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ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICO-FINANCEIRO, ECONÔMICO E MERCADOLÓGICO DA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADE DE COWORKING NO CRITT ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICO-FINANCEIRO, ECONÔMICO E MERCADOLÓGICO DA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADE DE COWORKING NO CRITT AGENDA DE DESENVOLVIMENTO DA ZONA DA MATA DE MINAS GERAIS SETEMBRO / 2014

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICO-FINANCEIRO, … · da Mata Mineira, os projetos de implantação do Parque Científico e Tecnológico de Juiz de Fora e região, a criação da Rede

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ESTUDO DE VIABILIDADETÉCNICO-FINANCEIRO, ECONÔMICO E

MERCADOLÓGICO DA IMPLANTAÇÃO DEUNIDADE DE COWORKING NO CRITT

ESTUDO DE VIABILIDADETÉCNICO-FINANCEIRO, ECONÔMICO E

MERCADOLÓGICO DA IMPLANTAÇÃO DEUNIDADE DE COWORKING NO CRITT

AGENDA DE DESENVOLVIMENTO DAZONA DA MATA DE MINAS GERAIS

SETEMBRO / 2014

AGENDA DE DESENVOLVIMENTO DAZONA DA MATA DE MINAS GERAIS

O presente documento tem por obje�vo analisar a viabilidade técnico-econômica, financeira e mercadológica referente à implantação de uma unidade de coworking, in�tulado ESPAÇO COWORKING, no município de Juiz de Fora, junto às instalações do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia - CRITT, na Universidade Federal de Juiz de Fora.

O ESPAÇO COWORKING consiste em um ambiente estruturado fisicamente como um escritório compar�lhado e colabora�vo para atender as demandas originadas de estudantes universitários, empreendedores e empresas ligadas às a�vidades de Tecnologia da Informação (TI). A implantação do referido equipamento faz parte das ações mul�-ins�tucionais formadas por representantes do Governo, da Academia e de organizações produ�vas des�nadas à fortalecer a cultura empreendedora e de inovação local, criando, assim, um ambiente econômico que favorece as a�vidades produ�vas intensivas em tecnologia, como é o caso do segmento da Tecnologia de Informação.

Jackson Fernandes Moreira JúniorCoordenador da Agenda de Desenvolvimento da Zona da Mata

Prefeitura de Juiz de Fora

AGENDA DE DESENVOLVIMENTO DAZONA DA MATA DE MINAS GERAIS

ÍNDICE

1- INTRODUÇÃO ................................................................................................................

2- BREVE HISTÓRICO DOS ASPECTOS INSTITUCIONAIS REFERENTES AO DESENVOLVIMENTO DOS SEGMENTOS DE TI E INOVAÇÃO NA ZONA DA MATA ..................2.1- Ações Ins�tucionais para o Desenvolvimento dos Segmentos de TI em Juiz de Fora e Região ...............................................................................................................................

3- O ESPAÇO COWORKING DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA ..........................3.1- A Missão ....................................................................................................................3.2- A Visão .......................................................................................................................3.3- O Obje�vo da Implantação do ESPAÇO COWORKING ..................................................3.4- Produto: O ESPAÇO COWORKING ................................................................................3.4.1- O que é o ESPAÇO COWORKING? .............................................................................3.4.2- Quais necessidades serão atendidas pelo ESPAÇO COWORKING? .............................3.4.3 - Como Funcionará O ESPAÇO COWORKING? .............................................................3.4.4- Quanto Custará os serviços oferecidos pelo ESPAÇO COWORKING? .........................3.4.5- Qual é o perfil do potencial Público-Alvo do ESPAÇO COWORKING? .........................

4 - ASPECTOS DO MERCADO E TENDÊNCIAS .......................................................................4.1- O Mercado Internacional e Domés�co de TI ...............................................................4.2- O Mercado Regional ...................................................................................................4.2.1. Dimensionamento do Mercado ................................................................................

5- ANÁLISE AMBIENTAL E FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA .....................................................5.1- Análise Ambiental ......................................................................................................5.1.1- Ambiente Externo ....................................................................................................5.1.2- Ambiente Interno ....................................................................................................5.2- Formulação Estratégica ...............................................................................................5.2.1- Matriz SWOT ...........................................................................................................5.2.2- Ações Estratégicas ...................................................................................................

6- PLANO DE INVESTIMENTOS E FLUXO FINANCEIRO .........................................................

7- RESULTADOS ESPERADOS DA IMPLANTAÇÃO DO ESPAÇO COWORKING .........................

8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................................

03

06

08

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27272729303031

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ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICO-FINANCEIRO,

ECONÔMICO E MERCADOLÓGICO DA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADE DE COWORKING NO CENTRO REGIONAL DE INOVAÇÃO E

TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA - CRITT

1- INTRODUÇÃO

O segmento de Tecnologia da Informação (TI) é um dos mais dinâmicos e agregadores

de valor de uma economia, na medida em que contribui para o ganho de produtividade dos

processos ao mesmo tempo em que eleva qualidade dos produtos e serviços ofertados pelas

organizações. A Tecnologia da Informação permite aos agentes econômicos acessarem,

organizarem e processarem o extraordinário volume de dados gerados pela sociedade

contemporânea, transformando informação em conhecimento e melhorando a qualidade do

processo de tomada de decisões.

Em um ambiente caracterizado pela globalização, abertura e desregulamentação de

mercados e, consequentemente, pelo aumento da concorrência entre as economias

internacionais, o fortalecimento da indústria tecnológica se transforma em ação estratégica e

obrigatória para que um país se posicione competitivamente em relação aos seus pares. A

tecnologia garante ganhos sistemáticos de produtividade, uma vez que permite a otimização

alocativa dos fatores de produção, garantindo a maximização de seus retornos. De acordo

com pesquisa realizada pela CompTIA. Todd Thibodeaux, mais de 80% das empresas

brasileiras afirmaram que a tecnologia é importante, ou muito importante, para o seu

sucesso e, ainda, que 97% planejam aumentar seus desembolsos com TI neste ano1.

Do ponto de vista social, o desenvolvimento dos setores relacionados à industria da

tecnologia de informação impactam diretamente no processo de desenvolvimento

socioeconômico de um país, seja através do incremento de valor aos serviços prestados pelo

próprio setor, seja pela capacidade do segmento de TI em atender a demanda de outros

setores produtivos. Segmentos financeiros, comerciais, industriais, de serviços para a saúde,

de educação, entretenimento, entre outros, têm na plataforma digital um meio convergente

1 Extraída do endereço eletrônico http://assespro.org.br/biblioteca/dados-mercado/2013-05-24-80-por-

cento-das-empresas-brasileiras-entendem-ti-como-sucesso-de-seus-negocios-aponta-estudo/ no dia 18/08/2014.

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e natural de estruturarem seus negócios. Assim, a inter-relação do setor de TI com outros

setores cria um efeito multiplicador que permeia toda a economia, reforçando, dessa forma,

o seu papel estratégico no processo de desenvolvimento socioeconômico do país.

Existe, por parte dos gestores públicos, um senso comum de que a competitividade

de uma economia dependerá, cada vez mais, da capacidade inovadora e de agregação de

tecnologia de sua base produtiva. Em relação aos aspectos institucionais, observa-se, nos

três níveis de governo, a existência de marcos regulatórios que criam contornos legais

favoráveis ao desenvolvimento do ambiente de inovação, premissa básica para a

consolidação do setor de TI de uma economia. De uma forma geral, a preocupação da

administração pública é de criar um ambiente que fortaleça a consolidação da cultura

empreendedora e da inovação no país e, com isso, estimular a expansão dos investimentos

diretos nos segmentos ligados à indústria de tecnologia, permitindo que o Brasil, por

exemplo, melhore sua colocação de sétimo para quinto, no ranking internacional de

produção de software e prestação de serviços de TI, até 2022.

Na esfera Federal, destaca-se a Lei 10.973, de 02 de dezembro de 2004, denominada

Lei da Inovação, que tem por objetivo desenvolver no país uma cultura de inovação, na

medida em que o conhecimento se apresenta como elemento central do processo de

criação e distribuição de riquezas das novas economias. A Lei em questão apoia-se em três

pilares que visam estimular uma maior contribuição do setor produtivo em relação à

alocação de recursos financeiros na promoção da inovação, a saber:

I) Constituição de ambiente propício às parcerias estratégicas entre as universidades,

institutos tecnológicos e empresas;

II) Estimulo à participação de instituições de ciência e tecnologia no processo de

inovação;

III) Incentivo à inovação na empresa2.

Na mesma linha, a Lei 11.196 / 05, conhecida também como “Lei do Bem”, dispõe de

incentivos fiscais que as empresas podem usufruir de forma automática, desde que realizem

pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica3. Já a Lei Federal

Complementar nº123 estabelece margem de preferência em licitações e oferece adicional de

2 Extraída do endereço eletrônico

http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/8477/Lei_de_Inovacao.html no dia 18/08/2014. 3 Extraída do endereço eletrônico http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11196.htm

no dia 18/08/2014.

