl e FeCl2.
Na figura (Figura 6.15B) observa-se a diferenciação entre as inclusões bifásicas (Tipo III) e
trifásicas (Tipo IV) que se homogeneizam em diferentes temperaturas (Th°C) mostrando sistemas
fluidos em campos distintos em consequência dos padrões de Te°C.
Figura 6.15: A - Diagrama de correlação Temperatura de Homogeneização Total x Salinidade para as Inclusões
Tipo Bifásicas Tipo III (Thtot(L)) e Tipo IV Trifásicas Saturadas (Thtot(s)). B - Diagrama de valores de Te°C x Thtotv
de Inclusões Bifásicas e Te°C x Thtots das Trifásicas Saturadas.
6. 3. 2 - Demonstrações de Regimes Fluidos Responsáveis pela Gênese de Vários Depósitos
Auríferos Estudados na Província Alta Floresta servindo como Termo de Comparação ao
Regime Fluido do Depósito Estudado
Assis (2006): Silva et al. (2008) em pesquisas voltadas para o entendimento metalogenético da
Província Aurífera Alta Floresta – PAAF com inclusões fluidas revelaram informações úteis para o
esclarecimento da evolução dos fluidos mineralizantes responsáveis pela formação de vários depósitos
de ouro da região.
59
6. 3. 2. 1 - Garimpos Estudados por Assis (2006)
Assis (2006) estudando Inclusões fluidas trapeadas nos veios de quartzo dos depósitos Paraíba
e Novo Mundo demonstra que a história genética dessas áreas mineralizadas a ouro se pautam nas
seguintes prerrogativas:
- Garimpo Paraíba: estudos petrográficos e microtermométricos de inclusões fluidas
revelaram grupos distintos de inclusões caracterizados segundo critérios de (Bodnar, 2003) como do
tipo I, II, III. Nesse depósito as inclusões fluidas estudadas de natureza primária foram caracterizadas
como bifásicas, monofásicas, carbônicas, trifásicas saturadas e aquo-carbônica.
Petrograficamente, essas inclusões se distribuem aleatoriamente, possuindo formas sub-
arredondadas a sub-angulares com tamanhos entre 7 a 15 µm. Os dados de microtermometria para os
dois grupos tipos I e II respectivamente são: temperaturas do eutético total entre -48,4°C a 43,8°C e -
46,8°C a -43,8°C correspondendo ao sistema fluido H2O-NaCl-CaCl2. As temperaturas para a fusão do
gelo para as inclusões estão em -6,7°C (I); -8,3°C tipo II com salinidade correspondendo a 10% de
NaCl (I) e 40,3% de NaCl (II). As temperaturas de homogeneização total para o tipo I situam-se entre
78,7°C e 234,3°C variando principalmente entre 145°C a 150,0°C. Nas Inclusões tipo II as
temperaturas de homogeneização total foram registradas entre 285,5°C e 362,1°C.
Para as Inclusões do tipo III (aquo-carbônicas) as temperaturas de homogeneização total (Tht)
variam entre 159°C e 315°C com valor modal em 285°C, com a maioria delas ocorreu crepitação nos
intervalos de 295°C e 310°C.
As conclusões preliminares de Assis (2006) para o depósito Paraíba se pautam nas seguintes
argumentações e indagações: os fluidos ricos em CO2 no depósito Paraíba coexistindo com fluidos
aquosos de alta salinidade possivelmente demonstram um sistema em imiscibilidade que interagiu
progressivamente com fluidos aquosos mais diluídos (seriam de origem metamórfica ou magmática?).
- Garimpo Novo Mundo: petrograficamente as inclusões fluidas em veios de quartzo do
granito hidrotermalizado desse depósito foram definidas como tipo I (aquo-salinas bifásicas) e tipo II
(aquo-salinas saturadas). Ambos os tipos se distribuem aleatoriamente, classificadas como primárias,
tamanhos entre 0,5 a 7,5µm, apresentando formatos alongados, irregulares, sub-angulares a sub-
arredondados. As do tipo I e II ocupam um Vg (proporção L/V) entre 10% a 20% e 10% a 30%
respectivamente.
60
Os resultados de microtermometria para o grupo I apresentam temperatura de homogeneização
total num campo de 60,9°C e 185°C com moda de 129°C. A temperatura eutética ocorre entre -82,9°C
e 39,1°C com valor modal em 62,5°C e salinidade 5,67°C de NaCl e temperatura de fusão do gelo de -
9,7°C a -1,3°C . As inclusões do tipo II possuem temperatura do eutético variando de -80°C a -39,1°C
com moda em -64,6°C e temperatura de fusão do gelo entre -6,1°C e 0,7°C com pico de concentração
em -2,63°C. Possuem salinidade de 33,61% em NaCl. A temperatura de homogeneização do sal se deu
por volta de 230,8°C e a homogeneização da bolha se deu em 130°C.
Quanto aos dados do depósito Novo Mundo, estes refletem um regime puramente aquoso
trazendo fluidos de alta salinidade (magmático?) que tendem a se misturar com fluidos de mais baixa
temperatura de origem externa (meteóricos?) (Assis 2006).
6. 3. 2. 2- Garimpos Estudados por Silva et al. (2008)
Silva et al. (2008) realizaram estudos em inclusões Fluidas em veios de Quartzos em seis
depósitos auríferos situados na PAAF - Norte de Mato Grosso: garimpos Paraíba; Trairão; Pé de Fora;
Edu, Tapajós e Fabinho. Nesses depósitos variadas populações de inclusões fluidas em cristais de
quartzo apresentam com as mesmas características petrográficas, com formas arredondadas, contornos
irregulares, alongadas, com feições de estrangulamento e com dimensões variando dentro de uma
faixa de 3 a 20 µm, com VG (volume de vapor variável) dentro de uma faixa numérica de 5% a 90%.
As inclusões fluidas de veios de quartzo petrograficamente analisadas por esses autores nesses
depósitos são primárias e secundárias e em função do número de fases composicionais foram
agrupadas em quatro tipos: 1, 2, 3, 4 em cinco subtipos 1c, 3a, 3b e 4a e 4b. Compreendem no geral,
inclusões monofásicas (LCO2), bifásicas (LCO2+VCO2) aquosas bifásicas (LH2O+VH2O), trifásicas
saturadas (LH2O+VH2O+S), multifásicas (LH2O+VH2O+SSS) e as aquo-carbônicas trifásicas
(LH2O+LCO2+VCO2). No geral, apresentam grau de preenchimento (VG) entre 5% e 40%.
- Garimpo Paraíba - A) Tipo 1: monofásicas (LCO2) e bifásicas (LCO2) carbônicas raras,
apresentam dados de homogeneização (Th) para líquido entre 30,1°C e 31,1°C, temperatura de fusão
de CO2 entre -57,9°C e -56,6°C, sistema CO2 ± N2 ± CH4. B) Tipo 2: aquo-carbônicas trifásicas
(LH2O + LCO2 + VCO2) e bifásicas (LH2O + LCO2), primárias, TfCO2 entre -58,6°C e -56,6°C
temperaturas de fusão do clatrato (Tfclat) de -12°C a 7,6°C, com concentração modal de 0°C a 6°C.
