15
ESTUDO COMPARATIVO DO EFEITO DE SOLUÇÃO DE NaF A 0,5%, ATRAVÉS DE BOCHECHO, ESCOVAÇÃO E AMBOS, NA PREVENÇÃO DA CÁRIE DENTAL* Roberto Augusto Castellanos** CASTELLANOS, R. A. Estudo comparativo do efeito de solução de NaF a 0,5%, através de bochecho, escovação e ambos, na prevenção da cárie dental. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 17:461-75, 1983. RESUMO: Foi realizado estudo a fim de comparar o efeito na redução do ataque de cárie de uma solução de fluoreto de sódio, na concentração de 0,5% aplicada sob a forma de bochecho, escovação, escovação e bochecho, uma vez por semana, sob supervisão, durante um período escolar de 10 meses em 424 escolares de 9 a 10 anos de idade matriculados em cinco escolas estaduais do Estado de São Paulo (Brasil). As crianças foram distribuídas igualmente em três grupos experimentais e um grupo controle, de acordo com a idade dental (n o de superfícies de dentes permanentes irrompidas) e experiência anterior de cárie (CPO-S). Foram examinadas 307 crianças e os resultados mos- traram que houve uma redução, estatisticamente significante ao nível de 0,05, de ataque de cárie entre os grupos experimentais e controle, da ordem de 35,19% para o grupo de bochecho (grupo I), de 37,91% para o grupo de escovação (grupo II), e de 49,77% para o grupo de escovação e bochecho (grupo IV). Quando comparados os grupos experimentais entre si não houve diferenças estatisticamente significantes ao nível de 0,05. UNITERMOS: Cárie dentária, prevenção. Flúor. Escolares. INTRODUÇÃO * Resumo parcial da Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de Saúde Pública da Univerisidade de São Paulo, em 1979, subordinada a este mesmo título. ** Do Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP Av. Dr. Arnaldo, 715 — 01255 — São Paulo, SP — Brasil. As soluções de flúor aplicadas em forma de bochechos ou por meio de escovações têm recebido muita atenção nas últimas dé- cadas; seu uso como medida de prevenção é um fato comprovado por vários auto- res 3,4,27,33,55 e recomendado pela Organi- zação Mundial da Saúde 43 para serem utili- zadas no campo da odontologia preventiva. Não obstante ter sido demonstrada sua efi- cácia, sua utilização em saúde pública ainda é limitada. Os estudos sobre as soluções de flúor variam quanto ao tipo de solução empre- gada, quanto à sua concentração, seu pH e quanto à freqüência de sua utilização. Da mesma forma, variam as idades das crianças que participaram dos experimentos, sendo que a maioria dos autores tem utilizado crianças em idade escolar, predominando entre estas as de 10 a 13 anos 15,22,25,27,33,40,40,48,55 . A solução de flúor empregada com maior freqüência tem sido a de NaF a 0,2 % 2,7,9,20,27,33,35,47,53,55 . Alguns pesquisadores tem utilizado so- lução de flúor-fosfato neutro ou acidu-

ESTUDO COMPARATIVO DO EFEITO DE SOLUÇÃO DE NaF A … · de 35,19% para o grupo de bochecho (grupo I), de 37,91% para o grupo de ... e escovações foram registrados em fichas apropriadas

Embed Size (px)

Citation preview

ESTUDO COMPARATIVO DO EFEITO DE SOLUÇÃODE NaF A 0,5%, ATRAVÉS DE BOCHECHO, ESCOVAÇÃO

E AMBOS, NA PREVENÇÃO DA CÁRIE DENTAL*

Roberto Augusto Castellanos**

CASTELLANOS, R. A. Estudo comparativo do efeito de solução de NaF a 0,5%,através de bochecho, escovação e ambos, na prevenção da cárie dental. Rev.Saúde públ., S. Paulo, 17:461-75, 1983.

RESUMO: Foi realizado estudo a fim de comparar o efeito na reduçãodo ataque de cárie de uma solução de fluoreto de sódio, na concentração de0,5% aplicada sob a forma de bochecho, escovação, escovação e bochecho, umavez por semana, sob supervisão, durante um período escolar de 10 meses em 424escolares de 9 a 10 anos de idade matriculados em cinco escolas estaduais doEstado de São Paulo (Brasil). As crianças foram distribuídas igualmente emtrês grupos experimentais e um grupo controle, de acordo com a idade dental(no de superfícies de dentes permanentes irrompidas) e experiência anteriorde cárie (CPO-S). Foram examinadas 307 crianças e os resultados mos-traram que houve uma redução, estatisticamente significante ao nível de0,05, de ataque de cárie entre os grupos experimentais e controle, da ordemde 35,19% para o grupo de bochecho (grupo I), de 37,91% para o grupo deescovação (grupo II), e de 49,77% para o grupo de escovação e bochecho(grupo IV). Quando comparados os grupos experimentais entre si não houvediferenças estatisticamente significantes ao nível de 0,05.

UNITERMOS: Cárie dentária, prevenção. Flúor. Escolares.

INTRODUÇÃO

* Resumo parcial da Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de Saúde Pública daUniverisidade de São Paulo, em 1979, subordinada a este mesmo título.

** Do Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP— Av. Dr. Arnaldo, 715 — 01255 — São Paulo, SP — Brasil.

As soluções de flúor aplicadas em formade bochechos ou por meio de escovaçõestêm recebido muita atenção nas últimas dé-cadas; seu uso como medida de prevençãoé um fato comprovado por vários auto-res 3,4,27,33,55 e recomendado pela Organi-zação Mundial da Saúde 43 para serem utili-zadas no campo da odontologia preventiva.Não obstante ter sido demonstrada sua efi-cácia, sua utilização em saúde pública aindaé limitada.