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preferência de até 25% para produtos com tecnologia desenvolvida no país. Nesse contexto,

o Decreto 7.174 regulamenta a contratação de bens e serviços de informática pela

administração pública federal.

Quanto aos programas destinados a fomentar o segmento de TI, destaca-se o

Programa do Governo Federal, lançado em agosto de 2012, intitulado TI MAIOR que tem por

objetivo estimular o desenvolvimento de software no Brasil, a partir de investimentos de R$

500 milhões, até 2015. Do ponto de vista regional, tanto o Governo de Minas Gerais quanto

alguns municípios do estado têm criado arranjos institucionais convergentes àqueles

oferecidos pelo Governo Federal, através de leis, decretos, programas e projetos setoriais.

Assim, a Rede de Inovação Tecnológica foi criada pela Secretaria de Estado de Ciência e

Tecnologia e Ensino Superior (SECTES) com o objetivo de “Ampliar a capacidade de geração e

difusão de inovações tecnológicas em Minas Gerais, fomentando e articulando os diferentes

agentes empresariais, governamentais, do setor acadêmico e da sociedade”4. Tal rede, por

sua vez, vem dinamizando o Sistema Mineiro de Inovação que tem por objetivo criar o

adensamento de conhecimento através da consolidação dos Arranjos Produtivos Locais e da

implantação de ambientes inovadores como parques tecnológicos, incubadoras, polos de

excelência e polos de inovação.

Existe, portanto, um senso comum quanto ao fato de que a competitividade de uma

economia dependerá, cada vez mais, da capacidade inovadora e de agregação de tecnologia

de sua base produtiva. Invariavelmente, observa-se que os modelos de desenvolvimento

socioeconômico adotados pelos gestores públicos e privados contemplam ações de fomento

à cultura empreendedora, inovadora e de fortalecimento dos setores tecnológicos. Na Zona

da Mata Mineira, os projetos de implantação do Parque Científico e Tecnológico de Juiz de

Fora e região, a criação da Rede de Inovação da Zona da Mata, a Regionalização do Programa

MGTI e a sanção da Lei de TI no município de Juiz de Fora reforçam a importância da agenda

tecnológica no processo de desenvolvimento socioeconômico da região.

4 Extraída do endereço eletrônico http://www.tecnologia.mg.gov.br/projetos-estrategicos.php no dia

18/08/2014.

05

2- BREVE HISTÓRICO DOS ASPECTOS INSTITUCIONAIS REFERENTES AO DESENVOLVIMENTO

DOS SEGMENTOS DE TI E INOVAÇÃO NA ZONA DA MATA

A zona da Mata Mineira é a quarta maior mesorregião de Minas Gerais,

representando, em 2010, 7,29% do PIB total do estado. Apesar de sua importância

econômica, observa-se que no período compreendido de 1999 a 2010 a Zona da Mata

apresentou um crescimento de 36,10%, sendo a pior performance quando comparada às

outras 11 mesorregiões que compõem o estado mineiro. Da mesma forma, sua taxa foi

inferior à taxa de crescimento do estado de Minas Gerais e do Brasil, 64,46% e 48,76%

respectivamente, conforme tabela apresentado a seguir.

Tabela 01 - Evolução do Crescimento do PIB e Participação das Messorregiões

na formação do PIB de Minas Gerais – em R$ 1.000,00 a preços de 2000

REGIÃO 1999 2010 Mesorrerião/

Minas Variação

2010/1999

Me

sorr

egi

õe

s d

e M

inas

Ge

rais

1º Metropolitana de

Belo Horizonte 37.991.844,39 70.591.945,94 45,02% 85,81%

2º Noroeste de Minas 1.602.668,38 2.677.581,94 1,71% 67,07%

3º Central Mineira 1.585.330,94 2.582.351,04 1,65% 62,89%

4º Triângulo

Mineiro/Alto Paranaíba

14.700.023,29 23.511.453,13 15,00% 59,94%

5º Jequitinhonha 1.156.129,40 1.845.309,46 1,18% 59,61%

6º Oeste de Minas 3.689.168,54 5.884.150,37 3,75% 59,50%

7º Norte de Minas 3.874.160,72 6.058.672,78 3,86% 56,39%

8º Vale do Mucuri 887.893,52 1.344.113,11 0,86% 51,38%

9º Vale do Rio Doce 6.325.510,81 9.361.512,05 5,97% 48,00%

10º Campo das Vertentes

2.104.663,97 3.031.546,55 1,93% 44,04%

11º Sul/Sudoeste de

Minas 13.016.348,08 18.461.475,92 11,77% 41,83%

12º Zona da Mata 8.402.641,60 11.435.721,47 7,29% 36,10%

Minas Gerais 95.336.383,65 156.785.833,76 - 64,46%

Brasil 1.130.788.149,36 1.682.195.000,50 - 48,76%

Fonte: IPEADATA

Outros indicadores demonstram a baixa dinâmica econômica observada na Zona da

Mata, como por exemplo, a evolução da geração de emprego líquido segmentada por faixas

salariais em Juiz de Fora, maior município da região. Observa-se que no período

06

compreendido entre os anos de 1999 a 2010, praticamente, não foi gerado nenhum emprego

com remuneração superior a 02 salários mínimos. Pelo contrário, nesse período foi

observada uma substituição de postos de trabalho de maior renda por postos de menor

renda, sinalizando a existência de um processo de empobrecimento relativo da região.

A situação era ainda mais crítica quando considerado o fato do município de Juiz de

Fora ser um grande centro educacional, com 13 universidades com, aproximadamente, 3.500

graduados por ano. Tornava-se clara a dificuldade encontrada pelo município em absorver o

capital humano gerado por suas universidades e, consequentemente, a sua reduzida

capacidade de transformar conhecimento em expansão da renda. O ambiente econômico

local inviabilizava a alocação ótima do conhecimento em seus processos produtivos,

transformando, assim, a região em grande “exportadora de cérebros”, ou seja, a região

assumia o ônus da formação do capital humano, sem, entretanto, aproveitar um de seus

principais benefícios que é a elevação da renda local.

Tabela 02 - Evolução da Geração de Emprego Líquido em Juiz de Fora –

Segmentação por Faixas Salariais

Estudos desenvolvidos pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento

Econômico da Prefeitura de Juiz de Fora sugeriam que um dos principais motivos do modesto

crescimento, observado na recente história econômica da região, originava-se do baixo teor

tecnológico agregado à indústria e aos serviços locais. Era necessário, portanto, criar um

ambiente institucional capaz de fortalecer a cultura empreendedora e de inovação com o

objetivo de elevar os investimentos produtivos intensivos em tecnologia e,

consequentemente, o valor adicionado da produção local.

Ano ATE 0,5 0,51 A 1,0 1,01 A 1,5 1,51 A 2,0 2,01 A 3,0 3,01 A 4,0 4,01 A 5,0 5,01 A 7,0 7,01 A 10,0 10,01 A 15,0 15,01 A 20,0 MAIS DE 20,0 IGNORADO TOTAL

1999 60 1.907 1.558 -1.055 -850 -23 -649 -259 -378 -114 -13 -149 50 85

2000 118 1.982 992 -715 -1.044 -531 -292 -570 -273 -104 -84 -96 -142 -759

2001 165 2.035 1.015 -805 -643 -360 -498 -520 -364 -80 -33 -39 -75 -202

2002 77 2.450 2.177 1.016 -429 -774 -421 -425 -218 -107 -9 -62 49 3.324

2003 72 2.182 966 34 -948 -453 -409 -357 -172 -64 -4 -26 30 851

2004 120 2.979 2.189 756 -421 -429 -357 -327 -146 -95 -26 -18 25 4.250

2005 163 2.726 2.014 520 -213 -404 -322 -282 -138 -111 -39 -30 -20 3.864

2006 192 3.034 1.991 230 -411 -291 -135 -176 -84 -91 -21 -48 69 4.259

2007 281 2.934 2.596 -269 -122 -158 -230 -141 -75 -7 -18 -14 1 4.778

2008 48 3.438 2.308 223 -139 -248 -172 -140 -41 -44 -26 -25 181 5.363

2009 7 1.853 1.871 62 -154 -296 -231 -189 -93 -31 -33 -28 88 2.826

2010 252 3.065 2.258 869 -189 -191 -127 15 -60 -87 2 -4 94 5.897

2011 146 1.097 -408 -334 -315 -137 -24 46 -10 1 1 3 94 160

Total 1.701 31.682 21.527 532 -5.878 -4.295 -3.867 -3.325 -2.052 -934 -303 -536 444 34.696

Fonte: CAGED

07

Através de um arranjo institucional formado pela Prefeitura de Juiz de Fora,

Universidade Federal de Juiz de Fora, Agenda de Desenvolvimento da Zona da Mata de Minas

Gerais e associações de empresas de TI, têm sido desenvolvidas ações destinadas a elevar a

participação de atividades intensivas em tecnologia na matriz econômica regional.