61
O Th do CO2 (homogeniza tanto para L e V) entre 9,1°C a 31,1°C com moda em 28°C. A
homogeneização total (Tht) para líquido entre 230°C a 320°C com moda em 270°C a 320°C. A
eutética ocorre em média a 42°C, sistema H2O-NaCl-CaCl2-CO2(±N2±CH4). C) Tipo 3: bifásicas
(LH2O+VH2O), primárias, temperatura de fusão do gelo (Tfg) -2,6/C a -0,6°C, Tht(L) 200°C a 340°C
e moda em 230°C e temperatura do eutético de -52,0°C a -44,2°C, sistema H2O-NaCl-CaCl2. D)
Subtipos 4a e 4b: as primeiras secundárias, bifásicas (4ª) (LH2O+VH2O) com Tfg -26,0°C a -9,2°C,
Tht (L) 103°C a 207°C, eutético (Te) de -53,4°C a -42,0°C. As segundas aquosas trifásicas (L+V+S)
apresentam Tfg de -27,2°C a -18,3°C, o Tht (L) vai de 153°C a 200°C e Te variando de -53°C a -
43,0°C, o sistema para ambos os casos é o H2O+NaCl+ CaCL2.
As inclusões analisadas nos veios de quartzo desse filão mostram evidências de fluidos
predominantemente aquocarbônico, com salinidade variando entre < 5 % a 25% em peso equiv. de
NaCl, resultando num sistema H2O-NaCl-CaCl2-CO2(±N2±CH4).
Silva et al. (2008) concluíram que as inclusões analisadas nos veios de quartzo nesse filão
mostram evidências como:
- Fluidos são predominantemente aquocarbônico, modelando um sistema H2O-NaCl-CaCl2-
CO2(±N2±CH4).
- Presença de fluidos aquosos quentes, de baixa salinidade (< 5% de NaCl) ocorrendo de forma
restrita, contemporâneos a esses fluidos aquocarbônico.
- Fluidos aquosos mais salinos (13% a 28% de NaCl) , Tht < 200°C, tardios, permitiram
determinar sistema H2O+NaCl+ CaCL2, possivelmente sofrendo influência externa (água meteórica).
-Os fluidos com variada salinidade e altas temperaturas provavelmente foram os responsáveis
pela geração do minério, se concluí, que tal minério teve sua origem a partir de fluidos relacionados a
granitos de ambiente de arco magmático.
- Características, mesmo subordinadas, desses fluidos, são parecidas as de fluidos relacionados
a depósitos alojados em veios de regiões de colisão continental (depósito de caráter orogênico) onde
há predomínio de fluidos aquocarbônico de salinidade baixa, < de 5% em NaCl, e presença dominante
de voláteis como N2 e/ou CH4. Tal processo pode ser visto como uma mistura de fluidos, assim como
da superposição de processos metamórfico-hidrotermal no depósito.
- Garimpo Trairão - A) Tipo 1: primárias, aquo-carbônicas trifásicas (LH2O+LCO2+VCO2)
e bifásicas (LH2O+VCO2) mostram dados com as seguintes variações: TfCO2 -58,5°C a -56,6°C,
Tfclat de -13,2 a 9,6°C com maior frequência em8,4°C, salinidade entre 0,8% e 26,2% de NaCl.
62
O Th do CO2 (L/V) vai de -9,4 a 30,9°C com moda em 28°C e Tht(L) e crepitação numa faixa
de 176°C a 301°C e moda de 270°C, sistema H2O-NaCl-CaCl2-CO2(±N2±CH4. B) Tipo 2: bifásicas
(LH2O+VH2O) primárias, Tfg -12,2°C e -1,1°C salinidade em valores de 1,9% a 16,1%, Tht (L)
248°C a 353°C. O eutético de -53,0°C a -49,3°C, sistema H2O – NaCl – CaCl2. C) Tipo 3a: aquosas
bifásicas, (LH2O+VH2O), secundárias, com Tfg -15,8°C a -0,2°C, Tht (L) 101°C a 222°C, Te -53,6°C
a -44,5°C, sistema H2O - NaCl - CaCL2. D) Tipo 3b: trifásicas (LH2O+VH2O+S) a multifásicas
(LH2O+VH2O+SSS) secundárias, Tfg ocorrem no intervalo de -24,7°C a -22,7°C, salinidade com
intervalos de 28,5% a 34,4% de NaCl. A temperatura do eutético vai de -52,7°C a -42,6°C, sugerindo
sistema H2O - NaCl - CaCL2.
No tocante a esse garimpo os dados sugerem para os fluidos as seguintes considerações feitas
pelos autores citados:
- Presença de fluidos, supostamente primários, aquocarbônico aquosos marcando sistemas
H2O-NaCl-CaCl2-CO2(±N2±CH4) e H2O - NaCl - CaCL2 respectivamente, com salinidade em peso
equiv. entre 0 a 20% e (Th) entre 250°c e 350°C são os responsáveis pela mineralização do depósito.
- Fluidos tardios (sistema H2O - NaCl - CaCL2), provavelmente sem relações com o fluido
mieralizante de mais altas temperaturas, encontram-se aprisionados em fraturas dos cristais de quartzo
da rocha mineralizada.
- Os fluidos mineralizadores tem relevante contribuição magmática, coerentes com dados de
outros depósitos da região, indicando que as mineralizações estão relacionadas á evolução de granitos
de arco magmático.
- Garimpo Pé de Fora - A) Tipo 1: primárias, bifásicas (LH2O+ LCO2) e aquo-carbônicas
Trifásicas (LH2O+LCO2) com valores de TfCO2 de -59,9°C a -57,0°C, Tfclat -5,7°C a 8,5°C, Th (L)
do CO2 com valores de 12,7°C a 30,8°C, salinidade de 3% a 22% de NaCl. O Tht (L) é de 210°C a
44°C, modelando o sistema H2O-NaCl-CaCl2-CO2(±N2±CH4. B) Tipo 2: primárias, bifásicas
(LH2O+VH2O), temperaturas de fusão do gelo (Tfg) situadas num intervalo de -14,0°C a -11,5°C,
salinidade de 15% a 8% de NaCl, Tht (V) indo de 360°C a 382°C, com eutético entre -51,8°C a -
50,4°c, indicando sistema H2O - NaCl - CaCL2. C) Tipo 3: compreende inclusões bifásicas
monofásicas (LH2O) e bifásicas (LH2O +VH2O), secundárias, com Tfg em torno de -5,2°C a -0,2°C,
valores de salinidade entre 0,4% a 8,1%. O Tht (L) variaram de 163°C a 188°C, Te de -51,8°C a -
48,8°C indicando um sistema fluido H2O - NaCl - CaCL2.
Os dados acima citados a respeito do Garimpo Pé de Fora demonstram que:
- Fluidos predominantemente aquocarbônico, representados pelo sistema H2O-CO2-NaCl-
CaCl2(±N2±CH4, indicando salinidade entre 3% a 22% de NaCl, aprisionados em temperaturas
aproximadamente entre 200°C e 350°C.
- Fluidos aquosos, quentes, ricos em vapor e de salinidade intermediária, aparecem em locais
restritos dos grãos de quartzo, espacialmente com as inclusões aquocarbônicas.
63
- Fluidos aquosos, pouco salinos, homogeneização entre 160°C e 180°C são tidos como
tardios.
- Os dados mostram similaridade com um fluido hidrotermal de alta temperatura,
provavelmente de contribuição magmática, contaminado por fluidos meteóricos.
- Os fluidos responsáveis pela mineralização nesse depósito possuem características
semelhantes ás de depósitos auríferos em veios de quartzo geneticamente a granitos de arco vulcânico.