Os estudos sobre as soluções de flúorvariam quanto ao tipo de solução empre-

gada, quanto à sua concentração, seu pHe quanto à freqüência de sua utilização.Da mesma forma, variam as idades dascrianças que participaram dos experimentos,sendo que a maioria dos autores temutilizado crianças em idade escolar,predominando entre estas as de 10 a13 anos 15,22,25,27,33,40,40,48,55.

A solução de flúor empregada commaior freqüência tem sido a de NaFa 0,2 %2,7,9,20,27,33,35,47,53,55.

Alguns pesquisadores tem utilizado so-lução de flúor-fosfato neutro ou acidu-

lado 1,6,18,21,46 e outros solução de fluoretode estanho 34,45,52, ou ainda outros tiposde soluções15,23,29,57.

Outros estudos foram realizados usando-se a escovação como método de aplicação

das soluções de flúor 3,4,10,11,13,26,28,42,47.

Berggren e Welander4 , num estudo dedois anos, usaram solução de NaF a 1%,no qual 9 escovações foram feitas obtendoredução de 25 a 30% no incremento dacárie; os mesmos autores 3 levaram a cabooutro estudo, utilizando 3 diferentes soluçõesde f lúor; uma delas foi o NaF a 0,5%que, aplicado cinco vezes ao ano, deu umaredução de 29% na incidência da cáriedental.

Ollinen 42 não encontrou diferenças signi-ficantes entre bochechos e escovações comuma solução de NaF a 0,5%, aplicadamensalmente e por um período de 3,5 anos.

Rosenkranz47, também, comparou osmétodos de escovação e bochechos, comsolução de NaF a 0,2%, aplicada uma vezcada duas semanas; após um ano de estudoa diferença entre os grupos não foi signi-ficante.

Bullen e col.10,11, Conchie e col.13 eHeifetz e col.26 utilizaram solução ou gelde flúor-fosfato acidulado, com resultadosque variaram respectivamente de 38,5%,15%, 25%, e nenhuma redução de super-fícies com experiência de cárie.

No Brasil, poucos dados são disponíveisa respeito do emprego de soluções de f lúorem forma de bochechos ou escovações.

Moreira3 9 realizou um experimento,usando uma solução molar de NaF a 0,1%,no qual as crianças que bochecharam 3 vezespor semana, durante um ano, obtiveram umaredução significante na incidência da cáriedentária de 51,1%.

Horowitz e col.28, num outro estudo rea-lizado em São Paulo, usando flúor-fosfatoem forma de gel, após 3 anos, durante osquais 15 escovações foram feitas, obtiveramuma redução de 26% na experiência de cáriedental.

Ao analisarmos as pesquisas realizadascom bochechos e escovações a base de f lúor,verificamos faltar estudos que comparem osefeitos de bochechos e escovações, usadosindependentemente e em conjunto, realizadosuma vez por semana, com solução de flúor.

O objetivo da presente investigação foiverificar, após um ano de estudo, a eficáciade uma solução de NaF a 0,5%, aplicadaem escolares, em forma de bochechos, esco-vações e escovação e bochecho.

MATERIAL E MÉTODOS

Amostra

Constou de 424 crianças de 9 e 10 anosde idade, matriculadas em 5 escolas da redeestadual da cidade de São Paulo, no anode 1975.

As crianças foram distribuídas igualmente,de acordo com o número de superfíciesirrompidas e de acordo com a experiênciaanterior de cárie (CPO-S médio), em umgrupo controle e em 3 grupos experimentais.

O tamanho de amostra foi calculado deacordo com o método de Marthaler36 ,considerando os seguintes pressupostos:

— redução da incidência da cárie deaproximadamente 30%; coeficiente de

variação (S/[]) igual a 1,0 e nível designificância de 0,05, sendo o desvio padrãoconstante, isto é, igual tanto para o grupocontrole como para os grupos experimentais,e perda de escolares de aproximadamente20%.

Assim, cada um dos 4 grupos ficouconstituído por 106 crianças, de ambos ossexos, sendo um controle (grupo I I I ) , quenão realizou o bochecho nem a escovaçãocom solução alguma.

— Grupo I: crianças que realizarambochechos semanais com a solução de NaFa 0,5% por um min,

— Grupo II: crianças que realizaramuma escovação semanal com a solução deNaF a 0,5% durante 3 min, e

— Grupo IV: crianças que realizaramsemanalmente primeiro a escovação, com asolução de NaF a 0,5%, e depois efe tuaramo bochecho, com a duração de 3 e um minrespectivamente para a escovação e para obochecho.

Registro: As informações relativas aonome, sexo, idade e local de nascimentoforam retiradas do boletim escolar. Osdados de identificação das crianças, osexames clínicos e os dados sobre bochechose escovações foram registrados em fichasapropriadas. Os exames clínicos foramfeitos com o auxílio de espelhos bucaisplanos, sondas exploradoras no? 5 e luznatural.

Índices: foi u t i l izado o índice CPO-Sproposto em 1938 por K l e i 3 0 e foramseguidos os critérios recomendados pelaDisciplina de Odontologia Sanitária da Fa-culdade de Saúde Pública da Universidadede São Paulo1 7 . A calibração para estapesquisa foi satisfatória pois as discor-dâncias foram menores que 5%.