2.1- Ações Institucionais para o Desenvolvimento dos Segmentos de TI em Juiz de Fora e

Região

A Prefeitura de Juiz de Fora sancionou um capítulo na Lei Orgânica do Município,

publicada em maio de 2010, que trata do ambiente de inovação local. Segundo a referida Lei,

no Título IV, Capítulo II, na seção XI, art. 116, “o Município instituirá a política de ciência,

tecnologia e inovação, para promover o desenvolvimento social, econômico, científico e

tecnológico, tendo como base o estímulo aos estudos, pesquisas e outras atividades nesse

campo”. Da mesma forma, o Chefe do Executivo local publicou o Decreto Nº 10.303, de 24 de

junho de 2010, que define as linhas do modelo de desenvolvimento adotado pela Prefeitura,

focadas, principalmente, no fortalecimento dos arranjos produtivos locais, na atração de

investimentos diretos, na consolidação das vantagens competitivas logísticas, no

desenvolvimento do capital humano e no estímulo à “produção científico-tecnológica local e

a sua integração econômica com a indústria do conhecimento e da inovação”.

Ratificando o seu compromisso com o fortalecimento de atividades intensivas em

tecnologia, a Prefeitura de Juiz de Fora sancionou, em setembro de 2013, a Lei Nº 12.838

que dispõem da redução da alíquota, de 5% para 2% do Imposto Sobre Serviço de Qualquer

Natureza incidente sobre as empresas que prestam serviços de informática. A referida Lei

permite ao município equalizar as condições fiscais com as dos principais centros de

desenvolvimento de TI do país, elevando a capacidade de Juiz de Fora em fomentar o

segmento, atraindo serviços de TI com maior valor agregado.

Em relação à Universidade Federal de Juiz de Fora, além dos investimentos destinados

à promoção de sua expansão física e acadêmica, a instituição elegeu a implantação do

Parque Científico e Tecnológico de Juiz de Fora e Região como uma das mais estratégicas

ações destinadas a promover a cultura empreendedora e o fortalecimento do ambiente

inovador na da Zona da Mata, condição fundamental para consolidação do segmento de TI

na região. O Plano de Negócios do Parque Tecnológico afirma que o principal propósito do

08

equipamento “está consolidado na promoção da integração do conhecimento gerado nas

Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) com as demandas empresariais e no estímulo de

criação de spin-offs, universitárias ou empresariais e startups de base tecnológica”5.

O Parque Tecnológico será implantado em uma área de, aproximadamente, 1.000.000

m2 a partir de inversões que totalizam R$ 95.000.000,00 (noventa e cinco milhões de reais).

Segundo o seu Plano de Negócios, existe um ambiente propício para a viabilização do

empreendimento, devido aos aspectos regulatórios, institucionais, econômicos e

mercadológicos, que criam uma interação que garante benefícios mútuos para os três níveis

de Governo, a UFJF, instituições científicas e tecnológicas (ICTs), comunidade empresarial,

investidores, sociedade local e outros parques.

Entendendo que apenas a construção física do parque não seria suficiente para

viabilizar seu funcionamento, sendo fundamental, portanto, a criação de um ambiente capaz

de gerar massa crítica e garantir a interação institucional entre os stakeholders do Parque,

necessária à ocupação plena do referido equipamento tecnológico, a UFJF, a Prefeitura de

Juiz de Fora e a FAPEMIG formalizaram um convênio destinado à criação da Rede de

Inovação da Zona da Mata. O convênio considerou como sendo um de seus principais

objetivos a formalização e a estruturação dos atores envolvidos no processo de

desenvolvimento socioeconômico regional em uma rede que visa a inserção de inovação nas

cadeias produtivas da Zona da Mata Mineira e, consequentemente, o aumento da

competitividade e a atração de novos empreendimentos para a região.

A importância do fortalecimento do ambiente de inovação no processo de

desenvolvimento socioeconômico na região ficou ainda mais evidenciada quando foi

instituído um eixo temático sobre o assunto na Agenda de Desenvolvimento da Zona da

Mata. A Agenda em questão foi criada em 2011 por lideranças da sociedade local com o

objetivo de instituir um programa capaz de promover a integração e o desenvolvimento da

Zona da Mata (ver Anexo I).

Nesse sentido, foram definidos oito eixos destinados a segmentar os principais

projetos da região em temas como infraestrutura, desenvolvimento industrial, agronegócios,

meio ambiente, segurança pública, saúde regional, incentivos fiscais e Inovação e TI. Neste

último eixo, foram considerados os projetos de implantação do Parque Tecnológico, a criação

5 Parque Científico e Tecnológico de Juiz de Fora e Região: Plano de Negócios. Universidade Federal de Juiz

de Fora; Fundação Dom Cabral, Juiz de Fora, 2013.

09

da Rede de Inovação da Zona da Mata, a implantação do Polo Tecnológico da Embrapa, em

Coronel Pacheco, e a criação de um Centro de Incubação de Empresas no IFET – Rio Pomba.

Do ponto de vista privado, observa-se a movimentação de associações de empresas

de TI com o objetivo de fortalecer a participação de Minas Gerais na formação do PIB setorial

nacional. Assim, foi criado o MGTI como uma organização formada pelas regionais mineiras

de quatro entidades nacionais de TI6, que tem como principal objetivo transformar Minas

Gerais, até 2022, no maior polo de tecnologia do Brasil. Em julho de 2014 foi criada a

estrutura regional da organização, intitulada MGTI Zona da Mata que definiu como ações

estratégicas:

Acelerar o desenvolvimento do ecossistema de startups em Juiz de Fora e Região;

Fomentar o empreendedorismo tecnológico, atraindo e mantendo na região capital

humano e projetos de negócio com alto potencial de crescimento;

Capacitar membros da comunidade e promover a cultura de inovação;

Promover a agregação de valor na atividade econômica;

Incentivar a transformação de conhecimento em negócios de maior valor;

Inspirar o surgimento de novos empreendedores;

Envolver a comunidade científica no desenvolvimento e resolução de problemas

práticos das empresas;

Fomentar o desenvolvimento e escalabilidade de negócios com foco no mercado

nacional e internacional (injetando recursos externos na cidade);

Atrair mentores e investidores;

Desenvolver um ambiente de coworking de excelência no Brasil que atraia os

melhores empreendedores e as melhores startups7;

Impacto Social na economia da região.

Identificada a existência “natural e legítima” de convergência de seus objetivos

institucionais com o do CRITT - Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia /

UFJF, o MGTI Zona da Mata propôs a “construção de uma agenda conjunta de trabalho capaz

de dinamizar, diversificar e fortalecer a base produtiva local, favorecendo assim o

6 Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação/Minas Gerais (Assespro), Fundação

Mineira de Software (Fumsoft), Sindicato das Empresas de Informática de Minas Gerais (Sindinfor) e Associação de Usuários de Informática e Telecomunicações (Sucesu).

7 “Startup significa o ato de começar algo. Empresas startup são empresas jovens e extremamente inovadoras

em qualquer área ou ramo de atividade, que procuram desenvolver um modelo de negócio escalável e repetível”. Extraído do endereço eletrônico http://www.significados.com.br/startup/ , no dia 18/08/2014.

10

desenvolvimento socioeconômico na Zona da Mata”8.

Dentre as ações mais importantes dessa agenda conjunta está a implantação de um

espaço coworking público, a partir de uma parceria técnica, onde o CRITT ficaria responsável

por disponibilizar um espaço estruturado como um grande escritório a ser compartilhado

pela comunidade afeta ao tema tecnológico e o MGTI Zona da Mata assumiria a

responsabilidade de “desenvolver processos de mentoria técnica, de promover ações de

treinamento e capacitação no espaço coworking, bem como de fomentar o espírito

empreendedor e inovador da comunidade envolvida com o projeto em questão”.

8 Documento de Intenções do MGTI Zona da Mata – Julho 2014.

11

3- O ESPAÇO COWORKING DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

É nesse contexto de construção de um arranjo institucional formado por

representantes de Governos, Universidades e Sociedade Produtiva, destinado a promover o

desenvolvimento do ambiente de empreendedorismo e inovação em Juiz de Fora e região

que se pauta o processo de implantação do ESPAÇO COWORKING da UFJF. O equipamento

em questão contribuirá, principalmente, com o fortalecimento da indústria de TI regional,

segmento estratégico na cadeia produtiva dos setores intensivos em utilização e

desenvolvimento de tecnologias.

3.1- A Missão

Permitir que empreendedores inovadores tenham acesso democrático a uma

estrutura completa de escritório para o desenvolvimento de produtos e

serviços intensivos em TI.

3.2- A Visão

Ser reconhecido como um dos mais importantes coworking de TI do Brasil.

3.3- O Objetivo da Implantação do ESPAÇO COWORKING

A Implantação do ESPAÇO COWORKING tem como principal objetivo, contribuir para

o desenvolvimento do ambiente tecnológico em Juiz de Fora e região através da criação de

um espaço que estimula o espírito empreendedor regional, bem como a geração de massa

crítica intensiva em conteúdo tecnológico, fundamental para a consolidação da Rede de

Inovação da Zona da Mata e para à ocupação criativa e plena do Parque Científico e

Tecnológico de Juiz de Fora e Região.