- Garimpo do Edu - A) Tipo 1: inclusões primárias, carbônicas raras, monofásicas mostram
temperaturas de fusão do CO2 de -65,3°C a -62,0°C e homogeneização total (Tht-L) de 26,6°C a
29,3°C, fluido modelado pelo sistema CO2±N2±CH4. B) Tipo 2: inclusões primárias, aquosas
carbônicas, bifásicas (LH2O+LCO2) e trifásicas (LH2O+LCO2+VCO2) com TfCO2 -63,4°C a -62,0°C,
Tfclat indo de -1,4°C a 2,1°C, Th do CO2 (L) ocorrendo entre 10,6/C a -0,6°C, salinidade de 13% a
17% de NaCl, com Tht(L) 229°C a 326°C, sistema (H2O-CO2-NaCl-CaCl2(±N2±CH4). C) Tipo 3:
secundárias, temperatura de fusão do gelo (Tfg°C) -10,2 a -0,6°C, salinidade de 1,1% a 14,1% peso
equiv. De NaCl com Tht (L) situando num intervalo de 115°C a 237°C e Te numa faixa de -52,7°C a -
49,9°C, fluido revelado pelo sistema H2O - NaCl - CaCL2.
A mensuração das medidas microtermométricas das inclusões fluidas para esse depósito
aurífero determinam que:
- Os fluidos tidos como primários nesse garimpo são carbônicos e aquocarbônico, e que TfCO2
são as mais baixas dentre os depósitos pesquisados, demonstrando uma provável contribuição de N2,
na fase não-aquosa.
- Fluidos de mais alta temperaturas de homogeneização modelam o sistema H2O-CO2-NaCl-
CaCl2(±N2±CH4) com salinidade de 13% a 17% de NaCl e presença de CaCl2 no sistema indica
contribuição magmática.
- Sem influência na mineralização, com salinidade baixa a moderada e homegeneização indo
de 200°C a 250°C, provavelmente tardios, são os fluidos modelados pelo sistema H2O - NaCl - CaCL2.
- Os dados mostram coerência com os fluidos mineralizadores parecidos aos dos depósitos
hospedados em veios geneticamente associados a magmatismo granítico.
- Tapajós - A) Tipo 1: são inclusões primárias, aquocarbônicas bifásicas (LH2O+LCO2),
sugerem TfCO2 -61,1°C a -57,7°C, a Tfclat ocorre de -11,6°C a 5,1°C, apresentando Th do CO2 (L) -
3,7°C a 17,7°C, salinidade 8,8% a 22,6%, com homogeneização total (Tht) (L) 299°C a 314°C,
sistema H2O - CO2 - NaCl - CaCl2 ( ±N2 ± CH4). B) Tipo 2: aquosas bifásicas (LH2O + VH2O),
primárias, Tfg°C -2,5°C a 0,1°C, salinidade 0,2% a 4,2%. O Tht (L) ocorre de 325°C a 368°C com Te
-52,0°C a -50,1°C, portanto, sistema H2O - NaCl - CaCL2. Tipo 3: inclusões bifásicas (LH2O+VCO2),
secundárias com Tfg entre -18,1°C a -0,4°C com moda em -2,5°C e salinidade entre 0,6% a 21%. O
Tht (L) concentrou-se entre 95°C e 231°C com eutético entre -52,8°C e -48,1°C, sustentando o sistema
fluido H2O - NaCl - CaCL2.
64
A integração dos dados para esse depósito possibilitou traçar as características dos fluidos
mineralizadores da seguinte forma:
- Fluidos aquocarbônico com temperaturas mínimas de aprisionamento de 300°C com
salinidades entre 8,8% a 22,6 % e fluidos modelados pelo sistema H2O - NaCl - CaCL2, são os
prováveis responsáveis pela mineralização do depósito.
- Fluidos aquosos de temperaturas de homogeneização < de 200°C com salinidade variada são
tidos tardios.
-Fluidos primários de alta salinidade e as referidas temperaturas de homogeneização sugerem
que os fluidos que deram origem ás mineralizações de ouro tem sua gênese ligada ao magmatismo
granítico.
- Garimpo do Fabinho: estudos de inclusões fluidas em veios de quartzo nesse depósito
revelaram serem bifásicas (LH2O+VCO2) e monofásicas líquidas (LH2O+VCO2). A Tfg varia de -
3,6°C a 0°C com valor modal entre -0,5°C a 0°C e salinidade de 0% a 6% em peso equivalente de
NaCl. A homogeneização total com temperaturas de 88°C a 358°C e moda entre 300°C e 360°C.
Inclusões com feições de estrangulamento decrepitaram com temperatura acima de 300°C.
Para definir a natureza do fluido mineralizador desse garimpo os dados acima descritos
revelam que:
- O Fluido aquoso, de composição homogênea, baixíssimos valores de salinidade modela o
sistema H2O - NaCl - CaCL2.
- Os valores baixos da salinidade são condizentes com ausência de contribuição magmática na
composição dos fluidos aprisionados nos veios de quartzo estudados.
- Valores variados da temperatura de homogeneização total (Thtot) podem ser causados pela
mistura de fluidos com níveis diferentes de temperaturas, ou seja, mistura de fluidos externos
(meteóricos) com fluidos metamórficos profundos.
65
CAPÍTULO VII
7.0–CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
7.1-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONCLUSÕES E CONDISERAÇÕES FINAIS
66
Conclusões e Considerações Finais
Neste capítulo são apresentadas as conclusões relevantes obtidas neste trabalho de pesquisa,
onde:
I - Foram identificados, com base em análises microtermométricas de inclusões fluidas três
tipos de fluidos no sistema hidrotermal do depósito aurífero Trairão quimicamente definidos como:
a) - H2O+NaCl+ CaCL2; H2O-NaCl (Tipo III - bifásicas)
b) - H2O+NaCl+ CaCL2; H2O-MgCl2 (Tipo IV- trifásicas saturadas).
II - As Inclusões fluidas analisadas apresentaram salinidades distribuídas em grupos distintos,
classificação baseada em Zuchetti (2007).
a) - Para as Inclusões Bifásicas (L+V) com temperaturas de homogeneização (Th(Tot)) entre
50°C a 180°C e moda de 80°C a 90°C estas mostram grupos de salinidade baixa: com valores entre
2,55% a <10,0%; salinidade intermediária: de > 10% a ~ 20%; salinidade alta: numa faixa de > de
20% a 26% em equivalência de NaCl.
b) - As trifásicas saturadas (L+V+S) implicam grupo de salinidade alta > 26% a 29,5% com
temperatura de homogeneização (Th(Tots)) 120 a 240°C e picos de frequência entre 170°C a 240°C.
III - A variação apresentada para as salinidades das inclusões pode ser vista como consequência da mistura de fluidos onde:
a) - inclusões de baixa salinidade representam um fluido mais frio, externo (água
meteórica), com aumento de temperatura durante sua descida ao percolar as fraturas da rocha
daí tornando-se um fluido meteórico transformado.
b) - inclusões fluidas com salinidade intermediária são representadas como resultados
da mistura de dois produtos distintos, um fluido aquoso meteórico (baixa salinidade) tende a
se misturar com um fluido de natureza magmática (alta salinidade).
c) - inclusões fluidas com valores de salinidade alta são caracterizadas como de
filiação magmática que durante a trajetória de sua ascensão passou por decréscimo de
temperatura.
d) - os resultados mostram que o regime de fluido no depósito Trairão é tipicamente
aquoso onde fluidos de mais alta temperaturas e salinidades dos sistemas H2O + NaCl + CaCL2; H2O -
MgCl2 e em peso equiv. de NaCl tendem a se misturar com fluidos de fonte externa ( águas
meteóricos) de baixas temperaturas e salinidades.
67
IV - Os valores do eutético, compreendidos numa ampla faixa de temperaturas, e por não
mostrarem uma concentração de valores de frequência em torno de valores exatos permitindo uma
clara definição dos sistemas, além da presença de íons de NaCl, CaCl2 e MgCl2, os fluidos das
inclusões tipo III e IV, apresentam também temperaturas indicativas de entrada de íons de FeCl2 e
KCl.