Preparo e aplicação da solução NaF a0,5%: o sal foi pesado em balança analí t icamarca Microwa, por um técnico do Departa-mento de Nutrição da Faculdade de SaúdePública da USP e acondicionado em dosesindividuais de 5 g. Momentos antes de suautilização as soluções de f lúor eram prepa-radas com um litro de água potável e 5 gde NaF e agitadas até a dissolução completado pó.

A orientação e a supervisão dos boche-chos e das escovações foi realizada porcirurgiões-dentistas.

As crianças foram ensinadas e treinadasa executar as técnicas de escovação e debochechos em duas sessões prévias à exe-cução definit iva, utilizando-se água potávelem lugar da solução de f lúor .

Procurou-se obter autorização e envolveros professores e pais de alunos no desen-

volvimento da pesquisa com o objetivo deque incentivassem as crianças a executaros procedimentos e a seguir as instruçõespara a util ização adequada da técnica.Para tanto foram realizadas reuniões depais e mestres nas quais foram expostosos objetivos da pesquisa, a importância dapart icipação continuada das crianças e osbenefícios da implantação de programassistemáticos de aplicação de flúor.

Técnica de bochecho: Proporcionou-se acada estudante um copo com 10 ml. dasolução de f l ú o r ; com essa quantidade osescolares realizaram um bochecho duranteum minuto, fazendo com que a soluçãoentrasse em contato com todas as super-f íc ies dentárias. Depois dos bochechos ascrianças voltaram às suas classes, com ainstrução de não beberem líquidos (água,sucos, etc.) e nem comerem alimentos peloespaço de, no mínimo, 30 min.

Para fac i l i ta r a ministração e a supervisãodos bochechos, fo ram chamados, de cadavez, grupos de 10 crianças.

Técnica de escovação: a escovação foifei ta por segmentos, sendo 4 posteriores e2 anteriores, e nesta ordem: segmentopóstero-superior direito (área de molarese pré-molares); segmento ântero-superior(canino a can ino) ; segmento póstero-superior esquerdo; segmento póstero-infe-

rior esquerdo; segmento ântero-inferior eterminando com o segmento póstero-inferiordireito, com o último dente distal ao caninoinferior direito.

A seqüência da técnica de escovação dassuperfícies dentárias nos respectivos seg-mentos foi a seguinte: começar pelas super-f íc ies vestibulares, cont inuar pelas super-fícies oclusais ou incisais e terminar comas superfícies linguais. A escova era colo-cada em posição inclinada sobre as super-fícies vestibulares e l inguais, a part ir docolo do dente, escovando os dentes supe-riores para baixo e os inefr iores para cima.As superfícies oclusais foram escovadas emmovimento de diante para trás e de tráspara diante.

Antes e após a escovação das superfíciesde cada segmento, a escova era embebidana solução de NaF, distribuída num copoindividual para cada criança. Os escolaresque fizeram, além da escovação, os boche-chos, receberam uma quantidade adicionalde 10 ml. da solução para bochecharem apósa escovação.

Para facilitar a supervisão da aplicaçãoda solução de NaF por meio da escovaçãoforam chamados, de cada vez, grupos de 5crianças.

As crianças iniciaram a aplicação dobochecho e da escovação em setembro de1975; durante os meses de dezembro domesmo ano, e janeiro, fevereiro e ju lhode 1976, não o fizeram devido às fériasescolares; em novembro de 1976, isto é,após 10 meses de efetiva aplicação dasolução de NaF a 0,5% foi realizado umsegundo levantamento da experiência decárie nessas crianças.

Análise dos resultados: nesta apresen-tação não serão analisados os resultadosobservados nas superfícies dentárias sepa-radamente (presentes no início e as queirromperam durante o estudo). Foramconsideradas como componentes do estudoapenas as crianças presentes ao primeiroe segundo exame e que realizaram pelomenos vinte auto-aplicações com a soluçãode flúor. Foi feito também reajuste dereversões (superfície cariada no 1o examee hígida no 2o exame) e quando um dentefoi extraído entre o primeiro e segundoexame, a superfície foi considerada com omesmo valor que recebeu no primeiro levan-tamento.

As comparações de médias foram feitasmediante análise de variância paramétricae contraste de Sheffé 14,50, aceitando-se asconsiderações de Glass e col.24, julgandoque os dados estavam razoavelmente pró-ximos às condições expostas por tal autor.O nível de significância adotado foi de 0,05.Quando evidenciada uma redução significa-tiva entre as médias de um grupo

experimental e a de controle foi calculadaa redução percentual estabelecendo-se orespectivo intervalo de confiança (Fieller-nível de 95%)5,16,19.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Durante a realização do estudo houve umaperda de 117 crianças, correspondendo a27,6% em relação às 424 crianças queiniciaram o estudo, das quais 90 (21,2%)foi devido a transferência de escola princi-palmente no início do ano escolar de 1976.As restantes 27 (6,4%) abandonaram oestudo porque ou os pais argumentaramque os f i lhos sentiam-se mal após as aplica-ções de f lúor , ou as crianças recusaram-sea comparecer ao tratamento, ou porque nãocompletaram um mínimo de 20 aplicaçõesdurante o estudo.

Ao calcular novamente o CPO-S médioe a média de superfícies irrompidas dascrianças que iniciaram e completaram oestudo, estabeleceu-se uma nova composiçãodos grupos (Tabela 2) que a análise esta-tística indicou não deferirem significante-mente entre si (Tabelas 3 e 4); estesvalores também não foram significantementediferentes dos valores do levantamentooriginal (Tabela 1).

Pelos dados apresentados na Tabela 5,pode-se verificar que a média de superfíciespermanentes irrompidas foi similar para os4 grupos de estudo, confirmado estatistica-mente ao nível de 0,05 (Tabela 7).