3.4- Produto: O ESPAÇO COWORKING

A seguir é apresentado um descritivo quanto aos aspectos físicos, estruturais,

funcionais e operacionais do ESPAÇO COWORKING, bem como as características do público-

alvo, potencialmente interessado em utilizar o referido equipamento.

12

3.4.1- O que é o ESPAÇO COWORKING?

Trata-se de um espaço público, estruturado fisicamente como um escritório

compartilhado e colaborativo, destinado a atender as demandas técnico-operacionais

originadas de estudantes universitários, empreendedores e empresas ligadas às de atividades

de TI. Os empreendedores trabalharão em um mesmo ambiente, trocando experiências,

informações e conhecimentos de forma natural e espontânea, recebendo mentorias,

treinamento e capacitação de profissionais já consolidados nesse mercado.

O ESPAÇO COWORKING exigirá investimentos da ordem de R$ 550.000,00

(quinhentos e cinquenta mil reais) e será instalado nas dependências do CRITT, na

Universidade Federal de Juiz de Fora, em uma área total de 297,00 m2, viabilizada a partir da

construção de um piso a ser implantado sobre o espaço onde estão instaladas as empresas

incubadas. A estrutura do layout do ESPAÇO COWORKING organiza-se a partir de uma grande

sala de 160,00 m2, onde serão instaladas 50 (cinquenta) estações de trabalho

compartilhadas.

Apesar de o ambiente ser compartilhado, algumas reuniões exigem privacidade,

necessitando, portanto, a disponibilização de espaços privativos. Nesse caso o layout

contempla 4 (quatro) salas individuais de reuniões que totalizam 86,00 m2. Existe, também,

uma sala de descompressão de 51,00 m2, uma vez que é muito importante, nesse tipo de

ambiente, onde se exigem grandes esforços mentais, locais destinados para o relaxamento

dos usuários. Tal espaço é fundamental para reduzir perdas de produtividade. (ver ANEXO).

O ESPAÇO será equipado com recursos tecnológicos destinados a viabilizar o acesso

dos usuários a uma rede de internet wi-fi exclusiva e com capacidade de trafegar 100 MB (2

MB para cada usuário). Da mesma forma, será disponibilizada toda a estrutura operacional

de um escritório, tais como impressoras, scanner, café, água, central telefônica.

3.4.2- Quais necessidades serão atendidas pelo ESPAÇO COWORKING?

O ESPAÇO COWORKING tem por objetivo democratizar o acesso à infraestrutura de

recursos de escritório para a comunidade a partir de um ambiente inovador, hi-tech,

compartilhado e colaborativo. Nesse sentido, o ESPAÇO COWORKING alinha-se

perfeitamente às demandas emanadas de empreendedores interessados em desenvolverem

13

seus empreendimentos afetos, preferencialmente, às áreas de TI, aproveitando uma

estrutura física completa, gratuita, em um ambiente criativo, de elevada massa crítica

tecnológica e altamente colaborativo.

Esta modelagem de espaço de trabalho permite aos usuários estabelecerem

relacionamentos onde podem ser mutuamente oferecidos e/ou contratados serviços, o que,

muitas vezes, favorece o surgimento e amadurecimento de ideias e projetos em grupo.

3.4.3 - Como Funcionará O ESPAÇO COWORKING?

O ESPAÇO fará parte da estrutura organizacional do CRITT e por isso terá seu

orçamento vinculado ao da própria entidade. O equipamento possuirá um estatuto de

funcionamento onde serão estabelecidas todas as normas e rotinas funcionais.

O ESPAÇO COWORKING funcionará em instalação a ser construída na unidade do

CRITT, de segunda a sexta-feira, das 8h às 23h. No sábado, o espaço permanecerá aberto das

8h às 18h. A partir de um edital público específico, serão selecionados estudantes

universitários, empreendedores e empresas de TI que utilizarão o espaço por 12 meses,

podendo prorrogar o uso por igual período, ocupando estações de trabalhos rotativas para

trabalharem em seus próprios Laptops. No caso das empresas selecionadas, as mesmas

poderão utilizar até duas estações de trabalho, no total de 16 estações que serão destinadas

a este tipo de usuário. O critério de seleção dos usuários do espaço considerará a qualidade

do projeto a ser desenvolvido e terá como benchmark parâmetros utilizados em concursos

internacionais de projetos de TI.

Observa-se que os usuários do ESPAÇO COWORKING deverão atender a critérios de

produtividade no desenvolvimento de seus projetos. A cada mês será realizada uma

avaliação quanto à evolução do desenvolvimento do projeto. Caso o usuário não atinja os

parâmetros mínimos estabelecidos em três avaliações consecutivas, será sumariamente

descredenciado a frequentar o ambiente.

O acesso à rede será através de sistema wi-fi a partir de senhas pessoais. Os usuários

do ESPAÇO COWORKING terão à sua disposição armários para guardar seus pertences. As

salas de reunião privativas serão utilizadas mediante agendamento e cada usuário terá um

limite de horas mensais para a sua utilização. Serão disponibilizados para os usuários, na sala

de descompressão, café, água mineral e geladeira para uso compartilhado.

14

A frequência dos usuários será controlada por um ponto eletrônico de entrada e saída

do espaço, podendo, inclusive, ser estabelecido um limite de tempo máximo de

permanência, viabilizando, assim, um número de usuários superior à capacidade instalada

estática da estrutura a ser implantada. A limpeza será diária e realizada pela própria

estrutura do CRITT, uma vez que o empreendimento será implantado nas instalações da

instituição. Quanto à manutenção, haverá uma rotina regular preventiva e um suporte para

eventuais ocorrências de problemas técnicos.

A gestão do ESPAÇO COWRKING ficará sob a responsabilidade de um administrador

especializado em TI e a ele caberá gerenciar a estrutura quanto aos aspectos operacionais e

financeiros, bem como realizar a prestação de contas para o CRITT. O administrador deverá

realizar avaliações periódicas de desempenho dos usuários do espaço, devendo, ainda,

organizar cursos de capacitação e treinamento que serão oferecidos por profissionais,

empresas e demais instituições públicas e privadas parceiras do projeto.

3.4.4- Quanto Custará os serviços oferecidos pelo ESPAÇO COWORKING?

Os serviços oferecidos no ESPAÇO COWORKING atenderão a três públicos distintos, a

saber: universitários, empreendedores (pessoa física selecionada no processo seletivo) e

empresas afetas às áreas de TI.

Para os universitários, os serviços serão oferecidos gratuitamente pela Universidade

Federal de Juiz de Fora, havendo, entretanto, uma exigência de contrapartida produtiva dos

mesmos. Ou seja, será exigido um desempenho mínimo quanto ao desenvolvimento do

projeto selecionado.

Já para as empresas e empreendedores selecionados, será cobrada uma taxa mensal

de serviço de R$ 512,00 (quinhentos e doze reais) por estação de trabalho. O cálculo da

referida taxa leva em consideração a estrutura dos custos operacional e patrimonial do

ESPAÇO COWORKING. Os pagamentos serão realizados mensalmente e os recursos serão

utilizados integralmente no custeio da unidade. Assim como os universitários e

empreendedores, as empresas serão avaliadas quanto ao desempenho do desenvolvimento

de seus projetos.

15

3.4.5- Qual é o perfil do potencial Público-Alvo do ESPAÇO COWORKING?

O perfil do potencial usuário de uma unidade coworking é caracterizado pelo espírito

empreendedor de alguém que procura realizar alguma coisa sempre. Assim, observa-se que

são indivíduos que possuem motivações para despender esforços pessoais com o objetivo de

materializar sonhos, ideias e projetos de empreendimentos executáveis, assumindo, para

tanto, riscos inerentes às atividades empreendedoras.

No ESPAÇO COWORKING são considerados como público-alvo estudantes

universitários, empreendedores e empresas afetas à área de TI interessados em desenvolver

novos produtos e serviços fundamentados na Economia do Conhecimento e na Economia

Criativa, como, por exemplo, startups, engenheiros de softwares e desenvolvedores de web.

De uma forma geral, são jovens empreendedores que enxergam uma unidade de

coworking como um ambiente ideal para aprender, conviver colaborativamente, e elevar

suas redes de oportunidades, sem precisar despender esforços em funções administrativas e

operacionais de um escritório, tudo isso a um baixíssimo custo, adequado à realidade de

quem esta começando um negócio9. Participam de redes sociais e trabalham ou se

interessam por TI, design, moda, artes, jogos virtuais.

9 Pesquisa Global Coworking Survey, extraída do endereço eletrônico

http://www.deskmag.com/en/coworking-spaces-in-brazil-sao-paulo-812 no dia 18/08/2014.

16

4 - ASPECTOS DO MERCADO E TENDÊNCIAS

4.1- O Mercado Internacional e Doméstico de TI

Devido ao dinamismo mercadológico e ao papel estratégico que assumem nas

organizações modernas, as expectativas quanto à evolução do mercado de TI apontam para

um crescimento vigoroso e sustentado nos próximos anos. Segundo estudos da consultoria

mundial Booz & Company, os investimentos das 1.000 empresas de capital aberto que mais

investem em P&D no mundo totalizaram, em 2013, U$ 638 bilhões10, perfazendo um

crescimento de 5,8% frente aos investimentos realizados em 2012. Dentre os segmentos que

mais investiram em P&D no mundo, estão as indústrias de computadores e eletrônicos,

farmacêutica e automotiva, que representaram 65% das inversões globais.