V - As condições mínimas de temperaturas que prevaleceram durante o aprisionamento dos
fluidos mineralizadores para este depósito foram estimadas entre 50°C a 140°C para bifásicas tipo III e
120°C a 260°C para trifásicas saturadas tipo IV.
VI - Pode-se considerar que os sistemas fluidos de alta salinidade representariam a solução
mineralizante no depósito aurífero Trairão. De acordo com estudos em inclusões fluidas no garimpo
Tapajós pertecentes ao sistema H2O - NaCl - CaCl2 - inclusão tipo 3, Tfg °C de -18, 1 a - 0,4°C; Th (L)
de 95°C a 231°C e Te°C -52°C a -48,1°C (além do fluido aquocarbônico sistema H2O - CO2 - NaCl -
CaCl2 (± N2 ± CH4 - Inclusão tipo 1), provavelmente ser um dos fluidos mineralizadores ( Silva et al.,
2008).
VII - Muitos dos dados dos sistemas fluidos somados obtidos para o garimpo estudado quando
relacionados a alguns depósitos auríferos na província verifica-se que há certa similaridade
favorecendo assim, deduzir que as semelhanças apontam fortes indicativos de que o Depósito Trairão
em estudo pertence à categoria de depósito com sua gênese em ambiente de arco magmático.
VIII - Por outro lado, os resultados microtermométricos das inclusões fluidas estudadas em
veios de quartzo dos demais depósitos da Província Aurífera Alta Floresta denota as seguintes
conclusões:
a) - Que há predomínio de inclusões aquocarbônicas, modelando o sistema fluido H2O -
NaCl - CaCl2 - CO2 (±N2 ± CH4), excetuando o garimpo Novo Mundo e do Fabinho, com fluidos
composicionalmente pertinente ao sistema H2O -NaCl – CaCl2.
b) - Em conjunto, para esses depósitos, os dados em geral demonstram que os fluidos
mineralizadores são aquocarbônicos, sistema H2O - NaCl - CaCl2 CO2 (±N2 ± CH4) de mais altas
temperaturas e os fluidos aquosos (H2O -NaCl – CaCl2) com mistura de fluidos de mais baixa
temperatura.
68
IX - Em se tratando de um depósito hidrotermal, de uma forma geral a alteração intempérica
sobre o material que compõe a área do garimpo Trairão é muito intensa, destruindo totalmente a
textura original da rocha hospedeira, sendo o principal tipo de alteração a sericitização (caracterizada
por sericita fina).
X - Estágios de alteração hidrotermal foram evidenciados e representados em ordem temporal:
silicificação pervasiva; sericita pervasiva; muscovita grossa pervasiva; silicificação fissural (veios e
vênulas tardias de quartzo).
XI - O principal mineral de minério é a pirita que ocorre associada à calcopirita, hematita,
rutilo, digenita, covelita e galena. Em geral a calcopirita ocorre inclusa na pirita. Em forma de filetes
finos a covelita ocorre ao longo das bordas da pirita, evidenciando ser o produto de alteração da pirita.
A digenita, subordinadamente, ocorre associada às pequenas inclusões de pirita e calcopirita, enquanto
o rutilo é observado incluso em cristais de quartzo.
XII – Fundamentado, no objetivo fixado na etapa inicial da pesquisa foi possível atingir com
êxito a elaboração do trabalho de mestrado com estudo de inclusões fluidas em veios de quartzo do
Granito Nhandu na área do Garimpo Trairão. E assim concluir que uma das principais questões que
surgem a partir de qualquer modelo de depósito mineral é a sua capacidade de estabelecer parâmetros
que possam distinguir as zonas potencialmente mineralizas e, consequentemente, definir estratégias
exploratórias.
Com base nos resultados obtidos ao longo do desenvolvimento da pesquisa, concluiu-se um
documento que reuniu um conjunto de informações capazes de subsidiar a continuidade de outros
estudos sobre o assunto em pauta. Já que na região da PAAF existem muitas dúvidas relacionadas aos
aspectos genéticos desses depósitos tanto no que se refere á idade, origem, composição dos fluidos
mineralizantes, assim como os mecanismos de transporte e deposição do ouro na região.
De antemão, a essas informações sobre os dados obtidos na área do garimpo Trairão, com
destaque para os de Inclusões Fluidas permite sugerir a realização de mais estudos na área em questão,
com intuito de comprovar a existência de outros sistemas, por exemplo, H2O - NaCl - CaCl2 - CO2 (±
N2 ± CH4) e CO2 ± N2 ± CH4 não identificados durante esta pesquisa, porém sistemas estes
reconhecidos nos demais garimpos investigados por outros autores dentro da Província Aurífera Alta
Floresta.
69
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72
CAPÍTULO VIII
8.0 - Anexo
8.1 - Artigo Submetido à Publicação
73
Anexo
8.1 - ARTIGO SUBMETIDO À REVISTA BRASILEIRA DE
GEOCIÊNCIAS EM 13/11/12
Estudos de Inclusões Fluidas em Veios de Quartzo Associados ao Granito
Nhandu no Depósito de Ouro Trairão - Província Aurífera Alta Floresta -
MT
Maria Aparecida Domingues Dias1 & Francisco Egídio Pinho
2
Resumo
Do estudo com Inclusões Fluidas primárias em cristais de quartzo obteve-se dados de temperaturas de
formação, composição e salinidade usadas no conhecimento do processo físico-químico responsáveis
pela deposição do ouro no Garimpo Trairão. Baseado nos valores da temperatura do eutético foi
definido três sistemas aquosalinos: H2O-NaCl e H2O-NaCl-CaCl2 para bifásicas e H2O-MgCl2-CaCl e
H2O-NaCl-CaCl2 para trifásicas saturadas. Os dados têm consideráveis semelhanças com os fluidos
responsáveis pela formação de outros depósitos na província Alta Floresta, sendo compatíveis com
fluidos de baixa, moderada a alta salinidade. Dados Interpretados como associação de fluidos quentes
e salinos sofrendo influência de fluidos frios, pouco salinos de origem meteórica. Considerando aqui,
os fluidos altamente salinos, de derivação granítica em ambiente de arco magmático como geradores
do ouro no alvo Trairão.
Palavras-chave: depósito ouro Trairão inclusões fluidas, província Alta Floresta.
Abstract
The primary study of Fluid Inclusions in quartz crystals were obtained temperature data of formation,
composition and salinity used in the knowledge of the physic-chemical process responsible for gold
deposition. Based on the values of the eutectic temperature was set aquosalinos three systems: H2O-
NaCl and H2O-NaCl-CaCl2 for biphasic and H2O-MgCl2-CaCl2 and H2O-NaCl-CaCl2 saturated to
three-phase. The data has considerable similarities with the fluids responsible for formation of other
deposits in the province Alta Floresta and is compatible with fluids of low salinity, moderate to high.
Data Interpreted as an association of hot fluids and saline fluids being influenced cold, slightly saline
meteoric origin. Whereas here, the hot, highly saline fluids, granitic derivation of a magmatic arc as
generators of gold in the target Trairão.
Keywords: deposit gold Trairão, fluids inclusions, province Alta Floresta.
1 Programa de Pós Graduação em Geociências, Universidade Federal de Mato Grosso, [email protected] 2 Departamento de Recursos Minerais UFMT, Programa PROCAD N° 23038.000675/201015
74
INTRODUÇÃO
A Província Aurífera Alta Floresta é uma faixa de terrenos paleoproterozóicos no Norte do
estado de Mato Grosso e Sudoeste do Pará na porção sul do Cráton Amazônico. Configura como uma
área extensa e alongada na direção W-E e SE-NW limitada ao sul pelo Graben dos Caiabis e a norte
pela borda do Graben do Cachimbo que a separada da Província Aurífera Tapajós (Figura 1).