Nota-se, também, na Tabela 5, que os 3grupos experimentais apresentam valoresmédios CPO-S menores que o grupocontrole, diferenças estas que em termospercentuais são apresentadas na Tabela 6.Analisados os incrementos entre os gruposexperimentais e controle (Tabela 8), veri-ficou-se que os mesmos são diferentementesignificantes ao nível de 0,05 e, ao realizar-se o teste de contrastes, essas diferenças

corresponderam aos 3 grupos experimentaisem relação ao grupo controle, não indicando

diferença significante entre os gruposexperimentais entre si (Tabela 9).

Pode observar-se, tabém pela (Tabela 5),que o coeficiente de ataque de cárie foimaior para o grupo controle do que paraos grupos experimentais, e que o grupo IVapresentou o menor coeficiente de ataque.

Os resultados do intervalo de confiançaindicam que a redução percentual de cárie

obtida através dos diferentes métodos deaplicação da solução de f lúor não deveriaser menor do que 15,91% e não maior doque 58,05% (Tabela 6).

Comparando os valores de redução decárie obtidos no presente estudo com osobtidos por outros autores, com soluçõesem concentração e aplicações diferentes,observaram-se resultados similares aosobtidos com o Grupo IV. Assim, o valor

de 49,77% de redução da cárie dentáriaobtido no Grupo IV (Tabela 6) é similaraos relatados por Torell e Ericsson55, de49,1% após 2 anos de bochechos diárioscom NaF a 0,05% em crianças de 10 anosde idade; aos de Moreira e Tumang 40,41, de51,13% e 46,8% de redução do índiceCPO-S, após 1 e 2 anos de execução debochechos com NaF a 0,1 % numa freqüênciade 3 vezes por semana, aos de Horowitz ecol.27 de 44% de redução do índice CPO-S,após 20 meses de utilização de um bochechosemanal com NaF a 0,2%; aos de Soto P. e

Maiwald51 de 46% de redução do índiceCPO-S, após 28 meses de aplicação de umbochecho quinzenal com NaF a 0,2% emcrianças de 6 a 7 anos de idade e umaredução de cárie de 43,4% CPO-S no grupode crianças de 10 e 11 anos de idade, após88 meses de duração do programa (Maiwalde Soto P.35), e de Torell e Siberg 57 de 48,7%,51,9% e 53,5 de redução do índice CPO-S,após um ano de bochechos mensais comNaF a 0,2% em grupos de crianças de 9anos de idade. Naturalmente que todosesses resultados são superiores aos do pre-

sente estudo quando se leva em consideraçãoo Grupo I que apenas bochechou ou oGrupo II que somente fez escovações.

Como se pode observar pelas comparaçõesrealizadas, os resultados são similaresquando se usa a solução de NaF em dife-rentes concentrações, freqüências e períodosde aplicação, o que aparentemente indica queparece existir determinado limite de reduçãodo ataque de cárie, além do qual a fre-qüência e a concentação da solução nãoatuam mais; pode-se supor que haja umasaturação de flúor no esmalte o qual, con-seqüentemente, não absorveria o flúor queposteriormente venha a ser administrado.Aceitando-se estas suposições como verda-deiras, seria então mais aconselhável utilizarconcentrações mais baixas e em maior fre-qüência, como a recomendada por Torelle Ericsson55, ou seja, de 0,05% Para usodiário; ou de 0,025% com freqüênciasemanal, que, em contato com o esmalteproduz um composto estável (Forsman2 0).

Dever-se-ia, pelas dificuldades de aplica-ções freqüentes optar-se pela freqüênciasemanal ou quinzenal, na concentração de0,2% (Horowitz 27; Soto P. e Maiwald51),sendo recomendável que se realizem outrosestudos com a concentração de 0,025% que,ao que tudo indica, alcança os mesmosresultados (Forsman 20) e parece possuir as

qualidades desejáveis para uma solução def lúo r para bochecos (Torell e Ericsson54).

A não existência de diferenças signifi-cantes entre os métodos de escovação e debochechos, evidenciadas neste estudo, vemcorroborar as afirmações de Torell eEricsson54,56 e de Rosenkranz4 7 , que nãoencontraram diferenças significativas entrebochechos e escovações com uma soluçãode NaF a 0,5% aplicada mensalmente epor um período de 3,5 anos pelo primeiro,e NaF a 0,2% aplicada quinzenalmente epor um período de um ano pelo segundo.

A redução da cárie observada na presentepesquisa (37,91%), utilizando-se o métodode escovação (média de 37,6 aplicações-ano)é superior à redução de cárie obtida porBergren e Wellander4 com uma soluçãomais concentrada (1%), com apenas 5 esco-vações no primeiro ano e 4 escovações nosegundo ano, ou seja, de 25 a 30% menosCPO-S, redução percentual esta que foiconfirmada pelos mesmos autores3 quandoobtiveram, com uma solução a 0,5%, namesma freqüência e período de estudo, umaredução de 29% — CPO-S.

Entretanto Marthaler3 7 e Marthaler eMulhermann 2 8 obtiveram reduções quevariavam de 30 a 50% menos CPO-S, comquatro a seis escovações supervisionadas

por ano. O benefício total, no entanto, nãopode ser atribuído exclusivamente às esco-vações com o composto de flúor, pois o pro-grama preventivo era mais amplo, com-preendendo a utilização de sal com flúor,comprimidos de flúor, escovação supervisio-nada e educação em saúde bucal, e aindadispondo no mercado, para comercialização,de dentifrício com flúor.