Estudos publicados pela ABES SOFTWARE11 demonstram que o valor total do

investimento global no segmento de TI somou em 2012, aproximadamente, U$ 2 trilhões,

representando um crescimento médio de 5,9% em relação aos investimentos observados no

período anterior. Desse total, foram investidos no Brasil U$ 64,5 bilhões, garantindo ao país a

7ª colocação no ranking internacional e um crescimento de 10,8%, quando comparado ao

ano anterior.

Quando analisados os setores de Software e Serviços de TI, os números são ainda

mais expressivos: em 2012, as inversões setoriais totalizaram R$ 27,2 bilhões (R$ 17,5 bilhões

em Serviços e R$9,7 bilhões em Software) perfazendo um crescimento de 26,7%, em relação

ao ano de 2011. Nota-se que o referido crescimento não pode ser considerado um resultado

isolado, uma vez que no período compreendido entre os anos de 2004 até 2012, o volume

observado foi de 352,8%, ou seja, uma expressiva expansão média anual de 44,1%.

10

Estudo Global Innovation 1000, elaborado pela consultoria mundial Booz & Company e extraído do endereço eletrônico http://www.strategyand.pwc.com/br/home/imprensa/mostrar/2013-global-innovation-1000-br no dia 18/08/2014.

11 Estudo Mercado Brasileiro de Software e Serviços – 2013. ABES SOFTWARE.

17

Quanto ao setor de Serviços, destacam-se os segmentos de Gerenciamento de

Operações/Outsourcing, Serviço de Suporte e serviços de Integração de

Sistemas/Implantação que representam 67,6% dos investimentos setoriais. Já, em relação ao

setor de Software, destacam-se os segmentos de Aplicativos e o de Ambientes de

Desenvolvimento que representaram 73,3% do total investido em 2012.

18

As expectativas quanto à evolução do mercado de TI no Brasil apontam para um

longo período de crescimento, sustentadas, principalmente, pela expansão dos

investimentos privados associados ao apoio governamental e pela aproximação da Academia

com o mercado. De uma forma geral, os segmentos de TI são fundamentais para elevar a

competitividade e produtividade da economia nacional. Assim sendo, o desenvolvimento de

novos produtos e processos, o desenvolvimento de softwares, a criação de mecanismos de

gerenciamento de dados, a comercialização de serviços digitais com segurança e rapidez e a

gestão remota, têm se transformado em elementos estratégicos na estruturação dos

negócios das companhias modernas.

A utilização de TI pela sociedade será cada vez maior. A disseminação da internet, a

partir dos anos 2000, tem influenciado diretamente na maneira do indivíduo trabalhar, se

divertir e se relacionar, fazendo com que o volume de informação produzida e consumida

pela comunidade global dobre a cada ano12. No Brasil, tal tendência é reforçada pelo

crescimento da classe média e, consequentemente, pela expansão, cada vez maior, do

consumo de plataformas computacionais, como, por exemplo, PCs, Laptops, Tablets e

Smartphones.

Devido a tais mudanças de comportamento cultural e do relacionamento da

sociedade com a TI, estudos desenvolvidos pelo IDC Technologies sugerem que, a partir de

2013, 90% do mercado de TI será direcionado para tecnologias de “3ª Plataforma

Tecnológica”, ou seja, tecnologias fundamentadas no desenvolvimento de softwares, de

aplicativos, de sistemas de gestão de dados, de segurança de informação, na computação em

nuvem, nas redes sociais, na mobilidade, na análise de grandes bancos de dados e no

desenvolvimento de soluções para indústrias inteligentes13.

12

Brasil TI-BPO BOOK 2013/2014 – Brasil IT Além das Expectativas – Brasil. Elaboração BRASSCOM e ApexBrasil. 13

Estudo Mercado Brasileiro de Software e Serviços – 2013. ABES SOFTWARE.

19

Fonte: ABES Software

Observa-se que as expectativas de crescimento da participação dos setores de TI

coincidem com o movimento de empreendedorismo no Brasil. Em 2012 o Brasil, entre 54

países, ocupava a 12ª posição do ranking GEM14, que monitora a atividade empreendedora

nacional dos países participantes. Segundo dados divulgados pela Endeavor15, em uma

pesquisa com jovens no país, 52% dos pesquisados afirmaram: “gostaria de me ver como um

empreendedor”, 48,2% afirmaram: “muitas vezes penso me tornar um empreendedor”.

Dados da mesma pesquisa apontam que se tornar empreendedor é o maior sonho de vida de

4% dos jovens. Quanto aos adultos, 26% afirmaram que pretendem abrir um negócio e 14%

estavam começando um negócio.

Outra pesquisa financiada pelo SEBRAE e realizada pelo Instituto Brasileiro de

Qualidade e Produtividade (IBQP) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), e que

14

Global Entrepreneurship Monitor. 15

Empreendedorismo: Desenvolvimento Econômico e Inovação. Apresentação de Carlos Frederico Ferreira, novembro de 2013.

20

reforça a força do empreendedorismo no Brasil, aponta que, em 2013, 71% de uma amostra

formada por 10.000 pessoas que abriram suas empresas, o fizeram por identificar como

sendo oportuno ganhar dinheiro sendo dono do próprio negócio. A pesquisa do

empreendedorismo por oportunidade mostrava, em 2002, que apenas 42% acreditavam na

força do mercado brasileiro.

Quase a metade dos novos empreendedores tem pelo menos o segundo grau

completo e quando considerado apenas aqueles que estão cursando ou já concluíram o

terceiro grau, o percentual sobe para 92%16. Observa-se, portanto, uma correlação direta

entre o nível de escolaridade e a ação empreendedora.

Tais indicadores fazem com que o Brasil se aproxime de países como Estados Unidos

(78%) e Reino Unido (84%), no ranking de empreendedorismo por oportunidade e fique à

frente de seus principais pares, como Índia, China, Rússia e África do Sul, demonstrando o

potencial de crescimento da participação nacional no mercado de TI, uma vez que tais

setores são diretamente influenciados pelo espírito empreendedor.

É nesse contexto que as unidades de coworking têm sido disseminadas pelo mundo e

pelo Brasil. Segundo artigo de Rodrigo Felipe intitulado “O planejamento estratégico e a

inovação no ambiente de trabalho: o coworking”, em agosto de 2012 contabilizavam-se, no

mundo, 2.150 espaços coworking, representando um crescimento de 61% em relação ao

mesmo período, em 2011. Já no Brasil, até agosto de 2013 eram identificados 45 espaços17.

O crescimento de 61% em apenas um ano ilustra o potencial de desenvolvimento para esse

tipo de empreendimento no mercado internacional e doméstico.

4.2- O Mercado Regional

A Análise do mercado regional deve ser realizada à luz dos aspectos mercadológicos

observados nos ambientes internacionais e nacionais. Nesse caso, prevalece a tendência de

consolidação da 3ª Plataforma Tecnológica e, consequentemente, do fortalecimento dos

segmentos que a compõem. Assim, a implantação do ESPAÇO COWORKING se mostra

extremamente oportuna, uma vez que o equipamento se apresenta como um importante elo

16

Extraído do endereço eletrônico http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,cresce-empreendedorismo-por-conviccao,1128332,0.htm, no dia 18/08/2014.

17 Extraído do endereço eletrônico http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/o-planejamento-

estrategico-e-a-inovacao-no-ambiente-de-trabalho-o-coworking/72133/, no dia 18/08/2014.

21

da cadeia produtiva dos segmentos que formam a 3ª Plataforma, devido à sua capacidade de

geração e concentração de massa crítica de base tecnológica, necessária ao desenvolvimento

de novos produtos e serviços.

Quanto maior o dinamismo dos mercados de TI, maior o interesse de universitários,

empreendedores e empresas de TI em utilizar os serviços a serem oferecidos pelo ESPAÇO

COWORKING, uma vez que o equipamento facilita o acesso de seus usuários a um ambiente

adequado e de baixo custo para a geração de produtos e serviços destinados a atender o

referido mercado.

Outro ponto que merece destaque se refere à questão da cultura empreendedora

observada na região. A concentração de universidades no município, que totalizam 13

instituições de ensino e um público de, aproximadamente, 40.000 universitários, bem como

o elevado número de residentes que possuem curso superior, dinamiza o espírito

empreendedor local, uma vez que estudos apontam para a existência de uma correlação

positiva entre nível de escolaridade e empreendedorismo.