A província Alta Floresta é conhecida como importante região metalogenética, principalmente
por sustentar ricos e produtivos garimpos de ouro extraídos inicialmente de depósitos tidos
secundários e após quase exaustão destes, de mineralizações primarias. Atualmente a província é
também um importante alvo para empresas de exploração mineral de várias nacionalidades.
A descoberta de novos depósitos de ouro bem como a avaliação econômica dos já existentes
depende de um conjunto de dados de informações geológicas como princípios básicos para subsidiar
possíveis investimentos. O estudo com populações de inclusões Fluidas é um método bastante usado
para caracterizar fluidos mineralizantes em depósitos de ouro, essencial para o estabelecimento de um
modelo metalogenético definindo adequadamente áreas de melhor potencial exploratório (Banks et al.,
2002).
As Inclusões fluidas significam pequenas amostras de líquidos trapeadas dentro dos minerais.
Podendo estas, segundo Roedder (1984) conter restos da fase ou fases (líquidas e/ou gasosa).
Representam assim, as inclusões fluidas um meio importante de estudo das características dos fluidos
que de certa maneira estão intrínsecos na história de formação dos ambientes das rochas e minerais
(Noronha, 1999).
Embora existam trabalhos com inclusões fluidas nos veios de quartzo no garimpo Trairão a
sua gênese é praticamente desconhecida, o que torna de suma importância à ampliação desse
conhecimento. Neste contexto a pesquisa desenvolvida no local tem como objetivo o da caracterização
petrografica e microtermométrica das inclusões fluidas buscando melhor entendimento da natureza das
soluções que transportam o minério de ouro vindo a conhecer os parâmetros físico-químicos do
ambiente responsável pela deposição do minério no depósito.
Neste trabalho os dados adquiridos a partir do estudo das inclusões fluidas foram confrontados
com os de outros depósitos na Província Alta Floresta vindo a contribuir para melhor avaliação da
história evolutiva da concentração do ouro nesta província. A partir daí, foi permitido traçar uma linha
de similaridade e homogeneidade entre os resultados obtidos para o alvo estudado com os dados de
inclusões fluidas adquiridos por outros pesquisadores em vários depósitos de ouro da província.
75
Figura 1: Mapa contendo os domínios geológicos da província aurífera Alta Floresta (Modificado de Lacerda
Filho et al. 2004 e Marcelo Galé et al. 2011).
MÉTODOS ANALÍTICOS
Para a caracterização das inclusões fluidas foram utilizados amostras de veios de quartzo
selecionadas do sistema de stock work associado ao Granito Nhandu na área do depósito de ouro
Trairão. Destas amostras, foram preparadas 11 seções bipolidas para caracterização petrográfica e
microtermométrica.
A petrográfia das inclusões foi feita em microscópio de luz transmitida e refletida modelo
JENA PHOL, ZEISS Axiophoto e Leica DM-EP, com objetiva de 40x. Os dados microtermométricos
foram obtidos através de uma platina CHAIXMECA, modelo LINKAM THMS/600, que possibilita o
resfriamento das amostras de inclusões até -180°C e posterior aquecimento até 600°C.
As atividades foram conduzidas no laboratório de microtermométria do Instituto de
Geociências da UNICAMP/CAMPINAS, cujo desenvolvimento constituiu de duas etapas: a primeira,
de investigação petrográfica preliminar detalhada estabelecendo a caracterização das inclusões quanto
à morfologia, número de fases á temperatura ambiente forma de ocorrência e classificação em
primárias, secundárias e pseudosecundárias.
Na segunda etapa, foram efetuadas as análises microtermométricas das temperaturas de fusão
do gelo (Tfg °C), ponto do eutético (Te °C), e de homogeneização (Th °C) buscando as características
dos aspectos físico-químicos das inclusões fluidas como de salinidade, composição total da fase
aquosa e consequentemente a especificação dos tipos de sistemas salinos. Para o processamento das
informações das análises micotermométricas fez-se o uso do software FLINCOR.
76
A calibração instrumental contou com o apoio de um técnico do Instituto de Geociências da
UNICAMP/Campinas/SP, tendo sido usado os seguintes padrões sintéticos de inclusões fluidas: ponto
de fusão do gelo CO2 puro (TfCO2/ -56,6°C); temperatura do eutético (Te H2O-NaCl/-21,2°C);
temperatura do eutético (Te H2O-KCl/-10,7/C); ponto de fusão do gelo (Tfg H2O-gelo/0°C) e a
temperatura crítica de homogeneização/ou padrão de aquecimento de H2O pura ( T média de
+383,1°C).
CONTEXTO GEOLÓGICO - GEOTECTÔNICO REGIONAL
A área de estudo encontra-se inserida na Província Mineral Alta Floresta (Souza et al. 2005)
e/ou Juruena-Teles Pires (Moura, 1998), setor centro norte do estado do Mato Grosso. Localizada na
porção Sul do Craton Amazônico a Província aurífera Alta Floresta (PAAF) se estende entre as
províncias Geocronológicas Ventuari-Tapajós (1,95 – 1,8 Ga) e Rio Negro Juruena (1,8 Ga – 1,95 Ga)
(Dardene & Schobbenhaus, 2001: Tassinari & Macambira, 1999). Dados sobre esta compartimentação
(PAAF) com relevante enfoque sobre suas características geológicas e registros de exploração e
produção de ouro poderão ser consultados em Coutinho (1998); Santos et al. (2000); Lacerda Filho et
al. (2004); Paes de Barros (2007) e Assis (2010). Detalhes envolvendo a gênese, evolução e
compartimentações Cráton podem ser obtidas e correlacionadas através de trabalhos de Brito Neves
(2005); Tassinari & Macambira (1999); Santos et al., (2000) e Ruiz (2005).
A Figura 2 mostra as distintas unidades litológicas e seus aspectos geológicos da área de
entorno do depósito Trairão, sendo assim resumidas: (1) Complexo Cuiu-Cuiu: admitido como
embasamento da Província Alta Floresta, idade modelo datado em U-Pb SHRIP em zircão de 1992±7
Ma (Souza et al., 2004), constituído de granitóides cálcio-alcalinos, metaluminosos a francamente
peraluminosos, de composição quartzo diorítica, tonalítica a granodiorítica (Paes de Barros, 2007): (2)
Suíte Intrusiva Juruena: idades modelo entre os períodos 1.848 ± 17 Ma; 1.823 ± 35 Ma e 1.817 ±
Ma., foram atribuídas a idades de cristalização U-Pb em zircão (JICA/MMA, J. 2000) para esta
unidade. De acordo com Souza et al, (2005) é representada de biotita granitos, monzonitos,
granodioritos e monzonito subordinados, estrutura homogênea e textura granular fina a grossa.
77
(3) Suíte intrusiva Paranaíta: através de análise Sm-Nd mostra idade modelo de 2.221 Ma, com εNd(t)
de -1,25 (silva & Abram, 2008). Oliveira & Albuquerque (2005) apresenta para esta suíte um clã de
rochas monzograniticas, biotita-quartzo monzograniticas, biotita granitos, hornblenda-biotita granitos
e magnetita-biotita granito. (4) Granito Nhandu: Souza et al. (1979) introduziu o termo Granito
Nhandu para rochas aflorantes a leste de Alta Floresta, médio curso do Rio homônimo. A idade do
granito Nhandu se estabelece entre 1,889±17 Ga a 1,879±5,5Ga concordantes, interpretadas como de
cristalização (Silva e Abram, 2008), sendo este representado segundo Moreton & Martins (2003;
2005) por magnetita-biotita monzogranito e sienogranito, além de uma fácies subvulcânica com
granito e monzogranito, fino porfirítico, com presença de enclaves e sills de gabro e diorito, indicativo
de atividade magmática modal.