Estes fatos demonstram as dificuldadesde se comparar os resultados deste estudo,obtidos por meio da utilização de boche-chos ou de escovações, com os estudos reali-zados por outros autores. A comparaçãotorna-se mais complexa e di f íc i l devido aexistência de diferenças quanto à freqüênciade aplicação, quanto à concentração e tipode solução empregada, quanto ao tempo deestudo, idade das crianças, e atendimentodentário, quanto à análise, avaliação e apre-sentação dos resultados, e quanto aos efeitoscombinados de agentes preventivos, entreoutros fatores, diferenças estas parcialmenteevidenciadas nas comparações entre osestudos já mencionados.

Esta problemática realmente suscita váriasindagações e, conseqüentemente, o desejo derealizar novos estudos entre os quais, porexemplo, o de testar a mesma solução namesma concentração, com o mesmo tempode exposição na cavidade bucal e mesma

forma de administração, mas com diferentesfreqüências de aplicação e em vários gruposda mesma população, a fim de se estabelecero mínimo de freqüência com o qual poder-se-ia chegar ao mesmo resultado.

Em relação às reversões ocorridas,verifica-se pela Tabela 10, que o maiornúmero correspondeu às crianças do grupoIV, seguidas pelas do grupo I e III asreversões nos grupos experimentais talvezpossam ser melhor explicadas em funçãoda remineralização que ocorre após aaplicação de f lúor e que às vezespode retardar ou mesmo interferir noprocesso de desmineralização do dente,em especial em lesões incipientes tornandohígida a superfície que anteriormente teriasido diagnosticada como cariada; contudonão se tem a mesma explicação para ogrupo III , o qual não esteve exposto àação do f lúor . Portanto, estas reversõesdevem ser aceitas como sendo um processonormal de erros de diagnóstico esperadodentro da normalidade de variabilidade eque, no caso presente, não foram além de2,7% em relação ao total de observaçõesou de 3,5% em relação às observações nogrupo IV.

Na Tabela 2 observa-se que os coefi-cientes de ataque de cárie no início do estudosão similares para os 4 grupos, e depen-

dendo se houve ou não proteção das super-fícies contra o ataque de cárie, a diferençade valores entre os grupos experimentais econtrole se distancia mais, o que aliás erade esperar-se (Tabela 5). Provavelmenteeste coeficiente de ataque de cárie poderiaservir no futuro, como um indicador simplese rápido para avaliar ataques de cárie emcrianças com diferente número de super-fícies irrompidas, ao invés de compararapenas as médias de ataque de cárie emgrupos populacionais. Também poderia serutilizado para a constituição inicial dosgrupos de estudo de pesquisa com agentespreventivos e talvez até, dependendo de ummaior número de observações, estabelecer seexiste alguma relação entre valores docoeficiente e significância de redução aoaumento do ataque de cárie.

Com base na literatura consultada, pareceque se pode concluir que o NaF neutroé a solução mais comprovadamente indicadapara a aplicação de bochechos e/ou esco-vações, como procedimento preventivocontra a cárie dental. Ainda que assoluções ácidas de flúor apresentem um efeitosimilar ao obtido com as soluções neutras,elas possuem a desvantagem do sabor desa-gradável (mais difícil de ser mascarado) ea necessidade de serem preparados em labo-ratórios (o que aumenta os custos). Estesargumentos também são válidos para ofluoreto de estanho que ainda tem a des-vantagem de instabilidade e de provocarmanchas nas superfícies restauradas comsilicato ou com resinas.

Outro aspecto que deve ser salientadorefere-se à continuidade da aplicação dasolução de flúor, que deve ser ininterrupta,acompanhando o desenvolvimento doindivíduo, isto é, desde a época em que odente irrompeu até pelo menos 5 anos deexposição na cavidade bucal, período emque o dente apresenta maior susceptibilidadeao ataque de cárie (Carlos e Gittelsohn 12).Pensando na dentição permanente como umtodo, estes métodos deveriam ser utilizadosaté a idade de 16 a 17 anos, dependendo

da época de erupção do segundo molarpermanente, pois ficou demonstrado pelasobservações de Koch32 que, quando cessaa aplicação do procedimento (bochechos),a superfície do dente torna-se novamentesusceptível ao ataque de cárie. Este argu-mento da persistência na aplicação dasolução de flúor, também encontra suportenos resultados apresentados por Maiwalde Soto P.35 para a população escolar cubana(aproximadamente 1 milhão de criançasbeneficiadas) em que foi evidenciada umadiminuição constante nos valores médios dosíndices CPO e CPO-S, e a inversão doscomponentes desses índices, após 7 anosde aplicação quinzenal contínua com asolução NaF a 0,2%. Resultados seme-lhantes são referidos por Torell53 , Torell eEricsson 54 e Bikerland e col.8, para a popu-lação escolar dos países escandinavos emque, após 10 e mais anos de aplicação dasolução de flúor, com freqüência quinzenale acompanhada por outras medidas de pre-venção e de educação em saúde bucal, osbenefícios tornaram-se similares aos alcan-çados pela fluoretação das águas de abaste-cimento público. Esses benefícios foramevidenciados pela diminuição dos dentesindicados para extração, e pela redução donúmero de dentes atacados pela cárie, bemcomo pela diminuição do tempo gasto portratamento completado. Outro benefício foio aumento de cobertura, dando atendimentoa número maior de crianças com os mesmosrecursos existentes e até aumentando o tipode serviço oferecido à população escolar.