O empreendedorismo inovador também merece ser destacado, e uma das melhores

formas é analisando os resultados do Programa de Incentivo à Inovação da UFJF (PII)18,

promovido pela SECTES. Em duas edições, 2007 e 2010, foram inscritos 141 Projetos de

Inovação, envolvendo 252 pesquisadores e 100 bolsistas. Da mesma forma, os resultados

apurados do Idea To Product – Latin América 201419 – realizado em Juiz de Fora em agosto de

2014, ratifica a existência de uma cultura empreendedora no município. De 36 projetos de

novos produtos ligados às áreas da Ciência da Vida, Tecnologia de Informação e Engenharias,

18 projetos foram selecionados, sendo 10 desenvolvidos na UFJF.

A expansão do número de registros de patentes pela UFJF, passando de 07 em 2006

para 70 em 2012, também contribui para reforçar a ideia de que existe no município um

ambiente favorável para o desenvolvimento da cultura empreendedora.

4.2.1. Dimensionamento do Mercado

No dimensionamento de mercado, referente à implantação do ESPAÇO COWORKING

18

Programa destinado a selecionar projetos que apresentem pesquisas inovadoras de aplicação prática e potencial com aplicação no mercado, e que são submetidos a Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica, Comercial, Ambiental e Social (EVTECIAS). Constatada a viabilidade os projetos aprovados recebem apoio financeiro para o desenvolvimento de protótipos ou produtos e planos de negócios.

19 Criada pela Universidade de Austin, no Texas, o I2P é uma competição internacional de planos de negócios

de produtos originais que utilizam tecnologias inovadoras.

22

da UFJF, foram considerados os seguintes aspectos:

a) Perfil do Púbico alvo: estudantes universitários, empreendedores e empresas

inovadoras afetas às áreas de TI interessados em desenvolver novos produtos e serviços

fundamentados na Economia do Conhecimento.

b) Área de Influência Geográfica: mesmo que o ESPAÇO COWORKING tenha condição

de atrair interessados de todo o território nacional e de outros países, a segmentação

geográfica considerou como área de influência mercadológica apenas Juiz de Fora, pelo fato

do município apresentar uma demanda potencial suficientemente densa para gerar uma

gravidade mercadológica capaz de viabilizar o empreendimento.

c) Mercado Potencial: Formado por um conjunto de potenciais usuários que

apresentam um significativo grau de interesse por um determinado bem e ou serviço. No

caso específico, considerou-se como sendo pertencente ao Mercado Potencial do ESPAÇO

COWORKING, universitários, empreendedores e empresas ligadas à área de TI. Dessa forma,

foi realizado um levantamento da população universitária local, ligadas aos cursos das áreas

de tecnologia, bem como o número de registros de empresas e autônomos

(empreendedores), da área de TI, catalogados no cadastro mobiliário da Prefeitura de Juiz de

Fora, conforme tabelas apresentadas abaixo:

Tabela 03 - Estimativa do Número de Universitários em Juiz de Fora de Áreas de Tecnologia

INSTITUIÇÃO DE ENSINO

CURSOS DE ÁREAS TECNOLÓGICAS Nº ALUNOS

ANO 4 ANOS*

CES – JF

Engenharia de software,

200 800 Engenharia de Telecomunicações

Sistema de Informação

DOCTUM

Ciência da computação

580

2.320

Matemática

Física

Sistema de Informação

Engenharia ambiental

Engenharia Cívil

Engenharia de Produção

Engenharia Elétrica)

23

ESTÁCIO DE SÁ

Análise e desenvolvimento de sistemas

500 2.000

Engenharia de Produção

Engenharia Civil

Matemática

Redes de Computadores

Sistemas de Informação

FACSUN Engenharia de Produção 77 308

GRANBERY Sistemas de Informação 100 400

IFSUDESTE

Engenharia mecatrônica

256 1.024 Engenharia metalúrgica

Física Sistemas de Informação

MACHADO SOBRINHO

Engenharia de Produção 50 200

UFJF

Ciência da Computação

802 3.208

Ciências Exatas

Engenharia Cívil

Engenharia Computacional

Engenharia de Produção

Engenharia Elétrica

Engenharia elétrica em robótica e automação industrial

Engenharia mecânica

Engenharia ambiental e sanitária

Estatística

Física

Química

Sistema de Informação

UNIVERSO Engenharia de Produção

600 2.400 Sistema de Informação

VIANNA JUNIOR

Sistema de Informação 80 320

TOTAL 3245 12.980

Fonte: SDEER/PJF

* Tempo médio dos cursos.

24

Tabela 04 - Número de Empresas e Autônomos Registrados

no Cadastro Mobiliário Municipal

Atividade Código do Cadastro

Municipal Quantidade de Registro

Criação e Manutenção de Sites 21941 18

Internet e Prestação de Serviços 22609 214

Software – Instalações de programas 22622 98

Computação Gráfica 22626 21

Processamento de Dados 22645 328

Análise e Programação de Sistemas 22651 5

Geração de programas de computador sob encomenda 22664 1

Cessão de direito de uso de programas de computação 22665 4

Provimento de acesso e informação junto à internet 22669 28

Auxiliar em informática 22676 1

Desenvolvimento de Software 22682 165

Provedor de acesso à internet 22684 47

Técnico em processamento de dados 22965 10

Análise de sistemas e métodos 23148 3

Programador de computação 23150 8

TOTAL - 951

Fonte: PJF

d) Viabilidade Mercadológica: Conforme apresentado na descrição do

empreendimento, o ESPAÇO COWORKING disponibilizará para seus usuários 50 estações de

trabalho, sendo 36 destinadas a atender as demandas dos universitários e 16 para atender

empreendedores e empresas do segmento de TI. O dimensionamento do mercado sugere a

viabilidade mercadológica, uma vez que a demanda necessária para ocupação plena do

COWORKING representa apenas 0,26% do Mercado Potencial, quando considerado o

segmento universitário e, 1,68% do Mercado Potencial formado pelos empreendedores e

empresas de TI, conforme tabela apresentada a seguir.

Tabela 05 - Relação entre a Ocupação Plena e o Mercado Potencial

EMPRESAS E AUTONOMOS

ESTUDANTES DAS ÁREAS DE TECNOLOGIA

Mercado Potencial 951 12.980

Ocupação Plena 16 34

Plena/Potencial 1,68% 0,26%

25

Da mesma forma, um levantamento do mercado juizforano apontou a existência de

apenas uma empresa que oferece serviços de coworking no município. Entretanto, a

empresa em questão, que oferece 20 estações de trabalho20, considera o atendimento a

qualquer segmento que demande serviços de escritórios. Apesar de apresentarem, à

primeira vista, produtos semelhantes, a faixa estratégica de mercado do ESPAÇO

COWORKING considera o empreendedorismo tecnológico, enquanto o da empresa em

questão opera em um mercado focado, principalmente, na redução de custos escritórios.

Mesmo considerando o fato do ESPAÇO COWORKING e a Empresa consultada operarem na

mesma faixa de mercado, observa-se, claramente, uma oferta bastante limitada a ser

disponibilizada por ambas as estruturas quando comparada ao mercado potencial

considerado na análise, sugerindo, assim, a existência de uma significativa demanda

reprimida.

20

Informação coletada através de consulta por telefone à empresa.

26

5- ANÁLISE AMBIENTAL E FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA

No capítulo a seguir são apresentados os resultados dos estudos referentes ao

ambiente mercadológico inerente à implantação do ESPAÇO COWORKING, bem como os

aspectos estratégicos considerados no processo de tomada de decisão quanto à realização

do empreendimento.

5.1- Análise Ambiental

A análise em questão considerou o impacto das variáveis que, de alguma forma,

influenciam os ambientes externo e interno inerentes à implantação do ESPAÇO

COWORKING. O referido estudo tem por objetivo identificar as condições macroambientais,

setoriais e organizacionais que afetam a empresa no cumprimento de sua missão21.

5.1.1- Ambiente Externo

Na análise do ambiente externo são consideradas variáveis que impactam no negócio,

sem que o empreendimento tenha controle sobre as mesmas. Nesse caso, o conjunto de

variáveis criam condições ambientais que se transformam em oportunidades ou ameaças

para o desenvolvimento do negócio.

Analisando as variáveis externas, que se organizam em dois grupos denominados

Macroambiental22 e Setorial23, e as características do conceito de negócio referente ao

ESPAÇO COWORKING, foram identificadas as principais oportunidades e ameaças que

envolvem o novo empreendimento, a saber:

21

Extraído do endereço eletrônico www.estrategia.com.br/Estrategia_corpo_capitulos_analise_ambiente.htm no dia 04/09/2014.

22 Variáveis que afetam indistintamente todos os setores de uma economia.

23 Variáveis correlatas aos segmentos analisados como TI e Inovação.

27

Tabela 06 - Análise do Ambiente Externo

OPORTUNIDADES

NATUREZA DESCRIÇÃO OBSERVAÇÕES

MACRO

Apoio Institucional de Governo, Academia e Mercado.

Formação da “Tríplice Hélice” em Juiz de Fora: Prefeitura de Juiz de Fora, UFJF e MGTI.

Marco Regulatório Favorável ao desenvolvimento da cultura de inovação

e fortalecimento do segmento de TI.

Existência de Leis e Programas Federais, Estaduais e municipal que apoiam o segmento.