Para Souza et al. (2005) as fácies subvulcânicas, principalmente os monzonitos finos
porfiríticos e granofíricos e os monzogranitos microporfiríticos, mostram evidências de interação com
fluidos hidrotermais, com disseminação de sulfetos e de magnetita.
Lacerda Filho et al. (2004) definiram o Granito Nhandu como um granito de caráter
calcioalcalino de alto potássio, do tipo I oxidado composto por magnetita-biotita granito, de coloração
vermelha. Segundo dados dos autores supracitados, granito Nhandu estende-se entre os campos dos
granitos de arco magmático e dos intraplacas, mas dentro do limite propostos para os corpos pós-
colisionais. Para Paes de Barros (2007) esse granito se alinha com os do tipo I, intrusões cálcio-
lcalino, mostrando-se relativamente alinhado com o campo dos granitos tipo A. (5) Grupo Colíder:
Pimentel (2001) datando riolitos pórfiros, pelo método U-PB em zircão, obteve para esse grupo idade
entre 1.785 ± 8 Ga. E idade modelo Tdm de 2.344 Ma com End (T) de -3,75, revelando uma fonte
geradora híbrida, mantélica, com contaminação crustal. Segundo Silva & Abram, (2008) caracteriza
por uma diversidade de rochas subvulcânicas, vulcânicas (lavas e piroclásticas), piroclásticas e
epiclásticas de composição intermediária a ácida em menor proporção.
Os termos subvulcânicos para Moreton & Martins (2005) são representados por microgranitos,
micro-quartzo monzonitos, micromonzonitos, micromonzogranitos e granófiros, todos associados a
derrames de riolitos, dacitos porfiríticos e andesitos localmente. Os vulcanocláticos são compostos
por sedimentos areno-conglomeráticos, por vezes intercalados por lentes conglomeráticas e
sedimentos arenosos (Souza et al., 2005). (6) Grupo Beneficente: datação feita por Tassinari et al.,
(1978) em siltitos confirmam idades de 1.485±32Ma – Rb-Sr em rocha total e 1.331±28Ma – Rb-Sr (
em fração fina). Enquanto Leite & Saes, (2000) obtiveram por datação de referência Pb-Pb em
populações de zircões detríticos mais jovens da base conglomerática para uma idade de deposição de
1,74 Ga para esta unidade.
78
Carvalho & Figueiredo, (1982) mapearam o grupo Beneficente como tipicamente marinha,
composta de quartzo-arenito, siltitos, quartzo-arenito, calcários dolomíticos, conglomerados,
folhelhos, dolarenitos e brechas intraformacionais. Quanto à deposição deste grupo inicia por uma
sequência clástica cuja base é um conglomerado assentado sobre um substrato formado de rochas
vulcânicas (Ribeiro & Villas Boas, 2005). Sobreposto a este conglomerado ocorrem quartzitos brancos
recobertos de modo concordante por uma sequência pelítica composta por ardósias e metassiltitos de
baixo grau metamórfico.
(7) - Depósitos Aluvionares:
No contexto da região em estudo as coberturas aluvionares compostas por materiais
inconsolidados e semiconsolidados, caracterizados como sub-recentes e recentes, são essencialmente
representadas por materiais arenosos e argilosos, com níveis de cascalhos associados (Oliveira &
Albuquerque, 2005). Os sedimentos aluvionares que compõem estes depósitos ocorrem em diferentes
dimensões ao longo do curso do rio principal Teles Pires e do aporte dos seus afluentes.
Figura 2: Mapa Geológico simplificado da área de entorno do depósito Trairão.
DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O Garimpo Trairão encontra-se inserido no âmbito da Província Alta Floresta, porção
nordeste da Folha Alta Floresta (S C.21-X-C)). Atualmente desativado, compreende uma associação
de características marcantes com frentes de lavras e bloco de rocha mostrando avançado grau de
intemperismo (Figura 3).
79
Figura 3: A e B) - Aspecto geral destacando intenso grau de intemperismo nas frentes de lavras a céu aberto. C)
- Bloco da rocha encaixante assumindo feições de alteração: D) - Detalhe de veios fraturados cortando o granito
Nhandu alterado.
No âmbito da área, o Granito Nhandu representa a rocha encaixante dos veios quartzosos,
ocorrendo aflorante em meio a material aluvionar em forma de pequenos morrotes em terreno de
topografia suave à plana. Observa-se que todo o material rochoso dentro do garimpo foi submetido por
intensa alteração hidrotermal dando as rochas uma coloração avermelhada e tons cinza esverdeados.
Considerando que a alteração no local obliterou a textura primária da rocha hospedeira, não
permitindo assim o estudo das características petrográficas. Portanto, estudos de Souza et al. (2005)
demonstram que as rochas menos alteradas desse granito no depósito do ponto de vista petrográfico,
são compostas por biotita monzogranitos, biotita monzogranitos finos, granofíricos a microporfiríticos
e biotita-hornblenda monzogranitos isotrópicos e magnéticos.
A composição mineralógica é dada segundo Abram et al. (2008) pela presença de feldspato
potássico, normalmente ortoclásio (parcialmente microclinizado), quartzo, biotita e por vezes,
hornblenda porcentuais em torno de 5%, e pela presença de magnetita, titanita, apatita e allanita como
componentes acessórios.
As intrusões quartzosas representado pela formação de veios, vênulas e bolsões, de aspecto
leitoso multidirecionais descrevem um estilo stockwork, material este cisalhados (Fig. 3D) com
espessuras variáveis preenchendo fraturas, marcadas às vezes por textura em pente (Fig. 4A)
marcando características extensionais, além disso, podendo também revelar feições de brechas
hidrotermais (Figura 4B) cavidades drusiformes e geodos de quartzo.
80
Em campo foi observado que esta unidade granítica além das intrusões de veios quartzosos
sofreu intrusões de diquesbásicos tipicamente alterados e fraturados (Fig. 4C) com direções
(N20W/70NE, N50-60W/75-90SW e N82E/38NW). Estrias de falhas próximas aos diques básicos
(Fig 4D) sugerem cavalgamento com deslocamento de topo para o norte. No conjunto de estruturas
apresentadas em uma frente de lavra na área chama atenção para dois tipos de sistemas revelando
veios de espessura mais fina subparalelos (de baixo ângulo N81E/ 22SE) cortados subverticalmente
por veios mais espessos (de alto ângulo N98W/46NE).
Figura 4: (A) Veio de quartzo com textura em pente: B) Brecha hidrotermal: C) Dique básico cortando o granito
Nhandu no garimpo Trairão e em D) Blocos de granitos com estrias de falhas.
O sulfeto predominante na área do garimpo é a pirita ocorrendo associada aos veios de quartzo
(fig. 5) e na rocha encaixante alterada hidrotermalmente. Subordinadamente ocorre calcopirita (inclusa
nos grãos de pirita), hematita, digenita, rutilo e galena. A covelita em geral ocorre em filetes nas
bordas da pirita evidenciando ser o produto de alteração da pirita.
81
Figura 5: Veios de quartzo com pirita.
RESULTADOS E DISCUSSÕES DOS ESTUDOS DE INCLUSÕES FLUIDAS DO DEPÓSITO
AURÍFERO TRAIRÃO.