Apoiados na análise estatística pode-seconcluir que:1. Houve uma redução significante do

ataque de cárie para ambos os métodosde aplicação da solução de NaF a 0,5%com freqüência semanal (bochecho eescovação, separadamente e em formacombinada) em relação ao grupocontrole;

2. Não houve diferenças significantes entreas reduções de cárie obtidas por meiodos diferentes procedimentos de aplica-ção da solução de flúor.

Cumpre ser ressaltado que, embora esta-tisticamente os efeitos não foram diferentes,no caso de vir a ser uti l izada uma soluçãode NaF a 0,5%, seria recomendável, pelosresultados desta pesquisa, como método deaplicação, o uso combinado de escovaçãoe bochechos preferencia lmente ao de bo-checho e escovação em separado, pelasseguintes razões:

a) Pela análise de custo-benefício

A redução do ataque de cárie, em valorespercentuais (análise global) entre os gruposI e III de 35,19% CPO-S, II e I I I de 37,91%e IV e III de 49,77, levaria desde o pontode vista administrativo, a uma economiasignificativa quando estes valores são proje-tados para grupos populacionais. Para estaestimativa levou-se em consideração osseguintes dados:— a população de 1975 nas idades de 10

a 11 anos, com base nos dados de Pinto 44

e a população de 10 a 14 anos, para1980, utilizando a projeção populacionalelaborada por Santos49;

— o custo do tratamento por dente deCr$ 64,19 (Pin to 4 4 ) , acrescido de 40%pela inflação anual durante os 4 anos(1976 a 1979);

— o ataque de cárie C + Ei de 4,10(Pinto 44) cujos valores foram transfor-mados em superfícies, usando a regressãode Knutson3 1 ;

— o custo por bochecho-ano, baseado nocusto de Cr$ 4,72 proporcionado pelaDENPAO* em 1979, ao qual se acres-centou Cr$ 0,10 pela diferença da quan-tidade de sal necessária para a nossaconcentração de 0,5%;

— o custo de escovação-ano, baseado nocusto da solução de NaF a 0,5%, e nocusto da escova dental de cerca deCr$ 15,00 cada escova para uma médiade 40 escovações-ano).

A par t i r desses dados chega-se aosseguintes valores:— um total de 5.629.928 crianças nas idades

de 10 e 11 anos para 1980;— um C + Ei médio de 7,22;— um custo de Cr$ 140,00 por superf íc ie

t ratada (US$ 3.20);— um custo de Cr$ 4,82 por bochecho-ano

(US$ 0 . 1 1 ) ;— um custo de Cr$ 20,00 por escovação-ano

(US$ 0.46).De posse destes cálculos, estimou-se a

economia de custos, que representaria aredução de cárie para as crianças do grupoI (bochechos) e do grupo IV (escovaçãoe bochecho), chegando aos seguintes resul-tados: para o grupo I, com percentual deredução de 35,19%, resultaria numaeconomia de Cr$ 1.933.622.831,00, ou seja,quase 2 bilhões de cruzeiros; para o grupoIV, com percentual de redução de cáriede 49,77% resultaria numa economia deCr$ 2.427.666.000,00, ou seja, quase 2bilhões e 500 milhões de cruzeiros (US$55,565,713.00).

b) Pelo valor educativo.Possibilitaria oferecer um reforço contínuo

da importância da escovação, fazendo comque as crianças adquirissem esse hábito dehigiene bucal que proporciona, quando utili-zado de forma correta e na freqüênciaadequada, proteção dos dentes e dos tecidosperiodontais.

Caso as dificuldades sejam de tal magni-tude que não permitam a implantação doprograma combinado de escovação ebochecho, a nossa escolha recairia numprograma de bochechos por haver maiorfaci l idade em sua implantação, se bem queuma menor economia que a do métodoanterior estimada em Cr$ 494.043.169,00(aproximadamente 500 milhões de cruzeirosa menos) (US$ 11,307,466.00).

* Informação pessoal fornecida, em 15-10-79 por Antonio G.F. Rosa, Chefe da equipe técnicade estudos e normas da Divisão de Estudos, Normas e Programas de Assistência ao Escolar(DENPAO).

CONCLUSÕES

Após terem sido analisados estatistica-mente os resultados da utilização de umasolução de NaF, semanalmente na concen-tração de 0,5% sob a forma de bochechos,escovação ou ambos em escolares de 9 a10 anos de idade, parece lícito concluir que

a redução percentual de 35,19% (Grupo I),37,91% (Grupo II) e 49,77% (Grupo IV)foi estatisticamente significante em relaçãoao grupo controle (Grupo I I I ) , ao nível de0,05; e que a redução percentual quandocomparados os grupos experimentais entresi não foram estatisticamente significanteao nível de 0,05.

CASTELLANOS, R. A. [A comparative study of the effect of a 0.5% NaF solution,used in mouthwashing or toothbrushing or both, in the prevention of dentalcaries]. Rev. Saúde públ. S. Paulo, 17:461-75, 1983.

ABSTRACT: A comparative study of the anticariogenic effect of sodiumfluoride solution, with a concentration of 0.5%, applied weekly and undersupervision, in mouthwashing and toothbrushing, used independently and incombination, was carried out on 424 children of 9 and 10 years of agefrom five public schools in S. Paulo, Brazil, over a period of 10 schoolmonths. The children were equally divided into three experimental groupsand one control group according to the dental age (number of eruptedpermanent teeth surfaces) and history of caries (DMF-S). Three hundredand seven children were examined at the end of the study and the resultsshow a statistically significant decrease at the 0.05 level, between theexperimental groups and control group, in the incidence of caries — 35.19%for the mouthwashing group (Group I ) ; 37.91% for the toothbrushing group(Group II) ; and 49.77% for the mouthwashing and toothbrushing group(Group IV) — on the surfaces present at the beginning and the surfacesthat erupted during the study. When the experimental groups were comparedthere was no signicant difference in proportions at the 0.05 level.