Alinhamento do projeto de Implantação do ESPAÇO COWORKING às políticas de

desenvolvimento regional.

A Prefeitura de Juiz de Fora, a UFJF, o Governo de Minas Gerais e a Agenda de Desenvolvimento da Zona

da Mata consideram os segmentos de TI e Inovação estratégicos no desenvolvimento da região.

Envolvimento da comunidade local em ações empreendedoras e inovadoras.

Comprovado pelos resultados observados nos concursos de empreendedorismo e inovação realizados no município e pelo numero de patentes registradas no

município.

O grande número de universitários e profissionais com terceiro grau completo

residentes em Juiz de Fora.

Além de ser considerado Púbico Alvo, observa-se a ocorrência de uma correlação direta entre o nível

educacional e o espírito empreendedor.

SETORIAL

Expansão dos investimentos globais em TI.

Expectativas sugerem crescimento anual de 5,8% para os próximos anos.

Dinamismo do setor empresarial de TI. Representado, principalmente, pelas ações do MGTI

Zona da Mata.

A expansão do setor de TI em Juiz de Fora.

A lei Municipal Nº 12.838 tem estimulado a criação de novas empresas de TI.

A implantação do Parque Científico e Tecnológico.

O Equipamento fortalecerá a ambiência tecnológica na região e com isso a ampliação dos investimentos

setoriais.

Baixa concorrência. Foi identificada apenas uma empresa estruturada em Juiz de Fora e que oferece serviços de COWORKING.

AMEAÇAS

NATUREZA DESCRIÇÃO OBSERVAÇÕES

MACRO

Incerteza quanto ao crescimento da economia brasileira nos próximos anos.

O País entrou em agosto de 2014 em recessão técnica e incertezas econômicas afetam negativamente a

realização de investimentos diretos.

Desinformação e pouco familiaridade da comunidade local quanto ao serviços a

serem oferecidos pelo COWORKING.

Trata-se de um tipo novo de serviço inovador a ser oferecido em Juiz de Fora.

28

5.1.2- Ambiente Interno

Trata-se do ambiente referente às condições internas à organização, ou seja, é

formado por variáveis passíveis de serem gerenciadas e afetas, principalmente, aos fatores

de produção alocados nas atividades produtivas, como por exemplo, capital humano,

recursos financeiros, estruturas físicas, valores e identidades organizacionais, marca, entre

outros.

No caso da análise do ambiente interno relativo ao ESPAÇO COWORKING, foram

identificadas quais as condições encontradas na estruturação do empreendimento que

contribui ou prejudica o posicionamento competitivo do negócio analisado. Dessa forma,

foram listadas as principais forças e fraquezas referentes à implantação do coworking da

UFJF, conforme apresentado na tabela a seguir:

Tabela 07 - Análise do Ambiente Interno

FORÇA

DESCRIÇÃO OBSERVAÇÕES

Chancela Institucional da UFJF ao empreendimento. A UFJF é uma instituição muito respeitada que

transfere credibilidade, confiança e qualidade aos produtos e serviço que chancela.

Baixo custo e apoio financeiro do CRITT.

O empreendimento foi planejado para operar com baixo custo, principalmente, pelo fato da existência de

economias de escala e escopo viabilizado pela sua integração operacional e física à estrutura do CRITT.

Ambiente de elevada densidade Tecnológica. O COWORKING será instalado no CRITT, local que

concentra capital humano intensivo em conhecimento e tecnologia.

Localização e Acessibilidade. O COWORKING será implantado na UFJF, região muito

bem localizada e servida por excelente serviço de transporte público.

Excelente estrutura física.

O COWORKING será construído a partir de um projeto arquitetônico moderno, um layout extremamente funcional e disporá de uma estrutura completa e

moderna de escritório.

Acessos à Programas Governamentais.

A UFJF pretende habilitar o seu coworking em programas governamentais de promoção de

empreendedorismo, inovação, startups e aceleração de empresas.

Experiência da gestão da cadeia do conhecimento, inovação e transferência de tecnologia.

Principalmente, devido à sua proximidade física e institucional ao CRITT e Parque Tecnológico.

29

FRAQUEZA

DESCRIÇÃO OBSERVAÇÕES

Engessamento Burocrático Por se tratar de uma entidade pública, o COWORKING

está sujeito aos princípios de gestão burocrática.

Limitações de espaço físico As restrições físicas limitam ampliação do número de oferta de estações de trabalho, frente a um eventual

aumento de demanda.

Restrições quanto à flexibilidade do horário de funcionamento.

O horário de funcionamento do ESPAÇO COWRKING deverá se adequar ao horário de funcionamento da

UFJF.

5.2- Formulação Estratégica

5.2.1- Matriz SWOT

A Matriz SWOT é uma ferramenta de apoio à decisão utilizado pelas organizações

para auxiliar em seus processos de definição de formulação de suas políticas estratégicas, a

partir da avaliação dos ambientes externo e interno referente ao espectro de atuação

mercadológica das mesmas. Nesse sentido, após realizar a análise ambiental referente à

implantação do ESPAÇO COWORKING, observou-se condições favoráveis à realização dos

investimentos, uma vez que se constatou a existência de um ambiente predominantemente

de oportunidades, ao mesmo tempo em que o empreendimento apresenta forças que

elevam sua competitividade organizacional. Dessa forma, tal ambiente potencializa a

probabilidade de sucesso dos investimentos a serem realizados.

O quadro a seguir ilustra as condições do referido ambiente estratégico, formado pelo

quadrante criado pela intercessão entre os ambientes de Oportunidades e os Pontos Fortes

do empreendimento:

30

Quadro 01 - Matriz SWOT

AMBIENTE EXTERNO

Predominância de

Oportunidades Ameaças

AM

BIE

NTE

EX

TER

NO

Pre

do

min

ânci

a d

e

Pon

tos

Fort

es

O quadrante que caracteriza as condições ambientais relativas à

implantação do ESPAÇO COWORKING é formado, predominantemente, por

Oportunidades e pelos Pontos Fortes do empreendimento. Tais condições sugerem uma maior

probabilidade de sucesso da ação empreendedora, uma vez que

configura um ambiente que favorece seu posicionamento

competitivo, justificando, assim, a realização do investimento.

Pon

tos

Frac

os

5.2.2- Ações Estratégicas

A definição das ações estratégicas a serem tomadas considerará as condições

ambientais externas e internas analisadas e tem por objetivo potencializar as oportunidades

mercadológicas identificadas através do perfeito gerenciamento dos recursos

organizacionais, disponibilizados pelo empreendimento, e que são percebidos como Forças

frente a possíveis concorrentes.

Na tabela a seguir são listadas algumas ações estratégicas que visam melhor o

posicionamento do empreendimento frente ao seu mercado. As ações foram segmentadas

por Grupos Gerenciais que concorrem para garantir que o ESPAÇO COWORKING cumpra sua

Missão e atinja sua Visão.

31

Tabela 08 - Ações Estratégicas

GRUPO GERENCIAL

AÇÕES ESTRATÉGICAS

Financeiro

Garantir orçamento adequado ao custeio e investimento do COWORKING junto a UFJF.

Fomentar parceiras com MCTI, SECTES, SEBRAE, MGTI para ampliar a capacidade de financiamento das atividades

do COWORKING.

Executar um rígido controle do fluxo do caixa.

Operacional

Controlar o desempenho dos usuários dos espaços quanto ao desenvolvimento de seus projetos.

Implantar programas de aceleração para elevar o desempenho das startups.

Criar mecanismos para minimizar os impactos referente a burocracia gerencial.

Promover ações que favoreçam o intercâmbio de conhecimento e interação tecnológica entre usuários.

Desenvolver parcerias institucionais com entidades nacionais e internacionais do segmento de TI e inovação.

Considerar a possibilidade de transferência do ESPAÇO COWORKING para o Parque Tecnológico como forma de

minimizar as restrições fiscais e, ainda, potencializar a geração de massa critica no Parque.

Extender o Know-How de gestão da cadeia da inovação e transferência de tecnologia do CRITT para o ambiente COWORKING.

Marketing

Promover campanhas publicitárias sobre o ESPAÇO para reduzir o baixo conhecimento da comunidade quanto aos serviços ofertados.

Desenvolver e implantar um Portal destinado a garantir o acesso da comunidade criativa ao ESPAÇO.

Realizar eventos nacionais e internacionais de startups com o objetivo de promover o equipamento dando visibilidade aos

seus resultados junto ao segmento de TI.

Promover visitações de escolas no ambiente para disseminar a cultura do empreendedorismo e inovação junto ao público

jovem futuro usuário do espaço.

RH

Promover ações de capacitação e qualificação dos usuários, adequadas às demandas específicas do setor.

Promover cursos de formação gerencial para os usuários do ESPAÇO.

Desenvolver programas de mentorias técnicas concedidas pelas empresas instaladas no COWORKING para os universitários e os

empreendedores.

32

6- PLANO DE INVESTIMENTOS E FLUXO FINANCEIRO

A seguir são apresentados os Planos de Investimentos e Fluxo Financeiro referentes à

implantação do ESPAÇO COWORKING.