- A petrografia das inclusões fluidas permitiram identificar inclusões classificadas quanto a
forma de ocorrência em primárias, pseudosecundárias e secundárias (fig.6) e quanto ao número de
fases presentes: monofásicas líquida (Tipo I); monofásica vapor (Tipo II); bifásicas (tipo III), trifásicas
saturadas (Tipo IV); multifásicas saturadas (V) e trifásicas aquocarbônicas (VI). Estes seis tipos de
inclusões ocorrem em todas as amostras de forma homogênea, dentro dos cristais de quartzo
bordejando paralelamente limites de grãos, em trilhas, dentro de fraturas cicatrizadas curtas, também
de modo isoladas, aleatoriamente, em arranjo planar e em grupos coexistindo entre sí. Em
determinados pontos das lâminas mapeadas as inclusões monofásicas predominam em relação às
bifásicas que ocorrem em maior volume em todas as amostras estudadas.
Quanto à morfologia apresentam no geral formas irregulares, alongadas, angulares,
subangulares, subarredondadas e às vezes ovoides. As dimensões variam entre 6µm e aproximados
12µm. Algumas destas inclusões com formas irregulares sugerindo processos de estrangulamento e
crepitação. A fase vapor ocupa cerca de 5% esporadicamente chega a 15%.
82
Figura 6: Fotomicrografias. A - a1) Inclusão com feição de estrangulamento; B - b1 e b2) Inclusões bifásicas
ocorrendo paralelamente a fraturas Internas cicatrizadas; C - c1 e c2) Inclusões de ocorrência isolada bifásica e
monofásica, respectivamente; D) Fratura intragranular oxidada bordejada por inclusões; E) Inclusões decorando
e seccionando fratura curta intragrão; F) Fratura intragranular cortada por trilha de inclusões e trifásica saturada
em f1.
- Os Dados microtermométricos foram obtidos nas Inclusões Bifásicas Tipo III (fase L+V) e Trifásicas
saturadas Tipo IV (fase L+V+S) com características tipicamente primárias. Elas ocorrem em grupos e
tem comportamento semelhante quando submetidas a microtermométria. O resultado trazendo dados
microtermométricos( tabela 1) levou a caracterização de três tipos de sistemas (aquosos salinos): H2O
- NaCl ; H2O - NaCl - CaCl2 e H2O-MgCl2 com correspondência aos de Borinseko 1977 adotados
como parâmetros para o desenvolvimento desta pesquisa (Tabela 2).
Tabela 1 - Síntese dos resultados advindos de análises microtermométricas das inclusões fluidas dos
veios de quartzo encaixados no granito Nhandu.
Grupo Natureza Tfg°C Moda Te°C Moda ThtV
(L) Moda
Salinidade
Equiv. %
peso
NaCl.
Moda Sistemas
Bifásica
(L+V) Primária
-18,5
a -
0,
75°C
-19,5 a
-
18,1°C
-50,6 a
-30°C
e -28,5
a -
20°C
-43,5 a
-
42,5°C
e -21.5
a -
20°zC
50 a
140°C
80 a
90°C
2,5% a
26,0%
20,5 a
22,3%
H2O-
NaCl-
CaCl2 e
H2O-
NaCl
Grupo Natureza Tfg°C Moda Te°C
Moda
(Te
°C)
ThtS
(L) Moda
Salinidade
Equiv. %
peso
NaCl.
Moda Sistemas
Trifásica Primária
-26 a
---
24C e
-22 a
-6/C
-20 a -
18°C
-49,7 a
-39°C
e -36,4
a -
31,5°C
-45 a -
43,5°C
e -33 a
-
31,5°C
120 a
260°C
170 a
180°C
28,5 a
35.0%
29,0 a
29,5%
H2O-
NaCl-
CaCl2 e
H2O-
MgCl2
83
Tabela 2 - Dados referentes ás temperaturas eutéticas (°C) dos respectivos
sistemas de Borisenko (1977) correspondendo aproximadamente aos encontrados nos estudos com inclusões fluidas dos veios de quartzo do granito Nhandu –
depósito Trairão.
Te°C Sistema Te°C Sistema Te°C Sistema Te°C Sistema
(-20,8)
/-21,2
H2O-
NaCl
-21,8 H2O-NaCl-
NHCO3
-37,0 H2O-NaCl-
FeCl2
-52,2 H2O-
MgCl2-
CaCl2
-21,4 H2O-
NaCl-
Na2CO3
H2O-NaCl-
NaSO4
-33,6 H2O-MgCl2 -49,8 H2O-CaCl2 (-
52,0)
/-55
H2O-
NaCl-
CaCl2
-35,0 H2O-NaCl-
MgCl2 e H2O-FeCl2
-50,5 H2O-KCl-
CaCl2
Durante os ensaios microtermométricos a obtenção das temperaturas do eutético (Te°C) foi de
difícil análise em consequência da formação das texturas típicas de ruptura de derretimento dos
primeiros cristais do gelo raramente serem visualizados.
Segundo Biondi et al. (2009) a variação de temperaturas do eutético (Te °C) é consequência
da dificuldade em observar o início da fusão do gelo. Isso se potencializa quando as inclusões fluidas
tem baixa salinidade (<5% de NaCl) e dimensões inferiores a 10µm (Goldstein & Reynolds,1994).
Portanto a temperatura do eutético das inclusões dos veios do Granito Nhandu, indicam um intervalo
preferencial que sugere a presença de íons NaCl, CaCl2 e MgCl porém íons de KCl e FeCl2 também
podem estar presentes.
a - Inclusões Bifásicas do Tipo III: Nestas inclusões a temperatura de fusão de gelo ocorreu entre -
18°C a -0,75°C com moda -19,5°C a -18,1°C (figura 7A). Os valores de salinidade (Figura 7C) variam
de 2,5% a 26% NaCl equiv., com picos máximos entre 20,8% a 22,3% equiv. peso de NaCl.
As temperaturas do eutético (Te °C) (figura 7B) variam entre -50,6 °C a -30 °C e -28,5 °C a -
20,0 °C, com moda nos intervalos de -43,5°C a -42,5°C e -21,5 °C a 20,0 °C. Os picos de
concentrações dos eutéticos estabelecem os sistema H2O -NaCl - CaCl2 e H2O - NaCl respectivamente
neste tipo de inclusão (conforme parâmetros da tab. 1). A homogeneização total (Thtv) (Figura 7D)
ocorre sempre para a fase líquida entre 50 °C e 140 °C, com pico modal entre 80 °C 90 °C.
84
Figura 7: Histograma dos dados microtermométricos: A) - Temperatura de fusão do gelo Tfg °C; B) -
temperatura do eutético Te °C; C) - Salinidade % equiv. em peso de NaCl e D) - Tht°C.
b - Inclusões Trifásicas Saturadas Tipo IV: a fusão de gelo (Tfg °C) ocorreu entre -26 °C a -6 °C,
com moda entre -20 °C a -18 °C (fig. 8A). A salinidade obtida a partir da fusão do sólido de saturação
varia de 28,5% a 35,0% com moda entre 29% a 29,5% em peso de NaCl (Figura 8C).
As medidas das temperaturas do eutético correspondem ao intervalo de -49,7 °C a -39,0°C e -36,4 °C
a -31,5°C com respectivas modas nos intervalos de -45,0 °C a -43,5 °C e -33,0 °C a -31,5 °C (Figura
8B), temperaturas estas obtidas para fluidos de H2O- NaCl-CaCl2 que representam maior volume
analisado e H2O- MgCl2 respectivamente.
A homogeneização total ocorre para líquido a temperaturas entre 120 °C a 240 °C com valores modais
entre 170 °C a 180 °C (Figura 8D).