UNITERMS: Dental caries, prevention. Fluorine. School children.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. AASENDEN, R, et al. Effects of daily risingand ingestion of fluoride solutions upondental caries and enamel fluoride. Arch.oral Biol., 17:1705-14, 1972.

2. BENNIE, A. et al. Five years of communitypreventive dentistry and health educationin the country of Sutherland, Scotland.Community Dent. oral Epidem., 6:1-5,1978.

3. BERGGREN, H. & WELANDER, E. The ca-rie inhibiting effect of sodium ferric andzirconium fluorides. Acta odont. scand.,22:401-13, 1964.

4. BERGGREN, H. & WELANDER. E. Super-vised tooth brushing with a sodium

fluoride solution in 5,000 sweedishschoolchildren: results and analysis ofprocedures. Acta odont. scand., 18:209-34,1960.

5. BERQUÓ, E.S. & MARQUES, R.M. Análisede variância. São Paulo, Faculdade deHigiene e Saúde Pública USP. Departa-mento de Estística, 1963.

6. BIBBY, B.G. et al. Preliminary reports onthe effect on dental caries of the useof sodium fluoride in a prophylacticcleanning mixture and on a mouthwash.J. dent. Res., 25:207-11, 1946.

7. BIRKELAND, J.M. et al. An approach toobjective assessment of caries prophy-

lactic measures in a dental healthprogram. Community Dent. oral Epidem.,3:126-31, 1975.

8. BIRKELAND, J.M. et al. Benefits and prog-noses following 10 years of a fluoridemouthrinsing program. J. dent. Res.,85:31-7, 1977.

9. BRAMS, N.V. Preventive dentistry in theScandinavian school dental health service.Int. dent. J., 17:384-92, 1967.

10. BULLEN, D.C.T. et al. One year effectof supervised tooth brushing with anacidulated fluoride-phosphate solution. J.Canad. dent. Ass., 31:231-5, 1965.

11. BULLEN, D.C.T. et al. Two years effectof supervised tooth brushing with anfluoride-phosphate solution. J. Canad.dent. Ass., 32:89-93, 1966.

12. CARLOS, J.P. & GITTELSOHN, A. M.Longitudinal studies of the naturalhistory of caries. II — A life-table studyof caries incidence in the permanentteeth. Arch. oral Biol., 10:739-51, 1965.

13. CONCHIE, J.M. et al. Three years ofsupervised tooth brushing with a fluori-de-phosphate solution. J. publ. HlthDent., 29:11-8, 1969.

14. COSTA NETO, P.L. de O. Estatística. SãoPaulo, Ed. Edgard Blucher, 1977.

15. DE PAOLA, P.F. et al. Effect of high-concentration ammonium and sodium

fluoride rinses on dental caries inschoolchildren. Community Dent. oralEpidem., 5:7-14, 1977.

16. DUBLEY, S.D. On the determination ofconfidence limits of an index. Biometrics,22:603-9, 1966.

17. FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA daUSP. Disciplina de Odontologia Sanitá-ria. Critérios para exames e regras parao registro dos índices CPO e CPOS.São Paulo, 1967. [mimeografado]

18. FINN, S.B. et al. The chemical cariostaticeffectiveness of two concentrations ofacidulated phosphate-fluoride mouthwash.J. Amer. dent. Ass., 90:398-402, 1975.

19. FINNEY, D.J. Statistical method in bio-logical assay. 2nd ed. London, Griffin,1971.

20. FORSMAN, B. The caries preventing effectof mouthrinsing, with 0.025% sodiumfluoride solution in sweedish children.Community Dent. oral Epidem.,2:58-65,1974.

21. FRANKL, S.N. et al. The topical anti-cariogenic effect of daily rinsing withan acidulated phosphate-fluoride solution,J. Amer. dent. Ass., 85:882-6, 1972.

22. GALLAGHER, S.J. et al. Self-applicationof fluoride by rinsing. J. publ. HlthDent., 34:13-21, 1974.

23. GERDIN, P.O. & TORELL, P. Mouth rinseswith potassium fluoride solutions con-taining manganese. Caries Res., 3:99-107,1969.

24. GLASS, R.L. et al. The appropriatness ofanalysis of variance to the statisticalanalysis of dental clinical trials. Arch.oral Biol. 17:633-43, 1972.

25. HEIFETZ, S.B. et al. The effect on dentalcaries of weekly rinsing with a neutralsodium fluoride or an acidulated phos-phate-fluoride mouthwash. J. Amer. dent.Ass., 87:364-8, 1973.

26. HEIFETZ, S.B. et al. Two years evalua-tion of a self-administered procedure forthe topical application of acidulatedphosphate-fluoride: final report. J. publ.Hlth Dent., 30:7-12, 1970.

27. HOROWITZ, H.S. et al. The effect onhuman dental caries of weekly oralrinsing with a sodium fluoride mouth-wash: a final report. Arch. oral Biol.,16:609-16, 1971.

28. HOROWITZ, H.S. et al. Evaluation ofself-administered prophylaxies and su-pervised tooth brushing with acidulatedphosphate-fluoride. Caries Res., 8:39-51,1974.

29. IRMISCH, V.B. et al. Karies-prophylaxedurch überwachte Mundpülaktionen Er-gebnisse nach 4 Jähriger Kontrollizeit.Zahn-, Mund-u Kieferheilk, 62:690-3,1974.