Tabela 09 - Usos e Fontes

USOS

Descrição R$ %

Estudos e Projetos 20.000,00 3,51

Obra Civil 450.000,00 78,95

Máquinas e Equipamentos 20.000,00 3,51

Móveis e Utensílios 60.000,00 10,53

Montagens e Instalações 20.000,00 3,51

Total 570.000,00 100,00

FONTES

Descrição R$ %

SECTES* 520.000,00 100,00

Outros 0,00 0,00

Total 520.000,00 100,00

* Secretaria de Estado de Ciencia e Tecnologia e Ensino Superior

Tabela 10 - Cálculo da Tarifa de Serviços para empreendedores Pessoa Jurídica

Premissa de Cálculo

Terreno* 300.000,00

Investimento 570.000,00

Total Patrimonial 870.000,00

m² 300,00

R$/m² 2.900,00

Nº Usuários 50

Usuário/m² 6,00

Valor Patrimonial / Usuário 17.400,00

CALCULO TARIFA

Aluguel Patrimonial (1%) 174,00

Custos Materiais de Uso 338

Total 512,00

* Valor arbitrado e baseado no valor de mercado de imóvel comercial no centro da cidade de Juiz de Fora.

33

Tabela 11 - Projeção do Fluxo Financeiro

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12

Receita Bruta 16.900,00 16.900,00 16.900,00 16.900,00 16.900,00 16.900,00

16.900,00

16.900,00

16.900,00 16.900,00 16.900,00 16.900,00

Repasse CRITT 8.708,00 8.708,00 8.708,00 8.708,00 8.708,00 8.708,00 8.708,00 8.708,00 8.708,00 8.708,00 8.708,00 8.708,00

Taxa Empresas de TI 8.192,00 8.192,00 8.192,00 8.192,00

8.192,00 8.192,00 8.192,00 8.192,00 8.192,00 8.192,00 8.192,00 8.192,00

(-) Impostos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

(-) Custos 8.700,00 8.700,00 8.700,00 8.700,00 8.700,00 8.700,00

8.700,00

8.700,00

8.700,00 8.700,00 8.700,00 8.700,00

Internet 2.200,00 2.200,00 2.200,00 2.200,00 2.200,00 2.200,00 2.200,00 2.200,00 2.200,00 2.200,00 2.200,00 2.200,00

Luz 1.500,00 1.500,00 1.500,00 1.500,00 1.500,00 1.500,00 1.500,00 1.500,00 1.500,00 1.500,00 1.500,00 1.500,00

Manutenção Predial e Rede 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00

2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00

Material de Escritório 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00

3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00

(-) Despesas Administrativa 4.700,00 4.700,00 4.700,00 4.700,00

4.700,00 4.700,00

4.700,00

4.700,00

4.700,00 4.700,00 4.700,00 4.700,00

Gerente Adminitrativo 4.500,00 4.500,00 4.500,00 4.500,00

4.500,00 4.500,00 4.500,00 4.500,00 4.500,00 4.500,00 4.500,00 4.500,00

Telefone 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00 200,00

(-) Despesas Comunicação Social 1.500,00 1.500,00 1.500,00 1.500,00

1.500,00 1.500,00

1.500,00

1.500,00

1.500,00 1.500,00 1.500,00 1.500,00

(-) Outras Despesas 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00

2.000,00

2.000,00

2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00

(=) Resultado 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

34

7- RESULTADOS ESPERADOS DA IMPLANTAÇÃO DO ESPAÇO COWORKING

A análise dos possíveis impactos socioeconômicos advindos da implantação do

ESPAÇO COWORKING concentra-se, principalmente, na capacidade de contribuir para o

fortalecimento regional das atividades ligadas à geração e difusão de conhecimento intensivo

em tecnologia. Como foi mostrado nos capítulos iniciais do presente documento, observa-se

na região da Zona da Mata Mineira um esforço institucional realizado por Governos,

Academias e Empresas em engendrar uma agenda alinhada aos mais modernos modelos de

desenvolvimento econômico do mundo, estruturada principalmente pelo incremento da

inovação tecnológica em suas matrizes econômicas.

Nesse contexto marcado pela preocupação com o desenvolvimento regional, deverão

ser analisados os resultados esperados com a implantação do coworking da UFJF, na medida

em que o equipamento se apresenta como um importante elo da cadeia de geração, difusão

e transferência de tecnologia, principalmente quando considerados os segmentos de TI e de

inovação.

Dentre os principais resultados esperados destacam-se:

a criação de um espaço gerador de oportunidades para empreendedores

qualificados, o que amplia a capacidade do município e região de atrair e reter

capital humano;

o fortalecimento do ecossistema tecnológico observado na região e que

contribui para a aglutinação de profissionais de diversas formações e

comunidade acadêmica presentes em um mesmo ambiente, colaborando com

a troca de ideias e compartilhamento de experiências;

a identificação de novos talentos em áreas vanguardistas da economia do

conhecimento;

a criação de um ambiente capaz de promover processos de treinamentos e

capacitação para profissionais da economia do conhecimento;

a maior interação entre universitários, empreendedores e empresas de TI,

favorecendo, assim a transferência de conhecimentos e habilidades entre

empresas âncoras, empreendedores apoiados e o ecossistema local de

startups;

35

o fortalecimento institucional da Rede de Inovação da Zona da Mata Mineira;

o fortalecimento do ecossistema tecnológico observado na região, que

contribui para a maior densidade de massa crítica necessária para garantir a

ocupação funcional plena do Parque Científico e Tecnológico;

A criação de um clima amistoso e de cooperação criado pelo espaço, tornando

o trabalho mais leve e prazeroso;

a aceleração do desenvolvimento de produtos e serviços intensivos em

tecnologia;

o uso de recursos compartilhados do espaço que reduz os custos de se

empreender de seus usuários e que favorece a ação empreendedora24;

a criação de um espaço aberto à comunidade que estimula a interação social;

uma maior visibilidade da UFJF junto à comunidade criativa nacional e

internacional.

24

Estudos do SEBRAE apontam que o compartilhamento de espaço e estrutura pode reduzir em até 60% o custo mensal da locação de espaços privados e gastos com mobiliário, favorecendo a ação empreendedora. Extraído do endereço eletrônico http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Co%E2%80%93working-%C3%A9-uma-boa-pr%C3%A1tica-para-os-pequenos-neg%C3%B3cios no dia 25/08/2014.

36

8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo identificou, claramente, a viabilidade técnico-econômica,

financeira e mercadológica da implantação da unidade de coworking a ser instalada na

Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF, junto à estrutura física do Centro Regional de

Transferência de Tecnologia e Inovação - CRITT.

Pelas características ambientais que envolvem a implantação do ESPAÇO

COWORKING, observa-se condições caracterizadas predominantemente por oportunidades e

pelas vantagens competitivas apresentadas pelo novo equipamento, o que reduz os riscos de

insucesso das inversões propostas pela UFJF.

Quanto ao estudo mercadológico apresentado no documento, observa-se a existência

de uma demanda reprimida no município por serviços de coworking, devido ao tamanho do

mercado potencial, quando comparado à capacidade instalada apresentada pelo ESPAÇO

COWORKING e de sua única concorrente no município, que totalizam 70 estações de

trabalho. Nota-se, entretanto, que as características de especializar-se no segmento afeto à

área de tecnologia, praticamente cria um produto único e, portanto, um significativo

mercado cativo.

Quanto aos aspectos financeiros, observa-se um fluxo de caixa equilibrado originado

de uma estrutura de custos enxuta e receitas compostas pelo pagamento de taxas de

serviços, realizadas pelas empresas e empreendedores autônomos, além de repasses

orçamentários do CRITT. Salienta-se que não há a preocupação de formação de caixa por

parte do empreendimento e, sim, em garantir o custeio da operação. Os resultados

econômicos esperados serão materializados, basicamente, a partir do desenvolvimento

socioeconômico regional. Neste caso, o equipamento a ser instalado se apresenta como um

importante instrumento de fortalecimento da cultura empreendedora e inovadora na região,

contribuindo significativamente para a consolidação do segmento de TI na Zona da Mata

Mineira.

Da mesma forma, observa-se o importante papel do ESPAÇO COWORKING na

construção de um ambiente intensivo com massa crítica necessária para o fortalecimento da

Rede de Inovação da Zona da Mata Mineira e, consequentemente, para a ocupação eficiente

do Parque Tecnológico.

O equipamento mostra-se alinhado às políticas públicas focadas no desenvolvimento

37

socioeconômico através da promoção dos ganhos sistemáticos de produtividade e de

agregação de valor da matriz econômica regional, devido ao fato do segmento de TI

melhorar os processos de eficiência alocativa dos recursos produtivos, tanto em relação ao

próprio segmento quanto aos demais setores produtivos. O segmento em questão é um dos

mais dinâmicos na economia moderna por se apresentar transversalmente à praticamente

todos os setores produtivos de uma sociedade, o que reforça o seu papel estratégico nos

processos de estímulo à realização de investimentos e, consequentemente, de promoção do

desenvolvimento regional.

38