85
Figura 8: Histogramas mostrando a distribuição de frequência das propriedades microtermométricas das inclusões fluidas saturadas entre: A) - Tfg °C; B) - Te °C; C) - Salinidade % peso de NaCl; D) Th (°C).
c) – Diagramas de Dispersão para Inclusões Tipo Bifásica e Trifásica Saturada: na Figura 9A
observa-se a presença de um “trend” denominado curva de saturação representada por grupos de
salinidade alta. Mostra este trend que as inclusões trifásicas saturadas (L+V+S) sofrem um decréscimo
na salinidade com a queda da temperatura até 125 °C. Trend este similar aos discutidos em trabalhos
de Shepherd et al. (1985); Barr (1990); Almada & Villas (1999); Weber et al. ( 2008); Silva et al.
(2008). As inclusões bifásicas (L+V) de salinidade variada (figura 9A) apresentam um decréscimo de
salinidade dentro de uma faixa com intervalos de temperatura definidos entre 50°C e aproximados 150
°C..
Na (Figura 9B) se percebe a diferenciação entre as inclusões bifásicas (Tipo III) e trifásicas
(Tipo IV) que se homogeneizam em diferentes temperaturas (Th°C) mostrando sistemas fluidos em
campos distintos em consequência dos padrões de Te°C sintetizando a entrada de íons como Ca2+
, Cl-,
Na+, Mg
+ e outros componente como KCl e FeCl2.
86
Figura 9: A) - Diagrama de correlação temperatura de homogeneização total x salinidade para as inclusões tipo
bifásicas (Thtot(L)) e tipo IV trifásicas saturadas (Thtot(s)). (B) - Diagrama de valores de Te°C x Thtotv de inclusões
bifásicas e Te°C x Thtots das trifásicas saturadas.
- Estudos com inclusões fluidas de outros depósitos de ouro na Província Alta Floresta
como termo de comparação ao regime fluido do depósito estudado:
Trabalhos desenvolvidos por Assis (2006) e por Silva et al. (2008) com inclusões fluidas em
veios de quartzo em depósitos auríferos dentro da Província Aurífera Alta Floresta revelaram dados
microtermométricos de inclusões primárias, que por via de regra, estariam relacionadas com os fluidos
mineralizantes das áreas investigadas.
No distrito aurífero Alta Floresta, os depósitos investigados por Assis (2006) são
representados pelos garimpos Paraíba, Novo Mundo, e por Silva et al (2008) Pé - de - Fora, Edu,
Trairão, Paraíba, Fabinho e Tapajós.Depósitos que ocorrem na forma de veios, vênulas e sistemas
stockwork ou disseminados em rochas de composição graníticas.
O enfoque destes trabalhos corresponde à caracterização dos parâmetros físico-químicos das
inclusões fluidas, tais como: salinidade, composição e temperaturas mínimas dos sistemas
relacionados com o processo responsável de formação da mineralização depositada.
No que se refere aos depósitos estudados por Assis (2006) os dados de microtermometria
mostraram inclusões para o garimpo Paraíba como de sistemas fluidos aquossalinos distintos e fluidos
ricos em CO2 em coexistência com fluidos aquosos de salinidade alta caracterizando um sistema em
imiscibilidade, progressivamente misturando com fluidos aquosos mais diluídos. Se tratando do
depósito Novo Mundo, ainda o mesmo autor, obteve um sistema fluido é puramente aquoso, de
salinidade alta em 33% de NaCl, envolvido com fluidos de mais baixa temperatura, de natureza
externa (meteórica).
87
Com relação aos trabalhos de Silva et al. (2008) na interpretação de dados obtidos em
medidas de microtermométria de inclusões fluidas em veios de quartzo dos garimpos nessa província
aurífera, demonstraram no geral, serem em temperatura ambiente, bifásicas (LH2O +VH2O); trifásicas
saturadas (LH2O + VH2O + S); multifásicas (LH2O + VH2O + SSS); trifásicas aquocarbônicas (LH2O + LCO2 +
VCO2) e mais raramente as carbônicas.
De acordo com Silva et al. (2008) os valores do eutético (variando -53°C e -42°C) e
temperatura de fusão do CO2 ( numa faixa de -63,0ºC a -53,3°C), estariam relacionados distintamente
para sistema de natureza aquosa compostos de H2O - NaCl – CaCl2 e sistemas fluidos
predominantemente aquocabônicos CO2 ± N2 ± CH4; H2O - NaCl - CaCl2 - CO2 (± N2 ± CH4),
respectivamente. A gênese desses depósitos pode estar atribuída conforme os dados sugerem uma
contribuição magmática, indicando que as mineralizações na província estão relacionadas á evolução
de granitos de arco magmático.
CONCLUSÕES
Os sistemas fluidos envolvidos no processo hidrotermal do Garimpo Trairão foram
identificados a partir do estudo de inclusões fluidas (tipo III e IV) de caráter primário, aquosas salinas
trapeadas em veios de quartzo associados ao granito Nhandu.
Considerando os dados de temperatura eutética o grupo III constituindo a maioria das
inclusões fluidas estudadas apresentou dois grupos distintos do T°C, com valores de entre -43,5°C a -
42,5°C e -21,5°C a -20,0°C indicando respectivamente a presença dos sistemas salinos H2O - NaCl -
CaCl2 e H2O – NaCl e h2O - NaCl com salinidades entre de 2,5% a 26% NaCl equiv., e Th (Tot) entre
50°C a 180°C.
O grupo IV aparece com menor frequência indicando sistemas H2O - NaC l- CaCl2 (Te°C= -
45,0°C a -43,5°C) e sistema H2O- MgCl2 ( Te°C= -33,0°C a -31,5°C) . Este grupo de inclusões
trifásicas saturadas apresentam salinidades mais altas indicando um mínimo de 28% e um máximo de
35,% peso equiv. de NaCl, com (Th(tots)) oscilando entre 120ºC a 240°C.
A variação apresentada para as salinidades das inclusões pode ser vista como resultado da
mistura de fluidos de diferentes composições. Com base nesta premissa inclusões de baixa salinidade
representam um fluido frio de origem externa, águas de chuva/meteórica com aumento da sua
temperatura durante sua descida ao infiltrar as fraturas da rocha.
No caso da salinidade intermediária os dados demonstram serem resultados da junção de dois
produtos distintos, um fluido de natureza meteórica (baixa salinidade) com um fluído de origem
magmática (alta salinidade). Enquanto os resultados das salinidades altas estariam vinculados à
filiação magmática que durante a trajetória de sua ascensão passou por queda de temperatura.
88
Com base nos dados adquiridos do depósito Trairão por meio de resultados
microtermométricos fez-se possível estabelecer diferenças e semelhanças de composições e
temperaturas com as dos demais modelos metalogenéticos em diversos depósitos da província aurífera
Alta Floresta. Dentre os exemplos nesta província assemelha-se principalmente ao Depósito Novo
Mundo, de regime fluido essencialmente aquoso, o qual teria sofrido mistura de fluidos muito salinos
de possível origem magmática, com pouco salinos, externos, meteóricos e de baixa temperatura.
De antemão, a essas informações sobre os dados obtidos na área do garimpo Trairão, com
destaque para os de Inclusões Fluidas permite sugerir a realização de mais estudos na área em questão,
com intuito de comprovar a existência de outros sistemas, por exemplo, H2O - NaCl - CaCl2 - CO2 (±
N2 ± CH4) e CO2 ± N2 ± CH4 não identificados durante esta pesquisa, porém sistemas estes
reconhecidos nos demais garimpos investigados por outros autores dentro da Província Aurífera Alta
Floresta.
AGRADECIMENTOS
Ao apoio da CAPES, pelo subsídio dado através de bolsa de pesquisa, PROCAD
UFMT/UNICAMP processo n° 23038.000675/201015 e aos revisores pelas críticas e sugestões
colocadas.
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