30. KLEIN, H. Studies on dental caries. I —Dental status and dental needs of ele-mentary schoolchildren. Publ. Hlth Rep.,53:751-65, 1938.

31. KNUTSON, J.W. Epidemiological trendspatterns of dental caries prevalence data.J. Amer. dent. Ass., 57:821-9, 1958.

32. KOCH, G. Caries increment in schoolchil-dren during and two years after end ofsupervised rinsing of the mouth withsodium fluoride solution. Odont. Revy,20:323-30, 1969.

33. KOCH, G. Effect of sodium fluoride indentifrice and mouthwash on incidenceof dental caries in schoolchildren. Odont.Revy, 18 (suppl.) 1967.

34. McCONCHIE, J.M. et al. Caries preventiveeffect of two concentrations of stannousfluoride mouth rinse. Community Dent.oral Epidem., 5:278-83, 1977.

35. MAIWALD, V.H.J. & SOTO PADRON, F.Ergebnisse der Kollektiven kariesprä-vention durch Mundspulüngen mit 0,2%iger Natriumfluoridlösung nach 88 Mo-naten. Stomatol. DDR, 27:835-40, 1977.

36. MARTHALER, T.M. Estimation of simplesize for longitudinal clinical caries trials.Helv. odont. Acta, 22:168-73, 1967.

37. MARTHALER, T.M. Reduction of caries,gingivitis and calculus after eight yearsof preventive measures observations inseven communities. Helv. Odont. Acta,16:69-83, 1972.

38. MARTHALER, T.M. & MÜHLEMANN, H.R. Clinical anticaries effect of super-vised toothbrushing with fluoride tabletsfor topical application. Helv. odont.Acta, 14:77-9, 1970.

39. MOREIRA, B.W. Estudo sobre os efeitosde bochechos com solução molar defluoreto de sódio, na prevenção da cáriedental. Piracicaba, 1970. [Tese de Douto-ramento — Faculdade de Odontologia dePiracicaba da UNICAMP]

40. MOREIRA, B.W. & TUMANG, A.J. Bo-chechos com solução de fluoreto de sódioa 0,1% na prevenção da cárie dental.Rev. bras. Odont., 28:11-9, 1971.

41. MOREIRA, B.W. & TUMANG, A.J. Pre-venção da cárie dentária através debochechos com soluções de fluoreto desódio a 0,1%: resultados após 2 anos deestudos. Rev. bras. Odont., 29:37-42, 1972.

42. OLLINEN, P. Munsköljning eller borstningmed olika fluoridlösningar. Sverig.Tandläk. Förb. Tidn., 58:913, 1966. ApudTorell, P. & Ericsson, Y.56

43. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE.Grupo Científico sobre Etiologia yPrevencion de la Caries Dental, Ginebra,1971. Informe. Ginebra, 1972, (Ser. inf.tec., 494).

44. PINTO, V.G. Características do subsistemapúblico federal de prestação de serviçosem odontologia. Brasília, DF, 1977.[Dissertação de Mestrado — Faculdadede Saúde Pública da USP].

45. RADIKE, A.W. et al. Clinical evaluationof stannous fluoride as an anticariesmouthrinse. J. Amer. dent. Ass.,86:404-8, 1973.

46. ROBERTS, J.F. et al. The effect of anacidulated fluoride monthwash on dentalcaries. J. dent. Res., 27:497-500, 1948.

47. ROSENKRANZ, F. Karies prophylaktischerVergleich Zwis chen mundspülen undZähneputzen mit Natriumfluorid Lösung.Odont. T., 75:528-34, 1967.

48. RUGG-GUNN, A.J. et al. Caries preventionby daily fluoride mouthrinsing: reportof a three year clinical trial. Brit. dent.J., 135:353-60, 1973.

49. SANTOS, J.L.F. Projeção da populaçãobrasileira: 1970-2000. Rev. Saúde públ.,S. Paulo, 8 (supl): 91-102, 1974.

50. SCHEFFE, H. A method for judging allcontrast in the analysis of variance.Biometrika, 40:87-104, 1953.

51. SOTO PADRON, F. & MAIWALD, H.J.Analisis de los resultados de las aplica-ciones topicas de fluoruros a grupos depoblación en Cuba. Rev. cuba. Estomat.,10:173-8, 1973.

52. SWERDLOFF, G. & SHANNON, I.L. Fea-sibility of the use of stannous fluoridemouthwash in a school system. J. Dent.Child., 36:363-8, 1969.

53. TORELL, P. The Goteborg studies ofmethods for applying fluorides topically.Adv. Fluorine Res. dent. Caries Prev.,3:255-8, 1964.

54. TORELL, P. & ERICSSON, Y. Beneficiospotenciales de los colutorios con fluo-ruros. Washington, D.C., Departamentode Servicios de Salud, Oficina SanitariaPanamericana, 1975. (Doc. no HP/DH/40)[Mimeografado].

55. TORELL, P. & ERICSSON, Y. Two yearclinical test with different methods oflocal — preventive fluorine applicationin Swedish school children. Acta odont.scand., 23:287-322, 1965.

56. TORELL, P. & ERICSSON, Y. The valueon caries prevention of methods forapplying fluorides topically to the teeth.Int. dent. J., 17:564-81, 1967.

57. TORELL, P. & SIBERG, A. Mouthwashwith sodium fluoride and potassiumfluoride. Odont. Revy, 13:62-72, 1962.

Recebido para publicação em 23/06/1983

Aprovado para publicação em 01/09/1983